ficha de identificaÇÃo - operação de migração para o … · 2016-08-15 · ... “qual é a...

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FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Título: UM DESAFIO – METODOLOGIA DE ENSINO DE MATEMATICA NA 3ª SÉRIE NO CURSO DE FORMAÇÃO DE DOCENTES NOS ANOS INICIAIS

Autor Gabriel Ferro

Escola de Atuação Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos – EFMFDT

Município da escola Ipiranga

Núcleo Regional de Educação Ponta Grossa

Orientador Profa.. Ms. Sandra Mara Dias Pedroso

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa

Disciplina/Área Matemática

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar

Público Alvo Alunos da 3ª série da Formação de Docentes

Localização Colégio Estadual Dr. Claudino dos Santos – EFMFDT

Rua João Ribeiro Fonseca, 175.

Apresentação:

()

Os algoritmos da adição, subtração, multiplicação, divisão, referentes ao campo dos números naturais, os conteúdos de frações (números racionais) e a própria tabuada são conteúdos básicos de Matemática e devem ser aprendidos nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Mas, percebe-se que quando os alunos terminam o Ensino Médio ou entram numa Universidade ainda não se apropriaram destes conhecimentos. O principal objetivo deste projeto é trabalhar com a metodologia de Matemática na 3ª série do curso de Formação de Docentes a fim de oportunizar mais uma fonte de conhecimento. Para tanto trabalharemos em formas de oficinas com Materiais Manipulativos, tais como: o ábaco, o material dourado, a Tábua de Multiplicação com Tiras, o Disco de Frações e jogos. Espera-se que com esse estudo os alunos adquiram conhecimentos básicos de Matemática e gosto pela disciplina para que no futuro trabalhem com maior eficácia e prazer.

Palavras-chave Operações aritméticas. Materiais Manipulativos. Ábaco. Material Dourado. Metodologia de Matemática.

APRESENTAÇÃO

Este material visa aproximar um grupo de estudantes do curso de formação

de docentes de material didáticos que os auxiliem no ensino das operações básicas

com números naturais e também apresentar alguns recursos para o ensino de

operações com números racionais.

O primeiro material apresentado é o Ábaco. Com ele daremos ênfase na

escrita de números no sistema posicional e cálculos envolvendo a adição e a

subtração de números naturais a fim de adquirirem conceitos fundamentais para a

compreensão dos algoritmos. Trabalharemos tanto com o ábaco aberto quanto o

fechado.

Para a retomada dos conteúdos de adição e subtração e desenvolvimento

da prática do cálculo mental entraremos com o jogo de Soma 15.

Com Material Dourado daremos ênfase na escrita de números no sistema

posicional e cálculos envolvendo as quatro operações básicas, a adição, subtração,

multiplicação e divisão de números naturais a fim de adquirirem conceitos

fundamentais para a compreensão dos algoritmos.

Para auxiliar o aluno na compreensão dos números retangulares e

quadrados empregaremos a Tábua de Multiplicação com Tiras. Com o manuseio

desse material espera-se que o educando crie conceitos fundamentais para

entendimento destes números e seja capaz de compreender as propriedades

multiplicativas.

Dando continuidade ao processo de auxilio aos alunos na memorização da

tabuada e o cálculo mental e a compreensão da divisão como operação inversa da

multiplicação, entraremos com o jogo, “Qual é a multiplicação?”.

Ainda para auxiliar na memorização da tabuada, na capacidade de análise,

na formulação de hipóteses e na tomada de decisões na resolução de problemas

entraremos com outro jogo, o: Multiplicativo.

Para o trabalho com racionais utilizaremos os Discos de Frações que podem

ser construídos com papel cartão, cartolina ou EVA, ou trabalhado na forma de

dobragem.

Para a apresentação dos algoritmos nos materiais manipulativos inicia-se

sempre com um questionamento. Utilizando-se da Metodologia Resolução de

Problemas como estratégica, por que ela oportuniza aos alunos a trabalharem em

grupo, a serem cooperativos, a desenvolverem suas autonomias, a comunicarem, a

fazerem conexões, a questionarem, a conjecturarem, a deduzirem, a elaborarem e

validarem estratégias e procedimentos de resolução e justificarem as suas

respostas.

Esse material visa como colocado no início, como uma contribuição para a

formação complementar dos alunos do curso de Formação de Docentes por

propiciar a ação pedagógica bem como a inserção destes em atividades na área

de Educação Matemática.

