fundaÇÃo educacional de divinÓpolis - .o projeto fazendo arte como política ... a forma...
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FUNDAO EDUCACIONAL DE DIVINPOLIS FUNEDI
PROJETO FAZENDO ARTE
Proposta curricular de capacitao, na modalidade seminrio por mdulos, da Fundao Educacional de Divinpolis FUNEDI e do Projeto Fazendo Arte que representam o municpio Divinpolis (MG) na Rede Europeia Latina de Trabalho Social Transnacional RELETRAN. elaborado pela universidade Alice-Salomon-Hochschule Berlin/Alemanha (ASH) ,
DIVINPOLIS -2013
Apresentao
Este documento apresenta a proposta curricular de capacitao, na modalidade seminrio por mdulos, para ser executada no ano 2013 pela da Fundao Educacional de Divinpolis - FUNEDI, criada pela Lei Estadual N. 3.503 de 04 de novembro de 1965, personalidade jurdica de direito privado, sem fins lucrativos, com sede e foro em Divinpolis, Minas Gerais e pelo Projeto fazendo Arte, organizao social, que representa o municpio Divinpolis na Rede Europia Latina de Trabalho Social Transnacional RELETRAN. elaborado pela universidade Alice-Salomon-Hochschule Berlin/Alemanha (ASH) , financiado pelo Conselho da Unio Europeia e Parlamento Europeu com a finalidade de criar uma rede entre universidades e organizaes da sociedade civil para potencializar o intercmbio de conhecimentos acadmico, cientfico, cultural de experincias de prticas sociais, considerando as caractersticas particulares do entorno social, econmico e poltico da IES.
Contexto local e regional de Divinpolis/MG
O Centro-Oeste do Estado de Minas Gerais uma regio de
aproximadamente 28.000 Km2 onde vivem mais de 700.000 habitantes, dos quais 70%
situam-se na faixa de 0 a 35 anos. Em termos de desenvolvimento econmico a tendncia
da regio tem apresentado mltiplos aspectos, porm as atividades mais significativas so
as comerciais e o oferecimento de servios, apesar do setor agropecurio ainda ocupar boa
parte da populao.
Divinpolis uma cidade do Centro Oeste do Estado de Minas Gerais e seu
municpio foi criado pela Lei Estadual n 556 de 30/08/1911. Segundo Corgozinho
&Pereira (2011) os cidados contemporneos dessa cidade herdaram, dentre outros
aspectos, um imaginrio fundante de sua identidade, onde se mesclam a presena de
ndios, de bandeirantes, de foragidos da Guerra dos Emboabas e de forasteiros, que se
fixaram continuamente na cidade.
A diversidade uma caracterstica marcante de Divinpolis. Aps superar a
condio de arraial no incio do sculo XX, a populao imprimiu um novo ritmo e uma
nova direo sua vida, transformando-a nos aspectos polticos, econmicos e sociais. A
vida local marcada por caractersticas tradicionais absorveu novos valores que
estimularam o desenvolvimento moderno e seu dinamismo urbano de cidade do interior
cheia de complexidade e reelaboraes, que a torna uma cidade cosmopolita. E, assim,
comunga a simultaneidade/identidade exterioridade, conjuga o ancio e o no nascido.
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Torna-se existente, infunde vida, construo, permanncia e sentimento de pertencimento.
(CORGOZINHO& PEREIRA, 2011)
Durante o sculo XX, a cidade de Divinpolis (MG) experimentou grandes
transformaes sociais. A economia local se diversificou com a instalao de siderurgias e
metalrgicas e demais atividades afins promovendo significativo surto de
desenvolvimento industrial alm da constante ampliao de suas atividades comerciais e
oferecimento de servios nas reas da sade, educao e diversas unidades de servios
estatais etc. Mais que um lugar, agora uma centralidade. E, para alm da dimenso
fsica, tem o imaginrio por matria prima da construo/constituio. Ato fecundado que
gera uma nova cultura, desencadeia mudanas econmicas, sociais e polticas, produzindo
um ambiente altamente propcio diversidade cultural e ideolgica. um misto de
sentido e de vozes tocadas pelos dedos do invisvel, que a modernidade se esfora para
tornar inexistente.
A estrutura local possui um contorno preciso, a ponto de se tornar baliza
territorial para os hbitos cotidianos, que nos circunda e est realmente presente em
nossas vidas, mas preciso perceber que, no simplesmente, o que est presente na
cena; a forma visvel do local oculta as relaes distanciadas que determina de certa
forma, tambm, sua natureza. E isto amplia mais porque a condio de homem exige que
o indivduo, embora exista e aja como um ser autnomo faa isso somente porque pode
primeiramente identificar a si mesmo como algo amplo como um membro de uma
sociedade, grupo, classe, Estado ou nao, ou algum arranjo, ao qual ele pode at no dar
um nome, mas que ele reconhece instintivamente como seu lar, com caractersticas
peculiares, que congrega certa identidade e histria, hbitos e linguagem comum.
