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1 BAHÁ’Í BRASIL Nº 33 - Março/2012 Em tribo indígena na Bahia, unidade do gênero humano passa pela capacitação para o serviço Bahá’í Brasil Órgão da Comunidade Bahá’í Brasileira Jornalista Responsável: Jordana Araújo | Diagramação: Jordana Araújo / Eduardo Gustavo Antero | Revisão: Mary Aune | Colaboração: Leilah Pezeshk | Impressão: Kaco Gráfica e Editora Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br - e-mail: [email protected] | Tiragem: 2.500 exemplares Expediente Índios Kiriris Eleições estaduais e municipais: descubra como garantir a participação cidadã de maneira condizente com os princípios bahá’ís Página 2 Não-envolvimento em política partidária Templo Bahá’í no Chile Acompanhe os avanços no processo de construção Página 9 Página 4 Corpo Auxiliar Saiba mais sobre o papel dos Membros do Corpo Auxiliar na promoção do desenvolvimento dos agrupamentos Página 7 Plano de Cinco Anos Exclusivo: nova Conselheira Continental fala ao Bahá’í Brasil sobre os objetivos e desafios do novo Plano Divino Página 3 e 4 Bahai JORNAL Edicao 33[1].indd 1 19/03/2012 15:42:21

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Jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

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BAHÁ’Í BRASIL

1Nº 33 - Março/2012

Em tribo indígena na Bahia, unidade do gênero humano passa pela capacitação para o serviço

Bahá’í BrasilÓrgão da Comunidade Bahá’í BrasileiraJornalista Responsável: Jordana Araújo | Diagramação: Jordana Araújo / Eduardo Gustavo Antero | Revisão: Mary Aune | Colaboração: Leilah Pezeshk | Impressão: Kaco Grá� ca e EditoraEntidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal 7035 | CEP 71635-971 – Brasília-DF | Site: www.bahai.org.br - e-mail: [email protected] | Tiragem: 2.500 exemplares

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Índios Kiriris

Eleições estaduais e municipais: descubra como garantir a participação cidadã de maneira condizente com os princípios bahá’ís

Página 2

Não-envolvimento em política partidária

Templo Bahá’í no ChileAcompanhe os avanços no processo de construção

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Corpo AuxiliarSaiba mais sobre o papel dos Membros do Corpo Auxiliar na promoção do desenvolvimento dos agrupamentos

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Plano de Cinco AnosExclusivo: nova Conselheira Continental fala ao Bahá’í Brasil sobre os objetivos e desa� os do novo Plano Divino

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Nº 33 - Março /2012

Estamos em pleno ano de eleições municipais no Brasil e a Assembleia Espiritual Nacional sente a necessidade de orientar a toda a Comunidade Nacional a respeito da lei bahá’í concernente ao não-envolvimento em política partidária. Temos notado com frequência alguns bahá’ís transmitindo à sua rede de contatos de e-mails, artigos, piadas ou apresentações que denotam postura partidária – algo que vai de encontro a este importante princípio de nossa amada Fé.

A � m de auxiliar cada bahá’í a avaliar sua própria conduta em suas comunicações, sejam elas pela internet ou em contatos pessoais, aproveitamos a ocasião para compartilhar algumas das inúmeras guias bahá’ís a respeito deste princípio. Segundo o amado Guardião Shoghi E� endi, os bahá’ís não devem exercer “... nenhuma interferência, seja qual for, em assuntos ou questões políticas”, devendo “... evitar a política como a peste...”. “Deveríamos - todos nós - permanecer distantes, de coração e mente, em palavras e atos, dos assuntos políticos e disputas das Nações e dos Governos. Deveríamos nos manter longe de tais pensamentos.”

Há diferentes ações que os amigos bahá’ís, inadvertidamente, podem realizar que se quali� cam como envolvimento em questões político-partidárias – algo que fere o princípio fundamental bahá’í da unidade. A Assembleia Nacional esclarece que, de acordo com o princípio bahá’í de não-envolvimento em política partidária,

Editorial

Não-envolvimento em política partidária

as seguintes atividades estão entre aquelas que não condizem com a postura bahá´í:

• afi liar-se a partidos políticos; • candidatar-se a qualquer cargo eleitoral; • atuar como cabo eleitoral de algum

candidato; • trabalhar em campanha política, direta ou

indiretamente; • circular artigos, com bahá’ís ou não, com

notícias, imagens, anedotas tendenciosamente políticas;

• criticar os governos e discutir política parti-dária, abertamente, em sites e blogs; entre outras.

Vale ressaltar que os bahá’ís que se envolvem neste tipo de atividade estão sujeitos a sanções administrativas, caso persistam em realizar tais ações.

Bahá’u’lláh profetizou que em “breve a presente ordem será posta de lado, e uma nova se estenderá em seu lugar”. Assim, devemos canalizar nossa atenção e energias nos processos que estão contribuindo para a construção da Nova Ordem Mundial, à luz dos ensinamentos contidos em Sua Revelação. A maneira mais e� ciente para se atingir esse objetivo é servir aos objetivos do Plano de Cinco Anos a � m de promover a transformação necessária a indivíduos e instituições para que a civilização humana possa avançar.

Anteriormente, a Assembleia Nacional disponibilizou na ABEN um link com a tradução de uma esclarecedora carta da Casa Universal

Às vésperas de eleições municipais e estaduais, Assembleia Nacional traz uma re� exão sobre os limites do partidarismo e do engajamento social

Conforme divulgado na edição anterior do Bahá’í Brasil, a tradicional Conferência de Unidade foi descentra-lizada para o nível regional, deixando de acontecer nacionalmente. Com a mudança, percebemos um signi� ca-tivo aumento no número de partici-pantes: ao todo, cerca de mil bahá’ís se reuniram nas seis edições de 2011.

Em 22 de novembro de 2011, a Casa Universal de Justiça enviou a seguinte mensagem à Assembleia Es-piritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil, referente as Conferências de Unidade:

*****Tradução:

22 de novembro de 2011

“Queridos amigos bahá’ís,A Casa Universal de Justiça rece-

beu com caloroso apreço seu correio eletrônico datado de 5 de agosto de

Casa Universal de Justiça

2011, relatando sobre a série de con-ferências recentemente realizadas sob os auspícios dos Conselhos Regionais Bahá’ís no Brasil, nas quais os crentes deliberaram sobre o progresso do Pla-no de Cinco Anos em suas respectivas regiões. A Casa de Justiça � cou conten-te em saber dos encorajadores resulta-dos iniciais vindos destas reuniões e notar seus esforços comprometidos em criar a capacidade nos Conselhos para assumirem a crescente responsa-bilidade em conduzir o trabalho vital do Plano.

Sintam-se assegurados das ora-ções da Casa Universal de Justiça nos Santuários Sagrados para que os de-votados esforços dos amigos no Brasil

possam continuar a atrair abun-dantes con� rmações.

Com amorosas saudações bahá’ís,Departamento de Secretariado.”

Conferências de Unidade descentralizadasMensagem da Casa de Justiça estimula o fortalecimento dos Conselhos Regionais

de Justiça a um bahá’í na Alemanha, datada de 23 de dezembro de 2008, na qual a questão do envolvimento em política partidária é abordada. Consideramos oportuno voltar a divulgar essa iluminadora correspondência para que os amigos possam relê-la e se aprofundar mais em seu conteúdo. Recomendamos também a leitura de um editorial publicado em outubro de 2010 nos veículos bahá’ís de mídia no Brasil, intitulado Política: entre os limites da transformação social e do partidarismo.

Acesse as matérias em:http://sasg.bahai.org.br/2010/10/politica-entre-os-limites-da.html

http://www.bahai.org.br/secext/arquivos/14-2-2012/casa_justica_23_12_2008_politica.pdf

Conferências de Unidade 2011: mais de mil participantes em todo o território nacional.

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BAHÁ’Í BRASIL

Casa Universal de Justiça

Em memória: Sr. Ian Semple e Sra. Annelise BoopCartas das Casa Universal de Justiça destacam serviço à humanidade prestado por esses dois dedicados bahá’ís

Recentemente, a comunidade bahá’í mundial comoveu-se com o falecimento de dois dedicados servos de Bahá: o Sr. Ian Semple, em 1 de dezembro de 2011, e a Sra Anneliese Bopp, em 21 de fevereiro de 2012. Leia as mensagens encaminhadas pela Casa Universal de Justiça a todas as Assembleias Espirituais Nacionais, destacando os grandes serviços que ambos prestaram à Fé ao longo de suas vidas.

*****Tradução:

1º de dezembro de 2011

“A todas as Assembleias Espirituais NacionaisNossos corações estão repletos de pesar

pelo passamento ao Reino de Abhá do nosso ternamente amado ex-companheiro Ian Semple, leal, perspicaz e destacado servo da Abençoada Beleza. Tendo abraçado a Causa de Deus no início de sua juventude, durante a universidade, ele dedicou sua notável energia, eloquente pena e aguçado intelecto à sua proteção e à promoção de seus interesses vitais por todo o restante de sua vida.

Um destacado registro de seis décadas de trabalho ininterrupto na Vinha Divina inclui serviços como membro da Assembleia Espiritual Nacional das Ilhas Britânicas, como membro do Corpo Auxiliar para propagação na Europa e membro do Conselho Internacional Bahá’í, culminando com quarenta e dois anos como membro da Casa Universal de Justiça, desde seu estabelecimento em 1963 até 2005. As brilhantes qualidades de sua pessoa, sua imensa cortesia, insuperável humildade, pureza de coração, alegria irresistível e infalível otimismo – todos nascidos de uma fé inabalável na Palavra de Deus e de sua capacidade de redimir a humanidade – faziam dele querido a todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Transmitimos nossas amorosas condolências à sua amada esposa, Louise, aos seus � lhos, Michael, Nicholas e Jennifer, e aos seus netos, pela

perda que eles têm suportado e oramos para que as graças de Deus os circundem. Que a valente alma de Ian receba uma jubilosa recepção nos reinos celestiais nas alturas e que seja ricamente recompensado pela sua lealdade e dedicação exemplar ao dever. Conclamamos os amigos em toda parte para realizarem reuniões memoriais em sua honra, incluindo serviços comemorativos condizentes nas Casas de Adoração em todo o mundo.”

