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agorapress.com.br facebook - agorapressagnocias twier - @agorapress Tucuruí - Pará Setembro/2013 Informação para Todos! Região do Lago de Tucuruí pode ficar sem presença do Ibama O Ministério Público Federal realizou no último dia 27 uma audiência pública para discutir a manutenção do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 5 Hidrovia: Dnit garante lançamento de edital para derrocagem em Marabá 4 Comunidades do Getat e Nova Matinha rece- bem novas escolas 6 Região do Lago pode se tornar polo pesqueiro 8 Há sete anos, Lei Maria da Pe- nha pune a violência doméstica 10 Cresce o número de visitantes na Hidrelétrica Tucuruí 9

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Primeiro jornal virtual da Região do Lago de Tucuruí (PA). Jornalismo sério, ético e responsável.

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Tucuruí - ParáSetembro/2013

Informação para Todos!

Região do Lago de Tucuruí pode ficar sem presença do IbamaO Ministério Público Federal realizou no último dia 27 uma audiência pública para discutir a manutenção do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 5

Hidrovia: Dnit garante lançamento de edital para derrocagem em Marabá

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Comunidades do Getat e Nova Matinha rece-bem novas escolas

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Região do Lago pode se tornar polo pesqueiro

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Há sete anos, Lei Maria da Pe-nha pune a violência doméstica

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Cresce o número de visitantes na Hidrelétrica Tucuruí

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2 Tucuruí - ParáSetembro de 2013 AGORA

OPINIÃO

Bill Grueskin lembra-se de que era editor no Wall Street Journal em 2004 quando o email de Farnaz Fassihi, desti-

nado aos olhos de uns poucos amigos, começou a circular pelo mundo.

Farnaz, uma iraniana-americana, era repórter do WSJ e a exposiçao de suas opinioes, provocativas e incisivas, sobre a situaçao do Iraque, que se de-teriorava, era chocante. Publicada fora dos limites normais de um jornalismo dolorosamente equilibrado, sua men-sagem dava aos leitores uma sacudi-dela de uma realidade sem filtros – “Foi uma leitura inesperada e a reação foi explosiva”, diz Grueskin, atualmen-te diretor da Faculdade de Jornalismo da Universidade de Columbia.

Desde entao (2004) o debate sobre se os repórteres devem ou não expor suas opiniõess pessoais ganhou força e velocidade. Esse debate – embora de maneira diferente – apareceu no blog da ombudsman do New York Times há algumas semanas, quando ela escreveu sobre o chefe da filial de Jerusalém do jornal, Jodi Rudoren. Escrevendo no Facebook, Rudoren ex-pressou suas opiniões pessoais sobre os palestinos de uma maneira pela qual, posteriormente, se arrependeu. Mas alguns observadores viram uma lição importante na situaçao – “As opiniões e as crenças dos jornalistas importam, sim. Basta desse mito da objetividade”, escreveu no Twitter Jillian York, uma advogada.

Os leitores nao querem que as opi-niões dos repórteres sejam dissimula-das (como em geral na grande midia no Brasil ou na Argentina obedecendo a linha do jornal). Mesmo que discor-dem. O leitor Mark, de Sydney, escre-veu no blog da ombudsman – “Acho que o instinto de manter a velha ficção de que os jornalistas profissio-nais podem se livrar de suas opiniões pessoais está fadado ao fracasso”.

Numa sociedade cada vez mais po-larizada, este é um assunto cada vez mais importante e complexo. A objeti-vidade importa? Vale a pena preservar a ideai de imparcialidade? Reconheça-mos, com franqueza, que é um mons-tro de duas cabeças – em parte, há os preconceitos pessoais que os repór-

teres podem trazer para seu trabalho; e em parte a reportagem obscurece a verdade em nome da Justiça. Jay Rosen, professor de Jornalismo na Universidade de Nova Iorque, acredita que as interpretações tradicionais de uma reportagem imparcial são falsas. Ele acha que os jornalistas deveriam dizer diretamente aos leitores no que acreditam – “Os motivos para confiar estao mudando, pouco a pouco”, disse ele recentemente – “A ‘Opinião de Lugar Nenhum’ está se tornando cada vez mais difícil de confiar, enquanto no ‘Eis aqui de onde eu venho’ é mais provável acreditar” .

Texto de Margaret SullivanObservatorio da Imprensa

Jornalismo imparcial ou jornalismo com opinião? Acho que você já pode escolher

Agora estão na pauta o van-dalismo, a radicalização, o recurso fácil à baderna, o auê. No conjunto de per-

plexidades produzidas pelas jornadas de junho, a mais recente tem a ver com a drástica mudança ocorrida nos paradigmas das manifestações: há dois meses os protestos primavam pela forma pacífica, violência era ex-ceção. Neste exato momento, o ponto de partida é o confronto e o resto, imponderável.

Alguma coisa aconteceu em nosso modo de convívio para que fossem suprimidas as etapas intermediárias do processo de divergir. Do desacordo à desavença é um passo, o debate como parte essencial do diálogo eva-

porou. Uma hostilidade entranhou-se em nossa vida e passou a deformar perigosamente nossa maneira de ra-ciocinar – penso, logo brigo, só existo enquanto antípoda, meu gesto primal é a estocada, o murro.

Já falamos aqui sobre o espírito Fla-Flu que contaminou nossa forma de relacionar-se com os outros. Esta forma rústica de pertencimento e identidade fermentou, adensou-se e converteu uma sociedade que se ima-ginava cordial (e às vezes parecia ser) num continente de tribos não apenas adversárias, mas ostensivamente canibais.

