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lona.redeteia.com Opinião Colunistas Página 5 “Tornando os holofotes para a comissão, ficou uma dúvida no ar. Foi feita ape- nas para conter os destruidores da causa e dos patrimônios”. “O Bio Parque estava lotado, e a atração mais aguardada correspon- deu à expectativa com um show repleto de pi- rotecnias, aparições do mascote Eddie e um set list pra fã nenhum botar defeito” Fernan- da Anacleto. O que fazem os estudantes de jor- nalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Mariana Ribas Sartori. Editorial Iron Maiden Por onde anda? Notícia Antiga No dia 27 de setembro de 1998 é criado o Google, uma empresa multinacional de serviços online e soſtware dosEstados Unidos. Edição 838 Curitiba, 27 de setembro de 2013 Aproveitan- do o sucesso do primeiro episó- dio de Agents of S.H.I.E.L.D., Ma- theus Klocker lis- ta alguns casos de sucesso na tran- sição da telinha para a telona. “Quantas propa- gandas de marcas renomadas mun- do afora já fize- ram campanhas que representa- vam a mulher como inferior?”, Maiara Yabusaki. Cinema Moda A praga da alucinação Segundo especialistas, drogas alucinógenas (como maconha, crack, cocaína e anfetamina) são o grande mal do século XXI. O uso desse tipo de substância pode gerar comportamento vio- lento no usuário contra pessoas ao redor e também a si mesmo, além de apresentar chances al- tas de dependência química. Ex-usuários de crack contam os sofrimentos passados durante o vício. Página 4 Larissa Leiria Audiência do caso Virgínia começa com depoimentos de testemunhas Os depoimentos das testemunhas não podem ser divulgados para não atrapalhar as investigações que são conduzidas pelo Minis- tério Público. A médica Virgínia Soares está sendo acusada por ser a responsável por seis mor- tes desde 2006 até janeiro deste ano. Presa no dia 19 de fevereiro, Virgínia foi solta um mês depois que foi feito o pedido de liberda- de por seu advogado, Elias Matar Assad. Mais oito testemunhas se- rão escutadas hoje. Página 3 Lucas de Lavor

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Page 1: Lona 837 - 27/09/2013

lona.redeteia.com

Opinião

Colunistas

Página 5

“Tornando os holofotes para a comissão, ficou uma dúvida no ar. Foi feita ape-nas para conter os destruidores da causa e dos patrimônios”.

“O Bio Parque estava lotado, e a atração mais aguardada correspon-deu à expectativa com um show repleto de pi-rotecnias, aparições do mascote Eddie e um set list pra fã nenhum botar defeito” Fernan-da Anacleto.

O que fazem os estudantes de jor-nalismo depois de formados? Saiba por onde anda a ex-aluna Mariana Ribas Sartori.

Editorial Iron Maiden Por onde anda?

Notícia AntigaNo dia 27 de setembro de 1998 é criado o Google, uma

empresa multinacional de serviços online e software dosEstados Unidos.

Edição 838 Curitiba, 27 de setembro de 2013

A p r o v e i t a n -do o sucesso do primeiro episó-dio de Agents of S.H.I.E.L.D., Ma-theus Klocker lis-ta alguns casos de sucesso na tran-sição da telinha para a telona.

“Quantas propa-gandas de marcas renomadas mun-do afora já fize-ram campanhas que representa-vam a mulher como inferior?”, Maiara Yabusaki.

Cinema Moda

A praga da alucinação

Segundo especialistas, drogas alucinógenas (como maconha, crack, cocaína e anfetamina) são o grande mal do século XXI. O uso desse tipo de substância pode gerar comportamento vio-lento no usuário contra pessoas ao redor e também a si mesmo, além de apresentar chances al-tas de dependência química. Ex-usuários de crack contam os sofrimentos passados durante o vício.

Página 4

Lari

ssa

Leiri

a

Audiência do caso Virgínia começa com depoimentos de testemunhasOs depoimentos das testemunhas não podem ser divulgados para não atrapalhar as investigações que são conduzidas pelo Minis-tério Público. A médica Virgínia Soares está sendo acusada por ser a responsável por seis mor-tes desde 2006 até janeiro deste ano. Presa no dia 19 de fevereiro, Virgínia foi solta um mês depois que foi feito o pedido de liberda-de por seu advogado, Elias Matar Assad. Mais oito testemunhas se-rão escutadas hoje.

