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7/24/2019 Behçet Final
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Ana Vaz Cristino – IC 1º ano
Serviço Medicina Interna – CHTMAD – Vila Real
Orientador: Dr. José Ribeiro Eira
Director: Dr. Trigo Faria
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Hipocrates (séc. III a.c.)
Hulusi Behçet - 1924◦ Tríade úlceras aftosas orais, genitais e uveíte
Úlceras
oraisrecorrentes
Úlcerasgenitais
Doençaocular
DoençaSNC
Lesõescutâneas
Artrite
Doençavascular
Alt. GI
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Mais comum – antiga rota da seda◦ Turquia (80-370/100000)◦ Japão, Coreia, China, Irão, Iraque, Arábia Saudita (13,5-
35/100000)◦ Europa, EUA 1/15000-1/500000
♀ ~ ♂ (+ severa)
20-40 anos◦ Infrequentemente em crianças
Maioria esporádicos; familiar em 1º grau aumenta risco◦ Cluster familiar, antecipação genética
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Resposta imune inadequada a exposição aagente/infecção em doentes com predisposição
BehçetQuímicos,metais pesados
E. Coli,Staphylococos,Streptococos
Parvovirus B19,
HSV, H. Pylori
Proteínaschoque térmico
HLA-B51/B5
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Resposta Th1
predominante◦ IFN-Ɣ , IL-2, IL-8, IL-12,TNF-α
Autoanticorpos eimunocomplexos
Ativação neutrófilos – aumento quimiotaxia,produção ROS
Disfunção endotelial – inflamação e trombose,hipercoagulabilidade
Fig.1- Imunopatogénese doença Behçet (em Behçet’s disease: from Hippocrates to thethird millennium, Br J Ophthalmol 2003
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Vasculite (maioria das manifestações)◦ Vasos pequenos, médios e grandes◦ Circulação arterial e venosa
Lesão típica: Perivasculite necrotizante leucocitoclástica
obliterativa e trombose venosa◦ Infiltração perivascular neutrófilos e Linf. T CD4+◦ Depósitos de IgM, C3
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Úlceras orais mucocutâneas◦ Recorrentes, geralmente dolorosas
Doença ocular◦ Até 2/3
Vasculite◦ Até 1/3
Doença SNC◦ 10-20%
Manifestações cutâneas e articulares◦ Comuns
Doença renal e SNP◦ Mais raras
Diferença entrepacientes/populações
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Ulcerações orais aftosas recorrentes, semelhantes estomatiteaftosa
Múltiplas, extensas (até 2cm), dolorosas Bordos bem definidos, base necrótica branca-amarelada,
eritema circulante Porção externa dos lábios não afetada Uma a 3 semanas “Primeiras a surgir e últimas a partir”
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Semelhantes a úlceras orais (podem ser maiores) Dolorosas, menor recorrência +Escroto, vulva (podem afetar qualquer membrana mucosa) ♀ - podem relacionar-se com ciclo menstrual Cicatrizes frequentes – muito sugestivo Epididimite, salpingite, varicocelo, uretrite (+raro)
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Eritema nodoso (pode ulcerar),pseudofoliculite, lesõesacneiformes (+artrite), podem serpustulares
Tromboflebite, lesões tipopioderma gangrenoso, eritemamultiforme, purpura palpável
Outras ulcerações (3%) -sugestivas
Patergia◦ EUA, Europa – 10-20%◦ Áreas endémicas – 50-75%
Dermografismo
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Sintomas: visão turva, dor, fotofobia, olhovermelho
Uveíte – bilateral, episódica, pode envolver todo otrato uveal
Hipópion em até 20% Vasculite retina, oclusão vascular, neurite óptica –
progressão para cegueira Neovascularização, cataratas, glaucoma, ulceração
conjuntival
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Lesões focais do parênquima, trombose vascular Alterações personalidade e memória, demência Meningite asséptica, crises epiléticas, encefalite,
vasculite Infiltração inflamatória, perda neuronal; arterite com
AVC isquémico, disseção, aneurismas, HSA Neuropatia periférica incomum
Liquor – pleiocitose, proteinorraquia – maiorprobabilidade de eventos neurológicos
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Doença Venosa (mais comum)◦
TVP, trombose superficial, trombose VCS e VCI, Budd-Chiari Doença arterial (+ pequenos vasos,+♂)
◦ Grandes vasos (33%) Inflamação peri e endovascular – hemorragia, estenose, aneurismas, trombos, varizes
Carotida,pulmonar, aórta, ilíaca, femural, poplítea
Menos comum: renais, cerebrais, coronárias
Envolvimento pulmonar◦ Aneurismas ramos proximais – muito sugestivo◦ Hemoptises, tosse, dispneia , febre, dor pleurítica◦ Síndrome Hughes-Stovin – trombose artéria pulmonar e aneurismas em associação
com tromboflebite periférica
Resposta vascular “patergy like” após procedimentos –
flebites, aneurismas
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Articulações médias/grandes, mais nos MI Não erosiva, assimétrica, geralmente não-deformante e
intermitente (1-3 semanas) +durante exacerbações; pauciarticular ~66%, monoarticular
~33%, poliarticular <5%
Menos frequente e severo que outras vasculites Proteiuria, hematuria, insuficiência renal geralmente
moderada Amiloidose AA (secundária), glomerulonefrite, aneurismas a.
