os desafios da escola pÚblica paranaense na … · 2016-06-10 · denominados complementares....
TRANSCRIPT
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA
PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGIGA
Titulo: Conhecendo, Demonstrando e Aplicando o Teorema de Pitágoras
Autor Maria Cristina Gerino Campos de Souza
Disciplina/Área Matemática
Escola de implementação e sua
localização
Colégio Estadual Princesa Izabel – Ensino
Fundamental e Médio - Rua Recife, 1171
Município da Escola Marilena - PR
Núcleo Regional de Educação Loanda
Professor Orientador Profª. Ms. Adriana Strieder Philippsen
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Paraná –
UNESPAR/FAFIPA
Relação Interdisciplinar Não
Resumo
Esta unidade didática foi desenvolvida para o
Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE) da Secretaria de Estado da Educação
(SEED). O projeto em questão será aplicado no
Colégio Estadual Princesa Izabel, E. F. M. do
município de Marilena, pertencente ao NRE de
Loanda, no 1º semestre de 2014 para alunos do
9º ano do E. F. e 1º ano do E. M. no período
regular. O principal objetivo é proporcionar aos
alunos, através de quebra cabeças e resolução
de situações problema, o conhecimento, e
algumas maneiras de demonstrar e aplicar o
Teorema de Pitágoras. Para tanto, faz-se
necessário que os educandos conheçam a
história de Pitágoras, quem foi e quais foram as
suas contribuições para as diversas áreas do
conhecimento, principalmente na Matemática,
especificamente na Geometria, visando assim,
um melhor entendimento sobre o teorema
abordado e o triângulo retângulo, suas
particularidades, especificidades e aplicações,
unindo história, teoria e prática, facilitando com
isso, a aprendizagem.
Palavras-chave Resolução de problemas. Teorema de
Pitágoras. Situações Problema.
Formato do Material Didático Unidade Didática Pedagógica
Público-alvo Alunos do 9º ano E. F. e 1º ano E.M.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - UNESPAR - CAMPUS DE
PARANAVAÍ Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí
UNIDADE DIDÁTICA PEDAGÓGICA
TÍTULO: CONHECENDO, DEMONSTRANDO E APLICANDO O TEOREMA DE PITÁGORAS
TEMA DE ESTUDO: RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS QUE ABORDAM O TEOREMA DE PITÁGORAS
PROFESSOR PDE: MARIA CRISTINA GERINO CAMPOS DE SOUZA
ÁREA DO PDE: MATEMÁTICA
NRE: LOANDA
MARILENA 2013
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
Maria Cristina Gerino Campos de Souza
CONHECENDO, DEMONSTRANDO E APLICANDO O TEOREMA DE PITÁGORAS
Unidade Didática Pedagógica apresentada ao Programa PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Orientadora: Prof
a Ms. Adriana
Strieder Philippsen.
MARILENA 2013
Apresentação
Durante os períodos da história, o homem sempre se defrontou com
problemas de comparação entre períodos de tempo, tamanhos, distâncias, e a partir
daí houve a necessidade de se criar valores quantitativos e qualitativos para que as
medições fossem precisas. Nesse contexto foram criados os instrumentos
destinados às medições.
Na maioria das vezes, as pessoas não conseguem associar o saber escolar
com as situações problemas vividas em seu cotidiano, como por exemplo, formular,
resolver e elaborar soluções partindo de uma situação prática, e, encontrar na
Matemática, respostas para essas questões.
Sendo assim, esta Produção Didático-Pedagógica desenvolvida para o
Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria da Educação do
Estado do Paraná, tendo como público alvo alunos do 9° ano do Ensino
Fundamental e 1º ano do Ensino Médio e o Teorema de Pitágoras como tema de
estudo, tem como objetivo principal abordar, explicitar e destacar a importância de
tal teorema de modo que os alunos consigam ver o Teorema de Pitágoras como
ferramenta de auxílio na resolução de problemas, nas atividades diárias ligadas a
agrimensura, arquitetura, edificações, urbanização, física, dentre outras áreas,
inclusive a própria Matemática, unindo história, teoria e prática, facilitando com isso,
a aprendizagem.
UNIDADE DIDÁTICA
CONHECENDO, DEMONSTRANDO E APLICANDO O TEOREMA DE
PITÁGORAS
Nesta Unidade Didática exploraremos os Conteúdos de Matemática:
Estruturante: Grandezas e Medidas; Básico: Trigonometria; Específico:
Trigonometria no Triângulo Retângulo.
