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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS INSTITUTO A VEZ DO MESTRE UMA VISÃO MODERNA DAS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA AVALIATIVO Por: Marjorye Polinati da Silva Vecchi Orientador Professor Vilson Sérgio de Carvalho Piraúba 2009 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UMA VISÃO MODERNA DAS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA

AVALIATIVO

Por: Marjorye Polinati da Silva Vecchi

Orientador

Professor Vilson Sérgio de Carvalho

Piraúba

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

UMA VISÃO MODERNA DAS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA

AVALIATIVO

Por: Marjorye Polinati da Silva Vecchi

Trabalho monográfico apresentado como

requisito parcial para obtenção do Grau de

Especialista em Docência do Ensino

Superior pela Universidade Candido Mendes

PIRAÚBA

Janeiro/ 2009

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AGRADECIMENTOS

.... A Deus

Obrigada Senhor!

Desde o início desta caminhada, Tu

estavas comigo! Vitórias foram

conquistadas. Derrotas foram

superadas. Conhecimentos foram

adquiridos... e agora alcançado o

objetivo, venho te louvar, agradecer e

oferecer humildemente a vida, o amor,

a felicidade, enfim a vitória deste

momento! Mais uma vez obrigada

Senhor!

Aos meus pais Fernando e Dêmia ( in

memoriam)

“A vocês que me deram a vida; que

compartilharam meus ideais e os

alimentaram; que trabalharam dobrado,

sacrificando seus sonhos em favor dos

meus. Hoje, sinto vocês sorrindo felizes

ao meu lado. O exemplo que deixaram

de garra e dedicação terão

continuidade na concretização do meu

ideal. À vocês minha gratidão e eterna

saudades. Vocês estarão sempre

comigo.

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DEDICATÓRIA

A minha mãe Dêmia

A você minha querida que no começo

desta caminhada, ainda entre nós, me

incentivou com suas palavras, seu carinho

e sua força de viver, obrigada mãe!

A minha sogra Divina

Que com sua sabedoria, amizade, carinho

não poupou esforços e tempo para me

ajudar nesta caminhada. Muito Obrigada

por tudo! Esta conquista também é sua!

Ao meu esposo

Meu amigo, companheiro, meu amor,

minha eterna gratidão pelo seu apoio,

pela sua compreensão, sua presença em

todos os momentos.

Aos meus filhos William e Ana Luísa

Queridos, a presença de vocês tornou

mais significativa a nossa caminhada.

Vocês me tornaram mais forte e

estimularam meus planos futuros, e a

seguir em frente apesar dos obstáculos.

Tornaram mais doce e fascinante o

aprendizado da vida.

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RESUMO

Ao desenvolvermos este trabalho monográfico, tentamos nos situar dentro

de uma Concepção Pedagógica Contemporânea em que EDUCAR é formar e

APRENDER é construir o próprio saber. Neste contexto, a conotação de

AVALIAÇÃO se amplia e se desloca no sentido de verificar em que medida os

alunos estão alcançando os objetivos propostos e em que grau se dá essa

consecução, para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção

do próprio saber. Lembrando que o Ato de Ensinar e Aprender consiste em

tentar realizar esses objetivos – mudanças e aquisições de comportamentos

motores, afetivos e sociais. Numa visão moderna, o conceito de Avaliação se

articula também no movimento global de redefinição das práticas sociais. E

esta, para ganhar eficácia precisa ser confiada a professores cada vez mais

qualificados, com ampla cultura na área de ciências humanas, forte orientação

para as práticas reflexivas e capacidade de inovação. É necessária também

uma vontade política forte e duradoura. È uma meta a ser trabalhada, que se

transformará em realidade, por meio de nossa Ação. Somos todos

responsáveis por este processo.

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METODOLOGIA

O trabalho foi iniciado após escolha do tema: Avaliação em uma visão

moderna. À busca de abordagem teórica que fundamentaria este trabalho, a

pesquisa foi realizada em livros e materiais concernentes ao tema nas

Universidades UNIPAC em Piraúba e FAFIU na cidade de Ubá. A

complementação de material teórico se deu também por pesquisa via internet.

Assim, os principais autores utilizados na estruturação deste trabalho foram:

• BARCELOS, Eronita Silva. Avaliação para a cidadania. Curitiba,1998.

(Apostila do seminário sobre avaliação- Cefet);

• COLL, César. Psicologia e currículo. São Paulo. Editora Ática, 2000.

• FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à

prática educativa. 8ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

• LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação Educacional: além do

autoritarismo. São Paulo; Cortez. 1986

• LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação da Aprendizagem escolar. 3ª

edição. São Paulo. Cortez. 2001.

• LERNER, Delia, PALÁCIOS, Alicia. A Aprendizagem da língua escrita

na escola: reflexões sobre a proposta pedagógica construtivista.

Porto Alegre. Artes Médicas, 1995.

• MORIN, Edgard. Complexidade e transdiciplinaridade. Natal.

EDUFRN, 2000.

• MORETTO, Vasco P. Prova: um momento privilegiado de estudo,

não um acerto de contas. Rio de Janeiro. DP & A, 2002

• POVH, Josefa Maria. Avaliação diagnóstica educacional. Curitiba.

SEED, 2001.

• ROSA, Dalva. Políticas organizativas e curriculares: educação

inclusiva e formação de professores. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.

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A pesquisa foi qualitativa e utilizou-se como instrumento uma entrevista

por meio de questionário com a Diretora da FAFIU de Ubá: Sônia Maria Rosa

Albuquerque sobre a prática docente e a Avaliação nesta Instituição de Ensino,

após retornar em dia e hora combinados, realizamos a entrevista cujo roteiro

encontra-se em anexo ( 2 ).

Objetivando enriquecer as fontes de pesquisa e informações visitamos os

seguintes sites:

Htpp:// www.inov.produção.ufrgs.br/arquivos/websites/8/Poster.

Avaliação Participativa Online e Offline. Renata Silva Machado;

Sexta-feira 10 de outubro de 2008;

• http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view. Gestão escolar:

Planejamento participativo e avaliação; Maria José Lacerda

Vasconcelos et all. Sexta-feira 26 de setembro de 2008;

• http: www.consciência.br/reportagens/universidades/uni16.shtml-

O Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil.

Otaviano Helene. 09 de setembro de 2008

• destaquein.sacrahome.net/node/429-20K. Avaliar o quê? Quem?

Aléxia Salim Paiva. Segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

• www.avaliaçãoparticipativa.produção.ufgs.br. Avaliação

Emancipatória: uma abordagem crítico transformadora. Ana

Maria Saul. Segunda-feira 12 de janeiro de 2009

O trabalho foi iniciado após muita leitura, anotações, rascunhos e análise

comparativa. Foi utilizado o método dedutivo.

Elaboramos e organizamos um esquema com os capítulos que seriam

abordados nessa monografia seguindo o modelo de configuração enviado ao

Instituto A Vez do Mestre.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 09

CAPÍTULO I – CONCEPÇÕES TEÓRICAS NA AVALIAÇÃO.-------------------- 11

1.1 - Aprender faz-se num contexto de interação social ------------------ 11

1.2 - Funções da Avaliação------------------------------------------------------ 12

1.3 - Avaliação classificatória e quantitativa--------------------------------- 13

1.4 - Avaliação diagnóstica, participativa e democrática.----------------- 14

CAPÍTULO II - AVALIAÇÃO: INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO DO

RENDIMENTO ESCOLAR----------------------------------------------------------------- 16

2.1- Parâmetro de replanejamento das práticas pedagógicas--------- 17

CAPÍTULO III- CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA CONTEMPORÂNEA DA

AVALIAÇÃO.--------------------------------------------------------------------------------- 21

3.1-Avaliação Inicial--------------------------------------------------------------- 23

3.2-Avaliação formativa;---------------------------------------------------------- 23

3.3-Avaliação Somatória.----------------------------------------------------- 24

CAPÍTULO IV- O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E SEU PAPEL COMO

DOCENTE-------------------------------------------------------------------------------------- 26

4.1-Ensinar e Aprender no ensino Superior ----------------------------- 28

CAPÍTULO V – ENSINO PARA COMPETÊNCIA--------------------------------- 32

5.1- Professor competente no ENSINAR;--------------------------------- 32

5.2- Professor competente no AVALIAR; ---------------------------------- 33

5.3- Vislumbrando modificação no processo de avaliação nas aulas

universitárias ------------------------------------------------------------------------------------ 34

5.4- Característica de uma prova escrita: perspectiva tradicional e

perspectiva construtiva e sóciointeracionista.----------------------------------------- 35

5.5- Ressignificando a Taxonomia de Bloom.----------------------------- 36

CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------- 38

ANEXO 1- Internet---------------------------------------------------------------------------- 40

ANEXO 2 – Entrevista----------------------------------------------------------------------- 46

WEBGRAFIA---------------------------------------------------------------------------------- 50

BIBLIOGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------- 51

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INTRODUÇÃO

O tema abordado nesta monografia – AVALIAÇÃO- nos convida à busca

de alternativas sinalizando uma perspectiva interessante para se repensar a

Avaliação.

