caracterizaÇÃo da fertilidade dos solos sob pastagens na regiÃo centro-sul do tocantins

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI CURSO DE AGRONOMIA CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO ESTADO DO TOCANTINS JOÃO MARCOS ASSUNÇÃO CALLAI

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CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

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Page 1: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPICURSO DE AGRONOMIA

CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO ESTADO DO TOCANTINS

JOÃO MARCOS ASSUNÇÃO CALLAI

GURUPI-TOFERVEREIRO DE 2012

Page 2: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

CURSO DE AGRONOMIA

CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO ESTADO DO TOCANTINS

ACADÊMICO: João Marcos Assunção Callai

ORIENTADOR: Prof. Dr. Rubens Ribeiro da Silva

Monografia apresentada à

Universidade Federal do Tocantins,

Campus Universitário de Gurupi,

como parte das exigências para

obtenção do título de Engenheiro

Agrônomo.

Universitário de Gurupi, como parte das exigências para obtenção do título de

Engenheiro Agrônom

Page 3: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

GURUPI-TOFERVEREIRO DE 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINSCAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

CURSO DE AGRONOMIA

CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO ESTADO DO TOCANTINS

ACADÊMICO: João Marcos Assunção CallaiORIENTADOR: Prof. Dr. Rubens Ribeiro da Silva

Monografia aprovada em __________de Fevereiro de 2012.

_________________________________________

Prof. Dr. Rubens Ribeiro da Silva(Orientador)

_________________________________________Prof. Dr. Aurelio Vaz de Melo

(Examinador)

_________________________________________Prof. Dr. Antonio Jose Peron

(Examinador)

_________________________________________

Page 4: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

Prof. MSc. Gilson Araujo de Freitas (Examinador)

DEDICO

Dedico primeiramente a Deus, a meus

pais, Nelcindo João Callai em memória

e Tereza Ribeiro de Assunção, que

sempre apoiaram em minhas decisões.

Page 5: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por tudo nessa vida, a minha mãe Tereza Ribeiro de

Assunção e a meu pai Nelcindo João Callai que já não estas mais entre nós, mas

que sempre me propocionaram educação e tudo que precisei, e mais uma vez

agradeço Deus que me deu um grande presente, minha filha, Marcela Assunção

Silva Callai, um dos pilares para me manter forte neste caminho. Não me esquecerei

nunca da minha companheira de jornada minha querida esposa Eliane da Silva

Barbosa, pelo apoio nos momentos mais difíceis que passei ate o fim dessa jornada.

Agradeço aos meus irmãos Ladimir Ribeiro de Assunção em memoria, e Olmiro

Callai Netto, que me ajudaram na formação da minha personalidade, Agradeço ao

Prof. Dr. Rubens Ribeiro da Silva que é meu orientador, e a todos meus amigos de

faculdade, Marcellyno (oreiudo), Deivid; Gil Clesio (xingu), Tiago (ceara), Marquim

(cotonete), Daniel (beiçudo), Marcelo (moreno), Tiago (boneco), Wilian (Cabeça),

Douglas, (durok), Paulo Barbosa (barbosinha), Luis Gustavo (oreiati), Weverton (ton

ton) Jean Carlos (xanin), Joads (Injoads), Marcos Vinicius (saradão), Ricardo

(gordin), Wesley (marimbondo), Vitor (batata), Cezar (cezinha), Murilo, Reginaldo

(naldão), Raoni, Glauber (rosna), Tiago (palmito), Tiago (galego), Luis Paulo (piqui),

Igo (soldado),Alberto (Betinho), Patricio, Victor Hugo, Lamartini (secão) gradeço a

todos por sempre estender a mão para me ajudar.

Page 6: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

SUMÁRIO

INDICE DE FIGURAS.........................................................................................8

INDICE DE TABELAS.........................................................................................9

1) INTRODUÇÃO..............................................................................................10

2) REVISÃO BIBLIOGRAFICA..........................................................................12

2.1) PROPIEDADES QUÍMICAS E FÍSICAS DO SOLO...................................12

2.2) IMPORTÂNCIA DA FERTILIDADE DO SOLO PARA A PRODUÇÃO DE

FORRAGEIRAS................................................................................................15

2.3) APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS DO TOCANTINS..............................16

3) OBJETIVO GERAL.......................................................................................17

4) MATERIAS E METODOS.............................................................................18

5) RESULTADOS E DISCUSÃO.......................................................................21

5.1) TEXTURA DO SOLO.................................................................................21

5.2) FERTILIDADE DO SOLO...........................................................................22

5.2.1) pH E ACIDEZ POTENCIAL.....................................................................22

5.2.2) P e K.......................................................................................................25

5.2.3) MATÉRIA ORGÂNICA............................................................................26

5.2.4) CTCTOTAL, CTCEFETIVA E SOMA DE BASES...............................................27

5.3) RECOMENDAÇÕES DE CORRETIVOS DA ACIDEZ DO SOLO E

ADUBAÇÃO......................................................................................................28

5.3.1) RECOMENDAÇÃO DE CORRETIVO/ CALAGEM.................................28

5.3.2) RECOMENDAÇÃO DE ADUBAÇÃO......................................................30

6) CONCLUSÕES.............................................................................................32

7) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................33

Page 7: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

8

INDICE DE FIGURAS

FIGURA 1. PONTOS DE ASMOSTRAGEM DE SOLOS NO ESTADO DO

TOCANTINS............................................................................................................. 19

FIGURA 2. CLACIFICAÇÃO TEXTURAL DOS SOLOS SOB PASTAGENS NO

ESTADO DO TOCANTINS .......................................................................................21

FIGURA 3. VALORES MÉDIOS DE pH EM SOLOS SOB PASTAGENS DO ESTADO

DO TOCANTINS........................................................................................................23

FIGURA 4. TEORES DISPONÍVEIS MÉDIOS DE CA+MG EM SOLOS SOB

PASTAGENS DO ESTADO DO TOCANTINS...........................................................23

FIGURA 5. VALORES MÉDIOS DE ACIDEZ POTENCIAL (H+Al) EM SOLOS SOB

PASTAGENS DO ESTADO DO TOCANTINS...........................................................24

FIGURA 6. VALORES MÉDIOS PARA SATURAÇÃO POR BASES (V%) E POR

ALUMÍNIO (m%) EM SOLOS SOB PASTAGENS DO ESTADO DO

TOCANTINS...............................................................................................................25

FIGURA 7. TEORES DISPONÍVEIS MÉDIOS DE P E K EM SOLOS SOB

PASTAGENS DO ESTADO DO TOCANTINS ..........................................................26

FIGURA 8. VALORES MÉDIOS PARA MATERIA ORGANICA EM SOLOS SOB

PASTAGENS DO ESTADO DO TOCANTINS...........................................................27

FIGURA 9. VALORES MÉDIOS PARA CTCTOTAL, CTCEFETIVA E SOMA DE BASES EM

SOLOS SOB PASTAGENS DO ESTADO DO TOCANTINS .............................28

Page 8: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

9

INDICE DE TABELAS

TABELA- 1. APTIDÃO AGRÍCOLA DOS SOLOS NO ESTADO DO

TOCANTINS ..................................................................................................................

