estudo da frequÊncia de interaÇÃo … · com medicamentos de baixo índice terapêutico...

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE FARMÁCIA ESTUDO DA FREQUÊNCIA DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA EM PRESCRIÇÕES MÉDICAS CONTENDO MEDICAMENTOS DE BAIXO ÍNDICE TERAPÊUTICO Viviane Betti Fontana Lajeado, dezembro de 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES CURSO DE FARMÁCIA

ESTUDO DA FREQUÊNCIA DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA EM PRESCRIÇÕES MÉDICAS CONTENDO MEDICAMENTOS

DE BAIXO ÍNDICE TERAPÊUTICO

Viviane Betti Fontana

Lajeado, dezembro de 2013

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Viviane Betti Fontana

ESTUDO DA FREQUÊNCIA DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA EM PRESCRIÇÕES MÉDICAS CONTENDO MEDICAMENTOS

DE BAIXO ÍNDICE TERAPÊUTICO

Monografia apresentada na disciplina de

Estágio Supervisionado III do Curso de

Farmácia, do Centro Universitário

Univates, como parte da exigência para a

obtenção do título de Bacharel em

Farmácia.

Orientador: Prof. Ms. Glademir Schwingel

Lajeado, dezembro de 2013

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus Pais e à minha Família.

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe e a minha família pelo amor, carinho, apoio e incentivo

em todos os momentos.

Ao Prof. Ms. Glademir Schwingel pela orientação, apoio e amizade.

E a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram

para a realização deste trabalho...

...muito obrigada.

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“A diferença entre um remédio e um veneno está na dose utilizada”.

(PARACELSO – médico e físico do séc. XVI)

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RESUMO

Uma série de estudos acadêmicos tem demonstrado que há uma quantidade

significativa de interações medicamentosas (IM) em prescrições médicas, inclusive

interações com medicamentos de baixo índice terapêutico. Partindo desta

constatação, este estudo de caráter exploratório, descritivo, quantitativo e

retrospectivo tem como objetivo identificar e analisar a frequência de prescrições

com medicamentos de baixo índice terapêutico (digoxina, verapamil e varfarina) que

apresentam interações com outros medicamentos da Relação Municipal de

Medicamentos Essenciais (REMUME) do município de Lajeado/RS. E, a partir da

análise das prescrições médicas arquivadas na Farmácia-Escola da cidade de

Lajeado/RS, avaliar os riscos das interações dos medicamentos de baixo índice

terapêutico, prescritos em receituário comum por médicos das Unidades Básicas de

Saúde (UBS). Do total de prescrições analisadas, 216 prescrições continham um ou

dois medicamentos de baixo índice terapêutico. Constatou-se que 95,8% das

prescrições apresentaram características de polifarmacoterapia e destas 196 (91%)

prescrições apresentaram alguma interação medicamentosa, sendo 6 interações

graves, 19 moderadas e 10 leves. Devido aos resultados encontrados destaca-se a

necessidade de avaliação quanto ao uso racional de medicamentos e a importância

do monitoramento clínico dos usuários, para uma terapêutica segura e eficaz.

Palavras-chave: Interação medicamentosa. Medicamento de baixo índice

terapêutico. Prescrição médica. Polifarmacoterapia.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Relação entre a presença ou não de interações medicamentosas (IM) em

prescrições contendo medicamentos de baixo índice terapêutico ........... 23

Figura 2 – Frequência de interações medicamentosas (IM) entre os medicamentos

digoxina, varfarina e verapamil e outros medicamentos da REMUME

encontradas em prescrições médicas ....................................................... 24

Figura 3 – Porcentagem de interações medicamentosas encontradas em

prescrições classificadas de acordo com a severidade ............................ 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Relação entre o número de medicamentos prescritos e a presença de

interação medicamentosa em prescrições contendo medicamentos de

baixo índice terapêutico ........................................................................... 22

Tabela 2 – Relação entre o gênero do usuário, o número de prescrições contendo

interação medicamentosa (IM) e o número de medicamentos de baixo

índice terapêutico que apresentaram interações para cada gênero ........ 24

Tabela 3 – Frequência de associações com interação medicamentosa observada

em prescrições contendo medicamentos de baixo índice terapêutico ...... 25

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................9

2 OBJETIVOS...........................................................................................................11

2.1 Objetivo geral.....................................................................................................11

2.2 Objetivos específicos........................................................................................11

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 12

3.1 Atenção farmacêutica........................................................................................12

3.2 Polifarmacoterapia............................................................................................13

3.3 Interações medicamentosas ............................................................................ 14

3.4 Janela terapêutica estreita ou baixo índice terapêutico ................................ 15

3.5 Uso racional de medicamentos ....................................................................... 16

3.6 Digoxina.............................................................................................................17

3.7 Verapamil ........................................................................................................... 18

3.8 Varfarina ............................................................................................................. 19

4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 20

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 22

6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................ 27

7 CONCLUSÃO.........................................................................................................34

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35

ANEXOS / APÊNDICES ............................................................................................ 39

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1 INTRODUÇÃO

O ato de prescrever caracteriza-se pela escolha do fármaco adequado para

prevenir, reverter ou atenuar um processo patológico (FUCHS; WANNMACHER,

2010). Muitas vezes, é necessário prescrever simultaneamente vários fármacos, a

fim de obter a resposta esperada à terapia aplicada (OGA; BASILE; CARVALHO,

2002). O ato de prescrever simultaneamente dois ou mais fármacos denomina-se de

polifarmacoterapia ou politerapia (RODRIGUES; PINHO, 2013; SILVA et al., 2010).

A polifarmacoterapia exige dos médicos um grande conhecimento sobre as

propriedades farmacológicas, a farmacocinética, os efeitos colaterais e as doses

eficazes (OGA; BASILE; CARVALHO, 2002), a fim de evitar as interações

medicamentosas entre os fármacos que podem levar a reações adversas a

medicamentos ou falha na terapêutica (MOURA et al., 2007).

A polifarmacoterapia é justificável, apenas, quando permite obter um aumento

da eficácia do tratamento ou para a terapia de múltiplas doenças coexistentes

(MOURA et al., 2007). A prática da polifarmacoterapia aumenta consideravelmente

as chances de ocorrerem interações medicamentosas, ou seja, quanto maior o

número de medicamentos prescritos, maior o número de possíveis interações entre

os medicamentos (MOURA et al., 2007; RODRIGUES; PINHO, 2013).

Segundo Blix et al. (2010), a frequência de prescrições com interação

medicamentosa é muito elevada, enquanto que, a quantidade de prescrições

contendo medicamentos com baixo índice terapêutico é baixa. Contudo devido à

gravidade das interações contidas nas prescrições deste tipo de medicamento, é

necessário o monitoramento destes pacientes (BLEICH et al., 2009).

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Medicamentos de baixo índice terapêutico são drogas com pequenas

diferenças entre a dose terapêutica e a dose tóxica, o que implica que pequenas

alterações na dosagem utilizada, interações com outros medicamentos, a

vulnerabilidade do paciente e a variação nas funções orgânicas decorrentes dos

processos mórbidos podem causar efeitos adversos (MOURA et al., 2007; BLIX et

al., 2010).

Com base nestas informações, as prescrições médicas em receituário comum

arquivadas na Farmácia-Escola da cidade de Lajeado/RS, que apresentam os

medicamentos de baixo índice terapêutico - digoxina, varfarina e verapamil foram

analisadas quanto à presença ou não de interação medicamentosa com outros

medicamentos da Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) do

município de Lajeado/RS.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Identificar e analisar quantitativamente as prescrições em receituário comum

arquivadas na Farmácia-Escola do município de Lajeado/RS, quanto à frequência e

quais as interações medicamentosas presente nas prescrições de medicamentos

com baixo índice terapêutico, avaliando a necessidade do monitoramento clínico e

farmacoterapêutico dos usuários.

2.2 Objetivos específicos

Identificar a frequência das prescrições contendo medicamentos de baixo

índice terapêutico que apresentam interação com outro medicamento na

mesma prescrição.

