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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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Ficha catalográfica Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2009

Título Reforma de Pensamento da Literatura na Escola

Autor Edivirgem Neves Machado

Escola de Atuação Colégio Estadual João Cavalli da Costa - EFM

Município da escola Palmital

Núcleo Regional de Educação Pitanga

Orientador Daniel de Oliveira Gomes

Instituição de Ensino Superior UNICENTRO

Área do Conhecimento Português

Produção Didático-Pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar História, Artes

Público Alunos do 2º ano do Ensino Médio

Localização Colégio Estadual João Cavalli da Costa – EFM Rua Moiséis Lupion nº 885

Apresentação 1. JUSTIFICATIVA: A escolha deste tema justifica-se com o intuito de expandir os conhecimentos para uma reforma do ensino que comece pela reforma do pensamento. O objetivo da educação não é o de transmitir conhecimentos sempre numerosos ao aluno, mas o de criar nele um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade de espírito que o oriente em um sentido definido, não apenas durante a infância, mas por toda a vida. É justamente, mostrar que ensinar a viver necessita não só dos conhecimentos, mas também da transformação, em seu próprio ser. 2. OBJETIVOS: Oportunizar aos alunos do Ensino Médio, uma nova visão na reforma do pensamento e literatura

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e escola, para que a literatura não se resuma apenas nos textos do livro didático. 3. METODOLOGIA: A metodologia prática da pesquisa se dará através de pesquisa-ação com oficinas literárias nas aulas de Língua Portuguesa. Será apresentado o texto e este é discutido com os alunos. Valorizando época, região em que foi escrito o romance. Nesta discussão, vamos trazer para os dias de hoje os amores impossíveis. Como se vive o amor nos dias atuais? Quais seriam os casos de repercussão? Ainda existem tragédias por amor?

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Amor - Mulher – Fragilidade - Opressão

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CONTRATO DE CESSÃO GRATUITA DE DIREITOS AUTORAIS

Pelo presente instrumento particular, de um lado EDIVIRGEM NEVES MACHADO, brasileira, solteira, professora, RG 1411785-7, CPF 286110559-34, residente e domiciliado à Rua XV de novembro nº 849, na cidade de Palmital, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde, Secretária de Estado da Educação, brasileiro, portadora do CPF nº 392820159-04, ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:

Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra (título ou descrição do texto / poesia / letra de música / ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio / etc.), cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA. Cláusula 2ª – A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra autoral ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia, como exemplificativamente impressa, digital, audiovisual e web, que se fizer necessária para sua divulgação, bem como utilizá-la para fins específicos, educativos, técnicos e culturais. Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições. Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas

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cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias. Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web. Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual. Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento. Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988. Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR. Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação. Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida, anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi

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publicada ou utilizada (na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor. Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada. Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato.

E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento

particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato. Curitiba, 28 de julho de 2010

______________________________________ CEDENTE

EDIVIRGEM NEVES MACHADO

______________________________________ CESSIONÁRIA

______________________________________ TESTEMUNHA 1

______________________________________ TESTEMUNHA 2

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SUMÁRIO

01.- INTRODUÇÃO……………………………………10 02- ROMEU E JULIETA………………………….........12

03 - IRACEMA…………………………………………17

04 - DOM CASMURRO………………………………..22

05 - LUCIOLA………………………………………….26

06 - ATIVIDADES DE CONCLUSÃO………………...30

07 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS……………..31

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

IES - UNICENTRO - GUARAPUAVA

Edivirgem Neves Machado

REFORMAS DE PENSAMENTO DA LITERATURA NA

ESCOLA

Unidade Didática apresentada ao Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE da

SEED-Paraná e UNICENTRO.

Orientador: Prof. Dr. Daniel de Oliveira

Gomes (DELET) da Unicentro.

