especial suframa 49 anos - 28 de fevereiro de 2016

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Patrocínio: [email protected] 3090-1019 MANAUS, DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ A perspectiva de um novo futuro para Zona Franca de Manaus

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Especial Suframa - Caderno especial de comemoração aos 49 anos da Suframa

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[email protected], DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

A perspectiva de um novo futuropara Zona Franca de Manaus

01 - SUFRAMA.indd 8 27/02/2016 02:30:31

2 Suframa anos

EM TEMPO - São três me-ses na frente da Suframa. Já deu para sentir o peso e todos os processos da autarquia?

REBECCA GARCIA - É, não dá para conhecer tudo. A Suframa é praticamente um segundo governo dentro do Estado. Ela trata da política in-dustrial do Estado. É um órgão complexo, mas que tem pro-fi ssionais qualifi cados. Então, qualquer superintendente se sente respaldado e à vontade para tomar algumas ações, porque sabe que existem téc-nicos competentes que darão suporte para a administração.

EM TEMPO - De 2014 a 2015 a Suframa viveu uma indefi nição quanto ao co-mando do órgão. Especialis-tas apontaram que a autar-quia sofria defi nhamento. Essa ferida já cicatrizou?

RG - Para traz fi ca difícil de avaliar porque eu não estava presente. Não sou servidora de carreira da autarquia. Agora, o que se percebe é que, no meio do momento que vive-mos na economia brasileira, você ainda recebe pedidos de visitas na autarquia para tra-zer empresas para cá. Então, para todos nós que estamos dentro da Suframa, há um entendimento de que há a per-cepção dos investidores de que temos um modelo consolidado e respeitado e que vale a pena investir no projeto Zona Franca de Manaus.

EM TEMPO - A Taxa de Serviço Administrativo (TSA), que gerou R$ 500 milhões de arrecadação em 2015, é alvo de críticas, pois, ao invés de serviço ao desenvolvimento regional, passou a ser usado pelo go-verno federal para compor o superávit primário. É possí-vel a suspensão temporária dessa cobrança?

RG - O governo federal está disposto a essa discussão. Houve um entendimento pela parte jurídica de que a TSA se-ria inconstitucional. Ainda não foi publicado esse acórdão, mas já foi defi nido que seria

inconstitucional por conta de um erro de redação. Deu-se um caráter de imposto a uma taxa. A procuradoria federal está fazendo um estudo de uma nova redação para uma nova TSA. A Suframa busca cuidado na elaboração dessa taxa porque a intenção da TSA não é ter lucros. O que precisa é de uma taxa que mantenha os custos. Todos os cálculos são feitos para que o empresário não seja sacrifi cado e não te-nha o serviço comprometido.

EM TEMPO - No momento em que os empresários bus-cam diminuir os custos de produção, o que pesa mais na relação da Suframa com a indústria?

RG - Na verdade, é a questão da TSA, que é mais questionada por empresários. Penso que esse é o ponto principal.

EM TEMPO - Como está hoje o diálogo com os re-presentantes do setor?

RG - É ótimo. O entendi-mento da gestão atual é que a Suframa está ali para atender o empresário. A Suframa não teria motivo nenhum de existir se o empresariado resolvesse fechar as portas. Estamos para prestar um serviço e queremos fazer o melhor por eles, para que o empresário saia satisfei-to, claro, tudo dentro da lega-lidade, porque existem alguns limites que a lei nos impõe. O prejuízo maior que a Suframa pode ter é a insatisfação de um empresário e, amanhã, com essa insatisfação, esse empre-sário vir a fechar as portas.

EM TEMPO - O que é feito para melhorar o atendimen-to aos empresários?

RG - A Suframa trabalha no entendimento da agência executiva que será em breve colocada em prática. Acredita-mos que, até julho ou agosto, a agência executiva deva tomar uma forma mais concreta. Um dos pontos de avalição dos servidores da Suframa são jus-tamente as empresas. Elas vão avaliar como serão atendidas. É importante para que a Sufra-ma venha a se moldar dentro

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O enten-dimento da gestão atual é que a Sufra-ma está ali para atender o empresário. A Suframa não teria motivo nenhum de existir se o em-presariado resolvesse fechar as portas. Es-tamos para prestar um serviço e queremos fazer o melhor por eles...

Há três meses no comando da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), a economista Rebecca Garcia olha com otimismo as promessas de mudanças que serão realizadas na autarquia com vistas ao melhor atendimento à indústria e à busca da consolidação do Distrito Agropecuário.Para encarar os desafi os de um órgão que sofreu com o aparente abandono por parte do governo federal, em entrevista para o EM TEMPO, Rebecca diz apostar num plano de gestão industrial com olhar para os próximos 20 anos, de maneira que seja encontrado o diferencial da região com o Zona Franca Verde, já regulamentado pela presidente da República, Dilma Rousseff

‘Precisamos CONSTRUIR uma GESTÃO industrial PARA a SUFRAMA’

Rebecca GARCIA

daquilo que é a sua função principal: o atendimento do empresariado.

EM TEMPO - A agência vai trazer essa confi guração de mais liberdade à autarquia na busca de desenvolvimen-to regional?

RG - Existem alguns pontos em que são possíveis de enxer-gar mais autonomia. Por exem-plo, o superintendente passar a ter autonomia para constituir as suas equipes, para constituir os departamentos. Hoje, não tem defi nido pelo ministério (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) o corpo da Suframa. No futuro ele terá. Mas a intenção é não perder o status de autarquia como agência executiva.

EM TEMPO - Com passos como esse da agência exe-cutiva, é possível visualizar a construção de um alicerce mais forte para os próximos 50 anos?

RG - A Zona Franca Verde vem ao encontro desse anseio de desenvolvimento regional. Pela primeira vez se criou uma ferramenta que realmente poderá desenvolver as áreas de livre comércio de toda a Amazônia Ocidental brasileira, assim como a interiorização, não só nesses Estados, como também no Amazonas, dessa mão de obra que vamos traba-lhar com outro tipo de produto, com foco nos de preponderân-cia regional.

EM TEMPO - A Zona Fran-ca Verde vem com o foco no setor primário?

RG - Ela é independente do setor primário, mas também fala do setor, pois a base da matéria-prima regional é no setor primário, mas não é necessariamente animal ou vegetal, mas também mineral.

EM TEMPO - Quanto à matéria-prima mineral que temos, por exemplo, em Presidente Figueiredo com a mina do Pitinga e o po-tássio, em Autazes, vamos conseguir tirar melhores re-sultados com a Zona Franca

Verde?RG - Essa matéria-prima

regional pode ser oriunda de toda a Amazônia Ocidental. Sei que haverá discussão, porque o Amapá quer que se amplie para lá. Mas, o processamento industrial é que precisa estar dentro das áreas de livre co-mércio.

EM TEMPO - Então se vê o fortalecimento do modelo para os próximos 50 anos?

RG - Defi nitivamente. Um novo momento e um novo ca-minho para a Zona Franca.

EM TEMPO - Ao se falar de um novo caminho, das três linhas do modelo, que são a indústria, o comércio e o agronegócio, o terceiro é o que menos percebemos.

RG - Penso que é uma ques-tão de priorizar. Em outras gestões se priorizou a indústria porque se precisava consolidar o modelo. Hoje, vejo que o modelo da indústria está con-solidado. Então, é o momento de expandir e reforçar esse trabalho.

EM TEMPO - Qual é o grande desafi o da Suframa nesse atual cenário?

RG - Quando cheguei à Su-frama, o entendimento é de que precisaríamos construir um plano de gestão industrial para autarquia. A indústria não se pensa para menos de 20 anos. Como vou saber o que tenho que fazer amanhã se eu não sei onde a Suframa quer chegar daqui a 20 anos? Quando entrei na Suframa, dei um prazo de dois meses para que construíssemos esse plano de gestão empresarial para o Estado. Esse plano foi apresentado na reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS). Ele é um plano aberto e vamos esperar contribuições dos economistas e do empresariado. Queremos construir um caminho para que o próximo superintendente da Suframa tenha um caminho a seguir, pois é bastante difícil começar do zero.

EM TEMPO - Qual é o entendimento da indústria

sobre esse momento?RG - Há um entendimento

claro de alguns segmentos quanto à exportação dos seus produtos. Essa crise deixou claro que não podemos fi car na mão do mercado interno. Essa não foi a primeira crise e não será a última. Indepen-dentemente de quem esteja no governo federal, outros mo-mentos com esse virão, talvez não tão acentuados ou não tão pouco acentuados. Não podemos mais fi car reféns do mercado consumidor interno. Hoje, a Zona Franca envia os produtos para o mercado na-cional. Um dos pontos desse plano industrial é a exporta-ção que será trabalhada, bem como a logística.

EM TEMPO - Hoje, com o dólar valorizado, a expor-tação fi ca mais fácil. Com a estabilização do real, é possível enxergar a Zona Franca exportando para o mercado internacional?

RG - Há a necessidade do diferencial, de competir com aquilo que somente nós temos em abundância. O momento de crise econômica que vivemos é interessante porque nos obri-ga a pensar e a sair da zona de conforto para pensar no que temos como diferencial. Penso, por exemplo, no couro do pirarucu, que só nós que temos, assim como o tucum, a fi bra do tucumã, que é usada para móveis.

EM TEMPO - É possível visualizar melhorias na in-fraestrutura e na logística para o futuro?

RG - No plano industrial, a questão da logística é tratada com respeito, pois essa ques-tão em si chega até a ser per-turbadora, porque perdemos vidas em acidentes por conta dos buracos, há empresas per-dendo produção no transporte dentro da zona do Distrito Industrial e perdemos inves-timentos. É necessário que haja uma revisão da questão logística da região para que ela de fato seja competitiva.

