pontifÍcia universidade catÓlica do paranÁ...2010/03/18  · sistemas de apoio à decisão da...

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EM SAÚDE

ALESSANDRA ANDRÉA DA SILVA TETZLAFF

UM MODELO PARA UM SISTEMA DE APOIO À DECISÃO NA

IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE MÜNCHHAUSEN POR

PROCURAÇÃO BASEADO EM METODOLOGIAS

DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

CURITIBA

2009

ALESSANDRA ANDRÉA DA SILVA TETZLAFF

UM MODELO PARA UM SISTEMA DE APOIO À DECISÃO NA

IDENTIFICAÇÃO DA SÍNDROME DE MÜNCHHAUSEN POR

PROCURAÇÃO BASEADO EM METODOLOGIAS

DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologia da Saúde – PPGTS, Linha de Pesquisa: Informática em Saúde – Sistemas de Apoio à Decisão da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR, como requisito à obtenção do Grau de Mestre em Tecnologia em Saúde. Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto Hochuli Shmeil Coordenador: Prof. Dr. Munir Antonio Gariba

CURITIBA

2009

DEDICATÓRIA

PARA LARISSA, FILHA QUERIDA... QUE COMPREENDEU A MINHA AUSÊNCIA.

PARA DIETHER, ESPOSO AMADO...

QUE AGÜENTOU A MINHA INSTABILIDADE EMOCIONAL.

PARA MIM... POR SER UM INSTRUMENT

Para Larissa,... Minha fonte de inspiração.

Para Diether,...

Meu porto seguro.

... Insista, persista, mas nunca desista que um dia você conquista. (anônimo)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste

trabalho. Em especial, sou grata:

A Deus, para quem nada é impossível, por me dotar de saúde, sabedoria,

teimosia e persistência, de tornar disponível e ao meu alcance os meios necessários

para a realização deste objetivo, além de me ajudar a transpor os obstáculos que

surgiram durante esta caminhada.

Aos meus pais, Plínio e Ivani, mesmo estando longe, sempre procuraram

incentivar-me, muitas vezes tomando para eles a minha ansiedade e preocupação.

Ao meu amado marido Diether, seu incentivo, apoio e colaboração para a

conclusão deste trabalho, não me deixando desanimar, e estando sempre ao meu

lado nas horas mais difíceis.

À minha filha querida Larissa, que com seu sorriso, me renovava a cada

instante; por compreender a minha ausência; tenho muito que aprender com você,

minha “florzinha”.

Aos meus irmãos Mauricio e Rodrigo, suas esposas Andréa e Daniela e

querido afilhado Danilo, meu muito obrigado pelas horas de conversas e paciência.

Juntos, trilhamos esse caminho, mas outros virão...

Ao meu querido orientador, Prof. Dr. Marcos A. H. Shmeil, pela

oportunidade, apoio, paciência e compreensão durante este período. Apesar das

poucas horas presenciais, foram de grande enriquecimento. Tenho-o como um

exemplo intelectual, serei eternamente grata. “Go ahead”

À estimada Profa. Dra. Maria de Lourdes Centa, a qual tive o privilégio de

conhecer no grupo de pesquisa GEFASED/UFPR e descobrir que compartilhávamos

interesses diversos. Creio ter sido esta experiência de vida que a levou a ser

generosa comigo em função dos seus apontamentos e contribuições. Considero-a

um exemplo de profissional e uma “mãe postiça”. Obrigada pelos conselhos, você é

um motivo inspirador das minhas realizações.

Ao Prof. Dr. Laudelino C. Bastos e ao Prof. Dr. Gerson L. Bichinho, por

aceitarem o convite para participarem da banca examinadora. Agradeço de coração

os apontamentos sugeridos para a melhoria desse trabalho.

Aos Dr. Luiz Roberto Aguiar, Dra. Maria Lúcia Bezerra, Dr. Eduardo

Adratt, Dr. Gilberto Pascolat, Dra. Luci Pfeiffer, que acompanharam e orientaram

em momentos que precisei de palavras competentes e sábias para avançar nesse

trabalho. Tenho profundo respeito e admiração por vocês, muito obrigada.

À bolsa Aliança Saúde/PUCPR/Santa Casa, pelo apoio financeiro obtido no

segundo ano do curso de mestrado.

Em especial à amiga Rosy Saez, que sempre esteve ao meu lado em todos

os momentos, nos alegres e tristes, pelas risadas, inclusive pelas “puxadas de

orelhas”. Muito obrigada! Algum dia, espero poder retribuir o que fez por mim.

Aos amigos Vânia, Luciene, Erika, Danilo, Carla que conquistei no decorrer

do mestrado, pela confiança depositada em mim para a realização deste trabalho e

pelos inúmeros diálogos e discussões sobre o mesmo.

Ao Prof. Dr. Agostinho Baldin, pelas correções finais e longas conversas

regadas de sabedoria. Inspirador, até breve!

A todos os que de alguma forma, fizeram parte dessa conquista.

KKaarrll FFrriieeddrriicchh HHiieerroonnyymmuuss vvoonn MMüünncchhhhaauusseenn FFoonnttee:: International Catalogue of Superheroes (22000022))..

RESUMO

A Síndrome de Münchhausen por procuração (SMPP) é caracterizada por um transtorno mental que acomete o adulto, na qual a criança denominada vitimizada é agredida física e/ou psicologicamente sob forma de excesso de cuidados médicos, ocasionados pela imaginação do agressor por meio de uma doença fictícia. Esse agressor, em muitos casos, é atribuído principalmente à figura da mãe. O objetivo do presente trabalho é apresentar um sistema de apoio à decisão para que o profissional da saúde possa utilizar como suporte na sua fundamentação da suspeita de ocorrência de violência acometida contra crianças e adolescentes pela SMPP. Desenvolveu-se a metodologia como uma pesquisa bibliográfica para construção de conhecimento. Como método utilizou-se o levantamento de dados, diferenciando a SMPP em relação a outras patologias, tais como: Borderline, Tourette e o Masoquismo Moral. O questionário foi estruturado com base nas escalas de Likert, Thurstone e Nominal, realizados com 21 respondentes entre médicos e enfermeiros; e a modelagem foi de um sistema de apoio à decisão utilizando-se diagramas. Aplicou-se o software C4.5, gerador de árvore de decisão, nas escala de Likert e nos dados testados dos artigos sobre as diferenças patológicas. Este trabalho finaliza com a aplicação do Shell SINTA, gestor de Sistemas Especialistas, sobre as regras induzidas pelo C4.5.

Palavras chave: Maus-Tratos. Síndrome de Munchausen Causada por Terceiro. Inteligência Artificial. Sistemas Especialistas.

ABSTRACT

The Münchhausen's Syndrome by proxy (SMPP) is characterized by a mental disorder that affects adults, generally health professional women, who abuses their children by the form of excess of medical care due to fictitious diseases they imagine or want their children to have. The objective of this paper is to present a decision-making system to support health professionals in the process of diagnosing the SMPP in cases where violence against children and adolescents is suspected. The methodology has been developed based on a literature research to build knowledge. The method was carried out by analyzing researched data differentiating the SMPP from other illnesses such as Borderline, Tourette and Moral masochism. The questionnaire has been structured based on the Likert, Thurstone and Nominal scales and answered by 21 respondents among doctors and nurses. The modeling was based on a decision support system using diagrams. The software C4.5 (decision tree generator) was applied on the Likert scale and on tested data obtained from the articles on pathological differences. This work ends with the application of SHELL SINTA on the rules induced by c4.5.

Key Words: Child Abuse. Munchausen Syndrome by Proxy. Artificial Intelligence. Expert Systems.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Tipos e causas da Violência………………………..………………… 31

Figura 02 Ciclo, esboço, análise e revisão...................................................... 38

Figura 03 Pôster – A Child’s Cry for Help……………………………………… 43

Figura 04 Cena do filme - A Child’s Cry for Help............................................. 43

Figura 05 Pôster – A Casa de Vidro 2…………………………......................... 44

Figura 06 Cena do filme - A Casa de Vidro 2……………………………........... 44

Figura 07 Pôster – O sexto sentido………………............................................ 44

Figura 08 Cena do filme – O sexto sentido …………………………................. 44

Figura 09 Pôster – The Night Listerne ........…………….................................. 45

Figura 10 Cena do filme - The Night Listerne ................................................. 45

Figura 11 Pôster – This Boys Life ……………………………………………….. 45

Figura 12 Cena do filme - This Boys Life ……………………........................... 45

Figura 13 Pôster – Ligação Perdida ............................................................... 46

Figura 14 Cena do filme - Ligação Perdida .................................................... 46

Figura 15 Pôster – Merci Pour Le Chocolat .................................................... 46

Figura 16 Cena do filme - Merci Pour Le Chocolat ......................................... 46

Figura 17 Pôster – Os Outros.......................................................................... 47

Figura 18 Cena do filme – Os Outros.............................................................. 47

Figura 19 Pôster – Yes Man……………………………………………………… 47

Figura 20 Cena do filme - Yes Man................................................................. 47

Figura 21 Característica a serem observadas na avaliação da pesquisa

clínica............................................................................................... 50

Figura 22 Pirâmides de Tuthill e Cabena......................................................... 53

Figura 23 Exemplo de árvore de decisão ....................................................... 63

Figura 24 Etapas que compõe o processo de KDD ........................................ 64

Figura 25 Blocos usuais de um SE implementado de modo simbólico........... 68

Figura 26 Protocolo Hospitalar de Evolução da SMPP................................... 81

Figura 27 Exemplo de atores do diagrama de casos de uso sobre a SMPP.. 82

Figura 28 Exemplo de cabeçalho gerado pelo software C4.5 ........................ 85

Figura 29 Exemplo de nó de decisão gerado pelo software C4.5 .................. 85

Figura 30 Exemplo de árvore gerado pelo software C4.5 .............................. 86

Figura 31 Exemplo A - regras gerado pelo software C4.5 rules ..................... 87

Figura 32 Exemplo B - regras gerado pelo software C4.5 rules ..................... 87

Figura 33 Exemplo de classificação dos transtornos mentais gerado pelo

software C4.5 .................................................................................. 88

Figura 34 Cenário 1 - Casos de uso SMPP..................................................... 105

Figura 35 Cenário 2 - Casos de uso SMPP..................................................... 106

Figura 36 Cenário 3 - Casos de uso SMPP..................................................... 107

Figura 37 Fluxograma da SMPP...................................................................... 108

Figura 38 Árvore de decisão gerada pelo C4.5 para diagnóstico dos

transtornos mentais......................................................................... 110

Figura 39 Regras geradas pelo C4.5 para os 42 casos – diagnóstico............ 110

Figura 40 Fluxograma do resultado obtido pelo C4.5 – atributo coleta........... 122

Figura 41 Interface depurador das regras Expert SINTA – SISMUN.............. 125

Figura 42 Interface de abertura do Expert SINTA –SISMUN.......................... 126

Figura 43 Exemplos das interfaces do programa Expert SINTA – SIMUN...... 127

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Faixa etária dos pesquisadores....................................................... 112

Gráfico 2 Pós-graduação em medicina, especializações............................... 113

Gráfico 3 Comparativo do ano de conclusão do ensino superior 113

Gráfico 4 Pós-graduação em enfermagem, especializações.......................... 114

Gráfico 5 Comparativo do ano de conclusão do ensino superior dos

enfermeiros...................................................................................... 114

Gráfico 6 Tempo de assistência hospitalar e/ou ambulatorial dos

profissionais de medicina e enfermagem........................................ 115

Gráfico 7 Respostas das características do cuidador referente ao caso 1..... 116

Gráfico 8 Respostas das características do cuidador referente ao caso 2..... 117

Gráfico 9 Respostas das características da família referente ao caso 1........ 117

Gráfico 10 Respostas das características da família referente ao caso 2........ 118

Gráfico 11 Distribuição do valor obtido das respostas dos questionários

conforme gabarito da SMPP........................................................... 119

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Categorias de pensamento conforme Guilford................................ 56

Quadro 2 Fatores do pensamento divergente segundo Guilford ................... 57

Quadro 3 Resultado da Interação de duas ou mais matrizes segundo Koestler........................................................................................... 58

Quadro 4 Categorias de enquadramento da IA............................................... 60

Quadro 5 Contribuição das recorrentes para o desenvolvimento do trabalho 71

Quadro 6 Fases do desenvolvimento metodológico ...................................... 72

Quadro 7 Definição da gravidade, nível e freqüência dos sinais e sintomas na SMPP......................................................................................... 78

Quadro 8 Exemplo de Ranking Médio da Escala de Likert............................ 92

Quadro 9 Dados referente à doença - SMPP.................................................. 102

Quadro 10 Dados referente à família na SMPP................................................ 103

Quadro 11 Dados referente à criança/adolescente na SMPP........................... 104

Quadro 12 Dados referente ao cuidador (agressor) na SMPP......................... 104

Quadro 13 Respostas de referencia do questionário de Likert para o C4.5 .... 120

Quadro 14 Árvore gerada C4.5 atributo coleta.................................................. 121

Quadro 15 Variáveis SISMUN........................................................................... 123

Quadro 16 Variáveis-objeto – SISMUN............................................................. 124

Quadro 17 Perguntas e variáveis do Expert SINTA – SISMUN........................ 124

Quadro 18 Variáveis equipe – Expert SINTA – SISMUN................................. 128

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Gabarito escala Likert - SMPP........................................................ 92

Tabela 2 Divisão de grupos por anos em tempo de experiência profissional

em assistência ambulatorial e/ou hospitalar.................................... 115

Tabela 3 Tempo de docência em anos.......................................................... 116

Tabela 4 Ranking Médio da escala Likert dos casos 1 e 2 – SMPP.............. 118

Tabela 5 Resultado final do questionário da escala de likert, conforme os

casos............................................................................................... 119

Tabela 6 Aumento das variáveis para o SISMUN.......................................... 129

LISTA DE ABREVIATURAS

AMB Associação Médica Brasileira

BR Brasil

CID Classificação estatística Internacional de Doenças e problemas relacionados a saúde

CFM Conselho Federal de Medicina

Dr. Doutor

DSM Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais

DT Minerador de dados

ECA Estatuto da Criança e do Adolescente

EP Extended Play

EUA Estados Unidos da América

KDD Knowledge Discovery in Databases

IA Inteligência Artificial

IAM Institute for Algorithmic Medicine - Medal

MM Masoquismo Moral

RM Ranking Médio

SAD Sistema de Apoio a Decisão

SB Síndrome de Borderline

SBC Sistema Baseado em Conhecimento

SBP Sociedade Brasileira de Pediatria

SE Sistema Especialista

SISMUN Sistema de Identificação para a Síndrome de Münchhausen por procuração

S/S Sinais e Sintomas

ST Síndrome de Tourette

UML Unified Modeling Language

US$ Dólar americano

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 18

1.1 OBJETIVOS.............................................................................................. 21

1.1.1 Objetivo geral.......................................................................................... 21

1.1.2 Objetivos específicos............................................................................. 22

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO................................................................. 22

2 RECORRENTES CONCEITUAIS PARA A FUNDAMENTAÇÃO DO

TRABALHO.............................................................................................. 23

2.1 HISTÓRICOS DA DOENÇA..................................................................... 23

2.1.1 A Enfermagem e a hospitalização......................................................... 25

2.1.2 Breve descrição das Síndromes de Tourette, Bordeline,

Sociopatas, Masoquismo Moral e Narcisismo..................................... 27

2.2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA........................................................................ 29

2.3 ANALOGIA ENTRE A HISTÓRIA DA ARTE E A SÍNDROME DE

MÜNCHHAUSEN...................................................................................... 32

2.3.1 Primeira arte – Música (som)................................................................. 33

2.3.2 Segunda arte – Pintura (cor).................................................................. 35

2.3.3 Terceira arte – Escultura (volume)........................................................ 36

2.3.4 Quarta arte – Arquitetura (espaço)...................................................... 37

2.3.5 Quinta arte – Literatura (palavra).......................................................... 39

2.3.6 Sexta arte – Coreografia (movimento).................................................. 41

2.3.7 Sétima arte – Cinema............................................................................ 42

2.4 A PESQUISA MÉDICA COMO CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO. 48

2.4.1 Diretrizes médicas ................................................................................. 50

2.5 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO................................................................ 51

2.5.1 Padronização em saúde......................................................................... 53

2.6 SISTEMA DE APOIO A DECISÃO........................................................... 55

2.7 INTELIGENCIA ARTIFICIAL.................................................................... 59

2.7.1 Aprendizagem de Máquina: método indutivo...................................... 62

2.7.2 Sistemas Especialistas.......................................................................... 67

2.8 CONTRIBUIÇÃO DAS RECORRENTES PARA O

DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO................................................... 70

3 DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO............................................... 72

3.1 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS UTILIZADAS PARA O DIAGNÓSTICO

DA SMPP.................................................................................................. 75

3.1.1 Avaliação dos atributos......................................................................... 78

3.2 REFINAMENTO DA TEORIA QUE CARACTERIZE A SUSPEITA DA

SMPP....................................................................................................... 80

3.3 UTILIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS DA SMPP DIFERENCIANDO COM OS

OUTROS TRANSTORNOS MENTAIS..................................................... 83

3.4 DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

ESTRUTURADO....................................................................................... 89

3.4.1 Modelo do instrumento de pesquisa.................................................... 90

3.4.2 Elaboração dos casos............................................................................ 92

3.4.3 Elaboração das perguntas do questionário......................................... 93

3.4.4 Descrição dos critérios para análise.................................................... 98

3.5 PERGUNTAS PARA ANÁLISE DOS RESULTADOS.............................. 99

3.6 DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO DO SISTEMA DE APOIO A

DECISÃO NA SMPP............................................................................... 100

4 RESULTADOS ........................................................................................ 102

4.1 ANÁLISE DOS DADOS............................................................................ 102

4.2 ANÁLISE DAS TEORIAS......................................................................... 105

4.3 ANÁLISE DA DIFERENCIAÇÃO DE DADOS DOS TRANSTORNOS

MENTAIS.................................................................................................. 109

4.4 ANÁLISE – ESCALA NOMINAL............................................................... 112

4.5 ANÁLISE - ESCALA THURSTONE.......................................................... 116

4.6 ANÁLISE - ESCALA LIKERT.................................................................... 118

4.7 ANÁLISE – C4.5....................................................................................... 120

4.8 ANÁLISE DA MODELAGEM DO EXPERT SYSTEM - SINTA................ 122

5 CONCLUSÕES........................................................................................ 130

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS....................................... 134

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 135

APÊNDICES......................................................................................................... 161

APÊNDICE A – PARTE DOS DADOS AGRUPADOS REFERENTES AO

ANTES E DEPOIS DA AVALIAÇÃO PELOS ESPECIALISTAS............................. 162

APENDICE B – QUESTIONÁRIO: BLOCO A – ESCALA THURSTONE............... 163

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO: BLOCO B – ESCALA DE LIKERT................... 164

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO: BLOCO C – ESCALA NOMINAL..................... 165

APÊNDICE E – QUESTIONÁRIO: ORIENTAÇÕES GERAIS................................ 166

APÊNDICE F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO......... 167

APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO: CASO 1........................................................... 168

APÊNDICE H – QUESTIONÁRIO: CASO 2........................................................... 169

APÊNDICE I – LEVANTAMENTO DE DADOS DOS TRANSTORNOS

MENTAIS............................................................................................................... 170

APÊNDICE J – ARVORE GERADA PELO C4.5 – DIAGNÓSTICO....................... 171

ANEXOS................................................................................................................. 172

ANEXO A – PROTOCOLO HOSPITALAR DE EVOLUÇÃO DA SÍNDROME DE

MUNCHAUSEN POR PROCURAÇÃO................................................................... 173

ANEXO B - ALGORITMO MEDAL PROJECT........................................................ 174

ANEXO C – MÉTODO DE FABRICAÇÃO E A CORRESPONDÊNCIA

ESTRATÉGICA...................................................................................................... 176

18

1 INTRODUÇÃO

“Amor: uma perigosa doença mental.”

(Platão)

Na medicina, desde tempos remotos até a atualidade, fatos ocorrem

instigando a curiosidade de médicos e equipe de assistência, promovendo a

pesquisa e a ciência, no intuito de desvendar os mistérios do organismo humano e

sua inter-relação com a sociedade e o meio ambiente.

Em 1843, Dr. Gavin observou um grupo de pacientes que simulavam sinais e

sintomas buscando experimentar as recompensas ocasionadas pelos cuidados

médicos hospitalares. O comportamento desses pacientes chamou a atenção da

equipe de assistência, pois estavam se deparando com uma ‘estranha doença

mental’. Inicialmente, Dr. Gavin sugeriu o termo ‘patomimia’1, porém não foi bem

aceito pela sociedade médica. Em 1951, Dr. Richard Asher, após publicar um artigo,

relatando três estudos de casos, numa conceituada revista médica, sugeriu o nome

de Síndrome de Münchhausen (ASHER, 1951; SALTON, 2003; FEURTADO,2004).

A Síndrome de Münchhausen (SM) faz alusão a Karl Friedrich Hieronymus

von Münchhausen, um barão alemão que viveu no século XVIII, reconhecido por

contar histórias fictícias dos seus atos heróicos com tanta veracidade e com

requintes de crueldade, que todos acreditavam que tais fatos, mesmos absurdos,

aconteciam realmente (BARNETT,1999; BENETT,K., 2000; ALBRECHT, 2001;

BARTSCH et al., 2003 ; GATTAZ et al., 2003; FELDMAN, 2000; FELDMAN, 2004;

OLIVEIRA, R., 2006; OLRY, 2006).

Em 1977, Dr. Roy Meadow, publicou um artigo sobre essa síndrome em mães

que simulavam sintomas nos seus filhos pequenos para, por meio deles, sentirem-se

envolvidas em cuidados médicos (MEADOW, 1982).

Atualmente, existem variações quanto à nomenclatura, tais como: Síndrome de

Munchausen causada por terceiro, Síndrome de Munchausen causada por poder,

Síndrome de Münchhausen transferida, Síndrome de Polle, Transtorno factício por

procuração, Síndrome da dependência hospitalar, Síndrome da dependência

policirúrgica e Síndrome do paciente profissional.

1 Imitação doentia de sintomas ou de doença. Fonte: <www.pdamed.com.br>

19

Optou-se para esse estudo a variação ‘Münchhausen’, por ser a grafia correta

em referência ao nome em alemão do barão; e a variação, ‘por procuração’, no

vocabulário jurídico ‘que lhe dá plenos poderes’ (PLÁCIDO E SILVA, 2002), sendo

definido como: Síndrome de Münchhausen por procuração (SMPP).

Foi reconhecida como transtorno de comportamento pela área de Psiquiatria

em 1980, quando foi inserida no DSM-3 (GUELLER, 2006). Especificamente como a

classificação (F68.1): Produção Intencional ou Invenção de Sintomas ou

Incapacidades Físicas ou Psicológicas (Transtorno Factício), sendo atualizado pelo

DSM-4 (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE PSIQUIATRIA, 1995). E também, está

incorporada à Classificação estatística Internacional de Doenças e problemas

relacionados a saúde, organizada pela Organização Mundial da Saúde, que

atualmente está em sua décima revisão (BRASIL; CID-10, 2008).

Classificada como um tipo de maus-tratos, acometidos contra crianças e

adolescentes, denominadas vitimizadas (GUERRA; AZEVEDO, 1997), os mesmos

são agredidos física e/ou psicologicamente sob forma de excesso de cuidados

médicos, ocasionados pela imaginação do agressor, compondo a doença fictícia.

Esse agressor, em alguns estudos de casos relatos, foi atribuído principalmente à

figura da mãe, tendo uma incidência menor com a figura paterna e com profissionais

da área da saúde (NEWS, 2001; BRENES; SCHOFIELD, 2003).

Brenes e Schofield (2003) citam os estudos realizados por Conde, em 1985,

nos quais relatam casos de crianças vitimadas pela SMPP, cuja média de idade era

de 4.4 anos e em 78% os agressores eram as mães. O estudo de Sell (2002),

reafirma que em 98% das agressoras são as mães, em que 25% estão envolvidas

com a área de saúde. Outro exemplo foi a pesquisa desenvolvida por McClure

(1996), publicando um estudo prospectivo, baseado em notificação voluntária, com

128 casos comunicados na Inglaterra e na Irlanda durante o período de 2 anos.

Nessa pesquisa a prevalência da doença seria de 0,5/100.000 em crianças abaixo

de 16 anos, de 12/100.000 em crianças abaixo de 5 anos e de 2,8/100.000 em

crianças abaixo de 1 ano. Estimou-se também que a maioria dos casos ocorre antes

dos 5 anos de idade, sendo a média de 20 meses. Como resultado dos casos

relatados, oito foram fatais (6,3%), sendo que algumas crianças que foram

submetidas à asfixia ficaram com paralisia cerebral ou retardo mental.

É crescente o número de crianças e adolescentes, vítimas de violência, que

são atendidos nos consultórios da rede pública de saúde, assim como nas clínicas

20

particulares. Porém ainda ocorrem falhas quanto ao diagnóstico e notificação deste

tipo de abuso infantil (PIRES; MIYAZAKI, 2005).

Acredita-se que este número, seja maior, pois muitos pediatras e hebiatras

evitam notificar os casos, devido a alguns fatores que dificultam a sua suspeita e

diagnóstico, dentre eles: a falta de informações técnicas e científicas, o despreparo

do profissional de saúde, a falha na abordagem sobre o tema violência durante a

graduação, ocasionando a falta de capacitação dos profissionais. Sendo assim, eles

preferem ter nível de certeza maior que 90% no seu diagnóstico, para notificarem

suspeita de maus-tratos, considerando que evitarão constrangimentos ou

envolvimentos em ações judiciais por suspeitas errôneas. (GONÇALVES;

FERREIRA, 2002).

Com base no cenário relatado até então, a Sociedade Brasileira de Pediatria

(SBP) instituiu em outubro de 1998 a Campanha de Prevenção de Acidentes e

Violência na Infância e Adolescência. Nessa oportunidade foi desenvolvido um guia

de atuação frente aos maus-tratos na infância e adolescência, referindo a SMPP

como um ponto a mais a ser observado pelos profissionais que assistem a criança,

bem como seus familiares (SBP/FIOCRUZ,2001).

Ao iniciar a abordagem sobre o tema em estudo, perante os profissionais de

saúde de diversas áreas de atuação, tais como: enfermeiros, fisioterapeutas,

psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas e médicos, os mesmos apresentaram

um parcial ou total desconhecimento sobre esse tipo de transtorno mental. Inúmeros

profissionais; ao relatarem o conhecimento empírico sobre o tema; referiram como

má-formação congênita na criança, outros citaram como uma deformidade

cromossômica não detectada. Um grupo menor relatou que já tinha lido algo a

respeito, mas não tinha avaliado a possibilidade de ocorrer em seu local de atuação

profissional.

No Paraná, existem várias entidades ou grupos que assistem crianças e

adolescentes vitimadas por algum tipo de abuso, tais como: o Grupo da Rede de

Proteção à Criança e o Adolescente (SMS, 2002), Centro de Combate à Violência

Infantil (CECOVI, 2006), Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de

Crimes (NUCRIA, 2007), Grupo de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente

(DEDICA, 2008), a Organização Não-Governamental Criança Segura (BRASIL, CS,

2007) e os Conselhos Tutelares. Todos esses atuam na abordagem da prevenção e

disponibilizam suporte para os casos de violência infantil, porém nenhuma dessas

21

organizações oferece treinamento específico sobre como avaliar uma suspeita de

SMPP aos conselheiros ou profissionais da saúde. Assim, a notificação se torna

inexistente nos dados estatísticos do Paraná, da Região Sul e provavelmente do

Brasil.

É incipiente no Brasil o estabelecimento de normas técnicas e rotinas bem

definidas para a orientação dos profissionais da saúde frente ao problema da

violência, em especial pela SMPP, o que contribui para a dificuldade em

diagnosticar, registrar e notificar esses casos; mesmo estando presente no

informativo da Sociedade Brasileira de Pediatria (2001), no manual de orientação e

notificação sobre violência infantil da rede de proteção à criança e ao adolescente

(2002) e no manual do conselho tutelar (2001).

A falta de sistematização do tema colabora também para o desconhecimento

da SMPP, intensificando o pacto de silêncio nos lares, espaço socialmente

sacralizado e considerado isento de violência, reforçando-os como um lugar

privilegiado para a prática de maus-tratos contra crianças e adolescentes (LEITE,

2008).

Este trabalho foi motivado pela possibilidade de apresentar um sistema de

informação de apoio à decisão, como auxílio aos profissionais da área de saúde que

assistem crianças e adolescentes, com diagnóstico de maus-tratos e suspeita

referente à SMPP.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo Geral

Construir um sistema especialista, baseado em metodologias de

Inteligência Artificial, que auxilie os profissionais da saúde e que sirva

de apoio à decisão para a fundamentação e diagnóstico da suspeita de

violência acometida contra crianças e adolescentes pela SMPP.

22

1.1.2 Objetivos Específicos

Dentre os objetivos específicos destacam-se:

estruturar o raciocínio para fundamentar a suspeita de diagnóstico da

SMPP utilizando métodos de Inteligência Artificial;

obter uma contribuição à teoria que caracteriza a suspeita da SMPP,

utilizando métodos automáticos indutivos de aprendizagem;

validar a contribuição à teoria junto aos profissionais de saúde na

identificação da SMPP;

desenvolver um protótipo que se sirva dos elementos acima descrito na

identificação da SMPP.

1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO

O conteúdo deste trabalho foi estruturado nos seguintes capítulos: 1

Introdução, 2 Recorrentes Conceituais, 3 Desenvolvimento Metodológico, 4

Resultados (análise e discussão), 5 Conclusão (trabalhos futuros).

O segundo capítulo apresenta uma breve revisão bibliográfica e

fundamentação teórica dos principais pontos sobre a Síndrome de Münchhausen por

procuração, suas características e definições clínicas, diferenciação com outras

síndromes. Contém também um breve comentário sobre a violência, além da

analogia com as sete artes. Em complemento, aborda temas utilizados para a

elaboração deste trabalho; tópicos de Medicina Baseada em Evidências, Sistema de

Informação, Inteligência Artificial, Aprendizagem de Máquinas e Sistemas

Especialistas.

O terceiro capítulo apresenta a metodologia e aplicação para o

desenvolvimento do sistema de apoio a decisão, bem como suas etapas e

referências.

O quarto capítulo contém os resultados obtidos durante o desenvolvimento e

aplicação do modelo de sistema de apoio. O quinto capítulo é constituído pelas

conclusões obtidas e possíveis trabalhos futuros.