.................17

TABELA- 2. GRAU DE LIMITAÇÃO AO USO AGRÍCOLA E APTIDÃO DE TERRAS

NO ESTADO DO TOCANTINS..................................................................................17

TABELA- 3. RECOMENDAÇÕES DE CORRETIVO/CALAGEM PARA DIFERENTES

CLASSES TEXTURAIS, PARA SOLOS SOB O USO DE PASTAGENS NO

ESTADO DO TOCANTINS 2012...............................................................................29

TABELA- 4. RECOMENDAÇÃO MEDIA DE ADUBAÇÃO PARA FORMAÇÃO DA

PASTAGEM EM SOLOS NO ESTADO DO TOCANTINS.........................................30

TABELA- 5. RECOMENDAÇÃO MEDIA DE ADUBAÇÃO PARA MANUTENÇÃO DA

PASTAGEM EM SOLOS NO ESTADO DO TOCANTINS .......................................31

Page 9: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

10

1) INTRODUÇÃO

A partir da década de 70, o Brasil impulsionado pela preocupação mundial

com a possível falta de alimentos após o ano 2000, começou a induzir a ocupação

agropecuária na região dos cerrados.

Na sua maioria, os solos na região dos cerrados são originários de rochas

pobres em nutrientes e são formados sob intenso intemperismo, onde predomina o

processo de lixiviação. Assim, tanto o material de origem quanto o processo de

formação, conduzem para a ocorrência de solos pobres. Seguindo esse mesmo

raciocínio, acaba sendo esperada a rápida degradação na fertilidade do solo, em

função da intensidade de uso desses solos. Como conseqüência desse cenário

criado, temos atualmente, grandes extensões de solos degradados, com baixíssimo

potencial produtivo.

Atualmente, estima-se que a região dos cerrados abriga 45 a 50 milhões de

hectares com pastagens cultivadas, das quais aproximadamente 50%, encontram-se

com algum grau de degradação. As pastagens utilizadas podem ser nativas ou

cultivadas. As forrageiras cultivadas mais importantes atualmente em uso foram

introduzidas da África e pertencem, em sua maioria, aos gêneros Brachiaria,

Panicum e Andropogon.

Estimativas citadas por Dias-Filho, (2007) indicam que cerca de 70 milhões de

hectares de pastagens, nas regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, estariam

degradados ou em processo de degradação. Nesse contexto é necessário

considerar que as gramíneas forrageiras são tão ou mais exigentes que as culturas

tradicionais (SILVA, 1995). Segundo Dias-Filho, (2007) Várias práticas inadequadas

de manejo podem levar a degradação da pastagem, e uma delas é a ausência de

reposição periódica da fertilidade do solo.

No estado do Tocantins, são estimados que aproximadamente 70% das

pastagens naturais (10.290.856 ha) e cultivadas (6.534.879 ha), apresentam algum

estado de degradação (SEAGRO, 2006).

A melhoria da fertilidade do solo, através da utilização de corretivos e

fertilizantes, é um dos fatores que determinam o sucesso da atividade agropecuária.

Além desta prática, destacam-se as condições climáticas, os manejos adotados, as

espécies cultivadas e as condições de mercado. No entanto, a prática de correção

da acidez do solo e de recomendação de adubação, não é comum em sistemas de

produção de pastagem. Contudo, a pressão para redução do desmatamento, a

Page 10: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

11

valorização das terras e o aumento do rebanho, estão forçando novos

procedimentos mais tecnificados para aumento da produtividade das pastagens.

Visando a correção da acidez do solo e o suprimento de cálcio e magnésio, a

quantidade de calcário a ser aplicada deve ser calculada objetivando uma saturação

de bases de 60 a 70% para as forrageiras mais exigentes e de 40 a 50% para as

forrageiras consideradas menos exigentes, porém faz-se necessário observar o

equilíbrio adequado de cálcio, magnésio e potássio em relação a participação na

saturação de bases no solo e também a textura do solo (arenoso ou argiloso)

(VILELA et al., 2007).

Quanto aos nutrientes para o crescimento das pastagens são os mesmos que

as plantas de lavoura necessitam, porém, em pastagens, as forrageiras estão

sujeitas a cortes e ao pastejo, que removem grandes quantidades de folhas, as

quais são fundamentais ao crescimento da planta, pois são responsáveis pela

fotossíntese da planta. Quanto mais rápida for a reposição de folhas (rebrote), mais

rapidamente a pastagem poderá ser utilizada. A velocidade de rebrote está

intimamente ligada ao fornecimento de nutrientes do solo para a planta.

Segundo Ribeiro et al., (1999), em pastagens existem dois tipos de adubação:

a) de estabelecimento ou formação, que tem por objetivo fornecer os nutrientes para

o desenvolvimento inicial das pastagens, garantindo que elas cresçam e cubram

rapidamente o solo e, b) de manutenção ou reposição, que tem por objetivo repor os

nutrientes que tenha sido extraídos ou perdidos durante a utilização da pastagem.

Devido à freqüência de utilização da pastagem, é natural que a fertilidade do

solo seja reduzida ano a ano, fazendo necessária a adubação de reposição. Assim,

será criada uma condição de suprimento de nutrientes para que a forrageira

apresente seu máximo desempenho quanto a qualidade e quantidade.

2.) REVISÃO BIBLIOGRAFICA

Page 11: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

12

2.1) Propriedades químicas e físicas do solo

Neste item serão abordadas as propriedades de maior importância na

dinâmica dos nutrientes nos solos, que são parâmetros para avaliação da fertilidade

dos solos, como matéria orgânica, textura, CTC, acidez e soma das bases,

saturação por alumínio e saturação por bases.

A influência da matéria orgânica, em muitos solos, a faz o principal agente

responsável pela formação e estabilidade dos agregados. A matéria orgânica

fornece substrato energético que torna possível a atividade de fungos, bactérias e

animais do solo. À medida que os resíduos orgânicos são decompostos, formam-se

um gel e outros produtos viscosos que, juntamente com bactérias e fungos

estimulam a formação dos agregados. Os exsudados orgânicos das raízes das

plantas também participam desta reação (LOPES e GUILHERME, 2004).

A textura do solo pode ser definida como sendo a proporção relativa dos

diferentes grupos de partículas primárias do solo (areia, silte e argila) nele

existentes. A textura do solo, não só diz respeito ao tamanho das partículas

minerais, como também diz respeito à 9 sensação que dá ao tato uma massa de

solo - grosseira, fina ou sedosa. A superfície específica de um solo é definida como

a área por unidade de peso (m2/g). É inversamente proporcional ao diâmetro das

partículas, ou seja, quando menor a partícula do solo maior sua superfície específica

por unidade de peso, como se pode observar Praticamente, apenas as argilas ao

lado da matéria orgânica, são responsáveis pela superfície específica dos solos.

