documento protegido pela lei de direito autoral · 2012-11-14 · respeito e de confiança entre o...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
UMA VISÃO MODERNA DAS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA
AVALIATIVO
Por: Marjorye Polinati da Silva Vecchi
Orientador
Professor Vilson Sérgio de Carvalho
Piraúba
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
UMA VISÃO MODERNA DAS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA
AVALIATIVO
Por: Marjorye Polinati da Silva Vecchi
Trabalho monográfico apresentado como
requisito parcial para obtenção do Grau de
Especialista em Docência do Ensino
Superior pela Universidade Candido Mendes
PIRAÚBA
Janeiro/ 2009
3
AGRADECIMENTOS
.... A Deus
Obrigada Senhor!
Desde o início desta caminhada, Tu
estavas comigo! Vitórias foram
conquistadas. Derrotas foram
superadas. Conhecimentos foram
adquiridos... e agora alcançado o
objetivo, venho te louvar, agradecer e
oferecer humildemente a vida, o amor,
a felicidade, enfim a vitória deste
momento! Mais uma vez obrigada
Senhor!
Aos meus pais Fernando e Dêmia ( in
memoriam)
“A vocês que me deram a vida; que
compartilharam meus ideais e os
alimentaram; que trabalharam dobrado,
sacrificando seus sonhos em favor dos
meus. Hoje, sinto vocês sorrindo felizes
ao meu lado. O exemplo que deixaram
de garra e dedicação terão
continuidade na concretização do meu
ideal. À vocês minha gratidão e eterna
saudades. Vocês estarão sempre
comigo.
4
DEDICATÓRIA
A minha mãe Dêmia
A você minha querida que no começo
desta caminhada, ainda entre nós, me
incentivou com suas palavras, seu carinho
e sua força de viver, obrigada mãe!
A minha sogra Divina
Que com sua sabedoria, amizade, carinho
não poupou esforços e tempo para me
ajudar nesta caminhada. Muito Obrigada
por tudo! Esta conquista também é sua!
Ao meu esposo
Meu amigo, companheiro, meu amor,
minha eterna gratidão pelo seu apoio,
pela sua compreensão, sua presença em
todos os momentos.
Aos meus filhos William e Ana Luísa
Queridos, a presença de vocês tornou
mais significativa a nossa caminhada.
Vocês me tornaram mais forte e
estimularam meus planos futuros, e a
seguir em frente apesar dos obstáculos.
Tornaram mais doce e fascinante o
aprendizado da vida.
5
RESUMO
Ao desenvolvermos este trabalho monográfico, tentamos nos situar dentro
de uma Concepção Pedagógica Contemporânea em que EDUCAR é formar e
APRENDER é construir o próprio saber. Neste contexto, a conotação de
AVALIAÇÃO se amplia e se desloca no sentido de verificar em que medida os
alunos estão alcançando os objetivos propostos e em que grau se dá essa
consecução, para ajudar o aluno a avançar na aprendizagem e na construção
do próprio saber. Lembrando que o Ato de Ensinar e Aprender consiste em
tentar realizar esses objetivos – mudanças e aquisições de comportamentos
motores, afetivos e sociais. Numa visão moderna, o conceito de Avaliação se
articula também no movimento global de redefinição das práticas sociais. E
esta, para ganhar eficácia precisa ser confiada a professores cada vez mais
qualificados, com ampla cultura na área de ciências humanas, forte orientação
para as práticas reflexivas e capacidade de inovação. É necessária também
uma vontade política forte e duradoura. È uma meta a ser trabalhada, que se
transformará em realidade, por meio de nossa Ação. Somos todos
responsáveis por este processo.
6
METODOLOGIA
O trabalho foi iniciado após escolha do tema: Avaliação em uma visão
moderna. À busca de abordagem teórica que fundamentaria este trabalho, a
pesquisa foi realizada em livros e materiais concernentes ao tema nas
Universidades UNIPAC em Piraúba e FAFIU na cidade de Ubá. A
complementação de material teórico se deu também por pesquisa via internet.
Assim, os principais autores utilizados na estruturação deste trabalho foram:
• BARCELOS, Eronita Silva. Avaliação para a cidadania. Curitiba,1998.
(Apostila do seminário sobre avaliação- Cefet);
• COLL, César. Psicologia e currículo. São Paulo. Editora Ática, 2000.
• FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à
prática educativa. 8ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
• LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação Educacional: além do
autoritarismo. São Paulo; Cortez. 1986
• LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação da Aprendizagem escolar. 3ª
edição. São Paulo. Cortez. 2001.
• LERNER, Delia, PALÁCIOS, Alicia. A Aprendizagem da língua escrita
na escola: reflexões sobre a proposta pedagógica construtivista.
Porto Alegre. Artes Médicas, 1995.
• MORIN, Edgard. Complexidade e transdiciplinaridade. Natal.
EDUFRN, 2000.
• MORETTO, Vasco P. Prova: um momento privilegiado de estudo,
não um acerto de contas. Rio de Janeiro. DP & A, 2002
• POVH, Josefa Maria. Avaliação diagnóstica educacional. Curitiba.
SEED, 2001.
• ROSA, Dalva. Políticas organizativas e curriculares: educação
inclusiva e formação de professores. Rio de Janeiro: DP & A, 2002.
7
A pesquisa foi qualitativa e utilizou-se como instrumento uma entrevista
por meio de questionário com a Diretora da FAFIU de Ubá: Sônia Maria Rosa
Albuquerque sobre a prática docente e a Avaliação nesta Instituição de Ensino,
após retornar em dia e hora combinados, realizamos a entrevista cujo roteiro
encontra-se em anexo ( 2 ).
Objetivando enriquecer as fontes de pesquisa e informações visitamos os
seguintes sites:
Htpp:// www.inov.produção.ufrgs.br/arquivos/websites/8/Poster.
Avaliação Participativa Online e Offline. Renata Silva Machado;
Sexta-feira 10 de outubro de 2008;
• http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view. Gestão escolar:
Planejamento participativo e avaliação; Maria José Lacerda
Vasconcelos et all. Sexta-feira 26 de setembro de 2008;
• http: www.consciência.br/reportagens/universidades/uni16.shtml-
O Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil.
Otaviano Helene. 09 de setembro de 2008
• destaquein.sacrahome.net/node/429-20K. Avaliar o quê? Quem?
Aléxia Salim Paiva. Segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
• www.avaliaçãoparticipativa.produção.ufgs.br. Avaliação
Emancipatória: uma abordagem crítico transformadora. Ana
Maria Saul. Segunda-feira 12 de janeiro de 2009
O trabalho foi iniciado após muita leitura, anotações, rascunhos e análise
comparativa. Foi utilizado o método dedutivo.
Elaboramos e organizamos um esquema com os capítulos que seriam
abordados nessa monografia seguindo o modelo de configuração enviado ao
Instituto A Vez do Mestre.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO --------------------------------------------------------------------------------- 09
CAPÍTULO I – CONCEPÇÕES TEÓRICAS NA AVALIAÇÃO.-------------------- 11
1.1 - Aprender faz-se num contexto de interação social ------------------ 11
1.2 - Funções da Avaliação------------------------------------------------------ 12
1.3 - Avaliação classificatória e quantitativa--------------------------------- 13
1.4 - Avaliação diagnóstica, participativa e democrática.----------------- 14
CAPÍTULO II - AVALIAÇÃO: INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO DO
RENDIMENTO ESCOLAR----------------------------------------------------------------- 16
2.1- Parâmetro de replanejamento das práticas pedagógicas--------- 17
CAPÍTULO III- CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA CONTEMPORÂNEA DA
AVALIAÇÃO.--------------------------------------------------------------------------------- 21
3.1-Avaliação Inicial--------------------------------------------------------------- 23
3.2-Avaliação formativa;---------------------------------------------------------- 23
3.3-Avaliação Somatória.----------------------------------------------------- 24
CAPÍTULO IV- O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E SEU PAPEL COMO
DOCENTE-------------------------------------------------------------------------------------- 26
4.1-Ensinar e Aprender no ensino Superior ----------------------------- 28
CAPÍTULO V – ENSINO PARA COMPETÊNCIA--------------------------------- 32
5.1- Professor competente no ENSINAR;--------------------------------- 32
5.2- Professor competente no AVALIAR; ---------------------------------- 33
5.3- Vislumbrando modificação no processo de avaliação nas aulas
universitárias ------------------------------------------------------------------------------------ 34
5.4- Característica de uma prova escrita: perspectiva tradicional e
perspectiva construtiva e sóciointeracionista.----------------------------------------- 35
5.5- Ressignificando a Taxonomia de Bloom.----------------------------- 36
CONCLUSÃO---------------------------------------------------------------------------------- 38
ANEXO 1- Internet---------------------------------------------------------------------------- 40
ANEXO 2 – Entrevista----------------------------------------------------------------------- 46
WEBGRAFIA---------------------------------------------------------------------------------- 50
BIBLIOGRAFIA ----------------------------------------------------------------------------- 51
9
INTRODUÇÃO
O tema abordado nesta monografia – AVALIAÇÃO- nos convida à busca
de alternativas sinalizando uma perspectiva interessante para se repensar a
Avaliação.
