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Preconceito Linguístico e a Identidade Social

Silvana krombaur1

Professor Alexandre Sebastião Ferrari Soares2

RESUM0: Neste artigo, apresento a experiência em reconhecer a linguagem utilizada no meio em

que as pessoas vivem, como uma alternativa para tornar o ensino da língua portuguesa mais

prazerosa, aumentando, dessa forma, o interesse e a motivação pelo (re)conhecimento da sua

própria língua e consequentemente do funcionamento do conhecimento de outras variantes

linguísticas. A escolha do tema Preconceito Linguístico e Identidade Social veio para aprofundar

o meu conhecimento em relação a construção da identidade social e cultural dos alunos, e da

minha compreensão em estabelecer um relacionamento com as novas gerações que buscam outras

formas de expressão, não apenas em relação ao que se diz, mas em como se diz. São comuns

discussões em torno de conhecimentos que se referem à comunicação escrita ou oral e a sua

relação com o que historicamente se identificou como sendo “a forma correta” de se expressar

(tanto na modalidade escrita quanto na falada), da mesma forma que se tornou comum dizer que

é preciso reconhecer a fala que o aluno já domina e traz de sua comunidade linguística, no entanto,

a minha experiência, neste artigo, foi a de reconhecer nas falas trazidas pelos alunos: a

coordenação de ideias, a transmissão de sentimentos e conhecimentos, sem ignorar o seu modo

de usar a língua de sua comunidade e mostrar a eles esse funcionamento absolutamente coerente

e condizente com que a escola espera deles. Partiu daí a busca em conhecer mais e melhor a

variação linguística, que por sua vez é a causa geradora do preconceito linguístico, porque ao

compreendê-la em seus detalhes contribui com a nossa percepção de que o ensino pode ser mais

aproveitado quando o preconceito fica fora da escola.

PALAVRAS-CHAVE: Preconceito linguístico, identidade, língua, fala.

Introdução

Com o presente trabalho, busca-se esclarecer e identificar a questão

presente na sociedade sobre o preconceito linguístico, reconhecendo a evolução

da linguagem como instrumento de comunicação envolvendo diversas regiões

do país contendo os fatores culturais, contextuais e naturais que promovem uma

aprendizagem significativa.

O Programa de Desenvolvimento Educacional nos proporcionou

momentos para aprimorarmos o conhecimento, trocarmos experiências, meios e

procedimentos, além de novas contextualizações das práticas pedagógicas, no

processo de ensino aprendizagem. Consequentemente, o desenvolvimento do

projeto ocorrido no PDE-2016-2017 com turmas do Ensino Fundamental 6º ano,

1 Professora PDE, Língua Portuguesa, professora da escola Estadual Alberto Santos Dumont, município de Cafelândia, Paraná. 2 Orientador, Professor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, campus de Cascavel.

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tornou oportuno percebermos as dificuldades dos alunos em reconhecerem

dialetos que não fazem parte do seu cotidiano, e, fazê-los compreenderem a

importância do conhecimento vocabular em seu desenvolvimento educacional e

humano.

É importante, para aqueles que se preparam hoje, para dedicar-se em

atender a educação e a formação das novas gerações, que tenham

conhecimento relativo do uso da linguagem, até para discutir com mérito a

importância da semântica, que deverá ser trabalhada nas “novas palavras” que

a partir de um momento, como também em outros casos, serão incluídas no rol

dos neologismos, para que não se perca a qualidade cientifica da linguagem.

Em suma, é necessário que se crie e coloque em funcionamento

instrumentos que permitam manter de forma cientifica a linguagem como

instrumento de comunicação do homem, de espaço cronológico e geográfico.

Buscar-se-á aprofundar conhecimentos neste sentido.

A escolha deste tema Preconceito linguístico e identidade social norteia

a seguinte questão: O que é, e como funciona o preconceito linguístico inserido

no contexto da variação sistemática (conjunto de valores: histórico, geográfico e

sócio cultural) ou variação coerente (de acordo com as regras da gramática), que

envolve a identidade social de cada indivíduo, com a intenção de elaborar um

estudo mais aprofundado, pela importância que existe na variação linguística e

o preconceito que essa variação pode gerar.

Fundamentação teórica

A língua é um instrumento escrito e essencialmente oral. Ao longo da

história, no passado remoto em que não havia registro algum, cada grupo étnico

precisou comunicar-se entre seus membros, certamente como fazem os animais

irracionais de hoje, mas o homem lentamente criou uma simbologia, os signos,

as palavras que deram nomes aos objetos, às ações, às circunstâncias etc.