O Ábaco

Não se sabe ao certo sua origem e nem quando foi inventado, sabe-se que

foi o primeiro instrumento criado com intuito de ajudar nos cálculos.

De acordo com (Boyer, 1996: 136) “A palavra abacus provavelmente deriva

da palavra semítica abq ou pó, indicando que em outras regiões, como na China, o

instrumento proveio de uma bandeja de areia usada como tábua de contar”.

Com o passar do tempo e lugar cada povo aperfeiçoou para suprir suas

necessidades. Na China é chamado de Swa Pan, no Japão de Sorobam na Russia

de Scoty.

Trabalharemos com dois tipos de Ábaco o Aberto e o Fechado:

Representação de números no Ábaco.

Como se escreve os números 237, 510 e 1706 no Ábaco?

No Ábaco Aberto Para representarmos o número 237, colocamos 7 peças na coluna das

unidades, 3 na das dezenas e 2 na coluna das dezenas.

Para representarmos 510, não colocamos peça na coluna das unidades,

pomos 1 peça na coluna das dezenas e 5 na das centenas.

Para representarmos 1706, colocamos 6 peças na coluna das unidades

simples, nenhuma na das dezenas, 7 na das centenas e 1 na coluna das unidades

de milhar.

Note que o número de bolinhas que o Ábaco admite em cada casa varia de

zero a nove.

E o zero representa a casa vazia do Ábaco.

No Ábaco Fechado Para representarmos o número 237 neste Ábaco inicialmente temos que

limpar o Ábaco, isto é, deixar todas as bolinhas à esquerda;

Em seguida deslocamos à direita, 7 bolinhas nas unidades, 3 nas dezenas e

2 nas centenas.

O mesmo procedimento fazemos para 510, limpamos o Ábaco em seguida

deslocamos à direita uma bolinha nas dezenas e 5 nas centenas.

E para 1706, deslocamos à direita 6 nas unidades, 7 nas centenas e uma

nas unidades de milhar.

Observação: O número máximo de bolinhas que podemos deixar à direita é

nove. Quando chegar a dez limpamos está casa e acrescentamos mais uma bolinha

na classe superior a ela.

Adição simples ou sem reservas

Heitor e Francisco fazem coleções de revistas em quadrinhos, sabendo que

Heitor possui 1335 revistas e Francisco 1244. Quantas revistas em quadrinhos os

dois tem juntos?

Como se efetua o cálculo de 1335 + 1244 no Ábaco?

No Ábaco Aberto Para somarmos no Ábaco devemos anotar uma das parcelas, no caso

anotaremos 1335.

Em seguida adicionamos às unidades, depois as dezenas, as centenas e

terminamos com as unidades de milhar de 1244.

Adicionando as 4 unidades de 1244 as 5 unidades de 1335, ficaremos com

1339;

Adicionando as 4 dezenas de 1244 as 3 dezenas de 1339, ficamos com

1379;

Somamos as 2 centenas de 1244 as 3 centenas de 1379, ficamos com 1579;

Terminamos com a soma da unidade de milhar de 1244 à unidade de milhar

de 1579 e obtemos o resultado final de 2579.

Entende-se que neste caso a adição poderia ser feita da direita para a

esquerda ou da esquerda para a direita que não alteraria o resultado.

No Ábaco Fechado 1335 + 1244 = ?

Inicialmente anotamos uma das parcelas, neste caso 1335:

Em seguida deslocamos à direita: 4 bolinhas nas unidades simples, 4 nas

dezenas, 2 nas centenas e uma nas dezenas de milhar:

Como vimos 1335 + 1244 = 2579.

Logo, Heitor e Francisco possuem juntos 2579 revistas em quadrinhos.

Adição com transporte ou reserva

Iago tem na conta corrente 6783 reais e na caderneta de poupança 5978

reais. Quantos reais Iago possui no banco neste momento?

Como se efetua este cálculo de 6783 + 5978 no Ábaco?

No Ábaco Aberto Para somarmos no Ábaco devemos anotar uma das parcelas, no caso

anotamos 5978.

Em seguida adicionamos as 3 unidades de 6783, ficamos com 11 unidades.

Como não podemos deixar registrado desta maneira, trocamos 10 unidades por uma

dezena na segunda casa do Ábaco e a unidade que sobrou deixamos na primeira

casa e obtemos como resposta 5981.