A questão central deste trabalho é tentar responder por que a Avaliação
está no âmago das contradições do sistema educativo.
Podemos afirmar que esta teoria é de fundamental relevância uma vez
que as formas e procedimentos utilizados pela escola para acompanhar e
avaliar o processo de aprendizagem dos alunos não devem- se, apenas, objeto
de registro para subsidiar as decisões e informações sobre sua vida escolar,
mas sim, reorientar o processo educativo, fornecendo ao aluno informações
que ele possa compreender e que lhe sejam úteis.
Para que a Avaliação se torne efetivamente – diagnóstica, construtiva e
inclusiva, torna-se necessário e urgente repensar a Avaliação em práticas
menos excludentes - o abandonar da classificação dos conhecimentos já
consolidados e a busca dos processos emergentes em construção que podem
anunciar novas possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento, com o
objetivo de agir conforme as necessidades dos alunos, individual e
coletivamente considerados.
Para que tal mudança se concretize torna-se necessário:
• Questionar, negar e substituir crenças, preconceitos, valores,
conhecimentos e costumes já consolidados nas avaliações;
• Valorizar um modelo de avaliação diagnóstico, democrático e
participativo;
• Apoiar didática e pedagogicamente através de reciclagens, distribuição
de livros e revistas, os profissionais de ensino, para um maior
envolvimento destes nos aspectos qualitativos de avaliação.
10
A transformação do Processo Avaliativo se configura no âmbito de um
movimento mais amplo de reconstrução do sentido das instituições de
ensino,e, se articula ao movimento global de redefinição das práticas sociais.
O convite-desafio à mudança para muitos é bastante atrativo. Porém toda
mudança pressupões riscos. Muitas vezes é preciso reconstruir o olhar num
movimento que requer a desconstrução do modo como se interpreta a
realidade e se organiza a vida.
Este trabalho monográfico será desenvolvido nos seguintes capítulos:
• Capítulo I – Concepções teóricas na avaliação.
1.1- Aprender faz-se num contexto de interação social;
1.2- Funções da Avaliação;
1.3- Avaliação classificatória e quantitativa;
1.4- Avaliação diagnóstica, participativa e democrática.
• Capítulo II Avaliação: instrumento de diagnóstico do rendimento escolar
2.1- Parâmetro de replanejamento das práticas pedagógicas.
• Capítulo III - Concepção pedagógica contemporânea da avaliação.
3.1- Avaliação Inicial;
3.2- Avaliação formativa
3.3- Avaliação Somatória
• Capítulo IV - O Professor universitário e seu papel como docente
4.1- Ensinar e Aprender no ensino Superior
• Capítulo V – Ensino para competência
5.1- Professor competente no ENSINAR;
5.2- Professor competente no AVALIAR;
5.3- Vislumbrando modificação no processo de avaliação nas aulas
universitárias;
5.4- Característica de uma prova escrita: perspectiva tradicional e
perspectiva construtiva e sóciointeracionista.
5.5- Ressignificando a Taxionomia de Bloom.
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CAPÍTULO I
CONCEPÇÕES TEÓRICAS NA AVALIAÇÃO
1.1 – APRENDER FAZ-SE NUM CONTEXTO DE INTERAÇÃO SOCIAL
No confronto de idéias e de pensamentos com os colegas e com o
professor, o aluno constrói conhecimentos.
No decorrer do processo de ensino aprendizagem, as interações de
respeito e de confiança entre o professor e seus alunos são a condição
primeira para o estabelecimento de vínculos saudáveis e duradouros. É dessa
maneira que o contexto de sala de aula pode transformar-se em verdadeiro
espaço de aprendizagem de conteúdos formais e sobretudo de convivência
coletiva.
A intervenção pedagógica do professor, bem como o seu reconhecimento
da importância da participação construtiva do aluno no processo de
aprendizagem, poderão promover ao aluno o desenvolvimento de capacidades
à sua formação como cidadão.
As aprendizagens vivenciadas pelos alunos no cotidiano escolar serão
significativas quando eles puderem estabelecer relações de ordem
substantivas e não arbitrárias entre os conhecimentos apresentados nos
conteúdos das disciplinas e os conhecimentos previamente construídos por
eles.
A forma de intervenção pedagógica promovida pelo professor pode
viabilizar aprendizagens com maior ou menor grau de significado.
12
Consideramos ainda que a intervenção pedagógica na escola diferencia-se
de outras práticas educativas por constituir uma ação intencional, sistemática,
planejada e continuada para os alunos, durante um período extenso de tempo.
Assim, a escola, no processo de formação dos seus alunos como cidadãos
capazes de atuar com competência, respeito e dignidade na sociedade, deve
eleger os conteúdos pedagógicos que estejam em consonância com as
questões sociais.
De acordo com GIESTA ( 2001): “ o conhecimento pelo próprio professor do
conhecimento que utiliza para enfrentar as situações inéditas a cada dia, vai
exigir dele uma análise da própria prática, uma reflexão que faça emergir os
recursos intelectuais, implícitos nas ações que executa, no diagnóstico das
situações, na escolha das estratégias e na previsão das consequências”.
Assim, é necessário que, na elaboração do planejamento pedagógico, o
professor expresse e delineie propostas claras sobre o que, quando e como
ensinar e principalmente como AVALIAR. É preciso ainda, considerar o
conhecimento que o aluno possui acerca de um determinado assunto como
uma referência permanente na proposição de novas aprendizagens.
1.2- FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
Questões como: o que avaliar? Para que avaliar? Quando avaliar? Como
avaliar? Quem avaliar? – são fundamentais quando se pensa criticamente em
Avaliação. Elas atendem tanto a necessidade de avaliar a aprendizagem do
aluno como a metodologia, a formação do professor, a organização da escola,
o sistema de ensino.
13
Na aprendizagem significativa, a Avaliação deve desempenhar as
funções de auxiliar o aluno no seu desenvolvimento pessoal e responder à
sociedade pela qualidade do trabalho educativo realizado.
A amplitude está em entender a Avaliação como democrática e
participativa, não como um fim, mas como meio para se estabelecer novos
objetivos. BARCELOS (1998) afirma:
“Descobri que avaliar é aprender e que avaliar também se aprende e que
todos precisam ter o direito de realizar essa aprendizagem”. ( p.37)
Para o autor a Avaliação tem a condição política com a principal função de
favorecer a melhoria e o crescimento coletivo. A Avaliação ultrapassa os limites
do constatar, precisa ser objetiva “sem dogmatizar as aparências ou o
meramente observável”. Precisa em vez de excluir, integrar, em vez de fixar-se
na unilateralidade da ausência de acerto, no saber o que já se sabe, o que
pensa, precisa permitir o direito à diferença, conscientizando a realidade
atualizada.
A preocupação com o assunto é crescente, repercutindo nas escolas a
necessidade de se transpor da Avaliação Classificatória que até a pouco tem
vigorado, para a Avaliação Diagnóstica. Essa possibilidade de transposição
está diretamente relacionada ao conceito que se tem de relação ensino-
aprendizagem.
Segundo LUCKESI (1986), a Avaliação ... “constitui-se num momento
dialético do processo de avançar no desenvolvimento de ação e de
crescimento para a competência”. (p.64)
1.3 - AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA / QUANTITATIVA
A Avaliação Classificatória acompanha a visão mecanicista da Educação.
Nela o professor com toda sua autoridade é o único dono do saber na sala de
14
aula e os alunos passivamente acatam suas “verdades”, que, por sua vez,
devem ser reproduzidas nas questões de provas e trabalhos.
“Enquanto um ensina, o outro, aprende ou não. Podendo os motivos ser
os mais variados. Essa forma de Avaliação estimula a competição e valoriza o
acerto e não a reflexão sobre a aprendizagem. Há a preocupação constante
com a nota, o aluno estuda para “passar de ano”, ficando dependente do
professor”. (ROMERO, 200,p.72)
A Prática da Avaliação Classificatória não favorece o processo de
democratização do ensino. Ao contrário, possibilita um processo cada vez
menos democrático no que se refere tanto à expansão do ensino, quanto à sua
qualidade.
GANDIN (1997) compara a Avaliação Classificatória àquela feita pelo
agricultor que separa, ao final da colheita, as laranjas boas das ruins
esquecendo-se de refletir sobre o que pode ter prejudicado o crescimento
daquelas laranjas que precisam ser excluídas. O agricultor não levanta a
possibilidade de um diagnóstico pra melhorar sua colheita.