A questão central deste trabalho é tentar responder por que a Avaliação

está no âmago das contradições do sistema educativo.

Podemos afirmar que esta teoria é de fundamental relevância uma vez

que as formas e procedimentos utilizados pela escola para acompanhar e

avaliar o processo de aprendizagem dos alunos não devem- se, apenas, objeto

de registro para subsidiar as decisões e informações sobre sua vida escolar,

mas sim, reorientar o processo educativo, fornecendo ao aluno informações

que ele possa compreender e que lhe sejam úteis.

Para que a Avaliação se torne efetivamente – diagnóstica, construtiva e

inclusiva, torna-se necessário e urgente repensar a Avaliação em práticas

menos excludentes - o abandonar da classificação dos conhecimentos já

consolidados e a busca dos processos emergentes em construção que podem

anunciar novas possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento, com o

objetivo de agir conforme as necessidades dos alunos, individual e

coletivamente considerados.

Para que tal mudança se concretize torna-se necessário:

• Questionar, negar e substituir crenças, preconceitos, valores,

conhecimentos e costumes já consolidados nas avaliações;

• Valorizar um modelo de avaliação diagnóstico, democrático e

participativo;

• Apoiar didática e pedagogicamente através de reciclagens, distribuição

de livros e revistas, os profissionais de ensino, para um maior

envolvimento destes nos aspectos qualitativos de avaliação.

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A transformação do Processo Avaliativo se configura no âmbito de um

movimento mais amplo de reconstrução do sentido das instituições de

ensino,e, se articula ao movimento global de redefinição das práticas sociais.

O convite-desafio à mudança para muitos é bastante atrativo. Porém toda

mudança pressupões riscos. Muitas vezes é preciso reconstruir o olhar num

movimento que requer a desconstrução do modo como se interpreta a

realidade e se organiza a vida.

Este trabalho monográfico será desenvolvido nos seguintes capítulos:

• Capítulo I – Concepções teóricas na avaliação.

1.1- Aprender faz-se num contexto de interação social;

1.2- Funções da Avaliação;

1.3- Avaliação classificatória e quantitativa;

1.4- Avaliação diagnóstica, participativa e democrática.

• Capítulo II Avaliação: instrumento de diagnóstico do rendimento escolar

2.1- Parâmetro de replanejamento das práticas pedagógicas.

• Capítulo III - Concepção pedagógica contemporânea da avaliação.

3.1- Avaliação Inicial;

3.2- Avaliação formativa

3.3- Avaliação Somatória

• Capítulo IV - O Professor universitário e seu papel como docente

4.1- Ensinar e Aprender no ensino Superior

• Capítulo V – Ensino para competência

5.1- Professor competente no ENSINAR;

5.2- Professor competente no AVALIAR;

5.3- Vislumbrando modificação no processo de avaliação nas aulas

universitárias;

5.4- Característica de uma prova escrita: perspectiva tradicional e

perspectiva construtiva e sóciointeracionista.

5.5- Ressignificando a Taxionomia de Bloom.

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CAPÍTULO I

CONCEPÇÕES TEÓRICAS NA AVALIAÇÃO

1.1 – APRENDER FAZ-SE NUM CONTEXTO DE INTERAÇÃO SOCIAL

No confronto de idéias e de pensamentos com os colegas e com o

professor, o aluno constrói conhecimentos.

No decorrer do processo de ensino aprendizagem, as interações de

respeito e de confiança entre o professor e seus alunos são a condição

primeira para o estabelecimento de vínculos saudáveis e duradouros. É dessa

maneira que o contexto de sala de aula pode transformar-se em verdadeiro

espaço de aprendizagem de conteúdos formais e sobretudo de convivência

coletiva.

A intervenção pedagógica do professor, bem como o seu reconhecimento

da importância da participação construtiva do aluno no processo de

aprendizagem, poderão promover ao aluno o desenvolvimento de capacidades

à sua formação como cidadão.

As aprendizagens vivenciadas pelos alunos no cotidiano escolar serão

significativas quando eles puderem estabelecer relações de ordem

substantivas e não arbitrárias entre os conhecimentos apresentados nos

conteúdos das disciplinas e os conhecimentos previamente construídos por

eles.

A forma de intervenção pedagógica promovida pelo professor pode

viabilizar aprendizagens com maior ou menor grau de significado.

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Consideramos ainda que a intervenção pedagógica na escola diferencia-se

de outras práticas educativas por constituir uma ação intencional, sistemática,

planejada e continuada para os alunos, durante um período extenso de tempo.

Assim, a escola, no processo de formação dos seus alunos como cidadãos

capazes de atuar com competência, respeito e dignidade na sociedade, deve

eleger os conteúdos pedagógicos que estejam em consonância com as

questões sociais.

De acordo com GIESTA ( 2001): “ o conhecimento pelo próprio professor do

conhecimento que utiliza para enfrentar as situações inéditas a cada dia, vai

exigir dele uma análise da própria prática, uma reflexão que faça emergir os

recursos intelectuais, implícitos nas ações que executa, no diagnóstico das

situações, na escolha das estratégias e na previsão das consequências”.

Assim, é necessário que, na elaboração do planejamento pedagógico, o

professor expresse e delineie propostas claras sobre o que, quando e como

ensinar e principalmente como AVALIAR. É preciso ainda, considerar o

conhecimento que o aluno possui acerca de um determinado assunto como

uma referência permanente na proposição de novas aprendizagens.

1.2- FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO

Questões como: o que avaliar? Para que avaliar? Quando avaliar? Como

avaliar? Quem avaliar? – são fundamentais quando se pensa criticamente em

Avaliação. Elas atendem tanto a necessidade de avaliar a aprendizagem do

aluno como a metodologia, a formação do professor, a organização da escola,

o sistema de ensino.

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Na aprendizagem significativa, a Avaliação deve desempenhar as

funções de auxiliar o aluno no seu desenvolvimento pessoal e responder à

sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado.

A amplitude está em entender a Avaliação como democrática e

participativa, não como um fim, mas como meio para se estabelecer novos

objetivos. BARCELOS (1998) afirma:

“Descobri que avaliar é aprender e que avaliar também se aprende e que

todos precisam ter o direito de realizar essa aprendizagem”. ( p.37)

Para o autor a Avaliação tem a condição política com a principal função de

favorecer a melhoria e o crescimento coletivo. A Avaliação ultrapassa os limites

do constatar, precisa ser objetiva “sem dogmatizar as aparências ou o

meramente observável”. Precisa em vez de excluir, integrar, em vez de fixar-se

na unilateralidade da ausência de acerto, no saber o que já se sabe, o que

pensa, precisa permitir o direito à diferença, conscientizando a realidade

atualizada.

A preocupação com o assunto é crescente, repercutindo nas escolas a

necessidade de se transpor da Avaliação Classificatória que até a pouco tem

vigorado, para a Avaliação Diagnóstica. Essa possibilidade de transposição

está diretamente relacionada ao conceito que se tem de relação ensino-

aprendizagem.

Segundo LUCKESI (1986), a Avaliação ... “constitui-se num momento

dialético do processo de avançar no desenvolvimento de ação e de

crescimento para a competência”. (p.64)

1.3 - AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA / QUANTITATIVA

A Avaliação Classificatória acompanha a visão mecanicista da Educação.

Nela o professor com toda sua autoridade é o único dono do saber na sala de

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aula e os alunos passivamente acatam suas “verdades”, que, por sua vez,

devem ser reproduzidas nas questões de provas e trabalhos.

“Enquanto um ensina, o outro, aprende ou não. Podendo os motivos ser

os mais variados. Essa forma de Avaliação estimula a competição e valoriza o

acerto e não a reflexão sobre a aprendizagem. Há a preocupação constante

com a nota, o aluno estuda para “passar de ano”, ficando dependente do

professor”. (ROMERO, 200,p.72)

A Prática da Avaliação Classificatória não favorece o processo de

democratização do ensino. Ao contrário, possibilita um processo cada vez

menos democrático no que se refere tanto à expansão do ensino, quanto à sua

qualidade.