23

2 RECORRENTES CONCEITUAIS PARA FUNDAMENTAÇÃO DO TRABALHO

“É preciso beber na arte e na ciência para aprender a estranhar

o habitual, para enxergar no óbvio o inusitado. As grandes

descobertas surgiram do espanto diante do óbvio”

(LOPES, 2005)

2.1 HISTÓRICOS DA DOENÇA

A Síndrome de Münchhausen (SM) é classificada como um transtorno fictício

em que o paciente de forma deliberada apresenta-se dramaticamente doente, com a

habilidade de mimetizar sinais e sintomas para necessitar de internações

prolongadas, procedimentos de diagnósticos invasivos e longo tempo de terapias

com as mais variadas classes de drogas e cirurgias. Dr. Richard Asher, médico

britânico responsável pela enfermaria dos distúrbios mentais, observou um grupo de

paciente que promoviam autodano para permanecerem internados. Por essa

observação, em 1951, pode descrever três estudos de casos no primeiro artigo

publicado numa conceituada revista médica da época, nomeando esse transtorno

em alusão ao barão alemão do século 18, conhecido por inventar histórias

fantasiosas (ROSENBER, 1987; MENEZES et al., 2002).

Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (1995), o critério para o

diagnóstico de desordem fictícia é a produção intencional de sinais e sintomas

físicos ou psicológicos, sem que o paciente obtenha algo em troca, como ganho

financeiro ou liberação de responsabilidade legal, melhora do bem-estar físico ou

uso de determinadas medicações, apenas a atenção em fazer o papel de enfermo.

Nessa simulação da SM, observa-se, porém, que o paciente tem como objetivo o de

receber a atenção do cuidador e algum ganho financeiro, previdenciário, judicial ou

pessoal.

Somente em 1997, apareceu descrita na bibliografia médica uma rara forma

de maltrato infantil sendo classificada como SMPP, e definida como a situação na

qual a criança é trazida para cuidados médicos devido a sintomas ou sinais

inventados ou provocados pelos seus responsáveis (GREGORY, 2004; BRAGA,

2007). Em decorrência, há consequências que podem ser caracterizadas como

24

violências físicas tais como: exames complementares desnecessários, uso de

medicamentos, ingestão forçada de líquidos, distúrbios psicológicos com inúmeras

consultas e internações, adulteração de exames laboratoriais, manipulação de

gotejamento de soros, dentre outros (BENNETT, 2000; BENNETT et al. 2005;

CARTER; IZSAK et al., 2006; FOREMAN, 2005)

Segundo Menezes et al. (2002), a forma conhecida como SMPP é

caracterizada pelo abuso infantil, de idosos e de deficientes mentais e físicos, que

estão sob cuidados de algum adulto; podem ser familiar ou profissionais da saúde.

As idades descritas nos históricos dos casos relatados são crianças e/ou

adolescentes entre 7 semanas e 14 anos. Normalmente, o agressor é mãe, com

menos de 20 anos, casada e com algum transtorno de personalidade ou disfunção

familiar, que pode ter sido diagnosticado ou não. Outras pessoas envolvidas

diretamente com a criança ou idoso também podem ser autoras dos sintomas,

porém com uma frequência menor.

A forma como essa síndrome age no adulto e reflete contra a saúde da

criança e do adolescente se torna uma variante dos tipos de abuso infantil, em que

será praticada pela omissão, pela supressão ou pela transgressão dos direitos da

criança. Esses direitos foram sendo definidos por convenções legais e pelas normas

culturais, garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente2 com amparo do

Conselho Tutelar vigente (BRASIL, 1990).

Esse tipo de transtorno mental do adulto acomete a integridade da saúde da

criança, e a maioria dos casos só foram diagnosticadas como uma patologia

diferencial tardiamente, devido à própria evolução dessa suposta doença não

coincidir com o quadro clínico da criança (ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE

PSIQUIATRIA, 1995; GREGORY, 2004; OLIVEIRA, R, 2006).

Até os dias atuais, a SMPP é classificada como difícil de diagnosticar, devido

à relutância dos médicos e da equipe de enfermagem, em considerar a possibilidade

de que a mãe possa fraudar sintomas no próprio filho, provocar algum sinal para

parecer qualquer doença ou sabotar o tratamento. O fato que, para o profissional, ao

acompanhar a criança doente, a mãe se doa ao cuidar e geralmente, ela parece ser

simpática, atenciosa, equilibrada e incapaz de fazer uma coisa dessas. Considerar o

desconhecimento sobre essa doença entre os médicos e outros profissionais de

2 Atribuições definidas no artigo nº 136 da Lei 8.069/90.

25

saúde de que essa doença existe, ou a existência desse transtorno mental que gera

esse tipo de violência e que tem características absolutamente típicas, e que não é

tão rara como se acredita (ABRAPIA, 1992).

2.1.1 A Enfermagem e a Hospitalização

A Enfermagem tem sido considerada a mais antiga das artes e a mais jovem

das profissões. Segundo Leininger (2002), define enfermagem como uma profissão

comprometida com o ser humano em sua totalidade. Assim, a enfermagem tem o

compromisso de oferecer o cuidado cultural aos indivíduos pertencentes a diferentes

grupos sociais.

Segundo Carraro e Westphalen et al. (2001) quando o profissional de saúde,

neste caso a equipe de enfermagem e em especial o enfermeiro, estende sua

assistência às famílias, obrigatoriamente vê-se envolvido com outras dimensões do

conhecimento, e sendo assim, surge a necessidade de instrumentalizar-se

adequadamente para atuar. Desde os descobrimentos arqueológicos e

antropológicos, a enfermagem aparece mostrando cuidados com as crianças e a

importância destas crianças para a sobrevivência da espécie humana. Logo,

demonstraram a importância do cuidado de enfermagem mantendo a vida.

Pelo fato de a assistência de enfermagem ser ininterrupta durante o período

de internação hospitalar da criança e sua família, ela tem total capacidade e

conhecimento técnico-científico para avaliar as condições existentes e levantar

aspectos para resolução de eventuais problemas, transformando-se no ponto central

do elo entre criança – família – equipe médica – equipe de suporte (ELSEN;

MARCON; SILVA, 2003).

A enfermagem acompanha todos os procedimentos desde o internamento até

a alta do paciente, percebendo que a criança reage de várias formas, dependendo

da fase etária em que se encontra. Essas reações são amplamente estudadas pela

neuropsicologia infanto-juvenil, mas quando elas estão fora de controle, a equipe

deve analisar seus detalhes, a fim de investigar a causa e sanar os prováveis

problemas, de forma holística e humanizada (LIMA; ROCHA; SCOCHI, 1999;

SOARES; BOMTEMPO, 2004). Em muitos casos, esse levantamento de problemas

26

falha, principalmente devido aos conceitos pré-estabelecidos pela sociedade em que

este profissional está inserido (COLLET; ROCHA, 2001).

Nem todas as mães estão preparadas para exercer o papel materno. Isso

ocorre por vários motivos, por exemplo, a falta de conhecimento, falta de modelo

maternal, problemas socioculturaleconomicos, dentre outros fatores relevantes

dependendo de cada caso individualmente (GUERRA; AZEVEDO, 1998; SCHOR,

2002; ROLDAN; GALERA, 2005).

O problema se intensifica quando geralmente a mãe apresenta sutilmente

sem ter sido diagnosticado, um distúrbio da saúde mental de transtorno de

personalidade ou de comportamento, em que alguns aspectos são o conhecimento

profundo dos sinais e sintomas específicos de determinadas doenças, bem como a

sua reprodução em um corpo são, que especificamente será a do seu filho

(CASTIGLIA, 1995; NEWS, 2001 ).

Nesse caso, o cuidador considera que a imaginação da enigmática doença da

criança não seja real, mas a intenção em sentir-se responsável pelo ‘salvamento e

reconhecimento’, seja real.

No estudo amostral, Tetzlaff e Shmeil (2006) refletiram sobre o conhecimento

da SMPP de enfermeiros-chefes, responsáveis pelo serviço e orientação de suas

equipes, atuantes com crianças e adolescentes. Obtiveram como resultado, após

coleta e análise dos dados, pontos importantes como o desconhecimento da SMPP,

na abordagem teórica e pratica, e a falta de um modelo para a sistematização da

assistência. Consideraram que o profissional de enfermagem que atua diretamente

com a mãe e a criança tem capacidade de avaliar, cuidar e prevenir; desde que seja

qualificado (treinado e orientado). No caso da SMPP, se for orientado, poderá

prevenir, ou então, poderá ser um ‘instrumento conivente’ com a violência praticada

contra a criança.

Ressaltando, aquele membro da família que é visto pela sociedade como uma

pessoa que se doa para o cuidar, interessado apenas no restabelecimento e total

cura da doença da criança, não deve ser considerado como um ‘salvador’, deve ser

analisado todo o seu contexto, pois pode ser ele o principal responsável do

agravamento da doença desta criança, devido atuar como intermediário da criança-

equipe de saúde; solicitando, interferindo e em alguns casos adulterando resultados

de exames, para incentivar a realização de procedimentos médicos desnecessários

na criança (TETZLAFF; SHMEIL, 2006).

27

Conforme a citação de Melman (2002), é necessário escapar do olhar

familiocêntrico e romper com o julgamento e a dualidade para além do bem e do mal

das relações familiares. Por esse motivo, é de suma importância sua notificação,

mas para isso, é necessário que os profissionais da área da saúde, em especial o

médico e o enfermeiro, tenham conhecimentos sobre as facetas desse tipo de abuso

infantil; diferenciando-o de outros transtornos mentais, para assim, resgatar o

modelo de assistência integral fundamental, visando ao restabelecimento adequado

para a proteção da criança e o apoio necessário para a família (MELMAN, 2002) e

principalmente, resgatando a enfermagem comprometida com o ser humano

(CARRARO; WESTPHALEN et al., 2001).

2.1.2 Breve descrição das Síndromes de Tourette, Bordeline, Sociopatas,

Masoquismo Moral e Narcisismo.

A SM e SMPP são transtornos de comportamentos e que em vários casos

são diagnosticados tardiamente ou como diagnóstico de exclusão, por confundir os

profissionais da saúde, em especial os médicos, em seus relatos e históricos.

Quando ocorre qualquer alteração de comportamento ou humor, inicialmente

são tratadas com condutas leves até ser fechado um diagnóstico preciso sobre o

caso apresentado; entretanto o quadro clínico analisado pode ramificar-se para

outras formas de transtornos mentais e ser impreciso, pelo fato da similaridade e

sutileza das características dos sinais e sintomas demonstradas pelo paciente, que

no caso da SMPP seria o agressor da criança.

Portanto para compor esse capítulo, fez-se necessário explicitar as

peculiaridades principais das Síndromes de Tourette, Bordeline, Sociopatia,

Masoquismo Moral e Narcisismo, para fornecer uma melhor compreensão no seu

contexto patológico, para diferenciá-las com a SMPP no decorrer desse estudo.

A Síndrome de Tourette (ST) é um distúrbio genético, de natureza

neuropsiquiátrica, caracteriza por fenômenos compulsivos, que resultam em uma

série repentina de múltiplos tiques motores e ou tiques vocais, durante pelo menos

um ano (AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION, 1994; WHO, 2000;

PETERSON, 2001; PAULS, 2003; LOUREIRO, 2005).

28

Segundo Carneiro (2004), identificar uma pessoa com personalidade

Bordeline (SB) não é difícil, pois os sintomas incomodam todos os que se

relacionam com ela, especialmente familiares. O quadro engloba algumas

manifestações típicas de vários transtornos psiquiátricos como esquizofrenia,

depressão, transtorno bipolar, mas em geral os pacientes não saíram totalmente do

estado considerado normal para serem enquadrados em tais classificações. A SB é,

portanto um mosaico de sintomas menos acentuados de diversos transtornos

(SOUSA, 2003). Para assegurar um diagnóstico preciso foram estabelecidos nove

critérios no DSM - IV (AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION, 1994). A

personalidade da SB aparece classificada dentro do grupo dos transtornos de

personalidades emocionalmente instáveis.

Insanidade sem delírio é considerado como Sociopatia (SP). Os sociopatas

são os portadores de distúrbio de personalidade dissocial (psicopatas), exímios

simuladores e manipuladores conseguem enganar alguns dos melhores peritos,

possibilitando escapar de promotores e juízes e viver quase incógnitos na sociedade

(KENDELL, 2002).

O Masoquismo Moral (MM) é o transtorno em que o paciente sente que

atacou alguém, vivendo rechaçado pelo seu superego e para ter favores dele realiza

o ato expiatório masoquista; enquanto o Narcisista (NC) trata em alcançar o

sentimento de ser melhor que o outro, sente-se superior no sofrimento, capaz de

suportar tudo e renuncia às satisfações (AMERICAN PSYCHIATRY ASSOCIATION,

1994; POTRICH, 2003).

A confusão do diagnóstico médico da SM pela semelhança desses

transtornos pode ocorrer. Por exemplo, na SMPP o agressor necessita ter atenção

para os cuidados médicos, então pode provocar um episódio de vômito na criança,

introduzindo um pedaço de carne à força pela boca. Após o ocorrido, a criança é

levada pelo agressor, que nesse caso é a mãe, à consulta médica, relatando ao

médico que a sua filha tem intolerância à carne e precisa fazer um exame mais

detalhado, a criança concorda com o relato da mãe e compartilha com a farsa

fazendo cara de sofrimento (GREGORY, 2004). Percebe-se que o profissional

imediatamente não sabe a situação foi provocado pela agressão da mãe, mas

acredita-se que será investigado. Entretanto sutilmente a situação da criança pode

assemelhar-se com o narcisista, pois o sofrimento faz parte da vida dela. Nesse

29

relato, o episódio foi provocado por outra pessoa, mas existem casos em que são

autoprovocados, o que assemelha a SM e o Masoquismo.

Quaisquer que sejam os transtornos mentais, quando ultrapassam o seu

limiar de tolerância, pode ocorrer os distúrbios de agitação (violência) ou

depressivos. Para este estudo, abordaremos a questão sobre a violência,

principalmente a doméstica.

2.2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Barros (2005) cita que devido ao aumento de mortes e traumas, em meados

dos anos 90, a violência passou a ser um problema de saúde pública brasileiro,

corroborando (MINAYO, 1994; IBGE, 2002; PHEBO; MOURA, 2005), ao afirmar que

muito se comenta sobre o aumento da violência na sociedade. Segundo a

Organização Mundial da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (OMS,

2002; OPAS, 2003), a violência é preocupante “tanto para os países desenvolvidos

como para os países em desenvolvimento, devido a interferir consideravelmente nas

taxas econômicas atribuídas para a saúde pública.

Considerada como uma das principais causas de morte entre crianças e

adolescentes (DATASUS, 2004), a violência seja qual for a sua natureza, em várias

situações é de difícil prevenção. Entretanto a real magnitude desse problema, não é

reconhecida pela sociedade, devido à interferência de alguns fatores culturais e

institucionais existentes (ROQUE; FERRIANI, 2007).

Segundo Wieviorka (1997) a violência deve ser pensada a partir do político,

pois está situado no cruzamento entre o social, o político e o cultural.

Existem vários tipos de violência: aquelas que são realizadas pelo agressor

por meio de atos conscientes, no intuito de prejudicar fisicamente, moralmente ou

psicologicamente e aquelas que são consideradas por excesso de cuidados ou por

informações fictícias do estado real entre saúde e doença (GUERRA; AZEVEDO,

1997; BARROS, 2005).

Quaisquer tipos de violência sofrida por crianças e adolescentes nos chocam

profundamente devido a ocorrer com seres considerados, em muitos casos, como

indefesos e que necessitam de uma ação protetora e de amparo de algum adulto.

30

Essa ação de segurança pode ser realizada por um membro do contexto familiar ou

se estender para um profissional da área da saúde em quem a criança possa

confiar.

A violência doméstica, considerada como infância vitimizada, pode ocorrer em

todas as classes sociais, sem distinção de raça, sexo ou idade, dentro dos seus

lares (GUERRA; AZEVEDO, 1997).

Esse tipo de violência é representado por utilizar a transgressão do poder do

adulto, a negação do valor de liberdade, à exigência do silêncio da criança, bem

como o processo de vitimação, quando ela é submetida à satisfação e expectativas

dos adultos. De certa forma, confirma a definição dada por Ferrari (2001), numa

perspectiva psicológica considera:

“Violência é todo ato invasivo, que implica uma submissão pela força, uma coerção, levando a pessoa a ter uma reação não espontânea, em função do desejo do outro. É uma situação que implica uma coisificação das relações, em que o outro é considerado como coisa, como objeto e não como sujeito.”

Violência é como ação e reação. Importante ressaltar que nem toda a forma

de violência se expressa no sentido negativo; pode-se expressar também no sentido

positivo, como resultado de uma contestação às situações sociais vividas dos

padrões estabelecidos de comportamento, perante aos órgãos governamentais. Em

contrapartida, as ações consensuais aparentemente pacíficas podem estar

carregadas de ‘sentidos’ dos mais violentos (BARROS, 2005).

Segundo Sorel (1995), algumas particularidades dessa violência são as

produções de sentidos, em cada contexto cultural e social, não se insere na

representação de resistência e de luta, como as causadas em outros tipos de

violência (física), muitas vezes revela a concepção do que sejam as relações

familiares entre os ‘adultos e crianças’, pautadas em ações de poder adultocêntricas.

“A violência aparece de múltiplas maneiras: há a violência dissimulada na obrigação dos ‘bons’ hábitos, de sempre obedecer às ordens, sem questioná-las, impostas que sejam sob quaisquer formas, tão comum em determinados regimes políticos e que deixa seu caldo de cultura em grupos e formas de poder posteriores; há a violência anônima, feita através de textos legais para beneficiar pessoas determinadas, os fortes, incidindo sobre os fracos; há a violência dos condicionamentos; há uma violência que se diz cega ou irracional, vizinha da violência racionalizada; há uma violência fixa, aceita e tão contundente que põe em crise todas as estruturas, desde os valores éticos e morais até os preceitos legais” (LEÃO, 2001).

31

A violência cultural se expressa entre pares, principalmente nas agressões

entre cônjuges, ou membros da família, sendo que os mais atingidos são as

mulheres, crianças e adolescentes. No que se refere à cultura, é considerada a

expressão da subjetividade em um determinado espaço, mas formam também um

lugar objetivo, pelo qual se delineiam os atos simbólicos e as diferentes formas de

dominação (BARROS, 2005). Caracterizando como a violência doméstica, e que

constitui violência interpessoal, por envolver uma complexidade de aspectos que

implicam uma definição da própria estruturação cultural e social. As principais

vítimas são as mulheres, as crianças e os adolescentes (BALLONE; ORTOLANI,

2001).

A violência contra a criança e o adolescente, portanto, é uma construção

histórica, social e cultural e pode manifestar-se por meio das mais diferentes formas

da violência, sendo elas: física, sexual, simbólica, psicológica, abandono,

negligência e as síndromes; podendo atingir indistintamente qualquer classe social,

faixa etária e ambos os sexos (AZEVEDO et al., 2004; BARROS, 2005).

A figura 1 apresenta os tipos e causas da violência.

A violência contra crianças e adolescentes

ABUSO NEGLIGÊNCIA ABANDONO

TIPOS

OMISSÃO SÍNDROMES

psicológico

físico

sexual

bebesacudido

criançaespancada

SMPP

SOCIOECONÔMICAS EDUCAÇÃO LEIS

CAUSAS

FAMILIAR

Modelo Patriarcalbrasileiro - BR

Modelo que exerceposição prioritária e

autoridadeinquestionável.

A figura da criança não passava deum simples instrumento (objeto) quedeve satisfazer as necessidades doadulto.

(FERRARI,2001)

Figura 1: Tipos e causas da violência.

32

Como se pode observar, existem vários tipos de violência; bem como as

causas que podem ser desencadeadas. Ferrari (2001) cita no seu estudo que,

devido à união de diversos fatores financeiros, sociais, culturais, ambientais e

pessoais, conduzidos pelo modelo familiar existente no qual a família tem algum

vínculo; acredita-se que esse tipo de relação exercida é de uma posição autoritária e

propícia para promover um ambiente de violência. Nessa avaliação, a criança é

considerada como um objeto do adulto, utilizada para satisfazer as necessidades,

principalmente as frustrações. Essa atitude faz com que a criança, simplesmente

seja a válvula de escape do adulto/agressor, que reflete e caracteriza com a

descrição do tipo de violência ocorrida pela SMPP.

2.3 ANALOGIA ENTRE A HISTÓRIA DA ARTE E A SÍNDROME DE

MÜNCHHAUSEN

Conforme Lopes (2005), a ciência e a tecnologia estão constantemente

interligadas com a história da arte.

A ciência, de um lado, busca a verdade universal. Nessa busca, ela adota um

método bem particular, pois ao observar os fenômenos naturais, o cientista formula

hipóteses, as quais devem ser testadas em condições experimentais para que sejam

validadas e se tornem modelos teóricos aceitos no meio científico. A tecnologia,

considerada como ciência aplicada, que desenvolve recursos tecnológicos apurados

e aperfeiçoados, para ampliar as informações geradas pela ciência (LOPES, 2005).

Por outro lado, a arte busca a verdade concreta de cada configuração,

definida e articulada pelo artista. Para encontrar a sua verdade, o artista parte da

sua própria experiência de vida. No caminho, conduzido pela intuição e razão, pelas

suas vivências e valores, vai acrescentando novos elementos à composição,

diferenciando-os e reajustando-os. Ao final, tem à sua frente uma imagem que

consiste na última de muitas sínteses anteriores (ALMEIDA, C., 2006).

Nos últimos anos, o estudo histórico das práticas médicas contribuiu para a

produção de vários trabalhos científicos sobre o tema ‘arte e violência’. As ciências

sociais, em geral, têm-se mostrado bastante friáveis a investigações sobre as formas

pelas quais, em outros tempos, as sociedades organizaram sua percepção quanto à

33

saúde e ao adoecimento e quanto às práticas técnicas que as circunscreveram e as

atravessaram (RODRIGUES, 1999; AGRA DO O, 2004).

Para compor esse assunto, foi realizada uma analogia da história da arte

especificamente às setes artes denominada por Canuto com a Síndrome de

Münchhausen, em referência a interpretação, estratégia e ação da representação

em adultos ou como forma de abuso infantil, no intuito de demonstrar que não está

tão distante esse tipo de abuso do dia a dia de qualquer pessoa.

O italiano Ricciotto Canudo, renomado crítico de cinema, em 1912 publicou

em Paris um artigo intitulado “La Naissance d’ um Sixième Art”, na qual foi

considerada como o primeiro texto que resume as artes. Em 1923 foi publicado o

“Manifeste des Sept Arts” onde classificou as sete artes: a música, a pintura, a

escultura, a arquitetura, a literatura, a coreografia e o cinema. Sendo que esse último

integra todos os elementos das artes anteriores (GOMBRICH,2002).

2.3.1 Primeira arte – Música (som)

O termo música deriva do grego que significa a ciência de compor melodias.

Constituída basicamente de uma sucessão de sons, definido como uma compressão

mecânica ou onda longitudinal que se propaga através de forma circuncêntrica, em

meios que tenham massa e elasticidade como os sólido, líquido ou gasoso, e pelo

silêncio organizado ao longo do tempo, considerado como uma quarta dimensão do

continuo espaço-tempo do universo (três dimensões espaciais e uma temporal)

ocorridos pela influência da teoria da relatividade desenvolvida e publicada em 1905

por Albert Einstein (ZANETIC, 2006).

Diversos autores consideram a música como uma manifestação cultural e

humana, conhecida e praticada desde a pré-história. Permitindo uma evolução de

conceitos e teorias, intercala-se com o próprio desenvolvimento da inteligência

humana (GALVÃO, 2006). O músico utiliza-se dessa arte para expor os seus

sentimentos de forma que outra pessoa compreenda a mensagem que queira

propagar para a humanidade e assim agrupar e caracterizar como um estilo musical

(ILARI, 2006).

Pode ser complementada e utilizada com a ordenação de palavras,

permitindo que a sua interpretação seja direcionada para um objetivo específico nas

mensagens cifradas.

34

Dois músicos, um com reconhecimento internacional Eminen (EUA) e outro

com reconhecimento nacional, especificamente no Nordeste brasileiro, João Paulo

(BRA); totalmente diferentes em seus estilos e melodias mas com algo em comum;

ambos são conhecidos na mídia e escreveram músicas referenciando a SMPP.

Eminem é o pseudônimo de Marshall Mathers, rapper americano que tem

como característica utilizar nas suas músicas palavras agressivas como forma de

repúdio pelo sistema que está inserido. Atribui toda essa revolta referindo pelo que

passou na sua infância difícil. Na música Cleaning Out My Closet, faz menções aos

acontecimentos ocorridos na sua casa, a infância violenta e ter sido uma criança

vitimizada, conforme parte da música traduzida e citado a seguir.

“... Mas se ponha no meu lugar. Tenta imaginar sua mãe tomando pílulas na cozinha reclamando sempre que alguém está mexendo na sua bolsa e coisas estão faltando. Passando pelo sistema público de moradia, vítima da síndrome de Münchhausen, minha vida inteira tive que acreditar que estava doente, mas não estava. Até que cresci agora tô falando tudo, isso te dá dor de barriga, não dá?...”

João Paulo, músico e compositor da Paraíba, em 2006 lançou o seu primeiro

EP (extended play) homônimo com seis músicas, entre elas uma faixa intitulada

Síndrome de Münchhausen que é sucesso nas rádios locais. Abaixo, parte das

estrofes dessa música.

“Seja certo como os espertos vêm dizer como ser, Vai ser fácil se esconder e não mostrar quem é você ... E a cada palavra, Sustenta o trauma... E a sua verdade, Eu adoro contradizer, Mas engano a mim mesmo, Do mesmo jeito, Pois sempre esqueço. Que o que eu desejo, Me faz o que sou... Mas eu preciso de você!”

Em 2006, um grupo de rock italiano Tystnaden obteve sucesso com o seu

primeiro álbum de trabalho “Sham of Perfection”, com músicas de influência do metal

escandinavo. Dentre as músicas, a segunda faixa tem o título “Münchausen

Syndrome”, que é a música preferida da vocalista Laura de Luca. Abaixo, parte

traduzida para o português, das estrofes dessa música.

“Eu sou o senhor, senhor para você. Eu sou o mal no espelho, sou você receoso...Receoso de mim?...Eu juro realmente dizer a verdade, a dor aqui em meu cérebro é o pior disso. Eu sempre senti...Você conspira de encontro a mim mesmo, porque você não faz o que os outros realizam...Façam divertimento de você?... Eu estou aqui para sua ciência... Estou contente com isto...Mas, Deus me mandou para você... Você vai me ajudar... Este é meu cérebro doente.....; que fere...”

35

Foi possível perceber que os músicos citados, utilizaram a arte do som para

explanar uma idéia do pensamento, citando a síndrome em sua própria definição de

abuso acometido em si próprio ou em terceiros.

Reforçando assim, a idéia de que a música exerce um papel importante nas

relações interpessoais (ILARI, 2006) aproximando os compositores dos mais

deferentes estilos.

2.3.2 Segunda arte – Pintura (cor)

A pintura refere, genericamente, à técnica de aplicar pigmento em forma

líquida numa base bidimensional, conhecida como personagem plano. Definida

também como uma forma de representação visual através das cores, o artista

escolhe o que e como pintar conforme o desejo do resultado final do trabalho e

como queira que esse seja compreendido pelos outros (ESCOUBAS, 2005;

BASTIDE, 2006).

Esta arte acompanha toda a evolução humana, mas obteve sua importância

histórica, principalmente, no período medieval, devido ao descobrimento de cores e

suas tonalidades por Ambrogio Giotto (FRIEDRICH,2006).

Analisando a história, vários pintores deixaram as suas marcas em obras de

arte, alguns ficaram famosos em vida desfrutando de melhores condições de

sobrevivência, outros passaram por várias necessidades até morreram no

anonimato, entretanto poucos foram reconhecidos post mortem. Dentre os pintores

reconhecidos podemos citar Vicent van Gogh, Sandro Botticelli, Salvador Dalli, Paul

Gauguin, dentre outros.

Toda obra significa uma ou mais interpretações conforme o olhar de quem

analisa, mas muitas representam cenas do próprio cotidiano presente na época. Um

exemplo é o autorretrado da artista mexicana Frida Kahlo, intitulada “La columna

rota” (VIANNA, 2003).

Sua obra faz referências sobre aos sofrimentos físicos e psíquicos e à sua

luta com a incapacidade física devido aos problemas ortopédicos. Começou a pintar

após sofrer um acidente automobilístico, tendo como consequencias várias fraturas

na coluna, obrigando-a ficar acamada. Durante sua vida, se submeteu a 32 cirurgias

sem sucessos, levando os especialistas a duvidarem da real intensidade das suas

36

moléstias e associar a Síndrome de Münchhausen. Conforme foi dito por um dos

seus amigos, ela ‘vivió muriendo’ (VIANNA, 2003).

2.3.3 Terceira arte – Escultura (volume)

A escultura representa imagens plásticas em relevo total ou parcial. Podendo

representar qualquer coisa, ou até coisa nenhuma, o objetivo principal sempre foi

representar o corpo humano em sua proporção real ou imaginária.

Existente em todo contexto da história humana, a escultura está presente nos

períodos remotos, desde antes do antigo Egito até os dias atuais. Com várias

técnicas e materiais disponíveis, a escolha delas depende essencialmente para qual

finalidade e duração será utilizada (RODRIGUES, J., 1999). Num consenso entre os

artistas, a preferência são os materiais que possuem maior durabilidade, tais como

as pedras e metais.

Muitos escultores, ao longo do tempo, se destacaram devido às suas obras, e

muitas obras ficaram conhecidas e marcadas como representação de um conceito,

período, país, dinastia, entre outros (GOMBRICH, 2002).

Na China, vários artefatos foram encontrados, alguns deles tiveram um

simbolismo importante que marcaram a história. Como os vasos de bronze fundido

que marcou a Dinastia Zhou, essa com maior duração na história e pela introdução

da tecnologia do ferro nesse período; outro exemplo é o Exército de terracota de

Xian na Dinastia Han, que eram guerreiros em tamanho natural utilizados para

defender a tumba do imperador.

No antigo Egito, a escultura servia para dar forma física aos deuses e aos

seus representantes na Terra, os faraós. Foi caracterizada pelas esculturas de

grandes dimensões associadas à arquitetura, pelo relevo dos hieróglifos, pelo busto

e pelas estatuárias. Os artistas egípcios não tinham um sentido de individualidade

das suas obras, eles realizavam o trabalho mediante encomenda e raramente

assinavam as suas obras. Entretanto, Imhotep ficou conhecido por ser um misto de

arquiteto, médico e mago e os antigos egípcios o identificaram como o Deus da

Medicina.

Nos dias atuais, os cirurgiões, principalmente os cirurgiões plásticos, podem

ser considerados como os escultores modernos. Com a habilidade em esculpir

corpos humanos na obtenção da beleza e, assim, poderem corrigir as imperfeições

37

da natureza, esses profissionais não imaginam que podem estar lidando com

pessoas que sentem uma real necessidade em sofrer procedimentos cirúrgicos,

muitas vezes, desnecessários ou que acabam complicando intencionalmente o

quadro de recuperação, no intuito de poderem permanecer mais tempo sob os

cuidados médicos.