1.4 – AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA / PARTICIPATIVA E DEMOCRÁTICA
Não basta dizer que a Avaliação deve ser DIAGNÓSTICA, faz-se
necessária uma análise mais profunda do que verdadeiramente significa esse
termo.
A Avaliação quando atinge um cunho diagnóstico permite muito mais do
que uma classificação, conduz a reflexões e à tomada de decisões. A cultura
docente tem mostrado que há uma resistência grande de professores no
aspecto da autocrítica. O professor tem que se ver no resultado do aluno,
tornando-se ambos sujeitos do processo. A Função diagnóstica não impede
que se dê a nota ao aluno (em forma de números, de conceitos ou de
15
menções). Porém a utilização desse recurso não precisa ser usado para
discriminar o aluno.
A Avaliação Diagnóstica / participativa diz quem quando e como
redimensionar. Precisa ser um indicador pra o professor reorganizar sua ação
junto aos alunos e pra que estes possam controlar seu aproveitamento na ótica
proposta pelo professor e exigida pelo processo de elaboração do saber. O
verdadeiro papel da Avaliação está implícito em ser instrumento de diagnóstico
pra o crescimento. Ela terá que se situar e estar a serviço de uma pedagogia
que esteja preocupada com a transformação social e não com a conservação.
A Avaliação deixará de ser autoritária se o modelo social e a concepção
teórica-prática da educação também não forem autoritários mas sim
participativo e democrático.
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CAPÍTULO II
AVALIAÇÃO: INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO DO
RENDIMENTO ESCOLAR
Avaliação não é o final do processo do ciclo docente, mas pode
representar o recomeço, já que devemos partir dela para fixar e revisar.
Os processos de Avaliação separam o saber do não saber, o aprovado do
não aprovado, o aluno “fraco” do forte. São processos excludentes. Iniciemos
nossas reflexões analisando as diferentes formas de Avaliação que
encontramos na sociedade. Atualmente, temos o Exame Nacional do Ensino
Médio(ENEM), o vestibular, O Exame Nacional de Cursos(ENC-Provão, exame
utilizado para avaliar as universidades brasileiras a partir do rendimento dos
alunos e o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) que
avalia amostras de alunos da 4ª e da 8ª séries do Ensino fundamental e da 3ª
série do Ensino Médio, de todos os estados brasileiros.
O Instituto Nacional de Estudos e pesquisas educacionais (INEP/MEC)
tem examinado a situação do Ensino Superior no Brasil sob ópticas diferentes
e complementares. O Censo da educação Superior, a Avaliação Institucional,
Avaliação das Condições de ensino e o Exame Nacional de Cursos (ENC)
formam um sistema abrangente que mostra qualitativa e quantitativamente a
situação da Educação Superior no Brasil.
Há muita polêmica sobre todos os sistemas de Avaliação, especialmente
no que diz respeito à padronização de modelos, já que o País possui uma
diversidade muito grande de propostas pedagógicas e de objetivos de ensino.
Há autores que consideram esses instrumentos como prática de
dominação do Estado sobre a Educação, já que estabelecem a competividade
e a concorrência, e incentivam que as Práticas pedagógicas se alimentem de
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eficiência e produtividade, tal qual uma empresa, na qual existem metas
preestabelecidas a serem atingidas.
A outra polêmica é a da transferência de responsabilidade. Sabemos a
quantas anda a Educação no Brasil e que esta esfera necessita bastante de
investimento do governo. Investir em educação é investir na sociedade do
futuro; além disso, é dever do Estado.
Com os resultados das Avaliações externas, segundos alguns autores, o
governo transfere a responsabilidade dos insucessos para cada Instituição de
Ensino, além de sugerir à população que cobre destas os resultados.
O resultado do exame leva a um ordenamento dos Cursos Superiores
sem significar necessariamente que os classificados entre os piores sejam
ruins e os classificados entre os melhores sejam bons. Em certas áreas do
conhecimento, cursos com nota D são perfeitamente aceitáveis e, em outros
cursos com B podem estar abaixo de qualquer patamar aceitável.
“[...] Não podemos deixar que a luz do holofote lançada sobre o ENC nos
ofusque e nos impeça de estudar os resultados de todos os processos de
Avaliação do Ensino Superior de forma a diagnosticar seus problemas e
apontar possíveis soluções”( Helene, 2008).
2.1 – PARÂMETRO DO REPLANEJAMENTO DAS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS.
Nenhuma Prática Pedagógica é neutra. Ao responsabilizar os alunos pelo
próprio fracasso, reproduz-se o que acontece na sociedade sem questionar as
Práticas Pedagógicas e repensá-las. Toda vez que se repensa a Prática, nega-
se a educação reprodutora de desigualdade sociais e, de fato, democratiza-se
o ensino.
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A mudança das práticas Avaliativas exige a mudanças de concepções do
cotidiano docente. Segundo LUCKESI: (2001):
“Para que a Avaliação Educacional assuma seu verdadeiro papel de
instrumento dialético de diagnóstico para o crescimento, terá de se situar e
estar a serviço de uma Pedagogia que esteja preocupada com a transformação
social e não com a sua conservação. A Avaliação deixará de ser automática se
o modelo social e a concepção teórico-prática, também não forem autoritária.
Se as aspirações socializantes da humanidade se traduzem num modelo
socializante e democrático, a Pedagogia e a Avaliação em seu interior também
se transformarão na perspectiva de encaminhamento democrático”. (p.32)
A Avaliação segundo RABELO: [ ...] tem por objetivo detectar
informações sobre o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e assim
ajustar o ensino de acordo com suas necessidades. O professor por sua vez,
deve trabalhar em função da construção diária do conhecimento nos alunos
promovendo a formação de um cidadão crítico, participativo e responsável
politicamente.” RABELO(1998 p.54).
Quando planejamos, pensamos inevitavelmente no desenvolvimento que
estar por vir e consideramos as nossas ações do presente e do passado, e,
para intervir e promover a aprendizagem de maneira Democrática, isto é, de
forma que todos tenham acesso a ela, é preciso avaliar-planejar-avaliar,
analisando a totalidade da prática pedagógica.
A Avaliação da aprendizagem tem muito a ver com a exclusão, na medida
em que utilizamos a Avaliação como instrumento de dominação. Não só a
dominação no sentido de verificar a aprendizagem de um conteúdo eleito pela
cultura dominante, como também a apresentação da Avaliação como
instrumento de poder do professor para assegurar a ordem, o cumprimento das
tarefas e etc.
19
Para a psicopedagogia, o conteúdo é um vínculo entre professor e aluno e
ambos se encontram, porque existe um conhecimento a ser construído sobre
esse conteúdo. Logo o professor não deve utilizar o conteúdo como forma de
punição. O ser humano só consegue investir espontaneamente no que lhe
oferece prazer e resultados positivos, logo a aprendizagem deve ser um
processo prazeroso.
A Psicopedagogia propõe um novo olhar sobre o erro na aprendizagem. A
escola valoriza muito o acerto e rejeita o erro, trata-o como “pecado” que deve
ser corrigido. Na verdade, o erro é um aliado do professor, pois indica como o
aluno está pensando, quais são suas dúvidas e o que precisa ser revisto ou
reforçado. É uma trilha para alcançarmos o raciocínio do aluno.
Cabe ressaltar que ao elaborar instrumentos de Avaliação, o professor
deve rever os objetivos de ensino que foram descritos no planejamento e a
correção desses instrumentos deve contemplar os objetivos para que o
processo seja justo- os objetivos nos dizem o que devemos considerar na
Avaliação.
A partir dessa visão de Avaliação, é hora de pensarmos na estrutura de
nossas aulas e na nossa forma de planejá-las. O planejamento não é uma
mera burocracia ou um documento que deve ser engavetado. O planejamento
é um instrumento de reflexão do professor e uma forma de acompanhar o
processo de aprendizagem de seus alunos de maneira científica.
Planejar é uma atitude que se materializa em instrumentos escritos. Ao
definir objetivos, o professor determina onde ele deseja que seus alunos
cheguem e em que prazo objetiva seus alunos alcancem as metas. Além disso,
estrutura os conteúdos de maneira lógica para que cada assunto ensinado
tenha uma ligação com o anterior e com o posterior, formando uma corrente
que leve a aprendizagem significativa, isto é que seja funcional. Ao definir
procedimentos, o professor estabelece os caminhos que ele utilizará para
20
alcançar os objetivos traçados e eis a chave da questão do ciclo docente pois a
forma como os conteúdos são apresentados para que o conhecimento seja
construído, faz muita diferença na qualidade da aprendizagem.
É importante diversificar os procedimentos de aula e refletir sobre o que
cabe para cada assunto em termos de procedimentos de ensino.