Para encerrar um ciclo. O corpora-tivismo explica alguma coisa, mas não explica tudo. O sumiço dos grandes

narradores contribui para o desnorte-amento e a fanatização dos grupos. A fragmentação da informação fragmen-ta o conhecimento, o entendimento, percepções. O culto do espetáculo simplifica as soluções e facilita a de-monização.

O resultado é a exaltação. Tomar partido equivale a entregar-se à fúria e, com isso, os próprios partidos deixam de ser expressão de ideias e se transformam em meros ginásios de artes marciais. Religião, ciências, atendimento médico, educação, trans-portes públicos, futebol, ecologia, transparência, corrupção, formação de quadrilhas e cartéis, embargos infringentes, vida coletiva, mídia ninja – tudo se partidariza, se politiza,

se estreita, vira ofensa, estupidez, estultícia.

Se um eventual debate sobre a despenalização da maconha for leva-do ao formidável triturador partidário hoje instalado no país, fortalecem-se todos os tabus. Adeus, experimenta-ções e inovação.

O resto deste 2013 precisa ser reservado ao debate, preservado para argumentação e persuasão. Carece-mos de Unidades de Pacificação em cada um de nossos cenáculos, só as-sim as manifestações de rua voltarão ao que foram. Só assim esvazia-se a compulsão do arranca-rabo e se en-cerra o ciclo de quebra-quebras.

Por Alberto Dines

A compulsão do arranca-rabo

Lide Comunicação e MarketingCNPJ: 13.518.031/0001-80

Tucuruí - Pará

Agora - Informação para Todos!Editado por Lide Comunicação e Marketing

Denis Aragão94.8116.5408 / 9183.9843Redação

Leila Costa94.8141.0477 / 9256.3065Administração

Tiragem3 mil exemplaresCirculaçãoTucuruí, Breu Branco, Novo Repartimento, Goia-nésia do Pará

acesseagorapress.com.brfacebook.com/agorapressagnoticias@[email protected]

Page 3: Jornal Agora

3Tucuruí - ParáSetembro de 2013AGORA

SOCIEDADE

O número de pessoas atendidas em visitas às dependências da Usina Hidrelétrica Tucuruí, Centro de Proteção

Ambiental, estações de tratamento de água e esgoto e eclusas cresce a cada ano, segundo o Núcleo de Even-tos Institucionais e Recepção de Visi-tas da Superintendência de Geração Hidráulica da Eletrobras Eletronorte.

De 2010 para 2012, o número de visitantes deu um salto de 6.587 para 8.735, sendo que a maior quantida-de de recepções aconteceu no mês de outubro de 2011, com 1.092 visi-tantes. Os dados de 2012 são ainda maiores se comparados aos de 2009 e 2008, quando passaram por Tucuruí 5.350 e 5.151 pessoas, respectiva-mente.

“Visitamos Itaipu, conhecemos outra forma de trabalho e fizemos adaptações em nosso serviço que fa-cilitaram até mesmo o relacionamen-to entre as áreas da Usina”, afirma Vitória Régia Mendonca Cartonilho, coordenadora do Núcleo. Atualmen-te, Tucuruí disponibiliza três tipos de visitas: turística, panorâmica e técni-ca, sendo que todas podem ser ade-quadas de acordo com o objetivo do grupo de visitantes.

Agendamentos podem ser feitos pelo telefone (94) 3778.2522 / 2584.

Cresce o número de visitantes na Hidrelétrica Tucuruí

Com o objetivo de contribuir no avivamento histórico, cultural e am-biental do município de Tucuruí, um grupo de personalidades criou o Mu-seu Virtual de Tucuruí. O portal que foi recentemente publicado pretende es-timular aqueles que têm informações diversas sobre a história de Tucuruí, visando à construção do Museu Físico do Município.

Segundo Maria do Perpetuo Socor-ro Pompeu Cunha Rodrigues, diretora fundadora, o Museu Virtual de Tucu-ruí, nasceu da necessidade de mostrar os valores guardados, muitas vezes a sete chaves, e resgatar através de do-cumentos, fotos e vídeos a história de nossos antepassados. “Fazer Historia não é fácil, principalmente quando o ganho é historia de vida. A ideia é dei-xar registrado um legado histórico, que vai ser fonte permanente de pesquisas para as futuras gerações de tucuruien-ses”.

Outro ponto é propiciar espaços de reflexão sobre as mudanças históricas ocorridas desde Alcobaça até a cons-trução da Usina Hidrelétrica. A inten-ção é que estudantes, professores e a comunidade possa interagir no portal para reconstruir a linha do tempo e compreender os impactos cultural, so-cial e ambiental que a sociedade tucu-ruiense perdeu e ganhou ao longo do tempo.

Conheçawww.museuvirtualtucurui.com.br

Museu Virtual de Tucuruí quer resgatar história do município

De 2010 para 2012, o número de visitantes deu um salto de 6.587 para 8.735Marcelo LeiteAscom Eletrobras Eletronorte

“Recebemos grupos de estudantes que querem conhecer as estações de tratamento de água, esgoto, ou mes-mo outros setores da Usina. Conversa-mos com as áreas para buscar o apoio de outros profissionais e colocamos à disposição dos visitantes o que temos de melhor”, destaca Vitória.Vertedouro

O vertedouro de Tucuruí é um es-petáculo visual impressionante, mas que só acontece nos primeiros meses do ano - com abertura no final do mês de janeiro, e previsão de fechamento até abril de cada ano. Prío-do em que Tucuruí sempre recebe mais visitantes.

