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Edição 0 (zero) do Jornal Acção Socialista de Matosinhos. Esta é uma das propostas apresentadas e executadas por Nuno Oliveira, do Partido Socialista de Matosinhos.TRANSCRIPT
Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
«Garantir o Futuro de Matosinhos» FÓRUM REUNIU SOCIALISTAS DE MATOSINHOS EM TORNO DA DISCUSSÃO POLÍTICA. // PÁG. 3
Entrevista
Nuno Oliveira “Vamos mobilizar, vamos discutir as questões que importam aos matosinhenses.” // PÁG. 4
Notícia
PEDALAR PARA
GARANTIR O FUTURO! Passeio de bicicleta promove o
convívio entre os militantes. // PÁG. 3
OPINIÃO // PÁG. 7
OTÍLIA GRADIM, Militante de Matosinhos
Nunca como hoje foi tão importante envolver os
cidadãos na discussão e decisão política, mas para
isto é fundamental reinventar o funcionamento
dos partidos levando-os a uma nova lógica de
organização partidária. // PÁG. 3
“Não podemos assistir ao desmantelamento
do Estado de Direito Democrático”
ESPAÇO JOTA // PÁG. 6
Gustavo Pinhal 19 anos
Os transportes públicos são a ponte que torna o nosso concelho mais acessível, mais próximo. (…) Apostar na mobilidade é apostar no futuro. — em Lavra
Hugo Alexandre 23 anos
João Pereira da Silva 22 anos
O estigma criado de que as escolas profissionais são escolas “menores” (…) não pode permanecer na sociedade. — em Matosinhos
A promoção de um espírito empreendedor e de inovação não é uma mera opção, é uma necessidade primordial. —
em Senhora da Hora
N°0 - Edição de Campanha | Junho 2012 | Diretor Nuno Oliveira
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Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
EDITORIAL
NUNO OLIVEIRA
Este jornal é a concretização de uma vontade
dos militantes do Partido Socialista de
Matosinhos. Os socialistas querem acompanhar
de perto a vida de Matosinhos e do país. Criar
um Ação Socialista de Matosinhos é um passo
dessa estratégia que queremos concretizar.
O PS merece. Matosinhos merece.
Somos pessoas simples, mas com desejo de dar
futuro a Matosinhos, de dar vitórias aos
Socialistas. Este jornal não é um espaço de
protagonismos pessoais, mas de partilhado PS e
de Matosinhos. Este jornal é para agir em
Matosinhos, é para os socialistas marcarem
ainda mais o futuro.
Neste número zero daremos conta do que é o
meu pensamento político, de apoiantes e de
algumas iniciativas a que os nossos autarcas
deram o rosto. Falaremos sempre do que
importa a Matosinhos.
O PS merece.
Matosinhos merece.
VOTA LISTA B
No passado dia 22 de Maio Matosinhos
afirmar-se mais uma vez como sede da
maior parte das instituições da região,
na área da solidariedade, ao assinar
um protocolo com a Associação
Protetora de Diabéticos de Portugal
(APDP) e a Câmara Municipal de
Matosinhos, no qual são cedidas
instalações no edifício da Antiga
Câmara. Portugal é o terceiro país da
OCDE com maior prevalência de
diabetes (12,4%), com um milhão de
portugueses a afetados por esta
doença, sendo que 400 mil não o sabem. Assim no momento do seu 86º aniversário, a
delegação Norte da APDP recebeu das mãos do Dr. Guilherme Pinto um merecida prenda
que irá contribuir em muito para a continuidade do seu trabalho junto da comunidade.
O Presidente da APDP, Dr. Luís Gardete Correia, afirmou que, “com o crescimento
exponencial da diabetes, Portugal necessita cada vez mais de uma estrutura reconhecida
nacional e internacionalmente, como é a APDP”. “Apesar das dificuldades com que nos
deparamos neste momento, estamos ainda mais motivados para travar a pandemia da
diabetes, com ações de prevenção e controlo, na busca do melhor e mais adequado
tratamento, na investigação e na educação”
A cerimónia decorreu no Museu da Quinta de Santiago, com a presença dos vereadores da
Autarquia, deputados da Assembleia da República, membros da Sociedade Portuguesa de
Diabetologia, representantes do Programa Nacional para a Diabetes, entre outros
convidados.
O Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos referiu tratar-se de um “excelente dia
para a região”. “Não precisamos de criar uma nova instituição. O que devemos é pegar
na sabedoria da APDP e coloca-la ao serviço da comunidade”.
A APDP foi criada em 1926, pelo médico Ernesto Roma, como Associação Protetora dos
Diabéticos Pobres, auxiliando os mais carenciados que não tinham dinheiro para adquirir
a insulina, contando hoje com 27 mil sócios.
Requalificação do
Bairro dos Pescadores O Bairro dos Pescadores em Matosinhos viu a sua traça original ser alterada
pela construção de anexos ao longo de 30 anos. Este alargamento ilegal, que
prejudica a urbanização no que se refere à segurança e sociabilidade, começou
a ser corrigido no mês de Maio, estando finalizada a demolição das construções
em Agosto. Será então iniciada uma nova vida no bairro, com a requalificação
dos blocos, onde com materiais e tintas fornecidos por empresas, e mão-de-
obra da comunidade, desempregados ou profissionais pagos pela camara,
nascerá um futuro mais colorido para as 150 famílias que aí habitam.
O Dr. Guilherme Pinto assistiu à demolição juntamente com o Vice-presidente
da Autarquia, Dr. Nuno Oliveira, o Vereador da Educação, Prof. António Correia
Pinto, e a administradora da Matosinhos Habit, Eng. Olga Maia, explicando que
“Houve um fenómeno de alargamento das habitações desnecessário. Com estas
alterações, vamos aumentar a segurança e eliminar as asneiras que, ao longo
dos anos, fizeram”.
A requalificação das fachadas será acompanhada por redesenho de espaços
públicos que irão dar lugar a novas zonas de estar e passeios.
O JORNAL DOS SOCIALISTAS
NUNO OLIVEIRA DÁ A CARA PELA DIABETES
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Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
Pedalar para garantir o futuro de Matosinhos!
«Garantir o Futuro
de Matosinhos» A candidatura à Presidência da Comissão Política do Partido Socialista
Matosinhos «Mobilizar os Socialistas» organizou um fórum de discussão
política no passado dia 19 de abril na sede da concelhia.
Ao longo dos encontros com os militantes para levantamento de ideias
que levaram à criação da Moção de Estratégia apresentada no dia 28
de abril foi defendida a ideia da criação de um Fórum de discussão
política para que os militantes pudessem debater ideias e para que os
líderes da concelhia conheçam os anseios dos militantes. Como o
objetivo de Nuno Oliveira, enquanto candidato à Presidência, é que o
projeto do PS Matosinhos seja o projeto de todos os militantes que
contribuem para o dia a dia do partido.
Os militantes reuniram-se em quatro painéis distintos e cada um teve
a possibilidade de escolher duas opções de discussão entre Economia
Local e Emprego, Ambiente e Mobilidade, Matosinhos Social e
Políticas de Juventude. Cada painel teve um relator que reuniu todas
as ideias e propostas defendidas pelos militantes. No final, os
relatores apresentaram as ideias dos militantes numa conferência
intitulada “Matosinhos, que futuro!”, espaço onde o candidato
aproveitou para comentar cada proposta.
O grande benefício deste Fórum é não excluir da discussão política os
militantes mais envergonhados e que não gostam de falar para
grandes públicos (como aconteceu nos Encontros com os Militantes
para reunião de ideias para o projeto). Assim, nesta discussão
política, à semelhança de ideia subjacente a todo o projeto, não se
excluiu ninguém porque todos pretendem «Garantir o Futuro de
Matosinhos!».
Deixamos somente alguns exemplos das muitas propostas apresentadas pelos nossos camaradas nas diversas áreas:
Como forma de locomoção com baixos custos de deslocação, a bicicleta ganha mais adeptos.
A candidatura de Nuno Oliveira olha para o futuro com otimismo e juntou militantes para
fazer um passeio de bicicleta entre Matosinhos, Leça da Palmeira e Perafita.
Numa manhã com muito sol, o passeio de bicicleta começou da Praia do Titan em Matosinhos,
percorrendo a marginal de Matosinhos até à Anémona, e voltando em direção ao ponto de
partida para continuar até Leça da Palmeira. Já na freguesia de Leça da Palmeira, o passeio
continuou pela marginal até ao Cabo do Mundo, em Perafita. O regresso a Matosinhos foi feito
pelo centro da cidade, descendo a Avenida da República.