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3MANAUS, DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

3MANAUS, DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

O futuro econômico do Amazonas é uma pre-ocupação constante que martela a cabeça

dos gestores do Estado. Embora a Zona Franca de

Manaus (ZFM) seja ainda o principal motor de desenvol-vimento da região, a palavra de ordem é diversifi car a eco-nomia local, conforme a nova diretriz do governo.

“O Estado trabalha hoje com dois vetores: o primeiro é expandir a Zona Franca de Manaus para o exterior e o segundo é diversifi car as ma-trizes econômicas para o inte-rior, utilizando principalmente as potencialidades da região”, explica o titular da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Se-plan-CTI), Thomaz Nogueira.

Segundo o secretário, para o governo é fundamental que a economia amazonense te-nha capacidade de expansão e competitividade.

O anúncio da transferência de algumas fábricas para Ma-naus, como a Positivo, ocorrida em janeiro deste ano, e a ex-pectativa da vinda também da Invision são demonstrações da competitividade do Polo Industrial de Manaus (PIM).

SuperaçãoOutra preocupação é supe-

rar a crise atual, para o Estado voltar a crescer. A ordem, de acordo com o secretário, é pensar “por cima dela”.

“A crise é pontual e, quando passar, voltaremos a crescer e gerar mais empregos. A visão do governo é de um processo exitoso e de um modelo que tem muito fôlego”, analisa.

PrioridadeNa avaliação do presiden-

te do Conselho Regional de Economia do Amazonas (Co-recon/AM) e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fie-am), Nelson Azevedo, a ZFM continuará no topo da lista de prioridades do governo.

“Sem a ZFM fi ca difícil a sobrevivência do Estado. Des-de a criação desse modelo, fi camos em berço esplêndido sobre os resultados auferi-dos pelo PIM. Não criamos alternativas econômicas para fortalecer ou complementar o modelo. O Distrito Agropecu-ário, com o enfraquecimento da Superintendência de De-senvolvimento da Amazônia (Sudam), tornou-se inviável, porque todos os empreendi-mentos eram fi nanciados pelo Fundo de Investimentos da Amazônia (Finam). Não con-seguimos levar também os efeitos positivos da ZFM para o interior do Estado”, afi rma.

Diversifi car para crescerA Zona Franca de Manaus continua a ser prioridade na estratégia de desenvolvimento do governo do Estado, porém, a palavra de ordem é buscar a diversifi cação das atividades econômicas para fortalecer o crescimento do Amazonas

Diante da nova diretriz, a prorrogação da ZFM por mais 50 anos trouxe um be-nefício extra para a região, de acordo com o secretário Thomaz Nogueira.

“Nunca dispusemos de tanto tempo de Zona Franca quanto agora. Nem quando ela foi criada. Ou seja, nunca tivemos tanto tempo pela frente com este modelo. Isso abre uma perspectiva de investimento diferente.

Agora, os investidores têm maior tempo de saturação. Se ainda fôssemos conta-bilizar o prazo original, te-ríamos apenas 7 anos para o fi m da ZFM”, raciocina.

Além de mais tempo para investimentos, é preciso di-versifi car também a pro-dução do PIM. Hoje, quase 70% de todo parque indus-trial são voltados para os polos de eletroeletrônicos e de informática.

“Se antes da crise tivés-semos essa diversifi cação, não estaríamos sofrendo como agora”, diz Nogueira.

Além de novos produtos, a Seplan-CTI também enxer-ga a necessidade de novos mercados, em especial em outros países da América Latina, como Peru, Vene-zuela e Colômbia.

A ideia é buscar conexões com o Pacífi co, conforme Nogueira. O eixo multimo-

dal Manta-Manaus, que vai ligar, por meio de portos e rodovias, a Amazônia brasi-leira ao Pacífi co equatoria-no, é visto como uma ótima opção. “O modelo de desen-volvimento adotado pela ZFM nos permitirá buscar essas novas matrizes. Mas, não acontecerá do dia para a noite”, afi rma o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cie-am), Wilson Périco.

Novas diretrizes e expansão de mercados

Secretário Thomaz Noguei-ra afi rma que o governo tem buscado novas alternativas de desenvolvimento econômico para que o Estado não dependa só da Zona Franca

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4 Suframa anosPolo de duas rodas aposta na criatividadeLançamento de modelos mais modernos e a intensifi cação da exportação são alguns dos caminhos que as fábricas têm trilhado para virar o jogo contra os números negativos que assombram atualmente o segmento

Criatividade, lançamen-to de novos modelos e intensifi cação da ex-portação. Esses são

alguns dos caminhos que o polo de duas rodas tem trilha-do para virar o jogo contra os números negativos que atual-mente assombram as empre-sas do segmento.

Apesar do quadro ser “pin-tado com cores escuras” - os dados dos 45 primeiros dias do ano indicam que haverá uma retração no mercado em 2016 -, as fabricantes de motocicle-tas possuem algumas “cartas na manga” para amenizar a crise atual.

O diretor-superintendente industrial da Harley-Davidson do Brasil, Celso Ganeko, afi rma que mesmo com o setor en-frentando difi culdades, todas as marcas possuem iniciativas para atrair novos consumido-res, como aumentar a venda de consórcios e o diálogo com os bancos para aumentar a facilidade de fi nanciamentos. “Usamos a criatividade que o brasileiro tem para vencer as difi culdades momentâneas para trazer um incremento nas vendas e na produção do mer-cado. Não vai ser fácil, pois as empresas estão se adequando, em termos de estrutura, ao momento para que a situação venha a melhorar”, afi rma.

Ganeko salienta que a criati-vidade deve ser bem explorada por qualquer setor da indústria e comércio. Ele explica que o

aumento de consórcio é uma das apostas para trazer os consumidores para as lojas de motos.

Outra aposta é o lança-mento de novos modelos que, também, atrai uma boa quan-tidade de clientes, além de realizar eventos em cidades oferecendo treinamento para quem deseja pilotar uma moto de alta cilindrada, mas possui medo. “Buscamos, também, parcerias com o governo para aumentar a discussão da se-gurança no trânsito, investir mais em capacitação. Inde-pendentemente da marca, te-mos que usar a criatividade para atrair os clientes”, explica o executivo.

OtimismoApesar das ações, é pre-

ciso também ter uma dose de otimismo. De acordo com o diretor-superintendente da Harley-Davidson, em época de crise, as empresas buscam alternativas para motivar os funcionários.

“Pessoalmente, procuro sempre usar a visão mais otimista possível. Tenho que usar esse sentimento para gerir o negócio e motivar os funcionários. O ano vai ser difícil, já é praticamente per-dido, no entanto, vejo uma luz no fi m do túnel e vamos trabalhar para repetir os nú-meros de 2015 e, desta forma, evitar não ter grandes quedas para que, em 2017, possamos

realmente melhorar”, avalia.

EmpregoCom todo o cenário nega-

tivo vivido pelo setor de duas rodas, o gerente de relações institucionais da Moto Honda, Mario Okubo, segue o mesmo pensamento de Ganeko.

Porém, ele acrescenta que a empresa está indo na con-tramão dos números da in-dústria quando se fala em

mão de obra. Segundo Okubo, é preciso pensar sempre em manter a mão de obra, para que o desemprego não cresça, deixando a população com um poder de compra menor, afetado a economia do país.

“No decorrer do ano, não podemos parar, pois assim, como em 2015, neste ano, vamos continuar a investir e lançar modelos novos para não fi carmos estagnados por con-ta do momento conturbado que o país está enfrentando”, revela o executivo da Honda.

Okubo destaca ainda que, por pior que seja o cenário, esse ano será de aprendizado para empresários e funcioná-rios do setor. “É exatamente nas difi culdades que temos que ser criativos, procurando soluções para o nosso merca-do. Acredito que no próximo ano teremos um ajuste e, em 2018, voltaremos ao cresci-mento”, pondera.

NúmerosO Brasil conta atualmente

com nove habitantes por mo-tocicleta, enquanto na Itália esta relação é de 7 para 1. Em vários países asiáticos, essa relação chega a 3 por 1.

A frota de motocicleta supe-ra a marca de 25 milhões de unidades e está presente em vários segmentos profi ssio-nais, viabilizando a entrega de produtos comprados na internet, por exemplo.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bi-cicletas e Similares (Abra-ciclo), Marcos Fermanian, a motocicleta é um veículo com ótimo custo benefício para o consumidor, seja no preço de aquisição, no baixo custo de manutenção ou no baixo consumo de combustível. “Há oportunidade para a evolu-ção constante dos negócios com motocicletas no mercado nacional nos próximos anos”, enfatiza Fermanian.

Para fugir da estagnação, o polo de duas rodas está montando uma proposta que será entregue para a di-reção da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Um dos itens do docu-mento é tornar o Polo In-dustrial de Manaus (PIM) em um centro exportador, pois, de acordo com o em-presário, nas empresas de motocicletas, a carência de produtos exportados é grande. A proposta está sendo desenvolvida entre os associados da Abraciclo.

“Desenvolvemos uma proposta para o governo a fim de reformular a po-lítica industrial. Já fizemos um contato inicial com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Sufra-ma) para expor o projeto e as ideias de forma ampla, agora vamos apresentar a mesma proposta só que de forma detalhada”, conta

Celso Ganeko, da Harley-Davidson.

AtrasoConforme o gerente da

Moto Honda, Mário Okubo a estrutura para exportação

que era para ser feita no ano passado pode ser feita ainda neste ano. Porém, ele afirma que nunca é tarde, e a exportação pode ser uma boa válvula de escape.

Okubo avalia que o se-tor precisa aproveitar o

momento para criar no-vas formas de gestão. “A exportação é o caminho para o Brasil inteiro. As empresas saudáveis são aquelas que exportam. O governo precisa resolver os problemas que dificultam a exportação”, frisa.

O Brasil chegou a ter conversas mais sólidas com a Argentina, que é o maior comprador de motocicle-tas, para ampliar as ex-portações.