Além da curiosidade sobre o funcionamento de uma usina hidrelétrica e o histórico de construção de Tucuruí, as palestras que antecedem as visi-

tas apresentam outras informações, como reconhecimentos e conquistas, como o Prêmio Nacional da Qualida-de. “É uma oportunidade das pessoas conhecerem melhor a Empresa e nos apresentarmos como uma organiza-ção de excelência”, completa Vitória Régia.

O Núcleo de Eventos Institucionais e Recepção de Visitas de Tucuruí aten-de de segunda a sexta, das 07h30 às 17h30, e aos sábados até às 11h30.

Fotos: Denis Aragão

Page 4: Jornal Agora

4 Tucuruí - ParáSetembro de 2013 AGORA

PARÁ

Mais um capítulo da novela Hidrovia Araguaia-Tocantins. Em reunião, no ini-cio do mês, com o

diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – Dnit, General Jorge Fraxe, foi anunciado que o edital da obra do derrocamen-to do Pedral do Lourenção, no Rio To-cantins, será lançado em setembro, em Marabá, mas sem data ainda de-finida.

Atualmente, o projeto executivo das obras de derrocamento – explo-são e retirada de pedras – do Pedral do Lourenço está com o Comando da Marinha, no Rio de Janeiro. O posi-cionamento da Marinha sobre os dois estudos, um elaborado pela Universi-dade Federal do Pará (UFPA) e outro encomendado pela mineradora Vale, ainda aguarda divulgação.

As obras do derrocamento são fundamentais para a efetiva viabilida-de da Hidrovia do Tocantins durante todo o ano e a atração de investimen-tos na região sudeste do Pará, espe-cialmente a siderúrgica de Marabá. A bancada federal do Pará e o Governo do Estado vêm acompanhando e co-brando o Governo Federal sobre o as-sunto desde 2011.

O diretor do Dnit informou que o projeto executivo da Universidade Federal do Pará (UFPA) e o encomen-dado pela mineradora Vale foram analisados pela Marinha do Brasil, que criou um terceiro projeto com as devidas correções para a realização da obra.

O licenciamento ambiental da derrocagem do Pedral do Lourenço será feito pela Secretaria do Meio Ambiente do Pará (Sema), não sendo necessária a intervenção do Ibama, segundo portaria que será editada nos próximos dias pelo Ministério do

Hidrovia: Dnit garante lançamento de edital para derrocagem em MarabáDerrocamento é funda-mental para a efetiva viabilidade da Hidrovia do Tocantins durante todo o ano e a atração de investimentos na re-gião sudeste do Pará

Meio Ambiente, já que não se trata de licenciamento para a hidrovia, mas apenas de um ponto localizado no Es-tado do Pará.

Com as obras da derrocagem, o escoamento da produção e de insu-mos será facilitada, interligando o centro-oeste brasileiro ao sul do Pará e ao Porto de Vila do Conde, no mu-nicípio de Barcarena (Região Metro-politana de Belém), totalizando 2.794 quilômetros.

O governo federal, segundo a mi-nistra do Planejamento, Miriam Bel-chior, se mantém firme no propósito de fazer a hidrovia virar realidade. “Estamos em processo de negociação com a empresa Vale do Rio Doce para que assuma o projeto executivo e as-sim possamos poupar tempo. Que-remos ver esta obra concluída ainda neste mandato da presidenta Dilma”, afirmou Miriam Belchior.

A comitiva também teve acesso à Carta de Marabá, documento que faz ampla defesa quanto ao potencial da hidrovia paraense e o escoamento de

licenciamento ambiental da derrocagem do Pedral do Lou-renço será feito pela Secretária do Meio Ambiente do Pará (Sema)

mercadorias pelo Corredor Norte. O principal avanço está o fato de que todas essas entidades se mostram fa-voráveis à hidrovia e a vêem como es-tratégica para o transporte de cargas

no País.Participaram da reunião o deputa-

do federal Asdrubal Bentes (PMDB), o prefeito João Salame (PPS) e seis ve-readores de Marabá.

Eclusas de Tucuruí ainda estão operando com capacidade reduzida devido ao entrave do derrocamento

Foto: Denis Aragão

Page 5: Jornal Agora

5Tucuruí - ParáSetembro de 2013AGORA

17 de junho é uma data emble-mática. Data em que diversas cida-des brasileiras foram tomadas por manifestações que culminaram com a tomada do teto do Congresso Na-cional pelos manifestantes de Brasília. Poucos dias depois, em 20 de junho, a multidão que saiu para protestar foi estimada em mais de 1 milhão de pes-soas em todo o país.

Em Tucuruí não foi diferente e no dia 21, milhares de estudantes, lide-ranças sindicais e comunitárias toma-ram as ruas da cidade para protestar contra a falta de investimentos na educação, de remédios e médicos nos postos de saúde do município, de in-fraestrutura em diversas ruas, de ma-ternidade, além da revogação do au-mento da tarifa de ônibus e prestação de contas da prefeitura do município.

Após diversos protestos, inclusi-ve com fechamento das principais rodovias de acesso ao município, um piquete na porta da concessionária Viação Tucuruí e a invasão dos prédios da Prefeitura e da Câmara Municipal, as manifestações acabaram perdendo força.

Mas, uma nova onda de manifes-tações pode estar por vir. Quem faz o alerta são os representantes de uma comissão encabeçada pelo líder do Movimento dos Atingidos por Barra-gens - MAB, Roquevan Alves, e do sin-dicalista Tom Bonfim.

“As manifestações recomeçaram no último mês e só vamos parar de-pois que as autoridades atendam as demandas da comunidade. Mas não iremos radicalizar de imediato, a exemplo do que ocorreu em junho”, afirma Tom.