Durante os encontros de militantes, em abril, foi pedido que o convívio fosse uma actividade
mais frequente no seio do Partido Socialista. Em particular, no Encontro de Militantes de Leça
da Palmeira, Nuno Oliveira sublinhou que “na política é preciso confiança nos outros, é
preciso criar laços; e por isso os encontros de convívio são importantes”. Desta forma, a
candidatura executa as propostas apresentadas pelos militantes inseridas na Moção de
Estratégia.
Emprego e
Economia Local Ambiente e Mobilidade Matosinhos Social Políticas de Juventude
Promover serviços tradicionais.
Promover o turismo - tornar
Matosinhos atraente.
Promover ajuda técnica a
empresas em dificuldade.
Promover a instalação de
contentores enterrados.
Mais rampas de acesso -
melhoria na mobilidade.
Mais ciclovias e promover o uso
da bicicleta como transporte.
Parcerias das associações com
Universidades e Escolas.
Sustentabilidade como modelo
a seguir pelas IPSS
Partilha de informação e
formação dos quadros das IPSS
CMM facilitar e mediar o
arrendamento jovem
Fiscalização das condições de
trabalho dos jovens.
Promover o ensino profissional,
valorizar a técnica.
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Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
ENTREVISTA
PERFIL
Nuno Ricardo Pereira Estima Oliveira
34 anos
É de Matosinhos e vive na Senhora da Hora.
Estudou sempre no ensino público. Primeiro na
escola “primária” nº 1 de Matosinhos, depois na
Preparatória António Nobre, e mais tarde na
Secundária Augusto Gomes.
Licenciou-se em economia na Faculdade de
Economia da Universidade do Porto e foi
doutorando da Faculdade de Economia da
Universidade de Turim (Itália).
É casado e o irmão mais velho dos quatro
rapazes filhos de Fátima e Carlos. A mãe é
professora e o pai um homem bem conhecido em
Matosinhos, desde o tempo em que abriu uma
loja no Centro Comercial York.
Desde muito novo começou a intervir na vida de
Matosinhos fazendo parte de escuteiros, de
associações de juventude, da igreja, de
diferentes bandas musicais, da confraria do mar,
etc.
Tem o Leixões Sport Club e o Futebol Clube do
Porto no coração.
Apaixonado pela música.
Não resiste a um bom robalo grelhado, a uma
feijoada ou um Pão-de-ló de Ovar. É Vice-
presidente da Câmara Municipal de Matosinhos,
Presidente do Conselho de Administração da
Matosinhos Sport, Administrador da LIPOR e Vice
-Presidente da Cruz Vermelha (Matosinhos).
O Partido
Quais são as principais áreas que o seu
projeto político para o partido irá
preocupar-se mais?
Trabalhar para que nas próximas
eleições autárquicas a vitória do PS na
Câmara liderada pelo nosso camarada
Guilherme Pinto seja absolutamente
expressiva e garantir que o nosso partido
vença em todas as freguesias. O PS tem de
estar preparado, porque este é o projeto
de todos os matosinhenses. Garantindo que
vamos estar preparados, vamos mobilizar,
vamos discutir as questões que importam
aos matosinhenses. Importa também que o
PS Matosinhos aumente o combate às
políticas de direita do governo
essencialmente na educação e na ação
social. Queremos os nossos jovens na
escola de qualidade a tornar-se cada vez
mais preparados. Ter escola é um direito
de todos e não só de alguns. Confundir isto
é fazer o jogo da direita. O Partido
Socialista deu a sua vida a lutar pela
escola, saúde e ação social para todos. Não
vergamos nesta bandeira socialista.
Um outro combate será contra a
reestruturação das freguesias que o
governo quer impor.
Vamos ouvir os matosinhenses e saber
qual a sua posição porque nenhum autarca
foi eleito para extinguir as freguesias de
Matosinhos, por isso, os socialistas não
aceitam o enfraquecimento do poder local.
Como imagina o Partido Socialista de
Matosinhos daqui a 10 anos?
É muito difícil fazer futurologia, mas
imagino um PS cada vez mais interventivo,
mobilizado, próximo das nossas gentes e
das nossas instituições, da vida da
comunidade. Um PS cada vez maior, um PS
que não se esgota num projeto autárquico
mas que atua em todas as frentes da vida
dos cidadãos. Mais próximo e interventivo
com mais jovens e pessoas com larga
experiência de vida. Esse é o meu desejo e
é para isso que irei trabalhar. É
fundamental que os partidos, que são a
base da democracia, sejam estruturas de
discussão, de debate, de troca de ideias,
de contributos. Só desta forma poderemos
continuar a contribuir para um
desenvolvimento contínuo e sustentável do
nosso concelho e do país.