Somamos as 8 dezenas de 6783 com as 8 dezenas de 5981, ficando agora

com 16 dezenas. Como já vimos na fase anterior, trocamos 10 dezenas por uma

centena na terceira coluna do Ábaco e deixamos 6 na casa das dezenas. E esta

ficara com 10 centenas, como não podemos registrar desta forma, trocamos as 10

centenas por uma unidade de milhar e deixamos a casa das centenas vazia,

ficamos assim com 6061.

Adicionamos agora as 7 centenas de 6783 com zero centena de 6061

ficando com 7 centenas a qual poderá ser registrado sem nenhum problema,

obtendo assim 6761.

E terminamos somando as 6 unidades de milhar 6783 com as 6 de 6761 e

ficamos com 12 unidades de milhar. Registramos as duas unidades de milhar na

quarta casa e uma dezena de milhar na quinta casa, obtendo assim a resposta final

de 12 761.

Percebe-se que neste caso a adição foi feita obrigatoriamente da direita para

a esquerda.

No Ábaco Fechado 6783 + 5978 = ?

Iniciamos escrevendo uma das parcelas, neste caso anotamos 5978 no

Ábaco.

Em seguida adicionamos as três unidades de 6783 com as oito de 5978 e

ficamos com 11 unidades. Neste momento temos que refletir que onze escrito no

Ábaco, fica uma bolinha nas dezenas e uma nas unidades. Então limpamos a casa

das unidades em seguida deslocamos uma bolinha à direita desta casa e

acrescentamos mais uma bolinha na casa das dezenas.

Logo, 5978 + 3 = 5981

Após adicionamos as 8 dezenas de 6783 com as 8 de 5981 e ficamos com

16. Neste instante devemos recordar que 16 dezenas escritas no Ábaco, são 6

bolinhas nas dezenas e uma nas centenas. Então limpamos a casa das dezenas em

seguida deslocamos 6 bolinhas para a direita desta casa e mais uma nas casas das

centenas.

Como a casa das centenas ficou com dez bolinhas limpamos está casa e

acrescentamos mais uma bolinha na classe das unidades de milhar.

Logo, 5981 + 80 = 6061

Agora para somarmos as sete centenas de 6783 com as zero centenas de

6061 basta deslocarmos sete bolinhas dessa classe para a direita;

Logo, 6061 + 700 = 6761

Para finalizar esta conta devemos somar as 6 unidades de milhar de 6783

com as 6 de 6061 e ficamos com 12 unidades de milhar. Lembrando que ficam duas

na classe das unidades de milhar e uma nas dezenas de milhar. Então limpamos

essa classe e fazermos as anotações necessárias.

Logo, 6761 + 6000 = 12761

Conclusão: 5978 + 6783 = 12761

Então, neste momento Iago possui 12761 reais no banco.

Subtração simples ou sem recurso

Augusto recebeu 8765 reais no mês e gastou 4323 reais o resto ele colocou

na caderneta de poupança. Quantos reais augusto depositou neste mês na

caderneta de poupança?

Como se efetua este cálculo de 8765 – 4323 no Ábaco?

No Ábaco Aberto Para subtrair 4523 de 8765, inicialmente representamos o número 8765 no

Ábaco.

Em seguida subtraímos as 3 unidades de 4523 das 5 unidades de 8765,

ficando com 2 unidades e obtendo como resposta 8762.

Depois subtraímos as 2 dezenas de 4523 das 6 dezenas de 8762, ficando

com 4 dezenas e adquirindo como resposta 8742.

Após subtraímos as 5 centenas de 4523 das 7 centenas de 8742, ficando

com 2 centenas ao qual registramos na terceira casa do Ábaco obtendo como

resposta 8242.

E finalmente subtraímos as 4 unidades de milhar de 4523 das 8 unidades

de milhar de 8765 ficando com 4 unidades de milhar e a diferença final são de 4242.

Entende-se que neste caso a adição poderia ser feita da direita para a

esquerda ou da esquerda para a direita que não alteraria o resultado.

No Ábaco Fechado: 8765 – 4323 = ?

Para subtrairmos 4523 de 8765, inicialmente registramos o número 8765 no

Ábaco.

Em seguida subtraímos as 3 unidades de 4523 das 5 unidades de 8765, isto

é, deslocamos três bolinhas das unidades, da direita para a esquerda.

Depois subtraímos as 2 dezenas de 4523 das 6 dezenas de 8762, isto é,

deslocamos 2 bolinhas das dezenas, da direita para a esquerda.

Após subtraímos as 5 centenas de 4523 das 7 centenas de 8742, isto é,

deslocamos 5 bolinhas das centenas, da direita para a esquerda.

