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  • 7/23/2019 PB PPGA M Mangnabosco, Marindia Caprini 2010

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    UNIVERSIDADE TECNOLGICA FEDERAL DO PARAN

    CAMPUS PATO BRANCO

    PROGRAMA DE PS-GRADUAO EM AGRONOMIA

    MARINDIA CAPRINI MANGNABOSCO

    AVALIAO DA EFICINCIA DA CALDA BORDALESA, DA

    CALDA SULFOCLCICA E DO B IOFERTILIZANTE SUPERMAGRO

    NO CULTIVO ORGNICO DE MORANGUEIRO.

    DISSERTAO

    PATO BRANCO

    2010

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    MARINDIA CAPRINI MANGNABOSCO

    AVALIAO DA EFICINCIA DA CALDA BORDALESA, DA

    CALDA SULFOCLCICA E DO B IOFERTILIZANTE SUPERMAGRO

    NO CULTIVO ORGNICO DE MORANGUEIRO.

    Dissertao apresentada ao Programa de PsGraduao em Agronomia da UniversidadeTecnolgica Federal do Paran, Campus Pato

    Branco, como requisito parcial obteno dottulo de Mestre em Agronomia - rea deConcentrao: Produo Vegetal.

    Orientador: Dr. Srgio Miguel MazaroCo-Orientador: Dr. Idemir CitadinCo-Orientadora: Dra. Dalva Paulus

    PATO BRANCO

    2010

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    M743a Mangnabosco, Marindia CapriniAvaliao da eficincia da calda bordalesa, calda sulfoclcica e do biofertilizante

    supermagro no cultivo orgnico de morangueiro / Marindia Caprini Mangnabosco. Pato Branco. UTFPR, 2010

    xi, 92 f. : il. ; 30 cm

    Orientador: Prof. Dr. Srgio Miguel MazaroCo-orientadores: Dra. Dalva Paulus e Prof. Dr. Idemir CitadinDissertao (Mestrado) - Universidade Tecnolgica Federal do Paran.Programa de Ps-Graduao em Agronomia. Pato Branco/PR, 2010.Bibliografia: f. 74 83

    1. Cultivo orgnico. 2. Caldas e biofertilizantes. I. Mazaro, Srgio Miguel, orient.II. Paulus, Dalva, co-orient. III. Citadin, Idemir, co-orient. IV. UniversidadeTecnolgica Federal do Paran. Programa de Ps-Graduao em Agronomia. V.Ttulo.

    CDD: 630

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    Dedico este trabalho a minha famlia e a todas as pessoas queestiveram presentes durante esta jornada.

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    AGRADECIMENTOS

    Primeiramente agradeo a DEUS por sempre estar presente em minha

    vida.

    Aos meus pais Antonio Telmo e Beloni por nunca me permitirem

    desistir, principalmente nos momentos de tribulaes.

    A minha irm Indioara e meu cunhado Vilmar pela dedicao, apoio e

    compreenso durante todo o mestrado.

    Ao meu sobrinho Joo Pedro pelo sorriso de todas as manhs.

    As minhas tias Maria Ilce e Maria ris e minhas primas Aline e Suzanepelas palavras de animo e consolo.

    Ao meu namorado Dione Farinacio pela pacincia e dedicao.

    Aos meus amigos que souberam entender os momentos de ausncia.

    Ao meu orientador Sergio Miguel Mazaro por ter acreditado em mim.

    Ao meu co-orientador e coordenador do mestrado Idemir Citadin pela

    oportunidade que me proporcionou.

    A minha co-orientadora Dalva Paulus pelo carinho e dedicao.

    E a todas as pessoas que atravs de atitudes e aes colaboraram

    para a realizao deste trabalho.

    Meu muito obrigada.

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    Meu filho se entrares para o servio de Deus, permanece firme na justia e no

    temor, e prepara a tua alma para a provao; humilha teu corao e espera com

    pacincia, d ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; no te perturbes no tempo

    da infelicidade, sofre as demora de Deus; dedica-te a Deus e permanece com

    pacincia, afim que no derradeiro momento tua vida se enriquea. Aceita tudo o que

    te acontecer. Na dor permanece firme, na humilhao tem pacincia. Pois pelo

    fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradveis a Deus pelo

    cadinho da humilhao (Eclesistico 1.2).

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    RESUMO

    MANGNABOSCO, Marindia Caprini. Avaliao da eficincia da calda bordalesa, dacalda sulfoclcica e do biofertilizante supermagro no cultivo orgnico demorangueiro. 91 pg. Dissertao (Mestrado em Agronomia) Programa de Ps-Graduao em Agronomia (rea de Concentrao: Produo vegetal, UniversidadeTecnolgica Federal do Paran. Pato Branco, 2010.

    No Brasil o morangueiro (Fragaria x ananassa Duch), representa um papel scio-econmico de grande importncia nas regies Sul e Sudeste, constituindo-se numimportante produto para consumo in natura e para indstria de alimentos. Noentanto, o cultivo intensivo e muitas vezes com prticas culturais inadequadastornam praticamente inevitvel o controle qumico de pragas e doenas,constituindo-se, o morango, num dos produtos com maior carga de agrotxico.Nesse sentido, a produo de alimentos mais saudveis, isentos de resduostxicos, vem crescendo no mercado nacional e internacional demandando o

    desenvolvimento de tecnologias mais sustentveis. O trabalho foi desenvolvido, nosanos de 2007 e 2008, na rea experimental da UTFPR - Campus Dois Vizinhos comobjetivo de avaliar o comportamento agronmico e as alteraes bioqumicas demorangueiros em sistema de cultivo orgnico em funo da aplicao de diferentesconcentraes de calda bordalesa, calda sulfoclcica e biofertilizante supermagro, Odelineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso com 4 repeties contendo16 plantas por parcela. O primeiro experimento realizado em 2007 foi um fatorialmisto 3x4 sendo, fator A (qualitativo) constitudo pela calda bordalesa, a caldasulfoccica e biofertilizante supermagro e o fator B (quantitativo) representado pelasconcentraes de 0,5;1,0;2,0;4,0% e a testemunha onde se aplicou gua. Afreqncia de aplicaes foi a cada 7 dias. No segundo experimento no ano de2008, os tratamentos foram um fatorial 5x3, onde o fator A foi representado pelas

    caldas (calda bordalesa a 1%; calda sulfoclcica a 1%; biofertilizante supermagro a4%, alternncia de aplicao de caldas nas mesmas concentraes e a testemunha)e o fator B pelas cultivares (Camarosa, Camino Real e Albion). As avaliaesrealizadas no primeiro experimento foram: nmero de frutos por planta,produtividade, massa mdia, anlises fsico-qumicas dos frutos (firmeza de polpa,acidez titulavel, slidos solveis totais - SST, aspecto visual e avaliaodegustativa), avaliaes de doenas de mancha-de-micosferela e mancha-de-dendrofoma e anlises bioqumicas em tecidos foliares (protenas, aminocidos,acares totais e redutores, fenis totais e atividade de peroxidases). No segundoexperimento, foram avaliados os mesmos parmetros agronmicos, bem como asanlises bioqumicas de acares totais e redutores, protenas e atividade da enzimafenilalanina amonialiase. Os dados foram submetidos anlise da varincia pelo

    programa SISVAR e seus resultados submetidos a comparaes de mdias eregresses. As caldas bordalesa e sulfoclcica, bem como o biofertilizantesupermagro interferiram positivamente no nmero de frutos, massa mdia eprodutividade do morangueiro. Concentraes acima de 1,0% de calda bordalesa esulfoclcica causaram manchamento dos frutos, limitando seu emprego. Osupermagro no apresentou restrio sendo que as melhores respostasagronmicas foram observadas nas maiores concentraes. A firmeza de polpamanteve-se mais elevada em funo da aplicao das caldas. A aplicao dascaldas e do supermagro interferiu no controle de doenas com reduo daseveridade da mancha-de-micosferela. A aplicao das caldas no interferiu na

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    qualidade organolptica dos frutos na ps-colheita, no sendo observado saborestranho nos mesmos.

    Palavras-chave:Fragaria xananassa, produo orgnica, controle alternativo.

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    ABSTRACT

    MANGNABOSCO, Marindia Caprini. Evaluation of the efficiency of bordeaux mixtureof lime sulfur and biofertilizer supermagro in organic cultivation of strawberries.. 91pg. Dissertao (Master in Agronomy) Programa de Ps-Graduao em Agronomia(rea de Concentrao: Produo vegetal), Universidade Tecnolgica Federal doParan. Pato Branco, 2010.

    In Brazil, the strawberry (Fragaria x ananassa) represents a socio-economicimportance in South and Southeast, becoming an important product for fresh marketand food industry. However, intensive cultivation and often with inadequate culturalpractices make it practically inevitable chemical control of pests and diseases, beingthe strawberry, one of the products with the highest pesticide load. In this sense, theproduction of healthier foods, free of toxic waste, is growing in national andinternational market demanding the development of more sustainable technologies.The study was conducted in the years 2007 and 2008 at the site of UTFPR - CampusDois Vizinhos to evaluate the agronomic performance and biochemical changes ofstrawberry in organic cropping system according to the application of different

    concentrations of bordeaux mixture, lime sulfur and fertilizer supermagro, Theexperimental design was randomized blocks with four replications containing 16plants per plot. The first experiment was conducted in 2007 with a 3x4 mixedfactorial, factor A (qualitative) consisting of Bordeaux mixture, the spray and fertilizersulfoccica supermagro and factor B (quantitative) represented by concentrations of0.5, 1.0, 2.0 , 4.0% and the control where water was applied. The frequency ofapplications was every seven days. In the second experiment in 2008, the treatmentswere a 5x3 factorial design, where the first factor was represented by grout (1%Bordeaux mixture, lime sulfur at 1%; biofertilizer supermagro 4%, alternatingapplication of grout at the same concentrations and control) and factor B by cultivars(Camarosa, Camino Real, and Albion). The evaluations performed in the firstexperiment were: number of fruits per plant, yield, average weight, physical-chemical

    characteristics of fruits (firmness, acidity, soluble solids - TSS, visual appearance andevaluation gustative), assessments of disease micosferela spot and staindendrophoma and biochemical analysis in leaf tissues (proteins, amino acids, totaland reducing sugars, total phenolics and peroxidase activity). In the secondexperiment examined the same parameters agronomic and biochemical analysis oftotal and reducing sugars, proteins and enzyme activity of phenylalanine ammonia-lyase. The data were subjected to analysis of variance by SISVAR program and itsresults submitted to mean comparisons and regressions. The Bordeaux mixture andlime sulfur and fertilizer supermagro interfered positively in the number of fruits,average weight and yield of strawberry. Concentrations above 1.0% Bordeauxmixture and sulfur caused staining of the fruit, limiting its use. The supermagroshowed no restriction being that the best agronomic responses were observed at

    higher concentrations. The fimness remained higher depending on the application ofgrout. The application of the grout and supermagro interfere with disease control withreduced severity of the stain micosferela. Applying the grout does affect the flavor ofthe fruit after harvesting, were not noticed strange flavor to them.