(CORGOZINHO& PEREIRA, 2011)
A FUNEDI/UEMG reconhecida pela sua insero regional em atividades
de extenso e pesquisa, em parceria com instituies pblicas e privadas, para o
desenvolvimento de inmeros projetos de interesse comunitrios nas diversas reas de
formao, proporcionadas por iniciativa de seus conselhos acadmicos.
A universidade mantm seu lugar privilegiado como local do saber, das
discusses cientficas, das pesquisas e da anlise dos problemas sociais. O caminho que se
prope no abandonar a funo cultural clssica e enfatizar a perspectiva apenas tcnica
ou acmulo de informaes, e sim propor propostas pedaggicas para capacitar para o
exerccio da liberdade e da autonomia, que daro lugar produo da diversidade entre os
indivduos, ao mesmo tempo, garantindo as possibilidades de manifestao pessoal. Esse
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princpio no elimina o racional, mas articula-o, no processo de construo do
conhecimento, ao subjetivo (MORIN, 2002).
As diretrizes curriculares tendem para uma formao profissional integrada
a realidade social, com seus aspectos estruturais e conjunturais e do sistema educativo em
todos os nveis, o qual necessariamente deve refletir o movimento histrico da prpria
sociedade.
Trabalho social: vida cotidiana e instrumentalidade
O Brasil sofreu diversas transformaes, particularmente a partir de 1980,
com o estabelecimento de um conjunto de direitos e a criao de novos instrumentos
jurdicos e polticos, tendo na Constituio Federal de 1988 um marco da
redemocratizao brasileira. Tal constatao pode ser traduzida pela conquista de direitos
sociais, civis e polticos, como pela incorporao das demandas dos movimentos sociais,
que durante essa dcada, com o fim do regime militar, discutiram os direitos humanos, a
cidadania, o controle social das polticas pblicas e a participao poltica. A Constituio
Federal considerada, tambm, um marco histrico na redefinio das polticas pblicas
no Pas.
Legislaes que se articulam dentro de novas bases conceituais, afirmam a
necessidade da universalizao dos direitos, estabelecem novas condies de
institucionalidade democrtica, apresentam princpios comuns a exemplo da
descentralizao poltico-administrativa e a participao da sociedade na formulao,
gesto e controle social das referidas polticas, alm de instituir um sistema de proteo
social para o Pas. No entanto, apesar de todo o progresso nas reas tecnolgica e
institucional e do arcabouo jurdico-legal constitudo, as polticas sociais em sua maioria,
implementadas na dcada de 90 pouco contriburam para a diminuio das desigualdades
existentes no Pas e que no conseguiu atingir um patamar de bem-estar social compatvel
com seu nvel de riqueza e desenvolvimento, ocorrendo um grande descompasso entre os
direitos legalmente institudos e o reconhecimento da universalidade desses direitos. Em
grande parte, continuaram a se reproduzir as desigualdades existentes na sociedade, no
sendo alterada estruturalmente a relao pobreza/riqueza. A complexidade dessa questo
reside na associao direta com a pobreza, a desigualdade e a excluso social , assim
como, a fatores de ordem cultural e econmica e de organizao social da produo.
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Atualmente h concepo de que houve uma alterao na situao de pobreza. Muitos
conseguiram sair da misria e alcanaram o patamar da pobreza em decorrncias das
polticas, que tem como eixo os programa Nacionais de Transferncia de Renda, no
contexto do Sistema Brasileiro de Proteo Social, unificados no Programa Bolsa Famlia
no governo Lula (2002/2010).
A diretriz curricular da proposta da FUNEDI e do Projeto Fazendo Arte
est centrada nos fundamentos ticos e polticos para a aquisio de habilidades para
compreender as condies econmicas, culturais, polticas que regem a vida cotidiana e a
instrumentalidade das prticas sociais.
A vida cotidiana o ponto de partida e de chegada, ela provm da
necessidade do homem de objetivar-se e ir alm de seus limites habituais, com isso a vida
social, o comportamento e aes humanas so permanentemente enriquecidos e para ela,
que retornam os produtos de suas objetivaes. (NETO, 2007).
Este reflexo, prprio da vida cotidiana, pressupe que os homens
intuitivamente, percebem que o mundo exterior existe, de modo independente de sua
conscincia. Mas o conhecimento das coisas, s vezes, fica bloqueado por outra
caracterstica da cotidianidade: as t