O Concelho
Enquanto Vice-presidente da CMM e
r e s p o n s á v e l p e l o p e l o u r o d a
Administração e Finanças no contexto da
atual situação económico-financeira do
país, como descreve a situação de
Matosinhos nesta área, quais as maiores
dificuldades e como relaciona com o
contexto a nível nacional?
A crise atingiu Matosinhos, como
aconteceu no resto do mundo, mas não se
sente da mesma forma como em outros
locais por Matosinhos estar apostado no
desenvolvimento da economia local e ser
um concelho com estruturas sociais, de
saúde e educativas fortíssimas e de
qualidade. Apesar de tudo o problema é
grave e exige de nós um trabalho
suplementar para que Matosinhos crie mais
emprego e dê condições acrescidas aos
concidadãos mais atingidos. Também por
isso trabalhamos diariamente para trazer
para Matosinhos mais empresas, para
fortalecer a economia social, para que a
vida tenha dignidade. Nada nos deve
demover deste trabalho, nem o governo
que tolhe a Câmara e as Juntas com
legislação que impede apoios que
queremos dar. Os matosinhenses podem ter
a certeza que para os socialistas nada é
mais importante do que trabalhar e lutar
por eles.
Para mim, ainda que houvesse um só
desempregado, um só jovem que não
estudasse até no mínimo aos 18 anos, um
só doente que não tivesse assistência
médica, uma só pessoa sem apoio social,
como disse ainda que fosse só um seria
inaceitável.
Esta crise afeta-nos sim, mas temos futuro
e não desistimos, não deixaremos ninguém
para trás. Tudo é o mínimo que podemos
fazer.
NUNO OLIVEIRA
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Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
Apesar de todas as dificuldades
económicas que o país atravessa, o actual
mandato tem sido apontado como de
consolidação e concretização de um
conjunto de projetos de grande
envergadura como a renovação do Porto
de Leixões, a criação do Parque Radical,
entre outros. Quais os desafios para
Matosinhos nos próximos anos?
Matosinhos tem-se tornado um pólo
atractivo de investimento pelo esforço que
foi feito nos últimos anos nesse sentido.
Teremos diversos projetos muito
importantes tanto para a promoção do nosso
c o n c e l h o , p a r a o T u r i s m o e
consequentemente, também importantes
para a economia local. Por exemplo, a
intervenção profunda na Doca Pesca, o
Terminal de Cruzeiros que irá atrair muitos
turistas que irão jantar e pernoitar em
Matosinhos, a incubadora de empresas que
dará novas e mais oportunidades de
emprego. Há também investimentos privados
como é o caso da nova unidade da Ramirez
que irá concentrar toda a sua produção em
Matosinhos e o CEIIA, um centro de
investigação aeronáutica que irá empregar
cerca de 300 engenheiros, e claro o contínuo
investimento no nosso «O Mar à Mesa» que é
a principal marca de Matosinhos.
O setor do Turismo conheceu, em
Matosinhos, nos anos mais recentes, um
grande desenvolvimento. Quais são, neste
domínio, as suas perspectivas para o
futuro?
Há uns anos atrás, Turismo e Matosinhos
eram palavras que não se encontravam na
mesma frase. Matosinhos tem um património
histórico fantástico, ainda pouco divulgado,
mas o modo como a cidade se desenvolveu,
do ponto de vista urbanístico, como um
conjunto de infraestruturas que têm vindo a
ser construídas e a qualidade de vida que o
concelho hoje tem, fazem com que a seja
perfeitamente possível pegar no que
Matosinhos tem de melhor para oferecer e
alargar imenso os produtos turísticos. Hoje
todos sabem que Matosinhos é a sala de
jantar do Grande Porto, e é por isso que o
«Mar à Mesa» é a marca que faz com que, na
área metropolitana e na região, quem pensa
em comer, em comer bem, quem pensa em
comer peixe, comer bom peixe, pensa
imediatamente em Matosinhos, quer pela
diversidade, quer pela qualidade do que aqui
se faz, quer pela diversidade e quantidade
de restaurantes, particularmente nas
freguesias de Matosinhos e de Leça da
Palmeira. Falta dar a conhecer muitos e
excelentes restaurantes existentes noutros
pontos do concelho. Esta é uma das grandes
marcas de Matosinhos. É o produto turístico
da nossa região e do ponto de vista
económico é muito importante.