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Expediente

Nesta sexta-feira (27) o governo do Rio de Janeiro vai extinguir a Ceiv (Co-missão Especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Pú-blicas), criada pelo próprio governo há dois meses. Com au-torização da Justiça, a comissão teria au-torização para pedir identificação de ma-nifestantes mascara-dos em pleno exer-cício de seus direitos e, se julgassem ne-

cessário, obrigá-los a acompanhar as auto-ridades à delegacia, mesmo que não es-tivessem envolvidos em nenhum ato de vandalismo. Ao pe-dir a revogação des-se decreto, a única justificativa dada foi a de que a comissão conseguiu bons re-sultados e cumpriu seus propósitos. É certo que todos os cidadãos que correm atrás de seus direi-tos, não deveriam temer a exposição

de seus rostos. Afi-nal, é uma luta dig-na – ou deveria ser -, onde a união desses vários rostos trará a expressão de um povo. Logicamente, não se pode genera-lizar. Nem todos os mascarados tem algo a esconder. Nessas últimas manifesta-ções, as primeiras máscaras surgiram como um grito de vingança (já que em algumas, estava es-tampado o persona-gem que faz parte do

filme “V de Vingan-ça”). Mais além, in-felizmente sofreram uma metamorfose e tornaram-se escudos nos rostos daqueles que ao invés de lu-tar, já se achavam no direito de destruir aquilo que o povo, em poucos dias, ha-via conquistado. Em razão das minorias, o povo, sabiamente, deveria escolher ba-talhar de cara lava-da, para demonstrar a feição de seu since-ro descontentamen-

Mascarar motivos não soluciona

Por Onde Anda?

Reitor: José Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto Pró-Reitora Acadêmica Marcia SebastianiCoordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira

Professora-orientadora: Ana Paula MiraEditores: Júlio Rocha, Lucas de Lavor e Marina GeronazzoEditorial: Isabelle Kolb

to com os problemas estruturais e sociais do país.Tornando os holofo-tes para a comissão, ficou uma dúvida no ar. Foi feita apenas para conter os des-truidores da causa e dos patrimônios, ou para frear mani-festações e crimina-lizar participantes? Encaminhar cida-dãos mascados para a delegacia apenas por estarem mas-carados não con-tribuirá para reti-

rar das ruas aqueles que não participam por causas nobres. Interferir em mani-festações populares pacíficas legalmente é uma tentativa de provar que o povo não tem o poder que imagina. É apenas mais um traço que demonstra nas mãos de quem está o “po-der”. Mais um traço que demonstra que o povo ainda preci-sa se organizar para contestar práticas desse gênero.

Editorial

Mariana Ribas SartoriDurante o período em que estava na universidade es-tagiei em diversos lugares diferentes, pois, estava tentan-do me encontrar em meio a tantas opções que o jornalismo oferece. Comecei pela assessoria de imprensa do Institu-to de Tecnologia do Paraná (TECPAR), depois trabalhei na TV Band em dois períodos diferentes graduação, o que me possibilitou perce-ber o quanto o tra-

balho em emissoras de televisão exigiam conhecimento, téc-nica, habilidade e muita disposição, gostava muito, mas sabia que ainda não era aquilo que eu queria seguir. Em seguida fui trabalhar como redatora de uma revista esporti-va que estava mig-rando para o meio digital e junto com isso fiz produções frequentes para os meios de comunica-ção da Universidade. Por último, e como a

lei de Murphy sem-pre funcionou comi-go, trabalhei numa agência de publi-cidade no cargo de analista de mídias sociais. Foi amor à primeira vista e como o mercado es-tava em pleno aquec-imento nessa área ganhei incentivos diversos que me pos-sibilitaram conhecer mais sobre o meio digital. Hoje trab-alho numa agência de publicidade como redatora e auxilian-do em vários outros

Por Onde Anda? projetos de clientes voltados especifica-mente para o meio online, sou assessora de imprensa de uma micro cervejaria pa-ranaense. Não parei e não pretendo parar de estudar, estou me especializando em Comunicação Digi-tal e o foco princi-pal é explorar o de-senvolvimento de aplicativos mobile, a próxima etapa é en-trar para o mestrado.

Abraço!