Quem foi, onde viveu e o que fez Pitágoras
Segundo Fainguelent (1999):
Um regime educacional é difícil de ser conceituado e
contextualizado, quanto mais de ser realizado. Por outro lado,
existem algumas informações sobre a capacidade das pessoas,
estilos, desejos e características individuais dentro de um
determinado contexto e, por outro lado, existe uma grande
quantidade de conhecimentos que o indivíduo precisa e pode querer
aprender, desenvolver, ir adiante, criando, explorando e construindo
novas formas de conhecimentos ou habilidades (Fainguelernt, 1999).
Partindo dessa reflexão o presente estudo decorre da necessidade e da
importância do conhecimento e da utilização do teorema de Pitágoras a partir da
dificuldade do homem em resolver problemas do cotidiano.
O Teorema de Pitágoras possui diversas aplicações nas mais variadas áreas
do conhecimento. A área de transportes é uma delas, aqui o teorema contribui na
logística, no cálculo de largura de rios e distâncias entre cidades, por exemplo. Na
trigonometria, temos o cálculo de seno, cosseno, tangente, relação fundamental da
trigonometria e a lei dos cossenos. Na geometria, é utilizado para o cálculo da
diagonal do quadrado, cálculo da altura do triângulo equilátero, são calculadas
distâncias: é possível realizar levantamentos topográficos através de uma
triangulação. Na Física, para cálculo de grandezas escalares e vetoriais e na
Biologia, na representação geométrica dos desenhos mostrando as proporções
entre homens e animais e na contagem de frações de medicamentos, usando por
exemplo, o conta gotas. Na aeronáutica, tais conceitos são aplicados para que não
haja colisões em rotas de aviões.
Para iniciarmos o estudo é preciso conhecer um pouco mais quem foi, onde
e quando nasceu e morreu Pitágoras e o que ele fez. Segundo Eves (2004):
Ao que parece Pitágoras nasceu por volta de 572 a. C. na ilha egeia
de Samos. É possível que tenha sido discípulo de Tales, pois era
cinquenta anos mais novo do que este e morava perto de Mileto,
onde viva Tales. Depois parece que residiu por algum tempo no Egito
e pode mesmo ter-se abalançado a viagens mais extensas. Ao
retornar a Samos encontrou o poder nas mãos do tirano Polícrates e
a Jônia sob o domínio persa; decidiu então emigrar para o porto
marítimo de Cretona, uma colônia grega situada no sul da Itália. Lá
ele fundou a famosa escola pitagórica, que, além de ser um centro
de estudo de filosofia, matemática e ciências naturais, era também
uma irmandade estreitamente unida por ritos secretos e cerimônias.
Com o tempo, a influência e as tendências aristocráticas da
irmandade tornaram-se tão grandes que forças democráticas do sul
da Itália destruíram os prédios da escola fazendo com que a
confraria se dispersasse. Segundo um relato, Pitágoras fugiu para
Metaponto onde morreu, talvez assassinado, com uma idade
avançada entre setenta e oitenta anos de idade. A irmandade,
embora dispersa, continuou a existir por pelo menos mais dois
séculos (Eves, 2004, p.97).
A filosofia pitagórica, de acordo com Eves (2004), supunha que as
características do homem e da matéria eram atribuídas aos números inteiros. Diante
disso, exaltavam os números juntamente com a geometria, a música e a astronomia
que eram consideradas as artes básicas dos estudos pitagóricos. Esse grupo de
matérias ficou conhecido na Idade Média como quadrivium, ao qual foi acrescentado
o trivium, formado pela gramática, lógica e retórica. Essas sete artes, ditas liberais,
eram consideradas como extremamente e indispensáveis na época para que uma
pessoa fosse dita como educada.
A Pitágoras e aos pitagóricos foi ainda atribuído, segundo os registros da
física-matemática, o estudo científico das escalas musicais, usadas até hoje.
Guedj (1999) ressalta que:
Com os pitagóricos o universo da matemática se ampliou. Eles
introduziram a música e a mecânica. Sua visão mística dos números
não os impediu de fundar a aritmética como a ciência dos números.
É a eles que devemos as primeiras demonstrações verdadeiras da
História. Além da demonstração da irracionalidade da raiz de 2,
demonstraram por exemplo que todos os triângulos têm em comum o
fato da soma de seus ângulos ser igual a 180 graus (Guedj, 1999,
p.111).