Pode-se confundir essa obsessão pela perfeição com o narcisismo, histeria,

doença psicossomática ou perversão no feminino. Segundo Queiroz (2006) em seu

artigo pela busca de perfeição, exemplifica com o caso da modelo brasileira que

após a morte do seu primeiro marido, conceituado cirurgião plástico, havia

submetido a trinta procedimentos de cirurgias reparadoras; ela atualmente é casada

com outro cirurgião plástico e continuou com as suas reparações estéticas, algumas

bem sucedidas.

Neurocirurgiões relatam casos de cirurgias provocadas pelos pacientes, com

interesse de chamarem atenção para a sua “rara” doença.

Em Curitiba (BR), no ano de 1996, o neurocirurgião Dr. Carlos Arteaga-

Rodríguez e a sua equipe descreveram o caso da paciente feminina com 36 anos de

idade, apresentava impossibilidade para deambular, foi internada para avaliação.

Após passar pelo procedimento invasivo cirúrgico de alta complexidade, no intuito de

remover as 16 agulhas que continha na parte mole da coluna vertebral em região

lombar; apresentava outras sintomatologias sem evidências clínicas comprovadas.

Foi diagnosticada como SM 15 dias após sua internação, baseado pelo seu histórico

médico (ARTEAGA-RODRIGUEZ et al., 1999).

Outro caso considerado como SM pós-operatório de neurocirurgia foi relatado

no Estado de Maranhão, pelo Dr. Carlos Eduardo Cavalcanti. Paciente uma mulher

de 20 anos, submetida à cirurgia de transposição do nervo cubital da mão, ao

regressar no atendimento ambulatorial, relatou várias queixas sem fundamento; a

família informa o seu histórico de tratamentos psiquiátricos, simulações para

promover doença física e internamentos sem causa aparente (CAVALCANTI et al.,

2006).

2.3.4 Quarta arte – Arquitetura (espaço)

A arquitetura deriva do grego arqui (arché = primeiro) e tetura (tékton =

construção) refere-se à arte ou técnica de projetar e edificar o ambiente habitado

38

pelo ser humano. Neste sentido, a arquitetura trata da organização do espaço e de

seus elementos, em última instância, lidaria com qualquer problema de

agenciamento, estética e ordenamento de componentes em qualquer situação

espacial, no entanto normalmente ela está associada ao problema da organização

do homem no espaço (GOMBRICH, 2002).

O processo projetual envolve uma ampla gama de variáveis, as quais podem

ser caracterizadas em dois grandes grupos como internas e externas. Os aspectos

relativos aos indivíduos (conhecimento, experiências, habilidades, etc.) compõem o

primeiro grupo e aqueles referentes ao contexto (programa de necessidades,

legislação, condições fisicoambientais, tecnológicas e socioeconomicoculturais

determinam o grupo das variáveis externas (REGO, 2001).

Evidentemente essa separação não é estanque, servindo apenas do ponto de

vista metodológico para análise do processo de projetação, do seu desenvolvimento

e condicionantes (REGO, 2001). Ambos os aspectos configuram uma imbricada

relação cuja mediação se dá através das tecnologias empregadas na progressão

das etapas ou fases da projetação (BORGES, 1999).

Essa mediação é a capacidade de fazer associações como o fator

preponderante na ampliação da imaginação, que por sua vez, constitui-se no centro

do processo criativo (REGO, 2001). Devemos então, analisar a criação em um

sentido global, no qual viver e criar estão constantemente interligados.

Conforme a figura 2, a interação entre as ideias na mente do projetista, o seu

registro em um meio qualquer e sua interpretação caracterizam-se como a etapa

inicial de ideação, objetivando-se, não só a criação e geração de alternativas, mas

também a estruturação e compreensão do problema (BORGES, 2001).

Figura 2: Ciclo, esboço, análise

e revisão. Fonte: Borges (2001) adaptado

de Barr & Juricic (1994).

39

Considerando, nesse contexto, o agressor como projetista, o mesmo irá

arquitetar a sua imaginação, como forma de interpretação inicial da ideia para

satisfazer as suas vontades e/ou necessidade, simulando os sinais e sintomas para

um ganho particular. Citando o caso de Kathlenn Bush, conhecedora da literatura

médica ‘arquitetou’ todos os problemas de saúde da sua filha, desde os sinais e

sintomas até o tratamento e prognósticos médicos (GUELLER, 2006).

Jennifer Bush sofreu quarenta cirurgias e duzentas hospitalizações com altos

custos médicos hospitalares, durante seus onze anos, calculou-se aproximadamente

um gasto de US$ 300.000,00 para o Sistema de Saúde Americano. Considerada

vítima da SMPP, a sua progenitora Kathlenn (Kathy) Bush foi condenada a cárcere

privado por maltrato infantil em 1996 (id.,2006).

Nesse mesmo ano, foi promovido uma campanha contra esse tipo de abuso,

e Jennifer se tornou a garota propaganda, foi recebida na Casa Branca (EUA) pela

primeira dama e madrinha da campanha a Sra Hillary R. Clinton, esposa do

presidente dos EUA o Sr. Bill Clinton (id, 2006).

2.3.5 Quinta arte – Literatura (palavra)

A arte também é linguagem ou se expressa através dela. Conforme Lévi-

Strauss (1997), depende da modalidade de expressão artística, do objeto original

sobre o qual a arte se pensa; quer dizer que depende das cores, dos sons ou das

palavras. Sendo assim, há ênfases diferentes de arte e linguagem, devido à própria

natureza dos objetos sensíveis e da sua estrutura própria de significação (SILVA V,

1999).

A palavra literatura tem origem do Latim: litteratura, que é a arte de compor

escritos artísticos; o exercício da eloquência e da poesia; conjunto de produções

literárias de um país ou de uma época; carreira das letras (FERREIRA, 1999).

Pode ser definida como uma associação à ideia de estética ou da ocorrência

de algum procedimento estético. Por exemplo, um texto será literário quando

conseguir produzir um efeito estético, ou seja, quando proporciona uma sensação de

prazer e emoção no receptor. A própria natureza do caráter estético, contudo,

reconduz à dificuldade de elaborar alguma definição verdadeiramente estável para o

texto literário, que este é conhecido também como texto artístico (SIMÕES, 2000).

40

Para compreender melhor a diferença entre o texto literário e o texto estético,

faz-se uma comparação entre o texto artístico e o texto científico; pode-se dizer que

o texto científico emprega as palavras sem preocupação com a beleza e as utiliza

no sentido denotativo, dicionarizado; enquanto o texto artístico usa as palavras para

o efeito emocional, busca empregar as palavras com liberdade, preferindo o seu

sentido conotativo, figurado (ANTONIO, 1998).

Então, o texto literário é aquele que pretende emocionar e que para isso,

emprega a língua com liberdade e beleza, utilizando-se do sentido conotativo ou

metafórico das palavras (ANTONIO, 1998). Citando uma frase de Louis de Bonald 3,

"A Literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do

homem".

No contexto do mercado literário, foi levantado, em carater amostral, o acervo

das obras que referem a SMPP. Dentre os pesquisados, encontraram-se alguns

tipos de formas e gêneros literários; como exemplo da literatura infanto-juvenil o

livro “As loucas aventuras do Barão de Münchhausen” de Rudolf Erich Raspe

publicada pela primeira vez, no idioma inglês, em 1785. A literatura científica, o livro

“Munchausen by proxy” descreve desde a definição do transtorno mental até o seu

tratamento médico.

Transpor a reallidade para a ficção e vice-versa, era um comportamento

marcante do Barão de Münchhausen, nessa dicotomia do imaginário, afloravam os

abusos, as agressões, ultrapassando os limites considerados ‘normais’ definidos

sociedade. O estudo de La Rocque; Teixeira (2001) fez uma análise comparativa

entre a ciência e mitos, apresentando uma narrativa na qual a realidade pode ser

representada por figuras imaginárias e exacerbar peculiaridades no universo

científico, relataram que “Através dos tempos, a literatura tem dado voz aos medos e

esperanças geradas pelas descobertas científicas em torno da própria ideia de

ciência”. A literatura imaginativa, produzida desde a Antiguidade, já havia

especulado sobre os possíveis descaminhos do desenvolvimento tecnológico

humano, e nesse momento, o saber médico deixa de relacionar-se somente à cura,

transformando-se em guardião da doença individual e coletiva dos mais diversos e

desconhecidos flagelos.

3 pensador e crítico do Romantismo francês, início do século XIX.

41

2.3.6 Sexta arte – Coreografia (movimento)

A definição da palavra coreografia tem origem do grego Kronus: círculo ou

dança e graphe: grafia ou escrita. É a arte de compor trilhas ou roteiro de

movimentos para criar uma dança. Neste sentido as variações de uma coreografia

seriam as diferentes formas de interpretação para uma determinada coreografia de

acordo com a qualidade técnica e opção artística dos bailarinos (FERREIRA, 1999).

A interpretação teatral pode ser vista como uma simulação, na qual nem

sempre o artista está sentindo a emoção que transmite, mas com o aperfeiçoamento

da técnica através dos treinamentos (movimentos e coreografias) pode inebriar

vários espectadores daquele evento.

Durante os estudos de casos, alguns autores relatam que as informações

oriundas da mãe, referentes ao estado da criança doente, podem ser contraditórias

com a apresentação geral.

Em sua autobiografia, Julie Gregory, conhecida mundialmente como a porta-

voz da SM (GREGORY, 2004), relata que em vários momentos a sua mãe a

mandava aparentar que estava sofrendo de alguma doença ou indisposição, para

não desmentí-la na frente do médico. Ela planejava cuidadosamente todos os

passos a serem executados, para que a simulação dos sinais e sintomas fictícios

fosse mais próxima do real, promovendo, assim, formas de tratamentos

desnecessários e para a mãe, uma satisfação atendida.

Num ponto de vista artístico, toda essa simulação não passa de uma

coreografia, um movimento planejado, uma satisfação atendida, uma tragédia.

Concordando com Rubião (2003), a noção de fatalidade tomada na sua relação com

o conflito e com o aspecto da divisão subjetiva torna-se preciosa quando se quer

pensar nos efeitos da tragédia antiga, pois problematiza a ideia de submissão e

passividade dedutível de todo fatalismo.

Na tragédia, estamos no plano de uma escolha radical, que parece levar, de

qualquer maneira, ao encontro do pior: seja qual for à escolha, arca-se sempre com

um custo extremo e irreversível, cuja imagem mais comum é a morte (RUBIÃO,

2003).

Em 2004, em Valência, foi apresentada a peça “El Baró de Munchausen”, no

complexo dos “Teatres de la Generalitat Valenciana” pela companhia Yoshua

Cienfuegos. A peça descrevia as aventuras do barão, bem como as suas histórias

42

fantásticas e incríveis, ficando em cartaz durante três anos, sendo apresentado em

cinco teatros da região. A companhia mantém essa peça até os dias atuais.

2.3.7 Sétima arte – Cinema

A palavra cinema é uma abreviação de cinematógrafo; considerada como

uma técnica de projetar fotogramas, que são imagens impressas quimicamente na

fita de celuloide, de forma rápida e sucessiva para criar a impressão de movimento

(FERREIRA, 1999).

De origem grega, "kino" significa movimento e "grafos" escrever ou gravar,

permitindo então produzir obras estéticas, narrativas ou não narrativas (FERREIRA,

1999).

Foi no final do século XIX ,em Paris, que os Irmãos Lumière: Auguste Marie

Louis Nicholas Lumière e Louis Jean Lumière, realizaram a primeira exibição

pública e paga do seu invento cinematógrafo, o cinema. Projetando uma sessão de

dez filmes de 40 a 50 segundos de duração com rolos de quinze metros de

comprimento. Assim, essa iniciativa tornou-se o marco inicial da nova arte, sendo

aceito pela maioria nas literaturas cinematográficas, devido terem proporcionado a

expansão do cinema por toda Europa e América do Norte e, posteriormente, em todo

o mundo. Porém existem menções sobre projeções ocorridas anteriormente pelos

Irmãos Skladanowski da Alemanha, mas não obtiveram o mesmo êxito

(GOMBRICH, 2002).

Com o passar dos anos, as tecnologias utilizadas para essa arte sofreram

vários aperfeiçoamentos, proporcionando uma variedade de técnicas para produção

de filmes e um aumento na procura do mercado cinematográfico.

Atualmente, são disponíveis diversas formas de gêneros, estilos, indústrias,

prêmios e festivais referentes ao cinema. Alguns gêneros já foram utilizados para

demonstrar SM ou a SMPP, conforme citados pela cinematografia por meio de

filmes, documentários e seriados produzidos para cinema ou televisão, para locação

e/ou venda. Como exemplos, Seinfeld (1995), Chicago Hope (1997), ER (2000),

Arquivo X (2002), House, M.D. (2005), Nip/Tuck (2005), Grey's Anatomy (2005),

NBC's Law & Order: Special Victims Unit (2006).

43

Bernardo Oliveira (2006) considera o cinema como instrumento e veículo

formador do imaginário social acerca da ciência, e que para tal, tem várias versões

que se interpõem.

Para explanar, foram relacionados nove filmes, que referenciam a SM ou

SMPPP, associado ou não a outras formas de abuso contra as crianças e os

adolescentes. Por exemplo:

A Child’s Cry for Help - 1994, narra a história de um menino Eric que

apresenta fortes dores abdominais e febre, necessitando de cuidados emergenciais

devido a suspeita de inflamação do apêndice. Após a cirurgia de urgência, Eric é

encaminhado para o quarto, sempre acompanhado de sua dedicada mãe Mônica,

para prover um melhor restabelecimento; porém durante a hospitalização apresenta

vários episódios de bacteremia4. A doutora Paula, responsável pelo caso, se

surpreende ao ver a mãe de Eric manipulando o gotejamento da bomba infusora

justamente quando ela iria dar a notícia que o menino se recuperava bem ao

tratamento proposto. As atitudes de Mônica (fig.4) frente à internação de seu filho,

faz com que a equipe médica, liderada pela doutora Paula, desconfie que algo

errado exista por detrás daquele quadro patológico. Esse filme (fig.3) retrata um

típico quadro de SMPP e promove uma reflexão acerca das condições sanitárias

utilizadas intra-hospitalar (Acidentes Mortais, EUA, 1994).

Figura 3: Pôster – A Child’s Cry for Help. Figura 4: Cena do filme - A Child’s Cry for Help. Fonte:F. Beascoechea, Acidentes Mortais, EUA (1994). Fonte: F. Beascoechea, Acidentes Mortais, EUA (1994).

4 Presença de bactérias viáveis em circulação no sangue. Febre, calafrios, taquicardia e taquipnéia são manifestações comuns da bacteremia. A maior parte dos casos é vista em pacientes já hospitalizados, a maioria dos quais têm uma doença de base ou foram submetidos a procedimentos que tornaram sua corrente sanguínea suscetível à invasão. Fonte: <www.pdamed.com.br>

44

Glass House: The Good Mother – narra a história de dois irmãos que após

perder os pais num trágico acidente de carro, são adotados por um casal (fig.5) que

aparentemente demonstram carinho e dedicação. No decorrer, a mãe adotiva que,

sendo médica, droga a filha Abby (fig.6) para parecer doente e evitar que fuja da

casa (A casa de vidro 2, EUA, 2006).

Figura 5: Pôster – A Casa de Vidro 2. Figura 6: Cena do filme - A Casa de Vidro 2. Fonte:B. Bukowski, A casa de vidro 2, EUA (2006). Fonte: B. Bukowski, A casa de vidro 2, EUA (2006).

The Sixth Sense – lançado no Brasil em 1999 (fig.7) narra a história de um

menino chamado Cole, de oito anos, que tem a capacidade de conversar com

pessoas já falecidas. Durante o enredo, há uma cena em que Cole deve ir ao velório

da menina Kyra para pegar uma fita de vídeo que está guardada em baixo da cama

no seu quarto e entregar ao seu pai que sofre pela sua perda. Nos momentos

seguintes, o pai de Kyra assiste à fita de vídeo e percebe que a sua esposa coloca

uma substância duvidosa (fig.8) na comida de sua filha, comprovando a piora do

quadro da doença levando-a a morte (O Sexto Sentido, EUA, 1999).

Figura 7: Pôster – O sexto sentido. Figura 8: Cena do filme – O sexto sentido Fonte: Tak Fujimoto, O Sexto Sentido, EUA (1999). Fonte: Tak Fujimoto, O Sexto Sentido, EUA (1999).

45

The Night Listerne – lançado no Brasil,em 2006 (fig.9). Escutar a verdade

nem sempre é o que gostaríamos, nessa história, um radialista impressionado com a

história de um menino de 14 anos e que acabara de lançar um livro, se vê envolvido

em descobrir o que há por trás do seu sofrimento. Demonstra algumas cenas de

simulação de sinais e sintomas doentios (fig.10) (Segredos na noite, EUA, 2006).

Figura 9: Pôster – The Night Listerne. Figura 10: Cena do filme - The Night Listerne. Fonte: Lisa Rinzler, Segredos na noite, EUA (2006). Fonte: Lisa Rinzler, Segredos na noite, EUA (2006).

This Boy's Life - Warner Bros., lançado no Brasil, em 1993,(fig.11) com o título O

Despertar de um Homem; é a história de uma mãe solteira que busca a felicidade de

ter uma família feliz, um marido decente e uma casa. Nesse jogo, o padrasto Dwight,

dominador compulsivo, (fig.12) abusa psicologicamente e fisicamente do enteado,

Tobias Jack, fazendo com que a esposa, Caroline, ache que é a coisa certa a ser

feita para conseguir essa família feliz (This Boys Life, EUA, 1993).

Figura 11: Pôster – This Boys Life. Figura 12: Cena do filme - This Boys Life. Fonte:David Watkin This Boys Life, EUA (1993). Fonte: David Watkin This Boys Life, EUA (1993).

One Missed Call – Lançada no Brasil, em 2007,(fig.13) com o título de

Ligação Perdida, conta a história de ligações telefônicas pelo celular que prevê o dia

e a hora do último momento de vida e da morte de que quem a recebe. Quando

chega à data e hora previamente determinada, a vítima morre geralmente de forma

violenta e outra ligação é feita (fig.14). O que é intrigante, é que segue a lista de

contatos do celular, ficando o suspense entre os amigos de quem será a próxima

46

vítima. No enredo secundário, para desvendar o mistério da “pseudomaldição” é

comentado sobre a definição da SMPP e faz repensar no pré-julgamento (Ligação

perdida, EUA, 2007).

Figura 13: Pôster – Ligação Perdida. Figura 14: Cena do filme - Ligação Perdida. Fonte: Glen MacPherson, Ligação perdida, EUA (2007). Fonte: Glen MacPherson, Ligação perdida, EUA (2007).

Merci Pour Le Chocolat – Pandora/ Warner Bros;(fig.15) uma produção suíça

e francesa lançado em 2000, no Brasil, com o título “A teia de chocolate”. O enredo é

uma interessante combinação de maldade, brincadeira e paixão, oculta sob a

superfície calma e rica da burguesia suíça. Milka Muller é a diretora geral da

empresa Chocolate Muller e vive na Suíça com o seu marido, André, e o filho dele,

Guillaume. Jeanne Pollet é uma jovem pianista que um dia descobre que, quando

nasceu, esteve a ponto de ser trocada no hospital por Guillaume. Decidida a

desvendar os mistérios que envolvem a sua origem, ela visita André. No decorrer

descobre que a mãe oferece no seu chocolate gotas de sonífero (fig.16) (A Teia de

chocolate, EUA, 2000).

Figura 15: Pôster – Merci Pour Le Chocolat. Figura 16: Cena do filme - Merci Pour Le Chocolat Fonte: Renato Berta, A Teia de chocolate, EUA (2000). Fonte: Renato Berta, A Teia de chocolate, EUA (2000).

The others – Miramax Films; produção americana lançada em 2001, no Brasil

como título Os outros (fig.17). Narra a história de uma mãe com dois filhos que

moram em uma casa numa ilha isolada em plena 2ª Guerra Mundial, onde segue

religiosamente certas regras que não podem ser quebradas. Havia a privação de luz

47

dentro da casa, devido às crianças (fig.18) apresentarem intolerâncias e poderiam

ficar muito doentes se caso fossem expostas a iluminação, conforme acreditava a

mãe (Os outros, EUA, 2001).

Figura 17: Pôster – Os Outros. Figura 18: Cena do filme – Os Outros. Fonte: Javier Aguirresarobe, Os outros, EUA (2001). Fonte: Javier Aguirresarobe, Os outros, EUA (2001).

Yes Man – Warner Bros.; produção norte-americana e australiana, lançada

em 2008, no Brasil em 2009 com o título de “Sim senhor!” (fig.19). A história é

baseada no livro da autobiografia de Danny Wallace, que aborda sobre como as

repostas afirmativas mudaram a sua vida. O filme tem uma similaridade quando Carl

Allen, analista de crédito do banco, de comportamento negativa e pessimista,

reclama por ter sido abandonado pela namorada, evita os amigos e recusa todas as

solicitações de empréstimos dos clientes ao banco. Sua vida muda quando resolve ir

a uma palestra de autoajuda pelo ‘guru do sim’ Terrence; conhece Alison que

trabalha com fotografias e tem a banda Munchausen by Proxy (fig.20) e resolve dizer

sim a tudo que lhe aparecer pela frente, proporcionando-lhe infinitas possibilidades.

A banda é fictícia, mas foram criadas quatro canções para o filme pela atriz/cantora

Zooey Deschanel em parceria com o grupo de São Francisco Von Iva (Yes Man,

EUA, 2008).

Figura 19: Pôster – Yes Man. Figura 20: Cena do filme - Yes Man. Fonte: Robert Yeoman, Yes Man, EUA (2008). Fonte: Robert Yeoman, Yes Man, EUA ( 2008).

48

Essa analogia entre a arte e a doença, demonstra que as observações

levantadas sobre a incidência de abuso infantil, principalmente a SMPP, não está

tão distante da realidade de qualquer pessoa. Citando Wannmacher e Fuchs (2000)

“a linha divisória entre ciência e arte nem sempre é nítida e fazem parte de um

processo [...]”. A diferenciação do que é normal para o alterado, segundo os padrões

da sociedade, é uma divisória sutil, e que a qualquer momento pode aflorar.

2.4 A PESQUISA MÉDICA COMO CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Segundo Clarck e Castro (2005), a pesquisa é um processo de construção do

conhecimento que tem como metas principais gerar novo conhecimento e/ou

corroborar ou refutar algum conhecimento pré-existente. É basicamente um

processo de aprendizagem tanto do indivíduo que a realiza, quanto da sociedade na

qual se desenvolve.

A área da pesquisa médica contém quatro eixos principais, para qualquer

profissional da área de saúde basear-se numa decisão clínica. A medicina de

evidências, de competências, de vivências e a de ética, são componentes essenciais

para a fundamentação do processo de construção da pesquisa científica

(DRUMOND; SILVA et al., 2004) (ADRATT, 2006).

A Medicina baseada em evidências se caracteriza pelas informações obtidas

de pesquisas clínicas científicas, orientando o profissional na sua tomada de

decisão. Essas pesquisas podem ser divididas em dois tipos: as primárias (estudos

de coorte); as secundárias (revisões sistemáticas) (id,2006).

A Medicina baseada em competências compreende no somatório do

conhecimento, habilidade e atitude que o profissional. Utiliza para interpretar os

dados acerca do doente e da avaliação das circunstâncias na qual a decisão está

sendo tomada (id,2006).

A Medicina baseada em vivências utiliza como premissa as informações

geradas pelo contato direto e diário com o doente, para a interpretação do seu

contexto, onde esses resultados obtidos podem ser aplicados e extrapolados.

49

Considerada como experiência, promove o refinamento no processo de tomada de

decisão (id,2006).

A Medicina baseada em ética garante que a relação existente entre o

profissional (médico) e o doente transcorra num clima de afetividade e respeito

mútuo, no qual o doente como agente ativo coopera com o profissional que assume

o compromisso e considera os princípios de autonomia, justiça e maleficência no

processo de tomada de decisão (id,2006).

O processo de decisão consiste na utilização dos quatro componentes

conjuntamente, desde que o objetivo primordial do profissional seja em beneficio a

saúde do ser humano. A integração destes componentes resulta em qualidade e

numa maior probabilidade de acerto no processo de tomada de decisão (CALIRI;

MARZIALI, 2000; NOBRE; BERNARDO; JATENE, 2004; GARRETT, 2006).

Segundo Sackett (2005) para toda a pesquisa, se faz necessário encontrar a

melhor evidência científica disponível para solucionar o problema, desde que tenha

como premissa uma questão para ser resolvida surgida da observação da prática

clínica.

As características a serem observadas na avaliação crítica da pesquisa

clínica, são as influências de determinados fatores sobre a saúde das pessoas, se

tornam um processo de interesse um desfecho clínico.

Conforme mostra a figura 21, se esse fator de influência desenvolve uma

doença, a pesquisa é caracterizada como etiológica, se no caso o fator é o

reconhecimento da doença, a pesquisa é definida como diagnóstico; mas se o fator

avalia a evolução da doença, essa é considerada prognóstico; se forem avaliar

medicações utilizadas, o enfoque é terapêutico (NOBRE; BERNARDO; JATENE,

2004).

A pesquisa básica ou de apoio não colaboram diretamente na tomada de

decisão clínica, mas são necessários na formação básico do profissional ou para

gerar novas indagações (id, 2004).

Dependendo do enfoque a ser escolhido, será proposto um tipo de estudo

básico como coorte, transversal ou caso-controle. Os outros estudos são variações

desses três tipos básicos. O desfecho clínico é o reconhecimento da doença, cura,

morte ou limitação (id, 2004).

50

Figura 21: Características a serem observadas na

avaliação da pesquisa clínica. Fonte: Nobre; Bernardo; Jatene (2004).

Então, as informações obtidas em qualquer pesquisa clínica, devem ser

colocadas à disposição de todos os interessados, colaborando com a divulgação dos

resultados e atualizando as diretrizes baseadas em evidências, desde que não

infrinja os preceitos éticos.

2.4.1 Diretrizes médicas

Como sistemas de apoio a decisão na área da saúde, são utilizadas diretrizes

médicas, para os médicos; as diretrizes de enfermagem, para os enfermeiros, e

assim por diante. Sendo conhecidos como guidelines, protocolos, algoritmos clínicos

ou consensos; as diretrizes são definidas como “documentos abrangentes dentro de

um assunto específico” (ADRATT, 2006; GARRETT, 2006).

Os processos de elaboração de avaliações tecnológicas e de diretrizes

clínicas baseadas em evidências científicas apontam um fato relativamente novo. O

volume de conhecimento produzido sobre os diferentes efeitos e consequências das

tecnologias médicas, precisa ser analisado e sintetizado, de formas cada vez mais

exigente e apurada, com novas técnicas de pesquisa, para poder apoiar a tomada

de decisão a cada tecnologia, em sua eficácia e sua eficiência (MULROW, 2001)

51

Desde 1999, no Brasil, a diretoria da Associação Médica Brasileira (AMB)

junto com os conselheiros do Conselho Federal de Medicina (CFM) desenvolveu um

processo em conjunto com as Sociedades Especializadas para produzirem as

Diretrizes Médicas baseadas em evidências, que estão disponíveis na atualidade.

Coordenada pelo Dr. Fabio Jatene desde 2006 até nesses dias, dispõe de

duzentas diretrizes que estão protocoladas e foram publicadas em livros, no intuito

de orientar os profissionais da área médica, sobre os diagnósticos terapêuticos a sua

aplicação e condutas, baseadas em evidências científicas (AMB, 2008). Esses

protocolos conciliam informações a fim de padronizar as condutas para auxiliar o

raciocínio e na tomada de decisão do especialista, no seu diagnóstico, e apresentar

o grau de recomendação e força da evidência científica, desde que preserve a

autonomia do médico (GARRETT, 2006).

As diretrizes estão em constante atualização pela equipe da coordenação, e

estão disponíveis para consulta via WEB, facilitando ao profissional da área de

saúde, consulta e intervenção rápida ao diagnóstico, tratamento e prognóstico,

conforme a necessidade.

2.5 SISTEMA DE INFORMAÇÃO

Mais do que a era das novas tecnologias, é a era da informação. Os

estudiosos em ciências sociais afirmam que ter informação é ter poder. E o poder

que devemos reivindicar na área de saúde é a capacidade de obter informações que

possibilitem condições de planejar as ações, antecipar os problemas e corrigir

distorções de percurso (FAXINA; NEUMANN, 2008)

O termo tecnologia da informação, no seu contexto, compreende toda a

tecnologia referente à coleta, armazenamento, processamento, uso, comunicação,

transmissão e atualização de qualquer forma e tipo de informação,

independentemente das suas técnicas de suporte (CLERICUZI, 2006).

Desta forma, a tecnologia da informação inclui todas as tecnologias

relacionadas à documentação, processamento de dados, ciência da informação,

tecnologias de computação, robótica, inteligência artificial, comunicação, tecnologias

52

espaciais, bem como todas as tecnologias relacionadas ao processamento de sinais

gráficos e audiovisuais (SIGULEM et al., 1998).

Existem quatro níveis que podem ser definidos segundo o grau de elaboração

utilizado para se apreender, estruturar e dar sentido ao que é produzido através das

observações e experimentações (GOUVEIA, 2003, grifo nosso). São eles:

Dados: São os registros daqueles aspectos do fenômeno que está sendo estudado e o investigador pode captar. Correspondem a uma anotação bastante direta das observações, ou seja, de dados com relativamente pouca elaboração ou tratamento. Uma vez coletados, são compreendidos como um reflexo razoavelmente confiável dos acontecimentos concretos. Informação: É o resultado de uma organização, transformação e/ou análise de dados, ou seja, do seu tratamento de modo a produzir deduções e inferências lógicas confiáveis. Constitui uma leitura daquilo que o conjunto dos dados parece indicar Conhecimento: Argumentos e explicações que interpretam um conjunto de informações. Trata-se de conceitos e raciocínios lógicos essencialmente abstratos que interligam e dão significado a fatos concretos. Envolve hipóteses, teses, teorias e leis. Expertises Sabedoria: Integração e evolução de múltiplos domínios de conhecimento ao longo do tempo. Permite prever tendências e o desenvolvimento de novas teorias.

Esse processo de construção de conhecimento científico envolve os dados,

os quais representam a "matéria-prima" bruta, a partir dos quais por meio da análise

criam-se informações, que serão sintetizadas utilizando teorias para gerar o

conhecimento e, finalmente, estas são interpretadas pelo modelo pessoal para gerar

sabedoria. Representados como processo em uma abordagem hierárquica (fig.22),

pela pirâmide de Tuthill (SIGULEM et al.,1998; MORESI,2000).

Quoniam et al. (2001) sustenta que a informação tem um valor para a tomada

de decisão (sabedoria) e depende donde está sendo baseada, se for baseada em

dados nas camadas mais baixas da pirâmide pode não possuir um valor acumulado;

entretanto, se for baseada nas camadas superiores da pirâmide tem probabilidade

de alto valor estratégico.