Conforme o sindicalista, com o “Movimento Senta Prefeito” a estra-tégia agora é forçar as autoridades a sentarem e discutirem a pauta de rei-vindicações junto às lideranças e re-presentantes do poder Judiciário. As

PautaRedução do preço da passagem de ônibus para R$2,00;Concurso Público na Prefeitura de Tucuruí em 2013;Pagamento da meia passagem no ato da roleta, pois esse direito foi retirado dos nossos estudantes;Cumprimento da Lei da Transparência (LC 131) pela Prefeitura, pois assim o cida-dão poderá acompanhar os gastos públicos;Retorno da Maternidade para o Hospital Municipal, mas com tratamento digno as nossas mães e crianças;Revogação da Lei Municipal nº 9.757/13 (Lei do IPASET), que foi criada com irre-gularidades e pode prejudicar os servidores públicos;Recuperação de estradas vicinais e construção de escolas de qualidade na Zona Rural.

CIDADE

lideranças do Movimento vêm cum-prindo a tarefa de coletar assinaturas no abaixo-assinado que será entre-gue ao Ministério Público do Estado do Pará – MPE/PA. A intenção é criar uma agenda positiva de parceria com a Promotoria local.

Tudo porque o prefeito Sancler Ferreira (PPS) vem se recusando a receber os representantes dos movi-mentos nos últimos dois meses. Para tentar forçar uma reunião, as lideran-ças pretendem colher 10 mil assinatu-ras que serão entregues ao Ministério Público do Estado do Pará.

A coleta de assinaturas está acon-tecendo durante todo o mês de agosto pelas universidades, escolas de ensino médio, técnicas e do fundamental.

A comissão articula ainda a cria-ção do Movimento do Passe Livre de Tucuruí (MPLTuc), cujo propósito será pautar o debate e organizar a luta popular que poderá beneficiar estu-dantes e desempregados, usuários do serviço de transporte público urbano no município. “Já protocolamos docu-mento solicitando da Viação Tucuruí informações acerca da política tarifá-ria (impostos pagos, público atendido, etc), mas ainda não obtivemos respos-

tas apesar de os sindicatos serem par-te legítima na fiscalização do serviço, conforme Lei Orgânica Municipal”, ex-plica o sindicalista.

os manifestantes ainda aguardam respostas quanto ao “suposto” estudo de viabilidade de alteração do preço da passagem que a PMT contratou junto à UFPA. “Quando tivermos mais

informações tencionaremos o uso dos royalties para o subsídio do Passe Li-vre”.

No próximo dia 8 de setembro, re-presentantes do MAB, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí (STR) e SINTEPP viajam à Brasília para tratar da pauta nacional com alguns ministé-rios e também a Eletrobras.

Uma nova onda de manifes-tações pode estar por vir em Tucuruí

“Movimento Senta Pre-feito” quer forçar o pre-feito de Tucuruí e demais autoridades a sentarem e discutirem a pauta de reivindicaçõesDenis AragãoAgorapress

Lideranças comunitárias alertam: nova onda de manifestações pode estar por vir

Fotos: Aldeney Moraes

Page 6: Jornal Agora

6 Tucuruí - ParáSetembro de 2013 AGORA

As comunidades dos bair-ros Getat e Nova Matinha receberam no último dia (31) duas grandes esco-las que irão atender cerca

de 2400 crianças. Construídas com re-cursos oriundos do Plano de Inserção Regional da Montante da UHE Tucuruí – PIRTUC, as escolas foram entregues para a população pelo prefeito de Tucu-ruí Sancler Ferreira e representantes da Gerência de Implementação de Ações Socioambientais da Eletrobras Eletro-norte em Tucuruí. Na oportunidade também foram entregues para a popu-lação a nova praça da Bica e o prédio do Centro de Vigilância em Saúde.

Com a entrega das escolas Gumer-cindo Gomes (Getat) e Manoel Carlos Silva (Nova Matinha), o município se prepara para eliminar o horário inter-mediário que tem funcionado como paliativo para suprir uma demanda crescente de vagas nos horários regu-lares.

Sancler falou que as duas escolas construídas pela parceria com a Estatal são emblemáticas porque o município passa a atender os alunos com estrutu-ras de qualidade e encerra o famigera-do “terceiro período”. A Administração agora pode pensar em implementar escolas de ensino integral.

São 40 novas salas de aula, labora-tórios de informática e estruturas to-talmente acessíveis e que servirão de padrão para as novas escolas que serão entregues pela administração munici-pal. Todas com amplo espaço polies-portivo que poderão ser utilizados para práticas educativas socializadoras de esporte, cultura e lazer.

Mais duas escolas na zona rural de-vem ser entregues até o fim de setem-bro que atenderão as comunidades São Vicente e Ouro Verde, no Lago de Tucu-

Comunidades do Getat e Nova Matinha recebem novas escolasSão 40 novas salas de aula, laboratórios de informática e estruturas totalmente acessíveis e que servirão de padrão para as novas escolas no municípioDenis AragãoAgorapress

ruí. Essas escolas são fruto de uma par-ceria que, segundo o prefeito, tem sido excelente para a sociedade de Tucuruí.

Segundo o prefeito, diversos pro-jetos já estão sendo analisados pela Eletrobras Eletronorte e nos próximos anos a parceria entre o município e a Estatal só tende a frutificar maiores benefícios para a comunidade, como a conclusão da Estação de Tratamento de Água de Tucuruí, que deve acabar com a falta de água para a população. “Só tenho a agradecer a Eletrobras Eletro-norte por toda essa confiança deposi-tada em nossa administração. É preciso dizer que essa relação é de confiança e

respeito e temos ido buscar os recursos para obras que mudam para melhor a vida da população. Portanto, hoje é dia de agradecer. Muito obrigado a Eletro-bras Eletronorte”.