Figura 1 – Pitágoras na Escola de Atenas
Fonte: http://commons.wikimedia.org
Triângulo Retângulo
O triângulo retângulo é um triângulo que possui um ângulo reto, isto é, um
dos seus ângulos mede noventa graus, daí o nome (reto-ângulo). Como já sabemos
a soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é sempre igual a 180 graus,
então, a soma dos outros dois ângulos medirá 90 graus Esses ângulos são
denominados complementares.
Figura 2 – Triângulo Retângulo
Catetos: a e b
Hipotenusa: c
Fonte: http://www.brasilescola.com/matematica/teorema-pitagoras.htm
Os lados de um triângulo retângulo recebem nomes especiais, que são
dados de acordo com a posição em relação ao ângulo reto. O lado oposto ao ângulo
reto (lado maior) é chamado de hipotenusa e os lados que formam o ângulo reto,
que são adjacentes a ele, são os catetos.
Quadro 1 – Origem das palavras cateto e hipotenusa
Termo Origem da palavra
Cateto Cathetós:
(perpendicular)
Hipotenusa Hypoteinusa:
Hypó(por baixo) + teino(eu estendo) Fonte: http://quimsigaud.tripod.com/trianguloretangulo/
Os catetos recebem nomes especiais de acordo com a sua posição em
relação ao ângulo que se está analisando. De acordo com a figura abaixo, se
estivermos analisando o ângulo C, então o lado oposto, indicado por c, é o cateto
oposto ao ângulo C e o lado adjacente ao ângulo C, indicado por b, é o cateto
adjacente ao ângulo C.
Quadro 2 – Cateto oposto e cateto adjacente
Ângulo Lado oposto Lado adjacente
C c cateto oposto b cateto adjacente
B b cateto oposto c cateto adjacente
Fonte: http://quimsigaud.tripod.com/trianguloretangulo/
A altura do triângulo retângulo é um segmento que tem uma extremidade
num vértice e a outra extremidade no lado oposto ao vértice, sendo que este
segmento é perpendicular (forma ângulo de 90°) ao lado oposto ao vértice. Vale
lembrar que existem três alturas no triângulo retângulo, sendo que duas delas são
os próprios catetos. A outra altura é obtida tomando como base a hipotenusa, a
altura relativa a este lado será o segmento AD, denominado por h e perpendicular à
base, como mostra a figura:
Figura 3 – Altura do triângulo retângulo
Fonte: http://quimsigaud.tripod.com/trianguloretangulo/
Analisando a figura acima, obtemos:
- o segmento AD denominado por h, é a altura relativa à hipotenusa BC, indicada
por a.
- o segmento BD, denominado por m, é a projeção ortogonal do cateto c sobre a
hipotenusa BC, indicada por a.
- o segmento CD, denominado por n, é a projeção ortogonal do cateto b sobre a
hipotenusa BC, indicada por a.
Teorema de Pitágoras
Se perguntarmos a uma pessoa com uma educação média o que diz o
teorema de Pitágoras, provavelmente receberemos como resposta:
a² = b² + c²
Se aprofundarmos nossa pergunta, sobre o que as letras a, b e c significam,
com certeza ficaremos sem resposta.
Descobrimos através da história, segundo Berlinghoff e Gouvêa (2010) que
tal teorema era usado na Mesopotâmia, no Egito, na Índia, na China e na Grécia. As
referências são mais antigas na Índia. Desse modo, há evidências que o teorema de
Pitágoras era, de fato, conhecido por todas as culturas matemáticas bem antes da
época do próprio Pitágoras.
Contudo, ressalta Eves (2004) que:
Desde os tempos de Pitágoras, muitas demonstrações do teorema
em consideração foram dadas. E. S. Loomis, na segunda edição de
seu livro, The Pythagorean Proposition , coletou e classificou nada
menos que 370 dessas demonstrações (Eves, 2004, p.104).
Mas é a ele, Pitágoras, que cabe a primeira e genial demonstração do
teorema, daí a homenagem do nome.
Vejamos então, o que diz tal teorema:
“A medida da área do quadrado construído sobre a hipotenusa é igual à
soma das medidas das áreas dos quadrados construídos sobre os catetos”, ou
simplesmente:
“O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos”.
