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    ASSOCIAO DE POLITCNICOS DO NORTE (APNOR)

    INSTITUTO POLITCNICO DO PORTO

    Plataforma Logstica de Leixes

    Judite Filomena Soares Pereira

    Dissertao apresentada ao Instituto Politcnico do Porto para obteno do Grau de Mestre em Logstica

    Orientador: Prof. Doutor Jos Antnio Baptista da Costa

    Coorientador: Engenheiro Artur Machado de Campos Rangel

    Esta dissertao no inclui as crticas e sugestes feitas pelo Jri.

    Porto, Fevereiro de 2014

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Judite Filomena Soares Pereira

    Orientador: Prof. Doutor Jos Antnio Baptista da Costa

    Coorientador: Engenheiro Artur Machado de Campos Rangel

    Porto, Fevereiro 2014

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    RESUMO

    O fenmeno da globalizao nas economias contribui para as grandes alteraes que se

    verificam nas redes e nas solues de transporte e de abastecimento tornando-se assim cada

    vez mais importante o transporte integrado num conceito de Logstica.

    Com este trabalho pretende-se analisar e compreender a importncia das plataformas

    logsticas, nomeadamente a Plataforma Logstica de Leixes, no contexto da atual economia

    global enquanto elo de ligao e reforo nas cadeias logsticas, contribuindo para o

    desenvolvimento e crescimento da atividade econmica e industrial.

    As mudanas verificadas na economia mundial tiveram grande impacto quer na logstica quer

    nos transportes, permitindo a criao de cadeias logsticas mais eficientes e eficazes, de formaa poder dar resposta s exigncias dos novos mercados.

    Surgem assim as plataformas logsticas enquanto reas de interceo entre os grandes

    corredores de transporte, permitindo incorporar valor nas mercadorias contribuindo para uma

    maior eficincia na cadeia logstica. Para que se possa compreender a criao destas

    infraestruturas fazemos uma breve referncia sua histria.

    Para falarmos da Plataforma Logstica de Leixes temos que falar da Rede Nacional de

    Plataformas Logsticas do Plano Portugal Logstico, que foi criado pelo governo com o intuito

    de tornar mais competitivo o sistema logstico em Portugal, este plano contempla doze

    plataformas entre as quais a plataforma logstica de Leixes.

    No entanto no podemos falar da Plataforma Logstica de Leixes sem falar no porto de

    Leixes, uma vez que esta plataforma est ligada ao porto, fazemos assim uma breve anlise

    histrica do porto de Leixes e analisamos a sua evoluo ao longo dos anos e a sua relevncia

    quer em termos regionais e nacionais.

    Por fim caraterizamos a Plataforma Logstica de Leixes e analisamos os objetivos desta

    infraestrutura a nvel porturio e regional bem como a proposta de configurao final para os

    plos da plataforma.

    Palavras - chave: Plataforma Logstica, Porto de Leixes, Globalizao, Cadeias

    Logsticas, Redes de Transporte

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    RESUMEN

    El fenmeno de globalizacin en la economa contribuye a las grandes aplicaciones verificadas

    en las redes y en las soluciones de transporte y abastecimiento, convirtindose as cada vez

    ms importante el transporte integrado en un concepto de logstica.

    Con este trabajo se pretende analizar y comprender la importancia de las plataformas

    logsticas, en concreto la Plataforma Logstica de Leixes, en el contexto de la actual

    economa global, en cuanto al eslabn de unin y refuerzo en las cadenas logsticas,

    contribuyendo en el crecimiento y desarrollo de la actividad econmica e industrial.Las alteraciones verificadas en la economa mundial tuvieron un gran impacto tanto en la

    logstica como en los transportes, permitiendo la creacin de cadenas logsticas ms eficientes

    y eficaces, para poder dar respuesta a las exigencias de nuevos mercados.

    Surgen as las plataformas logsticas en cuanto reas de integracin entre los grandes trayectos

    de transporte, permitiendo incorporar valor en las mercancas contribuyendo as a una mayor

    eficiencia en la cadena logstica. Para poder comprender la creacin de estas infraestructuras

    haremos una breve referencia a su historia.

    Para hablar de la plataforma logstica de Leixes tenemos que hablar de la Rede Nacional de

    Plataformas Logsticas del Plano Portugal Logstico que fue creada por el Gobierno con la

    intencin de convertir ms competitivo el sistema logstico en Portugal, este plano contempla

    doce plataformas entre las que se encuentra la plataforma logstica de Leixes.

    Entre tanto, no podemos hablar de la plataforma logstica de Leixes sin hablar del puerto de

    Leixes, una vez que esta plataforma est ligada al puerto.

    Hacemos as un breve anlisis histrico del puerto de Leixes y analizamos su evolucin a lo

    largo de los aos y su relevancia tanto en trminos regionales como nacionales.Concluimos con la caracterizacin de plataforma logstica de Leixes y analizamos los

    objetivos de esta infraestructura a nivel portuario y regional, como una propuesta de

    configuracin final para los polos de la plataforma.

    Palabras Clave: Plataforma Logsta, Puerto de Leixes, Globalizacin, Cadenas

    Logsticas, Red de Transporte

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    ABSTRACT

    The phenomenon of globalization on economies contributes to the major changes that occur

    in the nets as well as in the transportation and supply solutions thus becoming increasingly

    important the integrated transportation in the concept of logistic.

    This work aims to analyze and understand the importance of logistic platforms, namely

    Leixes Logistic Platform in the context of the actual global economy as a link and

    strengthening the logistic chains, contributing to the development and growth of economic

    and industrial activity.

    Worldwide economy changes had a major impact both in logistics and transports, allowing the

    creation of more efficient and effective logistic chains, so that it can meet the demands of the

    new markets.The logistic platforms appear as interception areas between the major transport corridors,

    allowing incorporating value in goods thus contributing to greater efficiency in the logistic

    chain. In order to understand the creation of these infrastructures we make a brief reference

    to its history.

    When mentioning Leixes Logistic Platform we have to speak about the National Network of

    Logistic Platforms of the Plan Portugal Logistic, which was created by the government in

    order to make the logistic system in Portugal more competitive, this plan includes twelveplatforms including Leixes logistic platform.

    However we cannot speak of Leixes Logistic Platform without mentioning Leixes port,

    providing that this platform is connected to the port, in this regard we make a brief historical

    analysis of Leixes port and assay its development over the years and its relevance in regional

    and national terms.

    Lastly we characterize Leixes Logistic Platform and analyze the goals of this infrastructure at

    port and regional level as well as the final configuration proposal for the platform poles.

    Keywords: Logistic Platform, Leixes Port, Globalization, Logistic Chains, Transport

    Networks.

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    ABREVIATURAS E SMBOLOS

    APDL Administrao dos Portos do Douro e Leixes

    CCDR-N Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Norte

    CSCMP Council of Supply Chain Management Professionals

    CYLOG Castilla, y Len Logstica

    DL Decreto - Lei

    ETAR Estao Tratamento de guas Residuais

    GT Arqueao Bruta/ Gross Tonnage

    IC Itinerrio Complementares

    IMT Instituto da Mobilidade e dos Transportes

    IMTT Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres

    IP Itinerrio Principal

    IPTM Instituto Porturio e dos Transportes Martimos

    ITT Instituto de Transportes Terrestres

    IVA Imposto de Valor Acrescentado

    JOC Journal of Commerce

    JUL Janela nica Logstica

    JUP Janela nica Porturia

    MOPTC Ministrio das Obras Pblicas Transportes e Comunicaes

    PEDPL Plano Estratgico de Desenvolvimento do Porto de Leixes

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    PET Plano Estratgico de Transportes

    PLLN Plataforma Logstica Lisboa Norte

    PME Pequenas e Mdias Empresas

    P.U.A.E.V. Plano de Urbanizao da rea Empresarial de Valena

    RNPL Rede Nacional de Plataformas Logsticas

    RO-RO Roll-on/Roll-off

    TCGL Terminal de Carga Geral e Granis de Leixes, SA.

    TCL Terminal de Contentores de Leixes, S.A.,

    TCN Terminal Contentores Norte

    TCS Terminal Contentores Sul

    TEU Twenty-foot Equivalent Unit

    VCI Via de Cintura Interna

    VILPL Via Interna de Ligao ao Porto de Leixes

    VRI Via Regional Interior

    ZAL Zona de Atividade Logstica

    ZALDESA Zona de Atividades Logsticas de Salamanca

    ZALI Zona de Atividades Logsticas e Industriais

    ZALSINES Zona de Atividades Logsticas de Sines

    ZILS Zona Industrial e Logstica de Sines

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    AGRADECIMENTOS

    Gostaramos de registar o nosso agradecimento:

    Ao Prof. Doutor Jos Antnio Baptista da Costa, pela sua orientao, disponibilidade e

    esclarecimento proporcionado ao longo desta dissertao.

    Ao Engenheiro Artur Rangel pelo incentivo e confiana.

    Administrao dos Portos do Douro e Leixes, S.A. (APDL) pela disponibilidade em nosreceber e pelas informaes facultadas.

    Em especial Dra. Amlia Castro e ao Dr. Pedro Loureiro, pelo apoio e pelos elementos de

    trabalho fornecidos, que contriburam para o enriquecimento do trabalho realizado.