Guarapuava

2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

IES - UNICENTRO - GUARAPUAVA

Edivirgem Neves Machado

REFORMAS DE PENSAMENTO DA LITERATURA NA

ESCOLA

Guarapuava

2010

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01. INTRODUÇÃO

Esta Unidade Didática será usada na Implementação do Projeto Pedagógico no

Colégio Estadual João Cavalli da Costa EFM, tem como objetivo oportunizar aos alunos

do Ensino Médio, uma nova visão na reforma do pensamento e leitura na escola, para

que a literatura não se resuma apenas nos textos do livro didático ou alguns livros de

literatura indicada pelo professor.

O objetivo da educação não é o de transmitir conhecimentos sempre numerosos

ao aluno, mas o de criar nele um estado interior e profundo, uma espécie de polaridade

de espírito que o oriente em um sentido definido, não apenas durante a infância, mas por

toda a vida. É justamente, mostrar que ensinar a viver necessita não só dos

conhecimentos, mas também da transformação, em seu próprio ser. Edgar Morin nos diz

que literatura é para os adolescentes uma escola de vida e um meio para se adquirir

conhecimentos.

A literatura aborda o meio social, familiar, histórico e concreto das relações

humanas com uma força extraordinária, tem a vantagem de refletir sobre a

complexidade do ser humano e sobre a quantidade incrível de seus sonhos.

Sabemos que um dos trabalhos do professor é despertar no aluno a percepção do

valor da literatura em seu universo escolar e profissional. Para um contato íntimo com

literatura, o aluno, primeiramente, deve sentir-se atraído por ela. O professor é o

intermediador desse contato. É ele o responsável pela propaganda para que o aluno sinta

a necessidade da busca pela informação e logo descubra por si só a importância desta

disciplina. sii só a importância desta disciplina.

Considerando que a nossa a cultura, passa pela formação do leitor, onde a leitura

é um termo que se tornou sinônimo de escola, desprazer, obrigação e cobrança. E para

que esta realidade seja transformada é necessário ações em que reforma de pensamentos

seja vivenciado através da literatura e escola. Pois uma cabeça bem-feita é uma cabeça

apta a organizar os conhecimentos.

Com o Tema “Os amores Impossíveis na nossa Literatura”, vou procurar mostrar

uma concepção conservadora acerca da postura masculina e feminina. Essa dualidade é

materializada pela desigualdade, tendo em vista a condição passiva imposta à mulher. A

relação homem/mulher é marcada pela superioridade masculina e a fragilidade feminina.

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Podemos retratar nas obras: Romeu e Julieta, Iracema e Martim, Lucíola e Paulo, Capitu

e Bentinho.

Segundo Edgar Morin “O amor enraíza-se em nossa corporeidade e, nesse

sentido pode-se dizer que o amor procede da palavra e precede a palavra”.

Em muitas viagens que fiz, pude vivenciar onde as obras foram estruturadas.

Guardei fotos que vou usar para ilustrar este material. É uma experiência única visitar

esses lugares, com certeza é o conhecer para compreender melhor.

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02 - Romeu e Julieta

Foto (eu com a estatua de Julieta no jardim da casa onde hoje é um museu).

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Para melhor entender a obra em questão, vou descrever um pouco a cidade de

Verona (Itália), cenário onde tudo aconteceu, e que visitei recentemente.

Foto do Anfiteatro na entrada de Verona

Na entrada da cidade há um Anfiteatro que tem capacidade para 30 mil

espectadores. A personagem mais ilustre e mais visitada é a casa de Julieta que guarda a

estatua em bronze de tamanho original. A casa hoje é um museu. É comum ver andando

pelas ruas estreita de pedra e mármores, pessoas com mascaras de carnaval.

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Rua em Verona que leva à casa de Julieta

O estilo medieval de demonstrar o poder dos senhores era construir arcos e

torres e a altura das torres era o tamanho do seu poder. Se ficasse pobre teria que

derrubar as torres para que todos ficassem sabendo que perdeu o poder.

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Foi essa a cidade que acolheu as famílias poderosas e inimigas mortais

Montecchio e Capuleto. Romeu, um jovem Montecchio passional e destemido, sofre de

amor por Rosalina. Em um baile de máscaras dos Capuleto, Romeu encanta-se por

Julieta Capuleto, e ela corresponde ao encantamento. Após ouvir uma declaração de

amor de Julieta eles decidem se casar em seguida e escondido das famílias. Para isso

contam com a ajuda de Frei Lourenço que realiza a cerimônia secretamente.Com a

ajuda da Ama Julieta. Pede que Romeu vá ao seu quarto durante a noite. Romeu e

Julieta passam a noite juntos.

