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XII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis XII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 24 a 28 de outubro de 2016 Casa Manifesto: Edgar Graeff e a escola carioca em Porto Alegre Rodrigo Troyano Mestrando no Programa Mestrado Associado UniRitter/Mackenzie Arquiteto e Urbanista pela UniRitter 2002/2 [email protected] Resumo: Tipologia que se presta às experimentações, a casa passa a ser no século XX o principal suporte para o manifesto do arquiteto. O presente artigo é parte de uma pesquisa mais ampla e que tem por objetivo principal apontar casas manifesto na cidade de Porto Alegre. Estas casas teriam em si a força de convocar, alertar todo o campo local para uma nova forma de se fazer arquitetura. No ano de 1948, o arquiteto e professor Edgar Graeff projeta em Porto Alegre a casa Edvaldo Pereira Paiva. Essa residência apresenta pela primeira vez no cenário local, as mudanças nacionais e internacionais observadas no campo da arquitetura iniciadas na década de 1940, e traz à cidade pela primeira vez a influência direta da arquitetura da escola carioca e de seu principal representante, o arquiteto Oscar Niemeyer. Por sua radicalidade e requinte, a Casa Edvaldo Pereira Paiva impacta a geração contemporânea de arquitetos locais e influência as novas gerações por toda década de 1950. Palavras-Chave: Arquitetura Residencial; Casa manifesto; Escola carioca; Arquitetura Moderna em Porto Alegre; Edgar Graeff; Casa Edvaldo Pereira Paiva. 1 Introdução Manifesto pode ser definido como algo de natureza dissertativa e persuasiva. O manifesto costuma declarar um ponto de vista, alertar um problema ou convocar determinado campo para uma determinada ação. Tornam-se constantes, quase obrigatórios, entre as vanguardas artísticas da primeira metade do século XX no cenário europeu. E a arquitetura não escapa à regra. Tipologia que se presta às experimentações, a casa passa a ser o principal suporte para o manifesto do arquiteto. A casa, além de habitação como tipologia, como elemento original e como modelo, é um manifesto e uma série de intenções vertebradas arquitetonicamente. É a partir da casa - a própria em muitos casos - que o arquiteto define sua posição, às vezes precocemente, outras, como um ato reflexivo de maturidade. Desde a casa, os seus autores são militantemente modernos ou tomam distância do estilo internacional. A casa torna-se uma demonstração da atitude do arquiteto frente ao lugar, o vernáculo e modernidade. (ADRIÀ, 2003, p. 28). O presente texto faz parte de uma pesquisa mais ampla e que tem por objetivo principal apontar casas manifesto. Os necessários limites, físico e temporal, são a cidade de Porto Alegre e o período de meados do século XX até os primeiros anos do século XXI. O tema da casa como laboratório permite articular a pesquisa em torno de um programa comum, e analisar os diferentes discursos dos arquitetos locais, e as relações com arquitetos nacionais e internacionais. Aqui, será apresentada a primeira casa manifesto desta pesquisa.

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Centro Universitário Ritter dos Reis

XII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação SEPesq – 24 a 28 de outubro de 2016

Casa Manifesto: Edgar Graeff e a escola carioca em Porto Alegre

Rodrigo Troyano Mestrando no Programa Mestrado Associado UniRitter/Mackenzie Arquiteto e Urbanista pela UniRitter 2002/2 [email protected]

Resumo: Tipologia que se presta às experimentações, a casa passa a ser no século XX o principal suporte para o manifesto do arquiteto. O presente artigo é parte de uma pesquisa mais ampla e que tem por objetivo principal apontar casas manifesto na cidade de Porto Alegre. Estas casas teriam em si a força de convocar, alertar todo o campo local para uma nova forma de se fazer arquitetura. No ano de 1948, o arquiteto e professor Edgar Graeff projeta em Porto Alegre a casa Edvaldo Pereira Paiva. Essa residência apresenta pela primeira vez no cenário local, as mudanças nacionais e internacionais observadas no campo da arquitetura iniciadas na década de 1940, e traz à cidade pela primeira vez a influência direta da arquitetura da escola carioca e de seu principal representante, o arquiteto Oscar Niemeyer. Por sua radicalidade e requinte, a Casa Edvaldo Pereira Paiva impacta a geração contemporânea de arquitetos locais e influência as novas gerações por toda década de 1950. Palavras-Chave: Arquitetura Residencial; Casa manifesto; Escola carioca; Arquitetura Moderna em Porto Alegre; Edgar Graeff; Casa Edvaldo Pereira Paiva.

