correio da usalma n.º 26

20
Maio 2011 Maio 2011- Número 26

Upload: usalma

Post on 01-Apr-2016

226 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Correio da USALMA n.º 26 maio 2011

TRANSCRIPT

Page 1: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 1

Maio 2011- Número 26

Page 2: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 2

1 . Estão a decorrer as actividades de encerramento do 7º ano lectivo da Usalma que contou, no seu início, com cerca de 900 estudantes

inscritos e um acrescido número de professores a rondar os 85, em regime de voluntariado.

Manteve-se a distribuição por vários pólos disseminados pelas escolas secundárias e do 2º e 3º ciclos e instituições de cultura do concelho, modelo que se manterá enquanto aguardamos a nova sede, passando então a ser reformulado, sem abandonar aquela presença nas escolas, embora menos massiva.

Como é natural num projecto que em sete anos passou de 300 para novecentos estudantes e de 30 para 85 professores, a Usalma atravessa actualmente uma crise de crescimento. A crise é um fenómeno que afecta o crescimento dos homens assim como o das instituições humanas. O importante é que da crise, através da refl exão e do debate de ideias sobre o percurso feito e as perspectivas para o futuro, os humanos surjam mais enriquecidos e as instituições mais robustas e dinâmicas.

De formas mais ou menos explícitas ou larvares vão-se desenhando modelos e concepções divergentes para a orgânica e futuro da Usalma. Um primeiro que procura explorar as potencialidades do projecto consubstanciado na defi nição de princípios e objectivos que presidiram à sua fundação: “a Usalma é um projecto de ensino-aprendizagem ao longo da vida, conjugando a liberdade organizativa, o voluntariado docente e a exigência de qualidade”. Um segundo que, de forma implícita, se

vai insinuando como dirigismo e pretensa efi cácia, avaliando tudo e todos dum ponto de vista superior e dogmático.

O primeiro é aberto e inclusivo, o segundo autoritário e exclusivo.O primeiro aposta na inovação pela qualidade e credibilização.O segundo é burocrático, estático e desconfi a da inovação.É dentro de parâmetros semelhantes, através do debate civilizado, que se irá defi nindo o futuro da Usalma,

consolidando ou divergindo da matriz fundadora.

2 . Dando forma a um projecto que vem das origens, está em vias de criação o Conselho Científi co, cuja proposta de regulamento foi concluído pelo grupo de trabalho criado para o efeito. Resta agora submetê-

lo à aprovação da Assembleia Geral da APCA, depois de compatibilizá-lo com os restantes normativos em vias de revisão, nomeadamente o Regulamento Geral da Usalma e o Regulamento do Conselho Pedagógico.

3. A Usalma conclui o ano lectivo com várias actividades que se inserem na dinâmica cultural e social da cidade de Almada.

É assim com as exposições de artes plásticas e fotografi a que decorreram ou estão em curso nas Juntas de freguesia do Pragal, Laranjeiro, Cacilhas, na Escola Emídio Navarro e no Seminário de São Paulo.

Foi assim a 4 de Junho no Teatro Azul com o espectáculo de teatro, música coral e instrumental, dança e poesia. Com uma nota de apreço para todas as intervenções no espectáculo, permita-se-nos que destaquemos o trabalho da Professora Helena Peixinho e dos seus alunos de teatro na representação de Molière. Foi uma hora de arte cénica e bom humor, em que os amadores seniores estiveram à altura das expectativas. A encenação, o desempenho de actores, o guarda-roupa e a marcação resultaram num belo espectáculo de amadores.

EditorialProfessorJerónimo de Matos

Ficha Técnica:

Direcção : Jerónimo de Matos

Redacção : Joaquim da SilvaFeliciano OleiroGracelinda NascimentoEmília Evaristo

Fotografi a: António M. SilvaEmília EvaristoJoaquim SilvaLuís LaranjinhaM. Emanuela Santos

Conceção Gráfi ca: Joaquim RibeiroColaboração: Américo Morgado

Ana Maria Santos António TomásBernardete BaetaDomingos RobaloEdite CondeixaFernanda E. SantosFernando AntunesGraça PessoaGraça SubtilJosé JorgeJosé Luís CarvalhoM. Graciette CarvalhoM. Isabel FriasM. Manuela PeixotoRomão C. DurãoRui Tavares

Paginação: Joaquim RibeiroSecretária: Sónia Tomás Depósito Legal - 284512/08ISSN 1647-1067Redacção / Administração : Rua Conde Ferreira 2800-077 AlmadaTelefone e fax : 21 274 39 28E-Mail : [email protected]

Page 3: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 3

Estive hoje (dia 04-05-2011) na Feira do Li-vro.

É a 81ª. Feira do Livro de Lisboa!É a festa de todos quantos amam os livros; a festa

dos leitores, dos escritores, dos editores…Sim! A Feira do Livro é uma festa!Sinto-o deambulando ao ar livre, pelo parque, ob-

servando os diversos stands.Há colorido, há curiosidade, há alegria, há povo!Frequento a feira há mais de quarenta anos. Nunca

falhei, estou certo, reservando sempre todos os anos um ou mais dias para a visitar e reservando sempre alguns es-cudos/euros para aquisição de alguns livros.

Sendo sempre o livro a força que logicamente me atrai à feira, nem sempre as motivações nem as emoções foram as mesmas.

Foi quase por obrigação que a frequentei nos primeiros anos.

Há quarenta anos… ou mais!Nesse tempo, para equilibrar o

orçamento, além do meu emprego de funcio-nário público, vendia, de porta em porta, enciclopé-dias.

Trabalhava para uma editora brasileira que há mui-to tempo deixou o mercado.

O gerente fazia questão que, durante a feira, os ven-dedores “free lancers” comparecessem algumas horas para dar assistência no stand da editora.

A feira realizava-se, nessa altura, ao longo da Ave-nida da Liberdade.

Era com agrado que anuía a colaborar, quer pelo contac to que mantinha com o público, quer pela con-vivência com os empregados da editora de uma forma bem descontraída.

Relembro, desse tempo, um episódio com alguma graça.

Na abertura do primeiro dia da feira, pelas cinco da tarde, havia, invariavelmente, uma cerimónia inaugu-ral.

Segundo me parece, o então designado “venerando Chefe de Estado” – o Américo Tomás – fazia questão de presidir ao ato.

De acordo com a praxe, vinha acompanhado de uma comitiva e percorria, não sei se todos, ou alguns stands, cumprimentando os vendedores.

Num ano em que estive presente no dia da inaugu-ração, o gerente da editora tentou colocar-me em jeito de ser eu a “aparar” a mão do Américo Tomás.

Escusei-me alegando a minha timidez e o facto de ser um mero colaborador…

Coube a incumbência ao Mendonça que era o em-pregado que tinha por tarefas fazer as embalagens e a expedição das encomendas – o elo mais fraco!

Tido como, assumidamente, ser do contra, desagra-dou-lhe a proposta.

Sem que ninguém se apercebesse, colocou estrate-gicamente dois ou três livralhaços em equilíbrio ins-tável.

Ao aproximar-se a comitiva, sussurrou-se “ aí vem o Amé-rico”.

Entretanto, os calhamaços ca-íram ao chão e o pobre (esperto) do Mendonça teve de se abaixar para os apanhar e arrumar.

Solícito, ou talvez meio atra-palhado, chegou-se o gerente à frente e que remédio teve!

Lá apertou a mão ao dito se-nhor venerando.

Lembro-me da reação do ge-rente no fi nal da história:

– Siô Mendonça, você é macaco… não é assim que se diz?

Deixei de vender enciclopédias mas não deixei de frequentar a Feira.

O livro tinha-se entranhado nos meus gostos e nos meus hábitos.

Para além dos livros, o fugaz contacto com alguns escritores, a quem pedia autógrafos, eram momentos importantes!

Lembro Manuel da Fonseca… Augusto Abelaira… e não me alongo mais. Estão na minha estante, auto-grafados, alguns livros de escritores contemporâne-os.

Nos anos 70, 80, levava comigo à feira os meus fi lhos. As aventuras dos cinco, dos sete, os livros da Anita eram aquisições certas…

Depois os livros de teoria ou ciência política. A avi-dez pelos títulos que incluíam socialismo, trotskismo, e outros ismos.

Cansei-me, não da feira mas desses livros.Agora só literatura: romance… poesia… e … li-

vros infantis para os meus netos.Penso ainda este ano voltar à Feira do Livro…Para o ano será que irei?Raio! É a primeira vez que coloco esta questão…

Fernando Antunes, aluno da Usalma

Crónica de uma visita à Feira do Livro

Page 4: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 4

Coló quios

Avós e Netos

Onze de Mar-ço de 2011,

uma data inesque-cível por duas ra-zões: uma delas pela grande tragé-dia que se abateu sobre o Japão, a outra por ter sido o dia em que nós, Avós, nos reuni-mos para falar dos nossos Queridos Netos.

Este encontro, promovido pela Usalma, decorreu numa sala do Ext.

Frei Luís de Sousa, sob a simpática e competente orientação da Doutora Anabela Farias, conceituada psicólo-ga do HGO, especializada em Saúde Mental Infantil.

