bahá'í brasil 37

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número 37 | junho de 2014 www.bahai.org.br / [email protected] Agrupamentos definidos para alcançar o estágio de desenvolvimento estabelecido no Plano de Cinco Anos p. 6 Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira 54ª Convenção Nacional consulta sobre os rumos da Ordem Administrativa para o ano 171 E.B. p. 8 e 9 Jovens colocam em prática o que aprenderam durante as Conferências de Juventude p. 10 e 11 Brasileiros pedem a libertação de lideranças bahá’ís presas no Irã Para marcar os seis nos de prisão dos ex-Yaran no Irã, a Comunidade Bahá’í do Brasil promoveu uma manifestação em frente ao Congresso Nacional que contou com a participação de parlamentares e lideranças religiosas. O objetivo principal do evento foi chamar a atenção do governo brasileiro para essa grande afronta aos direitos humanos. Os presentes fizeram uma corrente de oração em torno do banner produzido por Siron Franco em defesa da liberdade religiosa e puderam demonstrar sua indignação diante do caso. p. 7

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Jornal da Comunidade Bahá'í Brasileira

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Page 1: Bahá'í Brasil 37

número 37 | junho de 2014 www.bahai.org.br / [email protected]

Agrupamentos definidos para alcançar o estágio de desenvolvimento estabelecido no Plano de Cinco Anos

p. 6

Jornal da Comunidade Bahá’í Brasileira

54ª Convenção Nacional consulta sobre os rumos da Ordem Administrativa para o ano 171 E.B.

p. 8 e 9

Jovens colocam em prática o que aprenderam durante as Conferências de Juventude

p. 10 e 11

Brasileiros pedem a libertação de lideranças bahá’ís presas no Irã

Para marcar os seis nos de prisão dos ex-Yaran no Irã, a Comunidade Bahá’í do Brasil promoveu uma manifestação em frente ao Congresso Nacional que contou com a participação de parlamentares e lideranças religiosas. O objetivo principal do evento foi chamar a atenção do governo brasileiro para essa grande afronta aos direitos humanos. Os presentes fizeram uma corrente de oração em torno do banner produzido por Siron Franco em defesa da liberdade religiosa e puderam demonstrar sua indignação diante do caso.

p. 7

Page 2: Bahá'í Brasil 37

2 Nº 37 | junho de 2014 |

EXPEDIENTEAssessoria de Comunicação - Comunidade Bahá’íJornalista responsável: Fábio Lucas Vieira (Registro Profissional: 7956/DF) | Direção de Arte e Diagramação: Fábio Lucas Vieira | Revisão: Foad Shaikhzadeh Entidade Responsável: Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil - Caixa Postal: 7035 | CEP: 71635-971 - Brasília - DF | www.bahai.org.br | [email protected] | Tiragem: 2.500 exemplares

Editorial

Queridos(as) amigos(as), o ano 171 E.B. começou com mui-tas notícias positivas para a

Comunidade Bahá’í, entre elas o pre-sente oferecido pelo aiatolá Tehrani no Irã e o intenso diálogo inter-religioso que essa e outras ações têm gerado. Essas ações têm demonstrado o in-tenso caminhar das pessoas rumo à unidade humana.

No último mês de abril tivemos a 54ª Convenção Nacional, onde se consultou sobre os rumos da Comu-nidade Bahá’í Brasileira, com vistas, principalmente, ao cumprimento das metas do Plano de Cinco Anos.

Em carta à Casa Universal de Jus-tiça, os delegados participantes do evento agradeceram a oportunidade de cumprirem com sua responsabili-dade sagrada de contribuir na constru-ção da Ordem Administrativa Bahá’í. Em resposta, Casa Universal de Jus-tiça destaca três características do Brasil que estão relacionadas com o grande potencial para o crescimento da Fé: a diversidade da população, a capacidade do povo e a rica cultura.

Baseada na mensagem da Casa de Justiça, a Assembleia Nacional con-vida a comunidade brasileira a refletir sobre esses aspectos e, principalmen-te, quais elementos da cultura brasi-leira e da cultura de nossa cidade ou região expressam essa riqueza, para, com isso, podermos atuar intensa-mente em todos os âmbitos.

Esse ano também teremos as elei-ções nacionais, onde escolheremos quem vai governar o Brasil pelos pró-ximos quatro anos, além dos nossos representantes no Legislativo Federal e dos governos estaduais. Natural-mente, é um momento muito impor-tante para os brasileiros que não deve ser negligenciado.

A orientação da Casa Univer-sal de Justiça e, de fato, do próprio Bahá’u’lláh, é que não haja envol-vimento partidário da Comunidade Bahá’í e de seus membros. Isso por que o fato de haver partidos políticos já abala a unidade do gênero humano, criando pontos de oposição e diver-gência entre as pessoas. Exercemos o voto como ato de cidadania, mas

não compartilhamos com ninguém em quem votaremos e nem buscamos in-fluenciar ninguém em quem votar.

Outro fato importante que tem tra-zido frutos para a Comunidade bra-sileira é o intenso trabalho na área de Comunicação Social promovidos pelos órgãos baháis internacionais. Entre outras ações, recentemente a Casa Universal de Justiça lançou seu novo site, com o objetivo de aumentar

e qualificar a presença bahá’í na inter-net. Seguindo a mesma tendência a Comunidade Bahá’í do Brasil também está reformulando seus veículos de comunicação. Por isso, essa edição do Bahá’í Brasil apresenta seu novo projeto editorial, que traz os elemen-tos mais modernos de arte gráfica e dialoga melhor com seu público di-nâmico e interessado em divulgar as ações da Comunidade em todo país.

Convenção Nacional: o ambiente é preparado para os momentos de espiritualidade

As Leis e Princípios Bahá’ís, buscam sempre o estímulo ao desenvolvimento espiritual e

material da humanidade. O Princípio da Unidade, a coerência e a ligação entre os Mundos Espiritual e Material e o desenvolvimento do Mundo de Deus aqui na Terra, são pontos preco-nizados pela Fé Bahá’í em suas Escri-turas Sagradas.

Isto é especialmente verdadeiro na instituição do casamento, que foi chamada por Bahá’u’lláh de “fortaleza para o bem-estar”, e que é o alicerce da vida familiar. Nada é mais agradá-vel do que podermos visualizar a nós mesmos, ao entrarmos numa rela-ção, que ‘Abdu’l-Bahá descreve como sendo uma “atração mútua de men-te e coração”, como se estivéssemos iniciando “um laço que durará para sempre” e, possibilitando que nos tornemos “parceiros e companheiros amorosos” e “uma só entidade através do tempo e eternidade”.

A questão envolvida no processo do casamento não é: “É isso o que eu quero?” A questão é: “Será que desen-volvemos ou queremos desenvolver as qualidades de caráter que tornarão possível tal relação?”

O Casamento Bahá’í é um com-promisso recíproco das duas partes e uma ligação mútua de coração e men-te. Quando o povo de Bahá tenciona casar, a união deve ser uma relação verdadeira, uma aproximação espi-ritual bem como física, de modo que através de todas as fases da vida, e em todos os mundos de Deus, sua união perdurará porque essa verda-deira unidade é uma centelha do amor de Deus.

Do mesmo modo, quando as al-mas amadurecem ao ponto de se tor-nar verdadeiros crentes, haverão de alcançar uma relação espiritual entre si e hão de ficar exultantes com um sorvo do amor divino e essa união mú-tua também haverá de permanecer. Ou seja, as almas que se esquecem de si próprias, que se despem dos de-feitos da humanidade, e se libertam da escravidão humana serão iluminadas com os esplendores celestiais da uni-dade e atingirão a verdadeira união no mundo que não fenece.

A relação “vertical” existente entre cada indivíduo e Deus é a base neces-sária para a para as relações harmô-nicas e produtivas de cada indivíduo. Mas entre os seres humanos existem

diversas e importantes relações late-rais, dentre elas, o casamento, con-siderado como uma das mais impor-tantes, visto que a sociedade tem sua origem na Família.

Ultimamente a sociedade, que tan-to criticamos, não é mais que uma ex-pressão daquilo que acontece em seu próprio tecido. Não se pode ter uma sociedade sadia sem que as famílias tenham relações sadias.

Sob o ponto de vista bahá’í exis-tem dois parâmetros básicos na rela-ção estabelecida pelo casamento: a Igualdade e a Fidelidade. São eles os dois pilares básicos de todas as rela-ções humanas e são expressas nor-malmente pelos princípios da Justiça e do Amor. A Igualdade entre os côn-juges é a expressão da Justiça dentro do casamento e o princípio da Fideli-dade entre eles, já que o casamento Bahá’í é concebido como uma insti-tuição completamente simétrica entre dois seres maduros e competentes.

A Igualdade de Homem e Mulher é um princípio fundamental, pois implica em total reciprocidade dentro da rela-ção de casamento. Ao tomar decisões que não são puramente individuais e que se relacionam com o casal, como

entidade social, os parceiros são forte-mente encorajados a usar a consulta. No Casamento Bahá’í não existe a do-minância de um dos parceiros.

Na verdade, a consulta é a apli-cação prática da nossa relação indi-vidual com Deus aplicada à relação coletiva e especial do casamento. Na oração diária e individual buscamos a construção da Verdade de cada um, em um diálogo intenso com Deus. No casamento esta construção torna-se uma prece coletiva a dois, onde se busca construir este diálogo íntimo com Deus através da relação de um com o outro, o que permite o cresci-mento individual de cada cônjuge e o crescimento espiritual do casal.

A moralidade da Fé Bahá’í não é uma lógica de renúncia e proibição, mas sim um DEVER de Realização e Progressão.

O Casamento Bahá’í é a expres-são da Possibilidade e do Dever do Casal de se desenvolver cada vez mais, material e espiritualmente e, para isto, ele tem que tornar-se uma Fortaleza de onde ele possa irradiar Amor, Compreensão, Justiça e Igual-dade para toda a Família e para todos os Seres humanos.

