manual de prÉ -...

Secretaria da Administração

ESCOLA DE GESTÃO PÚBLICA Av. Eng. Carlos Reinaldo Mendes 3.049 – Alto da Boa Vista CEP 18013-280 – Sorocaba/SP - Fone: (15) 3238.2426

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MANUAL DE PRÉ -

APOSENTADORIA

Marisa de Oliveira Martinez



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Prefeitura Municipal de Sorocaba


Área de Planejamento de Pessoas

MANUAL DE PRÉ - APOSENTADORIA

ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS:


Área de Planejamento de Pessoas

Divisão de Desenvolvimento de Pessoas

Seção de Treinamento



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Mensagem ao Servidor

CAROS SERVIDORES!

Este manual tem como finalidade auxiliar o servidor, em seu momento de transição, para novas escolhas,

especialmente após muito tempo de dedicação às suas atividades, cotidianamente.

Valores & atitudes diante da aposentadoria

“O tempo nos dá a percepção de que apesar de passar rapidamente, oferece espaço para que

muitas coisas aconteçam, vez a vez, tudo à sua hora”.

A aposentadoria refere-se ao afastamento remunerado, em caráter definitivo, que o trabalhador

vivencia, ao concluir seu período de atividades laborativas, de acordo com o sistema previdenciário

ao qual pertence.

O termo aposentar, de forma geral e distorcida, também se reporta à “inutilidade”. Quando dizemos

que “aposentamos” um objeto, possivelmente queremos dizer que ele deixou de fazer parte de nossa

rotina diária. Mas em se tratando de decisões sobre o aposentar-se, como funciona?



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“Texto submetido à chamada pública Gestão Pública no séc. XXI”

Valores & atitudes diante da aposentadoria

Resumo

A aposentadoria é uma realidade Institucional, pessoal e social.

As políticas públicas podem lançar mão de condições para conscientizar, preparar e ao constatar a

escolha segura de cada servidor, ao desligar-se, reconhecer esta escolha como uma das etapas de

sua colaboração, no desenvolvimento da carreira.

Trabalhar a construção destes novos tempos, repleto de significados, desafios, retrospectivos e

novos projetos são a proposta de reflexão atrelada à ação. O momento pode ser identificado como

prêmio, crise ou de possibilidades.

Elaborar Programas de Treinamento, como o “Pré-Aposentadoria”, tem como meta instrumentalizar

a decisão de aposentar-se, baseando-se em dados objetivos, perfil, escolha, compartilhamento de

vivências, elaboração emocional do desligamento, através da apropriação de percepções e emoção,

como um aprimoramento do papel servidor e de sua resignificação em um contexto mais amplo (de

saúde, previdenciário e social), assegurando com isso, a função de protagonista de sua história de

vida e desenvolvimento de papéis sócio-afetivos.

Palavras chave: aposentadoria, reflexão, conscientização, escolha e decisão.



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CAPÍTULO 1 Refletindo a aposentadoria, seus significados, desafios e

novas “construções”



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Ao tratar-se de pessoas, podemos entender que o trabalho ocupa um espaço tão importante em suas

vidas, que deixar de seguir a rotina diária que o trabalho proporcionava, com seus resultados, irá

trazer um período de adaptação. O lado positivo envolve estabelecer novas alternativas para que a

rotina possa ser adequada às novas necessidades e exigências; no entanto, o apego aos hábitos e,

sobretudo ideais e convicções, poderão promover ajustes que poderão ser mais ou menos difíceis,

dependendo das metas, flexibilidade e das condições de vida e saúde de cada um. De qualquer

forma, esta conversa é longa e poderá ser continuada...

As Instituições poderão abrir espaço ao trabalhador/servidor que está na fase de aposentar-se, para

que venha entender o que isso significa para si mesmo, sua família, seus amigos, seu trabalho e seus

novos projetos. Com o modelo atual de legislação a vida laborativa segue até aproximadamente 55

anos de idade para a mulher e 60 anos de idade para o homem, além de seu tempo de contribuição e

efetivo exercício de suas funções. Podemos considerar uma projeção de um aumento na idade para a

Aposentadoria, tendo em vista, possíveis novas regras em estudo, análise e aprovação. Se desta

forma ocorrer, provavelmente será maior ainda a necessidade de colocar este tema em pauta e

darmos foco para que o trabalhador continue a exercer integralmente sua capacidade física e

psíquica, dando voz a um fortalecimento interno e externo para que tenha condições

biopsicoculturais de manter-se atuante. Há que considerarem-se tipos de trabalhos, se mais ou

menos operacionais e com que carga de apelo à manutenção da rotina.

A reflexão tem seu início nos valores que embasam escolhas, fundamentam decisões e

proporcionam a segurança do acerto.



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CAPÍTULO 2 VALORES



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Ao refletirmos sobre valores, base importante para orientação/decisão, não pensamos em valores,

apenas como sinônimo de benefício financeiro e estaremos proporcionando outro olhar. Ao

focarmos este tema em valores, o fazemos como sinônimo de norteadores para a convivência em

grupo.

Pensamos que a diversidade aproxima as diferenças individuais e faz com que MUITOS caibam no

TODO, em detrimento do distanciamento alcançado por pontos de vista individualizados e

diferentes, que podem ser acentuados pelo antagonismo travado, como em uma grande batalha.