A Ama, apesar de ajudá-los tenta convencer Julieta de que Romeu não serve

para ela. Romeu parte para outra cidade logo de manha. Enquanto isso, os pais de

Julieta resolvem casá-la com o Conde Páris. Desesperada Julieta pede ajuda ao Frei que

a aconselha a aceitar o casamento para despistar seus pais. Dá a ela um frasco de elixir

para simular sua morte e montam um plano: Julieta deveria tomar o conteúdo do frasco,

sua família acreditaria em sua morte, o casamento com o Conde não se realizaria e o

Frei, através de uma carta explicativa, mandaria Romeu voltar para que ficassem juntos.

Porém a carta se extravia e Romeu recebe a notícia da morte da amada.

Compra um veneno e desesperado decide morrer também. Volta à cidade e

defronta-se com o Conde no mausoléu onde está Julieta. Travam duelo e Romeu

assassina-o. Toma o veneno diante do corpo de Julieta e morre abraçado a ela. Frei

Lourenço chega para tentar impedi-lo, mas é tarde, foge para não ser desmascarado e

punido, porém antes acorda Julieta, que horrorizada decide ficar junto de seu grande

amor. Julieta beija Romeu para tentar absorver o veneno de seus lábios e morrer

também, mas não consegue, então pega o punhal de Romeu e apunhala-se, morrendo

junto de seu marido.

As famílias, após descobrirem a tragédia ocorrida, perdoam-se mutuamente e

juram manter a paz em nome do amor de seus filhos.

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.

Casa de Julieta em Verona

Questões para reflexão:

“O que faz com que se torne o amor impossível nesta obra são as famílias inimigas”.

1) A obra nos trás uma mistura do cômico e do trágico, do sagrado e do profano, vamos

refletir onde e como acontece esse sentimento.

- Através da figura da Ama, de seu comportamento percebemos um pouco como a

literatura Shekesperiana tratou as classes sociais.

- A religiosidade contida na obra bem como a crença, prática religiosa nos leva a refletir

sobre o amor. A atitude do Frei Lourenço em ajudar o casal.

- Encenar com os alunos uma peça teatral, focalizando o amor através dos tempos, da

cultura os conflitos, e transgressões sociais. Como se mantêm atuais problemas antigos.

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03- IRACEMA

Foto tirada de alto mar da cidade de Fortaleza- CE

Com essa imagem de Fortaleza vamos voltar no tempo à exatamente em 1865,

onde tudo teve início. Senão fosse o amor que uniu Iracema e Martim talvez hoje

Fortaleza a mais linda cidade do Ceara não seria tão fascinante.

O autor recomenda que o livro seja lido na varanda da casa rústica ou na fresca

sombra do pomar no doce embalo da rede, entre os murmúrios do vento que farfalha

nas palhas dos coqueiros. Em Iracema, José de Alencar criou uma explicação poética

para as origens de sua terra natal, daí o subtítulo da obra — Lenda do Ceará. A virgem

dos lábios de mel tornou-se símbolo do Ceará, e seu filho, Moacir, nascido de seu amor

com o colonizador português Martim, representa o primeiro cearense, fruto da união das

duas raças.

A obra mescla elementos históricos e fictícios. O guerreiro português Martim

Soares Moreno é figura histórica e seu nome está ligado à colonização daquela região.

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Quando Iracema o encontrou Martim, ficou surpresa e amedrontada, a índia feriu

o branco no rosto com uma flechada. Ele não reagiu. Arrependida, a moça correu até

Martim e ofereceu-lhe hospitalidade, quebrando com ele a flecha da paz.