A fig.22 mostra do lado esquerdo a pirâmide desenvolvida por Tuthill com o

seu processo hierárquico de informação; do lado direito, a baseada por Cabena,

abordando o conceito do valor da informação. Ambas terão diferentes usuários em

diferentes camadas, mas todos partem da definição do problema e da procura de

dados, gerando assim, gradativamente e conforme o processo escolhido, a

descoberta do conhecimento e a tomada de decisão (sabedoria).

53

Figura 22: Pirâmides de Tuthill e Cabena.

Entretanto os serviços de saúde necessitam considerar a informação e o

conhecimento como insumos estratégicos para obter a resolubilidade das suas

ações, adequando-se ao paradigma da Sociedade da Informação. Devem também

preconizar um sistema integrado e de múltiplas facilidades, capaz de comunicar e

integrar todos os dados do usuário (paciente) durante a sua vida e promover suporte

à tomada de decisão, tanto na esfera médica, quanto na administrativa.

Para promover essa troca de informação entre as sociedades de informação,

de forma eficiente, há necessidade de padronizar os sistemas de saúde. Paes

(2002) afirma que importância da padronização destas informações e a capacidade

de torná-las de fácil acesso ao médico e a equipe são justificadas pela necessidade

de resolver os problemas sob a pressão do fator tempo.

2.5.1 Padronização em saúde

Em função da importância cada vez maior da troca de informações em todos

os setores, em nível nacional e internacional, a padronização é um processo que

está se desenvolvendo nas mais diversas áreas.

Os padrões para registro de dados em saúde foram desenvolvidos com o

objetivo de representar todo tipo de conceito ou fato em medicina. Assim, temos

sistemas para descrever: procedimentos, diagnósticos, medicamentos, exames de

54

laboratório, agentes etiológicos, radiologia, indexação de artigos científicos,

conteúdo e estrutura do prontuário, interface entre equipamentos, comunicação

entre sistemas computadorizados, dentre outros. A estrutura destes sistemas

depende fundamentalmente do uso pretendido e a aplicabilidade que se quer obter

pela proposta definida.

O objetivo de um padrão ou norma (em inglês standard) é ser um referencial

unificado, servindo como normatização. Um padrão proporciona um conjunto de

regras comuns de ordenação que devem ser seguidas por todos seus usuários.

(RODRIGUES, 2001; MASSAD; MARIN; AZEVEDO, 2003)

A definição de padrões em saúde é necessária para a organização otimizada

da informação e fundamental para a integração de sistemas de informação. Para

que a representação da comunicação e a troca de informações possam ocorrer de

forma compreensível entre dois ou mais usuários de um sistema de informação, são

necessárias duas condições básicas, conforme citado por Rodrigues (1999):

Definição de um vocabulário comum para representação e registro de

conceitos. Que a comunicação ocorra segundo um conjunto de regras

compartilhadas pelos usuários.

A visão do processo geral de comunicação linguística é importante para

compreendermos o mecanismo de elaboração e aplicação de padrões em saúde. O

termo ‘padronização’ pode ser definido como uma atividade para estabelecer

provisões de uso contínuo ou repetido, com o objetivo de atingir um grau

maximizado/otimizado de sistematização e ordenação.

A questão da adoção de padrões internacionais no desenvolvimento,

construção e disponibilização de informações na World Wide Web (WEB) também

tem sido uma preocupação constante aos estudiosos da área (TRISTÃO; FACHIN;

ALARCON, 2004); por isso, que hoje existem várias organizações nacionais e

internacionais voltadas exclusivamente para a elaboração de normas padronizadas.

A de maior abrangência é a International Standards Organization (ISO), que é a

organização internacional responsável pela padronização/normatização nas diversas

áreas de ciências humanas, exatas e tecnológicas.

55

2.6 SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO

A palavra ‘decisão’ é formada pelo prefixo latino ‘de’ (parar, extrair,

interromper) e a palavra ‘caedere’ (cindir, cortar); que significa ‘parar de cortar’, e

considerada como ‘deixar fluir’. Uma decisão precisa ser tomada sempre quando

estamos diante de um problema que possui mais de uma alternativa para uma

solução (BISPO, 1998).

O processo decisório é uma atividade diária, rotineira, e muitas vezes

automática, sendo que toda a decisão envolve riscos, o que torna um processo

estressante para quem o realiza (PEREIRA; FONSECA, 1997). Conforme o valor de

importância atribuído ao fato, que a decisão pode passar despercebida; entretanto

existem certas tomadas de decisão que podem produzir sérias consequências

devido aos seus resultados (CLERICUZI, 2006).

Glasser (2001) aborda que tomar decisões parte da análise das alternativas

que se apresentam para, dentre elas escolherem aquela que mais satisfaz naquele

momento. Segundo Simon (1980), isso é uma escolha racional, nesse caso, o termo

racional é aplicado como “inteligência” ou bem sucedido. Corrobora Fishburn (1989),

quando afirma que as nossas escolhas são uma forma de psicologia do controle

interno, porque depende da combinação do que está inscrito nos nossos genes

(genética) com aquilo que fomos aprendendo durante nossa vida, com as

experiências, das ocorrências vividas as quais são influenciadas pelo meio em que

vivemos (fenótipo) (CLERICUZI, 2006; GLASSER, 2001).

Existem outras teorias que auxiliam o indivíduo a tomar decisões, estas

teorias são: a teoria da escolha definida por W. Glasser; a teoria da terapia do

comportamento emotivo-racional de Albert Ellis no ano de 1988; a teoria de seleção

na área do trabalho de W. Edwards Demming em 1966 (GLASSER, 2001;

CLERICUZI, 2006)

Segundo Bispo (1998); existem alguns fatores que influenciam diretamente o

processo decisório. Antes de surgir o problema, já existem esses fatores; quando

surge o problema, o mesmo é inserido num grupo no qual esses fatores estão

embutidos. Às vezes, não fazem parte das variáveis que compõem o problema ou

das possíveis alternativas, mas estão presentes e exercem influência na solução do

problema.

56

Essas influências podem ser individuais ou coletivas e abrangem fatores

como: a inteligência e cultura; o nível social; o sexo; a religião; as culturas e as

crenças; a ética moral e a ética profissional; a saúde física e mental; a influência

familiar; o fator emocional, na hora exata da tomada de decisão (BISPO, 1998)

Corrobora Guilford5 (apud ALENCAR, 2000), ao descrever sobre a

possibilidade da mente humana abranger, cento e vinte fatores ou capacidades

diferentes, dos quais somente cinquenta são conhecidos, formando duas classes

principais: capacidades de memória e capacidades de pensamento. As capacidades

de pensamento são divididas em categorias, espécies e fatores, conforme mostra o

quadro 1, a seguir:

Categoria Descrição Cognitivas Reconhecimento de Informação

Produtivas Convergentes

Uso de Informação Divergentes

Avaliativas

Julgamento daquilo que é reconhecido ou produzido em

função da adequação às exigências

Quadro1: Categorias de pensamento conforme Guilford. Fonte: Alencar ( 2000).

Esse autor preconiza, também, uma segunda divisão para a categoria

produtivas, nas quais identifica duas características de pensamentos: o convergente

e o divergente. O pensamento convergente é aquele que caminha em direção a uma

resposta determinada ou convencional, a partir de um sistema de regras

previamente conhecido. E o pensamento divergente tende a ocorrer quando o

problema ainda não é conhecido ou quando não existe ainda método definido para

resolvê-lo.

Sendo assim, a criatividade está localizada no pensamento divergente, que

abrange onze fatores, conforme apresentados no quadro 2.

5 Abrange três obras : Creativity. The American Psychologist, 1950, p. 444-454; Personality. New York: McGraw-Hill, 1959; junto com MERRIFIELD, P.R. The structure of intellect model: its uses and implications. University Park, California: University of Southern California Press, 1960.

57

Fatores Descrição

Fluência vocabular Capacidade de produzir rapidamente palavras que preencham exigências simbólicas especificadas.

Fluência ideativa

Capacidade de trazer à tona muitas idéias numa situação relativamente livre de restrições, em que não é importante a qualidade da resposta.

Flexibilidade semântica

espontânea

Capacidade ou disposição de produzir idéias variadas, quando livre o indivíduo para assim proceder.

Flexibilidade figurativa

espontânea

Tendência para perceber rápidas alternâncias em figuras visualmente percebidas.

Fluência associativa Capacidade de produzir palavras a partir de uma restrita área de significado.

Fluência expressionista

Capacidade de abandonar uma organização de linhas percebida para ver outra.

Flexibilidade simbólica adaptativa

Capacidade de, quando se trata com material simbólico, reestruturar um problema ou uma situação, quando necessário.

Originalidade Capacidade ou disposição de produzi respostas raras, inteligentes e remotamente associadas.

Elaboração Capacidade de oferecer pormenores para completar um dado esboço ou esqueleto de alguma forma

Redefinição simbólica

Capacidade de reorganizar unidades em termos das respectivas propriedades simbólicas, dando novos usos aos elementos.

Redefinição semântica

Capacidade de alterar a função de um objeto ou parte dele, usando depois de maneira diversa.

Sensibilidades a problemas

Capacidade de reconhecer que existe um problema.

Quadro 2: Fatores do pensamento divergente segundo Guilford. Fonte: Alencar ( 2000).

Entretanto Koestler6 (1964 apud Alencar, 2000), afirma que o pensamento

criativo diferente do pensamento comum, consiste na conexão de níveis de

experiência ou sistemas de referência, essas definidas como a bissociação.

A formação de experiências pressupõe a existência de estruturas de

pensamentos e de comportamentos já adquiridos, que dão coerência e estabilidade,

mas deixam pouco espaço para a inovação. Todo padrão de pensamento ou de

comportamento (matriz) é regido por um conjunto de normas (código), que tanto

6 KNELLER, George Frederick. Arte e ciência da criatividade. 17 ed. São Paulo: Ibrasa, 1978, p. 58.

58

pode ser aprendido quanto inato. Esse código possui uma certa flexibilidade e pode

reagir a algumas circunstâncias.

Quando duas ou mais matrizes independentes interagem entre si, o resultado,

segundo Koestler, pode-se apresentar, conforme o quadro 3.

Tipo de interação Resultado Explicação

Colisão Humor

É a intersecção de duas matrizes, cada qual consistente por si mesma, porém em conflito com outra. No decorrer da bissociação, emoção e pensamento separam-se abruptamente. Esse conflito causa uma tensão emocional e resolve-se em riso.

Fusão Ciência

A criação surge do encontro de duas matrizes até então desprovidas de relação. Trata-se de uma convergência de pensamento em direção a um objetivo previamente estipulado – as matrizes fundem-se em uma nova síntese.

Confrontação Arte

As matrizes não se fundem nem colidem, mas ficam justapostas. Os padrões fundamentais de experiência são expressos novamente a cada novo olhar, em cada época ou cultura. Há uma transposição dos sistemas de referência.

Quadro 3: Resultado da Interação de duas ou mais matrizes segundo Koestler. Fonte: Alencar ( 2000).

Quando se utiliza um sistema informatizado, para simular ou reproduzir o

pensamento humano no intuito de se obter algum resultado, classificamo-lo como

Sistema de Apoio à Decisão.

Genericamente, o Sistema de Apoio à Decisão (SAD), é definido como “um

tipo de sistema de informação que engloba sistemas de processamentos de

transações e interage com as outras partes do sistema de informação a fim de dar

apoio às atividades decisórias” (SPRAGUE; WATSON, 2001).

No final da década de 60, ocorreu um aumento no volume de dados, devido à

necessidade de se obter, cada vez mais, informações para as decisões profissionais.

No intuito de atender essa demanda crescente, na década 70, diversos especialistas

e grupos de pesquisa passaram a desenvolver os SAD, caracterizando-os como

sistemas interativos para prestar auxilio ao processo decisório (BISPO, 1998).

Somente nos anos 80, ocorreu o surgimento dos primeiros sistemas de

gerenciamento de banco de dados (SGBD) otimizando o acesso aos dados

disponíveis, tornando-o mais prático e rápido. Posteriormente, foram desenvolvidos

59

SAD específicos por áreas, como exemplo: SADM – sistema de apoio a decisão

médica (BISPO, 1998).

Os SAD’s são dotados de programas computacionais capazes de fornecer

informações e subsidiar a tomada de decisão de um especialista frente a um

problema (clínico), seja para formulação de um diagnóstico ou para recomendação

terapêutica (tratamento). As fontes de alimentação do sistema são provenientes de

várias fontes, tais como: dados coletados, conhecimento empírico do especialista, de

um conhecimento teórico ou científico específico e de estratégias de solução de

problemas (RAZZOUK et al., 2000).

Ludwig von Bertalanffy, biólogo e cientista, formulou a Teoria Geral dos

Sistemas, definindo ‘sistemas’. Baseado nas suas observações e nas análises das

suas pesquisas constatou que os organismos sociais são como sistemas visando à

consecução de objetivos comuns. A partir dessa análise, o sistema pode ser

caracterizado como sendo um conjunto de partes relacionadas, apesar de

independentes, sendo cada uma delas dependentes entre si (OLIVEIRA J.F, 2004)

Oliveira (2004) refere que todos os sistemas de informação atuam e devem

interagir entre si, um influenciando e complementando o outro.

Como exemplo, a Inteligência Artificial (IA), que atuando na tomada de

decisão, compreende um conjunto de conceitos e metodologias, e que ao fazer o

uso dos dados e sistemas baseados nesses conceitos, suporta essa tomada de

decisões.

2.7 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Segundo Fernandes (2005), a palavra inteligência deriva do latim inter (entre)

e legere (escolher). A capacidade e discernimento do ser humano são as suas

escolhas, é o raciocínio e a forma de como resolve determinado problema ou

executa as suas ações. Complementando com a palavra artificial, que deriva do

latim (algo não natural), ou seja, que possa ser produzido pelo homem, sendo assim,

a inteligência artificial (IA) pode ser considerada como uma forma de inteligência

produzida pelo homem, e reproduzida por máquinas; em que elas (as máquinas)

possam simular ou reproduzir a inteligência do homem.

60

Desde a década de 60, a IA procura compreender cada vez mais, o

pensamento humano e busca criar entidades inteligentes para reproduzir a

percepção, a compreensão, a prevenção, a manipulação do ‘comportamento’ do

cérebro e o seu universo (RUSSEL; NORVIG, 2004).

Ganascia (1997) cita que o estudo da inteligência iniciou no campo da

filosofia, mais tarde passou a ser estudada de forma científica por outras áreas do

conhecimento, tais como: humanas (psicologia), saúde (neurologia), exatas

(engenharia).

Russel e Norvig (1995; 2004) afirmam que um sistema racional é aquele que

faz o correto, numa abordagem racionalista sendo baseado na matemática e

engenharia; um sistema humano é aquele que se caracteriza pelo empirismo,

formula hipóteses e confirmações experimentais.

Apresentar uma única definição de IA, não é uma tarefa fácil, foram

encontradas algumas definições, conforme a abordagem de seus autores. Pode-se

basear no enfoque do raciocínio ou do comportamento, o sucesso do sistema com o

desempenho humano ou o conceito ideal de racionalidade e inteligência (RUSSEL;

NORVIG, 2004).

Conforme as definições encontradas, Shmeil (1999) classificou-as em duas

dimensões e quatro categorias. Da comparação, entrelinhas, existem os processos

de pensamento/raciocínio ou os de comportamento/ação. Da análise, intercolunas,

destaca-se o modo humano e a racionalidade. Conforme mostra o quadro 4.

Sistemas que pensam como humanos

Sistemas que pensam racionalmente

Sistemas que agem como humanos

Sistemas que agem racionalmente

Quadro 4: Categorias de enquadramento da IA. Fonte: Russel (1995); Shmeil (1999).

Barr7 (1981 apud SHMEIL, 1999) definem IA como sendo uma área da ciência

de computação, que busca projetar sistemas computacionais inteligentes. Tendo

características associadas à inteligência humana, tais como: aprendizagem,

raciocínio, resolução de problemas.

7 BARR, A.; FEIGENBAUM, E.A. The Handbook of Artificial Intelligence. Vol.1Pitman Books, 1981.

61

Waterman (1986) IA é uma ciência multidisciplinar que aborda a neurociência,

filosofia, psicologia, ciência da computação, robótica e linguística, dedicando-se a

reprodução de métodos ou a resultados do raciocínio humano e da atividade do

cérebro.

Schalkoff (1990) a considera como um campo de estudo que procura explicar

e emular comportamento inteligente em termos de processos computacionais.

Kurzweil (1990; 2009) define IA como a arte de criar máquinas que executam

funções que exigem inteligência quando executadas por pessoas.

Rabuske (1995) considera que a IA, quando é o resultado da aplicação de

técnicas e recursos, especialmente de natureza não numérica, que viabilizam a

solução de problemas que exigiriam do ser humano certo grau de raciocínio e

perícia.

Uma vez constituída como ciência cognitiva, a IA busca compreender e

propor mecanismos de raciocínio e conhecimento. Shmeil (1999) afirma que a IA:

“[...] busca, por um lado, a compreensão, e por outro, o desenvolvimento de

entidades8 inteligentes [...] que explique o comportamento que naturalmente ocorre

em entidades inteligentes”. Sendo que, um sistema baseado em metodologias de

Inteligência Artificial criado para resolver problemas em um determinado domínio é

chamado como Sistemas Especialistas.

A contribuição da criatividade para inteligência artificial é a possibilidade de

formalização do domínio, criando um espaço de conceitos mentais que permite a

interação de minidomínios em que interações pessoa-computador e procedimentos

podem ser observados e analisados (ALENCAR, 2000).

Muitos tipos de sistemas adaptativos caracterizam-se por ser necessário

conhecer o meio em que se encontram para decidir a sua ação de acordo com os

seus objetivos; ou seja, a realidade servindo de modelo para esses estudos, em que

a inspiração maior, dessa ciência, é o próprio ser humano. “A mente incomoda e

interessa-nos muito como mistério e desafio” (KELLER, 1991; REZENDE, 2003;

LUGER, 2004).

8 Conforme Shmeil (1999), entendem-se como entidades: artefatos, ferramentas, sistemas.

62

2.7.1 Aprendizagem de Máquina: método indutivo

O termo indução significa ato de induzir, raciocínio em que, de fatos

particulares se tira uma conclusão genérica, conforme descrito no dicionário

brasileiro da Língua Portuguesa (FERREIRA, 1999).

Aristóteles, conhecido filósofo grego, define que, “a indução consiste em

afirmar acerca de todos, aquilo que foi possível observar em alguns”. Ou seja,

através de uma amostra podemos construir uma teoria genérica, incluindo elementos

que não faziam parte desse estudo.

A indução faz a generalização, isto é, “cria proposições universais a partir de

proposições partículares. É, portanto, uma forma de raciocínio pouco credível e

muito mais susceptível de refutação” (FONSECA, 1994; OLIVEIRA A., 2001;

MATTOS, 2003; REZENDE,2003).

Segundo Fonseca (1994), ela pode ser classificada de duas formas, completa

ou incompleta.

Completa: Faz a enumeração de casos particulares, para chegar a uma síntese ou proposição geral. Não faz comparação entre o predicado e o sujeito, fazendo apenas a redução de várias proposições a uma preposição geral. Incompleta: É a passagem de um juízo partícular a um juízo universal. Quanto maior o número de experiências, menor é a incerteza. Quando o número de experiências for suficientemente grande, permite-nos formular uma lei, daí a ciência recorrer a este tipo de indução.

Mattos (2003) refere a sua aplicação em qualquer área da atividade humana;

com a filosofia, matemática, psicologia, física, entre outros. A indução permeia o

raciocínio indutivo, no qual a conclusão não é necessária, conforme os seus

fundamentos, no qual o mais relevante é a probabilidade da conclusão, que

corresponde à probabilidade indutiva do argumento.

Quando focamos a área de inteligência artificial, parte da premissa que os

classificadores, baseados em árvores de decisão, procuram encontrar formas de

dividir o universo em vários subconjuntos (criando os nós que contêm os respectivos

testes), sendo que cada um deles contemple apenas uma classe ou até que uma

das classes demonstre a maioria que não justifica outras classes posteriores

(FONSECA, 1994).

63

De acordo com Quinlan (1996), a tarefa da indução é desenvolver regras de

classificação que podem determinar a classe de qualquer objeto através dos valores

dos seus atributos. Os objetos são descritos conforme o grupo dos seus atributos,

em que cada atributo quantifica alguma característica importante do objeto. Cada

objeto de aplicação (domínio de conhecimento) pertence a um conjunto de classes

reciprocamente exclusivas, em que a classe de qualquer objeto do conjunto de

treinamento é conhecida.

Conforme mostra a figura 23, considera-se que as folhas da árvore de

decisão são os nomes de classe, e os nós representam os testes baseados nos

atributos com ramos rotulados, com os possíveis valores do atributo, e que nos

oferecem o resultado de classificação.

classe

resultado

(nós/valores)

resultado

resultado

(nós/valores)(nós/valores)

(nós/valores)

(nós/valores)

resultado

resultado

Figura 23: Exemplo de árvore de decisão.

Para classificar um objeto, começa-se da raiz da árvore, avalia-se por testes

ou seja, o nó da árvore é comparado com o respectivo atributo do objeto em

questão, partindo pelo ramo determinado pelo valor do atributo do objeto que se

pretende classificar, e o processo continua até que uma folha seja encontrada, na

qual o objeto é afirmado a pertencer à classe nomeada pela folha (OLIVEIRA A.,

2001).

Quilan (1996) enfatiza que, se todos os atributos e classes estiverem

adequados, não apresentarão conflitos nos resultados, isto é, apresenta uma árvore

de decisão que classifica corretamente os dados que foram submetidos ao sistema,

podendo gerar várias árvores corretas para o mesmo conjunto submetido, porém em

uma quantidade finita de árvores.

64

Construir uma árvore de decisão, por meio do conjunto de objetos submetidos

para análise e classificados pelos grupos de treinamento e por outros grupos não

visualizados, basicamente, deve existir alguma relação significante para que a

árvore possa captar entre a classe de um objeto e os valores dos seus atributos

(OLIVEIRA A, 2001).

No aprendizado indutivo, cada árvore que for gerada é considerada uma

hipótese. A árvore de decisão hipótese deve solucionar o problema para aquele

conjunto de dados submetidos ao sistema. Mas para isso, deve-se especificar qual o

problema que deverá solucionar (RUSSEL; NORVIG, 2004).

A indução por árvore de decisão é o método utilizado em aprendizagem de

máquina para aprender conceitos quando os objetos são descritos por meio dos

atributos (MONARD et al., 1997).

Os atributos ou dados que são submetidos ao sistema informatizado para

serem avaliados estão no estado de entropia.

O conceito físico para entropia está relacionado ao grau ou a tendência de

desorganização da matéria, que equivale à perda de energia ou desordem. A

termodinâmica afirma que a entropia não dimunui de tamanho num sistema fechado,

ou seja, seu grau de desorganização pode aumentar mas não diminui

(PINEDA,2006).

Na área de comunicação, a entropia da informação é definida como sendo

uma forma de medir a quantidade de informação, ou seja, uma mensagem tem certa

quantidade de informação quanto maior for o seu grau de incerteza ou

imprevisibilidade.

Claude Shannon inicia a Teoria da Matemática da Comunicação afirmando

que a informação pode ser mensurada por quantidade que classificou como

“entropia”, relacionando por símbolos transmitidos que fazem parte de um conjunto

finito, que define a codificação das mensagens. Entretanto a questão fundamental

da comunicação é a capacidade de reproduzir remotamente uma mensagem, com o

grau de fidelidade desejado, sendo que cada mensagem é o resultado de uma

escolha dentre um conjunto de mensagens possíveis, nas quais apenas uma foi

selecionada (PINEDA,2006).

Em resumo, quanto maior é a entropia, maior é a desordem e menor será a

organização (NASCIMENTO, 2001).

65

Uma das ferramentas computacionais que analisam os dados submetidos e

resulta em entropia de maior ou menor grau é o minerador de dados.

Segundo Groth (1997) o termo conhecido como ‘mineração de dados’ ou

‘garimpagem de dados’ (DT), descreve uma variedade de ferramentas que processa

dados e geram estratégias que aumenta a utilidade dos dados, fazendo uma

varredura e armazenando-os em bancos de dados corporativos.

Utilizando o DT, é possível realizar análises em um grande volume de dados

armazenados, no qual se pode descobrir tendências ou padrões, direcionando o

foco para o usuário/cliente.

Kimball (1997) refere que o início do DT se deu por volta dos anos 60 quando

era conhecido como análise estatística, com rotinas estabelecidas; por volta dos

anos 80, essa análise foi ampliada por um conjunto de técnicas, como a lógica

nebulosa, redes neurais, árvores de decisão e outras técnicas de inteligência

artificial. Em meados dos anos 90, foi possível aplicar essas técnicas para auxiliar

nas soluções de problemas.

Moxon (1996) define DT como “um conjunto de técnicas automáticas, usadas

para explorar exaustivamente e descobrir relacionamentos complexos em um grande

conjunto de dados”.

Sulaiman & Souza (1998) afirmam que a busca automatizada de

conhecimento, em banco de dados, é conhecida por Knowledge Discovery in

Databases (KDD). Segundo eses autores, a expressão garimpagem de dados é

comumente usada por estatísticos, analistas de sistemas e comunidade de

tecnologia de informação; enquanto KDD é comumente usado pelos pesquisadores

de inteligência artificial. A figura 24 apresenta as etapas que compõem o processo

de descoberta do conhecimento.

Figura 24: Etapas que compõe o processo de KDD.

Fonte: Romani (2008).

66

Composto por etapas, conforme citado por Romani (2008):

1. Definição de metas: Entendimento do domínio de aplicação e definição

do problema a ser resolvido através do processo de KDD.

2. Seleção: Seleção ou segmentação dos dados apropriados para a análise

de acordo com algum critério. Alvo de prospecção.

3. Pré-processamento: Eliminação de ruídos e erros, estabelecimento de

procedimentos para verificação da falta de dados; estabelecimento de

convenções para nomeação e outros passos demorados para a

construção de uma base de dados consistente. Visa adequar aos

algoritmos. Esta etapa pode despender em até 80% de todo o processo.

4. Transformação: Redução dos dados através da busca por atributos que

representem várias características dos dados, armazenando-os

adequadamente para facilitar o uso da técnica de mineração de dados.

5. Mineração de Dados: Aplicação dos algoritmos para descoberta de

padrões nos dados; envolve a seleção de métodos/técnicas e modelos

que melhor se enquadram no cumprimento das metas estabelecidas.

Essa busca pode ser efetuada automaticamente pelo sistema ou

interativamente com um analista gerador de hipóteses. Processo

interativo em que os analistas revêem o resultado e formam outras

hipóteses realimentando o sistema com outros parâmetros.

6. Interpretação/Avaliação: Após a geração dos relatórios das descobertas,

passa-se pela fase seguinte, ou seja, para interpretação dos analistas

de mineração. Esta fase pode requerer a repetição de vários passos,

mas normalmente é encarada como uma simples visualização dos

dados. Após a interpretação das informações obtidas, obtém

conhecimento.

Dentre os algoritmos existentes para indução de regras, uma com tecnologia

de suporte a aprendizagem simbólica indutiva é a ferramenta C4.5, um minerador de

dados desenvolvida em 1993 por John Ross Quinlan. Um indutor de árvores de

decisão por processo de aprendizado de máquina no qual se pode obter a

classificação de um conjunto de dados, por meio da geração de um conjunto de

regras sendo visualizadas num formato de árvore de cabeça para baixo (QUINLAN,

1993; QUINLAN, 1996).

67

2.7.2 Sistemas Especialistas

Considerada como uma subárea da Inteligência Artificial, o Sistema

Especialista (SE) pode reproduzir o comportamento humano frente a um problema a

ser resolvido, desde que seja preparado para essa finalidade. Corrobora Perotto e

Vicari (2001) ao descrever o SE como um pequeno conjunto de saberes feitos sobre

domínios bastante restritos e bem definidos do conhecimento.

Widman (1998) define Sistemas Especialistas (SE) como ferramentas

computacionais caracterizadas por simularem o raciocínio de um especialista no seu

domínio do conhecimento.

Os SE podem ser utilizados de duas formas conforme a necessidade do

usuário. Como apoio à decisão, muito utilizado na área médica, pois permite que o

profissional, durante o processo prático (consulta), possa ser lembrado de tópicos ou

opções importantes que eventualmente tenha ignorado ou esquecido devido às

várias informações que recebe diariamente. E pode ser utilizada na tomada de

decisão, em que o sistema define a conduta a ser seguida sem o auxilio do

profissional por esse estar abaixo da experiência ou do treinamento requerido

(WIDMAN, 1998, grifo nosso).

Sua construção se dá através de um processo de absorção do conhecimento

do especialista, utilizando-o como base para o sistema, que baseado em

formalismos previamente definidos, poderá simular o raciocínio do especialista

(KELLER, 1991). A forma de absorver o conhecimento são os dados e informação

inseridos no sistema, para que ele possa auxiliar o profissional numa tomada de

decisão.

O conhecimento de um SE consiste em fatos e heurísticas. Os fatos

constituem um conjunto de informações que é disponível e geralmente aceito pelos

especialistas em um campo. As heurísticas são em sua maioria privadas, regras

poucos discutidas, de bom discernimento que caracterizam a tomada de decisão em

nível de especialista na área (OLIVEIRA A. 2001).

O desempenho do SE é a função principal da base de conhecimento, que

está armazenado em suas regras e em sua memória de trabalho. Para compor esse

conhecimento, deve ser adquirido junto a um especialista humano sobre o tema em

questão e representado conforme os padrões formais para a codificação de regras

(OLIVEIRA C, 2001).

68

Segundo Tapia (2000), as técnicas de IA são um paradigma que até bem

pouco tempo era “inútil” para resoluções de problemas reais, e hoje podem ser

aplicadas com sucesso aos mais diversos tipos de problemas. Devido complementar

a sua utilização com programas de SE.

A estrutura do SE, segundo Barreto (1999), para a sua construção são

necessário algumas fases, tais como:

- fonte de conhecimento; - obtenção do conhecimento através do especialista; - divisão do conhecimento em dois tipos; fatos sobre o problema a resolver

e regras de como o especialista raciocina para resolver o problema; - explicação de como o especialista chegou a uma determinada conclusão.

Atualmente, utiliza-se uma estrutura comum para representar a arquitetura do

SE, conforme mostra o figura 25.

Engenheiro deConhecimentos

Motor de Inferência

Mecanismo deAprendizado

Base deConhecimentos

Interface eExplicaçãoUtilizador

Figura 25: Blocos usuais de um SE implementado de modo simbólico. Fonte: Barreto (1999).

O bloco engenheiro de conhecimento comunica-se com a base de

conhecimento, sendo alimentado pela experiência adquirida dos especialistas, no

qual emprega varias técnicas de psicologia. Outras vezes, considerando que o

especialista é pouco disponível, recorre-se a métodos automáticos de elicitação do

conhecimento, conhecido no campo de IA como “aprendizado pela máquina” (KDD).

O bloco motor de inferência irá manipular o caminho no qual as regras são

combinadas, da mesma maneira que o humano utiliza tipos diferentes de

procedimentos inferenciais na compreensão de pensamentos ou tomada de decisão.