ProduçãoSegundo o presidente

da Abraciclo, Marcos Fer-manian, ao completar 49 anos de atividades, o polo de duas rodas de Manaus concentra as principais fa-bricantes globais de mo-tocicletas, que investem seguidamente em insta-lações, processos, capa-citação profissional, tec-nologia, desenvolvimento de produtos e inovações,

para produzir veículos de qualidade e desempenho alinhados aos melhores ní-veis mundiais.

Segundo ele, no segmen-to de bicicletas, as fabri-cantes já produzem veícu-los de maior valor agregado e estimulam a formação de uma cadeia produtiva moderna, visando a con-solidação do maior polo do gênero no Ocidente.

“Diante dessas consta-tações, temos a certeza de que as bases para o sucesso do polo de duas rodas de Manaus no futuro já estão presentes e atuan-tes. Entretanto, o segmento de motocicleta concretizou queda em torno de 40% nas vendas, nos últimos quatro anos, decorrente ini-cialmente da menor oferta de crédito e, em seguida, agravada pelo cenário so-ciopolítico-econômico de-teriorado”, afirma o presi-dente da Abraciclo.

Empresas elaboram nova propostaDesde 2012, o polo

de duas rodas amarga sucessivas quedas. Em 2015, o segmento fechou com uma brusca retração nas vendas e na produção de motocicletas de baixa e alta cilindradas.

A queda foi espelhada no recuo geral de toda a produção industrial do Amazonas, que no acu-mulado de janeiro a se-tembro do ano passado foi de -15,8%.

Para as empresas de motocicletas, a queda na produção foi de 28,2%, e recuo de 14,9% nas ven-das no atacado. Já nas vendas no varejo foi re-gistrado um crescimento de 18,4%, de acordo com dados divulgados pela Abraciclo.

Na última reunião da associação em 2015, o presidente da Abraciclo afi rmou que mesmo com todo o embaraço do mer-cado, as fabricantes de

motocicletas não pode-riam se deixar abater, mas continuar com o trabalho, pois o que se projeta é uma melhora a partir do segundo se-mestre deste ano.

Apesar do otimismo, os números do primeiro mês de 2016 não fo-ram bons. Os indicativos mostraram que apesar da estabilidade prevista para este ano, o setor de duas rodas iniciou o ano amargando queda de 37,8% na produção de motocicletas em janeiro.

Já as vendas no varejo tiveram queda de 27% em comparação com de-zembro de 2015.

O presidente da Abra-ciclo, Marcos Fermanian, atribuiu o declínio ao pe-ríodo de férias coletivas de dezembro, além das fabricantes aproveita-ram o início do ano para ajustarem os estoques nas fábricas e nas redes.

Uma das soluções observadas para o polo de duas rodas é a realização de eventos voltados para expor os produtos do segmento.

Por exemplo, pela pri-meira vez em Manaus, acontecerá a “Expor Duas Rodas”, evento inspirado no Salão de Duas Rodas que é re-alizado em São Paulo. A ideia é fomentar o mercado local de moto-cicletas, tanto de baixa como de alta cilindrada.

De acordo com o or-ganizador do evento, Carlos Júnior Souza, o Amazonas, detentor do sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, é o eldorado a ser explorado na área do motociclismo nacional.

Ele afirma que o es-tado ainda é carente de concessionárias para a tender a demanda. “Só temos 23 concessioná-rias. Chegou a hora do mercado se voltar para a capital amazonense, somos 284 mil moto-ciclistas, carentes de reposição de peças e novidades no setor. A estimativa é que 40 mil pessoas do Norte e Nordeste do país nos visitem e que grandes negócios sejam fecha-dos no evento e após ele”, diz o empresário.

Ele destaca que as programações serão abertas a todos, basta apenas pagar um valor simbólico de R$20 e um quilo de alimento não perecível que será dis-tribuído pelas equipes de motociclistas as ins-tituições de caridade.

Segundo Ganeko, o salão de duas rodas em Manaus vai fortalecer o mercado.

“A ideia é boa, pois as fabricantes estão em Manaus e a Re-gião Norte é carente de eventos como esse, além de ser uma óti-ma oportunidade para as empresas mostra-rem os lançamentos do mercado para atrair no-vos clientes”, comenta.

O salão se realizará no centro de conven-ções Vasco Vasques no mês de setembro des-te ano. O empresário espera atrair também motociclistas do Sul para que novos inves-timentos sejam feitos no Amazonas.

InvestidoresSobre novos inves-

tidores, o diretor da Harley-Davidson, Celso Ganeko, destaca o es-forço que os governos fizeram para prorrogar a Zona Franca de Ma-naus (ZFM). Porém, ele ressalta que se a eco-nomia estiver ruim, não trará acréscimos para o Estado. “Existe uma de-cisão de investimento, porém, no momento a

decisão é de postergar esses investimentos. Mas, acredito que as projeções de melhorias na infraestrutura com-provam que o Brasil será a bola da vez. As empresas acreditam que podem investir em Manaus”, diz Ganeko, ao destacar que, se eco-nomia melhorar a ZFM vai ficar muito bem.

Para a superinten-dente da Suframa, Re-becca Garcia, o projeto de transformar o polo fabril de Manaus em um polo exportador é visto com bons olhos.

“Assim como será bom para qualquer segmento da indústria também irá beneficiar o polo de duas rodas, que busca bastante esse caminho”, afirma a superintendente da Suframa.

Retração já dura quatro anos

Eventos para atrair clientes

Celso Ganeko revela que o polo de duas rodas procura demonstrar otimismo diante do cenário econô-

mico negativo vivido pelo país

Mário Okubo afi rma que a Moto Honda busca manter os empregos, até mesmo como uma necessidade para estimular as vendas do setor

As crises não são eternas e, portanto, acreditamos que as difi culdades podem ser superadas com a conscientização, dedicação e empenho de todos

Marcos Fermanian,presidente da Abraciclo

Não é uma crise que vai fazer com que a Honda desista do Amazonas. Nós acreditamos muito na Zona Franca de Manaus e esperamos que os atuais gestores tenham mais sucesso

Mário Okubo,gerente da Moto Honda

“Não estamos para-dos, mas, sim, esta-mos buscando meios para não ficarmos estagnados. Vemos a crise atual como uma oportunidade para fazer investimentos

Celso Ganeko,diretor da Harley-Davidson

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4 Suframa anosPolo de duas rodas aposta na criatividadeLançamento de modelos mais modernos e a intensifi cação da exportação são alguns dos caminhos que as fábricas têm trilhado para virar o jogo contra os números negativos que assombram atualmente o segmento

Criatividade, lançamen-to de novos modelos e intensifi cação da ex-portação. Esses são

alguns dos caminhos que o polo de duas rodas tem trilha-do para virar o jogo contra os números negativos que atual-mente assombram as empre-sas do segmento.

Apesar do quadro ser “pin-tado com cores escuras” - os dados dos 45 primeiros dias do ano indicam que haverá uma retração no mercado em 2016 -, as fabricantes de motocicle-tas possuem algumas “cartas na manga” para amenizar a crise atual.

O diretor-superintendente industrial da Harley-Davidson do Brasil, Celso Ganeko, afi rma que mesmo com o setor en-frentando difi culdades, todas as marcas possuem iniciativas para atrair novos consumido-res, como aumentar a venda de consórcios e o diálogo com os bancos para aumentar a facilidade de fi nanciamentos. “Usamos a criatividade que o brasileiro tem para vencer as difi culdades momentâneas para trazer um incremento nas vendas e na produção do mer-cado. Não vai ser fácil, pois as empresas estão se adequando, em termos de estrutura, ao momento para que a situação venha a melhorar”, afi rma.

Ganeko salienta que a criati-vidade deve ser bem explorada por qualquer setor da indústria e comércio. Ele explica que o

aumento de consórcio é uma das apostas para trazer os consumidores para as lojas de motos.

Outra aposta é o lança-mento de novos modelos que, também, atrai uma boa quan-tidade de clientes, além de realizar eventos em cidades oferecendo treinamento para quem deseja pilotar uma moto de alta cilindrada, mas possui medo. “Buscamos, também, parcerias com o governo para aumentar a discussão da se-gurança no trânsito, investir mais em capacitação. Inde-pendentemente da marca, te-mos que usar a criatividade para atrair os clientes”, explica o executivo.

OtimismoApesar das ações, é pre-

ciso também ter uma dose de otimismo. De acordo com o diretor-superintendente da Harley-Davidson, em época de crise, as empresas buscam alternativas para motivar os funcionários.

“Pessoalmente, procuro sempre usar a visão mais otimista possível. Tenho que usar esse sentimento para gerir o negócio e motivar os funcionários. O ano vai ser difícil, já é praticamente per-dido, no entanto, vejo uma luz no fi m do túnel e vamos trabalhar para repetir os nú-meros de 2015 e, desta forma, evitar não ter grandes quedas para que, em 2017, possamos

realmente melhorar”, avalia.

EmpregoCom todo o cenário nega-

tivo vivido pelo setor de duas rodas, o gerente de relações institucionais da Moto Honda, Mario Okubo, segue o mesmo pensamento de Ganeko.

Porém, ele acrescenta que a empresa está indo na con-tramão dos números da in-dústria quando se fala em

mão de obra. Segundo Okubo, é preciso pensar sempre em manter a mão de obra, para que o desemprego não cresça, deixando a população com um poder de compra menor, afetado a economia do país.

“No decorrer do ano, não podemos parar, pois assim, como em 2015, neste ano, vamos continuar a investir e lançar modelos novos para não fi carmos estagnados por con-ta do momento conturbado que o país está enfrentando”, revela o executivo da Honda.

Okubo destaca ainda que, por pior que seja o cenário, esse ano será de aprendizado para empresários e funcioná-rios do setor. “É exatamente nas difi culdades que temos que ser criativos, procurando soluções para o nosso merca-do. Acredito que no próximo ano teremos um ajuste e, em 2018, voltaremos ao cresci-mento”, pondera.