E finalmente subtraímos as 4 unidades de milhar de 4523 das 8 de 8765

ficando com 4 unidades de milhar e a diferença final é de 4242.

Como vimos 8765 – 4523 = 4232

Então neste mês Augusto depositou 4232 reais na caderneta de poupança.

Subtração com recurso

Tinha 723 reais gastei 537 reais. Com quantos reais fiquei?

No Ábaco Aberto Para subtrair 537 de 723, primeiro temos que representar no ábaco o

número 723.

Logo não podemos subtrair às 7 unidades do número 537 das 3 unidades de

723, trocamos uma peça das dezenas por 10 peças na casa das unidades, e

ficamos com 13 unidades;

Dessas treze unidades agora podemos tirar as 7 peças ficando com 6

unidades

Como não podemos subtrair às 3 dezenas do número 537 da única dezena

de 716, trocamos uma peça das centenas por 10 peças na casa das dezenas, e

ficamos com 11 dezenas;

Retirando as 3 dezenas das 11 peças, ficamos 8 dezenas;

Finalmente, podemos subtrair as 5 centenas de 537 das 6 centenas de 686

e tendo como resposta final 186 reais.

Percebe-se que neste caso a adição foi feita obrigatoriamente da direita para

a esquerda.

No Ábaco Fechado: Para subtraímos 537 de 723, inicialmente representamos o número 723 no

Ábaco.

Em seguida vamos subtrair as 7 unidades de 537 das 3 unidades de 723.

Notamos que não conseguimos tirar sete de três na forma que está registrado,

portanto, devemos deslocar uma bolinha das dezenas para a esquerda e 10 bolinhas

para a direita nas unidades. Como isso não é possível, pois ficaríamos com 13

bolinhas, nesse caso deixamos 10 bolinhas a direita e anotamos que temos 3 em

haver.

Subtraímos as 7 unidades, ou seja, deslocamos para a esquerda as 7

bolinhas;

Agora acrescentamos as 3 unidades que temos em haver, isto é,

deslocamos 3 bolinhas da esquerda para a direita.

Depois devemos retirar as 3 dezenas de 537 da única dezena de 716.

Notamos que não conseguimos tirar 3 de 1 na forma que está registrado, portanto,

devemos deslocar uma bolinha das centenas para a esquerda e 10 bolinhas para a

direita nas dezenas. Como isso não é possível, pois ficaríamos com 11 bolinhas,

nesse caso deixamos 10 bolinhas a direita e anotamos que temos 1 em haver.

Em seguida subtraímos as 3 dezenas, ou seja, deslocamos as 3 dezenas

para a esquerda.

Neste momento acrescentamos aquela uma que temos em haver, isto é,

deslocamos uma bolinha da esquerda para a direita.

Agora, subtraímos as 5 centenas de 537 das 6 centenas de 686, nesse

caso, arrastamos as 5 bolinhas das centenas da direita à esquerda.

Como vimos 723 – 537 = 186 ,ou seja fiquei, com 186 reais.

Para a retomada dos conteúdos de adição e subtração e desenvolvimento

da prática do cálculo mental entraremos com o jogo de Soma 15.

Regras do jogo: Soma 15

Joga-se em duas, três ou em quatro pessoas, sendo que em quatro pessoas

pode ser jogado em dupla. Constrói-se 40 cartas numeradas de 1 a 10, quatro cartas

com o número 1, quatro com o número dois,..., quatro com o número 10.

Depois das cartas construídas, mistura-as e as juntas num monte, o jogador

a sua esquerda as corta. Distribui-se uma a uma, três cartas para cada jogador e

coloca quatro cartas viradas para cima, no centro da mesa. As cartas que sobraram

são deixadas num canto esperando para a próxima mão (é chamado de mão cada

vez que o carteador distribuir novamente três cartas para cada participante a fim de

continuar o jogo).

Joga-se no sentido anti-horário tanto para as cartas como para o rodízio de

carteadores.

O primeiro jogador à direita do carteador começa o jogo, ele deve com uma

carta de sua mão apanhar as demais da mesa. Para isso precisa combinar uma das

cartas que está em sua mão, com uma ou mais cartas que estiverem na mesa a fim

de obter com os valores das mesmas soma 15, se conseguir recolhe as cartas

utilizadas e coloca-as ao seu lado, viradas para baixo formando um monte. Se não

conseguir deverá descartar uma carta.