Usando a linguagem matemática, ou seja, a simbologia, podemos diminuir
essa frase e escrevê-la de uma forma que possa ser compreendida em qualquer
país do mundo.
Para tal, vamos representar pela letra c a medida da hipotenusa de um
triângulo retângulo. Assim, a área do quadrado construído sobre a hipotenusa será
c². Representando-se as medidas dos catetos por a e b, as áreas dos quadrados
construídos sobre esses catetos serão, respectivamente, a² e b² .
Figura 4 – Teorema de Pitágoras
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_de_Pit%C3%A1goras
Logo, podemos afirmar que:
c² = a² + b²
De acordo com este teorema é possível calcular o lado de um triângulo
retângulo, conhecendo os outros dois.
Essa equação sintetiza e universaliza as conclusões tiradas até aqui, e é
conhecida mundialmente como Teorema de Pitágoras devido ao modo genial como
Pitágoras o demonstrou.
O Teorema de Pitágoras é considerado uma das mais importantes relações
da Matemática, sendo utilizado no cálculo de perímetros, áreas e volumes de
objetos relacionados com a Geometria. Portanto, vejamos uma demonstração,
dentre várias, desse teorema.
Consideremos um triângulo retângulo cujos lados medem, a e b, e a
hipotenusa mede c.
Construiremos dois quadrados iguais de lados a + b:
Num dos quadrados construiremos quatro triângulos da seguinte forma:
E, no outro, dois quadrados e quatro triângulos, de acordo com a figura
abaixo:
Se em cada figura o quadrado inicial tem lados medindo a + b, e um dos
quadrados foi dividido em quatro triângulos e um quadrado com medida de lado
igual a c (medida da hipotenusa do triângulo considerado inicialmente), então, temos
dois quadrados iniciais geometricamente iguais e ambos contêm quatro triângulos
geometricamente iguais ao triângulo retângulo considerado inicialmente, logo, o que
resta num quadrado tem que ser igual ao que resta no outro.
Comparemos, então, as áreas dos quadrados que restam e teremos:
Isto é, c² = a² + b²
A partir dessa equação podemos solucionar vários tipos de problemas como
por exemplo, os de Geometria que podem ser trabalhados com figuras que facilitam
a visualização, o raciocínio lógico e, consequentemente, a interpretação e a
resolução do mesmo.
Para Dante (2010), existem vários tipos de problemas. Vejamos:
1) Exercícios de reconhecimento, tem com objetivo que o aluno reconheça,
identifique ou lembre um conceito, um fato específico, uma definição,
uma propriedade. Este tipo de problema é bastante presente na escola e
nos livros didáticos.
2) Exercícios de algoritmo podem ser resolvidos passo a passo. Tem como
objetivo treinar a habilidade em executar algoritmos, reforçando
conhecimentos anteriores. Aparece também nos livros didáticos.
3) Problemas-padrão envolvem a aplicação de algoritmos. Tem por objetivo
transformar a linguagem usual em linguagem matemática. Aparecem no
final dos conteúdos dos livros didáticos e não necessitam de uma
estratégia para serem resolvidos. Em geral, não despertam a curiosidade
e não desafiam o aluno para resolvê-lo.
4) Problemas-processo ou heurísticos são mais elaborados e cuja solução
envolve operações que não estão contidas no enunciado. Exigem do
aluno um plano de ação para elaborar estratégias para solucioná-lo.
Desenvolvem a criatividade e a iniciativa na tomada de decisões.
5) Problemas de aplicação retratam situações reais do dia a dia e precisam
do uso da Matemática para serem resolvidos. São também chamados de
situações-problema contextualizadas. São problemas que exigem
pesquisa e levantamento de dados e, podem estar relacionados com
outras áreas do conhecimento sob forma de projetos.
6) Problemas de quebra-cabeça, na grande maioria, desafiam e envolvem
os alunos, que para tentar resolvê-los necessitam de um golpe de sorte
ou percebem algum tipo de truque ou alguma regularidade, que na
maioria das vezes, é a chave da resolução. Esse tipo de problema
constitui a chamada matemática recreativa.
De acordo com Dante (2010):
Ensinar a resolver problemas é uma tarefa mais difícil do que ensinar
conceitos, habilidades e algoritmos matemáticos. Não é um
mecanismo direto de ensino, mas uma variedade de processos de
pensamento que precisam ser cuidadosamente desenvolvidos pelo
aluno com o apoio e incentivo do professor (Dante, 2010, p. 36).