O tema, como se impunha, intitulava-se: Avós e NetosChegado o momento, foi-nos apresentada a súmula das respostas dadas por muitos avós, à solicitação feita

pela Doutora Anabela, via internet, a partir das seguintes questões:1- O que é para si ser avô ou avó?2- O que mais gosta no papel de avô ou avó?

SOS CriançaRealizou-se no dia 21 de Fevereiro, no auditório

da escola Frei Luís de Sousa, o colóquio “SOS CRIANÇA”, promovido pela APCA e INSTITUTO DE APOIO À CRIANÇA, com duas comunicações feitas por especialistas deste Instituto, Dras. Ana Isa-bel Carichas, da Associação SOS Criança e Melanie Tavares do Gabinete de Apoio ao Aluno e à Família.

A apresentação das oradoras foi feita pelo aluno da Usalma Miguel Chagas.

No início da sessão foi perguntado a cada um dos presentes, quais as suas motivações para a sua pre-sença no colóquio e a opinião relativamente ao seu interesse sobre o(s) tema(s) do mesmo.

Foram apresentadas opiniões diversas, muitas re-lacionadas com o facto de na assistência se encon-trarem muitos pais e avós, naturalmente preocupa-dos com a segurança dos seus fi lhos e netos, opini-ões e preocupações que foram desenvolvidamente comentadas pelas duas oradoras.

De seguida, foi feita, por cada oradora, a exposi-ção do seu tema, tendo a Dra. Ana Carichas aborda-

da a questão da “Criança Desaparecida” e a Dra. Melanie Tavares a questão da “Mediação Escolar”.A numerosa assistência apreciou estas exposições, sublinhando com aplausos a intervenção das oradoras.

Joaquim Silva, prof. da Usalma

Page 5: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 5

Coló quios3 - O que menos gosta no papel de avô ou avó?

E foi surpreendente o resultado…, pois muitas das frases que ouvimos, pareciam verdadeiros versículos de um poema.

Ficou- me a pena de não conseguir reter na memória essas frases, tão lindas que eram, mas fi cou-me a lembrança de todas deixarem transparecer a Grande Intensidade Afectiva que existe entre avós e netos. E, julgo que quem esteve presente sentiu isso mesmo nas intervenções feitas, por vários avós.

De tudo o que ouvi, perdoem-me (os que estiveram presentes) a ousadia de resumir, em duas simples frases, o que é para mim ser avô (ó) e ser neto(a):

Ser AVÔ (ó) é, simplesmente, uma dádiva de AMOR.Ser NETO (a) é uma” Brisa de ar fresco” numa tarde quente de Verão.

Graça Subtil, aluna da Usalma

Crer ou não crer eis a questão

A cada aula de fi losofi a que assisto, dou comigo a pensar na importância do diálogo, da importância

de sentir os temas de várias formas e maneiras, quer seja na turma, quer na vida quotidiana.

Haverá sempre a necessidade de respeitarmos as ideias dos outros, mesmo que as nossas ideias não coincidam, devemos ter capacidade de ouvir, deixar explicar as suas ideias.

Quando debatemos temas dentro da metafísica, ai há discussão, há quem pense que, há vida para além da morte física e há quem o contrário.

Há quem diga simplesmente, “isso está certo, não ne-cessita discussão”, nem se quer discutir, ou ouvir o ponto de vista diferente.

Como poderá essa conviver com o desconhecido, acreditar no que não pode testar nem sequer básica ou cientifi camente?

Será que o facto de querer crer (ter fé) é sufi ciente? A importância atribuída a este tema é a mesma que a

outros, o que parece ser fácil de entender; O que se passa para além da morte?

Tudo quanto nos rodeia, tem princípio, meio e fi m, não somos diferentes, do ponto de vista atómico, pó és e a pó voltarás, amanhã seremos elemento quiçá de corpos diferentes.

Pertencemos como os restantes elementos, ao tempo e ao espaço em que vivemos e nem antes nem depois temos conhecimento do espaço que ocupávamos ou que ocupa-remos no planeta ou fora dele.

É a morte, ou pode ser a morte, uma transição para outra vida?

O que sim é certo, é que quem acredita na vida para além dela, parece viver feliz.

Todas as antigas civilizações hoje conhecidas, trataram do tema com grande atenção e nos dias de hoje, enqua-drados nesta civilização de informação/desinformação, as opiniões continuam diversas, como há milhares de anos.

Mesmo os maiores pensadores, fi lósofos, teólogos e outros, não defi niram nunca, um conceito geral sobre o

tema, havendo quem acredite e quem não. Acreditar em algo em que queremos, não signifi ca que

isso esteja correcto, mas também não signifi ca que esteja errado, por isso devemos deixar o livre arbítrio que existe em cada um, respeitando a forma que cada qual tem ou quer, de entender seja o que for.

Romão C. Durão, aluno da Usalma

A vida sabe de nós

Nascemos errados para esta existênciaou a vida por amor consente o erroeste desvio, de sermos quem somos. Somos humanos, dizem-nos, num mundo inumano.Somos amor e não amamos, a não ser,daquela formacomo se nascesse enformado. Não há existência mais cruelque pensar, que o fi el é vida para ser vivida! É morte se assim permanecercomo toda a verticalse não houver horizontalidade para a manter. Estamos errados e no erro vamos morrendomas não a vida. Permanece fulgor, gota d’água!

Américo Morgado, prof. da Usalma

Page 6: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 6

Visitas de estudo

Museu Nacional de Arte Antiga

Realizou-se no passado dia 22 de Fevereiro uma visita de estudo dos alunos da discipli-

na de História da Arte II e V da Usalma, leccionada pelo professor Jerónimo de Matos.

O destino foi o Museu Nacional de Arte Antiga situado na Rua das Janelas Verdes em Lisboa e o motivo da visita foi a Exposição ‘’Os Primitivos Portugueses’’

A Exposição ‘’Os Primitivos Portugueses’’ (1460-1560) comemora os 100 anos da apresen-tação pública dos Painéis de São Vicente e é uma oportunidade de descobrir a arte produzida no Perí-odo dos Descobrimentos. São mais de 150 pinturas retabulares, umas do próprio Museu, outras de vá-rios Museus portugueses e outras ainda de Museus de Itália, França, Bélgica e Polónia.

Logo à entrada deparamos com o grande retábu-lo que pertenceu à Capela Mor da Igreja do Mosteiro da Santíssima Trindade em Lisboa. É um conjunto de grandes dimensões (remontagem vista integralmente pela primeira vez), datado de 1537 e atribuído à Ofi cina de Garcia Fernandes.

A Exposição encontra-se dividida em vários núcleos, sendo o primeiro dedicado a Nuno Gonçalves e à sua “obra maior” os Painéis de S. Vicente de Fora.

No reinado de D. Manuel I, com a construção de Igrejas e Conventos, houve várias encomendas onde pre-dominou o gosto, por um lado, pela pintura fl amenga e por outro o modelo retabular. São desta época as obras de Frei Carlos de que tivemos oportunidade de ver “O Calvário” e a “Virgem do Leite” ou as do Mestre da Lourinhã e o seu “S. João Evangelista em Patmos”.

Entre 1510 e 1540 aparece um dos artistas mais famosos do seu tempo: Jorge Afonso cujas pinturas, de grande qualidade e plasticidade, são apresenta-das nesta exposição e de que é exemplo o “Cal-vário” do Convento de Jesus de Setúbal (retábu-lo da capela mor da Igreja).

Na parte fi nal da exposição tivemos a possi-bilidade de ver, com o recurso às novas tecno-logias as várias obras deste período. Refl ectoga-fi as, raios X e exames dendocronológicos (que fornecem datas para as madeiras pintadas) que analisando o que se “esconde” por baixo destas belas pinturas a óleo revelam desenhos prepara-tórios, as hesitações do artista, etc.

A nossa viagem pela pintura dos Primitivos Portugueses foi sempre acompanhada pelas ex-plicações de uma excelente guia do Museu.

No fi nal da nossa visita o grupo juntou-se para a fotografi a da “praxe” e fi cando assim o registo para a posteridade.

Resta agradecer ao professor Jerónimo a oportunidade da realização desta visita que a todos muito agradou e fi ca, também, o convite, a todos os que ainda não o fi zeram, para a visita a esta exposição impar pela sua qualidade e pelos autores e obras reunidos.

Fernanda E.Santos, aluna da Usalma

Page 7: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 7

Visitas de estudoFluviário de Mora

No passado dia 18 de Fevereiro realizou-se esta visita de estudo no âmbito da disciplina Sustentabilidade da Terra e Bio-Diversidade.

Os presentes foram acompanhados pelas respec-tivas professoras: Graça Pessoa, Ivone F.Rodrigues e Mª do Carmo Nascimento.

No Centro Sul fomos recebidos pela Prof. Emí-lia e pelo coordenador dos delegados da Usalma, José Evaristo.

À chegada ao Fluviário de Mora esperavam-nos dois dos respecticos técnicos e um representante da Câmara Municipal de Mora, que nos deram as boas-vindas. Assistimos então, a uma palestra (com apre-sentação de power-point) sobre a Agenda 21 Local de Mora.