Renal
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Incomum Pericardite, miocardite, arterite/aneurismas a. coronárias,
aneurisma septo auricular, distúrbios da condução, tromboseintracardíaca
Aterosclerose não parece acontecer a ritmo mais acelerado
Ulceração; dor abdominal, enfartamento, diarreiasanguinolenta
+ Íleo terminal, cego, cólon ascendente Pode originar perfuração Importante: DDX com doença inflamatória intestinal (aftas
orais indistinguíveis)
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Perda de volume pulmonar, opacidades, pneumoniaeosinofílica, fibrose, derrame pleural
Actividade reduzida durante gravidez Sintomas constitucionais Incontinência urinária, disfunção eréctil Ouvido interno: tinitus, surdez, vertigem Amiloidose Fibromialgia
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Não há testes laboratoriais patognomónicos◦ Clínica
Anemia Aumento PCR, VS, leucocitose, IgM, IgG, IgA, α2globulina –
inespecíficos; atividade Atc. Anticardiolipina (30%) Achados genéticos Perfis citocinas (ainda não claro) Atraso diagnóstico em áreas não endémicas
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Critérios ’ uffy
Aftas orais+ pelo
menos 2
Úlceras genitais
Sinovite
Uveíte posterior
Patergia
Menongoencefalite
Critérios ISG - 1990
Aftas oraisrecorrentes (pelo
menos 3x/ano)+ pelo menos 2
Úlceras genitais recorrentes (cicatriz)
Doença ocular (uveíte anterio/posterior, vasculite retiniana, cél. Vítreoexame lâmpada fenda)
Lesões cutâneas (eritema nodoso, pseudo-foliculite, lesõespapulopustulosas, acneiformes)
Patergia
Critérios ISG 2006)
- Pelo menos 3 pontos Úlceras genitais – 2 pts
Doença ocular (uveíte anterior/posterior, vasculite retiniana) – 2 pts
Lesões cutâneas (eritema nodoso,pseudofoliculite) – 1 pt
Aftose oral – 1 pt
Lesões vasculares (flebite, TVP,trombose arterial, aneurisma) – 1pt
Patergia – 1 ptS 87-96,5%
E 88,9-97,3%
S 95%E 100%
• Patergia menos comum Europa/EUA• substituição por outros dados clínicos
• Ulceração intestinal
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Padrãoexacerbação/remissão
Mais severa◦ Homens jovens◦ Regiões endémicas
Precoce
Mucocutâneas
Oculares
Articulares
Tardio
SNC
Grandes vasos
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Aftose oral recorrente
•HSV
•Úlceras aftosas beningas
•S. Stevens-Johnson
•Pênfigo
•Metotrexato
Outras manifestações
•LES
•DII
•Sarcoidose
•Artrite reativa
•Artrite psoriática•Espondilite anquilosante
•Febre Mediterrânicafamiliar
•Infeção sistémica
•HIV•Neoplasias
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Diminuição sintomas/progressão por supressão sistemaimune
Case reports , pequenas séries de casos, poucos ensaiosclínicos randomizados
EULAR 2008 Ditado pelo órgao envolvido e gravidade
Manifestações minor – Colchicina, corticotx local ou sistémica Manifestações major- Ctx alta dose ± imunossupressores
(azatioprina, infliximab, ciclofosfamida, ciclosporina, IFNα,outros anti-TNFα)
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Envolvimento ocular◦ Remissão/exacerbação – inflamação recorrente
resulta em dano irreversível Azatioprina 2,5mg/Kg/dia
Diminui exacerbações, estabiliza acuidade visual Efeito a longo prazo Em avaliação – profilaxia em doentes risco elevado