As experiências de aprendizagem não devem ter um fim em si mesmos,
mas, devem abrir portas para a construção de habilidades e competências que
serão úteis no futuro para os alunos.
Pensar em habilidades significa pensar em comportamentos cognitivos,
sociais, afetivos e psicomotores, que são necessários para aprender e
desenvolver as estruturas mentais superiores a partir da interação social. É
nessa ótica qu a Avaliação e o Planejamento de Ensino devem ser
estruturados.
Quando planejamos, pensamos inevitavelmente no desenvolvimento que
está por vir e consideramos as nossas ações de presente e do passado, e,
para intervir e promover a aprendizagem de maneira democrática, isto é, de
forma que todos tenham acesso a ela, é preciso: Avaliar – Planejar – Avaliar,
analisando a totalidade da prática pedagógica.
21
CAPÍTULO III
CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA CONTEMPORÂNEA NA
AVALIAÇÃO
Cabe aqui ressaltar que, ao elaborar instrumentos de avaliação, deve-se
rever os objetivos de ensino e a correção desses instrumentos deve contemplar
os objetivos para que o processo seja justo.
“Se o compromisso assumido é com a democratização do ensino há que
se investir na construção de propostas de Avaliação que se pautem por outros
princípios, tendo como finalidade subsidiar a escola na definição de prioridades
e encaminhamento de decisões que possibilitem o aprimoramento do trabalho
educativo, com vistas ao desenvolvimento de todos os alunos. Também, os
resultados da Avaliação devem ser analisados côo indicadores para análise do
papel e função desempenhados pelas instâncias, governamentais, em direção
à construção de uma escola básica de qualidade, para toda a população”.
(ROSA E SOUZA- 2002 p19)
A possibilidade de adesão à nova forma de pensar a Avaliação está
diretamente ligada à concepção sociointeracionista, passando a ver o aluno
como sujeito da própria aprendizagem.
Vygotsky ( 1989 ) nos trouxe uma nova visão sobre o desenvolvimento
humano, considerando que [...] “cada indivíduo tem um nível de
desenvolvimento real, constituindo o que ele é capaz de fazer sozinho, isto é, o
conhecimento já adquirido. E ainda um nível de desenvolvimento potencial,
abrangendo o que podemos aprender. Entre esses dois níveis, encontra-se a
zona de desenvolvimento proximal, na qual está tudo o que já podemos fazer
com a ajuda de alguém, mais competente”. ( p.88)
22
As idéias desse pensador redefinem a função do professor, em todos os
níveis de ensino, que passa de transmissor de conhecimentos a mediador no
processo ensino-aprendizagem. Fazem com que o professor transforme seu
trabalho, oferecendo atividades produtivas, desafiadoras; colocando em jogo
todas as experiências anteriores do aluno, desafiando-os para que precisem
pensar e interagir com os companheiros e instigando-os a resolver problemas.
Entendendo a Educação sob essa ótica, a Avaliação não pode centrar-se
nos produtos, mas sim no processo, em o primeiro plano, sem comparação
com padrões externos.
Para LEMER e PALACIOS(1995): “ O foco deixa de ser apenas o aluno. A
ação Pedagógica e seus efeitos precisam ser constantemente avaliados por
educadores e educandos, visando a superação o erro passa a ser encarado
como indicador de caminhos para novas intervenções”.( p.38)
POVH(2001) diz que: [...] “ao refletir sobre os resultados da Avaliação, o
professor reflete também sua Prática Pedagógica, revê as ações educativas
que estão sendo desenvolvidas e até que ponto o fracasso do aluno não esta
diretamente relacionado a Prática Pedagógica, ou a sua forma de avaliar”.
(p.43)
Quando ocorre a interação professor-aluno, a construção do
conhecimento acontece com mais eficácia, permitindo que o Ato de Avaliar
transforme-se num processo interativo por meio do qual educandos e
educadores aprendem sobre si mesmos e sobre a realidade escolar no próprio
ato da Avaliação.
Para que a Avaliação diagnóstica, seja possível POVH(2001) acredita:
[...] “que seja preciso compreendê-la e realiza-la, comprometida com a
Concepção Pedagógica histórico-crítica, uma vez que essa concepção está
preocupada com a perspectiva de que o educando deve apropriar-se
23
criticamente dos conhecimentos e habilidades necessárias à sua realização
como sujeito crítico dentro da sociedade.” (p.65)
A Avaliação na atualidade assume duas funções primordiais: adequar a
Ação Pedagógica e determinar o grau em que foram conseguidas as intenções
do projeto-Pedagógico.
O ajuste pedagógico abre outro leque de funções da Avaliação. E pela
Avaliação que definiremos o tipo de intervenção pedagógica a ser oferecida e
isso só é possível se conhecermos o aluno. Assim, COLL ( 2000 ) sugere a
Avaliação em três etapas:
3.1 . AVALIAÇÃO INICIAL
Limita-se a considerar o aluno inicialmente antes de se começar a Ação
Pedagógica. É entendida como instrumento de ajuste e recurso didático e
bastante útil para que se conheça o aluno e suas necessidades. Ela permitirá a
organização do Planejamento.
É o histórico escolar do aluno, no qual é incluída a Avaliação qualitativa
dos aprendizados alcançados que tem aspecto motivador para realizar novas
aprendizagens
3.2 . AVALIAÇÃO FORMATIVA
É a Avaliação do Processo de aprendizagem a fim de proporcionar
acompanhamento pedagógico mais adequado a cada momento. O Professor
utiliza essa Avaliação durante o processo de ensino, redimensionando sua
ação a partir de suas conclusões. Usada freqüentemente obtém resultados
muito satisfatórios.
24
A Avaliação Formativa implica um processo não punitivo e escludente,
mas orientado por princípios éticos que compreende a situação do professor e
assiste o seu desenvolvimento. Proporciona ajuda pedagógica adequada em
cada momento do processo. Concretiza-se pela observação sistemática com a
ajuda de pautas, roteiros registros e planilhas.
Numa concepção progressista de Avaliação Formativa a intervenção para
que seja eficiente e eficaz deve ser diferenciada, considerando as visões de
homem, mundo, sociedade, representações, que implicam múltiplos olhares
sobre a Educação e que, portanto, desencadeiam o desafio de contribuir para
que o conjunto doa Prática Pedagógica do corpo docente esteja engajado num
mesmo paradigma.
A Avaliação Formativa ao contribuir para que o sujeito avaliado (seja ele
professor ou aluno) reflita sobre si a partir da compreensão sobre o próprio
desempenho, possibilitando o aperfeiçoamento de suas intenções/ações, o que
certamente terá reflexos na melhoria da qualidade do ensino.
3.3. AVALIAÇÃO SOMATÓRIA
Ela acontece no final de um, trabalho desenvolvido que pode ser de uma
unidade de estudo, de um bimestre, de um projeto desenvolvido, do semestre
ou do ano letivo. A Avaliação Somativa preocupa-se com o resultado final, o
produto alcançado, em medir os resultados alcançados.
“A Avaliação Somatória também é um instrumento de controle do
processo Educacional: O êxito ou fracasso nos resultados da Aprendizagem
dos alunos é um indicador do êxito ou do fracasso do próprio processo
Educacional...”(COLL,2000 p.149).
25
A Avaliação deve desempenhar as funções de auxiliar o educando no
seu desenvolvimento pessoal e responder a sociedade pela qualidade do
trabalho educativo realizado.
Articuladas com esses objetivos básicos estão as funções de propiciar a
autocompreensão do educando e do educador, motivar o crescimento do
educando, auxiliar a aprendizagem e aprofundá-la.
Para cumprir as funções da Avaliação é preciso ter ciência de que, com
a Avaliação está sendo solicitada também a manifestação da intimidade do
aluno. È preciso construir os instrumentos de coleta de dados para a Avaliação
com atenção nos seguintes pontos: articular o instrumento com os conteúdos
planejados; cobrir uma amostra significativa de todos os conteúdos ensinados;
compatibilizar as habilidades do instrumento de Avaliação com as habilidades
trabalhadas na Aprendizagem.
LUCKESI (1980) enfoca a Avaliação como “ ato amoroso”, no qual o
“professor em parceria com os alunos diagnostica as tentativas de acerto e
busca ajustes qualitativos no processo de aprender”.
O Processo de Avaliação na concepção pedagógica moderna exige
seriedade, respeito, compromisso e competência técnica, humana, política,
social e ética. Conduzir um processo de Avaliação numa visão moderna requer
um profissional sensível, criativo, solidário e comprometido com a Libertação.
“Trilhar o caminho de uma educação compartilhada, construída em
processo de “mão dupla”, na solicitude, exige compromisso político, trabalho,
perseverança, “paciência histórica” e [...] não é um processo indolor, mas ao
mesmo tempo é extremamente prazeroso” (CAPPELLETTI 1986, p.3).