Acer Augusto Viana, da Superinten-dência de Meio Ambiente, e Wilson Viana, representando a Superintencia de Geração Hidráulica da Eletrobras Eletronorte, participaram da cerimônia de inauguração e puderam ver a felici-dade nos rostos das crianças dos dois bairros contemplados com a iniciativa da Estatal.

Para Acer Viana, as escolas irão pro-porcionar o desenvolvimento educa-

Com a entrega das escolas Gumercindo Gomes (Getat) e Manoel Carlos Silva (Nova Matinha), o município se prepara para eliminar o ho-rário intermediário

cional das crianças dos bairros da Nova Matinha, Liberdade, São Sebastião, São Francisco, Parque dos Buritis, Nova Conquista, Alto Alegre e Alcobaça.

Fotos: Denis Aragão

CIDADE

Page 7: Jornal Agora

7Tucuruí - ParáSetembro de 2013AGORA

A diretoria da Eletrobras Eletronor-te esteve em Tucuruí nos dias 12 e 13 cumprindo agenda de visitas às duas escolas recém entregues à comunida-de.

A comitiva, encabeçada pelo dire-tor presidente da estatal, Josias Matos de Araújo, vistoriou as escolas Gumer-cindo Gomes (Getat) e Manoel Carlos Silva (Nova Matinha), construídas com recursos do Plano de Inserção Regio-nal dos Municípios à Montante da UHE Tucuruí (PIRTUC). Os diretores ainda foram homenageados com o título de Cidadão Tucuruiense.

Além do diretor presidente da Ele-trobras Eletronorte, participaram da visitação o diretor de Produção e Co-mercialização, Wady Charone Junior, o diretor de Planejamento e Engenharia, Adhemar Palocci, o superintendente de Meio Ambiente, Antonio Raimundo Santos Ribeiro Coimbra; e o superin-tendente de Geração Hidráulica, Anto-nio Augusto Bechara Pardauil.

Conforme lembrou o diretor-presi-dente da Eletrobras Eletronorte, diver-sos projetos estão sendo realizados em conjunto com as prefeituras da região. Um dos mais importantes é a Estação de Tratamento de Água de Tucuruí, que deve acabar de vez com a falta de água para a população e que foi vistoriada pela diretoria e comitiva dos prefeitos que compõem o Consórcio dos Muni-cípios Paraenses Alagados pelo Rio To-cantins (Compart). “Essa parceria entre o município e a Empresa só tem trazido benefícios para a comunidade. Esta-mos cumprindo nosso papel social”, frisou Josias.

Para o prefeito de Tucuruí, o muni-cípio deu um salto de desenvolvimento em setores essenciais graças à parcei-ra com a Eletrobras Eletronorte. “Sou humilde em dizer que graças a esse parceiro estamos resolvendo inúmeros problemas, não somente em Tucuruí, mas o que pode ser constatado em todos os municípios atendidos pelos programas da Eletrobras Eletronorte. Só temos que agradecer e esperar que essa parceria se mantenha por muitos anos”, declara o prefeito.

Adhemar Palocci, o diretor de Pla-nejamento e Engenharia, lembrou que a Empresa sempre esteve aberta para ouvir os prefeitos e demais autoridades dos municípios atendidos pelos Plano de Inserção Regional dos Municípios à

Diretores da Eletrobras Eletronorte visitam obras do PIRTUC

Montante da UHE Tucuruí (PIRTUC) e Plano de Inserção Regional dos Muni-cípios à Jusante da UHE Tucuruí (PIR-JUS). “Nossa missão tem sido apontar soluções viáveis para as prefeituras. Te-mos procurado atender, na medida do possível, todas as demandas dos muni-cípios do entorno do Lago de Tucuruí. Essa homenagem que recebemos hoje vou guardar no fundo do coração”, fri-sou Palocci.

A homenagem aos diretores da Es-tatal foi entregue em sessão solene realizada na quadra poliesportiva do colégio Manoel Carlos Silva, na Nova Matinha.Receberam o título de Cidadão de Tu-curuí:

Josias Matos de Araújo, Diretor--Presidente

Damião Apolinário Pereira, funcio-nário

Antonio Raimundo Santos Ribeiro Coimbra, Superintendência de Meio Ambiente

Parcerias com as prefeituras da região estão garantindo diversos projetos de infraes-trutura e melhorando a vida de muita gente

Wady charone Junior, Diretor de Produção e Comercialização

Adhemar Palocci, Diretor de Plane-jamento e EngenhariaEstiveram presentes os prefeitos:

Sancler Ferreira (Tucuruí), Benjamin Tasca (Itupiranga e Presidente do Com-part); Izaldino Altoé (Jacundá); João Gomes da Silva (Goianésia do Pará), Sebastião Damasceno (Nova Ipixuna); Valmira Alves (Novo Repartimento); Ad-milson Mezzomo (Breu Branco).Participaram da sessão solene, os ve-

readores:Benedito Joaquim Campos Couto

(Bena Navegantes – presidente interi-no da CMT), Cleidson de Souza Oliveira (Dodô); Daivyson Furtado da Silva (Dai-vyson Free Way); Dionei Antonio Tadini Sangrilo; Jairo Rejanio de Holanda Sou-sa; João Batista da Costa Araújo (João Pé de Ferro); José Edilson da Costa Araújo (Peri); José Valito Sanches Furtado (Ma-rajá); José Vieira de Almeida; Manoel de Jesus Serrão Cantão; Wanderley da Silva Santos (Deley).