Era costume entre eles oferecer as mais lindas índias para servir os visitante,

somente Iracema não podia por ser filha do pajé. Sendo Iracema a filha do pajé

conhecia os segredos da mata e preparava chá com ervas que dava um efeito muitas

vezes alucinógeno em quem o tomasse. Esta bebida era oferecida ao pajé, também para

alegrar Martim e fazer com que ele matasse a saudades de sua gente. Certa noite depois

de tomar um dos chás preparado por Iracema Martim adormeceu e sonhou com ela;

inconsciente, ele pronunciou o nome da índia e a abraçou; ela se deixou abraçar e os

dois se beijaram. Irapuã era apaixonado por Iracema e ameaçou matar Martim. Mas ela

estava apaixonada por Martim e passou a ficar preocupada pela vida dele. Mas a índia

lhe informou que quem se relacionasse com ela morreria, porque, por ser filha do pajé,

guardava o segredo da Jurema. Quando Martim insistiu em que ela retornasse para a

tribo, ela lhe revelou que não poderia fazer isso, porque já era sua esposa .

Surpreso, Martim ficou sabendo que tinha sido realidade o que sonhara. Envergonhado,

Martim pediu que Poti levasse Iracema e o deixasse só, pois ele merecia morrer. O

amigo disse que não o largaria. Iracema apenas sorriu e continuou com eles.

Acompanhando agora seu marido o guerreiro branco, na nova rotina diária, Poti e

Martim caçavam, Iracema colhia frutas, passeava pelos campos, arrumava a cabana,

sempre na expectativa da volta de Martim. Grávida, ela aguardava a hora do parto e já

não sentia mais contrariedade por ter saído de sua nação.

Em uma das vezes em que Martim saiu para os combates, Iracema teve sozinha

o filho, a quem chamou de Moacir, filho da dor. Mas a solidão tomava conta do coração

da índia De tanto chorar, Iracema perdeu o leite para alimentar o filho. A criança estava

se nutrindo, mas a mãe perdera o apetite e as forças, por causa da tristeza.

No caminho de volta, findo o combate, Martim, ao lado de Poti, vinha

apreensivo: como estaria Iracema? E o filho? Lá estava ela, à porta da cabana, no limite

extremo da debilidade. Ela só teve forças para erguer o filho e apresentá-lo ao pai. Em

seguida, desfaleceu e não mais se levantou da rede. Suas últimas palavras foram o

pedido ao marido de que a enterrasse ao pé do coqueiro de que ela gostava tanto. O

sofrimento de Martim foi enorme, principalmente porque seu grande amor pela esposa

retornara revigorado pela paternidade. O lugar onde ele enterrou Iracema veio a se

chamar Ceará.

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Martim retornou para sua terra, levando o filho. De vez em quando, Martim

revia o local onde fora tão feliz e se doía de saudade. A jandaia permanecia cantando no

coqueiro, ao pé do qual Iracema fora enterrada. Mas a ave não repetia mais o nome de

Iracema.

"Tudo passa sobre a terra”.

Aqui o que torna “O amor impossível” é a cultura das raças.

Memorial de Iracema - Fortaleza

Hoje na linda e bela cidade de Fortaleza, na Praia de Iracema foi criado um

memorial para que jamais seja esquecido um amor puro e verdadeiro, porém impossível

entre a índia e o guerreiro branco. Era neste lugar que Iracema vinha esperar por Martim

quando ele saia para lutar ou caçar.

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Cidade de Fortaleza (CE) vista de alto mar

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Questões para reflexão:

Para que os alunos entendam melhor a obra e se localizem numa época da nossa história

vou passar cenas do filme “Desmundo” como introdução (Desmundo – Filme brasileiro,

lançado em 2003. - Direção Alain Fresnot, gênero Drama).

a)- Esse amor era impossível de acontecer, por vários fatores que o autor descreve. Com quais outros casos de amores impossíveis podemos relacionar.

b)- Quando Iracema diz que não poderia servi-lo porque era quem conhecia o segredo

da bebida oferecida ao pajé e devia prepará-la. Ela esta se referindo ao que hoje

podemos chamar de chá alucinógeno ou Santo Daime?

c- Em que circunstâncias nasce Moacir? E por que Iracema lhe deu esse nome?

d- Quando Iracema diz “Iracema que te acompanhará, guerreiro branco porque ela já é

tua esposa”. O que fez com que ela dissesse isso? E por que Martim se surpreende ao

ouvir tal declaração?