A visita ao fl uviário foi muito bem guiada pe-los jovens e diligentes técnicos. Acompanhamos o percurso, da nascente até à foz, de um paradigma do rio ibérico e respectivos tipos de habitat e as espécies de água doce, que aí habitam. Ficámos ainda a co-nhecer a área dos peixes exóticos, da bacia amazónica e dos grandes lagos afi canos.

Depois do almoço, num restaurante no lugar do Cabeção (com um pão de comer e chorar por mais) fomos até Pavia.Bem no centro desta localidade alentejana encontra-se a Anta de Pavia, considerada monumento nacional. Fas-

cinou todos os visitantes, pois está transformada numa inesperada capela, onde entramos cheios de curiosidade.Muito perto está a Casa Museu Manuel Ribeiro de Pavia (1907/1957). Este artista – ilustrador está repre-

sentado em publicações de grandes escritores neo-realistas e em capas das suas obras mais emblemáticas. Do escritor almadense Romeu Correia vimos dois livros com capas de Pavia (Gandaia e Calamento).

Aguardava-nos ainda uma lindíssima surpresa: o santuário de Nossa Senhora das Brotas, no Portugal pro-fundo, ”encostado” a um monte de pedra, duma beleza invulgar, edífi cio quinhentista, cuja história nos foi contada por um guia local.

Foi aqui que a simpática técnica da Câmara se despediu de nós.Chegámos a Almada encantados com tão bonito, bem organizado e enriquecedor passeio.

Edite Condeixa, aluna da Usalma

No contexto do programa da disciplina de His-tória de Portugal Contemporâneo, lecionada

pelo professor António Pessoa, efetuou-se no dia 8 de Maio uma visita à Casa Museu Medeiros e Almeida.

Constituiu esta visita uma agradável surpresa pela oportunidade que nos foi dada de podermos apreciar uma admirável coleção de peças de mobiliário, pintu-ra, escultura, cerâmica, tapeçaria, ourivesaria, etc.

Foi Medeiros e Almeida um dinâmico empresário que durante o Estado Novo, após a Segunda Guerra Mundial, soube gerir os seus negócios de tal sorte que granjeou uma considerável fortuna.

Dotado de um espírito colecionista e de bom gosto,

foi colecionando peças de inestimável valor que ad-quiria em leilões efetuados dentro e fora do país.

Sem descendentes diretos criou a Fundação com o seu nome onde alberga todo o espólio da sua cole-ção.

Uma visita que vai fi car na memória da Usalma e que muitos prometeram repetir dada a impressão e curiosidade suscitada.

Fernando Antunes, aluno da Usalma

Casa Museu Medeiros e Almeida

Page 8: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 8

Visitas de estudo Palácio do Alfeite - Palácio da Sete Quintas

Com uma manhã serena e esplêndida de sol, teve lugar no dia 25 de Fevereiro p.p. uma visita ao

Palácio do Alfeite (antigo Palácio Real do Alfeite), edi-fício actualmente afecto à Marinha, integrado na Base Naval de Lisboa (BNL).

Esta iniciativa inseriu-se no ciclo de visitas a palá-cios importantes na História de Portugal que têm vin-do a realizar-se, programadas pelos professores Isabel Graça e António Pessoa.

O autocarro, completamente cheio, partiu do Centro Sul para o Alfeite (antigo Real Sítio do Alfeite) e, du-rante percurso, curto, aqueles Professores fi zeram uma breve descrição da história do Palácio e dos principais personagens da realeza a ele ligados. Também se refe-riram aos espaços que formam a área que o envolve, ou seja, as sete quintas que ao longo do tempo ali foram agregadas. A última quinta a ser integrada no conjunto foi a Quinta da Piedade, comprada por D. Miguel em 1833. O edifício é conhecido, também, por Palácio das Sete Quin-tas: Alfeite, Antelmo, Outeiro, Bomba, Ro-meira, Piedade e Quin-tinha.

Fomos recebidos jun-to ao Palácio pelo Co-mandante (Cte.) da BNL capitão-de-mar-e-guerra (CMG) Costa e Sousa que começou por nos falar sobre o historial do Alfei-te. Incluiu nessa descrição a passagem do Arsenal de Marinha de Lisboa para a Margem Sul e construção do novo Arsenal (1928 a 1937), bem como da criação da BNL, e de algumas Unidades e Organismos que a constituem. Falou ainda da ligação do Alfeite a Almada e aos territórios envolventes, desde a tomada de Lisboa aos mouros até aos nossos dias.

O Alfeite estaria integrado nos territórios de Al-mada doados por D. Afonso Henriques aos cruzados ingleses em 1147, que o auxiliaram na tomada de Lis-boa.

Iniciámos a visita ao Palácio, observando na entrada principal os bustos dos reis D. Fernando II, D. Luís, D. Pedro III , e D.Pedro IV. Prosseguindo, professores e Cte. da BNL continuaram a dar pormenores sobre a história do Palácio. Detivemo-nos mais demoradamen-te nos espaços que foram a Sala de Jantar e a Sala de Recepções da Família Real, onde se encontram, res-pectivamente, os amplos e belos retratos a óleo de D.

Pedro V e D. Carlos.Depois da foto de grupo à entrada do Palácio segui-

mos para a visita ao jardim, que a manhã convidava a desfrutar. Ali se encontra uma interessante e célebre “fi gueira-da-borracha, (Ficus elástica, Roxb.)“, que veio da Índia e que terá sido plantada na década de vin-te do século XVI. Terá sido trazida por D. Duarte de Meneses, 5.º governador da Índia (rendido por Vasco da Gama em 1524). O Alfeite foi propriedade da Casa de Tarouca a partir de 1500 e D. Duarte de Menezes era fi lho do 1.º Conde de Tarouca.

A Quinta do Alfeite foi integrada na coroa por D. Dinis e foi propriedade de D. Nuno Álvares Pereira que a doou à Ordem do Carmo. Pertenceu à Casa de Tarouca e foi mais tarde integrada por D.Pedro II na Casa do Infantado.

O Paço Real do Alfeite foi construído em 1758 por D. Pedro (D. Pedro III), irmão de D. José e mari-do de D. Maria I, então proprietário da Casa do Infantado.

Extinta esta casa por D. Pedro IV em 1834, foram os seus bens inte-grados na Fazenda Na-cional, excepto alguns palácios, entre os quais o do Alfeite. Estes palá-cios passaram a ser de “usufruto régio”.

Em 1849 foram efectuadas obras de remodelação e restauro no Palácio por D. Pedro V. Até à implantação da República foi residência de Verão, de convívio e re-creio das famílias reais.

O Palácio e “propriedades do Estado na zona do Al-feite” passaram para o então Ministério da Marinha em 1918.

A área da BNL é de 440 hectares, dos quais 117 são ocupados pela Mata do Alfeite que é considerada “um verdadeiro pulmão verde do Concelho de Almada de que a Marinha se orgulha e assume o dever de preser-var”.

Sempre acompanhados pelo C.te da BNL, seguiu-se uma visita (de autocarro) à Estação Naval, local onde estão estacionados os navios (inclusivé submarinos) quando não a navegar, e onde se encontram as infra-estruturas de apoio logístico e administrativo a esses mesmos navios.

Continuando a visita, passámos pelas instalações do Centro de Educação Física da Armada onde, no

Page 9: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 9

Visitas de estudo Palácio do Alfeite - Palácio da Sete Quintas

respectivo Bar, fi zemos uma pausa para café, cor-tesia do Cte. da BNL.

Passámos depois junto à Escola Naval, Arsenal do Alfeite, Base de Fuzileiros, e entrámos na Escola de Tecnologias Navais (ETNA) - local onde funcionaram os extintos Corpo de Marineiros da Armada e o Grupo N.º 2 de Escolas da Armada.

Fomos amavelmente recebidos pelo Cte. da Escola CMG Valentim Rodrigues que no átrio do Edifício do Comando (Sala de Armas e Núcleo Museológico) nos falou sobre os objectivos e actividades das várias esco-las que constituem a ETNA. Referiu que esta é o maior centro de formação do nosso país e que ao formar para as necessidades específi cas da Marinha implicitamente está a formar em tecnologias que constituem grandes mais-valias para o nosso país como, por exemplo, áreas que vão desde a confecção de refeições à informática e à electrónica mais actual.

Aquele átrio constitui um local com signifi cativo va-

lor histórico, para além da sua beleza arquitectónica e artística. Nele estão expostos utensílios militares, ar-mas e apetrechos navais. Pode ainda observar-se dois belos painéis de azulejos representando a tomada de Lisboa aos mouros e a tomada de Ceuta, lápides com nomes de combatentes e placas com citações de fi guras ilustres, e outros elementos historicamente representa-tivos.

Já no exterior, fi cámos uns momentos a apreciar a linda panorâmica sobre Lisboa, que já nos tinha encan-tado quando, no autocarro, dali nos aproximáramos.

Depois dos agradecimentos ao Cte. da BNL pela disponibilidade e ambilidade com que nos recebera, e por nos ter proporcionado tão interessante visita, re-gressámos com a sensação de uma manhã bem passada e culturalmente proveitosa. No autocarro reinava a boa disposição.

José Luís Carvalho, aluno da Usalma

Unidade Fabril do Arsenal do Alfeite

Alunos e professores da disciplina de “Cultura e Arte Naval”, promoveram uma visita à Arsenal

do Alfeite, S.A.,(A.A.) instalações fabris do Estado para a àrea da reparação naval, com incidência na as-sistência aos navios da Marinha de Guerra Nacional.