    Keywords:Fragaria x ananassa, organic production, alternative control.

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    LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 01- Nmero de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadascom calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. DoisVizinhos, 2010..........................................................................................43

    Figura 02- Produtividade de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas etratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro.

    UTFPR - Dois Vizinhos, 2010...................................................................43Figura 03- Massa mdia de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e

    tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro.UTFPR - Dois Vizinhos, 2010...................................................................44

    Figura 04- Firmeza de polpa (N/cm2)de frutos de morangueiro Cv. Camarosa notratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizantesupermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, 2010..............................................46

    Figura 05 - rea abaixo da curva de progresso de doena (AACPD) para severidadede mancha-de-micosferela em plantas de morangueiro cultivar Camarosano tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizantesupermagro durante o desenvolvimento da cultura. UTFPR, DoisVizinhos, PR, 2010. * Mdias seguidas pela mesma letra na coluna nodiferem pelo teste de Tukey (P0,05).......................................................50

    Figura 06 - Teor de protenas de tecidos vegetais de folhas de morangueiro Cv.Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica ebiofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos,PR,2010..................52

    Figura 07 - Teor de aminocidos de tecidos vegetais de folhas de morangueiro Cv.Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica ebiofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR, 2010.................52

    Figura 08 - Teor de acares totais de tecidos vegetais de folhas de morangueiroCv. Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e

    biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR, 2010.................54Figura 09 - Teor de acares redutores de tecidos vegetais de folhas de

    morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa,sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR,2010. ........................................................................................................55

    Figura 10 Atividade de peroxidases (mg.g. tecido vegetal-1) de folhas demorangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa,sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR Dois Vizinhos, PR, 2010..................................................................................................................58

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 01 - Demonstrativo cronolgico do plantio das mudas, incio da aplicao dascaldas, coleta de tecidos foliares para anlises bioqumicas e momentosdas avaliaes de doenas, para o ano de 2007. UTFPR, Dois Vizinhos,2010. ........................................................................................................39

    Tabela 02 - Demonstrativo cronolgico do plantio das mudas, incio da aplicao dascaldas, coleta de tecidos foliares para anlises bioqumicas e momentosdas avaliaes de doenas, UTFPR, Dois Vizinhos, 2010.......................41

    Tabela 03 - Acidez titulvel (g de cido citrico/100 mL.) de frutos de morangueiro Cv.no tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizantesupermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, 2010..............................................46

    Tabela 04 - Slidos Solveis Totais (oBrix)de frutos de morangueiro Cv. Camarosano tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizantesupermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR, 2010.......................................47

    Tabela 05- Dano em frutos (tingimento) de morangueiro cultivar Camarosa notratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizantesupermagro. Dois Vizinhos, PR, 2010......................................................48

    Tabela 06 - . rea abaixo da curva de progresso da doena (AACPD) paraincidncia e severidade de mancha-de-micosferela, incidncia demancha-de-dendrofoma e incidncia de antracnose (pecolo foliar, nofruto e na flor) em plantas de morangueiro cultivar Camarosa no tratadase tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro.Dois Vizinhos, PR, 2010...........................................................................49

    Tabela 07 - Teor de acares totais de tecidos vegetais de folhas de morangueiroCv. Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica ebiofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR, 2010.................53

    Tabela 08 - Teor de acares redutores de tecidos vegetais de folhas demorangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas com calda bordalesa,sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR,2010. ........................................................................................................54

    Tabela 09 - Teor de compostos fenlicos (mg.g. tecido vegetal-1)de tecidos vegetaisde folhas de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas comcalda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - DoisVizinhos, PR, 2010...................................................................................56

    Tabela 10 - Nmero de frutos de morangos cvs. Camarosa, Camino Real e Albionno tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizantesupermagro e alternncia . UTFPR - Dois Vizinhos,PR, 2010. ................59

    Tabela 11 - Massa mdia (g.) de morangos cvs. Camarosa, Camino Real e Albionno tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizantesupermagro e alternncia . UTFPR - Dois Vizinhos,PR, 2010. ................60

    Tabela 12 - Produtividade (g.) de morangos cvs. Camarosa, Camino Real e Albionno tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizantesupermagro e alternncia . UTFPR - Dois Vizinhos,PR, 2010. ................60

    Tabela 13 - Parmetros fsico-qumicos em frutos de morangueiro no tratadas etratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizante supermagro ealternncia. Dois Vizinhos, PR, 2010. ......................................................62

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    Tabela 14 - Teor de aucares totais e aucares redutores em tecidos foliares notratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizantesupermagro e alternncia. Dois Vizinhos, PR, 2010. ...............................63

    Tabela 15 - Atividade da enzima FAL no tratadas e tratadas com calda bordalesa,sulfoclcica, biofertilizante supermagro e alternncia . Dois Vizinhos,PR,2010. ........................................................................................................64

    Tabela 16 - Teor de protenas no tratadas e tratadas com calda bordalesa,

    sulfoclcica, biofertilizante supermagro e alternncia . Dois Vizinhos,PR,2010. ........................................................................................................65

    Tabela 17 - rea abaixo da curva de progresso de doenas (AACPD) para incidnciade mancha-de-micosferela em plantas de morangueiro no tratadas etratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizante supermagro ealternncia . Dois Vizinhos,PR, 2010. ......................................................66

    Tabela 18 - rea abaixo da curva de progresso de doenas (AACPD) paraseveridade de mancha-de-micosferela em plantas de morangueiro notratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizantesupermagro e alternncia . Dois Vizinhos,PR, 2010. ...............................67

    Tabela 19 - rea abaixo da curva de progresso de doena (AACPD) para incidnciade mancha-de-dendrofoma em plantas de morangueiro no tratadas etratadas com calda bordalesa, sulfoclcica, biofertilizante supermagro ealternncia. Dois Vizinhos,PR, 2010. .......................................................67

    Tabela 20 - Anlise foliar para as cultivares de morangueiro Camarosa, Camino Reale Albion no tratadas e tratadas com calda bordalesa, sulfoclcica,biofertilizante supermagro e alternncia . UTFPR - Dois Vizinhos,PR,2010. ........................................................................................................71

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    LISTA DE SIGLAS

    ACCPD - rea abaixo da curva de progresso da doena;CAE - Centro de agricultura ecolgica Ip;MCA - Metanol, Clorifrmio, gua;MEP - Manejo ecolgico de pragas;MIP - Manejo integrado de pragas;FAL - fenilalanina amonialiase;PVP - Polivinipirolidona;UTFPR - Universidade Tecnolgica Federal do Paran.

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    SUMRIO

    1 INTRODUO .......................................................................................................16

    1.1 OBJETIVOS........................................................................................................18

    1.1.1 Objetivo Geral ..................................................................................................18

    1.1.2 Objetivos Especficos .......................................................................................18

    1.2 EMBASAMENTO TERICO...............................................................................191.2.1 CONSIDERAES GERAIS SOBRE A CULTURA DO MORANGUEIRO......19

    1.2.1.1 Origem botnica e caractersticas da cultura ................................................19

    1.2.1.2 Situao da cultura........................................................................................20

    1.2.1.3 Cultivares de morangueiro ............................................................................21

    1.2.1.3.1 Camarosa...................................................................................................22

    1.2.1.3.2 Camino real ................................................................................................22

    1.2.1.3.3 Albion .........................................................................................................23

    1.2.2 Doenas do morangueiro .................................................................................231.2.1 Aspectos gerais das doenas do morangueiro.................................................23

    1.2.1.1 Mancha-de-dendrofoma ................................................................................24

    1.2.1.2 Mancha-de-micosferela.................................................................................25

    1.2.1.3 Antracnose ....................................................................................................26

    1.2.3 Utilizao das caldas bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro......27

    1.2.3.1 Calda bordalesa ............................................................................................27

    1.2.3.2 Calda sulfoclcica..........................................................................................29

    1.2.3.3 Biofertilizante supermagro.............................................................................31

    2 MATERIAIS E MTODOS .....................................................................................34

    2.1 Experimento I ......................................................................................................34

    2.1.1 Demonstrativo cronolgico do experimento I ano 2007.................................39

    2.2 Experimento II .....................................................................................................39

    2.2.1 Demonstrativo cronolgico do experimento II ano 2008................................41

    2.3 Anlise estatstica................................................................................................41

    3 RESULTADOS E DISCUSSES...........................................................................42

    3.1 Experimento I - Ano 2007....................................................................................42

    3.2 Experimento II Ano 2008..................................................................................58

    4 CONCLUSES ......................................................................................................72

    5 CONSIDERAES FINAIS ...................................................................................73

    6 REFERNCIAS......................................................................................................74

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    1 INTRODUO

    O morango Fragaria x Ananassa Duch uma das pequenas frutas que se

    destaca por vrios atributos, como sabor, aroma, textura, aspecto visual, entreoutros. Esta fruta possui em sua composio substncias bioativas como as

    antocianinas e os flavonides, conhecidas como antioxidantes, que atuam na

    preveno do envelhecimento precoce e do cncer (DIAS et al, 2007).

    A cultura do morango est em crescente expanso de cultivo, sendo que os

    principais paises produtores so: Estados Unidos, Espanha, Japo, Coria do Sul,

    Polnia e Itlia. A produo mundial de morangos, em 2007, foi de

    aproximadamente 3,1 milhes de toneladas (OLIVEIRA, 2009).

    No Brasil a cultura do morangueiro desempenha um importante papel scio

    econmico nas regies Sul e Sudeste tanto para o consumo in naturaquanto para a

    indstria alimentcia, apresentando uma produo anual em torno de 100 mil

    toneladas, com uma rea ocupada de 3.500 ha (SILVA, 2007). O morango uma

    importante alternativa de renda para agricultura familiar que dispe de pequenas

    reas e mo-de-obra familiar.

    Apesar desse potencial, a cultura apresenta alguns fatores limitantes, sendo

    o principal sua susceptibilidade a vrias doenas e pragas, que podem acarretar

    grandes perdas de produo e qualidade. Estes fatores so consideravelmente

    limitantes a expanso do cultivo orgnico da cultura. Entre as medidas que visam

    aperfeioar o cultivo orgnico, est o emprego de caldas fitoprotetoras, sendo muito

    utilizado a calda bordalesa e calda sulfoclcica, e o biofertilizante supermagro.