26
CAPÍTULO IV
O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO E O SEU PAPEL COMO
DOCENTE.
“ Na sensação humana de aprender está a
divina alegria de ensinar”.
Albert Einstein
Estudos e pesquisas propõem discutir as questões referentes à docência
no Ensino Superior, destacando a importância dos professores e do seu
trabalho nesse nível de escolaridade.
Entendendo que a profissão docente é atividade de educação, discutem-
se os significados desta sociedade da informação e do conhecimento e o papel
dos professores universitários.
Examinando o panorama internacional, constata-se nas Instituições
Educativas dos países mais avançados, um crescimento da preocupação com
a formação e o desenvolvimento do profissional, dos professores universotários
e com as inovações no campo da didática.
Também notamos a preocupação com a qualidade dos resultados do
Ensino superior, sobretudo do ensino na Graduação, apontando para a
importância da preparação no campo específico e no campo pedagógico de
seus docentes.
Na sociedade brasileira contemporânea, as rápidas transformações no
mundo do trabalho, o avanço tecnológico configurando a sociedade virtual e os
meios de informação e comunicação, invadem fortemente a Instituição de
27
Ensino Superior, aumentando os desafios para torna-la uma conquista
democrática efetiva.
O desafio é educar as pessoas, propiciando-lhes um desenvolvimento
humano, cultural, científico e tecnológico, de modo que adquiram condições
para enfrentar as exigências do mundo contemporâneo.
Para MORIN ( 2000): ... “ A Universidade conserva, memoriza, integra e
ritualiza uma herança cultural de saberes, idéias e valores que acaba por ter
um efeito regenerador, porque a Universidade se incumbe de examina-la e
transmiti-la”. ( p.9-10)
O sentido da Educação é a humanização. A Educação possibilita que
todos os seres humanos tenham condições de serem partícipes e, ao mesmo
tempo, possam desfrutar dos avanços e progressos da civilização construída
historicamente, e também sejam compromissados com a solução dos seus
problemas.
Ao consolidar a condição humana, a Educação é atravessada por uma
intencionalidade teórica, sendo uma prática simultaneamente teórica, ética e
política. O ensino universitário se constitui num processo de busca, de
construção científica e de crítica ao conhecimento produzido. Este é, portanto,
o papel da Universidade na construção da Sociedade.
Nas sociedades contemporâneas, essas atribuições de ensino
universitário exigem uma ação docente na qual o professor universitário precisa
atuar como profissional reflexivo, crítico, responsável e competente no âmbito
de sua disciplina, diferentemente do que ocorria no passado. Além disso, ele
precisa ter capacidade para executar a docência e realizar atividades de
investigação.
Neste contexto, segundo PIMENTA; ANASTASIOU ( 2002)
28
[ ...] “o desenvolvimento profissional do professor envolve a formação inicial e
continua articulada num processo de valorização de sua identidade
profissional. A docência constitui um campo específico de intervenção
profissional na prática social”. ( p.165)
Ainda PIMENTA ; ANASTASIOU ( 2002), destacam três aspectos que
impulsionam o desenvolvimento do professor universitário:
• “ a transformação da sociedade, de seus valores e de suas formas de
organização e trabalho;
• O avanço exponencial das ciências nas últimas décadas;
• A consolidação progressiva de uma ciência da Educação, possibilitando
a todos o acesso dos saberes no campo da pedagogia. ’’ ( p.166 )
Essa percepção possibilita ao professor universitário, mediante a Ação
Educativa, a construção de sua consciência crítica e transformadora numa
sociedade contemporânea globalizada e complexa.
4.1- ENSINAR E APRENDER NO ENSINO SUPERIOR
O professor Universitário precisa substituir a ênfase no ensino pela ênfase
na aprendizagem. Ao falarmos em aprendizagem, estamos nos referindo ao
desenvolvimento de um universitário nos diversos aspectos:
• de sua personalidade: no desenvolvimento de sua capacidade
intelectual- de pensar, raciocinar, refletir, buscar informações, analisar,
criticar, de dar significado pessoal às novas informações adquiridas, de
relacioná-las, de pesquisar e de produzir conhecimento.
• Desenvolvimento de habilidades humanas e profissionais que esperam
de um profissional atualizado, trabalhar em equipe; buscar novas
informações; conhecer fontes e pesquisas; dialogar com profissionais
de outras especialidades dentro de sua área e de outras áreas que se
completam, para a realização de projetos ou atividades em conjunto;
comunicar-se em pequenos e grandes grupos; apresentar trabalhos.
29
• Desenvolvimento de atitudes e valores integrantes à vida profissional- a
importância da formação continuada; a busca de soluções técnicas que
contemplem o contexto da população, do meio ambiente e das
necessidaes da comunidade; as condições culturais, políticas e
econômicas da sociedade, os princípios éticos na condução de sua
atividade profissional.
Assim, a ênfase na aprendizagem no Ensino Superior alterará o papel
dos participantes do processo ensino-aprendizagem.
Quanto ao aluno universitário, cabe o papel central de sujeito que
exerce ações necessárias para que aconteça sua aprendizagem ( buscar as
informações, trabalhá-las, produzir conhecimento, adquirir habilidades, mudar
atitude e adquirir valores ). Essas ações serão realizadas com outros
participantes do processo ( professores, colegas de turma) pois
aprendizagem não se faz isoladamente, mas em parceria em contato com os
outros e com o mundo.
Quanto ao professor universitário terá substituído seu papel de
transmissor de conhecimentos para o de mediador pedagógico ou de
orientador do processo de ensino-aprendizagem de seus alunos.
Segundo MASSETO ( 2003 ): ... “ a aprendizagem universitária
pressupõe por parte do aluno universitário:
• Aquisição e domínio de um conjunto de conhecimentos, métodos
e técnicas científicas de forma crítica;
• Iniciativa para buscar informações, relacioná-las, conhecer e
analisar várias teorias e autores sobre determinado assunto;
compará-las, discutir sua aplicação em situações reais para a
sociedade;
• Autonomia na aquisição dos conhecimentos, desenvolvendo sua
capacidade de reflexão e a realização de uma formação contínua
que de prolongará por toda sua vida”. ( p.85-88)
30
O aluno universitário começa a se responsabilizar por buscar informações,
aprender a localizá-las, analisá-las, relacionar as novas informações com seus
conhecimentos anteriores, dando-lhes significado próprio, redigir conclusões,
observar situações de campo e registra-las, trabalhar com esses dados e
procurar chegar a solução dos problemas. Isto se faz através do processo de
ensino aprendizagem com a atividade de pesquisa tanto do aluno como do
professor.
Dificilmente o aluno universitário incluirá a investigação em seu processo
de aprendizagem se o professor também não o fizer em sua atividade docente.
A Avaliação da Aprendizagem também à nível Universitário precisa ser
diagnóstica e formativa. Isto exige que:
• A aprendizagem do novo se faça a partir do universo de conhecimentos
experiências e vivências anteriores dos alunos universitários;
• O professor universitário saiba o quanto é importante motivar e
despertar o interesse do aluno pelas novas aprendizagens com uso de
estratégias apropriadas;
• O incentivo à formulação de pesquisas e questões que digam respeito
ao interesse do aluno;
• Que se permita ao universitário entrar em contato com situações
concretas e práticas de sua profissão e da realidade que o envolve;
• O aluno universitário assuma o processo de aprendizagem como seu, e
possa fazer transferências do que aprendeu na Universidade para outras
situações profissionais.
Há uma inegável relação entre atividade docente ( ensino) e atividade do
aluno ( aprendizagem). As reflexões procuram demonstrar que, para
repensarmos a Educação não podemos deixar de analisar o professor
Universitário e seu papel como docente.
31
Não se dissocia Avaliação de aprendizagem e tão pouco podemos
dissociar aprendizagem ( aluno) de ensino ( professor). Nesta linha partíamos
de uma visão da totalidade do processo ensino-aprendizagem, de uma
perspectiva multidimensional: as dimensões humanas, técnicas e político-social
da Prática Pedagógica devem ser compreendidas e trabalhadas de forma
articulada.
Segundo PAIVA ( 2008): “Esta nova maneira de avaliar exige mudança de
mentalidade, exige substituição de culturas cristalizadas que necessitam de
amadurecimento...Numa escola comprometida com a melhoria da qualidade,
não se penaliza o aluno; cobra-se competência do professor, que faz justiça
aos alunos, respeitando seus direitos e ensinando-lhes, assim, a lição de
cidadania.”
32
CAPÍTULO V
ENSINO PARA COMPETÊNCIAS.
A competência está associada a um conjunto de elementos que permitam
a uma pessoa abordar uma situação complexa e resolvê-la.
Segundo PERRENOUD ( julho-2003) “ Competência é a capacidade do
sujeito mobiliar recursos, visando abordar uma situação complexa”.