Esta importante propriedade física é diretamente responsável pela adsorção de água

e nutrientes no solo, considerando-se que estes fenômenos são de superfície ou de

área de exposição (FREIRE, 2007).

O número total de cátions trocáveis que um solo pode reter é chamado de sua

Capacidade de Troca de Cátions ou CTC. Quanto maior a CTC do solo, maior o

número de cátions que este solo pode reter (LOPES e GUILHERME, 2004).

A capacidade de troca iônica dos solos representa, portanto, a graduação da

capacidade de liberação de vários nutrientes, favorecendo a manutenção da

fertilidade por um prolongado período e reduzindo ou evitando a ocorrência de

efeitos tóxicos da aplicação de fertilizantes. Se a maior parte da CTC do solo está

ocupada por cátions essenciais como Ca2+, Mg2+ e K+, pode-se dizer que esse é um

solo bom para a nutrição das plantas. Por outro lado, se grande parte da CTC está

Page 12: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

13

ocupada por cátions potencialmente tóxicos como H+ e Al3+ este será um solo pobre

em nutrientes e com elevada acidez (RONQUIM, 2010).

A acidez pode ser dividida em quatro variáveis: Acidez ativa, Acidez trocável,

Acidez não-trocável, Acidez potencial ou acidez total.

Acidez ativa é dada pela concentração de H+ na solução do solo, sendo

expressa em termos de pH. Acidez trocável (cmolc dm-3): refere-se ao alumínio (Al3+)

e hidrogênio (H+) trocáveis e adsorvidos nas superfícies dos colóides minerais ou

orgânicos por forças eletrostáticas (MEURER, 2000).

Nos boletins de análise, este tipo de acidez é representado por Al trocável e

expresso em cmolc dm-3. A acidez trocável, também conhecida por Al trocável ou

acidez nociva, apresenta efeito nocivo ao desenvolvimento normal de um grande

número de culturas. Quando se fala que um solo apresenta toxidez de alumínio, isto

significa que este solo apresenta altos valores de acidez trocável.

Acidez não-trocável (cmolc dm-3): é a quantidade de acidez titulável que ainda

permanece no solo, após a remoção da acidez trocável com uma solução de um sal

neutro não-tamponado, como KCl 1 mol L-1. Este tipo de acidez é representado por

H+ em ligação covalente (mais difícil de ser rompida) com as frações orgânicas e

minerais do solo. O ponto relevante em relação a este tipo de acidez é que ela não é

maléfica ao crescimento vegetal, embora, em certas situações, doses mais elevadas

de calcário, que a neutralizem, total ou parcialmente, possam apresentar efeitos

benéficos adicionais, (LOPES e GUILHERME, 2004).

Acidez potencial ou acidez total (cmolc dm-3) refere-se ao total de H+ em

ligação covalente mais H+ + Al3+ trocáveis, sendo usada na sua determinação uma

solução tamponada a pH 7,0. Muitos laboratórios de rotina em fertilidade do solo, no

Brasil, já incorporaram a determinação do H+ + Al3+, com todas as implicações

benéficas do conhecimento e utilização deste indicador (RONQUIM, 2010).

Soma de bases trocáveis (cmolc dm-3) este atributo, reflete a soma de cálcio,

magnésio, potássio e, se for o caso, também o sódio, todos na forma trocável, do

complexo de troca de cátions do solo. A soma de bases dá uma indicação do

número de cargas negativas dos colóides que está ocupado por bases (LOPES e

GUILHERME, 2004).

Porcentagem de saturação por alumínio (m%): expressa a fração ou quantos

por cento da CTCEFETIVA estão ocupados pela acidez trocável ou Al trocável. Em

termos práticos, reflete a percentagem de cargas negativas do solo, próximo ao pH

natural, que está ocupada por Al trocável. É uma outra forma de expressar a toxidez

Page 13: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

14

de alumínio. Em geral, quanto mais ácido é um solo, maior o teor de Al trocável em

valor absoluto, menores os teores de Ca, Mg e K, menor a soma de bases e maior a

percentagem de saturação por alumínio (LOPES e GUILHERME, 2004). O alumínio

se apresenta como um dos maiores empecilhos para as plantas, pois se apresenta

de forma toxica a elas, as ações fisiológicas e bioquímicas do alumínio na planta e

os mecanismos pelos quais o alumínio afeta as funções celulares podem ser

resumidos da seguinte maneira: alterações na membrana das células da raiz;

inibição da síntese de DNA e da divisão celular; inibição do elongamento celular;

alterações na absorção de nutrientes e no balanço nutricional; efeito sobre a

simbiose rizóbio/leguminosa (MCQUATTIE e SCHIER, 1990). O nível de tolerância

a toxidez por alumínio vai depender do tipo de forrageira, sendo observadas

variações geralmente entre 20 e 30% de saturação de alumínio (CFSEMG, 1999).

Percentagem de saturação por bases da CTC a pH 7,0: este parâmetro reflete

quantos por cento dos pontos de troca de cátions potencial estão ocupados por

bases, ou seja, quantos por cento das cargas negativas, passíveis de troca a pH 7,0,

estão ocupados por Ca, Mg, K e, às vezes, Na, em comparação com aqueles

ocupados por H e Al. É importante comentar ainda que grande parte da CTC a pH

7,0 é ocupada por H+, que precisa ser neutralizado pela ação da calagem, se deseja

liberar cargas negativas que se encontram não dissociadas. Isto somente irá ocorrer

com a elevação do pH acima do valor 5,6, onde o Al ou acidez trocável já deixa de

atuar (NOVAIS et al., 2007).

A saturação por bases é um excelente indicativo das condições gerais de

fertilidade do solo, sendo utilizada até como complemento na nomenclatura dos

solos. Os solos podem ser divididos de acordo com a saturação por bases: solos

eutróficos (férteis) = V%≥50%; solos distróficos (pouco férteis) = V%<50%. Alguns

solos distróficos podem ser muito pobres em Ca2+, Mg2+e K+ e apresentar teor de

alumínio trocável muito elevado, chegando a apresentar saturação em alumínio (m

%) superior a 50% e nesse caso são classificados como solos álicos (muito pobres):

Al trocável ≥ 3 mmolc dm-3 e m% ≥50% (RONQUIM, 2010).

2.2) Importância da fertilidade do solo para a produção de forrageiras.

A fertilidade do solo interfere em vários aspectos da produção de forragem,

um exemplo é que o baixo suprimento de nitrogênio, fósforo e potássio afetam

negativamente o perfilhamento (LANGER, 1972).

Page 14: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

15

O Nitrogênio é um nutriente essencial para as pastagens fazendo parte da

composição de aminoácidos e proteínas, ácidos nucléicos, hormônios e clorofila,

dentre os compostos orgânicos essenciais à vida das plantas. O desenvolvimento

vegetativo de uma gramínea é caracterizado pelo aparecimento e desenvolvimento

de folhas e perfilhos, alongamento do colmo e desenvolvimento do sistema radicular

(SILSBURY, 1970).