Verificar quais medicamentos contidos na REMUME apresentam interações

com medicamentos de baixo índice terapêutico que foram prescritos em

receituário comum por médicos da UBS da cidade de Lajeado/RS na mesma

prescrição.

Apontar os riscos destas interações medicamentosas.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 Atenção Farmacêutica

O art. 6 da RDC nº 357/2001, no item 6.22, define a Atenção Farmacêutica:

Art. 6. [...]

6.22 Atenção Farmacêutica - é um conceito de prática profissional no qual o

paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A atenção é o

compêndio das atitudes, dos comportamentos, dos compromissos, das

inquietudes, dos valores éticos, das funções, dos conhecimentos, das

responsabilidades e das habilidades do farmacêutico na prestação da

farmacoterapia, com objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos

na saúde e na qualidade de vida do paciente.

Em 1990 Hepler e Strand definiram a Atenção Farmacêutica como “a

provisão responsável do tratamento farmacológico com o propósito de alcançar

resultados concretos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”.

Posteriormente, em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ampliou o

benefício da Atenção Farmacêutica para toda a comunidade, reconhecendo o

farmacêutico como um dispensador de atenção à saúde, que pode participar

ativamente na prevenção de enfermidades e na promoção da saúde, junto com

outros membros da equipe de saúde (OPAS/OMS, 2010).

Conforme Marques (2008, p.25), a prática da Atenção Farmacêutica engloba

as atividades de dispensação ativa; formulação magistral; consulta farmacêutica;

educação sanitária; uso racional de medicamentos; farmacovigilância e seguimento

do tratamento farmacológico.

O seguimento farmacoterapêutico é muito importante para assegurar uma

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farmacoterapia segura e eficaz. No segmento farmacoterapêutico o farmacêutico se

responsabiliza pelas necessidades do usuário relacionadas ao medicamento,

através da detecção, prevenção e resolução de Problemas Relacionados aos

Medicamentos (PRM), de maneira sistemática, contínua e documentada,

objetivando alcançar resultados definidos, buscando melhorar a qualidade de vida

do usuário (OPAS/OMS, 2002; MARQUES, 2008).

No estudo realizado por Leão (2012), em prescrições oriundas da atenção

primária de Vitória da Conquista – BA verificou-se que 8,6% das prescrições da

Unidade de Saúde estudada se baseavam na polifarmacoterapia; nesse grupo de

prescrições, a frequência de interações foi superior a 80%.

À medida que são acrescentados ao tratamento mais medicamentos o

usuário está mais suscetível a interações medicamentosas, possíveis reações

adversas, surgimento de comorbidades e, consequentemente, diminuição da sua

qualidade de vida. Considerando as interações encontradas na polifarmacoterapia

reforça-se a necessidade de acompanhamento farmacoterapêutico mais rigoroso

(LEÃO, 2012 apud FRÖHLICH et al., 2010; RODRIGUES, PINHO, 2013).

3.2 Polifarmacoterapia

O ato de prescrever caracteriza-se pela escolha do fármaco adequado para

prevenir, reverter ou atenuar um processo patológico. O fármaco é o princípio ativo

de uma formulação, é ele quem exerce a ação farmacológica, e é à base da

formulação do medicamento (FUCHS; WANNMACHER, 2010). Muitas vezes, é

necessário prescrever simultaneamente vários fármacos, a fim de obter a resposta

esperada à terapia aplicada (OGA; BASILE; CARVALHO, 2002).

No estudo realizado por Santos et al. (2012, p. 310), do total de prescrições

médicas avaliadas (600), apenas 98 (16,3%) se basearam na monofarmacoterapia,

ou seja, o uso de apenas um medicamento para controle de pressão, e o restante

502 (83,7%) prescrições se basearam na polifarmacoterapia, necessitando mais de

um fármaco para obter uma terapia eficaz ou tinham necessidade de tratar, ao

mesmo tempo, outras irregularidades fisiológicas.

A polifarmacoterapia está associada ao aumento do risco e da gravidade das

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reações adversas medicamentosas (RAM), de precipitar interações

medicamentosas (IM), de causar toxicidade cumulativa, de ocasionar erros de

medicação, de reduzir a adesão ao tratamento e elevar a morbimortalidade. A

frequência desses eventos é maior em idosos, onde o risco dos eventos adversos

aumenta em 13% com o uso de dois medicamentos, de 58% quando este número

aumenta para cinco, elevando-se para 82% nos casos em que são consumidos sete

ou mais medicamentos (SECOLI, 2010). As chances de ocorrerem interações

aumentam à medida que são acrescentados ao tratamento mais medicamentos e

estes são utilizados simultaneamente (RODRIGUES; PINHO, 2013; SILVA et al.,

2010).

3.3 Interações medicamentosas

As prescrições poderão conter associações que causem interações

medicamentosas que podem ser do tipo medicamento-alimento, medicamento-

enfermidade, medicamento - teste diagnóstico, medicamento - substância química e

medicamento-medicamento (FUCHS; WANNMACHER, 2010). O risco da ocorrência

e da gravidade das interações medicamentosas depende de alguns fatores: o

número de medicações prescritas, duração do tratamento, idade do paciente e

estados de doença (HAMMES et al., 2008).

As interações medicamentosas podem ser classificadas como benéficas,

quando o resultado diminui os efeitos indesejados e amplia a eficácia do tratamento;

ou prejudiciais, quando ocorre a potencialização do efeito causando toxicidade,

diminuindo a eficácia terapêutica ou causarem reações adversas em diversos níveis

de gravidade (RODRIGUES; PINHO, 2013).

As interações medicamentosas podem ser classificadas de acordo com a

severidade em:

MAIORES OU GRAVES – quando pode oferecer risco à vida e/ou dano

irreversível, requerendo intervenção médica urgente para minimizar os efeitos

adversos graves.

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MODERADAS – quando podem causar uma piora do estado clínico do

paciente e/ou pode requerer tratamento adicional, hospitalização, ou se o

paciente já estiver internado levar a um tempo maior de internação.

MENORES OU LEVES – quando os efeitos clínicos são pequenos e a

consequência pode ser um desconforto para o paciente, mas não requerem

alterações importantes na terapia (SILVA et al., 2010).

Hammes et al. (2008, p. 351) observou em seu estudo 188 interações

medicamentosas potenciais (IMP); destas, 96 interações eram moderadas e 29

interações graves. Entre as 10 IMP graves mais frequentes encontrava-se a

digoxina, um fármaco que apresenta janela terapêutica estreita.

3.4 Janela terapêutica estreita ou baixo índice terapêutico

O intervalo de concentração que garante a eficácia sem que ocorra a

toxicidade pelo uso de um determinado fármaco denomina-se janela terapêutica.

Alguns fármacos apresentam uma janela terapêutica estreita, ou seja, há uma

pequena diferença entre a concentração eficaz e a concentração tóxica. Portanto,

as doses devem ser cuidadosamente tituladas e o controle rigoroso é geralmente

necessário (GOODMAN e GILMAN, 2007).

Com a finalidade de relatar sobre os problemas relacionados aos

medicamentos (PRM), Blix et al. (2010), avaliaram pacientes que estavam usando

um ou mais medicamentos com baixo índice terapêutico e pacientes que não

utilizavam medicamentos de baixo índice terapêutico.

As três categorias de PRM encontradas com maior frequência foram dose

não ideal, interação medicamentosa e necessidade de monitoramento, e estes

estavam associados aos medicamentos de baixo índice terapêutico. A necessidade

de monitoramento foi observada em 23% dos casos que utilizavam medicamentos

de baixo índice terapêutico, e de 2% para os medicamentos sem índice terapêutico

baixo. Os medicamentos de baixo índice terapêutico estavam ligados à interação

medicamentosa em 14% dos casos e na dose não ideal em 8%, enquanto que os

números para os medicamentos sem índice terapêutico baixo foram de 2% para

interação medicamentosa e 5% para dose não ideal (BLIX et al., 2010).

