faculdade de imperatriz facimp - farmÁcia · faculdade de imperatriz facimp disciplina:...

15
Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto 1 Prof. Dr. Paulo Roberto 1 Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3 o Período de Farmácia Prof. Dr. Paulo Roberto 2 Definição ( Definição ( International International Standard Standard Organization Organization – ISO): ISO): São produtos obtidos de partes de plantas São produtos obtidos de partes de plantas através do processo de destilação por através do processo de destilação por arraste com vapor d’água arraste com vapor d’água Misturas complexas de substâncias voláteis, Misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas

Upload: hoanghuong

Post on 19-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 1

Prof. Dr. Paulo Roberto 1

Faculdade de ImperatrizFACIMP

Disciplina: FarmacognosiaProf. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro

3o Período de Farmácia

Prof. Dr. Paulo Roberto 2

Definição (Definição (InternationalInternational Standard Standard OrganizationOrganization –– ISO):ISO):

•• São produtos obtidos de partes de plantas São produtos obtidos de partes de plantas através do processo de destilação por através do processo de destilação por arraste com vapor d’água arraste com vapor d’água

•• Misturas complexas de substâncias voláteis, Misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidaslipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas

Page 2: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 2

Prof. Dr. Paulo Roberto 3

DefiniçãoDefinição: são princípios imediatos de origem vegetal, próprios de vários grupos de espécies, definíveis por um conjunto de propriedades que permitem sua caracterização e isolamento, entre as quais se destacam:

• volatibilidade

• aroma e sabor

• insolubilidade em água (solubilidade limitada)

• solubilidade nos solventes orgânicos usuais

SinonímiaSinonímia: óleos voláteis, óleos etéreos, essências

Prof. Dr. Paulo Roberto 4

CARACTERÍSTICASCARACTERÍSTICASFÍSICOFÍSICO--QUÍMICASQUÍMICAS

•• LÍQUIDOS DE APARÊNCIA OLEOSA À TEMPERATURA LÍQUIDOS DE APARÊNCIA OLEOSA À TEMPERATURA AMBIENTEAMBIENTE

•• VOLATILIDADE ELEVADAVOLATILIDADE ELEVADA

•• AROMA AGRADÁVEL E INTENSOAROMA AGRADÁVEL E INTENSO

•• SOLUBILIDADE EM SOLVENTES ORGÃNICOS DE BAIXA SOLUBILIDADE EM SOLVENTES ORGÃNICOS DE BAIXA POLARIDADEPOLARIDADE

•• SABOR GERALMENTE ACRE E PICANTESABOR GERALMENTE ACRE E PICANTE

•• GERALMENTE INCOLORES OU LEVEMENTE AMARELOSGERALMENTE INCOLORES OU LEVEMENTE AMARELOS

•• INSTÁVEIS AO AR, CALOR, UMIDADE E METAISINSTÁVEIS AO AR, CALOR, UMIDADE E METAIS

•• SÃO OPTICAMENTE ATIVOSSÃO OPTICAMENTE ATIVOS

Page 3: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 3

Prof. Dr. Paulo Roberto 5

Em papel produzem manchas translúcidas de aspecto gorduroso que desaparecem rapidamente por exposição ao ar (diferenciação entre óleo fixo e óleo volátil).

Além dos usos terapêuticos (por via oral, dérmica, inalações, gargarejos, bochechos), são usados como flavorizantes (ex. óleo de limão), na perfumaria (ex. óleo de rosas), como agentes iniciadores na síntese de outros compostos (ex. óleo de terebintina) ou na aromaterapia (vários).

Possuem alto índice de refração e a maioria éopticamente ativa.

Prof. Dr. Paulo Roberto 6

LocalizaçãoLocalização: aparelhos secretores

Células secretoras

Tricomas (pêlos) secretores

Page 4: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 4

Prof. Dr. Paulo Roberto 7

LocalizaçãoLocalização: aparelhos secretores (contin.) - glândulas

Canais secretores

Bolsas secretoras

Prof. Dr. Paulo Roberto 8

ComposiçãoComposição: misturas muito complexas• derivados de terpenóides

• derivados de fenilpropanóides

Fotossíntese

Glicólise

açúcares

Fosfoenolpiruvato

Piruvato

Acetil-CoA

Ciclo dos ác. tricarboxílicos

CO2

CO2 O2

EritrosePO4

Ácido chiquímico

a.a aromáticosa.a. alifáticos

Malonil-CoA

Isopreno

Esqualeno

Carboidratos

Proteínas

Ácidos graxos(lipídeos)