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    NDICE

    RESUMO ................................................................................................................................................ iii

    RESUMEN ............................................................................................................................................. ivABSTRACT ............................................................................................................................................. v

    ABREVIATURAS E SMBOLOS ..................................................................................................... vi

    AGRADECIMENTOS ...................................................................................................................... viii

    NDICE DE FIGURAS ...................................................................................................................... xi

    NDICE DE TABELAS ...................................................................................................................... xi

    1.INTRODUO .................................................................................................................................. 1

    1.1. Enquadramento e Motivao ............................................................................................... 1

    1.2. Objetivos do Trabalho .......................................................................................................... 2

    1.3. Metodologia ............................................................................................................................ 2

    1.4. Estrutura do Documento ...................................................................................................... 3

    2. A LOGISTICA ............................................................................................................................... 4

    2.1. Efeitos do Processo da Globalizao da Economia Sobre a Logstica ............................... 4

    2.2. Os Transportes e a Logstica ..................................................................................................... 7

    3. PLATAFORMA LOGISTICA ...................................................................................................... 11

    3.1. Referncia Histrica da Plataforma Logstica ....................................................................... 11

    3.2. Definio de Plataforma Logstica .......................................................................................... 12

    3.3. Caractersticas e Estrutura ........................................................................................................ 16

    4 REDE NACIONAL DE PLATAFORMAS LOGISTICAS ................................................. 18

    4.1. Plano Portugal Logstico .......................................................................................................... 18

    4.2. Caracterizao da Rede Nacional de Plataformas Logsticas .............................................. 21

    4.3 - Modelos de Gesto e Financiamento da Rede Nacional de Plataformas Logsticas ..... 25

    4.4 Implementao das Plataformas Logsticas Anunciadas ...................................................... 275. PORTO DE LEIXES .................................................................................................................. 31

    5.1 Anlise Histrica do Porto de Leixes .................................................................................... 31

    5.2. reas Concessionadas do Porto de Leixes .......................................................................... 32

    5.3. Anlise do Crescimento do Porto de Leixes ....................................................................... 36

    5.4. Porto de Leixes Enquanto Motor de Desenvolvimento da Economia Regional .......... 45

    6. PLATAFORMA LOGISTICA DE LEIXES .......................................................................... 48

    6.1. Caraterizao da Plataforma Logstica de Leixes................................................................ 486.2. Contextualizao da Proposta de Configurao Final Para os Plos da Plataforma....... 51

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    6.3 A Plataforma Logstica Enquanto Motor de Crescimento para o Porto de Leixes ....... 68

    7. CONCLUSO .................................................................................................................................. 71

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................. 73

    PGINAS DA INTERNET CONSULTADAS ............................................................................ 77

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    NDICE DE FIGURAS

    Figura 1 - Mapa do Porto de Leixes ................................................................................................ 36Figura 2 - Polo 1 - Gonalves ............................................................................................................. 49Figura 3 - Plo 2 - Gates/Guifes ................................................................................................... 50Figura 4 - Plo de Gonalves .............................................................................................................. 57Figura 5 - Plo de Gates-Guifes .................................................................................................... 59

    Figura 6 - Plataforma Logstica de Leixes ....................................................................................... 68

    NDICE DE TABELAS

    Tabela 1 - Movimento de Navios no Porto de Leixes .................................................................. 38Tabela 2 - Movimento de Mercadorias no Porto de Leixes ......................................................... 39Tabela 3 - Movimento de Contentores no Porto de Leixes ......................................................... 41Tabela 4 - Movimento Geral de Mercadorias nos Principais Portos do Continente .................. 43

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    Plataforma Logstica de Leixes

    1.INTRODUO

    1.1. Enquadramento e Motivao

    A globalizao surge associada a um elevado nmero de transformaes quer nas cadeias de

    abastecimento, distribuio e nos transportes. Cada vez mais as distncias entre a origem e o

    consumidor final so maiores e os consumidores por sua vez esto mais rigorosos levando a

    que as organizaes procurem os meios mais adequados para poder dar resposta s exigncias

    do mercado sem perder a sua competitividade. A logstica enquanto atividade transversal

    desempenha um papel fundamental na gesto dos fluxos quer fsicos quer informacionais,permitindo s organizaes criarem cadeias logsticas mais eficientes contribuindo assim para a

    melhoria dos nveis de servio prestados ao consumidor final e para reduo de custos na

    organizao. A logstica promove a adaptao da organizao sua envolvente preparando a

    mesma para alteraes que possam surgir bem como para as exigncias da concorrncia. As

    plataformas logsticas surgem associadas s transformaes que se verificaram quer a nvel do

    transporte quer nas cadeias logstica, uma vez que contribuem para a adaptao do produto

    final s necessidades especficas de cada mercado. Atualmente a mobilidade sustentvel das

    pessoas e bens feita em articulao com as infraestruturas de apoio s organizaes,

    permitindo assim obter ganhos de custos, tempo, eficcia. As organizaes podem desta

    forma reduzir os seus custos, obtendo vantagens competitivas, atravs da utilizao das

    instalaes das plataformas, normalmente localizadas perto dos mercados de consumo, para a

    realizao de operaes de valor acrescentado, quer pela utilizao das estruturas de servios

    partilhados e das estruturas de transportes intermodais. A vantagem do transporte intermodal

    consiste em combinar as potencialidades dos diferentes modos de transporte, permitindo

    desta forma obter ganhos significativos, no entanto para isso necessrio que exista uma redede infraestruturas, acessos e tecnologia interligados.

    Analisando a situao de Portugal verifica-se que h uma intenso do governo em querer

    melhor o sistema logstico, com a criao de vrias medidas para o seu desenvolvimento,

    nomeadamente a criao de um plano que aposta na criao de uma rede de plataformas

    logsticas no entanto verificaram-se vrias dificuldades e atrasos na execuo deste plano,

    sendo assim necessrio repensar e adequar este projeto s realidades atuais. Relativamente ao

    porto de Leixes que viu a sua plataforma porturia a ser incorporada neste plano, apesar devrios atrasos, avanou, estando previsto que as primeiras empresas comecem a operar ainda

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    Plataforma Logstica de Leixes

    este ano. Torna-se assim necessrio entender a necessidade do porto de Leixes em criar esta

    plataforma porturia, assim como compreender as espectativas que o porto e a regio Norte

    tm em relao a esta infraestrutura. assim importante analisarmos a atual posio e o

    contributo do porto de Leixes quer a nvel regional quer a nvel Nacional de forma a

    compreendermos a importncia da plataforma logstica no s a nvel porturio mas tambm a

    nvel econmico e de desenvolvimento para a regio Norte.

    1.2. Objetivos do Trabalho

    O objetivo deste trabalho consiste em analisar da plataforma logstica de Leixes sobretudonas suas caractersticas e objetivos. Enquanto plataforma porturia pretendemos compreender

    o seu impacto no porto de Leixes nomeadamente no desenvolvimento da sua capacidade

    logstica e operacional, mas tambm enquanto meio de desenvolvimento e de alargamento do

    hinterland do porto.

    Analisar a relevncia do porto de Leixes no crescimento da economia e da indstria na regio

    Norte. Compreender o contributo que esta plataforma ir desempenhar para aumentar a

    competitividade do porto e da prpria regio, considerando o favorecimento da

    multimodalidade, do ordenamento das atividades logsticas e no desenvolvimento e reforo

    dos fluxos inerentes s atividades logsticas de transporte.

    1.3. Metodologia

    Para a elaborao desta dissertao foi feito um estudo descritivo simples de forma a obter

    uma viso geral das plataformas logsticas permitindo descrever e compreender os objetivos enecessidades do porto de Leixes na implementao da plataforma logstica de Leixes. Neste

    sentido foram realizadas pesquisas a diversas fontes bibliogrficas, atravs da anlise de livros,

    artigos e documentos permitindo obter uma contextualizao do fenmeno em estudo.

    De acordo com os dados estatsticos existentes do porto de Leixes e dos portos nacionais

    procedemos sua anlise, assim como a anlise da proposta apresentada para a configurao

    dos plos da plataforma logstica de Leixes, de forma a compreender a importncia e os

    objetivos desta plataforma.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    1.4. Estrutura do Documento

    O presente trabalho est estruturado em sete captulos.

    O primeiro captulo enquadra a plataforma logstica enquanto infraestrutura de apoio s

    atividades logsticas, especifica os objetivos do trabalho e refere a estrutura desta dissertao.

    O segundo captulo aborda a logstica enquanto atividade transversal e fator importante para

    afirmao de uma estrutura econmica, analisamos tambm a importncia dos transportes no

    sistema logstico contribuindo para a competitividade das empresas.

    O terceiro captulo descreve o desenvolvimento das plataformas logsticas assim como o

    conceito, objetivo e estrutura destas infraestruturas.

    O quarto captulo aborda a Rede Nacional das Plataformas Logsticas, feita uma

    contextualizao e caracterizao desta rede no mbito do plano Portugal Logstico,

    analisando os modelos de gesto e financiamento deste plano bem como a implementao e o

    sucesso deste projeto.

    O quinto captulo enquadra o porto de Leixes atravs de uma breve anlise histrica assim

    como uma descrio das suas principais reas, feita uma anlise ao seu crescimento atravs

    de alguns dados estatsticos do porto de Leixes, ao seu hinterland e rede de acessos.

    O sexto captulo apresenta a Plataforma Logstica de Leixes, as suas caractersticas e

    objetivos, feita uma exposio de uma proposta de configurao dos plos da plataformaapresentada por uma entidade externa e analisada a relao da plataforma logstica no

    crescimento e desenvolvimento do porto de Leixes e da rea envolvente rea metropolitana

    do Porto.

    O stimo captulo apresenta as principais concluses deste trabalho e tece alguns

    desenvolvimentos futuros.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    2. A LOGISTICA

    No presente captulo vamos abordar o impacto da evoluo da economia Mundial na logstica

    e nos transportes, a globalizao surge associada a um elevado nmero de transformaes

    quer nas cadeias de abastecimento, distribuio e transportes. A logstica promove a adaptao

    da organizao sua envolvente preparando-a para alteraes que possam surgir bem como

    para as exigncias da concorrncia. O transporte e a logstica esto estritamente ligados e

    representam uma grande parte dos custos de uma empresa, torna-se assim essencial a

    utilizao de redes de transporte mais eficientes permitindo que as empresas sejam mais

    competitivas.

    2.1. Efeitos do Processo da Globalizao da Economia Sobre a Logstica

    Os processos de globalizao econmica e o consequente aumento do comrcio internacional

    influenciaram as estruturas e os modelos de distribuio.

