jornal da uem - nº 106 - setembro de 2012

12
Ambiente Rio+20 desagrada ao priorizar economia verde Paradesporto O desafio da inclusão social Tecnologia Pesquisas contribuem com o desenvolvimento da colevidade Integração Estudos e projetos desenvolvidos na UEM chegam à sociedade Parceria Tecnologia: do mercado para o laboratório Educação Vencendo a barreira da idade Arquitetura Maringá engavetou Niemeyer Graduação A força da estasca na sociedade contemporânea MEMÓRIA UEM cria núcleo do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade Ano XI - nº 106 Setembro 2012 Assessoria de Comunicação Social ISSN: 2238-5053 P.3 P.5 P.6e7 P.8 P.9 P.10 P.11 P.12 P.04

Upload: andre-scarate

Post on 22-Mar-2016

215 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

jornal dauem

TRANSCRIPT

AmbienteRio+20 desagrada ao priorizar economia verde

ParadesportoO desafio da inclusão social

TecnologiaPesquisas contribuem com o desenvolvimento da coletividade

IntegraçãoEstudos e projetos desenvolvidos na UEM chegam à sociedade

ParceriaTecnologia: do mercado para o laboratório

EducaçãoVencendo a barreira da idade

ArquiteturaMaringá engavetou Niemeyer

GraduaçãoA força da estatística na sociedade contemporânea

MEMÓRIAUEM cria núcleo do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade

Ano XI - nº 106Setembro 2012

Assessoria deComunicação Social

ISSN: 2238-5053

P.3

P.5

P.6e7

P.8

P.9

P.10

P.11

P.12P.04

Reitor: Júlio Santiago Prates FilhoVice-reitora: Neusa AltoéAssessor de Comunicação Social: Paulo Pupim

Jornalista responsável e editora: Ana Paula Machado Velho (Reg. Prof. 16.314/RJ)Coordenadora de Imprensa: Tereza ParizottoReportagem: Ana Paula Machado Velho, Rose Koyashiki, Tereza Parizotto, Carlos Henrique Braga e Murilo BenitesFotografia: Antonio C.Locatelli, Heitor MarconColaboradores: Sueli Nascimento Silva

ISSN: 2238-5053Diagramação e Impressão: Grafinorte

Coordenadoria de ImprensaAvenida Colombo, 5.790 - Bloco Q-03 - Sala 7Telefone: (44) 3011-4213Site: www.asc.uem.brE-mail: [email protected]

2

A pesquisa desenvolvida pela Univer-sidade é importante para potencializar a economia de qualquer país, principalmen-te se ela balizar os governos na formula-ção de políticas públicas direcionadas à redução da desigualdade social. Por ser uma nação que, hoje, ocupa a sexta po-sição no cenário da economia mundial, o Brasil tem, em suas universidades, um grande aliado para ajustar o crescimento dos indicadores econômicos ao bem estar geral da população por meio da pesquisa científica. Neste cenário é que a UEM vem se despontando entre as instituições de

ensino superior do País, ao apresentar uma produção científica crescente e de qua-lidade, fruto, acima de tudo, de uma opção de política acertada, a partir da criação da Universidade, na década de 1970: a verticalização do ensino. São estudos e proje-tos com aplicação direta na comunidade, buscando atender à demanda regional para promover também o desenvolvimento dos municípios paranaenses e até de outros estados. A reportagem principal desta edição mostra esta realidade.

E, sem negar a importância da pesquisa, mas reconhecendo também o papel rele-vante do ensino e da extensão universitárias, o Jornal da UEM traz assuntos diversifi-cados, focados no papel primordial da universidade pública, a do comprometimento com a mudança na sociedade na qual está inserida. Para alguns professores que foram à Rio+20, a conferência do clima deixou a desejar, apesar de alguns avanços. Na ava-liação deles, o que mais desagradou foi o fato de o evento ter priorizado a economia verde. Outro tema abordado na edição é a criação do núcleo maringaense do Fó-rum Paranaense de Resgate da Verdade. A expectativa é que o trabalho realizado por pesquisadores da UEM possam colaborar com a Comissão da Verdade instituída pelo Governo Federal. Há, ainda, um texto mostrando como se organiza o Clube Escolar Paralímpico, resultado de parceria com a Universidade, para proporcionar a prática de esportes adaptados a crianças e adolescentes, na tentativa de vencer o desafio da inclusão social.

Por falar em parceria, pesquisadores da UEM estão por trás de um convênio as-sinado entre a instituição e a Basf. A reportagem revela que a atuação conjunta vai auxiliar os agricultores que não dispõem de opções para o controle de ervas daninhas, pragas e doenças em frutas e vegetais. No mês do idoso (foto), o JU traça um pano-rama sobre as necessidades das políticas educacionais para a terceira idade e discute a importância da Unati nesse processo. Mostramos um trabalho científico premiado, desenvolvido por uma aluna da UEM, que demonstra como a Prefeitura de Marin-gá engavetou projeto de uma praça modernista feito pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.

Para finalizar, a edição mostra como o profissional de estatística tem sido cada vez mais valorizado pelo mercado de trabalho, contratado para atuar no setor financeiro, além de institutos de pesquisa, corretoras, indústrias e empresas de pesquisa de mer-cado. Boa leitura!

Editorial

Uma universidade em sintonia com as demandas da sociedade

expediente

Errata 1As mudas clonadas de banana produzidas pelo laboratório de Biotecnologia Vegetal da UEM não são resistentes a vírus, como informamos na última edição (105), na matéria Projeto desenvolve banana clonada. Elas são apenas livres de vírus, ou seja, chegam ao produtor sadias, mas não estão imunes a doenças.

Errata 2Esquecemos de agradecer ao professor Cássio David da Silva, do ILG e do Escritório de Cooperação Internacional da UEM. Ele ajudou a repórter Tereza Parizotto a realizar a entrevista com o psiquiatra e psicólogo Christophe Dejours. Silva atuou como tradutor durante a conversa, publicada no Jornal da UEM nº105.

Paulo PupimAssessor de Comunicação Social

CredenciamentoDetran renova credenciamentoO Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PR) renovou por mais um ano o credenciamento da UEM para realização de avaliações médicas e psicológicas relacionadas à carteira de habilitação. Esta forma de credenciamento, que completou dois anos no final do último mês, dá sequência ao trabalho que, até 2009, era feito sob forma de convênio.A responsabilidade pela execução das atividades para o Detran continua sendo executada pelo Núcleo de Psicologia Aplicada (NPA), ligado à PEC. Agnaldo de Melo Jesus, chefe do NPA, explica que a renovação só é autorizada após criteriosa avaliação por parte do Detran, tanto da documentação quanto das instalações e equipamentos que a UEM disponibiliza para esse fim. A vistoria no NPA foi feita em 30 de maio. A renovação foi publicada no Diário Oficial do Estado por meio da portaria Nº 236/2012-DG. Os exames devem ser agendados na Ciretran (Contorno Sul), no Posto de Atendimento do Detran (Av. Bento Munhoz), ou ainda nas auto-escolas, nos casos de processos de primeira habilitação ou de renovação da CNH. Outras cinco clínicas credenciadas atendem em Maringá. O sistema do Detran é que direciona os usuários para os locais adequados.