O Dia em que as camisetas pretas tomaram conta de Curitiba

Fernanda Anacleto

Logo na entrada do Bio parque, o que se via era uma extensa fila de fãs, na expectativa de ver os seus ídolos. Na abertura dos portões, por volta das 15:30, pa-recia uma corrida de São Silvestre em busca do melhor lugar para assistir os shows.Pontualmente, às 18:30, a banda sueca Ghost iniciou a sua apresentação. O públi-co em geral não se em-polgou. A sonoridade da voz de Papa Eme-ritus, uma versão satâ-nica do pontífice ofi-cial, é um tanto quanto

fraca ao vivo. Porém, o instrumental junta-mente com a perfor-mance teatral maca-bra, impressionaram. Papa Emeritus exalava simpatia, arriscando até algumas palavras em português. Um show curto, de aproxi-madamente 40 minu-tos dividiu os presentes em dois grupos: os fãs de Ghost e os haters de Ghost.A segunda banda a se apresentar, foi os já consagrados do Slayer. O público foi a loucu-ra. E o frio, comentado pelo próprio vocalista

Tom Araya, acabou se tornando impercep-tível em meio a em-polgação de quem as-sistia os reis do thrash metal. A banda tocou os principais sucessos dos mais de 30 anos de carreira. Nas últimas músicas, homenagea-ram o guitarrista Jeff Hanneman, morto em maio deste ano devido a uma insuficiência he-pática. No telão, ima-gens de Hanneman eram transmitidas, ao som de South of Hea-ven e Angel of Death. A emoção tomava conta de quem esta-

va ali exclusivamente por causa do Slayer. O show que durou ape-nas uma hora, esquen-tou o público, que na sua grande maioria, esperava pela atração principal.Às 21:00, com a pon-tualidade britânica de costume, o Iron Mai-den sobe ao palco. O Bio Parque estava lo-tado, e a atração mais aguardada correspon-deu à expectativa com um show repleto de pi-rotecnias, aparições do mascote Eddie e um set list pra fã nenhum botar defeito. A ener-

gia dos integrantes, principalmente do vo-calista Bruce Dickin-son, que escolheu mui-to bem o seu figurino, contagiou a multidão. Quando todos pensa-vam que o show tinha acabado, eles voltam ao palco para cantar mais três músicas. Por quase duas horas o que se viu foi um espetácu-lo digno de aplausos. O dia 24 de setembro de 2013, com certe-za ficará marcado na memória de todos que estavam presentes nes-ses shows. Inclusive na minha.

Na última terça-fei-ra (24), Curitiba, ou melhor, São José dos Pinhais, recebeu a tur-nê Maiden England, da banda britânica Iron Maiden. O show, anunciado desde o começo do ano, ini-cialmente aconteceria na Pedreira Paulo Le-minski, que seria rea-berta ao público. Por causa da demora na liberação do alvará, o Bio Parque foi o local escolhido. Apesar da demora na venda de ingressos, os headban-gers do sul do país não desanimaram.

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3Notícias do Dia

Três testemunhas foram ouvidas no pri-meiro dia da audiência do caso VirgíniaDe 19 testemunhas, apenas três foram ouvidas no primeiro dia da audiência. Informações sobre as teste-munhas e depoimentos não podem ser divulgados para não atrapalhar nas investigações

Em quase 12h, apenas três das 19 testemunhas foram ouvidas ontem, no plenário do Tribu-nal do Júri, (25) pelo Ministério Público do Para-ná no caso de ins-trução da médica Virgínia Helena Soares de Sou-za. Os depoimen-tos começaram às 14h e terminaram a p r o x i m a d a m e n -te às 23h. Nomes e depoimentos não podem ser divul-gados para não atrapalhar nas in-vestigações con-duzidas pelo Mi-nistério Público que acusa a médica de ser responsável por 6 mortes des-de 2006 até janeiro deste ano. Duas das testemunhas não

Lucas de Lavor

moram em Curiti-ba e terão que ser ouvidas por carta precatória. Os de-poimentos ouvidos serão considerados mais tarde para decidir se a médi-ca irá ou não a júri popular.Presa no dia 19 de fevereiro, a médi-ca Virgínia Soares foi denunciada por um enfermeiro que alega ter sido de-mitido depois de se recusar a aplicar um medicamento que adiantaria a morte de um pa-ciente. Virgínia é acusada de ante-cipar as mortes de pacientes que esta-riam na UTI (Uni-dade de Terapia Intensiva, onde era chefe) com a ajuda de outros profis-