Colozza (1998) observou que o número de perfilhos variou significativamente

com as doses de N, nos dois cortes efetuados no Panicum maximum Jacq.

Cultivares Aruana e Mombaça. Para o capim-aruana obteve o maior número de

perfilhos com as doses de N de 150 e 233 mg kg-1 de solo, respectivamente no

primeiro e segundo crescimentos das plantas, enquanto no capim- mombaça esse

aumento no perfilhamento correspondeu às doses de N de 149 e 268 mg kg -1 de

solo, também no primeiro e segundo crescimentos, respectivamente.

O fósforo é o nutriente considerado mais limitante a produção de pastagens.

Isso porque participa ativamente de todos os processos metabólicos das plantas,

visto que os solos brasileiros são bastante deficientes neste nutriente. Pode-se dizer

que a prática de adubação assume papel fundamental para o estabelecimento e

manutenção das pastagens (CECATO, 2003).

O fósforo desempenha papel importante no crescimento do sistema radicular,

bem como no perfilhamento das gramíneas, proporcionando uma maior

produtividade (SANTOS et al., 2002).

Werner e Hagg (1972), avaliando o efeito de diversos nutrientes no

desenvolvimento do capim Colonião (Panicum maximum cv. Colonião), em um solo

de baixa fertilidade, verificaram que sem aplicação de fósforo, independente da

adubação com outros nutrientes, a planta não perfilhava, resultando em uma

produção de forragem muito baixa.

O potássio (K) está envolvido em diversas reações bioquímicas necessárias

ao metabolismo vegetal. É o cátion monovalente mais comum e responsável pelo

balanço iônico nas células vegetais. Não tem função estrutural, nem participa da

composição, mas esta envolvida em um grande número de reações em forma de

catalisador (BIDWELL, 1974).

Em estudos sobre perfilhamento e área foliar de capim mombaça, avaliou-se

o efeito do fornecimento de potássio na solução nutritiva e constatou que as doses

de K tiveram efeito significativo no número de perfilhos e na área foliar, em dois

períodos de crescimento da gramínea (PEREIRA, 2001).

Page 15: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

16

Os suprimento dos macronutrientes secundários Ca e Mg podem ser supridos

por meio da prática da calagem. Essa por sua vez, além de fornecer Ca e Mg como

nutrientes, eleva o pH do solo e, como conseqüência, aumenta a disponibilidade de

P e de Mo, reduz o Al, Mn e o Fe. No entanto, em excesso tornam-se tóxicos para as

plantas e para o rizóbio nas leguminosas. Além disso, a prática da calagem exerce

papel fundamental sobre processos como decomposição e mineralização da matéria

orgânica, essenciais para a elevação da CTC e para a melhoria das propriedades

físicas e químicas do solo. (WERNER, 1986).

O enxofre, segundo Martha e Corsi, (1999) em seus levantamentos recentes

demonstraram que aproximadamente 70 a 80% dos solos brasileiros são deficientes

nesse elemento, e esse fato, aliado ao uso crescente de adubos concentrados

(uréia, superfosfato triplo, etc.), que não contem enxofre em sua formulação, sinaliza

a importância de se conhecer melhor esse elemento, a fim de se evitar ou mesmo

agravar a deficiência desse nutriente nas pastagens.

2.3) Aptidão agrícola dos solos do Tocantins

Os solos ocupados por pastagens em geral apresentam problemas de

fertilidade natural, acidez, topografia, pedregosidade ou limitações de drenagem,

sendo marginais em relação aos utilizados para produção de grãos em função

desses fatores limitantes.Os solos de melhor aptidão agrícola em sua maioria são

ocupados pelas lavouras anuais de grãos ou as de grande valor industrial, para a

produção de óleo, fibras, resinas, açúcar, etc, (MACEDO, 1999).

O estado do Tocantins apresenta em sua maioria ocupação sob o bioma

cerrado, apresentam características físicas favoráveis, boa topografia e poucas

limitações climáticas. Entretanto, apresentam solos, em sua maioria, com Grandes

limitações de fertilidade, principalmente em relação aos baixos valores de pH,

elevados teores de alumínio trocável e baixo teores de nutrientes, com destaque

para o fósforo, (SANTANA, 2009).

Assim Lima et al., (2000) fez um levantamento afim definir a apitidão agrícola

dos solos no Tocantins, para lavouras e frutíferas, pastagens, silvicultura e sem

aptidão agrícola (Tabela1 e Tabela 2).

Tabela 1. Aptidão agrícola dos solos do estado do Tocantins

Page 16: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

17

Caracterização Área

Km2 (%)

Lavouras e Fruteiras tropicais 153.752 55,4Pastagens plantadas 36.006 14,1Silvicultura e Pastagem natural 48.717 17,6Sem aptidão agrícola 35.322 12,9

Fonte: lima et al., (2000).

Segundo lima et al., (2000), a principal limitação para os solos do Tocantins é

a deficiência de fertilidade dos solos (Tabela 2).

Tabela 2. Grau de limitação ao uso agrícola e aptidão de terras no estado do Tocantins

1- Grau de limitação: N = nulo; L = ligeiro; M = moderado; F = forte; M/F = moderado a forte./ 2- LV = Latossolo Vermelho-Amarelo; LE = Latossolo Vermelho-Escuro; PV = Podzólico Vermelho-Amarelo; C = Cambissolo; AQ = Areias Quartzosas. /3- Níveis de manejo, A: baixo nível tecnológico, B: médio nível tecnológico, C: alto nível Tecnológico. /4- Para aptidão agrícola, as terras consideradas agricultáveis são divididas (grupos 1, 2 e 3), grupo 1 - Terra com aptidão boa para lavouras e culturas perenes em, pelo menos, um dos níveis de manejo A, B ou C. Grupo 2 - Terras com aptidão regular para lavouras e culturas perenes em, pelo menos, um dos níveis de manejo A, B ou C. Grupo 3 - Terras com aptidão restrita para lavouras e culturas perenes em, pelo menos, um dos níveis de manejo A, B ou C. 3). /5- Subgrupos representados por letras maiúsculas, minúsculas e minúsculas entre parênteses: ‘’(a) minúscula entre parêntese’’, corresponde a classe de aptidão de terras Restrita: Essa classe engloba áreas que apresentam limitações fortes para a produção sustentada de determinado tipo de utilização. ‘’a, minúscula’’, corresponde a classe de aptidão Regular: Terras que apresentam limitações moderadas para a produção sustentada de determinado tipo de utilização. ‘’ A, maiúscula’’, classe de aptidão Boa: Terras sem limitações significativas para a produção sustentada de determinado tipo de utilização. Nota: Os algarismos sublinhados correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras.

Adaptado de: lima et al., (2000).

3) OBJETIVO GERAL

Realizar um levantamento exploratório da fertilidade média dos solos sob

pastagem no estado do Tocantins, com o intuito de estimar uma recomendação

media de calagem e adubação para diferentes classes texturais.