3

Por Carlos Henrique Braga

Morna, Rio+20 desagrada ao

priorizar economia verde

Segundo análise de professores participantes, conferência do

clima foi abalada por crise econômica e passividade brasileira

Ambiente

UEM apresenta política ambiental na Cúpula dos Povos A política ambiental da UEM, proposta em junho

pela Comissão de Meio Ambiente, foi apresentada a cerca de 200 pessoas no Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, um dos espaços da Cúpula dos Povos, simultânea à Rio+20. Considerada avançada para as universidades paranaenses, as normas vão oficializar ações de conservação e preservação do meio ambiente nos câmpus da UEM, após aprovação dos conselhos admnistrativo e universitário. A Unioeste também mostrou sua política na reunião.

O grupo que a levou até o Rio foi liderado pelo presidente da comissão, o professor Marino Elígio Gonçalves. Ele estava acompanhado de 13 estudantes e docentes. “Essa política é um passo importantíssimo

para a UEM, que tende a se tornar a primeira instituição de ensino superior do Paraná a ter isso internalizada em uma resolução. Existem várias instituições que vêm discutindo e implantando suas políticas, mas, no Paraná, não se avançou como a UEM está avançando”, diz o professor. Ele acredita que o texto deve servir de modelo para outras universidades paranaenses.

A política delineada pela comissão criaria 12 câmaras técnicas, voltadas a temáticas como educação ambiental e edificações. Gonçalves espera que, no futuro, elas ajudem a tornar a UEM mais sustentável. Isso significaria, por exemplo, reduzir a conta de energia elétrica (em torno de R$ 5 milhões por ano, segundo ele) adotando novas formas de uso e de construções.

O verde que dominou as discussões na Rio+20 foi o do dinheiro mesmo, concordam professores da UEM que participaram do evento. A conferência, que colocou o Rio de Janeiro no centro das atenções do mundo, em junho, terminou sem um documento de impacto, ao contrário do encontro de duas décadas atrás, a Rio 92. Para o professor Ednaldo Michellon (na foto, à direita), criador do conceito moneycentrismo, no qual o dinheiro é a medida de todas as coisas, nesta edição “ficou mais clara a instrumentalização do meio ambiente pelo dinheiro”. “A conferência teve muito menos ‘ibope’ que a Rio 92”, compara o professor.

O professor de geografia Lucas Frediani Sant’ana ouviu críticas de brasileiros e estrangeiros em mais de um mês como voluntário da ONU no evento. Para ele, o ideal seria reduzir o foco na economia. “Faltou discussão sobre educação ambiental”, avalia. “O debate foi muito focado na economia verde, ou, como eles diziam, na economicidade da discussão ambiental”. Também faltou, segundo ele, discutir o Código Florestal, amplamente debatido em Brasília, mas abafado na Rio+20.

O clima era menos favorável a grandes acordos que nos anos 90. Líderes europeus, por exemplo, ficaram em casa, concentrados em suas economias em crise. Michellon, ao contrário de 1992, foi com espírito “mais pé no chão”, preparado para um resultado fraco. “O que deu um banho e água fria foi a economia mundial. Na Rio 92, se tinha

uma esperança. A economia do planeta estava melhor. Depois da queda do Muro de Berlim (que separava a capitalista Alemanha Ocidental da comunista Oriental, em 1989), as pessoas achavam que o mundo seria um só, foi isso que embalou (os pensamentos)”, analisa o professor do curso de Agronomia.

Agora, com a economia de mercado dando as cartas, e como “nem a China é mais vista como comunista”, o jogo é outro. “Eles mudaram o conceito de eco-desenvolvimento para economia verde e ficou o primado da economia”, diz Michellon. Segundo ele, executivos das maiores 500 empresas do mundo faziam encontros paralelos à Rio+20 para garantir que o marketing verde seria usado a favor

deles. “O Brasil ficou muito receoso em

relação aos países industrializados”, diz Sant’ana, que esperava mais afinco do anfitrião na defesa de mudanças que pisavam nos calos dos países ricos, como a criação de um fundo global para a defesa do meio ambiente. Mesmo com uma pitada de insatisfação, ele voltou com 60 quilos de material para suas aulas, como livros valiosos para qualquer geógrafo.

Michellon participou de discussões sobre agricultura urbana e a postura dos cristãos quanto à crise ambiental, ambos na Cúpula dos Povos, fora do Riocentro, local da convenção. Ele é coordenador do Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana (Ceraup/UEM), em

Maringá, e autor do livro O dinheiro e a Natureza Humana – como chegamos ao moneycentrismo (2006, 265 pgs, MK Editora). No segundo encontro, promovido pela ONG Igrejas Eco-Cidadãs, sentou ao lado da ex-ministra do meio ambiente, Marina Silva e de Cláudio Oliveira, diretor da Casa da Videira, organização curitibana que colhe de 3 a 4 toneladas de alimentos em um ter reno de 300 metros quadrados no fundo de um condomínio. Na pauta dos três, o engajamento dos cristãos na conservação e preservação ambiental. Segundo essa visão, o homem deve ser atendido integralmente, e proteger o ambiente em que ele vive é tão importante quanto salvar sua alma.

4Memória

UEM cria núcleo do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade

Pesquisas desenvolvidas na Instituição podem colaborar com a Comissão da Verdade

do Governo Federal. No País, são centenas de casos de pessoas mortas e mais de

cem ainda sem paradeiro

Por Sueli Nascimento Silva

A violação aos direitos humanos, a tortura, o assassinato de opositores políticos e o ocultamento de cadáveres, esses atos, praticados pelo Estado brasileiro, precisam ser conhecidos e debatidos. A partir dessa premissa trabalha o núcleo de Maringá do Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, da Memória e Justiça. O grupo busca fomentar a discussão sobre os crimes cometidos durante o período de ditadura militar. E, assim, incentivar a participação popular no reconhecimento da necessidade de medidas simples como a mudança de nomes de logradouros públicos que homenageiam personalidades que participaram como algozes da era de chumbo da ditadura militar até o pedido de desculpas formal, por parte do Estado, às famílias daqueles que foram mortos, desaparecidos ou torturados. Além de avaliar, dar opiniões e repercutir os trabalhos da comissão.

Reginaldo Dias e outros dois professores do Departamento de História, Ângelo Priori e Sidney Munhoz, coordenam o Fórum de Maringá, lançado em junho, na UEM. Para a comissão local é grande a demanda de trabalho em relação a casos do período da ditadura. Reginaldo Dias destaca que o Fórum não substitui a Comissão da Verdade, instituída pela presidenta Dilma Rousseff, mas interage com ela. “O núcleo não pode extrair consequências jurídicas, mas o fórum talvez possa ir aonde a Comissão da Verdade não tem condições de chegar por ser uma instituição do Estado”, afirma o pesquisador.