O casamento bahá’íAprofundamento

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Nº 37 | junho de 2014| 3

Os bahá’ís não buscam poder político. Não aceitam cargos políticos em seus respectivos

governos, qualquer que seja o sistema estabelecido, embora aceitem posi-ções que julgarem de natureza pura-mente administrativa. Não se afiliam a partidos políticos, não se envolvem em questões partidárias, nem partici-pam de programas ligados a agendas divisionistas de quaisquer grupos ou facções. Ao mesmo tempo, os bahá’ís respeitam aqueles que, movidos por um desejo sincero de servir aos seus países, decidem dedicar-se a aspira-ções políticas ou se engajam em ati-vidade política. A abordagem adotada pela comunidade bahá’í de não envol-vimento em tal atividade não tem por

Voto consciente:a postura bahá’í em ano eleitoral

Sadat Vieira e amigos estudam o Livro 8 em Recife

Em seus ensinamentos Bahá’u’lláh defende a reforma política, econômica e social. Por isso, a Comunidade Bahá’í busca demonstrar a possibilidade de uma nova cultura política de unidade e envolvimento nos assuntos comunitários, que não contempla campanhas individuais e conluios. Os bahá’ís são estimulados a votar nas eleições nacionais com senso de responsabilidade, considerando o máximo de informações que possuem sobre os candidatos e suas qualidades para contribuir para a transformação da sociedade, e evitando o envolvimento em campanhas, sejam elas realizadas a favor ou contrariamente aos candidatos existentes, nas redes sociais ou em qualquer outro meio.

objetivo ser uma declaração que ex-presse alguma objeção fundamental à política em seu verdadeiro sentido; na verdade, a humanidade se organi-za através de atividades políticas. Os bahá’ís votam nas eleições civis, des-de que ao fazê-lo não tenham que se identificar com qualquer partido polí-tico. Em relação a isso, eles veem o governo como um sistema para a ma-nutenção do bem-estar e o progresso ordenado de uma sociedade e todos, sem distinção, se comprometem a ob-servar as leis do país em que vivem, sem permitir que suas crenças reli-giosas pessoais sejam violadas. Os bahá’ís não participam de qualquer instigação para derrubar um governo. Nem interferem em relações políticas

entre governos de diferentes nações. Isso não significa que sejam ingênuos em relação aos processos políticos do mundo hodierno e que não façam distinção entre os regimes justos e os tirânicos. Os governantes do mundo têm uma obrigação sagrada a cumprir diante de seus povos, os quais devem ser considerados como o mais precio-so tesouro de qualquer nação. Onde quer que residam, os bahá’ís se em-penham em sustentar o estandarte da justiça, tratando das iniquidades infligi-das contra eles próprios e outros, mas somente através de meios legais aces-síveis a eles, evitando toda forma de protesto violento. Ademais, o amor que eles têm pela humanidade de modo al-gum contraria seu senso de dever de

despender suas energias ao serviço de seus respectivos países.

Num mundo em que nações e tribos são jogadas umas contra as outras e as pessoas são divididas e separadas por estruturas sociais, a abordagem, ou estratégia, como o simples conjun-to de parâmetros delineados no pará-grafo anterior, habilita a comunidade a manter sua coesão e integridade como uma entidade global e garantir que as atividades dos bahá’ís em um país não coloquem em risco a existência daque-les que estão em outros lugares. Pre-servando-se de interesses conflitantes das nações e partidos políticos, a co-munidade bahá’í consegue, portanto, se capacitar para contribuir em pro-cessos que promovam paz e unidade.

Círculos de estudo se dedicam ao Livro 8Os bahá’ís estão constante-

mente envolvidos no proces-so global de aprendizagem

que ajuda cada indivíduo a desenvol-ver suas próprias capacidades para transformar a sociedade. O Instituto Ruhí de Capacitação desempenha um papel fundamental nesse proces-so. Presente em mais de 180 países, o Instituto alia pesquisas empíricas e estudos pedagógicos para desenvol-ver programas e materiais utilizados para capacitar os indivíduos e comuni-dades no serviço à humanidade.

A metodologia utilizada neste pro-cesso de capacitação consiste na formação de pequenos grupos que realizam estudos de uma série de li-vros, cada um voltado para o desen-volvimento de uma capacidade espe-cífica. Esses pequenos grupos são conhecidos como “círculos de estudo” e contam com a participação de um indivíduo treinado pelo Instituto Ruhí para atuar como tutor.

Lançado recentemente, o Livro 8 faz parte da sequência básica dos cur-sos do Instituto e aborda o tema “Con-vênio”. O Livro possui três unidades, mas, no momento, foram traduzidas somente as duas primeiras.

A evolução humana tem sido mar-cada por estágios progressivos de or-ganização social, tais como a família, a tribo, a cidade-estado e a nação. O propósito explícito de Bahá’u’lláh foi o de inaugurar o próximo e último estágio, a Unidade Mundial. Assim como a Palavra de Deus revelada por Bahá’u’lláh é a fonte e o ímpeto da unidade da humanidade, assim tam-bém o Convênio que Ele estabeleceu é o princípio organizador para sua re-alização.

Dessa forma, grupos espalhados por todo país já se dedicam ao estu-do deste material, que pode contribuir para a compreesão o papel das inti-tuições bahá’ís na construção da nova ordem mundial, já que é fundamental

a relação do indivíduo com Deus, com a sociedade e com as instituições.

Recife é uma das cidades brasilei-ras em que o estudo do Livro 8 já está acontecendo. Recentemente, o grupo se reuniu e contou com a participação de amigos de Recife, João Pessoa e Campina Grande. Para Sadat Vieira,

coordenador do Instituto da Região Nordeste, “o estudo do Livro 8 contri-bui para nosso fortalecimento como in-divíduos e de todo o Convênio”. Além disso, Sadat ressalta a importância do processo de capacitação como ferra-menta fundamental para as mudanças sociais que estão acontecendo.

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Mensagem para o Ridván 171 E.B.

JJá transcorreram três anos completos do início do está-gio atual de desenvolvimento

do Plano Divino, um empreendi-mento que reúne os seguidores de Bahá’u’lláh num empenho espiritual unificado. Apenas dois anos sepa-ram os amigos de Deus de seu final estabelecido. Os dois movimentos essenciais que continuam a impul-sionar o processo de crescimento – o constante fluxo de participantes através da sequência de cursos do instituto de capacitação e o avan-ço dos agrupamentos ao longo de um continuum de desenvolvimento – foram ambos imensamente refor-çados pela efusão de energia libe-rada pelas conferências de juven-tude realizadas no ano passado. A expansão de capacidade adquirida pelo mundo bahá’í, ao mobilizar um grande número de jovens no campo de serviço, pode agora render frutos adicionais. Pois no tempo que ainda resta, sinaliza-se urgência para as tarefas decisivas de fortalecimen-to dos programas de crescimento já existentes e dos novos que se iniciam. A comunidade do Máximo Nome está em boas condições de, antes do término desse período, acrescentar aos agrupamentos que já desenvolveram tais programas os dois mil que ainda restam da meta.

Quão gratos estamos em ver que esse empenho está avançando vigorosamente pelas vastas regiões do globo e, numa diversidade de circunstâncias e cenários, em agru-pamentos que já chegam a cerca de três mil. Muitos agrupamentos se encontram num ponto em que ímpeto está sendo gerado através da implementação de algumas pou-cas e simples linhas de ação. Em outros, após sucessivos ciclos de atividade, já houve aumento no nú-mero de indivíduos que tomam ini-ciativa dentro do marco estrutural do Plano com uma intensificação no lançamento de atividades; à me-dida que, através da experiência, há melhora na qualidade do pro-cesso de educação espiritual, as almas são mais prontamente atraí-

das a participar do mesmo. De tem-po em tempo, pode haver alguma calmaria na atividade ou obstáculo no avanço; uma consulta reflexiva sobre os motivos do impasse, com-binada com paciência, coragem e perseverança, permite recuperar o ímpeto. Em mais e mais agrupa-mentos, a ampliação do âmbito e complexidade do programa de cres-cimento está se dando na mesma medida do aumento da capacidade dos três protagonistas do Plano – o indivíduo, a comunidade e as insti-tuições da Fé – para criar um am-biente de apoio mútuo. E, conforme previsto, estamos encantados por ver que agora há um número cres-cente de agrupamentos em que uma centena ou mais indivíduos estão facilitando o engajamento de

mil ou mais pessoas que tecem um padrão de vida espiritual, dinâmi-co e transformador. Subjacente ao processo desde o início, com certe-za há um movimento coletivo rumo à visão de prosperidade material e espiritual estabelecida por Aquele que é o Vivificador do Mundo. Mas, quando há o envolvimento de tão grande número de pessoas, o mo-vimento de toda uma população se torna perceptível.

Este movimento está especial-mente em evidência nos agrupa-mentos em que deverá ser esta-belecido o Mashriqu’l-Adhkar local. Um desses, por exemplo, é Vanua-tu. Os amigos que residem na Ilha de Tanna fizeram o máximo esforço para aumentar a conscientização quanto a futura Casa de Adoração e já engajaram não menos de um

Amigos ternamente amados,

Aos Bahá’ís do Mundo

terço dos 30.000 habitantes numa conversa crescente sobre sua im-portância, de diversas maneiras. A habilidade de manter uma conver-sação elevada entre tantas pes-soas foi aprimorada durante anos de experiência em compartilhar os ensinamentos de Bahá’u’lláh e ex-pandir o alcance de um vibrante instituto de capacitação. Os grupos de pré-jovens da ilha são especial-mente florescentes, estimulados pelo apoio dos chefes de povoados que percebem como os participan-tes são espiritualmente empodera-dos. Encorajados pela unidade e dedicação existente entre eles, es-ses jovens não somente dissiparam a languidez da passividade do seu próprio meio, mas, por intermédio de vários projetos práticos, encon-

traram meios para trabalhar na me-lhora de sua comunidade e, como consequência, pessoas de todas as idades, inclusive seus pais, foram galvanizadas para ação construti-va. Entre os crentes e a sociedade em geral, está sendo reconhecida a benção de poderem se volver a uma Assembleia Espiritual Local em busca de orientação e resolu-ção de situações difíceis, e as de-cisões das Assembleias Espirituais são, por sua vez, mais e mais ca-racterizadas por sabedoria e sensi-bilidade. Aqui há muitas indicações de que, quando elementos do mar-co estrutural de ação do Plano são combinados num todo coerente, o impacto sobre uma população pode ser profundo. E é diante da prática de contínua expansão e consolida-ção – tendo sido recentemente con-

cluído o trigésimo ciclo do progra-ma intensivo de crescimento – que os amigos estão explorando ativa-mente, em conjunto com os demais habitantes da ilha, o significado de um Mashriqu’l-Adhkar, um “centro coletivo para a alma dos seres hu-manos”, ser erigido em seu meio. Com o apoio ativo dos líderes tra-dicionais, os habitantes da Ilha de Tanna ofereceram não menos que cem propostas para o projeto do Templo, demonstrando o quanto a Casa de Adoração cativou sua ima-ginação, e abrindo um panorama encantador para a influência que está destinada a exercer nas vidas vividas à sua sombra.

Este relato estimulante tem sua contraparte em inúmeros agrupa-mentos avançados nos quais as implicações dos ensinamentos de Bahá’u’lláh estão exercendo influência nas condições de vida de vizinhanças e povoados. Em cada um, uma população cada vez mais consciente da Pessoa de Bahá’u’lláh está aprendendo, atra-vés de reflexão sobre a experiên-cia, consulta e estudo, como agir de acordo com as verdades ente-souradas em Sua Revelação, de modo que o círculo de sua família espiritual em expansão seja cada vez mais intimamente unido por la-ços de adoração coletiva e serviço.