    A globalizao como estimulador do comrcio e do transporte baseia-se, do ponto de vista

    macroeconmico, no crescimento geral da economia assente na produo e distribuio de

    uma maior variedade de novos produtos, mais elaborados e com mais valor, e do ponto devista microempresarial, na obteno de economias de escala atravs de alianas com os

    concorrentes mais diretos permitindo oferecer mais servios por meio de um crescimento

    horizontal do quadro empresarial (Puertos del Estado, 2002)

    A crescente globalizao da economia mundial, o desenvolvimento do transporte de

    mercadorias e os elevados nveis de competio entre as empresas contriburam para a criao

    de cadeias logsticas eficientes e determinantes na competitividade de um pas.

    A oferta de cadeias de abastecimento eficazes, a reduo dos custos com a distribuio de

    mercadorias atrai e proporciona a implementao de empresas estimulando o

    desenvolvimento do tecido industrial. Torna-se assim crucial combater os estrangulamentos,

    quer em matria de logstica, transportes ou procedimentos administrativo associados

    atividade dos principais sectores e empresas exportadoras de bens transacionveis (Ministrio

    da Economia e do Emprego, 2011).

    As organizaes procuram meios para aperfeioar e diminuir a distncia entre o processo

    produtivo e o consumidor final, tentando desta forma melhorar os seus nveis de

    desempenho, quer em termos de velocidade quer em termos de segurana. As variveis tempo

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    Plataforma Logstica de Leixes

    e velocidade so essncias na gesto logstica, pelo que o aperfeioamento e a inovao de

    processos so determinantes para atingir vantagem competitiva pelo meio de operaes

    eficientes. A inovao torna-se assim fundamental para garantir maiores nveis de

    produtividade e operaes credveis, condies determinantes competitividade empresarial.

    A logstica abordada por diversos autores ao longo do tempo, estando mesmo associada ao

    mbito militar muito antes de o homem compreender a sua potencialidade no mbito

    empresarial.

    Segundo os autores Bowersox e Closs (1996) as funes logsticas de uma empresa devem ser

    dinmicas e bem definidas, devem utilizar tecnologias de informao para que se possam

    tomar decises cleres quer a nvel ttico e estratgico bem como para avaliar e melhorar a sua

    eficincia.

    Jaldon (1997) refere o papel fundamental que a logstica tem na competitividade da empresa

    pelo facto de incluir todas as operaes relacionadas com a aquisio e distribuio de bens e

    servios necessrios atividade de uma empresa, gerindo estrategicamente os fluxos quer

    materiais e informacionais desde origem at ao destino. Carvalho em 2002 e Moura em 2006

    complementam esta definio incluindo o conceito reverse logistics, ou seja, para alm de

    assegurar os fluxos de montante a jusante, isto , desde o fornecedor ao consumidor, dever

    ocupa-se tambm dos fluxos inversos referentes s devolues, movimentos de materiais para

    reciclar, entre outros.Para Carvalho (2002) a logstica um processo estratgico, uma vez que permite aumentar a

    produtividade e rentabilidade da empresa, acrescentando valor ao produto, atravs da

    diferenciao permitindo assim criar uma vantagem competitiva.

    Por sua vez Rodrigues (2004) acrescenta que a logstica, enquanto atividade ligada ao processo

    de planeamento e gesto de uma cadeia de abastecimento, tem como objetivo a reduo dos

    custos de produo, armazenamento e transporte.

    Hesse & Rodrigues (2007) definem logstica como uma atividade multifuncional onde

    incorporado valor ao produto atravs da produo, localizao, do tempo e atravs da gesto

    dos elementos na cadeia de abastecimento. Permite conciliar as necessidades internas da

    empresa (produo) e o do cliente final (consumo) contribuindo para uma eficiente gesto

    dessas necessidades.

    De acordo com Carvalho (2010) a logstica o conjunto de atividades e processos que

    contribuem para o fornecimento de materiais produo (inputs) e coordenam a satisfao

    das necessidades do mercado (output), para que todos os fluxos fsicos e informacionais se

    integrem numa perspetiva de excelncia operacional.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Segundo o Council of Supply Chain Management Professionals CSCMP), a gesto logstica

    parte da Cadeia de Abastecimento que responsvel por planear, implementar e controlar o

    eficiente e eficaz fluxo direto e inverso e as operaes de armazenagem de bens, servios e

    informao relacionada entre o ponto de origem e o ponto de consumo de forma a ir ao

    encontro dos requisitos/necessidades dos clientes.

    A mesma organizao CSCMP indica que as atividades da gesto logsticas incluem:

    A gesto de transporte do inbound e do outbound em termos de transporte

    (transporte de entrada e transporte de sada), gesto da frota, armazenagem,

    materiais e seu manuseamento, gesto da resposta a encomendas, desenho

    da rede logstica, gesto de inventrios, planeamento do abastecimento e da

    procura e gesto dos prestadores dos servios Logsticos. A logstica incluias atividades de sourcing e de procurement, planeamento e programao da

    produo, embalagem, a assemblagem e o servio ao cliente. Est envolvida

    em todos os nveis de planeamento e execuo-estratgico, ttico e

    operacional. A gesto logstica integradora e coordenadora, procurando

    melhorar as atividades logsticas e integrar a logstica com as demais funes

    da empresa entre elas o marketing, as vendas a produo, rea financeira e

    as tecnologias de informao.

    Este processo de evoluo permitiu tambm que a logstica aumentasse os seus objetivos

    alargando-os assim a outras atividades, deixando de ser um mero objeto operacional para

    passar a estratgico, permitindo ter uma viso global da empresa, da cadeia produtiva e

    tambm de toda a cadeia de abastecimento, sendo assim possvel analisar todos os

    procedimentos em cada fase mas sempre com uma viso e pensamento global, de forma a

    criar uma sinergia entre eles permitindo obter uma cadeia mais funcional. Desta forma a

    logstica deve ser sempre valorizada e tida em considerao nas decises de uma empresa, ao

    ser bem interpretada, a logstica, possibilita a criao de estratgias para reduzir os custos e

    melhorar o nvel de servio ao cliente final, permitindo marcar a diferena a nvel competitivo.

    O desenvolvimento da atividade logstica a nvel mundial est relacionado com as variveis

    macroeconmicas empresariais e de consumo, uma vez que, a globalizao dos fluxos de

    mercadorias, a deslocalizao da produo e o crescente aperfeioamento dos mercados de

    produo, levaram a que as mercadorias percorressem distncias maiores, potencializando

    desta forma o transporte de produtos semiacabados por via martima para centros logsticos

    que se encontram junto dos mercados de consumo.

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    Esta tendncia levou ao desenvolvimento de plataformas logsticas junto dos principais portos

    e mercados de destino permitindo desta forma que os produtos possam ser adaptados s

    necessidades particulares dos mercados locais. A crescente exigncia dos consumidores, leva a

    que as empresas tenham que introduzir novos produtos e personaliza-los com maior

    frequncia, sendo assim necessrio tratamento logstico para um amplo conjunto de produtos,

    conduzindo desta forma ao desenvolvimento das plataformas.

    2.2. Os Transportes e a Logstica

    O transporte uma das funes da logstica que permite fazer a ligao entre a produo e o

    consumo. Para levar a cabo as trocas comercias, os vrios modos de transporte diferem em

    termos de custos, qualidade e disponibilidade. Sendo que a logstica e os transportes so uma

    parte importante dos custos das empresas, a aposta em meios e redes de transporte mais

    eficazes e inteligentes um fator para o crescimento da competitividade, bem como uma

    importante fonte de atrao de agentes econmicos e de investimentos (ENEI, 2013).

    De acordo com Carvalho (2010), o desempenho da cadeia de abastecimento depende da

    eficincia e da qualidade da logstica, a escolha do meio de transporte uma deciso crucial na

    gesto dos transportes, esta deciso torna-se mais complexa e importante quando abrangemovimentao internacional de produtos, a ligao entre os elos da cadeia assegurada pelo

    transporte permitindo assim acrescentar valor atravs da criao de utilidade de lugar e tempo,

    possibilitando a movimentao dos produtos para o local certo no momento desejado e nas

    condies (quantidade e qualidade) pretendidas. O autor defende que qualquer deciso que

    seja tomada passa sempre pela ponderao entre o custo do servio de transporte e a

    qualidade do servio prestada ao cliente, para este exerccio necessrio conhecimento dos

    fatores de natureza operacional assim como das caractersticas dos meios de transporte.

    O atenuar das barreiras protecionistas circulao de bens proporciona um ambiente de

    comrcio livre conduzindo localizao, a nvel mundial, de vrias unidades de produo

    originando um aumento do percurso mdio dos fluxos de mercadoria.

    Fatores como a globalizao dos mercados, os mtodos produtivos a nvel internacional, e os

    elevados nveis de competitividade tornam necessrio a criao e desenvolvimento de eficazes

    instrumentos para suporte do sistema logstico por forma a garantir uma gesto eficiente das

    cadeias de abastecimento e distribuio.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    O transporte ganha assim uma forte importncia quando analisamos a grande competitividade

    que existe sobre as margens de comercializao, isto porque o transporte fazendo parte da

    estrutura de custos e da cadeia de valor dos bens ir sempre influenciar o seu nvel de

    concorrncia sempre integrado num conceito de logstica. Neste sentido o contributo das

    infraestruturas de transporte e de coordenao logstica so essenciais para o desenvolvimento

    quer territorial quer econmico do pas.

    Um servio de transporte pode ser realizado recorrendo a apenas um modo de transporte ou

    combinao de vrios intermodal esta soluo combina, de modo integrado, mais do que

    um modo de transporte, este tipo de soluo necessria para assegurar uma eficiente

    movimentao dos produtos, quer por via da reduo de custos quer por complementaridade

    dos percursos. Para que um sistema de transporte funcione bem necessrio uma completa

    integrao dos modos de transporte e das suas redes, sendo que estes nodos da rede

    (plataformas, equipamentos), onde se realizam as ligaes dos diversos modos, promovem

    uma eficiente movimentao das mercadorias e otimizao dos fluxos fundamentais para o

    desempenho destes sistemas de transporte (Carvalho 2010). Para que se possa rentabilizar ao

    mximo cada transporte e com isso obter um frete competitivo necessrio que os

    transportes sejam definidos em conformidade com as particularidades de cada carga, com o

    tempo, a distncia e a localizao.