Nascia assim a linguagem, que mais tarde se tornaria objeto de estudo, ao

permitir dar lugar às regras, métodos e técnicas de uso, surgia a gramática em

suas diferentes formas, (histórica, tradicional descritiva, normativa).

Como a própria palavra expressa, o preconceito linguístico significa em

primeiro lugar o desprezo por aqueles que não utilizam de forma correta as

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palavras no momento de se expressar oralmente ou por escrito. É também a

crítica por este mesmo tipo de erro.

O preconceito linguístico fica bastante claro numa série de afirmações que fazem parte da imagem (negativa) que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada por aqui. Outras afirmações são até bem-intencionadas, mas mesmo assim compõe uma espécie de " preconceito positivo” que também se afasta da realidade. (BAGNO, 1999, p. 13, grifos meus).

Os estudos desenvolvidos de forma científica trouxeram como resultado,

ao longo do tempo, a padronização dos conhecimentos linguísticos no âmbito

das línguas conhecidas com o maior número de pessoas utilizando-as para se

comunicarem e, principalmente, daqueles povos considerados de maior

importância no que se refere à dominação econômica e política sobre os demais.

Fundamentava-se, assim, o preconceito linguístico, para (BAGNO, p. 13)

“O preconceito linguístico fica claro numa série de afirmações que fazem parte

da imagem (negativa) que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada por

aqui”. As discussões a respeito da diferenciação do uso da linguagem e da

aceitação ou não da comunicação através dos dialetos, da mistura de termos

escritos e falados apenas com semelhanças ou mesmo completamente

diferentes, mas com objetivos de comunicação, a partir de então quando se

pensa em ensino da língua pode-se dizer que, ela pode produzir uma separação

entre os cidadãos.

Esta discussão continua ainda hoje de forma intensa, pois, mesmo antes

de se resolver o que já existe de preconceito em praticamente todas as línguas

conhecidas, outras já tornam-se desafiadoras, como é o caso dos blogs,

amplamente atualizada pelos internautas de nosso tempo. Ao buscar o

conhecimento prático do uso de uma linguagem livre, desde que esta seja

instrumento de comunicação e alcance seu objetivo. Diante disso a mitologia,

que leva uma luta contra o preconceito linguístico e torna-se cada vez mais

evidente, proporcionando assim a liberdade de expressão no sentido do uso de

palavras e expressões.

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Parece haver cada vez mais, nos dias de hoje, uma forte tendência a lutar contra as variadas formas de preconceito, a mostrar que eles não têm nenhum fundamento racional, nenhuma justificativa, e que são apenas o resultado da ignorância, da intolerância ou da manipulação ideológica. Infelizmente, porém, essa tendência não tem atingido um tipo de preconceito muito comum na sociedade brasileira: o preconceito linguístico. Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito ser alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornal e revistas, em livros e manuais que pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”, sem falar, é claro, nos instrumentos tradicionais de ensino da língua: a gramática normativa e os livros didáticos. (BAGNO, 2002, p. 13, grifos meus).

Qualquer gênero de preconceito linguístico e sua manifestação

demonstra duas realidades evidentes: a falta de conhecimento detalhado e

lógico da linguagem e a inflexibilidade comum a grande parte dos seres

humanos, em especial daqueles que se julgam profundos conhecedores de

determinados campos. Estes encontram-se tão aprofundados em seus

“saberes”, que não raramente ignoram a necessária evolução do conhecimento

na área de comunicação oral ou escrita.

Neste sentido, as considerações são colocadas cada vez mais com

veemência, proporcionando uma variedade de interpretações. Chamamos a

atenção na citação acima em que o autor (BAGNO, p. 13) ressalta que, apesar

da existência do preconceito continuamos calcados em uma educação escolar

baseada nos instrumentos tradicionais, isso evidencia que a educação continua

inflexível.

Por mais que isso nos entristeça ou irrite, é preciso reconhecer que o preconceito linguístico está aí, firme e forte. Não podemos ter a ilusão de querer acabar com ele de uma hora para outra, porque isso só será possível quando houver uma transformação radical do tipo de sociedade em que estamos inseridos, que é uma sociedade que, para existir, precisa de discriminação de tudo o que é diferente, da exclusão da maioria em benefício de uma pequena minoria, da existência de mecanismos de controle, dominação e marginalização. Apesar disso, acredito também que podemos praticar alguns pequenos atos subversivos, uma pequena guerrilha contra o preconceito, sobretudo porque nós, professores, somos muito importantes como

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formadores de opinião. (BAGNO, 2002, p. 139, grifos meus).