Partindo desse pressuposto, espero que os alunos consigam ver o Teorema
de Pitágoras, com outros olhos, que leve o aluno a utilizar os conhecimentos
adquiridos para responder diversas situações, que estejam aptos a relacionar a
Matemática do saber científico com a Matemática utilizada no dia a dia, bem como
também, despertar nesses jovens, o gosto pelo estudo e que possam sentir quão
prazeroso é o saber matemático.
1º MOMENTO
ATIVIDADES:
1a: INVESTIGAÇÃO DO CONHECIMENTO DO ALUNO SOBRE O TRIÂNGULO
RETÂNGULO E O TEOREMA DE PITÁGORAS
Instrumento: Questionário Investigatório.
Objetivo: Com a aplicação e a análise desse documento será possível saber o nível
de conhecimento do aluno sobre o triângulo retângulo e o Teorema de Pitágoras.
1 – Por que o triângulo retângulo recebe esse nome?
2 – Que nomes recebem os lados de um triângulo retângulo?
3 – O que é um ângulo reto?
4 – Quando um ângulo é chamado agudo?
a) ( ) maior que 90° b) ( ) menor que 90
c) ( ) igual a 90° d) ( ) não sabe
5 – Quando um ângulo é chamado obtuso?
a) ( ) maior que 90° b) ( ) menor que 90
c ) ( ) igual a 90° d) ( ) não sabe
6 – Você conhece o Teorema de Pitágoras?
( ) sim ( ) não
7 – Você sabe quando aplicar o Teorema de Pitágoras em situações problemas?
( ) sim ( ) não
8 – Além da Matemática, você sabe em quais outras áreas Pitágoras atuou?
( ) sim ( ) não
9 – Qual a relação do triângulo retângulo com o Teorema de Pitágoras?
a) ( ) a2 + b2= c2 b) ( ) a2= b2 + c2
c) ( ) a2= b2 – c2 d) ( ) b2 = a2 + c2
2a: CONHECENDO PITÁGORAS E A MATEMÁTICA
Essa atividade será iniciada com a apresentação de dois vídeos. O primeiro
filme, “Donald no país da Matemágica”, relata um pouco da história de Pitágoras, da
sociedade em que vivia, da irmandade formada por ele e os pitagóricos, e o que
estudavam. Retrata as várias contribuições deixadas por ele nas diversas ciências,
tais como na música, onde mostra a descoberta da escala musical utilizando
frações. Nos jogos em geral, quando necessitamos dos números para a contagem
de pontos, e também nas estratégias geométricas e aritméticas para efetuarmos as
jogadas, como por exemplo, no jogo de bilhar. Mostra ainda, o poder de nossas
mentes quando fazemos o exercício da abstração, nada é pequeno ou grande
demais quanto podemos imaginar. O segundo, “Dia Nacional da Matemática”,
mostra a aplicação da Matemática no dia a dia e fala sobre o dia em que foi
instituído essa comemoração: 06 de maio.
Estes dois vídeos foram escolhidos para mostrar e destacar a importância do
uso da Matemática em nossas vidas, que ela está presente todo o tempo, mesmo
que não percebamos e quais as contribuições deixadas por alguns de seus
estudiosos, neste caso, evidenciando Pitágoras.
Após a exibição dos filmes será realizado um debate sobre os assuntos
abordados nos mesmos, destacando a importância do conhecimento matemático,
histórico e científico, nas relações do dia a dia.
3a: OFICINA SOBRE O TRIÂNGULO RETÂNGULO
Objetivo: promover reflexões sobre o posicionamento dos alunos, no que se refere
ao conhecimento dos lados e dos ângulos do triângulo retângulo, sua nomenclatura
e suas particularidades.
Materiais: papel sulfite, lápis, régua e transferidor.
Procedimento:
1 - Explicar aos alunos o trabalho sobre o tema “triângulo retângulo”, abordando a
importância desse triângulo na Matemática e em suas diversas aplicações em
situações do cotidiano.
2 - Pedir para os alunos desenharem um triângulo retângulo na folha de papel sulfite
usando lápis e régua, sem medidas pré estabelecidas de seus lados.
3 - Pedir para os alunos destacarem os ângulos desse triângulo e, com o auxílio do
transferidor, determinar e anotar a medida de cada ângulo.