sionais. Uma en-fermeira e três mé-dicos chegaram a serem detidos, mas respondem em li-berdade.A prisão foi fei-ta pelo Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa), depois de uma in-vestigação de qua-se uma ano. Um policial havia in-filtrado que tra-balhava como en-fermeiro, o que ajudou na coleta de informações so-bre o caso. Elabo-rado o inquérito, o MP-PR levou à Justiça oito pes-soas que estariam atreladas ao caso: seis seriam funcio-nários do Hospital Evangélico que te-riam antecipado as

mortes para abrir novas vagas nos leitos. Os suspeitos são acusados por homicídio dupla-mente qualificado e formação de qua-drilha, os outros dois suspeitos fo-ram denunciados apenas por forma-ção de quadrilha. Em todos os casos a médica Virgínia

Soares é acusada de coautoria.As investigações apontam que Vir-gínia teria prefe-rência pela morte de pacientes que estariam interna-dos pelo Sistema Único de Saúde. Depois de um mês presa, Virgínia foi solta depois de um pedido de liberda-

de feito por seu ad-vogado, Elias Ma-tar Assad, que no meio desse ano de-clarou que a mé-dica acusada ainda pretende exercer a medicina, porém em cargos buro-cráticos.

Lucas de Lavor

Segundo pesquisa divulgada pelo Ins-tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o Paraná é líder nos número de assassinatos de mu-lheres entre 2009 e 2011 da região sul. A pesquisa, divulga-da ontem (25), revela que o índice do esta-do é de 6,49 femini-cídios cada 100 mil mulheres, superando a média nacional de 5,82. No Brasil, o nú-mero contabilizado é de 16,9 mil de mulhe-res mortas no mesmo período principal por casos de agressão por parceiros. A pesqui-sa foi apresentada na Comissão de Seguri-dade Social da Câma-ra de Deputados.

A pesquisa Violência contra a mulher: fe-minicídio no Brasil, que foi coordenada pelo Planejamento e Pesquisa do Instituto Leila Posenato Gar-cia, mostra que o Pa-raná está tem índices iguais ao de Minas Gerais. Espírito San-to é o estado tem o maior índice de femi-nicídios, com 11,24 a cada 100 mil, seguido do estado da Bahia 9,05 e Alagoas com 8,84.A mesma pesquisa avaliou o impacto da Lei Maria da Penha nos estados. O resul-tado é desanimador: não houve influência suficiente para a re-dução do número de mortes devido à es-

tabilidade das taxas antes e depois da im-plantação da lei.

Atendimento é pre-cário

A pouco menos de um mês, o relatório da Comissão Parla-mentar Mista de In-quérito apresentou um relatório que tra-çava o panorama do país referente às redes de proteção à mu-lher. O relatório, que possui 1.044 páginas -26 delas destinadas ao Paraná-, aponta que a falta de orga-nização, estrutura e atendimento são os principais fatores que colaboram para o alto de índice de agressão e mortes de mulheres

por parceiros.Desculpas para não atender mulheres, o desestímulo para não prestar queixa e a fal-ta de estrutura que desfavorece a privaci-dade são fatores preo-cupantes. Na época, o LONA visitou a De-legacia da Mulher e

constatou o descaso e a infraestrutura pre-cária. A delegada da Dra. Márcia, que as-sumiu há pouco tem-po, confirmou que há problemas, mas que eles não podem ser resolvidos rapida-mente e que, para que essas mudanças ocor-

ram, mobilizações já estão sendo feitas, como treinamen-to de funcionários e um novo espaço, que está sendo pro-videnciado. No en-tanto, reforçou que é um processo len-to.

Feminicídios no Paraná estão acima damédia brasileira

Lucas de Lavor

Espírito Santo e Alagoas lideram o número de estados que apresentam maiores índices de violência contra a mulher

Marcello Casal Jr./A

Br

Casos aconteceram no Hospital Evangêlico em Curitiba.