De muitas maneiras, as comuni-dades que mais progrediram estão traçando um caminho convidativo para outros seguirem. Mas, qual-quer que seja o nível de atividade num agrupamento, é a capacidade de aprendizagem entre os amigos locais, dentro de um marco estrutu-ral comum, que promove progresso no caminho do desenvolvimento. Cada um tem uma parcela nesse empreendimento; a contribuição de cada um serve para enriquecer o todo. Os agrupamentos mais di-nâmicos são aqueles nos quais, independente dos recursos da co-munidade ou do número de ativida-des sendo executadas, os amigos reconhecem que é sua tarefa iden-tificar o que é necessário para que

Quando o esforço é empregado inteiramente por amor a Deus, tudo o que ocorre pertence a Ele e toda vitória conquistada em Seu Nome é uma ocasião para celebrar Seu louvor

“”

Casa Universal de Justiça

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Nº 37 | junho de 2014| 5

o progresso ocorra – a nascente capacidade que deve ser nutrida, a nova habilidade que deve ser adquirida, os iniciadores de um es-forço incipiente que deve ser acom-panhado, o espaço para reflexão que deve ser cultivado, o empenho coletivo que deve ser coordenado – e então encontrar maneiras cria-

tivas de disponibilizar o tempo e os recursos necessários para alcançar esse progresso. O próprio fato de cada conjunto de circunstâncias apresentar seus próprios desafios está permitindo a cada comunida-de não simplesmente se beneficiar daquilo que está sendo aprendido no resto do mundo bahá’í, mas

também acrescentar algo àquele corpo de conhecimentos. Ao estar ciente dessa realidade, a pessoa se liberta da busca infrutífera de uma fórmula rígida para ação, ao mes-mo tempo em que possibilita que percepções colhidas em diversos ambientes embase o processo de crescimento quando ele toma uma forma particular em seus próprios arredores. Toda essa abordagem está em completo desacordo com ideias restritas de “sucesso” e “fra-casso” que produzem frenesi ou pa-ralisam a volição. Desprendimento é necessário. Quando o esforço é empregado inteiramente por amor a Deus, tudo o que ocorre pertence a Ele e toda vitória conquistada em Seu Nome é uma ocasião para ce-lebrar Seu louvor.

Nos escritos de nossa Fé, há muitas passagens que descrevem a relação entre o esforço exercido e a ajuda celestial concedida em resposta: “Se ao menos envidardes esforços”, é a certeza assegurada pelo Mestre em uma de Suas Epís-tolas, “decerto que esses esplen-dores fulgurarão, essas nuvens de

mercê verterão chuva, esses ventos vivificadores bafejarão e soprarão, e esse almíscar docemente perfu-mado será disseminado por todas as regiões”. Nas nossas frequentes visitas aos Sagrados Sepulcros, fervorosamente suplicamos ao To-do-Poderoso em seu favor, que Ele lhes confirme e fortaleça, que seus esforços em alcançar aqueles que ainda não conhecem os ensina-mentos divinos e confirmá-los em Sua Causa, possam ser ricamente abençoados, e que sua confiança em Seus ilimitados favores seja inabalável. Jamais estão vocês au-sentes de nossas preces e jamais cessaremos de lembrar em nossas súplicas seus consagrados atos de fidelidade. Quando contemplamos os imperativos que se apresentam aos seguidores da Abençoada Be-leza nos próximos dois anos, o cha-mado enfático do Mestre à ação é um estímulo ao espírito: “Rompei os véus! Removei os obstáculos! Ofertai as águas vivificadoras! Indi-cai o caminho da Salvação!”

[assina: A Casa Universal de Justiça]

O Ridván inicia-se no pôr-do-sol de 20 de abril e vai até o pôr-do-sol de 2 de maio de

cada ano. É um período de renova-ção espiritual em que os bahá’í cele-bram a ocasião em que Bahá’u’lláh anunciou ser O Prometido de todas as religiões mundiais, O anunciado pelo Báb. Essa declaração aconte-ceu no Jardim do Ridván (que sig-nifica “Paraíso”), em Bagdá, no ano de 1863. Nessa ocasião, Bahá’u’lláh permaneceu por doze dias no Jar-dim em companhia de familiares e seguidores, antes de partir para o exílio em Constantinopla.

O Ridván também marca o co-meço do ano administrativo bahá’í. O ano que se inicia (2014-2015) corresponde ao ano administrativo 171 da Era Bahá’í. Dessa forma, no primeiro dia do Ridván, acontecem as eleições das Assembleias Espi-rituais Locais. As Assembleias Na-cionais também são eleitas nesse período. Como a religião bahá’í não possui clero, estes são os organis-mos que administram as atividades da Comunidade Bahá’í.

As atividades de trabalho e es-

tudo são suspensas em três Dias Sagrados do Ridván, que são o primeiro (21 de abril), o nono (29 de abril) e o décimo segundo (2 de maio). Essas datas foram dota-das de importante significado es-piritual, e portanto consistem em feriados no calendário bahá’í. Elas marcam, respectivamente: a data

da proclamação de Bahá’u’lláh com O Manifestante de Deus para esta Era, portanto o início da dispensa-ção bahá’í; a chegada da Sagrada Família (esposa e os três filhos de Bahá’u’lláh) ao Jardim de Ridván; e a partida de Bahá’u’lláh e da Família para o exílio em Constantinopla. Por isso, alguns anos mais tarde, o pró-

prio Bahá’u’lláh designou o Festival de Ridván como “O Mais Grandioso Festival” e “o Rei dos Festivais”.

Durante o primeiro dia no Jar-dim, Bahá’u’lláh fez ainda outros três anúncios: a abolição da guerra religiosa, permitida no Islã e, sob certas condições, pelo Báb; que não haveria outra manifestação de Deus por mais mil anos; e que todos os nomes de Deus foram plenamente manifestos.

Os eventos no Jardim de Ridván foram descritos pelo Guardião da Fé Bahá’í e bisneto de Bahá’u’lláh, Shoghi Effendi, no livro “A Presença de Deus”, de acordo com o registro realizado pelo cronista Nabíl:

“Por três noites sucessivas vigiei e circulei em torno da Sua aben-çoada tenda. Cada vez que me aproximava do Seu leito, encontra-va-O desperto, e todo o dia, desde a manhã até o cair da noite, eu O via, envolvido na incessante conver-sa que mantinha com a corrente de visitantes, que continuava a fluir de Bagdá. Nem uma só vez vislumbrei nas Suas palavras o menor indício de dissimulação”.

Conheça a origem do Ridván

Imagem histórica do Rio Tigre, onde está localizado o Jardim do Ridván

Réplica do Jardim do Ridván, em ‘Akká, Israel

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6 Nº 37 | junho de 2014 |Plano de Cinco Anos

Papel dos ConselhosAgrupamentos se desenvolvem rapidamente em todo paísOs agrupamentos brasileiros já estão definidos para alcançar as metas para o Plano de Cinco Anos

Estou aprendendo ideias novas para ajudar minha comunidade. Estou muito feliz com os Bahá’ís

“”

Planilha1

Página 1

Amazônia

Meta 3

Incipiente 3

1º Marco 3

2º Marco 3

Norte

Meta 4

Incipiente 4

1º Marco 1

2º Marco 4

Nordeste

Meta 9

Incipiente 11

1º Marco 3

2º Marco 6

Sudeste

Meta 14

Incipiente 21

1º Marco 8

2º Marco 16

Centro-oeste

Meta 12

Incipiente 16

1º Marco 0

2º Marco 10

Sul

Meta 13

Incipiente 13

1º Marco 2

2º Marco 11

Agrupamentos por Região de Conselho

Planilha1

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Amazônia

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Incipiente 3

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Incipiente 11

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Centro-oeste

Meta 12

Incipiente 16

1º Marco 0

2º Marco 10

Sul

Meta 13

Incipiente 13

1º Marco 2

2º Marco 11

Os agrupamentos são uma espécie de estrutura orgânica da Comunidade Bahá’í que possuem várias comunida-

des locais e visam, entre outras coisas, gerir as atividades centrais. Atualmente, a grande maio-ria dessas atividades são definidas por agrupa-mentos e não por localidades, daí a importância de se compreender o conceito de agrupamento.

O trabalho de construção de comunidade é cada vez mais compreendido como um em-preendimento espiritual e coletivo que requer humildade, confiança em Deus e postura de aprendizagem. Para o cumprimento do atual Plano de Cinco Anos foi estabelecida a meta de 180 agrupamentos espalhados por todo o Bra-sil, mas já existem 190 (veja tabela ao lado).

No entanto, não é somente o número de agrupamentos que conta para a expansão da Fé no país, mas seu desenvolvimento. O alinha-mento com as guias do Centro Mundial em torno de um planejamento compartilhado tem resulta-do na melhora da capacitação das agências dos agrupamentos.

Os agrupamentos são divididos de acor-do com o estágio de avanço do Programa de Crescimento: Agrupamentos Meta são aque-les em que ainda não foram iniciadas nenhuma atividade; Agrupamentos Incipientes já inicia-ram algum contato com a comunidade local; os agrupamentos que alcançaram o 1º Marco de Crescimento desenvolvem atividades centrais, tais como aula bahá’í para crianças, grupo de pré-jovens, reuniões devocionais e círculos de estudo; os que alcançaram o 2º Marco (PIC) sinalizam o amadurecimento de um sistema au-tossustentado e em constante expansão para

Conselheiro Pejman Samoori

Capacitação realizada na Tribo Kwatá - AM

Tribo Kiriri - BA

a edificação espiritual de uma população; e agrupamentos com o Programa Avançando as Fronteiras de Aprendizagem, onde ocorrem mais de cem atividades. Atualmente, o agrupa-mento Portal da Glória (Canoas, RS) é o único no Brasil com esse tipo de programa.

O impulso inicial nos agrupamentos meta é dado pelos Membros do Corpo Auxiliar, com o apoio de seus ajudantes, instrutores ou equipes de ensino, que buscam identificar pessoas re-ceptivas do agrupamento. Assim, dá-se início à capacitação desses amigos por meio de cursos do Instituto Ruhí e de experiência prática nas atividades do Plano.

Durante o ano 170 E.B., diversos aprendiza-dos foram desenvolvidos em todo o país. Alguns dos mais significativos estão relacionados à ju-ventude. A realização das duas Conferências de Juventude no Brasil impulsionaram esse seg-mento de forma impressionante. A participação de representantes indígenas das etnias Kiriri (BA), Kariri-Xocó (AL) e Munduruku (AM) foram um marco na expansão dos agrupamentos. O jovem Silas (da comunidade Munduruku), foi um dos representantes que participou da Conferên-cia de Juventude de Brasília. “Nossa, é muito diferente do que eu pensava! Estou acostuma-do com conferências para discutir políticas para a minha comunidade e aqui estou aprendendo ideias novas para ajudar minha comunidade. Estou muito feliz com os bahá’ís, porque esta-mos sendo muito bem cuidados”, afirma Silas.