Alunos e professora da disciplina de Cultura e Arte Naval e de Biodiversi-dade, integraram o gru-po, constituído por 15 pessoas, sendo a visita levada a efeito no pas-sado dia 2 de Maio.

A deslocação inci-diu sobre a visita às instalações da Escola Profi ssional da A.A:, que mantém parceria com o Instituto de For-mação Profi ssional, no âmbito da formação e recuperação de jovens que, por razões sociais, não encontram sucesso nas vias de ensino regular.

Não foi possível visitar a antiga “sala do risco”, onde se desenvolviam à escala 1/1 os “planos geo-métricos” referentes aos cascos do navios que ali se construiram.

A doca seca, onde se encontrava docada uma fraga-ta da classe “Vasco da Gama”foi um dos pontos altos

da visita. O “Dock Master”, fez uma descrição sobre as acções que conduzem à execução das manobras de alinhamento, entrada em doca e assentamento do na-vio no berço, com a acção dos guinchos de manobra, através dos “carros de alagem” auxiliados com rebo-cadores em manobra pela parte de ré dos navios.

A descrição da ma-nobra da “comporta da doca”, nomeadamen-te o seu abatimento e a visita à “central de bombagem”, em cujas instalações estão duas bombas de esgoto com capacidade de 5000 m3/hora/cada, permitiu a compreensão das ac-tividades necessárias ao enchimento e esgoto da doca, às manobras para a entrada dos navios e à precisão no posiciona-

mento do navio para a docagem do mesmo.À Arsenal do Alfeite, na pessoa da Chefe de Ser-

viço das Relações Pùblicas, Engª Dina Dimas e do Engº José Semedo, que nos acompanhou, agradece-mos a atenção e simpatia que nos dispensaram, com o desejo de um dia podermos regressar.

Domingos Robalo, prof. da Usalma

Page 10: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 10

Visitas de estudo

O Museu do Oriente situa-se no Edifício Pedro Álvares Cabral, antiga construção portuária do

início dos anos quarenta, na altura destinada essencial-mente à armazenagem de bacalhau. A remodelação ne-cessária conciliando a identidade da arquitetura do edi-fício com um novo espaço museológico, terá sido, sem dúvida, um desafi o interessante para o Arquiteto Rui Francisco. Este edifício foi classifi cado em 2010 como Monumento de Interesse Público. Tutelado pela Fun-dação Oriente, alberga uma coleção que tem o Oriente como temática nas vertentes da histó-ria, antropologia, arte, religião.

No dia 12 de Março, no âmbi-to da disciplina de História da Reli-giões, ministrada pelo professor dr. José Alberto Leitão Barata, realizou-se uma visita a este museu, tendo par-ticipado também alunos de outras disciplinas.

Um café no bar do museu, e o iní-cio do percurso que nos levou da Índia ao Japão, passando pelo Tibete e China.

Desde logo se criou um clima de magia, que se foi desenvolvendo à medida que deuses, tradições, ritu-ais, iam sendo magnifi camente explicados pela guia, num espaço bem adequado. Falou-nos de Brahaman, o maior dos deuses, o criador do universo para o Hindu-ísmo. Depois Shiva, o destruidor um dos mais podero-sos, deus telúrico, ligado à agricultura, ainda Vishnu, o conservador, que tinha por missão matar o dragão, pre-servar a ordem. Apresentam-nos as mulheres de Shiva, Parvati deusa do amor, Umna, da maternidade, Durga da justiça, e Kali, a deusa selvagem, terrível, associada à morte. Há também Laksmi, mulher de Vishnu, deusa do lar, protetora da família, do casamento. Krisma, é o avatar mais importante de Vishnu. E olhamos Buda, aceite pelos hindus como uma encarnação de Vishnu, exemplo da capacidade do hinduísmo absorver ele-mentos religiosos diferentes.

Como entender a complexidade do Hinduísmo, con-siderada de todas as religiões históricas vivas do mun-do, a mais difícil de defi nir? Deixámo-nos levar pelo fascínio, olhando as imagens, associando-as ao que ouvimos nas aulas, ao que tinhamos lido, sabendo que a compreensão total exige estudo,diria também vivên-cia.

Segue-se a explicação dos rituais como o acendi-mento de lâmpadas, a colocação de oferta de alimentos diante de imagens das divindades, ou da purifi cação

através da água. As peregrinações, os festivais.

E da Índia passámos para a China, Tibete, Japão, lembran-do Confúcio,não como fundador de uma religião, mas de uma escola de pensamento, e Latseu funda-dor do Taoísmo, segundo o qual TAO é o princípio de tudo, abraçar o Tao, é chegar à quietude absolu-ta. E da quietude também nos fala

o Budismo, que entende Buda como uma encarnação de budas. Buda que quis mostrar aos homens o cami-nho da libertação do caos ou SAMSARA e o encontro com a quietude ou NIRVANA.

E novamente a chamada de atenção para as oferen-das, as máscaras, os rituais, do casamento à morte. Nesta, o ritual da cremação, ou os mortos atirados aos animais como no Tibete e em algumas regiões da Índia, para serem devorados, forma de retornarem à terra.

E o percurso chegou rapidamente ao fi m, deixan-do-nos com o estímulo de voltarmos com uma outra preparação, o mesmo respeito e provavelmente um novo olhar.

Manuela Peixoto, aluna da Usalma

Museu do Oriente

Page 11: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 11

Visitas de estudo

O “International Register of Historic Ships”, re-fere-o, actualmente, como o oitavo navio de

guerra à vela, mais antigo do mundo.Conhecido, na fase de construção, como “Fragata

Nova de Damão”, é lançado à água em 22 de Outubro de 1843, decorridos cerca de 22 anos desde a proposta de construção ao Rei D. João VI, decorria o ano de 1821; (ano em que a família Real regressa do Brasil, para onde tinha partido em 1808, devido às invasões francesas).

Recebe o nome de “D. Fernando II e Glória”, em homenagem a D.Fernando II (D.Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha), e a sua mulher, a Rainha D.Maria II (D. Maria da Glória), neta de D. João VI.

A sua construção esteve a cargo do “Mestre- 1.º construtor”, Yaodó Semogi (“Jadó Simagi”) e do “Guarda Marinha construtor naval” Gil José da Con-ceição.

Tem como materiais base, na construção do casco e elemen-tos estruturais, a madeira de Teca, abundante no enclave de “Nagar-Aveli”, perto de Damão, causando o abate de cerca de 3700 àrvores. Faz a sua 1.ª viagem em Fevereiro de 1845, partindo de Goa para Lis-boa onde arriba em Junho do mesmo ano.

Até cerca de 1889, faz inúmeras viagens ao serviço do Reino de Portugal, data em que é transformada em Escola de Artilharia da Marinha”. Após a proclamação da República, serve também como prisão política.

Em 1940, é alvo das adaptações necessárias para ser sede da “Obra social da Fragata D. Fernando”. É com esta actividade “benemérita”, que em Abril de 1963 sofre um violento incêndio que a destruiu. As “cinzas” fi caram repousando no local da “Ponta do Mato”, em frente à Base dos Fuzileiros, ali permane-cendo e, acompanhando o “afundamento do espírito” dos que sentiam que se estava a perder um testemu-

nho de parte da grandiosa História Marítima de Por-tugal.

Eis senão, qual Fénix renascida, em 11 de Se-tembro de 1990, a bordo do Navio Escola Sagres, é apresentado o projecto para o reerguer da “Fragata D.Fernando II e Glória”, que culmina com a assina-tura do protocolo de recuperação, entre a Marinha e a Comissão Nacional para as Comemorações das Des-cobertas Portuguesas. Estamos perante uma iniciativa tão importante quanto a decisão para a sua construção em 1824, fi cando, também, renascida das cinzas a ins-piração para todos os que acreditam, na preservação da herança marítima Portuguesa, com o regresso ao mar.

Em Julho de 1993, faz-se a assinatura do contrato para o restauro da Fragata, no estaleiro da Ria-Marine em Aveiro, ocorrendo o lançamento à àgua em Abril

de 1997.Concluído o seu

aprestamento no Arsenal do Alfei-te, passa a fi gu-rar como unidade naval da Marinha Portuguesa em Abril de 1998, fi -cando aberta ao público durante a Expo 98, em Lis-boa.

Precisando de obras de benefi cia-ção e restauro para continuar a nave-gar, está actual-mente docada em uma das docas do

antigo estaleiro naval “Parry & Son”, em Cacilhas.Com o propósito de conhecer, não só a narrativa

histórica e modo de vida a bordo como também a de testemunhar os aspectos da sua reconstrução, que, em 15 de Março de 2011, alunos da Usalma da disci-plina de Cultura e Arte Naval efectuam uma visita à Fragata reconstruída, “D. Fernando II e Glória”, con-juntamente com alunos da disciplina de Biodiversida-de e Sustentabilidade.