O conceito relaciona três aspectos importantes a serem observados pelo
professor universitário:
• Entender a competência como uma capacidade da pessoa: “ ser capaz
de “;
• Estar sempre ligado ao verbo mobilizar, que significa movimentar com
força interior, o que é diferente de apenas deslocar, que seria transferir
de um lado para outro;
• Estar ligado à palavra recursos; a competência exige além dos
conhecimentos intelectuais, recursos do domínio emocional.
São recursos disponíveis para mobilização ao abordar uma situação
complexa: conteúdos específicos, habilidades e procedimentos, linguagens,
valores culturais e administração das emoções.
5.1- O PROFESSOR COMPETENTE NO ENSINO.
Aplicando o conceito de competência aqui apresentado, estas são as
características de um professor competente ao Ensino:
• Conhecer o conteúdo específico de sua disciplina – sabe identificar os
assuntos relevantes e estabelece relações significativas entre sua
disciplina e outras;
33
• Tem habilidade no ensinar ( o professor sabe administrar uma aula,
escolhe estratégias adequadas para os alunos e sabe utilizar
constantemente o método dialético no processo de interação);
• Identificar valores culturais ligados ao ensinar ( esses valores constituem
elementos de um paradigma da instituição educativa que se estabelece
ao longo dos tempos, num determinado contexto cultural);
• Utiliza linguagem pertinente ( o professor utiliza linguagem adequada
para facilitar a construção de relações significativas por parte dos
alunos);
• Administra as emoções ( o professor administra as emoções sem
precisar apelar para a punição, estabelecendo limites e possibilidades)
5.2- O PROFESSOR COMPETENTE NO AVALIAR
MORETTO, Vasco ( 2002 ) destaca como componentes que caracterizam
o professor competente no Avaliar:
• Saber que a prova é um momento privilegiado de estudo e não de um
acerto de contas ( o professor precisa então conhecer os diferentes
instrumentos para Avaliar e da melhor maneira utilizá-los);
• Elaborar bem as questões da prova ( saber contextualizar de acordo
com os objetivos estabelecidos, é perguntar de forma clara e precisa;
questionar apenas conteúdos relevantes, e não colocar “ pegadinhas”
para derrubar o aluno;
• Administrar valores culturais ligados a Avaliação ( o professor
competente precisa ter mais recursos para abordar uma situação
complexa. Durante anos foram construídos vários mitos sobre a a
Avaliação, especialmente sobre o conceito de prova: só se estuda se
tiver prova; só se estuda o que cair na prova, etc);
• Utilizar linguagem clara e precisa para comando das questões . A
linguagem é um dos recursos fundamentais como indicador de
competência do Professor;
34
• Criar ambiente favorável ao controle das emoções, pois o momento da
Avaliação é aquele em que as emoções dos alunos entram em ebulição.
Sendo assim, o professor pode criar condições para que o aluno se
sinta tranqüilo, buscando uma atitude de mediador. (p.31-33)
5.3- VISLUMBRANDO MODIFICAÇÃO NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO NAS
AULAS UNIVERSITÁRIAS:
MORIN ( 2000) em seu livro Novas Tecnologias e mediação Pedagógica,
trata de alguns pontos que podem modificar as aulas Universitárias. Ele
sintetiza que o processo de Avaliação deverá estar integrado ao processo de
aprendizagem que funciona como elemento motivador da Aprendizagem e não
como um conjunto de provas e/ou trabalhos que apenas verificam se o aluno
passou ou não.
Uma característica básica da Avaliação é o seu caráter de feedback ou de
retro-alimentação, que traga ao aprendiz informações necessárias, oportunas e
no momento certo para o desenvolvimento de sua aprendizagem.
Tanto no uso de técnicas presenciais como no uso de tecnologia a
distância, encontram-se embutidas informações que permitem ao professor e
aos alunos se avaliarem com relação aos objetivos pretendidos. Basta explorá-
las.
Os vários participantes do processo de aprendizagem precisam de
feedback: o aluno, o professor, os colegas ou o grupo de alunos e o programa
que está sendo desenvolvido. Todos precisam saber se estão colaborando
para consecução dos objetivos abordados.
Tem sentido aplicar a auto-avaliação quando o próprio aluno consegue
diagnosticar o que aprendeu, quais são suas capacidades que facilitam o
aprendizado. Essas percepções irão ajudá-los por toda a vida.
35
A aula universitária então, passa a ser também um espaço para o
diagnóstico da aprendizagem, bem como de diálogo, discussões e sugestões
para seu desenvolvimento.
5.4- CARACTERÍSTICAS DE UMA PROVA ESCRITA – NA PERSPECTIVA
TRADICIONAL E NA PERSPECTIVA CONSTRUTIVA E SÓCIO
INTERACIONISTA.
É preciso ressaltar que, a Avaliação da Aprendizagem precisa ser
coerente com a forma de ensinar.
Observamos as características de uma prova escrita na perspectiva
tradicionalista:
• Exploração exagerada da memorização;
• Falta de parâmetros para a correção;
• Utilização de palavras de comando, sem previsão do sentido no
contexto.
Vejamos agora as características de uma prova escrita na perspectiva
construtiva sócio interacionista. Nesta linha de pensamento e segundo
MORETTO ( 2002 ) estes são os princípios que sustentam essa concepção de
Avaliação da Aprendizagem:
• ...” a aprendizagem é um processo interior do aluno, do qual temos
acesso por meio de indicadores externos; os indicadores ( palavras,
gestos, figuras, textos) são interpretados pelo professor;
• O conhecimento é um conjunto de relações estabelecidas entre os
componentes de um universo simbólico;O conhecimento é construído
significativamente, é estável e estruturado; O conhecimento adquirido
mecanicamente é instável e isolado;
• A Avaliação da Aprendizagem é um momento privilegiado de estudo.”
( p.96)
36
Com base nos princípios e fundamentos da Proposta Construtiva sócio
interacionista, analisaremos as características da prova escrita:
• Contextualização – para responder o aluno universitário deverá buscar
apoio no enunciado da questão;
• Paramentação – o professor faz a indicação clara e precisa dos critérios
de correção;
• Exploração da capacidade de leitura e de escrita do universitário- a
colocação de textos que obriguem a leitura mesmo curta para provocar
uma resposta e, também, de forma escrita e com argumentação que
leve o aluno universitário a escrever.
O Professor deve colocar questões que exijam operações mentais mais
ou menos complexas ao responder.
5.5- RESSIGNIFICANDO A TAXIONOMIA DE BLOOM
Sob o aspecto da complexidade, MORETTO ( 2002 ) fez uma
interpretação dos estudos de Bloom ( 1971) no que ficou conhecido como
Taxionomia de Bloom, ou ainda Taxionomia de Objetivos Educacionais, na qual
destaca apenas o que é pertinente para o enfoque dado a Avaliação da
Aprendizagem.
Para MORETTO ( 2002 ), a ressignificação da Taxionomia de Bloom deu
origem a algumas mudanças:
Julgamento( Avaliação)
Análise
Aplicação
Compreensão
Re ( conhecimento)
37
A prova escrita, a partir desses estudos passa a ser um momento de
aprendizagem, podendo o professor avaliá-la como fácil ( quando predominam
as primeiras categorias) e difícil ( quando predominam as últimas categorias).
O professor deve elaborar a prova escrita, mesclando questões objetivas
e questões discursivas. Dessa forma, a prova escrita, apesar de muito
criticada, deixa de ser um momento de “ acerto de contas”, para ser um
momento privilegiado de Aprendizagem de Estudos.
38
CONCLUSÃO
O processo de Avaliação – numa dimensão moderna exige seriedade,
respeito, compromisso e competência técnica, humana, política, social e ética.
Conduzir um processo de Avaliação requer um profissional sensível, criativo,
solidário e comprometido com a libertação.
Romper com as tendenciosidades das práticas avaliativas tradicionais
exige criatividade, criticidade e coragem que incidem na produção de práticas
inovadoras. Toda mudança é um ato de coragem e romper com práticas
avaliativas cristalizadas, ameaça o equilíbrio estável consagrado
tradicionalmente.
Uma Avaliação mais justa precisa deve contribuir para o aluno assumir o
poder sobre si mesmo, numa relação de transparência estabelecida com o
professor- Avaliação Formativa – que deve estar a serviço daqueles a quem diz
respeito.
Nessa perspectiva, a Avaliação Formativa contribui para a democratização
do ensino a partir de ações coletivas, permeadas pelo reconhecimento
intrínseco da ação do próprio educando ( construtivismo sócio interacionista) na
Aprendizagem.
O professor também se auto avalia tomando consciência, através dos
“erros e acertos” dos alunos, dos aspectos que necessita de mudar e procura
recursos para mudá-los. É a consciência do próprio processo de
aperfeiçoamento que vai possibilitar ao professor o crescimento.