GANDIN (1997) compara a Avaliação Classificatória àquela feita pelo

agricultor que separa, ao final da colheita, as laranjas boas das ruins

esquecendo-se de refletir sobre o que pode ter prejudicado o crescimento

daquelas laranjas que precisam ser excluídas. O agricultor não levanta a

possibilidade de um diagnóstico pra melhorar sua colheita.

1.4 – AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA / PARTICIPATIVA E DEMOCRÁTICA

Não basta dizer que a Avaliação deve ser DIAGNÓSTICA, faz-se

necessária uma análise mais profunda do que verdadeiramente significa esse

termo.

A Avaliação quando atinge um cunho diagnóstico permite muito mais do

que uma classificação, conduz a reflexões e à tomada de decisões. A cultura

docente tem mostrado que há uma resistência grande de professores no

aspecto da autocrítica. O professor tem que se ver no resultado do aluno,

tornando-se ambos sujeitos do processo. A Função diagnóstica não impede

que se dê a nota ao aluno (em forma de números, de conceitos ou de

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menções). Porém a utilização desse recurso não precisa ser usado para

discriminar o aluno.

A Avaliação Diagnóstica / participativa diz quem quando e como

redimensionar. Precisa ser um indicador pra o professor reorganizar sua ação

junto aos alunos e pra que estes possam controlar seu aproveitamento na ótica

proposta pelo professor e exigida pelo processo de elaboração do saber. O

verdadeiro papel da Avaliação está implícito em ser instrumento de diagnóstico

pra o crescimento. Ela terá que se situar e estar a serviço de uma pedagogia

que esteja preocupada com a transformação social e não com a conservação.

A Avaliação deixará de ser autoritária se o modelo social e a concepção

teórica-prática da educação também não forem autoritários mas sim

participativo e democrático.

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CAPÍTULO II

AVALIAÇÃO: INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO DO

RENDIMENTO ESCOLAR

Avaliação não é o final do processo do ciclo docente, mas pode

representar o recomeço, já que devemos partir dela para fixar e revisar.

Os processos de Avaliação separam o saber do não saber, o aprovado do

não aprovado, o aluno “fraco” do forte. São processos excludentes. Iniciemos

nossas reflexões analisando as diferentes formas de Avaliação que

encontramos na sociedade. Atualmente, temos o Exame Nacional do Ensino

Médio(ENEM), o vestibular, O Exame Nacional de Cursos(ENC-Provão, exame

utilizado para avaliar as universidades brasileiras a partir do rendimento dos

alunos e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) que

avalia amostras de alunos da 4ª e da 8ª séries do Ensino fundamental e da 3ª

série do Ensino Médio, de todos os estados brasileiros.

O Instituto Nacional de Estudos e pesquisas educacionais (INEP/MEC)

tem examinado a situação do Ensino Superior no Brasil sob ópticas diferentes

e complementares. O Censo da educação Superior, a Avaliação Institucional,

Avaliação das Condições de ensino e o Exame Nacional de Cursos (ENC)

formam um sistema abrangente que mostra qualitativa e quantitativamente a

situação da Educação Superior no Brasil.

Há muita polêmica sobre todos os sistemas de Avaliação, especialmente

no que diz respeito à padronização de modelos, já que o País possui uma

diversidade muito grande de propostas pedagógicas e de objetivos de ensino.

Há autores que consideram esses instrumentos como prática de

dominação do Estado sobre a Educação, já que estabelecem a competividade

e a concorrência, e incentivam que as Práticas pedagógicas se alimentem de

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eficiência e produtividade, tal qual uma empresa, na qual existem metas

preestabelecidas a serem atingidas.

A outra polêmica é a da transferência de responsabilidade. Sabemos a

quantas anda a Educação no Brasil e que esta esfera necessita bastante de

investimento do governo. Investir em educação é investir na sociedade do

futuro; além disso, é dever do Estado.

Com os resultados das Avaliações externas, segundos alguns autores, o

governo transfere a responsabilidade dos insucessos para cada Instituição de

Ensino, além de sugerir à população que cobre destas os resultados.

O resultado do exame leva a um ordenamento dos Cursos Superiores

sem significar necessariamente que os classificados entre os piores sejam

ruins e os classificados entre os melhores sejam bons. Em certas áreas do

conhecimento, cursos com nota D são perfeitamente aceitáveis e, em outros

cursos com B podem estar abaixo de qualquer patamar aceitável.

“[...] Não podemos deixar que a luz do holofote lançada sobre o ENC nos

ofusque e nos impeça de estudar os resultados de todos os processos de

Avaliação do Ensino Superior de forma a diagnosticar seus problemas e

apontar possíveis soluções”( Helene, 2008).

2.1 – PARÂMETRO DO REPLANEJAMENTO DAS PRÁTICAS

PEDAGÓGICAS.

Nenhuma Prática Pedagógica é neutra. Ao responsabilizar os alunos pelo

próprio fracasso, reproduz-se o que acontece na sociedade sem questionar as

Práticas Pedagógicas e repensá-las. Toda vez que se repensa a Prática, nega-

se a educação reprodutora de desigualdade sociais e, de fato, democratiza-se

o ensino.

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A mudança das práticas Avaliativas exige a mudanças de concepções do

cotidiano docente. Segundo LUCKESI: (2001):

“Para que a Avaliação Educacional assuma seu verdadeiro papel de

instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, terá de se situar e

estar a serviço de uma Pedagogia que esteja preocupada com a transformação

social e não com a sua conservação. A Avaliação deixará de ser automática se

o modelo social e a concepção teórico-prática, também não forem autoritária.

Se as aspirações socializantes da humanidade se traduzem num modelo

socializante e democrático, a Pedagogia e a Avaliação em seu interior também

se transformarão na perspectiva de encaminhamento democrático”. (p.32)

A Avaliação segundo RABELO: [ ...] tem por objetivo detectar

informações sobre o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e assim

ajustar o ensino de acordo com suas necessidades. O professor por sua vez,

deve trabalhar em função da construção diária do conhecimento nos alunos

promovendo a formação de um cidadão crítico, participativo e responsável

politicamente.” RABELO(1998 p.54).

Quando planejamos, pensamos inevitavelmente no desenvolvimento que

estar por vir e consideramos as nossas ações do presente e do passado, e,

para intervir e promover a aprendizagem de maneira Democrática, isto é, de

forma que todos tenham acesso a ela, é preciso avaliar-planejar-avaliar,

analisando a totalidade da prática pedagógica.

A Avaliação da aprendizagem tem muito a ver com a exclusão, na medida

em que utilizamos a Avaliação como instrumento de dominação. Não só a

dominação no sentido de verificar a aprendizagem de um conteúdo eleito pela

cultura dominante, como também a apresentação da Avaliação como

instrumento de poder do professor para assegurar a ordem, o cumprimento das

tarefas e etc.

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Para a psicopedagogia, o conteúdo é um vínculo entre professor e aluno e

ambos se encontram, porque existe um conhecimento a ser construído sobre

esse conteúdo. Logo o professor não deve utilizar o conteúdo como forma de

punição. O ser humano só consegue investir espontaneamente no que lhe

oferece prazer e resultados positivos, logo a aprendizagem deve ser um

processo prazeroso.

A Psicopedagogia propõe um novo olhar sobre o erro na aprendizagem. A

escola valoriza muito o acerto e rejeita o erro, trata-o como “pecado” que deve

ser corrigido. Na verdade, o erro é um aliado do professor, pois indica como o

aluno está pensando, quais são suas dúvidas e o que precisa ser revisto ou

reforçado. É uma trilha para alcançarmos o raciocínio do aluno.

Cabe ressaltar que ao elaborar instrumentos de Avaliação, o professor

deve rever os objetivos de ensino que foram descritos no planejamento e a

correção desses instrumentos deve contemplar os objetivos para que o

processo seja justo- os objetivos nos dizem o que devemos considerar na

Avaliação.

A partir dessa visão de Avaliação, é hora de pensarmos na estrutura de

nossas aulas e na nossa forma de planejá-las. O planejamento não é uma

mera burocracia ou um documento que deve ser engavetado. O planejamento

é um instrumento de reflexão do professor e uma forma de acompanhar o

processo de aprendizagem de seus alunos de maneira científica.