Ao acabarem as cartas da mão de cada jogador, o carteador distribui

novamente três cartas e recomeça o jogo.

Ganha-se o jogo quem conseguir primeiro fazer a combinação com uma

das cartas que está na sua mão com a soma de todas as cartas que estiverem na

mesa dar soma 15.

Com Material Dourado daremos ênfase na escrita de números no sistema

posicional e cálculos envolvendo as quatro operações básicas, a adição, subtração,

multiplicação e divisão de números naturais a fim de adquirirem conceitos

fundamentais para a compreensão dos algoritmos.

Material Dourado

Foi um dos muitos instrumentos criados pela médica e educadora Maria de

Montessori (1870 – 1952) com intuito de auxiliar na compreensão da matemática.

Segundo Freitas (2004, p.59)

Sua idealização seguiu os mesmos princípios montessorianos para a criação de qualquer um dos seus materiais, a educação sensorial:

desenvolver na criança a independência, confiança em si mesma, a concentração, a coordenação e a ordem;

gerar e desenvolver experiências concretas estruturadas para conduzir, gradualmente, a abstrações cada vez maiores;

fazer a criança, por ela mesma, perceber os possíveis erros que comete ao realizar uma determinada ação com o material;

trabalhar com os sentidos da criança.

Foi criado com intuito de auxiliar na compreensão dos algoritmos, ou seja,

no ensino e aprendizagem do sistema de numeração decimal-posicional e seus

métodos.

Ele foi assim denominado devido à cor da madeira que inicialmente era feito.

São peças construídas em madeira as quais representam a unidade (cubo menor),

a dezena (barra), a centena (placa), e a unidade de milhar (cubo maior).

Representação de números no Material Dourado.

Como se representa os números 237, 510 e 1706 no Material Dourado?

Adição sem reservas Como se efetua o cálculo de 1335 + 1244 no Material Dourado?

Reunindo todas as peças, cubos menores com cubos menores, as barras

com as barras, as placas com as placas e os cubos maiores com os cubos maiores:

Entende-se que neste caso a adição poderia ser feita da direita para a

esquerda ou da esquerda para a direita que não alteraria o resultado.

Adição com reseva ou transporte: Francisco tinha 456 reais e ganhou em seu adversário mais 285 reais. Com

quantos reais Francisco ficou?

Representação da soma com as peças do Material Dourado:

Reunindo todas as peças, cubos menores com cubos menores, as barras

com as barras, as placas com as placas, temos:

Devemos agrupar 10 cubos menores (10 unidades) e trocar por uma barra

(1 dezena), depois devemos agrupar 10 barras (10 dezenas) e trocar por uma placa

( 1 centena).

Depois das devidas trocas feitas, ficamos com:

Percebe-se que com este instrumento torna-se mais fácil para o aluno

entender porque do transporte do “um” para à próxima casa.

Respondendo a questão:

Francisco ficou com 731 reais.

Subtração sem recurso: Supondo que Francisco comprou um brinquedo para seu irmão que custava

110 reais. Com quantos reais, Francisco ficou agora?

Representamos inicialmente a quantidade que Francisco possui;

Depois retiramos a quantia gasta. A centena e as duas dezenas.

Notamos que Francisco ficou agora com 611 reais.

Subtração com recurso: Francisco gastou agora 285 reais no Shopping. Com quantos reais

Francisco ficou?

Representaremos inicialmente quanto Francisco possui;

Como não conseguimos retirar inicialmente 5 unidades ( do 285) de uma

unidade de 611 então devemos transformar uma dezena em dez unidades, e em

seguida realizamos a operação;

Agora como não conseguimos retirar inicialmente 8 dezenas (do 285) de

uma dezena de 606 então devemos transformar uma centena em dez dezenas e em

seguida realizamos a operação;

Percebe-se que com este instrumento torna-se mais fácil para o aluno entender

porque do “emprestar um” para à próxima casa.

Respondendo o problema Francisco ficou com 526 reais.

Multiplicação Iago pretende viajar para Miami no fim do ano e parcelou a passagem de

ida+volta com a agência de turismo em 6 vezes de R$ 243,00. Quanto Iago pagará

de passagem para ir viajar?

Como executar esta multiplicação utilizando-se do auxilio do

Material Dourado?

Para multiplicarmos com o auxilio da utilização do Material Dourado temos

que ter em mente, que a multiplicação não passa de uma soma com parcelas iguais,

isto é: ou .