[assina: A Casa Universal de Justiça]

*****Tradução:

21 de fevereiro de 2012

“A todas as Assembleias Espirituais Nacionais,

Estamos profundamente entristecidos pelo passamento da ternamente amada Annelise Bopp, incansável promotora da Fé de Bahá’u’lláh. Nascida em uma família estreitamente ligada aos primeiros movimentos da Causa na Alemanha, ela foi uma leal serva da Abençoada Beleza cujos esforços no decorrer de tantos anos muito � zeram pelo avanço de Sua Fé no continente europeu. Inclui-se, entre suas inumeráveis contribuições,

Casa Universal de JustiçaCasa Universal de Justiça

um íntimo envolvimento na construção do Templo-Mãe da Europa, concluído enquanto ela servia como secretária da Assembleia Espiritual Nacional da Alemanha. Em 1970, ela foi nomeada para o Corpo Continental de Conselheiros da Europa; nove anos depois ela foi chamada para servir como membro do Centro Internacional de Ensino, função na qual trabalhou até 1988 com devoção exemplar. Mesmo no ocaso de sua vida, Annelise seguia atentamente os desenvolvimentos da Fé e questões vitais relativas ao progresso da humanidade. Lembramos com profunda admiração de seu espírito indomável, sua clareza de pensamento, sua irresistível franqueza; consternamos-nos pela perda de uma das defensoras da Fé.

À sua família, e a todos aqueles que a amavam, transmitimos nossas condolências, assegurando-lhes nossas sinceras orações nos Sepulcros Sagrados pela passagem de sua alma aos reinos eternos. Recomendamos aos amigos para realizarem reuniões memoriais condignas em sua honra em toda parte, inclusive em todas as Casas de Adoração”.

[assina: A Casa Universal de Justiça]

Plano de Cinco Anos

Entrevista: Ingrid Conter, Conselheira Continental para as AméricasComentários sobre engajamento brasileiro no Plano de Cinco Anos

A ordem administrativa bahá’í foi de� nida por Bahá’u’lláh, e tem como base um sistema de instituições, cada uma com sua esfera de� nida de ação. Sua principal instituição mundial é a Casa Universal de Justiça, eleita pela primeira vez em abril de 1963 (ano 119 da Era Bahá’í). Seu trabalho é realizado com o apoio das Assembleias Espirituais Nacionais e Locais, eleitas anualmente por suas respectivas comunidades, e de outros órgãos, como o Centro Internacional de Ensino e o Corpo Continental de Conselheiros.

Instituído no ano 124 E.B. (1968 D.C.), o Corpo Continental de Conselheiros tem a função de auxiliar na proteção e propagação da Fé Bahá’í em todo o mundo. Os conselheiros continentais são eleitos para mandatos de 5 anos, e trabalham em

conjunto com as instituições de uma determinada região para orientar as comunidades bahá’ís em suas ações ligadas ao desenvolvimento espiritual, moral e intelectual da sociedade. Assistidos pelos membros do Corpo Auxiliar e seus ajudantes, esses conselheiros desempenham funções designadas Centro Internacional de Ensino, sediado no Centro Mundial Bahá’í, em Haifa/Israel.

A Sra. Ingrid Umpierre Conter, da comunidade bahá’í de Canoas/RS, foi designada pela Casa Universal de Justiça para preencher a vaga deixada por Jorge Guerreiro, após longos anos servindo como Conselheiro Continental para as Américas. Junto ao Conselheiro Pejman Samoori, que atua nessa função desde o Ridván de 2011 (ano 168 E.B.), Ingrid tem a missão de

Sr. Ian Semple (1929-2011) Sra. Annelise Boop (1921-2012)

Conselheiros Continentais para as Américas (à direita) participam de encontro com MCAs

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ajudar a comunidade brasileira a aumentar sua compreensão acerca do Plano de Cinco Anos vigente, contribuindo para o seu envolvimento em ações que possam resultar na multiplicação das atividades centrais e, consequentemente, no aumento do número de agrupamentos com programas de crescimento até o � nal do Plano, em 2016.

Em entrevista exclusiva ao Bahá’í Brasil, ela ressalta a necessidade de lermos e compreendermos as guias da Casa de Justiça, da responsabilidade individual e coletiva para o sucesso do Plano de Cinco Anos e da importância de nos envolvermos em um processo de aprendizado constante, com suas fases de ação, re� exão, consulta e nova ação. Vejam a seguir alguns destaques:

A importância de estudar as guias da Casa de Justiça

“Temos que consultar constantemente, para toda e qualquer ação, a mensagem da Casa Universal de Justiça dirigida à Conferência dos Corpos Continentais de Conselheiros, datada

de 28 de dezembro de 2010. É uma guia que responde todas nossas perguntas.

O que ocorre muitas vezes é que lemos uma única vez uma guia da Casa de Justiça e sublinhamos os pontos mais importantes para nós naquele momento, e outros parágrafos da mensagem � cam no esquecimento. É muito importante retornar a ler e estudar a guia completa para ampliar cada vez mais nossa compreensão sobre o Plano de Cinco Anos.”

Pioneirismo e Atividades Centrais como mecanismos para expansão da Fé no Brasil

“Para aumentarmos o número de agrupa-mentos com programa de crescimento, vamos ne-cessitar de muitos pioneiros. Este chamado para postos de pioneirismo é uma grande oportunida-de de serviço para os jovens, que podem transferir seus cursos universitários (quando possível) para um agrupamento-meta, ou apenas morar em ou-tro bairro para focar esforços em uma vizinhança. Também inclui a disposição de servir como tu-tor em um agrupamento próximo, auxiliando a comunidade local a atingir o primeiro marco de

1 O primeiro marco de crescimento é a auto-sustentabilidade em termos de disponibilidade de tutores, professores e monitores da própria comunidade. Para atingir esta meta, é preciso o envolvimento de pessoas de comunidades próximas ou de pioneiros que possam se dedicar a desenvolver capacidades locais que possam assumir essa tarefa no curto e médio prazos.2 Mensagem da Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo, Ridván de 2010.

Plano de Cinco Anos

População indígena da Bahia trilha o caminho comum do serviçoMetodologias do Instituto Ruhí como ferramentas para a unidade na diversidade

Quando o interesse comum pela paz mundial torna-se o bem maior a ser alcançado, os cidadãos reconhecem ser possível haver uma interação pa-cí� ca dentro da diversidade humana. É o que se pode veri� car nitidamente nas cidades baianas de Ribeira do Pombal e Banzaê e na área indígena dos kiriris, que engloba os povoados de Pau-Ferro, Marcação e Mirandela. Ali, diversos indígenas par-ticipam dos estudos promovidos pela comunidade bahá’í, voltados para a promoção da unidade entre os povos da Terra.

Durante os dias 11 e 15 de janeiro de 2012, no município de Ribeira do Pombal (BA), membros da comunidade local kiriri participaram do curso de especialização voltado para professores de aulas de educação espiritual para crianças de 5 e 6 anos de idade. Os participantes estudaram juntos as 24 novas lições que complementam o curso Ensinan-do Aulas para Crianças, o terceiro da sequência do Instituto Ruhí de Capacitação. Dos onze participan-tes, nove eram índios kiriris.

Con� ança, transformação e serviço à comunidade

Os kiriris têm uma história de con� itos rela-cionados à terra, e por isso têm uma grande des-con� ança em relação aos não-índios da região. Eles tomam todos os cuidados com qualquer iniciativa externa que surja dentro ou ao redor de seu territó-rio a � m de evitar maus-tratos e exploração.

A relação com os bahá’ís, contudo, tem sido avaliada pelos indígenas como uma referência positiva para a população local. Os bahá’ís desen-volvem atividades com os kiriris desde o início de 1960, com a vinda de alguns instrutores viajantes à região. Mais tarde, na década de 1990, algumas famílias bahá’ís se consolidaram como pioneiras,

ajudando a estabelecer os pilares da comunidade bahá’í local.

Alon Bispo começou a trabalhar com os kiriris em 2008. “Eu viajava para a área indígena como fa-cilitador itinerante, ajudando os amigos indígenas avançassem na sequência de estudos do Instituto”, conta ele. “Naquela época, os programas bahá’ís não eram sustentáveis: ocorriam durante determinado tempo e depois eram extintos”, comenta o jovem, que hoje é Coordenador Regional do Instituto Ruhí de Capacitação para a Bahia, Sergipe e Alagoas.

A partir de janeiro de 2010, foi iniciado o pro-cesso sistemático de capacitação de professores in-dígenas de escolas públicas com foco na educação espiritual de crianças e pré-jovens na área dos kiriris. Segundo Alon, “Capacitar os próprios índios para as-sumirem as atividades no povoado deles ajudou o programa a avançar efetivamente na transformação individual e coletiva, contribuindo para a unidade entre os moradores da região”.

“O Instituto chegou também aos jovens alu-nos de escolas públicas da região, contando com professores e alguns dos alunos (que têm entre 15

e 20 anos). Esses moradores foram envolvidos no processo de capacitação para serem futuros profes-sores de aulas de educação espiritual para crianças e monitores de grupos de pré-jovens”, comenta Alon.

Os cursos do Instituto Ruhí tem o propósito de fazer com que os participantes passem a “se ver como agentes ativos de seu próprio aprendizado, como protagonistas de um esforço constante de aplicar o conhecimento realizar transformação in-dividual e coletiva2”. Nesta perspectiva, a popula-ção indígena da região está gradativamente intro-duzindo os princípios da Fé Bahá’í em suas ativida-des cotidianas, demonstrando a universalidade dos ensinamentos de Bahá’u’lláh.

Alon relata que os índios envolvidos na edu-cação dos pré-jovens e crianças sentem um desejo de se desenvolverem como indivíduos e de mostrar para a tribo que é possível conviver em paz e har-monia. “A maioria dos que se comprometem com o serviço não são membros da comunidade bahá’í. São pessoas que sentem que é preciso uma educa-ção de valores, que não costuma ser ensinadas nas escolas – e a metodologia oferecida pelos bahá’ís tem-se provado bastante e� ciente”, conta ele.

Como as atividades bahá’ís valorizam os co-nhecimentos tradicionais e o desenvolvimento das capacidades de cada indivíduo, independente-mente de sua origem étnica, gênero, raça ou outra característica de identidade secundária, os kiriris sentem que a proposta bahá’í não entra em con-� ito com aquilo que eles acreditam ser o melhor para os rumos da comunidade. “Dos 24 índios par-ticipantes, apenas quatro são bahá’ís. Ainda assim, todos passaram pelo mesmo processo de capacita-ção, que tem início com o estudo do livro Re� exões Sobre a Vida do Espírito”, informa Alon. Atualmen-

crescimento1.