Fotos: Denis Aragão

CIDADE

Page 8: Jornal Agora

8 Tucuruí - ParáSetembro de 2013 AGORA

Um passo decisivo para a transformação da Re-gião do Lago de Tucuruí em referência na produ-ção de pescado na re-

gião Norte foi dado no último dia 15 de abril. Uma reunião entre os prefei-tos da região, o deputado federal Mi-riquinho Batista e o secretário do Mi-nistro da Pesca e Agricultura, Eloi de Sousa Araújo, definiu investimentos de grande importância para o sudeste do Pará, e em especial aos moradores das ilhas.

O Ministério da Pesca garantiu apoio necessário para o desenvolvi-mento da piscicultura na região do lago que irá contemplar com empre-go e renda cerca de 35 mil famílias. O projeto, encabeçado pela prefeitura de Tucuruí e endossado pela Asso-ciação dos Municípios do Araguaia e Tocantins – AMAT, cujo presidente é o prefeito Sancler Ferreira, quer implan-tar desde a criação em tanques-rede no lago até a criação de um entrepos-to pesqueiro. “A intenção é fomentar toda a estrutura necessária para o aproveitamento e beneficiamento do pescado no lago. Queremos implantar aqui toda a cadeia produtiva do pes-cado com laboratório de alevinos, a criação em tanque-rede, em tanque escavado, fábrica de ração, frigorífico onde o peixe será filetado, fábrica de gelo, caminhão frigorífico e toda a es-trutura necessária para consolidar a região como polo pesqueiro”, explicou Sancler.

Quando instalado, o polo vai bene-ficiar os municípios de Tucuruí, Breu Branco, Goainésia do Pará, Jacundá, Nova Ipixuna, Itupiranga e Novo Re-partimento.

Região do Lago pode se tornar polo pesqueiroSob influência de Tucu-ruí, Ministério da Pesca e Agricultura garante apoio para o desenvolvi-mento da piscicultura na região do lago. Cerca de 35 mil famílias em sete municípios serão benefi-ciadas

Denis AragãoAgorapress

O Ministério da Pesca atende a uma solicitação da prefeitura de Tu-curuí que pediu apoio técnico para a elaboração de projetos e liberação de investimentos para a infraestrutura do polo pesqueiro.

Segundo Eloi de Sousa Araújo, o Ministério irá atender ao pedido do prefeito e sugerir que todo o processo de implantação seja feito pelos muni-cípios da região de influência da Hidre-létrica de Tucuruí.

Conforme declarou o deputado federal Miriquinho Batista, ainda este ano será elaborado um diagnóstico completo de todas as demandas dos municípios, para, a partir do diagnós-tico das necessidades, seja dado en-trada na solicitação de execução do projeto junto ao Ministério da Pesca e Agricultura.

EletrificaçãoHá um ano a prefeitura de Tucuruí

está elaborando o projeto de eletrifi-cação que deverá levar energia para os moradores das ilhas do lago.

Segundo declarou o prefeito San-cler Ferreira, o projeto está pronto e já foi encaminhado para o ministério de Minas e Energias que avalia a exe-cução. O projeto também foi apresen-tado a direção da Equatorial, empresa que gerencia a Celpa. A direção da em-

Polo vai beneficiar os municípios de Tucuruí, Breu Bran-co, Goainésia do Pará, Jacundá, Nova Ipixuna, Itupiranga e Novo Repartimento.

presa já confirmou a universalização da energia nas ilhas para, no máximo, final de 2014.

A prefeitura quer levar energia elé-trica para mais de 1500 famílias até março de 2014.

Tambaqui como principal cultivoPor iniciativa do deputado Miriqui-

nho Batista – PT/PA – a Bancada do Pará foi convidada a participar da reunião com o presidente do Instituto Brasilei-ro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Volney Zanardi Júnior, para discutir a liberação do cultivo da espécie de peixe tamba-qui no lago de Tucuruí. Esta demanda é do setor produtivo do Estado do Pará, e desde 2011 várias reuniões entre o mi-nistro da pesca, o presidente do IBAMA, Secretário de Estado da Pesca e Aqui-cultura do Pará, empresários do setor, técnicos do MPA e IBAMA, tentam dar segmento a projetos de implantação de parques aquícolas para fomentar o de-senvolvimento da aquicultura em bases sustentáveis no parque aquícola da Usi-

na Hidrelétrica de Tucuruí.A Eletrobrás Eletronorte trouxe o

estudo (Catálogo de Peixes Comer-ciais no Baixo Tocantins) da década de 1980/1982, o qual comprova que o Tambaqui é um peixe da Bacia Tocanti-na. Diante do estudo, o argumento da inviabilidade para a criação do tamba-qui – por ser uma espécie exótica e não originaria da Bacia – caí por terra, pois existe a ocorrência natural no Araguaia/Tocantins, sendo assim o tambaqui não apresenta comportamento invasor e é viável sua criação.

Depois de muito tempo aguardan-do a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos Naturais Renováveis (IBAMA) o deputado Miri-quinho (PT/PA) comemorou em novem-bro do ano passado a autorização para criação do tambaqui no Lago de Tucu-ruí. ”A criação do tambaqui no Lago do Tucuruí é uma luta de muito tempo e agora o Ibama concretizou tudo. após a publicação da decisão, vamos criar o Tambaqui no Lago do Tucuruí”, ressal-tou Miriquinho.

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9Tucuruí - ParáSetembro de 2013AGORA

O Ministério Público Federal realizou na manhã do último dia 27 uma audiência pública para discutir

a manutenção do escritório regional do Instituto Brasileiro do Meio Am-biente e dos Recursos Naturais Reno-váveis (Ibama). A audiência aconteceu no Centro de Convenções de Tucuruí e contou com a presença de autori-dades e representantes da sociedade civil organizada.