A visão de mundo que os jovens Mundurukus alcançaram com a Conferência teve um impacto positivo em sua comunidade.

Os Conselhos têm buscado desenvolver ações cons-tantes para o avanço do processo. Nos agrupamentos mais promissores de cada região, as principais estraté-gias para se avançar em direção às fronteiras da apren-dizagem têm sido o fortalecimento das agências e o es-treitamento do trabalho das diferentes instituições. Isso requer uma compreensão cada vez mais profunda das guias, coesão na implementação das atividades e cons-tante troca de informações. Reuniões de estudo, consul-tas, planejamento integrado e elaboração de calendários conjuntos são frequentes e vêm sendo aprimorados.

Pejman Samoori, Membro do Corpo Continental de Conselheiros das Américas, afirma que os Conselhos Re-gionais têm adotado diversas estratégias e ações para ini-ciar programas de crescimento em agrupamentos meta. “Em algumas regiões a estratégia que tem sido adotada é a indicação de um coordenador regional de instituto. Juntamente com o auxílio de uma equipe de colaborado-res ele atua diretamente nos agrupamentos incipientes. O objetivo é capacitar amigos afim de garantirmos um cres-cimento sustentado e a autonomia do agrupamento, não apenas a realização de atividades sem um planejamento a longo prazo”.

A cada ano os Conselhos Regionais Bahá’ís vêm atuando de forma mais efetiva em sua responsabilidade primária de supervisionar a execução do Plano de Cinco Anos em territórios sob sua jurisdição. Com isso, busca-se assegurar o movimento de agrupamentos ao longo de um contínuo desenvolvimento.

Cada planejamento é feito a partir da leitura da rea-lidade local, incluindo a disponibilidade de recursos hu-manos (capacitados ou dispostos a se capacitarem), e as possibilidades de atuação da equipe regional. O es-tabelecimento de pioneiros de curta ou longa duração é outra estratégia que tem sido utilizada para dar início ao processo de crescimento em agrupamentos-meta.

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Brasileiros pedem a libertação de lideranças bahá’ís presas no Irã com manifestação em frente ao Congresso Nacional

Sinto-me muito honrada em estar aqui hoje, participando desse ato em defesa dos prisioneiros bahá’ís

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Na manhã de 14 de maio, a comuni-dade brasileira pôde demonstrar sua indignação diante da condenação

injusta de bahá’ís no Irã. A data marca seis anos de prisão de sete lideranças, que fo-ram encarceradas unicamente com base em suas crenças religiosas. A concentração dos apoiadores teve início às 7h, quando o ban-ner (10x15m) produzido pelo artista plático bahá’í Siron Franco em defesa da liberdade religiosa foi estendido no gramado em frente ao Congresso Nacional.

A ação foi promovida pela Comunidade Bahá’í do Brasil e contou com a participação de lideran-ças religiosas e da Sena-dora Ana Rita, do Estado do Espírito Santo, que declarou seu total apoio à luta pela liberdade religio-sa no mundo. “Sinto-me muito honrada em estar aqui hoje, participando desse ato em defesa dos prisioneiros bahá’ís e em fazer parte des-sa corrente”, afirmou. Além disso, a Senado-ra, que também é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH), declarou que vai mobilizar o Senado em apoio ao pedido de libertação dos prisioneiros.

Em diversos países foram realizadas ações pela libertação imediata das lideran-ças bahá’ís e de todos os prisioneiros de consciência que se encontram nas prisões do Irã. No Brasil, o Congresso Nacional tem demonstrado sua preocupação acerca do caso por meio de dezenas de pronunciamen-tos proferidos em Plenário e em Comissões,

ressaltando a importância de uma consciên-cia global de defesa dos direitos humanos e da liberdade religiosa em todas as partes do mundo, com especial ênfase a discriminação contra os bahá’ís que hoje ocorre no Irã.

Em uma carta endereçada aos bahá’ís no Irã, a Casa Universal de Justiça lembrou que princípios como a inviolabilidade da dignidade humana, a unicidade do gênero humano inde-pendente de tribo, raça, ou crença, a igualda-de entre homens e mulheres, a eliminação do

preconceito e a harmonia entre fé e razão são cada vez mais reconhecidos como essenciais para o futuro da humanidade. E acrescentou ainda que o “despertar” da consciên-cia no Irã “não deve ser subestimado”.

Bani Dugal, a repre-sentante principal da Co-munidade Internacional

Bahá’í nas Nações Unidas, disse que o cres-cente chamado por justiça para os bahá’ís iranianos acende uma luz de esperança nos corações de todas as pessoas oprimidas do Irã. “O apoio testemunhado nas últimas se-manas pelos nossos compatriotas bahá’ís no Irã, e que realmente vem crescendo firme-mente nos últimos anos, não tem preceden-tes”, afirmou Dugal. A pressão internacional tem um papel fundamental nesse processo, mas o próprio efervescer da sociedade irania-na indica que grandes mudanças estão por vir. Os bahá’ís são pivôs desse processo, as-sim como são as mulheres, os estudantes, os sindicalistas e outras minorias de todo mun-do.

Parlamentares também se manifestaram

Apesar de pequeno, o ato realizado em frente ao Congresso, despertou as autoridades brasileiras. Em pronunciamento proferido no dia 14 de maio, o senador Eduardo Suplicy (SP), chamou a atenção da Casa para a perseguição religiosa contra os bahá’ís no Irã. Ele lamentou as condições desumanas em que se encontram os presos no Irã e aplaudiu as manifestações que aconteceram em várias partes do mundo, inclusive em Brasília. Além disso, o senador criticou duramente o governo iraniano por permitir tamanho absurdo. “Apesar das provas irrefutáveis de que a comunidade bahá’í no Irã está sendo perse-guida somente por causa de sua crença religiosa, o governo iraniano justifica essas perseguições ale-gando ser a Comunidade Bahá’í culpada de diversos crimes. Todas essas imputações mostram ignorância

dos princípios básicos e da história da Fé Bahá’í”, afirmou Suplicy.

Outra autoridade brasileira que falou sobre o assunto foi o senador Paulo Paim (RS). Em discurso proferido no dia 22 de maio, o parlamentar defendeu o direito de pensamento e de religião no mundo.

Para ele, “os ataques contra a comunidade Bahá’í representam um dos mais claros casos de perseguição e de ataque aos direitos humanos”. Paim afirmou ainda que está muito preocupado com a situação no Irã, e que é inadimissível qualquer tipo de perseguição e discrminação. “Em pleno século XXI, é trágico tentar visualizar o impacto danoso e prejudicial que tal perseguição tem sobre a vida de um individuo”, declarou Paim.

O deputado estadual Mauro Rubem (GO), Presi-dente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembleia, também expressou sua preocupação com a situação. “O nosso desejo é vermos estabelecidos naquela região do globo, como aqui no nosso estado de Goiás, uma cultura que não aceite nenhum ato de violência con-tra qualquer grupo religioso”, afirmou o deputado.

Esse tipo de apoio tem sido muito forte e vem de diversos lugares do mundo desde que essa prisão foi anunciada em 2008. Esse apoio é fundamental e faz com que esse clamor tenha ressonância no mun-do inteiro e isso, certamente, causa impacto e acaba pressionando o governo iraniano.

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54ª Convenção Nacional consulta sobre os rumos da Ordem Administrativa para o ano 171 E.B.

Nacional

Podemos afirmar que o ano que se encerra – ao longo do qual se ultrapas-sou o ponto mediano do Plano – foi marcado por importantes realizações e avanços. Teve seu início impulsionado pela energia espiritual liberada

com a convocação da amada Casa Universal de Justiça de 114 Conferências de Juventude, todas realizadas com grande êxito ao redor do mundo; com a realização da 11ª Convenção Internacional Bahá’í, realizada em Haifa, para a eleição da Casa Universal de Justiça, ocasião em que o Corpo Supremo lançou dois extraordinários materiais: o vídeo “Fronteiras de Aprendizagem” e o docu-mento “Percepções das Fronteiras de Aprendizagem”. Ambos foram imediata-mente disponibilizados em português, o que permitiu explorá-los inicialmente na própria Convenção Nacional do ano passado, impactando as consultas, e, em seguida, em diferentes fóruns do nível local ao nacional. Tais documentos têm ajudado a ampliar a compreensão dos amigos com relação às diferentes características do atual Plano.

As duas Conferências de Juventude realizadas no Brasil – em Brasília e Canoas – foram um marco para nossa comunidade e influenciaram significa-tivamente o avanço de diferentes processos em curso. Foram acontecimentos históricos, marcados pela unidade de esforços de toda a comunidade – da ju-ventude, dos mais velhos, das instituições e agências, garantindo o sucesso de ambas. Digno de nota é o fato de que, dos quase 1.050 participantes, 30% era composto por simpatizantes da Fé. As atividades que se seguiram e ainda pros-seguem, têm despertado nos jovens laços de amizade duradoura e o espírito de verdadeiro companheirismo. As conferências não foram consideradas um fim em si mesmas, apenas uma etapa do movimento de juventude que se segue, com uma grande diversidade de iniciativas. O cenário mostra que muitos jovens estão se tornando protagonistas da vida comunitária bahá’í, seja servindo como membros de instituições e agências, muitos dos quais atuando na coordenação de programas educacionais, quer assumindo atividades centrais ou se levan-tando para formar equipes de ensino atuando em agrupamentos emergentes.

É motivo de alegria constatar que nossa comunidade teve avanços em diver-sas áreas, como em nossa capacidade de operar em modo de aprendizagem, o que envolve a prática de análise e reflexão:

A capacidade de formular, testar e aprimorar um discurso capaz de mobilizar a juventude brasileira vem sendo exercitada em muitos agrupamentos;

O progresso no funcionamento dinâmico das equipes regionais, cujo foco é impulsionar o padrão de crescimento no nível dos agrupamentos e fortalecer as agencias onde elas já foram estabelecidas;

O processo de planejamento e elaboração de orçamentos vem se tornando mais participativo e consistente, por ser realizado a partir das estruturas que atuam nas bases dos agrupamentos;

A delimitação dos agrupamentos em todo o país foi revisada e estabeleceu-se a meta a ser conquistada pelo Brasil até o final deste Plano: 180 agrupamen-tos “nos quais um programa de crescimento esteja em curso, em qualquer nível de intensidade”;

O amadurecimento das instituições e agências regionais é evidente, tanto no funcionamento das estruturas internas dos Conselhos Regionais quanto na atu-ação do Corpo Consultivo do Instituto e das coordenações regionais executivas do Instituto. No âmbito da Assembleia Nacional, esta fez esforço em aprimorar o sistema, criando neste ano três departamentos: de Estatística, de Pioneirismo e de Fortalecimento da Vida Familiar, para apoiá-la com relação a tais temáticas;

Os mecanismos administrativos vêm sendo revisados e aprimorados a fim de garantir a agilidade nos fluxos de informação, de guia e de fundos, o que con-tribui para o fortalecimento das estruturas administrativas e o acompanhamento mais eficiente de processos nos diferentes níveis;

Prosseguem os aprendizados associados à identificação de vizinhanças e à concentração de esforços nelas, a fim de intensificar o crescimento e o processo de construção de comunidades;

No fortalecimento da Instituição dos Fundos Bahá’ís, ocorreram avanços em duas frentes: na educação para os Fundos e na criação de uma ferramenta on line que auxiliará grandemente as Assembleias Espirituais Locais na gestão das contribuições recebidas;

Com amorosas saudações bahá’ís,

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil

Introdução do Relatório de Desenvolvimento da Comunidade Bahá’í Brasileira, ano 170 E.B.