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4 Geral

Maconha, crack, co-caína, ecstasy, heroí-na, anfetamina, LSD, ópio, álcool, haxixi, shank, oxi. Especia-listas falam que as drogas alucinógenas são a praga do sécu-lo XXI. Além de te-rem efeitos drásticos no corpo humano, a dependência para aquele que utilizam por poucas vezes os entorpecentes são quase que certa. “A perda da inter-pretação da realida-de e a agressividade pode fazem com que o paciente possa se auto mutilar ou ter atos de agressivi-dade com pessoas que estão ao seu re-dor. O usuário nor-malmente entra em depressão após o efeito principal da droga sair do corpo e com isso o com-portamento violento af lora na pessoa.” É o que a enfermeira Neuza Maria Freitas relata vivenciar to-dos os dias em seu trabalho. Entre os principais sintomas que os usuários dessas dro-gas enfrentam são lentidão no raciocí-nio, diminuição na coordenação moto-ra, crise de ansieda-de, paranoia, agres-sividade, aceleração dos batimentos car-díacos, irritação, insônia etc. Neuza ainda conta que o uso contínuo dos entorpecentes po-dem causar não so-mente a dependên-cia mas pode levar o usuário a morte. “Os riscos de vida que as drogas podem cau-sar são altíssimos. Problemas como in-fartos, convulsões, coma, derrame, hi-pertemia, entre ou-tros são os mais comuns que viven-ciamos dentro dos hospitais.” Drogas de maior usoNo Brasil, a droga mais utilizada é a Cannabis Sativa Lin-neu. Segundo dados da SENAD/CEBRID – UNIFESP pelo me-nos 9,0% dos bra-sileiros utilizaram, pelo menos uma vez na vida a droga. Conhecida popular-mente como maco-nha, a droga é usa-da para causar os efeitos de sensações de bem estar e se

tornar extrovertido. Os efeitos posterio-res ao uso da droga e um aumento na excessivo na fome, sono e amnésia. No caso de uso prolon-gado dessa droga os danos podem ser ir-reversíveis. Perda de memória, percepção de tempo e concen-tração, coordena-ção motora afetada e taquecardia são os mais comuns que os usuários da maco-nha enfrentam. Na composição des-sa droga é encontra-da uma substância conhecida por Ben-zopireno que é alta-mente cancerígena. Cientistas e estudio-sos afirmam que o uso dessa substância por tempo prolon-gado pode levar o dependente a sérios problemas de saúde mental.

Crack e cocaína

“Cheguei em uma situação horrível, pensava estar mes-mo no inferno, pin-tei com tinta preta vários desenhos na parede do meu quar-to, foi quando meus pais perceberam o quanto o vício esta-va controlando a mi-nha vida.” Esse é o relato de uma ex-u-suária de crack que tem seu nome não divulgado para não ser exposta. O crack é um entorpecente feito a partir da pas-ta base da cocaína com bicarbonato de sódio. É a droga que causa maior depen-dência em um cur-to espaço de tempo para quem usa. Al-gumas pessoas rela-tam que com apenas uma tragada a de-pendência é certa. A ex-usuária fala sobre o ínicio tráfico no mundo das drogas. “Eu conheci o crack com um traficante de drogas. Compra-va maconha com ele, um dia o homem me ofereceu para dar um trago no crack e resolvi experimen-tar. Só consigo me lembrar que a von-tade de fumar mais e mais era gigantes-ca. Na verdade hoje me dou conta que a droga nem causa nenhum efeito no corpo, apenas deixa uma vontade insa-

ciável de fumar mais crack.” A recuperação para pessoas já viciadas pode levar anos, e não tem eficácia 100%. A ex-usuária fala sobre sua reabi-litação. “Fui interna-da a força por duas vezes. Meu pai gas-tou muito dinheiro com meu tratamen-to. Eu saia da clínica e voltava a fumar a droga, nada adianta-va, só parei mesmo quando resolvi me afastar de vez das antigas amizades e dos locais aonde sabia que acharia a droga. Mudei de es-tado inclusive. Hoje posso dizer que es-tou livre desse vicio, mas perdi muitos anos da minha vida com ele, meu corpo envelheceu muito e sei que enfrentarei problemas de saúde até o f im da minha vida.” História tris-te que vários pais de diversas classes sociais convivem. O crack afeta o vicia-do de tal forma que os familiares sofrem junto com o usuário da droga. Este ho-mem que pede para ser identif icado com ‘Pai de Universitário Desesperado” desa-bafa o sofrimento que passa com o f i-lho viciado. “Tenho meu fi lho estudante universitário e todo mês gasto quase três mil reais com ele, além de beber em ex-cesso agora deu para usar drogas também, que tristeza. Meu pedido à Deus é que os policiais reedu-quem o meu fi lho, pois eu já perdi essa luta, as drogas estão dominando os pas-sos dele, e vejo que

está caminhando para a morte. A mãe dele chora e toma calmante porque sabe que o f i lho não obedece nossos con-selhos. Paguei colé-gios particulares a vida toda para ele, vejo que ele vai aca-bar perdendo a vida mais cedo ou mais tarde.”Os efeitos do crack é deixar os usuários mais impulsivos e agitados. A ausência de sono faz com que a pessoa procurem utilizar mais a dro-ga. Com um preço altíssimo, o crack é chamado de ‘ouro branco’ pelo valor da grama. O preço médio da grama de crack equivale a duas gramas de ouro. Nas grandes cidades, o preço é mais baixo, mas chega R$40 a grama. Para susten-tar o vício o usuário se submete ao roubo e a vida do crime.

