lojas de 2ªmao
TRANSCRIPT
Faculda de Arquitectura
Licenciatua em Design de Moda Trabalho realizado para: Moda e Mercado
Trabalho realizado por:
Carla Oliveira Eugénia Coelho
Yola Kiwok
Introdução
O nosso trabalho tem como objectivo averiguar se as lojas de roupa em 2ª mão são
uma opção usada pela população portuguesa na área de Lisboa(, comparando com outras
cidades europeias).
O trabalho depende inteiramente de trabalho de campo, assim como a pesquisa.
Deslocámo-nos às lojas e entrevistámos os gerentes / proprietários e registámos os preços
das lojas e imagens das roupas. Também realizámos um pequeno questionário a várias
pessoas (fora das lojas) para “descobrir” o que o público acha deste método de adquirir roupa.
Por fim quisemos saber se existe um forte preconceito por parte das pessoas em relação a
estas lojas.
Lojas de vestuário em 2ª mão em Lisboa
Perguntas feitas aos proprietários das lojas:
1- É uma opção procurada pela população portuguesa?
2- Costuma ter clientes de nacionalidade diferente da portuguesa? Quais?
3- Compra a roupa a terceiros ou é doada?
4- Quais são os seus fornecedores? Individuais? Empresas?
5- Investe num website para a loja?
6- Tem uma margem de lucro alta, média ou baixa?
7- Existem ondulações nas vendas? Há alguma altura do ano em que haja mais ou menos
procura?
8- Nota algum preconceito nas pessoas em relação a roupas que já foram usadas por outros?
Baú 2ª mão
Rua Infantaria 16, nº53 – A – Campo Ourique, Lisboa
Bom espaço, arejado, roupas ordenadas por cor, disponibilidade da proprietária. A loja está
em funcionamento à um ano.
Politicas da loja: 1. Trocas até 8 dias após a compra;
2. Não são aceites peças estragadas (manchas, buracos);
3. As roupas são lavadas
Perguntas e respostas
1 - Sim, começam a aderir, acham graça.
2- Alguns, franceses, espanhóis e alemães.
3- A roupa é doada, metade do lucro vai para as pessoas que doaram a roupa e a outra
metade fica como lucro da loja.
4- Individuais.
5- www.bau2mao.com
6- Baixa, isto é um projecto, não dá para viver do “lucro”.
7- Ainda não notei ondulações, só abri a loja à um ano. Além disso, não estou numa zona
turística.
8- Sim, arrepiam-se e saem disparadas.
Publicidade feita à loja: website e panfletos
Fotos e preços
18€
12€
20€
18€
30€
9,90€
18€
Troca Moda
Avenida Luís Bívar, 5
Espaço apertado, roupas ordenadas por peça, serviço de costura (bainhas, acerto de
mangas..), bom atendimento. A loja está em funcionamento à 12 anos. Não paga renda do
espaço.
Politica da loja: 1. Trocas até um mês e meio após compra
2. Não aceita peças danificadas
3. As roupas são lavadas
Perguntas e respostas
1- Não.
2- Apenas os turistas que estão no hotel, entram por graça, na maioria das vezes não
compram nada.
3- Consignação, depende das peças, e geralmente o lucro é dividido 50/50.
4- Individuais.
5- http://www.trocamoda.com.pt
6- Baixa, não dá para viver com o dinheiro feito na loja.
7- Em Agosto fecho, durante a época de saldos não se vende nada. As melhores épocas para
vender são no Outono e na Primavera .
Fotos e preços
18€
35€
22,50€
22,50€
7€
A outra face da lua
Rua da Assunção nº 22
Espaço grande e arejado, com a roupa ordenada por género de peça e cor.
Além de roupa, também vendem comida e bebidas.
A loja era originalmente uma loja de chás localizada no bairro alto, foi desenvolvendo até
chegar a loja de roupa de 2ª mão e à 4 anos atrás mudou-se para a baixa.
Têm um outlet perto da loja com a roupa que está “a mais”.
Politica da loja: 1. Trocas até 30 dias após a compra com a etiqueta.
2. Apesar de nem todas as roupas serem lavadas (pois são muitas), todas
as peças são desinfectadas.
Perguntas e respostas
1- É uma opção cada vez mais procurada
2- Sim, de várias nacionalidades
3- 99% é comprada a empresas
4- Empresas
5- www.aoutrafacedalua.com
6- Não respondeu
7- As vendas são melhores no Verão
8- Cada vez menos
Fotos e preços:
A OUTRA FACE DA LUA
68€
25€
10€
25€
25€
35€
Outlet
25/30€
30€
+- 30€
65€
10€
Pequeno Questionário
Portugal:
Conheces lojas de vestuário em 2ª mão?