    A este respeito, as Plataformas Logsticas tm sido de extrema importncia, no s na ajudanos problemas de congestionamento nos portos, mas tambm a enfrentar os desafios das

    estratgias postponement e cross-docking visando minimizar os custos logsticos totais e

    enfrentar a crescente volatilidade dos mercados de consumo, onde a integrao com o

    transporte areo fundamental para os produtos de valor acrescentado ou com prazos mais

    curtos.

    Os transportes intermodais e combinados so utilizados quando um s meio de transporte

    no permite assegurar todo o percurso desde a origem at ao destino final,tornando-se assim

    necessrio realizar paragens em reas estrategicamente localizadas para realizar a transferncia

    de carga entre os vrios modos de transporte, bem como realizar operaes de

    consolidao/grupagem, desconsolidao, operaes de reembalagem, etiquetagem, operaes

    de finalizao que possibilitam incorporar valor s mercadorias em trnsito, permitindo desta

    forma reduzir os custos dessas paragens (Moura, 2006).

    A globalizao do comrcio em combinao com desenvolvimento dos transportes, com

    percursos maiores a percorrer e com a saturao de algumas infraestruturas influenciaram a

    unio das atividades logsticas, principalmente em pontos de interceo entre modos de

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    Plataforma Logstica de Leixes

    transporte. Nestas reas onde se concentram cargas de diferentes origens e variados destinos

    incluem-se as plataformas logsticas (Moura, 2006).

    A coeso social e territorial do pas fortemente determinada pelo setor dos transportes e das

    infraestruturas. Um eficiente sistema de transporte e de logstica pode consolidar a estrutura

    econmica de um pas contribuindo para o seu crescimento.

    De acordo com documento de trabalho realizado para a jornada de reflexo Mobilidade,

    Espao e Logstica no mbito da Estratgia Nacional de Investigao e Inovao para uma

    Especializao Inteligente, atualmente verifica-se uma segmentao dos processos produtivos

    e a deslocalizao das vrias etapas da cadeia de valor pelos diferentes mercados, potenciando

    o transporte, e como consequncia surge a necessidade de armazenar grandes quantidades de

    mercadorias, sejam produtos semiacabados ou finais, o que implica custos para as empresas,

    que de acordo com este documento podem ultrapassar 12% a 15% dos custos de produo

    das pequenas e mdias empresas PME. De forma a tentarem reduzir estes custos as

    empresas recorrem sobretudo subcontratao das operaes logsticas a grandes empresas

    especializadas, que por sua vez necessitam de espaos logsticos integrados plataformas

    logsticas integradas com acesso a eficazes estruturas de transporte multimodal e a um

    conjunto de servios partilhados. Desta forma a eficincia das plataformas logsticas est

    associada capacidade de gesto da intermodalidade e interoperabilidade dos transportes, bem

    como a um conjunto de servios de valor acrescentado, quer ao nvel da gesto de stocks e defluxos quer de operaes de consolidao e desconsolidao de cargas, embalagem,

    etiquetagem de produtos, onde o recurso s tecnologias de informao, localizao e

    comunicao se assume como fundamental.

    O panorama logstico tem sido fortemente influenciado pelas preocupaes ambientais e a

    qualidade de vida das populaes, presentes nas orientaes da Unio Europeia para o setor

    dos transportes, verificando-se por toda a Europa uma tentativa na reduo do trafego

    rodovirio por substituio de outros modos de transporte mais sustentveis a nvel ambiental.

    Em 2011 a Comisso Europeia lanou o novo livro Branco Roteiro do espao nico

    europeu dos transportes, onde foram definidas metas e iniciativas para o desenvolvimento de

    um sistema de transportes competitivo, prevendo-se que a Europa invista em medidas para a

    gesto inteligente do trafego e a melhoria dos sistemas logsticos. Pretende-se assim dotar o

    setor logstico de solues inovadoras que facilitem e potenciem a interoperabilidade e

    intermodalidade dos transportes que melhorem a eficincia da rede e minimizem o seu

    impacto ambiental (ENEI, 2013).

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Face a este panorama, verifica-se por parte dos vrios governos europeus uma interveno

    ativa para criar redes de plataformas logsticas que permitam no s uma melhoria na

    eficincia dos fluxos logsticos e na oferta de servios logsticos de valor acrescentados mas

    que tambm contribuam positivamente para a melhoria do ambiente.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    3. PLATAFORMA LOGISTICA

    Iniciamos este captulo com uma breve anlise ao aparecimento e desenvolvimento das

    Plataformas Logsticas, ao longo deste captulo desenvolvemos algumas definies,

    caractersticas e estruturas de uma plataforma logstica.

    3.1. Referncia Histrica da Plataforma Logstica

    O conceito de Plataforma Logstica foi desenvolvido na Europa, as primeiras instalaes

    surgiram na dcada de 60 em Frana, pas pioneiro na conceo e desenvolvimento de reas

    especializadas para as atividades de transporte (Higgis & Ferguson, 2011)

    Estas primeiras Plataformas tinham como objetivo centralizar e otimizar a distribuio de

    mercadorias pelos terminais de carga que se encontravam localizados nas periferias dos

    centros urbanos respondiam assim necessidade de reorganizar as cidades e retirar do centro

    destas os veculos pesados. Pretendia-se desta forma reunir geograficamente organizaes e

    empresas independentes, relacionadas com o transporte de mercadorias e servios auxiliares.

    No final dos anos 60 e nos anos 70 comearam a aparecer as primeiras Plataformas Logsticas

    na Alemanha e em Itlia, com um conceito de terminal intermodal englobando assim os meiosde transporte ferrovirio e rodovirio. (Krapos, Panau & Tsamboulas, 2005).

    Durante os anos 80 e 90, o nmero de plataformas logsticas multiplicaram-se em Frana, na

    Alemanha, Itlia, Holanda, Blgica e Reino Unido. (Krapos, et al., 2005).

    Nos anos 80 os pases da europa Ocidental criaram procedimentos centrais de gesto para

    otimizar a rede de plataformas logsticas (Itlia seguida da Alemanha e Frana).

    O conceito de intermodalidade surgiu no incio dos anos 90, as diretivas dos transportes

    europeus desenvolveram este conceito assim como um plano estratgico para a rede de

    transportes Transeuropeia.

    A promoo da intermodalidade dentro da poltica comunitria surgiu aliada a outros aspetos

    do transporte, como a liberalizao dos mercados de transporte, o desenvolvimento das redes

    transeuropeias, promoo de preos justos e eficazes. O apoio a este modo de transporte

    baseado nos critrios de mobilidade sustentvel e proteo do meio ambiente, pea

    fundamental na poltica comunitria.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Neste contexto de polticas as Plataforma Logstica Intermodais so consideradas como

    ferramentas para impulsionar o transporte intermodal e oferecer vantagens competitivas s

    pequenas e medias empresas no sector de transporte.

    Foram assim implementadas e desenvolvidas Plataformas Logstica um pouco por toda a

    Europa, sendo que na maior parte dos casos encontram-se situadas junto s grandes cidades e,

    acima de tudo, ligadas aos portos martimos.

    O desenvolvimento das Plataformas Logsticas demonstra a evoluo e a importncia das

    atividades logsticas, essenciais para a competitividade e o crescimento econmico, quando

    cada vez mais o transporte de mercadorias mundial, aumentando assim as distancias a

    percorrer, mas sempre com o mnimo de custo possvel.

    3.2. Definio de Plataforma Logstica

    As plataformas logsticas surgem como canais modernos de comercializao e distribuio,

    sistemas capazes de aproveitar todas as oportunidades de mercado e gerar desenvolvimento

    local.

    Para Izquierdo de Bartolom (1994), as plataformas logsticas so um conjunto de instalaes

    e equipamentos infraestruturas de transporte - onde se desenvolvem atividades distintasrelacionadas diretamente com o transporte nacional ou internacional, que pode ser utilizado

    conjuntamente pelos industriais/produtores e distribuidores, e que dispem de uma srie de

    servios complementares que ficam disposio dos diferentes utilizadores (transportadoras,

    produtores, armazenistas, distribuidores, agentes, etc).

    Em 2001 a Comisso Econmica das Naes Unidas para Europa no documento

    Terminology on Combined Transport define as plataformas logsticas como concentraes

    geogrficas, relacionadas com o transporte de mercadorias e servios auxiliares que

    compreendem, pelo menos, um terminal.

    Puertos del estado (2002) e o autor Rodrigues (2004) acrescentam que so pontos ou reas de

    rutura das cadeias de transporte e logstica nos quais se concentram atividades e funes

    tcnicas e de valor acrescentado, definem como uma zona delimitada onde se leva a cabo, por

    diferentes operadores, todas as atividades relacionadas com o transporte, a logstica e a

    distribuio de mercadorias, tanto para o transporte nacional com o internacional, sendo que

    os operadores podem ser proprietrios ou arrendatrios dos edifcios, equipamentos e

    instalaes que esto construdos.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    J os autores Dalmau & Robust (2002), destacam que estas infraestruturas podem situar-se

    em regies urbanas e funcionar como grandes centros de distribuio, assim alm de oferecer

    servios de consolidao, armazenamento, desconsolidao e entrega das mercadorias permite

    garantir a segurana das relaes comerciais.

    Dias (2005) carateriza as plataformas logsticas como plataformas de interconexo que

    aproveitam a sinergia dos servios teis empresa, que supostamente estaria concentrada no

    seu negcio nuclear.