Realizar com excelência as atividades cen-trais para atingirmos mais qualidade no processo do Instituto requer um esforço consciente de cada tutor, monitor ou professor em querer ajudar, par-ticipando nas reuniões de re� exão gerais e espe-cí� cas para cada atividade e buscando o envol-vimento de seus coordenadores, num espírito de aprendizagem.”

Ação, re� exão e consulta: um ciclo de aprendizagem constante

“A melhor maneira de compreendermos a mensagem de 28 de dezembro de 2010 – assim como qualquer guia que venha das instituições da Fé – é irmos para o campo da ação e então voltarmos a ler as guias sob o olhar da experiência. Assim, em vez de nos restringirmos ao campo da imaginação, que é muito distante da prática, temos a oportunidade de adquirir a experiência necessária para avaliarmos nossas estratégias e pensarmos nas melhores maneiras de superar os obstáculos.”

Crianças indígenas participam de aula de educação espiritual

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BAHÁ’Í BRASIL

1 O agrupamento Falcão Real abrange todas as regiões administrativas de Brasília e a área rural de Nova Betânia.2 Ensinar de maneira direta sobre as leis, ensinamentos e a vida comunitária bahá’í a indivíduos ou grupos interessados.

te, a comunidade local conta com um grupo para pré-jovens e duas aulas para crianças, nas quais os apoiadores são jovens da própria região. Além disso, seis índios participam sistematicamente de círculos de estudo.

Conferência Internacional

Para promover um aprofundamento sobre a visão bahá’í acerca do destino glorioso reservado aos povos indígenas e do poder do processo de capacitação desenvolvido pelo Instituto Ruhí no fortalecimento dessas culturas, será realizada entre os dias 20 e 22 de março de 2012 a Conferência In-ternacional Bahá’í dos Povos Indígenas, na cidade de Nedrini, no Panamá. A expectativa é que mais de mil indígenas participem do evento, que contará com a presença de um membro da Casa Universal de Justi-ça, dos Conselheiros Continentais para as Américas e

de representantes de outras instituições bahá’ís.

A representação brasileira � cará a cargo de oito participantes, entre Kiriris e Mundururus (da região amazônica). Além da programação o� cial da Conferência, os indígenas terão a oportunidade de participar de cinco dias de visitas a povoados da região, nos quais serão realizadas consultas sobre o envolvimento das diversas etnias nas atividades de desenvolvimento espiritual e material promovidas pelos bahá’ís.

Um caminho comum de serviço

Mais de 180 países e territórios já aderiram ao programa desenvolvido pelo Instituto Ruhí, es-tabelecido mundialmente há cerca de sete anos. O objetivo principal é o de promover o aperfeiço-amento espiritual dos indivíduos e favorecer sua

contribuição na construção de uma sociedade mais digna e justa. Os cursos de capacitação auxi-liam indivíduos e comunidades a estabelecer qua-tro atividades centrais de transformação social: au-las de educação espiritual para crianças; grupos de empoderamento de pré-jovens; círculos de estudo de aprofundamento espiritual e reuniões ecumêni-cas de oração e meditação. Tanto os cursos quan-to as atividades decorrentes deles são gratuitas e abertas à comunidade em geral.

“É uma realização de enormes proporções que o mundo bahá’í tenha obtido êxito em desen-volver uma cultura que promove uma maneira de pensar, estudar e agir na qual todos se consideram trilhando um caminho comum de serviço – apoian-do uns aos outros e avançando juntos”, declarou a Casa Universal de Justiça em 2010.

Plano de Cinco Anos

Capacitação para pioneiros bahá’ís na capital federalProjeto-piloto será desenvolvido por todo o país

De 26 janeiro a 5 de fevereiro, aconteceu a primeira Capacitação Anual de Pioneiros Bahá’ís realizada no Brasil. Idealizado pelos Conselheiros do Corpo Continental residentes no Brasil e pela Assembleia Espiritual Nacional, o evento foi realizado na Creche Medalha Milagrosa, em Brasília (DF).

Onze pessoas receberam treinamento intensivo fundamentado em dois eixos: estudo das escrituras sagradas bahá’ís e revisão dos livros do Programa do Instituto Ruhí, seguidos de prática e re� exão. Na ocasião foram capacitados seis pioneiros de diferentes Estados - Maranhão, Alagoas, Mato Grosso, São Paulo, Amazonas e Paraná; uma jovem de Maceió em período de serviço e os secretários dos conselhos bahá’ís das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

O treinamento também contou com a presença de membros do Comitê de Ensino de Área e visitas de outros representantes das instituições administrativas bahá’ís, tais como membros da Assembleia Espiritual Nacional, do Corpo Auxiliar e do Desk de Pioneirismo, além do Conselheiro Continental Pejman Samoori e diversos colaboradores.

Durante o curso, foram realizados estudos e memorização de citações, além de avaliações práticas acerca das lições estudadas. “Esse treinamento é uma imersão profunda no verdadeiro conceito de pioneirismo”, a� rma Eduardo Coltro, secretário do Conselho do Sudeste.

Para Eduardo, que serviu como pioneiro na década de 1980, a capacitação é uma ferramenta importante para dar segurança e orientação aos indivíduos que se dispõem a essa tarefa. “Sinto que, na época que me levantei como pioneiro, não estava tão capacitado como os pioneiros de hoje”, comenta ele.

De acordo com Martha Zonneveld, uma das participantes do curso, “apesar de ser bem puxado, o treinamento é uma combinação adequada de

teoria e prática”. Ela relata que todos tiveram a oportunidade de participar de visitas aos lares e de apoiar reuniões devocionais, aulas para crianças e grupos de pré-jovens em São Sebastião (DF), além de reuniões de amigos (conhecidas como � resides) na Asa Sul.

“Todos participaram da fase de expansão do agrupamento Falcão Real1 fazendo ensino direto2. Cinco pessoas declararam sua fé em Bahá’u’lláh durante esse período, o que é um resultado direto do empenho desses indivíduos na divulgação dos ensinamentos da Fé Bahá’í”, destaca Neryangela Samoori, Coordenadora Regional do Instituto Ruhi para a Região Centro-Oeste.

A proposta é que essa capacitação seja expandida para outras cidades brasileiras, levando o conhecimento para uma gama maior de pessoas que desejam se levantar como pioneiros em serviço à humanidade.

O que é o pioneirismo?

Pioneiros são aqueles que se mudam de bairro, cidade ou país com o propósito de fortalecer ou iniciar as atividades centrais da Comunidade Bahá’í – educação espiritual para pré-jovens e crianças; aprendizagem em grupo de como desenvolver a capacidade de serviço; reuniões devocionais inter-religiosas – estando em constante ato de serviço aos habitantes da região.

O conceito de pioneirismo difere do de missionário por não se tratar de uma designação

institucional para levar os ensinamentos bahá’ís, mas sim um compromisso individual de compartilhar a Mensagem de Bahá’u’lláh e contribuir genuinamente com o avanço da comunidade em que o pioneiro irá se estabelecer.

Antes de decidir ser pioneiro, um indivíduo precisa internalizar os ensinamentos religiosos e colocá-los em ação. Conforme explicitado por Bahá’u’lláh, “Quem dentre vós se levantar para ensinar a Causa de seu Senhor, que ele, antes de tudo, ensine a si próprio, a � m de que suas palavras possam atrair os corações daqueles que o ouvem”.

“Até pouco tempo, considerava-se pioneiro aquele bahá’í que conduzia sozinho as atividades centrais numa comunidade local para a qual se deslocava. Essa de� nição mudou: agora os pioneiros têm por objetivo capacitar os recursos humanos para levar avante essa transformação”, explica Diógenes Marcondes, que atualmente serve como pioneiro com sua esposa Vânia em Barra do Garças (MT).

Diógenes e Vânia se casaram em 2005 na cidade de Cuiabá (MT) e decidiram trilhar o caminho do pioneirismo no mesmo ano. Foram para a Vila Serrambi da cidade de Ipojuca (PB) e depois para Natal (RN), até chegarem a Barra do Garças. Eles seguem a orientação de Bahá’u’lláh de serem “irrestritos como o vento” ao proclamarem a Mensagem Divina.

Diógenes conta que decidiu ser pioneiro porque a Casa Universal de Justiça – Ordem máxima da Fé Bahá’í – apontava para esta necessidade. “Como o próprio Conselheiro Pejman nos orientou na palestra do dia 29 de janeiro, precisamos fazer uma auto-avaliação do nosso empenho nesse avanço da civilização, percebendo a necessidade de assumir uma postura de protagonismo da transformação individual e coletiva”, lembra ele. “Todos têm capacidades e, portanto, devemos con� ar no potencial de cada um”, acrescenta.

1º capacitação de pioneiros Bahá’ís realizada no Brasil

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Plano de Cinco Anos

3 A idade mínima para que uma pessoa possa o� cialmente se declarar bahá’í é de 15 anos, quando – segundo os ensinamentos de Bahá’u’lláh – é atingida a maturidade espiritual. A declaração de fé é necessária para que o indivíduo possa ser registrado como membro de uma comunidade local. 4O Instituto oferece a jovens e adultos de mais de 180 países ferramentas de desenvolvimento espiritual que focam tanto no indivíduo quanto na coletividade. Cada curso consiste no estudo de textos e trechos de escrituras sagradas acerca de temas especí� cos - sendo a educação espiritual de crianças o foco do Livro 3. Mais informações em http://ruhi.org/

Novas ferramentas para a educação espiritual das criançasCurrículo bahá’í foca desenvolvimento integral baseado nas virtudes

A jovem de 28 anos acredita que “o cenário para o pioneirismo tem muito mais comodidade atualmente do que os primeiros pioneiros da fé enfrentaram. Hoje existe um enorme suporte das instituições bahá’ís, o que não era possível no passado”, diz ela. “Sou pioneira no sentido de atender ao chamado da Casa Universal de Justiça, o que acaba sendo apenas algo natural”, comenta. “Mas no sentido de sacrifício, os pioneiros antigos passaram por di� culdades muito maiores”.Ela e o marido Daniel, casados há pouco mais de dois anos, estão se preparando para se deslocar de São Carlos (SP) para Aracaju (SE).