Há uma tendência de manutenção de determinados comportamentos ao

mesmo tempo que científicos ou tradicionais, mas o modo de se comunicar, a

partir de uma linguagem livre, continua presente em momentos diferentes, tanto

na tradição como na inovação.

Tomando exemplo tanto do cotidiano quanto de textos literários

utilizados como crônicas, poesias, peças de teatros, entrevistas e outras, tem-se

uma visão do que acontece na comunicação através da linguagem verbal.

As diferenças culturais, sociais e regionais são alguns determinantes do

tipo que acaba por definir os níveis da fala. Com algumas exceções, dificilmente

o gaúcho tem o mesmo nível de fala do nordestino ou vice-versa, ou o professor

urbano poderá falar ou escrever com o mesmo nível que um lavrador que reside

no ambiente rural.

Estas informações são aparentemente “preconceituosas”, mas não

passam de constatações reais de fatos que determinam os níveis da fala.

Nossa sociedade é regida por normas, regras que muitas das vezes são

impostas, normalmente quando uma pessoa diz algo diferenciado do que foi

ditado pela língua critica-se a pessoa dizendo que parece que ela nunca estudou,

como ressalta a citação de (BAGNO, p. 139) está mais do que na hora dos

profissionais da educação mostrarem o poder que podem exercer em relação ao

ensino da Língua Portuguesa nas escolas, fugindo do tradicionalismo dos livros

didáticos e explorando as variantes através de pesquisas, textos de diferentes

regiões, debates em relação ao ser e falar diferente.

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A diversidade na utilização do uso de uma mesma língua (a fala) pelo conjunto dos falantes é decorrente de inúmeros fatores, entre as quais destacamos os seguintes: a) Fatores regionais: Você já deve ter percebido que o português falado no sul do país difere do falado no norte. Ainda dentro de uma mesma região, encontram-se variações do uso da língua... b) Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural do indivíduo são também fatores que determinam usos diferentes da língua. Uma pessoa culta, escolarizada utiliza a língua de maneira diversa da pessoa inculta ou com baixo grau de escolarização. c) Fatores contextuais: um mesmo falante altera o registro de sua fala de acordo com a situação em que se encontra... d) Fatores naturais: a utilização da língua pelo falante sofre influência de fatores naturais, tais como a idade e o sexo. (TERRA, 1997, p. 61, grifos meus).

Terra (TERRA, 1997, p. 61), explica alguns fatores responsáveis por essa

diversidade de uma mesma língua.

Ao estabelecer de algum tipo de avaliação na fala de uma pessoa, é

preciso conhecer os fatores acima citados, para não se cometer injustiças. Os

níveis da fala não são opções de cada um, é extremamente necessário levar em

consideração os fatores culturais, regionais, naturais e regionais de cada falante.

Para MARTINS (2003) dava conta de que uma nota da Anatel, de agosto

de 2002, sobre um programa radiofônico da FM Educativa, de Campo Grande

(MS), transmitido na língua nheengatu, levantava a questão da sua legalidade

em face de uma lei de 1963 que proíbe veiculação radiofônica em línguas

estrangeiras. A dúvida da Anatel põe em questão a legalidade da língua ainda

falada por brasileiros de várias regiões do país e em suas variantes residuais,

especialmente crianças e iletrados.

Em termos ideológicos, então, é preciso entender esse processo colonizador e linguístico português em relação às demais línguas europeias. A expansão linguística é fruto de uma ideologia de legitimação nacional que se dá tanto em termos de uma política linguística interna a nação portuguesa quanto relativamente ao conjunto das outras línguas também gramatizadas, ensináveis e traduzíveis. Uma vez constituída, essa relação língua-nação torna-se um emblema da real ordem sócio-política portuguesa. No contexto brasileiro, faz parte da colonização linguística. (MARIANI, 2004, p.34, grifos meus).

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O nheengatu, também conhecido como “língua geral”, a língua que se

quer proibir. O nheengatu foi desenvolvido pelos jesuítas nos séculos XVI e XVII,

com base no vocabulário e na pronuncia tupi-guarani, que era a língua das tribos

da costa, tendo como base a gramática da língua portuguesa, enriquecida com

palavras portuguesas e espanholas. A língua geral, foi usada corretamente pelos

brasileiros de origem ibérica, como língua de conversação cotidiana, até o século

XVIII, quando foi proibida pelo rei de Portugal tornando-se como cita (MARIANI,

p.34) língua nação um emblema da real ordem sócio-política brasileira.