Baseando nesta propriedade podemos agora executar a multiplicação com o

auxilio do Material Dourado da pergunta acima:

No Material Dourado:

Agrupando todas as centenas, todas as dezenas e todas as unidades temos:

Como o número de centenas, dezenas e unidades ultrapassaram de nove,

fazemos um novo agrupamento para elas:

Juntando todos os resultados temos:

Logo, Iago gastará R$1458,00 de passagem.

Divisão Augusto comprou um MakBook por R$ 3462,00 em seis vezes sem juro no

cartão. Quanto ele pagará por essa compra ao mês?

Para dividirmos 3462 em 6 partes utilizando o Material Dourado, antes de

tudo temos que analisar que dividir não é somente repartir, mas também é quanto

uma coisa cabe dentro da outra.

Inicialmente vamos registrar o número 3462 com o Material Dourado:

Notamos que não podemos dividir as 3 unidades de milhar assim compostas

em 6 partes, portanto para que possamos efetuar esta operação teremos que

transformar essas unidades de milhar em centenas, logo:

Agora podemos dividir as 34 placas de centenas de 6 em 6, ou ver quantas

vezes cabe 6 dentro de 34.

Nota-se que deu 5 grupos com 6 placas e sobrou um com 4 placas.

O grupo que ficou desigual deve ser transformado em barras de dezenas,

para que possam ser novamente repartido e o resultado deve ser agrupado com as

barras de dezenas já existentes.

Agora podemos dividir as 46 barras de dezenas de 6 em 6, ou ver quantas

vezes cabe 6 dentro de 46.

Nota-se que deu 7 grupos com 6 barras e sobrou um com 4 barras.

O grupo que ficou desigual deve ser transformado em cubos menores que

representam as unidades, para que possam ser novamente repartidos e o resultado

deve ser adicionado com os cubos de unidades já existentes.

Agora podemos dividir os 42 cubos que representam as unidades de 6 em 6,

ou ver quantas vezes 6 cabe dentro de 42.

Nota-se que deu 7 grupos com 6 unidades.

Portanto 3462 divididos em 6 partes ficou assim repartido: 5 centenas, 7

dezenas e 7 unidades, então:

Logo, Augusto pagará R$ 577,00 por cada prestação.

Tabuada

Para auxiliar o aluno na compreensão e memorização da tabuada

empregaremos a Tábua de Multiplicação com Tiras. Com o manuseio desse material

espera-se que o educando crie conceitos fundamentais para entendimento dos

números retangulares e quadrados, tais como:

e

E seja capaz de associar que é o mesmo que (propriedade

comutativa). E o aluno mais atento, ainda pode perceber se inverter o caminho, a

Tábua se torna de divisão. Por exemplo: ou

O que é Tábua de Multiplicação com Tiras?

A Tábua de Multiplicação com Tiras é um quadro de multiplicação

que deve ser preenchido com o auxilio de tiras pré-confeccionadas. Elas

podem ser feitas em EVA, papel cartão ou cartolina.

Constrói-se:

Como funciona?

Distribui-se o quadro de multiplicação , este deve ser preenchido

com o auxilio das tiras.

Por exemplo:

Se vamos preencher o campo do quadro, 3ª linha pela 4ª coluna ( ) temos que

usar 3 tiras contendo 4 unidades;

Se vamos preencher o campo do quadro, 4ª linha pela 3ª coluna ( ) temos que

usar 4 tiras contendo 3 unidades.

Para o desenvolvimento do cálculo mental, a memorização da tabuada e a

compreensão da divisão como operação inversa da multiplicação, entraremos com o

jogo, “Qual é a multiplicação?”.

Regras do jogo: Qual é a multiplicação? Joga-se em três pessoas, sendo que uma será o juiz do jogo e os outros

dois serão adversários.

Constroem-se vinte cartas numeradas de um a dez, duas com o número 1,,

duas com o número 2,..., duas com o número 10.

Depois das cartas construídas, os oponentes sentam-se um em frente do

outro. O juiz embaralha-as e distribui igualmente para cada jogador, este deve

apanhá-las e sem ver o seu valor, formar um monte, que deve ser colocado a seu

lado com as faces voltadas para baixo.

Quando o juiz der um sinal pré-estabelecido os jogadores levantam uma

carta e seguram-na em sua testa, este só pode ver o valor da carta do adversário.

O juiz que enxerga as duas anuncia o produto entre elas, por exemplo: 35.

Cada oponente tenta deduzir o número de sua carta e deve anunciar a operação

completa “7 x 5 = 35 ou 5 x 7 = 35”, se acertar fica com as duas cartas.