Considerado por Resende (2003), como o núcleo do sistema baseado em

conhecimento (SBC).

69

Pode-se utilizar duas formas de raciocínio, uma com o encadeamento para

frente e outra com encadeamento para trás, a escolha da sequência do raciocínio

deve ser o mais natural possível.

O encadeamento para frente dá-se quando a quantidade disponível de bases

for pequeno, comparado com a quantidade de conclusões; o encadeamento para

trás dá-se quando a quantidade de conclusões for pequeno, comparado com a

quantidade de bases (FIESCHI, 1987).

O bloco interface e explicação são o responsável pelo diálogo, oferecendo ao

usuário diferentes tipos de interface; além disto, ele é capaz de verificar se a

resposta ao problema proposto não se encontra diretamente na base de

conhecimento dando a resposta. Se a resposta não estiver neste bloco, ele acionará

o motor de inferência que vai trabalhar na base de conhecimento de modo a resolver

o problema.

Para Nievola (1995), a base de conhecimento pode utilizar uma

representação particular, se possui as características particulares do problema ou

então optar por qualquer uma das formas de representação padrão, que são:

Regras de produção do tipo SE X ENTÃO Y, parte da premissa que (X)

sendo uma conjunção ou disjunção de proposições e como conclusão (Y)

também uma conjunção ou disjunção de preposições.

Redes Semânticas que são compostas por nós e arcos. Os nós

representam conceitos ou elementos físicos e os arcos indicam relações

que existem entre os nós os quais podem ser de qualquer tipo.

Frames que são agrupamento dos elementos em classes e subclasses

até chegar às instâncias. Cada um dos frames compõe-se de divisões slots

que contém as características e propriedades da classe ou instância em

questão.

Oliveira C. (2001) afirma a importância de os blocos unirem a capacidade de

aprender, isso faz com que a base de conhecimento antes estática, torna-se

dinâmica, atualizando-se sem a interferência do especialista. Isto é confirmado por

Nascimento (2001) quando refere que o “objetivo é alcançado, o programa com IA

ganha novos conhecimentos. O mecanismo de inferência permite que novos fatos

sejam adquiridos através de fatos já existentes que podem ser aplicados em novas

situações”.

70

Os padrões identificados pelo sistema são interpretados em conhecimento,

que pode então ser utilizado para suportar a tomada de decisão humana

(GOLDSCHMIDT; PASSOS, 2005).

Atualmente, foram desenvolvidos vários ambientes de programação de

interface amigável para o desenvolvimento de SE. Estes ambientes são conhecidos

como arcabouços para SE ou Shell, que podem gerar rapidamente telas de interface

com o usuário, obter a base de conhecimento e gerenciar as estratégias de pesquisa

na base de regras, que é o motor de inferência (NASCIMENTO, 2001).

Nos capítulos a seguir, detalharemos o Sistema Especialista Shell – SINTA –,

a sua aplicação e os resultados referentes ao trabalho.

2.8 CONTRIBUIÇÃO DAS RECORRENTES PARA O DESENVOLVIMENTO DO

TRABALHO

Neste capítulo, sintetizamos os principais aportes teóricos que

contribuíram para a construção de cada uma das seções secundárias das

recorrentes, sob os quais foi conduzida a pesquisa. Essas recorrentes teóricas

forneceram importantes subsídios para o desenvolvimento deste trabalho de

dissertação (quadro 5), na forma de explicações complementares ou concorrentes

no campo em estudo, pelo fato de adotarem diferentes paradigmas ontológicos e

epistemológicos na releitura da práxis do profissional e da realidade estudada.

71

2.1 HISTÓRICO DA DOENÇA Esclarecimento sobre a origem e

evolução da SMPP.

2.2 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Demonstrar as formas de

manifestação da violência

doméstica.

2.3

ANALOGIA ENTRE A HISTÓRIA DA

ARTE E A SÍNDROME DE

MÜNCHHAUSEN

Exemplificar a SM e SMPP nas

diversas formas de manifestação

da arte, tais como: música,

pintura, escultura, arquitetura,

literatura, coreografia e cinema.

2.4 PESQUISA CLÍNICA COMO

CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Ressaltar a importância do

desenvolvimento de diretrizes

básicas no atendimento proposto

pelo profissional da área de

saúde.

2.5 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Enfatizar a importância da

tecnologia na padronização e

processamento de dados e seu

compartilhamento de informação.

2.6 SISTEMAS DE APOIO À DECISÃO

Aborda as categorias e fatores do

pensamento que o SAD se

baseia. Descrição de sistemas

que contribuem para auxiliar o

profissional da área de saúde na

resolução de problemas.

2.7 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Abordar as definições da IA em

suas dimensões e o processo no

qual pode ser utilizado.

Quadro 5: Contribuição das recorrentes para o desenvolvimento do trabalho.

72

3 DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICO

“Não existe nenhum caminho lógico para a descoberta das leis

do Universo – o único caminho é o da intuição.”

(Albert Einstein)

O desenvolvimento metodológico da pesquisa em questão fundamenta-se na

Pesquisa Bibliográfica, que abrange o levantamento, leitura, análise e interpretação

das informações sobre o tema proposto. Utiliza-se essa pesquisa para a construção

do conhecimento e fundamentação teórica do estudo, segue procedimentos

metodológicos importantes na produção científica, possibilitando hipóteses ou

interpretações, especialmente em temas pouco explorados, como pontos de partida

para outras pesquisas (LIMA; MIOTO, 2007).

Nesse contexto, a metodologia da pesquisa escolhida obedeceu desde a

elaboração do questionário até a construção do Sistema Especialista, baseando-se

em 06 passos principais, conforme mostra o quadro 6, foram detalhados

posterioremente.

1 2 3 4 5 6

1

Definição das variáveis utilizadas para o diagnóstico

da SMPP.

Bibliografia documental

Levantamento dosdados (56 atributos).

2

Refinamento da teoria que

caracterize a suspeita da SMPP.

Refinamento dosdados em 04 grupos (criança/adolescente, família, cuidador,doença).

Validação dos dadoscom 03 Médicos.

Apresentação dateoria da SMPPutilizando fluxogramae diagrama.

3

Utilização das variáveis da SMPP diferenciando com outros transtornos

mentais.

Bibliografia documental

Levantamento decasos semelhanteSMPP comdiagnóstico diferencial.

Refinar os 42 casoslevantados, nos 56atributos grupadosem 04 grupos.

Aplicar os resultadosobtidos no C4.5,obtendo a estruturadiferencial para cadapatologia analisada.

4

Desenvolvimento e validação do questionário estruturado.

Elaborar oquestionário.

Montar o raciocínioe fundamentar cadapergunta.

Validação dos dadoscom 03 Médicos.

Aplicar o questionárioem dois casos, tendoo parecer de 21profissionais.

Aplicar osresultados obtidosno C4.5, obtendo avalidação doquestionário.

5Análise dos resultados.

Dados levantadossobre a SMPP.

Teoria utilizando odiagrama de casosde uso.

Teoria utilizando ofluxograma.

Dados levantadossobre a SMPP etranstornos mentais.

Questionários: escala nominal,Thurstone e Likert.

Dados doquestionário aplicados noC4.5

6

Desenvolvimento do protótipo do

sistema de apoio ao diagnóstico da

SMPP.

Popular um SistemaEspecialista baseado noquestionário.

Utilizar osresultados dosquestionários paratestes de simulação.

Refinar o SistemaEspecialista SISMUNconforme o resultadodos testes.

FASES DO DESENVOLVIMENTO METODOLÓGICOPASSOS

Quadro 6: Fases do desenvolvimento metodológico.

73

Passo 1 – Definição das variáveis utilizadas para o diagnóstico da SMPP

Para a Fase 1 do Passo 1 do desenvolvimento do estudo em questão,

utilizou-se como instrumento de pesquisa a bibliografia documental de materiais

analisados e publicados em fontes primárias/secundárias e terciárias; e para a Fase

2 do Passo 1, o levantamento dos dados (atributos) que possuem significância para

caracterizar a SMPP em crianças e adolescentes. Foram encontrados 21 artigos

publicados que contemplavam os critérios estabelecidos.

Passo 2 - Refinamento da teoria que caracterize a suspeita da SMPP

Para compor o Passo 2 do desenvolvimento do estudo em questão, foi

subdividido em 3 fases.

Na Fase 1 do Passo 2, utilizou-se dos atributos levantados (56) do passo

anterior e agrupou-os em 04 grupos, definidos por: CRIANÇA/ADOLESCENTE,

DOENÇA, FAMÍLIA, CUIDADOR.

A Fase 2 do Passo 2, corresponde à validação dos 04 grupos e os atributos

definidos, por 03 profissionais médicos com experiência em assistência

hospitalar/ambulatorial e docência de casos de violência infanto-juvenil, no intuito de

correção e adequação dos atributos levantados sobre a SMPP.

A Fase 3 do Passo 2, para apresentar a teoria da SMPP utilizou-se de

ferramentas gráficas como o fluxograma e o diagrama de casos de uso.

Passo 3 - Utilização das variáveis da SMPP diferenciando com outros

transtornos mentais

Para compor esse o Passo 3, foi subdividido em 4 fases o seu

desenvolvimento metodológico.

Na Fase 1 do Passo 3, utilizou-se do levantamento bibliográfico documental

para caracterizar outros transtornos mentais e de diferenciar da SMPP.

A Fase 2 do Passo 3, considerou como o primeiro refinamento, dos

documentos encontrados, incluindo nesse estudo os relatos de casos publicados

com suspeita diagnóstica para SMPP, porém com diagnóstico diferencial para outro

transtorno mental. Foram encontrados os 21 artigos publicados.

Na Fase 3 do Passo 3, considerou-se como o segundo refinamento.

Utilizaram-se os artigos levantados do Passo 1 e da Fase 2 do Passo 3, refinando os

42 casos nos 56 atributos.

74

Após, a Fase 4 do Passo 3 corresponde à utilização do conjunto de dados

dos 42 casos refinados nos 56 atributos e submetê-los no minerador C4.5, obtendo

a estrutura diferencial para cada patologia analisada.

Passo 4 - Desenvolvimento e validação do questionário estruturado

Para compor o Passo 4, foi subdividido em 5 fases o desenvolvimento

metodológico.

A Fase 1 do Passo 4 caracterizou a elaboração do questionário, conforme as

informações obtidas das fases anteriores e que foram passíveis de revisão.

A Fase 2 do Passo 4 desenvolveu os questionários estruturados,

fundamentando cada pergunta proposta. Ontaram-se dois estudos de casos fictícios,

baseados nos casos publicados do Passo 1 (01 positivo) e Passo 3 (01 negativo).

A Fase 3 do Passo 4 corresponde à validação do questionário estruturado,

por 03 profissionais médicos com experiência em assistência hospitalar/ambulatorial

e docência de casos de violência infanto-juvenil, no intuito de correção e adequação

dos termos e interpretação das questões.

A Fase 4 do Passo 4 corresponde à aplicação do instrumento desenvolvido

(questionário e dois casos) tendo o parecer de 21 profissionais, entre médicos e

enfermeiras, que foram escolhidos aleatoriamente pela teoria informal ou teoria da

conivência (MARCON & MOINET, 2000; BALESTRIN, 2005).

A Fase 5 do Passo 4 utilizou o minerador de dados C4.5 nos resultados

obtidos dos questionários respondidos, para avaliação dos dados que relevantes ou

não, para cada resposta obtida conforme o caso estudado, no intuito de obter a

validação do questionário

Passo 5 - Análise dos resultados

Para compor o Passo 5, o desenvolvimento metodológico, foi subdividido em

6 fases.

A Fase 1 do Passo 5 corresponde à análise dos dados levantados sobre a

SMPP.

A Fase 2 do Passo 5 corresponde à análise da compreensão da teoria da

SMPP utilizando a ferramenta computacional de diagrama de casos de uso.

A Fase 3 do Passo 5 corresponde à análise da teoria da SMPP utilizando a

ferramenta computacional do fluxograma.

75

A Fase 4 do Passo 5 compreende a análise dos resultados obtidos sobre os

dados submetidos ao minerador C4.5 sobre a SMPP e os transtornos mentais.

A Fase 5 do Passo 5 compreende a análise dos resultados obtidos dos

questionários das Escalas: Nominal, Thurstone e Likert.

A Fase 6 do Passo 5 compreende a análise dos resultados obtidos sobre os

dados submetidos ao minerador C4.5 sobre os resultados do questionário das

Escala de Likert.

Passo 6 - Desenvolvimento do protótipo do sistema de apoio ao

diagnóstico da SMPP.

Para compor o Passo 6, foi subdividido em 3 fases o desenvolvimento

metodológico.

A Fase 1 do Passo 6, com as informações das fases anteriores, populou um

Sistema Especialista baseado no questionário estruturado. Denominado SISMUN –

Sistema de Identificação para a Síndrome de Münchhausen por procuração.

A Fase 2 do Passo 6 corresponde à utilização das respostas dos resultados

obtidos dos questionários (Fase 4 do Passo 4) para testes de simulação pela

pesquisadora.

A Fase 3 do Passo 6, conforme o resultado dos testes de simulação,

proporcionou o refinamento do Sistema Especialista – SISMUN.

3.1 DEFINIÇÃO DAS VARIÁVEIS UTILIZADAS PARA O DIAGNÓSTICO DA

SMPP

Para o levantamento bibliográfico, utilizaram-se ferramentas de buscas na

WEB, revistas científicas e artigos científicos publicados, relacionados à área médica

contidas em bases de dados SCIELO, PUBMED, LANCET, BIREME, de 1999 a

2008, nos idiomas inglês, português, espanhol ou italiano.

Porém a maioria do material encontrado se referia como “suspeita

diagnóstica” ou “diagnóstico de exclusão”; poucos foram relatados com segurança

como sendo a SMPP.

76

Para compor o trabalho, procurou-se material contendo informações

relevantes sobre a SMPP, tais como: diagnóstico concluído para SMPP em crianças

ou adolescentes, relato de caso, dados pessoais, histórico familiar e tratamento.

Foram selecionados, vinte e um artigos científicos, que contemplava os critérios

estabelecidos.

Dentre o material levantado, a diretriz escolhida para compor essa fase, foi o

modelo proposto pelo médico brasileiro Dr. Reynaldo Gomes de Oliveira (OLIVEIRA,

2006), devido à facilidade de compreensão, abrangência de informação e

padronização nacional.

A seguir, foram descritas em sua íntegra, as informações que abordam sobre

a suspeita da violência, características da mãe e família, gravidade da doença e

frequência de ocorrência

Suspeita da Doença

A doença na qual a criança está sendo investigada parece inexplicável,

mesmo a especialistas mais experientes, muitos dos quais garantem que "nunca

viram nada parecido com isto antes". Ela pode apresentar sinais e sintomas

repetidos, cíclicos ou contínuos que não seguem o padrão esperado de nenhuma

doença. Sua história, evolução, resultados de exames e as repostas terapêuticas

aparecem como inconsistentes e insolúveis.

Os sintomas caracterizam-se como incongruentes e sua ocorrência

geralmente ocorrem à noite, quando a supervisão da equipe multiprofissional é

menor, e geralmente na presença do cuidador - mãe. Quando determinado evento

está sendo pesquisado por exames os quais dão resultados negativos, novos

sintomas aparecem, e as queixas mudam.

O tratamento preconizado é ineficaz ou deixa de funcionar após algum tempo,

mas sempre piora quando se cogita a alta hospitalar.

Característica da Mãe e Família

Geralmente é inteligente, articulada, simpática, comunicativa, muito dedicada

e cuidadosa com o filho. Não se afasta da cabeceira do leito e algumas apresentam

aptidão teatral. Comporta-se como uma “enfermeira experiente”, assume funções e

tendem a ultrapassar os limites impostos pelas normas e regulamentos do serviço.

77

Apodera-se do vocabulário médico (terminologias e discurso), faz perguntas a

todos sobre as causas, evolução provável, planos de investigação e de tratamento.

De forma aberta ou dissimulada sugere condutas com nítida preferência por exames

médicos ou intervenções mais invasivas.

Apesar de não se afastar da criança e parecer esmerada em cuidar dela, não

parece tão preocupada com a gravidade da doença da criança. Quanto aos médicos

e enfermeiras, estes, às vezes, parecem contentes e confortáveis com a função da

mãe do doente.

Frequentemente, as mães apresentam passado de uma internação médica

traumática, foram abusadas na infância ou já trabalharam em serviços médicos

como profissional de enfermagem, laboratório, patologia, hemodinâmica, raio X,

dentre outros.

Torna-se agressiva, ou pelo menos evita o contato com as pessoas que

manifestam suas dúvidas, suspeitas ou questionam os sintomas e sua falta de

consistência; ameaçam ou deixam o hospital sem alta ou solicitam ‘alta pedida’.

As relações com a equipe que assiste a criança são cordiais ou íntimas, mas

criam tumulto na enfermaria e durante os plantões para conseguir atenção.

O pai é geralmente omisso ou ausente, pois acredita que a mãe é cuidadosa

e que seria incapaz de fazer qualquer mal à criança. As visitas de parentes ao

hospital são raras. Geralmente a família é mantida afastada pela mãe sob diversas

desculpas, e há casos em que vários membros alegam ter doenças sérias e famílias

com casos de mortes súbitas e inexplicáveis.

Gravidade e Frequência

No quadro 7 são descritos quatro níveis de gravidade considerando o nível 1

de menor intensidade e o nível 4 com risco de morte. A frequência da doença pode

ser episódio único, quando é a primeira vez que ocorre o sinal ou sintoma relatado;

contínua, quando persiste a sua sintomatologia sem resultados satisfatórios nos

tratamentos; cíclica, quando de tempos em tempos os sinais e sintomas reaparecem

conforme a necessidade. Não existe uma regra; pode aparecer como quadro único e

ao longo do tempo se tornar cíclica.

78

QUANTO A GRAVIDADE

Nível 1 Sintomas são inventados (relata-se o que não ocorreu). Privar a criança de várias coisas por que ela seria alérgica ou que lhe faria mal, etc.

Nível 2

Fraudes menores sem agressão direta à criança: termômetro aquecido artificialmente, registros de enfermagem e resultados de exames fraudados, etc.

Nível 3 Simulação de doenças: diarréia com catárticos, hemorragias com adição de sangue, etc.

Nível 4 Agressões diretas que colocam a criança em risco de morte: intoxicações não acidentais, asfixia não acidental, etc.

QUANTO À FREQUÊNCIA

Episódio único Doença contínua

Doença cíclica

Quadro 7: Definição da gravidade, nível e frequência dos sinais e sintomas na SMPP.

Fonte: Oliveira (2006).

Com a seleção dos materiais para o estudo, iniciou o levantamento dos dados

necessários para a construção dos grupos.

Sendo assim, obtiveram-se quatro grupos num total de cinquenta e seis

atributos, definidos como DOENÇA (18 atributos), CRIANÇA/ADOLESCENTE (8

atributos), FAMÍLIA (10 atributos) e CUIDADOR (20 atributos), cada qual com os

seus atributos, demonstrados respectivamente no capítulo dos resultados.

3.1.1 Avaliação dos atributos

Após o grupamento dos dados, foi solicitada a participação de três

especialistas, escolhidos aleatoriamente na cidade de Curitiba, para avaliação dos

grupos e atributos levantados; com a finalidade de correções e possibilidade de

sugestões. Sendo a participação de cunho voluntário, optou-se pela rede informal

(BALESTRIN, 2005).

O especialista escolhido deveria ter formação em pediatria ou neonatologia,

experiência em assistência acima três anos, experiência em docência acima de um

ano e com experiência no atendimento em violência infantil (SMPP). Para

preservação da identidade dos avaliadores, os mesmos foram identificados como

ME1, ME2 e ME3. Foi estimado para a entrega da folha com os dados para leitura e

79

considerações (verbais ou escritas) a não ultrapassar mais que dez minutos do

tempo disponível do profissional. O pesquisador permaneceu no local durante todo o

tempo, anotando as possíveis considerações, com o consentimento dos

respondentes. Esta avaliação foi realizada no segundo semestre 2006, em

Curitiba/PR, no local de trabalho do profissional. Segue a Análise da Avaliação (AA):

ME1. Considerações verbais: “...deixar como dois itens sobre os casos de morte (súbito e inexplicáveis)...nada mais a acrescentar, ....”

AA: Inicialmente essa questão sobre “casos de morte súbito e inexplicáveis” eram uma só; após reflexão e considerando que morte súbita pode ser caracterizada por malformação congênita ou outras patologias, e a morte inexplicável não teria um diagnóstico definitivo para justificá-la. Sendo assim, optou em separar em dois itens.

ME2. Considerações verbais: “...acho que deve colocar as definições de cada item...”

AA: Foram aprovados todos os dados, sem alteração. Consideração observada, porém não pertinente ao caso nesse momento.

ME3. Considerações verbais: “...diminuir as divisões da idade como item único, os outros estão perfeitos... parabéns”.

AA: Esse item estava subdividido como: RN, Lactente, Ablactante, pré-escolar, escolar, e assim por diante. A sugestão foi aceita, devido haver redundância no item escolaridade, optou-se em diminuir o item idade e subdividi-las para facilitar o processo de tabulação posteriormente, e readequação da classificação do item escolaridade, para enquadramento do contexto do trabalho.

Conforme mostra o Apêndice A, são apresentados os dados agrupados,

antes e depois da avaliação dos especialistas e correção. No capítulo dos

resultados, pode-se visualizar os dados grupados completos.

A participação dos respondentes nesse momento foi importante para refinar a

qualidade dos dados proporcionando melhores condições para o desenvolvimento

proposto. Finalizou um grupamento de dados refinados, que relaciona à teoria da

SMPP com a prática profissional.

80

3.2 REFINAMENTO DA TEORIA QUE CARACTERIZE A SUSPEITA DA SMPP

A Doutora Mary J. Sanders (1999) desenvolveu um protocolo hospitalar pela

Universidade de Stanford, baseado na experiência teórico-prática da equipe Sanders

de assistência médica a crianças e adolescentes, que apresenta o fluxograma das

informações e caminhos a serem seguidos em caso de suspeita de violência infantil

pela SMPP. Propôs a formação de uma Equipe Multidisciplinar (EM) para analisar a

questão de suspeita, considerando de suma importância para o bom andamento do

processo, evitando assim a centralização de responsabilidade em um único

profissional. Para que todos da EM tenham interrelacionamento e estejam coesos

com a situação, são promovidas reuniões para planejamento e estratégias de

intervenção contínuas ou conforme a necessidade do quadro e do grupo. Todos os

membros têm voz ativa perante o caso em questão, mas é nomeado pelo grupo um

profissional de referência para ser o centralizador das informações daquele caso em

questão, porém a equipe montará o quebra-cabeça e tomará as devidas ações em

todo o processo que se segue. Com o fechamento do caso em questão,

independente se houve abuso ou não, há o acompanhamento ambulatorial, tanto da

criança quanto da família, por tempo que houver necessidade, esse determinado

pela EM (SANDERS, 1999).

Para compor essa fase, optou-se pela utilização do fluxograma, também

conhecido como flow-chart; tendo como propósito evidenciar a sequência de um

trabalho, permitindo a visualização dos passos a serem seguidos e a dispersão de

recursos materiais e humanos. Utilizar os símbolos convencionais de representação

gráfica permite esquematizar de forma clara, prática e racional as informações para

facilitar o seu entendimento por todos os envolvidos no processo de diagnóstico e

tratamento da criança em questão. A figura 26 mostra o protocolo adaptado e

traduzido para o idioma português e a semântica da informação por meio do

fluxograma. No anexo A, o protocolo original de Sanders,1999, utilizou-se a

ferramenta SmartDraw® de distribuição livre para download, com sistema

operacional Windows.

É importante salientar que a realidade vivida em outros países pode não

condizer com a atual necessidade brasileira. O protocolo apresentado é utilizado no

Hospital de Stanford – Califórnia/EUA.

81

Definir aspectos para avaliação de uma determinada doença não é uma tarefa

fácil, requer conhecimento e habilidade do profissional. A utilização de diretrizes ou

protocolos existentes proporciona um subsidio necessário para auxiliar os

profissionais nesta tarefa da tomada de decisão.

I. Identificação: Considerações Clínicas (SMPP)

III. Formação de Equipe Multidisciplinar (EM)

IV. Reunião da EM: Planejamento da avaliação

A. Avaliar o risco da criança(proceso)

B. Dividir Opiniões(proceso)

C. Avaliar Tratamento clínico(proceso)

V. Avaliação dos procedimentos

II. Denunciou oabuso?

Suspeita legítima?

Suspeita legítimado abuso da

criança?

VI. Reunião com EM: Avaliação dos resultados

Avaliação e tratamento contínuo Não

Não

Sim

Sim

VII. Informar o abuso da criança

VIII. Conferir informações

IX. Tratamento contínuo da família. Obter serviços ambulatoriais.

Processo em avaliação

Denúncianotificação

Figura 26: Protocolo hospitalar de evolução da SMPP. Fonte: Sanders (1999).

A avaliação da criança pode ocorrer de duas maneiras:

1. A criança não está internada para essa avaliação, e compareceu a instituição

de saúde para uma consulta inicial, na qual não obtendo dados suficientes

haverá continuidade ao tratamento e termina a análise do fluxograma.

2. A criança está internada e alguém da equipe de assistência desconfia de

violência ou relata algo que chamou sua atenção, esse fatos deverá ser

considerado e investigado, para poder amenizar as possíveis complicações

ou deverá ser notificado para os órgãos competentes, analisarem os

possíveis atos violentos cometidos contra a criança ou adolescente.

82

Após o levantamento do referencial teórico para a SMPP, percebeu-se a

necessidade de representar o comportamento desse tipo de violência, para facilitar a

compreensão da ocorrência no nosso meio social. Optou-se pela utilização do

diagrama comportamental - casos de uso Unified Modeling Language 2.0 (UML),

devido a sua facilidade de usabilidade (MELO, 2004). Utilizou-se a ferramenta JUDE

UML Modeling Tool, Community 3.1, Model Version: 23, 2006, Inc., com sistema

operacional Windows.

O diagrama comportamental de casos de uso utiliza símbolos para

representação dos atores que são as figuras humanas, as elipses que são as

descrições abstratas (ações) das funcionalidades necessárias e as setas que são as

direções de relações entre os atores e as ações.

Cada ator tem a interação comum outro sistema para executar algum

trabalho. Eles são identificados através de nomes curtos que identifiquem a sua

atividade e que usualmente são utilizadas nas formas verbais ativas. Para facilitar a

visão geral do sistema é usual agregar casos de uso similares em pacotes e criar

diagramas que ilustrem essa agregação e qual a interação com outros sistemas ou

utilizadores do sistema. Stellman (2005) reafirma que nesses diagramas são

usualmente representados por ovais com setas para indicar quais os utilizadores ou

sistemas externos que interagem.

A representação do agente externo que interage com o sistema é definido

como ator, que pode ser primário ou secundário, como mostra a figura 27.

Figura 27: Exemplo de atores do diagrama de casos de uso sobre a SMPP.

83

O ator primário é o que interage diretamente, e ator secundário é o que

somente faz um serviço. Interação é a comunicação dos atores primário e

secundário com o sistema, e a relação entre os casos de uso chama-se associação

(STELLMAN; GREENE, 2005). Podem ser:

Inclusão (Include): Um caso de uso pode ser aproveitado no contexto

de outros casos de uso. Exemplo: "notificar para o conselho tutelar" é um

comportamento que pode ser utilizado como mecanismo para validar a

inclusão de um objeto cliente "registrar notificação", como pode ser utilizado

para validar a inclusão de um objeto fornecedor "registrar vítima".

Compartilhamento de uma ação por outras ações.

Extensão (Extend): Um caso de uso pode ter seu comportamento

requerido por outro caso de uso, e somente por este outro caso de uso. Dois

motivos para a sua utilização, melhorar a estabilidade do modelo ou diminuir a

complexidade das operações. Exemplo: "encaminhar notificação para órgãos

responsáveis" requer a chamada de uma operação para "cadastrar notificação

em órgão jurídico". O comportamento de "cadastrar notificação em órgão

jurídico " servirá apenas aos propósitos de "encaminhar notificação para órgão

jurídicos" esse processo não será compartilhado com outras ações.

De acordo com Gómez-Pérez (2004), utilizar diagramas de UML para

construção de ontologias deve-se à sua flexibilidade, proporcionando uma forma-

padrão para preparação de arquiteturas, incluindo conceitos e itens concretos como

classes escritas. Facilitando o entendimento da ocorrência do fenômeno, pelo

protocolo visual, e possibilitando o refinamento das teorias existentes, identificando

as possíveis falhas durante o processo de ocorrência do fenômeno, que nesse caso

é a identificação da suspeita da SMPP.

3.3 UTILIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS DA SMPP DIFERENCIANDO COM OS

OUTROS TRANSTORNOS MENTAIS

A SMPP é considerada como de difícil diagnóstico (FELDMAN; ALLEN, 1996;

HADDAD, 2004; FOREMAN, 2005; GONZÁLES et al., 2008), por confundir os

84

profissionais da área de saúde, pela sutiliza dos sinais e sintomas que a caracteriza

com outros transtornos mentais. Isso ocorre devido o comportamento do agressor

assemelhar-se com outras formas de transtornos, tais como: a Síndrome de Tourette

(ST), a Síndrome Bordeline (SB), os Sociopatas (SS), o Masoquismo Moral (MM) ou

o comportamento Narcisista (NC).

Nessa fase, realizou-se o levantamento de artigos de casos científicos em

bases de dados SCIELO, PUBMED, LANCET, BIREME; conforme os descritores

síndrome tourette, síndrome bordeline, sociopatas, masoquismo moral, narcicista,

todos relacionados com SMPP ou SM, com o objetivo de levantar dados que possa

diferenciar a SMPP desses transtornos mentais.

Os critérios de inclusão compreenderam como diagnóstico concluído para a

síndrome específica em crianças ou adolescentes, relato de caso, dados pessoais,

histórico familiar e tratamento, os artigos selecionados estavam publicados em

revistas nos idiomas inglês, português, espanhol ou italiano. Foram selecionados

para esse estudo, dez casos para SB, sete casos para ST, quatro casos para MM,

num total de vinte e um artigos de casos publicados. Referente a SS e a NC, não foi

possível encontrar artigos que contemplassem os critérios descritos, principalmente

no que concerne ao item diagnóstico positivo em crianças ou adolescentes, então,

foram excluídos dessa pesquisa.

A seguir, foram trabalhados os casos, nos cinquenta e seis atributos

levantados durante a primeira fase da pesquisa, discutindo-os e agrupando-os ,

resultando em quatro grupos definidos de dados, referentes a DOENÇA, CRIANÇA,

CUIDADOR e FAMÍLIA.

Criou-se uma tabela (Apêndice I) no programa da Microsoft Office Excel 2003,

com quarenta e dois casos, vinte e um casos para SMPP, dez casos para SB, sete

casos para ST, quatro casos para MM, todos analisados, conforme a descrição do

caso.

Para a análise do levantamento dos dados sobre os transtornos mentais, foi

escolhido o minerador de dados C4.5, que avaliaram os dados submetidos, em

termos da indicação da importância dos mesmos para classificar o fenômeno.