Prisões

“É triste ter que efe-tuar uma prisão de jovens, muitas vezes com pouca idade já no mundo das dro-gas”. Comenta o in-vestigador de polí-cia, Rodrigo Lopes. A Divisão Estadual de Narcótico do Pa-raná (DENARC) di-vulgou um balanço mostrando que nos em cinco meses de serviços intensos no estado foi possível realizar a apreensão de mais de duas to-neladas de droga e 258 prisões de tra-ficantes do produ-to. Segundo as au-toridades, somente da droga maconha foram retirados de circulação 1,9 to-

neladas, seguido do crack com 133,5 quilos apreendidos. De acordo com o investigador Lopes houve um grande aumento no con-sumo de drogas, principalmente em Curitiba e região metropolitana. “É visível, até mesmo pela quantidade de prisões que estamos realizando nos últi-mos meses o quanto houve uma explosão no uso de drogas. Estamos realizando diariamente um tra-balho ostensivo para tentar combater tra-ficantes e usuários.” Mas o envolvimen-to dessas pessoas não termina apenas na venda e no con-sumo da droga. “O aumento no número de homicídios, de assaltos, latrocínios (roubo seguido de morte) entre outros crimes, na sua gran-de maioria estão, de certa forma, relacio-nados com as dro-gas. É o traficante que mata o usuário devedor, é o usuário que rouba para sus-tentar o vício e as-sim por diante. Vira um ciclo vicioso”, f inaliza o investiga-dor. A falta de um tra-tamento de quali-dade para viciados pelo Sistema Único de Saúde, os altos preços de clínicas particulares, a dis-seminação cada dia maior das drogas e a produção de novos entorpecentes faz com que esse quadro crítico f ica ainda pior. No estado de São Paulo já se fala a res-peito de uma nova droga, vulgarmente

conhecida por Oxi. Esse entorpecen-te além de ser mais barato para a venda i lícita é, também, mais feroz e devas-tador que o crack. Pesquisadores ain-da realizam estu-dos para determinar seus efeitos sobre o corpo humano. Em sua composição é possível encontrar a pasta-base da co-caína, querosene, cal virgem, solvente, entre outros elemen-tos extremamente devastadores para o organismo. O po-tencial alucinógeno dessa droga chega a ser o dobro dos efei-tos do crack, deixan-do o usuário numa euforia extrema. Qual será o f im des-sa luta insaciável en-tre drogas e justiça. Será que o caminho da humanidade está cada vez mais próxi-mo de uma destrui-ção para alucinóge-nos? Ou a realidade é tão dura de ser vivida que cada dia mais pessoas e com menor idade passam a procurar viver em um mundo irrealis-ta. Apenas alguns segundos de embria-guez compensaram anos de luta para se livrar de um vício? Ou nossos jovens estão caminhando para a morte preco-ce?São algumas das muitas respostas que ainda tentam ser respondidas por cientistas e estudio-sos das drogas.

Drogas: a praga do século XXI

Emanuele Martins

Larissa Leiria

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5Colunistas

Cinema no DivãDa telinha para a telona

Matheus Klocker

Nos dias de hoje os seriados de televi-são são tão populares quanto os filmes. Em qualquer emissora é possível achar pelo menos um seriado, geralmente norte-a-mericano, passando. Seriados de televisão são mais fáceis de as-sistir e também de o público criar uma li-gação mais forte com o produto.Normalmente esses programas tem a du-ração de meia ou uma hora e além de serem divididos em capí-tulos também s ã o s e p a r a -dos por temp o-r a d a . A l é m do fato de se-r e m

perfeitos para con-tar uma história mais longa e complexa, vendo que o tempo total de duração é bem maior do que um longa-metragem. Po-rém é nesse fato que podemos encontrar o problema.Por necessitarem de um grande número de pessoas para produ-zir, muito tempo e di-nheiro, muitas vezes os seriados acabam não tendo um final

m u i t o a p r o -p r i a -d o o u q u e

s a t i s -f a ç a

os fãs, afinal o

futuro do seriado de-pende muito do ‘’bom-humor’’ da emissora na qual ele é transmi-tido.Com esse problema em mãos alguns se-riados acabam tendo a sorte de conseguir uma continuação, ou um final decente, na telona. Vou fazer aqui uma lista com cinco que acabam entrando nessa questão.