4 - Pedir para os alunos darem nomes aos lados desse triângulo.
5 – Sugerir que os alunos desenhem triângulos retângulos de tamanhos diferentes,
meçam os ângulos, anotem os resultados e comparem os mesmos.
Durante a exposição os alunos deverão observar e analisar as diferenças e
semelhanças de cada triângulo atentando que, não importa o tamanho do triângulo e
a medida dos ângulos menores, o ângulo de 90° sempre estará presente.
Questionamentos para discussão:
b) Com base nos desenhos realizados, o que você pôde observar?
c) O tamanho do triângulo interfere na medida do ângulo reto?
d) Você consegue diferenciar o triângulo retângulo dos demais triângulos?
e) Quais são essas diferenças?
f) Você consegue se lembrar de algum objeto do seu cotidiano que tem a forma
do triângulo retângulo em sua construção?
4a: O TEOREMA DE PITÁGORAS:
Objetivo: reconhecer e nominar os lados de um triângulo retângulo.
Materiais: papel quadriculado, régua e lápis.
Procedimento:
1- Pedir que os alunos desenhem no papel quadriculado cinco triângulos
retângulos com as seguintes medidas de lados: a) 3 e 4; b) 5 e 12; c) 7 e 24;
d) 6 e 8; e) 8 e 15.
2- Pedir que os alunos encontrem, a seguir, a medida do lado que falta, no caso,
a hipotenusa.
3- Pedir que os alunos anotem a medida de cada cateto e da hipotenusa, em
cada triângulo retângulo e completem a tabela abaixo.
lado 1 lado 2 hipotenusa
(lado1)² (lado 2)² (hipotenusa)²
a) b) c) d) e) f) a b c
a² b² c²
Questionamentos para discussão:
1- Você sabe os nomes dos lados 1 e 2? E por que recebem esses nomes?
2- Você sabe o que quer dizer hipotenusa?
3- Existe algum padrão entre as três primeiras colunas da tabela com as outras
três? Explique.
4- O que se pode dizer a respeito dos comprimentos dos três lados do triângulo
retângulo?
5- Que relação podemos formar?
2º MOMENTO
DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS:
1ª demonstração: Usando quebra-cabeça.
Objetivo: Estimular a compreensão do Teorema de Pitágoras através de quebra-
cabeça.
Material: desenho-base e peças de quebra-cabeça confeccionadas com cartolina
colorida.
Procedimento:
1- Dividir a classe em grupos de 4 ou 5 alunos.
2- Distribuir os desenhos-base e os quebra-cabeças entre os grupos.
3- Pedir que os alunos encaixem as peças do quebra-cabeça dentro do
quadrado do desenho-base.
Questionamentos para discussão:
1- As peças do quebra-cabeças preencheram o quadrado do desenho-base?
2- Podemos, então, concluir que a área do quadrado do desenho-base é igual a
soma das áreas das figuras do quebra-cabeças?
2ª demonstração: Usando papel quadriculado.
Objetivo: Estimular a compreensão do Teorema de Pitágoras através de
sobreposição.
Material: cartolina, régua, lápis preto e lápis de cor.
Procedimento:
1- Dividir a classe em grupos de 4 ou 5 alunos.
2- Pedir que os alunos desenhem sobre a cartolina um triângulo retângulo com
medidas pré determinadas ( um triângulo por equipe).
3- Pedir que os alunos desenhem quadrados sobre os catetos e sobre a
hipotenusa.
4- Pedir que os alunos dividam os três quadrados em quadradinhos de 1cm de
lado e pintem cada quadrado de cores diferentes.
5- Pedir que os alunos recortem os quadradinhos dos quadrados menores e
tentem preencher o quadrado maior com essas peças.
Questionamentos para discussão:
1- Os quadradinhos dos quadrados menores preencheram o quadrado maior?
2- Por que isso foi possível?
3- Que relação podemos estabelecer?
3ª demonstração: Demonstração geométrica do Teorema de Pitágoras.
Objetivo: Compreender geometricamente o Teorema de Pitágoras.
Material: cartolina, régua, lápis e lápis de cor.
Procedimento:
1- Dividir a classe em grupos de 4 ou 5 alunos.
2- Pedir que os alunos construam sobre a cartolina um triângulo retângulo cujos
catetos tenham 6cm e 8cm de comprimento, e a hipotenusa, 10cm.