Acompanhada a visita pelo actual Comandante da Fragata, Capitão-de-Mar-e-Guerra- Rocha e Abreu, cuja afável amabilidade e capacidade historiográfi ca muito contribuiu para a atenção redobrada dos

Fragata “D. Fernando II e Glória”A última nau portuguesa da carreira da Índia

Page 12: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 12

Visita organizada pela turma do 2.º ano de História da Cultura e da Arte, com a coordenação da

Prof.ª Júlia Carrapo e a participação das turmas dos 1.º e 2.º anos (5 de Maio do ano da graça de 2011).

A «Máquina do Tempo» (guia do Convento) con-duz-nos até à «Jóia da Coroa», numa viagem pela his-tória pátria, através de todos os estilos artísticos, do séc. XII ao séc. XVIII: a arte do Românico, Templá-ria, do Gótico e do Manuelino, do Renascimento Joa-nino, do Maneirismo e do Barroco.

A viagem no tempo desenrola-se através dos quatro grandes claustros (num total de 7), articu-lados em dois eixos em cruz latina: o Claustro da Hospedaria, o Claus-tro Principal (de estilo Renascentista, o maior e mais emblemático de to-dos), o Claustro da Micha e o Claustro de Stª. Bárbara.

A grande aventura começa, contudo, na Charola, ora-tório dos Templários, santuário raro da Alta Idade Média.

Ombreando com ela, o templo manuelino manda-do acrescentar à antiga igreja dos Templários, por D. Manuel I, chama a atenção do «viajante».

As duas igrejas formam um só templo de rara bele-za: o Coro Alto integra a zona «nova», enquanto que a Charola ou Altar-Mor é parte integrante da antiga torre-igreja do Castelo Templário.

O tambor central, octogonal, alberga notáveis obras da escultura e pintura quinhentistas e constitui um dos ex-

libris do Convento. Ver-dadeiro encantamento para os sentidos!

(Os «viandantes» do 2º Ano haviam já admirado alguns des-tes retábulos aquando de anterior «viagem no tempo»: Visita de Estudo ao Museu de Arte Antiga – Exposi-ção «Primitivos Por-

tugueses», em Fevereiro último.)Chegados ao Claustro de Stª Bárbara, o tempo

volta a parar!

Visitas de estudovisitantes, tendo ainda a delicadeza de proporcionar aos mesmos o acesso aos espaços que, normalmen-te, não estão disponíveis ao público em geral. Pelo nosso agrado, deixamos os nossos públicos e sinceros agradecimentos, com a publicitação de ser uma visita a recomendar aos cidadãos da cidade de Almada, de-signadamente aos jovens que, sob orientação escolar, poderiam ter uma boa aula sobre um período riquíssi-mo da História de Portugal.

No âmbito da visita, de realçar a qualidade nos de-talhes da reconstrução, respeitando a “traça original”, o que confi rma a qualidade executiva dos nossos Mes-tres e operários; carpinteiros navais, calafates, cordo-aria, fundição, velame e mastreação, que em conjunto levaram a efeito um trabalho de altíssima qualidade.

Na descida à doca para observação da qualidade da conservação do costado - (obras vivas), foi oportuno verifi car o efeito do seu revestimento com chapas de cobre. O seu principal objeto é o de evitar que os micro-organismos marinhos se fi xem ao casco. O berço onde a Fragata está assente, permitiu, ainda, uma referência às técnicas no assentamento de navios, em docas.

O “modus vivendus” a bordo, designadamente, a reserva e preservação dos víveres, a higiene pessoal a bordo e o cumprimento da disciplina , foram outros aspectos curiosos dignos de nota.

Os espaços reservados aos Ofi ciais da Fragata,, o habitáculo da tripulação, o espaço unifamiliar, as

latrinas, o paiol da pólvora, a localização e tipo das “camas”, o hospital e os castigos a bordo, são curiosi-dades que podemos comparar com os actuais estilos de vida e requisitos de conforto.

A “bússola”, como instrumento de orientação; a “dupla roda de leme”, que perante a adversidade das condições “Oceano-Meteorológicas”, necessita de 4 tripulantes para a sua manobrabilidade; e o “cabrestan-te superior” manobrado por 16 homens, para a recolha e estiva da “amarra”, fi guram no conjunto dos instru-mentos de navegação e manobra, que ainda hoje são a base de qualquer navio, benefi ciando, todavia, de outras formas de energia e de técnicas mais apuradas.

Não foi terminada a visita, sem uma referência aos aspectos estruturais e forma de construção, com evi-dência para o posicionamento dos vaus, balizas e ca-vernas , elementos estes que ao interligarem-se com a quilha formam o conjunto estrutural da embarcação. Os “pés de carneiro”, como elementos de ligação en-tre pavimentos, são peças simples de carpintaria que contribuem para a decoração dos espaços, em contra-ponto com um vulgar elemento estrutural.

No âmbito da visita, impõe-se um agradecimento aos colegas José Luís Figueiredo Carvalho e José Baptista Evaristo, respectivamente pela iniciativa dos contactos e disponibilidade no apoio à concretização da mesma.

Domingos Robalo, prof. da Usalma

Convento de Cristo - Tomar

Page 13: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 13

Visitas de estudo

No passado dia 02.04.2011, e na sequência das visitas levadas a efeito no âmbito da disciplina

de HISTÓRIA DE PORTUGAL, o professor António Pessoa levou um grupo de alunos interessados nestas questões, a visitar o PALÁCIO DE BELÉM. De re-ferir que, mais uma vez, a adesão a estes eventos, re-lacionados com períodos marcantes da nossa história foi muito participado.

Assim, pelas 14 horas, o grupo constituído por alunos de História de Portugal, Universal e de outras disciplinas, reuniram-se, como vem sendo hábito, no CENTRO SUL para dar início à visita. No percurso até Lisboa o prof.essor António Pessoa fez questão de nos recordar alguns aspectos históricos do PALÁCIO

ALGUNS DESTAQUES: O Palácio de Belém foi construído em 1559 pelo

fi dalgo Manuel de Portugal. No século XVIII D. João V comprou-o ao Conde de Aveiras procedendo a grandes alterações.

D.ª Maria II habitou durante alguns anos o PALÁ-CIO enquanto decorriam obras no Palácio das Neces-sidades. A partir do reinado de Luís I o Palácio foi destinado a receber os convidados ofi ciais que visi-tavam Lisboa. Em 1911 tornou-se a residência ofi cial dos Presidentes da República os quais tinham que pa-gar renda ao Estado, para residirem no Palácio.

Chegados ao Palácio e após as burocracias relacio-nadas com a segurança e controlo de entrada, fomos divididos em 2 grupos e acompanhados por guias muito experientes, que nos elucidaram acerca da ori-gem, estilo, decoração e do espólio distribuído pelas diversas salas.

ALGUMAS REFERÊNCIAS: PALÁCIO de Belém é hoje Monumento Nacional - outrora chamado “Das leoneiras“ no século XVIII. Tem como emblema o Leão – símbolo solar que alia a SABEDORIA AO PODER. Sempre que o Presidente está no Palácio é hasteada uma bandeira de cor verde com o escudo Nacional.

Retomando a visita o guia referiu-nos que a entrada é feita pela rampa do pátio dos BICHOS, sendo por aí que entram os convidados do Presidente e as visitas ofi ciais.

Fomos conduzidos à sala das BICAS ( muito boni-

ta) com chão em mármore preto e branco e um tecto magnífi co de madeira pintada, assim como 2 bicas que dão o nome à sala. É nesta sala que são transmi-tidas aos jornalistas declarações dos convidados do Presidente. À direita desta sala está a sala de jantar, que dada as sem pequenas dimensões é, somente, uti-lizada em casos muito especiais. A SALA DOURA-DA é admirável com destaque para o seu tecto que foi executado no sec. XVIII. De realçar, também, as duas tapeçarias de Portalegre que preenchem a refe-rida parede. Ao lado desta sala existe uma pequena capela aonde foi baptizado o rei D. Manuel II, o prín-cipe Luís Filipe e mais recentemente o 2.º fi lho do Presidente Eanes de seu nome Miguel. Nesta capela desperta a nossa atenção para os oito quadros da nossa ilustre pintora Paula Rego, cuja arte tem proporciona-do grande controvérsia junto dos visitantes. Seguimos para a SALA IMPERIO cujo nome tem a ver com a decoração mobiliária desse estilo. Tem impacto um belo quadro de grandes dimensões de D. João VI. Por último observamos a SALA AZUL também chamada sala dos Embaixadores. É aqui que, actualmente, se realizam as tomadas de posse dos membros do go-verno. Também é neste espaço que os embaixadores estrangeiros entregam as credenciais ao presidente. Junto a esta sala está o gabinete de trabalho do Pre-sidente.

Encerrada esta visita os grupos, de forma livre, visitaram o MUSEU DO PALÁCIO. Aí foi possível admirar peças de colecções legadas aos políticos que chefi aram o ESTADO PORTUGUÊS desde 1910.

CURIOSIDADES: Pistola que acompanhou Sidónio Pais. Monóculo de Spínola. Várias condecorações e re-tratos ofi ciais dos respectivos presidentes pintados por artistas de renome tais como: Columbano, Pinto Coelho, Henrique Medina, Júlio Pomar, Paula Rego e outros.

E assim terminou mais uma visita que foi do agrado geral do Grupo.

Aguardamos próxima visita com a mesma expecta-tiva de sempre.