Conforme apurou o MPF, o diálogo social sobre a decisão do Ibama deve levar em conta, sobretudo, as peculia-ridades da região, como a presença de terras indígenas, os permanentes im-pactos decorrentes da instalação, am-pliação e operação da usina hidrelétri-ca de Tucuruí, a pesca predatória no rio Tocantins, a extração ilegal de ma-deira e as carvoarias irregulares, que muitas vezes submetem trabalhadores a condições análogas às de escravos, dentre outras questões e por isso não pode ser tomada sem a avaliação das comunidades que podem sofre impac-tos socioambientais.

Paulo Rubens Carvalho, procura-dor da República em Tucuruí, adiantou que o MPF irá avaliar quais os impac-tos socioambientais para as comuni-dades da região do Lago, já que o Ins-tituto deixou claro que irá desativar o escritório regional de Tucuruí devido à falta de demanda ambiental, já que em todo o Pará, acontece uma redu-ção gradativa nas zonas de desmata-mento e os índices na região do Lago são satisfatórios.

Com a extinção do escritório re-gional do Ibama em Tucuruí, todo o atendimento deverá ser realizado em Marabá. Situação que revoltou muita gente, visto que, além de ser aberto

Sociedade civil do Lago de Tucuruí exige permanência do Ibama na regiãoMPF irá mover uma Ação Civil Pública ou expedir liminar para manter funcionando o escritório local do Insti-tutoDenis AragãoAgorapress

à população de Tucuruí, o escritório atende ainda os municípios de Baião, Pacajá, Goianésia Do Pará, Breu Bran-co e Novo Repartimento.

Para o prefeito e presidente da AMAT, Sancler Ferreira, fechar o escri-tório será extremamente prejudicial para toda a sociedade e a questão se agrava porque a maioria das pessoas que dependem do atendimento são ribeirinhos e pequenos produtores. “Entendemos que será um enorme

retrocesso e a região perderá muito, sobretudo quanto à educação ambien-tal”, observa o prefeito.

Para o pescador Agnaldo Mendes, a fiscalização nas ilhas, feita pelos agentes do órgão é “nefasta”, visto que penaliza os pescadores, mesmo fora do período do defeso. Ele entende que a transferência das atividades do órgão para Marabá vai impactar ainda mais o bolso dos ribeirinhos, que constante-mente são extorquidos pelos agentes

do Instituto. “Mas não basta somente manter o serviço, é preciso expulsar as catitas (ratos) de dentro do órgão”.

O deputado federal Wandenkolk Gonçalves, alertou que a região do Lago pode se tornar uma “terra sem lei” caso o escritório regional do IBA-MA seja fechado.

Ele entende que na realidade, o Instituto deveria investir na infraestru-tura do local ao invés de fechar. “É pre-ciso se reestruturar para dar continui-dade nas fiscalizações em uma região marcada pela ilegalidade”, observou o deputado.

Edevar Sovete, gerente executivo do Ibama em Marabá, defendeu o ór-gão e disse que não há como manter o escritório local devido a falta de in-vestimentos e de demanda. “Hoje o órgão atua com uma estrutura mínima e sucateada e a maioria das atividades são de competência das secretarias de Meio Ambiente do Estado e dos mu-nicípios. Queremos que esses órgãos assumam suas responsabilidades”, fri-sou.

O gerente informou que a superin-tendência do Ibama irá apurar as inú-meras denúncias de corrupção, mas lembrou que é preciso que as pessoas denunciem formalmente.

Caso o órgão não volte atrás na de-cisão de extinguir o escritório regional, o MPF irá mover uma Ação Civil Públi-ca ou expedir liminar para manter fun-cionando o escritório local.

Para o MPE, o Ibama deveria investir na infraestrutura e na melhoria dos serviços ao invés de fechar as portas

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10 Tucuruí - ParáSetembro de 2013 AGORA

BRASIL

A lei Maria da Penha, criada para punir com rigor as agressões contra as mu-lheres, completou 7 anos no último dia 7. Desde a

sua criação, as denúncias de violência doméstica vem sendo incentivadas e os mecanismos de sua aplicação am-plamente discutidos. Pesquisa feita pelo Instituto Patrícia Galvão e Data Popular mostra que após sete anos de vigência da lei, 86% das mulheres começaram a denunciar os maus-tra-tos que sofrem. Os dados divulgados também mostraram que 98% dos en-trevistados conhecem a Lei.

Dados mostram que 86% das mu-lheres começaram a denunciar os maus-tratos que sofrem

No aniversário da Lei, represen-tantes se reuniram na 7° Jornada Lei Maria da Penha, organizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e debateram as ações do governo fede-ral e o sistema de justiça por métodos mais eficazes de aplicação da norma. O encontro também visou fomentar o combate à violência doméstica e fa-miliar.

No evento, a ministra da Secreta-ria de Políticas para Mulheres, Eleo-nora Menicucci, destacou a impor-tância da denúncia para a efetividade da lei e a punição aos agressores que cometem violência contra as mulhe-res. “Se não denunciar, não existe crime. Quero aqui chamar as mulhe-res para denunciar a violência contra qualquer mulher, criança ou adoles-cente”, afirmou.

Segundo a ministra, a lei Maria da Penha funciona por vários moti-vos. “O primeiro é que dá cadeia. E o segundo é que, hoje, mexe na con-ta bancária do agressor, que tem que ressarcir a União sobre todo valor que é pago aos dependentes da mu-lher em caso de morte”, explica.