    Essas caldas vm sendo usadas na produo orgnica com o objetivo de

    complementar a nutrio das plantas e controlar doenas, alm de reduzir a

    populao de pragas (VENZON, 2006).

    A calda bordalesa constituda da mistura de cal virgem e sulfato de cobre,

    possui ao fungicida e bactericida, sendo aplicada de forma preventiva a algumas

    doenas na cultura do morangueiro e em diversas hortalias, alem disso, possui

    ao repelente contra alguns insetos e empregada tambm como tratamento de

    inverno em macieira, pessegueiro e videira (EMBRAPA, 2006).

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    A calda sulfoclcica, constitui-se de mistura de cal virgem e enxofre, que

    aps aquecimento formam polisulfetos de clcio, com reconhecida ao no controle

    de pragas em fruteiras durante o perodo de inverno (GUERRA, 1985).

    O supermagro proveniente do processo de decomposio da matria

    orgnica animal ou vegetal proveniente da fermentao anaerbica em meio lquido,

    resultando em um resduo aquoso e sendo utilizado como adubo foliar, defensivo

    natural, denominado biofertilizante, podendo complementar a adubao orgnica do

    solo por fornecer micronutrientes essenciais ao metabolismo, crescimento e

    produo de plantas. O biofertilizante um meio de crescimento de bactrias

    benfica inibindo o desenvolvimento de fungos e bactrias que causam doenas nas

    plantas, aumentando a resistncia contra insetos e caros (MESQUITA, 2007).

    Desta maneira, os estudos sobre a utilizao da calda bordalesa, caldasulfoclcica e do biofertilizante supermagro na cultura do morangueiro so de

    grande importncia cientifica e scioeconmica, pois vm contribuir para o

    desenvolvimento de tecnologias focadas na produo de alimentos saudveis e com

    reduo de custos com agroqumicos.

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    1.1 OBJETIVOS

    1.1.1 Objetivo Geral

    Avaliar a eficincia da calda bordalesa, calda sulfoclcica e do biofertilizante

    supermagro no cultivo orgnico de morangueiro.

    1.1.2 Objetivos Especficos

    Avaliar as melhores concentraes de calda bordalesa, sulfoclcica e

    supermagro, relacionando com o comportamento agronmico das plantas, bem

    como as alteraes bioqumicas dos tecidos foliares e frutos e caractersticas fsico-

    qumicas dos mesmos.

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    1.2 EMBASAMENTO TERICO

    1.2.1 CONSIDERAES GERAIS SOBRE A CULTURA DOMORANGUEIRO

    1.2.1.1 Origem botnica e caractersticas da cultura

    O cultivo do morangueiro teve sua origem nas civilizaes indgenas da

    Amrica pr-colombiana. Aps o sculo XIV algumas espcies de Fragaria foram

    retiradas de seu habitat natural e passaram a ser cultivadas como medicinais eornamentais em jardins Europeus (DIAS et al., 2007).

    Segundo Almeida (2006), a Fragaria chiloensis teve sua domesticao na

    Amrica do Sul (Chile), porm sua frutificao no acontecia devido s plantas

    serem andro-estreis. Todavia em meados do sculo XVIII, na Bretanha, descobriu-

    se que era possvel fazer frutificar F. chiloensis atravs de sua consorciao com

    espcies polinizadoras. Desta maneira, da hibridao natural entre F. chiloensise F.

    virginiana, surgiram na Europa plantas de morango que apresentaram

    caractersticas morfolgicas distintas. O Botnico francs Antonie Nicholas Duchesereconheceu estas plantas como hibridos de F chiloensisx F. virginianae deu-lhes o

    nome de F. x ananassa.

    O morangueiro pertence famlia Rosaceae, o gnero Fragaria apresenta

    aproximadamente 18 espcies e quatro hbridos. O hbrido Fragaria x ananassa

    Duch. Ex Rozier o mais cultivado atualmente (SILVA et al., 2007).

    O morangueiro uma planta perene, herbcea e devido a sua propagao

    vegetativa possui sistema radicular adventcio com caractersticas fasciculadas

    apresentando um grande nmero de razes primrias muito ramificadas. Alm deabsorver gua as razes desempenham funo de armazenamento de reservas

    acumuladas na forma de amido. O morangueiro apresenta dois tipos de caule sendo

    eles: curto caule areo designados por coroa o qual forma o eixo da planta, de

    entrens curtos aonde se inserem as folhas na forma de rosetas; e os estolhos que

    so caules especializados apresentando dois entrens longos dos quais surgem

    plantas novas. Apresenta crescimento simpodial, folhas trifoliadas, pecolo longo e

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    estipula na base. As flores so actinomorfas normalmente pentmeras, hemafroditas

    de corola branca. Polinizao alogmica e entomfila. O fruto do morangueiro na

    verdade um pseudofruto formado por um receptculo carnudo sobre o qual esto os

    verdadeiros frutos botnicos (aqunios), sendo esta estrutura classificada como fruto

    mltiplo de aqunios (ALMEIDA, 2006).

    O morangueiro uma cultura tipicamente de climas frios e cultivado

    principalmente na regio serrana, podendo se adaptar em diversas regies, todavia

    o fotoperodo interfere de forma decisiva na cultura. O moranguerio uma planta

    exigente em temperaturas diurnas amenas e temperaturas noturnas mais baixas, em

    temperaturas elevadas o morango torna-se excessivamente cido ficando pobre em

    sabor e aroma e apresentando menor consistncia, porm o frio da madrugada torna

    os morangos com sabor e aroma pronunciados. Frutos produzidos sob baixastemperaturas so mais firmes (DIAS,2007).

    1.2.1.2 Situao da cultura

    A produo mundial de morangos no ano de 2007 foi de 3,1 milhes de

    toneladas por ano, sendo a brasileira de 37,6 mil toneladas em uma rea estimada

    de 3,5 mil hectares, com destaque para Minas Gerais (41,4%), Rio Grande do Sul

    (25,6%) e So Paulo (15,4%) (OLIVEIRA, 2009). O maior produtor mundial os

    Estados Unidos, seguido pela Espanha,, Japo, Republica da Coria, Polnia e Itlia

    (DIAS et.al., 2007).

    O Canad e a Espanha destacam-se como os principais exportadores de

    morango na forma in natura, sendo exportado a cada safra em torno de 225 mil

    toneladas de frutos frescos (MADAIL et.al, 2005).

    No Brasil, a cultura do morangueiro ganhou importncia econmica em

    meados do sculo XIX principalmente no estado do Rio Grande do Sul. Todavia, a

    cultura destacou-se no estado de So Paulo devido ao incentivo da produo

    (BETTI et al., 2000). Porm at 1960 a cultura se manteve restrita, devido a pouca

    capacidade de conservao, e ao pequeno tamanho dos frutos provenientes das

    cultivares plantadas, criando desta maneira a necessidade de cruzamentos para

    obter frutos grandes, firmes e resistentes ao transporte (DIAS et al., 2007). A partir

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    da dcada de 80 ocorreu no Brasil introduo de cultivares adaptadas, novas

    tcnicas de cultivo e de oferta de mudas de boa qualidade sanitria o que vem

    proporcionado, desde ento um grande desenvolvimento da cultura (RONQUE,

    1998).

    O morangueiro tem demonstrado boa adaptao desde o sul de Minas

    Gerais at o Rio Grande do Sul (SANTOS, 1992). A produo Brasileira de

    aproximadamente 90 mil toneladas sendo o Estado de Minas Gerais o maior

    produtor nacional, seguido de So Paulo, Rio Grande do Sul e Esprito Santo. A

    maioria da produo de morango no Brasil proveniente de propriedades de base

    familiar nos Estados do Sul e Sudeste do Pas. A produo nacional praticamente

    destinada ao mercado interno, porm nos ltimos anos tem ocorrido uma exportao

    em pequena escala para Argentina e Chile.De acordo com Dias et. al. (2007),o morangueiro se tornou uma das frutas

    de maior importncia econmica na regio da Serra Gacha e Encosta Superior do

    Nordeste do Rio Grande do Sul, passando a ser uma cultura consolidada e

    tradicional nos municpios de Feliz, Bom Principio, Farroupilha, Vacaria e Flores da

    Cunha. A produtividade mdia no Rio Grande do Sul de 32,7 ton/ha e no Paran

    de 25,2 ton/ha (ANTUNES et al., 2005; DUARTE FILHO et al., 2005).

    No Paran, uma grande parte da produo de morangos concentra-se nas

    regies Norte e metropolitana de Curitiba (MAZARO, 2007). A mdia deprodutividade dos ltimos anos tem ficado entre 300 a 500 gramas por planta,

    embora j tenham ocorrido relatos de produo de morango seja em torno de 700

    gramas por planta (DALROLT, 2008).

    Na regio Sudoeste do Paran, o cultivo do morangueiro vem se

    desenvolvendo gradativamente, dando destaque para o cultivo orgnico, embora

    apresente uma pequena expresso no cenrio estadual.

    1.2.1.3 Cultivares de morangueiro

    Conforme Mazaro (2007), at a dcada de 80, os materiais genticos

    plantados no Brasil eram nacionais, destacando-se as cultivares Campinas, Monte

    Alegre, Konvoy, Cascata e BR1. Nos ltimos anos algumas destas cultivares foram

    sendo substitudas por outras provenientes dos Estados Unidos (cultivares Aromas,

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    Camarosa, Dover, Oso Grande e Sweet Charlie), da Espanha (cultivar Milsei-Tudla)

    do melhoramento gentico da Embrapa de Clima Temperado (cultivares Brkley,

    Santa Clara e Vila Nova). Essas novas cultivares destacam-se por apresentar frutos

    maiores, polpa mais firme, melhor sabor e produtividade alm de maior resistncia

    fitossanitria. As cultivares Camarosa, Camino real e mais recentemente a Albion

    esto entre as mais cultivadas no Sudoeste do Paran,

    1.2.1.3.1 Camarosa

    Segundo Filho (2007), a cultivar Camarosa foi lanada pela Universidade da

    Califrnia, Davis, EUA, em 1992. uma das cultivares mais plantada em todo

    mundo (SHAW, 2004) sendo dominante na Califrnia e Florida (EUA), Espanha,

    Austrlia, Turquia e Egito. Em ensaios realizados, tanto conduzidos em

    outono/inverno como em primavera/vero, observou-se que esta cultivar produtiva

    e vigorosa, produzindo frutos firmes e grandes de colorao avermelhada intensa e

    aroma e sabor agradvel, porm necessita ateno especial na adubao

    nitrogenada. Essa cultivar substituiu a cultivarChandler, por ser 25% mais produtiva

    e ter tamanho mdio de frutos 30% superior aquela cultivar, alm de ter melhor

    adaptao ao plantio antecipado no incio da temporada, levando a colheitas

    precoces que auspiciam melhores preos no mercado.