Glicosídeos

Polissacarídeos complexos

Antibióticos aminoglicosídeos

Fenilpropanóides

Alcalóides

Peptídeos

Penicilinas

Cefalosporinas

Gorduras e ceras

Eritromicinas

Tetraciclinas

Antraquinonas

Terpenóides

Esteróides

Page 5: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 5

Prof. Dr. Paulo Roberto 9

CONSTITUIÇÃO QUÍMICA E BIOGÊNESECONSTITUIÇÃO QUÍMICA E BIOGÊNESE

É DEPENDENTE DO ÓLEOÉ DEPENDENTE DO ÓLEO

DERIVADOS FENILPROPANDERIVADOS FENILPROPANÓÓICOSICOS

DERIVADOS TERPENDERIVADOS TERPENÍÍCOS: MONOTERPENOS/ COS: MONOTERPENOS/ DITERPENOS/ SESQUITERPENOSDITERPENOS/ SESQUITERPENOS

OHO

OHOH

OH

Prof. Dr. Paulo Roberto 10

Óleos Voláteis Óleos Voláteis –– BiogêneseBiogênese

ÁCIDO CINÂMICO

P-CUMÁRICOPROPENILBENZENO

ALDEÍDO AROMÁTICO

ALILBENZENO

CUMARINA

Page 6: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 6

Prof. Dr. Paulo Roberto 11

DERIVADOS TERPÊNICOSDERIVADOS TERPÊNICOS

•• TODA SUBSTÂNCIA CUJO ORIGEM BIOSSINTÉTICA TODA SUBSTÂNCIA CUJO ORIGEM BIOSSINTÉTICA DERIVA DE UNIDADES DE ISOPRENODERIVA DE UNIDADES DE ISOPRENO

•• OS COMPOSTOS TERPÊNICOS MAIS FREQUENTES OS COMPOSTOS TERPÊNICOS MAIS FREQUENTES EM ÓLEOS VOLÁTEIS SÃO OS MONOTERPENOS( EM ÓLEOS VOLÁTEIS SÃO OS MONOTERPENOS( ±±90%)E OS SESQUITERPENOS90%)E OS SESQUITERPENOS

Prof. Dr. Paulo Roberto 12

ÓÓLEOS VOLLEOS VOLÁÁTEIS DE ORIGEM TERPÊNICATEIS DE ORIGEM TERPÊNICA

Page 7: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 7

Prof. Dr. Paulo Roberto 13

ClassificaçãoClassificação: quimicamente

• terpenos • acíclicos

mirceno citronelol

CH2OH

geraniol

CH2OH

• monocíclicos

OH

mentol

O

mentona lim oneno

• bicíclicos

cânfora

cineol

O

Prof. Dr. Paulo Roberto 14

Page 8: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 8

Prof. Dr. Paulo Roberto 15

ClassificaçãoClassificação: quimicamente (contin.)

• sesquiterpenos

• derivados do fenilpropano

guaiazuleno

OCH3

HO

eugenol

CHO

OCH3

HO

vanilinasafrol

O

O

• compostos de cadeia longa (até 35 C)

Prof. Dr. Paulo Roberto 16

Page 9: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 9

Prof. Dr. Paulo Roberto 17

FUNÇÕES BIOLÓGICASFUNÇÕES BIOLÓGICAS

•• INIBIDORES DE GERMINAÇÃO (EFEITOS INIBIDORES DE GERMINAÇÃO (EFEITOS ALELOPÁTICOS)ALELOPÁTICOS)

•• PROTEÇÃO CONTRA PREDADORESPROTEÇÃO CONTRA PREDADORES

•• ATRAÇÃO DE POLINIZADORESATRAÇÃO DE POLINIZADORES

•• PROTEÇÃO CONTRA PERDA DE ÁGUA E PROTEÇÃO CONTRA PERDA DE ÁGUA E AUMENTRO DE TEMPERATURAAUMENTRO DE TEMPERATURA

Prof. Dr. Paulo Roberto 18

Métodos de obtençãoMétodos de obtenção:

• destilação por arraste de vapor

• hidrodestilação

• destilação pela água e vapor

• destilação pelo vapor d’água

Page 10: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 10

Prof. Dr. Paulo Roberto 19

APARELHAGEM DE ARRASTE DE VAPOR DAPARELHAGEM DE ARRASTE DE VAPOR D’Á’ÁGUA GUA COM GERACOM GERAÇÇÃO DE VAPOR EXTERNOÃO DE VAPOR EXTERNO

Prof. Dr. Paulo Roberto 20

Métodos de obtençãoMétodos de obtenção: (contin.)