NúmerosO Brasil conta atualmente

com nove habitantes por mo-tocicleta, enquanto na Itália esta relação é de 7 para 1. Em vários países asiáticos, essa relação chega a 3 por 1.

A frota de motocicleta supe-ra a marca de 25 milhões de unidades e está presente em vários segmentos profi ssio-nais, viabilizando a entrega de produtos comprados na internet, por exemplo.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bi-cicletas e Similares (Abra-ciclo), Marcos Fermanian, a motocicleta é um veículo com ótimo custo benefício para o consumidor, seja no preço de aquisição, no baixo custo de manutenção ou no baixo consumo de combustível. “Há oportunidade para a evolu-ção constante dos negócios com motocicletas no mercado nacional nos próximos anos”, enfatiza Fermanian.

Para fugir da estagnação, o polo de duas rodas está montando uma proposta que será entregue para a di-reção da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Um dos itens do docu-mento é tornar o Polo In-dustrial de Manaus (PIM) em um centro exportador, pois, de acordo com o em-presário, nas empresas de motocicletas, a carência de produtos exportados é grande. A proposta está sendo desenvolvida entre os associados da Abraciclo.

“Desenvolvemos uma proposta para o governo a fim de reformular a po-lítica industrial. Já fizemos um contato inicial com a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Sufra-ma) para expor o projeto e as ideias de forma ampla, agora vamos apresentar a mesma proposta só que de forma detalhada”, conta

Celso Ganeko, da Harley-Davidson.

AtrasoConforme o gerente da

Moto Honda, Mário Okubo a estrutura para exportação

que era para ser feita no ano passado pode ser feita ainda neste ano. Porém, ele afirma que nunca é tarde, e a exportação pode ser uma boa válvula de escape.

Okubo avalia que o se-tor precisa aproveitar o

momento para criar no-vas formas de gestão. “A exportação é o caminho para o Brasil inteiro. As empresas saudáveis são aquelas que exportam. O governo precisa resolver os problemas que dificultam a exportação”, frisa.

O Brasil chegou a ter conversas mais sólidas com a Argentina, que é o maior comprador de motocicle-tas, para ampliar as ex-portações.

ProduçãoSegundo o presidente

da Abraciclo, Marcos Fer-manian, ao completar 49 anos de atividades, o polo de duas rodas de Manaus concentra as principais fa-bricantes globais de mo-tocicletas, que investem seguidamente em insta-lações, processos, capa-citação profissional, tec-nologia, desenvolvimento de produtos e inovações,

para produzir veículos de qualidade e desempenho alinhados aos melhores ní-veis mundiais.

Segundo ele, no segmen-to de bicicletas, as fabri-cantes já produzem veícu-los de maior valor agregado e estimulam a formação de uma cadeia produtiva moderna, visando a con-solidação do maior polo do gênero no Ocidente.

“Diante dessas consta-tações, temos a certeza de que as bases para o sucesso do polo de duas rodas de Manaus no futuro já estão presentes e atuan-tes. Entretanto, o segmento de motocicleta concretizou queda em torno de 40% nas vendas, nos últimos quatro anos, decorrente ini-cialmente da menor oferta de crédito e, em seguida, agravada pelo cenário so-ciopolítico-econômico de-teriorado”, afirma o presi-dente da Abraciclo.

Empresas elaboram nova propostaDesde 2012, o polo

de duas rodas amarga sucessivas quedas. Em 2015, o segmento fechou com uma brusca retração nas vendas e na produção de motocicletas de baixa e alta cilindradas.

A queda foi espelhada no recuo geral de toda a produção industrial do Amazonas, que no acu-mulado de janeiro a se-tembro do ano passado foi de -15,8%.

Para as empresas de motocicletas, a queda na produção foi de 28,2%, e recuo de 14,9% nas ven-das no atacado. Já nas vendas no varejo foi re-gistrado um crescimento de 18,4%, de acordo com dados divulgados pela Abraciclo.

Na última reunião da associação em 2015, o presidente da Abraciclo afi rmou que mesmo com todo o embaraço do mer-cado, as fabricantes de

motocicletas não pode-riam se deixar abater, mas continuar com o trabalho, pois o que se projeta é uma melhora a partir do segundo se-mestre deste ano.

Apesar do otimismo, os números do primeiro mês de 2016 não fo-ram bons. Os indicativos mostraram que apesar da estabilidade prevista para este ano, o setor de duas rodas iniciou o ano amargando queda de 37,8% na produção de motocicletas em janeiro.

Já as vendas no varejo tiveram queda de 27% em comparação com de-zembro de 2015.

O presidente da Abra-ciclo, Marcos Fermanian, atribuiu o declínio ao pe-ríodo de férias coletivas de dezembro, além das fabricantes aproveita-ram o início do ano para ajustarem os estoques nas fábricas e nas redes.

Uma das soluções observadas para o polo de duas rodas é a realização de eventos voltados para expor os produtos do segmento.

Por exemplo, pela pri-meira vez em Manaus, acontecerá a “Expor Duas Rodas”, evento inspirado no Salão de Duas Rodas que é re-alizado em São Paulo. A ideia é fomentar o mercado local de moto-cicletas, tanto de baixa como de alta cilindrada.

De acordo com o or-ganizador do evento, Carlos Júnior Souza, o Amazonas, detentor do sexto maior Produto Interno Bruto (PIB) do país, é o eldorado a ser explorado na área do motociclismo nacional.

Ele afirma que o es-tado ainda é carente de concessionárias para a tender a demanda. “Só temos 23 concessioná-rias. Chegou a hora do mercado se voltar para a capital amazonense, somos 284 mil moto-ciclistas, carentes de reposição de peças e novidades no setor. A estimativa é que 40 mil pessoas do Norte e Nordeste do país nos visitem e que grandes negócios sejam fecha-dos no evento e após ele”, diz o empresário.

Ele destaca que as programações serão abertas a todos, basta apenas pagar um valor simbólico de R$20 e um quilo de alimento não perecível que será dis-tribuído pelas equipes de motociclistas as ins-tituições de caridade.

Segundo Ganeko, o salão de duas rodas em Manaus vai fortalecer o mercado.

“A ideia é boa, pois as fabricantes estão em Manaus e a Re-gião Norte é carente de eventos como esse, além de ser uma óti-ma oportunidade para as empresas mostra-rem os lançamentos do mercado para atrair no-vos clientes”, comenta.

O salão se realizará no centro de conven-ções Vasco Vasques no mês de setembro des-te ano. O empresário espera atrair também motociclistas do Sul para que novos inves-timentos sejam feitos no Amazonas.

InvestidoresSobre novos inves-

tidores, o diretor da Harley-Davidson, Celso Ganeko, destaca o es-forço que os governos fizeram para prorrogar a Zona Franca de Ma-naus (ZFM). Porém, ele ressalta que se a eco-nomia estiver ruim, não trará acréscimos para o Estado. “Existe uma de-cisão de investimento, porém, no momento a

decisão é de postergar esses investimentos. Mas, acredito que as projeções de melhorias na infraestrutura com-provam que o Brasil será a bola da vez. As empresas acreditam que podem investir em Manaus”, diz Ganeko, ao destacar que, se eco-nomia melhorar a ZFM vai ficar muito bem.

Para a superinten-dente da Suframa, Re-becca Garcia, o projeto de transformar o polo fabril de Manaus em um polo exportador é visto com bons olhos.

“Assim como será bom para qualquer segmento da indústria também irá beneficiar o polo de duas rodas, que busca bastante esse caminho”, afirma a superintendente da Suframa.

Retração já dura quatro anos

Eventos para atrair clientes

Celso Ganeko revela que o polo de duas rodas procura demonstrar otimismo diante do cenário econô-

mico negativo vivido pelo país

Mário Okubo afi rma que a Moto Honda busca manter os empregos, até mesmo como uma necessidade para estimular as vendas do setor

As crises não são eternas e, portanto, acreditamos que as difi culdades podem ser superadas com a conscientização, dedicação e empenho de todos

Marcos Fermanian,presidente da Abraciclo

Não é uma crise que vai fazer com que a Honda desista do Amazonas. Nós acreditamos muito na Zona Franca de Manaus e esperamos que os atuais gestores tenham mais sucesso

Mário Okubo,gerente da Moto Honda

“Não estamos para-dos, mas, sim, esta-mos buscando meios para não ficarmos estagnados. Vemos a crise atual como uma oportunidade para fazer investimentos

Celso Ganeko,diretor da Harley-Davidson

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6 Suframa anos

Crítico da dependência do Amazonas ao modelo Zona Franca de Manaus, o economista ressalta as potencialidades da região, sobretudo, no interior do Estado como alternativas às difi culdades econômicas sentidas em todos os Estados brasileiros. Evangelista cobra, ainda, como todos os especialistas em Zona Franca, o descontingenciamento dos recursos da Suframa para que a autarquia possa atrair mais investimentos externos

EM TEMPO – Qual a importância da Zona Franca de Manaus (ZFM) hoje para a economia do Estado?

MARCUS EVANGELISTA – Hoje a economia do Esta-do do Amazonas está 100% dependente da Zona Franca de Manaus. Temos até vá-rios outros potenciais mas ainda inexpressivos econo-micamente.

EM TEMPO – Na sua ges-tão, como era a relação do

Corecon/AM com a ZFM?ME – Passei 3 anos na fren-

te do Corecon/AM e, durante esse período, acompanhei com preocupação o declínio dos números de Projetos de Incentivos Fiscais regis-trados no Conselho, o que refletia o princípio da reces-são técnica do nosso Polo Industrial de Manaus (PIM). A cada semestre diminuía o número de novas empresas que vinha se instalar no Polo Industrial de Manaus e as que já se encontram diminui-

ram também os números de diversificação de suas linhas de produção. Realizamos vá-rios seminários analisando os problemas que atinge o PIM e deste obtivemos re-latórios que entregamos em todos os órgãos de desenvol-vimento do Estado. Nesses relatórios se encontram as análises dos problemas e as sugestões para correção dos mesmos. Participaram desses seminários econo-mistas, professores e es-tudantes.