    De acordo com Daubeny (1994), esta cultivar apresenta suscetibilidade a

    (Mycosphaerella fragariae), sendo resistente ao odio (Sphaeroteca macularis) e

    tolerante a viroses.

    1.2.1.3.2 Camino real

    A cultivar Camino Real foi desenvolvida atravs do programa de

    melhoramento da Universidade da Califrnia, Davis, EUA. Planta de dia curto, de

    porte menor, possui excelente sabor podendo ser comercializada tanto para

    indstria como para consumo in natura (FILHO, 2007).

    Segundo Shaw (2004), esta cultivar no est bem adaptada plantao

    muito precoce. Sua fruta possui melhor forma e tamanho o que pode levar a maior

    eficincia na colheita, alm de ter firmeza e vida ps-colheita semelhante ao da

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    Camarosa. Possui fruto de cor semelhante aos frutos da cultivar Camarosa, com

    amadurecimento mais rpido, muito mais tolerante a Colletotrichum acutatum (flor-

    preta do morangueiro), Phytophthora cactorum (podrido), odio, e Verticillium que a

    'Camarosa'. Porm ambas as cultivares so semelhantes na resistncia

    Spidermites (caros) e Xanthomonas (bactrias).

    1.2.1.3.3 Albion

    A Cultivar albion apresenta plantas de dia neutro, semelhante cultivar

    Diamante quanto ao vigor e tamanho de frutos e produo por planta, todavia com

    estrutura de planta mais aberta e ereta, facilitando a colheita. Apresenta boa

    resistncia murcha Verticillium (Verticillium dahliae) e podrido na coroa

    (Phytophthora cactorum), alm de ser resistente antracnose (Colletotrichum

    acutatum). Necessita de maiores tratos culturais antes de iniciar a frutificao e seu

    pico de produo so menores que as da cultivar Diamante. Comerciavelmente

    melhor que a Diamante apresentando cor mais escura e com sabor excelente

    quando plantado em condies uniformes de solo (SHAW, 2004).

    1.2.2 Doenas do morangueiro

    1.2.1 Aspectos gerais das doenas do morangueiro

    A cultura do morangueiro apresenta uma grande diversidade de doenas,

    sendo provocadas por fungos, vrus, bactrias e nematides entre as provocadas

    por fungos destacam-se a antracnose-do-rizoma (Colletotrichum fragariae Brooks),

    do fruto (Colletotrichum spp.) e da flor-preta (Colletotrichum acutatum Simmonds),

    mancha-de-micosferela (Mycosphaerella fragariae), mancha de diplocarpon

    (Diplocarpon esrliana), mancha-de-dendrofoma (Dendrophoma obscurans), murcha

    de verticillium (Verticillium albo-atrum) podrido da coroa, dos frutos e dos brotos

    (Rhizoctonia solani), odio (Sphaerotheca macularis), podrido de sclerotinia

    (Sclerotinia sclerotiorum), podrido de phytophthora (Phytophthora cactorum). Para

    as doena bacterianas considera-se uma das mais importantes a mancha angular

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    (Xanthomonas fragariae) e para as viroses a clorose marginal do morangueiro

    (Strawberry mild yellow edge virus, SMYEV; genus: Potexvirus), encrespamento do

    morangueiro (Strawberry crinkle virus, SCV; famlia: Rhabdoviridae) mosqueado do

    morangueiro" (Strawberry mottle virus, SMoV) em morangueiro (TANAKA; PASSOS,

    2002; TANAKA et al., 2005; MAZARO, 2007).

    No perodo ps-colheita, destaca-se o mofo-cinzento (Botrytis cinereaPers.),

    podrido-de-rhizopus (Rhizopus stolonifer Ehrenb.: Fr.) e podrido de penicilium

    (Penicillium digitatum) (BAUTISTA-BAOS et al., 2003; MAZARO, 2007).

    Entre as vrias doenas listadas da cultura do morangueiro, as mais

    observadas e de importncia econmica no Sudoeste do Paran so a mancha-de-

    micosferela, mancha-de-dendrofoma, flor-preta e o mofo-cinzento nos frutos.

    1.2.1.1 Mancha-de-dendrofoma

    A mancha-de-dendrofoma causada pelo fungo Dendrophoma obscurnas .

    Este patgeno afeta as folhas mais velhas, apresentando maior importncia quando

    encontrada com grande ndice de severidade, destruindo a folhagem e

    enfraquecendo a planta, ocorre em todas as regies que produzem morango. A

    mancha-de-dendrofoma favorecida quando se tem alta umidade e temperatura.

    Os condios so formados por estruturas denominados de pcnidios, formandos no

    centro das leses, pela gua das chuvas ou da irrigao. O patgeno pode

    permanecer nos restos das plantas na entressafra (MAZARO, et.al., 2006a).

    Sintomatologia:Este patgeno provoca manchas necrticas com at 25mm

    de dimetro, e ocorrem em pequeno nmero por folha, localizando-se nos pices

    das folhas, crescendo em direo ao centro, ao longo das nervuras, adquirindo

    formato elptico ou em formato de V. Inicialmente as manchas so circulares, com

    colorao vermelha prpura e posteriormente apresentando, o centro marrom-

    escuro e circundado por uma zona marrom clara. No centro das leses, pode-se

    observar pequenas pontuaes negras, que so os picndios do fungo (MAZARO,

    et.al., 2006a).

    Controle: De acordo com Dias et al. (2007), devido a pequena importncia

    econmica da doena, dificilmente so adotadas formas de controle, embora se

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    saiba que a eliminao das folhas atacadas pode reduzir significativamente a

    infeco.

    1.2.1.2 Mancha-de-micosferela

    causada por Mycosphaerella fragariae cujo amorfo Ramularia tulasnei

    Sacc uma forma predominante no Brasil. As doenas denominadas de manchas

    provocam perda na rea fotossinttica e induzem perdas de 10% a 100% da

    produtividade, dependendo das condies ambientais e da suscetibilidade da

    variedade utilizada (TANAKA et al., 2005).

    Os condios so produzidos em temperaturas entre 15 e 25C, porm na

    faixa de temperaturas de 20 a 25C se pode verificar a maior incidncia da doena.

    A gua da irrigao propicia umidade adequada para que ocorra a infeco do

    patgeno. A disseminao dos condios geralmente ocorre atravs do vento, pela

    gua da chuva e da irrigao. A infeco primaria proveniente do inculo que

    sobreviveu em restos da cultura, servindo as folhas velhas como fonte de inoculo

    para possveis infeces secundrias (DIAS et al., 2007).

    Sintomatologia:Os sintomas iniciais da doena so manchas pequenas de

    colorao prpura escura e com os contornos definidos. Conforme as leses vo

    aumentando, formam-se manchas circulares de 3 a 5 mm de dimetro, de bordos

    vermelho-prpura, apresentando o centro levemente deprimido, necrosado, de cor

    acinzentada. Quando sofrem ataques severos, estas manchas podem coalescer,

    comprometendo toda a rea dos fololos (MAZARO et.al., 2006b). Nos frutos, as

    leses so marrom avermelhadas, apresentando formato arredondado. Nos demais

    rgos da planta, o patgeno causa leses alongadas com o centro na maioria das

    vezes deprimido de colorao avermelhada ou violcea (DIAS et al., 2007).

    Controle: a doena de maior ocorrncia e que pode ser encontrada em

    todas as regies de cultivo. Desta maneira a utilizao de mudas sadias de

    extrema importncia na preveno dessa doena. Quando as mudas esto

    abrigadas em tneis baixos devem possuir um bom arejamento. A eliminao das

    folhas com grande ndice de severidade pode aumentar a eficincia da aplicao de

    fungicidas devido muitas cultivares atualmente serem suscetvel doena (MAZARO

    et.al., 2006b).

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    1.2.1.3 Antracnose

    A antracnose uma das doenas mais importantes do morangueiro podendo

    comprometer o desenvolvimento da cultura devido a sua ao devastadora, as

    medidas de controle utilizadas so de baixa eficincia e as cultivares disponveis

    hoje no mercado (TANAKA; PASSOS, 2002). A antracnose causada pelo fungo

    Colletotrichum acutatum.,detectado na Austrlia, em 1954, sendo citada como uma

    doena de grande potencial apartir da dcada de oitenta em vrios pases

    (PARIKKA; LEMMETTY, 2004). No Brasil as primeiras observaes foram feitas no

    Esprito Santo, no ano de 1993, em mudas provenientes do Estado de So Paulo,aps surtos em algumas lavouras da Regio Serrana (COSTA et al., 2003).

    Sintomatologia:A antracnose conhecida tambm como flor preta, sendo

    observada geralmente nas inflorescncias, podendo infectar os frutos, pecolos,

    limbos foliares e meristemas apicais. Nas flores a infeco pode aparecer no incio

    da formao do boto indo at o seu desenvolvimento completo. Os estames, os

    pistilos e as ptalas apresentam colorao marrom escura tornando-se necrosado.

    Geralmente, a infeco tem seu incio nos pednculos, apresentando leses escuras

    e alongadas, atingindo em seguida os clices, as flores e os frutos. comum asleses terem seu inicio no prprio clice, coalescendo e necrosando extensas reas

    de tecido. Toda a inflorescncia pode apresentar sintomas e, nas infeces

    severas, ter um aspecto de queima, com botes, flores e frutos jovens necrosados e

    mumificados (TANAKA; PASSOS, 2002; MAZARO, 2007).

    A introduo do patgeno em novas reas ocorre atravs de mudas com

    infeco (LEANDRO et al., 2001) que muitas vezes os sintomas costumam passar

    despercebidos. As folhas novas so infectadas ocorrendo nelas a esporulao, com

    inicio da infeco das flores e dos frutos que surgem no outono. O inculo para

    novas infeces se mantem nas plantas e so provenientes de inflorescncias e

    brotos doentes e mumificados (TANAKA; PASSOS, 2002).

    O esporo geralmente disseminado pela gua da chuva ou da irrigao por

    asperso (LEANDRO et al., 2001). O vento, os insetos e mesmo o homem, tambm

    podem disseminar o inculo. Existe tambm a possibilidade do patgeno sobreviver

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    em algumas plantas hospedeiras alternativas (TANAKA et al., 2005). As

    temperaturas em torno de 19 a 23 oC, as chuvas prolongadas, alta umidade e o

    excesso de nitrognio, podem contribuir para a pr-disposio da doena (COSTA;

    VENTURA, 2006).