No Brasil, a Convenção Nacional acontece desde 1961 e é o período em que os delegados eleitos nas Convenções Re-gionais se encontram para falar sobre temas importantes

para a Comunidade Bahá’í Brasileira e para o desenvolvimento da Fé Bahá’í no país. É uma oportunidade única, que permite uma conversa franca e desimpedida entre a Assembleia Nacional e os delegados, que, além de votar, apresentam uma visão geral de sua respectiva região e consultam sobre sugestões de ações.

Apesar do caráter administrativo, a Convenção é um evento bastante dinâmico. Também há espaço para a espiritualidade, com momentos de oração e meditação. Além disso, os momentos de diálogos são bem flexíveis. Ano passado, por exemplo, o documen-to “Percepções das Fronteiras de Aprendizagem”, produzido pelo Centro Mundial de Ensino, foi divulgado juntamente com o Relató-rio Anual e serviu para nortear as consultas dos delegados.

Qualquer pessoa pode participar da Convenção, mas somente os delegados possuem voz e voto. As inscrições de observadores podem ser feitas mediante solicitação à Secretaria Nacional ([email protected]), com antecedência, tendo em vista o número limitado de vagas.

Segundo a Ordem Administrativa instituída por Bahá’u’lláh, a Assembleia Espiritual Nacional é autoridade em todos os assuntos que afetam os interesses da Fé Bahá’í no país. Ela é a responsá-vel pela administração dos assuntos bahá’ís em âmbito nacional e representa o país em âmbito internacional. De acordo com Shoghi Effendi, “é a mola-mestra das diversas atividades e interesses de toda comunidade nacional no mundo bahá’í. Ela constitui a única conexão e liga estas comunidades à Casa Universal de Justiça, o supremo corpo administrativo da Dispensação de Bahá’u’lláh”.

A Assembleia é composta por nove membros eleitos na Con-venção Nacional, que podem ser qualquer bahá’í maior de 21 anos residente no país.

A principal característica da Assembleia é a unidade. Todos os membros são iguais e não há relação de poder. Shoghi Effendi diz que “não pode haver nenhum conflito de autoridade, nenhuma

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À Amada Casa Universal de Justiça,

Com humildade e gratidão, o corpo de delegados reuniu-se na 54ª Con-venção Nacional dos Bahá’ís do Brasil, com o propósito de cumprir com sua responsabilidade sagrada de contribuir na construção da Or-

dem Administrativa Bahá’í. Durante a Convenção, estiveram presentes 60 dos 76 delegados eleitos, sendo que outros 16 contribuíram com seus votos pelo correio. Os delegados representaram a diversidade da comunidade brasileira desde a região Amazônica até o extremo sul do país. A Convenção teve o privilégio de contar com a presença da Conselheira Continental, Sra. Ingrid Conter, e de todos os membros da Assembleia Espiritual Nacional, além de 9 Membros do Corpo Auxiliar, incluindo outros amigos da comunidade brasileira, totalizando XX participantes.

Os delegados foram recepcionados com uma sessão de treinamento que foi marcada pela leitura e consulta da mensagem da Casa Universal de Jus-tiça, datada de 16 de maio de 2013. A riqueza do conteúdo deste e outros documentos direcionados ao corpo de delegados ampliou a compreensão do nosso dever sagrado.

A leitura conjunta da mensagem do Ridván 171 E.B. ampliou a compre-ensão do corpo de delegados sobre o processo de aprendizagem no qual a comunidade Bahá’í está inserida. O enfático chamado do Mestre à ação de: “Tear asunder the veils, remove the obstacles,proffer the life-giving waters, and point out the path of salvation.”, norteou o espirito das consultas e encorajou cada individuo a intensificar seus esforços no processo de crescimento dos agrupamentos. Neste contexto, a promessa de orações e súplicas da Casa Universal de Justiça reforçou o sentimento de confiança dos amigos nos ilimi-tados favores e benção de Deus.

Os delegados acolheram com radiância as inovações introduzidas pela Assembleia Nacional no formato do seu Relatório Anual sobre o Desenvolvi-mento da Comunidade Bahá’í Brasileira. Afirmações acerca do avanço da Fé, presentes em relatórios de anos anteriores, foram substituídas por perguntas que estimularam a reflexão individual e coletiva sobre o processo de apren-dizagem em curso. Os resultados dessas reflexões contribuíram para que o corpo de delegados formulasse um entendimento mais rico do estágio em que a comunidade brasileira encontra-se.

Um dos frutos das Conferências de Juventude, convocadas pela Casa Universal de Justiça, foi o aperfeiçoamento da habilidade de mobilização da juventude para desempenharem o seu papel no processo de construção de comunidades. Os materiais das Conferências tem sido utilizados como instru-mento, em um crescente número de agrupamentos, para convidar a juventude a se engajar no campo de serviço através das atividades centrais. Verificou-se a importância de ampliar essa abordagem nos demais agrupamentos. A apresentação do vídeo “To Serve Humanity” capturou a atenção de todos. Em outro momento da consulta, ficou clara a necessidade dos amigos de diversas gerações servirem lado a lado, cada um reconhecendo o seu papel e os talen-tos inerentes a cada fase da vida.

Em relação aos fundos da Causa o corpo de delegados se comprometeu a encorajar o estudo do material especialmente preparado sobre esse assunto.

Na última noite da Convenção, uma apresentação sobre a situação dos amigos no Irã mobilizou e comoveu todos os presentes. Em outro momento, um vídeo sobre o avanço da construção do Templo Mãe da América do Sul foi compartilhado, regozijando os corações de todos os presentes.

Imersos nas confirmações divinas e bênçãos celestiais, realizou-se a elei-ção dos membros da Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Brasil para o ano 171 E.B. com 100% dos votos enviados. Foram eleitos: Sr. Carlos Alberto Silva, Sr. Foad Shaikhzadeh, Sr. Antonio Gabriel Marques, Sra. Fariba Shaikhzadeh Vahdat, Sra. Liese Von Czékus, Sr. Iradj Roberto Eghrari, Sr. Feizi Masrour Milani, Sra. Heather Marques e Sra. Catherine Monajjem.

Com humildade e gratidão, rogamos por orações do Corpo Supremo, para que Bahá’u’lláh abençoe a nossa Instituição Nacional e a totalidade da comu-nidade brasileira, para que a luz do Espírito Santo possa brilhar no coração de cada um de nós.

Com amor,Corpo de Delegados da 54ª Convenção Nacional dos Bahá’ís do Brasil

54ª Convenção Nacional consulta sobre os rumos da Ordem Administrativa para o ano 171 E.B.

Carta dos Delegados da Convenção Nacional à Casa Universal de Justiça

dualidade, sob qualquer condição ou circunstância”. A diversidade de experiências e pontos de vista é o que garante que as decisões possam ser tomadas conforme os melhores interesses da comuni-dade como um todo.

Esse ano, novamente um grande diferencial da Convenção foi a espiritualidade. Ao contrário de outras eleições, as eleições bahá’ís são essencialmente espirituais. Por isso, tanto a ornamentação do espaço físico, quanto as atividades tiveram como principal objetivo criar um ambiente propício para que cada presente tivesse seu mo-mento de reflexão e pudesse escolher com o coração os membros da Assembleia Nacional. Além disso, os vídeos sobre o andamento da construção do Templo do Chile e sobre os bahá’ís no Irã emo-cionariam e contribuíram para que o clima de espiritualidade e de amizade tomasse conta da atmosfera.

Os delegados presentes na Convenção enviaram uma carta à Casa Universal de Justiça, onde eles agradecem a oportunidade de fazerem parte de um momento tão importante para a Comu-nidade Bahá’í. Em resposta a Casa Universal de Justiça disse o seguinte:

“Foi para nós uma fonte de alegria receber a notícia da reali-zação exitosa de sua Convenção Nacional e da consulta pro-funda e ponderada em que os delegados se envolveram. Na diversidade de sua população, na capacidade de seu povo e na sua rica cultura, o Brasil detém um grande potencial para o crescimento da Fé. Os esforços incessantes e consagrados dos amigos em seu país, em todos os níveis, sua prontidão em aprender e sua dedicação à unidade nos traz a esperança de que continuarão a avançar com crescente sucesso em seus esforços para infundir a sociedade brasileira com o espírito da Causa de Deus. Para tal fim, ofereceremos em seu nome nos-sas súplicas nos Santuários Sagrados”

[Assina: A Casa Universal de Justiça]

Delegados e outros participantes da Convenção Nacional

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Servir à Humanidade

Produzido a partir das Conferên-cias de Juventude realizadas ao redor do mundo em 2013, o vídeo “To ser-ve humanity” (“Servir à Humanidade”) discute a contribuição dos jovens para a melhoria da sociedade.

O vídeo foi lançado em fevereiro de 2014 (um ano após a convocação da Casa Universal de Justiça para as Conferências) e é composto por uma série de filmes de curta-metragem que explora, por meio das diversas vozes de alguns dos 80 mil jovens que par-ticiparam das 114 Conferências, os meios pelos quais eles podem contri-buir para o bem-estar espiritual e ma-terial de suas comunidades.

Entre outros exemplos, os filmes mostram como os jovens em cada continente se utilizam dos mesmos conceitos, como amizade e apoio mú-tuo, afim de tornar o mundo melhor.

A Assembleia Espiritual Nacional recebeu uma inspiradora carta da Casa Universal de Justiça informan-do sobre a disponibilização do DVD.

Para que a Comunidade Bahá’í brasileira se sinta sintonizada com ou-tras Comunidades do mundo, o vídeo está disponibilizadno na internet com legendas em português. Para assistir basta acessar www.bahai.org.br/no-ticias/conferencias-juventude

Atividades pós Conferências:Jovens que participaram das Conferências de Juventude estão cada vez mais engajados nas atividades da Comunidade. Exemplos espalhados por todo Brasil demonstram a força e capacidade da juventude brasileira.