.

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04 - Dom Casmurro

Foto do Cristo redentor – símbolo do Rio de Janeiro, cidade onde passa o enredo (tirada por mim)

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Para entender melhor esta obra escrita em 1900 e como mantem atual o seu

enredo até nossos dias, vou usar cenas do filme “Dom”.(Dom foi lançado em 2003-

Brasileiro. Direção – Moacyr Góes). Analisando por que Bentinho quis atar as duas

pontas da sua vida. Atormentado, recluso e casmurro, Bentinho, chamado de Dom

Casmurro, começa a contar sua história. E sendo ele mesmo o narrador, nos diz que

morando em Matacavalos com sua mãe Dona Glória, Tio Cosme, e prima Justina sendo

os três viúvos, José Dias o agregado, Bentinho possuía uma vizinha que conviveu desde

a infância, como uma "irmã-namorada" dele, Capitolina - a Capitu.

Sua mãe havia feito uma promessa que Bentinho iria para um seminário e

tornar-se-ia um padre. Cumprindo a promessa Bentinho foi, mas sempre desejando sair,

pois se tornando padre não poderia casar com Capitu.

José Dias, que sempre foi contra ao namoro dos dois, é quem consegue retirar

Bentinho do seminário, convencendo Dona Glória que o jovem deveria ir estudar no

exterior, José Dias era fascinado por direito e pelos estudos no exterior. Quando retorna

do exterior, Bentinho consegue casar com Capitu e desde os tempos de seminário havia

fundamentado amizade com Escobar que agora estava casado e sempre foi o amigo

íntimo do casal. Nasce o filho de Capitu, Ezequiel. Escobar, o amigo íntimo, falece e

durante o seu velório Bentinho percebe que Capitu não chorava, mas aguçava um

sentimento fortíssimo. A partir desse momento começa o drama de Bentinho. Ele

percebe que o seu filho era a cara de Escobar e ele já havia encontrado, às vezes, Capitu

e Escobar sozinhos em sua casa. Embora confiasse no amigo, que era casado e tinha até

filha, o desespero de Bentinho é imenso. Vão para Europa e Bentinho depois de um

tempo volta para o Brasil. Capitu escreve-lhe cartas, a essa altura, a mãe de Bentinho já

havia morrido, assim como José Dias.

Ezequiel um dia vem visitar o pai e conta da morte da mãe. Pouco tempo depois,

Ezequiel também morre, mas a única coisa que não morre em Bentinho e sua dúvida.

Ele continua recluso em sua casa, tendo varias namoradas, mas nenhuma fez com que

ele esquecesse “aqueles olhos de ressaca”.

(Serão usadas fotos antigas do Rio de Janeiro, para os alunos vivenciar a história). skyscrapercity.com/showthread.php?t=462981&page=5

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REFLEXÃO

“O que faz o amor de Bentinho e Capitu ser impossível é o ciúme”.

1. Bentinho surpreende a mulher encarando, com olhos de ressaca, o amigo Escobar

defunto no caixão, morto afogado. Teria sentido o ciúme ali demonstrado por Bentinho,

em vez de chorar a perda do amigo, numa ocasião tão séria? Não seria um abuso de sua

parte e desconsideração para com o morto?

.

2. Na ocasião do velório, se Capitu amasse mesmo Escobar, por que será que conteve as

lágrimas? Fica claro que não esconderia suas lágrimas caso não tivesse um caso com o

amigo falecido? O que você acha?

3. Pelo que se vê, Capitu é mesmo traidora ou seriam apenas ciúmes e

Suspeitas de Bento, um sujeito fraco, inseguro e apaixonado ao extremo?

ATIVIDADE JURI DE CAPITU.

a) Organizar com os alunos uma encenação do julgamento de Capitu.

Mostrando como um caso cuja busca minuciosa da verdade no mundo real acaba por

transpor a outra condição. Uma condição onde a magia, o mistério, o enigma de Capitu,

uma vez revelado, destitui-se da ficção.