Planejar é uma atitude que se materializa em instrumentos escritos. Ao

definir objetivos, o professor determina onde ele deseja que seus alunos

cheguem e em que prazo objetiva seus alunos alcancem as metas. Além disso,

estrutura os conteúdos de maneira lógica para que cada assunto ensinado

tenha uma ligação com o anterior e com o posterior, formando uma corrente

que leve a aprendizagem significativa, isto é que seja funcional. Ao definir

procedimentos, o professor estabelece os caminhos que ele utilizará para

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alcançar os objetivos traçados e eis a chave da questão do ciclo docente pois a

forma como os conteúdos são apresentados para que o conhecimento seja

construído, faz muita diferença na qualidade da aprendizagem.

É importante diversificar os procedimentos de aula e refletir sobre o que

cabe para cada assunto em termos de procedimentos de ensino.

As experiências de aprendizagem não devem ter um fim em si mesmos,

mas, devem abrir portas para a construção de habilidades e competências que

serão úteis no futuro para os alunos.

Pensar em habilidades significa pensar em comportamentos cognitivos,

sociais, afetivos e psicomotores, que são necessários para aprender e

desenvolver as estruturas mentais superiores a partir da interação social. É

nessa ótica qu a Avaliação e o Planejamento de Ensino devem ser

estruturados.

Quando planejamos, pensamos inevitavelmente no desenvolvimento que

está por vir e consideramos as nossas ações de presente e do passado, e,

para intervir e promover a aprendizagem de maneira democrática, isto é, de

forma que todos tenham acesso a ela, é preciso: Avaliar – Planejar – Avaliar,

analisando a totalidade da prática pedagógica.

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CAPÍTULO III

CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA CONTEMPORÂNEA NA

AVALIAÇÃO

Cabe aqui ressaltar que, ao elaborar instrumentos de avaliação, deve-se

rever os objetivos de ensino e a correção desses instrumentos deve contemplar

os objetivos para que o processo seja justo.

“Se o compromisso assumido é com a democratização do ensino há que

se investir na construção de propostas de Avaliação que se pautem por outros

princípios, tendo como finalidade subsidiar a escola na definição de prioridades

e encaminhamento de decisões que possibilitem o aprimoramento do trabalho

educativo, com vistas ao desenvolvimento de todos os alunos. Também, os

resultados da Avaliação devem ser analisados côo indicadores para análise do

papel e função desempenhados pelas instâncias, governamentais, em direção

à construção de uma escola básica de qualidade, para toda a população”.

(ROSA E SOUZA- 2002 p19)

A possibilidade de adesão à nova forma de pensar a Avaliação está

diretamente ligada à concepção sociointeracionista, passando a ver o aluno

como sujeito da própria aprendizagem.

Vygotsky ( 1989 ) nos trouxe uma nova visão sobre o desenvolvimento

humano, considerando que [...] “cada indivíduo tem um nível de

desenvolvimento real, constituindo o que ele é capaz de fazer sozinho, isto é, o

conhecimento já adquirido. E ainda um nível de desenvolvimento potencial,

abrangendo o que podemos aprender. Entre esses dois níveis, encontra-se a

zona de desenvolvimento proximal, na qual está tudo o que já podemos fazer

com a ajuda de alguém, mais competente”. ( p.88)

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As idéias desse pensador redefinem a função do professor, em todos os

níveis de ensino, que passa de transmissor de conhecimentos a mediador no

processo ensino-aprendizagem. Fazem com que o professor transforme seu

trabalho, oferecendo atividades produtivas, desafiadoras; colocando em jogo

todas as experiências anteriores do aluno, desafiando-os para que precisem

pensar e interagir com os companheiros e instigando-os a resolver problemas.

Entendendo a Educação sob essa ótica, a Avaliação não pode centrar-se

nos produtos, mas sim no processo, em o primeiro plano, sem comparação

com padrões externos.

Para LEMER e PALACIOS(1995): “ O foco deixa de ser apenas o aluno. A

ação Pedagógica e seus efeitos precisam ser constantemente avaliados por

educadores e educandos, visando a superação o erro passa a ser encarado

como indicador de caminhos para novas intervenções”.( p.38)

POVH(2001) diz que: [...] “ao refletir sobre os resultados da Avaliação, o

professor reflete também sua Prática Pedagógica, revê as ações educativas

que estão sendo desenvolvidas e até que ponto o fracasso do aluno não esta

diretamente relacionado a Prática Pedagógica, ou a sua forma de avaliar”.

(p.43)

Quando ocorre a interação professor-aluno, a construção do

conhecimento acontece com mais eficácia, permitindo que o Ato de Avaliar

transforme-se num processo interativo por meio do qual educandos e

educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no próprio

ato da Avaliação.

Para que a Avaliação diagnóstica, seja possível POVH(2001) acredita:

[...] “que seja preciso compreendê-la e realiza-la, comprometida com a

Concepção Pedagógica histórico-crítica, uma vez que essa concepção está

preocupada com a perspectiva de que o educando deve apropriar-se

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criticamente dos conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização

como sujeito crítico dentro da sociedade.” (p.65)

A Avaliação na atualidade assume duas funções primordiais: adequar a

Ação Pedagógica e determinar o grau em que foram conseguidas as intenções

do projeto-Pedagógico.

O ajuste pedagógico abre outro leque de funções da Avaliação. E pela

Avaliação que definiremos o tipo de intervenção pedagógica a ser oferecida e

isso só é possível se conhecermos o aluno. Assim, COLL ( 2000 ) sugere a

Avaliação em três etapas:

3.1 . AVALIAÇÃO INICIAL

Limita-se a considerar o aluno inicialmente antes de se começar a Ação

Pedagógica. É entendida como instrumento de ajuste e recurso didático e

bastante útil para que se conheça o aluno e suas necessidades. Ela permitirá a

organização do Planejamento.

É o histórico escolar do aluno, no qual é incluída a Avaliação qualitativa

dos aprendizados alcançados que tem aspecto motivador para realizar novas

aprendizagens

3.2 . AVALIAÇÃO FORMATIVA

É a Avaliação do Processo de aprendizagem a fim de proporcionar

acompanhamento pedagógico mais adequado a cada momento. O Professor

utiliza essa Avaliação durante o processo de ensino, redimensionando sua

ação a partir de suas conclusões. Usada freqüentemente obtém resultados

muito satisfatórios.

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A Avaliação Formativa implica um processo não punitivo e escludente,

mas orientado por princípios éticos que compreende a situação do professor e

assiste o seu desenvolvimento. Proporciona ajuda pedagógica adequada em

cada momento do processo. Concretiza-se pela observação sistemática com a

ajuda de pautas, roteiros registros e planilhas.

Numa concepção progressista de Avaliação Formativa a intervenção para

que seja eficiente e eficaz deve ser diferenciada, considerando as visões de

homem, mundo, sociedade, representações, que implicam múltiplos olhares

sobre a Educação e que, portanto, desencadeiam o desafio de contribuir para

que o conjunto doa Prática Pedagógica do corpo docente esteja engajado num

mesmo paradigma.

A Avaliação Formativa ao contribuir para que o sujeito avaliado (seja ele

professor ou aluno) reflita sobre si a partir da compreensão sobre o próprio

desempenho, possibilitando o aperfeiçoamento de suas intenções/ações, o que

certamente terá reflexos na melhoria da qualidade do ensino.

3.3. AVALIAÇÃO SOMATÓRIA

Ela acontece no final de um, trabalho desenvolvido que pode ser de uma

unidade de estudo, de um bimestre, de um projeto desenvolvido, do semestre

ou do ano letivo. A Avaliação Somativa preocupa-se com o resultado final, o

produto alcançado, em medir os resultados alcançados.

“A Avaliação Somatória também é um instrumento de controle do

processo Educacional: O êxito ou fracasso nos resultados da Aprendizagem

dos alunos é um indicador do êxito ou do fracasso do próprio processo

Educacional...”(COLL,2000 p.149).

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A Avaliação deve desempenhar as funções de auxiliar o educando no

seu desenvolvimento pessoal e responder a sociedade pela qualidade do

trabalho educativo realizado.

Articuladas com esses objetivos básicos estão as funções de propiciar a

autocompreensão do educando e do educador, motivar o crescimento do

educando, auxiliar a aprendizagem e aprofundá-la.

Para cumprir as funções da Avaliação é preciso ter ciência de que, com

a Avaliação está sendo solicitada também a manifestação da intimidade do

aluno. È preciso construir os instrumentos de coleta de dados para a Avaliação

com atenção nos seguintes pontos: articular o instrumento com os conteúdos

planejados; cobrir uma amostra significativa de todos os conteúdos ensinados;

compatibilizar as habilidades do instrumento de Avaliação com as habilidades

trabalhadas na Aprendizagem.