Da língua geral, ficou como remanescente o dialeto caipira, tema de

dicionário e objeto de estudos linguísticos, sobraram pronúncias da língua tupi,

reduções e adaptações da língua portuguesa, observou-se então que os índios

da costa tinham grandes dificuldades para pronunciar letras como “L” e o “R”,

especialmente na finalização de palavras como “quintal” e “animal”, ou verbos

como “falar”, “dizer” e” fugir”. Essas letras foram simplesmente suprimidas e as

palavras transformadas em “quintá”, “anima”, “fala”, “dize” e “fugi”.

Dificuldades também havia para pronunciar as consoantes dobradas.

Daí que, no dialeto caipira, “orelha” tenha se tornado “orêia” (uma consoante em

vez de três, e quatro vogais em vez de três), “coalho” seja “coaio”, “colher” tenha

virado “cuié”, “os olhos” sejam “o zóio”... E no Nordeste ainda se ouve a suave

“fulo” no lugar da menos suave “flor”. Uma abundância de vogais em detrimento

das consoantes, até mesmo a introdução de vogais onde não existem.

Exatamente o contrário da evolução da sonoridade da língua em Portugal em

que predominam os ásperos sons das consoantes. No Brasil, a língua

portuguesa ficou mais doce e mais lenta, justamente pela enorme influência das

sonoridades da língua geral do nheengatu.

Em escolas rurais de povoados em Mato Grosso, do Pará e do

Maranhão, observou-se um fato curioso. Uma vez que as crianças escrevem

como falam, não é raro que acrescentem de preferência um “R” às palavras

oxítonas, a letra usada como acento agudo, “ater” em vez de “até”, “Joser” em

vez de “José”, algo que tem sua curiosa legitimidade no modo como se escreve

oficialmente o português até meados do século XIX, letras fazendo às vezes de

acentos e sinais. A própria língua falada, no confronto com a escrita, oferece as

crianças a chave de adaptação de uma a outra: se elas dizem “falá” e vêm que

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a palavra escrita é “falar”, logo entendem que o “R” é aí acento, e não letra para

ser pronunciada.

É comovente a reação dos jovens quando descobrem que são falantes

do que resta de uma língua que já foi língua do povo brasileiro e que conhecem

um grande número de sons e palavras tupis. O que lhes dizem ser erro e

ignorância é, na verdade, história social, valorosa sobrevivência da nossa

verdadeira língua brasileira. Se não fosse assim, seria impossível rir daquela

história de dois mineiros que resolveram temperar a prosa com café. E foram

para a cozinha. Água fervida, coador pronto, e um pergunta para o outro: “Pó pô

pó”. E o outro responde firme: “Pó pô!”.

Dê fato, somos um povo bilíngue, e o reconhecimento desse fato seria

fundamental no trabalho dos educadores, em particular para enriquecer a

compreensão da Língua Portuguesa, última flor do Lácio, inculta e bela, mais

bela ainda porque invalida por esse outro lado da nossa identidade social, que

teimamos em desconhecer.

Para escrever é a mesma coisa, mas em tempos de internet, isso

radicalizou. “Engolir” algumas letras, pontuação, acentuação gráfica e colocar

vogais de acordo com a entonação que se quer dar a palavra ficou muuuuuito

comum. No princípio, era por conta do programa mIRC, que permitia o bate papo

bem antes de os chats se espalharem pela internet. A falta de acentos e a

agilidade das conversas, produziu, a partir de então, uma série de alterações na

linguagem usada na rede. A linguagem dos internautas denominada de blogs, é

um caso de variação linguística, contemporâneo, que vem sendo discutido para

entender as diferenças existentes.

A estratégia de ação aplicada na realização desse projeto, será o da

pesquisa, com a atualização de uma literatura diversificada, que depois de

selecionada, será lida analisada, citada e comentada de forma a proporcionar o

melhor índice de conhecimento sobre o tema.

DESENVOLVIMENTO A proposta é apresentar de forma clara aos alunos de 6º ano do ensino

fundamental a origem e a evolução da nossa língua e o preconceito que ela pode

causar na sociedade, com uma metodologia de ensino e aprendizagem

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relacionados ao conteúdo do cotidiano dos alunos, que os levem a reconhecer

ou a superar dificuldades e limitações na oralidade ou na escrita.