Queremos atuar sobre valores voltados à construção e não à oposição.

Dizemos que a construção coletiva se fará pelo respeito às individualidades e como não há um ser

humano absolutamente igual ao outro (nem mesmo gêmeos o são); o respeito a TODOS se fará pela

aceitação de formas de expressão onde cada um de nós caiba.

Parece-nos um conceito difícil de ser aplicado, mas lembre-se de olhar para a situação com os olhos

do outro. Este parece ser o exercício.

Aposentar-se ou não? Enquanto se permite a decisão e ainda a fase não se apresenta como

compulsória, revisitar-se, então!!!

A experiência será renovada no momento em que cada um, ao deparar-se com um valor diferente do

seu, poderá observá-lo integralmente e somente após isso, isento de julgamento, retornar ao seu

antigo olhar, com a percepção ampliada!!! Portanto, sugerimos que antes de reprovar ou aderir à

idéia de aposentar-se, o caminho possa ser o de refletir.

A percepção que acolhe novas formas de “olhar” não retorna à forma original, será sempre maior do

que o desenho que originou seu movimento. A história a seguir, de autor desconhecido, procura

ilustrar isso: Duas pessoas se encontraram em um caminho; uma delas havia desenterrado

uma estátua de grande beleza e significado. Outra se propôs a comprá-la. O pensamento que

seguia em uma delas era: “Como pode alguém trocar esta raridade por um simples papel que

não tem a consciência do que ela representa?” “Para a outra era: como pode alguém investir o

dinheiro de seu trabalho em algo antigo e sem sonhos?” Esses “olhares” merecem nosso respeito

independentemente do que levou essas pessoas a perceberem assim. Este é o princípio da empatia:



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colocar-se no lugar do outro. E para nós, servidores, onde estão nossos sonhos, nossos significados

e nossos ganhos?

Nossa atribuição sempre foi a de servir; antes de cada cargo, a escolha de uma postura e mais do

que isso, uma vocação!

A palavra “vocação” vem de uma raiz latina que significa “chamar” e reflete o sentimento de uma

missão importante que deve ser realizada no mundo.

Embora a vocação não implique necessariamente uma profissão reconhecida ou a obtenção de

dinheiro, ela precisa envolver o coração, para que sintamos ter realmente encontrado nosso lugar na

vida.

Também precisa ter uma manifestação externa, para que tenhamos a sensação de haver conseguido

aquilo para o quê viemos ao mundo.

Algo mais abrangente poderá revelar-se quando questionarmos o sentido do servir, isto posto, o

SERVIR proporciona o VIR A SER... “Não importa o que nós ainda temos a esperar da vida,

mas sim o que a vida espera de nós”-Viktor Frankl



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CAPÍTULO 3 Trajetória



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Atendendo a um pedido de nosso interesse, motivação, necessidade ou missão, chegamos ao

Serviço Público. Aprendemos a nos adaptar a alguns conceitos que faziam e ainda fazem do que

significa ser servidor público. É muito comum ouvirmos que o servidor público é acomodado e

antes mesmo de nos incomodarmos com o conceito e por que não dizermos, até mesmo, rótulo

atribuído, refletimos sobre o quanto temos que pacificar nossas atitudes, a cada vez que um

atendimento precisa de mais informações internas para ser completo. Cabe refletirmos também

sobre os momentos em que nos deparamos com novas lideranças, às vezes mais jovens,

inexperientes e nem sempre vocacionadas, para as orientarmos e muitas vezes, ainda sermos

avaliados e julgados por isso. Também os momentos em que partilhamos a necessidade de

alinhamento, mas não o promovemos, elencando uma grande lista de responsáveis por isto.

Também os momentos de partilha com lideranças visionárias, promotoras não apenas de serviços,

mas de pessoas.

Aprendemos que uma carreira no Serviço Público comumente se inicia através de uma seleção

pública onde concorremos com aqueles que desdenham, criticam e maltratam servidores, mas,

almejam o cargo público. O acesso ao Serviço Público é democratizado e se o estudo, a habilidade e

a aprovação, nos contemplarem, esse será apenas o início da jornada de servir.

Servir torna-nos hábeis em exercitar o talento da humildade, da habilidade em reconhecer que

precisamos nos aproximar da visão crítica do cidadão para o incluirmos em nosso modo de ver a

prestação de Serviços Públicos. Ambos os lados têm a aprender, tanto o cidadão que busca

emergência em nossas ações, como o servidor que tem que modernizar e sistematizar novas

práticas, evoluídas com o desenvolvimento das comunidades e de suas diversificadas necessidades

em sua rotina de servir e receber estes serviços. Tudo isso em prol do vir a ser. Sabemos que muito

foi realizado e ainda há muito por fazer, mas não é este o sentido do servir para vir a ser?

Diante de nossas experiências e necessidades, o que ainda nos resta e o que ainda nos falta quando

concluímos nossa missão institucionalizada de servir? Acrescentaremos à nossa habilidade de

servir, a compreensão do que significam os bastidores do servir e de avaliar quantas competências

relacionais teremos que desenvolver, a começar pela escuta, pela reflexão, pelo feedback, pelas



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justificativas. Por fim, acrescentamos a comemoração de um serviço prestado com excelência que

nos orgulha, causa admiração e encanta quem o recebe.