LUCKESI (1980) enfoca a Avaliação como “ ato amoroso”, no qual o

“professor em parceria com os alunos diagnostica as tentativas de acerto e

busca ajustes qualitativos no processo de aprender”.

O Processo de Avaliação na concepção pedagógica moderna exige

seriedade, respeito, compromisso e competência técnica, humana, política,

social e ética. Conduzir um processo de Avaliação numa visão moderna requer

um profissional sensível, criativo, solidário e comprometido com a Libertação.

“Trilhar o caminho de uma educação compartilhada, construída em

processo de “mão dupla”, na solicitude, exige compromisso político, trabalho,

perseverança, “paciência histórica” e [...] não é um processo indolor, mas ao

mesmo tempo é extremamente prazeroso” (CAPPELLETTI 1986, p.3).

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CAPÍTULO IV

O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E O SEU PAPEL COMO

DOCENTE.

“ Na sensação humana de aprender está a

divina alegria de ensinar”.

Albert Einstein

Estudos e pesquisas propõem discutir as questões referentes à docência

no Ensino Superior, destacando a importância dos professores e do seu

trabalho nesse nível de escolaridade.

Entendendo que a profissão docente é atividade de educação, discutem-

se os significados desta sociedade da informação e do conhecimento e o papel

dos professores universitários.

Examinando o panorama internacional, constata-se nas Instituições

Educativas dos países mais avançados, um crescimento da preocupação com

a formação e o desenvolvimento do profissional, dos professores universotários

e com as inovações no campo da didática.

Também notamos a preocupação com a qualidade dos resultados do

Ensino superior, sobretudo do ensino na Graduação, apontando para a

importância da preparação no campo específico e no campo pedagógico de

seus docentes.

Na sociedade brasileira contemporânea, as rápidas transformações no

mundo do trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os

meios de informação e comunicação, invadem fortemente a Instituição de

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Ensino Superior, aumentando os desafios para torna-la uma conquista

democrática efetiva.

O desafio é educar as pessoas, propiciando-lhes um desenvolvimento

humano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições

para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.

Para MORIN ( 2000): ... “ A Universidade conserva, memoriza, integra e

ritualiza uma herança cultural de saberes, idéias e valores que acaba por ter

um efeito regenerador, porque a Universidade se incumbe de examina-la e

transmiti-la”. ( p.9-10)

O sentido da Educação é a humanização. A Educação possibilita que

todos os seres humanos tenham condições de serem partícipes e, ao mesmo

tempo, possam desfrutar dos avanços e progressos da civilização construída

historicamente, e também sejam compromissados com a solução dos seus

problemas.

Ao consolidar a condição humana, a Educação é atravessada por uma

intencionalidade teórica, sendo uma prática simultaneamente teórica, ética e

política. O ensino universitário se constitui num processo de busca, de

construção científica e de crítica ao conhecimento produzido. Este é, portanto,

o papel da Universidade na construção da Sociedade.

Nas sociedades contemporâneas, essas atribuições de ensino

universitário exigem uma ação docente na qual o professor universitário precisa

atuar como profissional reflexivo, crítico, responsável e competente no âmbito

de sua disciplina, diferentemente do que ocorria no passado. Além disso, ele

precisa ter capacidade para executar a docência e realizar atividades de

investigação.

Neste contexto, segundo PIMENTA; ANASTASIOU ( 2002)

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[ ...] “o desenvolvimento profissional do professor envolve a formação inicial e

continua articulada num processo de valorização de sua identidade

profissional. A docência constitui um campo específico de intervenção

profissional na prática social”. ( p.165)

Ainda PIMENTA ; ANASTASIOU ( 2002), destacam três aspectos que

impulsionam o desenvolvimento do professor universitário:

• “ a transformação da sociedade, de seus valores e de suas formas de

organização e trabalho;

• O avanço exponencial das ciências nas últimas décadas;

• A consolidação progressiva de uma ciência da Educação, possibilitando

a todos o acesso dos saberes no campo da pedagogia. ’’ ( p.166 )

Essa percepção possibilita ao professor universitário, mediante a Ação

Educativa, a construção de sua consciência crítica e transformadora numa

sociedade contemporânea globalizada e complexa.

4.1- ENSINAR E APRENDER NO ENSINO SUPERIOR

O professor Universitário precisa substituir a ênfase no ensino pela ênfase

na aprendizagem. Ao falarmos em aprendizagem, estamos nos referindo ao

desenvolvimento de um universitário nos diversos aspectos:

• de sua personalidade: no desenvolvimento de sua capacidade

intelectual- de pensar, raciocinar, refletir, buscar informações, analisar,

criticar, de dar significado pessoal às novas informações adquiridas, de

relacioná-las, de pesquisar e de produzir conhecimento.

• Desenvolvimento de habilidades humanas e profissionais que esperam

de um profissional atualizado, trabalhar em equipe; buscar novas

informações; conhecer fontes e pesquisas; dialogar com profissionais

de outras especialidades dentro de sua área e de outras áreas que se

completam, para a realização de projetos ou atividades em conjunto;

comunicar-se em pequenos e grandes grupos; apresentar trabalhos.

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• Desenvolvimento de atitudes e valores integrantes à vida profissional- a

importância da formação continuada; a busca de soluções técnicas que

contemplem o contexto da população, do meio ambiente e das

necessidaes da comunidade; as condições culturais, políticas e

econômicas da sociedade, os princípios éticos na condução de sua

atividade profissional.

Assim, a ênfase na aprendizagem no Ensino Superior alterará o papel

dos participantes do processo ensino-aprendizagem.

Quanto ao aluno universitário, cabe o papel central de sujeito que

exerce ações necessárias para que aconteça sua aprendizagem ( buscar as

informações, trabalhá-las, produzir conhecimento, adquirir habilidades, mudar

atitude e adquirir valores ). Essas ações serão realizadas com outros

participantes do processo ( professores, colegas de turma) pois

aprendizagem não se faz isoladamente, mas em parceria em contato com os

outros e com o mundo.

Quanto ao professor universitário terá substituído seu papel de

transmissor de conhecimentos para o de mediador pedagógico ou de

orientador do processo de ensino-aprendizagem de seus alunos.

Segundo MASSETO ( 2003 ): ... “ a aprendizagem universitária

pressupõe por parte do aluno universitário:

• Aquisição e domínio de um conjunto de conhecimentos, métodos

e técnicas científicas de forma crítica;

• Iniciativa para buscar informações, relacioná-las, conhecer e

analisar várias teorias e autores sobre determinado assunto;

compará-las, discutir sua aplicação em situações reais para a

sociedade;

• Autonomia na aquisição dos conhecimentos, desenvolvendo sua

capacidade de reflexão e a realização de uma formação contínua

que de prolongará por toda sua vida”. ( p.85-88)

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O aluno universitário começa a se responsabilizar por buscar informações,

aprender a localizá-las, analisá-las, relacionar as novas informações com seus

conhecimentos anteriores, dando-lhes significado próprio, redigir conclusões,

observar situações de campo e registra-las, trabalhar com esses dados e

procurar chegar a solução dos problemas. Isto se faz através do processo de

ensino aprendizagem com a atividade de pesquisa tanto do aluno como do

professor.

Dificilmente o aluno universitário incluirá a investigação em seu processo

de aprendizagem se o professor também não o fizer em sua atividade docente.

A Avaliação da Aprendizagem também à nível Universitário precisa ser

diagnóstica e formativa. Isto exige que:

• A aprendizagem do novo se faça a partir do universo de conhecimentos

experiências e vivências anteriores dos alunos universitários;

• O professor universitário saiba o quanto é importante motivar e

despertar o interesse do aluno pelas novas aprendizagens com uso de

estratégias apropriadas;

• O incentivo à formulação de pesquisas e questões que digam respeito

ao interesse do aluno;

• Que se permita ao universitário entrar em contato com situações

concretas e práticas de sua profissão e da realidade que o envolve;

• O aluno universitário assuma o processo de aprendizagem como seu, e

possa fazer transferências do que aprendeu na Universidade para outras

situações profissionais.

Há uma inegável relação entre atividade docente ( ensino) e atividade do

aluno ( aprendizagem). As reflexões procuram demonstrar que, para

repensarmos a Educação não podemos deixar de analisar o professor

Universitário e seu papel como docente.