Rui Tavares, aluno da Usalma

História Contemporânea - visita ao Palácio de Belém

Expoente máximo da Arte Manuelina em Por-tugal, a Janela do Capítulo transmite um forte

sentido épico. Elementos marítimos e vegetalistas conduzem-nos à heróica epopeia dos

Descobrimentos Portugueses: a esfera armilar, a cruz de Cristo, as cordas e os nós...

Após lauta refeição-convívio no «Tabuleiro» de Tomar, eis-nos a caminho de nova aventura pela Arte: a Ermida de Nª Srª da Conceição, magnífi co exem-plar da Arte Renascentista nacional, de uma simpli-

cidade e beleza tocantes!Para trás fi caram sete séculos de história da arte

portuguesa, um conjunto monumental que integra ainda, o imponente Aqueduto dos Pegões (6km de extensão), o lendário Castelo Templário e a luxu-riante Mata dos Sete Montes.

Inolvidável viagem através da máquina do tempo!

Bernardete Baeta, aluna da Usalma

Page 14: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 14

Visitas de EstudoPegadas de Dinossáurios, Grutas de Santo António e Minas de Salgema

No dia 1 de Abril de 2011, no âmbito da disciplina “ORIGEM DA VIDA E BIODIVERSIDADE”,

a USALMA, com a excelente colaboração e imprescin-dível participação e acompanhamento das S.ras Profes-soras, D.ra Graça Pessoa e D.ra Ivone Ferro Rodrigues, como orientadoras da disciplina e Drª Emília com a sua já habitual presença, dinamismo e boa disposição, levou a efeito mais uma Visita de Estudo, desta vez a três locais diferentes e mencionados em assunto.

Com encontro marcado no sítio do costume, no Centro Sul, pelas 7:45 horas e já com um amanhe-cer promissor de lindíssimo dia de Sol, lá partimos, cerca das 8 horas, num autocarro bem confortável e lotado, revelador do interesse que as questões rela-cionadas com o Planeta suscitam, não só aos colegas da Biodiversidade, bem como aos colegas de outras áreas que nos acompanharam. E lá fomos, conduzidos por um simpático motorista, na busca de mais algum conhecimento, versus enriquecimento, mas agora nos locais.

Como calculam, não vou aqui falar dos aspectos científi cos das visitas, porque, para tanto, não estou habilitada. Essa tarefa é desempenhada de uma forma excelente pelas nossas muito queridas professoras, tanto pelo conhecimento que nos transmitem, como pela alegria e dinamismo com que o fazem durante as aulas. Para usufruírem desta partilha, o melhor é que no próximo ano lectivo (lá estão os brasileiros a corri-girem-me) se inscrevam nas aulas de Biodiversidade. É um conselho. Acreditem que vale a pena.

Logo no início do percurso, na zona de Alcântara/Campolide, a Professora Ivone chamou a nossa aten-ção para uma formação rochosa do lado esquerdo da estrada. Depois de uma breve paragem técnica, che-gámos, cerca das 10 horas, ao local da nossa primeira visita, designado “Pedreira do Galinha”. Aqui chega-dos, dirigimo-nos à recepção/loja, onde fomos rece-bidos por um guia que nos conduziu a um pequeno Auditório para assistirmos à projecção de um fi lme sobre o “MONUMENTO NATURAL DAS PEGA-DAS DE DINOSSÁURIOS”, localizado em plena Serra D’Aire. Um verdadeiro Tesouro que a Nature-za, com as suas Leis, guardou durante 175 milhões de anos, para nós Humanos, de cuja existência nem se imaginava. O fi lme deu-nos a ideia do que teria sido o local no tempo em que os Dinossáurios habitavam o Planeta Terra, no período Jurássico e por altura da se-paração da massa Continental -”Pangea”. A paisagem era plana, o clima era quente e húmido e a vegetação muito densa. Era o ambiente propício e de óptimas condições de habitabilidade e desenvolvimento des-tes grandes herbívoros. Com o mar a invadir a terra, formavam-se zonas alagadas de baixa profundidade onde se depositavam camadas de lamas calcárias.

Com a sua passagem por estes locais e devido ao seu porte, ao pisarem essas lamas, exerciam tal impacto no solo que as marcas das suas pegadas fi cavam como que impressas no chão lodoso. Por acção do calor, es-sas lamas secavam e eram depois cobertas por novas e sucessivas camadas que serviam de protecção às marcas que tinham fi cado nas camadas inferiores que, com o passar dos tempos, petrifi caram. E assim fi ca-ram preservadas por milhões de anos.

Sendo hoje uma zona onde se situa uma das princi-pais indústrias de extracção de rocha, foi, por sorte do destino e devido a essa actividade, que foram postos a descoberto, estes verdadeiros Tesouros da História da Terra. Emocionantes estes Achados Arqueológicos que a Natureza guardou para nós, durante 175 milhões de anos! Que mais haverá debaixo dos nossos pés?

De então para cá, a Co-m u n i d a d e Científi ca não se tem poupa-do a esforço (não faltem também as verbas ne-cessárias) no sentido de se saber cada vez mais e mais sobre esta nos-sa Casa e os seus primei-ros ocupantes. Sabe-se que eram animais muito possantes (vimos isso aquando da visita ao Museu da Geologia), herbívoros, cabe-ça pequena (não deviam ser muito inteligentes e nem precisavam), pescoços e caudas compridas, como constatámos no exemplar simpático (agora que já não existe) que nos acompanhou na visita e pela mão do nosso simpático (esse, sim) e muito competente guia que, para além de tanta informação, nos explicou a forma de locomoção e daí o registo no solo calcário.

Deixadas as Pegadas, passámos depois pelo Jardim Jurássico onde se pretende mostrar a reconstituição de fl ora nesse período e onde vimos alguns exempla-res considerados fósseis vivos, como: fetos, araucá-rias, cicas, etc. Em frente a este pequeno jardim, vi-mos um painel de tamanho considerável que nos dava uma noção da Evolução da Vida na Terra, ao longo de milhões de anos. Tão bem explicada no livro “Teoria da Evolução” de Charles Darwin.

Assim acabámos a visita a estes nossos amigos de outras eras. E como diz o ditado: “Saco vazio não fi ca em pé”, lá

Page 15: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 15

Visitas de EstudoPegadas de Dinossáurios, Grutas de Santo António e Minas de Salgema

partimos rumo ao restaurante “A Gralha”, para reposicão de energias. Sim, porque aprender queima calorias!

Chegados ao restaurante, de muito bom aspecto e com pessoas bem simpáticas, antes de lavar as mãos, alguns de nós logo se atiraram às entradinhas e depois sim, a higiene. Tal a fome. Foi um almoço muito bem servido onde não nos faltou nada. Cumprido, na ínte-gra, o que estava na ementa. Parabéns!

De estômago bem aconchegado, partimos para a nossa segunda visita : “AS GRUTAS DE SANTO ANTÓNIO”, ali bem ao lado do restaurante. E que bem nos teria feito um passeiozinho a pé! Mas não...lá entrámos no autocarro.

Iniciámos, então, a nossa visita às Grutas que igual-mente se situam no Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros. Ao entrarmos nestes corredores não po-

demos deixar de sentir uma terna gratidão à Natureza, ao nosso Planeta Terra. Lindo de morrer! e, neste contexto, artisticamente surpreenden-te. Dá para ver tudo o que a nossa imagi-nação quiser. Desde fi guras humanas, cas-telos, árvores e até seres ma-

rinhos. E até fumeiros (e já tinham almoçado). Enfi m, tudo isto e muito mais esculpido pela Natureza, apro-veitando as águas pluviais que se infi ltram no solo e vão escorrendo e arrastando os vários minerais para o seu interior. Por vezes encontra ocos (buracos), mas mesmo assim não se perde. Forma lagos, fi ca, gota após gota, suspensa do tecto (estalagtites), ou cai no solo e gota sobre gota vai tomando formas e elevando-se do chão (estalagmites). Processo lento, muito len-to, mas não impeditivo de se unirem, formando então as colunas. Excelente trabalho de arte da Natureza de milhares de anos. Assim se compreende a preocupa-ção dos guias em recomendar aos visitantes para que não passem as mãos nas formações. Ali, cada gota é muito importante. Se não estou enganada, cada centí-metro de rocha leva cem anos para se formar. Ainda bem para todos nós que só há poucos anos (1955 foi ontem) foram descobertas, por um acaso, por dois tra-balhadores rurais, na perseguição a uma ave. Em boa-hora ela ali se refugiou. As Grutas são igualmente

refúgio de várias colónias de morcegos, daí o símbo-lo do Parque. Distinção merecida, sobretudo por não destruirem. Por respeitarem o seu ambiente.

Para descrever tanta arte e beleza naturais não há palavras que cheguem. Fica também este conselho: vejam com os vossos olhos e agradeçam ao planeta.

Agradecemos também aos guias pelo entusiasmo que demonstraram durante a visita ao apontarem para certas formações. Soubemos também que um dos guias está ligado por laços familiares a um dos desco-bridores das Grutas. Acasos!!!