Na opinião de Lucas Rodrigo dos Santos Silva, o pioneirismo não se enquadra como um sacrifício. “A� nal de contas, os benefícios são tanto para o indivíduo como para toda a humanidade”,

tão sendo relacionadas por cada Conselho Regio-nal Bahá’í. “Durante a vigência do novo Plano de Cinco Anos, temos o objetivo de trabalhar siste-maticamente cerca de 120 novos agrupamentos, e o trabalho dos pioneiros será essencial para que tenhamos sucesso nessa empreitada”, destaca ele.

O Desk Nacional de Pioneirismo informa que há algumas cidades prioritárias que podem ser con-sideradas pelos interessados em se levantar como pioneiros. São elas: Fortaleza (CE), Belém (PA), Te-resina (PI) Campina Grande (PB), João Pessoa (PB), São Luís (MA), Porto Velho (RO), Palmas (TO), Guru-pi (TO). Entretanto, é importante que a decisão seja tomada em consulta com as instituições.

diz o rapaz. Ele começou a frequentar as aulas bahá’ís de educação espiritual para crianças aos 8 anos de idade. “Após cinco anos participando diretamente das atividades centrais da Fé, quando tinha 13 anos, eu tive a consciência de que meu coração já era bahá’í”, conta3. Aos 18 anos, Lucas está deixando a família no Maranhão para ser pioneiro em São Sebastião (DF). Sua meta é prestar serviço junto à comunidade local, além de prosseguir os estudos em um curso superior. “Sou muito grato por poder contribuir para um mundo melhor”, conta ele.

Foco central do Pioneirismo no Brasil

O secretário da Assembleia Espiritual Nacio-nal dos Bahá’ís do Brasil, Carlos Alberto Silva, res-salta que as metas prioritárias de pioneirismo es-

Entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro de 2011, o Centro Educacional Soltaniéh (SP) sediou um encontro entre nove coordenadores regionais do Instituto Ruhí4, além de representantes de três projetos sócio-econômicos bahá’ís: ADCAM (AM), Associação Monte Carmelo (SP) e Escola das Nações (DF). O propósito foi organizar o início dos cursos bahá’ís de especialização de professores de aulas de educação espiritual para crianças, com base em novos materiais voltados para a faixa etária dos 5 e 6 anos de idade.

Os indivíduos capacitados retornaram às suas respectivas regiões com a missão de transmitir sistematicamente o aprendizado aos coordenadores e professores das aulas para crianças. De acordo com dados disponibilizados pelo Instituto Ruhí em fevereiro de 2012, a maioria dos professores do programa brasileiro já estão capacitados para ensinar as novas lições.

No Centro-Oeste, as capacitações já foram realizadas em quatro agrupamentos: Esplendor da Gloria (MT), Terra Dourada (MS) e Girassóis (TO) e Falcão Real (DF). Neste último, o curso de especialização ocorreu entre os dias 4 e 6 de novembro de 2011, contando com a participação de 17 pessoas – todas já capacitadas no curso Ensinando Aulas de Crianças, o terceiro na sequência de cursos desenvolvidos pelo Instituto.

A coordenadora regional do Instituto para a região Centro-Oeste, Susan Eghrari, explica que cada lição trabalha uma virtude, por meio das quais as crianças aprendem a incorporar determinados princípios ao seu cotidiano. “O impacto maior é a ênfase que se dá aos atos de aprender e pensar, de re� etir e desenvolver a habilidade de aplicar as leis espirituais que vão ajudá-las em suas vidas e na sociedade”, re� ete Susan.

Aulas para crianças

O objetivo do Livro 3, como é popularmente conhecido, é formar professores e professoras ca-pazes de contribuir para o desenvolvimento do ca-ráter das crianças participantes, trabalhando virtu-des como justiça, paciência, gratidão e coragem. A

metodologia inclui contação de histórias, jogos co-operativos, atividades artísticas, além da memori-zação de orações e citações dos Escritos Sagrados.

A novidade é que a aplicação do currícu-lo foi expandida para incluir lições especí� cas para cada fase do desenvolvimento infantil. As aulas, que antes eram oferecidas em um mes-mo ambiente para as crianças de 5 a 10 anos em um período relativamente curto, agora podem ser realizadas de maneira mais focada para cada faixa etária, em um programa de cinco anos de duração. Ao todo são 24 novas lições voltadas para crianças de 5 a 6 anos. O objetivo do Insti-tuto é iniciar, até o � nal do ano, a capacitação com os materiais voltados para crianças de 7 e 8 anos e, em 2013, para o público de 9 e 10 anos.

“Precisamos empreender esforços para sis-tematizar ainda mais a provisão de educação espiritual a um número crescente de crianças de famílias de diversas origens”, explica o Con-selheiro Continental, Pejman Samoori. “Este é um dos grandes desa� os que se colocam diante da comunidade bahá’í. Nossa responsabilida-de é garantir que essas aulas sejam conduzidas com a necessária regularidade, ano após ano, conforme nos orientam as mensagens recen-tes da Casa Universal de Justiça”, ele destaca.

Os bahá’ís acreditam que as crianças são o tesouro mais precioso que uma comunidade pos-sui, pois nelas está a promessa e a garantia do fu-turo. Bahá’u’lláh, Fundador da Fé Bahá’í, ensinou que o ser humano é como uma mina rica em joias de inestimável valor. “A educação, tão somente, pode fazê-la revelar seus tesouros e habilitar a hu-manidade a tirar dela algum benefício”, disse Ele.

Além das atividades voltadas para a educação das crianças, a Comunidade Bahá’í também pos-sui um currículo destinado a auxiliar os pré-jovens (11 a 15 anos) a canalizar suas energias para o ser-viço à humanidade, auxiliando-os a enfrentar essa fase crucial de seu desenvolvimento. Os bahá’ís promovem ainda reuniões de oração e meditação abertas aos seguidores de todas as religiões, es-timulando o diálogo inter-religioso. As atividades são abertas ao público em geral e estão disponí-veis gratuitamente em todas as regiões do país.

Crianças participam de aula de educação espiritual na Bahia

Em memória

“Possam os seres que a Ti ascen-deram... recorrer Àquele que é o mais sublime Companheiro, e abrigar-se à sombra do Tabernáculo da Tua ma-jestade e do Santuário da Tua Glória” (Bahá’u’lláh).

2011Outubro Sra. Yvonne Maria Santoro Andrade, Belo Horizonte (BH)

NovembroSr. Edenir Trindade, Canoas (RS)

DezembroSr. Houschang Foroutan, Curitiba (PR)Sr. Marco Antônio Santos Cruz, Cambuquira (MG)

2012JaneiroSr. Abdul Hossein Afnan, Curitiba (PR)

FevereiroSra. Anneliese Bopp, Alemanha.Sra Parvin Mendes, Curitiba (PR)

MarçoSra. Ondina Istamati, Jacareí (SP)

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BAHÁ’Í BRASIL

Notícias Nacionais

Papel da juventude na criação de um mundo mais justoRio de Janeiro e São Paulo sediam eventos de conscientização para o serviço

“Todo homem foi criado a � m de levar avante uma civilização destinada a evoluir para sempre”, é o que acreditam os jovens de diversos estados brasileiros que estiveram reunidos em eventos recentes para desenvolver suas capacidades no campo do serviço à humanidade e despertar as suas potencialidades espirituais.

O primeiro Encontro de Jovens Bahá’ís em Petrópolis (RJ) aconteceu no Sítio São Luís, nos dias 17 e 18 de dezembro de 2011. Com o tema “Unindo Corações e Forças”, o encontro contou com a participação de 16 jovens, num total de 37 pessoas envolvidas em sua realização, provenientes de cinco cidades: Juiz de Fora, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis.

De acordo com Júlia Duringer, o evento aberto aos jovens de todas as religiões “ofereceu um terreno propício para rea� rmar o padrão de vida ensinado por Bahá’u’lláh, além de fortalecer laços de amizades”. A estudante de Medicina, de 22 anos, ajudou a preparar uma programação com quatro temas centrais: O papel da juventude no mundo de hoje; Padrão de vida bahá’í; Servindo a

Fé Bahá’í; e Como nos conectamos com Deus. As consultas sobre os temas foram intercaladas com atividades de lazer saudável.

Formação acadêmica e serviço à humanidade

O estudante de pré-vestibular Wesley Oliveira, de 18 anos, foi um dos participantes do encontro realizado no Centro Educacional Soltaniéh, em Mogi-Mirim (SP), entre os dias 3 e 13 de janeiro de 2012. Ele faz parte da quarta turma brasileira dos seminários temáticos “Participando nos Discursos Prevalentes na Sociedade”, juntamente com outros 41 jovens.

Desenvolvidos pelo Instituto para Estudos em Prosperidade Global (ISGP, sigla em inglês), os seminários têm como objetivo auxiliar jovens que � nalizaram o ensino médio ou que estão nos primeiros anos da educação superior a desenvolverem suas carreiras de maneira coerente com os valores e princípios espirituais ensinados pela Fé Bahá’í.

“Aprendi a lidar com situações cotidianas, desconstruir pensamentos e reformular todos com uma visão mais ampla e real de mundo, compreender que ciência e religião devem andar sempre lado a lado, respeitar as diferenças, ter uma compreensão maior sobre sacrifício”, relata Wesley. “Este primeiro ano de estudo foi com certeza um marco que mudou a minha vida”, confessa o futuro engenheiro da computação.

No primeiro encontro, os estudantes se aprofundam em alguns conceitos essenciais para a ação social sistemática e sustentável, além de aprender sobre as características dos projetos de desenvolvimento socioeconômico

inspirados pelos ensinamentos bahá’ís. Os temas estudados nos encontros subsequentes incluem Mídia, Educação, Aprendizagem e Crescimento, Coerência, Meios Materiais e Ciência.

“Essa fase de transição para o ensino superior é um momento de decisões fundamentais quanto ao nosso futuro, e nós jovens somos expostos a um marco materialista no qual nossas crenças podem ser alvo de questionamento”, avalia o jovem paulista Vahíd Shaikhzadeh, de 23 anos. Formado recentemente em Engenharia de Produção pela USP, Vahid é um dos participantes da primeira turma brasileira dos seminários, inaugurada em janeiro de 2009 em Salvador (BA).

Desde 2009, mais de 70 jovens de diferentes estados brasileiros participam regularmente dos Seminários ISGP. O programa consiste em quatro encontros anuais, todos com duração de dez dias. Em todo o mundo, cerca de 800 universitários já passaram pelo programa, que vem sendo realizado regularmente em 28 países.