3- Pedir que os alunos desenhem quadrados sobre cada lado desse triângulo,
conforme mostra a figura.
4- Pedir que os alunos marquem o ponto central do quadrado com 8cm de lado e tracem uma reta paralela à hipotenusa do triângulo, que passe por esse ponto. Depois, tracem uma reta, perpendicular à outra reta no ponto marcado.
5- Pedir que os alunos recortem os quadrados de 6cm e 8cm de lado e cortem as retas marcadas, obtendo assim cinco polígonos.
6- Pedir que os alunos utilizem esses polígonos para sobrepor o quadrado de 10cm de lado.
Questões para discussão:
1- A sobreposição foi possível? 2- Que relação podemos estabelecer?
3º MOMENTO
APLICAÇÃO DO TEOREMA DE PITÁGORAS NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Objetivo: Aplicar o Teorema de Pitágoras na resolução de problemas.
1ª atividade:
Em um triângulo retângulo ABC, a hipotenusa mede 13cm e um dos catetos mede
12cm. Determinar a medida do outro cateto.
2ª atividade:
Dois ciclistas partem do ponto P, no mesmo instante, segundo as direções indicadas
na figura abaixo. A velocidade média de um é de 15 km/h e a do outro é de 20 km/h.
Após 4 horas, eles estão em pontos A e B, respectivamente. Nesse instante, qual é
a distância entre eles?
3ª atividade:
(UCSal-Ba) Na situação do mapa da figura, deseja-se construir uma estrada que
ligue a cidade A à estrada BC, com o menor comprimento possível. Quanto medirá
essa estrada, em quilômetros?
4ª atividade:
(UFRS) Uma torre vertical é presa por cabos de aço fixos no chão, em um terreno
plano horizontal, conforme mostra a figura. Se o ponto A está a 15m da base B da
torre e o ponto C está a 20m de altura, qual o comprimento do cabo AC?
5ª atividade:
Este problema aparece num livro do séc. XII, de autoria do matemático
Bhaskara.Reolva-o.
“Um pavão está no alto de uma coluna vertical de 6m de altura, ao pé da qual fica a
toca de uma cobra. De repente, o pavão vê a cobra, que se encontra a 18m da toca.
A cobra também vê o pavão, e corre para a toca. O pavão faz um vôo em linha reta
e alcança a cobra antes que ela atinja a toca. Pobre cobra!
Sabendo-se que o pavão voou a mesma distância percorrida pela cobra, diga a
quantos metros da toca a cobra foi alcançada.
6ª atividade:
Após a realização de todas as atividades propostas, retomemos o questionário inicial
para que possamos fazer um parâmetro entre os mesmos.
1 – Por que o triângulo retângulo recebe esse nome?
2 – Que nomes recebem os lados de um triângulo retângulo?
3 – O que é um ângulo reto?
4 – Quando um ângulo é chamado agudo?
g) ( ) maior que 90° b) ( ) menor que 90
c) ( ) igual a 90° d) ( ) não sabe
5 – Quando um ângulo é chamado obtuso?
b) ( ) maior que 90° b) ( ) menor que 90
c ) ( ) igual a 90° d) ( ) não sabe
6 – Você conhece o Teorema de Pitágoras?
( ) sim ( ) não
7 – Você sabe quando aplicar o Teorema de Pitágoras em situações problemas?
( ) sim ( ) não
8 – Além da Matemática, você sabe em quais outras áreas Pitágoras atuou?
( ) sim ( ) não
9 – Qual a relação do triângulo retângulo com o Teorema de Pitágoras?
b) ( ) a2 + b2= c2 b) ( ) a2= b2 + c2
c) ( ) a2= b2 – c2 d) ( ) b2 = a2 + c2
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE DIDÁTICA
A avaliação da Produção Didática Pedagógica será realizada pelos
professores que participarão do Grupo de Trabalho em Rede (GTR), que terão a
oportunidade de analisar e refletir sobre a unidade didática, avaliando a viabilidade e
relevância do material elaborado para a comunidade escolar.
Dessa forma, os participantes poderão opinar, sugerir e solucionar as
dúvidas sobre as atividades propostas, contribuindo para o enriquecimento da
unidade didática e para a disseminação do conhecimento científico ao educando.
ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA
No primeiro momento do desenvolvimento da unidade didática, será
realizado a aplicação de um questionário para investigação do nível de
conhecimento dos alunos sobre o triângulo retângulo e o Teorema de Pitágoras.