O Jornal “Cruzeiro do Sul”, do município de Sorocaba, São Paulo, noticiou no mês de maio de

2015, que foi realizada, pelo Banco HSBC, uma pesquisa com a participação de 16.000 pessoas, em

15 países: Brasil, Austrália, Canadá, França, Hong Kong, India, Indonesia, Malásia, México,

Cingapura, Taiwan, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido, Estados Unidos para elucidar

motivos, expectativas e perfil dos atuais aposentados e de trabalhadores que se encontram em

processo de escolha/determinação de seu modelo de aposentadoria. A realidade identificada

alcançou o que se convencionou chamar de semi aposentadoria.

Conceito- Semi aposentadoria é considerado o ato de trabalhar menos horas ou iniciar uma

atividade diferente da exercida até aquele momento.

Este modelo que pode ser durante ou posterior à aposentadoria propriamente dita, envolve a criação

de condições para que se alcance longevidade, repassando-a ao trabalho, mas é na esfera da escolha

que reside a atenção e cuidado aos ciclos de desenvolvimento, com suas características peculiares,

desafiantes, por vezes e limitantes vez por outra, em algumas circunstâncias de vida, trabalho e

saúde.

O trabalhador vinculado à uma Instituição poderá aperceber-se disto e diante de sua vivência,

considerar alternativas para que seu tempo pessoal seja resignificado, com sua vinculação à

continuidade de sonhos e novos projetos, mas com uma adesão imediata de realizações mais

próximas, física e temporalmente (condição imprescindível).

Na pesquisa citada anteriormente, quando questionados sobre os motivos do não aposentarem-se, as

informações obtidas eram porque não podiam ou não queriam; cabe nova variável onde também

identificamos como resultados, a condição do querer e não poder ou ainda, poder e não querer.

Dentro destas duas respostas cabe uma gama muito grande de alternativas. O poder e o querer ligam

onde, afinal? Ligam-se à volição, às condições ou à legislação?

Planejarmos um período de transição entre vida altamente produtiva e vida altamente

gratificante com produtividade e resultados parece figurar entre as necessidades que passam a

ser prioritárias.



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A figura da semi aposentadoria passa a ser uma opção por justificar os motivos que os entrevistados

revelaram. Dentre todos, 42% quer manter corpo e mente ativos, 18% gosta de trabalhar, 23% gosta

da rotina dos trabalhos, 14% tem necessidade de complementar a renda, 10% considera que as

mudanças de políticas públicas afetaram sua situação financeira. A impressão que se tem é que a

administração do tempo, disponível rotineiramente, faz toda a diferença. A expectativa lançada é de

que atividade física, renda complementar, alteração de rotinas, perfil sócio-econômico do País, tudo

acabe ficando para depois e não parece estar voltada para o exercício da autonomia, quando

traçamos diretrizes e estabelecemos metas que refletem efetivamente nossas necessidades.

Quando se pensa em finalizar um ciclo de trabalho, a diversidade também está presente. As pessoas

reagem diferentemente a este estímulo de mudança. Como lidar, efetivamente, com a alteração do

protagonismo, durante o ciclo laboral e vida pessoal?

Não é um acontecimento ao qual se passa ileso. Supõe-se que alguns queiram entender,

compreender todo o processo, expressar-se, compartilhando sentimento, emoção e outros,

concretizar rapidamente a transição tão almejada para então, aposentarem-se. Ainda há aqueles que

adiam a aposentadoria seja por escolha e ou necessidade, o que não nos cabe avaliar.

Depoimentos nos revelam que o momento inicial da aposentadoria pode ser vivenciado como um

período esperado de férias prolongadas. O momento seguinte irá dizer da adaptação à nova rotina

ou da dificuldade em assimilá-la e dar-lhe um significado tão intenso quanto o atribuído ao trabalho

formal, especialmente depois de tanto tempo de duração e compromisso.

Diante de um contexto identificado e das escolhas implicadas no decorrer dessa vivência, podemos

trabalhar com o desenvolvimento dos grupos. Agregar pessoas com percepções complementares

pode colaborar no investimento deste momento tão importante. Tal participação reverte em

experiência, compartilhamento de informações, elaboração emocional e até mesmo certificação para

evolução funcional, se esta ainda for uma das metas. De qualquer modo, aprender e resignificar

sempre cabem em muitos contextos.

A concepção de que os adultos devem desenvolver continuamente a capacidade para o trabalho e

para a produtividade é fomentada, em nossa sociedade, durante a infância e adolescência,



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preenchendo, nos mais diversos âmbitos, as atividades que fazem parte do cotidiano em todas as

fases da vida.

Pensemos assim, quais serão efetivamente, as alternativas e as escolhas que as pessoas que se

aposentam têm a partir da modificação de seus hábitos e rotinas?

As políticas públicas se voltam ao irreversível e contemporâneo crescimento da população idosa e

aos desafios que este crescimento impõe à sociedade e ao Estado. Deseja-se uma velhice digna,

protegida, respeitada, em um país ainda marcado por desigualdades sociais.