Em 2013, mais de 80 mil jovens pariticiparam das 114 Confe-rências de Juventude reali-

zadas ao redor do mundo. No Brasil aconteceram duas Conferências: em Brasília (DF), que reuniu mais de 700 jovens entre os dias 19 e 21 de julho, e em Canoas (RS), que contou com mais de 300 participantes entre 26 e 28 de julho. As Conferências eram destinadas a jovens de 15 a 30 anos e tinham como objetivo principal pro-mover o entendimento sobre a contri-buição dos jovens para a construção de uma nova realidade social. Durante esse período os jovens participantes puderam refletir sobre como trans-formar a realidade que os cerca com pequenas ações e também sobre sua responsabilidade no direcionamento dos pré-jovens (10 a 14 anos).

As atividades realizadas durante as Conferências causaram grande impacto na vida desses jovens, que vêm colocando em prática tudo o que foi aprendido. Pode-se dizer que hoje, eles compreendem que o serviço à humanidade não é uma ação isolada, mas uma postura que deve estar pre-sente na vida em família, no trabalho, nos estudos e na vida social. Por isso, muitos estão levando adiante a tarefa de contribuir ativamente para o pro-cesso de transformação social, que começa nas comunidades e se multi-plica por todo o mundo.

Em Barretos (SP) os jovens têm demonstrado grande vontade de aju-dar a comunidade. “Após a Conferên-cia nossas atividades ganharam mais força e novos grupos de pré-jovens

foram abertos. Todos os dias vemos o quanto a Conferência de Juven-tude tem influenciado significativamente no progresso de nossa co-munidade e vemos a capacidade dos jovens em contribuir para a melhora tanto da nos-sa própria comunidade quanto do mundo em que vivem, promovendo ações que beneficiam um grande número de pessoas”, afirma Taua-ne Nishizaki, 18 anos, do agrupamento Cente-lha da Fé, e que partici-pou da Conferência de Canoas.

As Conferências contribuíram de maneira significativa, ajudando o jovens a descobrirem feramentas importantes para dar continuidade às atividades de servi-ço coletivo e no aprendizado sobre as necessidades e os potenciais de suas respectivas comunidades. So-mando aos laços de amizade, essas ferramentas ajudam essa juventude a se tornar a protogonista de uma ver-dadeira transformação social, já que outro aspecto imprescindível discutido durante as Conferências foi o trabalho em conjunto, que é fundamental para o desenvolvimento material e espi-ritual dos agrupamentos. Com isso, a sociedade mundial se tornará uma comunidade cada vez mais próspera.

Em São Sebastião (DF), os jo-vens ressaltam a importância de todas as etadas das Conferências. Segundo eles, o eventou ajudou a reforçar os laços de amizade e conhecer outros jovens ávidos por mudanças sociais. “Estamos bem mais unidos e mais comprometidos com a comunidade”, afirma Lucas Rodrigo Santos.

Além disso, o aprendizado mais importante foi o de que a educação pode mudar o mundo. Por isso, em São Sebastião são inúmeras as ações que visam auxiliar os jovens a tomar decisões informadas que possam contribuir com a transfor-mação da realidade.

Acampamento ecológico com grupo de pré-jovens de São Sebastião em abril desse ano

Jovens se encontram em Barretos (SP) para estudar o material das Conferências

Todos os dias vemos o quanto a Conferência de Juventude tem influenciado significativamente no progresso de nossa comunidade

“”

a juventude nos caminhos da Fé

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“Queridos amigos bahá’ís

sejo de contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades, para associarem a eles em tais ocasiões, que também po-

deria envolver o estudo de selecionados materiais das conferências. As instituições da Fé podem desejar

organizar encontros semelhantes como forma de apoio aos jovens. Naturalmente, a exibição

do vídeo não deve ser limitada a uma certa faixa etária, mas pode incluir membros de

instituições em geral e aqueles adultos que continuam a desempenhar um pa-

pel significativo na promoção de um ambiente no qual as gerações mais jovens possam desabrochar. De fato, campanhas de instituto e reu-niões de reflexão seriam momentos oportunos em que cada filme possa ser exibido e seu conteúdo discutido no contexto dos desenvolvimentos atuais dentro de um agrupamento.

As cópias em DVD dessa produ-ção estão sendo enviadas para todas

Assembleias Espirituais Nacionais, in-cluindo uma cópia para cada membro

de sua instituição. Vocês podem distri-buir cópias para os Conselhos Regionais

Bahá’ís, Assembleias Espirituais Locais e comunidades menores; os membros do

Corpo Auxiliar receberão suas cópias por meio do Corpo Continental de Conselheiros. Os filmes

também estarão disponíveis para download ou exibi-ção online no site www.bahai.org/toserve.

Essa série de filmes complementa outras iniciativas para apoiar os jovens, principalmente entre aquelas que os auxiliam a avan-

çarem em seu estudo da sequência de cursos do instituto de capacitação e construírem suas capacidades para oferecer atos de serviços para suas co-munidades. A Casa de Justiça espera que esses esforços iniciados antes das conferências para fortalecer o instituto de capacitação e os meios para acom-panhar as gerações mais novas possam continuar progredindo com a vitalidade necessária.”

Um ano atrás, a Casa Universal de Justiça pediu a con-vocação de conferências em todo o mundo para dar uma oportunidade aos jovens bahá’ís e

seus amigos “de refletirem, se comprometerem e se fortalecerem para os desafios de uma vida de serviço.” O efeito das deliberações de mais de 80.000 jovens participantes dessas reu-niões auspiciosas foi profundo e de longo alcance. O escopo e a profundidade im-pressionante dos diálogos aumentaram drasticamente o compromisso desses jovens para assumir a responsabili-dade de contribuírem para a melhora do mundo e os conduziu para identi-ficar maneiras específicas nas quais eles contribuirão com sua parte. Se os participantes das conferências continuarem a sentir o impacto de “discussões sinceras que elevam o coração e despertam a mente para possibilidades do que poderia ser”, e estenderem sua influência dinâmica aos outros, eles devem manter suas conversas “inclusivas e sempre expansi-vas” dentro dos contextos particulares de suas próprias comunidades, concomitantes com seus esforços para servir à sociedade.

Para auxiliar os jovens nesse processo, a Casa de Justiça autorizou a produção de uma sé-rie de curta-metragens intitulada “Servir à Humanida-de”. Utilizando, em parte, cenas que mostram momentos de destaque das conferências, os filmes captam as percep-ções dos participantes e ilustram o desdobramento de seus esforços seguindo essas reuniões. Os amigos podem fazer uso de “Servir à Humanida-de” de várias formas. Grupos de jovens trabalhando juntos poderiam escolher assistir ao vídeo em partes ou por inteiro, consultar sobre os temas centrais apresentados e discutir sobre como eles mesmos podem aplicar os conceitos em seus esforços para servir à sociedade. Eles podem convidar amigos que não estavam presentes nas conferências, mas que, como eles, possuem o de-

Trechos da carta enviada pela Casa Universal de Justiça em 8 de fevereiro de 2014 a todas Assem-bleias Espirituais Nacionais. O texto fala sobre o lançamento do DVD “Servir à Humanidade”, uma série de relatos sobre as Conferências de Juventude pelo mundo

Shahin Nasrabadi, que atualmente serve em Eliot (EUA). “O que estudamos na conferência de juventude me fez ver o serviço com outros olhos, perceber o quão essencial é, e que temos o privilegio de poder servir a humanidade com as ferramentas que a fé nos disponibiliza. Estou muito feliz de estar tendo essa oportunidade de servir e aprender ao mesmo tempo”.

“O material da Conferência de Juventude me deu coragem para servir e fazer minha parte. Sinto que depois da conferência tenho mais coragem para convidar novos participantes para me ajudar nesta jornada de serviço á humanidade”, Taynah Walker da comunidade de Brasília.

Atividades dos jovens brasileiros

Lucas Rodrigo Santos em atividade educacional em São Sebastião (DF). “A juventude é o pivô da mudança social”.

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A ação do aiatolá Tehrani lembra-nos que os líderes religiosos têm a responsabilidade comum de encorajar a liberdade de religião e crença e promover um respeito mais profundo pela dignidade humana

Dr. Christopher Cocksworth, Bispo da Igreja Anglicana na Inglaterra

“”

Recentemente, um clérigo mu-çulmano surpreendeu o mundo ao presentear a Comunidade

Internacional Bahá’í com uma obra caligráfica de iluminura. O autor da fa-çanha foi o renomado aiatolá iraniano Abdol-Hamid Masoumi-Tehrani, que enviou o presente no dia 7 de abril à Casa Universal de Justiça, órgão má-ximo da Fé Bahá’í, localizado em Hai-fa, Israel.

O clérigo afirma que a ilumainura é para todos os bahá’ís, mas espe-cialmente para os bahá’ís do Irã, que “vêm sofrendo de diversas maneiras, como resultado do cego preconceito religioso”.

Este gesto foi recheado de simbolismo, na medida em que os bahá’ís sofrem consequências de leis e

práticas discriminatórias desde a revolução islâmica

Deputado Federal Chico Alencar em pronunciamento oficial

As peças de caligrafia sempre foram muito valorizadas no mundo oriental (principal-mente na antiga Pérsia) como elemento de destaque na cultura local, inclusive no Alcorão. Dessa forma, a atitude do aitolá Tehrani tornou-se um presente de inestimá-vel valor não só para a Comunidade Bahá’í, mas para um mundo que busca eliminar todas as formas de preconceito. O trecho que o aiatolá Tehrani escolheu para citar na iluminura foi tomado do Kitab-i-Aqdas, Livro Sacratíssimo de Bahá’ú’lláh. “Convivei com todas as religiões em amizade e concórdia para que se inale de vós a doce fragrância de Deus. Vigiai para que a chama da tola ignorância não vos domine quando entre os homens. Tudo procede de Deus e a Ele re-torna. Ele é a origem de tudo e n’Ele todas as coisas findam”. O presente mede cerca de 60 x 70 cm e é uma obra de arte com-plexa, produzida meticulosamente à mão. Além dos escritos, ela possui o símbolo bahá’í do “Máximo Nome”, uma representa-ção caligráfica da relação conceitual entre Deus, Seus profetas e o mundo da criação. Outras obras de arte do aiatolá Tehrani incluem iluminuras do Alcorão, da Torá, dos Salmos, do Novo Testamento e do Livro de Esdras.