Conferência Internacional dos Membros do Corpo AuxiliarAprendendo a promover o crescimento orgânico dos agrupamentos

“Uma oportunidade única de serviço.” Assim foi de� nido o papel de Membro do Corpo Auxiliar por um dos participantes da Conferência realizada em São Paulo, nos dias 6 a 8 de Janeiro de 2012.

Contando com a participação de cerca de 60 Membros do Corpo Auxiliar (MCAs) de oito países diferentes da América do Sul, que incluíam Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Peru, Equador e Brasil, a conferência estava contagiada por uma energia vibrante emanada pela juventude dos recém nomeados membros, além de contar com a o espírito amoroso e sábio do Dr. Rouhani e do Sr. Juan Mora, membros do Centro Internacional de Ensino.

O encontro foi marcado por várias canções e orações que encheram o ambiente de alegria e de várias sessões de consulta. As falas destacaram o papel do MCA como um componente ativo da comunidade, realizando atividades centrais e incitando os bahá’ís, por meio do exemplo contínuo e de conversas signi� cativas, a abraçarem as atividades da comunidade e promoverem um crescimento orgânico de seus agrupamentos.

A Conferência contou ainda com a presença dos Conselheiros Continentais para as Américas.

Em conversas inspiradoras, eles estudaram com os novos MCAs um rico material didático sobre a promoção do crescimento nos agrupamentos. O papel dos grupos de empoderamento de pré-jovens foi salientado como atividade-chave neste Plano de Cinco Anos.

Os participantes estudaram diversas cartas enviadas pela Casa Universal de Justiça. Entre elas, estava a carta de 28 de Dezembro de 2011, que a� rma que “o grau em que os Conselheiros e seus auxiliares têm in� uenciado o progresso do Plano demonstra que eles assumiram seu lugar natural na vanguarda do campo de ensino”.

O encontro foi caracterizado por várias atividades práticas de desenvolvimento de estratégias para auxiliar os agrupamentos em seu crescimento. Destacou-se ainda a importância da nomeação, por parte dos MCAs, de um grupo de ajudantes, visando um trabalho de ensino e serviço “ombro a ombro” com os membros da comunidade.

A importância do desenvolvimento de qualidades de sacrifício e servitude por parte dos MCAs foi destacada como peça fundamental para o cumprimento do Plano de Cinco Anos, que exigirá uma maior intensidade e devoção de tempo de todos.

4ª edição dos Seminários ISGP

1º Encontro de Jovens Bahá’ís em Petrópolis

MCAs brasileiros com o Conselheiro Pejman Samoori e a Conselheira Ingrid Conter

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Nº 33 - Março /2012

Notícias Nacionais

Peregrinação aos locais sagrados bahá’ís: um sonho possívelAproveite a oportunidade de participar de grupos brasileiros nos próximos três anos

Os interessados em realizar peregrinação ao Centro Mundial Bahá’í já podem se programar para conhecer os locais sagrados e aprender mais sobre a história da Fé Bahá’í. É que o Desk Nacional de Peregrinação informa a disponibilidade de vagas para grupos de brasileiros de todos os Estados, saindo a partir de novembro desse ano até julho de 2014.

Para que um grupo de peregrinação do Brasil possa ser formado, é necessário fazer um pedido formal junto ao Departamento de Peregrinação do Centro Mundial Bahá’í, responsável por emitir uma autorização o� cial à Assembleia Nacional. “As datas estão disponíveis, mas não estão reservadas para a comunidade bahá’í brasileira”, esclarece Hosseyn

Shayani, do Desk Nacional de Peregrinação. “É importante divulgarmos aos amigos de todo o país as datas para essa jornada espiritual e planejar a organização dos grupos nos períodos de interesse com mais antecedência”, recomenda Hosseyn.

Esse planejamento deve acontecer, preferivelmente, seis meses antes da viagem. Cada grupo deve ser composto por pelo menos 20 e no máximo 35 pessoas. “A partir da con� rmação da quantidade mínima de peregrinos, o Departamento de Peregrinação do Centro Mundial Bahá’í é informado”, ele explica.

Uma característica fundamental de cada grupo é a presença de uma pessoa que deve atuar como líder, no sentido de promover o � uxo de comunicação entre todos os peregrinos e também ajudar no que for necessário durante toda a viagem. Portanto, logo após a criação do grupo, todos os membros em consulta decidem quem exercerá essa função. Se não houver nenhum

A segunda edição brasileira da campanha internacional Você Pode Resolver Isso? [do original em inglês “Can You Solve This?]” foi sediada no dia 14 de fevereiro desse ano no Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CCS/UFRB), em Santo Antônio de Jesus, a 200 km da capital baiana. O movimento é resultado de uma mobilização mundial de estudantes em defesa dos jovens que têm o acesso às universidades negado no Irã, impedindo toda uma geração de prosseguir com seus estudos por causa de suas convicções sociais, políticas ou religiosas.

Lançada inicialmente na Universidade de Brasília (UnB) entre os dias 21 e 23 de novembro, a mobilização chama a atenção dos estudantes, funcionários e professores para a violação de direitos humanos pelo país muçulmano. “As pessoas são impedidas do direito de estudar porque defendem direitos de estudantes, das mulheres, ou porque são seguidores da Fé Bahá’í”, diz Lia Cruz, que atualmente está cursando o mestrado em Letras na UnB. Aproximadamente 5 mil pessoas tiveram assistiram aos vídeos e ouviram as explicações oferecidas pelos voluntários locais.

“O que está em jogo não é apenas uma questão fé. Tem a ver com valores”, disse Antônio Marques, que está no último ano de Filoso� a da UnB. Ele enfatizou a importância de aumentar a consciência da situação imposta pelo regime iraniano. “Estas violações não são exclusivamente de religião, elas envolvem política, economia lei e cultura”, justi� ca.

Na edição de 24 de novembro do Jornal da Noite (TV Band), apresentado por Boris Casoy, foi transmitida uma pauta apresentando a campanha em Brasília, incluindo trechos de uma entrevista com a jovem Hasti Khoshnammanesh – que deixou o Irã por causa das severas restrições impostas aos bahá’ís pelo governo. Destaque também foi dado à condenação por parte da ONU ao Irã devido ao seu histórico de violações de direitos humanos. “A religião bahá’í está sendo perseguida violentamente pelo governo teocrático do Irã, e o governo brasileiro, cheio de dedos com os aiatolás, assiste a tudo silenciosamente”, declarou Casoy, classi� cando a abstenção brasileira na votação que aprovou a condenação como “uma vergonha”.

Direito à educação em pauta na Bahia e no Distrito FederalEstudantes de diferentes convicções sociais, políticas e religiosas em defesa de jovens iranianos

Ato de serviço em prol do direito à educação

Na UFRB, o manifesto ocorreu por iniciativa do alunos da disciplina optativa “Humanização e Ética em Liderança”, do bacharelado interdisciplinar em Saúde. O Dr. Feizi Milani, professor responsável pela disciplina, disse que passou aos alunos as informações sobre a situação no Irã, o que motivou os estudantes a organizar o evento. “Eles se mobilizaram para realizar uma prática da disciplina a que chamamos de ‘ato de serviço’ - uma ação social em prol da melhora do mundo”, conta o Professor Milani.

“Fiquei chocada com a realidade a qual esses indivíduos são expostos”, confessa a estudante Letícia Santos. “Após a exposição de vídeos e conversa em sala de aula, eu e meus colegas decidimos realizar a campanha em favor dos jovens que são impossibilitados de exercerem seus direitos enquanto cidadãos”, explica ela, que também é professora de Artes, Geogra� a e Educação Física em escolas públicas da região.

Funcionários, professores e estudantes tiveram a oportunidade de assistir a vídeos e apresentações, além de ter acesso a uma exposição de painéis que retratam as violações de direitos humanos contra os bahá’ís no Irã – a maior e mais perseguida minoria religiosa daquele país.

O Professor Milani comenta que a questão vai além das crenças religiosas dos estudantes discriminados. “Quem conversava com as pessoas, explicando a situação e convidando para participar da mobilização, eram os próprios estudantes da UFRB, nenhum dos quais é bahá’í. Entre os transeuntes, a grande maioria também nunca havia ouvido falar da Fé Bahá’í”, destacou ele. “Ainda assim, a adesão foi bastante expressiva porque a educação é direito de qualquer ser humano”, comemora ele.

Aludindo ao fato de o Irã estar entre os 192 Estados-Membros da ONU, mas não cumprir com os compromissos assumidos diante da comunidade internacional, a jovem Letícia questiona: “O Irã mesmo assinou a Declaração de Direitos Humanos, mas por que não os põe em prática?”

Mobilizando o Brasil

Desde novembro de 2011, mais de 850 pessoas assinaram uma petição eletrônica destinadas a representantes do governo brasileiro e das Nações Unidas, disponibilizada na página da campanha na Internet. O documento solicita que as autoridades tomem ações para reverter a situação dos jovens iranianos banidos da educação superior.

“Os bahá’ís iranianos possuem um conhecimento diferenciado que pode fazer todas diferença na sociedade”, acredita Letícia. “Vamos continuar a nossa campanha porque acreditamos muito que podemos mobilizar outros na defesa de uma realidade que não é a nossa, mas que precisa ser mudada urgentemente”, a� rma.

A expectativa é que, em 2012, a iniciativa seja realizada em outras 13 cidades brasileiras: Goiânia (GO), Uberlândia (MG), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Petrópolis (RJ), Vitória (ES), Dourados (MS), Tangará da Serra (MT), Curitiba (PR), Americana (SP), São Carlos (SP), Santo André (SP) e São Paulo capital.

Se você também tem interesse em levar a campanha para a sua universidade, escreva para [email protected]. Mais informações: www.can-you-solve-this.org/br

Hasti saiu do Irã devido as perseguições

Jovens enviam cartas da UFRB pedindo ações às autoridades brasileiras para defender direito à educação no Irã.

Centro Mundial Bahá’í, em Israel.

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Plano de Cinco Anos

Espírito de conjunto é essencial para o avanço no desenvolvimento das obrasConstrução de Casa de Adoração no Chile alcança importante marco

voluntário em desempenhar o papel de liderança, incumbe ao Desk de Peregrinação indicar uma pessoa. Ademais, o grupo precisa providenciar também um tradutor de inglês (que pode ser tanto um voluntário bahá’í ou alguém contratado) que o acompanhará durante a peregrinação.