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CAPÍTULO 4 Histórico



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A Constituição Federal de 1988, vigente, ofereceu avanços significativos na questão dos direitos

sociais, isto para que a Lei maior do país abrisse um espaço para direitos e garantias. O

ESTATUTO DO IDOSO- Lei 10.741, de 1° de outubro de 2003, “reconhece ao cidadão o direito ao

envelhecimento, na perspectiva de garantia de qualidade de vida e cita em seu capítulo VI, artigo

28, que a preparação dos trabalhadores cabe não só para quem já envelheceu, mas para quem irá

envelhecer”. O preparo para uma aposentadoria deve acontecer com antecedência mínima de um

ano, por meio de estímulos a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de esclarecimento

sobre os direitos sociais e de cidadania.

A preparação para a aposentadoria é uma estratégia de promoção de saúde, pois cria um universo

repleto de significado com projetos de vida, manutenção do protagonismo de sua história.



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CAPÍTULO 5 Compreensão do Processo



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Mostra-se interessante uma pesquisa junto às pessoas para compreender não apenas a representação

do momento da aposentadoria, mas o que vem sendo o trabalho em sua vida, se uma fonte de prazer

ou mera sobrevivência.O trabalho é instrumento de tortura (trepalium) ou motivo de cultivo e

resultados (como a terra preparada e o fruto colhido dentro do plantio)?

Os vínculos com o trabalho efetivamente serão modificados a partir da aposentadoria; é importante

pesquisarmos onde estão as sensações de bem-estar, enquanto o indivíduo ainda está trabalhando

formalmente, se no trajeto diário, no ambiente, nas relações interpessoais.

O prosseguimento do ciclo da vida e a aposentadoria ocorrem relacionando as mudanças da vida

social e de trabalho, à reestruturação familiar, aos papéis assumidos e vividos, à rotina, ao convívio

no ambiente de trabalho, ao modo de ser, aos projetos de vida e outros fatores.

Podem apresentar-se como sinônimos de aposentadoria:

* prêmio- recompensa após anos de trabalho, como remuneração ou descanso;

*férias- prevê uma situação de ociosidade;

*segunda vida- necessidade de se elaborar novas formas de viver, criando estratégias para um novo

papel a ser desempenhado.

A aposentadoria pode ser vista como:

CRISE – pela recusa em aceitar a condição de aposentado;

LIBERDADE- pelo sentimento de liberdade de fazer projetos futuros e buscar o prazer pelo lazer.

Existe uma modificação concreta no modo de utilização do tempo e na quantidade de recursos

disponíveis.

O tempo livre pode ser um tempo “de recapitulação e integração de uma vida centrada na busca de

sentido, orientada para novas relações e fazeres vitais”.

A aposentadoria implica também em perdas: sociais, afetando também a estrutura psicológica,

renda familiar diminuída, ansiedade deixada pelo vazio deixado pelo trabalho e aumento de

freqüência às consultas médicas.



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As dificuldades comuns são na modificação da rotina e na busca de atividades que realmente façam

sentido.

O indivíduo pode procurar organizar uma nova rotina e não ficar simplesmente à espera do tempo:

do almoço, do jantar, do banho, da consulta médica.

Existem fatos que podem interferir na construção do tempo cotidiano, deve-se viver o tempo e não

esperar por ele. Hoje temos um aumento na expectativa de vida das pessoas; deve-se pensar no que

fazer neste tempo, além de estar aposentado, seja pensar mais nos novos papéis, em atividades de

lazer, em novos trabalhos remunerados ou voluntários, na manutenção da identidade e

subjetividade, na apropriação das percepções.

Os servidores com mais experiência são indicados como hábeis, mas também como resistentes, por

isso no decorrer de cada contato observamos seu engajamento, capacidade de observação, atenção,

cuidado e cautela (também interpretada como sinônimo de sabedoria e não apenas prevenção).

“Aposentar-se requer revisitar-se em seus sonhos, projetos, limitações e desafios. O mesmo abismo

que propõe o mergulho é aquele que dá bases para alçar o vôo” (Psic. Marisa Martinez, 2014).



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Quadro 1. Publicado no Jornal Psi- Conselho Regional de Psicologia-

Setembro/Outubro/Novembro 2014

No contexto em que se apresenta e tendo em vista o decorrer dos ciclos de desenvolvimento, em

particular o da maturidade, Programas de Integração para novos funcionários, formações e

capacitação podem conviver harmonicamente com Programas de Pré-Aposentadoria, onde

sugerimos as seguintes instâncias mínimas a serem desenvolvidas:

Meta: Discutir o contexto da aposentadoria enquanto crise, prêmio e possibilidades.

Objetivos: Elaborar emocionalmente o processo de desligamento dos papéis funcionais, quando

da aposentadoria; atingir atitudes pró-ativas na modificação efetiva de hábitos e rotinas.

E assim, a adesão ao refletir e aproximar-se do tema aposentadoria vai se instalando, como um

software que pede permissão para chegar e fazer morada em nosso espaço. Pensando nos ciclos de

desenvolvimento, observamos a vida adulta, em sua maturidade.



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CAPÍTULO 6 Maturidade



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“Com o passar das décadas, a criança e o adolescente que nos habitam, continuam a conviver com o

adulto maduro. Quando encaramos com serenidade e conservamos acesa a chama da curiosidade,

continuamos aprendendo, consolidando sabedoria, ampliando a visão, relativizando conceitos.

Compreendemos que, quando alguns caminhos se fecham, outros se abrem. Com isso conseguimos

manter uma íntima ligação com a Vida. É esse o segredo da vitalidade, muito mais importante do

que o desejo de ser eternamente jovem.