Como nos ensina Paulo Freire, só aprendemos a participar na medida em
que participamos. Promover uma Avaliação Formativa, Participativa,
Democrática, Construtiva sociointeracionista é antes um exercício de
39
Democracia que contribui para a construção da cidadania. É a participação
ativa das pessoas envolvidas na Avaliação que potencia a melhoria do ensino.
Conclui-se que a tarefa é difícil, mas não impossível. A mudança é
necessária para atender a todos, sem distinção. Portanto, para repensar a
Avaliação como prática de investigação constante de uma escola democrática,
o professor precisa:
• Pesquisar os saberes necessários à uma Avaliação Formativa e
Democrática.
• Evitar o ensino elitista e autoritário.
• Saber dialogar e escutar.
• Questionar, negar e substituir as crenças, preconceitos, valores,
conhecimentos e costumes já consolidados.
Para tornar efetiva a mudança no Processo Avaliativo, é preciso portanto,
dar-lhe uma orientação pedagógica atualizada sobre as finalidades e os meios
da sua realização, conforme as opções sociais e políticas apropriadas para a
formação dos alunos, tendo em vista prepará-los para o exercício consciente
da cidadania a fim de transformar a realidade em que estão inseridos.
Neste contexto o Ensino-Aprendizagem deve proporcionar aos
alunos(especialmente aos universitários) o domínio dos conteúdos científicos,
os métodos de estudo e habilidades, e hábitos de raciocínio científico, de modo
a formarem a consciência crítica face às realidades sociais e capacitá-los a
assumir no conjunto das lutas sociais a sua condição de agentes ativos de
transformação da sociedade e de si próprios.
Essa interação de professor-aluno, de ação com a prática que é preciso
estabelecer, se, se pretende alterar nas instituições de Ensino Superior o
Processo Avaliativo emprestando-lhe uma conotação moderna e democrática.
40
ANEXO 1
INTERNET
Autor: Aléxia Salim Paiva
No momento em que o resultado de uma avaliação sistêmica mexeu com
o pensamento dos educadores uberabenses, nada mais oportuno que falar
sobre avaliação.
Mas que tipo de avaliação? Não no sentido de enumerar as mais variadas
formas de avaliação que temos hoje em dia, mas sim no sentido de pensar se
apenas alunos devem ser avaliados. Infelizmente, o que temos nas escolas
hoje são um bando de pessoas que optaram por ser professores e não
educadores, seja por ser uma faculdade de acesso mais fácil, ou menos
onerosa, seja por ser esta uma profissão que tem fama de ser “procura
marido”.
Avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, a partir de dados e
informações, e emitir um julgamento que possibilite uma tomada de decisão.
A avaliação antecede, acompanha e sucede o trabalho pedagógico, possuindo
funções diferentes, conforme o momento em que se dá.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 9394/96, no que tange à
avaliação na educação básica no artigo 24, inciso V, diz:
“A verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho no aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados
ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;......”
Daí a necessidade de uma avaliação democrática e participativa, já que
apresenta maior preocupação com os aspectos qualitativos contribuindo para
ajudar no alcance dos objetivos do trabalho pedagógico. Quando bem feita,
41
seguida de decisões e ações que ajudam os alunos a aprender mais e melhor,
ela garantirá bons resultados na avaliação final.
A avaliação é o ponto de partida de todo e qualquer trabalho pedagógico e,
também, o ponto de chegada.
Mas, é importante que o professor organize seu trabalho tendo sempre em
vista o projeto político-pedagógico, o plano de ação e o regimento da escola. A
avaliação escolar deve ser feita a partir de três eixos, que constituem os pilares
do Projeto Político Pedagógico da escola:
* Ético-político-ideológico: a avaliação escolar tem sentido enquanto
levantamento de elementos dificultadores do processo, e diagnóstico de
aspectos a serem revistos ou retomados, buscando a melhoria da qualidade de
desempenho pessoal e dos recursos didáticos utilizados.
* Epistemológico: a elaboração de instrumentos de avaliação exige do
professor um embasamento epistemológico que garanta sua adequação ao
nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, não esquecendo que é função
da escola hoje ensinar o aluno a pensar, a buscar e processar informações
adequadamente.
* Didático-metodológico: a prova deve ser um momento de aprender a pensar,
de construção do conhecimento, de aprendizagem espontânea e não de
pressão psicológica, como tem acontecido, para que não ocorra fracasso na
mesma. Leitura e interpretação de texto devem ser assunto de todas as
disciplinas, justamente para auxiliar o educando numa prova.
O professor/educador interessa-se em permitir ao aluno a possibilidade de
êxito e propiciar-lhe a chance de acertar. Faz-se necessária uma avaliação
diagnóstica que busca investigar os conhecimentos, competências e
habilidades que o aluno traz envolvendo uma rede de relações em que estão
incluídos aquele que ensina e aquele que aprende. Mas, também se faz
necessária uma avaliação formadora, no sentido de acompanhar a
aprendizagem, identificando os sucessos e as dificuldades desse processo de
desenvolvimento, inclusive para reorientá-lo. Ela tem caráter de continuidade,
42
visando reorganizar as ações educativas subseqüentes. Ela constitui um
momento de parada para reflexão e revisão do processo pedagógico, numa
perspectiva bem mais ampla de toda a dinâmica escolar.
Esta “nova” maneira de avaliar exige mudança de mentalidade, exige
substituição de culturas cristalizadas que necessitam de amadurecimento...
Numa escola comprometida com a melhoria da qualidade, não se penaliza o
aluno; cobra-se competência do professor, que faz justiça aos alunos,
respeitando seus direitos e ensinando-lhes, assim, a lição de cidadania.
É hora de repensarmos o que a escola tem feito conosco e o que temos
feito com a escola... Apesar de a escola ser o local onde se aprende, a
valorização do aluno tem recaído sobre os acertos, sendo, muitas vezes,
estimulada a competição, sem a existência de uma reflexão sobre os
procedimentos que identifiquem se houve aprendizagem. Infelizmente, dada
esta concepção, o aluno estuda apenas para passar de ano; e, a avaliação,
para muitos, está tendo como objetivo apenas classificar o aluno como melhor
ou pior.
Para Vygotsky, todo o indivíduo tem um nível de desenvolvimento real; e
conhecendo este nível de desenvolvimento dos alunos, o professor poderá
utilizar o desafio cognitivo que conduz à ampliação das estruturas mentais, sem
frustrá-los, porque respeita os limites de seu potencial. Assim, a avaliação deve
centrar-se no processo, sem comparação com padrões externos. O erro passa
a ser encarado como indicador de caminhos para novas intervenções,
constituindo o que ele é capaz de fazer sozinho.
Ainda para Vygotsky, o papel do professor é de desafiar as estruturas
mentais dos alunos, ajudando-os a ordenar e compreender o mundo,
simbolizando, transformando, quantificando e organizando os dados da
realidade, classificando-os por critérios de semelhança ou de diferença, haja
vista que ele é visto como mediador no processo de ensino/aprendizagem.
43
Mas, será que, sozinho, o aluno faz o sucesso ou o fracasso escolar?
A auto-avaliação de cada um dos elementos envolvidos no processo
ensino/aprendizagem e a contribuição dos responsáveis serão de grande valia
na construção de mais este saber. Fazem com que o educador transforme seu
trabalho na sala de aula, oferecendo atividades produtivas, desafiadoras, que
provoquem a produção de novos conhecimentos, em um constante recriar.
É pensando no aluno, nos seus direitos à educação e à cidadania que a
escola deve se organizar e se estruturar, o que resulta no trabalho de diversas
pessoas, em diferentes níveis do sistema educacional. A forma como a escola
se acha organizada é expressão de idéias daqueles que dela participam e
daqueles que elaboram as diretrizes para sua organização.
Entretanto, parece que muitos profissionais da educação não estão
satisfeitos com as mudanças...
“Se você quiser, pode continuar se lamuriando a respeito dos problemas da
avaliação e da profissão. Motivo para reclamar é o que não falta. Pode ficar
tranqüilo. Ninguém é obrigado a sair da mediocridade. Ninguém é obrigado a
tomar a iniciativa. Ninguém é obrigado tomar a iniciativa. Ninguém é
obrigado a ser agente da própria história. Ninguém é obrigado a se
comprometer com uma educação democrática”. (HOFFMANN)
E então?!...Novas idéias abrem possibilidades de mudança. O que muda a
realidade é a prática. A mudança de mentalidade se dá pela mudança de
prática. Avaliação é um processo contínuo que visa a um diagnóstico.
Muitas mudanças estão ao alcance do professor e da escola. O professor
que quer superar o problema da avaliação precisa, antes de qualquer coisa,
realizar uma autocrítica, abrindo mão do uso autoritário da avaliação, revendo
sua metodologia de trabalho em sala de aula e alterá-la, caso seja necessário,
redimensionando o uso da avaliação, mudando a postura diante dos resultados
dela , para então rever sua prática pedagógica.