Partindo das respostas dadas, todos os resultados serão compilados para
discussão.
Na sequência serão apresentados dois vídeos: “Donald no país da
Matemágica” (DVD) e “Dia Nacional da Matemática” disponível em
http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=7209
para que sejam destacados a importância do conhecimento matemático, histórico,
científico, seus estudiosos e suas aplicações no cotidiano.
A seguir, serão realizadas algumas oficinas de atividades para averiguação
do conhecimento que os alunos trazem sobre os lados e os ângulos de um triângulo
retângulo, de onde vêm sua nomenclatura e suas particularidades.
No segundo momento serão realizadas três demonstrações do Teorema de
Pitágoras:
1ª) através do uso de quebra-cabeças;
2ª) através da sobreposição utilizando papel quadriculado;
3ª) através da demonstração geométrica, também utilizando sobreposição.
No terceiro e último momento desta Unidade Didática, os alunos aplicarão o
Teorema de Pitágoras em atividades de resolução de problemas e, em seguida,
responderão novamente o questionário proposto no início desta unidade, para que
possamos verificar o grau de entendimento do referido teorema e se houve avanços
no aprendizado dos alunos.
REFERÊNCIAS
BERLINGHOFF, Willian P.; GOUVÊA, Fernando Q. A matemática através dos tempos. 2.ed. São Paulo: Blucher, 2010. BRASIL, Ministério da Educação e da Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – Matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997. . CENTURIÓN, Marília Ramos; JAKUBOVIC, José. Matemática na medida certa; 9º ano. São Paulo: Scipione, 2009. DANTE, Luiz Roberto. Formulação e resolução de problemas de matemática: teoria e prática. 1 ed. São Paulo: Ática, 2010. EVES, Howard. Introdução à história da matemática. Campinas: Unicamp, 2004. FAINGUELERNT, Estela Kaufman. Educação matemática: representação e construção em geometria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. GIOVANNI JÚNIOR, José Ruy; CASTRUCCI, Benedicto. A conquista da matemática, 9º ano. São Paulo: FTD, 2009. GUEDJ, Denis. O teorema do papagaio. São Paulo: Companhia das Letras, 1999. HIPOTENUSA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipotenusa>. Acesso em
09 abril 2013.
IMENES, Luiz Márcio. Descobrindo o teorema de Pitágoras. 2.ed. São Paulo: Scipione, 1988. MATEMÁTICA Essencial: Trigonometria: triangular, circular e hiperbólica. Disponível em:< http://pessoal.sercomtel.com.br/matematica/trigonom/trigon1/mod114.htm>. Acesso em 09 abril 2013. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: A Secretaria, 2008. PENSADOR. Info. Disponível em:< http://pensador.uol.com.br/autor/pitagoras/ > .
Acesso em 17 abril 2013. PITÁGORAS na Escola de Atenas. Disponível em:< http://commons.wikimedia.org.> Acesso em 16 abril 2013. POLYA, George. A arte de resolver problemas. Tradução: Heitor Lisboa de Araújo. Interciência, 1978. SILVA, Claudio Xavier da; BARRETO FILHO, Benigno. Matemática aula por aula. 2.ed. renov. São Paulo: FTD, 2005.
TEOREMA de Pitágoras – Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/matematica/teorema-pitagoras.htm>. Acesso em 16 abril 2013. TEOREMA de Pitágoras. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Teorema_de_Pit%C3%A1goras> . Acesso em 16 abril 2013. TEOREMA de Pitágoras (demonstração). Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/paulap/teorema.html>. Acesso em 24 maio 2013. TRIÂNGULO retângulo – Tripod. Disponível em:
<http://quimsigaud.tripod.com/trianguloretangulo/>. Acesso em 09 abril 2013.
<http://www.esev.ipv.pt/mat1ciclo/Resolucao%20probs/mat450-2001242-seminario-
8-resolucao_problemas.pdf> Acesso em 23/05/2013
<http://www.unigranrio.br/unidades_adm/pro_reitorias/propep/stricto_sensu/cursos/m
estrado/ensino_ciencias/galleries/downloads/produtos/produto_alex_coelho.pdf>
Acesso em 23/05/2013
<http://fernandoloppes.blogspot.com.br/search?q=teorema+de+pit%C3%A1goras+e
+suas+aplica%C3%A7%C3%B5es> Acesso em 23/05/2013