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As substâncias de baixo índice terapêutico são: ácido valpróico, aminofilina,

carbamazepina, ciclosporina, clindamicina, clonidina, clozapina, digoxina,

disopiramida, fenitoína, lítio, minoxidil, oxcarbazepina, prazosin, primidona,

procainamida, quinidina, teofilina, verapamil (cloridrato) e varfarina (BRASIL,

ANVISA Resolução-RDC nº67 de 08/10/2007).

3.5 Uso racional de medicamentos

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais da metade de todos

os medicamentos são incorretamente prescritos, dispensados e vendidos; e metade

dos pacientes utilizam os medicamentos de forma incorreta. O uso incorreto de

medicamentos deve-se comumente a polifarmacoterapia, uso indiscriminado de

medicamentos, prescrição não orientada e automedicação inapropriada (WORLD

HEALTH ORGANIZATION, 2010).

O uso racional de medicamentos é definido como um processo que

compreende a prescrição apropriada; a disponibilidade oportuna e a preços

acessíveis; a dispensação em condições adequadas; e o conjunto de doses

indicadas, nos intervalos definidos e no período de tempo indicado de

medicamentos eficazes, seguros e de qualidade (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2010).

Para o usuário, a escolha racional proporciona mais garantia de benefício

terapêutico (eficácia e segurança) com menor custo, contribuindo para a

integralidade do cuidado à saúde. Institucionalmente, há melhoria do padrão de

atendimento, maior resolubilidade do sistema e significativa redução de gastos. Em

plano nacional, condutas racionais acarretam consequências positivas sobre

mortalidade, morbidade e qualidade de vida da população, aumentando a confiança

do usuário na atenção pública à saúde (BRASIL, Ministério da Saúde. Normas e

Manuais Técnicos, 2012).

Por meio de estratégias simples e de baixo custo, é possível promover o uso

racional de medicamentos, sendo fundamental o papel do profissional farmacêutico,

seja na orientação, durante a dispensação; seja educando a comunidade sobre o

uso de medicamentos. Uma das maneiras de o farmacêutico promover o uso

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racional de medicamentos é informando aos pacientes, na hora da dispensação dos

medicamentos, sobre os benefícios do uso correto dos mesmos (JOÃO, 2010).

Para a OMS, a forma mais efetiva de melhorar o uso de medicamentos na

atenção primária em países em desenvolvimento é a combinação de educação e

supervisão dos profissionais de saúde, educação do consumidor e garantia de

adequado acesso a medicamentos apropriados. (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 2010).

3.6 Digoxina

A digoxina é um fármaco com baixo índice terapêutico, de baixa dosagem e

alta potência (BRASIL, ANVISA Resolução-RDC nº 67 de 08/10/2007) sendo

considerado um fármaco de alto risco, onde a relação risco-benefício deve ser

cuidadosamente avaliada (SANTOS et al., 2012).

A cinética de digitálicos pode ser alterada por outros fármacos que são

indutores enzimáticos, como o fenobarbital, a espironolactona, a fenitoína, entre

outros, ou seja, estes fármacos aceleram a biotransformação dos digitálicos e,

consequentemente, aumentam sua depuração corporal. A redução acentuada do

tempo de meia-vida (t1/2) dos digitálicos pode interferir na sua eficácia (OGA;

BASILE; CARVALHO, 2002). É o que ocorre em pacientes com insuficiência

cardíaca em tratamento com vasodilatadores, onde a eliminação da digoxina é

aumentada, exigindo assim ajuste de dose (GOODMAN e GILMAN, 2007).

A excreção da digoxina é por via renal, e em sua maior parte sem alterações,

portanto, as concentrações séricas devem ser cuidadosamente monitoradas em

pacientes com insuficiência renal (GOODMAN e GILMAN, 2007) e o ajuste de dose

deve ser realizado para evitar a intoxicação pela digoxina (FUCHS;

WANNMACHER, 2010).

Pacientes que estão sendo tratados, há algum tempo, com este tipo de

cardiotônico e passarem a receber diurético potente poderão apresentar um quadro

de intoxicação digitálica. Isto ocorre porque os diuréticos removem rapidamente a

água dos tecidos e juntamente com a água retiram o fármaco que estava depositado

nos tecidos, elevando assim, seu nível plasmático e promovendo efeitos tóxicos. Por

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outro lado, pacientes que tomam diurético tipo sulfonamídico, há algum tempo, ao

receberem digitálico, podem apresentar arritmia cardíaca. Esse efeito ocorre devido

ao aumento da sensibilidade do miocárdio, em consequência da perda de potássio,

causada pelo diurético (OGA; BASILE; CARVALHO, 2002).

A digoxina está comumente relacionada em diversas interações

medicamentosas, estando presente em 1,18% do total das prescrições,

principalmente naquelas que envolvem a farmacocinética e podem aumentar as

concentrações séricas da digoxina, como em associações com medicamentos como

o verapamil, a espironolactona, entre outros (GOODMAN e GILMAN, 2007;

SANTOS et al., 2012).

Segundo estudo de Sehn et al (2003, p. 80), dos 81 fármacos prescritos, 10

estavam envolvidos em 83% das interações medicamentosas potenciais. Entre as

interações que foram classificadas como grave (3,2%) observou-se o envolvimento

da digoxina em 15,3% das interações encontradas.

3.7 Verapamil

Verapamil é um fármaco com função vasodilatadora (GOODMAN e GILMAN,

2007; FUCHS; WANNMACHER, 2010) de baixo índice terapêutico, alta dosagem e

baixa potência (BRASIL, ANVISA Resolução-RDC nº 67 de 08/10/2007). Possui

ação antagonista, ou seja, bloqueia os canais de Ca2+

impedindo a entrada do Ca2+

para o interior do miócito cardíaco, causando assim, o relaxamento do músculo liso

arterial, e consequentemente, diminui a velocidade de condução atrioventricular

levando a uma redução da frequência cardíaca (GOODMAN e GILMAN, 2007).

Os antagonistas de canais de cálcio são usados em tratamento da

hipertensão, angina, arritmias cardíacas para controlar a frequência cardíaca na

fibrilação atrial. O verapamil é uma boa opção para o tratamento da hipertensão no

paciente idoso. Não causa retenção de sódio e não possui efeito nocivo à função

renal, podendo ser usado sem correção de dose (BOMBING; PÓVOA, 2009).

Verapamil liga-se fortemente às proteínas plasmáticas (70-98%) e apesar de

sofrer metabolismo de primeira passagem, sua excreção na maior parte (70%) é

renal, sendo 3-4% excretado de forma inalterada (GOODMAN e GILMAN, 2007;

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FUCHS; WANNMACHER, 2010). A P-glicoproteína é uma enzima transportadora

responsável pela depuração de diversos fármacos, dentre eles a digoxina. O

verapamil age sobre esta enzima bloqueando-a, consequentemente o verapamil

inibe a eliminação destes fármacos do organismo podendo causar toxicidade

(GOODMAN e GILMAN, 2007).

3.8 Varfarina

Os anticoagulantes orais são antagonistas da vitamina K, diminuindo em 30-

50% a quantidade total de cada fator de coagulação dependente desta vitamina

(GOODMANN e GILMAN, 2007). A varfarina é o protótipo dos anticoagulantes orais,

sendo o medicamento prescrito com maior frequência, este fármaco está entre as

drogas com maior número de interações medicamentosas, as quais estão

relacionadas à forte ligação com proteínas plasmáticas (99%), especialmente à

albumina (GOODMAN e GILMAN, 2007). É um fármaco com baixo índice

terapêutico, de baixa dosagem e alta potência (BRASIL, ANVISA Resolução-RDC nº

67 de 08/10/2007),

Interações que interferem na ação da varfarina incluem alterações na

absorção, a presença de alimento no trato gastrointestinal diminui o efeito

coagulante; no metabolismo, por indução da isoenzima CYP2C9 aumenta a

metabolização da varfarina, reduzindo sua atividade anticoagulante, por inibição da

isoenzima CYP2C9 aumenta o efeito anticoagulante; no transporte, se houver um

fármaco que também se liga à albumina plasmática, este fármaco desloca a

varfarina, provocando um aumento em sua concentração livre e atividade

anticoagulante (GOODMAN e GILMAN, 2007).