Realizando sonhos

Em julho de 2010, a Assembleia Nacional do Brasil foi convidada pela Casa Universal de Justiça a identi� car e ajudar grupos de bahá’ís cuja perspectiva de fazer peregrinação à Terra Santa fosse algo fora de seu alcance devido a barreiras linguísticas ou falta de experiência com viagens internacionais. Os dois primeiros grupos brasileiros de peregrinação organizados pelo Desk Nacional de Peregrinação realizaram o sonho de conhecer os lugares sagrados bahá’ís em julho de 2011 e janeiro de 2010.

“A peregrinação foi algo indescritível”, conta Gláucia da Silva Brito, de Curitiba/PR, que participou do grupo de peregrinos entre 16 e 24 de janeiro. “Senti uma conexão com a realidade espiritual da Fé Bahá’í, além de fazer uma conexão comigo mesma”, descreve ela.

O Centro Mundial Bahá’í possui uma riqueza de lugares que guardam relação íntima com a Revelação de Bahá’u’lláh e a comunidade de Seus seguidores. Entre os mais destacados � guram

os Santuários que guardam os restos mortais do Fundador da Fé, Seu Precursor e o Centro de Seu Convênio. As residências ocupadas pela Sagrada Família durante várias épocas de Seu exílio, os sepulcros de Seus mais distinguidos membros e os lugares associados com os acontecimentos que forjaram o desenvolvimento da Causa, tomados em seu conjunto, oferecem ao visitante a oportunidade de desfrutar de uma experiência espiritual sem igual na história religiosa.

A este legado precioso se soma o panorama maravilhoso de edifícios e jardins, incrustados ao longo dos declives do Monte Carmelo, que compõe o coração administrativo do mundo bahá’í.

‘Abdu’l-Bahá explica que os locais sagrados são centros de efusão da graça Divina, já que ao entrar nos luminosos lugares relacionados

SANTIAGO, Chile, 24 de fevereiro de 2012, (BWNS) – Um marco signi� cativo foi alcançado no processo de construção da Casa de Adoração Bahá’í da América do Sul com a assinatura de contratos essenciais à empreitada.

O desenho inovador do Templo consiste em nove elementos translúcidos que se erguem do chão – dando a impressão de estar � utuando sobre um espelho d’água – e se encontram numa claraboia central, 30 metros acima.

A estrutura da construção sustentará 500 toneladas de revestimentos interiores e exteriores. A superfície externa consistirá em 3.000 metros quadrados de painéis fabricados com um método inteiramente novo de fusão de vidro. 2.000 metros quadrados de mármore translúcido, roboticamente cortados e esculpidos, criarão uma cobertura que permite a iluminação do interior.

Após 10 meses de propostas e negociações, o contrato para a superestrutura e os revestimentos foi � rmado em 16 de fevereiro com a Gartner Steel and Glass GmbH. Sediada na Alemanha, a empresa é conhecida pelo desenvolvimento e construção de estruturas tridimensionais complexas.

“Chegamos a um momento maravilhoso,” disse Siamak Hariri, representante da empresa canadense Hariri Pontarini Arquitetos. “É a culminância de oito anos de pesquisa, design, desenvolvimento, engenharia, preparação do dossiê completo de propostas tanto em espanhol como em inglês, invenção e fusão do vidro – tudo isso, juntamente com o empreendimento

de encontrar e adquirir o maravilhoso terreno e preparar as necessárias licenças.”

“Tivemos que provar a nós próprios e aos fabricantes que a construção desse edifício era não somente realizável, mas que o era sob restrições muito complexas de design, limitações orçamentárias e severas condições sísmicas”, disse o Sr. Hariri.

“Este é realmente um marco signi� cativo”, disse o gerente de projetos, Saeid Samadi. “Signi� ca que agora temos cronogramas dos empreiteiros, por meio dos quais podemos avaliar o progresso do trabalho e a estimativa para as datas da conclusão.”

As escavações e a terraplenagem para os alicerces e a praça da Casa de Adoração começaram em novembro de 2010. Logo ao � nal desse estágio, em 9 de fevereiro de 2012, começaram a ser feitas as fundações, o túnel de acesso e a estrutura do pavimento principal e do mezanino.

“Há dois aspectos muito delicados relacionados a esta próxima etapa”, disse o Sr. Samadi. “Em primeiro lugar, ao terminarmos as colunas do porão, serão instalados dez isoladores para a base, fabricados na região da Baía de San Francisco, que isolarão o edifício em si das fundações em caso de atividade sísmica.”

“Em segundo lugar, durante a execução do trabalho de concretagem, as peças de aço, produzidas pelos fabricantes da superestrutura, serão encaixadas no concreto. Isso requer precisão absoluta, pois toda a superestrutura será assentada sobre elas.”

Uma das etapas que já está completada é a construção de toda a infraestrutura essencial para a equipe de construção e trabalhadores. Em breve serão iniciados os projetos, como a criação da infraestrutura do templo e o paisagismo – incluindo espelhos d’água, caminhos, degraus, grades e portões. O planejamento inclui ainda uma via de acesso alternativo de 1,1km, uma praça de acesso e o respectivo portão.

“Há uma relação maravilhosa entre nossos engenheiros, arquitetos, administradores, consultores jurídicos – todos trabalhando em conjunto”, disse Siamak Hariri.

Saeid Samadi concorda. “O que faz esse projeto seguir adiante é a amorosa dedicação dos muitos indivíduos que trabalham nele. Procuramos transmitir este espírito a todos os que trabalham nesta estrutura extraordinária.”

Notícias Internacionais

com a memória dos mártires e almas santas e ao reverenciá-los, tanto física como espiritualmente, nosso coração se comove enormemente.

“Após a peregrinação, � quei extasiada por um sentimento de gratidão pela existência e percebendo o compromisso real de melhorar o mundo, começando pelo minha própria cidade”, relata Gláucia.

Próximos grupos

Três grupos já estão con� rmados para realizarem peregrinação nos seguintes períodos: 7 a 15 de maio; 21 a 30 de maio; e 15 a 24 de julho, respectivamente liderados por Mônica Ardjomand, Rosana Goulart e Gabriel Marques.

Pessoas de todos os estados brasileiros podem se inscrever para participar dos grupos organizados pelo Desk Nacional de Peregrinação para os próximos anos, desde que sejam bahá’ís registrados, com plenos direitos administrativos, e que não tenham realizado peregrinação nos últimos cinco anos.

Para esse ano de 2012, os interessados em realizar peregrinação podem têm duas possíveis opções de datas: de 25 de novembro a 4 de dezembro ou de 10 a 18 de dezembro. Para mais informações entre em contato pelo endereço: [email protected]

Perspectiva: Templo da América do Sul a noite

Grupo brasileiro de peregrinos - janeiro de 2012.

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‘Abdu´l-Bahá

Celebrações em 2012 relembram a in� uência do Mestre sobre a comunidade bahá’í mundial

Em 2012, sete milhões de bahá’ís espalhados por 188 países e territórios do mundo celebram o centenário das históricas viagens ‘Abdu’l-Bahá ao Ocidente, relembrando suas perspectivas sobre o mundo atual e analisando as transformações observadas desde o século passado. Trata-se de uma oportunidade de promover a re� exão acerca das qualidades manifestadas por esta importante � gura da Fé Bahá’í, considerado o “exemplo perfeito” a ser mirado por todos os seguidores de Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í.

Nascido na Antiga Pérsia (atual Irã) em 23 de maio de 1844, ‘Abdu’l-Bahá era o � lho mais velho de Bahá’u’lláh. Na maturidade, ‘Abdu’l-Bahá se tornou o companheiro mais querido de Seu Pai e emergiu como Seu representante, escudo e embaixador no trato com os líderes políticos e religiosos da época. A extraordinária liderança, conhecimento e servitude que ‘Abdu’l-Bahá demonstrou trouxeram enorme prestígio à comunidade bahá’í exilada. Por seu exemplo pessoal e pelo amor com que se dedicava à humanidade, ‘Abdu’l-Bahá era reverenciado como “Mestre”, denominação utilizada até hoje pelos bahá’ís. Após o passamento de Seu Pai, em 1892, recebeu a missão de ser Seu sucessor e intérprete de Seus ensinamentos, conforme designado por Bahá’u’lláh em testamento, sendo aclamado pelos bahá’ís como o Centro do Convênio1.

Entre 1910 e 1913, o Ocidente foi testemunha de sua devoção à humanidade. Após 40 anos de prisões e exílios, aos 66 anos de idade, ‘Abdu’l-Bahá iniciou suas viagens pela Europa e outras regiões, passando pela Inglaterra, França, Alemanha, Áustria, Hungria, Egito, Estados Unidos e Canadá. Numa época de inúmeros con� itos e divisões, ele discursava para multidões sobre temas como a unidade entre os povos do oriente e do ocidente; a igualidade e a justiça social; os perigos do ódio e das disputas geradas pelo preconceitos religiosos; entre tantos outros.

“Quando surgir um pensamento de guerra, fazei-lhe oposição com um pensamento mais forte de paz. Um pensamento de ódio deve ser destruído por um mais poderoso pensamento de amor. Pensamentos de guerra trazem destruição da harmonia, do bem-estar, da tranquilidade e do contentamento”, orientou o Mestre ao público reunido na Avenida Camões 4 da cidade de Paris, em 21 de outubro de 1911.

Con� ra abaixo a mensagem encaminhada pela Casa Universal de Justiça aos bahá’ís do mundo, em 2010, marcando o centenário das viagens:

*****Tradução:

“Amigos ternamente amados,A partida de ‘Abdu’l-Bahá de Haifa para

Port Said, há cem anos, marcou a abertura de um glorioso novo capítulo nos anais da Fé. Ele não estaria de volta à Terra Santa antes de três anos. Referindo-se a esse momento histórico, o Guardião escreveria mais tarde: “O estabelecimento da Fé de Bahá’u’lláh no Hemisfério Ocidental - a realização mais notável que para sempre há de ser associada com o ministério de ‘Abdu’l-Bahá - ... pusera em movimento forças tão tremendas, produzindo resultados de tão grande alcance, que era justi� cável a participação ativa, pessoal, do próprio Centro do Convênio”. Com o início das viagens de ‘Abdu’l-Bahá para o Ocidente, a Causa de Bahá’u’lláh, con� nada por mais de meio século pelos líderes da animosidade e opressão, rompeu as suas barreiras. Pela primeira vez desde o seu princípio, o reconhecido Líder da Fé usufruiu de uma liberdade de ação para desempenhar livremente Sua missão divinamente preordenada.