    Os autores Castro, Ocampo & Bulla (2005), no artigo Operadores e Plataformas Logsticas,

    referem que necessrio um regime de livre concorrncia para todas as empresas com

    interesse em executar operaes na plataforma e que esta deve estar dotada de todos os

    equipamentos coletivos, necessrios para o funcionamento das atividades logsticas, deve ter

    servios comuns para as pessoas e veculos que utilizam a plataforma, pode ser administrada

    por uma entidade pblica ou privada, pblico-privada. Por sua vez os operadores podem ser

    proprietrios ou arrendatrios dos edifcios equipamentos e instalaes.

    O autor Moura (2006), acrescenta que as plataformas esto localizadas normalmente em

    pontos onde convergem grandes fluxos de mercadorias, na reunio de grandes eixos de

    circulao, estando sempre associado plataforma logstica fatores como a acessibilidade,

    ordenamento do territrio, a logstica os sistemas de transporte, etc.

    De acordo com o artigo de Sanchz Pavn, uma plataforma logstica uma rea dedicada aodesenvolvimento de atividades de transporte, de distribuio e de valor acrescentado para

    mercadorias. So estruturas de articulao das cadeias de transporte de mercadorias e de

    racionalizao da atividade logstica que, ao incentivar a intermodalidade conduzem a um

    desenvolvimento da atividade dos transportes (rodovirios, ferrovirio, porturio, e

    aeroporturio) permitindo desta forma o aparecimento de novos agentes econmicos

    potenciando o crescimento econmico. Estas estruturas permitem obter ganhos ambientais

    uma vez que concentram as atividades econmicas e funes tcnicas permitindo desta forma

    o ordenamento do territrio e a reduo da emisso de poluentes. Este autor defende ainda

    que as plataformas logsticas precisam de um quadro regulamentar que garanta a sua adequada

    implementao, desenvolvimento e gesto. A existncia de um regime normativo apropriado

    para estas infraestruturas permite assegurar um desenvolvimento coerente da rede de

    plataformas logsticas, indispensveis para melhorar a eficcia e a eficincia do sistema de

    transportes, sendo que as plataformas logsticas tornaram-se num instrumento estratgico para

    garantir a competitividade da economia de um pas e um fator chave na distribuio fsica na

    cadeia europeia.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Em conformidade com o que estes autores referem, a EUROPLATAFORMS (2004 e 2006),

    define plataforma logstica como uma zona delimitada no interior da qual se exercem, por

    vrios operadores, todas as atividades relacionadas com o transporte, logstica e distribuio de

    mercadorias, tanto em trnsito nacional como internacional. Estes operadores podem ser

    proprietrios, arrendatrios, utilizadores dos edifcios e instalaes que se encontram no

    interior da plataforma (armazns, oficinas, centros de consolidao/desconsolidao,

    escritrios, parques de estacionamento, etc.). De forma a obedecer livre concorrncia as

    plataforma devem permitir o acesso a todas as empresas interessadas nas atividades acima

    referidas. Uma plataforma logstica deve tambm estar dotada de todos os equipamentos e

    servios pblicos necessrios para o desempenho das operaes mencionadas. Em ordem a

    encorajar o transporte intermodal para o manuseamento de mercadorias, uma plataforma

    logstica deve, preferencialmente, ser servida por uma multiplicidade de meios de transporte

    (rodovirio, ferrovirio, martimo, fluvial, areo), permitindo desta forma o crescimento do

    transporte intermodal para movimentao de mercadorias quer a nvel interno/nacional quer

    internacional. Finalmente fundamental que uma Plataforma Logstica seja gerida como uma

    entidade nica e juridicamente neutra (de preferncia por uma parceria pblico-privada) para

    assegurar as sinergias e a cooperao comercial. Por fim uma Plataforma Logstica deve

    obedecer s normas de qualidade e desempenho Europeias de forma a fornecer uma estrutura

    com solues comerciais e de transporte sustentveis. Para a EUROPLATAFORMS estadefinio contm os principais preceitos para que uma plataforma logstica possa ser

    reconhecida e certificada como tal.

    Para a instalao de uma plataforma logstica necessrio ter em conta alguns fatores,

    nomeadamente, infraestruturas ligadas aos transportes, s energias, telecomunicaes e ao

    social, a mo-de-obra qualificada, os mercados, o ambiente e a ecologia, uso e planeamento do

    espao (incluindo a disponibilidade da rea). Torna-se crucial para o sucesso desta iniciativa

    que se realize uma anlise situao geogrfica onde esta ser desenvolvida, necessrio saber

    se a regio oferece o meio social, ambiental e econmico propcio assim como se existe

    interligao com grandes eixos de transporte, como acessos martimos, fluviais, areos e

    ligaes terrestres essenciais na promoo da plataforma logstica.

    O conceito de plataforma logstica no s inclui uma funo estritamente funcional, na

    realidade as vrias dimenses que estas podem assumir tornam-na dinmica, no caso

    especifico de dimenso pblica, largamente explicado pelas lacunas que afetam os

    mecanismos no mercado e a necessidade de regulamentao do setor de forma a garantir a

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    Plataforma Logstica de Leixes

    concorrncia, reduzindo as lacunas e promovendo um atrativo mecanismo de investimento

    permitindo um desenvolvimento competitivo do setor.

    O facto de uma plataforma logstica estar localizada na periferia de uma grande cidade permite

    obter solues eficazes para os problemas de transporte urbano de mercadorias,

    principalmente a nvel de trnsito, congestionamentos, competitividade regional e qualidade de

    vida.

    Uma plataforma logstica pode gerar efeitos quer a nvel interno quer a nvel externo.

    Relativamente aos efeitos internos referem-se s vantagens que os utilizadores tm na partilha

    total de aquisio e dos custos operacionais das instalaes comuns, equipamentos e servios

    disponibilizados, sem terem de correr o risco de realizarem um grande investimento de

    construrem inteiramente sozinhos os seus prprios centros logsticos, esta partilha de

    instalaes permite tambm uma maior interao entre os seus utilizadores. Os efeitos

    externos prendem-se com o desvio do trafego e transferncia modal, as plataformas logsticas

    so pensados para maximizar eficincia e minimizar exterioridades como congestionamento

    urbano e os impactos ambientais na qualidade do ar, diminuio no consumo energtico, a

    reestruturao na utilizao dos terrenos, com mudanas a nvel da economia local e do

    emprego (Krapos, et al., 2005).

    A sua localizao, acessvel aos centros industriais e de consumo, possibilita a aglomerao de

    cargas, assim como os meios que se encontram disponveis nestes locais permitem a utilizaode transportes mais pesados e eficientes para grandes volumes de carga.

    Uma Plataforma Logstica pode tambm ser considerada como uma combinao de servios

    pblicos e privado, o investimento pblico reflete os efeitos externos que podem ser

    combinados em larga escala com as polticas regionais, objetivos e planos, nomeadamente em

    infraestruturas necessrias para os transportes e servios pblicos ou at mesmo incentivos

    fiscais (Krapos, et al., 2005).

    O investimento privado est relacionado com a viabilidade econmica e a rentabilidade

    financeira do projeto, proporcionando o capital para a construo de terminais, armazns,

    centros de distribuio entre outras instalaes necessrias ao seu bom funcionamento. Os

    elevados custos de uma Plataforma Logstica torna necessria a cooperao e o entendimento

    com o setor privado.

    As polticas de transporte Europeias incentivam a criao de plataformas logsticas

    especialmente numa estrutura de parceria pblico-privada (Krapos, et al., 2005).

    Uma anlise das plataformas logsticas voltadas para a inovao compreende uma observao

    das empresas e instituies locais e da natureza das relaes de cooperao desenvolvidas no

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    Plataforma Logstica de Leixes

    local tanto entre empresas quanto entre empresas e instituies, uma vez que o processo

    inovador abrange a procura de informaes e de experincias cujo acesso frequentemente no

    est ao alcance de uma empresa isolada, o que reduz de forma significativa os custos. A

    combinao ideal de multimodalidade, telemtica (telecomunicaes e tecnologia de

    informao), servios de apoio e otimizao de fretes, resultam em maior eficincia no

    processo e reduo de custos.

    O desenvolvimento do sistema de transportes simultaneamente com o fornecimento de

    instalaes suficientes para apoiar os sistemas multimodais flexveis, a opo mais

    promissora. A utilizao de instalaes multimodais permite a escolha do meio de transporte

    mais econmico e com menos impacto negativo no meio ambiente.

    Os terminais intermodais normalmente tm uma ligao s linhas ferrovirias e uma rea

    adjacente para operaes de carga e descarga, com gruas e equipamentos mveis que

    permitem a movimentao das mercadorias. A consolidao de mercadorias contribui tambm

    para o desenvolvimento sustentvel uma vez que permite uma reduo do nmero de viagens

    bem como de energia. Os armazns por sua vez so elementos bsicos neste sistema

    concedendo o espao, equipamento e o ambiente operacional onde se realizam os processos

    de receo, armazenamento, consolidao, entreposto, coordenao de embarque e servios

    para meios de transporte.

    Em termos simples, uma plataforma logstica pode ser definida como uma rea especializadacom as infraestruturas e os servios necessrios ao transporte multimodal e com servios de

    valor acrescentado, permitindo aos diversos agentes coordenar as suas atividades de forma a

    beneficiarem da competitividade dos produtos atravs da utilizao das infraestruturas

    (Puertos del estado,s.d.).

    3.3. Caractersticas e Estrutura

    De uma maneira geral encontram-se nas plataformas logsticas as seguinte trs zonas

    fundamentais: servio de apoio, prestao de servios logsticos, zonas multimodais

    (Carvalho, 2010).

    As reas de servio de apoiono compreendem a movimentao de mercadoria, verificam-se

    nestas reas os servios gerais como os servios de restaurao, de comunicaes, lazer; os

    servios a veculos como as oficinas, estaes de servio, zonas de lavagem; servios

    administrativos e/ou comerciais; servios aduaneiros; contratao de carga, entre outros.

