história e filosofia da ciência no ensino de química: em busca dos objetivos educacionais da...

História e Filosofia da Ciência no Ensino de Química:

Em busca dos objetivos

educacionais da atualidade

Paulo Alves PortoEnsino de Química em Foco, Ijuí: Editora Unijuí, 2010, Capítulo 6, pp. 159 - 180.

História e Filosofia da Ciência no Ensino de Química: Em busca dos objetivos educacionais da atualidade

A contextualização nos documentos oficiais: HistóricoA contextualização nos documentos oficiais: Histórico

A inclusão da História e da Filosofia no ensino de Ciência nos

currículos dos cursos de formação de professores, se dar a partir

da nova LDB de 1996, do O Parecer 1303/2001 e dos PCNs.

Inspirando a nova Historiografia da Ciência.


A contextualização nos documentos oficiais: Histórico A contextualização nos documentos oficiais: Histórico

LDBLDB Formar sujeitos críticos, capazes de compreender a realidade atual.

Destaca a historia e a filosofia da ciência como instrumentos de transformações curricular, buscando a contextualização no ensino.



Reforma Francisco Campos (1931) – primeiro

documento oficial sobre o currículo da disciplia de

Química, no qual aparece a preocupação com a relação

entre o ensino de Química e sua aplicações com o dia-a-

dia.

Primeira constatação da inclusão da História da Ciência nos currículos



Visão Positivista da Ciência:

Linear – acumulativa – feita por “gênios”.

Augusto Comte (1798 - 1857)



Proposta Curricular para o Ensino de Química (São Paulo, 1988)

“[…] O estudo da História da Ciência, sugerido para determinados

momentos do programa, possibilita a descrição da elaboração

do progresso científico com os conflitos que o acompanham…

considera-se entretanto, que não se apresente a sequência

histórica como uma sequência linear e progressiva, simples

registros de datas, nomes ou fatos históricos, ou mesmo que

não se tiranize a sequência de conteúdos em função da

cronologia, em detrimento de seus aspectos didáticos (São Paulo

[Estado], 1988, p. 15-16)”.



O Parecer 1303/2001, “Diretrizes Curriculares Nacionais para

os Cursos de Química”

Perfil do profissional Químico: “Competências e

Habilidades”

Com relação à compreensão da Química

Com relação a formação pessoal

Com relação ao ensino de Química



Com relação à compreensão da Química

● Construção humana

● Compreender os aspectos históricos de sua produção e suas

relações com o contexto cultural, socioeconômico e político.



Com relação a formação Pessoal

● Visão Crítica com relação ao papel social da Ciência e sua

natureza epistemológica, compreendendo o histórico-social de

sua construção.



Com relação ao ensino de Química

● Compreender e avaliar criticamente os aspectos sociais,

tecnológicos, ambientais, políticos e éticos relacionados as

aplicações da Química na sociedade.


Quando, observado nos documentos oficiais que

“[…] As IES deverão oferecer um leque abrangente de conteúdos e

atividades. Sugerem-se para este segmento curricular, conteúdos de

filosofia, história, administração, informática, instrumental de língua

portuguesa e língua estrangeira, dentre outros. (Brasil, 2001, p.8).”

Porém, segundo Porto

“Assim, se por um lado - ao definir o perfil do químico – há um forte

compromisso com a necessidade histórica, por outro lado – ao

especificar conteúdos os responsáveis pelo parecer deixam vago o

âmbito em que as competências e habilidades relativas à História da

Ciência devem ser desenvolvidas. A falta de uma definição explícita

pode dificultar a concretização do perfil idealizado.” p.163



Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio -

PCNEM (Brasil, 1999).

● Contextualização dos conhecimentos.

● Compreensão do caráter dinâmico do conhecimento científico.

● Discussão das relações entre os fenômenos observáveis e os

modelos explicativos.

● Auxiliar o processo de construção e reconstrução dos conceitos

por parte dos alunos. (Brasil, 1999, p.9, 14, 53, 66)



Documentos complementar aos PCNEM (PCN+ Ensino Médio –

Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros

Curriculares Nacionais (Brasil, 2002).

“É fundamental que se mostre através da história, as transformações

das ideias sobre a constituição da matéria, contextualizando-as. A

simples cronologia sobre essas ideias, como é geralmente apresentada

no ensino, é insuficiente, pois pode dar uma ideia equivocada da

ciência e da atividade científica, segundo a qual a ciência se desenvolve

de maneira neutra, objetiva e sem conflitos, graças as descobertas de

cientistas isoladas do contexto social, econômico ou político da época”

(Brasil, 2002 p. 96).


A Nova Historiografia da Ciência A Nova Historiografia da Ciência

Modelo anacrônico – Perspectiva interacionista – Enciclopédica –

Dogmática – Internalista – Continuísta – Acumulativa

Problemáticas

Ausência de discussão das diretrizes oficiais por parte dos professores

Compreensão dos fundamentos expressos nesses textos oficiais


A Questão das FontesA Questão das Fontes

Consequências:

Não há interação entre historiadores da Ciência e educadores em Ciência.