Tendo em vista a alta taxa de drogas que apresentam um alto potencial de

interagir com a varfarina, é necessário um maior cuidado para evitar reações

adversas. É apropriado que o efeito anticoagulante seja monitorado frequentemente

em pacientes que utilizam varias drogas ou que mudaram algumas das drogas do

tratamento (TELES et al., 2012).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização deste trabalho foi realizado um estudo de caráter

exploratório, descritivo, quantitativo e retrospectivo sobre as interações

medicamentosas em prescrições médicas de pacientes que se consultaram nas

Unidades Básicas de Saúde (UBS), e que continham os medicamentos de baixo

índice terapêutico: digoxina, verapamil e varfarina. Os dados para o referido trabalho

foram obtidos a partir da análise das prescrições médicas em receituário comum

arquivadas na Farmácia-Escola da cidade de Lajeado/RS.

A Farmácia-escola é uma parceria entre o Centro Universitário UNIVATES, a

Prefeitura Municipal de Lajeado e o Ministério Público Federal com o objetivo de

disponibilizar aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) o serviço de atenção

farmacêutica, buscando o uso racional de medicamentos (UNIVATES).

Através da Farmácia-escola, os usuários do SUS do município de Lajeado

possuem acesso a medicamentos que fazem parte da Relação Municipal de

Medicamentos Essenciais (REMUME) e ao serviço de seguimento

farmacoterapêutico (UNIVATES).

Os dados correspondem às prescrições de usuários de ambos os gêneros

que continham medicamentos de baixo índice terapêutico que não necessitam de

receituário de controle especial e foram dispensados pela Farmácia-escola no

período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012, prescritas por médicos

das UBS da cidade de Lajeado/RS. Através da pesquisa, obtiveram-se os dados

como gênero, número de medicamentos por prescrição e interações

medicamentosas entre os medicamentos de baixo índice terapêutico e outros

medicamentos contidos na REMUME (Anexo A) do município e que foram

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dispensados.

Foram excluídas da pesquisa as prescrições que não apresentavam

medicamentos de baixo índice terapêutico, as prescrições com medicamentos de

baixo índice terapêutico que necessitam de receituário de controle especial, as

prescrições ilegíveis e que foram prescritas antes ou após o período 01/01/2012 à

31/12/2012.

O banco de dados foi registrado em planilhas do software Microsoft Office

Excel® 2007 a partir das combinações dos fármacos observados em cada

prescrição. Após foram construídas tabelas com média e frequência para fins de

análise de dados.

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5 RESULTADOS

O estudo analisou 12.759 prescrições arquivadas na Farmácia-escola do

município de Lajeado/RS, destas 216 (1,7%) prescrições continham um ou dois dos

medicamentos de baixo índice terapêutico de interesse para o estudo. Das

prescrições analisadas, 93 prescrições eram de usuários do sexo masculino e 121

prescrições eram de usuários do sexo feminino, sendo que, em 2 prescrições não

foi possível identificar o gênero do usuário.

Constatou-se que 4,2% das prescrições se baseavam na monoterapia,

enquanto que 95,8% das prescrições se baseavam na politerapia. A quantidade de

medicamentos por prescrição variou de 1 a 10, com uma média de 5,2

medicamentos/prescrição. Do total de prescrições médicas avaliadas (216), 59,1%

das prescrições contendo de 1 a 3 medicamentos apresentaram interações

medicamentosas, assim como 99,0% das prescrições contendo de 4 a 6

medicamentos prescritos e 98,5% das prescrições contendo de 7 a 10

medicamentos por prescrição apresentaram interação (Tabela1).

Tabela 1 - Relação entre o número de medicamentos prescritos e a presença de

interação medicamentosa em prescrições contendo medicamentos de baixo índice

terapêutico

Número de medicamentos prescritos

Número de prescrições (%)

Número de prescrições com interações

% de interações

1 – 3 44 (20,4) 26 59,1

4 – 6 106 (49,1) 105 99,0

7 – 10 66 (30,5) 65 98,5

Total 216 (100) 196 -

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa.

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As prescrições contendo os medicamentos de baixo índice terapêutico -

digoxina varfarina e verapamil foram analisadas quanto à presença ou não de

interação medicamentosa (IM). Constatou-se que 196 (91,0%) prescrições

apresentaram alguma interação entre os medicamentos prescritos (Figura 1). As

prescrições apresentaram uma média de 2,5 IM/prescrição.

Figura 1 – Relação entre a presença ou não de interações medicamentosas (IM) em

prescrições contendo medicamentos de baixo índice terapêutico

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa.

A tabela 2 apresenta a relação entre o gênero do usuário, o número de

prescrições contendo interação medicamentosa e o número de medicamentos de

baixo índice terapêutico que apresentaram interação para cada gênero. As

prescrições que apresentaram mais interação para as mulheres continham a

digoxina (58,2%) seguida do verapamil (25,5%) e da varfarina (20,0%) enquanto que

para os homens as prescrições que apresentaram mais interação continham os

medicamentos digoxina (53,0%), seguido da varfarina (38,6%) e do verapamil

(15,7%). Neste caso, o somatório do percentual das prescrições dos medicamentos

digoxina, varfarina e verapamil são superiores a 100%, pois algumas prescrições

continham até dois medicamentos de baixo índice terapêutico.

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Tabela 2 - Relação entre o gênero do usuário, o número de prescrições contendo

interação medicamentosa (IM) e o número de medicamentos de baixo índice

terapêutico que apresentaram interação para cada gênero

Gênero

Prescrições com

IM

Medicamento

Digoxina

Medicamento

Varfarina

Medicamento

Verapamil

n % n % n % n %

Masculino 83 (89,2) 44 (53,0) 32 (38,6) 13 (15,7)

Feminino 110 (90,9) 64 (58,2) 22 (20,0) 28 (25,5)

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa.

A frequência em que os fármacos digoxina, varfarina e verapamil

apresentaram interação com outro medicamento da REMUME está apresentada na

Figura 2, pode-se observar que a digoxina é o fármaco com maior número de

prescrições que apresentam interação, seguido da varfarina e do verapamil.

Observou-se a presença da varfarina em 65 prescrições, destas 57 (87,7%)

apresentaram interação com pelo menos um medicamento na mesma prescrição. A

digoxina estava presente em 116 prescrições, destas 110 (94,8%) prescrições

apresentaram interação. O verapamil estava presente em 46 prescrições, destas 40

(86,9%) prescrições apresentaram interação com pelo menos um medicamento da

mesma prescrição.

Figura 2 – Frequência de interações medicamentosas (IM) entre os medicamentos

digoxina, varfarina e verapamil e outros medicamentos da REMUME encontradas

em prescrições médicas

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa.

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Os medicamentos de baixo índice terapêutico verapamil, digoxina e varfarina

apresentaram um total de 35 interações com medicamentos contidos na lista da

REMUME do município que estavam prescritos na mesma prescrição médica. As

associações encontradas estão apresentadas na tabela 3. A digoxina apresentou

interação com 12 medicamentos, enquanto que a varfarina e o verapamil

apresentam interações com 19 e 5 medicamentos, respectivamente.