Page 17: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

18

4) MATERIAS E METODOS

O trabalho foi realizado na Universidade federal do Tocantins campus de

universitário de Gurupi, por meio da compilação de dados de analise de solo

oriundos do laboratório de solos-Labsolo. Foram trabalhados os dados de laudos de

análises realizadas no período de 2010 a 2011. Inicialmente foram tabulados 2300

laudos, os quais foram triados em função do histórico de uso em áreas sob cultivo

agrícola e sob pastagem. Na sequência foram selecionados 172 laudos de análise

de solo sob uso de pastagem, distribuídos em 32 cidades, sendo: Aliança, Alvorada,

Araguaina, Araguaçu, Barra do Ouro, Bom Jesus, Brejinho de Nazaré, Campus

Lindos, Cariri, Crixás, Dois Irmãos, Duere, Divinopolis, Figueiropolis, Formoso do

Araguaia, Gurupi, Lagoa da confusão, Lagoa do Tocantins, Miranorte, Monte do

Carmo, Palmeiropolis, Paranã, Pedro Afonso, Peixe, Ponte Alta, Sandolandia, Santa

Rita, São Salvador, São Valério e Sucupira, Figura 1.

Fonte: SEPLAN (1995).

Figura - 1. Pontos de amostragem de solos sob pastagem no estado do

TOCANTINS

Os laudos de análise de solo foram divididos em função das classes texturais

como: 0 a 15% de argila, textura arenosa, 15 a 35% de argila, textura média, 35 a

60% de argila, textura argilosa e 60 a 100% de argila, muito argilosa (CFSEMG,

1999), para possibilitar que fossem feitas as recomendações de calagem, e

adubação, uma vez que, os métodos usados levam em consideração a textura do

Pontos de amostragens de solos

Page 18: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

19

solo para recomendação. Para a avaliação da fertilidade do solo foram geradas

médias dos valores observados nos laudos de acordo com cada classe textural.

Para a recomendação de calagem foram utilizados os Métodos da

neutralização do Al3+ e da elevação dos teores de Ca2+ + Mg2+ e o método da

saturação por bases CFSEMG (1999), Quanto as gramíneas, foram dividias em 3

grupos isso devido algumas gramíneas serem mais sensíveis a altos teores de

alumínio no solo, outro parâmetro para divisão das gramineas em grupos é a

exigência em saturação de bases, então tem-se, grupo 1 - consiste em cultivares

sensíveis em acidez do solo com mt igual a 20%, (onde mt é a máxima saturação

por Al3+ tolerada pela cultura em porcentagem), e que exigem 50% de saturação de

bases para boa produtividade, que é composta por, Capim Elefante: Cameron,

Napier, Pennisetum hibrido (Pennisetum purpureum); Coast-cross, Tiftons; Colonião,

Vencedor, Centenário, Tobiatã, Quicuio (Pennisetum clandestinum) e, Pangola,

Transvala (Digitaria decumbens), (CFSEMG, 1999).

Grupo 2 - consiste em cultivares moderadamente sensíveis em acidez do solo

com mt da cultura igual 25%, e que exigem 45% de saturação de bases para boa

produtividade, que é composta por Green-panico, Tanzânia, Mombaça, Braquiarão

ou Marandú, Estrelas (Cynodon plectostachyus) e, Jaraguá (Hyparrrenia rufa),

(CFSEMG, 1999).

Grupo 3 - consiste em cultivares pouco sensíveis em acidez do solo com mt

da cultura igual 30%, e que exigem 40% de saturação de bases para boa

produtividade que é composta por, Braquiaria IPEAN, Braquiaria australiana

(Brachiaria decumbens); Quicuio da Amazônia (Brachiaria humidicola); Andropogon

(Andropogon guianensis); Gordura (Melinis minultiflora) e, Grama batatais

(Paspalum notatum), (CFSEMG, 1999).

Como toda recomendação de depende do nível de fertilidade do solo, a

calagem foi feita para todas as amostras, e foi calculada a media da calagem, Para

adubação foram usados os mesmos métodos.

As doses de adubo são definidas com base na análise de solo, levando em

consideração o nível tecnológico ou a intensidade de uso do sistema de produção, o

que se relaciona com características da forrageira, tais como produtividade, valor

forrageiro e requerimento nutricional. Neste sentido, as forrageiras foram agrupadas

quanto à sua adaptabilidade a sistemas de alto nível tecnológico ou intensivo, médio

e baixo ou extensivo. Caracteriza-se como sistemas de alto nível tecnológico

aqueles em que as pastagens são divididas em piquetes, com manejo rotacionado,

Page 19: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

20

recebendo insumos (fertilizantes, calcário e água), possibilitando aumento na taxa

de lotação, de acordo com a forrageira utilizada. Em sistemas de nível tecnológico

médio, onde a pastagem constitui o principal alimento na dieta dos animais, podem-

se considerar as seguintes taxas de lotação: Pennisetum purpureum, Cynodon

dactylon e C. lenfluensis (5 a 7 UA/ha/ano), Pannicum maximum (4 a 6 UA/ha),

Brachiaria brizantha (4 a 5 UA/ha), B. decumbens, B. ruziziensios e Setaria

sphacelata (3 a 4 UA/ha/ano). Os sistemas de baixo nível tecnológico caracterizam-

se pelo manejo com taxas de lotações menores que 1 UA/ha/ano, variando de

acordo com a sazonalidade regional. Os sistemas de médio nível tecnológico

caracterizam-se por intensidade de pastejo e taxas de lotação, intermediárias.

(CFSEMG, 1999).

Foi feita recomendação de adubação para todas as amostras para se gerar

uma média geral.

As formulas usadas para o calculo da Média, σ2 = 1/N x Σ(ŷi - μ)2 , para calculo

da calagem, NC= Y .[Al3+ – (mt . t/100)] + [X – (Ca2+ + Mg2+)], onde Y é um valor

variável em função da capacidade tampão da acidez do solo (CTH) e que pode ser

definido de acordo com a textura do solo, Al3+ corresponde aos teores de alumínio no

solo em cmolc dm-3, mt corresponde a máxima saturação por Al3+ tolerada pela

cultura em porcentagem, t corresponde a CTC efetiva em cmolc dm-3, X corresponde

a exigência da cultuara em Ca e de Mg trocáveis em cmolc dm -3, e Ca2+ + Mg2+ =

teores de Ca e de Mg trocáveis encontrados no solo, em cmolc dm-3.

Formula para calculo do método da saturação de bases, T(Ve – Va)/100,

onde T= CTC a pH 7 = SB + (H + Al), em cmolc dm-3, Soma de bases SB= Ca2+ +

Mg2+ + K++ Na+, em cmolc dm-3, Va = Saturação por bases atual do solo = 100 SB/T,

em porcentagem, Ve = Saturação por bases esperada, valor esse dependente para

a qual cultura a ser implantada e para qual é necessária a calagem.