1 Introdução

Manifesto pode ser definido como algo de natureza dissertativa e persuasiva. O manifesto costuma declarar um ponto de vista, alertar um problema ou convocar determinado campo para uma determinada ação. Tornam-se constantes, quase obrigatórios, entre as vanguardas artísticas da primeira metade do século XX no cenário europeu. E a arquitetura não escapa à regra.

Tipologia que se presta às experimentações, a casa passa a ser o principal suporte para o manifesto do arquiteto.

A casa, além de habitação como tipologia, como elemento original e como modelo, é um manifesto e uma série de intenções vertebradas arquitetonicamente. É a partir da casa - a própria em muitos casos - que o arquiteto define sua posição, às vezes precocemente, outras, como um ato reflexivo de maturidade. Desde a casa, os seus autores são militantemente modernos ou tomam distância do estilo internacional. A casa torna-se uma demonstração da atitude do arquiteto frente ao lugar, o vernáculo e modernidade. (ADRIÀ, 2003, p. 28).

O presente texto faz parte de uma pesquisa mais ampla e que tem por objetivo principal apontar casas manifesto. Os necessários limites, físico e temporal, são a cidade de Porto Alegre e o período de meados do século XX até os primeiros anos do século XXI. O tema da casa como laboratório permite articular a pesquisa em torno de um programa comum, e analisar os diferentes discursos dos arquitetos locais, e as relações com arquitetos nacionais e internacionais. Aqui, será apresentada a primeira casa manifesto desta pesquisa.

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2 Antecedentes

Podemos ter uma noção confiável de como eram formalmente as primeiras casas do século XX em Porto Alegre, em imagens existentes no Arquivo Público Municipal e nas poucas casas remanescentes do período. Segundo o pesquisador Luís Henrique Hass Luccas, as imagens de projetos do começo do século demonstram algumas formas que se aproximam de um art-nouveau primitivo local, de ecletismos às vezes com “sotaque” alemão, outras vezes classicistas, oscilando do italiano ao afrancesado;

Figura 1: Casa Mânlio Agrifólio em Ipanema. Perspectiva de projeto (1931).

Fonte: Microfilme nº 48 do Arquivo Público Municipal Porto Alegre.

Os anos 30 marcam o período na cidade em que o art-déco é a influência principal dos arquitetos, com destaque para os projetos do arquiteto da prefeitura Christiano de La Paix Gelbert, como o abrigo de bondes da Praça XV de Novembro em 1933. É de Gelbert também o projeto do Cassino na exposição do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935 e o prédio do Pronto Socorro de 1940. Estes exemplos já se aproximam com as vanguardas europeias modernas do período.

Figura 2: Cassino da Exposição do Centenário Farroupilha – Christiano de La Paix Gelbert (1931).

Fonte: https://rafaellapuente.files.wordpress.com/2013/10/cassino-1935.jpg?w=470&h=221

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Os anos 40 marcam a criação do curso de Arquitetura da Faculdade de Belas Artes, fundado por Tasso Corrêa no ano de 1944. Destacam-se no curso os professores Demétrio Ribeiro, diplomado em Montevidéu em 1943, e Edgar Graeff, diplomado no Rio de Janeiro também no ano de 1943.

3 A escola carioca em Porto Alegre

É na década de 40 que Porto Alegre recebe a influência da escola carioca. Já consolidada e consciente, chamava a atenção da crítica de arquitetura internacional.

O panorama brasileiro difere substancialmente da situação internacional por já haver, no imediato pós-Segunda Guerra, uma primeira geração moderna; que não apenas estava atuante como se encontrava em processo de realização de várias obras notáveis, configurando precocemente, em termos comparativos, a efetiva consolidação de uma tradição moderna. (BASTOS/ZEIN, 2010, p. 26)

Três expoentes da já aclamada escola carioca são chamados a trabalhar em projetos para Porto Alegre. Jorge Machado Moreira é escolhido para fazer o Projeto do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, em 1942. Oscar Niemeyer é convidado a realizar o projeto para a sede do IPE/RS, em 1943. Affonso Eduardo Reidy e Jorge Machado Moreira realizam o projeto da Viação Férrea do RS em 1944 que recebe uma segunda versão com autoria única de Reidy.

Figura 3: Maquete do projeto original do Hospital de Clínicas, de Jorge Machado Moreira

(1942).

Fonte: CZAJKOWSKI, Jorge (org.). Jorge Machado Moreira. Rio de Janeiro, Centro de Arquitetura e

Urbanismo da Cidade do Rio de Janeiro, 1999, p. 121.

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Figura 4: Maquete do projeto para o Edifício-sede do IPÊ, de Oscar Niemeyer

(1944).