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    Destacam-se tambm as reas de servios especializados direcionados ao tratamento de

    mercadoria perigosa, assim como reas destinadas aos servios centrais.

    Relativamente s reas para prestao de servios logsticosso as reas onde se realiza a

    movimentao de mercadorias, aqui pode-se distinguir dois tipos de reas logsticas

    especializadas e no especializadas. As no especializadas recebem os transportes, a

    armazenagem, movimentao e distribuio de mercadorias, incluindo algumas atividades

    logsticas de valor acrescentado, mas restritos a outras atividades produtivas. As especializadas

    por sua vez recebem mercadorias com regime aduaneiro especifico, mercadorias perigosas,

    granel, entre outos.

    As Zonas Multimodaisso zonas onde possvel a utilizao de transporte combinado, em

    muitos casos at intermodal, estas zonas tm as infraestruturas necessrias para assegurar a

    operao dos vrios modos de transporte.

    De acordo com a EUROPLATFORMS (2004) uma plataforma logstica deve basear-se em

    vrios elementos, considerando como os mais importantes:

    Planeamento do territrio e das infraestruturas ter uma rea especfica para o

    transporte, logstica e distribuio de bens implica automaticamente um padro de

    qualidade no planeamento fsico da rea e racionalizao das infraestruturas associadas.

    Transporte com qualidade e especializao, um servio de qualidade um dos meios

    mais importantes para assegurar simultaneamente um excelente nvel de

    competitividade e cooperao. O crescimento do transporte de mercadorias entre a

    UE e a sia aumentou a necessidade de solues logsticas bem planeadas e eficientes,

    permitindo a eliminao de estrangulamentos e a criao de solues de valor

    acrescentado entre a plataforma logstica e os canais de distribuio.

    Desenvolvimento Intermodal, o transporte terrestre continua a ser o meio de

    transporte mais comum na Europa. As duas metas mais importantes para uma

    plataforma logstica quando se trata do desenvolvimento do transporte intermodal so

    a consolidao do fluxo de bens ao longo da cadeia de transporte corredor e

    oferecer solues de transporte utilizando combinao de meios de transporte

    caminho ferro/martimo e terrestre, garantindo assim que utilizado o meio de

    transporte mais eficiente.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    4 REDE NACIONAL DE PLATAFORMAS LOGISTICAS

    Neste captulo vamos abordar a Rede Nacional de Plataformas Logsticas Plano Portugal

    Logstico, este plano foi anunciado com o objetivo de apresentar um novo modelo para o

    sistema logstico nacional, para isso vamos recuar alguns anos para compreender a necessidade

    da implementao deste plano. Apresentamos os objetivos e caractersticas desta rede, assim

    como os seus modelos de gesto e funcionamento.

    4.1. Plano Portugal Logstico

    Com o desenvolvimento dos processos produtivos, a globalizao dos mercados e o crescente

    nvel de competitividade, inevitvel a criao e o desenvolvimento de instrumentos de

    suporte ao sistema logstico atual e eficiente, de forma a garantir uma eficaz gesto das cadeias

    de abastecimento e distribuio. Para que uma economia possa crescer necessrio que

    existam infraestruturas e ligaes intermodais eficientes e eficazes, surgiu assim necessidade de

    o Estado Portugus criar planos de desenvolvimento em sectores chave no campo dos

    transportes.

    Foi neste mbito que o XVII Governo Constitucional desenvolveu e apresentou asOrientaes Estratgicas para o Sector de Plataformas Logsticas - Portugal Logstico Rede

    Nacional de Plataformas Logsticas (RNPL) .

    De acordo com a Secretria de Estado dos Transportes (2006) o objetivo deste plano o de

    transformar Portugal numa plataforma atlntica para os movimentos internacionais no

    mercado ibrico, para isso necessrio desenvolver o sistema logstico para alargar e

    consolidar o nosso posicionamento geoestratgico privilegiado relativamente s principais

    rotas intercontinentais com origem/destino na Europa.

    Com este projeto pretendia-se assim apresentar um novo modelo para o sistema logstico

    nacional, que permitisse a criao das condies necessrias para que Portugal competisse a

    nveis mais elevados, que permitisse ser parte integrante das cadeias intercontinentais e

    europeias, o objetivo passaria pelo investimento numa rede de plataformas logsticas escala

    nacional mas que alcanasse o nvel de modernidade europeu.

    A Rede Nacional de Plataformas Logsticas permitir transformar Portugal numa Plataforma

    Atlntica de entrada de movimentos internacionais no mercado ibrico e europeu (MOPTC

    2006).

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Este programa define as orientaes para o setor, tentando estimular o seu desenvolvimento

    atravs da racionalizao da atividade logstica, do desenvolvimento da intermodalidade dos

    vrios meios de transporte (rodovirio, ferrovirio, martimo e areo) bem como na melhoria

    de ganhos ambientais, contribuindo assim para o desenvolvimento da economia nacional e

    crescimento da sua competitividade.

    O Plano Portugal Logstico constitui os princpios fundamentais do Sistema Logstico

    Nacional, o conceito, a rede, a localizao das vrias plataformas, a funcionalidade, a

    viabilidade financeira e a forma de colaborao do Governo com todo o sector, este plano

    representa um sistema completo que inclui uma estrutura de planeamento e regulao, bem

    como a realizao de uma rede estratgica de plataformas logsticas localizadas junto aos

    principais centros de consumo/produo e das principais fronteiras, devidamente articuladas

    com as infraestruturas de transportem (MOPTC, 2006).

    O documento governativo Portugal Logstico (MOPTC, 2006) refere-se s infraestruturas

    logsticas do pas como deficitrias, com um forte desequilbrio modal e territorial que penaliza

    o sistema empresarial face aos seus mais diretos concorrentes europeus, este documento refere

    tambm que em termos organizacionais o sistema logstico em Portugal apresenta grandes

    diferenas, nomeadamente, com um subsistema logstico de apoio ao consumo com aprecivel

    grau de desenvolvimento, dispondo de bases de distribuio vocacionadas para apoiar todo o

    territrio nacional, suportadas em modernos sistemas de informao e gesto. Por outro lado,o subsistema logstico de apoio produo, suportado em estruturas deficientes e pouco

    articuladas, pouco competitivas quando comparadas com as redes desenvolvidas nos

    principais pases europeus, nomeadamente em Espanha, impedindo a obteno dos ganhos de

    competitividade proporcionados por um funcionamento correto em rede.

    O documento aponta tambm a existncia de pontos de concentrao de cargas importantes,

    por norma nos pontos da rede de transportes, que apresentam obstculos para o tratamento

    de mercadorias por no terem, numa segunda linha, instalaes onde possam desenvolver

    funes complementaresnopermitindo desta forma a criao das necessrias condies de

    suporte ao desenvolvimento das potencialidades dos meios de transporte. Essa falha

    normalmente superada em baldios logsticos, sendo a localizao das instalaes apenas em

    funo do valor do solo, no tm em considerao as condies de acesso aos principais eixos

    de comunicao.

    O facto de existir uma desorganizao territorial proporciona uma outra desvantagem uma vez

    que as empresas no podem assim usufruir de custos mais baixos nas operaes, enquanto se

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    Plataforma Logstica de Leixes

    fossem obtidas pela partilha de servios comuns entre outras empresas poderiam reduzir os

    seus custos.

    Com o desenvolvimento desregrado de baldios logsticos no pas devido s exigncias

    crescentes dos operadores e do aumento da importncia da logstica e das cadeias globais na

    economia tornava-se fundamental apostar na melhoria do sistema logstico portugus, aposta

    essa que desde os anos 80 tem sido anunciada como inevitvel.

    A atividade logstica realizada de forma descoordenada em espaos com baixa flexibilidade e

    de rpida detiorao e com elevados custos de manuteno leva a perdas de competitividade

    no mercado.

    A Secretria de Estado dos Transportes na apresentao do Plano Portugal Logstico (2006)

    aborda a fragilidade do sistema logstico portugus aliada a falta de competitividade e a

    inadequada utilizao e rentabilizao da capacidade porturia e ferroviria, apontando para a

    necessidade de se adotar medidas que permitam melhorar a eficincia do sistema logstico.

    O plano Portugal Logstico (MOPTC, 2006) visto como o novo paradigma para o sistema

    logstico nacional, permitindo a promoo e criao das condies necessrias para que

    Portugal seja parte integrante nas cadeias europeias e intercontinentais, aumentando a carga

    movimentada, permitindo a criao de riqueza, coordenando e assegurando uma prestao de

    excelncia nos servios de logstica e de transporte.

    So assim apresentados neste documento (MOPTC, 2006) cinco vetores fundamentais em que

    este novo paradigma se baseia:

    Racionalizar a atividade logstica, ordenando o territrio e contribuindo para a atraco

    de novos agentes de mercado;

    Fomentar a intermodalidade, valorizando as estruturas e redes existentes, potenciando o

    transporte ferrovirio e fluvial bem como o aproveitamento da capacidade porturia

    instalada;

    Promover ganhos ambientais, reduzindo as emisses poluentes e o congestionamento,concentrando ainda atividades que se encontram dispersas e mal localizadas;

    Contribuir para o desenvolvimento da economia nacional e de alguns espaos

    territoriais especficos, gerando emprego e novas formas de criao de riqueza;

    Aumentar a competitividade,promovendo estruturas que potenciem o desenvolvimento

    da atividade de transportes, transformando em vantagem a nossa situao perifrica,

    atravs de uma aposta forte na frente porturia atlntica, com relevo, pelas suas

    capacidades, para grandes portos nacionais.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    A criao do Portugal Logstico abrange trs elementos fundamentais, baseados em

    infraestruturas existentes, nas redes e em novos investimentos (MOPTC, 2006):

    1. Rede Nacional de Plataformas Logsticas com reas dedicadas e infraestruturadas para a

    fixao de atividades do sector e que reforcem a intermodalidade;

    2. Criao de uma estrutura de planeamento e regulao, a partir do ITT (Instituto de

    Transportes Terrestres) e de diversas sociedades locais que envolvam os agentes

    presentes em cada plataforma, como as autarquias, a REFER, a CP, as administraes

    porturias e os agentes privados;

    3. Aes concertadas ao nvel da logstica urbanaque procurem novas solues para as

    cadeias de abastecimento, harmonizem as regras de utilizao da rede viria e a adequao dos

    veculos ao desempenho da sua atividade.