44
O que se espera é que os seus resultados constituam parte de um
diagnóstico, e que a partir da análise da realidade sejam tomadas decisões
sobre o que fazer para superar os problemas constatados: perceber a
necessidade do aluno e intervir na realidade para ajudar a superá-la.
Os bons e os maus alunos são inteiramente fabricados pelos professores.
Para que uma classe tenha bons resultados é necessário que o professor
tenha confiança nos seus alunos e, acima de tudo, seja um bom professor.
Bom, não no sentido de passar a mão na cabeça de seus alunos, mas sim de
ensinar de uma forma lúdica, prazerosa e que faça com que o aluno realmente
aprenda e apreenda o que lhe foi oferecido.
“É função da escola hoje ensinar o aluno a pensar, a buscar e a processar
informações adequadamente. É papel do professor desafiar as estruturas
mentais dos alunos, ajudando-os a ordenar e compreender o mundo,
simbolizando, transformando, quantificando e organizando os dados da
realidade.” (Rosa Maria Calaes de Andrade)
O aluno é o principal sujeito do processo de ensino/aprendizagem, mas não
o único a ser avaliado. Mas, antes de pensarmos em avaliá-lo, é necessário
que pensemos a avaliação de uma maneira mais global, envolvendo tudo e
todos que participam do processo educacional que acontece na escola. A
avaliação é uma postura de vida. Pressupõe reflexão, diálogo. Conosco e com
o outro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional: nova LDB (Lei nº
9394). Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1997.
FERREIRA, Jorge Benício Félix. O desafio de mudar na prática a avaliação.
45
ARAÚJO MACHADO, Maria Auxiliadora Campos Parecer nº
1.158/98:Informativo MAI de Ensino. Belo Horizonte. Lancer ed. Fevereiro,
1999.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: mito e desafio. Porto Alegre: Educação e
Realidade, 1991.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Rio de Janeiro: Forense, 1970.
ROMEIRO, Alice de La Rocque. Um olhar sobre a avaliação hoje. In: Salto para
o futuro: um olhar sobre a escola. Secretaria de Educação à Distância. Brasília.
Ministério da Educação, Seed, 2000.
VASCONCELOS, Celso. Avaliação. Cadernos do Libertad vol. 3, 1994.
VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
ALÉXIA SALIM PAIVA.
Formada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade Federal de
Uberlândia, em parceria com a Faculdade de Educação de Uberaba e pós-
graduada em Educação Infantil pelo Instituto de Pesquisas Avançadas em
Educação. É pedagoga do Sistema Municipal de Ensino de Uberaba, atuando
como Supervisora escolar na Escola Municipal Professor José Macciotti, em
Uberaba-MG.
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ANEXO 2
ENTREVISTA
ROTEIRO
1 – O que significava a Educação Superior ontem e o que ela significa hoje?
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2 – Qual a formação Profissional do corpo docente na FAFIU- UBÁ ?
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3 – Que importância tem a Didática na formação do profissional do Ensino
Superior?
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4 – Como, num mundo globalizado como o de hoje, a FAFIU conceitua
Educação?
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5 – O que é Ensino?
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6 – O que é aprendizagem ?
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7 – Você concorda com a assertiva que diz: “ O professor universitário precisa
substituir a ênfase do ensino pela ênfase na aprendizagem?”
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8 – Na faculdade que você dirige, qual a importância dada pelos professores
aos Objetivos Educacionais?
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9 – Ao longo de seus 10 (dez) anos como Diretora da FAFIU, que mudanças
você percebeu na Avaliação?
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10 – Gostaria que você deixasse um pensamento que sintetizasse sua Visão
de Educadora:
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SÔNIA MARIA ALBUQUERQUE ROSA
Residente em Ubá- MG, à Avenida Beira Rio, é professora aposentada em
Ciências Biológicas pela UFJF de Juiz de Fora. Lecionou 25 anos nos
estabelecimentos de ensino de Ubá a saber:
• E.E. “ Levindo Coelho” 1º e 2º graus;
• E.E “ Sagrado Coração de Maria “ 1º e 2º graus.
Formou-se em pedagogia pela Faculdade de Filosofia e Letras em Ubá
(FAFIU)em 1975, onde após lecionar por 5 anos em Sociologia no curso de
Pedagogia foi convidada a dirigir a Faculdade.
De 1998 a 2008, vem se dedicando com exclusividade e eficiência à
direção da FAFIU. Como diretora ao conduzir o Processo de Coordenação
Pedagógica e Administrativa, Sônia tem se preocupado com a Faculdade como
um todo, onde pessoas e futuros profissionais procuram se articular ao
movimento de redefinição das práticas educativas.
50
WEBGRAFIA
• Htpp:// www.inov.produção.ufrgs.br/arquivos/websites/8/Poster.
Avaliação Participativa Online e Offline. Renata Silva Machado;
- Sexta-feira 10 de outubro de 2008;
• http://www.scielo.br/scielo.Interface: comunicação, Saúde,
Educação. Maria Elly Herz Genro; Segunda-feira 06 de outubro
de 2008.
• http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view. Gestão escolar:
Planejamento participativo e avaliação; Maria José Lacerda
Vasconcelos et all. Sexta-feira 26 de setembro de 2008;
• SAEB: http://www.inesp.gov.br/ básica/saeb; - sexta-feira, 03 de
outubro de 2008
• http: www.consciência.br/reportagens/universidades/uni16.shtml-
O Sistema de Avaliação da Educação Superior no Brasil.
Otaviano Helene. – terça-feira, 09 de novembro de 2008
• destaquein.sacrahome.net/node/429-20K. Avaliar o quê? Quem?
Aléxia Salim Paiva. Segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
• www.avaliaçãoparticipativa.produção.ufgs.br. Avaliação
Emancipatória: uma abordagem crítico transformadora. Ana
Maria Saul. Segunda-feira 12 de janeiro de 2009
51
BIBLIOGRAFIA
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(Apostila do seminário sobre avaliação- Cefet);
• CAPELLETTI. Jornal da Educação, 1986. p.3
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• FREIRE. Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática
educativa. 8ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
• GANDIN, Danilo. Apostila. SEE. RJ, 1997.
• HOFFMAN, Jussara- Avaliação: Mito e Desafio, 32ª ed. Porto Alegre. Rio
Grande do Sul. Mediação, 2003
• HOFFMAN, Jussara. Avaliação Mediadora. 23ª edição. Porto Alegre. RS:
Mediação, 2004
• LIMA, Adriana de Oliveira. Avaliação Escolar – Julgamento x construção:
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• LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação da Aprendizagem escolar. 3ª edição.
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escola: reflexões sobre a proposta pedagógica construtivista. Porto Alegre.
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Pedagógica. Campinas. Papirus, 2000
• MORIN, Edgard. Complexidade e transdiciplinaridade. Natal. EDUFRN,
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• MORETTO, Vasco P. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um
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• PERRENOUD, Phillipe. Folha de São Paulo. 29 de julho de 2003.
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• POVH, Josefa Maria. Avaliação diagnóstica educacional. Curitiba. SEED,
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• PROCAP – Programa de Capacitação de Professores. Fase Escola Sagarana.
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• ROMERO, Alice de La Rocque. Um Olhar sobre a Avaliação. São Paulo:
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• ROSA, Dalva. Políticas organizativas e curriculares: educação inclusiva e
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• SANTOS, Wanderley José Pereira dos. Revista Páginas Abertas. Editora
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• VYGOTSKY, Leo Semenovich. A formação social da mente: o
desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 3 ed. São Paulo:
Martins Fontes, 1989
53
ENTREVISTA
Instituição Escolar: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ubá- FAFIU
Entrevistada: Sônia Maria Rosa Albuquerque ( Diretora);
Entrevistadora- Marjorye Polinati da Silva Vecchi
Outubro de 2008
Roteiro
2- O que significou a Educação Superior ontem e o que ela significa hoje?
3- Qual a formação profissional do Corpo docente na FAFIU?
4- Que importância tem a didática na formação profissional de Ensino
Superior?
5- Como, num mundo globalizado de hoje, a FAFIU conceitua educação?
6- O que é ensino?
7- O que é aprendizagem?
8- Você concorda com a assertiva que diz: “ O professor universitário
precisa substituir a ênfase no ensino pela ênfase na aprendizagem”?
9- Na faculdade onde você é Diretora, qual a importância dada pelos
professores aos Objetivos educacionais?
10- Ao longo dos seus 10 anos como Diretora da FAFIU, que mudanças
você percebeu na Avaliação?
11- O que seria necessário na sua opinião, para tentar mudar a forma de
avaliar dos professores mais tradicionalistas?