    Controle:O uso de mudas sadias o melhor mtodo de controle preventivo

    devido a este patgeno dificilmente permanecer em um canteiro entre um cultivo e

    outro, porm o controle da flor preta baseia-se na eliminao dos restos culturais e

    na utilizao do sistema de irrigao de gotejamento que evitar que seja molhada a

    parte area da planta evitando assim a disseminao (DIAS et al, 2007).

    1.2.3 Utilizao das caldas bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro

    1.2.3.1 Calda bordalesa

    Segundo Pedrini (2000), a calda bordalesa um fungicida que surgiu no

    sculo XIX na regio de Bourdeaux, na Frana. Sua eficincia comprovada sobre

    numerosas doenas fngicas da videira, caquizeiro, citros e de outros cultivos,

    apresentando tambm ao contra bactrias e pragas. A grande vantagem da

    utilizao da calda bordalesa devido a possuir baixo custo, sendo este muitomenor que os demais defensivos e tambm devido ao fato da calda poder ser

    produzida pelo prprio agricultor, na sua propriedade. A sua utilizao no deixa

    resduos txicos, amenizando os efeitos sobre o homem e a natureza. Possui ao

    fungicida nas plantas, fortalecendo as folhagens e fornecendo nutrientes

    importantes, como clcio, cobre e enxofre, podendo tambm ser acrescida de

    micronutrientes na forma de sulfatos, com vantagens. uma tima opo ao

    agricultor pela reduo dos custos e por atender crescente procura por produtos

    mais naturais (CATI, 2007). Sua aplicao deve ser realizada preventivamente, compulverizao em alta presso, formando uma finssima camada, que dever recobrir

    os rgos vegetais das plantas dando boa aderncia contra as chuvas e proteo

    contra a instalao de doenas. Essa calda utilizada para o controle de mldio em

    videiras sendo conhecida como fungicida agrcola mais tradicional (PEDRINI, 2000).

    Torna-se difcil indicar uma concentrao fixa para o uso da calda bordalesa, devido

    s condies climticas locais, o tipo ou a espcie usada, a fase da cultura e a forma

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    de conduo poder interferir na concentrao dos ingredientes. Costuma-se

    recomendar ao agricultor fazer um teste em algumas plantas antes de aplicar em

    todas, afim de observar o efeito desta sobre as plantas e desta maneira evitar riscos

    de fitotoxicidade e queima de folhas e frutos (CATI, 2007).

    A calda bordalesa deve ser usada neutra ou alcalina, respeitando as

    recomendaes para cada cultura. A calda neutra (pH 7) compatvel com muitos

    defensivos, todavia, quando alcalina (pH maior que 7), torna-se incompatvel com a

    grande maioria dos defensivos agrcolas (CATI, 2007).

    Aps a aplicao da calda, deve-se respeitar um intervalo de 25-30 dias

    para aplicar a calda sulfoclcica. Para evitar corroso, os equipamentos e metais

    devem ser lavados com soluo aquosa de 25% de cido actico (vinagre) mais

    duas colheres de ch de leo mineral (CATI, 2007).Gonalves (2007) verificou que ocorreu uma significativa reduo na

    severidade da requeima da batata com o uso da calda bordalesa, porm no pode

    ser observado diferena na produo.

    Peruch (2008) constatou que concentraes de 0,4% de calda bordalesa

    controlaram o mldio nas folhas da videira e diminuram a incidncia nos cachos,

    porem em concentraes de 0,8% apresentaram fitotoxidade nas plantas. No se

    observou diferena em relao a produtividade.

    Conforme Filho (2007) em estudos para avaliar efeito da aplicao foliar detratamentos para o controle do mldio (Peronospora destructor) e da podrido de

    bulbos (Burkholderia cepacia) de cebola, a calda bordalesa no apresentou

    resultados significativos em relao a reduo da severidade em mldio e no

    aumentando tambm o rendimento dos bulbos.

    A calda Bordalesa o resultado da mistura do sulfato de cobre, cal hidratada

    ou cal virgem e gua, sua formulao ocorre na proporo de 1 parte de cal virgem

    e 1 parte de sulfato de cobre para 100 partes de gua, sendo a quantidade de cada

    ingrediente baseado no volume final de calda pretendido. A mistura das soluesdeve ser realizada despejando a soluo de sulfato de cobre sobre a soluo de cal,

    nunca ao contrrio, e apresentar aspecto denso, em que a cal no se decanta.

    Recomenda-se que a calda pronta seja aplicada no mesmo dia de preparo, nas

    horas mais frescas do dia e de preferncia em dias sem a ocorrncia de chuvas. A

    anlise do pH da calda pode ser realizada com papel de tornassol ou colocando-se

    algumas gotculas numa lmina de ferro por alguns minutos, se esta estiver cida,

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    reagir com o metal, mostrando rea parda, porem se for neutra, no afeta o

    metal, sem qualquer formao ferruginosa (PEDRINI, 2000).

    1.2.3.2 Calda sulfoclcica

    Segundo Negri (2007), a calda sulfoclcica considerada um defensivo

    alternativo o qual permitido o uso na agricultura orgnica pelo Ministrio da

    Agricultura e do Abastecimento. Pode ser utilizada como fungicida e como adubo

    foliar, alm de ser considerada como acaricida, fungicida e inseticida pela ao dos

    polissulfetos de clcio, principalmente os tetra e pentasulfetos (ABREU JUNIOR,

    1998; AZEVEDO, 2003). Todavia, essa calda pode ser fitotxica para algumas

    culturas, principalmente no perodo do vero. Por este motivo recomendada

    prioritariamente para controlar pragas em fruteiras e durante o perodo de inverno

    (GUERRA, 1985).

    Recomenda-se o uso da calda sulfoclcica como tratamento erradicante

    principalmente durante o perodo de inverno em plantas como pessegueiros,

    pereiras, macieiras, figueiras, parreiras e ameixeiras (CARVALHO, 1980; FORTES

    et.al, 1998). A calda de aplicao segura, se aplicada respeitando as

    recomendaes, sendo assim incuos aos mamferos, possui um grau mdio de

    ao sobre os predadores, estando de acordo com os conceitos do manejo

    integrado de pragas - MIP. Apresenta custo baixo, podendo ser adquirido

    comercialmente ou produzida na propriedade (ABREU JUNIOR, 1998).

    A calda sulfoclcica tem sido utilizada na citricultura para o controle de

    pragas e doenas aliado ao objetivo de preservar o equilbrio natural (EMBRAPA,

    2006).

    A temperatura mnima adequada para a utilizao da calda sulfoclcica de

    18C, sendo que abaixo desta prejudicada a sua ao fumigante faixa de

    temperatura mxima fica em torno de 28 a 30C. Caso a temperatura seja superior a

    estimada poder ocorrer injrias nas brotaes novas e frutos em formao. Alguns

    frutos de variedades precoces podem apresentar-se mais expostos a esses danos,

    devido a estarem em estado de maior sensibilidade em pocas de temperaturas

    elevadas. Os frutos de casca fina so mais sensveis a temperaturas elevadas. Em

    relao a umidade relativa do ar esta pode ser limitante quando inferir a 60%, sendo

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    assim as aplicaes noturnas so mais eficientes. Os ventos quando fortes, tambm

    podem deslocar a ao fumigante, neste caso deve-se priorizar o uso com brisas e

    ventos amenos. Na ocorrncia de chuvas at 4 horas aps a aplicao da calda

    pode alterar a eficcia da mesma, devido ao aumento da quantidade de gua

    interferindo na reao desejada (EMBRAPA, 2006).

    Recomenda-se utilizar uma calda sulfoclcica de qualidade comprovada e

    boa procedncia. O intervalo de 15 dias para aplicaes subseqentes com outros

    acaricidas, fungicidas e inseticidas deve ser criteriosamente respeitado, assim como

    no recomendado misturar a calda com leo mineral ou vegetal e sais

    micronutrientes ou fertilizantes foliares. Caso necessite fazer um armazenamento da

    calda utilizar tanques com sistema de agitao ou em bombonas hermeticamente

    fechadas, pelo prazo de 1 ano. O equipamento usado na pulverizao antes dautilizao da calda deve ser protegido com leo diesel, leo 40 ou similar e logo

    aps o uso recomenda-se lavar com soluo de cido ctrico anidro a 20%, ou

    soluo de vinagre ou limo a 10%. A aplicao do produto deve ser feito no mesmo

    dia do seu processamento (PEDRINI, 2000).

    A poca de aplicao da calda deve ser no inverno, sendo recomendada

    para o "tratamento de limpeza" de tronco e ramos, com objetivo principal de eliminar

    fungos de revestimento (algas, musgos, lquens) e tambm controlar cochonilhas e

    doenas como a rubelose e gomose. Durante o vero em concentraes e intervalosreduzidos tambm pode ser utilizada, quando o calor for intenso, ocorre uma maior

    dificuldade de aplicao, sendo assim, um tratamento antecipado das pragas-chaves

    poder ser realizado, mesmo que os nveis de MEP (Manejo Ecolgico de Pragas),

    no estejam indicando o controle (EMBRAPA, 2006).

    De acordo com Penteado (2000), a calda tambm utilizada no controle

    de caros fitfagos em diversas culturas.

    Negri (2007), alm de possuir ao fitossanitria, a calda sulfoclcica pode

    fornecer nutrientes s plantas tais como clcio e enxofre (possui 19 % de enxofre e 8% de clcio), com ao rpida sobre caros e certos insetos diminuindo perdas por

    ocorrncia de chuvas logo aps os tratamentos.

    Conforme Silva (2007), a calda sulfoclcica apresentou uma reduo nos

    danos causados por mosca-das-frutas de 47 a 58% em tangoeiro Murcott (2004) e

    laranjeira Cu (2003).

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    Em estudos realizados em pessegueiro por Negri (2007), a calda

    sulfoclcica apresentou maior potencialidade no controle da doena de podrido

    parda em prcolheita, justificando sua eficincia j comprovada contra diversas

    doenas fngicas em frutferas e outras culturas (ABREU JUNIOR, 1998). A

    utilizao da calda sulfoclcica no controle da podrido parda indicado por vrios

    autores (ABREU JUNIOR, 1998; GARRIDO; SNEGO, 2003; RASEIRA; QUEZADA,

    2003). Tambm alguns pesquisadores da EPAGRI, Estao Experimental de

    Ituporanga, SC, vm utilizando com sucesso a calda sulfoclcica 29 B diluda a

    0,4% associada a iodo diludo a 0,04 % no manejo da sarna da ameixeira, causada

    por Cladosporium carpophylum Thuem (GONALVES et al., 2005).