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Não se dissocia Avaliação de aprendizagem e tão pouco podemos

dissociar aprendizagem ( aluno) de ensino ( professor). Nesta linha partíamos

de uma visão da totalidade do processo ensino-aprendizagem, de uma

perspectiva multidimensional: as dimensões humanas, técnicas e político-social

da Prática Pedagógica devem ser compreendidas e trabalhadas de forma

articulada.

Segundo PAIVA ( 2008): “Esta nova maneira de avaliar exige mudança de

mentalidade, exige substituição de culturas cristalizadas que necessitam de

amadurecimento...Numa escola comprometida com a melhoria da qualidade,

não se penaliza o aluno; cobra-se competência do professor, que faz justiça

aos alunos, respeitando seus direitos e ensinando-lhes, assim, a lição de

cidadania.”

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CAPÍTULO V

ENSINO PARA COMPETÊNCIAS.

A competência está associada a um conjunto de elementos que permitam

a uma pessoa abordar uma situação complexa e resolvê-la.

Segundo PERRENOUD ( julho-2003) “ Competência é a capacidade do

sujeito mobiliar recursos, visando abordar uma situação complexa”.

O conceito relaciona três aspectos importantes a serem observados pelo

professor universitário:

• Entender a competência como uma capacidade da pessoa: “ ser capaz

de “;

• Estar sempre ligado ao verbo mobilizar, que significa movimentar com

força interior, o que é diferente de apenas deslocar, que seria transferir

de um lado para outro;

• Estar ligado à palavra recursos; a competência exige além dos

conhecimentos intelectuais, recursos do domínio emocional.

São recursos disponíveis para mobilização ao abordar uma situação

complexa: conteúdos específicos, habilidades e procedimentos, linguagens,

valores culturais e administração das emoções.

5.1- O PROFESSOR COMPETENTE NO ENSINO.

Aplicando o conceito de competência aqui apresentado, estas são as

características de um professor competente ao Ensino:

• Conhecer o conteúdo específico de sua disciplina – sabe identificar os

assuntos relevantes e estabelece relações significativas entre sua

disciplina e outras;

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• Tem habilidade no ensinar ( o professor sabe administrar uma aula,

escolhe estratégias adequadas para os alunos e sabe utilizar

constantemente o método dialético no processo de interação);

• Identificar valores culturais ligados ao ensinar ( esses valores constituem

elementos de um paradigma da instituição educativa que se estabelece

ao longo dos tempos, num determinado contexto cultural);

• Utiliza linguagem pertinente ( o professor utiliza linguagem adequada

para facilitar a construção de relações significativas por parte dos

alunos);

• Administra as emoções ( o professor administra as emoções sem

precisar apelar para a punição, estabelecendo limites e possibilidades)

5.2- O PROFESSOR COMPETENTE NO AVALIAR

MORETTO, Vasco ( 2002 ) destaca como componentes que caracterizam

o professor competente no Avaliar:

• Saber que a prova é um momento privilegiado de estudo e não de um

acerto de contas ( o professor precisa então conhecer os diferentes

instrumentos para Avaliar e da melhor maneira utilizá-los);

• Elaborar bem as questões da prova ( saber contextualizar de acordo

com os objetivos estabelecidos, é perguntar de forma clara e precisa;

questionar apenas conteúdos relevantes, e não colocar “ pegadinhas”

para derrubar o aluno;

• Administrar valores culturais ligados a Avaliação ( o professor

competente precisa ter mais recursos para abordar uma situação

complexa. Durante anos foram construídos vários mitos sobre a a

Avaliação, especialmente sobre o conceito de prova: só se estuda se

tiver prova; só se estuda o que cair na prova, etc);

• Utilizar linguagem clara e precisa para comando das questões . A

linguagem é um dos recursos fundamentais como indicador de

competência do Professor;

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• Criar ambiente favorável ao controle das emoções, pois o momento da

Avaliação é aquele em que as emoções dos alunos entram em ebulição.

Sendo assim, o professor pode criar condições para que o aluno se

sinta tranqüilo, buscando uma atitude de mediador. (p.31-33)

5.3- VISLUMBRANDO MODIFICAÇÃO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO NAS

AULAS UNIVERSITÁRIAS:

MORIN ( 2000) em seu livro Novas Tecnologias e mediação Pedagógica,

trata de alguns pontos que podem modificar as aulas Universitárias. Ele

sintetiza que o processo de Avaliação deverá estar integrado ao processo de

aprendizagem que funciona como elemento motivador da Aprendizagem e não

como um conjunto de provas e/ou trabalhos que apenas verificam se o aluno

passou ou não.

Uma característica básica da Avaliação é o seu caráter de feedback ou de

retro-alimentação, que traga ao aprendiz informações necessárias, oportunas e

no momento certo para o desenvolvimento de sua aprendizagem.

Tanto no uso de técnicas presenciais como no uso de tecnologia a

distância, encontram-se embutidas informações que permitem ao professor e

aos alunos se avaliarem com relação aos objetivos pretendidos. Basta explorá-

las.

Os vários participantes do processo de aprendizagem precisam de

feedback: o aluno, o professor, os colegas ou o grupo de alunos e o programa

que está sendo desenvolvido. Todos precisam saber se estão colaborando

para consecução dos objetivos abordados.

Tem sentido aplicar a auto-avaliação quando o próprio aluno consegue

diagnosticar o que aprendeu, quais são suas capacidades que facilitam o

aprendizado. Essas percepções irão ajudá-los por toda a vida.

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A aula universitária então, passa a ser também um espaço para o

diagnóstico da aprendizagem, bem como de diálogo, discussões e sugestões

para seu desenvolvimento.

5.4- CARACTERÍSTICAS DE UMA PROVA ESCRITA – NA PERSPECTIVA

TRADICIONAL E NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVA E SÓCIO

INTERACIONISTA.

É preciso ressaltar que, a Avaliação da Aprendizagem precisa ser

coerente com a forma de ensinar.

Observamos as características de uma prova escrita na perspectiva

tradicionalista:

• Exploração exagerada da memorização;

• Falta de parâmetros para a correção;

• Utilização de palavras de comando, sem previsão do sentido no

contexto.

Vejamos agora as características de uma prova escrita na perspectiva

construtiva sócio interacionista. Nesta linha de pensamento e segundo

MORETTO ( 2002 ) estes são os princípios que sustentam essa concepção de

Avaliação da Aprendizagem:

• ...” a aprendizagem é um processo interior do aluno, do qual temos

acesso por meio de indicadores externos; os indicadores ( palavras,

gestos, figuras, textos) são interpretados pelo professor;

• O conhecimento é um conjunto de relações estabelecidas entre os

componentes de um universo simbólico;O conhecimento é construído

significativamente, é estável e estruturado; O conhecimento adquirido

mecanicamente é instável e isolado;

• A Avaliação da Aprendizagem é um momento privilegiado de estudo.”

( p.96)

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Com base nos princípios e fundamentos da Proposta Construtiva sócio

interacionista, analisaremos as características da prova escrita:

• Contextualização – para responder o aluno universitário deverá buscar

apoio no enunciado da questão;

• Paramentação – o professor faz a indicação clara e precisa dos critérios

de correção;

• Exploração da capacidade de leitura e de escrita do universitário- a

colocação de textos que obriguem a leitura mesmo curta para provocar

uma resposta e, também, de forma escrita e com argumentação que

leve o aluno universitário a escrever.

O Professor deve colocar questões que exijam operações mentais mais

ou menos complexas ao responder.

5.5- RESSIGNIFICANDO A TAXIONOMIA DE BLOOM

Sob o aspecto da complexidade, MORETTO ( 2002 ) fez uma

interpretação dos estudos de Bloom ( 1971) no que ficou conhecido como

Taxionomia de Bloom, ou ainda Taxionomia de Objetivos Educacionais, na qual

destaca apenas o que é pertinente para o enfoque dado a Avaliação da

Aprendizagem.

Para MORETTO ( 2002 ), a ressignificação da Taxionomia de Bloom deu

origem a algumas mudanças:

Julgamento( Avaliação)

Análise

Aplicação

Compreensão

Re ( conhecimento)

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A prova escrita, a partir desses estudos passa a ser um momento de

aprendizagem, podendo o professor avaliá-la como fácil ( quando predominam

as primeiras categorias) e difícil ( quando predominam as últimas categorias).

O professor deve elaborar a prova escrita, mesclando questões objetivas

e questões discursivas. Dessa forma, a prova escrita, apesar de muito

criticada, deixa de ser um momento de “ acerto de contas”, para ser um

momento privilegiado de Aprendizagem de Estudos.