Alguns alunos mesmo estando no 6º ano, e já terem passado pela fase

da alfabetização demonstram grandes dificuldades de aprendizagem em relação

aos conteúdos que envolvem a gramática, a preocupação com a aprendizagem,

implica em entender e identificar, o preconceito linguístico existente na

sociedade e que cada indivíduo pode desenvolver. Levando em consideração

esses aspectos, propomos atividades como, leitura de textos diversificados,

questionamentos em relação a que língua falamos, listagem de palavras com

várias possibilidades de contexto, discutir o que realmente o erro significa,

apresentar gráficos de diferentes regiões do Brasil e seus dialetos, e trabalhar

diferentes estilos de textos, mostrando aos alunos a importância de cada um

deles, tanto na sua futura vida profissional quanto no seu cotidiano. As atividades

referentes ao preconceito linguístico, foram selecionadas e elaboradas para a

aplicação e desenvolvimento prático pedagógico. Os alunos durante esse

processo, serão acompanhados pelo professor para sanarem eventuais dúvidas

ou dificuldades.

Dentre as estratégias, formulamos indagações sobre a língua que

falamos, analisando à história, cultura, imigração, migração, lugares regionais,

social e o meio em que cada indivíduo pertence, discutimos o que é erro, e qual

a importância das palavras desconexas do contexto, apresentarmos em sala de

aula, gráficos de diferentes regiões do Brasil que utilizam a língua de forma

diversificada, ampliando o conhecimento vocabular, mostrando aos alunos a

importância da diversificação da língua para a vida profissional quanto cotidiana,

a partir da evolução e a dinâmica da linguagem como instrumento de

comunicação, analisando os mecanismos que dão origem à variação linguística,

e as possibilidades de utilização de novos processos de comunicação através

da linguagem, pesquisando sobre os mitos como diversidade linguística em

nosso País pondo em prática a discussão em sala de sala de aula diversos

fatores e questões como: pronuncia, gírias, cultura, regionalismo e o social.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos com a Implementação do projeto, com a utilização

do material didático na escola, bem como as sugestões e discussões obtidas no

grupo de trabalho em rede GTR, conseguimos reconhecer, identificar e perceber

a importância do trabalho linguístico em sala de aula, houve muita troca de

conhecimento e experiências, acréscimos de novas ideias para o dia a dia

pedagógico, em relação à aprendizagem, pode-se afirmar que os educandos

desenvolveram o raciocínio de reconhecer as diferentes formas de se comunicar

com a língua brasileira. Além disso, muitas das falhas e dúvidas de

aprendizagem, verificadas no desenrolar do projeto, puderam ser prontamente

sanadas com a intervenção do professor. Para isso foram utilizados, muitas

vezes, atividades que ampliam o conhecimento do nosso dialeto. Ao final da

aplicação dos exercícios, observou-se envolvimento dos alunos com as

atividades, demonstrando um maior interesse e segurança na realização da fala,

escrita e oralidade, fato que pode ser constatado através do teste realizado antes

e depois da aplicação do projeto e também dos relatos dos próprios alunos,

incentivados a pesquisar e a escrever sobre as variedades linguísticas. Em

relação aos demais professores de Língua Portuguesa, que acompanharam o

desenvolvimento do projeto e auxiliaram na sua realização, mostraram

satisfação nos resultados obtidos.

A equipe pedagógica do Colégio também ficou satisfeita com os

resultados apresentados pela aplicação do projeto, onde observamos no

relatório de implementação do projeto O Preconceito Linguístico e a Identidade

Social contribuiu para um entendimento mais efetivo das noções de linguagem

cultural, natural, social, regional e contextual para o ensino de Língua

Portuguesa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo, Loyola,

2002.

Dramática da Língua Portuguesa: tradição gramatical, mídia & exclusão

social. São Paulo, Loyola, 2003.

MARIANI, Bethânia. Colonização linguística: língua política e religião do Brasil

(séculos XVI a XVIII) e nos Estados Unidos da América (século XVIII). São Paulo,

Pontes, 2004.

MARTINS, J. S. A Proibição da língua brasileira. Folha de São Paulo.

Domingo, 20 de julho de 2003.

TERRA, E. Linguagem, língua e fala. São Paulo, Scipione, 1997.

BAGNO.MARCOS. Dramática da língua portuguesa: tradição gramatical,

mídia & exclusão social. São Paulo, Loyola, 2003.