0
2
4
6
8
10
12
Sim Não Só conheço no estrangeiro
Rapazes
Raparigas
Costumas frequentá-las? Se sim, porquê? Se não, porquê?
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Não conheço Frequento Não frequento
Rapazes
Raparigas
Tens peças de roupa em 2ª mão?
0
2
4
6
8
10
12
Tenho Não tenho
Rapazes
Raparigas
Roterdão:
Conheces lojas de vestuário em 2ª mão?
0
1
2
3
4
5
6
7
Conheço Não Conheço
Costumas frequentá-las? Se sim, porquê? Se não, porquê?
0
2
4
6
8
10
Frequento Não frequento
Tens peças de roupa em 2ª mão?
0
2
4
6
8
10
Tenho Não Tenho
Alemanha:
Conheces lojas de vestuário em 2ª mão?
0
2
4
6
8
Conheço Não Conheço
Costumas frequentá-las? Se sim, porquê? Se não, porquê?
0
2
4
6
8
Frequento Não frequento
Tens peças de roupa em 2ª mão?
0
2
4
6
8
10
Tenho Não tenho
Brasil:
Conheces lojas de vestuário em 2ª mão?
0
1
2
3
4
5
6
Conheço Não conheço
Costumas frequentá-las? Se sim, porquê? Se não, porquê?
0
1
2
3
4
Frequento Não frequento
Tens peças de roupa em 2ª mão?
0
1
2
3
4
Tenho Não tenho
Espanha:
Conheces lojas de vestuário em 2ª mão?
0
2
4
6
8
10
12
Conheço Não Conheço
Costumas frequentá-las? Se sim, porquê? Se não, porquê?
0
2
4
6
8
10
12
Frequento Não frequento
Tens peças de roupa em 2ª mão?
0
2
4
6
8
10
12
Tenho Não Tenho
Comparação com outros mercados
Após assistir às apresentações dos trabalhos de grupo, constatámos que:
1. As feiras têm um passado muito mais rico do que as lojas em 2ª mão. São mais
flexíveis em termos de preço, mais variedade de produtos e atraem muitas pessoas,
em parte devido à sua localização.
2. O comércio tradicional (neste caso o da rua de S. Marta), embora com um passado
histórico, tem dificuldades em “sobreviver”, parte devido à localização. As pessoas
actualmente estão na maioria das vezes apressadas, pelo que querem fazer as
compras todas num só local, algo que os centros comerciais ou as feiras lhes
proporcionam isso.
3. O comércio da internet começa a tornar-se uma opção cada vez mais utilizada. Após
assistir à apresentação sobre lojas online e “o sótão”, encaramos que as compras
virtuais se tornaram realidade e que vão tornando alguns negócios obsoletos.
Conclusão
Terminado o trabalho sobre as lojas de segunda mão, podemos tirar algumas
conclusões.
Contrariando a nossa ideia inicial, existe um número relevante de lojas de segunda mão
perto de nós, embora a maioria não desenvolva um trabalho de marketing, o que faz com que
sejam pouco conhecidas. Em geral, são procuradas por pessoas adeptas deste conceito, e
que realmente têm interesse por este género de lojas.
De todas as lojas visitadas apenas uma admite ter uma boa margem de lucro, embora não
falando muito sobre o assunto. Todas as outras visitadas, dizem não haver margem de lucro
suficiente para manter as lojas abertas. Por este motivo as lojas não estão abertas a tempo
inteiro, e algumas são fechadas durante a época baixa, ou seja, durante o período de saldos
das lojas mais comuns.
Em relação ao público-alvo destas lojas, em geral são estrangeiros ou pessoas com alguma
posse monetária, que estão habituadas a viajar, e que recorrem a estas lojas por gostarem do
conceito de reutilizar peças de vestuário.
Como forma de consolidar as opiniões obtidas com a visita às lojas, realizámos um mini
questionário em Portugal, Roterdão, Espanha, Brasil e Alemanha.
Em geral, todas as pessoas inquiridas conhecem lojas de segunda mão, embora os
inquiridos da Holanda, não conheçam.
Dos inquiridos, a maioria frequenta lojas de segunda mão, mas mais uma vez a Holanda fica
de fora.
Por fim, a maioria diz-nos que tem roupas de segunda mão, embora muitas não tenham sido
compradas nas lojas que aqui pesquisamos, mas são peças que passam entre familiares,
irmãos ou entre amigos.
Perante tudo isto, concluímos que as lojas de segunda mão começam a ter mais aderência,
mas muitas pessoas ainda não estão familiarizadas com o conceito, e acabam por criar um
preconceito em relação a este mercado. No entanto, os vendedores dizem-nos que cada vez
mais os preconceitos vão atenuando e que a adesão a estas lojas vai aumentando.