Tabela 3 – Frequência de associações com interação medicamentosa observada

em prescrições contendo medicamentos de baixo índice terapêutico

Associação Número de prescrições

Classificação da interação

Digoxina / Omeprazol 59 Moderada²,³

Digoxina / Furosemida 57 Grave²,³

Digoxina / Ácido acetilsalicílico (AAS) 52 Moderada² (não estabelecida)

Digoxina / Enalapril 47 Moderada²,³

Digoxina / Espironolactona 35 Grave²

Digoxina / Sinvastatina 29 Moderada²,³

Verapamil / Ácido acetilsalicílico (AAS) 29 Moderada¹,²

Digoxina / Hidroclorotiazida (HCTZ) 27 Grave¹,²,³

Varfarina / Furosemida 26 Leve²

Varfarina / Sinvastatina 23 Leve²

Varfarina / Omeprazol 22 Moderada¹,²,³

Digoxina / Captopril 19 Moderada²,³; Grave² em caso de IR*

Varfarina / Metoprolol 17 Leve²

Verapamil / Ibuprofeno 15 Leve¹,²

Verapamil / Sinvastatina 13 Moderada² - Grave¹,³

Digoxina / Ibuprofeno 11 Leve²,³

Varfarina / Metformina 11 Leve²

Varfarina / Paracetamol 9 Moderada¹,²

Varfarina / Insulina NPH 7 Moderada¹,²

Varfarina / Glibenclamida 6 Leve² - Moderada¹

Varfarina / Espironolactona 5 Leve²

Varfarina / Ibuprofeno 5 Moderada¹,²

Varfarina / Insulina regular 5 Moderada¹,²

Digoxina / Salbutamol 4 Moderada²,³

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Associação Número de prescrições

Classificação da interação

Varfarina / Alopurinol 3 Grave¹,²

Verapamil / Propranolol 2 Moderada¹,²,³

Varfarina / Atenolol 2 Leve²

Varfarina / Propranolol 2 Leve²

Verapamil / Digoxina 1 Grave¹,³

Varfarina / Ácido acetilsalicílico (AAS) 1 Grave¹,²

Varfarina / Amitriptilina 1 Moderada¹,²

Varfarina / Carbamazepina 1 Moderada¹,²

Varfarina / Dexametasona 1 Moderada² (não estabelecida)

Varfarina / Penicilina 1 Leve²

Digoxina / Propranolol 1 Moderada²,³

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa.

¹ Guia de Interações Medicamentosas, 2011; ² Stockley, 2007; ³ Formighieri, 2008

* IR = insuficiência renal

De acordo com a literatura consultada as interações medicamentosas

encontradas nas prescrições médicas foram classificadas quanto a sua severidade,

a figura 3 demonstra a porcentagem desta classificação.

Figura 3 – Percentagem de interações medicamentosas encontradas em

prescrições classificadas de acordo com a severidade

Fonte: Elaborado pela autora com base nos dados da pesquisa.

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6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A quantidade de prescrições contendo os medicamentos de baixo índice

terapêutico – digoxina, varafrina e verapamil foi pequena (1,7%). Blix et al. (2010)

relatou em seu estudo que a quantidade de prescrições contendo os medicamentos

de baixo índice terapêutico era muito pequena quando comparada ao total de

prescrições que apresentavam interações. As prescrições analisadas eram de

usuários de ambos os gêneros, sendo a porcentagem feminina (56%) um pouco

maior que a masculina (43,1%) nas prescrições de medicamentos de baixo índice

terapêutico.

As prescrições baseadas na polifarmacoterapia representaram 95,8% do total

das prescrições, similar às proporções relatadas no estudo de Santos et al. (2012).

Uma análise em prescrições médicas de usuários hipertensos da farmácia

comunitária do Centro Médico Social Comunitário do município de Pradópolis/SP

relatou que 83,7% das prescrições se baseavam na polifarmacoterapia (SANTOS et

al, 2012). A adesão ao tratamento é afetada diretamente de acordo com o número

de medicamentos utilizados, quanto maior o número de medicamentos prescritos,

menor é a adesão do usuário ao tratamento proposto. Ocasionando uma demora a

resposta ou falha naterapia aplicada.

Segundo Hammes et al. (2008) o risco da ocorrência e da severidade das

interações medicamentosas depende de alguns fatores, entre os quais, o número de

medicamentos prescritos. Conforme observado na Tabela 1, à medida que foram

acrescentados medicamentos a terapia o percentual de interações aumentou,

59,1% das prescrições contendo até três medicamentos apresentaram interação

medicamentosa, este percentual aumentou para 99% para as prescrições contendo

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de quatro a seis medicamentos. Observa-se ainda que 49,1% das prescrições

analisadas continham de quatro a seis medicamentos.

As prescrições que apresentaram uma ou mais interações medicamentosas

representaram 91% das prescrições analisadas, com uma média de 2,5

IM/prescrição, valores próximos ao encontrado em outros estudos. Sehn et al.

(2003) realizou um estudo no Hospital de Clínicas de Porto Alegre onde constatou

que 65% das prescrições continham pelo menos uma interação medicamentosa

com uma média de 3,1IM/prescrição. Hammes et al. (2008) avaliou prescrições de

pacientes de três UTI de Joinville/SC e constatou que 72,5% das prescrições

apresentaram alguma interação medicamentosa potencial.

Analisando o perfil farmacológico dos usuários (Tabela 2) verificou-se que a

prescrição medicamentosa para tratamento de doenças cardiovasculares foi

distribuída para ambos os gêneros, sendo maior a porcentagem feminina em

tratamento da hipertensão, arritmia e insuficiência cardíaca. Enquanto os homens

apresentaram maior porcentagem em tratamento de tromboembolismo. Segundo

dados do IBGE, em 2007, a insuficiência cardíaca congestiva em pessoas com mais

de 60 anos foi a causa mais comum de internação hospitalar em pessoas acima de

80 anos, causou 27% das internações em mulheres e 33% em homens. Em 2008,

24,0% das mulheres e 17,3% dos homens com idade ≥20 anos e cerca de metade

dos homens e mais da metade das mulheres com idade ≥60 anos relataram

diagnóstico prévio de hipertensão.

Ao ser analisada as prescrições quanto o grau de severidade das interações

observou-se que 50% das interações encontradas apresentaram grau de severidade

moderada, ou seja, podem causar uma piora do estado clínico do paciente e/ou

pode requerer tratamento adicional. Este percentual está próximo ao encontrado em

um estudo realizado por Sehn et al. (2003) no Hospital de Clínicas de Porto Alegre,

onde 48,4% das interações apresentaram risco moderado.

A Tabela 3 apresenta as interações das prescrições analisadas, foram

encontradas 12 interações para a digoxina, destas 5 graves e 7 moderadas, para a

varfarina foram encontradas 19 interações, destas 2 graves e 9 moderadas, e para o

verapamil foram encontradas 5 interações, destas 2 graves e 3 moderadas. As

associações que apresentaram interações com grau de severidade grave e

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moderada foram detalhadas quanto aos seus efeitos e necessidades de cuidados.

DIGOXINA X ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) – Severidade: Moderada. O

AAS pode causar pequenos aumentos nas concentrações séricas de digoxina em

função da diminuição da excreção renal. Monitorar os níveis plasmáticos da digoxina

(STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X CAPTOPRIL – Severidade: Moderada e em caso de

insuficiência renal (IR) é considerada grave. Os níveis plasmáticos de digoxina

podem ser aumentados em até 20%, principalmente em usuários com IR. Apesar do

mecanismo ainda ser desconhecido, a depuração renal da digoxina pode ser

alterada. Devem-se monitorar os níveis plasmáticos de digoxina (FORMIGHIERI,

2008; STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X ENALAPRIL – Severidade: Moderada. Os níveis plasmáticos de

digoxina podem ser aumentados. Seu mecanismo ainda é desconhecido, sobretudo

sabe-se a depuração renal da digoxina é alterada pela diminuição da filtração da

digoxina. Devendo ser monitorado os níveis plasmáticos da digoxina

(FORMIGHIERI, 2008; STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X ESPIRONOLACTONA – Severidade: Grave. Os níveis

plasmáticos de digoxina podem ser aumentados em até 25%, decorrente da inibição

da excreção renal de digoxina, esta redução é de aproximadamente 13%. A

espironolactona e seus metabólitos podem interferir em exames laboratoriais para

determinar as concentrações plasmáticas de digoxina, estes resultados são difíceis

de avaliar (STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X FUROSEMIDA – Severidade: Grave. Os efeitos tóxicos

decorrentes da digoxina (náuseas, vômitos, arritmias cardíacas) podem ocorrer

devido ao aumento da excreção urinária de potássio e magnésio, afetando a ação

do músculo cardíaco. Medir os níveis plasmáticos de potássio e de magnésio

(administrar suplemento aos pacientes que apresentarem níveis diminuídos).