Após a execução do minerador de dados, foram gerados dois arquivos: a

árvore não podada (*.unpruned) e a árvore podada (*.tree), que são submetidas

novamente contra o conjunto de dados para testar a consistência das regras que

foram geradas.

85

Para compreensão do processo de mineração, Ricardo Bernardes (2007),

aborda algumas explicações sobre as regras e arquivos gerados pelo software C4.5,

que a folha gerada apresenta inicialmente um cabeçalho que identifica o conjunto de

dados submetido ao sistema, contendo a data, a hora e os atributos que foram

analisados, conforme mostra a figura 28 abaixo:

Comparando os resultados gerados com uma árvore, os galhos mais novos

da arvore são os nós que representa a tomada de decisão; as folhas da arvore são

as classes ou atributos definidos do fenômeno avaliado.

A leitura da folha do arquivo que foi gerado pelo minerador seguiu um padrão

que evita erros de interpretação dos dados, em que devemos seguir uma leitura da

esquerda para a direita, de cima para baixo, da linha para a coluna.

No exemplo (fig. 29), o primeiro nó de decisão é o atributo 50 (curiosa na

forma de tratamento da doença), se caso S (sim): SMPP, FIM (C/SC). Entretanto, se

for N (não), analisa outro atributo 49 (curiosa na evolução da doença), se caso S

(sim): SMPP, FIM ( 2/1).

Figura 29: Exemplo - nó de decisão gerado pelo software C4.5.

Os valores entre parêntesis representam a soma fracional dos casos, estão

posicionadas no lado esquerdo (classificadas – C). As que estão posicionadas no

lado direito representam o número de casos que não foram classificados pela classe

Figura 28: Exemplo de cabeçalho gerado pelo software C4.5.

86

(sem classificação – SC). Estes números sem classificação não podem ser

entendidos como frequência na somatória total.

Após, a fig.30 mostra a árvore não podada, que tem como característica

avaliar a consistência das regras geradas em duas colunas, antes e depois da poda.

Não podada - Before Pruning

Size: Tamanho da árvore não podada; número de nós que a compõem.

Errors: O número de erros de classificação e seu correspondente percentual

de erros em relação ao número total de casos.

Podada – After Pruning

Size: o tamanho da árvore podada. Deve ser ou menor ou igual ao da árvore

não podada, dependendo da extensão da poda realizada pelo C4.5.

Errors: o número de erros de classificação e seu correspondente percentual

real de erro após a poda.

Estimate: o percentual estimado de erro da árvore após a poda, útil quando

comparado com a percentagem real.

Com base nesses dois arquivos gerados, é possível executar o programa

C4.5 rules, para gerar as regras a partir da árvore de decisão produzida na etapa

anterior sobre os casos analisados e podados.

Segundo Bernardes (2001), após a execução pelo software C4.5 rules

(fig.31), o arquivo gerado pode ser interpretado como árvore de decisão podada, que

contém um conjunto de regras, compostas pelos seus atributos, valores e a

resultante classificação, seguida pela porcentagem que representa a acurácia da

regra.

Como exemplo, parte do arquivo gerado (fig.31) que mostra a regra 1:

Figura 30: Exemplo de árvore gerado pelo software C4.5.

87

Figura 31: Exemplo A - regras geradas pelo software C4.5 rules.

A questão 50 (curiosa na forma de tratamento da doença) for SIM; de acordo

com o programa C4.5, essa regra é certa 93.3% das vezes classificada para SMPP,

logo tem uma margem de erro de 6,7%.

Após a listagem, as regras são avaliadas contra o conjunto total dos casos

analisados a fim de testar a validade de cada regra descoberta. A tabela gerada de

regras possui seis colunas:

Rule: O número atribuído para cada regra pelo programa c4.5 rules.

Size: O tamanho da regra. Isto é, o número de testes pelos quais ela é

formada.

Error: A margem de erro da regra.

Used: O número de vezes em que a regra foi usada, desconsiderando a sua

correção, para classificar os casos.

Wrong: O número de vezes em que a classificação do caso não satisfez à

regra e o correspondente percentual.

Advantage: a diferença entre o número de vezes em que a regra foi usada

corretamente e o número de vezes em que ela foi usada incorretamente, representa

uma medida de efetividade da regra.

Outro exemplo (fig.32) foi gerado uma regra com os seguintes valores:

Figura 32: Exemplo B – regras geradas pelo software C4.5 rules.

88

Wrong = 0: o número de vezes em que a regra foi usada incorretamente.

Right = 0: o número de vezes em que a regra foi usada corretamente (20 total

used / 0 wrong).

Advantage = 20: a diferença entre 20 certas e 0 errada.

A tabela mostra o número total de classificações erradas (3) e calcula o seu

porcentual de erro (7,1%) conforme o número total de casos analisados (42).

Em seguida, gera a tabela que resulta das somas dos números de

classificações corretas e incorretas.

Partindo do mesmo cabeçalho, as colunas da tabela são as classes originais

dos casos e as linhas da tabela são as classes agrupadas pelo software no processo

de classificação.

A célula onde existe uma intersecção entre linha e coluna pode conter um

número ou não, se a célula não contém um número, então não foi classificado

nenhum caso sob aquela célula pela correspondente classe na coluna; de outra

forma, o número representa o quantidade de casos da classe da linha que foram

classificados como membros da correspondente classe na coluna. Desclassificações

podem ocorrer quando as classes da linha e da coluna de uma célula não conferem.

No exemplo da fig.33, na coluna (a) – casos SMPP, o resultado mostra 20

casos definidos para (a) Sim e 01 caso para (b) BORDERLINE, conforme os dados

submetidos ao sistema.

Figura 33: Exemplo de classificação dos transtornos

mentais gerados pelo software C4.5.

Foi utilizado o minerador de dados C4.5 na fase 4 do desenvolvimento

metodológico, para extrair informação dos dados ‘brutos’ que foram submetidos os

42 casos levantados, os seus resultados são explanados no capítulo 4.

89

3.4 DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO

Para o desenvolvimento do questionário, deve-se levar em consideração os

objetivos da pesquisa, o conceito do tema a ser abordado e a população alvo ou

amostragem (GÜNTHER, 2003).

Amaro; Póvoa; Macedo (2005) definem questionário como “um instrumento de

investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição

de um grupo representativo da população em estudo”.

Corrobora Günther (2003) quando afirma que questionário e instrumento são

considerados sinônimos. Em seu estudo menciona Fink & Kosecoff9 que considera o

questionário um “método de coletar informações de pessoas acerca de suas ideias,

sentimentos, planos, crenças, bem como a origem social, educacional e financeira”.

A parte central do instrumento são as perguntas, pelas quais se quer obter as

informações desejadas (GÜNTHER, 2003). As questões devem ser reduzidas e

adequadas à pesquisa, tendo como premissa:

Há três princípios básicos a considerar (AMARO; PÓVOA ;MACEDO, 2005):

1) o princípio da clareza: devem ser claras, concisas e unívocas; 2) o princípio da

coerência: devem corresponder à intenção da própria pergunta; 3) o princípio da

neutralidade: não devem induzir uma dada resposta, mas sim libertar o respondente

do referencial de juízos de valor ou do preconceito do próprio autor.

As questões são formuladas com perguntas dependendo do tipo de resposta

que se queira obter, como: resposta aberta, resposta fechada, resposta mista. As

questões de resposta aberta permitem ao inquirido construir a resposta com as suas

próprias palavras, permitindo deste modo a liberdade de expressão. As questões de

resposta fechada são aquelas nas quais o inquirido apenas assinala a opção dentre

as apresentadas, que mais se adequa à sua opinião. As questões de resposta mista

são aquelas que utilizam questões dos dois tipos no mesmo questionário

(GÜNTHER, 2003).

Qualquer que seja a escolha do tipo da questão, para obtenção da resposta,

aberta ou fechada, tem as suas vantagens e desvantagem, tais como (Amaro;

Povoa; Macedo, 2005):

9 FINK, A.; KOSECOFF, J. How to conduct surveys: A step-by-step guide. Beverly Hills: Sage. 1985.

90

Resposta aberta, as vantagens prezam pelo pensamento livre e a

originalidade. Surgem respostas mais variadas; respostas mais representativas, fiéis

conforme a opinião do respondente; pois o respondente concentra-se mais sobre a

questão. É mais vantajoso para o investigador, pois permite recolher variada

informação sobre o tema em questão. Entretanto as desvantagens correspondem à

dificuldade em organizar e categorizar as respostas. Requer mais tempo para

responder às questões. Muitas vezes a caligrafia é ilegível. Em caso de baixo nível

de instrução dos respondentes, as respostas podem não representar a opinião real

do entrevistado.

Resposta fechada, as vantagens prezam pela rapidez e facilidade de

resposta; maior uniformidade, rapidez e simplificação na análise das respostas;

facilita a categorização das respostas para posterior análise; permite contextualizar

melhor a questão, contrapondo a dificuldade em elaborar as respostas possíveis a

uma determinada questão; não estimula a originalidade e a variedade de resposta;

não preza uma elevada concentração do inquirido sobre o assunto em questão; o

inquirido pode optar por uma resposta que se aproxima mais da sua opinião não

sendo esta uma representação fiel da realidade.

Sendo assim, deve-se adequar o questionário para o resultado que se queira

obter.

Para o desenvolvimento do questionário proposto para este trabalho,

inicialmente baseamo-nos no modelo do Institute for Algorithmic Medicine (IAM),

Houston, EUA (Anexo B). Após a utilização de testes pilotos do questionário IAM,

foram feitas adaptações adequando-o à nossa realidade. Optou-se pelo questionário

do tipo estruturado fechado, subdividido em três blocos (Apêndice B, C, D) definidos

pela escala Nominal, escala de Thurstone e escala de Likert, que serão explanados

no tópico do modelo do instrumento de pesquisa.

3.4.1 Modelo do instrumento de pesquisa

Para a elaboração do modelo do instrumento de pesquisa, utilizaram-se

questões baseadas no tipo de escala nominal, no tipo de escala Thurstone e no tipo

da escala Likert.

91

No bloco C, a escala Nominal (Apêndice D), foi utilizada por referir-se aos

dados pessoais e profissionais do respondente.

No bloco A, a escala de Thurstone (Apêndice B), optou-se pela possibilidade

da avaliação de atitudes no qual se pode concordar ou discordar. O respondente

escolhe, dentre as hipóteses apresentadas, todas as que considerarem pertinente

com a pergunta inicial. A apresentação deste tipo de escala, quando associada a um

parâmetro, deverá ser com uma hipótese por linha. São 14 questões fechadas sobre

as características do cuidador (agressor) e 07 questões fechadas sobre a família da

criança em estudo (OLIVEIRA T., 2001) de característica dicotômica.

No bloco B, a escala somatória de Likert (Apêndice C) foi utilizada devido à

possibilidade de avaliar a existência da concordância, pois informa o grau de

concordância ou discordância das questões. É atribuído um número de 1 a 5 para

cada resposta, que reflete a direção da atitude do respondente em relação a cada

afirmação. O somatório das pontuações obtidas para cada afirmação é dada pela

pontuação total das respostas de cada inquirido (AMARO; PÓVOA; MACEDO, 2005).

Elaborado com 13 questões fechadas contendo 05 alternativas, o respondente

deve assinalar somente uma resposta por pergunta, sendo aquela que se aproximar

melhor do contexto analisado.

Conforme a pontuação total obtida do somatório da pontuação de cada

questionário, submete-se o resultado a um gabarito padrão (tabela 1); que para

melhor análise dos resultados foi definido pelo Ranking Médio (RM), com a

finalidade de mensurar o grau de concordância dos respondentes.

Para o cálculo do RM utilizou-se o método de análise citado por Luciel

Oliveira (2005), baseado em Tânia Oliveira (2001).

Fez-se o somatório do total de questões (13) multiplicado pelo valor atribuído 3 na escala de Likert; considerando como o valor “neutro” de corte mínimo para suspeita. Fez-se o somatório do total de questões multiplicado pelo valor atribuído 4 na escala de Likert; considerando como o valor de corte para certeza.

Como exemplo, o quadro 8 mostra os 5 itens utilizados na escala com a

correspondência de valores. Hipoteticamente utilizou-se o questionário 1, no qual 10

respondentes optaram pela respostas SIM, 2 respondentes optaram pela resposta

TALVEZ e 9 pela resposta NÃO. O próximo passo foi calcular a média ponderada, e

assim, mensurar o grau de concordância dos respondentes.

92

Item SimAcho que

simTalvez

Acho que não

Não

Valor 5 4 3 2 1 RMquestionário 1 10 0 2 0 9 3,09

Média ponderada = (10x5) + (2x3) + (9x1) = 50 + 6 + 9 = 65Logo o RM = 65 / (10 + 2 + 9)= 3,09

Quadro 8: Exemplo de Ranking Médio da Escala de Likert.

Após, foi feito o somatório individual do questionário, conforme a quantidade

de questões e valores dos itens Acho que sim e Talvez, baseados pela escala de

Likert e realizado o corte, obteve o gabarito padrão conforme mostra a tabela 1.

Obtendo a seguinte classificação: valores iguais e superiores a 52, considera–

se positivo para SMPP; valores iguais e inferiores a 38, considera-se negativo para

SMPP; valores iguais ou entre 51 a 39, considera-se suspeita para a SMPP.

3.4.2 Elaboração dos casos

Baseados em estudos de casos publicados em revistas científicas, foram

escolhidos aleatoriamente dois casos para utilizar como instrumento de pesquisa.

Um deles é confirmado como SMPP e o outro como suspeita diagnóstica de SMPP,

porém diagnosticado como Lúpus Eritematoso10. Estes casos deveriam descrever o

histórico da doença, sinais e sintomas, histórico familiar, alguns exames, dentre

outras informações relevantes. Para descaracterizar, ou possivelmente influenciar a

10 Doença do sistema imunológico que passa a produzir anticorpos contra as próprias células,

provocando inflamação, lesões cutâneas e danificando os órgãos. Causas são desconhecidas.

GABARITO

Positivo + > 52

Suspeita S 51 a 39

Negativo - < 38

Tabela 1: Gabarito escala Likert - SMPP.

93

resposta, caso o profissional convidado conheça a história publicada; foram

modificadas as seguintes informações: nome da criança, idade, local, diagnóstico.

O caso 1(Apêndice G) refere-se à criança Renata (fictício) de 2 anos e 9

meses, e o caso 2 (Apêndice H) refere-se à criança Gustavo (fictício) de 1 ano e 5

meses.

Cada profissional convidado para participar da pesquisa recebeu uma folha

com orientações gerais sobre os critérios de inclusão/exclusão e preenchimento

(Apêndice E), termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice F), relatos de

casos 1 e 2, questionários. Sendo que, em qualquer momento poderiam desistir da

pesquisa, sem prejuízo moral.

3.4.3 Elaboração das perguntas do questionário

Elaborar um bom questionário não depende só do conhecimento das

técnicas, mas principalmente da experiência do pesquisador. Entretanto seguir

algum método é fundamental, pois auxilia na identificação das etapas para a

produção do instrumento eficaz. A sua construção deriva de um processo contínuo,

em que se devem fazer melhorias até chegar ao modelo definitivo. Cada pergunta

deve ser analisada individualmente para garantir a sua importância e evitar

interpretação ambígua, desnecessária, duplicidade, dentre outros fatores. Todas as

indagações quanto ao conteúdo, forma, redação, sequência, devem ser efetuadas

para cada questão. Constante revisão é fundamental para esse processo, assim que

o considerar concluído estará pronto para o pré-teste, encaminhando para uma

avaliação de terceiros e refinamento posterior se houver necessidade. Após essa

revisão, estará em condições para ser aplicado eficazmente na pesquisa.

O bloco A – escala de Thurstone, define as características da SMPP. Deriva

do levantamento bibliográfico dos dados coletados dos vinte e um casos

confirmados e dos protocolos existentes. Para o bloco B – escala de Likert, foram

formuladas 13 questões conforme os relatos apresentados dos vinte e um casos

diagnosticados, instrumentos e protocolos publicados, dos quais foi possível elaborar

as seguintes perguntas:

94

Pergunta 1 - A criança apresenta sinais e/ou sintomas persistentes?

A característica da progressão dessa doença é apresentar sinais e sintomas

persistentes, uma vez que considerar que são manipulados ou fictícios. Estes sinais

e sintomas desencadeiam constantes cuidados médicos e não melhoram com a

forma de tratamento convencional, estabelecida para cada situação. Como exemplo,

uma febre que não sede com nenhum antitérmico ou conduta complementar

(banhos, compressas mornas). Muda-se o quadro quando é comprovado que foi

devido ao esquentar o termômetro manualmente (FAGUNDES; LOGULLO;

SANTOS, 2000).

Pergunta 2 - A suposta doença da criança apresenta-se como incomum, rara

e/ou inexplicável?

Ao presenciar algum fato dessa magnitude, o ímpeto do profissional será

pesquisar a possível doença rara, no intuito de encontrar a melhor forma de

tratamento e restabelecer o mais rápido possível a saúde da criança. Há uma

doença de base, porém alguns fatos levam a crer que essa doença não condiz com

o padrão esperado ou com a realidade. Por exemplo, o caso do lactente de 11

meses com hematêmese (vômito com sangue) desde o nascimento, diagnosticado

com gastrite hemorrágica e úlcera esofágica superior e da cavidade oral, não

explicada por doenças orgânicas conhecidas. Após vários tratamentos e

intervenções, fechado diagnóstico para SMPP devido às hemorragias terem sido

provocadas pela mãe (MOURA et al., 2000).

Pergunta 3 - A criança já foi submetida há vários tratamentos, internações ou

avaliações com diferentes profissionais?

Em todos os casos relatados sobre a SMPP, a necessidade de estar

envolvido com cuidados médicos é de extrema importância. Segundo Julie Gregory

(2004) “se passa muito mais tempo em hospital do que estar em casa”. Um caso

descrito em Uberlândia – MG, de uma criança de 3 anos com mais de 35

internações devidas à sonolência, mas fora provocada por intoxicação exógena

(LIMA; ROCHA; SCOCHI, 2008). Há uma preferência em passar por consulta

médica por profissionais jovens, recém-formados ou novos no mercado de trabalho.

Acredita-se, que isso ocorra devido a falta de informação de sistema e pela

inexperiência profissional (JONES, 2006).

95

Pergunta 4 - Os sinais e sintomas da criança são compatíveis com a suposta

doença?

Ao avaliar minuciosamente o quadro geral da criança, percebe-se que os

sinais e sintomas relatados e avaliados pelo profissional não se enquadram no

andamento fisiopatológico da doença diagnosticada (LIEDER; IRVING, 2005).

Exemplo, a autobiografia de Julie (GREGORY, 2004) em que supostamente a sua

mãe relatava que apresentava problemas cardíacos, entretanto não apresentava

cansaço, taquicardia, cianose, dentre outros sintomas e sinais clássicos dessa

patologia (AWADALLAH; VAUGHAN, 2005).

Pergunta 5 - Existe alguma discrepância nos achados clínicos e/ou

laboratoriais em referência à história da doença da criança?

Devido à manipulação dos exames em forjar um quadro patológico na

criança, ao encaminhar o material coletado para o laboratório, verificam-se as

possíveis alterações ou não do material analisado. Por exemplo, uma criança que

sangrava pelos ouvidos e narinas mesmo estando tamponadas, com a suspeita de

fraude levantada pela equipe médica foi solicitada o exame de DNA na amostra de

sangue do tampão e em acesso venoso da criança, concluindo após exame

laboratorial que não havia presença de DNA no tampão (MURAHOVSCKI; TOFOLO;

2005).

Pergunta 6 - O cuidador da criança sutilmente solicita exames, tratamentos ou

procedimentos invasivos?

O cuidador aparentemente não ameniza nas investidas em solicitar exames

onerosos para a equipe médica, em especial ao médico titular. As abordagens são

cada vez mais convincentes, tornando o profissional cúmplice do abuso acometido

na criança. Citando novamente a Julie Gregory, que sofreu um procedimento

cirúrgico cardíaco para “confortar” a desconfiança da mãe para com os médicos que

negligenciavam a doença da sua filha. Essas mães, sendo grandes conhecedoras

da enciclopédia médica, acabam discutindo, no mesmo nível, com os profissionais

da saúde (GREGORY, 2004). O acesso a informações médicas minuciosas, pode

levar a um verdadeiro abismo. O saber e o fazer são diferentes. Nessa questão, o

cuidador sente prazer em presenciar que o seu ente querido (filho) passe por um

procedimento invasivo (desnecessariamente), mesmo sabendo que possa levar à

96

morte, e não terá sentimento de culpa ou remorso pela ação realizada (SHERR,

2005).

Pergunta 7 - Existem suspeitas pela equipe multidisciplinar sobre o cuidador

da criança?

Essa pergunta refere-se ao comportamento do cuidador. É esperado, pela

equipe multidisciplinar, que o cuidador tenha a preocupação com o bem-estar da

criança, sejam quais forem os procedimentos utilizados. A equipe ao desconfiar de

alguma conduta ou situação que chama a atenção, deve averiguar a sua real

condição. As desconfianças levantadas devem ter uma justificativa plausível para

serem descartadas ou confirmadas. Mediante a isso, em várias instituições são

utilizadas câmeras de vigilância para esclarecer a dúvida dos profissionais ou obter

evidências de abuso (CHANDRA; SHANKAR, 2005; CHANDRAKANTHA;

SUNDERLAND, 2006; STIRLING Jr et al., 2007).

Pergunta 8 - Os sinais e sintomas da criança são vistos, relatados ou se

intensificam somente pelo cuidador?

Uma das características dessa doença é a manipulação dos resultados pelo

cuidador. Assim, quando ocorre uma farsa, dificilmente é demonstrada sua forma de

execução para a equipe de assistência. Conforme os relatos, somente com a

presença do cuidador a criança piorava; na ausência ela melhora e muitas vezes

promoviam a alta hospitalar. Manipular a situação é outra característica, pois a mãe

se considera como um cuidador experiente e que a equipe assistencial não observa

detalhes sobre a “grave” doença da criança que somente o cuidador pode observar.

Como um mágico, que ao fazer a sua mágica, demonstra apenas aquilo que ele

quer que os outros vejam, e não como ele fez para obter aquele resultado.

(ARANIBAR; CERDA, 2005)

Pergunta 9 - O cuidador apresenta-se como devotado ao tratamento, mas sem

aparentar preocupação com os efeitos dos procedimentos na criança?

A conduta aparente de devoção do cuidador ao processo do tratamento faz

com que a criança fique em segundo plano em sua preocupação. Parece não se

importar com as consequências dos procedimentos a serem realizados na criança,

mas se preocupa principalmente em como eles serão feitos, provavelmente pelo

97

receio de serem descobertas pela falsificação do quadro clínico demonstrado ou

pelo fato de planejar o próximo passo sem cometer falhas, por exemplo, ser

descoberto a falsificação do quadro patológico. Não demonstram preocupação com

o sentimento, com a dor, com a angústia que a criança está passando naquele

momento, quando deverá fazer algum procedimento invasivo por exemplo. Alguns

casos relatam que o cuidador se torna pessoa desprovida de sentimento de

compaixão perante o próximo, outros relatam sentimentos de indiferença. Uma

coisa é certa, todo cuidador quer atenção para si, utilizando a criança para conseguir

o seu objetivo (FELDMAN, 1989; GREGORY, 2004; OLIVEIRA, 2006).

As perguntas 10, 11,12, e 13 citadas abaixo, foram agrupadas por referirem-

se ao quadro geral da doença da criança. Consideradas como sinais e sintomas

comuns no atendimento ambulatório de pediatria clínica.

Pergunta 10 - Sobre a doença da criança, há ocorrência de febre e não

apresentar alguns desses sinais/sintomas como: prostração, calafrios,

tremores, temperatura alterada.

Pergunta 11 - Há ocorrência de apresentar sangue e não apresentar alguns

desses sinais/sintomas como: anemia, descorado, pressão arterial diminuída,

fraqueza.

Pergunta 12 - Há ocorrência de apresentar vômito e não apresentar alguns

desses sinais/sintomas como: hiperemia esofágica, desidratação, perda do

apetite, palidez.

Pergunta 13 - Há ocorrência de apresentar diarreia e não apresentar alguns

desses sinais/sintomas como: aumento das evacuações e frequências,

desidratado, perda do apetite.

Todo e qualquer sinal ou sintomas apresentado, desencadeia respostas

imunológicas para combater ou amenizar a alteração fisiopatológica na qual se

encontra. Febre, hemorragias, vômitos e diarreias, foram os sinais e sintomas

corriqueiros como base da internação e tratamento encontrados em todos os casos

relatados da SMPP. Um exemplo, caso de apresentar diarreia por mais de quatro

dias; fisiologicamente o quadro de diarreia é o aumento do peristaltismo intestinal,

que promove as várias evacuações durante o dia. O intestino grosso sendo o órgão

responsável pela maior absorção de água, se por um acaso as evacuações são

acima do esperado, há liberação de água pelas fezes, alterando então a sua

98

consistência pastosa. Assim, o organismo absorvendo menos água e não repondo

oralmente, torna-o desidratado, sendo necessário o internamento da criança para

reidratação endovenosa (por acesso venoso). A desconfiança de ser fraude é

quando o cuidador relata que a criança está com diarreia por vários dias, mas ao

exame físico apresenta hidratada. Pode ser forjada com uso excessivo de laxantes.

A utilização inadequada de produtos caseiros ou plantas medicinais podem

caracterizar abuso leve, mas depende da quantidade, do produto e da finalidade

estratégica (COOPER; KILHAM, 1998). Como exemplificação (anexo C), apresenta

alguns métodos de fabricação e estratégia encontradas na literatura científica,

caracterizando que a criança é vitimizada pela SMPP (ROSENBERG, 1987). Alguns

desses métodos analisados foram pesquisados de qual forma os agressores

conseguiram informações a respeito do assunto, a maioria relatou que foram de sites

de informação em saúde, principalmente com acessos livres (MIELI, 2002; CRAFT;

HALL, 2004)

Parafraseando Silva (2004), com a evolução da tecnologia a informação cada

vez mais esta mais fácil de obter dados aprofundados sobre um determinado

assunto, sem que tenha necessidade de comprovar formação especifica para

acessar tópicos que deveriam estar restritos, e assim promover algum tipo de crime

passional ou intencional. Neste contexto, emerge a necessidade de restringir as

informações, para que possamos tentar amenizar a chance de manipular os sinais e

sintomas de alguma possível doença imaginaria.

3.4.4 Descrição dos critérios para análise

Nessa fase, foi solicitada a participação voluntária dos três especialistas da

área médica, para avaliação do questionário, permitindo sugestões e correções.

Após a entrega do questionário, foram previstos trinta minutos para leitura e

considerações. Esta avaliação foi realizada no segundo semestre de 2007, em

Curitiba/PR, em local definido pelos profissionais após contato prévio.

Os especialistas médicos foram identificados como ME1, ME2, ME3;

mantendo o sigilo dos seus dados pessoais, utilizando-se apenas as considerações

99

sobre o questionário. A análise (AA) é realizada pelo pesquisador, que faz anotação

da informação do respondente.

ME1. Considerações: nenhuma. AA: Conforme foi entregue a folha do questionário, foram aprovadas as

perguntas. ME2. e ME3. Considerações: correção gramatical

AA: Foram corrigidas as perguntas com erros gramaticais. Após esta avaliação e correção dos questionários, os mesmos foram

entregues aleatoriamente, utilizando a rede informal, a vinte e um profissionais da

área de saúde (médicos e enfermeiros) ativos no mercado de trabalho.

O critério para inclusão era formação superior comprovada e experiência

profissional assistencial mínima de 06 meses. Todos os profissionais que

compuseram a amostra foram, inicialmente, informados sobre os objetivos do estudo

e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice F).

Para avaliação foram apresentados aos profissionais, dois casos com um

questionário para cada caso, sendo-lhes solicitado que respondessem, conforme

sua experiência profissional, baseados nas informações da descrição de cada caso

relatado. Ao final foi solicitado aos respondentes que assinalassem na folha as

respostas que acharem mais convenientes para cada caso em questão.

Não houve um local específico para análise dos casos clínicos com os

respondentes, foram entregues em vários pontos da cidade de Curitiba/PR. Esse

processo foi considerado pelos respondentes como prático, pois podiam realizar

essa tarefa em seus próprios domicílios, com a devolução posterior das respostas já

finalizadas.

3.5 PERGUNTAS PARA ANÁLISE DOS RESULTADOS

Estas perguntas correspondem às indagações feitas pelo pesquisador

durante o desenvolvimento do trabalho, conforme cada passo era ultrapassado. Os

breves comentários sobre os resultados são descritos nos capítulos posteriores.

As indagações colocadas durante a elaboração foram:

100

1. Quais foram os grupos e atributos levantados, conforme o referencial

bibliográfico?

2. Qual é a teoria (ontologia) que caracteriza a ocorrência do fenômeno?

3. Qual é a proposta de fluxograma para suspeita de SMPP?

4. Quais os atributos que caracterizam outros transtornos mentais que

possam assemelhar-se com a SMPP?

5. Quais são as características dos respondentes? Há necessidade de

saber?

6. Qual o grau de concordância e discordância dos respondentes?

7. Qual o SAD que se propõe a desenvolver?

3.6 DESENVOLVIMENTO DO PROTÓTIPO DO SISTEMA DE APOIO À

DECISÃO NA SMPP

Paralelamente com a 4ª / 5ª fase, inicia a terceira etapa, conforme mostra o

quadro 5, a elaboração do protótipo do sistema de apoio na SMPP. A metodologia

de escolha para compor essa fase, foi o Expert System – SINTA (LIA, 2008) devido

a três fatores:

ser um software para download livre, com manual escrito em língua

portuguesa;

com explicações simples;

interface amigável.

Sendo assim, trabalhou-se nas premissas, da definição das variáveis, das

regras das estruturas, dos valores das variáveis, do objetivo da proposta.

Para a construção desse ambiente, foram respeitados três passos:

1. Foram efetuados a inserção das variáveis e seus respectivos valores, que

poderiam ser multivaloradas ou univaloradas.

2. Foi efetuado o cadastro das variáveis-objetos, definindo qual seria

mostrado como resultado do processo de execução das regras.

101

3. A seguir, a janela da interface era aberta, selecionava-se a variável para

se fazer a pergunta pertinente, e posteriormente cadastrá-la no sistema.

Sendo assim, o SBC continha perguntas personalizadas, baseadas no

questionário estruturado.

As regras foram estruturadas conforme as variáveis cadastradas, atendendo,

assim, à definição de cada critério do diagnóstico, dando origem a regras simples

para se chegar ao diagnóstico estabelecido.

Como exemplo de regras:

SE Cuidador = sugere procedimentos invasivos

E Cuidador = tendência a ultrapassar limites

E doença da criança = piora na presença do cuidador

Então

Diagnóstico = suspeita CNF 70%

Os conjuntos de regras foram estruturados conforme os resultados

apresentadas pelos dados minerados no C4.5, e conforme as respostas obtidas dos

questionários, de modo a abranger a base de conhecimento.