UFA! De novo para o autocarro a caminho da últi-ma visita do dia: “AS MINAS DE SAL GEMA”, na Serra de Candeeiros, inseridas no mesmo Parque Ge-ográfi co. Que riqueza de região! Que riqueza de País, porém..... Aqui, estamos perante as únicas Salinas Naturais existentes em Portugal. O funcionamento é o normal de uma mina, mas de pedra de sal atravessada por uma corrente subterrânea que alimenta um poço do qual a água salgada (sete vezes mais que a do oce-ano) é tirada com o auxílio de uma cegonha ou picota, canalizada para as regueiras e distribuída por tanques (talhos) com poucos centímetros de profundidade. Ao fi m de poucos dias, por acção do calor, a água evapora deixando o sal que é recolhido e guardado em típicas casas de madeira e fechadas com umas igualmente típicas fechaduras, também totalmente feitas em ma-deira. Muito funcionais.

Muito interessante este processo de extracção de sal. Mais uma dádiva da Natureza e bem aproveitada pelo Homem. E assim teria que ser, dada a impor-tância do produto, que em tempos remotos servia de comércio entre os povos e era muitas vezes a forma de pagamento das jornas (salários).

Finalizámos esta visita, recomendando que em fu-turas deslocações a Rio Maior, ao Festival das Tas-quinhas, não deixem de alimentar também o ego, fazendo uma visita a mais este Empreendimento da Natureza.

Foi um dia longo, mas muito proveitoso. Resta-nos, a mim e certamente é o sentir de todo o grupo, expres-sar o nosso agradecimento aos professores que uma vez mais abdicaram do convívio com as suas famí-lias, para nos proporcionarem este belo dia de apren-dizagem, de convívio e muita alegria.

Pena ser dia 1 de Abril e a oferta da nossa Autar-quia, noticiada pela professora Emília, poderia ter-se tornado realidade. O dia das mentiras aliado aos cortes orçamentais às autarquias, não dão margem para mais.

Igualmente o nosso agradecimento ao s.r Motorista pela paciência. Foi impecável.

A todo o grupo... parabéns pelo belo dia.

Maria Graciette Carvalho, aluna da Usalma

Page 16: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 16

Visitas de estudo

No passado dia 2 de Abril realizou-se uma visita de estudo a Vila Franca de Xira,no

âmbito das disciplinas de Pintura (prof. Felici-dade Vieira), Oficina de Literatura (prof. Fátima Domingues) e Hist. da Cultura Portuguesa (prof. Edite Prada).

De manhã efectuou-se o “Percurso dos Neo-Realistas”, pelas ruas seleccionadas da localidade, por onde perpassou a vida e obra de Alves Redol e outros vultos seus contemporâneos. Do cais do Tejo, onde se viu a antiga taberna, na qual o escri-tor convivia com “o Jerónimo Tarrinca e o Antó-nio Vitorino, meus companheiros nas andanças do Tejo”, conforme se pode ler na dedicatória da sua obra “Aviei-ros”, fomos percor-rendo as velhas ruas com a companhia e as indicações do nosso extraordiná-rio guia, eng. Mota Redol, filho único do referido escri-tor.

Ao almoço (e dado que no roteiro gastronómico está-vamos no “mês do sável”) fomos “pre-senteados” com uma açorda e sável frito (muitíssimo fino), elaborado por um sabedor e antigo cozinheiro destas iguarias da borda d`água. À tarde, nesse dia azul e quenti-nho, fomos até ao Museu do Neo-Realismo, onde apreciamos a arquitectura de Alcino Soutinho .

Fomos acolhidos pelo director do museu, d.r Da-vid Santos, que nos falou sobre o Neo-Realismo nas Artes Plásticas e que logo no espaçoso hall da entrada nos mostrou (e explicou) as duas escultu-ras aí expostas: uma de José Dias Coelho e outra de Maria Barreira. Acompanhou-nos de seguida

à óptima exposição temporária “O Passado e o Presente-Outro Olhar sobre a Colecção do MNR”.Todos se encantaram com o que nos disse e nos chamou a atenção: uma soberba aula de História de Arte (vimos uma pintura de Rogério Ribeiro, um almadense por “adopção”).

Finalizamos com a sabedoria e a vivência do eng. Mota Redol sobre figuras e factos do neo-realismo até à actualidade, na secção expositiva do “Movimento Neo-Realista Português”, da qual o nosso guia foi curador e investigador. Foi uma aula ao vivo, uma experiência única.

Na secção de teatro encontramos o nosso dramaturgo almadense, Romeu Correia, e a sua emblemática peça “O Vagabundo das Mãos de Oiro”, na sua primeira edição(de autor,1960).Este livro foi oferta de R. C. ao nosso guia para integrar o (na altura) fu-turo museu do Neo-Re-alismo.

No agradecimento da Usalma aos nossos anfitriões, a prof. Edi-te Condeixa e restantes professoras, na presen-ça dos alunos e do Co-ordenador J. Evaristo, ofereceram-lhes o livro da Usalma, com expres-siva dedicatória do nos-so Presidente, profes-sore Jerónimo Matos e um artístico cartão, pintado pela professora

Felicidade Vieira. Foi um dia de convívio e de partilha humana e

cultural, que permanecerá na memória de todos os participantes.

Edite Condeixa, aluna da Usalma

Celebração do Centenário do Escritor Alves Redolnuma Jornada Literária e de Artes Plásticas

Page 17: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 17

Visitas de estudo

p. 11

“A Origem da vida e a Sustentabilidade da Ter-ra no âmbito da Biodiversidade”

Organizada pelas disciplinas de “Origem da vida e Sustentabilidade da Terra no âmbito da

Biodiversidade”, teve lugar no dia 29 de Março de 2011, uma visita guiada à “Estação de Tratamento de Águas Residuais - E.T.A.R. do Porti-nho da Costa”.

Integrou-se esta visita no quadro das condições de funcionamento do Ecossistema em que a Cidade de Al-mada está situada e das medidas adop-tadas para a ma-nutenção das con-dições ambientais consignadas em to-dos os documentos legais nacionais e internacionais que aconselham e orientam o equilíbrio das cidades sustentáveis.

Registámos, mais uma vez a elevada qualidade das informações e esclarecimentos prestados pelo Senhor Engenheiro Tiago Meirinhos que como responsável pelo equipamento nos guiou nesta visita, disponibili-zando-se para uma explicação e visita pormenorizada

a todo o percurso que os resíduos das águas residuais percorrem ao longo de toda a estação de tratamento sempre com uma palavra clara para explicar todo o funcionamento de equipamentos tão complexos e im-portantes.

Perplexos fi caram todos quando verifi caram a qua-lidade da água residual que fi nalmente é: ou lançada

no Rio Tejo, ou reu-tilizada para regas e ainda quanto ao des-tino que é dado às la-mas residuais que são comercializadas para fi ns de fertilização de terrenos após os tra-tamentos adequados que sofrem.

De registar o eleva-do número de ques-tões debatidas sobre esta temática e que muito contribuíram para o conhecimento

de que todo o Concelho de Almada está devidamente dotado de equipamentos que permitem um tratamento efi caz de todas as águas residuais da rede pública.

No fi nal da visita foram distribuídas a todos peque-nas lembranças alusivas aos serviços visitados.

Graça Pessoa, prof. da Usalma

E T A R do Portinho da Costa.

Decorreu no passado dia 25 de Março de 2011, uma visita guiada ao Museu Geológico de Lis-

boa.Esta visita permitiu um conhecimento e contacto com

uma realidade, de muitos desconhecida, não só pelo ex-traordinário edifício onde se encontra instalado (Aca-demia das Ciências), como pelas peças preciosas e de rara beleza que se encontram em exposição – A maior colecção de fósseis portugueses, a História da vida e morte dos nossos antepassados pré-históricos e ainda Cristais de Portugal, cores e formas inesperadas.

A valiosa e motivadora visita guiada pelo Técnico José António Anacleto, profundo conhecedor de todo imenso espólio, permitiu também uma abordagem ao Património Geológico Português em geral, com referên-

cias à carta Geológica de Portugal e uma explicação des-critiva de um quadro estratigráfi co simplifi cado no qual foram assinaladas as várias divisões estratigráfi cas com indicação das idades absolutas em milhões de anos e as correspondentes reconstituições de espécies de fósseis de géneros representados na colecção do Museu.

Após o percurso inicial sobre os fósseis mais represen-tativos existentes no nosso país, e as várias explicações a todas as questões colocadas passou-se ao sector da His-tória Arqueológica existente no Museu com explicações sobre o papel dos diversos Cientistas Portugueses que contribuíram para a preservação deste tão rico patrimó-nio. Por fi m foram apresentadas várias peças de cristais que muito entusiasmaram todos os presentes.

Museu Geológico de Lisboa

Page 18: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 18

Nos dias 15,16 e 17 de Abril alguns alunos e professores da Usalma

rumaram a Santiago de Compostela, onde para além de aprender a história desta bela cidade carregada de mística, visitaram a sua Catedral, igrejas e mos-teiros.

Ainda nestas paragens, a bordo de um pequeno barco, se deliciaram com a de-gustação de mexilhão e vinho onde até os golfi nhos os presentearam com a sua pre-sença.

De regresso e plenos de tanta beleza a professora Edite Prada e o aluno José Parreira lançaram um desafi o ao grupo, que foi prontamente aceite… e eis que um concurso de quadras foi feito.