Acrescentar tempo à experiência nos proporciona iluminar o olhar, é quando realizamos a

iluminação correta sobre pessoas, fatos, objetos.

Descobrimos que a única diferença entre o velho e o antigo é uma atitude, do objeto e do

observador.

Podemos nos tornar pessoas usadas, de segunda mão ou fulgurantes moedas antigas de valor

incalculável.

Pessoas de mesma idade, porém com atitudes que mudam drasticamente sua cotação”.

Maria Tereza Maldonado e Alberto Goldim, em Maturidade.

Ao nos remetermos a um encerramento, cabe-nos pensar: e a missão, foi cumprida?

Aos cumpridores de sua missão, LOUROS.

Mas por que louros? O que significam? No rastro de Afrodite, em Google Livros descobrimos que

simbolicamente falando, o louro é o laurel ou bay-leaf e o loureiro é a bay-tree dos ingleses, que era

consagrado aos deuses Apolo e Esculápio. O louro causa intoxicação dos sentidos, faz a pessoa ter

visões, como acontecia com as sacerdotisas gregas do culto a Apolo que, antes de fazerem a

profecia, comiam folhas de louro. O templo de Apolo, em Delfos, era inteiramente coberto de

folhas de louro para proteger contra doenças, bruxaria e raios. Em Delfos, ramos de loureiro eram

lançados ao fogo e pelo estalado das chamas era feita a previsão de futuro; se as chamas eram

brilhantes, altas e claras, o presságio era favorável. Na cultura grega era muito importante e a coroa

de folhas de louro até hoje é usada para enfeitar a cabeça de heróis, poetas, etc. e no caso dos



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romanos, era usada pelos imperadores, que também acreditavam que protegia contra raios e por isso

usavam ramos de louros durante tempestades violentas. Era um símbolo de glória, daí o termo

laureado. No período medieval, a coroa de louro, com folhas e frutos, ou bacea láurea, era usada

para coroar homens sábios e bons estudantes: daí a origem do francês baccalaureat e de nosso

bacharelado; o termo bacharel deve ter essa origem também.

A vida profissional traz desafios, conquistas, certamente. No entanto, existem dificuldades

permeando nossa atuação, em momentos pontuais. Como compreendê-las, então? Sendo resiliente é

uma das muitas alternativas.



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CAPÍTULO 7 Transformação do Significado/Resiliência



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Resiliência é um termo muito conhecido e empregado na Física, quando observamos e analisamos a

resistência dos materiais diante de uma situação de pressão, antes mesmo de se deformarem.

Transposta à utilização no contexto das relações intra e interpessoais notamos que, tão logo o

servidor perceba sua condição de fragilidade, diante da pressão iminente ou anunciada, reunirá

condições de se preparar, fortalecer, administrar o impacto do momento de dificuldades e

transformá-lo em oportunidades de melhoria.

Nem sempre temos a real dimensão do que representa o grau de influência ou de transformação de

uma situação aparentemente negativa para um movimento de evolução propriamente dito,

apostando em progresso efetivo.

Mas e se este período de adaptação não for fácil ou finalmente não bem sucedido?

Neste momento entra em cena a resiliência, que nos propõe metaforicamente, por exemplo, para

sermos como a ostra , que em resposta à irritante presença de um grão de areia dentro de sua

concha, não só resolve o conflito, mas muda a irritação para algo de beleza e valor duradouros- uma

pérola.

Víktor Fankl, psicólogo austríaco, aprisionado e torturado em campos de concentração, citou na

elaboração da logoterapia, que é o ato de dar significado às nossas experiências que pode nos

sustentar e manter a salvo em situações de crise, dentro do seguinte pensamento: ... “aquilo que não

me mata me fortalece”.

Dar foco aos nossos portos seguros pode também contribuir. Ao pensar sobre o seu vínculo com o

seu trabalho, procure lembrar-se do que você gosta nele. Suas funções, seu cargo e o que recebe

financeiramente pelo trabalho são importantes, mas não essenciais. Ultrapassa sua necessidade, o

significado que você dá ao seu trabalho; é necessário habilidade e prática, não ao acaso, por sorte.

Quem descobre ou cria o significado trabalha com mais criatividade, resistência, sustentável e de

forma bem sucedida, senão aos olhos dos outros, à sua própria missão de colaborar para o mundo

estar melhor.

O significado está relacionado a desafios: um trabalho para ser adequado precisa ter um perfil, para

quem o executa, de ser nem muito fácil nem muito difícil, que dê segurança emocional (com

amizades, equilíbrio e auto-estima, autonomia ( que estrutura sem burocracia excessiva) e o mais



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importante, acompanhado da experiência de aprender.Os líderes têm esse compromisso de

despertarem tudo isso em suas equipes de trabalho, de aproximarem o servidor de si mesmo e de

sua melhor prática.

O input para o sucesso pode representar para o servidor estar livre para falar o que sente

(capacidade de expressão) e ter engajamento (projetos). Alinhados a esse contexto integrado, vêm

os resultados, grandes motivos de nossa atuação.

É inegável a contribuição da sincronicidade, esta que deve nos acompanhar, em nome do

desenvolvimento sustentável da cidade que precisamos manter.