Aiatolá arrisca sua segurança em defesa dos bahá’is

A atitude foi elogiada por diversas personalidades

Juntamente com muitas outras pessoas de todas as crenças, rezarei para que isso seja um marco de mudança nas atitudes do Irã para com a Comunidade Bahá’í e agradeço a coragem e a generosidade que motivou esse presente

Lord Rowan Williams, ex-arcebispo de Canterbury

Sobre as iluminuras

Apesar da beleza do gesto, Tehra-ni colocou sua segurança em risco. No atual contexto de perseguição dos bahá’is no Irã, a atitude do aia-tolá equivale a, por exemplo, um dos generais de Hitler, durante o auge do nazismo, compor e divulgar uma ária com um trecho da Torá e presentear a comunidade judaica.

Desde a Revolução Islâmica, em 1979, centenas de bahá’ís foram mor-tos e milhares presos. Atualmente, 115 bahá’ís se encontram presos exclusi-vamente com base em suas crenças religiosas. Os bahá’ís no Irã não têm acesso ao ensino superior, são impe-didos de ganhar a vida e de enterrar

seus mortos de acordo com seus próprios ritu-ais de sepultamento.

Em ocasiões ante-riores, o aiatolá Tehra-ni demonstrou grande coragem ao expressar publicamente sua preo-cupação com a contínua perseguição às minorias religiosas (incluindo os bahá’ís) no Irã. Recen-temente, a Guarda Revolucionária Iraniana destruiu um cemitério bahá’í histórico em Shiraz. Essas ações têm instigado um debate global sobre a coexistência religiosa. Inclusive, no úl-

timo dia 23 de abril, o aiatolá Tehrani publicou em seu perfil pessoal do Fa-cebook a carta de apoio que lhe foi en-viada pelo teólogo brasileiro Leonardo Boff.

Quero apoiar o esforço de diálogo aberto com todas as religiões e o respeito a cada uma delas que o

Ayatollah Abdol-Hamid Tehrani está promovendo. Apoio e admiro as peças de caligrafia que produziu

especialmente em defesa da religião Bahá’í

Leonardo Boff

Internacional

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Outros exemplos de pessoas que se arriscaram em defesa das minorias oprimidas

Em missão diplomática na França, Luís Martins de Sousa Dantas (1876 – 1954), concedeu vistos para o Brasil a vários judeus e outras minorias perseguidas pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, contrariando a política do governo Vargas. Ele ignorou todas as regras e acabou salvando quase mil vidas.

Apesar do medo que tomava conta da Europa, algumas pessoas arriscaram a vida para ajudar a salvar os judeus na durante a ocupação nazistas. O diplomata sueco Raoul Wallenberg (1912 - 1947) foi um dos que agiram heroicamente para resgatar os judeus em 1943, quando o movimento de resistência dinamarquês transportou quase toda a população judaica da Dinamarca em segurança para a Suécia, que era país neutro.

Fé Bahá’í na internet

universalhouseofjustice.bahai.org

Como parte das ações do Centro Mundial Bahá’í para aumentar e qualificar a presença bahá’í na internet, foi lançado o novo portal da Casa Universal de Justiça.

A página reúne as mensagens às comunidades bahá’ís de todo o mun-do, além de tratar de uma ampla variedade de temas, que podem ser re-ferência para as comunidades nacionais e locais, oferecendo informações confiáveis, completas e abrangentes. A página também oferece informa-ções gerais sobre a Casa de Justiça, declarações e cartas que foram escri-tas ou preparadas de acordo com a supervisão de seus representantes.

A Casa Universal de Justiça é eleita a cada cinco anos pelos represen-tantes de mais de 170 Comunidades Bahá’ís Nacionais, entre elas o Brasil. A última eleição aconteceu em abril de 2013, data que marcou a cele-bração do cinquentenário do estabelecimento da Casa de Justiça, órgão máximo da administração da Fé Bahá’í.

O lançamento do site faz parte de uma série de ações que visam ampliar a divulgação de materiais audiovisuais, imagens em alta resolu-ção para download e textos sagrados. Para saber mais acesse a página oficial em www.universalhouseofjustice.bahai.org.br. Seguindo essa tendência a Comunidade Bahá’í do Brasil também está reformulando seus veículos de comunicação.

Casa Universal de Justiça lança portal na internet

Raoul Wallenberg

Luís Martins de Sousa Dantas

Abdolfattah Soltani

Acusado de participar da fundação do Centro de Defensores dos Direitos Humanos, de promover a disseminação de propaganda contra o governo e de aceitar um “prêmio ilegal”, o advogado e defensor dos direitos humanos, Abdolfattah Soltani (1953), foi sentenciado pela corte revolucionária do Irã. a 18 anos de prisão, além de ser impedido de exercer sua profissão por 20 anos.

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Avanços na construção da Casa de Adoração no Chile

Um progresso significativo está sendo feito na constru-ção da Casa de Adoração

Bahá’í em Santiago, no Chile, o úl-timo Templo Continental.

Concluída a fase de construção da estrutura de três andares e túnel de serviço subterrâneo, que exigiu mais de 2 mil metros cúbicos de concreto e 190 toneladas de aço re-forçado, teve início a instalação das superestruturas de açao que irão sustentar a cúpula.

Recentemente, a Casa Univer-sal de Justiça falou a respeito das obras: “estamos muito felizes por compartilhar notícias sobre o anda-mento da construção da Casa conti-nental Religioso para a América do Sul em ascensão no sopé da Cordi-lheira dos Andes”.

Com 30 metros de altura, a su-perestrutura incluirá uma cobertura exterior feita com placas de vidro fundido, que serão montadas em cerca de 3.200 blocos de alumínio, assim como mais de 8 mil painéis de mármore translúcida, que irão revestir o interior do Templo, permi-

O Templo e a Comunidade Bahá’í chilena

A mensagem de Bahá’u’lláh tor-nou-se conhecido no Chile pela primeira vez em 1919 e a

Comunidade Bahá’í Chilena começou a se formar no início da década de 40. Contudo, só foi legalmente reconheci-da em 1950, por meio da Assembleia Espiritual Local dos Bahá’ís de Santia-go e, posteriormente, em 1961, pela Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá’ís do Chile.

Em 1989 e 1992 o Ministério da Educação aprovou os programas de

Ensino Religioso Bahá’í para a Edu-cação Fundamental e Secundária. Em 2002, o Ministério da Justiça reconhe-ceu legalmente a comunidade Baha’i como religião independente e institui-ção de direito público, sob a nova Lei de Religiões.

Atualmente existem cerca de 6 mil bahá’ís no Chile provenientes de variadas origens socioeconômicas e étnicas. A expectativa é que o Tem-plo ajude a elevar o espírito das co-munidades à sua volta. À medida que

a estrutura ganha corpo, agora com as colunas da estrutura principal já devidamente montadas, as co-munidades bahá’ís de Santiago e de todo o continente também se beneficiam das energias emanadas deste magnífico em-preendimento.

De acordo com o Boletín Ínformativo de la Casa de Adoración de Sudamérica, conforme a contrução avança, as energias epirituais emanadas são sentidas por todos ao redor. Durante os meses de janeiro e fevereiro desse ano, o espaço da Casa de Adoração e o Centro de Reuniões acolheram atividades em que muitos amigos se reuniram para compartilhar e aprender juntos.

Também visitaram o local conselheiros do Caribe e de paí-ses das Américas Central e do Sul, que manifestaram sua alegria de estarem em contato tão íntimo com o pro-cesso de construção.

Modelo inicial da Casa de Adoração, simulando como ele aparecer à noite

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tindo a entrada da luz solar durante o dia e a emissão da iluminação in-terior durante à noite.

A estrutura terá uma área de 1200 metros quadrados e capaci-dade para receber 600 pessoas. As peças e componentes da supe-restrutura são fabricados em várias instalações na Europa e nas Améri-

cas. Embora sua estrutura seja vi-sualmente leve, o edifício é forte o suficiente para suportar terremotos, tendo, inclusive, a estrutura repousa sobre isoladores sísmicos e elasto-méricos.

O Templo Mãe da América do Sul e seus jardins vão ocupar nove dos 83 hectares da área total no

sopé da Cordilheira dos Andes, um lugar tranquilo e com grande poten-cial para a criação de meio ambiente natural propício ao retiro e à medi-tação.

A construção teve início em no-vembro de 2010 e prossegue dentro do planejado. Em agosto de 2013, o site oficial do Templo do Chile (templo.bahai.cl) lançou uma série de vídeos que mostram a evolução da obra. O episódio cinco foi dis-ponibilizado em março e destaca a relação entre o Templo, o serviço à humanidade e a adoração a Deus. Além disso, o site disponibiliza fotos mensalmente.

Os templos bahá’ís proporcio-nam um espaço de paz e tranqui-lidade. Todos têm nove entradas e uma cúpula central, que representa a convergência de pessoas de to-das as crenças para um espaço de reflexão, meditação e oração. Em-bora sua construção e manutenção sejam responsabilidade da Comuni-dade Bahá’í, o acesso aos templos é livre.

Instalação da estrutura de aço das nove alas. Foto de abril de 2014

Internacional

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Fundos Bahá’ís

O crescimento da Causa de Deus no Brasil e as conse-quentes demandas financei-

ras e operacionais continuaram rece-bendo especial atenção da Assembleia Espiritual Nacional. A ênfase dada nos últimos anos para o fortalecimento da tesouraria nacional permitiu uma série de desenvolvimentos em seus pro-cessos e métodos; porém os recursos recebidos não têm crescido da forma necessária.

O volume de recursos solicitados ao Fundo Nacional tem se elevado a cada ano na medida em que as ativi-dades do Plano se ampliam por todo o país em mais de uma centena de agru-pamentos prioritários. Ajuda financeira tem sido disponibilizada às agências e instituições da Fé que não dispõem de recursos locais e regionais suficientes para efetivamente promover o proces-so de crescimento entre populações (especialmente de pré-jovens) que demonstram agora uma receptivida-de há muito tempo aguardada. Por outro lado, as contribuições ao Fundo Nacional e aos seus ramos regionais mostraram uma ligeira evolução em relação aos anos anteriores, porém ainda estão longe de cobrir a inflação dos últimos anos, bem como o aumen-to no número de atividades.

A Tesouraria Nacional durante este último ano concentrou-se nas seguin-tes ações principais:

Educação para os Fundos: Foi desenvolvido um novo material de es-tudo (“Eu te criei rico... Nobre te fiz”)

em colaboração com o Corpo de Fidu-ciários do Ḥuqúqu’lláh, o qual apre-senta os conceitos de prosperidade material e espiritual, aborda temas re-lativos ao pagamento do Ḥuqúqu’lláh e à contribuição aos Fundos Bahá’ís; o seu estudo foi iniciado em diversas comunidades locais.

Participação universal: Ainda é baixo o número (média de 23) de Assembleias Locais que contribuem diretamente do seu Fundo Local para o Fundo Nacional. O número médio mensal de indivíduos que contribuem ao Fundo Nacional (diretamente ou através de suas tesourarias locais) é de aproximadamente quatro centenas.