EM TEMPO – O papel do governo federal com relação à ZFM está sendo o ideal?

ME – A Suframa perdeu sua força de atuação a par-tir do momento que teve seus recursos contigencia-dos pelo governo federal. Precisamos de apoio do go-verno federal para divulgar o Modelo. Precisamos vender a Zona Franca de Manaus para o mundo e ninguém melhor que isso que o pró-prio governo federal. Vários

economistas já se dispuse-ram a acompanhar o Estado nas feiras indústrias, arcan-do com os próprios custos mas ainda não tivemos esse sinal verde. Ninguém melhor para apresentar as vanta-gens tributárias da ZFM que os economistas que traba-lham com isso no seu dia a dia. Precisamos da libe-ração do contigenciamento para que a Suframa possa exercer suas funções de desenvolvimento da Região Amazônica e assim produzir

atratividade de investimen-tos externos.

EM TEMPO – Alguns crí-ticos dizem que o Ama-zonas se tornou depen-dente da ZFM. O senhor concorda com essa visão? Por que?

ME – Não deixa de ser ver-dade. Temos potenciais a ser explorados, mas, para que isso ocorra, necessitamos de grandes investimentos, como no turismo, no polo naval, mineral, na agroin-dústrial e em biotecnologia. Infelizmente, hoje, depende-mos unicamente do PIM.

EM TEMPO – A ZFM pode contribuir com o desenvol-vimento da economia no interior do Estado? Como poderia?

ME – Sem dúvida, se ocor-resse a instalação de indús-trias nos munícipios, isso acarretaria um aquecimen-to na economia local, mas esse é um tema complexo pois envolve uma série de fatores que aqui mesmo na capital são problemáticos, imagine nos interiores do Amazonas. Escoamento da produção, energia, mão de obra qualificada são alguns dos problemas que o PIM enfrenta. Acho que pensar na interiorização da ZFM é um sonho a logo prazo, precisa-mos unir todos os órgãos de desenvolvimento para forta-lecer o modelo, resolvendo seus problemas, realizando as melhorias emergenciais para que possa atrair novas fábricas para que se insta-lem e gerem novos empregos e renda.

‘Governo federal precisa divulgar o modelo Zona Franca’

Marcus EVANGELISTA

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A exemplo do polo de duas rodas, as fá-bricas que produzem itens da linha branca

buscam saídas para aumen-tar a produção e melhorar as vendas. De acordo com dados da Superintendência da Zona Franca (Suframa), a produção de eletroeletrô-nicos – onde os produtos de linha branca se encaixam – caiu em mais de 10 mil itens em 2015 com relação a 2014.

O desempenho negativo acabou por afetar as vendas do comércio local.

Segundo o empresário e presidente do grupo Bemol, Jaime Benchimol, os números do país estão negativos e os grandes afetados são os itens de maior valor. Segundo ele, a recessão tem tirado a confi ança do consumidor e, desta forma, prejudica as vendas do comércio.

Diante de todo o cenário do conturbado momento eco-nômico e político do país, o empresário estima que as vendas na linha branca neste ano terão uma redução de 5% a 10% em relação ao ano passado, que já foi um ano ruim, segundo ele.

“O ano é difícil e, possivel-mente, será assim também em 2017, mas estamos tra-balhando para manter a fi -delidade dos nossos clientes

para que na hora da compra prefi ram a nossa organiza-ção”, conta, ao destacar que o desemprego é um dos prin-cipais fatores para fomentar o medo nos consumidores.

CautelaDe acordo com o presiden-

te da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, os consumidores estão retraídos na na hora

de trocar um equipamento por um novo. “Quem precisa de um fogão ou uma gela-deira nova acaba adiando essa troca, pois o poder de compra do cidadão hoje é bem menor”, diz.

Bicharra ressalta que a es-colha do consumidor também mudou. Segundo o presiden-te da ACA, a clientela que decide comprar um equipa-mento novo para a cozinha

Linha branca desaceleraBem como em vários setores da indústria, as fábricas de linha branca também sentem os efeitos nocivos da perda do poder de compra do consumidor brasileiro, que tem pensado muito mais na hora de adquirir algum produto novo

Lojas que comercializam produtos da linha branca sentem os refl exos da crise e estimam queda na venda de itens como geladeiras e fogões

opta por produtos com qua-lidade mais baixa e preço mais em conta.

É o caso da dona de casa Ivone Costa Pereira. Ela conta que quer comprar uma nova máquina de lavar, mas tem adiado a aquisição

por causa do medo de se endividar e os altos preços. “Tem que ter cuidado, pois está tudo muito caro, muito mais que antes. Do jeito que anda essa crise, a gente não sabe como fi cará o futuro”, afi rma Ivone.

DemissõesA crise que desde o ano

passado afeta o setor tirou o emprego de trabalhadores do PIM. Segundo o diretor sindical da empresa Whir-pool, Mauro Fonseca, no ano passado, quase 400 funcio-

nários foram demitidos por conta da crise.

Apesar de um 2015 ruim, ele afi rma que neste ano ne-nhum funcionário foi demi-tido e as empresas pagam em dia mesmo com uma menor produção.

EFEITOS

Na avaliação do presidente da ACA, Ismael Bicharra, sem dúvida nenhuma, polo de duas rodas e, prin-cipalmente, o de linha branca estão sendo os mais afetados em decorrência da crise atual do país

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9Suframa anosQuase cinco décadas de um modelo que ‘vingou’Ao longo de 49 anos de existência, a ZFM foi essencial para a economia do Estado, mas é preciso avançar mais

É um fato histórico: a Zona Franca de Manaus (ZFM) é de fundamental impor-tância para a economia

do Estado desde sua criação em 1967 pelo decreto-lei 288/67.

Segundo o Conselho Regio-nal de Economia do Amazonas (Corecon/AM), os polos de ele-troeletrônico e o de duas rodas são os mais importantes da América Latina. “Portanto, o modelo ZFM é o maior gerador de emprego, renda e arrecada-ção de impostos da Amazônia Ocidental”, diz o presidente do Corecon/AM e vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo.

Mas, ao contrário do que se pensa, um dos braços mais for-tes no início, antes da indústria, foi o comércio. “Pela pujança do comércio importador, que se desenvolveu no seu início e, depois, pela implantação de indústrias de ponta, que fazem até hoje do Polo Industrial de Manaus (PIM) um dos mais importantes do país”, defi ne Azevedo.

O presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomércio-AM), José Roberto Tadros, também aponta essa relação: “Quando a Zona Franca surgiu, o co-mércio era algo mais simples. Bastava um endereço e uma atividade. Assim, o comércio foi a base do modelo no início. Mais tarde, com a abertura do mercado e o desenvolvimento da indústria que esse quadro mudou”, explica.

Mesmo hoje, a esse modelo ainda é de grande importân-cia para o comércio local.

“O comércio hoje representa 56% da arrecadação do Es-tado. Ele gera quase 500 mil empregos diretos contra 120 mil do Polo Industrial”, afi rma Roberto Tadros.

Para a diretora executiva do grupo MRG/Rio Claro, Elizabe-th Coelho, o governo precisa fomentar e incentivar os pe-quenos e médios empreende-dores, dando melhores condi-ções de produção às empresas, para que a economia gire e se fortaleça. “Hoje, vemos que, principalmente, os pequenos e micro empresários enfrentam difi culdades em se manter no mercado. Essa realidade preci-sa mudar”, explica

InteriorAlém de sustentar a econo-

mia na capital, a ZFM também abre novas perspectivas para o interior do Estado. Para Nelson Azevedo, é preciso fortalecer as cadeias produtivas dos produ-tos regionais em escala, sem comprometer o meio ambiente, mas que atendam à demanda da indústria de biocosméticos e até alimentícia.

“Temos um amplo potencial para o setor primário com as várzeas que precisam de rápi-do escoamento para atender os centros consumidores mais próximos. Há necessidade da defi nição do Código Mineral, em tramitação no Congresso Nacional, para o estabeleci-mento do marco regulatório do setor e assim transformar as nossas potencialidades em riquezas efetivas, com inten-so investimento para as áreas onde o país é importador, como os fertilizantes”, explica.

Apesar de ser consi-derado um sucesso, o modelo da Zona Franca depende diretamente da colaboração do governo federal, algo que está lon-ge do ideal.

Para o vice-presidente da Fieam, Nelson Azeve-do, neste quesito, a cola-boração tem sido falha, uma vez que o governo federal há anos vem mu-tilando a ZFM. “Várias são as medidas que tiram as vantagens comparativas do modelo”, pondera.

Por outro lado, entre-tanto, ele reconhece que a prorrogação por mais 50 anos do modelo foi uma decisão de grande relevância para a indús-tria amazonense e, con-sequentemente, para o Estado como um todo.

Nelson Azevedo acredi-ta que o governo preci-se, todavia, tomar mais medidas complementares como, por exemplo, para resolver o eterno proble-ma de logística do Estado e a questão que envolve os Processos Produtivos Básicos (PPBs), ponto que foi bastante criticado, nas últimas reuniões do Con-selho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) e do Conselho de Administração da Su-

frama (CAS). “Outra condição funda-

mental para a implanta-ção de indústrias no PIM é desburocratizar os órgãos que administram os in-centivos da ZFM”, sugere Nelson Azevedo.

Mais críticasA questão do contin-

genciamento de recursos também é vista como algo que a União precisa rever.

“A Suframa perdeu sua força de atuação a partir do momento que teve seus

recursos contingenciados pelo governo federal”, afirmou o economista Marcus Evangelista.

Segundo o especialista, o Estado precisa do apoio do governo federal para fortalecer o principal mo-delo de desenvolvimento da região.