Brasil - No País, são centenas de casos de pessoas mortas e mais de cem ainda fazem parte dos chamados “desaparecidos”, dos quais não se sabe o paradeiro. “Há os que gostam de fazer contabilidade macabra. Como foram poucas centenas de mortos, consideram o número pequeno. Mas o prejuízo para a população é enorme. O dano social incorpora a ampla escala de prisões e a incalculável quantidade de pessoas que foram podadas de ter atividade política para não sofrer as consequências de um período de repressão. Isso não tem mensuração possível.” Para o pesquisador, ainda, essa falta de informação influencia o processo de luto das famílias. Além da ignorância da sociedade sobre alguns atos

que o Estado cometeu nesse período. O caso do jornalista Vladimir Herzog,

encontrado morto, supostamente enforcado, é um exemplo. “O que aconteceu com ele, divulgaram na imprensa que havia se suicidado. Mas bastava olhar a foto para ver que tinha

uma adulteração da verdade. E como ele tinha ascendência judaica, quase não foi sepultado no cemitério judaico, porque lá não cabem suicidas. O rabino Henry Sobel desmascarou a farsa e ao sepultar ali naquele cemitério ele estava dizendo: ‘Ele foi assassinado’. Então faz uma diferença enorme para a sociedade saber

a verdade”.Dias destaca também Paulo Wright,

que fez parte de uma organização chamada Ação Popular, objeto de estudo do pesquisador. “Wright foi morto no início da década de 1970, uma história muito mal explicada e o corpo nunca foi

localizado. Ainda divulgaram uma farsa de que ele teria sido morto em um tiroteio com outros dois militantes da mesma organização, acusando-os de traidores. Tudo isso machuca muito as famílias. São várias dores acumuladas: a morte, a mentira e a infâmia.”

Esses casos são importantes também

para demonstrar a relevância da participação popular no processo, já que o Estado tem sido lento. As principais medidas de reparação foram tomadas a partir de iniciativas de comissões de familiares e outras instituições formadas pela sociedade.

Trabalho em casa - Em Maringá, há dois núcleos com a participação popular: um do fórum paranaense e outro, liderado pelos estudantes, denominado Comissão Popular da Verdade. Além do Fórum de Curitiba com uma série de ramificações. Eles têm uma compreensão suficientemente comum para estarem juntos, mas articulam ações diferentes”, informa.

Reginaldo Dias ressalta que, em Maringá, há muita informação para ser debatida. “Embora casos de mortes e desaparecidos estejam mais ligados a familiares que lutaram em outros sítios do País, nós temos famílias em Maringá que vivem esse drama de não ter elucidado ainda a condição de morte de um ente querido. Para subsidiar os trabalhos do fórum paranaense, estamos participando do mapeamento de todos os casos relacionados ao nosso estado. Isso vai contribuir para os debates e para as reparações”.

O Departamento de História também tem diversas pesquisas que podem ajudar a Comissão da Verdade na elucidação desses fatos. Os laboratórios de Pesquisa em História Política e Movimentos Sociais (Lappom) e de Estudos do Tempo Presente (Labtempo) da UEM têm vasto material sobre o tema. Teses e dissertações estão disponíveis no site www.pph.uem.br. E, com a criação do Fórum, a comissão acredita que sejam abertas novas possibilidades de pesquisa. Há também a expectativa da abertura de arquivos que antes não estavam acessíveis para os historiadores e que agora possam vir à tona, possibilitando ampliar os trabalhos e debates.

O governador Beto Richa deve constituir uma Comissão da Verdade estadual, o que, segundo Dias, pode impulsionar ainda mais os trabalhos sobre essa temática no Paraná. “Ficava sempre esta questão da verdade histórica pendente. Agora fica a pergunta: aonde a Comissão da Verdade vai chegar? Espero que ela chegue longe. E para que ela chegue longe as pessoas precisam se interessar e interagir com o debate.”

5

ESPORTE paralímpico no BrasilO paradesporto é uma presença constante dentro das universidades, onde são desenvolvidos trabalhos específicos de extensão, como o da UEM, voltados aos portadores de deficiência. De acordo com o professor Décio Calegari, isso, aliado a uma gestão eficiente do Comitê Paralímpico Brasileiro, fez o paradesporto nacional evoluir, a ponto de figurar entre as dez principais potências paralímpicas mundiais.Para o professor, o que falta é divulgação. “Precisamos que nossos valores sejam vistos. Mesmo com a qualidade do trabalho, é necessário que as pessoas enxerguem que existe o esporte paralímpico, para que ele sirva de exemplo e inspiração para outras pessoas”, afirma.Segundo Décio Calegari, apesar de não ter como foco único o rendimento, o Clube Escolar tem como função justamente trazer a criança com deficiência para o esporte, já pensando na renovação de talentos. “O Clube acaba estimulando a pratica do esporte, e nisso você acaba identificando quem leva jeito e pode, futuramente, disputar competições paralímpicas”, explica.

Paraesporto

O desafio da inclusão social

Para participar do Clube Escolar Paralímpico da UEM, basta entrar em contato com a coordenadora, Mariana Piculli, pelos telefones (44) 9923-3068 ou (44) 9941-1669. Uma equipe se deslocará até a casa da família para conhecer a criança, analisar o tipo de deficiência e direcionar para as modalidades desenvolvidas nessas condições. As deficiências intelectual, física e visual são atendidas pelo Clube.

“Em parceria com a UEM, Clube Escolar Paralímpico proporciona a prática de esportes adaptados a crianças e adolescentes”

Por Murilo Benites

Com origem no começo do século 20, o esporte adaptado para deficientes tornou-se um importante veículo de inclusão social, aprimorando as habilidades físicas e motoras das pessoas com deficiência, deixando-as mais independentes para a realização de atividades do dia-a-dia e aumentando a auto-estima.

Além da comprovada importância social, a prática desportiva para deficientes passou a adquirir grande relevância no âmbito profissional. São torneios de alto rendimento, nos quais se enfatizam as conquistas e a competição, mais do que as deficiências de seus participantes. Prova do crescimento dessa prática são os Jogos Paralímpicos, que, na edição deste ano, em Londres, bateram o recorde de participantes, com 4.200 atletas de 166 países.

Com o objetivo de fomentar o paradesporto, tanto como ferramenta de inclusão, como para a garimpagem de novos talentos, foi criada, no ano passado,

a União Metropolitana Paradesportiva de Maringá (UMPM), que oferece condições para que seus atletas se destaquem nas competições municipais, estaduais, nacionais e internacionais. Todas as atividades desenvolvidas pela UMPM são realizadas em conjunto com o Departamento de Educação Física (DEF) da UEM, onde o professor Decio Roberto Calegari desenvolve o Programa de Atividade Física Adaptada (PROAFA). De acordo com o professor, a função do Programa é oferecer todo o suporte de estrutura física necessário para a prática dos esportes adaptados, além de envolver acadêmicos, que colaboram nas práticas desportivas.