5 – As Panteras

Lá no longínquo ano de 1976 estreava um seriado que seria lembrado por déca-das, As Panteras. Na época as três prota-gonistas eram encar-nadas por Kelly Gar-rett c, Kate Jackson e Farrah Fawcett, as anjinhas do Charlie (John Forsythe). A história todo mundo sabe. Em 2000 o se-riado foi adaptado

para o cinema, com Cameron Diaz, Drew Barrymore e Lucy Liu nos papéis principais. O filme ganhou uma continuação em 2003.

4 – Os Simpsons

Vale destacar que nem sempre essas adaptações aconte-cem somente quando o seriado já termi-nou, esse aqui é um bom exemplo. Pois é, animações também ganham espaço nes-se assunto. O seria-do Os Simpsons já se encontra na vigésima quinta temporada lá nos EUA. Em 2007 a adaptação chegou aos cinemas e teve um lucro de mais de 527 milhões de dólares.

3 - Os Normais

Produções brasileiras também tem espaço no mercado. Os Nor-

mais foi um ótimo (na minha opinião) seriado de comédia da televisão brasilei-ra. Depois de mais de setenta episódios uma versão para o cinema foi realizada. O suces-so do seriado na TV e nos cinemas rendeu uma continuação em 2009, que infelizmen-te não chegou aos pés do primeiro longa.

2 – Star Trek

Muitas pessoas, prin-cipalmente jovens e não-nerds, conhecem Star Trek por causa do filme feito por J.J. Abrams em 2008. Mas poucos sabem que o filme é originário de um seriado que teve sua estreia na televi-são gringa em 1966. Um seriado revolu-cionário para o gêne-ro de ficção científi-ca. Esse ano o longa de 2008 ganhou uma

continuação.

1 - Agents of S.H.I.E.L.D.

Falamos aqui de se-riado que viraram filme, porém o con-trário também acon-tece. Desde a criação oficial do Universo Marvel no cinemas, em 2008 com O In-crível Hulk, a Marvel não parou de lançar jogos, brinquedos, livros e muitas ou-tras coisas relaciona-das ao tema. A única coisa que faltava era uma adaptação para a televisão. Foi então que surgiu o Agents of S.H.I.E.L.D., um spin-off de todo o universo Marvel para a televisão. O seriado estreou essa semana nos Estados Unidos e estreou ontem aqui no Brasil, no canal Sony.

Moda por aí

Preconceito inconsciente

Maiara Yabusaki

Difícil pensar como pequenas atitudes podem mudar o rumo de gerações se-guintes. Focando no tema da nossa colu-na vamos pensar o que seria a mulher hoje se Coco Chanel não tivesse roubado a calça do namorado, ou se aquelas 400 ati-vistas em 1968 não tivessem protestado contra a opressão sobre as mulheres, e não tivessem pro-movido a chamada “Queima de Sutiãs (a queima na verdade nunca aconteceu mas foi inegavelmente marcante pela reper-cussão e momento histórico.).De lá pra cá nós mu-lheres conquistamos diversos direitos, passamos por cima de vários preconcei-tos, mas não atin-

gimos a igualdade. Aliás, estamos mui-to longe dela devi-do, principalmente, a discriminação de gênero.O machismo, velado ou escancarado, está encrustado na nossa sociedade e não so-mente por parte dos homens, lamentavel-mente ele está pre-sente no inconsciente coletivo das mulheres também. Inúmeras são as propagandas que degradam a ima-gem da mulher sub-metendo o gênero a um mero objeto. Não somente comerciais de cerveja, mas tam-bém na moda.Quantas propagandas de marcas renoma-das mundo a fora já fizeram campanhas que representavam a mulher como infe-rior. Além disso, vá-