Empresários defendem parceria

FUTURO

Apesar de todos os avanços trazidos pela implantação de um parque fabril no Amazonas, ainda há pontos que precisam ser mais explorados e favorecer a expansão econômica do Estado e de toda a região

Há 49 anos, o polo industrial continua a ser o principal modelo de desenvolvimento do Amazonas, apesar dos investimentos em outras áreas

Elizabeth Co-elho, do grupo MRG/Rio Claro, pede mais atenção para os micro e peque-nos empresários por parte do governo federal

José Roberto Tadros afi rma que, no início da Zona Franca, a atividade comercial era mais simples do que hoje

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10 Suframa anos

Comércio ‘tor ce’ por uma indústria saudável no AM

Empresários do setor comercial destacam a importância do parque fabril amazonense, que é a mola propulsora das vendas dos lojistas da capital e do interior do Estado

Com maior volume de empregos no Amazo-nas, apesar da crise, o Polo Industrial de

Manaus (PIM) tem impacto direto no comércio da capital amazonense, que depende da renda dos trabalhadores para manter as vendas. Atualmen-te, são 87 mil postos de traba-lho ocupados nas indústrias.

No comércio de Manaus, 80% das vendas são para consumidores com carteira assinada, de acordo com da-dos das entidades que repre-sentam o setor no Estado.

O gerente de marketing da Variedades Salmo 91, Lucinal-do Rodrigues, 34, que possui mais de dez anos na compa-nhia, afi rma que parte das vendas é refl exo do número de empregos gerados pela indústria. A Salmo 91 possui seis lojas em Manaus e oferece produtos importados, cama, mesa, banho e variedades em geral a preços populares.

“A indústria é a principal fonte de renda para os mo-radores da cidade. Então, é o principal responsável pelo

crescimento da renda e da economia local. Na nossa em-presa, aproximadamente 80% dos nossos clientes trabalham na indústria e, sem ela, terí-amos uma difi culdade grande para vender. Precisamos que a indústria vá bem para que as nossas vendas também fl uam bem”, revela.

Vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) possui a responsabilidade de estabelecer um modelo de desenvolvimento regional que utilize de forma sustentável recursos naturais, asseguran-do viabilidade econômica e melhoria da qualidade de vida da população. Em 2015, o PIM registrou faturamento de R$ 78,4 bilhões. No entanto, o va-lor é 10,2% inferior ao obtido em 2014, de R$ 87,3 bilhões.

Lucinaldo afi rma que, neste ano, a meta é aumentar as vendas do estabelecimento comercial, apesar do momen-to de crise no país. “Exemplo disso é que, no ano de 2015,

sentimos uma diferença de menos 20% em relação ao ano de 2014 por conta do de-semprego. Quando as pessoas perdem emprego, automati-camente, refl ete no comércio. Neste ano, estamos muda-mos. Atualmente, a loja está sempre cheia. A maior parte das pessoas que trabalha na indústria gasta no comércio. Logo, a indústria é de suma importância para o sucesso em nossas vendas”, enfatiza.

LigaçãoPara o vice-presidente da

Federação das Indústrias do Amazonas (FIEAM), Nelson Azevedo, os clientes do co-mércio ou são provenientes de indústrias ou estão interliga-dos em atividades que apoiam o setor. “Quando você tem a indústria que deixa de ven-der, ela naturalmente deixa de adquirir serviços ou bens de outras empresas e isso impac-ta diretamente em qualquer empresa. Pois, quando diminui a mão de obra, difi culta tam-bém a vida e a manutenção de outras empresas”, frisa.Produção industrial favorece também o ramo de calçados e confecções instalado no comércio amazonense

Lucinaldo Rodrigues revela que 80% dos clientes da Salmo 91 são industriários

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Comércio ‘tor ce’ por uma indústria saudável no AM

Para o presidente do Sho-pping Cidade Leste, localiza-do em uma das Zonas mais movimentadas da cidade, a Zona Leste, Ayman Imwas, a Zona Franca de Manaus (ZFM) auxilia não só com a questão de empregos gera-dos. “Quem sustenta o co-mércio é a indústria. Além do auxílio com os empregos que são gerados e que mo-vimenta, a nossa economia, a indústria fornece tudo que usamos, como papelão, produtos de limpeza, papel higiênico, enfi m. A indústria auxilia muito. Se a Zona Fran-ca vai mal, o comércio vai pior”, conclui.

CalçadosExemplo de auxílio gerado

também por conta da partici-pação dos trabalhadores do modelo de incentivo fi scal, está o empreendimento va-rejista de calçados. Segun-do informou o gerente de marketing Francisco Leudo, do grupo Shop do Pé, a assis-tência, gera inclusive, novos postos de empregos. “Es-tamos atualmente com 28

lojas e, aproximadamente, 900 funcionários e a ZFM é a mola propulsora de tudo. Dependemos dela, pois se há queda de empregos, há queda em vendas. Entende-mos que a crise chegou para todos, mas estamos fazendo de tudo para que esse ano ainda possamos abrir duas novas lojas e assim gerar mais empregos”, conta.

Conforme Leudo, mais de 50% da receita arrecadada pela empresa, é oriunda do distrito. “Queremos que ela (ZFM) esteja sempre bem reestruturada para que to-dos os setores da economia local, também estejam”, diz.

Dependência que gera trabalho

Com olhar visionário frente às questões eco-nômicas do Estado, o consultor de empresas do PIM, Teruaki Yama-gishi, 81, explicou que o número de emprega-dos é uma peculiarida-de de cada empresa, e embora o delicado mo-mento econômico seja visível, o PIM está em crescimento.

“Apesar de o tama-nho da economia como um todo esteja dimi-nuindo, o PIM se rees-trutura para que não sofrer muito e voltar a crescer. Claro que quem sofre também é o trabalhador, mas mes-mo com difi culdades, as pessoas compram no comércio. Alguns até economizam para comprar, por essa ra-zão, o sucesso em ven-das depende do PIM. ”, observa.

Consultor faz previsão boa para o PIM

Shopping Cidade Leste é um exemplo da expansão comercial da Zona Leste de Manaus

Empresário de visão, Ayman Imwas investe no fortalecimento do comércio amazonense

OFERTA

Além das lojas e da praça de alimentação, o shopping Cidade Leste se destaca pela quantidade de ser-viços públicos que é prestada no empreen-dimento situado em uma das zonas mais agitadas da cidade

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12 Suframa anos

Demora para revitalizar a BR-319 causa transtornos para pessoas e empresas que precisam da estrada

Logística precária afeta o setor produtivo do Estado Empresas amazonenses registram prejuízos por terem difi culdades para fazer escoamento de cargas e mercadorias na região

A logística para a entra-da de insumos e saída de produtos da Zona Franca de Manaus

(ZFM) é o grande “gargalo” para que a indústria ama-zonense incentivada consiga manter a competitividade no mercado doméstico. As difi -culdades começam em casa – com a infraestrutura da cidade que complica as cone-xões entre indústria e portos e aeroportos -, e se agravam quando do transporte para as outras regiões consumidoras.

Com os 30 anos de expe-riência no serviço de trans-porte de carga, de saída e entrada de containers, em Manaus, a empresa Hebron Logística aponta que o incha-ço do trânsito da cidade, as condições das pistas e a falta de eixos alternativos impac-tam negativamente em mais de 60% da capacidade de operação. De acordo com o diretor fi nanceiro da Hebron, Artur Ferreira, do ideal que

seria de cinco fretes de con-tainers diários, por carreta, a empresa faz apenas duas por carreta.

A Hebron que tem hoje uma frota de 350 veículos, entre caminhões e carretas, segundo Artur, faz apenas 40

viagens por dia, para portos e aeroportos, entre entrada e saída de containers. Desse total, aproximadamente, 90% são para empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). Nos últimos três meses, a

companhia prestou serviço para 36 diferentes indústrias.

“O que impacta muito no nosso serviço é o trânsito car-regado da cidade. Hoje o custo de trânsito é alto. O ideal é fazer cinco frentes por cavalo, porém, mal conseguimos fazer dois”, afi rma.

Sobre o problema das vias de Manaus e principalmente do Distrito Industrial 1, o dire-tor aponta entre as barreiras para solucionar a buraqueira, a burocracia e a falta de enten-dimento entre Superintendên-cia da Zona Franca de Manaus (Suframa), a Prefeitura de Ma-naus e o governo do Estado do Amazonas. “Existe a área de competência da Suframa, a da Prefeitura e do Estado e dizem que ninguém pode invadir a área do outro. Por isso ninguém faz nada para melhorar as ruas do Distri-to Industrial. A prefeitura até melhorou alguns trechos, mas diz que não tem recursos para completar o serviço”, aponta.

Artur Ferreira reclama da precariedade das vias de Manaus, que difi culta o escoamento de mercadorias

Empresários do setor de logística cobram iniciativas do governo para melhorar as vias do Estado

ATRASO

A falta de um siste-ma viário avançado em Manaus, além de prejudicar o cidadão comum, traz perdas para as empresas de logística, e algumas delas registram queda na capacidade de ope-ração de 60%

Entre as soluções para amenizar as difi culdades de uma cidade com pou-cas alternativas viárias que façam uma conexão entre indústrias com portos e aeroportos, sem prejuízo aos demais meios de trans-portes, o diretor da Hebron aponta a construção de um porto na orla do bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste.

Porém, essa proposta já foi vetada. “Iria amenizar bastante a entrada e saída das empresas do Distrito Industrial 1. Para os ou-tros portos privados como o Superterminais e o Chiba-tão, por exemplo, existem poucas alternativas”, co-menta o empresário. Para o aeroporto, Artur avalia

que a construção do anel viário, proposta pelo go-verno do Estado em 2013, seria o ideal, tanto para as indústrias do PIM, quanto para a própria sociedade manauense, mas que não saiu do papel.

“Por baixo, daria para ti-rar mais de 200 contêine-

res por dia, entre entrada e saída do aeroporto”, avalia.