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CONCLUSÃO

O processo de Avaliação – numa dimensão moderna exige seriedade,

respeito, compromisso e competência técnica, humana, política, social e ética.

Conduzir um processo de Avaliação requer um profissional sensível, criativo,

solidário e comprometido com a libertação.

Romper com as tendenciosidades das práticas avaliativas tradicionais

exige criatividade, criticidade e coragem que incidem na produção de práticas

inovadoras. Toda mudança é um ato de coragem e romper com práticas

avaliativas cristalizadas, ameaça o equilíbrio estável consagrado

tradicionalmente.

Uma Avaliação mais justa precisa deve contribuir para o aluno assumir o

poder sobre si mesmo, numa relação de transparência estabelecida com o

professor- Avaliação Formativa – que deve estar a serviço daqueles a quem diz

respeito.

Nessa perspectiva, a Avaliação Formativa contribui para a democratização

do ensino a partir de ações coletivas, permeadas pelo reconhecimento

intrínseco da ação do próprio educando ( construtivismo sócio interacionista) na

Aprendizagem.

O professor também se auto avalia tomando consciência, através dos

“erros e acertos” dos alunos, dos aspectos que necessita de mudar e procura

recursos para mudá-los. É a consciência do próprio processo de

aperfeiçoamento que vai possibilitar ao professor o crescimento.

Como nos ensina Paulo Freire, só aprendemos a participar na medida em

que participamos. Promover uma Avaliação Formativa, Participativa,

Democrática, Construtiva sociointeracionista é antes um exercício de

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Democracia que contribui para a construção da cidadania. É a participação

ativa das pessoas envolvidas na Avaliação que potencia a melhoria do ensino.

Conclui-se que a tarefa é difícil, mas não impossível. A mudança é

necessária para atender a todos, sem distinção. Portanto, para repensar a

Avaliação como prática de investigação constante de uma escola democrática,

o professor precisa:

• Pesquisar os saberes necessários à uma Avaliação Formativa e

Democrática.

• Evitar o ensino elitista e autoritário.

• Saber dialogar e escutar.

• Questionar, negar e substituir as crenças, preconceitos, valores,

conhecimentos e costumes já consolidados.

Para tornar efetiva a mudança no Processo Avaliativo, é preciso portanto,

dar-lhe uma orientação pedagógica atualizada sobre as finalidades e os meios

da sua realização, conforme as opções sociais e políticas apropriadas para a

formação dos alunos, tendo em vista prepará-los para o exercício consciente

da cidadania a fim de transformar a realidade em que estão inseridos.

Neste contexto o Ensino-Aprendizagem deve proporcionar aos

alunos(especialmente aos universitários) o domínio dos conteúdos científicos,

os métodos de estudo e habilidades, e hábitos de raciocínio científico, de modo

a formarem a consciência crítica face às realidades sociais e capacitá-los a

assumir no conjunto das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de

transformação da sociedade e de si próprios.

Essa interação de professor-aluno, de ação com a prática que é preciso

estabelecer, se, se pretende alterar nas instituições de Ensino Superior o

Processo Avaliativo emprestando-lhe uma conotação moderna e democrática.

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ANEXO 1

INTERNET

Autor: Aléxia Salim Paiva

No momento em que o resultado de uma avaliação sistêmica mexeu com

o pensamento dos educadores uberabenses, nada mais oportuno que falar

sobre avaliação.

Mas que tipo de avaliação? Não no sentido de enumerar as mais variadas

formas de avaliação que temos hoje em dia, mas sim no sentido de pensar se

apenas alunos devem ser avaliados. Infelizmente, o que temos nas escolas

hoje são um bando de pessoas que optaram por ser professores e não

educadores, seja por ser uma faculdade de acesso mais fácil, ou menos

onerosa, seja por ser esta uma profissão que tem fama de ser “procura

marido”.

Avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, a partir de dados e

informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de decisão.

A avaliação antecede, acompanha e sucede o trabalho pedagógico, possuindo

funções diferentes, conforme o momento em que se dá.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9394/96, no que tange à

avaliação na educação básica no artigo 24, inciso V, diz:

“A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:

a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho no aluno, com

prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados

ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;......”

Daí a necessidade de uma avaliação democrática e participativa, já que

apresenta maior preocupação com os aspectos qualitativos contribuindo para

ajudar no alcance dos objetivos do trabalho pedagógico. Quando bem feita,

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seguida de decisões e ações que ajudam os alunos a aprender mais e melhor,

ela garantirá bons resultados na avaliação final.

A avaliação é o ponto de partida de todo e qualquer trabalho pedagógico e,

também, o ponto de chegada.

Mas, é importante que o professor organize seu trabalho tendo sempre em

vista o projeto político-pedagógico, o plano de ação e o regimento da escola. A

avaliação escolar deve ser feita a partir de três eixos, que constituem os pilares

do Projeto Político Pedagógico da escola:

* Ético-político-ideológico: a avaliação escolar tem sentido enquanto

levantamento de elementos dificultadores do processo, e diagnóstico de

aspectos a serem revistos ou retomados, buscando a melhoria da qualidade de

desempenho pessoal e dos recursos didáticos utilizados.

* Epistemológico: a elaboração de instrumentos de avaliação exige do

professor um embasamento epistemológico que garanta sua adequação ao

nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, não esquecendo que é função

da escola hoje ensinar o aluno a pensar, a buscar e processar informações

adequadamente.

* Didático-metodológico: a prova deve ser um momento de aprender a pensar,

de construção do conhecimento, de aprendizagem espontânea e não de

pressão psicológica, como tem acontecido, para que não ocorra fracasso na

mesma. Leitura e interpretação de texto devem ser assunto de todas as

disciplinas, justamente para auxiliar o educando numa prova.

O professor/educador interessa-se em permitir ao aluno a possibilidade de

êxito e propiciar-lhe a chance de acertar. Faz-se necessária uma avaliação

diagnóstica que busca investigar os conhecimentos, competências e

habilidades que o aluno traz envolvendo uma rede de relações em que estão

incluídos aquele que ensina e aquele que aprende. Mas, também se faz

necessária uma avaliação formadora, no sentido de acompanhar a

aprendizagem, identificando os sucessos e as dificuldades desse processo de

desenvolvimento, inclusive para reorientá-lo. Ela tem caráter de continuidade,

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visando reorganizar as ações educativas subseqüentes. Ela constitui um

momento de parada para reflexão e revisão do processo pedagógico, numa

perspectiva bem mais ampla de toda a dinâmica escolar.

Esta “nova” maneira de avaliar exige mudança de mentalidade, exige

substituição de culturas cristalizadas que necessitam de amadurecimento...

Numa escola comprometida com a melhoria da qualidade, não se penaliza o

aluno; cobra-se competência do professor, que faz justiça aos alunos,

respeitando seus direitos e ensinando-lhes, assim, a lição de cidadania.

É hora de repensarmos o que a escola tem feito conosco e o que temos

feito com a escola... Apesar de a escola ser o local onde se aprende, a

valorização do aluno tem recaído sobre os acertos, sendo, muitas vezes,

estimulada a competição, sem a existência de uma reflexão sobre os

procedimentos que identifiquem se houve aprendizagem. Infelizmente, dada

esta concepção, o aluno estuda apenas para passar de ano; e, a avaliação,

para muitos, está tendo como objetivo apenas classificar o aluno como melhor

ou pior.

Para Vygotsky, todo o indivíduo tem um nível de desenvolvimento real; e

conhecendo este nível de desenvolvimento dos alunos, o professor poderá

utilizar o desafio cognitivo que conduz à ampliação das estruturas mentais, sem

frustrá-los, porque respeita os limites de seu potencial. Assim, a avaliação deve

centrar-se no processo, sem comparação com padrões externos. O erro passa

a ser encarado como indicador de caminhos para novas intervenções,

constituindo o que ele é capaz de fazer sozinho.

Ainda para Vygotsky, o papel do professor é de desafiar as estruturas

mentais dos alunos, ajudando-os a ordenar e compreender o mundo,

simbolizando, transformando, quantificando e organizando os dados da

realidade, classificando-os por critérios de semelhança ou de diferença, haja

vista que ele é visto como mediador no processo de ensino/aprendizagem.

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Mas, será que, sozinho, o aluno faz o sucesso ou o fracasso escolar?

A auto-avaliação de cada um dos elementos envolvidos no processo

ensino/aprendizagem e a contribuição dos responsáveis serão de grande valia

na construção de mais este saber. Fazem com que o educador transforme seu

trabalho na sala de aula, oferecendo atividades produtivas, desafiadoras, que

provoquem a produção de novos conhecimentos, em um constante recriar.