Além disto, temos de aproveitar o que
Matosinhos tem há muitos anos, que foi
sendo cuidado pelos Matosinhenses - o
turismo arquitetónico e o turismo religioso.
Matosinhos tem, provavelmente a mais
antiga estátua de Cristo em tamanho
natural, essa imagem tem cerca de 800
anos, para além da devoção, a nossa igreja,
a romaria do Senhor de Matosinhos. O
mosteiro de Leça do Balio é um
extraordinário ex-libris do que pode ser
turismo religioso. Na arquitetura a Casa de
Chá, em Leça da Palmeira, o mercado, a
nossa biblioteca, o edifício dos paços de
concelho,…, tornam Matosinhos uma cidade
atrativa e interessante. Temos obras dos
melhores arquitetos do mundo em
Matosinhos, Siza Vieira, Souto Moura,
Soutinho, Fernando Távora, etc. Poucos
concelhos têm tal riqueza!
No domínio do desporto, sendo o
Presidente do Conselho de Administração
da Matosinhos Sport, Matosinhos tem
vindo a afirmar-se pela organização de
eventos desportivos que funcionam, de
alguma forma, como imagem de marca do
concelho. Que estratégia existe neste
setor?
Matosinhos evoluiu muito também nesta
área. A prática desportiva, não só através da
d i s p o n i b i l i z a ç ã o e q u i p a m e n t o s
multidesportivos de excelência, como pela
prática do desporto federado, como pelo
estímulo da actividade física e do lazer,
fizeram com que Matosinhos seja hoje um
concelho com uma grande e permanente
oferta de actividades e serviços. Temos 7
piscinas municipais, criamos um ginásio low-
cost que levou a um aumento do número de
pessoas a aderir aos serviços desportivos,
criamos hábitos de desporto como o «Põe-te
a Mexer», colocamos relvados sintéticos que
permitem uma utilização muito maior dos
campos de futebol, hoje mais de 500
crianças de Matosinhos usam estes
equipamentos por dia, melhoramos também
as instalações já existentes, entre outros.
Todo este investimento, todo este conjunto
de serviços disponíveis faz com que os
Matosinhenses tenham mudado hábitos do
dia-a-dia, dão maior importância ao
desporto porque ele é acessível e com
qualidade. O desporto para todos é uma
marca do socialismo que defendemos.
Democratizar e criar novos públicos para o
desporto é uma meta em permanente
construção.
A União Europeia
Para conhecer também a sua opinião
sucinta face às questões a nível europeu,
considera que há uma crise de liderança
na Europa actual?
A Europa não tem hoje nem um rumo
definido, nem um projeto verdadeiramente
europeu. Não há uma governação europeia.
Assim é difícil aproximar o projeto europeu
das pessoas e as pessoas do projeto europeu.
Não aceito que nós não possamos decidir
quem governa nesta esfera. Há muitos
espaços de decisão que vão desde a área
metropolitana, ao espaço europeu, onde não
há votação legítima para decidir quem
governa. A Europa está nas mãos da direita e
esta tenta veicular de forma intensa e
dramática a ideia que os cidadãos não são
todos iguais, não podem ter tantos direitos e
que há uns milhões que são pobres por não
quererem trabalharem. Esta visão da Europa
tem de ser ferozmente combatida pelos
socialistas. É possível combater a crise
também com investimento e com o apoio à
qualidade de vida das pessoas. Os socialistas
europeus têm de falar a uma só voz e bem
forte, sob pena de a direita atentar ainda
mais severamente contra as pessoas.
Enquanto economista, concorda com a
opinião de que as agências de notação
financeira devem ser "postas na ordem"?
Acho que um dos problemas a nível
mundial é a desregulação do sistema
financeiro, sobretudo na Europa. O atual
enquadramento institucional financeiro
resultou da I Guerra Mundial. Importa
refundar o sistema financeiro e para isso
precisamos de ter uma participação efetiva
d a c o m u n i d a d e i n t e r n a c i o n a l .
Principalmente desde 2008 estamos a assistir
por parte dessas agências a um abuso de
poder a um agir sem controlo ou
concorrência leal. Estas agências não servem
a comunidade, servem-se da comunidade.