A proposta de anel era construir um eixo viário sul de 8,3 quilômetros de vias que interligaria a Zona Oeste à Zona Norte, e o anel viário leste, com 17,6 quilômetros, para conectar a Zona Norte com a Zona Leste da cidade.

O projeto estava esti-mado em R$ 285 milhões, sendo R$ 92,5 milhões para o anel sul e pouco mais de R$ 192 milhões para o leste. O governo Federal fi nanciaria 90% do valor da obra do anel viário sul e 85% das obras do leste.

A contrapartida de 10% e 15% restantes, respecti-vamente, seria do governo do Amazonas.

Estudo da Confedera-ção Nacional da Indústria (CNI), realizada a partir das federações das indústrias da Amazônia Legal que formam a Ação Pró-Ama-zônia, aponta que, apesar de a ZFM ser o terceiro polo produtor industrial do Brasil, a distribuição ainda é precária.

Segundo o assessor econômico da Federa das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Gilmar Freitas, muitas empresas do PIM são competitivas até o portão da fábrica

“Depois dele (portão), as difi culdades de infraestru-tura anulam quase todas as vantagens fi scais de muitos produtos”, diz.

Segundo ele, os produtos mais afetados pela difi cul-dade logística são os de grande peso e volumes. “Pequenos volumes com agregado maior como, por exemplo, relógios e eletrônicos não sofrem

tanto. Mas, uma TV de led, de grandes dimensões, ela além de ter uma ne-cessidade de embalagem especial, ela enfrenta o problema de não poder usar a via área, é a mais cara. E por isso segue via

cabotagem ou de rodo-fl uvial”, explica.

Apesar das difi culda-des, Freitas avalia que as vantagens fi scais da ZFM ainda são relevantes, até porque o empresário só fi ca onde dá lucro. Ele ob-

serva, no entanto, que o isolamento por vias ter-restres entre o Amazonas os demais Estados consu-midores é o maior entrave. “Não temos uma via de conexão por terra. Ou é via aérea ou é fl uvial e rodo-fl uvial”, comenta.

Por outro lado, o eco-nomista diz que a rodovia federal BR-319 não se con-fi gura como a salvação da indústria amazonense.

“A BR-319 seria mais uma opção, no caso de uma urgência de atendimento de um produto que estiver em falta nas outras regiões do país. O transporte por vias terrestres é o segundo mais barato. O aéreo é o mais caro. Já o rodo-fl uvial você coloca na balsa de Manaus para Porto Velho ou de Manaus à Santarém. Mas nesses dois têm os custos de carregamento e descarregamento por duas vezes”, diz o assessor eco-nômico do Fieam.

Investimento em infraestrutura

‘A BR-319 não é a salvação’

SOLUÇÕES

A construção de pon-tes, portos e de anéis viários são algumas das soluções que o setor apresenta para melhorar a logística no Amazonas, que tem sido um dos principais gargalos das empresas locais

MOVIMENTO

No mês passado, um grupo que defende a revitalização da BR-319 realizou ato em protesto contra a deterioração da estrada e a falta de interesse do poder público em retomar as obras da rodovia

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13MANAUS, DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

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12 Suframa anos

Demora para revitalizar a BR-319 causa transtornos para pessoas e empresas que precisam da estrada

Logística precária afeta o setor produtivo do Estado Empresas amazonenses registram prejuízos por terem difi culdades para fazer escoamento de cargas e mercadorias na região

A logística para a entra-da de insumos e saída de produtos da Zona Franca de Manaus

(ZFM) é o grande “gargalo” para que a indústria ama-zonense incentivada consiga manter a competitividade no mercado doméstico. As difi -culdades começam em casa – com a infraestrutura da cidade que complica as cone-xões entre indústria e portos e aeroportos -, e se agravam quando do transporte para as outras regiões consumidoras.

Com os 30 anos de expe-riência no serviço de trans-porte de carga, de saída e entrada de containers, em Manaus, a empresa Hebron Logística aponta que o incha-ço do trânsito da cidade, as condições das pistas e a falta de eixos alternativos impac-tam negativamente em mais de 60% da capacidade de operação. De acordo com o diretor fi nanceiro da Hebron, Artur Ferreira, do ideal que

seria de cinco fretes de con-tainers diários, por carreta, a empresa faz apenas duas por carreta.

A Hebron que tem hoje uma frota de 350 veículos, entre caminhões e carretas, segundo Artur, faz apenas 40

viagens por dia, para portos e aeroportos, entre entrada e saída de containers. Desse total, aproximadamente, 90% são para empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM). Nos últimos três meses, a

companhia prestou serviço para 36 diferentes indústrias.

“O que impacta muito no nosso serviço é o trânsito car-regado da cidade. Hoje o custo de trânsito é alto. O ideal é fazer cinco frentes por cavalo, porém, mal conseguimos fazer dois”, afi rma.

Sobre o problema das vias de Manaus e principalmente do Distrito Industrial 1, o dire-tor aponta entre as barreiras para solucionar a buraqueira, a burocracia e a falta de enten-dimento entre Superintendên-cia da Zona Franca de Manaus (Suframa), a Prefeitura de Ma-naus e o governo do Estado do Amazonas. “Existe a área de competência da Suframa, a da Prefeitura e do Estado e dizem que ninguém pode invadir a área do outro. Por isso ninguém faz nada para melhorar as ruas do Distri-to Industrial. A prefeitura até melhorou alguns trechos, mas diz que não tem recursos para completar o serviço”, aponta.

Artur Ferreira reclama da precariedade das vias de Manaus, que difi culta o escoamento de mercadorias

Empresários do setor de logística cobram iniciativas do governo para melhorar as vias do Estado

ATRASO

A falta de um siste-ma viário avançado em Manaus, além de prejudicar o cidadão comum, traz perdas para as empresas de logística, e algumas delas registram queda na capacidade de ope-ração de 60%

Entre as soluções para amenizar as difi culdades de uma cidade com pou-cas alternativas viárias que façam uma conexão entre indústrias com portos e aeroportos, sem prejuízo aos demais meios de trans-portes, o diretor da Hebron aponta a construção de um porto na orla do bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste.

Porém, essa proposta já foi vetada. “Iria amenizar bastante a entrada e saída das empresas do Distrito Industrial 1. Para os ou-tros portos privados como o Superterminais e o Chiba-tão, por exemplo, existem poucas alternativas”, co-menta o empresário. Para o aeroporto, Artur avalia

que a construção do anel viário, proposta pelo go-verno do Estado em 2013, seria o ideal, tanto para as indústrias do PIM, quanto para a própria sociedade manauense, mas que não saiu do papel.

“Por baixo, daria para ti-rar mais de 200 contêine-

res por dia, entre entrada e saída do aeroporto”, avalia.

A proposta de anel era construir um eixo viário sul de 8,3 quilômetros de vias que interligaria a Zona Oeste à Zona Norte, e o anel viário leste, com 17,6 quilômetros, para conectar a Zona Norte com a Zona Leste da cidade.

O projeto estava esti-mado em R$ 285 milhões, sendo R$ 92,5 milhões para o anel sul e pouco mais de R$ 192 milhões para o leste. O governo Federal fi nanciaria 90% do valor da obra do anel viário sul e 85% das obras do leste.

A contrapartida de 10% e 15% restantes, respecti-vamente, seria do governo do Amazonas.

Estudo da Confedera-ção Nacional da Indústria (CNI), realizada a partir das federações das indústrias da Amazônia Legal que formam a Ação Pró-Ama-zônia, aponta que, apesar de a ZFM ser o terceiro polo produtor industrial do Brasil, a distribuição ainda é precária.

Segundo o assessor econômico da Federa das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Gilmar Freitas, muitas empresas do PIM são competitivas até o portão da fábrica

“Depois dele (portão), as difi culdades de infraestru-tura anulam quase todas as vantagens fi scais de muitos produtos”, diz.

Segundo ele, os produtos mais afetados pela difi cul-dade logística são os de grande peso e volumes. “Pequenos volumes com agregado maior como, por exemplo, relógios e eletrônicos não sofrem

tanto. Mas, uma TV de led, de grandes dimensões, ela além de ter uma ne-cessidade de embalagem especial, ela enfrenta o problema de não poder usar a via área, é a mais cara. E por isso segue via

cabotagem ou de rodo-fl uvial”, explica.

Apesar das difi culda-des, Freitas avalia que as vantagens fi scais da ZFM ainda são relevantes, até porque o empresário só fi ca onde dá lucro. Ele ob-

serva, no entanto, que o isolamento por vias ter-restres entre o Amazonas os demais Estados consu-midores é o maior entrave. “Não temos uma via de conexão por terra. Ou é via aérea ou é fl uvial e rodo-fl uvial”, comenta.

Por outro lado, o eco-nomista diz que a rodovia federal BR-319 não se con-fi gura como a salvação da indústria amazonense.

“A BR-319 seria mais uma opção, no caso de uma urgência de atendimento de um produto que estiver em falta nas outras regiões do país. O transporte por vias terrestres é o segundo mais barato. O aéreo é o mais caro. Já o rodo-fl uvial você coloca na balsa de Manaus para Porto Velho ou de Manaus à Santarém. Mas nesses dois têm os custos de carregamento e descarregamento por duas vezes”, diz o assessor eco-nômico do Fieam.

Investimento em infraestrutura

‘A BR-319 não é a salvação’

SOLUÇÕES

A construção de pon-tes, portos e de anéis viários são algumas das soluções que o setor apresenta para melhorar a logística no Amazonas, que tem sido um dos principais gargalos das empresas locais

MOVIMENTO

No mês passado, um grupo que defende a revitalização da BR-319 realizou ato em protesto contra a deterioração da estrada e a falta de interesse do poder público em retomar as obras da rodovia

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14 Suframa anosTrajetória de sucesso da Termotécnica em ManausEmpresa é a prova viva de que o polo industrial ainda é atrativo para as fábricas que querem produzir no Amazonas

Com 41 anos de atuação na capital amazonen-se, a empresa Termo-técnica tem investido

no pioneirismo e na constante evolução de sua marca no Polo Industrial de Manaus (PIM).