A finalização de um trabalho requer de cada um de nós um olhar hábil para discernirmos as

sutilezas de nossas buscas e o alcance, por vezes adiado, de gratificações.

Em paralelo, mas também em consonância, segue a vida pessoal, com seu ritmo e escolhas próprias

que agreguem harmonia ao percurso profissional.

Nem sempre ficam patentes as estratégias encontradas para que o caminho possa ser suave e

progressivo, pois ao longo do trajeto as questões serão analisadas, terão interface e demandarão

novas escolhas.

Ao observarmos um funcionário sendo admitido no Serviço Público revemos nossa trajetória e nos

deparamos com perfis de atendimento, não apenas de expectativas de trabalho, mas de expectativas

pessoais que se desenvolvem em tempo real, em paralelo ao desempenho profissional. Isto nos

habilita a observarmos tempos de vida que se renovam, movimentam-se ou se cristalizam.

Mudanças são previstas e seguem ora de forma programada, ora de modo inesperado e pontual, nos

capacitando a lidar com questões internas, de modo significativo.



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CAPÍTULO 8 1. Finitude e Transcendência



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Servimos sempre; nossa capacidade de nos tornarmos úteis em nossas ações é permanente!Mas,

partimos um dia de nosso papel institucionalizado de servidor; isto é real e em algum momento,

necessariamente, irá acontecer.

Levamos conosco nosso olhar servidor e se isso não for o bastante, pelo tempo que nos cabe, vamos

investir no legado da imagem do servidor que, se não alcança sua meta no serviço prestado, não se

exime de continuar exercitando a incessante atribuição de servir, buscando aproximar-se do melhor

resultado a cada instante, com atualização constante. “Sempre vale a pena, se servir for o lema”.

Procuramos deixar um legado em nossa vida profissional, mas nem sempre o legado de nossa vida

pessoal encontra-se ao alcance de nossas mãos. Trabalhamos com expectativas e nem sempre

reformulamos “sonhos”, passíveis de ajustes e novas edições que nos possibilitem a criação de

novas realidades, de conexão interna e externa.

Se lembrarmos da cidade à qual servimos... A cidade escuta seus sons, as batidas de seu coração, o

ritmo de sua respiração e o percorrer de seus passos. Ela vive!

Tem momentos em que ela precisa correr para alcançar o tempo, em outros precisa se encantar com

o que vê ao longo de suas ruas e então, aprecia o tempo. Vez por sempre ela se envolve em um

movimento harmônico, coordenado por ações tão bem sincronizadas, encaixadas, que lembram um

arco-íris se estendendo no céu imenso com a suavidade de um toque ou uma semente germinando

lentamente regada pela chuva, no tempo certo.

As ruas singram os espaços, assim como os pássaros traçam suas rotas, não ao sabor do vento, mas

diante das metas traçadas pela natureza.

Não podemos controlar as variações climáticas, mas podemos antevê-las e nos prepararmos para

uma melhor ação diante da necessidade iminente.

A excelência é uma habilidade conquistada, através de treinamento e prática. Nós somos aquilo que

fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato, e sim, um hábito; dizia Aristóteles.

A cidade busca excelência, ela não se contenta com suas trilhas originais, ela acrescenta ao seu

caminhar, vastos e prósperos sonhos de progresso. E então, ela faz do desejo de prosperar, um

hábito diário, sincronizando ações em direção ao melhor movimento, integrado. E então vem a



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noção do conjunto, a real evidência de que o homem tem a natureza gregária e não pode fazer nada

só, precisa do outro, para compartilhar, planejar e satisfatoriamente alcançar resultados, por si

mesmo, pelo outro, pela cidade! A cidade que respira, pensa e vive em cada movimento de cada

um de nós!

Quando nos lembramos que esta cidade viva nos aponta direções e necessidades, nos atentamos

para o que desde sempre vive em cada um de nós, além da missão de servir e a de ser feliz e tornar

felizes os que tocam nossa vida, para que com isto, toquemos seu coração!!!!

E antes de partirmos de alguns de nossos projetos, que possamos resgatar de que forma, com quem

e por onde; afinal não chegamos sozinhos e não partimos desacompanhados, deixamos muito de nós

e carregamos em nossa trajetória muito de cada um com quem nos vinculamos.

A programação segue e podemos escolher entre permanecermos ou irmos embora. Se escolhemos

ficar, dizemos sim a tudo o que nos acolhe, se optarmos por partir, abriremos mão de alguns

objetivos, redefinindo outros.

No que diz respeito ao trabalho e ao preparo que a Instituição pode proporcionar quando da ocasião

de “desligamento”, notamos que as pessoas que aderem a um Programa de preparo para a

aposentadoria, de alguma forma estão preparadas para novos desafios em suas vidas, reservando um

espaço para que novas proposta cheguem e façam parte, incluindo pessoas e atividades como seu

projeto de vida também.

Quando ao aposentarmos nos deparamos com desafios, novamente retomamos nossa leitura de

realidade, nos fortalecemos e alcançamos o nosso melhor, rumo ao resultado.

É bem verdade que o ritmo segue as limitações biofísicas, mas assim como em uma boa respiração

e um alongamento, podemos treiná-los, condicionando-os a uma melhor performance.

Enxergamos menos, mas visualizamos mais, ouvimos menos, mas escutamos mais. Os músculos

mais frágeis não economizam abraços e o caminhar mais lento nos leva mais longe.