Precisamos de uma solução mais ativa,
reguladora da economia, dispensamos
agentes de especulação financeira. Sim, eu
gostava que a Europa tivesse uma agência de
notação financeira.
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Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
JS EM AÇÃO
ESPAÇO JOTA
Gustavo Pinhal 19 anos
Transportes públicos - este
é, sem dúvida, um dos
pilares indispensáveis de
apoio à nossa sociedade. Uma sociedade que
se quer cada vez mais desenvolvida e
inclusiva. Os transportes públicos são a
ponte que torna o nosso concelho mais
acessível, mais próximo. O PS Matosinhos
deve pensar, discutir e idealizar novas
formas de contribuir para a melhoria da
mobilidade em Matosinhos. O transporte
público urbano de passageiros deve permitir
a efectiva mobilidade das pessoas e trazer
com isso benefícios sociais e ambientais,
orientado por princípios que assentem na
sustentabilidade. Igualmente no turismo a
mobilidade é importante. Uma rede de
transportes bem organizada e acessível
pode, efectivamente, trazer benefícios
económicos para Matosinhos. Apostar na
mobilidade é apostar no futuro. — em Lavra
Hugo Alexandre 23 anos
Empreendedorismo -
quando era mais jovem
ainda, lembro-me do meu
avó me contar uma história sobre um esquilo
que queria fazer um doce e que tinha
decidido pedir ajuda aos seus amigos mais
próximos. Todos sem exceção se recusaram a
preparar o doce, uns por falta de tempo,
outros por falta de conhecimentos, outros
por preguiça e outros que por outra razão
qualquer também se recusaram. No entanto,
quando chegou a hora de provar o doce até
fila faziam, apesar de em nada terem
contribuído para a preparação do doce. Sem
dúvida que esta história é um reflexo do
nosso país. Quem assume o risco? Quem
quer criar novos postos de trabalho? É
urgente mudar esta postura passiva face à
realidade que nos rodeia. A promoção de um
espirito empreendedor e de inovação não é,
no contexto que vivemos, uma mera opção, é
uma necessidade primordial. Matosinhos já
deu importantes passos nesse sentido, ao
criar a Loja do Empreendedorismo,
acolhendo o empreendedor, acompanhando-
o de forma ativa através de um gestor, no
seu percurso individual ou empresarial. É
lógico que não existe uma forma mágica para
o sucesso, cada empreendedor alcança o
sucesso de uma maneira diferente do outro,
por vezes nem sempre o alcançam à primeira
tentativa mas é importante persistir, ser
lutador, ter um espirito de sacrifício e passar
das palavras aos atos. Matosinhos
disponibiliza essa possibilidade nas mais
variadas áreas, com os mais variados apoios,
resta agora ter a coragem e a determinação
para avançar. — em Senhora da Hora
João Pereira da Silva 22 anos
Educação - como em todas
as políticas, as alterações na
educação apenas têm
resultados anos depois sua implementação.
As constantes alterações no sistema
educativo e nos planos curriculares não
trazem credibilidade às nossas escolas, nisso
estou certo. Mas, não estou menos certo de
que o estigma criado de que as escolas
profissionais são escolas “menores” e para
onde apenas vão os excluídos do regime dito
“normal” não pode permanecer na
sociedade. Todos têm direito a formar-se e
todas as profissões são necessárias.
Matosinhos, à semelhança do que fez o PS
nos últimos mandatos em que foi governo,
deverá seguir o rumo do investimento na
qualidade e no melhoramento da imagem
das escolas profissionais e colherá os seus
frutos no futuro. — em Matosinhos
Este espaço, no futuro, contará com as
atividades da Juventude Socialista no
concelho. Neste momento de campanha
interna do partido, a Juventude Socialista
como estrutura independente do Partido
Socialista decidiu não apoiar qualquer das
partes. Assim, no futuro, neste espaço será
destacada a «Ação Socialista» levada a cabo
pelos militantes da Juventude Socialista da
Concelhia de Matosinhos e também a
atividade promovida pelos núcleos de
residência da Juventude Socialista de
Matosinhos.
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Ação Socialista de Matosinhos - N°0 | Mobilizar os Socialistas, Garantir o Futuro de Matosinhos!