Fonte: XAVIER, Alberto; MIZOGUCHI, Ivan. Arquitetura Moderna em Porto Alegre, São Paulo, Pini,1987, p. 27

Figura 5: Maquete da segunda versão do projeto para o Edifício-sede da VFRGS, de Affonso Eduardo Reidy (1944).

Fonte: XAVIER, Alberto; MIZOGUCHI, Ivan. Arquitetura Moderna em Porto Alegre, São Paulo, Pini,1987, p. 27

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Dos três projetos, apenas o Hospital de clínicas é executado, e apenas a partir de 1958, após diversas versões que alteraram o projeto original. Ainda assim, exerceram grande influência no período sobre o campo arquitetônico da cidade.

4 Casa Manifesto

Em 1947, Graeff retorna a Porto Alegre após cinco anos de estudo na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil no Rio de Janeiro, onde ingressou em 1943 e graduou-se em 1947. O arquiteto recém formado chega a Porto Alegre disposto a atuar como um militante dos ideais da escola carioca.

É do ano de 1949 a primeira casa manifesto, objeto do presente artigo. Projetada por Edgar Graeff para o urbanista Edvaldo Pereira Paiva, simpatizante das idéias modernas, marca a introdução do modernismo na paisagem urbana de Porto Alegre. A casa é um protótipo de ideias e técnicas apreendidas da escola carioca de vertente corbusiana.

O terreno está localizado no bairro Cidade Baixa, perto da zona central da cidade. Sendo o lote estreito e profundo, com uma testada de 8.50m, Graeff concebeu um partido onde o tema são os cheios e vazios alternados na planta. A área de entrada, área social e o setor de serviço são separados pelos pátios internos, dispostos de forma intercalada, sendo que amplas esquadrias de vidro fazem a separação entre áreas abertas e fechadas. (GOLDMAN 2003, p.37).

Graeff, na casa Edvaldo Pereira Paiva, executa seu primeiro trabalho completo, indo desde a elaboração de programa de necessidades até os detalhes de mobiliário.

No acesso da casa (fig. 6), logo após o recuo jardim, salta aos olhos um pátio coberto ladeado por uma garagem fechada para um automóvel. Esse primeiro pátio interno cria uma espécie de transição entre o passeio público e a área privada da residência. Ao percorrer este pátio, chega-se à porta de acesso, que também é ladeada por um segundo pátio interno, que faz o acesso às áreas de serviço.

Figura 6: Casa Edvaldo Pereira Paiva, de Edgar Graeff (1948). Plantas baixas.

Fonte: Goldman 2003.

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Ao ingressar no hall de acesso, vê-se a escada de acesso ao pavimento superior, com degraus leves, sem espelhos, e o corredor que acessa a área social. O grande plano de vidro divisor com o segundo pátio interno da casa minimiza a noção de estreito do hall com duas circulações (fig. 7), além de toda permeabilidade do pavimento térreo.

Figura 7: Casa Edvaldo Pereira Paiva, de Edgar Graeff (1948). Hall e painel de vidro.

Fonte: Goldman 2003.

Percebe-se uma forte ideia corbusiana de passeio arquitetônico, com uma sucessão de episódios por espaços com poucas ou nenhuma parede, e que culminam na grande sala com pé direito duplo, totalmente envidraçada para o terceiro pátio interno. Sobre esta grande sala de estar e jantar, um mezanino (fig. 8), que abriga um estúdio e espaço para reuniões.

Figura 8: Casa Edvaldo Pereira Paiva, de Edgar Graeff (1948). Sala de estar e mezanino.

Fonte: Goldman 2003.

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O acesso a esse mezanino se dá pela escada localizada no hall, assim como o acesso aos quartos, que estão localizados na parte superior frontal da casa, sobre a garagem e o pátio coberto do acesso. Os dois dormitórios possuem uma varanda linear voltada para o norte, com uma espécie de brise soleil em madeira. Trata-se de uma reticula que combina treliçado ortogonal e quadros com persianas, servindo como solução ambiental e ao mesmo tempo como recurso estético. Aqui cabe salientar o uso de um importante elemento estético e funcional da arquitetura moderna brasileira de influência carioca. Esse muxarabi (fig. 9), treliçado, brise-soleil, usado por Graeff faz referência direta a obras cariocas em especial com as unidades habitacionais do Centro Tecnológico da Aeronáutica de São José dos Campos em São Paulo (fig. 10), projeto de Oscar Niemeyer.

Figura 9: Casa Edvaldo Pereira Paiva, de Edgar Graeff (1948). Painel da fachada.

Fonte: Goldman 2003.