Erros factuais e de concepções historiográficas

Problemáticas

● Institucionalização da História da Ciência em nosso país.

● Poucos profissionais com a formação especializada em História da Ciência.



Consequências:

Desconhecimento por parte dos licenciandos sobre as fontes

atualizadas sob o ponto de vista da moderna historiografia da

Ciência.

Falta de atualização das fontes em História da Ciência

disponíveis tanto para professores de todos os níveis quanto

para o público em geral.



Consequências:

Escassa disponibilidade de textos didáticos e paradidáticos de

Ciência atualizados em termos da historiografia da Ciência.

Amadurecimento lento premido por circunstâncias de política

científica, do fomento a pesquisa, dos interesses dos

acadêmicos entre outros.


Professor de Química Diante da História da CiênciaProfessor de Química Diante da História da Ciência

“[…] Pode-se afirmar que a questão da qualificação dos

professores, inclusive para avaliar o entendimento da linguagem,

estilo e pressupostos teóricos do PCNEM, foi insuficiente até aqui;

mas ainda se considerarmos que muitíssimos professores que não

estão habilitados a lidar com instrumentos teóricos que possibilitam

compreender e analisar aprendizagem, desenvolvimento mental,

flexibilidade curricular, competências (Brasil, 2004, p. 218).”


Professor de Química Diante da História da CiênciaProfessor de Química Diante da História da Ciência

“[…] É absolutamente necessário, portanto, que os

professores sejam instrumentalizados, de maneira

adequada, para que possam incorporar a dimensão

histórica a suas práticas”


A Natureza do Conhecimento CientíficoA Natureza do Conhecimento Científico

Visão deformada da Ciência

Concepções inadequadas e prejudiciais ao ensino de Ciências

(1) Visões descontextualizadas da Ciência.

(2) Concepções individuais e elititas.

(3) Concepções empiricos-individualistas e ateórica.

(4) Visões rígidas, algorítimicas, infalíveis.

(5) Visões não problematizadas e a-históricas.

(6) Visões exclusivamente analíticas.

(7) Visões acumulativas de crescimento linear.


A Natureza do Conhecimento CientíficoA Natureza do Conhecimento Científico

Visão deformada da Ciência

“Uma visão individualista e elitista da ciência², por exemplo, se apóia

implicitamente a ideia empirista de “descobrimento” e contrubuí, além

disso, a uma leitura descontextualizada, socialemente neutra¹ da atividade

científica (realizadas por “gênios solitátios”)²… Uma visão rígida³,

algorítimica, exata da ciência4, reforça uma interpretação acumulativa5,

linear6, do desenvolvimento científico, ignorando as crises e as revoluções7

científicas.”

Porto cita Cachapuz et al., 2005, p. 52).


Estratégias para a Formação dos Professores de QuímicaEstratégias para a Formação dos Professores de Química


Estratégias para a Formação dos Professores de QuímicaEstratégias para a Formação dos Professores de Química

● Apresentar explicitamente o debate historiográfico ao professor.

● Oferecer a ele oportunidades de refletir sobre as sutilezas das diferentes

possibilidades de narrativas históricas.

● Aproximar licenciando e professores das fontes primárias em HC,

tornando possível a aproximação do contexto original em que o

conhecimento foi produzido.

● Dedicação (tempo de estudo).


ConclusãoConclusão

● Aponta para o número de alunos que não assimilam o processo do ensino de Ciência e acaba por abandonar o sistema educacional.

● Aponta para o baixíssimo número de professores capacitados para mediar o processo de formação docente.

● aponta para necessidade da inclusão da História e da Filosofia nos currículos de formação de professores, neste sentido apresenta o Estudo de Caso como uma ferramenta eficaz que pode ser utilizada na formação dos professores no Ensino de Química.


Estudo de CasoEstudo de Caso

Formar novos educadores e educandos numa perspectiva transformadora da realidade social, e não como um punhado de informações que só dizem respeito àqueles que fazem ciência.

Paulo Alves Porto


Estudo de CasoEstudo de Caso

Caros colegas, a temática abordada, em especial ao Ensino de Química, trouxe a nossa reflexão elementos importantes que norteia o processo de ensino aprendizagem desta Ciência, tão útil e essencial para humanidade.

Raquel Palma

Referências

Básica

ComplementarDALLABRIDA, N.. A REFORMA FRANCISCO CAMPOS E A MODERNIZAÇÃO NACIONALIZADA DO ENSINO SECUNDÁRIO. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/5520/4015. Acesso em 05/10/2015.

MOTTA, C. D. V. B.; et al.. A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NO BRASIL. Disponível em: http://www2.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/426CristinaDalva_AntonioCarlos.pdf Acesso em: 05/10/2015.

http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/viewFile/5520/4015

http://www2.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/426CristinaDalva_AntonioCarlos.pdf

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