Prevenir futuras perdas com restrição de sódio na dieta ou com o uso de diuréticos

poupadores de potássio (FORMIGHIERI, 2008; STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X HIDROCLOROTIAZIDA (HCTZ) – Severidade: Grave. Pode

aumentar os níveis de digoxina, com consequentes efeitos tóxicos (náuseas,

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vômitos, arritmias cardíacas), devido ao aumento da excreção urinária de potássio e

magnésio, afetando a ação do músculo cardíaco. Devem-se medir os níveis

plasmáticos de potássio e de magnésio (administrar suplemento aos pacientes que

apresentarem níveis diminuídos). Prevenir futuras perdas com restrição de sódio na

dieta ou com o uso de diuréticos poupadores de potássio. O ajuste de dose da

digoxina pode ser necessário (FORMIGHIERI, 2008; GUIA DE INTERAÇÕES, 2011;

STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X OMEPRAZOL – Severidade: Moderada. O aumento do pH

gástrico diminui a hidrólise da digoxina aumentando a sua absorção, podendo

aumentar os níveis séricos da digoxina, com consequente risco de intoxicação. A

magnitude dos efeitos esperados não é clinicamente importante na maioria dos

casos. No entanto, devido à estreita janela terapêutica da digoxina, deve-se ficar

atento a possíveis indícios de intoxicação (FORMIGHIERI, 2008; STOCKLEY,

2007).

DIGOXINA X PROPRANOLOL – Severidade: Moderada. Os níveis séricos de

digoxina podem ser aumentados decorrentes do aumento da biodisponibilidade de

digoxina, podendo resultar em bloqueio atrioventricular, bradicardia e possível

toxicidade. Monitorar concentrações séricas de digoxina e possíveis sinais de

intoxicação (FORMIGHIERI, 2008; STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X SALBUTAMOL – Severidade: Moderada. O salbutamol pode

diminuir os níveis séricos de digoxina (diminuindo seus efeitos terapêuticos) e

reduzir as concentrações séricas de potássio, esta diminuição pode afetar a

resposta a digoxina causando efeitos tóxicos. Devem-se monitorar os níveis séricos

e a eficácia clínica da digoxina e ajustar a dose se necessário (FORMIGHIERI,

2008; STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X SINVASTATINA – Severidade: Moderada. Pode ocorrer

aumento do risco de toxicidade decorrente ao aumento da concentração sérica da

digoxina. Monitorar concentrações séricas de digoxina (FORMIGHIERI, 2008;

STOCKLEY, 2007).

DIGOXINA X VERAPAMIL – Severidade: Grave. Verapamil pode aumentar as

concentrações séricas de digoxina com consequente intoxicação, esta associação

potencializa a diminuição da condução atrioventricular. Monitorar as concentrações

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plasmáticas de digoxina e observar possíveis sinais de arritmia. Ajustar doses se

necessário, podendo diminuir a dosagem de digoxina (FORMIGHIERI, 2008; GUIA

DE INTERAÇÕES, 2011).

VERAPAMIL X ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) – Severidade: Moderada.

Administrado de forma simultânea aumentam os riscos de hemorragias e

equimoses, devido à inibição da agregação de plaquetas, pelo aumento dos efeitos

antiplaquetários do AAS. Monitorar o aumento dos efeitos antiplaquetários (GUIA

DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VERAPAMIL X PROPRANOLOL – Severidade: Grave. Administrado de forma

simultânea pode ocasionar hipotensão, bradicardia e insuficiência cardíaca,

podendo ser potencializados os efeitos farmacológicos de ambos. Há a

possibilidade de sinergismo ou adição de efeitos. Monitorar função cardíaca e

diminuir as doses, conforme necessidade (FORMIGHIERI, 2008; GUIA DE

INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VERAPAMIL X SINVASTATINA – Severidade: Moderada a grave. Verapamil

pode aumentar as concentrações plasmáticas de sinvastatina, aumentando o risco

de desenvolvimento de efeitos tóxicos, como miopatia e rabdomiólise,

possivelmente através da inibição do metabolismo de primeira passagem (CYP3A4)

da sinvastatina. Caso a administração simultânea não possa ser evitada, monitorar

a ocorrência de toxicidade e os níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK). Por

CYP3A4 não ser a principal isoenzima responsável pelo metabolismo da

pravastatina nem da fluvastatina, estes podem ser alternativas terapêuticas mais

seguras que a sinvastatina (por ser menos suscetível à interação) (FORMIGHIERI,

2008; GUIA DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS) – Severidade: Grave. Pode

causar lesão na parede estomacal, aumento de 3 a 5 vezes o risco de hemorragias,

devido a diminuição da agregação plaquetária. Os efeitos do AAS podem somar-se

ao efeito da varfarina. Caso a administração simultânea não possa ser evitada,

utilizar doses mais baixas de AAS e monitorar evidências de sangramento (GUIA DE

INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X ALOPURINOL – Severidade: Grave. Risco de sangramento

devido à diminuição da quantidade de protrombina no sangue. Alopurinol inibe o

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metabolismo hepático da varfarina, prolongando seu tempo de meia-vida. Monitorar

o tempo de protrombina (GUIA DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X AMITRIPTILINA – Severidade: Moderada. Aumenta risco de

hemorragia. A amitrptilina pode causar um aumento imprevisível no tempo de

protrombina pela inibição do metabolismo da varfarina, sendo mais difícil controlar a

ação anticoagulante da varfarina. Monitorar o tempo de protrombina e evidencias de

sangramentos (GUIA DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X CARBAMAZEPINA – Severidade: Moderada. Os efeitos

anticoagulantes de varfarina podem ser reduzidos em aproximadamente 50%. A

carbamazepina aumenta o metabolismo hepático da varfarina e, portanto, aumenta

a sua eliminação do corpo, reduzindo os seus efeitos. É conveniente controlar a

resposta anticoagulante, caso a carbamazepina seja adicionada ao tratamento com

varfarina, prevendo a necessidade de duplicar a dose da varfarina (GUIA DE

INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X DEXAMETASONA – Severidade: Moderada. Pode haver um

pequeno aumento na anticoagulação quando forem administrados simultaneamente.

Recomenda-se monitorar os níveis de protombina no sangue (STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X GLIBENCLAMIDA – Severidade: Moderada. Aumento do risco

hemorrágico. Monitorar o tempo de protrombina e aumento das evidências de

sangramento (GUIA DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X IBUPROFENO – Severidade: Moderada. O uso simultâneo

pode aumentar o risco hemorrágico, principalmente gastrointestinal. Monitorar o

tempo de protrombina (GUIA DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X INSULINA – Severidade: Moderada. Aumento do efeito

hipoglicimiante (pode ocorrer cefaleia, tontura, náuseas, sudorese e palpitações).

Monitorar a glicemia, a dose de insulina pode necessitar de ajuste (GUIA DE

INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X OMEPRAZOL – Severidade: Moderada. Omeprazol pode

aumentar o tempo de meia-vida da varfarina e consequentemente causar

diminuição da quantidade de protrombina no sangue. Monitorar os parâmetros de

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anticoagulação quando o omeprazol for adicionado ou descontinuado. Deve-se

ajustar a dose da varfarina adequadamente (FORMIGHIERI, 2008; GUIA DE

INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

VARFARINA X PARACETAMOL – Severidade: Moderada. Aumento do efeito

anticoagulante da varfarina pelo aumento significativo do tempo de protrombina.

Monitorar o aumento dos efeitos terapêuticos através do acompanhamento da

atividade protrombina (GUIA DE INTERAÇÕES, 2011; STOCKLEY, 2007).

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7 CONCLUSÃO

De acordo com os objetivos desta pesquisa, evidenciou-se que prescrições

contendo os medicamentos de baixo índice terapêutico – digoxina, varfarina e

verpamil apresentam uma quantidade significativa de interações moderadas a

graves. Deste modo, destaca-se a necessidade da avaliação quanto ao uso racional

de medicamentos e à presença de interações medicamentosas das prescrições

contendo medicamentos de baixo índice terapêutico.