Projeto – A UMPM passou a contar, em março desse ano, com o Projeto Clube Escolar Paralímpico, que dá ênfase à iniciação esportiva de crianças e adolescentes, de 6 a 21 anos, de Maringá e região. De acordo com Mariana Piculli, coordenadora do projeto e secretária da UMPM, o projeto, que é mantido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), tem

como objetivo promover o fomento e o desenvolvimento esportivo escolar dos futuros atletas paralímpicos do país.

A coordenadora do Clube Escolar explica que são desenvolvidas as modalidades: bocha, futebol de cinco, futebol de sete, goalball, natação, petra, polybat e tênis em cadeiras de rodas e de mesa. Segundo ela, a ideia é dar oportunidade para o maior número de crianças possível, visando à continuidade das equipes profissionais da UMPM e o desenvolvimento físico e motor dos jovens atletas, sem esquecer da inclusão social.

O Clube Escolar também costuma promover gincanas, em que são desenvolvidas atividades recreativas que lembram os esportes adaptados, mas sem competição. O intuito, além de oferecer

um dia divertido e descontraído para as crianças, pais e amigos, é encontrar novos talentos em potencial.

Na última gincana, realizada em julho, na quadra do bloco M-7 da UEM, um atlético e animado Valdir André da Silva Júnior, de 20 anos, mostrava destreza em todas as atividades propostas. Portador de Síndrome de Down, e tendo a natação como especialidade, Valdir está há dois meses no Clube Escolar. O atleta, que já conquistou medalhas em competições escolares, possui boas habilidades físicas e motoras, pois, segundo a mãe, Carmem da Silva, pratica exercícios desde pequeno. “O envolvimento do Valdir com o esporte, com certeza foi fundamental no processo de desenvolvimento dele”, afirma.

Mais informações sobre a União Metropolitana Paradesportiva de Maringá no site http://www.umpm.com.br.

6 Tecnologia

Por Rose Koyashiki

desenvolvimento da pesquisa. Sem ela não há avanços. É o que explica o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM, Mauro Ravagnani. “A condição social e econômica do País melhorou. Tudo isso é decorrência da existência da pesquisa e do aporte de recursos para fazer pesquisas. O ensino superior, a pós-graduação e a pesquisa têm recebido muitos recursos principalmente do governo federal e dos governos estaduais. Hoje, somos o 13º

de qualidade. Estamos dentro do rol dos países que produzem e desenvolvem ciência. Essa relação ainda não é linear com o desenvolvimento econômico. A economia está em 6º lugar, podendo chegar à quinta posição; mas a nossa

mundo. Precisamos romper essa barreira. E isso só vai acontecer depois de muito

principalmente”.

principalmente na região Sudeste. “Dentro deste cenário, a Universidade Estadual de

São Paulo conseguiu. Têm três coisas que

de pós-graduação, o número de doutores

em pesquisa. Quando se faz essa proporção, estamos muito melhor que

mil doutores e 1,5 mil professores. É um número proporcionalmente bastante alto. Temos três bolsistas 1 A. Comparando com outras universidades estaduais do Paraná, estamos num patamar bastante confortável”.

A UEM tem 762 projetos de pesquisa em andamento e 373 grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, dos quais, oito são núcleos de excelência (Pronex). A Universidade tem 21 doutorados, 34 mestrados e mais sete novos cursos em

1.476 pesquisadores cadastrados no CNPq. Para dar suporte para as pesquisas, a UEM conta com 341 laboratórios no câmpus-sede e 23 nos câmpus regionais, além do Complexo de Centrais de Apoio

centrais. Recentemente, a UEM teve vários subprojetos aprovados no edital CT-Infra da Finep, resultando em mais R$ 8,5

infraestrutura para o Comcap. “Certamente teremos equipamentos de grande porte,

os programas de pós-graduação e o desenvolvimento de trabalhos com mais qualidade, com análises mais precisas. Isso certamente vai levar a publicações em revistas também de mais impacto e, consequentemente, nos trará mais recursos, impulsionará a criação de novos programas de pós-graduação, novas áreas, assim por diante”.

O pró-reitor credita os bons resultados da UEM em todos os editais a um corpo docente com sólida formação básica, ao número de doutores e ao envolvimento desses doutores com a pós-graduação.

Ravagnani comenta que a UEM é

do conhecimento. “Temos grupos de pesquisa consolidados e evidentemente um conjunto de áreas de cursos novos

precisamos fomentar o desenvolvimento. Temos a realidade dos câmpus fora da sede que também precisam de um

consolidar aqueles grupos como núcleos de excelência como os que existem aqui

áreas do conhecimento temos programas de pós-graduação consolidados e grupos de pesquisa fortes. No Paraná, três programas de pós-graduação são nota 6 e dois estão aqui na UEM: o Programa de Pós-Graduação em Ecologia de

Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, que têm mestrado e doutorado”. O

de conhecimento são potencialmente de futuro e que o caminho é a

conectadas.

7

Projeto da UEM tem registro concedido pelo InpiPara o pró-reitor, nos tempos atuais,

entre a pesquisa básica ou aplicada. “Existe pesquisa. Temos desenvolvimento

é fazer com que isso se transforme em produtos, processos e serviços que venham

vida das pessoas”. Para a aproximação da universidade e da sociedade, a UEM

é por meio dela, que se faz com que o conhecimento chegue até a sociedade na forma de produtos, processos e serviços, completa. Para Ravagnani, essa relação tem avançado muito. “Temos buscado, cada vez mais, atender a demanda regional, buscando resolver os problemas regionais. Temos aqui, por exemplo, um grupo de empresas incubadas na Incubadora Tecnológica de Maringá na área de

ciências agrárias, no setor do agronegócio, desenvolvendo projetos. Vamos inaugurar

ideia, em longo prazo, é ter um centro de inovação, no qual, empresas grandes

parceria com a Universidade para fazer com que os produtos apareçam na sociedade”.

A transferência de tecnologia se faz depois que o conhecimento é gerado e

da transferência de tecnologia, negociação com empresas para o produto, serviço ou processo ser colocado na sociedade.

Ravagnani diz que a UEM está criando

transferência de tecnologia, a Incubadora é um grande negócio pra quem tem uma ideia, um conceito que quer desenvolver e, por meio de uma empresa, fazer chegar

de Pesquisa e Pós-Graduação da UEM pretende criar uma diretoria de inovação, com uma divisão de transferência de tecnologia, uma divisão de propriedade intelectual, que já temos hoje, e uma

os potenciais que temos na Universidade e as empresas que estão interessadas em fazer isso”.

A UEM solicitou a patente de 65 projetos e tem mais quatro em análise para serem depositadas neste semestre

Industrial. Já o projeto Novos Lasers no Infravermelho para Aplicação na Área Biomédica teve sua patente concedida em 2008, depois de onze anos após solicitação, com validade de 20 anos, que podem ser

pelo professor Mauro Baesso (na foto), do Departamento de Física, seu foco foi o desenvolvimento de vidros especiais para a construção de lasers visando aplicação na área biomédica, em cirurgias. A descoberta abre possibilidades para obtenção de lasers de baixo custo e mais adequados para estas

em comprimentos de onda da luz que são absorvidos pelos tecidos biológicos. Pela importância e dimensão do trabalho, outros projetos surgiram desta linha de pesquisa,

laboratórios do Departamento de Física

oportunidades de realizar pesquisa no exterior por meio de bolsas na modalidade sanduíche. Um dos mais recentes foi

Física da Universidade de São Paulo, Câmpus de São Carlos, com a Universidade Cloud Bernard de Lion, França, com recursos do convênio Capes/Cofecub, edital 2007. Dos 47 projetos desenvolvidos no referido convênio no período 2008-2011, o da UEM foi um dos

direito de pleitear sua prorrogação para os anos de 2013 e 2014, o que já foi feito.

Três lasers já foram construídos: dois em parceria com a USP-São Carlos e um com a Universidade Cloud Bernard de Lion.

No decorrer desse projeto, percebeu-se

tem uma grande possibilidade de ser usado para o desenvolvimento de novas fontes para geração de luz branca para iluminação

de fontes de luz que possam gerar

de cores similar à da luz solar e com

de pesquisa destas duas linhas de ação

um quarto laser será desenvolvido. De acordo com Baesso, “o projeto da geração de luz branca parece ter maior potencial do ponto de vista tecnológico, porque pode ter mais potencial econômico, haja vista que, na sociedade

está presente na quase totalidade dos

lazer”.

desiludido com o processo de obtenção de patente. Para ele não deveria ser tão demorado e nem inibir a publicação de trabalhos relacionados enquanto a

os atuais critérios de avaliação das agências federais, é inviável para um orientador de cursos de pós-graduação não poder

com os temas de dissertação de mestrado ou de tese de doutorado desenvolvidos pelos alunos. Comenta que, para a segunda linha de pesquisa, vinculada com a geração de luz branca, provavelmente não solicitará registro de patente. “Se conseguirmos obter um produto viável, a transferência do conhecimento para a sociedade dependerá mais da existência de parques tecnológicos do que do registro de patente”, acredita.

A doutoranda em Física, Aline Milan Farias (na foto), é uma das alunas que está envolvida nos projetos dos vidros para os lasers e para geração de luz branca. Durante seu mestrado, trabalhou no projeto para produção de um dos lasers desenvolvidos. Explica que cada laser opera em um comprimento de onda diferente para ser

complementa dizendo que pode perceber que os resultados de um projeto acabam ajudando em outros, demonstrando que o mais importante é a experiência adquirida durante os estudos.

8 Integração

Estudos e projetos desenvolvidos na UEM chegam à sociedadeTrabalhos realizados pela

pesquisadora Célia Tavares têm aplicação direta na comunidade e buscam o

desenvolvimento sustentável

Por Rose Koyashiki

Várias pesquisas desenvolvidas pelo grupo da pesquisadora Célia Regina Granhen Tavares, do Departamento de Engenharia Química da UEM, são exemplos de como a universidade pode contribuir com a sociedade. Os projetos têm aplicação na comunidade, alguns de forma direta com introdução de trabalhos, outros com potencial para serem aplicados. Atuando na área ambiental, seus projetos vão desde tratamento de efluentes líquidos até aproveitamento de resíduos sólidos para fabricação de material de construção e de placas acústicas, bem como gestão e monitoramento de recursos hídricos. Seu foco é promover não só soluções ambientais como também possibilitar uma fonte de renda para comunidades carentes.

Com a Universidade Federal da Bahia, o grupo desenvolve um projeto que tem como base a saúde e a sustentabilidade

de três comunidades quilombolas da Bahia. Aproveitando os resíduos fibrosos gerados nessas comunidades, pensou-se em aproveitá-los para a fabricação de placas acústicas para tratamento acústico de ambientes. “Estamos desenvolvendo tudo aqui no Paraná, em conjunto com a UTFPR (Campo Mourão) e a Universidade Estadual do Paraná/Fecilcam. Trata-se de uma microindústria, que será instalada em uma das comunidades quilombolas. Posteriormente será feita gestão junto ao Sebrae, para que a comunidade dê prosseguimento ao trabalho e permita que isso se torne um meio de sobrevivência para eles”.

A professora também desenvolve projetos com uma empresa vinculada à Incubadora Tecnológica de Maringá, da qual faz parte como sócia-pesquisadora. A Esfera Ambiental, especializada em consultoria e projetos de desenvolvimento de pesquisa na área ambiental, já teve quatro projetos aprovados. Três pela Finep e mais um pela Finep/Sebrae. Num

desses, foi desenvolvido um equipamento de fotólise para tratamento, com radiação ultravioleta, de efluentes gerados em lavanderia de hospitais, com potencial de ser utilizado em outras áreas, como lavanderias do setor hoteleiro e indústria têxtil. Outro projeto é o desenvolvimento de um sistema de tratamento de

águas cinza (efluentes gerados em residências, com exceção daqueles gerados nas descargas sanitárias), com vistas ao reuso. “Nós trabalhamos com processo de separação com membranas. Os primeiros resultados foram bastante promissores. O desenvolvimento desse projeto conta com uma parceria comercial, com uma empresa incubada na Incubadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro”.

Rede hidráulica – Tavares explica que, para implantar o sistema de tratamento da água cinza, é preciso fazer uma adaptação da rede hidráulica nos prédios ou residências, mas o ideal é que isso fosse pensado antes de se projetar a construção, uma vez que essa água é gerada a partir da utilização de água potável e é despejada como efluente. Lembra que a reutilização traz benefícios financeiros e ambientais. Chama a atenção para a possibilidade de ser cobrada taxa pela degradação

ambiental, quando os comitês de bacias estiverem em pleno funcionamento.

Outros projetos visam ao aproveitamento de resíduos sólidos para fabricação de material de construção. Está em desenvolvimento um projeto cujo objetivo é a utilização de resíduos sólidos, gerados no sistema de tratamento de efluentes da indústria têxtil, para fabricação de bloco cerâmico convencional e também bloco acústico. Na sua fabricação, parte da argila é substituída pelos resíduos. O grupo percebeu que isso é viável tanto tecnicamente quanto economicamente. Não há necessidade de grandes mudanças na olaria.

Ainda na área de resíduos sólidos, está em desenvolvimento um projeto que visa à fabricação de pavers (blocos de cimento para pavimentação, que podem ser utilizados tanto para calçadas, como para pavimentação de vias que serão utilizadas por veículos leves), com a substituição

de parte do cimento por resíduos da indústria galvanotécnica, sobretudo aqueles de tratamento de superfície.

Finep - Além desses, Tavares têm outros dois projetos diretamente relacionados com a transferência de tecnologia para a população. Ambos em rede e financiados pela Finep. Um é para tratamento do lixiviado gerado nos aterros sanitários, um problema sério em todo o Brasil. “Esse lixiviado, que é chamado de chorume, tem características extremamente perigosas e poluentes e uma dificuldade extrema em ser tratado, por isso, o governo federal montou uma rede de pesquisa para o desenvolvimento de processos, em escala piloto, com a instalação de processos com capacidade de tratar no mínimo um metro cúbico de lixiviado”. O subprojeto da UEM tem como objetivo a utilização de ozônio para pré-tratamento de lixiviado, ou ainda como pós-tratamento de lixiviado, tratado por processo biológico, para degradação de material recalcitrante, material este que apresenta grande dificuldade em ser tratado por processos convencionais.

O outro projeto em rede, atualmente em desenvolvimento pelo grupo de pesquisa da professora Célia, é o de monitoramento de recursos hídricos e envolve quatro universidades: a UTFPR de Campo Mourão, a UEM, a Universidade Federal do Maranhão e a Feevale do Rio, Grande do Sul. O grupo multidisciplinar pretende fazer a avaliação dos recursos hídricos de sua região de abrangência. A UEM desenvolve o projeto na bacia do Rio Pirapó, Paranapanema 3 e 4. A UEM já vem realizando estudos na bacia do Pirapó há 10 anos, fazendo o monitoramento da qualidade da água. Agora, serão verificados os índices de sustentabilidade a partir da interligação dos resultados com dados de análise integrada dos elementos da paisagem e zoneamento de riscos dos recursos hídricos, de diagnóstico dos elementos socioeconômicos, dos principais atores sociais e sistemas produtivos, e de diagnóstico de racionalidade socioambiental dos principais afluentes. Além disso, será criado um programa de comunicação, educação ambiental e mobilização social, para a comunidade da Bacia Hidrográfica do Pirapó, Paranapanema 3 e 4.

9 Parceria

TECNOLOGIA: do mercado para o laboratório

Projeto vai testar a utilização de defensivos agrícolas da Basf em culturas chamadas de minor crops, sem cobertura fitosanitária

Por Ana Paula Machado Velho

No final do mês de julho, a Universidade Estadual de Maringá conquistou uma parceria de peso. A Unidade de Proteção de Cultivos da BASF firmou uma colaboração com a pesquisadores da Universidade para realização de estudos da eficácia de produtos em culturas com cobertura fitossanitária insuficiente, conhecidas também como minor crops.

Nesse projeto, a BASF apoiará a Universidade na realização da pesquisa científica, que será conduzida por uma equipe multidisciplinar coordenada pelo professor José Usan Torres Brandão Filho, nos próximos dois anos. A parceria tem como principal objetivo auxiliar os agricultores que não dispõem de opções para o controle de ervas daninhas, pragas e doenças em frutas e vegetais.

As culturas minor crops são aquelas para as quais não existem opções de defensivos agrícolas registrados, tais como melão, morango, alface, pimentão, repolho, entre outros. Os especialistas dizem que elas têm cobertura fitossanitária insuficiente. Isso acaba criando problemas para o produtor que, muitas vezes, tem seu produto comprometido pelos órgãos de controle, porque simplesmente são

“acusados” de comercializar produtos que apresentam níveis de agrotóxicos não permitidos para aquela espécie. “Porém, a presença do produto não inviabiliza o consumo do alimento. O uso daquela substância só não é oficialmente permitido pelas autoridades. A divulgação destas análises sem as explicações necessárias faz com que o consumidor acabe deixando de comprar determinado produto e quebra os produtores. Isso aconteceu recentemente com os produtores de pimentão”, contou o professor Ozan.

O projeto da UEM se propõe, então, a fazer, inicialmente, estudos de quatro produtos do portifólio da BASF, cujos registros futuramente poderão ser estendidos a 16 diferentes culturas com cobertura fitossanitária insuficiente. “Além de fomentar a pesquisa científica, a parceria comprova o interesse e a responsabilidade que a BASF tem em atender agricultores que atualmente não contam com produtos devidamente registrados para o controle fitossanitário”, argumenta Walter Dias, gerente técnico de projetos da área de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade de Proteção de Cultivos BASF.

Normativa – Publicada em fevereiro de 2010 pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Instrução

Normativa Conjunta nº1 regulamenta o uso de defensivos agrícolas para as minor crops, com cobertura fitossanitária insuficiente. Esta normativa estabelece que o agrupamento das culturas seja feito por critérios de similaridade alimentar e fitotécnia, elegendo desta forma as culturas representativas para cada grupo. “O objetivo é que os valores do Limite Máximo de Resíduo (LMR) se estendam para além das culturas que já tenham produtos registrados”, explica Dias.

Na medida em que os estudos científicos conduzidos pela UEM avancem, um dos grandes benefícios ao agricultor é a adequação deles às normas de Boas Práticas Agrícolas, além da segurança no controle das principais doenças, pragas e ervas daninhas que atacam culturas naturalmente mais frágeis, dando maior viabilidade econômica ao programa de produção integrada.

A pesquisa será coordenada pelo professor José Usan Torres Brandão Filho, formado pela UEM, que atualmente ministra aulas nas áreas de horticultura, olericultura, fruticultura e defesa fitossanitária nos cursos de graduação e pós-graduação da instituição. Sócio ativo da Sociedade Brasileira de Horticultura há 25 anos, foi presidente do 48º Congresso Brasileiro de

Olericultura, realizado em Maringá, no ano de 2008. “Os testes que faremos servirão para comprovarmos, ou não, se o produto estudado será eficiente no controle da praga, doença, ou erva daninha”, explica o professor José Usan. “Estamos muito entusiasmados para darmos início a esta pesquisa, que certamente contribuirá para o desenvolvimento de alternativas a um grupo importante de produtores rurais dedicados a cultivos de baixo controle fitossanitário”, finaliza o professor. Ele ainda disse acreditar que esta é a primeira de muitas parcerias entre a UEM e a BASF.

Convênio - Em breve, as duas instituições também assinarão convênio “guarda-chuva”, que viabilizará outras quatro pesquisas, com vistas, inclusive, ao desenvolvimento de tecnologias em diferentes áreas. Esta decisão foi tomada durante o encontro que a equipe da BASF teve com o reitor da UEM, Júlio Santiago Prates Filho. Além do professor Usan e de Walter Dias, estiveram presentes na ocasião a gerente de Inovação para a América Latina da BASF, Sandra Takaki, e o consultor de Inovação da empresa, Rafael Belani, além de professores da UEM, entre eles: José Gilberto Catunda Sales, João Vida, Rubem Silvério de Oliveira, Humberto Silva Santos, Jamil Constantin e Emy Luiza Ishii Iwamoto.

A Universidade ainda foi convidada formalmente a participar do Top Ciência 2012, evento em que pesquisadores de todo o país levam propostas de pesquisas para serem avaliadas pela BASF. Em 2011, o professor João Vida foi um dos ganhadores do prêmio com o projeto Efeito de piraclostrobina+epoxiconazol no controle da podridão gomosa na cultura de melão nobre e na qualidade de frutos.

10 Educação

Vencendo a barreira da idade

No mês do idoso, o Jornal da UEM traça um panorama das políticas educacionais

em favor da terceira idade e discute a importância da Unati nesse processo

Por Murilo Benites

De acordo com o último Censo do IBGE, em decorrência do aumento da expectativa de vida, a população brasileira com mais de 60 anos ultrapassou os 11%, indicando uma alteração importante na pirâmide etária. Apesar de ser uma boa notícia, tal fato também chama atenção para os aspectos que o cercam. Em uma mesa-redonda, promovida recentemente pela Universidade Aberta à Terceira Idade (Unati) da UEM, o procurador do Estado, José Antônio Peres Gediel, declarou que esta nova situação da pirâmide etária brasileira não vem sendo acompanhada de políticas públicas capazes de atender às necessidades, muitas vezes complexas, da parcela idosa da população.

Segundo a professora e coordenadora pedagógica da Unati da UEM, Regina Taam, os direitos dos idosos estão previstos em documentos como a Política Nacional do Idoso, Estatuto do Idoso e Constituição Federal, mas nem sempre são aplicados devidamente na prática, justamente pela deficiência das políticas públicas específicas para a terceira idade.

Quando foi criada, no final de 2009, a Universidade Aberta à Terceira Idade da UEM se propôs a promover o ensino, a pesquisa e a extensão. No entanto, Regina Taam enxerga na Unati que coordena e nas outras mais de 150 espalhadas pelo Brasil, também uma frente de luta, principalmente em favor de melhores políticas públicas educacionais para a terceira idade.

LDB - De acordo com a professora, o oferecimento de educação para a pessoa idosa em instituições públicas nada mais é do que o cumprimento da lei. Sendo assim, a Unati, deveria receber os recursos públicos correspondentes aos serviços que presta. No entanto, a educação permanente e não formal da pessoa idosa não consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), fazendo com que ela não seja contemplada no orçamento do Estado. Com o amparo legal da LDB, o cenário mudaria e o poder público passaria a se responsabilizar por essa demanda.

Por isso, já foi formalizada a entrega de um documento ao senador Cristovam Buarque (PDT-DF), solicitando seu apoio para promover, por meio de um projeto de lei, a alteração na LDB. O documento foi assinado pelo presidente da Associação Brasileira de Universidades Abertas à Terceira Idade, Antônio Nantes, que chancelou a iniciativa da Unati da UEM.

Outra luta, segundo Regina Taam, é pela inserção dos idosos no Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece diretrizes e metas a serem alcançadas a cada dez anos no setor educacional. A ideia é que a educação voltada à terceira idade seja incluída no próximo PNE, que, atualmente, nem sequer cita os idosos.

A professora faz questão de enfatizar

que os alunos da Unati da UEM são de fato universitários, com todos os direitos que lhes cabem. Segundo ela, mais do que oferecer ensino superior de qualidade, a Unati da UEM se propõe a oferecer aos alunos a possibilidade de novas experiências, habilidades e percepções, que só são conquistadas na vida acadêmica.

De acordo com a professora, a partir disso, os alunos adquirirem confiança e auto-estima para se sentirem parte, de fato, da sociedade. “A Unati constrói pessoas com poder sobre a própria vida, que não aceitarão passivamente qualquer coisa, que reivindicarão seus direitos e terão uma presença diferente na comunidade e na família”, afirma.

Além das políticas educacionais - Para Regina Taam, as políticas públicas demandam maior atenção à situação dos idosos no Brasil, não apenas no âmbito educacional. “Se temos cada vez mais pessoas idosas na sociedade, passam a surgir mais demandas em várias áreas. Essas pessoas precisam de um tipo de atenção e de um atendimento que exigem determinados investimentos”, afirma.

Segundo ela, a área de promoção da saúde e prevenção de doenças, por exemplo, chegou a adotar medidas para atender a essa população que, envelhecendo, apresenta frequentemente doenças crônicas e maior grau de risco pra determinadas enfermidades e eventos. No entanto, tais ações ainda estão longe de suprir as necessidades dos idosos.

Outro setor deficitário é o de assistência social. Segundo Regina Taam, existe uma enorme insuficiência de espaço nas instituições públicas de longa permanência, os chamados asilos, que hoje já não dão conta da demanda. “Teremos cada vez mais pessoas que precisarão de um lugar para ficar, caso a família não tenha condições de mantê-las”, afirma.

O plano de aposentadorias e pensões também se mostra deficiente. Ainda segundo a coordenadora da Unati, o plano prevê, inclusive, alguns cortes, que poderão tornar ainda mais difícil o envelhecimento para uma grande parcela de pessoas.

Pode ser aluno da Unati qualquer pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, com qualquer nível de escolaridade. Os interessados deverão aguardar o período

de inscrições para os mais de 30 cursos gratuitos disponíveis. O cronograma das atividades para 2013 estará disponível a partir de novembro desse ano.

Mais informações sobre a Unati pelo site www.unati.uem.br ou pelos telefones

(44) 3011-8995 ou (44) 3011-5096.

11 Arquitetura

Maringá engavetou Niemeyer

Praça modernista do arquiteto foi descartada pela prefeitura. Estudante da UEM ganha menção honrosa por artigo sobre o projeto “Ágora”

Por Carlos Henrique Braga

O Novo Centro de Maringá seria uma praça modernista de uso público e edifícios arrojados se o Projeto Ágora, do arquiteto Oscar Niemeyer, encomendado nos anos 1980, tivesse ido adiante. A estudante da UEM, Jeanne Christine Versari, estudou as duas versões do projeto, de 1986 e 1991. Seu artigo de iniciação científica ganhou menção honrosa da Federação Nacional dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (Fenea), no último mês. Segundo sua coordenadora, a professora Fabíola Castelo de Souza, o projeto pode não ter passado de estratégia de marketing da cidade. A concepção inicial foi encomendada a Niemeyer pelo prefeito Said Ferreira (1983-1988), em 1986, para reocupar o espaço de três glebas, medindo cerca de 200 mil metros quadrados, que fora pátio de manobra de trens e estação ferroviária. Ele propôs uma ágora (praça, em grego)

futurista com torres para hotéis de luxo e condomínio, escritórios, lojas e shopping. “Era um projeto absolutamente modernista”, qualifica a coordenadora, “em relação à cidade, seria muito distinto”. Para erguer o que foi imaginado pelo criador de Brasília, a prefeitura criou a Urbamar, empresa de economia mista. “A imagem anunciada pela gestão municipal procurava reforçar a ideia de modernidade que seria imposta por meio de um projeto para a área central, o qual possibilitaria o progresso e o desenvolvimento econômico da cidade”, traz o artigo O Projeto Ágora: proposta de Niemeyer para a primeira reestruturação da área central de Maringá, Paraná, co-orientado pelo professor Aníbal Verri Júnior. Grande demais - De tão inovador, o projeto “não coube’ na Maringá da época. Talvez, não estivesse nos planos da prefeitura tirá-lo do papel. “[O Ágora] era uma grande peça de marketing, saia muito caro

construí-lo”, diz a professora Fabíola. De concreto, só o rebaixamento da linha férrea, que tornou possível ligar o norte e o sul da cidade, e a maquete guardada na prefeitura. Os lotes foram vendidos e o dinheiro usado na abertura das avenidas Duque de Caxias e Herval, como parte da adaptação do plano, em 1991, na gestão de Ricardo Barros (1989-1992). Dois anos depois, o projeto é rebatizado como Novo Centro e não sobra nada do traço de Niemeyer. Para a professora, é mais um exemplo de projeto grandioso que surpreende pelo tamanho e acaba encalhado. “A gente tem uma crítica a esses grandes projetos, que encantam as pessoas, mas depois a gente só vê uma transferência de áreas para o patrimônio privado”, analisa Fabíola. Esse tipo de manobra do poder público, acredita, favorece a especulação imobiliária. “No final, não se faz nada para o uso público”. Na análise de Jeanne, que disputou a menção honrosa da Fenea com

outros nove artigos, apesar de o projeto de Niemeyer não se integrar à cidade, Maringá perdeu “uma grande oportunidade de usar esse espaço público”, que ainda continua parcialmente desocupado. O trabalho foi exposto no 36º Encontro Nacional de Estudantes de Arquitetura, em Salvador (BA). Para escrever o artigo, Jeanne pesquisou acervos públicos, como os do Museu da Bacia do Paraná, notícias da época, recortes de revistas e fotografias. Nessa garimpagem, ela se deparou com uma entrevista do criador do Ágora à Revista Tradição, em 1987. “Nossa preocupação”, disse Niemeyer à publicação, “ao projetar essa grandiosa área no centro de Maringá foi, antes de tudo, criar um novo espaço verde, humanizando, fazendo a cidade respirar melhor”. A estudante teve a bolsa renovada pelo CNPq e Fundação Araucária, por mais um ano, e vai continuar debruçada sobre o sonho de Niemeyer.

12 Graduação

A força da estatística na sociedade contemporâneaAnalisar dados para torná-los compreensíveis e úteis é uma árdua tarefa para os não capacitados e o desafio perfeito para os estatísticos

SERVIÇOOutras dúvidas sobre o curso podem ser sanadas com:Coordenadora do Curso: Terezinha Aparecida Guedes Coordenador Adjunto; Vanderly Janeiro

Os telefones são: (44) 3011-5335 e (44)3011-5337O e-mail: [email protected].

Por Ana Paula Machado Velho

O profissional de estatística ganhou muita visibilidade e importância no mundo. Porém, no Brasil, e em especial na região Sul do País, tem-se a impressão de que seu crescimento é lento. Isto, talvez, pelo pequeno número de cursos que oferecem essa formação e também pelo desconhecimento da carreira pela sociedade. No Paraná são ofertados dois cursos, um em Curitiba e o outro aqui na Universidade Estadual de Maringá – UEM. Além desses, existem apenas mais dois, um em Santa Maria/RS e outro em Porto Alegre. A questão é que poucos sabem da importância desta atividade na sociedade contemporânea.

No mês de janeiro de 2009, o economista do Google, Hal Varian, declarou que a profissão de estatístico é “a profissão do sonho” nos próximos 10 anos. Ele chegou a essa conclusão, considerando a grande quantidade de informação e a facilidade em obtê-las através dos meios digitais. Porém, analisá-los, torná-los compreensíveis e úteis é uma árdua tarefa para os não capacitados, sendo o cenário perfeito para os estatísticos!

Ainda no mês de novembro de 2009, a Revista Super Interessante publicou a matéria “6 razões para acreditar que a estatística é a profissão do futuro”. Estas são: dá para trabalhar onde você quiser; o próximo Einstein será um estatístico; sobra informação; falta gente; sobrevive a crises; e todo mundo entende.

No mercado de trabalho, em nosso país, o estatístico aparece como um profissional que domina técnicas e métodos quantitativos aplicáveis a estudos relevantes, encontrados nos mais diversos campos de atividades e do conhecimento. Conforme divulgado pelo Conselho Regional de Estatística da 3ª Região (SP-PR-MT-MS), o estatístico pode exercer atividades variadas como:

a) Marketing; b) Pesquisa de opinião, satisfação, eleitoral; c) Recursos humanos; b) Economia; c) Setor público e áreas estratégicas;d) Saúde pública e medicina; pesquisa clínica; biologia; bioestatística; psicologia; psiquiatria, etc.e) Universidades e instituições de pesquisas;f) Mídia; artes; esportes; literatura; e linguística;g) Administração pública/privada, mistas, filantrópicas; indústria, engenharia, agronomia, química, geologia etc.Graduação - A formação do Estatístico começa com

um curso de graduação, cujo currículo é composto basicamente por disciplinas nas áreas de matemática, probabilidade, estatística e computação. Assim sendo, a profissão do Estatístico exige criatividade, boa base matemática, habilidade no uso de “softwares e habilidade na interpretação e descrição de resultados, pois é sua tarefa a elaboração de relatórios estatísticos. “Além disso, é preciso ter capacidade de interação com profissionais de outras áreas, já que freqüentemente o estatístico terá que trabalhar em áreas de conhecimento com as quais, muitas vezes, não manteve contato anteriormente. A Estatística é, por isso, uma profissão de desafio fascinante com mercado de trabalho em contínua expansão”, explica a coordenadora do curso da UEM, Terezinha Guedes.

A professora também lembra que o Departamento de Estatística tem constante preocupação em adequar o seu curso às Leis e Decretos que regulamentam a profissão, além de buscar oferecer um curso para alunos que necessitam trabalhar durante esse período. O corpo docente é formado por 12 doutores, 4 doutorandos, um mestre, que deverá ingressar no doutorado no inicio de 2013, um especialista e 6 professores temporários. Talvez por isso o curso de Estatística da UEM conquistou o desempenho 4 estrelas no ranking de classificação do Guia do Estudante da Editora Abril, em 2010.

Além disso, o Departamento de Estatística possui laboratórios, situados no Bloco E90, para a realização de aulas práticas; desenvolvimento de projetos de iniciação científica; projetos de conclusão de curso; estágios supervisionados; monitorias; assessoraramento a projetos de pesquisas de outras áreas internas e externas a UEM.

“Em 2007, foi formada uma comissão de alunos para implementar a empresa júnior de consultoria estatística (Estass), no âmbito do curso de estatística. Hoje, a Estass é uma associação que estimula o espírito empreendedor dos alunos e impulsiona seu crescimento profissional. Os alunos que atuam na empresa recebem as solicitações de assessorias

da comunidade em geral”, lembra a professora Terezinha.Aos alunos de Estatística é ofertada, ainda, a possibilidade

de participar de projetos de pesquisa e de extensão desenvolvidos por grupos de professores da UEM, bem como desenvolver projetos de iniciação científica.

E o Departamento tem por tradição promover eventos. A promoção mais recente foi a 56a Reunião Anual da Região Brasileira da Sociedade Internacional de Biometria (RBRAS) e 14o Simpósio de Estatística Aplicada à

E x p e r i m e n t a ç ã o Agronômica, que ocorreu de 25 a 29

de julho de 2011, nas dependências da UEM. O próximo evento ocorrerá nos dias 29 e 30 de outubro deste ano, nas dependências do Centro de Ciências Exatas. “Estes eventos proporcionam o contato dos alunos com profissionais de outros centros e de outras áreas, enriquecendo o aprendizado e a formação profissional voltada para a troca de experiências, levando ao crescimento humano”, conclui a coordenadora do curso da UEM.