Prof. Emília Evaristo

Actividades da Usalma

Coincidindo com o último dia de aulas do 2º. período, no dia 6 de Abril, realizou-se um jantar convívio da turma de Espanhol, lecio-

nada pela professora Sofi a Saraiva.O evento teve lugar na Taverna Grega à Cova da Piedade.O mais saliente da gastronomia grega – pasticio, teta, tzaziki – e, so-

bretudo o clima de amizade consolidado ao longo de quase quatro anos.Com o entusiasmo dos alunos, o empenho e disponibilidade da pro-

fessora Sofi a e o apoio logístico da Usalma foram efetuados nos anos anteriores visitas a Cáceres e a Mérida.

Outros eventos se seguirão decerto.Fernando Antunes, aluno da Usalma

Jantar convívio da turma de Espanhol

Promovida pela Disciplina Sustentabilidade da Terra e Biodiversidade, teve lugar a visita ao Museu Na-

cional de História Natural, (antiga Faculdade de ciências de Lisboa).

Esta visita de estudo,dia 8 de Abril de 2011, permitiu o contacto visual e físico com o passado de mais de 150 milhões de anos.

Ver e tocar em fragmentos de ossos fossilizados do Allosaurus da Época do Jurássico Superior não aconte-ce todos os dias, a descoberta desta espécie no quintal do Sr. José Amorim, na zona do Pombal, também faci-litou a nós humanos compreender o espaço e o tempo em que os continentes se aproximaram o sufi ciente para permitir que, estas espécies de animais extintos, se des-locassem entre continentes; antes destas descobertas, pensava-se que estas espécies só tivessem existido na América do Norte onde foram encontrados em 1877.

NO JARDIM BOTÂNICO: Fizemos um agradável passeio pelo mundo vegetal, concentrado naquele pe-queno pulmão verde de Lisboa.Trata-se de uma bio-diversidade de árvores e plantas, oriundas dos cinco continentes. Algumas espécies, são autênticos fosseis vivos, por se manterem sem alterações assinaláveis por milhões de anos. Pessoalmente senti um carinho espe-cial pela Ginkgo Biloba visto ser considerada a árvore medicinal, ter sobrevivido por milhões de anos e a sua resistência à bomba atómica sobre Hiroshima. Visitas destas são para continuar, pois até nos sentimos mais jovens perante estes seres vivos milenares, mesmo que, de origem vegetal. Uma palavra de apreço às nossas guias pelo seu profi ssionalismo nas explicações técni-cas que prestaram.

António Tomás, aluno da Usalma

Visita de estudo ao Museu de Historia Natural e Jardim Botânico

Menções Honrosas: 1.º M. da Conceição C. Mascarenhas, 2.º José C. Prada, 3.º M. Manuela M. Santos e 4.º António Domingos dos Santos

Santiago de Compostela

Menções Honrosas: 1.º

Prémio

S. Tiago me deu paz

O Grove me deu mexilhão

Esta Galiza promoveu

Em mim mais uma paixão!

Graça Pessoa e Ana Maria Santos

2.º

M. da Conceição C. Mascarenhas, 2.º José C. Prada,

Prémio Arte cultura e prazer Três dias p’ra não esquecer

Quem me dera cá voltar Para de novo reviver Gracelinda Nascimento

3.º Concurso de

quadras Quem me dera cá voltar

Quem me dera cá voltar Para de novo reviver Para de novo reviver

Prémio

S’Tiago foi para mim um sonho realizadoEspero voltar um dia Não quero o sonho acabado

Maria Isabel Frias

1.º

Page 19: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da Usalma Página 19

No âmbito da exposição de “AUDIO SHOW 2011”, realizada no HOTEL VILLA RICA em

Lisboa, os coros polifónicos da Usalma e da Anselmo de Andrade, foram convidados a participar, na maior exposição de equipamento de áudio, em Portugal. O melhor do som e da imagem em estreia Mundial, se-gundo informação dos especialistas na matéria.

Cerca das 16h45, embarcámos em autocarro, no Cen-tro Sul, e rumámos para o local do encontro, onde che-gámos por volta da 17h10.

Fizemos uns vocalizos para o aquecimento das vozes e, entretanto, o coro da Anselmo de Andrade, deu início ao espectáculo, a que se seguiu o Coro da Usalma.

Os coros apresentam um reportório variado, superiormente dirigido pelo nosso Maestro Victor Gaspar.O público presente aplaudiu com entusiasmo as actuações dos coros.Por volta das 19h15, regressámos ao ponto de partida, com alegria e boa disposição, com a convicção do dever

cumprido. Durante a viagem, foram cantadas várias canções do reportório nacional, com muito humor, alegria e satisfação.

Por fi m o nosso Maestro, deu-nos os parabéns e apelou aos coralistas para se empenharem com dedicação, generosidade e afi nco, para que o coro da Usalma venha a ser, no futuro, uma referência a nível nacional.

José Jorge, aluno da Usalma

Realizou-se no dia 26 de Março o I Encontro-Convívio das classes de guitarra da Usalma, do

ano lectivo 2010/2011, no Clube do Sargento da Ar-mada, num espaço acolhedor, gentilmente cedido para o efeito.

A iniciativa deveu-se ao professor Francisco Sabro-sa, da disciplina de guitarra clássica da Usalma,tendo em vista, entre outros objectivos mobilizar alunos das diversas turmas na partilha de conhecimentos, atenuar as tensões que acontecem quando se toca em público. E no âmbito da Associação de Professores do Concelho de Almada , e da Usalma, alargar o con-vívio aos colegas, familiares e amigos, à sociedade deste Concelho, mostrando como a aprendizagem pode ser transformada em momentos de convívio e de festa. Incentivar o estudo e interesse pela música, dada a sua importância na vida de cada um de nós.

Atuaram cinco classes de guitarra, e o grupo En-semble, sob orientação do professor Francisco Sabro-sa. No Ensemble alunos com maior grau de conheci-mento tocaram, ao lado de professores, peças musi-cais já bastante mais elaboradas.

Um convidado especial, o jovem e talentoso guitar-rista, João Velez, estudante da Academia de Música de Almada, aceitou o desafi o do Professor Francis-co Sabrosa e fi nalizou o convívio com uma magní-fi ca execução de três peças, cuja técnica pertence aos grandes. Ouviram-se muitos aplausos. Um ramo de fl ores simbolizou o nosso agradecimento por ter acei-

te o convite, o desafi o da partilha.Seguiu-se um lanche, na sala nobre do Clube do

Sargento da Armada, para alunos, familiares e convi-dados, cuja realização fi cou a cargo deste clube.

Pela disponibilidade para este e outros eventos fi ca uma vez mais o agradecimento da Usalma.

E o convívio prosseguiu tarde fora, noite dentro. Alunos de guitarra clássica, campaniça, cavaquinho e do coro, juntaram-se de novo no salão, com profes-sores e familiares. Descontraidamente tocaram, can-taram, divertiram-se.

Ficou a certeza de que a festa agrada sempre quando é participada, e de que novos encontros irão acontecer.

I Encontro - Convívio das classes de guitarra - Ano Lectivo 2010/2011Actividades da Usalma

Coro da Usalma

Prémio Arte cultura e prazer Três dias p’ra não esquecer Quem me dera cá voltar Para de novo reviver Gracelinda Nascimento

3.º

Page 20: Correio da USALMA n.º 26

Maio 2011

Correio da UsalmaPágina 20

Mostra do ensino

À semelhança de anos anteriores, a Usal-ma participou na Mostra do Ensino Su-perior, Secundário e Profi ssional, que

decorreu em Almada entre os dias 4 e 7 de Maio.A sessão solene de abertura teve lugar no Fó-

rum Romeu Correia, no dia 4, presidida pela Pre-sidente da Câmara Municipal e com a presença de representantes das várias escolas participantes no evento, em que se incluiu o Presidente da Usalma e a participação de alguns alunos.

Abriu a sessão o Vereador da Cultura, que se referiu ao acontecimento e ao seu enquadramento no tema Almada Cidade Educadora, tendo dado a palavra à Presidente da Câmara que teceu algu-mas considerações sobre o evento.

Seguiu-se uma visita à exposição dos paineis relativos a cada escola participante, cabendo aos seus representantes fazer a apresentação das mes-mas, assim como das suas actividades.

As outras actividades da Mostra decorreram numa tenda montada no exterior, de que há a des-tacar a participação das turmas de Cavaquinhos e Danças do Mundo da Usalma.

Joaquim Silva, prof. da Usalma

Lançamento do Livro Saga de Pequenas MemóriasNo próximo dia 17-06-2011, pelas 16 horas e 30 minutos, terá lugar a apresentação ao público do livro

Saga de Pequenas Memórias da autoria de Feliciano Oleiro, membro dos corpos sociais da APCA e aluno da USALMA.

Mais se informa que se trata duma iniciativa cujos proventos reverterão, na totalidade, a favor da APCA e acontecerá nas instalações da nova escola básica JB1 sita na rua Conde de Ferreira, da qual o autor é patrono.

Novo acordo ortográfi co

Em virtude de o novo acordo ortográfi co se encontrar no período de transição, informamos os nossos leitores que foi decidido incluir textos ajustados a ambos os acordos.

Esta decisão não dispensa o rigor ortográfi co em cada um dos textos.