Figura 10: Unidades habitacionais do Centro Tecnológico da Aeronáutica de São José dos Campos em São Paulo, de Oscar Niemeyer (1947).

Fonte: http://niemeyer.org.br/?q=gm5/ajax/detalhe-obra/3571.

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Nos dois projetos, esse plano que protege as varandas da incidência de sol é inclinado da mesma maneira e feito por um elemento dividido em três módulos principais em quadros de madeira. Em ambos os casos existe um módulo fixo que contrasta com outros dois módulos vazados ou que permitem o controle da insolação a partir de persianas móveis. Como solução de cobertura, Graeff faz uso de outro típico elemento da arquitetura da escola carioca, o telhado borboleta (fig 11). Assim chamado pelo aspecto de asas, configuradas por duas águas inclinadas para um mesmo eixo central. Telhado utilizado por Le Corbusier ainda nos anos 30, no Brasil aparece pela primeira vez na obra de Oscar Niemeyer para o Iate Clube do conjunto da Pampulha, em 1942 (fig. 12).

Figura 11: Casa Edvaldo Pereira Paiva, de Edgar Graeff (1948). Corte Longitudinal.

Fonte: Goldman 2003.

Figura 12: Iate Clube do conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, de Oscar Niemeyer (1942).

Fonte: http://www.iatebh.com.br/site/historico/.

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5 Considerações finais

A casa se converte em um discurso de natureza precursora e experimental em conformidade à arquitetura moderna de vertente corbusiana via escola carioca. Como um discípulo dessa nova escola, Graeff aplica pela primeira vez em uma residência local os conceitos vigentes desta arquitetura moderna, ao contrário de outras influências arquitetônicas vigentes no período, tais como o ecletismo tardio, estilo californiano e o art-déco.

Por sua radicalidade e requinte, a Casa Edvaldo Pereira Paiva impacta a geração contemporânea de arquitetos locais, em especial nomes como Emil Bered, Luiz Fernando Corona, Salomão Kruchin, Lincoln Ganzo de Castro, Moacyr Moojen Marques, Carlos Maximiliano Fayet, Irineu Breitman e Nelson Souza, entre outros. Arquitetos que darão sequência nos anos 1950 à consolidação da arquitetura moderna em Porto Alegre.

6 Referências

a) ALVAREZ, Cicero / SILVA, Marcos Miethicki. Arquitetura Moderna em Porto Alegre na década de 1950: a modernidade como patrimônio na cidade contemporânea. Seminário Docomomo Brasil: 2011.

b) BASTOS, Maria Alice Junqueira / ZEIN, Ruth Verde. Brasil: Arquiteturas após 1950. 1ª edição. São Paulo: Perspectiva, 2011.

c) CALOVI PEREIRA, Cláudio. Primórdios da Arquitetura Moderna em Porto Alegre: a presença dos arquitetos do Rio de Janeiro. Cadernos de Arquitetura Ritter dos Reis. Porto Alegre, v. 2, p. 47– 71, out. 2000.

d) COMAS, Carlos Eduardo Dias / ADRIÀ, Miguel. La casa latinoamericana Moderna 20 paradigmas de mediados de siglo XX. 1ª edição. México: Gustavo Gili, 2003.

e) GOLDMAN, Carlos Henrique. A casa moderna em Porto Alegre: projetos residenciais de Edgar Albuquerque Graeff 1949 – 1961. Dissertação de Mestrado, PROPAR UFRGS, 2003.

f) LUCCAS, Luís Henrique Hass. Arquitetura moderna brasileira em Porto

Alegre: sob o mito do “gênio artístico nacional”. Tese de Doutorado. Porto Alegre: PROPAR/UFRGS, 2004.

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g) MARQUES, Sergio Moacir. A revisão do movimento moderno? Arquitetura no Rio Grande do Sul dos anos 80. 1ª edição. Porto Alegre: Editora Ritter dos Reis, 2002.

h) NESBITT, Kate (org.) Uma nova agenda para a arquitetura – Antologia

teórica 1965-1995. São Paulo: Cosac Naify, 2013. i) RIBEIRO, Demétrio. A arquitetura no período 45-60. In: XAVIER, Alberto;

MIZOGUCHI, Ivan. Arquitetura Moderna em Porto Alegre. São Paulo: Pini, 1987.

j) SEGAWA, Hugo. Arquitetura no Brasil 1900-1990. 3ª edição. São Paulo: EDUSP, 1999.

k) XAVIER, Alberto; MIZOGUCHI, Ivan. Arquitetura Moderna em Porto Alegre. 1ª edição. São Paulo: Pini, 1987