Optou-se como CNF nas respostas a porcentagem de (100% ou 0%), como

(resposta final) característica de diagnóstico para SMPP, deveria obter como

resultado acima de 80%; entretanto algumas alternativas poderiam ser deixadas em

branco (sem assinalar).

Após a elaboração do Sistema Baseado em Conhecimento (SBC), foram

realizados testes pilotos de refinamento para revisão das perguntas de interface

evitando perguntas ambíguas, desconexas com o conteúdo abrangente. Foram

verificadas adequações referentes ao sistema utilizado, o seu funcionamento, por

meio de testes fictícios para avaliar possíveis falhas e pela comparação com as

respostas dos questionários.

Para análise do padrão das respostas e refinamento do sistema, fez-se um

comparativo de erros e acertos entre o sistema desenvolvido com os questionários

respondidos e os casos de referência.

Com o resultado obtido, avaliou-se o protótipo o que e possibilitou os ajustes

necessários.

102

4 RESULTADOS

“Desviamos toda a nossa atenção para a tola questão de A

estar se saindo tão bem quanto B, quando a única questão é

saber se A se saiu tão bem quanto poderia”.

(William Graham Sumner)

Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos, sendo divididos em

oito análises, conforme a proposta do estudo, a seguir.

4.1 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados levantados por meio da pesquisa bibliográfica foram agrupados,

possibilitando a construção de 04 grupo/classe (DOENÇA, FAMÍLIA, CRIANÇA /

ADOLESCENTE, CUIDADOR) e seus respectivos atributos.

O quadro 09 apresenta os 18 atributos referentes à SMPP.

DOENÇA

1 PROLONGADA

2 INEXPLICÁVEL

3 RARA

4 REPETIDOS

5 CÍCLICOS

6 CONTÍNUOS

7 ESTRANHA

8 FEBRE

9 SANGUE

10 INCONSISTENTE

11 DIARREIA

12 IMPRÓPRIOS

13 VÔMITOS

14 INCONGRUENTES

15 PREDOMINÂNCIA À NOITE

16 PREDOMINÂNCIA COM O CUIDADOR

17 PIORA QUANDO TEM ALTA HOSPITALAR

18 SINTOMAS MUDAM

Quadro 9: Dados referentes à doença - SMPP.

103

O quadro 10 mostra os 10 atributos levantados referentes ao grupo família.

Foram abordados dados do comportamento familiar frente à criança enferma, bem

como o histórico médico geral familiar e familial, ou seja, como os membros desse

grupo se comportam frente ao processo adoecer.

FAMÍLIA

19 ACREDITA NA AÇÃO DO CUIDADOR 20 ACREDITA SER CUIDADOR ZELOSO

21 ACREDITA QUE CUIDADOR INCAPAZ DE FAZER MAL

22 OMISSO 23 VISITAS RARAS 24 AFASTADA 25 VÁRIOS MEMBROS COM DOENÇA SÉRIA 26 CASOS DE MORTE SÚBITA 27 CASOS DE MORTE INEXPLICÁVEL 28 ÓBITOS

Quadro 10: Dados referentes à família na SMPP.

No quadro 11, são relacionados os oitos itens simbólicos da criança ou

adolescente que está sob cuidados médicos para o restabelecimento (fictício) da

saúde. Do item 29 ao 32, refere a percepção do enfermo em relação ao cuidador de

cabeceira11, do item 33 ao 36 refere aos dados pessoais. Para posterior tabulação,

alguns itens foram subdivididos, conforme segue abaixo.

item 33: [1] não alfabetizado, [2] ideal, [3] não informado, [4] (?), [5]

em branco.

item 34: [1] masculino, [2] feminino, [3] não informado, [4] (?) ou

em branco.

item 35: [1], [2], [3], [4] acima do 3, [5] não informado, [6] (?) ou em

branco.

item 36: [1] 0-30d, [2] 31d - 3a 11m 29d, [3] 4a - 6a11m29d, [4] 7a-

1411m29d, [5] 15a - 17a11m29d, [6] não informado.

11 Refere-se à figura do adulto que acompanha a criança ou adolescente durante o

internamento e/ou internamento/tratamento; caracteriza familiar (mãe, pai, etc), profissional (babá,

enfermagem, etc.) ou responsável legal pelo enfermo. Grifo nosso.

104

CRIANÇA / ADOLESCENTE

29 CONIVENTE

30 QUER CUIDADOR PERTO

31 SENTE PROTEGIDA QUANDO DOENTE

32 SENTE NEGLIGENCIADA QUANDO SAUDÁVEL

33 ESCOLARIDADE

34 SEXO

35 CRIANÇA POSIÇÃO NA FAMÍLIA/FILHOS

36 IDADE

Quadro 11: Dados referentes à criança/adolescente na SMPP.

O quadro 12 apresenta algumas características comportamentais e de

personalidade do cuidador frente à criança enfermo, em que ele utiliza suas

habilidades para manipular as informações e ludibriar os profissionais,

possivelmente encobrindo suas pistas para satisfazer o seu ganho pessoal e assim

agredir a criança. Nessa fase, o saber observar se torna tão importante quanto saber

diagnosticar uma doença.

CUIDADOR 37 ALEGA CRIANÇA ALÉRGICA DOENTE 38 SUGERE PROCEDIMENTOS INVASIVOS 39 INTELIGENTE 40 ARTICULADA 41 SIMPÁTICA 42 COMUNICATIVA 43 DEDICADA 44 NÃO SAI DE PERTO DA CRIANÇA 45 APTIDÃO TEATRAL 46 CUIDADOR EXPERIENTE 47 TENDÊNCIA A ULTRAPASSAR LIMITES 48 USA TERMINOLOGIA MÉDICA 49 CURIOSA NA EVOLUÇÃO DA DOENÇA 50 CURIOSA NA FORMA DE TRATAMENTO DA DOENÇA 51 NÃO APRESENTA PREOCUPAÇÃO COM A CRIANÇA 52 RELAÇÃO CORDIAL OU ÍNTIMA COM A EQUIPE 53 AGRESSIVA QUANDO CONTRARIADA 54 INDIFERENTE QUANDO CONTRARIADA 55 CONFRONTADA SOLICITA ALTA HOSPITALAR 56 CRIA TUMULTO NA ENFERMARIA PARA ATENÇÃO

Quadro 12: Dados referentes ao cuidador (agressor) na SMPP.

105

As numerações existentes nos quadros acima (01 até 56) na coluna a

esquerda, foram utilizados posteriormente para identificar os nós de origem no

processo de mineração de dados com regras de indução. Será explicado esse

processo na seção 4.3, quando analisaremos os resultados obtidos por meio das

ferramentas de inteligência artificial.

4.2 ANÁLISE DAS TEORIAS

Com base nas informações adquiridas por meio do levantamento dos dados e

protocolos existentes, no intuito da compreensão do fenômeno desse tipo de abuso

infantil, foi desenvolvido utilizando o diagrama de casos de uso UML, como início do

sistema de apoio à decisão proposta pelo estudo, a ontologia da complexidade da

SMPP, no qual foram subdividida em três cenários.

Cenário 1 (fig.34)- Representa o cuidador (mãe) que manipula os sinais e

sintomas na criança (vítima) no seu meio familiar, utilizando de algum tipo de

violência; desta forma, sensibiliza os outros componentes da família, no qual

acreditam que o cuidador está fazendo o melhor pela criança.

Figura 34: Cenário 1 - Casos de uso SMPP.

Cenário 2 (fig.35) - Este de maior interesse para a tomada de decisão, é

representado pelo cuidador que acompanha a criança à consulta com o pediatra.

Para esta consulta, existe uma tendência de os consultores escolherem médicos

recém – formados, pois facilita a manipulação do andamento da consulta a seu

106

favor. Em geral, somente o cuidador relata a história tentando ao mesmo tempo

controlar e monopolizar a conversa para sua própria atenção e a criança reage

dependente, conivente e convincente aos relatos. Nesse momento, o profissional

investigará as informações relatadas e planejará um tratamento para analisar a

veracidade dos fatos mencionados, estando atento para os possíveis sinais e

sintomas que possam sugerir a SMPP. Contudo nessas tentativas de justificar o

relato a criança inevitavelmente passará por vários procedimentos médicos, sendo

que alguns serão invasivos, assim caracterizando a forma de abuso físico conivente

anteriormente mencionado.

Figura 35 : Cenário 2 - Casos de uso SMPP.

Cenário 3 (fig.36)- Quando ocorre a suspeita de violência, é obrigatório o

preenchimento da folha de notificação e encaminhamento para o conselho tutelar

pelo profissional de saúde, que nesse caso é o médico. O Conselho Tutelar irá

analisar a suspeita e encaminhar um laudo para os órgãos competentes (jurídico,

penal, civil), que definirão se o cuidador fará tratamento psicológico, medicamentoso

ou possível exclusão social (penitenciária). Independente do laudo final, ao suspeitar

de algum tipo de abuso infantil, deve-se afastar o agressor (mãe) da vítima (criança)

para evitar agravamentos maiores do quadro clínico.

107

Figura 36 : Cenário 3 - Casos de uso SMPP.

Durante a análise dos cenários, pode-se perceber a necessidade da

utilização de protocolos para padronização da tomada de decisão, para os

profissionais da saúde. Sendo assim, o profissional (cenário 2), deve investigar as

informações que são fornecidas para averiguar a veracidade dos fatos que são

apresentados. Para auxiliar na suspeita da SMPP, foi elaborado um fluxograma,

possibilitando caminhos a serem seguidos, conforme a sua tomada de decisão.

Numa visão ampla, o fluxograma contém as seguintes partes:

Início - representado pela esfera verde.

Meio – representados pelos: losango que são as tomadas de decisão, os nós

que são os valores, os quadrados que são os resultados e os pontos de

ligação identificados como (A, B, 1, 2).

fim - no fluxograma tem o fim desejável, que conclui o objetivo proposto

(notificação da SMPP) e o fim alternativo (continua tratamento).

Por exemplo, na avaliação clínica do profissional em um determinado

paciente, que suspeita de alguma forma de abuso, pode utilizar o fluxograma como

auxílio na tomada de decisão. Seguindo os tópicos, inicia-se na questão: a criança

encontra-se internada? Terá dois caminhos a escolher: o identificador A que refere a

resposta não, logo, continua o tratamento ou o caminho SIM que direciona para a

próxima pergunta. Caso a resposta for SIM, segue para a próxima questão, e assim

por diante, até obter uma resposta satisfatória para o profissional, ou chegar ao fim

da consulta.

A representação gráfica do fluxograma da SMPP foi elaborada com como

mostra na figura 37.

108

início

A criançaencontra-seinternada ?

Algo leva a crerque ocorre

abuso infantil ?

Continuatratamento

Doença pareceser estranha, rara

ou incomum ?

FIM

Há ocorrênciade outras

internações ?

Alguma vez foisolicitado altahospitalar ?

Investigaroutros fatores

Os exames solicitadossão equivalentes ao

quadro apresentado ?

Ocorrem eventosadversos ou

agravamento dasuposta doença ?

Ocorrem alteraçãosomente napresença do

acompanhante ?

A

B

2

1

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

A

Não

Não

Não

Figura 37: Fluxograma da SMPP.

1

Foram avaliadasoutras condutas ?

Verificarprotocolos

A

A doença segueum padrão masnão responde

ao tratamento ?

Responde acondições sem

explicação ?

Agravamento doquadro clínico

(UTI)

B

SimSim

Não

NãoNão

A

2

Sim

2

Os sinais e sintomasapresentam padrão

com a doença ?

Foi presenciadoalguma alteração decomportamento do

acompanhante ?

O acompanhantesugere algumprocedimento

iinvasivo ?

O acompanhantedemonstra

preocupação com acriança ?

BB

B

SMPP Notificar

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

BNão

109

4.3 ANÁLISE DA DIFERENCIAÇÃO DE DADOS DOS TRANSTORNOS MENTAIS

Os transtornos mentais utilizados para essa etapa da pesquisa foram: a

Síndrome de Tourette (ST), a Síndrome de Bordeline (SB) e o Masoquismo Moral

(MM), conforme os dados coletados dos artigos científicos. Nesta análise utilizou-se

a ferramenta de mineração de dados C4.5 como gerador de árvore de decisão nos

42 estudos de casos publicados e refinados nos 56 atributos levantados (Apêndice

I), fundamentou-se na identificação principal de gerar “nós” pela característica e para

diferenciar cada patologia, bem como, o seu percentual total perante a análise

amostral.

Após a aplicação, o nó da árvore de decisão inicia com a questão 50

(cuidador curioso na forma de tratamento da doença) que se for SIM, será SMPP

resultando em 20 casos classificados. Se a questão 50 for NÃO e a questão 49

(cuidador curiosa na evolução da doença) for SIM, resulta em 02 casos classificados

e 01 caso não classificado.

Se a questão 49 for NÃO, mas a questão 04 (doença repetida) e 20 (família

acredita ser cuidador zeloso) for SIM, será ST classificado em 05 casos. Porém se a

questão 20 for NÃO, mas a questão 34 (sexo) for masculino tende a ST com 03

casos classificados e 01 caso não classificado.

Entretanto 05 casos se classificam caso a questão 34 for feminina; caso a

questão 34 não for identificado o sexo, não é definido nenhum caso para ela.

Se as questões 4 e 33 (escolaridade) forem NÃO, ocorreram 04 casos

classificados para SB, mas se a 33 for ideal ou atrasada, classifica para MM 03

casos.

Analisando o conjunto de dados da árvore não podada, a ferramenta C4.5

gerou 15 nós no seu tamanho de composição, tendo 02 erros na classificação dos

42 casos submetidos para análise equivalendo uma porcentagem de 4,8% ao todo.

Após a poda, esse refinamento reduziu a árvore para 13 nós o seu tamanho,

manteve a porcentagem de 4,8% de erro real, tendo como estimativa de erro real de

22,1% da árvore, conforme mostra a figura 38.

110

50

20

49

4

33

34

SMPP

SMPP

MMSBST

ST

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

1,5,NNão

Não

SB

2,3

2,N 1

Figura 38: Árvore de decisão gerada pelo C4.5

para diagnóstico dos transtornos mentais.

Após, conforme mostra a fig.39, foram analisados as regras geradas.

Figura 39: Regras geradas pelo C4.5 para os

42 casos – diagnóstico.

111

Dos casos submetidos 50% eram diagnosticados para SMPP, entretanto os

outros 50% eram casos bem semelhantes, porém diagnosticados com outras

patologias de transtorno mental.

A primeira execução com a ferramenta demonstra que na classificação geral

dos 42 casos submetidos, 20 casos - certeza com mais 01 caso - incerteza são

definidos SMPP; 10 casos são definidos para SB; 05 casos - certeza com mais 02

casos - incertezas definidos para ST; 04 casos definidos para MM. Os casos de

incertezas pendem para o SB devido à semelhança das respostas, que equivale a

margem de erro 7,1%. As regras da árvore de decisão geradas são apresentadas a

seguir:

A regra 1

SE = questão 50 (curiosa na forma de tratamento da doença) = SIM

ENTÃO = SMPP

De acordo com o programa C4.5 essa regra é certa em 93;3% com margem

de erro em 6,7%, no qual foi testada 20 vezes sendo que obteve 0% de erro.

A regra 3

SE = questão 04 (doença repetida) = SIM

E = questão 20 (família acredita ser cuidador zeloso) = SIM

E = questão 49 (cuidador curiosa na evolução da doença) = NÃO

E = questão 50 (curiosa na forma de tratamento da doença) = NÃO

ENTÃO= ST

De acordo com o programa C4.5 essa regra é certa em 75,8% com margem

de erro em 24,2% no qual foi testada 5 vezes sendo que obteve 0% de erro.

A regra 7

SE = questão 33 (escolaridade) = NÃO INFORMADO

ENTÃO = SB

De acordo com o programa C4.5 essa regra é certa em 82,0% com margem

de erro em 18,0% no qual foi testada 7 vezes sendo que obteve 0% de erro.

112

A regra 8

SE = questão 04 (doença repetida) = NÃO

E = questão 33 (escolaridade) = IDEAL

OU = questão 33 (escolaridade) = ATRASADO

E = questão 50 (curiosa na forma de tratamento da doença) = NÃO

ENTÃO = MM

De acordo com o programa C4.5 essa regra é certa em 70,7% com margem

de erro em 29,3% no qual foi testada 4 vezes sendo que obteve 0% de erro.

4.4 ANÁLISE - ESCALA NOMINAL

Devido à utilização da proposta da rede informal para a escolha dos

participantes, optou-se em demonstrar por análise estatística, os dados obtidos pela

escala nominal no bloco C, dos respondentes que participaram da pesquisa. Sendo

assim, foi possível analisar o perfil dos respondentes conforme as respostas

preenchidas nos questionários. Dentre eles, 71% são do sexo masculino,

abrangeram a faixa etária dos 30 aos 51 anos de idade, sendo que 10% ao

responderam a questão, conforme mostra a gráfico 1.

Faixa etária dos pesquisados

19%

43%

14%

14%10%

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 51

N/D

Gráfico 1: Faixa etária dos pesquisados.

Os profissionais contemplavam duas áreas de formação de nível superior,

uma em medicina que equivale a 67%, sendo que 93% desse contingente se formou

no Paraná; e a outra em enfermagem compreendendo os 33 %, com 58% de

conclusão de curso no Estado do Paraná, 14% em São Paulo, 14% em Rio Grande

do Sul e 14% não identificou o local de formação. Em contrapartida dos 90% que

113

referiram ter pós – graduação (especialidade), 86% relataram terem-se

especializado em cursos no Paraná, desses 51% serem especialistas em pediatria e

os outros 49% especialistas em outras áreas, conforme gráfico 2.

Pós-graduação em medicina

7; 51%

1; 7%1; 7%

1; 7%

1; 7%

2; 14%

1; 7%

pediatria neonatologia nefrologia urologia

ginecologia alergiologia terapia intensiva

Gráfico 2: Pós – graduação em medicina, especializações.

O gráfico 3 abaixo mostra o período entre os anos de graduação e da pós-

graduação. A média de conclusão foi aproximadamente de 3 anos. O inquirido

identificado como 10 relata no questionário possuir especialização em medicina

intensiva, somente não completou o local e ano de conclusão.

Ano de conclusão do ensino superior

19811983

198519871989

1991199319951997

199920012003

20052007

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

médicos

anopós-graduação

graduação

Gráfico 3: Comparativo do ano de conclusão do ensino superior.

Difere do perfil da área da enfermagem na qual 71% concluíram o curso de

pós- graduação no Paraná, sendo que 29% não concluíram o curso de

especialização até o momento da entrega das respostas do questionário ao

pesquisador, conforme pode ser visto no gráfico 4.

114

Pós-graduação em enfermagem

2; 28%

1; 14%2; 29%

2; 29%

emergência saúde do trabalhadorterapia intensiva ND

Gráfico 4: Pós- graduação em enfermagem, especializações.

O gráfico 5 mostra o período entre os anos de graduação e da pós-

graduação. A média de conclusão foi aproximadamente de 2 anos. O respondente

identificado como 5 não completou o restante das informações solicitadas do

questionário, sendo assim, foi deixado em branco e considerado como inválidas as

informações e por não concluir a pós-graduação.

Ano de conclusão do ensino superior

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

1 2 3 4 5 6 7

enfermeiros

ano pós-graduação

graduação

Gráfico 5: Comparativo do ano de conclusão do ensino superior

dos enfermeiros.

Outro item analisado é o tempo de experiência profissional exercida.

Conforme mostra a tabela 2, foi subdividido em três grupos: o grupo 1 que

corresponde à faixa de 05 a 09 anos; o grupo 2 que corresponde à faixa de 10 a 15

anos e o grupo 3 que corresponde à faixa de 17 a 26 anos. O gráfico 6 mostra que o

grupo 1 obteve 33% de profissionais respondentes com menos de 8 anos, entretanto

o grupo 3 que obteve 24% tem mais experiência profissional, sendo que o mais

experiente na profissão equivale a 4,8%; sendo que 14% dos respondentes não

responderam ou rasuraram de alguma forma invalidando a questão.

115

Experiência Profissional

TEMPO Nº % Nº %

GR

UP

O 1

5 anos 2 9,5%

7 33% 6 anos 2 9,5%

8 anos 2 9,5%

9 anos 1 4,8%

GR

UP

O 2

10 anos 2 9,5%

6 29% 12 anos 1 4,8%

14 anos 1 4,8%

15 anos 2 9,5%

GR

UP

O 3

17 anos 1 4,8%

5 24% 20 anos 2 9,5%

24 anos 1 4,8%

26 anos 1 4,8%

ND 3 14,3% 3 14%

Total 21 100 21 100%

Tabela 2: Divisão de grupos por anos em tempo

de experiência profissional em assistência ambulatorial e/ou hospitalar.

Tempo de assistência ambulatorial/hospitalar

6; 29%

7; 33%

5; 24%

3; 14%

grupo 1 grupo 2 grupo 3 ND

Gráfico 6: Tempo de assistência hospitalar e/ou ambulatorial dos profissionais de medicina e enfermagem.

No universo da docência, entre os profissionais médicos apenas 21%

lecionam comparado com os profissionais enfermeiros que correspondem a 71%. A

tabela 3 mostra que 67% dos médicos lecionam entre um a cinco anos e 33%

lecionam a menos de um ano. Entre os enfermeiros, 40% lecionam entre um a cinco

anos, tendo essa mesma porcentagem para mais de onze anos de experiência.

116

DOCÊNCIA MD ENF

< 1 ano 33% 0%

1 ano a 5 anos 67% 40%

6 anos a 10 anos 0% 20%

> 11 anos 0% 40%

Total 100% 100%

Tabela 3: Tempo de docência em anos.

4.5 ANÁLISE - ESCALA THURSTONE

A análise estatística na escala de Thurstone que corresponde o Bloco A do

instrumento de pesquisa para coleta de dados, mostra que 14 respondentes dentre

os 21 pesquisados assinalaram os itens ser simpático (1), agressiva quando

contrariada (10) e alegar que a criança sempre foi doente (13), sendo as

características do cuidador definidoras para o relato de caso 1, pertinentes para a

SMPP, conforme demonstra o gráfico 7; sendo que quatro respondentes

assinalaram o item (9) indiferente sobre os riscos para a criança ao interpretarem o

comportamento do cuidador frente aos procedimentos invasivos que a criança era

submetida conforme o tratamento proposto. Alegar que a criança é alérgica a vários

alimentos (12) não foi assinalado por nenhum dos pesquisados, frente ao caso

estudado.

0

7

14

21

pesquisados

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

questões

Características do cuidador - caso 1

não

sim

Gráfico 7: Respostas das características do cuidador referente ao caso 1.

117

1

5

9

13

17

21

pesquisados

1 2 3 4 5 6 7

questões

Características da família - caso 1

não

sim

Já o gráfico 8, apresenta que acima de 14 respondentes dentre os 21

pesquisados assinalaram os itens dedicado (5), devotado aos cuidados (07) e não

sai de perto da criança (11), sendo as características do cuidador definidoras para o

relato de caso 2. Os itens: agressiva quando contrariada (10), alegar que a criança é

alérgica a vários alimentos (12) e alegar que “perdeu” a vida para cuidar da criança

(14) não foram relevantes para esse estudo de caso.

0

7

14

21

pesquisados

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

questões

Características do cuidador - caso 2

não

sim

Gráfico 8: Respostas das características do cuidador referente ao caso 2.

No contexto do internamento e tratamento relatados nos casos descritos e

orientados aos profissionais, foram observadas em ambos (gráfico 8 e 9) que a

maior incidência é o item que apresenta a família ser afastada, tendo uma

porcentagem acima de 80%, a seguir o item 1 obteve a mesma porcentagem em

ambos os casos (43%); no caso 1 com incidência menor o item (5) acreditar na ação

do cuidador com 33%, o item (4) visitas são raras com 24% e o item (3) obedecer ao

cuidador com 14%; não foi assinalada os itens sobre a existência de óbitos súbitos

ou doenças incomuns; conforme gráfico. No caso 2, a incidência menor foi o item (4)

visitas raras com 48%, os outros itens não foram assinalados conforme o gráfico 10.

Gráfico 9: Características da família referente ao caso 1.

118

1

5

9

13

17

21

pesquisados

1 2 3 4 5 6 7

questões

Características da família - caso 2

não

sim

4.6 ANÁLISE - ESCALA LIKERT

Conforme os casos, a variação da frequência na concordância e discordância

das respostas entre os respondentes se contrapõe em algumas questões ao

extremo, por exemplo, na questão 1 em ambos os casos a frequência de

concordância foi equilibrada 3,09/2,86, em contrapartida na questão 9 o RM é de

4,86/2,95 de concordância. Como mostra a tabela 4, abaixo.

Escala de Likert – caso 1 Quest. 5 4 3 2 1 RM

1 10 0 2 0 9 3,09 2 10 1 4 2 4 3,52 3 18 1 0 0 2 4,57 4 5 2 1 2 11 2,43 5 18 1 0 1 1 4,62 6 17 4 0 0 0 4,81 7 7 5 6 3 0 3,76 8 18 3 0 0 0 4,86 9 18 3 0 0 0 4,86

10 13 4 0 0 4 4,05 11 16 2 1 0 2 4,43 12 12 2 2 0 5 3,76

13 14 4 0 1 2 4,29

Escala de Likert – Caso 2 Quest. 5 4 3 2 1 RM

1 9 0 0 3 9 2,86 2 6 1 6 0 8 2,86 3 5 0 0 4 12 2,14 4 8 1 5 6 1 3,43 5 4 2 4 2 9 2,52 6 3 0 1 5 12 1,90 7 2 1 3 2 13 1,90 8 4 1 2 6 8 2,95 9 6 4 2 1 8 2,95

10 7 2 0 2 10 2,71 11 1 2 1 0 17 1,57 12 1 0 0 3 17 1,33 13 4 0 0 3 14 1,90

Gráfico 10: Características da família referente ao caso 2.

Tabela 4: Ranking Médio da escala Likert dos casos 1 e 2 – SMPP.

119

Feito o somatório pelo valor referente em cada questão assinalada, em cada

questionário respondido; obteve pontuação mínima permitida de treze (13) e máxima

de sessenta e cinco (65) pontos.

O número total foi classificado conforme o gabarito proposto. Na tabela 4

mostra a porcentagem referente ao gabarito proposto pelo coorte da escala de

Likert, em referência ao caso estudado. Em resposta ao caso 1 (diagnosticado para

SMPP), 52% responderam positivamente ao questionário, sendo que 38% dos

respondentes foram considerados como suspeita, porém com valores muito

próximos para serem considerados positivos.

No caso 2, a tendência foi de 81% obterem resultados pertinentes aos valores

correspondentes ao gabarito que considerada negativo para SMPP. Os mesmos

profissionais responderam o estudo de caso 2, sendo que 81% obtiveram valor final

para negativo, 14% mantiveram na faixa de suspeita. A probabilidade de erro do

questionário frente aos casos ficou em torno de 10%.

Na tabela 5 e gráfico 11 representam a distribuição dos valores obtidos

conforme a resposta final de cada questionário, que foram classificados segundo o

gabarito proposto

QUESTIONÁRIO

CASOS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21

caso 1 47 51 48 62 57 60 65 55 49 54 51 59 34 51 56 62 34 57 51 65 47

caso 2 21 17 24 34 29 23 42 22 47 25 31 27 27 37 54 30 27 23 37 42 21 Tabela 5: Resultado final do questionário da escala de likert, conforme os casos.

Distribuição das respostas dos questionários

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21sujeito

valor caso 1

caso 2

Gráfico 11: Distribuição do valor obtido das respostas dos questionários

conforme gabarito da SMPP.

120

4.7 ANÁLISE – C4.5

Dado o conjunto de resposta, o próximo passo foi submeter ao minerador de

dados, para avaliar quais questões são fortes ou fracas (maior ou menor entropia)

para a classificação do fenômeno. Para isso, foi realizado um padrão de referência

para comparar as respostas obtidas do questionário com os diagnósticos dos casos,

criando uma nova classe.

Para a submissão no C4.5, foram preparados os arquivos com extensão

(.data) que são as respostas de cada questionário, por linha (atributos); outro com

extensão (.names) orienta o programa ao que vai ser feito, são treze questões, tendo

como valores: SIM, ACHO QUE SIM, TALVEZ, ACHO QUE NÃO, NÃO; e como as

classes CERTO, ERRADO E TENDE A CERTO, baseados no quadro 13.

AS RESPOSTAS OS CASOS CLASSE

SUSPEITA POSITIVO NEGATIVO VERDADEIRO FALSO

X X tende a certo

X X errado

X X certo

X X errado

X X errado

X X certo Quadro 13: Resposta de referência do questionário de Likert para o C4.5

O grupo de colunas nomeadas AS RESPOSTAS, é referente as respostas

dadas dos respondentes conforme o questionário; podem ser definidas como

SUSPEITA para a SMPP; POSITIVO- confirmado para a síndrome; NEGATIVO- não

caracteriza a síndrome ou pode ser outro tipo de patologia. O grupo caracterizado

casos é referente aos casos analisados; VERDADEIRO- caso 1, FALSO- caso 2,

vale ressaltar que o inquirido não sabe qual dos casos é SMPP. A CLASSE é o

resultado obtido entre o valor do caso e a resposta final do questionário, conforme o

gabarito do questionário da SMPP definido anteriormente. Por exemplo:

O respondente que respondeu o questionário 1, na interpretação do caso 1

obteve no somatório da escala de Likert o valor 47 como resultado parcial;

classificando pelo gabarito considera como SUSPEITA. Então, como resultou em

suspeita e o caso 1 é verdadeiro, tem como classe TENDE A CERTO. Esse mesmo

121

profissional respondeu o questionário do caso 2, obteve o valor 21 como resultado

parcial; classificado pelo gabarito tem como NEGATIVO. Então, como resultou em

negativo e o caso 2 é falso, tem como classe CERTO.

Essa regra foi utilizada para todos os questionários; após submetido ao

minerador de dados obteve os seguintes resultados.

Dos questionamentos feitos aos respondentes, o nó inicial da árvore de

decisão foi a questão 06 (O cuidador da criança sutilmente solicita exames,

tratamentos ou procedimentos invasivos?). Se a resposta for TALVEZ, ACHO QUE

NÃO ou NÃO, é classificado como ERRADO em 18 casos. Se a questão 06 tem

como resposta SIM, ACHO QUE SIM e a questão 07 (Existem suspeitas pela equipe

multidisciplinar sobre o cuidador da criança?) SIM, ACHO QUE SIM, TALVEZ ou

ACHO QUE NÃO, resulta CERTO em 22 casos classificado e 01 caso não

classificado. Se a questão 07 for NÃO, a resposta é ERRADO em 02 casos

classificados.

Considerando que antes e depois da poda, foi mantido o mesmo tamanho dos

05 nós da composição da árvore, tendo 01 erro na classificação dos 13 atributos

submetidos para análise, equivalendo uma porcentagem de 2,4% ao todo. Que na

estimativa geral equivale a 11,6% na árvore.