Ganha quem obter o maior número de cartas.

Para auxiliar na memorização da tabuada, na capacidade de análise, na

formulação de hipóteses e na tomada de decisões na resolução de problemas

entraremos com outro jogo, o: Multiplicativo.

Regras do jogo: Multiplicativo. Este jogo é para grupos ou para a classe toda.

Constroem-se sete cartas com os seguintes números: 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9.

Dentre as sete cartas um jogador escolhe quatro sem que os demais vejam.

A atividade dos outros é tentar ser o primeiro a descobrir o valor das quatro

cartas, para tanto cabe a cada jogador fazer uma única pergunta; “Você tem duas

cartas cujo produto é...?” Por exemplo, 36.

O que tem as cartas somente responde “sim” ou “não”. Os demais devem

registrar as respostas para que possam analisar as tentativas.

Vence aquele que disser por primeiro o valor das quatro cartas.

Frações

Uma forma de trabalhar com os Números Racionais é utilizar-se dos discos

de frações. Estes podem ser construídos com papel cartão, cartolina ou EVA.

Construímos dez discos com 6 cm de raio(área aproximadamente de um CD)

e dividimos em 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 partes iguais cada um , ou seja:

Essas divisões podem ser feitas com auxilio de um compasso ou com um

transferidor.

Podemos também construir esses disco em papel sulfite ou de seda, e

cortarmos em apenas um raio. Neste caso trabalharíamos com dobraduras.

Leitura de frações Se pintarmos uma das partes que ela ficou dividida, então temos as

seguintes frações, que são lidas das seguintes maneiras.

Sendo a parte pintada denominada de numerador e a quantidade de partes

iguais que a figura ficou dividida de denominador, ou seja:

Quando pintamos mais de uma parte:

Se a figura ficar dividida com partes superiores a dez devemos acrescentar a

palavra avos, que denomina em quantas partes iguais ficou dividida a figura,

exemplos:

Frações próprias, impróprias e aparentes. As frações que têm o numerador menor que o denominador são chamadas

de frações próprias, exemplo:

Quando usamos mais de um disco dividido em partes iguais podemos ter:

Estas frações são chamadas de frações impróprias, porque o numerador é

maior que o denominador.

São chamadas de frações aparentes aquelas cujo numerador é múltiplo do

denominador.

Frações equivalentes Quando comparamos duas ou mais frações diferentes e as figuras

correspondentes a essas frações possuem a mesma área, dizemos que essas

frações são equivalentes. Exemplos:

Um jeito prático dos alunos perceberem as frações equivalentes usando

esses discos de frações é construímos mais discos em transparências. Quando a

sobreposição dessas figuras coincidirem algumas divisões, percebe-se a

equivalência.

No cotidiano basta multiplicar ou dividir tanto o numerador quanto o

denominador por um mesmo número natural diferente de zero que obtemos outra

fração equivalente.

Simplificação de frações Quando podemos dividir tanto o numerador quanto o denominador por um

mesmo número natural diferente de zero, obtemos uma nova fração equivalente à

primeira com números menores. Esta operação é denominada simplificação de

fração.

Quando não pudermos mais dividir o numerador e o denominador por um

mesmo número natural diferente de zero dizemos que a fração se encontra na forma

irredutível, portanto no exemplo acima quatro terços é a forma irredutível de vinte

quatro, dezoito avos.

Operações com frações

Adição

Com denominadores iguais:

Notamos que quando os denominadores são iguais basta unirmos as partes

pintadas, ou seja, conservamos os denominadores e somamos os numeradores;

Com denominadores diferentes:

Notamos que as figuras estão divididas de formas diferentes, não possuem

a mesma área pintada em cada pedaço, portanto, devemos substituir as frações por

outras equivalentes as primeiras com o mesmo denominador.

Notamos que com a substituição cada retangulozinho tem a mesma área,

agora podemos juntar as partes pintadas.

Logo, para somarmos frações com denominadores diferentes, primeiro

temos que substituí-las por outras equivalentes as primeiras e depois somá-las.

Subtração

Com denominadores iguais:

Notamos que quando os denominadores são iguais basta diminuirmos as

partes pintadas, ou seja, conservamos os denominadores e subtrairmos os

numeradores;

Com denominadores diferentes:

Notamos que as figuras estão divididas de formas diferentes, não possuem

a mesma área pintada em cada pedaço, portanto, devemos substituir as frações por

outras equivalentes as primeiras com o mesmo denominador.