Se considerássemos qualquer capacidade mundana, ‘Abdu’l-Bahá pareceria despreparado para cumprir a tarefa à Sua frente. Ele tinha sessenta e seis anos, exilado desde a infância, sem instrução formal, prisioneiro por quarenta anos, com a saúde comprometida e sem conhecimento dos costumes e das línguas da cultura ocidental. Ainda assim Ele Se levantou, sem pensar em conforto, sem medo dos riscos envolvidos e totalmente con� ante na assistência divina, para defender a Causa de Deus. Ele interagiu com diversos povos em nove países

de três continentes. O alcance e a intensidade de Seus esforços incansáveis eram tais que “encheu de admiração e espanto Seus seguidores no Oriente e no Ocidente” e “veio a exercer uma in� uência imperecível” sobre o curso da futura história da Fé.

Durante os próximos anos, bahá’ís de todo o mundo se recordarão com alegria dos muitos episódios associados à jornada histórica de ‘Abdu’l-Bahá. Mas este aniversário é mais do que um momento de comemoração. As palavras proferidas por ‘Abdu’l-Bahá durante Suas viagens, e as obras que Ele empreendeu com total sabedoria e amor, oferecem abundância de inspiração e múltiplas percepções as quais o corpo dos crentes pode hoje emular – seja em seus esforços para envolver almas receptivas, promover capacidade para o serviço, construir comunidades locais, fortalecer instituições, ou explorar emergentes oportunidades para se engajar em ações sociais e contribuir para os discursos com a sociedade. Devemos, portanto, re� etir não apenas sobre o que o Mestre alcançou e colocou em marcha, mas também no trabalho que resta a fazer - ao qual Ele nos chamou. Nas “Epístolas do Plano Divino”, Ele expressou Seu desejo mais íntimo:

“Ó se eu pudesse viajar, ainda que a pé e na máxima pobreza, a essas regiões e, erguendo o chamado de “Yá Bahá’u’l-Abhá” em cidades, lugarejos, montanhas, desertos e oceanos, promover os ensinamentos divinos! Isso, infelizmente, eu não posso fazer. Quão intensamente eu o deploro! Apraza a Deus que vós o possais fazer.”

Quase um século se passou desde que essas palavras foram registradas. Estágio após estágio do Plano Divino foi executado com sucesso. A Fé foi estabelecida em todos os cantos do mundo. Estamos presentes naqueles lugares que ‘Abdu’l-Bahá ansiava visitar. Indivíduos, comunidades e instituições estão agora dotados com a capacidade necessária para ações sistemáticas, auto-sustentadas e coerentes. Que durante este precioso período de recordação, todos os Seus amantes leais se levantem e ajam em Seu Nome. Que ofereçam sua parte, não importa quão humilde, ao progresso do Plano que Ele delineou – aquele legado inestimável e eterno.”

[assina: A Casa Universal de Justiça]

Fundos Bahá’ís

Centenário das viagens de ‘Abdu’l-Bahá ao Ocidente

1 A questão da sucessão religiosa tem sido crucial para todas as fés. O fracasso em resolver essa questão tem levado, inevitavelmente, à discórdia e divisão. A ambiguidade sobre os verdadeiros sucessores de Jesus e Maomé, por exemplo, levou a interpretações divergentes das sagradas escrituras e profunda dissensão tanto dentro da Cristandade quanto do Islã. Bahá’u’lláh, porém, evitou o cisma e estabeleceu um alicerce inexpugnável para Sua Fé mediante o que estipulou em Sua última vontade e testamento, documento intitulado “O Livro de Meu Convênio”. Escreveu Ele: “Quando o oceano de Minha presença tiver re� uído, e o Livro de Minha Revelação se achar completo, volvei vossas faces Àquele Eleito por Deus, Aquele que brotou desta Raiz Antiga. Este sagrado versículo a nen-huma pessoa se refere, senão ao Mais Poderoso Ramo [‘Abdu’l-Bahá].”

Abdu’l-Bahá (1844 -1921) em Paris.

Tesouraria Nacional: em busca da autosu� ciênciaRecursos � nanceiros são vitais para a manutenção das atividades bahá’ís no país

A partir do lançamento, no Ridván de 2011, de um novo Plano de Cinco Anos, os bahá’ís de todo o Brasil têm renovado seus esforços e dedicação para atender os seus objetivos e alcançar suas desa� adoras metas.

A necessidade atual de maiores recursos para o Fundo Nacional surge das exigências de responder rapidamente ao crescente nível de

atividades por todo o país em mais de uma centena de agrupamentos prioritários. Ajuda � nanceira precisa ser provida às agências e instituições da Fé onde não existem os recursos necessários para efetivamente promover o processo de crescimento entre populações (especialmente de pré-jovens) que demonstram agora uma receptividade há muito tempo aguardada.

Ainda que tenha havido certo aumento no valor total recebido pelo Fundo Nacional e os seus ramos regionais, continuamos dependentes da ajuda do Centro Mundial para as diversas oportunidades para a Causa existentes em nosso país. O principal objetivo da Tesouraria Nacional para os próximos anos é reduzir gradativamente a dependência dessa ajuda, até o ponto em que alcancemos a autossu� ciência.

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BAHÁ’Í BRASIL

Direito de Deus promove a unidade do gênero humanoRe� exão sobre o Huqúqu’lláh, uma lei de consciência individual

Fundos Bahá’í

‘Huqúq é a forma plural de ‘Háq’, que signi� ca direito e ‘Alláh’ quer dizer Deus. A combinação das duas palavras árabes resulta em “Di-reito de Deus”, uma das lei espirituais estabelecidas por Bahá’u’lláh, fun-dador da Fé Bahá’í, no Kitáb-i-Aqdas (revelado em 1873), e que ajuda no desenvolvimento espiritual do ser humano. Por Sua determinação, os bahá’ís do Irã somente tiveram per-missão de obedecer esta importan-te lei a partir de 1978, e apenas em 1992 – após 114 anos – a lei foi esta-belecida universalmente a todos os bahá’ís do mundo.

“O que podemos veri� car é que as leis da Fé Bahá’í observam uma certa progressividade. Bahá’u’lláh ensinou o conceito da Revelação Divina Progressiva , e suas leis tam-bém são estabelecidas de acordo com a capacidade da humanidade de compreendê-las”, destaca a Dra. Manijeh Kiana, membro do Corpo de Fiduciários do Huqúqu’lláh no Brasil

e autora do curso “O Direito de Deus”. “Mais do que qualquer outra lei, o Huqúqu’lláh promove a unidade entre os povos – o ensinamento principal da Fé Bahá’í”.

O cumprimento da Lei do Huqúqu’lláh, ordenada pela pri-meira vez pelo Báb, Precursor de Bahá’u’lláh, consiste no paga-mento por parte dos bahá’ís de uma oferenda material a Deus correspondente a uma parcela de 19% daquilo que excede os gastos com as necessidades básicas. Isso signi� ca que a con-tribuição depende da disposição de renda e do grau de cons-ciência de cada indivíduo. “Antes de ingressar na Instituição do Huqúqu’lláh, eu pensava que só ricos poderiam cumprir essa lei, já que sempre sobraria dinheiro”, confessa Manijeh. “Quando fui realmente conhecer o real signi� cado desta lei, descobri que não tem nada a ver com pagamento. O segredo do Huqúqu’lláh é saber identi� car quais são as despesas necessárias e quais são supér� uas”, revela.

A Casa Universal de Justiça a� rma que o cumprimento des-sa lei espiritual promove o desenvolvimento da relação de amor e obediência que incide na união do crente ao seu Criador. “Dizei: Ó povo, o primeiro dever é o de reconhecer o Deus Uno e Verdadeiro – magnifi cada seja a Sua glória; o segundo, é o de manifestar cons-tância em Sua Causa, e, depois destes, o dever de uma pessoa é de puri� car as próprias riquezas e posses terrenas, de acordo com o que é prescrito por Deus”, declara Bahá’u’lláh.

A lei do Huqúqu’lláh possui três características fundamen-tais, conforme explica a Dra. Manijeh. “É um ato de consciência particular na medida em que ninguém pode ajudar o outro, tam-pouco obrigar alguém a cumprir esse mandamento; promove o bem comum porque ajuda para eliminar a pobreza no mundo e, por � m, estreita o elo do ser humano e o Criador, uma vez que o coloca como co-responsável pelo bem-estar da humanidade”, diz ela. Bahá’u’lláh a� rma que o pagamento do Direito de Deus é conducente à prosperidade, à bênção, à honra e à proteção divina.

“O cumprimento da Lei é de� nido como uma responsabi-lidade direta de cada crente, não sendo passível de sanções ou imposições de parte das instituições deste mundo”, diz o Sr. Rolf

Von Czekus, que também é membro do Corpo de Fiduciários. “Contudo, a aceitação do Huqúqu’lláh depende do espírito de alegria, companheirismo e contentamento que manifestarão as almas retas que cumprirem com esta injunção”, complementa ele.

Essa lei também auxilia na compreensão dos valores que ditam a sociedade atual – essencial-mente materialista – e atua como um meio de se atingir o equilíbrio entre a matéria e o espírito, dois elementos que devem conviver e se auxiliar mutuamente. Normalmente, esses dois aspectos da vida se apresentam como con� itantes e pre-judicam o desenvolvimento da civilização. Atual-mente, o propósito da vida do ser humano está relacionado à aquisição insaciável de bens mate-riais, apenas para satisfazer os prazeres do próprio ego. Ao ultrapassar os limites da moderação, o consumismo contribui para o colapso da ordem social e revela o equívoco conceitual da natureza humana. Portanto, a consciência da importância do Huqúqu’lláh é um dos meios para a diminuição dos extremos de riqueza e de pobreza, promoven-do uma redistribuição de renda entre os povos.

Todas as leis divinas libertam os homens dos prazeres mundanos, da vida material e o condu-zem ao progresso e realização espiritual para que, nas palavras de Bahá’u’lláh, “na hora de sua morte, possam ascender ao trono do Altíssimo no grau máximo de pureza e santidade e com despren-dimento absoluto”. A quantia reservada para o Huqúqu’lláh deve ser mantida sob a custódia de indivíduos de con� ança e encaminhada ao Cor-po de Fiduciários. Sob as diretrizes da Casa Uni-versal de Justiça, a verba é aplicada em projetos socioeconômicos mundiais que contribuem para a construção do alicerce da Nova Ordem Mundial de Bahá’u’lláh.