    Conforme Negri (2007), em trabalhos realizados com pessegueiro a

    aplicao de calda sulfoclcica resultou em maior produtividade. A calda sulfoclcicacom iodo e o tratamento misto com calda sulfoclcica e iodo, fosfitos de CaB e de K

    e o antagonista Trichothecium roseum apresentaram resultados eficientes na fase

    de ps-colheita na cultivar Granada no controle de podrido parda.

    1.2.3.3 Biofertilizante supermagro

    A utilizao de biofertilizante lquidos, em forma de fermentados microbianos

    simples ou enriquecidos, vem sendo empregados no controle das pragas e doenas

    e tambm para nutrio das plantas. Essa estratgia esta baseada no equilbrio

    nutricional e biodinmico do vegetal. A grande importncia do biofertilizante se

    encontra nos quantitativos dos elementos, na diversidade dos nutrientes minerais

    quelatizados, que so disponibilizados pela atividade biolgica, e por ser ativador

    enzimtico do metabolismo vegetal (LAGREID et al., 1999; PRATES, 2001).

    Segundo Pedrini (2000), o biofertilizante supermagro obtido de um de

    decomposio da matria orgnica realizado por meio atravs de fermentao

    anaerbica, em meio lquido. Como resultado da fermentao se obtm um resduo

    lquido, utilizado como adubo foliar, defensivo natural, que vem sendo utilizado por

    agricultores que trabalham principalmente na agricultura familiar.

    A receita do supermagro foi desenvolvida no Rio Grande do Sul, pelo

    Tcnico Agropecurio Delvino Magro e por agrnomos do CAE (Centro de

    Agricultura Ecolgica Ip). Seu objetivo era utilizar o biofertilizante em culturas de

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    uva, ma, pssego, tomate, batata e hortalias em geral. O biofertilizante

    composto por esterco, gua, sais minerais (micronutrientes), outros resduos

    animais, melao e leite. Sua composio to variada e rica com o intuito de que o

    biofertilizante sofra um completo processo de fermentao e seja nutritivo para as

    plantas. Recomenda-se que seja feito a diluio de 2% a 5% e que a pulverizao

    seja mensal (PEDRINI, 2000).

    Conforme Santos (1992), o biofertilizante supermagro, em sua forma lquida,

    alm de fornecer fsforo, potssio, clcio, magnsio, enxofre e micronutrientes,

    tambm pode exercer funo de fungicida, bactericida, nematicida sem ser

    prejudicial aos inimigos naturais.

    Segundo dados da EMBRAPA (2006), o biofertilizante supermagro

    utilizado como adubo foliar, que tem por objetivo complementar a adubao orgnicado solo, fornecendo assim micronutrientes, sendo estes micronutrientes sais

    minerais essenciais ao metabolismo, crescimento e produo das plantas, todavia

    exigidos em pequenas quantidades. O biofertilizante supermagro tambm tem

    atuado como defensivo natural por ser meio de crescimento de bactrias benficas,

    geralmente o Bacillus subtilis, que inibe o crescimento de fungos e bactrias

    causadores de doenas nas plantas e tambm responsvel por aumentar a

    resistncia contra insetos e caros.

    Mesquita (2007), no observou diferena significativa da utilizao dosupermagro sobre produo e qualidade fsico qumica dos frutos de mamoeiro (cv.

    Hava), porm, concentraes crescentes de biofertilizante supermagro influenciam

    a massa mdia, os atributos externos avaliados pelo comprimento e dimetro dos

    frutos, bem como a acides titulvel, dentre as caractersticas externas.

    Calvacante et.al.(2006), utilizaram o biofertilizante supermagro no solo na

    forma liquida, na cultura do maracujazeiro-amarelo e constatou que o rendimento de

    polpa, assim como os slidos solveis totais, acides titulvel e os teores de vitamina

    C dos frutos se mantiveram dentro dos padres exigidos pelo mercado consumidor.No entanto, observou-se que o aumento das concentraes deste produto no

    exerceu efeitos significativos nessas caractersticas de polpa de frutos. Porm

    Macdo et.al. (2006), quando aplicaram biofertilizante supermagro, biofertilizante

    puro e uma mistura dos dois biofertilizantes pode observar que o biofertilizante

    supermagro aplicado ao solo aumentou o rendimento dos frutos de maracujazeiro-

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    amarelo comparado com o biofertilizante puro ou a mistura do biofertilizante puro e

    biofertilizante supermagro.

    Silva (2000) avaliou a resposta do maracujazeiro-amarelo em relao a

    aplicao dos volumes de 4 e 8 litros de biofertilizante por planta, no solo, o

    biofertilizante diludos em gua na proporo de 1:1, apresentou efeitos positivos em

    relao ao dimetro caulinar e a massa mdia dos frutos de maracuj.

    De acordo com Prates et.al (2001), as caldas interferem no equilbrio

    metablico dos vegetais, dessa forma, importante respeitar uma freqncia de

    pulverizaes foliares, principalmente nas fases fenolgicas da cultura (brotao,

    vegetao, florescimento e frutificao), pois pode causar danos a cultura.

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    2 MATERIAIS E MTODOS

    Os experimentos foram conduzidos no ano de 2007 e 2008 na Universidade

    Tecnolgica Federal do Paran (UTFPR), Campus Dois Vizinhos PR, situada a 25

    42 S e 53 03 W, a 519 metros de altitude. No ano de 2007 e 2008 as temperaturas

    mdias foram de 11 C a 30 C e de 10 C a 31 C respectivamente. O solo local

    do tipo Latossolo Vermelho Distrofrrico Tpico com terreno apresentando a

    declividade mdia em torno de 3%. As cultivares utilizadas para o experimento foram

    Camarosa, Camino Real e Albion, cujas mudas foram importadas do Chile. O

    sistema de conduo foi a campo com cobertura de solo com accula de pinus e

    irrigao por asperso. As temperaturas mnimas, mdias e mximas foram obtidas

    atravs da unidade da estao metereolgica da Universidade Tecnolgica Federal

    do Paran- Campus Dois Vizinhos.

    No primeiro ano utilizou-se a cultivar Camarosa com treze tratamentos

    sendo avaliado as caldas bordalesa, sulfoclcica e o biofertilizante supermagro em

    diferentes concentraes. No segundo, ano realizou-se o experimento utilizando

    concentraes que apresentaram melhores repostas, bem como, associao de

    caldas nas cultivares Camarosa, Camino Real, e Albion.

    A calda sulfoclcica foi adquirida no comrcio local e oriunda da empresa

    UNIBEM Comrcio Atacadista LTDA, Nova Prata - RS. A calda bordalesa foi

    preparada artesanalmente seguindo as orientaes de BURG E MAYER (2002). O

    supermagro tambm preparado na UTFPR Campus Dois Vizinhos seguindo a

    metodologia descrita por BURG E MAYER (2002).

    2.1 EXPERIMENTO I

    As mudas foram importadas do Chile, sendo o plantio realizado no ms de

    maio de 2007, no espaamento de 0,30x0,30m entre plantas e quatro fileiras por

    canteiro.

    O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 13 tratamentos,

    trs repeties e 16 plantas por parcela. O experimento foi um fatorial 3x4, com

    testemunha adicional na qual aplicou-se gua. O fator A foi constitudo pelas caldas

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    bordalesa, calda sulfoclcica e biofertilizante supermagro. O fator B foi constitudo

    pelas concentraes de 0,5; 1,0; 2,0; 4,0%, desta maneira os tratamentos

    resultantes foram: Testemunha (T1): Calda Bordalesa a 4%; (T2): Calda Bordalesa a

    2%; (T3): Calda Bordalesa a 1%; (T4): Calda Bordalesa a 0,5%; (T5), Calda

    Sulfoclcica a 4%; (T6) Calda Sulfoclcica a 2%; (T7): Calda Sulfoclcica a 1%; (T8):

    Calda Sulfoclcica a 0,5%; (T9) Supermagro a 4%; (T10): Supermagro a 2%; (T11):

    Supermagro a 1% e (T12): Supermagro a 0,5%. As aplicaes dos tratamentos

    foram realizadas a cada 7 dias e as colheitas foram feitas em intervalo mdio de trs

    dias.

    Aps cada colheita, os frutos foram transportados at o laboratrio de

    bioqumica e fitossanidade da UTFPR Dois Vizinhos onde foram feitas as

    seguintes avaliaes:

    a) Produtividade mdia por planta

    Foi obtida somando-se a massa dos frutos de todas as colheitas, dividindo-

    se pelo nmero de plantas da parcela;

    b) Massa mdia de frutos por planta

    Foi obtida dividindo-se a massa total dos frutos pelo nmero total de frutos

    por planta;

    c) Firmeza de polpa

    Foi determinada com uso de penetrmetro manual de alta preciso com

    leitura de 0 a 14 libras, munido de uma ponteira de 7,9 mm, perfurando-se cada fruta

    em dois lados opostos na regio equatorial. O valor foi expresso em libras/cm2 e

    transformado para Newton;

    d) Acidez titulvelFoi determinada em uma amostra de 10 mL de suco dos frutos, extrado com

    auxlio de um multiprocessador eletrnico, sendo essa amostra diluda em 100 mL

    de gua destilada e titulada com uma soluo de hidrxido de sdio a 0,1N at pH

    8,1. Para expressar a acidez em g de cido ctrico por 100 mL de suco, se realizou o

    seguinte clculo (AOAC, 1996):

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    g de cido citrico/100 mL =amostraV

    NaOHVxNaOHNx6,7

    e) Slidos solveis totais

    Foi determinado por refratometria manual, com posterior correo do efeito

    da temperatura e o resultado expresso em oBrix;

    f)Danos aos frutos

    Foi considerada a presena e ausncia e percentual danificado,

    considerando fruto danificado aquele que apresentava caractersticas anormais de

    colorao (tingimento do fruto);

    g)Avaliao sensorial

    Foi realizada por um grupo de 10 degustadores no treinados, adotando-se

    dois nveis de qualidade. Nvel 1 com sabor, aroma ou textura anormal, e grupo 2

    com sabor, aroma e textura normais.

    e) Avaliao de doenas

    Em 2007, avaliaram-se as seguintes doenas: mancha-de-micosferela,

    mancha-de-dendrofoma e antracnose. As avaliaes de incidncia, nas datas deamostragem (Tabela 1), foram realizadas a cada 20 dias. Efetuou-se a contagem do

    nmero de folhas com sintomas das doenas, considerando-se as quatro plantas

    centrais de cada parcela, e a incidncia definida pelo percentual de folhas atacadas

    em relao ao total de folhas das plantas avaliadas. Para avaliao da antracnose,

    foi efetuada a determinao da incidncia de sintomas tpicos do ataque do

    patgeno, caracterizado pela necrose do pecolo, das flores e frutos jovens,

    deformaes em frutos verdes e manchas deprimidas nos frutos maduros (TANAKA;

    PASSOS, 2002). Foram realizadas contagens do nmero de estruturas comsintomas da doena (pecolos, flores e frutos), considerando-se as quatro plantas

    centrais de cada parcela, e a incidncia definida pelo percentual total de pecolos,

    flores e frutos atacadas em relao ao total das plantas avaliadas.