rias outras se focam no pensamento de que a mulher deve ser sexy, deve se vestir com a intenção de ser provocativa. A moda que teoricamente faz mais parte do uni-verso feminino seria mais uma forma de repressão e não de ex-pressão. Mas mesmo assim algumas ainda se vestem para os ho-mens. Mal sabem elas que compartilham de um sentimento ma-chista.Por que é considerado aceitável, numa socie-dade teoricamente igualitária, que para conseguir convencer o marido/namora-do de alguma coisa a mulher tem que es-tra de lingerie, como mostrou uma propa-ganda da Hope com a top Gisele Bünd-chen? Ou que é nor-

mal as modelos mu-lheres aparecerem praticamente nuas em campanha de roupas? Além de não fazer sentido é de-gradante, mas mes-mo assim tolerado.Esse preconceito não é prejudicial apenas para as mulheres. O machismo atinge os homens também. Muitos podem nem ligar pra roupa que

vestem, mas vem crescendo o número de homens que real-mente se importam, não pra agradar, im-pressionar ou cha-mar atenção, fazem simplesmente porque gostam e esses sofrem por tentar ser diferen-tes.O mundo da moda é mágico, já disse isso aqui e repito, mas in-felizmente é cercado

de preconceitos tam-bém. Dentro e fora das passarelas ho-mens e mulheres so-frem os efeitos dessa opinião inconsciente de que a mulher é me-nos. Hoje, o machis-mo em propagandas, por exemplo, pode ser denunciado, mas nada se altera se não mudarmos nossa mentalidade.

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NOTÍCIANTIGA O que fazer em Curitiba?Galeria Teix

De 5 a 30 de setembro, na Galeria Teix (Rua Vicente Machado, 666), fica a exposição “Quanto um Cha-péu de Palha”, e reúne 11 obras inéditas em tecido, bordadas e pintadas à mão do artista Alexandre Linhares. Informações: (41) 3018-2732.

Exposição “Consciente do Inconsciente” no MASAC

De 8 de agosto a 3 de novembro, no Masac – Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba (Largo da Or-dem - Setor Histórico), tem a exposição São Francisco de Assis – O Homem Atemporal, com esculturas da ar-tista plástica Nilva Rossi.

Memorial de Curitiba

Até dia 3 de novembro, no Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 – Setor Histórico) fica a ex-posição “Curitiba Protesta”. As recentes manifestações populares que tomaram conta das ruas de todo o país são tema da exposição Curitiba Protesta. Integram a mostra 60 imagens feitas por fotojornalistas que acom-panharam as manifestações, apresentando um recorte visual dos principais momentos dos atos que lotaram ruas e avenidas do centro da capital. Entrada franca. In-formações: (41) 3321-3328.

No dia 27 de setem-bro de 1998 é criado o Google, uma empresa multinacional de ser-viços online e softwa-re dosEstados Unidos. O Google hospeda e desenvolve uma série de serviços e produtos baseados na internet e gera lucro principal-mente através da publi-cidade pelo AdWords. A empresa foi fundada por Larry Page e Ser-gey Brin, muitas vezes apelidados de “Google Guys”,enquanto os dois estavam frequentando a Universidade Stanford como estudantes de doutoramento.O Google é executado através de mais de um milhão de servidores em data centers ao re-dor do mundo e proces-sa mais de um bilhão

de solicitações de pes-quisa e vinte petabytes de dados gerados por usuários todos os dias. O rápido crescimento do Google desde sua incorporação culminou em uma cadeia de ou-tros produtos, aquisi-ções e parcerias que vão além do núcleo inicial como motor de buscas. A empresa oferece soft-wares de produtividade online, como o soft-ware de e-mail Gmail, e ferramentas de re-des sociais, incluindo o Orkut, oGoogle+ e o descontinuado Google Buzz. Os produtos do Google se estendem à área de trabalho, com aplicativos como o na-vegador Google Chro-me, o programa de or-ganização de edição de fotografias Picasa e o

aplicativo de mensa-gens instantâneas Goo-gle Talk. Notavelmente, o Google também lide-ra o desenvolvimento do sistema operacio-nal móvel para smart-phones Android, usado em celulares como o Nexus One e oMotoro-la Droid. O Alexa clas-sif ica o Google como o website mais visitado do mundo. O Google também foi classif icado pela revista Fortune-como o quarto melhor lugar do mundo para se trabalhar e como a mar-ca mais poderosa no mundo pela BrandZ. A posição dominante no mercado dos serviços do Google levou a críti-cas da sociedade sobre assuntos como privaci-dade, direitos autorais e censura.