Como nos anos anteriores, a diferença entre os gastos e recebimentos do Fundo Nacional é coberta com ajuda recebida do Centro Mundial ou com a venda de ativos da Assembleia Nacional. Este dé� cit tornou-se maior no � nal do ano de 2011 devido aos encargos trabalhistas daquele período.

Veja no grá� co acima.

Fundo Internacional (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 10248-2)Fundo Continental (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 1220-3)Fundo Templo do Chile (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 9229-0)Fundo Dotações (B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c 16709-6)

A Tesouraria Nacional solicita aos amigos que sempre informem qualquer doação pelo email [email protected] (de preferência anexando cópia do depósito) ou pelo fax (61) 3364-3470 para que possa ser localizada a origem do depósito e emitido o respectivo recibo.

Fundo Nacional

Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

Os recursos repassados pelos Fundos Internacionais tem auxiliado a diminuir o dé� cit entre contribuições e despesas totais. Porém, para chegar a um verdadeiro equilíbrio das contas e evitar endividamentos, alguns ativos disponíveis (como propriedades urbanas e rurais, que tinham uma destinação de� nida) tiveram que ser vendidos. Como não há uma fonte inesgotável de tais ativos, é preciso promover o quanto antes o equilíbrio entre receita e despesas.

Estamos confiantes de que os amigos no Brasil continuarão a perseverar em seus esforços por todos os caminhos disponíveis para a promoção da Fé e seus inte-resses. Para que tal esforço perma-neça inalterado, necessitamos to-dos manter uma resposta sacrifical em nossas contribuições aos Fun-dos de modo que a marcha avante da Fé não sofra atraso em virtude de uma eventual indisponibilidade de recursos.

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Nº 33 - Março /2012

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do BrasilCaixa Postal 7035 – CEP 71635-971 – Brasília-DF

IMPRESSO

Fundos Bahá’ís

Quer trocar experiências sobre o ser-viço como O� cial de Literatura Bahá’í? Acesse www.facebook.com/groups/literaturabahai

Projeto incentiva a leitura de livros bahá’ísSistema conta com o patrocínio do Centro Mundial Bahá’í e auxílio de colaboradores no mundo inteiro

No ano de 1998, o Centro Internacional de Ensino lançou o Programa de Literatura Básica da Fé Bahá’í, cujo objetivo é criar um sistema e� ciente de distribuição da literatura religiosa. A partir daí, um número maior de pessoas passaram a ter acesso aos materiais educativos sobre a Fé. A iniciativa tem o patrocínio do Centro Mundial Bahá’í, o que gera uma redução considerável no custo dos livros. Apesar da ampliação do acesso aos livros desde então, ainda há no Brasil outro desa� o a ser superado: estimular as pessoas quanto à importância do hábito da leitura no país.

Segundo a pesquisa Retratos da Leitura, realizada em 2007 pelo Instituto Pró-Livro, 95,6 milhões de brasileiros (55% da população) declararam ter lido pelo menos um livro nos últimos três meses. Entretanto, os dados mostram que apenas um terço deles leem frequentemente. Em 2009, a Unesco1 desenvolveu um estudo sobre o hábito da leitura em 52 países e apontou que o Brasil tem um dos piores índices de leitura, ocupando a 47ª posição neste quesito.

Com o objetivo de ajudar a mudar esse quadro, a Editora Bahá’í do Brasil estabeleceu, em 2007, uma rede de colaboradores cuja função é fomentar na comunidade o interesse pela literatura bahá’í. Uma das ferramentas adotadas foi a criação da coleção “Literatura Básica”, composta pelos principais títulos2 relacionados com os temas da Fé. Os membros dessa rede são conhecidos como “O� ciais de Literatura Bahá’í”, tendo sido nomeados após consulta, entre a Editora, os Comitês de Ensino de Área3 e os Membros do Corpo Auxiliar .

Atualmente, 26 pessoas compõem este grupo de o� ciais, sob a coordenação de Ana Maria Vieira, da comunidade de Parnamirim (RN). Estabelecida em setembro de 2011, a nova coordenação visa fornecer suporte aos o� ciais de modo a expandir o número de o� ciais em agrupamentos prioritários, conforme orientação

da Assembleia Espiritual Nacional. A meta é alcançar a marca de 53 O� ciais de Literatura Bahá’í em todo o território brasileiro.

“Estamos em processo de nomeação em outros agrupamentos”, informa Ana Maria, “e logo o grupo � cará ainda mais diversi� cado, tornando mais dinâmica a interatividade de seus componentes. “Devemos lembrar em todos os momentos que os livros da coleção Literatura Básica estão intimamente relacionados aos ensinamentos e princípios fundamentais da Causa, às atividades centrais e à vida comunitária e individual”, observa ela.

Embora os o� ciais sejam geralmente nomeados, existe também a possibilidade de encaminhar oferecimentos para esta arena de serviço, que serão avaliados pela Editora. “Entendemos que nestes casos já existe o principal para uma boa atuação, que é a motivação de desempenhar tal função”, explica Ana Maria. “Os o� ciais são disseminadores da literatura bahá’í, e sua principal atividade é gerar ações educativas relacionadas ao hábito da leitura”, esclarece.

De acordo com um levantamento da Editora, foram adquiridos no Brasil 1.556 livros da Coleção Literatura Básica Bahá’í 2011. Destes, 500 exemplares foram vendidos por meio dos O� ciais de Literatura, correspondendo a 32,1% das vendas. “Os livros da coleção são vendidos por um valor reduzido, já que não visamos o lucro”, conta Ana Maria. “São livros que provavelmente as pessoas não teriam comprado se não fosse por intermédio dos o� ciais e pelo baixo custo”.

A Editora Bahá’í do Brasil oferece aos o� ciais um estoque mínimo de livros da literatura básica, em consignação. Assim que é feita a nomeação, todos são orientados a como ter um sistema e� caz de armazenamento dos livros, como controlar o estoque, as vendas, os pagamentos, o marketing, entre outros. Uma vez por semana,

os fomentadores de leitura recebem orientações, documentos de apoio e incentivos para desempenharem suas funções com e� ciência.

1 Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.2 A coleção é composta pelos livros Que Brilhe o Sol, O Novo Jardim, Bahá’u’lláh e a Nova Era, A dispensação de Bahá’u’lláh, As Palavras Ocultas, Orações Bahá’ís (Edição de bolso), A Alma Humana, Ladrão da Noite e o kit de quatro livros sobre o padrão de vida bahá’í” que não podem ser vendidos separadamente: Uma Onda de Ternura, Uma Vida Casta e Santa, Educação Bahá’í (compilação), Viver a Vida. 3 Instituições regionais que organizam as atividades de divulgação da Fé Bahá’í.

Sobre o curso “O Direito de Deus”

O Corpo Internacional dos Fiduciários do Huqúqu’lláh é responsável pela nomeação dos Vi-ce-Fiduciários espalhados pelo mundo, cuja função é promover a educação e conscientização dos de-votos acerca do mandamento de Bahá’u’lláh. Seu objetivo é esclarecer o verdadeiro propósito dessa lei espiritual, reativando o sagrado conceito de de-ver e obrigação religiosa e evitando a negligência.

Em 1992, a jovem médica Manijeh Kiana foi nomeada pela primeira vez para integrar o Cor-po de Fiduciários do Huqúqu’lláh no Brasil, do qual é membro até hoje. “Recebi a convocação de que seria responsável pela educação sobre o Huqúqu’lláh para os Estados do Distrito Federal, Tocantins e Goiás. Durante dias, semanas e me-

ses, eu me senti tão pequena para uma tarefa tão grandiosa”, conta ela.

Após muitas orações, Manijeh decidiu ela-borar um curso baseado nas palestras dos mem-bros da Casa Universal de Justiça, do Centro Inter-nacional de Ensino, além das Escrituras Sagradas bahá’ís e de outras religiões que abordam o tema. “Comecei a dividir por assuntos especí� cos duran-te anos até que percebi que nunca teria tempo de � nalizar”, conta Manijeh, que reservou a sua licen-ça de três meses do trabalho especialmente para organizar os capítulos do livro “O Direito de Deus”, com citações e exercícios.

O lançamento do material aconteceu em abril de 2002. Assim que recebeu cópia do curso, o Dr. Varqá – Mão da Causa de Deus e Fiduciário do

Huqúqu’lláh – solicitou sua tradução para vários idiomas, e as versões são utilizadas pelo Centro Mundial Bahá’í até hoje. “A lei do Huqúqu’lláh é o único meio capaz de mudar a base dos sistemas econômicos atuais, substituindo-os por uma eco-nomia divinamente ordenada e baseada no amor, na compaixão e no sacrifício”, a� rmou o Dr. Varqá. “Esse livro trouxe alegria ao meu coração e minha alma”, escreveu ele em sua carta de agradecimen-to à Dra. Manijeh.

No Brasil, o Corpo de Fiduciários foi formado em 1998 e hoje é composto por Bianca Pedemon-te, Cybele Shayani, Manijeh Kiana, Marcos Fadel e Rolf Von Czékus.

Para entrar em contato, basta escrever para o endereço eletrônico [email protected].

Editora Bahá’í

Para saber quem é o O� cial de Literatura Bahá’í em sua região, escreva para [email protected]

Funções do O� cial de Literatura Bahá’í

• Facilitar o acesso aos livros bahá’ís da literatura básica na comunidade local.

• Expor para venda os livros nos eventos do agrupamento, tais como: reuniões de re� e-xão, celebração dos dias das sagrados bahá’ís, conferências, capacitações do Instituto Ruhí, entre outros.

• Verifi car com os facilitadores dos gru-pos de estudo do Instituto Ruhí qual a melhor data para fazer uma visita a � m de oferecer os livros da literatura básica.

• Estimular o hábito da leitura, principal-mente para promover o aprofundamento na história da Fé. O O� cial deve ter por objetivo montar a sua própria biblioteca bahá’í pessoal.

• Apresentar às Instituições do Agrupa-mento as atividades desenvolvidas em decor-rência da nomeação pela Editora Bahá’í do Brasil.

A Editora Bahá’í do Brasil oferece aos o� ciais um estoque mínimo de livros da litera-tura básica, em consignação, contando com o aval da Assembleia Nacional. Assim que é feita a nomeação, todos são orientados a como ter um sistema e� caz de armazenamento dos li-vros, como controlar o estoque, as vendas, os pagamentos, o marketing, entre outros.

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