    Para mancha-de-micosferela, alm da incidncia, foi realizada avaliao da

    severidade, aplicando-se a escala diagramtica proposta por Mazaro et al. (2007).

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    Com base nos dados obtidos foi determinada a rea abaixo da curva de

    progresso da incidncia e severidade da doena atravs da metodologia proposta

    por Campbell & Madden (1990), pela seguinte frmula:

    iin

    i

    ii ttyy

    AACPD

    11

    1

    2

    onde yi= incidncia ou severidade na poca da avaliao i e ti = tempo da

    avaliao i.

    Para as anlises bioqumicas em tecidos foliares foram coletados 6 discos

    foliares de 2 cm de dimetro, sendo as amostras em seguida congeladas em

    nitrognio lquido e armazenadas em freezer a -20 oC at as avaliaes. No

    Laboratrio de bioqumica e fitossanidade da UTFPR Dois Vizinhos realizaram-se

    as seguintes anlises:

    f) Protenas totais

    As amostras de tecido foliar foram maceradas em almofariz com 10 mL de

    tampo fosfato 0,2 M (pH 7,5). Para quantificao do contedo total de protenas

    nas amostras foi empregado o teste de BRADFORD (BRADFORD, 1976). A

    metodologia utilizado foi adaptada por Mazaro, (2007). A Leitura foi realizada em

    espectrofotmetro, modelo NT 805 NOVATCNICA 630 nm. Os resultados foram

    expressos em mg g-1

    de tecido.

    g) Aminocidos totais

    As amostras foram maceradas em almofariz contendo 5 mL de cido

    sulfosaliclico, conforme adaptao feita por Mazaro, (2007). A leitura das amostras

    foi realizada em espectrofotmetro 520 nm. Os resultados foram expressos em mg

    g-1de tecido.

    h) Acares totaisForam determinadas pelo mtodo fenol-sulfrico descrito por DUBOIS et al.

    (1956).A metodologia utilizada foi adaptada por Mazaro, (2007). A leitura das

    amostras foi realizada a 490 nm. A concentrao de acares totais foi determinada

    atravs de curva padro de glicose. Os resultados foram expressos em mg g -1 de

    tecido.

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    i) Acares redutores

    Foram determinados pelo mtodo do dinitrosalicilato (DNS) (MILLER, 1959).

    As amostras foram maceradas em almofariz contendo 10 mL de tampo fosfato

    0,2M pH 7,5. A metodologia utilizada foi foi adaptada por Mazaro, (2007). A leitura

    das amostras foi realizada a 540 nm. A concentrao de acares redutores foi

    calculada em funo de curva padro de glicose. Os resultados foram expressos em

    mg g-1de tecido.

    j) Fenlicos totais

    As anlises foram realizadas em duas etapas, seguindo o mtodo adaptado

    de Bieleski & Turner (1966). A primeira compreendeu a extrao dos fenis totais e

    a segunda etapa compreendeu a determinao de fenis totais realizada pelomtodo adaptado de Jennings (1991). A metodologia utilizada foi adaptada por

    Mazaro, (2007). A absorbncia em 760 nm, em espectrofotmetro, modelo NT 805

    NOVATECNICA. O resultado foi expresso em mg.g-1de tecido.

    l) Peroxidases

    A quantificao da atividade total de peroxidases foi feita de acordo com a

    tcnica descrita por Matsuno e Uritani (1972), padronizada no Laboratrio de

    Bioqumica e Fitossanidade da UTFPR Dois Vizinhos. As amostras (4 discosfoliares de 2 cm de dimetro peso mdio total de 0,260g) foram maceradas em

    nitrognio lquido, e ento, adicionaram-se 5 mL de soluo extratora tampo

    fosfato 0,05 M, pH 7. A metodologia utilizada foi adaptada por Mazaro, (2007). As

    leituras foram realizadas em espectrofotmetro, modelo NT 805 NOVATECNICA,

    em comprimento de onda de 450 nm. Os resultados foram expressos em UE.Min-1.

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    2.1.1 Demonstrativo cronolgico do experimento I ano 2007

    Tabela 01 - Demonstrativo cronolgico do plantio das mudas, incio da aplicao das caldas, coletade tecidos foliares para anlises bioqumicas e momentos das avaliaes de doenas, para o ano de2007. UTFPR, Dois Vizinhos, 2010.

    DATA PROCEDIMENTO30 maio Plantio das mudas26 junho 1 Aplicao das caldas03 julho 2 Aplicao de caldas10julho 3 Aplicao de caldas

    1 Anlise de doena17julho 4 Aplicao de caldas24julho 5 Aplicao de caldas31julho 6 Aplicao de caldas

    2 Anlise de doena07 agosto 7 Aplicao de caldas14 agosto 8 Aplicao de caldas21 agosto 9 Aplicao de caldas

    3 Anlise de doena28 agosto 10 Aplicao de caldas

    4 setembro 11 Aplicao de caldas11 setembro 12 Aplicao de caldas

    4 Anlise de doena18 setembro 13 Aplicao de caldas25setembro 14 Aplicao de caldas2 outubro 15 Aplicao de caldas

    5 Anlise de doenaColeta de frutos para analises fsico-qumicas

    9 outubro 16 Aplicao de caldas16 outubro 17 Aplicao de caldas

    23 outubro 18 Aplicao de caldas6 Anlise de doena30 outubro 19 Aplicao de caldas6 novembro 20 Aplicao de caldas13 novembro 21 Aplicao de caldas

    7 Anlise de doena20 novembro 22 Aplicao de caldas27 novembro 23 Aplicao de caldas

    Coleta dos anis foliares para anlises bioqumicas

    2.2 EXPERIMENTO II

    Em 2008 o experimento foi realizado com as mesmas caldas usadas no

    experimento anterior, adotando-se a concentrao que apresentou melhor resposta

    agronmica, combinando as caldas e o biofertilizante em trs cultivares de

    morangueiro.

    O experimento foi um fatorial 5x3, sendo o fator A representado pela calda

    bordalesa, calda sulfoclcica, biofertilizante supermagro e alternncia do uso de

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    caldas e biofertilizantes e sem o uso de produtos.O fator B foi representado pelas

    cultivares Camarosa, Camino Real e Albion.

    O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com 13

    tratamentos, com quatro repeties e 16 plantas por parcela. As avaliaes foram

    realizadas nas 4 plantas centrais.

    As avaliaes realizadas foram: nmero de frutos por planta, produtividade,

    massa mdia de frutos por planta, anlises fsico-qumicas dos frutos (acidez

    titulvel, slidos solveis totais), avaliaes de doenas e anlises bioqumicas em

    tecidos foliares (protenas, acares totais e redutores e atividade da FAL).

    As metodologias de avaliao foram as mesmas utilizadas no experimento

    de I, sendo que nesse experimento (2008), avaliou-se tambm a atividade da FAL. A

    determinao da atividade da fenilalanina amonia-liase foi por quantificaocolorimtrica do cido trans-cinmico liberado do substrato fenilalanina, conforme

    metodologia descrita por Kuhn (2007).

    Coletaram-se oito folhas por parcela para determinao dos teores de

    Nitrognio, Fsforo, Potssio, Clcio e Magnsio. As anlises foram realizadas no

    Laboratrio de Solos da UTFPR, segundo a metodologia descrita em TEDESCO et.

    al., (1995).

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    2.2.1 Demonstrativo cronolgico do experimento II ano 2008

    Tabela 02 - Demonstrativo cronolgico do plantio das mudas, incio da aplicao das caldas, coletade tecidos foliares para anlises bioqumicas e momentos das avaliaes de doenas, UTFPR, DoisVizinhos, 2010.

    DATA PROCEDIMENTO20 junho Plantio das mudas30 julho 1 Aplicao das caldas

    06 agosto 2 Aplicao de caldas1 Anlise de doena

    13 agosto 3 Aplicao de caldas20 agosto 4 Aplicao de caldas26 agosto 2 Anlise de doena27 agosto 5 Aplicao de caldas29 Agosto 1 Coleta de frutos para analises qumicas

    1 Coleta de frutos para analises qumicas03 setembro 6 Aplicao de caldas10 setembro 7 Aplicao de caldas15 setembro 3 Anlise de doena17 setembro 8 Aplicao de caldas24 setembro 9 Aplicao de caldas01 outubro 10 Aplicao de caldas05 outubro 4 Anlise de doena08 outubro 11 Aplicao de caldas15 outubro 12 Aplicao de caldas17 outubro 2 Coleta de frutos para analises qumicas22 outubro 13 Aplicao de caldas25 outubro 5 Anlise de doena29 outubro 14 Aplicao de caldas

    05 novembro 15 Aplicao de caldas

    12 novembro 16 Aplicao de caldas14 novembro 6 Analise de doena19 novembro 17 Aplicao de caldas26 novembro 18 Aplicao de caldas03 dezembro 19 Aplicao de caldas

    3 Coleta de frutos para analises qumicas05 dezembro Coleta dos anis foliares para anlises bioqumicas

    2.3 ANLISE ESTATSTICA

    Os resultados obtidos no experimento I foram submetidos a anlise de

    varincia e regresso pelo programa SISVAR.

    No experimento II os dados foram analisados atravs do programa

    computacional SISVAR, submetendo-os anlise de varincia e comparao de

    mdias pelo teste de Tukey (P0,05).

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    3 RESULTADOS E DISCUSSES

    3.1 EXPERIMENTO I - ANO 2007

    A utilizao de calda bordalesa e sulfoclcica, e do biofertilizante

    supermagro contriburam para o aumento da produtividade no morangueiro cv.

    Camarosa (Figuras 1 e 2). A mxima eficincia tcnica foi obtida com 1,60% e

    1,68% para calda bordalesa e calda sulfoclcica, respectivamente. Acima dessas

    concentraes ocorreu um decrscimo do nmero de frutos e consequentemente na

    produtividade. Isso se deve ao possvel efeito fitotxico, provocados por altasconcentraes e a frequncia de aplicaes dessas caldas. Ges et al. (2004), em

    goiabeira, quando aplicou produtos cpricos no verificou nenhum tipo de sintomas

    de fitotoxicidade em frutos de tamanho inferior a 15 mm de dimetro.