Fábrica em ruínas acolherá
ninho de empresas
Unicer patrocinadora oficial
das festas do concelho Festa do Mar, Senhor de Matosinhos e a Feira de Medieval ganharam um
patrocinador de peso: Unicer. A empresa detentora da Super Bock, Água das
Pedras e Vitalis assinou um protocolo com a Câmara Municipal de Matosinhos.
A Unicer já detém uma fábrica em Leça do Balio, a qual está a ser alvo de um
investimento na ordem dos 80 milhões em equipamento e obras de
melhoramento. Agora faz, também, parte dos eventos culturais e desportivos
mais importantes da cidade. Pires de Lima, presidente executivo da Unicer,
reconheceu que “a Câmara de Matosinhos é amiga do investimento”.
OPINIÃO
Militante de Matosinhos
OTÍLIA GRADIM
Nunca como hoje foi tão importante envolver os cidadãos
na discussão e decisão política, mas para isto é
fundamental reinventar o funcionamento dos partidos
levando-os a uma nova lógica de organização partidária.
Este é um enorme desafio mas também é seguramente a
melhor forma de voltar a aproximar os cidadãos dos
partidos e dos políticos por forma a devolver a
respeitabilidade que se exige a quem serve a causa pública.
Na actual situação politica e económica do país não investir
no envolvimento dos cidadãos na vida política pode ser um
erro que sairá demasiado caro e poderá fazer perigar a
democracia.
Portugal tem hoje um governo de direita ultra liberal que
se caracteriza por ser a direita menos inteligente e com
menos sentido de Estado de que há memória. Só a falta de
sentido de Estado justifica que em 2011 a direita
portuguesa tenha somado à grave crise económica uma
crise politica. Diz-se que de Espanha não vem bom vento
nem bom casamento, e talvez seja verdade, mas se se fizer
um rápido paralelismo entre as situações vividas em
Portugal e Espanha durante 2011 há uma pergunta que se
impõe: porque é que em Espanha se continuou a andar de
“PEC” em “PEC”, com a direita espanhola a preferir
aguardar pelas eleições sem provocar uma crise política e
as antecipar? e porque é que a direita espanhola, depois de
ganhar o poder nas últimas legislativas, não pediu um
resgate da sua dívida e continuou afincadamente agarrada
aos “PEC”? A mim só me ocorre uma resposta:- é que,
apesar de tudo, a direita espanhola tem um maior sentido
de Estado do que tem a direita portuguesa.
Ora a situação actual só é reversível se tivermos os
cidadãos informados e a participar na discussão e decisão
politica. É fundamental desmontar a estratégia do medo
que está por trás do actual discurso político e a
argumentação que estão a usar para impor a sua agenda
politica ultra liberal. Este é um caminho difícil mas que é
preciso fazer. Não podemos assistir ao desmantelamento do
Estado de Direito Democrático sem combate político,
deixando que haja cada vez menos justiça social. É preciso
combater o argumento de que o desemprego elevado é uma
inevitabilidade, quando sabemos esse é o conceito que
serve os interesses da direita. É preciso combater o
argumento dos cortes, porque os cortes que estão a ser
feitos são cortes com uma forte carga ideológica que
incidem primordialmente no factor trabalho e nos serviços
públicos de educação e saúde. Não se põe em causa a
necessidade de se consolidar as contas públicas, o que se
tem que questionar é o universo temporal, a dimensão e a
abrangência social dos cortes. Este combate é um enorme
combate para o qual é preciso trazer TODOS, porque só
contar com os que sempre se interessaram pela vida
político-partidária não chega.
“Não podemos assistir ao desmantelamento do Estado de Direito Democrático(…)”
O ESTADO DA
POLÍTICA
A antiga fábrica de tecidos FIL, em S. Mamede de Infesta, dará lugar a um
condomínio de novas empresas num investimento privado de 6 milhões de euros.
O espaço chamar-se-á Centro Empresarial FIL (CEFIL) e contará com 14 mil
metros quadrados entre cave, R/ chão e primeiro andar. O Parque de
Estacionamento terá 153 lugares de estacionamento para servir a área de
serviços, pequenas indústrias, escritórios, restaurantes e lojas.
No período conturbado em que vivemos, estes investimentos tornam-se ainda
mais importantes pela sua mensagem esperançosa no futuro.
Este investimento faz parte do projeto Matosinhos FINICIA da Autarquia de
Matosinhos. Este crédito financia, ao todo, 11 projetos, empregando 50 pessoas.