A empresa, que é a maior indústria transformadora de EPS (Poliestireno Expandido) - mais conhecido como isopor - da América Latina e líder no mercado brasileiro deste seg-mento, conquistou destaque por investir em tecnologia e garantir qualidade. Ao atuar na indústria de produtos plás-ticos, desenvolve soluções de EPS que agregam inovação e priorizam o respeito ao meio ambiente.

Seus produtos atendem uma série de mercados, como os de embalagens, componentes, conservação, movimentação de cargas, agronegócio, au-tomotivo e construção civil.

São mais de 1,5 mil itens, entre eles, a conservadora tér-mica Icebox, a caixa de frutas

DaColheita, a caixa de abelhas MaisMel, o Sistema Construti-vo Monoforte e o pallet Upally.

Proposta de ValorComprometida com seus

objetivos estratégicos e sua proposta de valor, a Termo-técnica realiza investimentos em sustentabilidade, a partir de ações como o Programa Reciclar EPS, que teve início em 2007 e já reciclou mais de 30 mil toneladas de EPS.

Focado na redução de re-síduos, o Programa se ante-cipou à Política Nacional de Resíduos Sólidos - lei federal que responsabiliza as empre-sas pela logística reversa dos produtos. Participam do Pro-grama todos os envolvidos na cadeia de consumo do EPS, desde o cliente, até o varejista, fornecedor e catador.

Compreende desde a coleta do material até sua recicla-gem e reintrodução no mer-cado. Disponibiliza uma rede de mais de 1,2 mil pontos

de coleta, conta com mais de 400 cooperativas e recicla o correspondente a 30% do mercado de embalagens de EPS do país.

O presidente da Termotéc-nica, Albano Schmidt, destaca que a empresa é comprome-tida com a economia sus-tentável, investe na inovação empreendedora e no desen-volvimento de soluções que proporcionam ganhos econô-micos e ambientais, proposta que coincide com os valores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

“Em Manaus, a empresa re-afi rma o compromisso de ser referência em sustentabilida-de, crescer em novos negócios e aumentar a satisfação do cliente”, enfatiza.

O presidente destaca tam-bém sua preocupação com o cenário econômico brasileiro. Ele acredita que a crise está longe de terminar. “As em-presas precisam se reinven-tar! Para isso, uma minuciosa

avaliação do mercado é fun-damental. Devemos trabalhar em busca de alternativas e de oportunidades inovadoras, que agreguem valor e maxi-mizem o negócio. É hora de colocar a mão na massa e fazer acontecer, literalmente”, afi rma Albano.

ComemoraçãoAo comemorar os 49 anos

da Zona Franca de Manaus (ZFM), Albano Schmidt, ressal-ta que acompanhou de perto o crescimento deste que é um verdadeiro modelo de de-senvolvimento econômico. “É motivo de muito orgulho para toda a equipe da Termotécnica fazer parte, há 41 anos da expansão desse polo-econô-mico tão bem-sucedido na Amazônia”, enaltece.

Schmidt parabeniza a Su-frama por essa data tão im-portante. “Desejo mais cresci-mento e evolução, sempre em parceria com a Termotécnica. Contem conosco!”, fi naliza. Termotécnica produz isopor há 41 anos no parque fabril de Manaus

Termotécnica tem sede em Joinville (SC) e possui sete unidades de negócio, localizadas, além de Manaus, em Pirabeiraba (SC), Sapucaia do Sul (RS), São José dos Pinhais (PR), Indaiatuba (SP), Rio Claro (SP) e Petrolina (PE)

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15MANAUS, DOMINGO, 28 DE FEVEREIRO DE 2016

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Depois de consoli-dar a indústria no tripé econômico do modelo Zona Fran-

ca de Manaus (ZFM), ago-ra o Distrito Agropecuário da Suframa (DAS) passa a ser a “menina dos olhos” da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Sufra-ma). Representantes do setor no Estado esperam a devida atenção a fi m de tornar o DAS o maior celeiro de produção de alimentos para abaste-cer, principalmente a capital amazonense.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço Silva Júnior, a expectativa foi gera-da para o setor após anúncios públicos por parte da nova superintendente da Suframa, Rebecca Garcia, que assumiu o posto no início de novembro do ano passado. O sinal de atenção do Distrito Agrope-cuário foi reforçado, segun-do Muni, quando Rebecca visitou o local, localizado no quilômetro 34, da rodovia estadual AM-010, entre os municípios de Manaus e Rio Preto da Eva.

Muni diz que a atenção passa a ser mais forte, uma vez que projetos do setor primário voltados para o DAS passaram entrar na pauta

das últimas reuniões do Con-selho de Administração da Suframa (CAS). Conforme o presidente da Faea, projetos de piscicultura e fruticultura para o Distrito Agropecuário foram apresentados e apro-vados na ocasião.

ApoioO Distrito Agropecuário,

segundo Muni, no início de sua implantação, nos anos 1970, contou com um apoio mais consistente por parte da Suframa, quando foram implantados vários projetos econômicos, mas depois ele perdeu força e passou a se-gundo plano.

Para ele, mais do que cum-prir o Decreto-Lei 288, que aponta o Distrito Agropecu-ário como um setor impor-tante, é essencial fortalecer a agenda da interiorização da economia do Amazonas.

“O Distrito Agropecuário tem todas as condições de se tornar um celeiro de pro-dução de alimento para abas-tecer a capital, mas, é claro, desde que exista instrumen-tos como a infraestrutura, regularização fundiária e as-sistência técnica. Existe uma carência de recuperação das vicinais, de eletrifi cação rural e morosidade na concessão dos títulos”, aponta o presi-dente da Faea.

Suframa ‘mira’ na ZFVRegulamentação da Zona Franca Verde, pela presidente Dilma Rousseff , no ano passado, reacendeu esperança do setor primário, que sonha com o fortalecimento do Distrito Agropecuário, até agora relegado a um segundo plano

A titular da Suframa, Re-becca Garcia, afi rma que o novo caminho da Suframa é não deixar de manter o fortalecimento da indús-tria, mas também de ex-pandir esforços para sobre as outras reponsabilidades da autarquia na região.

“É uma questão de prio-rizar. Penso que em outras gestões se priorizou a in-dústria porque precisava consolidar o modelo. Hoje,

vejo que o modelo da indús-tria está consolidado e ago-ra é o momento de reforçar esse trabalho com o Distrito Agropecuário”, observa.

Segundo ela, o fortaleci-mento do DAS virá com a Zona Franca Verde (ZFV), regulamentado por decreto da presidente da República, Dilma Rousseff , em dezem-bro do ano passado. “Com a Zona Franca Verde, temos uma oportunidade de dar

condições de crescimento ao Distrito Agropecuário, onde há projetos de pisci-cultura fantásticos”, avalia.

AlcanceRebecca explica que o

alcance da ZFV é para pro-dutores da Amazônia Oci-dental e busca, desta forma, fortalecer o diferencial que a região em relação aos mercados internacionais.

“Na Amazônia Ocidental

nós não temos um curtu-me que curtumise a pele do peixe para virar couro. Se tivéssemos, supriríamos a demanda para fornecer esse produto para essas indústrias. Então, a Zona Franca Verde nos dá essa oportunidade de viver esse novo momento, em que a pele do pirarucu para ser transformada em couro passa a ser o diferencial nosso”, comenta.

Autarquia traça prioridades para a região

Zona Franca Verde vai esti-mular a produção de artigos, cuja matéria-prima seja regional, com origem animal ou até mesmo mineral

Com a falta de técni-cos especialistas no se-tor primário no corpo da Suframa para atender o DAS, Rebecca Garcia ex-plica que precisará envol-ver o governo do Estado. Segundo ela, a Suframa constitui o projeto, mas ela não faz a ação fi m.

“Um ponto da minha visita ao DAS que fi cou claro na minha visão é que lá os produtores não têm acompanhamento técni-co. A Suframa pode cons-truir uma parceria com o governo do Estado para que essa assistência seja oferecida para aqueles empreendedores do Dis-trito Agropecuário”, diz.

A parceria, de acordo com Rebecca, está em fase de construção com o diretor–presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Antônio Ademir Stroski. Ela aguar-da que o mapeamento do Distrito Agropecuário.

A partir do levantamen-to desse zoneamento, Re-becca afi rma que a Sufra-ma construirá um projeto de desenvolvimento. “Os técnicos da Suframa já acompanham essa situa-

ção. Agora, não é uma ação isolada. A Suframa sozinha não consegue nem mape-ar essa situação, mas em parceria com o governo do Estado é possível”, salienta Rebecca.

Paralelo ao mapeamento, Rebecca diz que a Suframa segue atendendo produto-res que estão demandando áreas com projetos de pis-cicultura e de açaí.

“Nós fi zemos uma reunião com a Faea para pedir que ela pontuasse qual é a bola

da vez no setor primário. E a federação foi bem clara ao dizer que a bola da vez é a piscicultura e o açaí. São os dois produtos que merecem total atenção nesse momento, porque o mundo inteiro está olhando para esses dois produtos. Então estamos com esse foco no Distrito Agropecu-ário pensando em muitas outras coisas, mas dando um carinho especial a es-ses dois produtos”, afi rma a superintendente.

Parceria com o governo do AM

EXPEDIENTEEDIÇÃO Anwar Assi

REPORTAGEMAsafe AugustooEmerson QuaresmaFred SantanaLuís Henrique Oliveira

DIAGRAMAÇÃOMario Henrique Silva

FOTOSMárcio MeloDiego JanatãIone Moreno

REVISÃOJoão Alves

TRATAMENTO DE FOTOSKleuton Silva

Técnicos do Estado deverão auxiliar na produção dos agricultores

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