Considerando que Bento Santiago é um advogado, a obra apresenta-se como um

julgamento em que Capitu é a Ré e Bentinho o advogado de acusação. Os alunos da sala

serão o corpo de jurados. Defesa, acusação e promotor farão uma longa discussão o juiz

poderá dar o veredicto de uma verdade ficcional. Capitu por sua vez, julgada culpada ou

inocente? Traiu ou não traiu? Neste julgamento vamos deixar o mistério ou enigma que

é Capitu potencializar este paradoxo.

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Rio de Janeiro - foto tirada por mim

3. Naquele tempo, Bentinho à noite ia ao teatro, à ópera, e na volta surpreendia o amigo

em visita a sua mulher, Capitu. Hoje temos um Rio de Janeiro completamente diferente

considerando o que oferece a vida noturna de onde ele poderia estar regressando?

4. Quando Bentinho quis “atar as duas pontas da sua vida”. O que Ele quer juntar? Não

seria o Rio antigo ao novo? Ou sua adolescência a velhice?

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05 - LUCÍOLA

O AMOR DE LÚCIA E PAULO.

Com cenas do filme “Um amor para recordar”, (Um Amor para Recordar foi

lançado em 2003 no EUA, sob a direção de Adam Shankman). Vamos analisar esta

linda história de amor de Lúcia e Paulo.

Quando Paulo chega ao Rio de Janeiro mais ou menos em 1855. Sai com seu

amigo de infância Dr. Sá, vão às ruas, freqüentam festas populares da corte. Numa tarde

encontra uma jovem senhora, com talhe esbelto, rosto suave, frágil e delicado. Era

Lucia, estava sozinha o que não era normal. Uma mulher sair sem a companhia do

marido ou irmão. Sá me disse que não era uma senhora, mas uma mulher bonita e com

um sarcasmo que pude entender bem do que falava.

(Fotos antigas do Rio de Janeiro serão usadas aqui para entender melhor). http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=462981

Por alguns dias tive a oportunidade de vê-la nos mais diversos lugares, sempre

linda, ostentava luxo. Lúcia, a cortesã mais bela, requintada e disputada da cidade. Ela

não admite que ninguém adquira direitos sobre ela. Mas Paulo se impressiona com a

"expressão cândida do rosto e a graciosa modéstia do gesto, ainda mesmo quando os

lábios dessa mulher revelam a cortesã franca e impudente”.

Depois um mês que tinha, Paulo vai à procura de Lúcia, levado, é claro pelo

desejo de possuir aquela linda mulher. Após longa e agradável conversa, acaba se

surpreendendo com o "casto e ingênuo perfume que respirava de toda a sua pessoa". A

um mínimo lance de seus seios, "ela se enrubesceu como uma menina e fechou o

roupão" discretamente.

E ele, que fora quente de desejos, agora na rua, se acha ridículo por não haver

ousado mais. Além do que, o Dr. Sá lhe confirmara que "Lúcia é a mais alegre

companheira que pode haver para uma noite, ou mesmo alguns dias de extravagância.

No dia seguinte Paulo está de volta à casa da heroína. Ao seu primeiro ataque,

Lúcia se opõe com duas lágrimas nos olhos. Supondo ser fingimento, mostra-se

aborrecido e ela reage atirando-se completamente nua em seus braços, já que era isso

que Paulo queria. Ele quer pagar-lhe, ela rejeita com um meigo aperto de mão. E ele

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retira-se realmente confuso com a singularidade daquela cortesã, que ora levava a

impudência até o cinismo, ora esquecia-se do seu papel no simples e modesto recato de

uma senhora.

E as informações que chegavam a seu respeito são as piores. O Cunha diz que ela

é a mais bonita mulher do Rio e também a mais caprichosa e excêntrica. Ninguém a

compreende. Nunca fica muito tempo com o mesmo amante. Além do mais, é avarenta.

Vende tudo o que ganha. Para Paulo, no entanto, ela parece ser ao contrário de tudo isso.

Afinal, ele já o ama.