Diante dos resultados apresentados, são propostas algumas medidas, como

elaboração de uma base de dados, com a finalidade de controlar os riscos de

interações e avaliação individualizada de risco – benefício; o monitoramento clínico

e farmacoterapêutico dos usuários de medicamentos de baixo índice terapêutico,

pois a assistência de uma equipe multiprofissional de saúde deve ser considerada

prioritária para uma terapia segura e eficaz.

Por fim, em que pese à segurança do usuário de medicamentos, acredita-se

fundamental desenvolver meios de educação permanente em saúde a todos os

envolvidos no processo de atenção farmacêutica, visando qualificar o processo por

meio da prescrição racional e uso adequado dos medicamentos.

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REFERÊNCIAS

BLEICH, Genici W. et al. Frequency of potential interactions between drugs in medical prescriptions in a city in southern Brazil. São Paulo Medical Journal, São Paulo, v. 127, n. 4, p. 206 – 210, jul. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?pid=S1516-31802009000400005&script=sci_arttext>. Acesso em: 27 mar. 2013. BLIX, Hege S. et al. Drugs with narrow therapeutic index as indicators in the risk management of hospitalised patients. Pharmacy Practice. v. 8, n. 1, p. 50 – 55, jan./mar. 2010. Disponível em: <pharmacypractice.org/vol08/pdf/050-055.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2013. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). RDC Nº 67 de 8 de outubro de 2007. Dispõe sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 09 de outubro de 2007, Seção 1. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/hotsite/segurancadopaciente/documentos/rdcs/RDC%20N%C2%BA%2067-2007.pdf>. Acesso em: 30 set. 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Uso racional de medicamentos: temas selecionados – Brasília: 2012. 1ª ed. 156 p. – Série A. Normas e Manuais Técnicos. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/uso_racional_medicamentos_temas_selecionados.pdf. Acesso em: 10 dez. 2013. CENTRO UNIVERSITÀRIO UNIVATES. Farmácia-escola. Disponível em: https://www.univates.br/busca?frase=farmacia+escola&x=-938&y=-10. Acesso em: 01 out. 2013. CHEMIN, Beatris F. Manual da Univates para trabalhos acadêmicos: planejamento, elaboração e apresentação. 2º ed. Lajeado: Univates, 2012. E-book. Disponível em: <http://www.univates.br>. Acesso em: 12 jun. 2013. CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Resolução RDC nº357 de 20 de abri de 2001. Disponível em: <http://www.cff.org.br>. Acesso em: 30 set. 2013.

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FORMIGHIERI, Ramon V. Interações relatadas para medicamentos que compõe a lista da Farmácia Popular do Brasil. 2008. 96f. Monografia (Graduação) – Curso de Farmácia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.

FUCHS, Flávio D.; WANNMACHER, Lenita. Farmacologia Clínica: Fundamentos da Terapêutica Racional. 4º ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2010. GIROTTO, Edmarlon; SILVA, Poliana V. A. Prescrição de Medicamentos em um Município do Norte do Paraná. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 226 – 234, jun. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbepid/ v9n2/09.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2013. GOODMAN, Louis S.; GILMAN Alfred. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11º ed. Rio de Janeiro: Mc Graw Hill, 2007. HAMMES, Jean A. et al. Prevalência de Potenciais Interações Medicamentosa Droga-Droga em Unidades de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, São Paulo, v. 20, n. 4, p. 349 – 354, out./dez. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbti/v20n4a06.pdf>. Acesso em: 30 mai. 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil 2009. Estudos e Pesquisas Informação Demográfica e Socioeconômica, n. 25. 2009. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/indic_sociosaude/2009/indicsaude.pdf. Acesso em: 28 out. 2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa nacional por amostra de domicílios (PNAD 2008), um panorama da Saúde no Brasil: acesso e utilização dos serviços, condições de saúde e fatores de risco e proteção à saúde. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. JOÃO, Walter da S. J. Reflexões sobre o Uso Racional de Medicamentos. Pharmacia Brasileira. n. 78 – Set./Out. 2010. Disponível em: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/128/015a016_artigo_dr_walter.pdf. Acesso em: 11 dez. 2013. LEÃO, Danyllo F.L. Avaliação de Interações Medicamentosas Potenciais em Prescrições da Atenção Primária de Vitória da Conquista – BA. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2012. Revista online. Disponível em: <http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/artigo_int.php?id_artigo=12093>. Acesso em: 01 out. 2013. LEÃO, Danyllo F.L. Avaliação de Interações Medicamentosas Potenciais em Prescrições da Atenção Primária de Vitória da Conquista – BA. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 2012. apud FRÖHLICH SE et al. Association between drug prescribing and quality of life in primary care. Pharm World Sci 2010; 32(6): 744-751. MARQUES, Luciene A. M. Atenção Farmacêutica em Distúrbios Menores. 2º ed. São Paulo: Medfarma, 2008.

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MOURA, Cristiano S.; RIBEIRO, Andréia Q.; MAGALHÃES, Sérgia M.S. Avaliação de Interações Medicamentosas Potenciais em Prescrições Médicas do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil). Latin American Journal of Pharmacy, Buenos Aires, v. 26, n. 4, p. 596 – 601, 2007. Disponível em: <http://www.latamjpharm.org/trabajos/26/4LAJOP_26_4_4_3_L0B81ER36G.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2013. OGA, S.; BASILE, A. C.; CARVALHO, M. F. Guia Zanini-Oga de Interações Medicamentosas. São Paulo: Ateneu, 2002. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Atenção Farmacêutica no Brasil: Trilhando Caminhos: Relatório 2001 - 2002. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2002. 46p. Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso em: 01 out. 2013. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica: Proposta. Organização Pan-Americana da Saúde. Brasília: 2002. 24p. Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso em: 01 out. 2013. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Fascículo V - O Percurso Histórico da Atenção Farmacêutica no Mundo e no Brasil / Projeto Farmácia Estabelecimento de Saúde. 1º ed. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo; Organização Pan-Americana de Saúde. Brasília: 2010. 56p. Disponível em: http://www.opas.org.br. Acesso em: 01 out. 2013. RODRIGUES, Maria C.S.; PINHO, Diana L.M. Polifarmacoterapia e Interações Medicamentosas: Perfil de Prescrições Pediátricas de um Hospital de Ensino. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, Brasília, v. 4, n. 1, p. 1616 – 1630, 2013. Disponível em: <gestaoesaude.unb.br/índex.php/ gestaoesaude/index>. Acesso em: 20 abr. 2013. SANTOS, Júlio C.dos; FARIA JUNIOR, M.; RESTINI, Carolina B.A. Potenciais Interações Medicamentosas Identificadas em Prescrições a pacientes Hipertensos. Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, v. 10, n. 4, p. 308 – 317, jul./ago. 2012. Disponível em: <files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2012/v10n4/a3041.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2013. SECOLI, Silvia R. Polifarmácia: Interações e Reações Adversas no Uso de Medicamentos por Idosos. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 63, n. 1, jan./fev. 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-71672010000100023&script=sci_arttext>. Acesso em: 01 out. 2013. SEHN, Rossano et al. Interações Medicamentosas Potenciais em Prescrições de Pacientes Hospitalizados. Infarma. Conselho Federal de Farmácia, v. 15, n. 9-10, p. 77 – 81, set./out. 2003. Disponível em: <http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/ pdf/86/infarma007.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2013. SILVA, Nice M.O. et al. Avaliação de Potenciais Interações Medicamentosas em Prescrições de Pacientes Internadas, em Hospital Público Universitário

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Especializado em Saúde da Mulher, em Campinas – SP. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, São Paulo, v. 31. n. 2, p. 171 – 176, 2010. Disponível em: <serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/índex.php/Cien_Farm/article/viewFile/ 1074/949>. Acesso em: 07 mai. 2013. STOCKLEY. Interacciones farmacológicas. 2ª ed. Barcelona. Pharma Editores: 2007. TELES, Juliana S.; FUKUDA, Ellen Y.; FEDER, David. Varfarina: Perfil Farmacológico e Interações Medicamentosas com Antidepressivos. Einstein, São Paulo, v. 10, n. 1, p. 110 – 115, jan./mar. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082012000100024&lng=pt&nrm=iso& tlng=pt>. Acesso em: 05 abr. 2013. doi: 10.1590/ S1679-45082012000100024.