É esta nossa percepção paradoxal que nos põem em conflitos muitas vezes; pedimos para parar, mas

queremos seguir...



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Como mantermos a vitalidade sem nos esquecermos da finitude? Esta é uma aprendizagem

permanente em que o começo se reedita a cada nova aprendizagem e haja novas aprendizagens!!!!.

Descobrimos como é ter um ano a mais, não apenas nos aniversários, mas em nossa caminhada

diária; sempre existe pelo menos uma pessoa, um resultado de exame de saúde ou um movimento a

nos lembrar disso.

Lembramos também que a vida se renova a cada manhã e ao nos lembrarmos da passagem do

tempo ou sermos lembrados por alguma contingência, temos a oportunidade de corrermos atrás de

um tempo que não volta, mas deixa lembranças, afeto partilhado e a construção de um legado!!!

Adelante,( do espanhol , que significa: vamos em frente) pode ser nosso valor imediato condutor,

seguir para não parar, seguir para não voltar.

O futuro é onde queríamos chegar e onde já estamos; hora de recolocar metas: próximas para

termos gratificação e, longas, para nos abastecermos de equilíbrio e emoção, para atingirmos novos

limiares de resultados. A emoção corre mais solta, este é um ritmo de sabedoria, ser sábio é seguir o

curso da Vida.

E assim, vem um pouco de poema:

Finalizar um período, uma ação, uma emoção...

Quantas vezes o gesto, perdido, fica inacabado, solto no ar, como algo que precisa ter direção para

se encerrar?

Sentir o término, em aberto, como em uma espiral, nos ajuda a querer concluir,

Um único movimento encadeia o próximo, como em um sempre movimentar,

Como um passo e um sempre caminhar,

Assim tem sido meu projeto de vida. Por que não continuar?



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CAPÍTULO 9 A saída de casa



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Sair de casa é uma experiência tão arquetípica quanto a da família. Para nos tornarmos nós mesmos,

temos que nos separar psicologicamente da matriz de onde viemos. E assim, como ao longo de

nosso desenvolvimento, temos, também de nos separar de nossos pais e nossa casa, para podermos

descobrir nossas próprias idéias, sentimentos, crenças, valores, talentos e necessidades. Sair de casa

não implica que a vida familiar seja “ruim”. Os que temem essa jornada para a vida talvez sejam

mais propensos a ter sofrido problemas familiares do que os que partem para o mundo com

confiança e esperança. É doloroso deixar aqueles a quem amamos, e essa dor pode piorar quando os

que amamos não querem nos deixar partir; mas há também alegria na descoberta de que somos

capazes de tomar nossas próprias decisões e assumir a responsabilidade por nossa vida.

A partida do trabalho pode ser semelhante, não menos doloroso, não menos feliz, e intensamente

arquetípico (diferenciando-se nas culturas, comunidades, entre vivências, leituras e releituras).

Seguir, para o curso da vida, experimentar a completude de nossa missão, a que nos permite a visão

sistêmica de sermos pessoas. A exemplo da jornada da lagarta que intenciona tornar-se borboleta,

este é um caminho que nos permite voar a seu tempo, ritmo e escolha. Qualquer abordagem

forçada, liberta a lagarta, mas mata a borboleta.

A grande questão é: o que a natureza, em nosso caso, além da corporativa, a sócio-afetiva, necessita

mais: da disciplina da lagarta ou da autonomia de vôo da borboleta?

“Em cada fase de nossas vidas, passamos de lagarta a borboleta. Quando a lagarta percebe que tem

todas as condições de tornar-se borboleta, lamenta ter perdido tanto tempo nas fases anteriores. Ela

crê que, se soubesse disso antes, poderia ter aproveitado melhor a sua vida, diminuindo o tempo das

fases anteriores, mas todos os ciclos são importantes para a maturidade de voar...(Salete &

Ruggeri). Confiamos na capacidade de cada pessoa buscar sua felicidade, admiramos o potencial e

ações de cada trabalhador em seus projetos e metas de trabalho e torcemos por sua aposentadoria

senão compulsória, a “decisória”.

A aposentadoria pode ter um papel social mais estratégico e ser menos objeto de separatismo e

exclusão.

O todo só é composto pela soma das partes, se devidamente integradas e com interrelações muito

próprias, para manter a compreensão, elo e os princípios de coerência e consistência.



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De tudo, uma constatação: pessoas e borboletas não são perenes e eternas, cumprem seu melhor

papel para o desenvolvimento da natureza e do mundo que precisa prosseguir com espaço,

consciência e significado, para que o ciclo, este sim, seja perene e ao mesmo tempo, se renove.



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CAPÍTULO 10 Celebração



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Simbolicamente, projetamos um marco de comemorações, na atitude de concretizar nossa decisão e

nada melhor do que a imagem de uma festa para reporta-se a este conceito simples, vivencial,

repleto de significado.

Este texto pode estimular a imaginação, dando voz a desejos, temores, planos e elaboração

emocional do momento específico vivenciado, diante de um desligamento do trabalho.

Quando somos convidados a participar de uma festa, escolhemos se queremos ir ou não, com quem

iremos, como iremos, em que momento da festa chegaremos.

Não temos como saber quantos e quais serão os convidados, em que momento chegarão e como

iremos interagir com eles.