Para comparação das medias foi utilizado o teste de médias de modelos

agregados “Pooled”. Nestes modelos a estimação é feita assumindo que os

parâmetros a e b são comuns para todos os indivíduos:

(homogeneidade na parte constante e no declive).

Onde m1-m2=0, hipótese de h0, uso deste teste foi recomendado devido as

variâncias não poderem ser consideradas iguais para o teste t ao nível de 5% de

significância (FERREIRA, 2000).

5) RESULTADOS E DISCUSÃO

Page 20: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

21

5.1) Textura do solo

Na avaliação dos solos sob pastagens no estado do Tocantins, foi verificado

maior uso dos solos da classe textura média (15 a 35%), representando 52% dos

solos (Figura 2). Como segunda maior classe textural sob uso de pastagens foi

observada a classe arenosa (até 15% de argila). O uso sobre a classe textural

arenosa correspondeu a 29% das áreas de pastagens no estado do Tocantins.

Somando as classes arenosas e textura média, representam 81% do uso sob

pastagem. Esses menores teores de argila, associados com a ausência de

corretivos e fertilizantes, explicam as menores produtividades das pastagens, a

baixa taxa de lotação e a rápida degradação. Foram descartadas as amostras da

classe texural muito argilosa 60 a 100% devido a pequena representatividade

amostral, assim evitando superestimação ou subestimação de resultados.

Figura 2: Distribuição das classes texturais em solos sob pastagens no estado do

Tocantins.

5.2) Fertilidade do solo

5.2.1) pH e Acidez potencial

Avaliando a acidez dos solos sob pastagem no Tocantins, a média no pH nas

diferentes texturas, classe arenosa (0 a 15% de argila) de 5.37, na textura média de

(15 a 35%) foi de 5.43, na textura argilosa de (35 a 60%) 5.25. Os resultados

Page 21: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

22

indicaram uma acidez media para ambos os solos nessas classes texturais em pH

em H2O (CFSEMG, 1999), (Figura 3).

De acordo com Lopes & Cox (1977), os solos de cerrado são naturalmente

ácidos, e essa descrição se adapta principalmente aos Latossolos, Areias

Quartizosas, que são predominantes na região. Uma das possíveis explicações para

acidez destes solos é devido a serem altamente intemperizados. Como

características do intemperismo cita-se, a acidificação de solos por lixiviação de

bases, como cálcio, magnésio e potássio (LUCHESE et al., 2002).

Isso fica claro quando se observa os teores médios de cálcio e magnésio para

essas classes texturais, Textura arenosa, cálcio 0,59 cmolc dm-3 e magnésio 0,46

cmolc dm-3, textura média, cálcio 1,01 cmolc dm-3 e magnésio 0,52 cmolc dm-3. Na

textura argilosa foi verificado para cálcio 0,78 cmolc dm-3 e magnésio 0,53 cmolc dm-3

(Figura 4). Segundo Costa et al. (2009) que avaliaram níveis de calagem para

formação de pastagem, os níveis críticos internos de Ca e Mg, determinados através

da equação que relacionou a dose de calcário necessária para a obtenção de 90%

da produção máxima de MS foram de 4,92 e 3,98 mg kg-1, respectivamente.

Os teores de cálcio na classe argilosa não diferiram estatisticamente das

demais texturas, mas entre classe arenosa e média houve diferença significavativa,

onde classe textural média apresentou maiores teores de cálcio e magnésio até

mesmo que classe textural argilosa onde se caracteriza uma situação não esperada

nesta textura, pois quanto mais argiloso for o solo maior capacidade reter nutrientes,

a textura mais argilosa também possuía maior teor de matéria orgânica outra

característica importante para retenção de nutrientes.

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= Argilosa

Page 22: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

23

Figura 3: Valores médios de pH em solos sob pastagens no estado do Tocantins,

2012.

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= ArgilosaFigura 4: Teores disponíveis médios de Ca e Mg em solos sob pastagens no estado

do Tocantins, 2012.

Os teores de alumínio encontrados diferenciaram nas classes texturais,

arenosa e média. Os solos mais argilosos apresentaram maiores teores de alumínio

trocável, sendo observado aumento da acidez potencial quanto mais argiloso o solo

se comportava. Respectivamente a média de Al3+ na textura arenosa apresentou

0,25 cmolc dm-3, na textura média foi de 0,27 cmolc dm-3, na textura argilosa foi 0,41

cmolc dm-3 (Figura 5). A elevação dos teores de acidez potencial pode ter ocorrido

por uma importante causa da acidificação dos solos do cerrado, que é a hidrólise do

alumínio, a qual produz íons H+, de acordo com a reação: Al3+ + 3H2O Al(OH)3

( precipita) + 3H+ (incorpora ao complexo sortivo ou é lixiviado pela água),

(OLIVEIRA et al., 2005).

Page 23: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

24

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= ArgilosaFigura 5. Valores médios acidez potencial (H+Al) em solos sob pastagens no estado

do Tocantins, 2012.

Nas texturas arenosa e média os teores de alumino não representam

empecilhos para pastagens, pois os teores de saturação por alumínio não

ultrapassaram os 20%, textura arenosa 18,86%, textura média 16,77%, isso é

explicado pela alta tolerância das pastagens a saturação por alumínio segundo

(CFSEMG, 1999), Figura 5. Para a textura argilosa, com saturação por alumínio de

26,89%, devem-se tomar alguns cuidados, pois algumas forrageiras são suscetíveis

esses níveis de saturação, nestes solos esse índice médio de saturação por

alumínio pode ser em função da forte ligação das argilas, com alumínio. No geral a

saturação de bases apresentou porcentagem baixa quando ideal para pastagens

seria de 45 a 60%, a saturação por bases média foi, textura arenosa, 39,31%,

textura média, 35,04%, textura argilosa, 28,32%, contatou-se um decréscimo na

saturação por bases nos solos mais argilosos e elevação da saturação de alumínio,

isso pode ser explicado pela maior acidez potencial nos solos de 35 a 60% pois a

saturação de bases é calculada pela formula V% = 100.SB/T. onde T ou CTC total é

= SB + (H + Al), (CFSEMG, 1999). Então como nos solos mais argilosos houve uma

crescente acidez potencial, logo a diminuição na saturação de bases (Figura 6).

Page 24: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

25

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= ArgilosaFigura 6. Valores médios para saturação por bases (V%) e por alumínio (m%) em

solos sob pastagens do estado do Tocantins, 2012.

5.2.2) P e K

Os teores de fósforo foram caracterizados na classificação muito baixos para

ambas as texturas segundo a classificação (CFSEMG, 1999); respectivamente os

teores médios de fósforo encontrados foram de textura arenosa foi de 6,47 mg dm-3,

na textura de média, 3,81 mg dm-3, na textura argilosa foi 2,97 mg dm-3.

Dos macronutrientes essenciais às plantas, o fósforo é o elemento que limita

mais freqüentemente a produção das culturas na região dos cerrados. Isso, por

apresentar-se em formas pouco disponíveis aos vegetais e pelas características de

elevada adsorção dos solos dessa região (SANTOS & KLIEMANN, 2005). Gheri et

al. (2000) avaliou os efeitos da aplicação de fósforo (P) em solo argiloso, de textura

média e arenosa, sobre a produção de matéria seca de Panicum maximum Jacq. cv.