Transparência: O uso contínuo da “Cartilha de Prestação de Contas” e os registros dos fundos disponíveis e gastos em todos os níveis (nacional, regional e de agrupamento) têm possi-bilitado um crescente grau de transpa-rência e confiabilidade.

Auditoria externa: As contas da Assembleia Nacional são auditadas anualmente por um escritório certifica-do e independente, obtendo-se orien-tações e recomendações de melhoria. O resultado da auditoria dos últimos dois anos confirmou que as informa-ções contábeis e financeiras da As-sembleia Nacional estão adequadas, em seus aspectos relevantes, aos princípios de contabilidade válidos no Brasil.

Fluxo dos fundos: O fluxo de re-cursos “de” e “para” os agrupamentos tem sido assegurado através da ad-

ministração e acompanhamento dos Conselhos Regionais Bahá’ís e os seus Institutos Regionais com contas bancárias independentes. O controle das despesas e desembolso dos re-cursos materiais e humanos disponí-veis são acompanhados mensalmente na sede nacional, que elabora relató-rios comparativos entre os valores or-çados e realmente gastos.

Mecanismos de controle: O novo sistema para registro de depósitos de contribuições e a devida emissão de recibos, com acesso via internet, foi implementado e está em uso por diver-sas tesourarias locais. Espera-se que o mesmo, ao automatizar operações de rotina, libere as tesourarias locais para que se dediquem mais ao traba-lho de Educação para os Fundos.

Subsídios: O número de amigos servindo a tempo parcial ou integral em diferentes campos do serviço à Fé, como nas instituições administrativas, de ensino e do instituto, que têm rece-bido temporariamente subsídios vem

crescendo consideravelmente com o avanço da Causa. Ao mesmo tempo, continuada atenção tem sido dada à preservação dos princípios de serviço voluntário para a grande maioria das atividades bahá’ís.

Endividamento: Embora tenha ocorrido déficit operacional em vários meses do ano 170, não houve nenhum endividamento por parte da Assem-bleia Nacional, graças aos recursos acumulados da venda de patrimônios dedicados ao Fundo Nacional em anos anteriores. Tal déficit seria bem maior se não houvesse o apoio financeiro do Centro Mundial (para atividades da Secretaria Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo, Instituto e desenvolvimento dos agrupamentos). Ressaltamos que além da parcela de contribuição às atividades de Instituto, a Assembleia Nacional decidiu assumir uma parcela maior das despesas da SASG a partir deste ano, sinalizando a necessidade de diminuir a dependên-cia do Centro Mundial gradativamente.

Fundo Nacional:Banco do Brasil: Agência: 3129-1 – c/c: 9791-8Banco Itaú: Agência: 0198 – c/c 48809-0Banco Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 900-8

Fundo Internacional: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 10248-2Fundo Continental: B. Itaú: Agência 0198 conta – c/c: 06611-0Fundo Templo do Chile: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 9229-0Fundo Dotações: B. Bradesco: Agência: 1990 – c/c: 16709-6Fundo Novos Templos: B. Itaú: Agência: 0198 – c/c: 04214-5

“Dizei: Não vos orgulheis das rique-zas terrenas que possuís. Refleti sobre o vosso fim e sobre a recom-pensa de vossas obras que foi es-tabelecida no Livro de Deus, o Ex-celso, o Poderoso. Abençoado é o homem rico a quem as posses terre-nas foram incapazes de impedir que se volvesse a Deus, o Senhor de todos os nomes. Verdadeiramente, perante Deus o Clemente, o Onis-ciente, ele é contado entre os mais eminentes dos homens.

Dizei: O Dia prescrito chegou. Esta é a Primavera de atos benévolos, fôsseis vós dos que compreendem. Esforçai-vos com toda vossa força, ó povo, para que possais produzir aquilo que verdadeiramente vos possa trazer proveito nos mundos de vosso Senhor, o Todo-Glorioso, o Todo-Louvado.

“Está claro e evidente que o pagamento do Direito de Deus é conducente à prosperidade, à bênção, e à honra e à proteção divina. Felizes aqueles que compreendem e reconhecem esta verdade...”

Dizei: Atei-vos firmemente a carac-terísticas louváveis e atos bons, e não sejais daqueles que tardam. Cumpre a todos aderir tenazmente àquilo que é conducente à exaltação da Causa de Deus, vosso Senhor, o Poderoso, o Potente.

Dizei: Não observais o mundo, suas mudanças e contingências, e suas cores variadas? Por que estais sa-tisfeitos com ele e com as coisas nele contidas? Abri vossos olhos e sede dos que são dotados de per-cepção. O dia se aproxima rapida-mente quando todas estas coisas terão desaparecido tão velozmente quanto o relâmpago, e ainda até mais rápido. A isso atesta o Senhor do Reino nesta Epístola maravilho-sa.

Huqúqu’lláh O Direito de DeusExcertos dos Escritos de Bahá’u’lláh

Húquq’lláh.

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Literatura Bahá’í

Assembleia Espiritual Nacional dos Bahá'ís do BrasilCaixa Posta 7035 - CEP 71635-971 - Brasília - DF

IMPRESSOEditora Bahá’í

Uma marca da Editora Bahá'í do Brasil no ano 170 E.B. foram os esforços feitos entre o seu Conselho Deliberativo e a As-sembleia Espiritual Nacional para sua reestruturação opera-

cional, buscando encontrar os melhores mecanismos para que esta alcance um novo patamar de funcionamento para responder às neces-sidades da Causa no que tange às publicações, materiais audiovisu-ais, de identificação e de apoio para a expansão e consolidação da Fé. Um plano de ação para o período de 2014 a 2021 foi analisado pela Assembleia Nacional e está em vias de implementação pela Editora.

É motivo de celebração a Editora ter alcançado a meta de disponi-bilizar em português todos os Escritos Sagrados das Figuras Centrais da Fé: O Báb, Bahá'u'lláh e 'Abdu'l-Bahá – que foram traduzidos para o inglês. No ano de 2013 a Editora publicou os Livros “Fortaleza de Fé”, “Onde Brilha a Luz”, “O Príncipe da Paz” e reeditou as seguintes obras: “A Alma Humana”, “Orações de Luxo 14a. Edição”, “Mulláh Hussayn – Discípulo da Alvorada” e “O Novo Jardim”.

A Editora Bahá’í do Brasil está entre as cinco maiores do mundo.Com o apoio de promotores de literatura, a Editora tem estado presen-te em eventos que acontecem no nível nacional, regional ou de agru-pamento, como nos que ocorreram em 2013, a Conferência Regional de Unidade da região Sul e nas duas Conferências de Juventude realizadas em Brasília e em Canoas, além de atender os participantes de diversos eventos que ocorrem no Soltanieh, através de sua loja. Tal presença ainda é limitada e há potencial de ser incrementada, na ex-pectativa que o fácil acesso à literatura bahá’í alcance os níveis mais próximos das raízes da comunidade, como em vizinhanças.

Outro ponto a destacar é o progresso do programa de Literatura Básica, tendo alcançado o décimo sexto aniversário de existência no Brasil. Este programa foi criado com o objetivo de tornar acessível alguns títulos da literatura básica, a preço de custo, principalmente na-quelas áreas em que o processo de expansão e consolidação está se intensificando. Hoje o programa conta com uma rede bem montada de 43 oficiais da literatura básica, com a coordenação da própria Editora. Um elemento do programa é a existência de um boletim eletrônico que divulga de forma regular as ações dos oficiais e os estimulam na reali-zação de suas atividades. O programa funciona através de um sistema bem organizado de venda por consignação. Em 2013 as vendas de livros efetuadas pelos oficiais de literatura básica foi de 1.328 unidas e na loja da Editora foi de 904 unidades, totalizando 2.232 livros. A Assembleia Nacional em consulta com os Conselheiros está avaliando o programa de literatura básica, revendo os títulos e como aumentar ainda mais o seu alcance nas bases da comunidade.

No período de 2000 a 2013 a Editora Bahá’í disponibilizou 288 livros, uma média de 20 livros por ano. Em 2013, entre publicação e reedição foram 13 obras. No âmbito de produção audiovisual, o lançamento de novos materiais tem alcançado a média de 10 itens nos últimos 7 anos e uma medida de 8 reeditados.

No que tange ao volume de vendas, nos últimos cinco anos, de 2009 a 2013, chegou a 57.285, uma média de 11.457 livros. Com rela-ção à venda dos livros do Instituto no mesmo período, a média anual tem sido de 4.383 livros, e dos materiais audiovisuais foi uma média de 30.062 itens. No ano de 2013, as vendas em livrarias não-bahá'ís foi de 56 títulos, sendo a mais procurada foi a Livraria Cultura que vendeu 49 livros.

Desempenho da Editora Bahá’í do Brasil no Ano 170 E.B.

Conquistas alcançadas pela Editora no último ano:

1. A criação do novo site-loja da Editora: www.editorabahaibrasil.com.br2. Manter a produção e logística do Departamento de Material de Apoio

(folhetos, cartões de declaração, kits como os de boas vindas aos novos declarados, para os recém-casados, etc.

3. Manter o fornecimento de materiais para os oito países de língua por-tuguesa;

4. Envio de livros consignados e acompanhamento das vendas pelos “Oficiais de Literatura Básica”.

Os maiores desafios da Editora são os seguintes:

1. Criação e estabelecimento de um novo modelo de estrutura simples, com um sistema administrativo, de produção, distribuição, vendas e marke-ting aperfeiçoado, que respondas as necessidades e demandas atuais e para os próximos 10 anos;

2. Fortalecer e expandir a rede de promotores de literatura bahá’í;3. Desenvolver um programa de assinatura de bahá’ís que compra os

novos livros sempre que lançados e/ou reeditados (uma espécie de Clube do Livro Bahá’í);

4. Encontrar opções de frete com custos reduzidos para que os livros cheguem às mãos dos bahá’ís a baixo custo, principalmente em regiões remotas do país;

5. Maior interação e colaboração com a nova Coordenação Nacional de Tradução e Revisão.

6. Iniciar a troca de todos os arquivos de publicações para o formato E-PUB – e começar a comercializar livros eletrônicos.

7. Encontrar métodos criativos de acesso fácil à literatura para os públi-cos bahá’ís e para a sociedade em geral, através do desenvolvimento de novos canais de relacionamento, vendas e distribuição;

8. Firmar parceria com as principais redes livreiras do Brasil, visando colocar livros bahá’ís a venda nas principais cidades do país;

9. Contratar serviços de gráficas capazes de trabalhar com pedidos de lotes menores de livros impressos (sistemas print on demand);

10. Criar vínculo com o Instituto elaborando materiais para os agrupa-mentos que tem alcançado as fronteiras de aprendizagem.