    4.2. Caracterizao da Rede Nacional de Plataformas Logsticas

    O plano Portugal Logstico implica mudanas significativas em todo o sistema logstico,

    permitindo a criao de um novo grupo de atividade que contribua para o crescimento da

    competitividade nos vrios setores da economia, bem como na conquista de novos

    investimentos permitindo a criao de emprego e riqueza.Dentro desta lgica integradora era necessrio, para o sucesso deste plano, considerar o

    hardware fundamental para o seu arranque, tendo sido assim concebida a RNPL para

    funcionar de forma integrada e articulada, valorizando os princpios da competitividade,

    intermodalidade, racionalizao de investimentos com um forte envolvimento do setor

    privado quer na sua promoo quer nas fases de infraestruturao e gesto, sendo o papel do

    estado essencialmente regulador e facilitador.

    Com a RNPL pretendia-se impulsionar a eficcia e a produtividade dos operadores logsticos,

    obtendo uma reduo mdia dos custos logsticos e aumentando a competitividade do pas,

    dotando-o de espaos para centralizar as atividades logsticas, estrategicamente localizados

    com os principais centros de consumo e de produo, fronteiras, infraestruturas e redes de

    transporte.

    Portugal ir potenciar a logstica do pas, servindo os principais trfegos de mercadorias com

    origem ou destino nacional, cobrindo mais de 93% da economia e populao (MOPTC,

    2006).

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Na apresentao do Portugal Logstico foram anunciadas 11 Plataformas, complementadas

    com dois Centros de Carga Area no Porto e em Lisboa, no entanto em 2008 foi adicionada

    uma nova plataforma porturia a da Figueira da Foz passando assim a RNPL, a ser constituda

    por 12 Plataformas, complementadas com os dois Centros de Carga Area.

    As plataformas cobrem as principais fronteiras Portuguesas terrestres e martimas e os

    principais centros de produo e consumo nacional e dividem-se em 5 categorias distintas:

    Plataformas Urbanas Nacionais

    So duas plataformas e esto localizadas no Porto e Lisboa, mais concretamente Maia/Trofa e

    Poceiro, estando especialmente vocacionadas como grandes centros de distribuio quer

    pelas suas grandes dimenses quer pela proximidade ao sistema nacional e internacional de

    transportes. So assim apontados como principais objetivos para estas plataformas, a

    dinamizao da atividade econmica do pas quer pelo reordenamento logstico e dos fluxos

    de transporte quer pela criao de grandes centros de distribuio.

    Plataformas Porturias

    So quatro plataformas localizadas nas imediaes dos principais portos nacionais, Leixes,

    Aveiro, Figueira da Foz, Lisboa e Sines. Os seus principais objetivos passam por reforar a

    atividade porturia e desenvolver a sua rea de influncia, nomeadamente para Espanha,

    tirando partido da localizao privilegiada de Portugal, promover a intermodalidade,

    coordenar as atividades logsticas que j existem nas imediaes dos portos.Dinamizao da atividade econmica do pas quer pelo reordenamento logstico e dos fluxos

    de transporte quer pela criao de grandes centros de distribuio.

    Plataformas Transfronteirias

    So quatro plataformas que ficam prximas fronteira com Espanha, nomeadamente em

    Valena, Chaves, Guarda e Elvas/Caia. O objetivo de dinamizar a economia regional e obter

    fluxos e investimento industrial visto que esto localizadas nos principais eixos de fluxos com

    o exterior.

    Plataformas Regionais

    apenas uma plataforma em Tunes o objetivo servir a regio do Algarve e determinar os

    princpios de equilbrio territorial numa estratgia de coeso da rede do pas, atravs do

    reordenamento logstico e dos fluxos de transporte.

    Centros de Carga Area

    So dois centros um em Lisboa e outro no Porto o seu principal objetivo aumentar a

    capacidade atual de organizao da carga area e centralizar todas as operaes no mesmo

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    Plataforma Logstica de Leixes

    lugar permitindo que as operaes sejam mais rpidas permitindo uma reduo nos tempos

    envolvidos nestas operaes.

    Na seleo das plataformas integradas na rede nacional foram apontados como fatores

    determinantes a:

    Localizao proximidade com os centros de consumo/produo, de importantes

    infraestruturas porturias e das reas transfronteirias de movimentao de mercadoria;

    Acessibilidade e intermodalidade desde acessibilidade s principais redes de transporte,

    considerando a viabilidade da ligao ferroviria para os principais destinos nacionais e

    internacionais;

    Custos com a instalao, operao e explorao da plataforma;

    Dimenso - espao disponvel para as operaes logsticas e intermodais bem como para

    futuras expanses;

    Especializao centralizao de empresa/servios especializados permitindo obteno de

    sinergias e economia de escalas entre empresas;

    Servios oferta de servios avanados s empresas.

    Se a RNPL constitui o hardware deste plano Portugal Logstico, necessrio para o seu

    sucesso dota-lo com um software adequado que potencialize o efeito de rede das vrias

    plataformas, foi assim constituda a Janela nica Logstica (JUL).Com a Janela nica Logstica todas as plataformas esto interligadas por um sistema

    informtico, que centraliza a informao e documentao das vrias entidades que operam na

    cadeia logstica, desde os operadores logsticos, agentes de navegao, transitrios,

    transportadores terrestres, empresas que estejam nas plataformas logsticas, este software um

    elemento inovador contribuindo para o bom funcionamento integrado da rede de plataformas,

    disponibilizando um vasto conjunto de informao e de facilidades aos seus utilizadores

    permitindo uma maior eficincia e uma reduo de custos.

    O desenvolvimento da JUL surgiu do alargamento ao conceito da Janela nica Porturia

    (JUP) que tem desenvolvido bons resultados nos portos permitindo a simplificao nos

    processos e procedimentos administrativos a nvel do sistema martimo, um ponto nico de

    contacto no porto que garante o fluxo de toda a informao entre as diversa entidades oficias

    e operacionais. Pretende-se que com este novo software as plataformas logsticas juntamente

    com os portos nacionais, se posicionem como elementos simplificados, meios de incorporar

    valor nas cadeias logsticas, suprimindo assim as barreiras com que nos deparamos nas cadeias

    convencionais.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    De acordo com o Decreto-Lei n. 152/2008 (DL 152/2008) de 5 Agosto a JUL definida

    como Plataforma infotecnolgica de gesto logstica, que proporcionada a estrutura

    necessria formalizao, organizao e preparao de fluxos de informao entre os agentes

    da comunidade logsticas, tais como os transportadores de qualquer modo, e os operadores de

    plataformas logsticas.

    O DL 152/2008 de 5 de Agosto vem estabelecer o regime jurdico da RNPL, desenvolvendo

    as orientaes estratgicas para a rea da logstica definida no projeto Portugal Logstico,

    pretende estabelecer um regime jurdico claro e eficaz que conquiste o interesse dos agentes

    do setor e que contribua para o desenvolvimento da rea da logstica sem alterar a livre

    concorrncia entre os operadores.

    Este diploma define a RNPL como o conjunto articulado de plataformas logsticas, cuja

    localizao e funcionamento garante a optimizao das cadeias logsticas e de transporte,

    contribuindo para posicionar Portugal como plataforma atlntica de entrada e sada de

    movimentos internacionais de mercadorias no mercado ibrico (DL 152/2008 Cap. I art. 2

    alnea g)).

    No mbito da aplicao deste diploma excluem-se os centros de carga area (DL 152/2008

    Cap.I art.1), apesar de estes estarem includos no Portugal Logstico dois centros de carga

    area em Lisboa e no Porto.

    De realar que nos termos do artigo 6 do DL 152/2008 que so indicadas as competnciasdo Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P. (IMTT, I.P) sendo que uma

    das suas competncia a seleo da sociedade gestora da plataforma logstica e a negociao e

    celebrao do contrato de explorao bem como a fiscalizao das sociedades gestoras de cada

    plataforma logstica nos termos previstos no presente decreto-lei (art.6, n.2)

    A RNPL pretende assim, transformar Portugal numa plataforma Atlntica, de situar Portugal

    no ranking dos centros de distribuio logstica europeus. So indicados como benefcios da

    RNPL o reforo dos trfegos atuais e a conquista de novos trfegos, impulsionar o

    crescimento da carga total movimentada no pas, fomentar a eficincia e a produtividade dos

    operadores logsticos possibilitando uma reduo media dos custos logsticos, permite a

    criao de condies que ajudam na conquista e fixao de investimento estimulando a

    economia e at mesmo contribuir para criao de postos de trabalho.

    Preparadas para o futuro as plataformas do Portugal Logstico tm uma ligao

    rodoferroviria (com exceo de Chaves), permitindo uma excelente acessibilidade ao

    transporte multimodal, uma vez que o modo ferrovirio e o transporte martimo de curta

    distncia so indicados como o futuro europeu.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    A RNPL baseia-se num modelo de gesto global que garante o seu equilbrio e

    simultaneamente considera as especificidades funcionais de cada plataforma assegurando a

    sustentabilidade global. possvel maximizar os nveis de eficincia de cada unidade e do

    conjunto, atravs da integrao do funcionamento de todas as plataformas e na criao de

    sinergias atravs da utilizao de instrumentos comuns e partilhveis permitindo uma

    importante diminuio dos custos logsticos.

    As transformaes globais que se tem verificado no sistema econmico mundial tm

    impulsionado os servios logsticos apoiados num sistema de transportes intermodais e

    integrados fortemente dependentes de novas tecnologias de informao, comunicao e

    localizao, permitindo dar respostas mais eficientes e rpidas aos fluxos de mercadorias.