Notamos que com a substituição cada retangulozinho tem a mesma área,

agora podemos diminuir as partes pintadas.

Logo, para subtrairmos frações com denominadores diferentes, primeiro

temos que substituí-las por outras equivalentes as primeiras e depois diminuí-las.

Multiplicação

Para uma melhor visualização dessas demonstrações com material

manipulativo se faz necessário que estas figuras sejam desenhadas em

transparências ou papel celofane.

Quanto é a metade da metade?

Sobrepondo uma figura sobre a outra a parte colorida de outra cor que não

era das inicias é a resposta da questão. Logo:

Resposta: um quarto.

Quanto é dois terços da metade?

Como no item acima, sobrepondo dois terços sobre um meio aparece na

nova figura uma parte colorida de outra cor que não é das originais, sendo esta a

resposta da questão. Logo:

Resposta: dois sextos que é o mesmo que um terço.

Quanto é três quartos de dois terços?

Pensando da mesma maneira, temos:

Resposta: seis doze avos que é o mesmo que um meio.

No cotidiano aplicamos a seguinte regra, “multiplica-se numerador com

numerador e denominador com denominador”.

Nos exemplos acima citados, temos:

Divisão

Para uma melhor visualização dessas demonstrações com material

manipulativo se faz necessário que estas figuras sejam desenhadas em

transparências ou papel celofane.

Quantas vezes um meio cabe dentro de um meio?

Desenhada estas figuras basta sobrepor uma sobre a outra para

percebermos que um meio cabe exatamente uma vez dentro de um meio, ou seja:

Resposta: Cabe uma vez.

Quantas vezes cabem um meio dentro de dois terços?

Se sobrepusermos estas figuras desta maneira notamos que cabe uma e

sobra uma quantia que não sabemos quanto é. Então, substituímos estas figuras por

outras equivalentes a elas que tenham o mesmo denominador, ou seja:

Como ambas estão divididas na mesma quantidade de partes, sobrepondo

quatro sexto sobre três sexto, nota-se que dois terços divididos por um meio é igual

a quatro divididos por três, numericamente temos:

Resposta: Cabem quatro terços.

Quantas vezes cabem dois terços em três quartos?

Como vimos no item acima necessitamos substituir essas frações por

frações equivalentes com o mesmo denominador, ou seja:

Como ambas estão divididas na mesma quantidade de partes, sobrepondo

nove doze avos, sobre oito doze avos, nota-se que três quartos divididos por dois

terços é igual a nove divididos por oito, numericamente temos:

Resposta: Cabem nove oitavos.

Pode ser que no momento da demonstração algum aluno mais atento

perceba que na divisão de frações. Quando as frações ficam com o mesmo

denominador, a parte pintada da primeira e a parte pintada da segunda são

respectivamente, o numerador e o denominador do resultado da divisão.

Terminada as demonstrações podemos mostrar que na prática seguimos a

seguinte regra para divisões de frações: “repete-se a primeira fração e multiplica-se

pelo inverso da segunda fração”. Nos exemplos acima citados, temos:

REFERÊNCIAS

BOYER, C. A. História da Matemática. São Paulo-SP: Editora Edgard Blücher,1996.

CENTURION, Marilia, Números e operações. São Paulo, Scipione, 1994. FIORENTINI, Dario; MIORIM, Maria Ângela. Uma reflexão sobre o uso dos materiais concretos e jogos no ensino da matemática. In: Boletim SBEM-SP, 4(7): 5-10, 1990. FREITAS, Rony Cláudio de Oliveira. Um ambiente para operações virtuais com o material dourado. 2004, p. 189. Dissertação de Mestrado. UFES, Vitória. Disponível em: < http://ronyfreitas.tripod.com/producao/Dissertacao.pdf > Acesso em: 12 maio 2012. LORENZATO, S. Laboratório de Ensino de matemática e materiais manipuláveis. In: LORENZATO, S. (Org.). O Laboratório de Ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. PASSOS, C.L.B. Materiais manipuláveis como recursos didáticos na formação de professores de matemática. In: LORENZATO, S. O Laboratório de Ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2010. RÊGO, R.M.; RÊGO, R.G. Desenvolvimento e uso de materiais didáticos no ensino de matemática. In: LORENZATO, S. O Laboratório de Ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2010. TURRIONI, A.M.S; PEREZ, G. Implementando um laboratório de educação matemática para apoio na formação de professores. In: LORENZATO, S. (Org.). O Laboratório de Ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2010.