É pensando no aluno, nos seus direitos à educação e à cidadania que a

escola deve se organizar e se estruturar, o que resulta no trabalho de diversas

pessoas, em diferentes níveis do sistema educacional. A forma como a escola

se acha organizada é expressão de idéias daqueles que dela participam e

daqueles que elaboram as diretrizes para sua organização.

Entretanto, parece que muitos profissionais da educação não estão

satisfeitos com as mudanças...

“Se você quiser, pode continuar se lamuriando a respeito dos problemas da

avaliação e da profissão. Motivo para reclamar é o que não falta. Pode ficar

tranqüilo. Ninguém é obrigado a sair da mediocridade. Ninguém é obrigado a

tomar a iniciativa. Ninguém é obrigado tomar a iniciativa. Ninguém é

obrigado a ser agente da própria história. Ninguém é obrigado a se

comprometer com uma educação democrática”. (HOFFMANN)

E então?!...Novas idéias abrem possibilidades de mudança. O que muda a

realidade é a prática. A mudança de mentalidade se dá pela mudança de

prática. Avaliação é um processo contínuo que visa a um diagnóstico.

Muitas mudanças estão ao alcance do professor e da escola. O professor

que quer superar o problema da avaliação precisa, antes de qualquer coisa,

realizar uma autocrítica, abrindo mão do uso autoritário da avaliação, revendo

sua metodologia de trabalho em sala de aula e alterá-la, caso seja necessário,

redimensionando o uso da avaliação, mudando a postura diante dos resultados

dela , para então rever sua prática pedagógica.

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O que se espera é que os seus resultados constituam parte de um

diagnóstico, e que a partir da análise da realidade sejam tomadas decisões

sobre o que fazer para superar os problemas constatados: perceber a

necessidade do aluno e intervir na realidade para ajudar a superá-la.

Os bons e os maus alunos são inteiramente fabricados pelos professores.

Para que uma classe tenha bons resultados é necessário que o professor

tenha confiança nos seus alunos e, acima de tudo, seja um bom professor.

Bom, não no sentido de passar a mão na cabeça de seus alunos, mas sim de

ensinar de uma forma lúdica, prazerosa e que faça com que o aluno realmente

aprenda e apreenda o que lhe foi oferecido.

“É função da escola hoje ensinar o aluno a pensar, a buscar e a processar

informações adequadamente. É papel do professor desafiar as estruturas

mentais dos alunos, ajudando-os a ordenar e compreender o mundo,

simbolizando, transformando, quantificando e organizando os dados da

realidade.” (Rosa Maria Calaes de Andrade)

O aluno é o principal sujeito do processo de ensino/aprendizagem, mas não

o único a ser avaliado. Mas, antes de pensarmos em avaliá-lo, é necessário

que pensemos a avaliação de uma maneira mais global, envolvendo tudo e

todos que participam do processo educacional que acontece na escola. A

avaliação é uma postura de vida. Pressupõe reflexão, diálogo. Conosco e com

o outro.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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1999.

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Realidade, 1991.

PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1970.

ROMEIRO, Alice de La Rocque. Um olhar sobre a avaliação hoje. In: Salto para

o futuro: um olhar sobre a escola. Secretaria de Educação à Distância. Brasília.

Ministério da Educação, Seed, 2000.

VASCONCELOS, Celso. Avaliação. Cadernos do Libertad vol. 3, 1994.

VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.

ALÉXIA SALIM PAIVA.

Formada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de

Uberlândia, em parceria com a Faculdade de Educação de Uberaba e pós-

graduada em Educação Infantil pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em

Educação. É pedagoga do Sistema Municipal de Ensino de Uberaba, atuando

como Supervisora escolar na Escola Municipal Professor José Macciotti, em

Uberaba-MG.

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ANEXO 2

ENTREVISTA

ROTEIRO

1 – O que significava a Educação Superior ontem e o que ela significa hoje?

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2 – Qual a formação Profissional do corpo docente na FAFIU- UBÁ ?

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3 – Que importância tem a Didática na formação do profissional do Ensino

Superior?

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4 – Como, num mundo globalizado como o de hoje, a FAFIU conceitua

Educação?

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5 – O que é Ensino?

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6 – O que é aprendizagem ?

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7 – Você concorda com a assertiva que diz: “ O professor universitário precisa

substituir a ênfase do ensino pela ênfase na aprendizagem?”

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8 – Na faculdade que você dirige, qual a importância dada pelos professores

aos Objetivos Educacionais?

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9 – Ao longo de seus 10 (dez) anos como Diretora da FAFIU, que mudanças

você percebeu na Avaliação?

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10 – Gostaria que você deixasse um pensamento que sintetizasse sua Visão

de Educadora:

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SÔNIA MARIA ALBUQUERQUE ROSA

Residente em Ubá- MG, à Avenida Beira Rio, é professora aposentada em

Ciências Biológicas pela UFJF de Juiz de Fora. Lecionou 25 anos nos

estabelecimentos de ensino de Ubá a saber:

• E.E. “ Levindo Coelho” 1º e 2º graus;

• E.E “ Sagrado Coração de Maria “ 1º e 2º graus.

Formou-se em pedagogia pela Faculdade de Filosofia e Letras em Ubá

(FAFIU)em 1975, onde após lecionar por 5 anos em Sociologia no curso de

Pedagogia foi convidada a dirigir a Faculdade.

De 1998 a 2008, vem se dedicando com exclusividade e eficiência à

direção da FAFIU. Como diretora ao conduzir o Processo de Coordenação

Pedagógica e Administrativa, Sônia tem se preocupado com a Faculdade como

um todo, onde pessoas e futuros profissionais procuram se articular ao

movimento de redefinição das práticas educativas.

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WEBGRAFIA

• Htpp:// www.inov.produção.ufrgs.br/arquivos/websites/8/Poster.

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- Sexta-feira 10 de outubro de 2008;

• http://www.scielo.br/scielo.Interface: comunicação, Saúde,

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de 2008.

• http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view. Gestão escolar:

Planejamento participativo e avaliação; Maria José Lacerda

Vasconcelos et all. Sexta-feira 26 de setembro de 2008;

• SAEB: http://www.inesp.gov.br/ básica/saeb; - sexta-feira, 03 de

outubro de 2008

• http: www.consciência.br/reportagens/universidades/uni16.shtml-

O Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil.

Otaviano Helene. – terça-feira, 09 de novembro de 2008

• destaquein.sacrahome.net/node/429-20K. Avaliar o quê? Quem?

Aléxia Salim Paiva. Segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

• www.avaliaçãoparticipativa.produção.ufgs.br. Avaliação

Emancipatória: uma abordagem crítico transformadora. Ana

Maria Saul. Segunda-feira 12 de janeiro de 2009

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• HOFFMAN, Jussara- Avaliação: Mito e Desafio, 32ª ed. Porto Alegre. Rio

Grande do Sul. Mediação, 2003

• HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora. 23ª edição. Porto Alegre. RS:

Mediação, 2004

• LIMA, Adriana de Oliveira. Avaliação Escolar – Julgamento x construção:

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• LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação da Aprendizagem escolar. 3ª edição.

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• LUCHESI, Carlos Cipriano. Avaliação Educacional: além do autoritarismo.

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• VYGOTSKY, Leo Semenovich. A formação social da mente: o

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ENTREVISTA

Instituição Escolar: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ubá- FAFIU

Entrevistada: Sônia Maria Rosa Albuquerque ( Diretora);

Entrevistadora- Marjorye Polinati da Silva Vecchi

Outubro de 2008

Roteiro

2- O que significou a Educação Superior ontem e o que ela significa hoje?

3- Qual a formação profissional do Corpo docente na FAFIU?

4- Que importância tem a didática na formação profissional de Ensino

Superior?

5- Como, num mundo globalizado de hoje, a FAFIU conceitua educação?

6- O que é ensino?

7- O que é aprendizagem?

8- Você concorda com a assertiva que diz: “ O professor universitário

precisa substituir a ênfase no ensino pela ênfase na aprendizagem”?

9- Na faculdade onde você é Diretora, qual a importância dada pelos

professores aos Objetivos educacionais?

10- Ao longo dos seus 10 anos como Diretora da FAFIU, que mudanças

você percebeu na Avaliação?

11- O que seria necessário na sua opinião, para tentar mudar a forma de

avaliar dos professores mais tradicionalistas?