    Torna-se assim necessrio desenvolver em Portugal reas de distribuio de mercadorias e de

    prestao de servios de valor acrescentado que incentivem a organizao de cadeias logsticas

    para que o pas possa usufruir da sua posio geogrfica e assumir-se como a plataforma

    logstica na fronteira atlntica ocidental da Europa.

    4.3 - Modelos de Gesto e Financiamento da Rede Nacional de Plataformas Logsticas

    O Estado intervm apenas como um agente facilitador do desenvolvimento do Portugal

    Logstico, independente do modelo de gesto e financiamento prprio de cada plataforma,

    mas apoiando sempre as diversas plataformas, garantindo regras e sistemas de informao

    comuns que estas tero de adotar para beneficiarem da integrao na rede e dos apoios

    pblicos.

    As vrias possibilidades de modelos de gesto e financiamento relacionadas s diversas

    tipologias de plataformas conferem ao setor privado um papel muito importante, no s na

    fase de promoo mas tambm nas fases de infraestruturao e gesto.

    De acordo com o documento de apresentao Portugal Logstico rede Nacional de

    Plataformas Logsticas (MOPTC 2006):

    Para cada Plataforma est prevista a automatizao das seguintes funes:

    Responsabilidade pelo plano de negcios;

    Elaborao dos estudos tcnicos de detalhe;

    Aquisio de terrenos;

    Infraestruturao;

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Atrao e negociao com as empresas candidatas a utentes da plataforma e

    administrao dos espaos e servios comuns (caso o modelo de negcio

    no preveja a concesso da sua gesto a uma terceira entidade).

    Para que a RNPL seja coerente crucial o desenvolvimento de um modelo de gesto e

    financiamento que permita assegurar a estabilidade das estruturas definidas para cada

    plataforma, tendo em conta as suas especificidades e assegurando a sua sustentabilidade, mas

    que em simultneo fomente a harmonia do funcionamento numa lgica de rede, uma

    elemento comum a todo o modelo de gesto, uma vez que s assim ser possvel integrar o

    funcionamento das vrias plataformas, criando sinergias e metodologias comuns e partilhveis

    que permitem a maximizao dos nveis de eficincia de cada parte da rede.

    Na apresentao do Plano Portugal Logstico (2006), para alm da autossustentabilidade do

    sistema, foi ainda referido que:

    No total da Rede, as Plataformas ocupam uma rea de 844ha, com

    possibilidade de expanso de mais 619ha, cobrindo mais de 93% da

    economia e da populao portuguesa, potenciando a captao de novos

    trfegos de mercadorias transfronteirios e porturios, num total estimado

    de 2 milhes de toneladas;

    O investimento previsto para a concretizao de toda a Rede de cerca de

    1.038 milhes de euros, dos quais 131 milhes em acessibilidades; O aumento da eficincia e da produtividade dos operadores logsticos

    permitiro uma reduo mdia dos custos logsticos da ordem dos 10%,

    com o consequente aumento de competitividade nacional;

    O investimento previsto para a concretizao de toda a Rede de cerca de

    1.038 milhes de euros, dos quais 131 milhes em acessibilidades;

    O aumento da eficincia e da produtividade dos operadores logsticos

    permitiro uma reduo mdia dos custos logsticos da ordem dos 10%,

    com o consequente aumento de competitividade nacional;

    De acordo com perspectivas conservadoras, sero criados mais de 5 mil

    postos de trabalho.

    Foi tambm referido que a RNPL, assumindo como vectores estratgicos a

    intermodalidade e interoperabilidade, cria as condies para aumentar a quota do

    transporte de mercadorias por caminho-de-ferro e por mar, contribuindo para a

    reduo de emisses e, desta forma, para o cumprimento das metas de Quioto.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    O plano Portugal Logstico contribui tambm para a sustentabilidade ambiental, dado que ser

    feita uma Avaliao Ambiental Estratgica da RNPL, permitindo identificar e avaliar os

    impactos do plano, possibilitado desta forma introduzir medidas que minimizem possveis

    efeitos negativos, com esta avaliao pretende-se tambm promover a transparncia e a

    participao de todos os interessados.

    4.4 Implementao das Plataformas Logsticas Anunciadas

    Naapresentao do Projeto Portugal Logstico em 2006 o governo anunciou a construo de

    onze Plataformas (em 2008 passaram a doze Plataformas) que deveriam estar concludas at

    2013 com um investimento superior a mil milhes de euros.

    Quando o governo apresentou este projeto j existiam plataformas logsticas

    praticamente prontas, outras em fase de infraestruturao, em projeto ou em

    contatos para o seu desenvolvimento.

    Passados sete anos do anncio deste projecto fazemos uma breve anlise da situao

    atual das plataformas.

    Plataformas TransfronteiriasA plataforma de Chaves, de iniciativa municipal, foi inaugurada ainda em 2006,

    tambm designada como Plataforma Logstica Internacional do Vale do Tmega,

    com cerca de 10 hectares, esta plataforma conta com um parque logstico

    multifuncional, um centro de transferncia, uma zona de servios de apoio, incluindo

    restaurante e balnerios, inclui tambm um parque de estacionamento de pesados e

    ligeiros. No entanto sete anos aps a sua inaugurao o parque logstico no

    funciona, apenas o parque empresarial funciona com uma ocupao abaixo dos 50%,

    grande parte das infraestruturas no esto a funcionar, esto ao abandono e algumas

    at vandalizadas, lentamente vai-se degradando.

    A plataforma de Valenasofreu uma ligeira alterao sua localizao em relao

    inicialmente anunciada, esta alterao teve como intuito otimizar a futura ligao

    rede ferrovirio e ao parque industrial. Esta plataforma logstica anunciada pelo

    governo em 2006 e contratualizada entre o governo e o consorcio Way2B em 2009

    s recebeu os pareceres favorveis para poder avanar em 2013.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Com os pareceres favorveis da tutela ao Plano de Urbanizao da rea Empresarial

    de Valena - P.U.A.E.V., plano este que abrange a rea do parque Empresarial de

    Valena, a primeira e a segunda fase da plataforma logstica e as reas de expanso

    junto ao n da autoestrada A3, o municpio pretende assim garantir um planeamento

    e ordenamento do territrio, para esta zona, que defenda e garanta novos

    investimentos industriais e logsticos, assim como a sustentabilidade ambiental deste

    territrio.

    A plataforma da Guarda uma das plataformas que j estava execuo quando foi

    anunciado pelo governo o Portugal Logstico. Em 2008 as infraestruturas da zona 1,

    a rea logstica desta Plataforma, j estavam concludas e em fase de comercializao,

    estando em fase de concluso as infraestruturas da zona 2 que se destina instalao

    de empresas industriais, a construo da ETAR e s obras de construo ao novo

    plo industrial.

    Esta plataforma chega a 2013 sem nunca ter sido inaugurada, e com uma taxa de

    ocupao muito baixa, com cerca de 20 empresas instaladas.

    A Plataforma Logstica de Elvas Caia, este projeto estava previsto desenvolver-

    se numa parceria entre a Refer e dos Portos de Sines, Setbal e Lisboa. Apesar da

    anunciada parceria esta plataforma ainda no avanou, o presidente da cmara

    municipal de Elvas defende uma pareceria forte com a vizinha cidade de Badajoz,nesse sentido os dirigentes municipais reuniram-se e defenderam que a plataforma

    logstica tem um carcter internacional e acordaram que ambas as cidades devem

    estudar a melhor forma de gesto.

    Plataforma Regional

    A plataforma de Tunesdesde a sua apresentao que se revelou a estrutura menos

    atrativa para o setor privado encontra-se assim estagnada.

    Plataformas Urbanas

    A plataforma da Maia/ Trofa tambm est estagnada, de acordo com o governo esta

    plataforma no se concretizara porque o valor dos terrenos so muito elevados e enquanto

    estes no baixarem no vivel.

    A plataforma do Poceiroem 2010 celebraram-se protocolos com entidades privadas para a

    sua construo e gesto e explorao, no entanto este projeto tambm est congelado por falta

    de financiamento para a construo das infraestruturas logsticas.

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    Plataforma Logstica de Leixes

    Plataformas Porturias

    Plataforma de Sines, a infraestruturao desta plataforma terminou em 2008. Em 2010 foi

    inaugurada a nave logstica da Zalsines (Zona de Atividades Logsticas de Sines) que marcou

    assim o arranque da plataforma logstica de Sines. A ZILS Global parques (Zona Industrial e

    Logstica de Sines) est sob gesto da Aicep Global Parques. A ZILS dispe de 2.000 hectares

    de reas dirigidas para atividades industriais, logsticas e de servios contando j com algumas

    das maiores empresas nacionais e estrangeiras, a maior rea de localizao para unidades

    industriais e logsticas da Pennsula Ibrica.

    Plataforma de Lisboa foi lanado o empreendimento em Maro de 2008, a empresa

    promotora previa na altura que este projeto iria criar vrios postos de trabalho. No entanto j

    passaram cinco anos desde o seu lanamento e ainda no foi construdo nenhum pavilho

    nem criado nenhum posto de trabalho. Apenas existem os acessos que foram construdos pela

    autarquia inclusive a ligao A1 com placas que indicam a sada para a Plataforma Logstica

    Lisboa Norte (PLLN).

    Plataforma da Figueira da Foz a ltima plataforma a entrar no Portugal Logstico, uma

    iniciativa conjunta da administrao porturia e da cmara municipal desta cidade. Em 2011 a

    autarquia aprovou o estudo de quatro possveis opes para a localizao desta plataforma.

    A Plataforma de Aveiro, este projeto conta com dois plos, um na zona porturia (Zona de

    Atividades Logsticas e Industriais -ZALI) e outro em Cacia que devem funcionar como umtodo enquanto plataforma porturia multimodal (martimo, rodo e ferroviria) de apoio ao

    porto de Aveiro. A sua gesto partilhada entre a REFER e a Administrao do Porto de

    Ave