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Guia de Interações Medicamentosas. Hospital das Clínicas. Goiânia, 2011. Disponível em: http://www.hc.ufg.br/uploads/138/original_Guia_de_Interacoes_Medicamentosas.pdf Acesso em: 30 out. 2013. WORLD HEALTH ORGANIZATION . Medicines: rational use of medicines. Fact sheet. n° 338. May, 2010. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs338/en/print.html> Acesso em: 11 dez. 2013.

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ANEXOS/APÊNDICES

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ANEXO A – Relação Municipal de Medicamentos Essenciais – Lajeado/2012 Ácido acetilsalicílico 100 mg cp

Ácido fólico 5 mg cp

Ácido valpróico 250 mg cáps¹

Ácido valpróico 50 mg / mL xarope¹

Albendazol 40 mg / mL susp oral

Albendazol 400 mg cp

Alendronato de sódio 10 mg cp

Alopurinol 100 mg cp

Amitriptilina 25 mg cp

Amoxicilina 250 mg / 5 mL susp oral

Amoxicilina 500 mg caps

Anlodipino 5 mg cp

Atenolol 50 mg cp

Azitromicina 500 mg cp

Beclometasona 250 mg mcg / dose aerosol

Benzilpenicilina benzatina 1.200.000 UI pó p/ susp inj

Benzilpenicilina procaína + benzilpenicilina potássica 300.000 UI + 1000.000 UI pó

p/ susp inj

Biperideno 2 mg cp

Captopril 25 mg cp

Carbamazepina 200 mg cp¹

Carbamazepina 20 mg / mL susp oral¹

Carbonato de cálcio 500 mg Ca++

cp

Carbonato de cálcio 500 mg CaCO3 + colecalciferol 400 UI cp

Carbonato de lítio 300 mg cp

Cefalexina 50 mg / mL susp oral

Cefalexina 500 mg

Ciprofloxacino 500 mg cp

Clorpromazina 100 mg cp

Clorpromazina 25 mg cp

Clorpromazina 40 mg /mL sol oral

Dexametasona 0,1% creme

Diazepam 5 mg cp

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Digoxina 0,25 mg cp¹

Enalapril 10 mg cp

Espironolactona 25 mg cp

Estriol 1 mg / g creme vaginal

Fenitoína 100 mg cp¹

Fenobarbital 100 mg cp

Fenobarbital 40 mg / mL sol oral gts

Fenoterol 5 mg / mL gts

Fluconazol 150 mg caps

Fluoxetina 20 mg cp

Furosemida 40 mg cp

Glibenclamida 5 mg cp

Haloporinol 5 mg cp

Hidroclorotiazida 25 mg cp

Ibuprofeno 300 mg cp

Ibuprofeno 50 mg / mL sol oral

Ibuprofeno 600 mg cp

Imipramina 25 mg cp

Insulina Humana NPH 100 UI fr/amp

Insulina Humana Regular 100 UI fr/amp

Ipratrópio 0,025% gts

Ivermectina 6 mg cp

Levodopa 100 mg + benzerasida 25 mg cp

Levodopa 250 mg + carbidopa 25 mg cp

Levonorgestrel 0,15 mg + etinilestradiol 0,03 mg drág

Levotiroxina 100 mcg cp

Levotiroxina 25 mcg cp

Loratadina 10 mg cp

Loratadina 5 mg / 5 mL xarope

Losartana potássica 50 mg cp

Medroxiprogesterona 150 mg / mL injetável

Metformina 850 mg cp

Metildopa 250 mg cp

Metoclopramida 10 mg cp

Metoclopramida 10 mg IM injetável

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Metoclopramida 4 mg / mL sol oral

Metoprolol 100 mg cp

Metronidazol 250 mg cp

Metronidazol 400 mg cp

Metronidazol 40 mg / mL susp oral

Metronidazol 5% creme vaginal

Miconazol 2% creme vaginal

Miconazol 2% gel oral

Neomicina + bacitracina 5 mg + 250 UI / g pomada

Nitrofurantoína 100 mg cp

Noretisterona 0,35 mg cp

Omeprazol 20 mg caps

Paracetamol 200 mg / mL sol oral

Paracetamol 500 mg cp

Pasta d’água simples

Permetrina 1% loção

Permetrina 5% loção cremosa

Prednisolona 3 mg / mL sol oral

Prednisona 20 mg cp

Prednisona 5 mg cp

Propranolol 40 mg cp

Sais p/ reidratação oral env pó p/ sol oral p/ 1 litro

Salbutamol 100 mcg / dose aerosol

Sinvastatina 20 mg cp

Solução nasal (NaCl 0,9% + benzalcônio 0,1%)

Sulfadiazina de prata 1% creme

Sulfametoxazol + trimetoprima 400 mg + 80 mg cp

Sulfametoxazol + trimetoprima 40 mg + 8 mg / mL susp oral

Sulfato ferroso 25 mg / mL Fe (II) sol oral

Sulfato ferroso 40 mg Fe (II) cp revestido

Varfarina 5 mg cp¹

Verapamil 80 mg cp¹

1 Medicamentos de baixo índice terapêutico

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ANEXO B - Autorização da Farmácia-Escola

AUTORIZAÇÃO

Pesquisa: Estudo Da Frequência De Interação Medicamentosa Em Prescrições

Médicas Contendo Medicamentos De Baixo Índice Terapêutico

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o (a) Sr (a).

___________________________________, com o cargo de

______________________ após ter tomado conhecimento da pesquisa intitulado:

ESTUDO DA FREQUÊNCIA DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA EM

PRESCRIÇÕES MÉDICAS CONTENDO MEDICAMENTOS DE BAIXO ÍNDICE

TERAPÊUTICO e analisando a repercussão desses casos no contexto da

prescrição e do uso de medicamentos de baixo índice terapêutico, AUTORIZA a

acadêmica VIVIANE BETTI FONTANA do Curso de Farmácia sob orientação do

Prof. Ms. Glademir Schwingel do Centro Universitário Univates, ter acesso as

prescrições médicas dos usuários da Farmácia-Escola.

Fica claro que a instituição Farmácia-Escola pode a qualquer momento retirar a

AUTORIZAÇÃO e ciente de que todas as informações prestadas tornar-se-ão

confidenciais e guardadas por força de sigilo, assegurando que os dados obtidos da

pesquisa serão somente utilizados para este estudo.

Lajeado, 14 de junho de 2013.

____________________________________________________

Responsável pelo estabelecimento

______________________________________________________

Pesquisador-Orientador

__________________________________________________

Orientanda

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ANEXO C - Termo de Compromisso de Utilização de Dados

Projeto: Estudo Da Frequência De Interação Medicamentosa Em Prescrições Médicas Contendo Medicamentos De Baixo Índice Terapêutico

A autora do projeto supracitado se compromete em manter o sigilo total dos dados coletados nas prescrições médicas arquivada na Farmácia-Escola, assim como utilizará única e exclusivamente os achados clínicos com finalidade científica e de desenvolvimento da ciência.

Lajeado, 14 de junho de 2013.

Autora:

Viviane Betti Fontana

CPF: 933.817.940-00

Page 46: ESTUDO DA FREQUÊNCIA DE INTERAÇÃO … · com medicamentos de baixo índice terapêutico (digoxina, verapamil e varfarina) ... 6.22 Atenção Farmacêutica - é um conceito de prática

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APÊNDICE A - Ficha de Avaliação Para Análise das Prescrições

FICHA DE AVALIAÇÃO PARA ANÁLISE DAS PRESCRIÇÕES

NOME SEXO CRM Nº MED.

PRESCRIÇÃO

Nº MED. REMUME

INTERAÇÃO ENTRE FÁRMACOS

Observações: