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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
Andressa Bortoluzzi
Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxicos do
Município de Marau - RS
Passo Fundo,2013.
Andressa Bortoluzzi
Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxicos do
Município de Marau - RS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
curso de Engenharia Ambiental, como parte
dos requisitos exigidos para obtenção do título
de Engenheiro Ambiental.
Orientador: Prof.PatríciaMartins, Me.
Passo Fundo, 2013.
Andressa Bortoluzzi
Logística Reversa de Embalagens de Agrotóxicos do Município de
Marau - RS
Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de
Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e
Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:
Orientador:_________________________
Prof. Mestre. Patrícia Martins
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Prof. Mestre. Eduardo Pavan Korf
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
___________________________________
Porf. Mestre. Cleomar Reginatto
Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF
Passo Fundo, 12de novembro de 2013.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por me amparar nos momentos difíceis me dando força para
superar todos os obstáculos desta caminhada.
A meus Pais Volmir e Lia Nara Bortoluzzi, a meu irmão Alexandre Bortoluzzi e a
meus avós Inácio e Laura Batistella, pela força, apoio, dedicação, pelas orações a meu favor e
por acreditarem em minha capacidade.
A meu namorado Bem-Hur, pelo apoio, compreensão e dedicação nessa etapa tão
importante de minha vida.
Aos meus colegas de faculdade que sempre estiveram comigo nessa caminhada,
vivenciando todos os momentos bons que essa fase de acadêmico proporciona a cada um de
nós.
A minha orientadora professora Patrícia Martins, pela dedicação, disponibilidade e
apoio.
A toda equipe da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Segurança e Trânsito do
Município de Marau onde realizei meu estágio curricular. Em especial a minha coordenadora
de estágio Gisieli Galina Portella, a Marlene Ferreira e minhas colegas de estágio. O meu
muito obrigado pela oportunidade, apoio e confiança depositada a mim.
O meu muito obrigado a todos vocês!!
RESUMO
Uma grande preocupação existe quanto ao uso dos produtos fitossanitários e a destinação de
suas embalagens, sendo que se as devidas precauções não forem tomadas esses produtos
podem causar contaminação humana e do meio ambiente. O estudo teve como intuito
estabelecer um panorama da logística reversa das embalagens de agrotóxicos no município de
Marau - RS, bem como verificar a destinação dessas embalagens pós-consumo e propor
melhorias para que esse processo se torne cada vez mais eficiente. Inicialmente foi realizado
um levantamento da quantidade de embalagens coletadas pós-consumo no projeto Campo
Limpo desde 2005 até o ano de 2013, em seguida foram coletadas informações referente aos
tipos de agrotóxicos que são mais utilizados pelos agricultores marauenses, bem como a
produtividade e a quantidade de produto fitossanitário necessário para um bom
desenvolvimento das culturas produzidas no município. Através dos dados
levantados,verificou-seque o município possui áreas que apresentam maior produtividade,
logo essas porções de área contribuem mais significativamente com a logística reversa das
embalagens de agrotóxico, também pode ser constatado que o montante de embalagens de
agrotóxicos coletadas vem crescendo ano a ano. Muitos trabalhos ainda deverão ser feitos
para que esse processo se torne totalmente eficiente, sendo que ainda há uma pequena
quantidade de produtores que compram produtos importados de outros países, sem aval
agronômico e que não realizam a devida lavagem as embalagens, entretanto já possui uma
grande quantidade de agricultores com consciência das suas obrigações, como a utilização de
EPI’S, o uso consciente de agrotóxicos, a importância da tríplice lavagem e a devolução
dessas embalagens em até um ano após a compra.
Palavras-chaves: Logística Reversa, Embalagens de Agrotóxicos, Projeto Campo Limpo.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Ciclo de vida das embalagens de agrotóxicos. ........................................................ 15 Figura 2 - Gerenciamento da Cadeia dos Agrotóxicos. ............................................................ 20
Figura 3 - Porcentagem de embalagens plásticas vazias entregues por país em 2011. ............ 22 Figura 4 - Processo da Tríplice Lavagem. ................................................................................ 36 Figura 5 - Lavagem Sob Pressão .............................................................................................. 37 Figura 6 - Classe toxicológica e cor na faixa do rotulo do agrotóxico. .................................... 38 Figura 7 - EPI’S para agricultores ............................................................................................ 39
Figura 8 - Destinação final das embalagens de agrotóxicos. .................................................... 40
Figura 9- Mapa da Localização do Município de Marau – RS ................................................ 42
Figura10 - Imagem do Município ............................................................................................. 42 Figura 11- Mapa do Município de Marau e suas respectivas localidades. ............................... 45 Figura 12 - Nas Ilustrações: A, B, C, D, E e F é Apresentado a Coleta de Embalagens no
Município de Marau –RS. .................................................................................................. 47 Figura 13 - Fluxograma do delineamento da pesquisa realizada.............................................. 48
Figura 14 - Coleta de Embalagem de Agrotóxicos de 2005 a 2009 ......................................... 52 Figura 15 - Coleta de Embalagens de Agrotóxicos nos anos de 2007 e 2009. ......................... 52
Figura 16 - Embalagens Recolhidas em 2010 .......................................................................... 54 Figura 17 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2010 ...................................................... 55
Figura 18 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2010............................................................... 56
Figura 19 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2010 .................................................. 57
Figura 20 - Embalagens Recolhidas em 2011 .......................................................................... 58 Figura 21 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2011 ...................................................... 58
Figura 22 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2011............................................................... 59 Figura 23 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2011 .................................................. 60 Figura 24 - Embalagens Recolhidas em 2012 .......................................................................... 61
Figura 25 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2012 ...................................................... 62 Figura 26 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2012............................................................... 62
Figura 27 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2012 .................................................. 63 Figura 28 -Embalagens Recolhidas em 2013 ........................................................................... 64 Figura 29 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2013 ...................................................... 64 Figura 30 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2013............................................................... 65
Figura 31 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2013 .................................................. 66 Figura 32 - Embalagens Coletadas de 2005 a Setembro de 2013 no município de Marau. ..... 68 Figura 33 - Folder Conscientização para Agricultores – Frente ............................................... 80
Figura 34 - Folder Conscientização para Agricultores – Verso ............................................... 81 Figura 35 - Representação da estrutura do DDT ...................................................................... 80 Figura 36 - Imagem do DDT, já sem rótulo. ............................................................................ 81 Figura 37 - Recipiente onde o produto DDT foi armazenado .................................................. 81 Figura 38 - Recipiente onde o produto DDT foi armazenado e posteriormente lacrado .......... 82
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Embalagens de agrotóxicos coletadas pelo Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias - inpEV de 2002 a 2012 no Brasil. ................................................... 18 Tabela 2 - Volume de embalagens vazias contabilizadas pelo Instituto Nacional de
Processamento de Embalagens Vazias - inpEV no Brasil em 2013. ................................. 19 Tabela 3 - Embalagens Coletadas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias - inpEV por Estado ................................................................................................. 19 Tabela 4 - Classes Toxicológicas dos Agrotóxicos de Acordo com a Agência de Proteção
Ambiental (EPA) dos EUA. ............................................................................................... 37 Tabela 5 - Produtos Vendidos sem Controle de Quantidade .................................................... 70
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Classificação dos agrotóxicos quanto ao grupo químico. ...................................... 25 Quadro 2 -Informações sobre o Herbicida Paraquat ................................................................ 26 Quadro 3 - Informações sobre o Herbicida Glifosato............................................................... 27 Quadro 4 - Informações sobre o Fungicida Hexaclorobenzeno ............................................... 29 Quadro 5 - Informações sobre o Fungicida Ditiocarbamatos ................................................... 31
Quadro 6 - Informações sobre Inseticida Carbamtos, Organoclorados, Piretróide e os
Inseticidas de forma Geral. ................................................................................................ 32 Quadro 7 - Matéria Prima das embalagens de agrotóxico. ....................................................... 34 Quadro 8- Comunidades do Município. ................................................................................... 43
Quadro 9 - Produtos mais vendidos e suas respectivas quantidades. ....................................... 69
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 9 1.1 Objetivos .................................................................................................................... 10
1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 10 1.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 10
1.2 Justificativa ................................................................................................................ 11 2 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 12
2.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................................ 12
2.1.1 Agrotóxicos .......................................................................................................... 12
2.1.2 Logística ............................................................................................................... 12
2.1.3 Logística Reversa ................................................................................................. 12 2.1.3.1 Logística Reversa de Embalagens............................................................... 14 2.1.3.2 Responsabilidade Legal............................................................................... 15 2.1.3.3 Panorama do inpEV – Brasil....................................................................... 17 2.1.3.4 Sistema Campo Limpo................................................................................ 20
2.1.4 Riscos dos Agrotóxicos para a Saúde Humana .................................................... 22 2.1.5 Manejo das Embalagens Vazias ........................................................................... 34
2.1.5.1 Lavagem...................................................................................................... 35 2.1.5.1.1 Tríplice Lavagem....................................................................................... 35
2.1.5.1.2 Lavagem Sob Pressão................................................................................ 36
2.1.6 Cuidados no Manuseio ......................................................................................... 37 2.1.7 Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S) ..................................................... 38 2.1.8 Devolução das Embalagens Vazias. ..................................................................... 39
3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 41 3.1 Município de Marau -RS ........................................................................................... 41
3.1.1 Comunidades do Município ................................................................................. 43 3.1.2 Projeto Agrotóxicos .............................................................................................. 46
3.2 Delineamento da Pesquisa ......................................................................................... 48
3.2.1 Quantificação, Levantamento e Organização de Embalagens Recolhidas de 2005
a 2013.................................................................................................................................49 3.2.2 Coleta de Informações Referente aos Produtos mais Consumidos e Produtividade
do Município de Marau-RS. .............................................................................................. 49 3.2.3 Plano de Ações e Melhorias ................................................................................. 50
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 51 4.1 Logística Reversa ....................................................................................................... 51
4.1.1 De 2005 a 2009 ..................................................................................................... 51 4.1.2 Ano de 2010 ......................................................................................................... 53 4.1.3 Ano de 2011 ......................................................................................................... 57
4.1.4 Ano de 2012 ......................................................................................................... 60 4.1.5 Ano de 2013 ......................................................................................................... 63
4.1.6 Produtividade e Classificação dos Produtos mais Vendidos no Município ......... 68 4.2 Plano de Ações e Melhorias ....................................................................................... 70
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 74 5.1 Sugestões para Trabalhos Futuros ............................................................................. 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 75
APÊNDICE A/ANEXO A........................................................................................................ 80 Relato Referente ao Produto DDT em uma Localidade do Município de Marau ............. 80
9
1 INTRODUÇÃO
Os recursos naturais responsáveis para a sobrevivência de qualquer espécie na Terra,
sempre foram alvos de competitividade, ao longo da história o meio natural sempre encontrou
uma maneira de buscar seu equilíbrio diante dessa rivalidade, mas a intervenção humana está
contribuindo significativamente, gerando alterações negativas na qualidade desse sistema.
No século XVIII, com o desenvolvimento da agricultura, passando da produção de
subsistência para comercial, novas práticas agrícolas foram introduzidas. Iniciou-se a
utilização de fertilizantes em grande escala, máquinas para plantar sementes, para colheita e
processamento de alimentos. Com essas mudanças já no meio do século XIX, os problemas
com as pragas se agravaram. Foi, então, no século XIX que surgiram os primeiros estudos
científicos sistemáticos sobre o uso de compostos químicos para o controle de pragas
agrícolas. Nesta época, a maioria dos produtos utilizados era constituída de compostos
inorgânicos, além de serem utilizados em grande escala, eram muito tóxicos, sendo também
observado o emprego de estratos vegetais (BARBOSA, 2004).
Os agrotóxicos aplicados de modo indiscriminado e excessivo, levaram ao
aparecimento de pragas resistentes que, por sua vez, requeriam novos produtos para seu
controle. Por outro lado, inimigos naturais das pragas eram eliminados e pragas sem
importância passavam a ser principais por não terem mais seus predadores naturais. O Brasil
passou a utilizar agrotóxicos como fonte indispensável à produtividade agrícola. (RUEGG,
1986).
Aliado ao aumento da potencialidade agrícola, e a eliminação das pragas por essas
substâncias, temos a contaminação do meio ambiente como, o solo, água e ar, bem como
intoxicações humanas e a geração de resíduos sólidos com o descarte das embalagens de
agrotóxicos.
Com a Promulgação da Lei n˚ 12.305 (BRASIL, 2010), que institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos, seu artigo 33 remete-se a logística reversa.
“Art. 33. São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa,
mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente
do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os
fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja
embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas
10
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas
técnicas”. (BRASIL, 2010).
Com o intuito de cumprir a legislação Marau – RS implantou o processo de logística
reversa das embalagens de agrotóxicos que são consumidas pelos seus agricultores. Uma
Cooperativa foi criada com integrantes de estabelecimentos comerciais que vendem
agrotóxicos no município, uma vez por mês as embalagens são coletas e encaminhadas para a
uma empresa de recebimento de embalagens vazias em Passo Fundo – RS, onde a mesma
realiza o processo de reciclagem dessas embalagens.
Esse trabalho é de fundamental importância para o município de Marau, pois contribui
significativamente para que as embalagens de agrotóxicos sejam descartadas corretamente
colaborando para a preservação do meio ambiente.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Caracterizar o processo da logística reversa de embalagens de agrotóxicos no
município de Marau –RS.
1.1.2 Objetivos Específicos
Realizar um diagnóstico quali-quantitativo e organizar os dados referente à coleta de
embalagens de agrotóxico no projeto Campo Limpo nos anos de 2005 a 2013 no
município de Marau-RS.
Tomar conhecimento da gestão de resíduos de agrotóxicos em Marau-RS.
Propor ações e melhorias para que o processo de recolhimento de embalagens vazias
venha a se tornar mais eficiente no município de Marau-RS.
11
1.2 Justificativa
Muitos são os problemas relacionados ao uso dos agrotóxicos na agricultura, além da
intoxicação humana se as devidas precauções não forem tomadas na hora do manuseio do
mesmo, como a utilização de EPIs, há também a contaminação do meio ambiente como, solo,
água e ar, pelo descarte inadequado das embalagens pós-consumo. Diante disso, é
fundamental o descarte adequado das embalagens com fim de contribuir para a preservação
do meio ambiente. Dessa forma a logística reversa das embalagens de agrotóxico é uma
maneira de destinarmos de forma adequada às embalagens pós-consumo.
A Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010, que institui a Politica Nacional de Resíduos
Sólidos, estabelece em seu artigo 33, que é obrigatório por parte de comerciantes,
importadores, distribuidores e fabricantes implementar a logística reversa das embalagens de
agrotóxicos após o consumo pelo consumidor.
12
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 RevisãoBibliográfica
2.1.1 Agrotóxicos
É um insumo que pode ser de natureza física, química ou biológica com o intuito de
controlar ou exterminar ervas daninhas, fungos e doenças de qualquer cultura.
Podem ser: Pesticidas ou Praguicidas (combatem insetos em geral), fungicidas
(atingem os fungos), herbicidas (eliminam as plantas invasoras como as daninhas). São
produtos usados nas lavouras, na pecuária e até mesmo no ambiente doméstico, como:
Inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas, herbicidas, bactericidas e vermífugos.
(AMBIENTE BRASIL, 2012 apud MENDESet al.,2012).
2.1.2 Logística
A palavra logística é de origem francesa, era um termo militar que significava a arte de
transportar, abastecer e alojar as tropas. Tomou depois, um significado mais amplo, tanto para
o uso militar como industrial, a arte de administrar o fluxo de matérias e produtos, da fonte
para o usuário (MAGEE, 1977).
2.1.3 Logística Reversa
A Logística Reversa é um termo relativamente novo, embora esta área esteja sendo
explorada pela indústria desde 1975 em países desenvolvidos, como Inglaterra e EUA
(CARTER e ELLRAM, 1998). Entretanto na década de 90, o conceito passou por enormes
evoluções com o aumento das preocupações e das pressões legais sobre os temas ambientais,
que se somam a uma maior conscientização, além da busca pelas empresas em reduzir perdas
nos processos produtivos (CHAVES, 2005).
A evolução do conceito de logística reversa nas últimas décadas demonstra, não só
enquanto definição, também no que tange às atitudes e à sua abrangência: de seu início
quando era visto apenas como uma distribuição, passou a ganhar importância e a se fazer
presente com mais responsabilidade em todas as atividades logísticas relacionadas aos
retornos de produtos (CAMPOS, 2006). Isso em virtude de uma maior preocupação em
13
relação a preservação do meio ambiente, e em adquirir produtos mais ecologicamente corretos
por parte do consumidor e também em relação as exigências legais.
Para LEITE (2003, p. 16-17) Logística Reversa é:
“A área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as
informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-
consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de
distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, legal,
logístico, de imagem corporativa, entre outros”.
Ainda segundo Campos (2006), as atividades de logística reversa variam desde a
simples revenda de um produto até processos que compreendem etapas como: coleta,
inspeção, separação, levando a uma remanufatura ou reciclagem. A logística reversa envolve
todas as operações relacionadas à reutilização de produtos e materiais, na busca de uma
recuperação sustentável.
As operações logísticas abrangem também o fluxo de materiais que retornam por
algum motivo como, por exemplo, as devoluções de clientes, o retorno de embalagens, o
retorno de produtos e os materiais para atender a legislação (LACERDA, 2009).
Segundo Rogers e Tibben-Lembke, (2001 apud GALVÃO et al,, 2011), existem três
princípios fundamentais para as empresas aderirem à logística reversa.
1˚ As Leis ambientais que forçam as empresas a receber de volta seus produtos e
cuidar de seu tratamento;
2˚ Os benefícios econômicos de usar produtos devolvidos no processo produtivo, ao
invés de descartá-los; e
3˚ A crescente consciência ambiental dos consumidores.
Antes da logística reversa as empresas não viam como sua responsabilidade o descarte
dos resíduos, após o uso pelos clientes que o descartava em qualquer lugar causando risco ao
meio ambiente. Devido à crescente pressão pela sociedade, de modo geral, aumento da
fiscalização das autoridades as empresas estão mais suscetíveis para reduzir os resíduos
gerados por seus produtos. Por conta das novas Leis de gerenciamento de resíduo, alto custo e
o impacto ambiental, as empresas visam à reciclagem como vantagem (GALVÃO et al.,
2011).
Segundo o Conselho de Logística Reversa do Brasil - CLRB (2010 apud GALVÃO et
al., 2011), o crescente volume de mercadorias transacionadas, a grande quantidade de novos
14
produtos com alta variedade de modelos, a redução do ciclo de vida dos produtos, o aumento
de legislações ambientais, entre outros motivos, justifica a maior preocupação empresarial em
equacionar o retorno de mercadorias não consumidas ou descartadas, através da Logística
Reversa.
2.1.3.1 Logística Reversa de Embalagens
A logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos consiste basicamente no
processo inverso, ou seja, após o agricultor utilizar os agrotóxicos os mesmos tem o
compromisso de devolvê-las nos postos de recebimento que por sua vez armazenam essas
embalagens e em seguida são retiradas através do modal rodoviário até as centrais de
recebimento e encaminhado às empresas responsáveis pela destinação correta, seja para
reciclagem ou incineração, pois os mesmos se tornarão novos produtos se integrando ao
começo da cadeia (MENDES et al.,2012).
Afigura 1, apresenta o processo da logística reversa das embalagens de agrotóxico. O
produto é comercializado e após a utilização pelo agricultor, o mesmo deve realizar a tríplice
lavagem e devolver as embalagens em um ponto de coleta ou no estabelecimento em que
comprou o produto. Após, as embalagens são preparadas e encaminhadas a destinação final
onde são submetidas a processo de moagem e extrusão e um novo processo se inicia para dar
origem a uma nova embalagem.
15
Figura 1 - Ciclo de vida das embalagens de agrotóxicos.
Fonte: inpEV (2013).
2.1.3.2 Responsabilidade Legal
Com a crescente produção de grão, em quantidades suficientes para atender a demanda
existente no mercado, uma grande quantidade de embalagens vazias restam, que por sua vez
estavam se tornando um sério risco para a sociedade, surge a necessidade de o Estado
estabelecer normas, no sentido de permitir o consumo e determinar responsabilidades para
todos os envolvidos neste processo (POLACZINSKI, 2012).
A Lei nº 12.305, (BRASIL, 2010) institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos e
estabelece em seu artigo 33 a logística reversa para as embalagens vazias e em seus
parágrafos I,II,III,IV,V e IV instituem o tipo de embalagem, o grau de extensão de impacto a
saúde pública e ao meio ambiente, a responsabilidades dosfabricantes, importadores,
distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, bem como as obrigações dos consumidores. Lei
16
Federal nº 9.605,(BRASIL,1998) alterada pela Lei nº 12.305, (BRASIL,2010) que
dispõe sobre os Crimes Ambientais e estabelece no artigo 56 à forma de uso, manuseio e a
destinação das embalagens vazias de agrotóxicos que estão de responsabilidade dos
agricultores, comerciantes, revendedores e fabricante.
“Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar, comercializar, fornecer,
transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar produto ou substância
tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio ambiente, em desacordo com
as exigências estabelecidas em leis ou nos seus regulamentos:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - abandona os produtos ou substâncias referidos no caput ou os utiliza em
desacordo com as normas ambientais ou de segurança;
II - manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá
destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou
regulamento”(BRASIL,1998).
A Lei Federal nº 7.802, (BRASIL, 1989) estabelece em seu artigo 1 as
responsabilidades e a competência legal em relação à pesquisa, experimentação, produção,
armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização, importação, exportação,
o destino final dos resíduos e embalagens, bem como o registro, classificação, controle,
inspeção e a fiscalização de seus componentes. Já o parágrafo 2 remete-se aos usuários de
agrotóxicos que efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabelecimentos
comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas
bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra..
Lei Federal nº 9.974 (BRASIL,2000) altera a Lei Federal nº 7.802, (BRASIL, 1989),
em quanto a destinação das embalagens vazias de agrotóxicos, estabelecendo em seu artigo 1˚
que .no artigo 6o, inciso I da Lei n
o 7.802, (BRASIL,2989), as embalagens de agrotóxicos
devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento, evaporação, perda
ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as operações de lavagem, classificação,
reutilização e reciclagem.
O Decreto Federal nº 4.074 (BRASIL, 2002), regulamenta a Lei Federal nº 9.974
(BRASIL, 2000), estabelecendo normas e procedimentos para a destinação de sobras e
embalagens vazias de agrotóxicos e relata as responsabilidades e os deveres das indústrias,
dos revendedores e usuários de agrotóxicos.
Em relação às embalagens vazias e rígidas de agrotóxicos a NBR 13.968, (BRASIL,
1997) estabelece os procedimentos de lavagem, como a tríplice lavagem e a lavagem sob
17
pressão, que serão explicadas posteriormente. E a NBR 14.719, (BRASIL, 2001) estabelece
os procedimentos da destinação final das embalagens lavadas, através de reciclagem das
embalagens. Já em relação às embalagens vazias de agrotóxicos não laváveis, as mesmas são
classificadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, através da NBR 10.004
(BRASIL, 2004) como classe I - resíduo sólido perigoso, exigindo procedimentos especiais
para as etapas de manuseio e destinação adequada. Já as embalagens laváveis, com tríplice
lavagem ou lavagem sob pressão, são classificadas como classe III – inerte - resíduo sólido
não perigoso. E em relação à destinação final das embalagens não laváveis, fica a cargo da
NBR 14.935, (BRASIL, 2003).
A legislação impôs responsabilidades aos agricultores perante a devolução da
embalagem em prazo de um ano (ou até o vencimento de validade do produto agrotóxico) e
em relação a lavagem (tríplice ou sob pressão); e ao comerciante o recebimento e depósito
provisório (por até um ano); e ao fabricante a destinação final (até um ano para recolher nos
postos e comerciantes que mantém depósito e dar destinação final ambientalmente correta das
embalagens).
O Conselho Nacional de Meio Ambiente – “CONAMA”, através da Resolução 334,
(BRASIL, 2003), dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de
estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos devem ser
instalados longe de recursos hídricos, escolas, residências e hospitais, com pátio a facilitar
manobras de veículos em local isolada, preferencialmente em zona rural, com placas de
sinalização sobre os riscos e uso restrito a pessoas autorizadas no local. A presente resolução
visa dar destino adequado para as embalagens vazias, evitando assim possíveis danos ao meio
ambiente e a saúde humana.
2.1.3.3 Panorama do inpEV - Brasil
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV é uma entidade
sem fins lucrativos, criada para gerir o sistema de destinação final de embalagens vazias de
agrotóxicos no país.O Instituto também apoia e orienta a indústria, canais de distribuição e
agricultores no cumprimento das responsabilidades definidas pela legislação,além de
promover a educação e a consciência de proteção ao meio ambiente e à saúde humana e
apoiar o desenvolvimento tecnológico de embalagens (MINAMI et al., 2008).
O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001, entrando em funcionamento em
março de 2002, representando as indústrias fabricantes de produtos fitossanitários, tendo
18
como responsabilidade conferir a correta destinação final às embalagens vazias de produtos
utilizados na agricultura (reciclagem ou incineração), (inpEV, 2013).
O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV foi criado após
o estabelecimento da Lei Federal de nº. 9.974/00, que disciplina o recolhimento e destinação
final das embalagens dos produtos fitossanitários. ALei divide responsabilidades a todos os
agentes atuantes na produção agrícola do Brasil, ouseja, agricultores, canais de distribuição,
comerciantes, indústria e poder público (MINAMI et al., 2008).
Segundo dados do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias -
inpEV, desde que o instituto está em funcionamento até o ano de 2012, já recolheram 240.233
t. de embalagens vazias de agrotóxicos, isso se deu possível em virtude da cooperação dos
agricultores, comerciantes, distribuidores e fabricantes. Isso pode ser visualizado na tabela 1.
Tabela 1 - Embalagens de agrotóxicos coletadas pelo Instituto Nacional de Processamento
de Embalagens Vazias - inpEV de 2002 a 2012 no Brasil.
ANO VOLUME DESTINADO EM TONELADAS
2002 3.768
2003 7.855
2004 13.933
2005 17.881
2006 19.639
2007 21.129
2008 24.415
2009 28.771
2010 31.266
2011 34.202
2012 37.379
TOTAL 2002 – 2012 240.233
Fonte: inpEV(2013).
Em relação ao ano de 2013 o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias - inpEV recolheu de janeiro a setembro um montante de 32.039 t. de embalagens
vazias de agrotóxico no país. Isso pode ser visualizado na tabela 2.
19
Tabela 2 - Volume de embalagens vazias contabilizadas pelo Instituto Nacional de
Processamento de Embalagens Vazias - inpEV no Brasil em 2013.
Fonte: inpEV (2013).
Na tabela 3, é possível visualizar o montante de embalagens coletadas pelo Instituto
Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV de 2010 a setembro de 2013
separados por estado.
O estado do Rio Grande do Sul vem demonstrando ano a ano uma maior
expressividade quanto à entrega de suas embalagens pós-consumo, como pode ser visto
abaixo.
Tabela 3 - Embalagens Coletadas pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias - inpEV por Estado
Estado 2010 2011 2012 2013
Mato Grosso 5.566.078 7.196.234 6.948.119 7.684.660
Paraná 3.721.267 3.584.083 3.641.489 4.053.402
São Paulo 2.825.818 3.241.204 3.477.495 3.677.895
Goiás 2.693.233 2.971.736 2.983.516 3.652.370
Rio Grande do Sul 2.288.926 2.605.802 2.662.609 2.985.791
Minas Gerais 2.096.836 2.254.181 2.456.771 2.596.961
Bahia 1.803.400 2.183.698 2.223.488 2.476.878
Mato Grosso do Sul 1.779.356 2.015.721 1.918.038 2.140.338
Maranhão 462.660 572.990 565.621 820.303
Santa Catarina 399.866 410.458 418.326 459.558
Piauí 194.348 203.326 270.918 382.486
Tocantins 151.879 112.708 209.047 222.282
Rondônia 181.350 115.100 135.890 202.134
Espírito Santo 174.785 140.428 168.826 198.848
Pernambuco 161.650 151.950 170.616 173.871
Outros 179.633 157.878 401.219 312.791
Estado 24.681.085 27.917.497 28.651.988 32.040.568
Fonte: inpEV (2013).
2013 VOLUME DESTINADO EM TONELADAS
Janeiro 2.688
Fevereiro 3.279
Março 3.311
Abril 4.152
Maio 3.819
Junho 4.131
Julho 3.803
Agosto 3.436
Setembro 3.420
20
Segundo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV, o Brasil
é referência em logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos, contabilizando:
94% das embalagens primárias (aquelas que entram em contato direto com o
produto) são retiradas do campo e enviadas para a destinação ambientalmente
correta;
80% do total das embalagens comercializadas são destinadas adequadamente.
Ainda segundo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV,
a forma de gerenciamento de toda a cadeia dos agrotóxicos, pode ser visualizada na ilustração
2, onde está descrito a relação de empresas fabricantes de agrotóxicos, as empresas
revendedoras, as propriedades rurais e as unidades de recebimento das embalagens pós-
consumo. Este processo de destinação das embalagens pós-consumo assegura cerca de 1.500
empregos diretos.
Figura 2 - Gerenciamento da Cadeia dos Agrotóxicos.
Fonte: inpEV (2013).
2.1.3.4 Sistema Campo Limpo
Segundo informações obtidas pelo site do Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias - inpEV:
“O sistema CAMPO LIMPO é a denominação do programa gerenciado pelo próprio
inpEV, para realizar a logística reversa de embalagens vazias de defensivos
agrícolas no Brasil. Abrangendo todas as regiões do país, o programa tem como base
o conceito de responsabilidade compartilhada entre agricultores, indústria, canais de
21
distribuição e poder público, conforme determinações legais, o que tem garantido
seu sucesso.
A importância desse programa se evidencia diante da performance da agricultura
brasileira nas últimas décadas. Com a estabilização econômica, o agronegócio tem
apresentado crescimento acima da média quando comparado aos setores industriais e
de serviços, o que significa dizer que o uso de insumos, como fertilizantes e
defensivos agrícolas, também teve grande crescimento. Sem a gestão dos resíduos
daí resultantes, o impacto ambiental certamente seria gravíssimo. Quando as
embalagens são abandonadas no ambiente ou descartadas em aterros e lixões, esses
produtos ficam expostos às intempéries e podem contaminar o solo, as águas
superficiais e os lençóis freáticos. Há ainda o problema da reutilização sem critério
das embalagens, que coloca em risco a saúde de animais e do próprio homem”.
Para que se tenha uma idéia da dimensão do problema, uma pesquisa realizada pela
Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) em 1999 indicava que 50% das embalagens
vazias de defensivos agrícolas no Brasil naquela época eram doadas ou vendidas sem
qualquer controle; 25% tinham como destino a queima a céu aberto, 10% eram armazenadas a
céu aberto e 15% eram simplesmente abandonadas no campo.
A partir de 2002, porém, quando o Sistema Campo Limpo entrou em funcionamento, a
maior parte dessas embalagens passou a ter destinação correta – uma soma que, desde então,
já ultrapassou 200 mil toneladas. Hoje, cerca de 94% das embalagens plásticas primárias (que
entram em contato direto com o produto) e 80% do total de embalagens vazias de defensivos
agrícolas que são comercializadas têm destino certo. Podem ser encaminhadas para
reciclagem 95% das embalagens colocadas no mercado, desde que tenham sido corretamente
lavadas no momento de uso do produto no campo. As embalagens não laváveis (cerca de 5%
do total) e aquelas que não foram devidamente lavadas pelos agricultores são encaminhadas a
incineradores credenciados (inpEV, 2013).
Esses índices transformaram o Brasil em líder e referência mundial no assunto. Em
segundo lugar vem à França, com 77%, seguida pelo Canadá, com 73%. Os Estados Unidos
vêm em 9º lugar, com 33%. Como pode ser visto na figura 3.
22
Figura 3 - Porcentagem de embalagens plásticas vazias entregues por país em 2011.
Fonte: Adaptado, de inpEV (2013).
2.1.4 Riscos dos Agrotóxicos para a Saúde Humana
Os agrotóxicos são substâncias que estão sendo introduzidos cada vez mais nas
práticas agrícolas em nosso país, para garantir uma boa produtividade, mas podem oferecer
perigo para o ser humano com efeitos nocivos e indesejáveis, isso dependendo da toxicidade,
do grau de contaminação e do tempo de exposição durante sua aplicação.
Segundo oIII Simpósio Internacional de Inocuidade de Alimentos e VIII simpósio
Brasileiro de Microbiologia de Alimentos(NASCIMENTO , 2004), o risco de intoxicação é
definido como a probabilidade estatística de uma substância química causar efeito tóxico. O
Risco é uma função da toxicidade do produto e da exposição.
A toxicidade é a capacidade potencial de uma substância causar efeito adverso à
saúde. Todas as substâncias são tóxicas, e a toxicidade depende basicamente da dose e da
sensibilidade do organismo exposto. (Quanto mais tóxico um produto, menor é a dose
necessária para causar efeitos adversos).
0%
20%
40%
60%
80%
100%94%
77% 73% 70% 68% 67%
50% 50%
33% %
País
% de Embalagens Entregues por País em 2011
% de Embalagens Vazias
RISCO = (toxicidade xexposição)
23
Sabendo-se que não é possível ao usuário alterar a toxicidade do produto, a única
maneira concreta de reduzir o risco é através da diminuição da exposição.
Casos agudos de intoxicação por agrotóxicos são frequentemente observados e
relatados, nos trabalhadores agrícolas. Por outro lado, os resíduos liberados no ambiente ou
remanescente nas culturas são progressivamente transferidos para os alimentos e o homem.
Esta exposição continuada, por períodos longos, a nível relativamente baixo de agrotóxicos
pode afetar a saúde humana, levando a casos crônicos, mal definidos, às vezes extremamente
graves (RUEGG, 1986).
A contaminação humana pelos produtos fitossanitários pode ocorrer de forma direta,
quando o agricultor entra em contato com o agrotóxico através da absorção pela pele, ingestão
e respiração, ou de forma indireta, quando algum produto é consumido e o mesmo se encontra
contaminado.
Pode-se ter como medidas preventivas e para reduzir os riscos em sua utilização: a
educação e treinamento dos agricultores, propagandas enfatizando os riscos e orientando os
agricultores sobre a importância da utilização dos EPIs e medidas de segurança na hora do
manuseio dos agrotóxicos, a limitação do uso de substâncias altamente tóxicas, o
monitoramento da população mais exposta ao agrotóxico e a fiscalização dos produtos nas
lojas de venda e no campo.
Segundo o Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (SINITOX) em
relação à circunstância de ocorrência das intoxicações por agrotóxicos, 62,45% dos casos
foram registrados como acidente, 17,21% como suicídio e 8,11 % como profissional (OMS
1999, apud MENDES et al, 2012).
Os agrotóxicos podem determinar três tipos de intoxicação: aguda, subaguda e
crônica. Na intoxicação aguda os sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a
exposição, por curto período, a produtos extrema ou altamente tóxicos. Pode ocorrer de forma
leve, moderada ou grave, a depender da quantidade de produto absorvido. Os sinais e
sintomas são nítidos e objetivos. A intoxicação subaguda ocorre por exposição moderada ou
pequena a produtos altamente tóxicos ou medianamente tóxicos e tem aparecimento mais
lento (MENDES et al., 2012).
Os sintomas decorrentes de intoxicação por agrotóxicos podem ser: dor de cabeça,
fraqueza, mal estar, dor de estomago e sonolência. Já em relação a intoxicação crônica,
caracteriza-se por sintomas tardios, após meses até mesmo anos, através de exposições
moderadas a produtos tóxicos e que podem causar danos permanente a pessoa, como
paralisias e neoplasias (MENDES et al., 2012).
24
As características químicas e toxicológicas de cada produto são responsáveis pelo
grau de intoxicação da pessoa exposta, e dependem:
Características do Produto: características toxicológicas, forma de
apresentação, estabilidade, solubilidade, presença de contaminantes, presença
de solventes, etc.
Características do indivíduo exposto: idade, sexo, peso, estado nutricional,
escolaridade, conhecimento sobre os efeitos a medidas de segurança, etc.
Condições de exposição: condições gerais do trabalho, frequência, dose,
formas de exposição, etc. (MENDES et al., 2012).
No município de Marau-RS, para a produção de suas culturas (soja e milho)
predominantemente, vários são os tipos de agrotóxicos que necessitam ser utilizados para um
bom desenvolvimento da planta.
Segundo (CARVALHO et al., 2013), os inseticidas combatem insetos, larvas e
formigas, e incluem compostos como os organofosforados (compostos orgânicos derivados
do ácido fosfórico, do ácido tiofosfórico ou do ácido ditofosfórico); os organoclorados
(compostos à base de carbono, com radicais de cloro); piretróides (compostos sintéticos que
apresentam estruturas semelhantes à piretrina, substância existente nas flores do
Chrysanthmum (pyrethrum) cinenariaefolium); e os carbonatos (são derivados do ácido
carbâmico).
Os herbicidas combatem as ervas daninha.
Os fungicidas que combatem os fungos, no qual podemos citar etileno-
bisditiocarbonatos (ditiocarbamatos), trifenilestânico, captan e o hexaclorobenzeno.
Segundo (OGA, 2003) na classe dos fungicidas, os ditiocarbamatos são os mais
encontrados no mercado de pesticidas.
Conforme, Secretaria de Saúde o Estado do Paraná:
“Os agrotóxicos possuem uma calcificação, sendo grande a diversidade dos
produtos, cerca de 300 princípios ativos em 2 mil formulações comerciais diferentes
no Brasil. Quanto à ação e ao grupo químico, classificam-se em”:
25
Quadro 1 - Classificação dos agrotóxicos quanto ao grupo químico.
INSETICIDAS
Organofosforados:Ex: Malathion, Diazinon, Nuvacrom, Parathion (Folidol, Rhodiatox),
Diclorvós (DDVP), Metamidofós (Tamaron), Monocrotophós(Azodrin), Fentrothion,
Coumaphós, outros.
Carbamatos:Ex: Aldicarb, Carbaril, Carbofuram, Metomil, Propoxur e outros.
Organoclorados: Uso progressivamente restringido ou proibido. Ex:Aldrin, Endrin, BHC,
DDT, Endossulfan, Heptacloro, Lindane, Mirex, Dicofol, Clordane, outros.
Piretróides:Ex: Aletrina, Cipermetrina, Piretrinas, Tetrametrina, outros.
FUNGICIDAS
Etileno-Bisditiocarbamatos: (Maneb, Mancozeb, Dithane (Manzate), Zineb, Thiram)
TrifenilEstânico:(Duter, Brestan, Mertin); Captan (Orthocide e Merpan);
Hexaclorobenzeno
HERBICIDAS
Paraquat: (Gramoxone, Gramocil);
Glifosato: (Round-up, GlifosatoNortox);
Pentaclorofenol: Derivados do Ácido Fenóxiacético: (2,3 diclorofenoxiacético ( Tordon 2,4
D) e 2,4,5 triclorofenoxiacético (2,4,5 T). A mistura de 2,4 D com 2,4,5 T é o agente laranja;
Dinitrofenóis:Dinoseb e DNOC.
Segundo relatos do Sr. Hélio Rizzardo, funcionário da Emater Marau – RS é
necessário primeiramente preparar a lavoura, utilizando herbicida para o processo de
dessecação de ervas daninhas, em seguida no processo de tratamento da semente é utilizado
fungicida com intuito de evitar ataques de fungos que atingem a semente eáreas folhares da
planta quando a mesma está em desenvolvimento após germinação, também é utilizado
inseticida para inibir ataques de insetos, matando-os.
Nos quadros 2, 3, 4, 5 e 6, encontram-se informações de alguns pesticidas descritos
acima. Esses produtos são os mais utilizados em Marau, sendo apresentadas as consequências
dessas sustâncias a saúde humana e ao meio ambiente se não manuseadas de forma correta.
26
Quadro 2-Informações sobre o Herbicida Paraquat
HERBICIDA
Paraquat
NOME IUPAC MOLÉCULA AÇÃO
1,1'-Dimethyl-4,4'-bipyridinium
dichloride
Fonte: Laboratório Chemspider (2013)
Fonte:LaboratórioChemspider (2013)
O Paraquat é um sólido incolor, cristalino e
higroscópico. É um herbicida dissecante, de contato não-
seletivo e de largo espectro, não é volátil, explosivo ou
inflamável em solução aquosa, sendo corrosivo para metais
e estável em solução ácida ou neutra, mas hidrolisa-se
facilmente em meio alcalino.
Fonte: MAIA et al., (2012)
CONTEÚDO
1L; 5L e 20L
MEIO AMBIENTE SAÚDE HUMANA
Os usos normais de paraquat em
conformidade com as instruções simples
no rótulo não causam um impacto
inaceitável sobre o meio ambiente.
Fonte: Centro de Informações Paraquat( 2013)
Paraquat é um dos tóxicos pulmonares mais conhecidos. Os sintomas mais comuns resultantes
da inalação destas partículas são: dores de garganta e hemorragias nasais, sendo a toxicidade
sistémica rara. Podem tornar-se mais graves se houver um contato prolongado e excessivo. A maior
parte das lesões ocupacionais reportadas são causadas pela irritação e corrosão das membranas
mucosas, córnea e pele (Peterson &Talcott, 2006 apud Santos et al, 2012).
27
Quadro 3 - Informações sobre o Herbicida Glifosato
HERBICIDA
Glifosato
NOME IUPAC MOLÉCULA AÇÃO
N-(phosphonomethyl)glycine
Fonte: Laboratório Chemspider
(2013)
Fonte:LaboratórioChemspider (2013)
A degradação do glifosato no solo pode seguir duas rotas. A
primeira ocorre a transformação do glifosato em sarcosina por ação da
bactéria Agrobacteriumradiobacter ou da Enterobacteraeroneges (enzima
C-P liase): a sarcosina entra no metabolismo destes microorganismos e de
outros, degradando-se14-16. Esta rota é, no entanto, pouco citada na
literatura. A segunda rota consiste na transformação do glifosato em ácido
aminometilfosfônico, AMPA.
Os principais mecanismos de adaptação que podem conferir
resistência das ervas aos herbicidas são: alteração do local de ação,
metabolismo e compartimentalização do herbicida
O glifosato inibe a enzima 5-enolpiruvoil-shikimato-3-fosfato
sintetase (EPSPS) que sintetiza os aminoácidos
aromáticos: fenilalanina, tirosina e triptofano, matando uma ampla
variedade de ervas anuais, bienais e perenes.
Fonte: AMARANTE et al., (2002)
CONTEÚDO
1L; 5L e 20L
TOXICODINÂMICA MEIO AMBIENTE
O glifosato é um
herbicida organofosforado,
não inibidor da colinesterase.
Os sinais e sintomas são
decorrentes do efeito irritante
O liga-se fortemente ao solo e
é metabolizado por desfosforilação.
O produto é altamente toxico
(classe III) para microorganismos do
solo.
28
sobre a pele e as mucosas.
O produto é
metabolizado principalmente
em AMPA (acido
aminometilfosfonico) que
aparece no plasma cerca de
3,5 horas após a ingestão.
Ambos, glifosato e seu
metabólito, são excretados
através da urina em até 7 dias
(OGA, 2003).
Devido à rápida adsorção no
solo, o glifosato não é facilmente
lixiviado, sendo pouco provável a
contaminação de águas subterrâ-
neas.
A destinação inadequada de
embalagens ou restos de produtos
ocasiona contaminação do solo, da
água e do ar, prejudicando a fauna, a
flora e a saúde das pessoas (OGA,
2003).
SAÚDE HUMANA
Ingestão: podem ocorrer lesões corrosivas (ulcerativas) das
mucosas oral, esofágica, gástrica, duodenal; disfagia, epigastralgia,
náusea/vômitos, cólicas, diarréia. Também são observadas hematemese e
melena, pancreatite aguda; hipotensão arterial, choque cardiogênico, tosse,
broncoespasmo, edema pulmonar não cardiogênico, falência respiratória,
pneumonite por bronco-aspiração, acidose metabólica e insuficiência renal
nos mais seriamente intoxicados. As alterações neurológicas complicam-se
com convulsões, coma e morte.
Cutânea: pode ocorrer dermatite de contato (eritema, queimação,
prurido, vesículas, eczema).
Ocular: pode resultar em irritação, dor e queimação ocular,
turvação da visão, conjuntivite e edema palpebral.
Respiratória: pode ocorrer irritação das vias respiratórias altas. Nos
casos de aspiração pode ocorrer pneumonite química.
Fonte: Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná (2013)
29
Quadro 4 - Informações sobre o Fungicida Hexaclorobenzeno
FUNGICIDAS
Hexaclorobenzeno
NOME IUPAC MOLÉCULA AÇÃO
Hexachlorobenzene
Fonte:LaboratórioChemspider (2013)
Fonte:LaboratórioChemspider (2013)
O hexaclorobenzeno (HCB) apresenta-se como cristal branco à
temperatura ambiente. O composto é um produto químico sintético
introduzido em 1933 para uso agrícola como fungicida no tratamento
de sementes e uso industrial como intermediário na fabricação de
corantes, compostos pirotécnicos para uso militar e matéria prima para
borracha sintética, na síntese de substâncias químicas, entre outros
usos.
Apesar de a produção do HCB ter cessado na maioria dos
países, ele pode ser gerado como subproduto durante fabricação de
solventes clorados e agrotóxicos, como tetracloroetileno,
tricloroetileno, tetracloreto de carbono, cloreto de vinila, atrazina,
propazina, simazina, pentaclorofenol, clorotalonil e
pentacloronitrobenzeno.
Fonte:Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB (2013)
CONTEÚDO
1L; 5L e 20L
30
MEIO AMBIENTE SAÚDE HUMANA
O HCB é liberado no ambiente como subproduto durante a
fabricação de solventes, compostos contendo cloro e agrotóxicos.
Pequenas quantidades de HCB podem ser formadas em processos de
combustão, como incineração inadequada de resíduos urbanos. Na
atmosfera, o HCB existe principalmente na fase de vapor e sua
degradação é extremamente lenta. É possível o transporte a longas
distâncias. A remoção física do HCB do ar ocorre por precipitação
atmosférica e deposição seca. O HCB é persistente na água e sua
degradação por processos abiótico e biótico não ocorre facilmente. A
volatilização do HCB presente na água é um processo moderadamente
rápido, no entanto, a forte adsorção do composto ao material particulado
e orgânico pode resultar em longa persistência no sedimento. O HCB
pode volatilizar rapidamente da superfície do solo, mas fica fortemente
adsorvido a matéria orgânica e provavelmente não será lixiviado para a
água subterrânea. O HCB bioacumula e biomagnifica na cadeia
alimentar.
Fonte:Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB (2013)
A principal fonte de exposição da população geral ao HCB é
por consumo de alimentos contaminados.
O HCB é caracterizado por meia-vida longa e alta capacidade
para dissolver em lipídeos. O composto atravessa a placenta e é
encontrado em feto, cordão umbilical, fluido folicular e leite materno.
A ingestão de grandes quantidades pode causar efeitos no
sistema nervoso central como cefaléia, vômito e paralisia parcial das
extremidades. A inalação pode irritar a garganta, nariz e pulmão.
O HCB interfere na síntese do heme, a porção da molécula de
hemoglobina que transporta o oxigênio. A exposição crônica ao
composto provoca alterações no tamanho do fígado e no metabolismo
das porfirinas, causando danos hepáticos que podem levar a uma
doença conhecida como Porfiria Cutânea Tarda.
A porfiria se identifica por um aumento de precursores do
grupo heme, denominados porfirinas, no sangue, urina e fezes,
produzindo coloração avermelhada na urina, úlceras na pele, alteração
na pigmentação da pele, artrite e problemas no fígado, estomago e
sistema nervoso.
Fonte:Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB (2013)
31
Quadro 5 - Informações sobre o Fungicida Ditiocarbamatos
FUNGICIDAS
Ditiocarbamatos
Características Moléculas
São derivados do ácido carbâmico, que existem sob a forma de um pó branco
ou amarelo-claro, de baixa toxicidade aguda, baixa volatilidade e solubilidade
emsolventes orgânicos.
Fonte: Universidade federal do Paraná (2013)
Fonte: Universidade federal do Paraná (2013)
SAÚDE HUMANA
As intoxicações por ditiocarbamatosfreqüentemente ocorrem através das vias
oral, respiratória e via dérmica.
Os sinais clínicos por ingestão de grandes doses são náuseas, vômitos, dores
abdominais, alteração nas provas de função hepática e insuficiência renal (REIS,1991
apud CARVALHO et al, 2013).
Fonte: Universidade federal do Paraná (2013)
CONTEÚDO AÇÃO
1L e 5L
Os inseticidas carbamatos agem de modo semelhante aos organofosforados, mas formam um
complexo menos estável com a colinesterase, permitindo a recuperação da enzima mais rapidamente.
Fonte: Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (2013)
32
MEIO AMBIENTE SAÚDE HUMANA
São substâncias insolúveis
tanto em água como em solvente
orgânicos e apresenta riscos associados
aos seus produtos perante degradação e
metabólitos.
Fonte: Secretaria de Saúde do Estado do
Paraná (2013)
Intoxicação Leve: Mal-estar, fraqueza muscular discreta, náuseas,alguns episódios de vômitos.
Intoxicação Moderada: Síndrome muscarínica franca, e/ou sinais de estimulação nicotínica
evidente (tremores, fasciculações e fraqueza muscular) além de alterações do SNC (ansiedade, confusão
mental ou letargia e sonolência).
Intoxicação Grave: Agravamento do quadro anterior. Síndrome muscarínica franca e/ou
insuficiência respiratória, fraqueza muscular, fasciculações, convulsões e coma.
Fonte: Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (2013)
Quadro 6 - Informações sobre Inseticida Carbamtos, Organoclorados, Piretróide e os Inseticidas de forma Geral.
INSETICIDAS
Carbamatos
Características Moléculas
São derivados dos ácidos carbâmicos e desenvolvidos a partir dos anos 50. Não
apresentam bioacumulação no organismo e seu mecanismo de ação é semelhante aos dos
fosforados.
Esse grupo tende a ser mais utilizado para uso intradomiciliar, que os organofosforados
devido ao menor odor de algumas formulações inseticidas.
Fonte: Controle de Pragas Encoppragas( 2013)
Fonte:LaboratórioChemspider (2013)
33
Piretróide
Características Moléculas
Os piretróides são análogos sintéticos ao piretro, com melhor ação biológica, desenvolvidos
e lançados no mercado na década de 70. Algumas formulações possuem poder de desalojar os
insetos. São altamente eficientes para baratas e fulmigantes para as moscas e mosquitos. Possuem,
muitas vezes, curto poder residual. São indicados para ambientes que requeiram critério e cuidado
na aplicação.
Fonte: Controle de Pragas Encoppragas(2013) Fonte: SANTOS et al, 2007.
CONTEÚDO DOS INSETICIDAS MEIO AMBIENTE
1L e 5L Os inseticidas oferecem riscos ao meio ambiente, principalmente por causar
contaminação das águas, assim comprometendo a qualidade dos ecossistemas.
E os carbamatos são mais persistentes no solo do que os organofosforados e são
tóxicos aos mamíferos. Ambos são prejudiciais ao solo.
Os piretróides são menos tóxicos aos mamíferos e com baixa persistência no
ambiente. No entanto são muito tóxicos aos insetos.
Fonte: Agrotóxicos e Ambiente, Embrapa 2007
SAÚDE HUMANA
Os inseticidas causam riscos à saúde humana,
devido a sua toxicidade. Esse risco aumenta quando
se utiliza esses inseticidas de forma incorreta e
quando e ingerido alimentos contaminados.
34
2.1.5 Manejo das Embalagens Vazias
Conforme informações obtidas pelo Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias - inpEV, as embalagens de defensivos agrícolas são classificadas em dois
grandes grupos: laváveis e não laváveis. As embalagens laváveis são rígidas (plásticas,
metálicas ou de vidro) e servem para acondicionar formulações líquidas para serem diluídas
em água.
Entre as embalagens rígidas, as plásticas predominam. As metálicas, geralmente
representadas pelos baldes de folha de aço, representam apenas 10% de todo o volume de
embalagens de defensivos agrícolas no Brasil. As embalagens plásticas diferem quanto ao tipo
de resina utilizado em sua produção, como apresenta o quadro 7.
Quadro 7 - Matéria Prima das embalagens de agrotóxico.
Fonte: COMETTI, (2009).
As embalagens não laváveis são aquelas que não utilizam água como veículo de
pulverização, além de todas as embalagens flexíveis e as embalagens secundárias. Estão nesse
grupo sacos de plástico, de papel, metalizados, mistos ou feitos com outro material flexível;
35
embalagens de produtos para tratamento de sementes; caixas de papelão, cartuchos de
cartolina, fibrolatas e, ainda, embalagens termo moldáveis que acondicionam embalagens
primárias e não entram em contato direto com as formulações de defensivos agrícolas
(INPEV, 2013).
É importante lembrar que 95% das embalagens vazias de defensivos agrícolas
colocadas no mercado são as do tipo lavável e podem ser recicladas, desde que corretamente
limpas no momento de uso do produto no campo. Os 5% restantes são representados pelas
embalagens não laváveis. As embalagens contaminadas por não terem sido lavadas
adequadamente também são incineradas.
2.1.5.1 Lavagem
Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV, a
legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem
ser submetidas a um processo de lavagem. Essa prática reduz os resquícios do produto na
embalagem, impedindo que esses resíduos sequem e, assim, contaminem a própria
embalagem. Além disso, os procedimentos de lavagem, quando realizadas durante a
preparação da calda, garantem a utilização de todo o produto, evitando tanto o desperdício
como a contaminação do meio ambiente.
Portanto, a lavagem é indispensável para a segurança do processo de destinação final
das embalagens de defensivos agrícolas, sobretudo quando seguem para reciclagem. A
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) dispõe de uma norma específica (NBR
13968) sobre embalagens rígidas vazias de defensivos agrícolas, que estabelece os
procedimentos adequados para sua lavagem: a chamada tríplice lavagem e a lavagem sob
pressão.
2.1.5.1.1Tríplice Lavagem
A tríplice lavagem das embalagens é um procedimento indispensável após o uso
completo do produto, pois, além de evitar o desperdício, a remoção de resíduos no interior da
embalagem se torna mais fácil logo após a utilização, evitando aderência do produto na
embalagem (MENDESet al.,2012).
OInstituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias - inpEV diz que quando
esvaziadas, as embalagens retêm uma quantidade do produto original, cerca de 0,3 a 0,4% ,
36
podendo variar de acordo com a área da superfície interna, formato e formulação. O
procedimento da tríplice lavagem reduz a quantidade permanente de resíduo do agrotóxico na
embalagem em ordem de ppm (partes por milhão), assegurando o manuseio da mesma.
Segundo recomendações doInstituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias - inpEVapud (MENDES et al.,2012), a tríplice lavagem pode ser realizada via manual
ou mecânica. O método manual consiste no esvaziamento completo da embalagem,
despejando-se o conteúdo no tanque do pulverizador. Logo após este procedimento adiciona-
se água limpa nesta, completa-se 1/4 do seu volume e agita-se por 30 segundos. Por fim, a
água de lavagem é despejada no interior do tanque do pulverizador. Todo este processo deve
ser realizado três vezes consecutivas para que o resultado tenha validade. Este processo pode
ser visualizado na figura 4.
Figura 4 - Processo da Tríplice Lavagem.
Fonte: MENDES et al.,(2012).
2.1.5.1.2Lavagem Sob Pressão
O procedimento da lavagem sob pressão é realizada somente em pulverizador com
acessórios adaptados para este intuito.
Segundo o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias -
inpEVapud(MENDESet al., 2012), após o esvaziamento, encaixar a embalagem no local
apropriado do funil instalado no pulverizador; acionar o mecanismo para liberar o jato de
água limpa; direcionar o jato de água para todas as paredes internas da embalagem por 30
segundos; a água de lavagem dever ser transferida para o interior do tanque do pulverizador;
37
inutilizar a embalagem plástica ou metálica, perfurando o fundo; armazenar em local
apropriado até o momento da devolução. A figura 5 está demonstrando como deve ser
realizado esse procedimento.
Figura 5 - Lavagem Sob Pressão
Fonte: Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF).
2.1.6 Cuidados no Manuseio
Por efeitos legais, os agrotóxicos são agrupados em quatro classes toxicológicas, em
razão do perigo que eles podem representar para os seres humanos. Essa classificação leva em
conta os valores de doses letais dos produtos, como pode ser visto na tabela 4: (BARBOSA,
2004).
Tabela 4 - Classes Toxicológicas dos Agrotóxicos de Acordo com a Agência de Proteção
Ambiental (EPA) dos EUA.
Indicador
De Periculosidade
Classe Toxicológica
I II III IV
DL50 Oral*
DL50 Inalação*
DL50 Dérmica*
0-50
0-0,2
0-200
50-500
0,2-2
200-2.000
500-5.000
2-20
2.000-20.000
>5.000
>20
>20.0000
Fonte: BARBOSA, (2004).
A melhor fonte de informação sobre o produto é o rótulo e a bula. Todos os
agrotóxicos devem apresentar nos rótulos uma faixa com as cores determinadas indicando sua
classe toxicológica, como pode ser visto na figura 6. É importante ressaltar que o manuseio
38
desses produtos deve-se fazer por pessoas adultas e informadas dos riscos que esses produtos
podem acarretar a saúde humana.
Figura 6 - Classe toxicológica e cor na faixa do rotulo do agrotóxico.
Fonte: Associação Nacional de Defesa Vegetal, (ANDEF).
2.1.7 Equipamentos de Proteção Individual (EPI’S)
Os equipamentos de proteção individual são fundamentais na hora do manuseio de
produtos perigosos, pois visam proteger a saúde dos produtores rurais que utilizam
agrotóxicos em suas culturas, reduzindo assim o risco dos trabalhadores em intoxicações
decorrente a exposições com produtos tóxicos, sendo que as formas de intoxicação pode se
dar através da boca, pele, olhos e por via respiratória.
Os EPIs mais comumente utilizados são: máscaras protetoras, óculos, luvas
impermeáveis, chapéu impermeável de abas largas, botas impermeáveis, macacão com
mangas compridas e avental impermeável. Os EPIs a serem utilizados são indicados via
receituário agronômico e nos rótulos dos produtos (EMBRAPA, 2012 apud MENDES et al.,
2012).
Devem ser utilizados em boas condições, de acordo com a recomendação do
fabricante e de acordo com cada produto a ser manipulado, devem possuir o C.A. que é o
Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho, onde só com esse certificado prova que
o EPI passou por testes e está apto para ser utilizado. Botas, filtros, luvas, roupas específicas
tem data de validade. As luvas devem ser resistentes a solventes, as roupas devem ser lavadas
39
separadas. Os equipamentos devem ser guardados em locais limpos e seguros (MENDES et
al., 2012).
Figura 7 - EPI’S para agricultores
Fonte: Associação Nacional de Defesa Vegetal, (ANDEF).
2.1.8 Devolução das Embalagens Vazias.
O agricultor possui um prazo de um ano após a compra dos produtos fitossanitários
para devolver as embalagens vazias e tríplice lavadas, em um posto de recolhimento. Em
quanto isso, o agricultor possui o dever de guarda-las em local coberto e de forma organizada
até o final da safa onde o produtor após ter uma quantidade significativa de embalagens e que
justifique o transporte, encaminhe os recipientes em uma unidade de recebimento mais
próxima de sua residência, como é ilustrado na figura 8.
40
Figura 8 - Destinação final das embalagens de agrotóxicos.
Fonte: Adaptado, Associação Nacional de Defesa Vegetal, (ANDEF).
41
3 METODOLOGIA
3.1 Município de Marau -RS
Segundo informações obtidas através da Prefeitura de Marau, o município é um dos
mais promissores do Rio Grande do Sul devido ao seu alto potencial de empreendedorismo.
Cidade destaque no estado, dentro e fora do país. Localizado no Norte do Estado, dentro da
região conhecida como planalto médio, com clima temperado e com temperatura em media
dos 18˚C, apresenta relevo ondulado por coxilhas, com aclives e penhascos nas margens dos
rios, com estrutura geológica de arenito basáltico e predominância de lato solo roxo. Marau
tem uma área de mais de 650 quilômetros quadrados e se encontra a 264 km da capital Porto
Alegre.
Colonizado por imigrantes Italianos, em 1904, foi transformado município em 28 de
fevereiro de 1955. Com uma população superior a 36 mil habitantes, as empresas instaladas
em Marau atendem aos mais diversos setores, entre eles, alimentos, couros, equipamentos
para avicultura e suinocultura, metal mecânico e em crescimento o setor da construção
civil. No município existem cerca de 2.600 mil famílias que vivem da agricultura familiar
através da produção de grãos, leite, aves e suínos.
O município se localiza nas coordenadas Geográficas: 28˚29´05´´de Latitude Sul e
52˚11´14´´ de Longitude Oeste.
42
Figura 9- Mapa da Localização do Município de Marau – RS
Fonte: Google mapas de Marau
Figura10 - Imagem do Município
Fonte: Prefeitura de Marau - RS
43
3.1.1 Comunidades do Município
O Município de Marau é constituído por 42 comunidades, sendo que todas atuam no
ramo agropecuário e agrícola, contribuindo para o desenvolvimento do mesmo. Abaixo,
mostrar-se a relação de cada localidade e a distância em km até o município de Marau, bem
como o mapa do município com suas respectivas comunidades já separadas por seções I, II,
III, IIII para melhor facilitar o desenvolvimento do trabalho.
Quadro 8- Comunidades do Município.
RELAÇÃO DE COMUNIDADES EXISTENTES NO MUNICÍPIO
Comunidades Distância do Município de Marau (KM) Seções
General Rondon 17 Seção I
Morangueira 12 Seção I
Nossa Senhora do Carmo 04 Seção I
Posse Boa Vista 14 Seção I
São Caetano 08 Seção I
São Luiz 05 Seção I
São Miguel 13 Seção I
São Pedro do Jacuí 14 Seção I
Três Cerros 19 Seção I
Aparecida 13 Seção II
Cachoeirão 08 Seção II
Caravágio 05 Seção II
Gramadinho 07 Seção II
Laranjeira 09 Seção II
Rodeio dos Tibolas 13 Seção II
Santo Antônio dos Pavan 09 Seção II
Santo Antônio dos Triches 04 Seção II
São José dos Rizzi 03 Seção II
São Paulo da Cruz 07 Seção II
São Pedro da Boa Vista 14 Seção II
Carrascal 26 Seção III
44
Carreta Quebrada 21 Seção III
Cruzinhas 12 Seção III
Nova Esperança 09 Seção III
Portão 16 Seção III
Rincão da Roça 19 Seção III
Sagrado Coração de Jesus 04 Seção III
Santa Bárbara 13 Seção III
São Francisco 08 Seção III
São João do Barroso 16 Seção III
São João do Lamaison 15 Seção III
São José dos Tonial 06 Seção III
Tope 26 Seção III
Três Passos 20 Seção III
Veado Pardo 11 Seção III
Vista Alegre 17 Seção III
Gruta do Rio Marau 05 Seção IIII
Linha 25 04 Seção IIII
Planalto 07 Seção IIII
Santo Agostinho 09 Seção IIII
São Brás 11 Seção IIII
São Paulo do Gramado 12 Seção IIII
45
Figura 11- Mapa do Município de Marau e suas respectivas localidades.
Fonte: Prefeitura municipal de Marau-RS.
46
3.1.2 Projeto Agrotóxicos
Conforme relatos do funcionário da Emater (Associação Rio-Grandense de
Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural) de Marau, o Senhor Hélio
Rizzardo. O município de Marau foi fundado em 1955, e em 1987 já apresentava problemas
com relação às embalagens vazias de agrotóxicos. Em 1988 a Emater se mobilizou e efetuou
visitas em todas as propriedades rurais do município informando aos agricultores sobre a
importância da tríplice lavagem das embalagens de agrotóxicos e acompanhava o processo,
até que todas as embalagens estivessem adequadamente lavadas e armazenadas em cada
propriedade rural.
Um grande problema existia naquela época que era não haver nem um posto de coleta
de embalagens na região, tendo os agricultores que armazenar suas embalagens, até que um
posto de recebimento de embalagens se instalasse no município de Passo Fundo.
Com a implantação de um posto de recebimento de embalagens vazias na cidade
vizinha a Marau, o trabalho de recolhimento e destinação das embalagens iniciou em Marau
efetivamente em 1994, com o lema “CAMPO LIMPO”, onde em parceria com a prefeitura a
Emater percorria cada comunidade do município e selecionarão as embalagens para coleta.
Através dessa seleção de embalagens, surgiu no município, um grande problema. As
embalagens que não passavam pela seleção se tornavam um resíduo ainda maior para os
agricultores e diante disso, muitos agricultores passaram a queimar essas embalagens como
forma de descarte, gerando outra forma de poluição. A Emater por sua vez, tomou
conhecimento desse fato e buscou parceria para tornar esse trabalho eficiente, foi quando a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marau, Conselho Municipal de Agropecuária e os
comerciantes de defensivos agrícolas montaram uma cooperativa de recolhimento de
embalagens no município que atua até os dias de hoje.
Uma vez por mês há recolhimentos de embalagens de agrotóxicos no Município de
Marau, as datas de coletas são divulgadas em calendário anual de forma antecipada para todos
os agricultores. No dia de coleta os membros da cooperativa se fazem presente juntamente
com o departamento de Meio Ambiente, fiscalizando e controlando as embalagens entregues
de cada produtor rural. Após a entrega das embalagens o produtor recebe uma comprovação
da quantidade de embalagens entregues e o dia, posteriormente todas as embalagens
inspecionadas e enumeradas são destinadas a Passo Fundo em uma central de recebimento das
mesmas.
47
Na figura 12, é apresentado os registros fotográficos das coletas de embalagens no
município de Marau-RS.
Figura 12 - Nas Ilustrações: A, B, C, D, E e F é Apresentado a Coleta de Embalagens no
Município de Marau –RS.
A B
C D
E F
48
3.2 Delineamento da Pesquisa
A figura 13 apresenta o delineamento da pesquisa realizada, com o intuito de mostrar de forma detalhada como o estudo foi desenvolvido.
Figura 13 - Fluxograma do delineamento da pesquisa realizada.
49
3.2.1 Quantificação, Levantamento e Organização de Embalagens Recolhidas de 2005 a
2013
Nessa primeira etapa, foi realizado o levantamento, quantificação dos dados referente
às coletas de embalagens de agrotóxicos realizadas no município de Marau, desde 2005 até o
mês de setembro de 2013. As coletas de embalagens são realizadas mensalmente, e são
contabilizadas no local de coleta por tipo de embalagem (volume) entregue, pelo nome do
produtor e sua respectiva localidade.
Foi realizado levantamento do total de comunidades existentes no município e
posteriormente foram divididas em seções para facilitar a compilação dos dados levantados.
Após essa etapa, onde os dados levantados eram separados mensalmente e por
produtor rural, esses dados foram reorganizados na sua respectiva seção e por tipo de
embalagens coletada, a partir disso pode-se realizar a representação gráfica. Foram gerados
gráficos do montante de embalagens entregues, com seu respectivo volume, por ano. Também
foram gerados gráficos referentes às embalagens devolvidas ao agricultor por não estarem
devidamente tríplice lavadas. Ainda foram gerados gráficos das embalagens recolhidas de
pacote, recipientes esse onde o produto se encontra da forma em pó, e foram originados
gráficos referente as embalagens recolhidas no projeto Campo Limpo de forma contaminadas,
pois não se utiliza tríplice lavagem nesse processo. Ambos os gráficos foram gerados por ano.
3.2.2 Coleta de Informações Referente aos Produtos mais Consumidos e Produtividade
do Município de Marau-RS.
Foi realizado coleta de informações nos doze estabelecimentos que vendem
agrotóxicos do município, com intuito de sabermos que tipo de produto é vendido em maior
quantidade. Também foi levantado informações na EmaterMarau-RS referente a
produtividade do município e esclarecimento de dúvidas quanto ao recolhimento de
embalagens em anos anteriores.
Foi efetuado contato com uma empresa de Passo Fundo, estabelecimento esse onde
todas as embalagens de Marau e região são levadas pra reciclagem e não obtivemos êxito,
pois nem um responsável pelo estabelecimento quis fornecer informações para o presente
trabalho.
A través da Prefeitura Municipal de Marau pode-se obter informações quanto a
existência de um produto em uma propriedade do município, altamente tóxico e que foi
50
retirado do mercado a muitos anos atrás. Informações relacionadas a esse produto chamado
DDT pode ser analisada no apêndice do presente trabalho.
3.2.3 Plano de Ações e Melhorias
Através da contabilização das embalagens de agrotóxico recolhidas no município,
podemos propor ações e melhorias para que esse processo venha a se tornar mais eficiente,
através da conscientização dos agricultores, orientando-os da importância que cada agricultor
tem nesse processo e quais são os seus deveres, através de folder que será entregue
juntamente com palestras que irão ser ministradas pela equipe DEMA – Departamento de
Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Marau, como também propor melhorias para os
comerciantes de agrotóxicos e para a cooperativa responsável pela coleta das embalagens no
município de Marau-RS.
51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Logística Reversa
Em 1994, o Município de Marau iniciou definitivamente o projeto da logística reversa
das embalagens de agrotóxicos, com o projeto Campo Limpo. A partir daí, muitas foram as
alterações para que esse processo de coleta se tornasse cada vez mais eficiente.
Uma cooperativa foi montadas com representantes dos estabelecimentos comerciais
que vendem agrotóxico no município e atualmente, uma vez por mês e realizada a coleta das
embalagens de agrotóxicos. Sendo que os agricultores devem fazer a sua parte no processo e
levar as embalagens até o ponto de coleta para posterior destinação adequada, sendo que essas
embalagens devem ser entregues em até um ano após a compra do produto.
4.1.1 De 2005 a 2009
Nos anos de 2005 a 2009 obteve-se um montante bem significativo referente à coleta
de embalagens de agrotóxico no município de Marau, como pode ser visto pela figura 14.
Nos anos de 2005, 2006 e 2008, o montante coletado de embalagens foi relativamente
semelhante não tendo muita oscilação, dando a certeza que as embalagens estavam sendo
entregues, já que nesses anos foi investido em conscientização dos agricultores através de
palestras feitas nas comunidades com a equipe da Emater e DEMA- Departamento de Meio
Ambiente.
52
Figura 14 - Coleta de Embalagem de Agrotóxicos de 2005 a 2009
Em relação aos anos 2007 e 2009 em que obtivemos uma oscilação maior de
embalagem entregues perante os demais anos, a figura 15 demonstra onde encontra-se essa
diferença
Figura 15 - Coleta de Embalagens de Agrotóxicos nos anos de 2007 e 2009.
Em relação às embalagens coletadas em 2007, a figura 15, ilustra que as embalagens
mais coletadas foram as de 5L, 10L e as embalagens contaminadas.
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
2005 2006 2007 2008 2009
17.148 18.441
29.015
18.187
23.289
Qu
anti
dad
e
Ano
Embalagens de Agrotóxicos coletadas de 2005 a 2009 no Município de Marau -RS
Quantidade(unidades)
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
406 533 30
13.268
9.433
767
4.521
28.552
1.911 1.509
8.136 5.394
995
3.344
195
23.289
Qu
anti
dad
e
Volume/Enb. contaminadas
Embalagens de Agrotóxicos Coletadas nos Anos 2007 e 2009 em Marau-RS
Ano 2007
Ano 2009
53
Segundo relatos do Senhor Hélio Rizzardo, funcionário da Emater, essa diferença
ocorreu diante da possibilidade que o agricultor teve, a partir de 2007 de devolver todas as
embalagens contaminadas que ele possuía em sua propriedade. Muitas dos produtos utilizados
no campo vinham em 1L e 5L, só que a quantia utilizada era pouca, sendo que boa parte do
frasco sobrava com produto para aplicação na próxima safra e esses produtos manchavam as
embalagens e mesmo realizando a tríplice lavagem, a embalagem não despigmentava, devido
a isso esses recipientes não eram coletados e apenas em 2007 é que o agricultor passou a ter
oportunidade de descartar essas embalagens junto ao projeto Campo Limpo. E em relação às
4.521 embalagens contaminadas coletadas em 2007, esses eram recipientes chamados
contaminados, que não era realizada a tríplice lavagem e que também a partir dessa data,
passou a ser recolhido pelo projeto.
Em relação ao ano de 2009, também conforme relatos do Senhor Hélio Rizzardo, um
trabalho de conscientização foi realizado com o conselho agropecuário de Marau e
representantes das comunidades do município, com intuito de motiva-los a devolverem as
embalagens de agrotóxico, sendo que nesse ano todas as embalagens de 1L, independente do
produto também passaram a ser recolhidas, e o restante das embalagens, foram em
decorrência aos produtos adquiridos em 2008, e o descarte feito em 2009.
4.1.2 Ano de 2010
No ano de 2010, muitos foram as mudanças no método de coleta de embalagens de
agrotóxico no município de Marau. A partir desse ano, as embalagens que se enquadravam no
processo de tríplice lavagem e que não estavam em conformidade eram devolvidas para o
produtor para que ele realizasse da melhor forma a lavagem e eram coletadas apenas as
embalagens contaminadas que não podiam entrar no processo de lavagem. Também nesse ano
foi passado a recolher as embalagens plásticas de pacote onde o produto se encontrava na
forma de pó.
Nesse ano um controle mais rigoroso foi iniciando, onde em um banco de dados todas
essas informações passaram a ser registradas, juntamente com o nome do produtor e sua
localidade.
Para melhor demonstração dos dados levantados, o município de Marau foi dividido
em quatro seções, que abrangeram todas as comunidades rurais do município.
54
As seções I, II as áreas agricultáveis são relativamente planas, as propriedades não
possuem uma grande área de terra e a subsistência das famílias se dá também, através de
outras atividades como suinocultura e avicultura.
A Seção III, a subsistência das famílias ocorre com maior significância ao plantio de
culturas como soja e milho, as terras cultivadas nessa seção são planas com algumas
ondulações facilitando assim o plantio, sendo que os proprietários rurais possuem uma grande
quantidade de área, sendo essa a seção que apresenta maior produtividade no município.
Em relação à seção IV, a subsistência nessa seção se dá em sua maioria pela
avicultura, suinocultura, vacas leiteiras e em uma menor quantidade o plantio de soja e milho
devido ao relevo ser mais acidentado e pelas propriedades não possuírem uma grande
quantidade de terra.
O gráfico demonstrado pela figura 16, apresenta a quantidade e tipo de embalagem
entregue, por seção no ano de 2010.
Figura 16 - Embalagens Recolhidas em 2010
A oscilação que as seções I, II, III e IV apresentam é em decorrência a produtividade e
ao relevo da região.
No ano de 2010 as embalagens mais coletadas foram as de 1L, 5L e as de 20L. Sendo
que a seção que apresentou maior entrega de embalagens foi à seção III por ser a mais
produtiva em seguida veio às seções I e II, e em ultimo lugar a seção IV.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0,25 L 0,5 L 1 L 5 L 10 L 20 L TOTAL
190 321
1843
1354
71
728
4507
197 67
1485
982
70
728
3529
412 32
2491
1937
37
976
5885
17 16
479 417
26 238
1193
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens de Agrotóxicos Recolhidas em 2010
Seção I
Seção II
Seção III
SeçãoIV
55
As embalagens de 1L são de produtos utilizados no tratamento da semente e planta, as
embalagens de 5L apresentam os mais variados produtos e as de 20L, segundo o Senhor Hélio
Rizzardo, cerca de 98% destas é de herbicida.
Em relação às embalagens contaminadas que foram entregues de volta ao produtor no
ano de 2010 por não estarem devidamente lavadas, esse produtor na próxima vez que vier até
o ponto de coleta entregar suas embalagens, ele deveria entregar essas embalagens
devidamente tríplice lavadas.
As embalagens de 1L ainda são as que possuem mais problemas quanto ao produtor
lavar de forma adequada. Alguns agricultores ainda não possuem a consciência, mesmo com
todos os trabalhos já realizados na área de conscientização ambiental, referente à importância
de entregar as embalagens devidamente lavadas. As embalagens de 1L também possuem
produtos tóxicos e contaminantes, na visão de muitos agricultores essas embalagens não
causam danos devido ao seu pouco volume de produto e por ser embalagem pequena, muitos
alegam na hora do descarte no ponto de coleta, que as embalagens dão mais trabalho para
lavar e por isso muitos destes ainda não as lavam.
No ano de 2010 as embalagens que mais foram entregues de volta ao produtor foram
as de 1L, em seguida veio às embalagens de 5L e 10L e por último as de 20L. Como pode ser
visto na figura 17.
Figura 17 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2010
0
5
10
15
20
25
30
35
1 L 5L 10L 20L
32
10
6
2
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminadas devolvidas para o produtor em 2010
Embalagenscontaminadas
56
Atualmente encontra-se varios produtos de forma em pó, como é o caso de herbicidas,
inseticidas e fungicidas. Esses produtos são muito concentrados, rendem grande quantidade e
necessitam ser diluidos em água para a aplicação na lavoura.
Afigura 18, demontra a quantidade de embalagens em pacotes devolvidas pelo
produtor no projeto Campo Limpo no munípio de Marau no ano de 2010. Sendo que as
embalagens de 0.1L forma as mais entregues, seguidas das embalagens de 0.5L e por último
das embalagens de 5L.
Figura 18 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2010
Afigura 19, demonstra a relação de embalagens chamadas contaminadas. Muitos
produtos não utilizam água, por isso não é realizada a triplice lavagem e são entregues de
forma contaminada. Há também aquelas embalagens que são lavadas, mas o recipiente fica
pigmentado pelo produto, devido a isso essas embalagens também são contaminadas.
No ano de 2010, as embalagens contaminadas mais coletadas formas as de 5L,
seguidas das embalagens de 1L e 20L.
0
20
40
60
80
100
120
140
0.1L 0.5L 5L
121
39
25
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens plásticas (pacote) recolhidas em 2010
Enbalagensplásticas
57
Figura 19 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2010
4.1.3 Ano de 2011
O produtor rural ao adquirir um produto fitossanitário ele possui uma carência de 12
meses para entregar a respectiva embalagem, esse foi o motivo pelo qual o ano de 2011 teve
uma expressividade maior de embalagens coletados do que em 2010.
Em 2011 as localidades representadas pela seção III, também demonstraram uma
maior entrega de embalagem, isso em decorrência a maior produtividade dessas localidades
perante as demais e em seguida vem à seção I, II e ultimo lugar a seção IV. Para esse mesmo
ano as embalagens mais entregues forma as de 1L, 5L e 20L, assim como no ano anterior.
Essa relação pode ser analisada na figura 20.
0
50
100
150
200
250
1L 5L 20L
135
239
67 Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminadas recolhidas em 2010
Embalagenscontaminadas
58
Figura 20 - Embalagens Recolhidas em 2011
No ano de 2011 as embalagens devolvidas ao produtor por não estar devidamente
tríplice lavada foram as de 1L, em seguida veio às embalagens de 5L e 20L. Sendo que no
presente ano o número de embalagens devolvidas ao produtor foi maior que o ano de 2010.
Essa relação encontra-se na imagem 21, abaixo.
Figura 21 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2011
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
0,1 L 0,25 L 0.5 L 1 L 5 L 10 L 20 L 50 L TOTAL
135 15 758
4254 3380
174
1934
0
9559
67 1 333
2686 2580
56
1524
0
6805
74 0
1454
5345
4170
448
3084
121
13115
0 0 126 695 686
13 464
0
1797
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens de agrotóxicos recolhidas em 2011
Seção I
Seção II
SeçãoIII
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0.5L 1L 5L 20L
1
40
13
2
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens Contaminadas devolvidas para o produtor em 2011
Embalagenscontaminadas
59
Em relação às embalagens entregues de pacote no ano de 2011, as de 0.5L e as de 1L
foram as mais devolvidas no presente ano, seguido pelas embalagens de 5L e 10L. Essa
relação pode ser vista na figura 22.
Figura 22 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2011
No ano de 2011 as embalagens entreges contaminadas de 1L são as que apresentam
um valor mais segnificativo de coleta, seguido pelas embalagens de 0.5L, 5L e 10L.
Em relação as embalagens de 5L, as mesmas não apresentaram um valor expressivo
em decorrência que o ano de 2010 o indice de embalagens entregues foi alto. Isso pode ser
analisado na figura 23.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0.5L 1L 5L 10L
368 373
52 29
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens plásticas (pacote) recolhidas em 2011
EmbalagensPlásticas
60
Figura 23 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2011
4.1.4 Ano de 2012
No ano de 2012, como nos de mais anos a seção III apresentou maior devolução de
embalagens, em seguida destaca-se a seção I, a seção II, e após a seção IV. Sendo que no
presente ano como nos demais as embalagens mais entregues forma as de 1L, 5L e 20L. Esses
recipientes são os mais procurados pelos agricultores marauenses, devido ao volume e a
grande variedade de produto encontrada nessas embalagens. Essa relação pode ser analisada
na imagem 24.
0
50
100
150
200
250
0.5L 1L 5L 10L
31
246
15 5
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminadas recolhidas em 2011
EmbalagensContaminadas
61
Figura 24 - Embalagens Recolhidas em 2012
No presente ano, um fato inusitado ocorreu. Muitos agricultores vieram até o ponto de
coleta para descartar suas embalagens e muitos recipientes de 5L e 1L apresentavam-se de
forma contaminada, isso é, o produtor rural não havia realizado a triplice lavagem dessas
embalagens. Essas embalagens foram devolvidas ao produtos, sendo esse responsável para
lavar-las de forma adequada para posterior destinação das mesmas. A relação das embalagens
devolvidas aos produtores se encontra na imagem 25.
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
39 34 608
4717 4105
115
1930
1
11549
14 48 317
3928 3573
67 1758
0
9705
1 42 497
3851
5413
4
2236
0
12044
0 20 45
1041 1146
6 526
0
2784
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens de agrotóxicos recolhidas em 2012
Seção I
SeçãoII
SeçãoIII
SeçãoIV
62
Figura 25 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2012
Em relação as embalagens plásticas coletadas no ano de 2012 os pacotes de 0.5L e 5L
foram os mais coletados, seguidos das embalagens de 1L, 0.1L, 20L e 0.25L. Como pode ser
visto na imagem 26.
Figura 26 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2012
Em relação as embalagens contaminadas coletadas no ano de 2012. Os recipientes de
20L tiveram destaques nesse ano, seguido pelos recipientes de 1L e 0.5L. A respeito dos
0
50
100
150
200
250
300
350
400
1L 5L 20L
158
354
23
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminada devolvidas para o produtor em 2012
Embalagenscontaminadas
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
0.1L 0.25L 0.5L 1L 5L 20L
41 10
467
115
202
33
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens plásticas (pacote) recolhidas em 2012
Pacotes emLitros
63
recipientes de 20L que são contamiandos, isso ocorreu devido a pigmentação da embalgem
pelo produto. Essa relação pode ser analisada na imagem 27.
Figura 27 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2012
4.1.5 Ano de 2013
No presente ano, a coleta e computação dos dados foram realizadas até o mês de
setembro, sendo que até então como nos de mais anos a seção III, apresentou uma maior
entrega das embalagens de agrotóxicos, seguida pelas seções I, II e em após veio a seção IV.
Como já relatado, a seção III é a mais produtiva do município e encontrando-se
sempre em primeiro lugar quanto à devolução de embalagens vazias. Sendo que os recipientes
mais entregues, assim como nos demais anos foram os de 1L, 5L e 20L por serem os mais
utilizados pelos agricultores do município de Marau. Na imagem 28 encontra-se a relação de
embalagens entregues por seção de janeiro a setembro no presente ano.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0.5L 1L 20L
3 3
20
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminadas recolhidas em 2012
Embalagemcontaminada
64
Figura 28 -Embalagens Recolhidas em 2013
Em relação as embalagens devolvidas ao produtor, como na grande maioria dos anos,
os recipientes de 1L ainda são os que apresentam maior problema quanto ao produtor lavar de
forma adequada, em seguida destaca-se as embalagens de 5L. Na figura 29, podemos analisar
que de janeiro a setembro de 2013 já retornaram ao produtor 17 embalagens de 1L e 4
embalagens de 5L e apenas 1 embalagens de 20L.
Figura 29 - Embalagens Devolvidas ao Produtor em 2013
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
0,1 L 0,25 l 0,5 l 1 l 5 l 10 l 20l 50l TOTAL
17 71 345
4655 4088
21
1112
10
10319
28 55 136
2785 2957
17
743
0
6721
70 77
912
3883
4637
82
1388
0
11049
3 15 104
763 739
3 271 0
1898
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens de agrotóxicos recolhidas em 2013 ( Janeiro a Setembro)
Seção I
Seção II
Seção III
Seção IV
0
5
10
15
20
1L 5L 20L
17
4
1
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminadas devolvidas ao produtor em 2013
Embalagenscontaminadas
65
No presente ano, os pacotes de 1L tiveram destaque em relação a coleta de
embalagens plásticas, seguido das embalagens de 0.5L, 0.1L e 20L. Esta relação pode ser
vista na imagem 30.
Figura 30 - Embalagens Pacote Recolhidas em 2013
Como pode ser visto na imagem 31, no presente ano, já obtivemos um valor bem
significativo de embalagens contaminadas entregues, sendo que as embalagens de 1L
apresentam maior entrega, seguido pelas embalagens de 0.5L, 5L 0.1L e 20L.
Em relação ao número significativo de embalagens contaminadas recolhidas de 1L no
presente ano, isso ocorreu devido a baixa entrega dessas mesmas embalagens no ano de 2012.
Em seguida veio os recipientes de 0.5L, esses também apresentaram baixa entrega de
embalagens no ano passado.
Já em quanto as embalagens de 5L, que também apresentaram um valor significativo
de devolução esse ano, no ano passado não houve nem uma embalagem entregue.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0.1L 0.5L 1L 20L
65 75
390
12
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens plásticas (pacote) recolhidas em 2013
Embalagensplásticas
66
Figura 31 - Embalagens Contaminadas Recolhidas em 2013
Perante ao estudo realizado no muicípio de Marau em relação as embalagens de
agrotóxicos entreges pelos produtores no projeto CAMPO LIMPO, a partir dos gráficos
demonstrados acima, constatou-se a grande variação de embalagens entregues, isso em
decorrência ao período de um ano que os produtores tem para devolver suas embalagens após
a compra do produto. Sendo assim, haverá diferença de embalagens coletadas de um ano para
o outro.
O estudo demontra a presença de falhas quanto a realização da triplice lavagem das
embalagens de agrotóxico por parte do agricultor. Diante disso, muitos recipientes são
devolvidas ao produtor para que novamente seja realizada a lavagem dessas embalagens. Se o
mesmo realizasse de forma correta a lavagem, não haveria embalagem devolvida, sendo que o
índice de embalagens contaminadas retornadas ao agricultor ainda é alto.
A seção III, abrange a porção de área mais produtiva do município, consequentemente
sempre vai ser a seção com maior consumo de agrotóxicos e com maior entrega de
embalagens. Em seguida vem a seção I, sendo a segunda porção de área mais produtiva e
classificando-se também em sgundo lugar em relação ao uso de agrotóxicos e a entrega de
embalagens. Após vem a seção II, sendo a terceira porção de área em produtividade, em
consumo de agrotóxicos e em entrega de embalagens. E por último, a seção IV, com menor
produtividade, menor consumo de agrotóxico e menor entrega de embalagens.
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0.1L 0.5L 1L 5L 20L
247
454
1695
380
42
Qu
anti
dad
e
Volume
Embalagens contaminadas recolhidas em 2013
Embalagenscontaminadas
67
Em relação ao montante de embalagens coletadas desde 2005 até setembro de 2013,
podemos analisar na imagem 32, que desde 2005 o número de embalagens coletadas vem
crescendo ano a ano, sendo que devemos levar em consideração o prazo de um ano após a
compra, período esse que o agricultor possui para devolver as suas embalagens.
Em 2005 e 2006 os agricultores entregaram as suas embalagens normalmente, já em
2007, esse foi o ano onde os agricultores tiveram a oportunidade de entragar todas as
embalagens contaminadas que possuiam em suas propriedades, devido a esse pico de entrega
o ano de 2008 apresentou quantidades semelhantes aos anos de 2005 e 2006 em relação as
embalagens entregues. Já em 2009, muito foi investido em consientização e novamente o
índice de embalagens entregues aumentou, devido ao fato de muitos produtores ainda não
terem entregado as duas embalagens no ano anterior. Em 2010 muitas mudanças forma
realizadas para garantir um maior rigor nas coletas das embalages e impor maior
responsabilidade para os agricultores marauenses. A partir daí, o número de embalagens
coletadas vem crescendo ano a ano, como pode ser visto de 2011 até atualmente. Isso nos dá a
certeza que os trabalhos feitos na área de consientização dos agricultores em parceria com
Emater, DEMA- Departamento de Meio Ambiente e a cooperativa de coleta de embalagens,
estão surgindo efeitos positivos. Sabe-se que mesmo com esse efeito positivo, muito ainda
deve ser feito para que esse projeto se torne 100% eficiente, abrangendo todos os agricultores
que residem no município de Marau, sendo que o grande problea do descarte inadequado das
embalagens de agrotóxicos, acarreta na contaminação do meio ambiente (solo, água e ar),
devido a isso é fundamental que esses recipientes sejam destinadas adequadamente.
68
Figura 32 - Embalagens Coletadas de 2005 a Setembro de 2013 no município de Marau.
4.1.6 Produtividade e Classificação dos Produtos mais Vendidos no Município
Segundo informações obtidas por Leandra Andrigo, proprietária de um dos
estabelecimentos comerciais que vendem agrotóxico no município de Marau, atualmente o
município planta 40.000 ha entre as culturas soja e milho, sendo necessário para um bom
desenvolvimento da planta para essa área agricultável 160.000 L de herbicida (secante),
72.000 L de folhar (semente e folhas), 48.000 L de fungicida e 40.000 L de inseticida.
Correlacionando informações com o Senhor Hélio Rizzardo, funcionário da
EmaterMarau-RS, o mesmo afirmou que atualmente o município possui como área
agricultável para soja 37.000 ha/ano e para milho 3.000 há/ano, gerando um montante de
40.000 há e mais 2.000 há que são de culturas permanentes (frutíferas, videiras, cana de
açúcar).
Ainda, segundo o mesmo, o município tem atualmente 1.300 famílias que dependem
da agricultura como fonte de subsistência e apenas cerca de 400 a 500 famílias que entregam
as embalagens de agrotóxico corretamente.
Em levantamento realizado em doze estabelecimentos que vendem agrotóxicos no
município de Marau, nove estabelecimentos possuem controle de dados referente ao montante
de produto vendido. Essa relação pode ser vista no quadro 9.
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
17.148 18.441
29.015
18.187
23.289
15.114
31.276
36.082
29.987
Qu
anti
dad
e
Ano
Embalagens Entregues de 2005 a Setembro de 2013
EmbalagensEntregues
69
Quadro 9 - Produtos mais vendidos e suas respectivas quantidades.
HERBICIDA
NOME 1L 5L 10L 20L TOTAL
VENDIDO (L)
Glifosato 5.000 15.000 50.000 70.000
2/4D 1.000 4.000 5.000
Primotop 1.000 4.000 5.000
Primóleo 1.000 3.000 4.000
Callisto 1.000 1.000
Gramocel 5.000 5.000 10.000
TOTAL HERBICIDA: 5.000 24.000 0 66.000 95.000
FUNGICIDA
NOME 1L 5L 10L 20L TOTAL
VENDIDO (L)
Prioriseta 5.000 10.000 15.000
Score 500 1.500 2.000
Inperador 800 800
Tiet 1.000 500 1.500
TOTAL DE FUNGICIDA: 6.500 12.800 0 0 19.300
INSETICIDA
NOME 1L 5L 10L 20L TOTAL
VENDIDO (L)
Ingeopleno 500 2.500 3.000
Amplego 600 600
Cleryon 1.700 1.700
Potenza 100 1.400 1.500
TOTAL DE INSETICIDA: 2.900 3.900 0 0 6.800
ÓLEO MINERAL
NOME 1L 5L 10L 20L TOTAL
VENDIDO (L)
Ninbus 20.000 20.000
TOTAL ÓLEO MINERAL: 0 0 0 0 20.000
Três estabelecimentos procurados informaram que não possuem ainda um sistema de
controle de armazenamento de dados referente à quantidade de produto vendido por volume,
nome e tipo do produto, mas que irão tomar providências quanto à instalação de um sistema
de controle, para garantir maior eficiência para o processo. Entretanto os responsáveis pelas
empresas informaram-nos a relação de produtos que possuem maior procura pelo agricultor e
consequentemente são os mais vendidos pelos estabelecimentos. A relação pode ser
encontrada tabela 5.
70
Tabela 5 - Produtos Vendidos sem Controle de Quantidade
PROCURA PELO AGRICULTOR TIPO DE PRODUTO
1˚ Lugar Herbicidas
2˚ Lugar Fungicida
3˚ Lugar Inseticida
4˚ Lugar Óleo Mineral
4.2 Plano de Ações e Melhorias
A partir da implantação do projeto Campo Limpo em Marau, muito já foi realizado
para que o processo da logística reversa de embalagens de agrotóxico do município se
tornasse mais eficiente, sendo fundamental o descarte adequado dessas embalagens,
contribuindo assim para uma melhor qualidade ambiental do município e colaborando para
uma melhor qualidade de vida dos munícipes que aqui residem, pois tendo os devidos
cuidados com o uso desses produtos e com as suas respectivas embalagens acarreta em
benefícios através da não contaminação da saúde humana, solo, água e ar.
O município de Marau se encontra entre umas das cidades em destaque no Rio Grande
do Sul quanto a esse trabalho, mas muito ainda deverá ser feito para que esse projeto se torne
100% eficiente, abrangendo todos os produtores de todas as comunidades.
Para que isso ocorra, um folder já foi elaborado e encontra-se nos apêndices do
presente trabalho, para que possa ser entregues aos produtores, juntamente com palestras que
serão ministradas pela equipe DEMA- Departamento de Meio Ambiente no decorrer do
presente ano e de 2014, orientando os agricultores de suas obrigações e cuidados que devem
ser tomados, como:
A importância da tríplice lavagem das embalagens após o termino doproduto;
É fundamental que o produtor ao termino do produto realize a tríplice lavagem das
embalagens de agrotóxicos para que as mesmas estejam aptas a serem devolvidas ao ponto
de coleta municipal, com esse processo simples todo o resquício de produto é retirado da
embalagem, tornando essa um recipiente descontaminado, mas que deve ser destinado de
forma adequada.
A importância de furar o fundo da embalagem após a lavagem;
71
Após a tríplice lavagem das embalagens, o agricultor deve perfurar o fundo e a tampa
das mesmas, evitando que seja reintroduzido produto nesse recipiente ou até mesmo que essa
embalagem possa ter outra utilidade.
Os perigos que essas embalagens mesmo lavadas causam se os agricultores forem
utiliza-las para outras finalidades em sua propriedade;
Os agricultores já mais devem utilizarem esses recipientes com outros fins em suas
propriedades, pois são embalagens que requerem cuidados ao manuseare devem ter
destinação adequada pois os produtos que nelas continhamé tóxico a saúde humana, animais,
microrganismos do solo, água e ar.
A importância de guardá-las em local seguro, seco e coberto e assim que o produtor
tiver uma quantidade significativa de embalagem que justifique seu transporte, as leve-a até o
ponto de coleta, sendo que o produtor não deve exceder o período de 12 meses após a compra
para devolver essas embalagens;
É de fundamental importância que essas embalagens sejam devidamente guardadas
após o processo de lavagem para evitar qual quer tipo de contaminação. E como manda a lei,
o produtor deve devolvê-las em até 12 meses após a compra do produto.
A importância do produtor utilizar os EPI’S de segurança na hora do manuseio desses
produtos;
O produtor deve utilizar os EPI’S de segurança para evitar qual quer tipo de
contaminação a sua saúde, uma vez que esses produtos são tóxicos e podem acarretar em
sérios danos ao aplicador.
Orientá-los do quanto esses produtos são contaminantes para saúde humana e ao meio
ambiente;
Muitos produtos se utilizados de forma inadequada, com dosagens acima do
recomendado e entrando em contato com o aplicador através de sua pele, inalação ou ingestão
causam sérios riscos ao meio natural e a saúde humana.
Orientá-los aos riscos de queimar embalagens de agrotóxico, de lava-las em sangas de
água corrente ou enterra-las;
Ao queimar embalagens, existem substâncias altamente tóxicas que estão presentes na
embalagem e no produto que volatilizam e causam sérios danos a saúde humana se inaladas e
também contribuem significativamente para poluição atmosférica.
Orientá-los da importância do período de carência do produto, antes que se ingiram
algum alimento contaminado com agrotóxico;
72
Cada produto possui um período de carência que deve ser respeitado, pois nesse período
o produto ainda está agindo e se for ingerido algum alimento contaminado consequentemente
a saúde humana será comprometida.
Orientá-los da importância de comprar produtos fitossanitários em estabelecimentos
licenciados, com prescrição de um agrônomo.
É de suma importância que o agricultor compre produtos somente em locais
licenciados, isso significa que o estabelecimento está apto a vender esses tipos de produtos,
cumprindo o que manda a lei. Também é fundamental que o produtor compre produto com
aval agronômico, pois esse profissional orientará e prescreverá ao agricultor o melhor produto
a ser utilizado para cada cultura e somente a dosagem necessária, evitando dosagens a mais
que causará em desperdício de produto e contaminação do meio ambiente.
Orientá-los dos perigos que é a compra de produtos fitossanitários contrabandeados.
Produtos contrabandeados podem ter origem incerta, com produção em laboratórios
não confiáveis, podendo causar danos a lavouras e a saúde humana, por serem de origem
desconhecida.
Assim como os agricultores possuem obrigações e deveres, os revendedores também
possuem obrigações e deveres, sendo que uma reunião deverá ser feita com a equipe DEMA-
Departamento de Meio Ambiente, a cooperativa responsável pelas coletas de embalagens de
agrotóxico do município e as empresas que vendem produtos fitossanitários para propormos
melhorias, como:
Que as empresas e estabelecimentos comerciais que vendem esses produtos no
município e ainda não possuam licenciamento junto a FEPAM - Fundação Estadual de
Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler - RS, que busquem a regularização.
Que as empresas e estabelecimentos comerciais tenham um cadastro da quantidade de
produto vendido em litros, quilos ou gramas, tipo de produto, data da venda, nome do
produtor, localidade e o período da devolução das embalagens;
Que as empresas e estabelecimentos comerciais só vendam produto sob prescrição
agronômica;
Que as empresas e estabelecimentos comerciais repassem a relação de produtores
rurais e suas respectivas embalagens, com sua data de devolução para que a cooperativa possa
fazer um controle no dia da coleta das embalagens, de quem está entregando as embalagens
de forma adequada. E quem não está;
73
E a equipe DEMA- Departamento de Meio Ambiente, através de suas fiscais, que
finalizem os produtores que não entregaram as embalagens no prazo estipulado de 12 meses
após a aquisição dos produtos.
74
5 CONCLUSÃO
O projeto Campo Limpo, ano a ano vem se tornando mais eficiente, com a entrega das
embalagens de agrotóxico pós-consumo pelos agricultores marauenses.
Ainda existe uma pequena minoria de agricultores que não realizam a tríplice lavagem
de forma adequada;
Há também, alguns produtores que ainda compram produtos fitossanitários importados
de outros países de forma ilegal e sem prescrição agronômica;
A maioria dos produtores rurais estão mais conscientes quanto ao uso dos EPI’S e da
aplicação correta dos produtos fitossanitários em suas lavouras, bem como o risco que os
agrotóxicos causam para a saúde humana e para o meio ambiente como um todo;
Muitas foram às melhorias no processo de logística reversa de embalagens de
agrotóxico no município após trabalhos realizados em parceria com Emater, DEMA-
Departamento de Meio Ambiente e a cooperativa de coleta de embalagens;
5.1 Sugestões para Trabalhos Futuros
As sugestões para trabalhos futuros são:
Realização de um trabalho minucioso e detalhado, com levantamento de dados por
produtor rural em todas as quatro seções, abrangendo 100% dos produtores.
Através desse levantamento de dados, verificar a produtividade de cada propriedade e
a quantidade de produto fitossanitário utilizado, e após correlacionar os dados obtidos com a
quantidade ideal de pesticida que deveria ser utilizada por ha. Evitando assim, a aplicação de
quantidades a mais de pesticidas nas culturas produzidas pelo município de Marau.
Com os dados levantados de quanto produto se utiliza no município por localidade,
pode-se verificar a quantidade de embalagens de produtos fitossanitários que cada produtor
possui em sua propriedade e que deva ser destinadas no projeto CAMPO LIMPO. Com isso
pode-se verificar os produtores que compram produtos no município em estabelecimentos
licenciados através da nota fiscal e os que compram produtos importados de outros países de
forma ilegal.
75
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Embalagens Vazias. Rio de Janeiro, RJ. 2001.
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Embalagens Não Lavadas. Rio de Janeiro, RJ. 2004;
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR 13.968: Embalagens vazias e
rígidas de agrotóxicos e estabelece os procedimentos de lavagem. Rio de Janeiro, RJ.
1997;
BRASIL. Lei nº. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Lei de Crimes Ambientais, que dispõe
sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio
ambiente, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF. 30 Mar. 1998;
BRASIL. Lei nº. 12.305, de 02 de agosto de 2010. Dispõe sobre a Politica Nacional de
Resíduos Sólidos, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil, Brasília, DF. 03 Ago.2010;
79
BRASIL. Lei nº. 7.802, de 11 de julho de 1989. Dispõe sobre as pesquisa, a experimentação,
a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a
propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e
embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos,
seus 86 componentes e afins, e dá outras providências. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, 13 Jul. 1989;
BRASIL. Lei nº. 9.974, de 06 de junho de 2000. Altera Lei nº. 7.802, de 11 de julho de 1989,
que dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem, e rotulagem, transporte,
armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização, exportação, destino final
dos resíduos, controle, inspeção e fiscalização e dá outras providencias. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil. Brasília, DF. DOFC, p 000001, 07 Jun. 2000. col.1;
BRASIL. Decreto nº. 4074, de 04 de janeiro de 2002. Regulamenta a Lei nº. 7.802, de
11dejulho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, experimentação, produção, embalagem, e
rotulagem, transporte, armazenamento, comercialização, propaganda comercial, utilização,
exportação, destino final dos resíduos, controle, inspeção e fiscalização e dá outras
providencias. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF. DOFC, p
000001, 08 Jan. 2002. col.2.
BRASIL. Resolução CONAMA N º334 DE 3 DE ABRIL DE 2003. Dispõe sobre os
procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de
embalagens vazias de agrotóxicos. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=356>. Acessado em: 01 de
agosto de 2013.
80
APÊNDICE A/ANEXO A
Figura 33 - Folder Conscientização para Agricultores – Frente
81
Figura 34 - Folder Conscientização para Agricultores – Verso
Fonte: Elaboração Equipe DEMA –Departamento de Meio Ambiente da cidade de Marau.
82
Relato Referente ao Produto DDT em uma Localidade do Município de Marau
O composto conhecido com a sigla DDT é composto com o elemento cloro (Cl), além
de carbono e hidrogênio. Como pode ser visto na figura 35 a sua estrutura.
Figura 35 - Representação da estrutura do DDT
Fonte: Laboratório Chemspider, 2013.
Este pesticida foi muito utilizado na Segunda Guerra Mundial com a finalidade de
proteção contra insetos que transmitiam doenças para pessoas como é o caso do tifo e da
malária doença essa que mais vitimou pessoas. Também era muito utilizado no controle de
pragas na agricultura.
O DDT e outros compostos organoclorados tiveram uso proibido nos EUA na década
de 1970, em razão de várias campanhas contra o emprego de agrotóxicos, denunciando os
problemas ambientais causados por tais compostos e pelos produtos resultantes de sua
decomposição. Vários outros países seguiram o exemplo dos EUA e também suspenderam o
uso dessas substâncias (BARBOSA, 2004).
Hoje em dia, só é utilizado em alguns países, maioria deles Africanos, como forma de
combate contra a malária.
Mesmo após o produto ter sido retirado do mercado, ainda existem agricultores com
esse produto em suas propriedades, como é o caso de um agricultor da cidade de Marau,
propriedade essa que se encontra na seção II.
As medidas cabíveis foram tomadas. Um ofício foi emitido a FEPAM solicitando uma
vistoria dos mesmos ao local. Na vistoria, a equipe da FEPAM, constatou que o produto
realmente se tratava de DDT e encontrava-se no local aproximadamente 5 kg do produto. Na
mesma data o produto foi armazenado em sacos plásticos e estes foram colocados dentro de
um recipiente que posteriormente foi lacrado, sendo que o local onde se encontra esse
material está isolado até que o INPEV venha à propriedade e recolha o produto para dar a
83
destinação adequada. Nas figuras 36, 37 e 38, encontram-se ilustrações do produto DDT e do
recipiente onde o mesmo foi armazenado.
Figura 36 - Imagem do DDT, já sem rótulo.
Figura 37 - Recipiente onde o produto DDT foi armazenado
84
Figura 38 - Recipiente onde o produto DDT foi armazenado e posteriormente lacrado