Sá, amigo de ambos prepara uma ceia, com vários convidados maldosamente para

transformar a ceia em bacanal, Lúcia desfila toda nua, imitando as poses lascivas dos

quadros que estavam nas paredes, ante os olhares voluptuosos dos presentes. Depois,

em lágrimas, nos jardins da casa, ela explica a Paulo. Fez aquilo por desespero, pois ele

havia zombado dela momentos antes: se o Senhor não zombasse de mim, não o teria

feito por coisa alguma deste mundo. E porque foi uma decepção total, afinal o que Sá

pretendia era mostrar a seu amigo Paulo quem era Lúcia. Não foi para isso que se deu

essa ceia? Explicou Lúcia. E eles se amaram no jardim, à luz da lua, até de madrugada.

Depois de um tempo, Paulo de passa a morar com Lúcia, e, apesar das prevenções

e restrições, esta perdidamente apaixonado por ela. Lúcia, por sua vez, já ama Paulo e se

entrega e ele como a um dono e senhor. As pessoas comentam que Paulo, além de

viver à custa de Lúcia, ainda a proíbe de freqüentar a sociedade. Lúcia que já então

procurava viver mais retraída dispõe-se a voltar à vida mundana apenas para salvar a

reputação.

Lúcia já não vibra como outrora. É a doença que já se faz sentir. Paulo não

entende essa frieza e fica muito bravo. Ela sofre calada, pois reconhece que "o amor

para uma mulher como ela é mais terrível punição que Deus poderia infligir-lhe!".

O comportamento de Lúcia é cada vez mais sublime e heróico. Já não existe mais

nada da antiga cortesã. E Paulo, por fim, entende essa nobreza de caráter e compreende

o porquê das suas recusas. Ela lhe recusava o corpo porque o amava em espírito. E

também porque já está doente. Paulo promete respeitá-la de ora em diante.

Lúcia um dia lhe revela todo o seu passado. Chamava-se Maria da Glória. Era

uma menina feliz de 14 anos e morava com os pais, quando, em 1850, sobreveio a

terrível febre amarela. Seus pais, os três irmãos, uma tia caíram de cama, Ela ficou só.

No auge do desespero, resolveu pedir ajuda a um vizinho rico, Sr. Couto, que em troca

de algumas moedas de ouro tirou-lhe a inocência. O dinheiro ganho com a minha

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vergonha salvou a vida de meu pai e trouxe-nos um raio de esperança. Seu pai, porém,

sabendo da origem do dinheiro, e supondo ter a filha um amante, a expulsou de casa.

Sozinha, sem ter aonde ir, foi acolhida por uma mulher, Jesuína, que, quinze dias depois,

à conduziu à prostituição, estipulando pela beleza de seu corpo um alto preço. O

dinheiro, ela o usava para cuidar do que restava da família: Eu tive o supremo alívio de

comprar com a minha desgraça a vida de meus pais e de minha irmã, dizia Lucia .

Agora Paulo compreende ainda melhor as atitudes misteriosas e contraditórias que

Lúcia tomava.

Seguem-se dias tranqüilos. Lúcia muda-se para uma casinha modesta com Ana

que mora com ela. "Isto não pode durar muito! É impossível!" É o pressentimento da

morte. Lúcia tenta convencer Paulo a se casar com Ana, que já o ama também. Seria

uma maneira de perpetuar o amor de ambos, já que ela se julga indigna do puro amor

conjugal. Paulo rejeita com veemência em nome do amor que não sente por Ana.

Lúcia aborta o filho que esperava de Paulo. Ela se recusa a tomar remédio para

expelir o feto morto, dizendo "Sua mãe lhe servirá de túmulo". E já no leito de morte,

recebe o juramento de Paulo prometendo-lhe cuidar de Ana como sua filha. E morre

docemente nos braços de seu amado, indo amá-lo por toda a eternidade.

Atividades de reflexão

O que faz “O amor impossível de Lucia e Paulo são os valores morais e culturais”.

a)- Partindo de um questionamento é possível organizar um trabalho de produção

textual voltado para a época.

- O que uma obra produzida no século XIX, mais especificamente em 1855, pode ainda

nos dizer no século XXI?