Tanzânia. O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do capim-tanzânia, em

vasos, à aplicação de P no solo, e determinar o nível crítico do nutriente no solo para

esse capim. E observou que com a aplicação de até 35 mg dm -3 de P, é obtido

maiores incrementos na produção de matéria seca do capim tanzânia,

independentemente da textura do solo. O nível crítico de P no solo determinado para

80% da produção máxima de matéria seca do capim tanzânia é 38 mg dm -3.

Evidenciando o quão baixos são os teores fósforo no nosso estado.

Os teores de potássio não se diferenciaram nas texturas de arenosa e

Argilosa, com os respectivos teores 19,76 mg dm-3 para textura arenosa e 20,00 mg

Page 25: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

26

dm-3 textura argilosa, quanto a fertilidade estes valores são classificados como

valores de fertilidade media segundo (CFSEMG, 1999).

Na textura média os teores médios encontrados foram muito abaixo da media

12,24% mg dm-3, classificados como muito baixos (CFSEMG, 1999), uma das

possíveis explicações para este comportamento seria a movimentação destes

cátions para as camadas subsuperficiais do solo assim não sendo possível

evidenciar sua representatividade nas amostras das camadas superficiais, pois

muito provavelmente a maioria das amostras de solo encaminhadas ao laboratório

de solos da universidade federal do Tocantins, são provenientes dos próprios

produtores que podem fazer a coleta dos de forma erronia ou retirar apenas a

camada superficial do solo assim subestimando o teor nutritivo do solo, em um

experimento para a avaliação de aplicação de fosfatos naturais, foi observado que

59% das forma solúveis de potássio tinham sofrido movimentação para as camadas

subsuperficiais a abaixo de 30 cm (SANTOS & KLIEMANN, 2005). Os teores de

potássio e fósforo se apresentam na figura 7.

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= ArgilosaFigura 7: Teores disponíveis médios de P e K em solos sob pastagens no estado do

Tocantins, 2012.

5.2.3) Matéria orgânica

Os teores médios de matéria orgânica encontrados em solo com textura

arenosa foi de 14,30 g dm-3, essa classe textural se diferenciou estatisticamente das

outras texturas. Onde textura média apresentou teores médios de 20,48 g dm-3,

textura argilosa, apresentou teores médios de 24,17 g dm-3 (Figura 8). Estes valores

Page 26: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

27

são considerados baixos segundo Ricci (2006), que afirmou que um solo ideal,

precisa possuir pelo menos (50 g dm-3) de matéria orgânica, embora nos solos

tropicais os teores de matéria orgânica dificilmente ultrapassam 20 g dm -3, houve um

leve crescimento nos teores de matéria orgânica.

Grohmann (1977) encontrou, para solos de São Paulo, positiva relação entre

superfície específica e quantidades de argila são de esperar que os teores de

matéria orgânica estejam relacionados com a textura do solo, desde que sejam

semelhantes climas, tipo (ou atividade) de argila, vegetação, manejo e drenagem.

De fato, Lepsch (1980) encontrou elevada correlação entre os teores de carbono e

os de argila do horizonte superficial de certos solos de São Paulo.

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= ArgilosaFigura 8: Valores médios para materia organica em solos sob pastagens do estado

do Tocantins, 2012.

5.2.4) CTCTOTAL, CTCEFETIVA e Soma de bases

A os teores médios de CTC total foram, textura arenosa, 3,49 cmolc dm-3,

textura média, 4,48 cmolc dm-3, textura argilosa, 4,95 cmolc dm-3.

Os teores médios de CTC efetiva foram textura arenosa, 1,34 cmolc dm-3,

textura média, 1,84 cmolc dm-3, textura argilosa, 1,78 cmolc dm-3. Os teores médios

de soma de bases foram de textura arenosa, 0,56 cmolc dm-3, textura média 1,57

cmolc dm-3, textura argilosa, 1,37 cmolc dm-3. As medias das texturas tanto para CTC

total, CTC efetiva como para soma de bases, se diferenciaram estatisticamente nos

Page 27: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

28

solos mais arenosos, onde também apresentou baixos teores de matéria orgânica,

esta altamente implicada na CTC do solo.

Segundo Lemos & Santos (1996), Os baixos valores de CTC são associados

a solos enquadrados na classe arenosa e média pelo seu menor poder de

tamponamento. Isso depende do tipo do material de origem e o grau de

intemperização do solo; Os colóides (argila ou húmus) apresentam, em geral, um

balanço de cargas negativas, desenvolvido durante o processo de formação. Isto

significa que eles podem atrair e reter íons com cargas positivas, da mesma forma

que pólos diferentes de um imã são atraídos, ao passo que repelem outros íons de

carga negativa, como pólos iguais de um imã se repelem. (LOPES & GUILHERME,

2004).

0 a 15%= Arenosa 15 a 35%= Média 35 a 60%= ArgilosaFigura 9: Valores médios de CTCTOTAL(T), CTCEFETIVA(t) e Soma de Bases (SB) em

solos sob pastagens no estado do Tocantins, 2012.

5.3) Recomendações de corretivos da acidez do solo e adubação

5.3.1) Recomendação de corretivo/ calagem

A recomendação em geral apresentar baixos valores em relação a fertilidade

do solo, isso pode ser explicado pela baixa sensibilidade das pastagens a saturação

por alumino e os baixos teores de alumínio apresentados no solo. As

recomendações médias para Método da neutralização do Al3+ e da elevação dos

Page 28: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

29

teores de Ca2+ + Mg2+ para o grupo 1 de pastagens, na textura arenosa, foi 1,01 ton

ha-1, para textura média, 0,89 ton ha-1, para textura argilosa, 1,3 ton ha-1.

As recomendações médias para o grupo 2 de pastagens, na textura arenosa,

foi 0,58 ton ha-1, para textura média 0,5 ton ha-1, para textuta argilosa, 0,84 ton ha-1.

As recomendações médias para o grupo 3 de pastagens, na textura arenosa,

foi 0,26 ton ha-1, para textura média, 0,21 ton ha-1, para textura argilosa, 0,5 ton ha-1

(Tabela 4).

As recomendações de calagem pelo método da saturação de bases

apresentarão os seguintes resultados para o grupo 1 de pastagens, na textura

arenosa, foi 0,72 ton ha-1, para textura média, 0,8 ton ha-1, para textura argilosa, 1,13

ton ha-1.

As recomendações médias para o grupo 2 de pastagens, na textura arenosa,

foi 0,57 ton ha-1, para textura média, 0,62, para textuta argilosa, 0,94 ton ha -1. As

recomendações médias para o grupo 3 de pastagens, na textura arenosa, foi 0,43

ton ha-1, para textura média, 0,46 ton ha-1, para textura argilosa, 0,74 ton ha-1 (Tabela

5).