Com sete anos em vigor, Lei Maria da Penha pune a violência domésticaPesquisa mostra que após sete anos de vi-gência da lei, 86% das mulheres começaram a denunciar os maus--tratos que sofrem

Portal Brasil

PesquisaRealizada pelo Data Popular e o

Instituto Patrícia Galvão, a Pesquisa Percepção da sociedade sobre violên-cia e assassinato de mulheres, lançada em agosto, realizou 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país, entre os dias 10 e 18 de maio deste ano.

Os dados revelam ainda que o pro-blema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhe-cem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parcei-ra. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher não ocorre apenas em famílias pobres.Outros números

Os dados atualizados do Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulhe-res no Brasil, apontam que é prin-cipalmente no ambiente doméstico que ocorrem as situações de violência contra a mulher. A taxa de ocorrência

no ambiente doméstico é 71,8%, en-quanto em vias públicas é 15,6%.

A violência física contra a mulher é predominante (44,2%), seguida da psicológica (20,8%) e da sexual (12,2%). No caso das vítimas que têm entre 20 e 50 anos de idade, o parcei-ro é o principal agente da violência física. Já nos casos em que as vítimas têm até nove anos de idade e a par-tir dos 60 anos, os pais e filhos são, respectivamente, os principais agres-sores, de acordo com dados do Mapa da Violência.

Lei Maria da Penha

Criada a sete anos, a Lei 11.340/2006 cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, além de promover a discriminação contra as mulheres, prevenir, punir agressores e erradicar a violência.

A lei é chamada de Lei Maria da Penha em homenagem a ativista que, em 1983, por duas vezes, sofreu ten-tativa de assassinato por parte do en-tão marido. Na primeira vez, por arma

de fogo e, na segunda, por eletrocus-são e afogamento. As tentativas de homicídio resultaram em lesões irre-versíveis à sua saúde, como paraple-gia e outras sequelas. Atualmente, ela recebe aposentadoria por invalidez do INSS.

A Lei Maria da Lei Maria da Penha - sancionada em 7 de agosto de 2006 - é reconhecida pelas Nações Unidas como uma das três melhores legisla-ções no mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres.

Central de Atendimento à Mulher

A Central de Atendimento à Mu-lher – Ligue 180 é um serviço de utili-dade pública que orienta as mulheres em situação de violência sobre seus direitos, com o intuito de prestar aco-lhida nessas situações e prestar infor-mações sobre onde podem recorrer caso sofram algum tipo de violência. O atendimento funciona 24 horas, to-dos os dias da semana, inclusive finais de semana e feriados. São aceitas li-gações de celular pré-pago mesmo sem crédito/recarga.

Violência física contra a mulher é predominante (44,2%), seguida da psicológica (20,8%) e da se-xual (12,2%). Há sete anos, a Lei 11.340/2006 cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,

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11Tucuruí - ParáSetembro de 2013AGORA

MUNDO

Cientistas brasileiros desen-volveram uma vacina con-tra o vírus HIV, causador da Aids, e vão começar a testá-la em macacos ainda

este ano.De acordo com a Fapesp (Fundação

de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), essa fase do projeto irá du-rar dois anos e os experimentos devem indicar o método de imunização mais eficaz para ser usado em humanos.

Uma versão anterior da vacina ─ de-senvolvida por pesquisadores da USP ─ já havia sido testado anteriormente em camundongos, mostrando que a técni-ca era, sim, eficaz.

Se os resultados forem positivos nos macacos e se houver financiamen-to suficiente, a vacina ─ denominada HIVBr18 ─ pode ser usada para os pri-meiros testes clínicos, ou seja, em seres humanos.

Nessa etapa, ela deve ser testada uma população saudável e com bai-xo risco de contrair o HIV, segundo a Fapesp. Essas pessoas seriam então acompanhadas de perto por vários anos. O objetivo seria avaliar a segu-rança da vacina, além de “verificar a magnitude da resposta imune que ele é capaz de desencadear e por quanto tempo os anticorpos permanecem no

Criada por brasileiros, vacina contra Aids avança e será testada em macacosSe os resultados forem positivos, próxima fase pode envolver testes clínicos com seres hu-manos

BBC

organismo”.

Carga viralNo teste mais recente, feito com ca-

mundongos e ainda não publicado, os pesquisadores avaliaram a capacidade dessa nova vacina de reduzir a carga vi-ral no organismo. “O HIV normalmente não infecta camundongos, então nós pegamos um vírus chamado vaccinia ─ que é aparentado do causador da varío-la ─ e colocamos dentro dele antígenos

do HIV”, contou à Agência Fapesp Ede-cio Cunha Neto, professor da Faculdade de Medicina da USP e um dos pesquisa-dores que desenvolveu a vacina.

Nos animais imunizados, a quanti-dade do vírus modificado encontrada foi 50 vezes menor que a do grupo con-trole.

Se a HIVBr18 for bem-sucedida nes-sa etapa, ela pode despertar interesse comercial. A esperança dos cientistas é atrair investidores privados, uma vez

que o custo estimado para chegar até a fase seguinte dos testes clínicos é de R$ 250 milhões. Até o momento, somando o financiamento da Fapesp e do gover-no federal, foi investido cerca de R$ 1 milhão no projeto.

Cunha Neto desenvolveu e paten-teou a vacina juntamente os com tam-bém pesquisadores da Faculdade de Medicina da USP Jorge Kalil e Simone Fonseca. Eles deram iníco às pesquisas em 2001.

HIVBr18: Se resultados forem positivos em macacos e se houver financiamento suficiente, a vacina pode ser ter primeiros testes clínicos

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