- que conexões ele pode estabelecer com a obra, sendo um jovem, que vive sob outros

padrões éticos, morais, culturais?

- Como seria usar essas roupas? Gostariam de viver nessa época?

- Por que as mulheres podiam se vestir dessa forma? Quais os elementos que

determinam esta identificação?

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- Quando a encontrou pela primeira vez, hábitos, etc. relacionados à narrativa. No caso

de Lucíola caberiam, por exemplo, imagens de senhoras e cavalheiros, de carruagens

movidas a tração animal e do prédio de um teatro no contexto do século XIX; imagens

do Rio de Janeiro antigo.

b) Nesta atividade vou desenvolver com os alunos uma produção textual inspirada em

aspectos da obra trazendo para nossos dias como, por exemplo: uma carta que mudasse

o rumo da narrativa; a atualização da história aos padrões contemporâneos; a história

narrada por outro narrador. Vendo um Rio de Janeiro diferente, atual como mostra a

foto abaixo.

Rio de Janeiro - foto tirada por mim

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06 - ATIVIDADES DE CONCLUSÃO

Com as obras Iracema e Romeu e Julieta:

A virgem dos lábios de mel, Iracema, apaixona-se pelo português Martins,

perdido nas matas. São raças conflitantes, destinos obstinadamente desiguais e opostos.

Mas esse amor tão forte pode ser comparado com o de Romeu e Julieta.

Façamos um paralelo do amor superando corajosamente qualquer obstáculo

social ou cultural, se torna à única e verdadeira razão de vida e morte.

Com as obras Dom Casmurro e Lucíola:

Vamos tratar do ciúme obsessivo de Bentinho por Capitu e da cortesã Lucíola.

Tendo como cenário a cidade do Rio de Janeiro. Em épocas diferentes, mas a sociedade,

os lugares descritos nos levam a uma análise detalhada de sentimentos e amores trágicos.

A passividade de Capitu, ao se submeter à autoridade do marido, tem duas

leituras que não se excluem, pois formam um dilema insolúvel: “uma confissão de culpa,

ou, ao contrário, uma prova de caráter, de inocência ultrajada”. Numa leitura feminista,

essa atitude de Capitu parece corresponder à chamada resistência passiva, um

comportamento feminino que se situa entre as categorias de mulher-sujeito e mulher

objeto. Um tipo singular de mulher que não se curva às limitações.

A eterna sombra da traição, que persegue as personagens masculinas, deixa com

que Lucíola e Capitu tenham consciência da opressão sofrida e da incapacidade de

reagir devido ao desarmamento que consiste a educação feminina imposta pela

sociedade de sua época.

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07 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALENCAR, José. “Iracema”, Erechin - RS, Edelbra - 1987.

ALENCAR, José. “Lucíola”, São Paulo - SP, Editora Ática – 2002.

ASSIS, Machado de. “Dom Casmurro”, São Paulo - SP, editora DOMO-2005.

GUEDES, Paulo Coimbra. “A Formação do Professor de Português”: Editora

Parábola, São Paulo, 2006.

LAJOLO, Marisa. “Do mundo da Leitura para a Leitura do Mundo”: Atica São

Paulo.2006.

.MORIN, Edgar. Os sete Saberes Necessários à Educação do Futuro 3a. Ed. - São

Paulo – Cortez; Brasília – DF, UNESCO, 2001.

MORIN, Edgar. “Amor Poesia Sabedoria”; Editora Bertrand –RJ -Brasil 2002.

MORIN, Edgar. “Cabeça bem Feita”; Editora Bertrand, RJ-Brasil, 2008.

SEED - Diretrizes curriculares de Língua Portuguesa; 2006.

SHAKESPEARE, William. “Romeu e Julieta”, Curitiba, Posigraf -1997.

FILMES

“Desmundo – Filme brasileiro”, 2003. - Direção Alain Fresnot, gênero Drama.

“Dom” 2003- Brasileiro. Direção – Moacyr Góes.

“Um Amor para Recordar” - 2003 no EUA, sob a direção de Adam Shankman.