Tabela 3. Recomendações de corretivo/calagem para diferentes classes texturais, para solos sob o uso de pastagens no estado do Tocantins 2012.

Método da Neutralização do al3+ e elevação dos teores de Ca2+ e Mg 2+.

Gramíneas Textura (dag kg-1)Arenosa Média Argilosa

Grupo 1 1,01 0,89 1,3Grupo 2 0,58 0,5 0,84Grupo 3 0,26 0,21 0,5

Método da saturação de bases         

Gramíneas Textura (dag kg-1)Arenosa Média Argilosa

Grupo 1 0,72 0,8 1,13Grupo 2 0,57 0,62 0,94Grupo 3   0,43   0,46   0,74

Page 29: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

30

5.3.2) Recomendação de adubação

A adubação é dividia em duas etapas adubação de formação e adubação de

manutenção as seguintes recomendações se apresentam na tabela 5. Os solos mais

argilosos apresentarão maior necessidade de Adubação que os mais arenosos, isso

ocorre devido capacidade tampão dos solos mais argilosos. As adubações foram

divididas em três níveis tecnológicos e de acordo com as texturas, para avaliação

dos valores de necessidade de adubação foram usados os métodos descritos por

(CFSEMG, 1999).

Tabela - 4. Recomendação de adubação para formação de pastagens sobre solos no estado do Tocantins, com diferentes níveis tecnológicos 2012.

Textura (dag kg-1) Nível Tecnológico Kg ha-1

      N P2O5 K2O           Baixo 0 30 20Arenosa Médio 50 50 40  Alto 3x50 70 60

       N P2O5 K2O           Baixo 0 50 20Média Médio 50 70 40  Alto 3x50 90 60

      N P2O5 K2O           Baixo 0 70 20Argilosa Médio 50 90 40  Alto 3x50 110 60

Para os pastos manejados sob sistemas de médio nível tecnológico,

recomenda-se a aplicação de 50 kg/ha de N. Para os sistemas de alto nível

tecnológico, recomenda-se a aplicação de 100 a 150 kg/ha de N, parcelados de

modo que não se ultrapasse 50 kg/ha/aplicação. A aplicação tanto para N quanto

para K deve ser em cobertura quando a forrageira cobrir de 60 a 70 % do solo,

visando ao maior aproveitamento do fertilizante (CFSEMG, 1999).

Page 30: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

31

Tabela - 5. Recomendação de adubação para manutenção de pastagens sobre solos no estado do Tocantins, em diferentes níveis de tecnologia 2012.

Textura (dag kg-1) Nível Tecnológico Kg ha-1

      N P2O5 K2O           Baixo 50 15 40Arenosa Médio 3x50 20 100  Alto 4x50 30 200

       N P2O5 K2O           Baixo 50 20 40Média Médio 3x50 30 100  Alto 4x50 40 200

      N P2O5 K2O           Baixo 50 30 40Argilosa Médio 3x50 40 100  Alto 4x50 50 200

É recomendável, sobretudo para os solos de textura média a arenosos, que a

fertilização potássica seja realizada em cobertura, quando a forrageira cobrir 60 a 70

% do solo, possibilitando-lhe maior absorção e conseqüentemente menores perdas

por lixiviação, (CFSEMG, 1999).

A adubação nitrogenada é fundamental para a sustentabilidade das pastgens,

para os sistemas com média intensidade de exploração, recomendam-se doses

entre 100 e 150 kg/ha/ano, aplicadas em parcelas de 50 kg, sendo a primeira

aplicada logo após as primeiras chuvas e as demais a intervalos, de forma que a

última ocorra antes do fim da estação chuvosa. Para os sistemas de alto nível

tecnológico, recomendam-se doses de 200 kg/ha/ano de N, também fracionadas no

início, meio e final do período chuvoso. Para sistemas extensivos, em situações

especiais, sugere-se o uso de 50 kg/ha/ano de N, aplicado no início da estação

chuvosa, (CFSEMG, 1999).

6) CONCLUSÕES

Page 31: CARACTERIZAÇÃO DA FERTILIDADE DOS SOLOS SOB PASTAGENS NA REGIÃO CENTRO-SUL DO TOCANTINS

32

Os solos no estado do Tocantins sob pastagem estão na sua maioria sobre as

classes texturais média (52%) e arenosa (29%), somando 81% das áreas sob

pastagem.

Acidez se apresenta média para ambas as texturas, A saturação por bases,

saturação por alumínio, teores disponíveis de P e K, Ca, Mg e matéria orgânica se

apresentaram todos abaixo do ideal para ambas texturas.

É imprescindível aplicação de fontes de fósforo e potássio, principalmente nos

solos de textura médiaque são predominantes na região amostrada, os solos em sua

maioria apresentaram baixos teores destes nutrientes no solo.

A recomendação de calagem pelo método da neutralização de Al3+ e elevação

dos teores de Ca e Mg, em ton ha -1 foi : textura arenosa (Grupo 1 de forrageiras:

1.01), (Grupo 2: 0,58), (Grupo 3: 0.26); textura média (Grupo 1: 0,89), (Grupo 2: 0,5),

(Grupo 3: 0.1); textura argilosa (Grupo 1: 1.3), (Grupo 2: 0,84), (Grupo 3: 0.5).

Método da saturação de bases, calagem em ton ha -1 : textura arenosa (Grupo

1: 0,72), (Grupo 2: 0,57), (Grupo 3: 0.43); textura média (Grupo 1: 0,8), (Grupo 2:

0,62), (Grupo 3: 0.46); textura argilosa (Grupo 1: 1.13), (Grupo 2: 0,94), (Grupo 3:

0,74).

Recomendação de adubação de formação em kg ha -1: Textura arenosa

(Baixo nível tecnológico: N=0, P=30, K=20), (Médio nível tecnológico : N=50, P=50,

K=40), (Alto nível tecnológico : N=3X50, P=70, K=60); Textura média: (Baixo nível

tecnológico: N=0, P=50, K=20), (Médio nível tecnológico : N=50, P=70, K=40), (Alto

nível tecnológico : N=3X50, P=90, K=60); Textura argilosa: (Baixo nível tecnológico:

N=0, P=70, K=20), (Médio nível tecnológico : N=50, P=90, K=40), (Alto nível

tecnológico : N=3X50, P=110, K=60).

Recomendação de adubação de manutenção em kg ha -1: Textura arenosa

(Baixo nível tecnológico: N=50, P=15, K=40), (Médio nível tecnológico : N=3x50,

P=20, K=100), (Alto nível tecnológico : N=4X50, P=30, K=200); Textura média:

(Baixo nível tecnológico: N=50, P=20, K=40), (Médio nível tecnológico : N=3x50,

P=30, K=100), (Alto nível tecnológico : N=4X50, P=40, K=200); Textura argilosa:

(Baixo nível tecnológico: N=50, P=30, K=40), (Médio nível tecnológico : N=3x50,

P=40, K=100), (Alto nível tecnológico : N=4X50, P=50, K=200).

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