    Contrariamente, estes produtos, quando aplicados isoladamente, em frutos entre 25

    a 35 mm de dimetro, causaram sintomas severos de fitotoxicidade, todavia com

    resultados positivos no controle de ferrugem da goiabeira. Por outro lado, a

    aplicao de calda bordalesa em concentraes de 0,1 a 0,8% no influenciaram na

    produtividade de videira cv. Goethe (PERUCH et.al. , 2008).Negri (2007), observou aumento no nmero de frutos por planta de

    pessegueiro nos tratamentos com calda sulfoclcica isolada ou conjugada com iodo,

    fosfitos de CaB e K e o antagonista Trichothecium roseum. Tambm foi observado

    resultados eficientes desses tratamentos na fase de ps-colheita na cultivar

    Granada.

    Nos tratamentos com o biofertilizante supermagro, ocorreu um

    comportamento linear crescente no nmero de frutos e produtividade at a

    concentrao de 4% (Figura 1 e 2), e no apresentou efeito fitotxico aos frutos. Issodemonstra a importncia da aplicao do mesmo na cultura do morangueiro, fato

    tambm observado na cultura do mamoeiro por MESQUITA et al., (2007).

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    y Calda Bordalesa = 1,2925x3- 11,755x2+ 24,047x + 29,818

    r2= 0,9*

    y Calda Sulfoclcica = -1,6567x2+ 5,5591x + 30,636

    r2= 0,86*

    y Supermagro = 2,5833x + 32,625

    r2= 0,91*

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

    Concentraes (%)

    Nmerodefrutos/pla

    nta

    Calda Bordalesa

    Calda Sulfoclcica

    Supermagro

    Figura 01- Nmero de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas com caldabordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. Dois Vizinhos, 2010.

    y Calda Bordalesa = -81,41x2+ 262,93x + 399,48

    r2= 0,91*

    y Calda Sulfoclcica = -59,179x2+ 200,95x + 405,77

    r2= 0,82*

    y Supermagro = 68,757x + 429,43

    r2= 0,77*

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

    Concentraes (%)

    Produo(g

    /planta)

    Calda Bordalesa

    Calda Sulfoclcica

    Supermagro

    Figura 02- Produtividade de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas com caldabordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, 2010.

    Com relao a massa mdia dos frutos de morangueiro (Figura 3) em funo

    dos tratamentos, observou-se resultado semelhante ao obtido com nmero e

    produo de frutos por planta (Figuras 1 e 2). A curva de mxima eficincia tcnica

    para calda bordalesa e sulfoclcica foram 1,61% e 1,70% respectivamente. O

    biofertilizante supermagro contribuiu de forma crescente, para o aumento da massa

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    mdia dos frutos, at a concentrao de 4%. Nessa concentrao o biofertilizante foi

    superior aos demais tratamentos. O efeito positivo do biofertilizante supermagro no

    aumento da massa mdia de frutos tambm foi observado por Rodrigues et al.

    (2009), em maracujazeiro-amarelo.

    y Supermagro = 0,8833x + 13,108

    R2= 0,63*

    y Calda Sulfoclcica = -1,1565x2+ 3,8689x + 13,132

    r2= 0,73*

    y Calda Bordalesa = -0,9578x2+ 2,6277x + 12,423

    r2= 0,92*

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    18

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

    Concentraes (%)

    Ma

    ssamdiafruto(g)

    Calda Bordalesa

    Calda Sulfoclcica

    Supermagro

    Figura 03- Massa mdia de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadas com caldabordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, 2010.

    As aplicaes dos tratamentos interferiram na varivel firmeza de polpa, com

    exceo do biofertilizante supermagro, sendo que com o emprego das caldasbordalesa e sulfoclcica ocorreu um aumento expressivo de firmeza em relao ao

    aumento da concentrao das caldas. O aumento da firmeza de polpa

    proporcionado pelas caldas importante na manuteno da qualidade ps-colheita

    dos frutos. A perda de firmeza ocorre devido a degradao da parede celular e a

    turgidez dos tecidos. Durante o perodo de maturao ocorre um incremento de

    enzimas, geralmente a poligalacturonase, a pectinase e a celulase, degradando

    assim os principais constituintes da parede celular, como a transformao de

    protopectinas em pectinas solveis (MAZARO, 2007). O aumento da firmeza dos

    frutos observado com a aplicao de caldas a 4% pode estar relacionada com a

    maior disponibilidade de clcio e enxofre s plantas e frutos. Sabe-se que o clcio

    interfere de forma positiva na manuteno ou no aumento da firmeza dos frutos,

    conforme observado por (DANIELE, 2002) em frutos de caqui FUYU. Para Rubin et

    al. (1998) o clcio ajuda a manter a firmeza de frutos melhorando a qualidade de

    caqui Fuyu.

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    Alm disso, o aumento da firmeza pode estar relacionado com a diminuio

    do tamanho dos frutos (Figura 3) em funo do aumento das concentraes das

    caldas. Frutos menores dentem a possuir maior firmeza.

    Conforme Mesquita et. al. (2007), em frutos de mamoeiro as aplicaes com

    biofertilizante supermagro nas concentraes de 0; 0,5; 1,0; 2,0% no apresentaram

    diferena significativa para firmeza de frutos.

    O emprego das caldas e do biofertilizante supermagro no alterou a acidez

    titulvel (Tabela 03),nem o teor de slidos solveis totais (Tabela 4). A acidez um

    dos componentes responsveis pelo sabor e aroma e a relao acares/acidez

    geralmente utilizada como ndice de qualidade e de aceitabilidade de frutas pelo

    consumidor. No processo natural de maturao dos frutos ocorre a perda da acidez

    devido a utilizao dos cidos orgnicos, principalmente ctrico e mlico emmorangos, como substrato no processo respiratrio via ciclo de Krebs (MAZARO,

    2007).

    O SST um parmetro importante devido a ser um indicativo sobre a

    quantidade de acares que esto presentes nos frutos. Conforme avana o estdio

    de maturao, o teor de SST tende a aumentar devido a biossntese ou

    degradao de polissacardeo (MANGNABOSCO et. al., 2008).

    Conforme Virmond e Resende (2006), os teores de slidos solveis so

    estimados em graus Brix, eles evidenciam as grandes variaes entre as diversascultivares, diferentes locais e pocas de cultivo, provavelmente em funo das

    variaes de temperatura, fotoperodo e manejo da cultura.

    Trabalhos realizados por Virmond e Resende (2006), demonstraram que o

    teor de slidos solveis totais dos frutos da cultivar Camarosa apresentou um

    aumento quando as plantas eram cultivadas em estufa, comparada com aquelas

    produzidas em tnel ou em campo. Este fato esta relacionado com as temperaturas

    propiciadas pelo sistema, que conforme descrito por Scott et.al. (1975) podem

    influenciar na qualidade do fruto, devido a maior sntese de compostos secundrios.Rombaldi et. al., (2004), quando avaliou o mosto de uva em diferentes

    sistemas de cultivo (convencional e de transio), sendo o de transio somente

    com aplicao de calda bordalesa, observou que as principais variveis de avaliao

    do mosto no diferiram significativamente em relao s prticas de manejo

    adotadas nos sistemas de cultivo. Isso demonstra a possibilidade de reduo e da

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    substituio de insumos no sistema de cultivo, sem prejuzos de produtividade e a

    qualidade.

    y calda bordalesa= 0,1553x2- 0,2925x + 2,3184

    R2= 0,99

    y calda sulfoclcica= 0,1639x2- 0,3879x + 2,3185

    R2= 0,98

    0,0000

    0,5000

    1,0000

    1,5000

    2,0000

    2,5000

    3,0000

    3,5000

    4,0000

    0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4

    Concentraes (%)

    Firmezadepolpa(Newton)

    Calda Bordalesa

    Calda Sulfoclcica

    Supermagro

    Figura 04- Firmeza de polpa (N/cm2)de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas e tratadascom calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, 2010.

    Tabela 03 - Acidez titulvel (g de cido citrico/100 mL.) de frutos de morangueiro Cv. no tratadas etratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, 2010.

    Acidez Titul vel

    Caldas MdiasCalda bordalesa 6,267 nsCalda sulfoclcica 6,267

    Supermagro 6,207Mdias 6,247CV(%) 7,05

    Acidez t itulvelConcentraes Mdias

    0,0 6,47 ns

    0,5 6,171,0 6,122,0 6,224,0 6,26

    Mdias 6,25CV(%) 7,05

    * Mdias seguidas pela mesma letra na coluna no diferem pelo teste de Tukey (P0,05). nsNo significativo.

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    Tabela 04 - Slidos Solveis Totais (oBrix)de frutos de morangueiro Cv. Camarosa no tratadas etratadas com calda bordalesa, sulfoclcica e biofertilizante supermagro. UTFPR - Dois Vizinhos, PR,2010.

    SSTCaldas Mdias

    Calda bordalesa 6,147 nsCalda sulfoclcica 6,187

    Supermagro 6,40Mdias 6,24CV(%) 5,44

    SSTConcentraes Mdias

    0,0 6,37 ns

    0,5 6,181,0 6,242,0 6,234,0 6,20

    Mdias 6,24

    CV(%) 5,44* Mdias seguidas pela mesma letra na coluna no diferem pelo teste de Tukey (P0,05). nsNo significativo.

    Na avaliao de danos nos frutos, observou-se que nas concentraes

    acima de 1,5% de calda bordalesa e sulfoclcica, os frutos apresentavam-se

    manchados pelas caldas (tingidos), sendo esse um fator limitante na utilizao de

    concentraes acima de 1%. J para o biofertizante supermagro esse dano no foi

    observado (Tabela 05).

    Os frutos apresentaram-se com tingimento, nas concentraes de 2 e 4%

    para calda bordalesa e sulfoclcica, sendo mais expressivo para a calda bordalesa

    na concentrao de 4%. Para calda sulfoclcica esse dano foi menor em

    comparao a calda bordalesa, mas mesmo assim, com valores expressivos (Tabela

    05). O fato de 100% dos frutos no apresentarem sintomas de tingimento, pode

    estar relacionado ao fato dos frutos tingidos possivelmente estarem com o estdio

    de maturao prximo a colheita, no momento da aplicao das caldas. Desta forma

    esse fator, restringiu a aplicao das caldas em concentraes acima de 1%, no

    experimento realizado em 2008, em trs cultivares de morangueiro, mesmo

    apresentando resultados de produtividade mais elevada em concentraes maiores.

    O tingimento dos frutos por produtos qumicos um fator limitante, pois visualmente

    descaracteriza-os, alm de apresentar a conotao de produto contaminado com

    agrotxico.

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    Tabela 05- Dano em frutos (tingimento) de morangueiro cultivar Camarosa no tratadas e tratadascom calda bordalesa, sulfo