Mas, festa é sempre festa; é motivo de comemoração e felicidade!

Se o motivo da festa for sempre maior do que seus detalhes, estaremos bem!

A programação segue e podemos escolher entre permanecer ou ir embora. Se escolhermos ficar,

dizemos sim a tudo o que nos acolhe, se optarmos por partir, abriremos mão de alguns objetivos,

redefinindo outros.

E a festa segue, trazendo surpresas, felicidade, espalhando sorrisos, cumprimentos e bons contatos.

De repente, encontramos na festa pessoas conhecidas e que nos são caras. De repente, encontramos

na festa pessoas que nos fizeram pensar um pouco mais sobre nossos desafios pessoais. De repente,

encontramos na festa pessoas com as quais não nos parecemos e por isso temos mais a observar.

Na hora de partir a decisão não é diferente, escolhemos quando nos retirarmos, com quem, de que

forma e qual será nosso trajeto para chegar onde queremos. Às vezes, estamos perto do local e

temos apenas que atravessarmos a rua, em uma travessia fácil, segura, com uma rota objetiva. Por

vezes estamos longe, seja do local ou dos sentimentos que acompanham a festa e o trajeto vai

demandar mais esforço e atenção. Pode acontecer também, de querermos continuar na festa, pois

cabemos muito bem nesse papel, sem sobrar, nem faltar, mas ainda assim, haverá outras festas,

senão as que seremos convidados, mas também aquelas que organizaremos, listando convidados,

escolhendo músicas, cardápios, preparando recursos, externos e internos para que, em nossa vida, se

faltar a festa, que sobrem motivos para que sejam realizadas, levando o máximo de nossa dedicação



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e trazendo os bons frutos que todo vínculo faz, de deixar saudades, aquelas que possam evocar

lembranças felizes de um tempo que sempre dá a deixa para se retomar e de outro que tenha a

oportunidade de chegar, por tudo quanto merecemos.

Em um depoimento muito vivencial, admito estar em um período muito identificado (e projetivo),

com o desenvolvimento da ação de proporcionar/receber o preparo e atuar na construção deste

tempo interno que está próximo ao período da aposentadoria e do exercício de protagonismo, neste

caso, exercido através de registros, releituras, reflexões que, ao se pretender colaborar, ilumina as

sombras da exclusão que rondam, sabotando o empreendedorismo de propor o inédito ou o

pioneirismo, tal qual um início de jornada proporciona.

A todos os companheiros de trabalho e vida com os quais partilhei atividades, projetos, sonhos,

desencontros e reencontros, o meu melhor muito obrigada.

É a elaboração sugerida para os que combatem o bom combate, terminam suas carreiras, guardam a

fé, conforme o texto nas sagradas escrituras e assim, voltam ao ponto de partida, sentindo-se como

heróis.



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CAPÍTULO 11 Jornada de Herói



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Ampliamos nosso olhar e aumentamos as fileiras de munícipes que mantém a percepção alerta para

que a prestação de serviços públicos continue sendo um bem a zelar, um patrimônio inestimável

porque reúne guardiães do bem estar coletivo.

O bom combate pressupõe a crença de que nosso empenho resiste ao tempo, renova a história e vai

ter sim um resultado, para além dos impostos, das reivindicações, das cobranças e para perto do

universo de servidores que têm a firme convicção e propósito da prestação de serviços com

qualidade, com o desafio de buscar o equacionamento da difícil relação equilibrada custo/benefício.

O herói só pode ser visto assim, quando finaliza sua missão e volta para a casa, aquela que partilhou

com ele momentos em que a prioridade nem sempre pôde ser aquele espaço e diante da necessidade

e apesar dela, aguardou seu retorno, de braços abertos para que recomeçasse, não mais de onde

parou, mas infinitamente adiante, com o redimensionamento de um lar que jamais deixou de existir

e de certa forma foi transplantado para espaços imaginários maiores com prioridades para o seu

trabalho, na ação, na emoção, realização,dedicação e também finalização.

É quase a antecipação de um luto, de uma despedida, que se prolonga para ter a certeza de que os

motivos para seguir em frente sempre existirão, mas o tempo de partir chegou!



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Referências

Artigo "Getting Beyond Engagement to Creating Meaning at Work", David Ulrich, portal

da Harvard Business Review ;

Artigo “Aposentadorias”- Jornal “Cruzeiro do Sul”, Sorocaba, São Paulo- maio de 2015;

Artigo “A saída de casa”- Clark E. Moustakas; em.m.wikipedia.org ;

Jornal Psi- Conselho Regional de Psicologia de São Paulo- Setembro/Outubro/Novembro

2014;

MALDONADO, Maria Tereza e GOLDIM, Alberto, Maturidade-Editora Planeta do Brasil,

2004 ;

MALDONADO, Maria Tereza, Cá entre nós- São Paulo, Integrare Editora, 3ª edição;

O ESTATUTO DO IDOSO- Lei 10.741, de 1° de outubro de 2003,

RUGGERI, Wilma; SALETTE,Maria- De lagarta a borboleta, ano 2004, Editora

Verus;

Revista- O mundo da saúde, Ano 33v33 n.2-abril/jun/2009, Centro Universitário São

Camilo

http://blogs.hbr.org/2010/06/getting-beyond-engagement-to-c/

manual de prÉ -...

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