• destilação por arraste de vapor (contin.)

Page 11: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 11

Prof. Dr. Paulo Roberto 21

Métodos de obtençãoMétodos de obtenção: (contin.)

• solventes orgânicos

aparelho de Soxlet decantação

Prof. Dr. Paulo Roberto 22

Métodos de obtençãoMétodos de obtenção: (contin.)

• extração à quente

• extração à frio: “enfleurage”

Page 12: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 12

Prof. Dr. Paulo Roberto 23

produto de alta qualidade

Métodos de obtençãoMétodos de obtenção: (contin.)

• expressão: frutos cítricos

pericarpos prensados

mistura óleo-água separada através de centrifugação, decantação ou destilação

Prof. Dr. Paulo Roberto 24

CO2 é liquefeito através de compressão

CO2 aquecido a 31- 33ºC

extração do óleo

CO2 retorna ao estado gasoso

Métodos de obtençãoMétodos de obtenção: (contin.)

• extração por CO2 supercrítico

Page 13: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 13

Prof. Dr. Paulo Roberto 25

Conservação das essências:Conservação das essências:Principais fatores que os modificam são:

• ar, luz e calor

• metais

• água e impurezas

alterações organolépticasfísicas e químicas

Recomendações:

• guardá-las desidratadas

• ao abrigo do ar e da luz

• a temperaturas baixas

• em embalagens neutras ou completamente cheias

• evitar vedantes de borracha ou couro

Prof. Dr. Paulo Roberto 26

DOSEAMENTODOSEAMENTO: aparelho de Clevenger

DÓLEO < DH2O DÓLEO > DH2O

Page 14: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 14

Prof. Dr. Paulo Roberto 27

DOSEAMENTODOSEAMENTO: aparelho de Clevenger (contin.)

• pesquisar na monografia da essência qual a densidade da mesma (indica qual o tipo de aparelho usar);

• pesquisar na monografia da droga qual o % mínimo de essência exigido;

• fazer o cálculo da tomada da amostra;

• montar o aparelho;

• ligar e deixar em ebulição por 3 horas;

• desligar e esperar esfriar;

• fazer a leitura *;

• fazer o cálculo do doseamento.

Prof. Dr. Paulo Roberto 28

Controle de qualidade:Controle de qualidade:

Da droga:

• identificação

• pesquisa de princípio ativo e doseamento

Do óleo essencial:

• métodos físicos (solubilidade em álcoois, densidade relativa, desvio polarimétrico, índice de refração, ponto de congelamento)

• métodos químicos (índice de acidez, de ésteres etc.)

• métodos cromatográficos

Page 15: Faculdade de Imperatriz FACIMP - FARMÁCIA · Faculdade de Imperatriz FACIMP Disciplina: Farmacognosia Prof. Dr. Paulo Roberto da Silva Ribeiro 3o Período de Farmácia Prof. Dr

Farmacognosia

Prof. Dr. Paulo Roberto 15

Prof. Dr. Paulo Roberto 29

Propriedades farmacológicas:Propriedades farmacológicas:

• ação anti-séptica: timol, citral, geraniol, linalol

• ação rubefaciente: terebentina

• ação secretolítica: eucalipto, anis-estrelado

• ação diurética: zimbro

• espasmolítica e carminativa: camomila, funcho, erva-doce, menta, macela

• ação neurosedante: melissa, capim-limão, lavanda

• ação estimulante do SNC: cânfora

• ação antiinflamatória: camomila

• ação anestésica local: cravo-da-índia

Prof. Dr. Paulo Roberto 30

Toxicidade:Toxicidade:

• reações cutâneas

• irritação: mostarda

• sensibilização: canela, funcho, alho, terebintina

• fototoxicidade: frutos cítricos

• reações no SNC

• efeitos convulsivantes: losna, sálvia, funcho, mangericão crises epileptiformes ou tetaniformes(convulsão), distúrbios sensoriais e psíquicos

• efeitos psicotrópicos: noz-moscada