Ctx local e sistémica usada durante exacerbações Efeitos laterais potenciais (glaucoma, cataratas)
Agentes midriáticos – formação sinéquias◦ Afeção do segmento posterior – Azatioprina + ctx
sistémicos – 18 a 24 meses
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Envolvimento ocular refratário◦ Doença severa: queda >2 acuidade visual escala
10/10 ou doença da retina Associar
Ciclosporina A 2-5mg/Kg/dia - nefrotoxicidade
ou Infliximab – recorrência, TB
Alternativa- IFNα ± corticoide Depressão, citopenias, mielossupressão se associado a
azatioprina
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Grandes vasos◦ Supressão inflamação parede
TVP - Ctx, azatioprina, ciclofosfamida, ciclosporina A
Diminuição recorrência e síndrome pós-trombótico
Budd-Chiari, VCS – Ciclofosfamida (pulsos mensais) Aneurismas – Ciclofosfamida, ctx + tx cirúrgico (se
possível adiar até supressão inflamação) Artérias pulmonares – ciclofosfamida + ctx pelo menos 2
anos seguido de azatioprina
◦ Sem evidência para hipocoagulação prolongada Trombos aderentes, raras embolizações Coexistência aneurismas – hemorragia
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Envolvimento GI◦ Úlceras tendem a perfurar, elevada recorrência e
re-intervenção◦ Excepto emergências, tentar inicialmente
tratamento imunossupressor Ctx, sufassalazina, azatioprina – remissão sem cirurgia Infliximab, talidomida – resistência, casos complicados
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Envolvimento renal◦ GMN moderada
Sem tx específico (vigilância)
◦ GMN mais grave Sem evidência Extrapolação para tx. Wegener’s – Ctx +
Ciclofosfamida
Proteinuria –IECA/ARA II◦
Amiloidose AA - Colchicina
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Envolvimento articular◦ Geralmente moderada, transitória, sem
deformidades/erosões Colchicina 1-2mg/dia
AINEs Infiltrações ctx Resistência- azatioprina, anti-TNFα
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Envolvimento neurológico◦ Sem grande evidência
Lesões parênquima,encefalite, vasculite Pulsos
ctx altas doses
(3-7 pulsos Metilprednisolona EV1mg/dia durante crises -> manutenção oral 2-3 meses
Imunossupressores: prevenção de recorrência e progressão Metotrexato
Azatioprina
2,5mg/kg/dia Ciclofosfamida
Resistência: Anti-TNFα, INFα
Trombose venosa com HTC Ciclo curto Ctx
Meningite assética – Ctx alta dose
◦ Não utilizar Ciclofosfamida A a menos que necessáriopara inflamação ocular - neurotoxicidade
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Envolvimento mucocutâneo◦ Úlceras orais/genitais
Ctx tópico, gel lidocaína, clorexidina Suspensão sucralfato Mais severa: ctx sistémico
Úlceras genitais ♀ - colchicina ◦ Lesões acneiformes
Medidas tópicas acne◦ Eritema nodoso
Colchicina
Se confirmação vasculite/ulceração – Ctx sistémica +
Azatioprina
◦ Resistência Considerar Azatioprina, anti-TNFα, INFα
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Maior morbimortalidade◦ Doença neurológica, ocular e grandes vasos
Hemorragia digestiva, perfuração Síndrome veia cava
SNC/grandes vasos – início 5-10 anos Outras manifestações – diminuição com o
tempo Aneurismas a. Pulmonar –mau prognóstico
Mortalidade 5% - 7,7 anos
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