Então, basicamente são as questões 06 e 07 do questionário que fazem a

diferença em toda a amostragem analisada pelo minerador de dados (quadro 14).

Quadro 14: Árvore gerada C4.5 - atributo coleta.

122

Pode-se verificar que conforme a figura 40, a representação por meio de

fluxograma facilita a visualização dos resultados que foram gerados após a

submissão da entropia dos dados no software C4.5.

6

7Errado

Errado Certo

Talvez,Acho que não,

Não

Sim,Acho que sim

Sim,Acho que sim,

Talvez,Acho que não

Não

Figura 40: Fluxograma do resultado obtido pelo C4.5 – atributo coleta.

Conforme a resposta do respondente referente ao caso analisado, esse pode

ser considerado certo ou errado. A intenção é caracterizar a SMPP, então as

respostas obtidas devem ser positivas; para isso são descartadas as respostas

negativas (acho que não, não) e a neutra (talvez), porque não irão diagnosticar ou

suspeitar da ocorrência da síndrome. Sendo assim, será considerado errado como

resultado final. Por isso que a questão 06 apresenta alta entropia, isto é, menor

organização dos dados, devido a necessitar de outra questão para, em conjunto,

chegar a um resultado satisfatório.

Caso o profissional de saúde, em especial o médico, não tenha conhecimento

mais aprofundado sobre o assunto a ser tratado, poderá incorrer em erro de

conclusão caso percorra um caminho equivocado. Finalizando, a questão 07

demonstrou ser a mais importante dentre as 13 questões do questionário para a

identificação da SMPP.

4.8 ANÁLISE DA MODELAGEM DO EXPERT SYSTEM - SINTA

Para a construção desse ambiente, foi utilizado o software Expert System –

SINTA, desenvolvido pelo Laboratório de Inteligência Artificial do Ceará – LIA. O

desenvolvimento do Sistema Baseado em Conhecimento fundamentou-se nos

123

dados obtidos das teorias, das literaturas pesquisada e dos resultados do processo

de mineração pelo C4. 5, conforme foram explicitados anteriormente.

O processo de construção consiste em cinco definições importantes para o

sistema especialista. A definição das variáveis, do atributo, dos valores que podem

ser univalorada ou multivalorada, das variáveis-objeto e das perguntas.

As definições das variáveis seguiram o padrão estipulado pelos grupos

levantados na 1ª fase, entretanto foram reagrupados, de forma que contemplassem

os termos para a adequação do sistema.

Nessa construção, foram levantadas quatorze variáveis, com sessenta

atributos ao todo, definidos como multivaloradas ou univaloradas. O valor

considerado como univalorada, representa que a questão poderá ter apenas uma

resposta assinalada, enquanto o valor multivalorado representa que várias respostas

poderão ser assinaladas na mesma questão. O quadro 15 mostra na segunda linha,

a variável “cuidador”, no qual foram atribuídos “três atributos” que relacionam ao

cuidador, o valor para essa variável é univalorada, então, dos três atributos

disponíveis somente poderá escolher um atributo. Entretanto na linha três do

quadro, a variável definida como “comportamento”, foram atribuídos “nove atributos”

que relacionam a essa variável comportamento, o valor foi considerado

multivalorado, então pode-se escolher quantas variáveis foram pertinentes conforme

a pergunta indicativa.

VARIÁVEIS ATRIBUTO VALOR

diagnóstico 3 univalorada

cuidador 3 univalorada

comportamento 9 multivalorada

criança 3 multivalorada

diarreia 2 univalorada

febre 2 univalorada

vômito 2 univalorada

sangue 2 univalorada

s/s diarreia 5 multivalorada

s/s febre 5 multivalorada

s/s vômito 5 multivalorada

s/s sangue 5 multivalorada

doença da criança 9 multivalorada

família 5 multivalorada

Quadro 15: Variáveis SISMUN.

124

Levantadas as variáveis, define-se a variável-objeto como sendo o objetivo da

consulta ao sistema. Os atributos são pertinentes a variável, no total de três

possibilidades de respostas, conforme as respostas selecionadas durante a consulta

e analisadas pelo sistema. O quadro 16 mostra a variáveis-objeto e as

possibilidades de respostas no final da consulta no sistema.

VARIÁVEIS ATRIBUTO valor

diagnóstico

característico para SMPP univalorada

suspeita univalorada

não característico univalorada

Quadro 16: Variáveis-objeto – SISMUN.

As variáveis-objeto têm seu valor como univalorada, então somente é

possível ter uma resposta aceita pelo sistema, nesse caso considera não

característico, quando o valor for inferior a 70%, e característico quando for acima de

80%.

Após a escolha as variáveis-objeto foram feitas as adequações

(reagrupamento) das variáveis para o processo de formulação das perguntas.

Conforme mostra o quadro 17.

VARIÁVEIS ATRIBUTO valor Quem está cuidando da criança?

cuidador Familiar univalorada Profissional univalorada Outro univalorada

Qual o comportamento do cuidador durante o tratamento da criança?

comportamento

sugere procedimentos invasivos multivalorada preocupada com o tratamento multivalorada não se preocupa com a criança multivalorada aptidão teatral multivalorada usa terminologia médica multivalorada cuidador experiente multivalorada relação estreita com a equipe multivalorada tendência a ultrapassar limites multivalorada não deixa a criança responder sobre a doença multivalorada

Como a criança se sente em referência a doença e ao cuidador?

criança

sente protegida quando doente multivalorada sente abandonada quando melhora multivalorada solicita que o cuidador fique sempre por perto multivalorada

A criança apresenta algum desses sinais ou sintomas?

s/s diarréia

aumento das evacuações e frequências multivalorada desidratado multivalorada diminuição da diurese multivalorada hiperemia em região perianal multivalorada abdômen dolorido à palpação multivalorada

Quadro 17: Perguntas e variáveis do Expert SINTA – SISMUN.

125

Posteriormente, baseando-se em regras de produção simples para chegar-se

a um determinado diagnóstico sobre a SMPP, foram estruturadas dezesseis regras

de produção <SE...E...OU...ENTÃO..>, a partir das variáveis cadastradas.

A figura 41 mostra a interface do depurador, no qual as regras são

estruturadas e armazenadas na base de conhecimento do sistema, com a

porcentagem de probabilidade acima de 60% de suspeita de diagnóstico para SMPP

como resposta.

Figura 41: Interface depurador das regras Expert SINTA – SISMUN.

Ao acrescentar novas regras durante o processo de alimentação, ocorreu

uma inconsistência do sistema. Surgiu como primeira regra, a regra 0, no qual o

sistema não considera (LIA, 2008) e posteriormente, a repetição e alteração

aleatória da numeração em outras regras.

126

Foi iniciado todo o processo, e novamente essa fase apresentou a mesma

inconsistência do programa. Entretanto, não interferiu nos resultados das fases

posteriores do sistema.

Na execução da consulta do programa propriamente dito, inicia-se com uma

tela de apresentação padrão na qual sugere mensagem do dia, que são dicas do

desempenho do programa, no qual o usuário tem a opção de desabilitar.

A tela de abertura do programa, conforme a figura 42, definido como SISMUN,

contém uma explicação inicial cujo objetivo é orientar o usuário para a utilidade, do

programa. Relata também para quem se destina e como pode ser utilizada, de forma

clara e simples.

A sua interface aparece da seguinte forma:

Figura 42: Interface de abertura do Expert SINTA –SISMUN.

O texto explicativo. “Este sistema reúne, de forma aplicável, o conhecimento de especialistas sobre a Síndrome de Münchhausen por procuração. Considerada como um tipo de violência doméstica que acomete a saúde infanto-juvenil, onde o agressor é um adulto. Seu objetivo é auxiliar na identificação desse tipo de violência e prover a sua notificação para os órgãos competentes. O SISMUN destina-se aos profissionais, estudantes e pesquisadores das áreas de saúde mental, pediatria e afins. A identificação pode ser diagnosticada de três formas, como: 1. característico para a SMPP; 2. suspeita ; 3. não característico. Durante a consulta, algumas perguntas possuem explicações sobre e por quê. Pressione o botão [POR QUE?] quando disponível para vê-las. Sugestões e pedidos de informação são muito bem-vindos!”

127

Depois de o usuário ter realizado a consulta no SISMUN, a seguir mostra a

interface do resultado de suas respostas. Como exemplo, suponhamos que o

respondente AAST após sua consulta no SINTA-SISMUN obteve como diagnóstico:

suspeita de SMPP no valor de 70% de probabilidade, conforme as questões

respondidas. Para avaliar quais foram as respostas, pode-se verificar pela interface

da “árvore da pesquisa”, que mostra qual o caminho que o usuário seguiu conforme

as questões assinaladas. Há a possibilidade de verificar a interface com “todos os

resultados”, neles estão contidos as informações e valores atribuídos em cada item.

A interface definida como “O sistema especialista” mostra as regras definidas

com os seus valores e atributos. Segue exemplos das interfaces do protótipo,

conforme a figura 43.

Figura 43: Exemplos das interfaces do programa Expert SINTA – SIMUN.

128

O próximo passo foi utilizar os resultados obtidos do minerador de dados,

para refinar o SE. Nesse processo, nos testes de simulação realizados pela

pesquisadora, verificou-se a necessidade de acrescentar variáveis, valores e

modificar algumas estruturas das regras de produção.

Assim sendo, em face dos testes de simulação, foi modificado o padrão de

algumas respostas, que até então não havia a necessidade de responder, pois era

permitido deixar em branco e o sistema entendia como desconhecido. Entretanto,

para o usuário, condicionava-o a selecionar alguma resposta, mesmo não

concordava com alguma alternativa descrita, induzindo-o ao erro e possivelmente ao

diagnóstico.

Como exemplo, o quadro 18 mostra a variável EQUIPE e seus atributos,

acrescido como complemento após os testes e que corresponde à pergunta sobre a

suspeita da equipe multidisciplinar sobre o cuidador da criança. Na variável FAMÍLIA

foi adicionado o atributo “não se aplica”, para que o usuário tenha a opção de marcar

uma característica neutra do item perguntado.

VARIÁVEIS ATRIBUTO valor

família

omissa multivalorada

obedece ao cuidador multivalorada

visitas raras multivalorada

afastada multivalorada

não se aplica multivalorada

casos de óbitos inexplicáveis, morte súbita multivalorada

equipe não univalorada

sim univalorada

talvez univalorada Quadro 18: Variáveis equipe – Expert SINTA – SISMUN.

Para observar o padrão geral das variáveis, atributos e valores que foram

criados para o sistema Expert Sinta - SISMUN, na tabela 06 mostra a quantidade

anterior e posterior de cada item, na avaliação dos testes de simulação.

Foi acrescido o atributo “não se aplica” nas variáveis “comportamento,

criança, S/S diarreia, S/S febre, S/S vômito, S/S sangue, doença da criança e

família”, aumentando a quantidade de atributos individualmente posteriormente.

Acrescentou-se a variável Equipe, com 3 atributos e 1 pergunta para contemplando

a proposta do sistema e do objetivo do estudo, perfazendo um total de 10 perguntas

com 20 regras.

129

ANTES DEPOIS variáveis atributos variáveis atributos

diagnóstico 3 diagnóstico 3 cuidador 3 cuidador 3 comportamento 9 comportamento 10 criança 3 criança 4 diarreia 2 diarreia 2 febre 2 febre 2 vômito 2 vômito 2 sangue 2 sangue 2 s/s diarreia 5 s/s diarreia 6 s/s febre 5 s/s febre 6 s/s vômito 5 s/s vômito 6 s/s sangue 5 s/s sangue 6 doença da criança 9 doença da criança 10 família 5 família 6 equipe 3

Perguntas 9 Perguntas 10 Regras 16 Regras 20 Tabela 6: Aumento das variáveis para o SISMUN.

Com a criação de novas regras no sistema Expert Sinta – SISMUN, a

pesquisadora fez novamente os testes de simulação com as mesmas respostas

obtidas dos 42 questionários da Fase 4 do Passo 4 do processo metodológico.

Pode-se perceber que nessa fase ocorreu a redução do tempo da consulta no

sistema; obteve um resultado de diagnóstico mais rápido, devido a algumas

perguntas serem automaticamente anuladas, devido às escolhas das respostas do

usuário frente as questões apresentadas pelo sistema no qual foram assinaladas.

Comparando os resultados obtidos dos questionários com os resultados do

sistema Expert Sinta – SISMUN, apresentaram com as respostas fornecidas 12%

como falha de diagnóstico e 88% conferiram positivamente para a SMPP.

130

5 CONCLUSÕES

“A manifestação consciente do pensamento, por meio da fala

ou da ação, com qualquer fim, é Arte... De sua primeira a sua

última obra, a Arte é o uso voluntário do espírito e a

combinação de coisas para servir a seu fim”.

(Ralph Waldo Emerson)

Neste capítulo são apresentadas as conclusões deste trabalho em relação

aos objetivos inicialmente propostos, além de serem apontadas direções de

pesquisas encontradas durante o seu desenvolvimento. A apresentação das

conclusões obtidas foi organizada em quatro itens:

1. Estruturar o raciocínio para fundamentar a suspeita de diagnóstico da SMPP

utilizando métodos de Inteligência Artificial.

O conhecimento empírico do especialista torna-se abrangente nesse

ambiente frente ao fenômeno estudado; por isso, deve-se condensar ao máximo o

foco que se queira estudar, para poder contemplar a natureza deste trabalho

produzindo e simplificando a suas características, reproduzindo em máquinas, para

agirem como os pensamentos pré-definidos dos seres humanos. Após o

levantamento dos dados, foram utilizadas ferramentas de inteligência artificial para a

construção do sistema especialista, fato que ocorreu desde a sua ontologia,

concepção inicial, estruturação, testes até a aceitação final do protótipo.

2. Obter uma contribuição à teoria que caracterizasse a suspeita da SMPP,

utilizando métodos automáticos indutivos de aprendizagem.

Nesse aspecto, a contribuição de teorias que caracterizem a SMPP, por meio

de métodos indutivos, tais como as regras de produção, veio ao encontro da

proposta alcançada. Foram utilizados atributos/dados levantados de diagnósticos

fechados e comprovados sobre esse tipo de maus-tratos, acometido contra crianças

e adolescente. Após, levantamento dos dados, os mesmos foram refinados e

analisados. Com os dados gerados, foi possível complementar a teoria de SMPP

existente.

131

3. Validar a contribuição à teoria junto aos profissionais de saúde na

identificação da SMPP.

A validação da teoria parte da premissa de se considerar a violência como

fenômeno, devido a ocorrer em qualquer lugar. Os profissionais utilizados para a

avaliação e validação do instrumento desenvolvido para essa finalidade foram

escolhidos pela abordagem da rede informal, então deveriam ser de lugares

diferentes. Foram utilizados em dois momentos importantes no desenvolvimento do

trabalho. No primeiro momento, contribuíram para refinar o instrumento, adaptando-

o para a nossa realidade e adequando os termos para evitar ambiguidades. No

segundo momento, foram validadas desde as categorias levantadas até a teoria

proposta sobre a suspeita da SMPP. Essa contribuição proporcionou um

complemento das informações sobre as características da SMPP.

4. Desenvolver um protótipo que se sirva dos elementos acima descrito na

identificação da SMPP.

O desenvolvimento de um protótipo não consiste somente na interface, deve

existir uma base de conhecimento consistente, um especialista que alimente essa

base adequadamente, um mecanismo de aprendizagem que contemple os objetivos

propostos, testes de simulações/treinamentos para refinamento do sistema. Sendo

assim, neste trabalho, foi respondido conforme o refinamento do levantamento dos

dados, validação das variáveis, consistência da teoria, indução de regras,

conhecimento das variáveis fortes e fracas, enfim, o desenvolvimento do protótipo

realizado no Expert SINTA, denominado SISMUN- Sistema de Identificação da

Síndrome de Münchhausen por procuração.

O objetivo deste estudo foi construir em um sistema especialista, baseado em

metodologias de Inteligência Artificial, que auxilie os profissionais da saúde e que

sirva de apoio à decisão para a fundamentação e diagnóstico da suspeita de

violência acometida contra crianças e adolescentes pela SMPP.

Entretanto para o desenvolvimento dessa dissertação são explicitadas

algumas conclusões de ordem conceitual, dentre as quais, vale ressaltar aquelas

que na intersecção dos relacionamentos e das abordagens empíricas, afloraram

durante o desenvolvimento do trabalho.

132

Para esse processo, buscou-se uma literatura de abordagem ampla, na forma

de não ficar restrito a (pre)conceitos estabelecidos de poucos autores ou estudos.

Pelo contrário, pode-se principalmente comparar os estudos encontrados e

selecionar os conceitos qualificados para compor essa pesquisa.

O levantamento histórico sobre a SMPP, fez abordar conceitos e pre-

conceitos sobre assuntos, muitas vezes mascarados, em nossa sociedade. Transpor

essa barreira inicial depara em outra, pois a manifestação da forma desse transtorno

se dá no adulto, porém o abuso é acometido contra a integridade da criança ou

adolescente. Os modelos nacionais e internacionais existentes não fornecem

informações suficientes para diagnosticar com confiabilidade, caracterizando a

síndrome (SMPP) como doença rara ou diagnostico de exclusão.

A analogia com as sete artes nos conduz, principalmente, ao empirismo do

desenvolvimento do ser humano. Sendo assim, enxergar de vários prismas o mundo

que o cerca, é avaliar e reavaliar os conceitos. Nessa comparação, foram levantadas

as questões de sensibilização, teorização e conscientização da SMPP;

demonstrando que não é tão rara quanto se imagina, talvez, seja subdiagnosticada e

por consequência subnotificada.

Trabalhar com a rede informal na pesquisa nos possibilitou rever conceitos,

ao analisar os resultados das respostas dos questionários, baseados nos valores de

concordância e discordância, nos quais se pode verificar a variância sobre a

característica do perfil dos respondentes. Isto se fez necessário para a compreensão

dos possíveis erros de refinamento do sistema especialista. Caracterizar o tipo de

perfil dos respondentes, com o padrão de respostas, pode desenhar um perfil para

trabalhos futuros.

A utilização da tecnologia, como ferramenta para tomada de decisão,

contribuiu para a implementação da teoria da SMPP. Dado o conjunto submetido ao

minerador de regras de indução de conhecimento, este possibilitou a descoberta da

questão que apresentou ter maior entropia (maior ganho de informação), entretanto

a definição da questão fundamental tem ligação direta sobre a qualidade de

observação do profissional, frente à atuação de abordagem da criança – doença –

família. No que se refere ao protótipo utilizado, foi perceptível para a pesquisadora a

facilidade do manuseio, a simplicidade das regras e essa construção, permite que o

conhecimento gerado, possa ser utilizado em qualquer área que atue com crianças e

133

adolescentes. A simplicidade e a clareza também foram consideradas como ponto

forte deste trabalho.

Como ponto fraco, a programação do SISMUN apresentou inconsistência em

suas regras, após a inserção de novas regras e consultas. Entretanto não alteraram

os resultados satisfatórios alcançados quando comparados com o padrão de

referência.

De maneira geral, os resultados da pesquisa sinalizam que a busca de

padronização e a validação de abordagens da área saúde poderão representar um

grande avanço para o processo de definição do diagnóstico de maus-tratos,

especificamente a SMPP. Principalmente, para os pesquisadores que atuam na área

de violência infanto-juvenil; entretanto com o aumento da violência em nossa

sociedade, outros grupos poderão fazer parte desse processo.

É importante ressaltar que a violência contra a criança e adolescente pode

assumir tantas formas quanto forem as normas criadas. Logo caracterizar alguma

coisa – atos, atitudes, comportamentos, situações – como violência, é atribuir-lhe um

valor. Por sua estrita ligação com a ideia de transgressão de regras, a ideia de

violência está carregada de valores. Valores estes que poderão ser positivos ou

negativos, de acordo com as referências de cada um. As reflexões, os discursos, os

estudos, as opiniões públicas sobre a violência, traduzem avaliações que de

maneira alguma são isentas de julgamento de valor e, por sua vez, pensam sobre as

situações entendidas e sobre ações efetuadas. Nesta questão de valores, que

caracteriza a ineficiência dos programas e/ou serviços que buscam alternativas de

atendimentos a crianças e adolescentes vítimas de violência. Considerar que a

violência ocorre somente pela aparência pode levar a um equivoco. Por isso a

importância de desenvolver um protótipo para identificação da SMPP, que auxilie o

profissional de saúde a diagnosticar esse tipo de violência contra a saúde da criança

e do adolescente; ou seja, incorporá-la em sua prática profissional, usando-a no

emprego diário dos diagnósticos.

Acredita-se que a forma sob a qual foi abordado esse complexo, porém

intrigante, assunto foi suficiente para que fossem alcançados os objetivos propostos.

Esta dissertação pode ser fundamental para incentivar programas de

intervenção e prevenção da violência contra crianças e adolescentes, promover uma

reflexão sobre a assistência do cuidador e fomentar alteração no ensino educacional

vigente do profissional de saúde.

134

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir do desenvolvimento deste estudo, surgiram algumas investigações

possíveis a serem tomadas como sugestões para trabalhos futuros:

No âmbito acadêmico:

ë tratamento de conflitos e dados incompletos;

ë validação do SE - SISMUN com casos clínicos reais;

ë ampliar a base de conhecimento do SE – SISMUN;

ë implantação dos sistemas informatizados das redes públicas e privadas;

ë criação de um software para identificar a SMPP (SISMUN);

ë ampliar estudos sobre a dinâmica da violência doméstica;

ë utilização do SE – SISMUN para treinamento acadêmico.

Na área organizacional:

ë propor um protocolo da SMPP;

ë propor um processo de Notificação, ao órgãos competentes, obrigatória;

ë quando da ocorrência de casos de violência;

ë desenvolver materiais informativos específicos SMPP.

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Century Fox Television, Ten Thirteen Productions, X-F Productions, 2002. serie TV. Vol1(180 min) Dolby 2.0, fullscreen, color. A teia de chocolate/Merci pour Le chocolat. Direção: Claude Chabrol. Produção: Marin Karmitz. Roteiro: Claude Chabrol e Caroline Eliacheff, baseado em livro de Charlotte Armstrong. Fotografia: Renato Berta. Distribuição: First Run Features / Warner Bros. França: Le Studio Canal+ / France 2 Cinéma / CAB Productions / YMC Productions / TSR / MK2 Productions / L'Office Federal de la Culture / Suisse Succes Cinéma / Teleclub AG, 2000. 01 DVD (96 min.). color. Chicago Hope – 1ª temporada. Direção: Bill D'Elia, James Frawley, Adam Arkin, Martha Mitchell, Michael Schultz, Oz Scott, Kenny Ortega, James C. Hart, Mark Harmon, James R. Bagdonas, Stephen Cragg, Jay Tobias, Lou Antonio, Peter Berg, Tony Bill. Produção: Kevin Arkadie, Henry Bromell. Roteirista: David E. Kelley, Michael Nankin, Linda McGibney, Kevin Arkadie, Dawn Prestwich, Nicole Yorkin, Danielle Alexandra, David Amann, Remi Aubuchon, Stephen Beck, Peter Berg, Ian Biederman, Michael Braverman, Henry Bromell, Robert Burgos. Fotógrafo: James R. Bagdonas, Walt Fraser, TIM Suhrstedt, Kenneth D. Zunder. EUA: 20th Century Fox Television, David E. Kelley Productions, 1997. serieTV. Inglês: Dolby5.1/2.0, letterbox, color. ER – 6ª temporada. Direção e Produção: John Wells, Michael Crichton, Lydia Woodward. Roteiro: Michael Crichton, David Zabel, John Wells, Jack Orman, Lidia Woodward, Joe Sachs, Dee Johnson, Neal Baer, Paul Manning, Carol Flint et al. Fotógrafo: Richard Thorpe, Arthur Albert, Héctor R. Figueroa, James Jansen, Jamie Maxtone-Graham, Anthony R. Palmieri. Distribuição: Warner Home Vídeo. EUA: Constant c Productions, John Wells Productions, Amblin Entertainment, Warner Bros. Television, Amblin Television, Hands Down Entertainment, 2000. serieTV. 06 DVDs (1054 min.), Inglês: Dolby 2.0, widescreen, color. Grey’s anatomy – 1ª temporada. Direção: Peter Horton. Criação: Shonda Rhimes. Produção: Shonda Rhimes, Mark Gordon, Betsy Beers, Jim Parriott, Tammy Ann Casper, Rob Corn, Tony Phelan, Joan Rater, Gabrielle G. Stanton, Harry Werksman, Linda Klein, Mimi Schmir, Zoanne Clack, Stacy McKee, Jeff Rafner, Mark Foreman. Fotógrafo: Distribuidor: Walt Disney. EUA: ABC Studios. SONY Channel, 2005. serieTV. 06 DVDs (387 min.), Inglês: Dolby5.1, widescreen, color. House, MD – 2ª temporada. Criação: David Shore. Produção: Paul Attanasio, Katie Jacobs, David Shore e Bryan Singer,. EUA: Heel and Toe Films, Bad Hat Harry Productions e NBC Media Studios. Universal Channel, 2005. serieTV. 06 DVDs (960 min.), Inglês: Dolby5.1/2.0, letterbox, color. Law & Order: Special Victims Unit – 3ª temporada. Direção: David Platt, Constantine Makris, Juan José Campanella, Jean de Segonzac, Arthur W. Forney Produção: Dick Wolf, Ted Kotcheff, Neal Baer, Patrick Harbinson, Robert Nathan, Gail Barringer, Robert Palm, Peter Leto, Amanda Green, David J. Burke, Dawn DeNoon, Judy McCreary, Randy Roberts, Peter Jankowski, David Declerque. Roteiro: Dick Wolf, Dawn DeNoon, Lisa Marie Petersen, Jonathan Greene, Michele Fazekas, Tara Butters, Amanda Green, Patrick Harbinson, Judy McCreary, Robert F. Campbell, Wendy West, Jeff Eckerle, Jose Molina , Michael R. Perry, Neal Baer.

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Fotografia: Geoffrey Erb, George Pattison, Tony C. Jannelli. EUA: Wolf Films, NBC Universal Television, Studios USA Television, Universal Network Television, 2006. serie TV 06 DVD (990 min.) Dolby 2.0, fullscreen, color. Nip/tuck – 3ª temporada. Direção: Ryan Murphy, Michael M. Robin, Elodie Keene, Craiq Zisk, Nelson McCormick, Jamie Babbit, Jeremy Podeswa. Produção: Patrick McKee, Richard Levine, Jennifer Salt, Lynnie Greene, Sean Jablonski, James S. Levine, Hoot Maynard. Roteiro: Ryan Murphy, Sean Jablonski, Jennifer Salt, Lynnie Greene, Richard Levine, Brad Falchuk, Hank Chilton. Fotografia: Chistopher Baffa. Distribuidora: Warner Home Vídeo. EUA: Hands Down Entertainment, Ryan Murphy Productions, Shephard / Robin Productions, Shephard/Robin Company, The, Stu Segall Productions, Warner Bros. Television, 2005. serie TV (min.), 06 DVD (701 min.) Dolby 2.0, widescreen, color. O despertar de um homem/This Boy’s Life. Direção: Michael Caton-Jones. Produção: Art Linson. Roteiro: Robert Getchell, baseado em livro de Tobias Wolff . Fotografia: David Watkin. EUA: Warner Bros, 1993. 01 DVD (115 min.), son., color. O sexto sentido/The sixth sense. Direção e Roteiro: M. Night Shyamalan. Produção: Kathleen Kennedy, Frank Marshall, Barry Mendel e Sam Mercer. Fotografia: Tak Fujimoto. Efeitos Especiais: Dream Quest Images. EUA: Hollywood Pictures / Spyglass Entertainment, 1999. 1 DVD (106 min.), son.,color. Os Outros/The others. Direção e Roteiro : Alejandro Amenábar. Produção: Fernando Bovaira, José Luis Cuerda e Park Sunmin. Fotografia: Javier Aguirresarobe. Distribuição: Miramax Films / Dimension Films. EUA: Miramax Films / Le Studio Canal+ / Cruise-Wagner Productions / Las Producciones del Escorpión / Sogecine, 2001. 01 DVD (114 min.), dolby digital 5.1, fullscreen, color. Segredos na noite/The Night Listerne. Direção: Patrick Stettner. Produção: Jill Footlick, John Hart, Robert Kessel e Jeff Sharp. Roteiro: Patrick Stettner, Armistead Maupin, Terry Anderson. Fotografia: Lisa Rinzler. Distribuição: Miramax Films / Imagem Filmes. EUA: IFC Films / Fortissimo Films / Hart-Sharp Entertainment, 2006. 01 DVD (91 min.), widescreen, dolby digital 5.1, color. Seinfeld – 7ª temporada. Direção: Andy Ackerman. Produção e Roteiro: Larry David, Jerry Seinfeld. Produtor: Jerry Seinfeld, Larry David, TIM Kaiser, George Shapiro, Howard West, Tom Cherones. Fotógrafo: Wayne Kennan, Charles W. Short, Jerry D. Good, Robert Berry, George La Fountaine Sr. Distribuidora: Sony Pictures. EUA: Castle Rock Entertainment, West-Shapiro, 1995. serieTV. 04 DVDs (544 min.), Standard 1.33:1 [4x3]., color. Sim Senhor!/Yes Man. Direção: Peyton Reed. Produção: Jim Carrey, David Heyman e Richard D. Zanuck. Roteiro: Nicholas Stoller, Jarrad Paul e Andrew Mogel, baseado no livro de Danny Walace. Fotografia: Robert D. Yeoman Distribuição: Warner Bros. EUA, 2008. 01 DVD (104 min), dolby digital 2.0, Widescreen, color. Uma chamada perdida/One missed call. Direção: Eric Valette. Produção: Broderick Johnson, Andrew A. Kosove, Scott Kroopf, Jennie Lew Tugend e Lauren

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Weissman. Roteiro: Andrew Klavan, baseado em livro de Yasushi Akimoto e em roteiro de Minako Daira . Fotografia: Glen MacPherson. Efeitos Especiais: Zoic Studios. Distribuição: Warner Bros. Pictures. EUA/Alemanha/Japão: Alcon Entertainment / Intermedia Films / Missed Call Productions / Kadakowa Pictures / Equity Pictures Medienfonds GmbH & Co. KG IV, 2007. [original 2003]. 01 DVD (87 min.), widescreen, dolby digital 5.1, color. Documentos Consultados ADSHEAD, G. Evidence-based medicine and medicine-based evidence: the expert witness in cases of factitious disorder by proxy. J Am Acad Psychiatry Law, v.33, n.1, p.99-105. 2005. ADSHEAD, G. e K. BLUGLASS. Attachment representations in mothers with abnormal illness behaviour by proxy. Br J Psychiatry, v.187, Oct, p.328-33. 2005. AL-ATEEQI, W., I. SHABANi, et al. Child abuse in Kuwait: problems in management. Med Princ Pract, v.11, n.3, Jul-Sep, p.131-5. 2002. ALMEIDA, M.; BAX, M. Uma visão geral sobre ontologias: pesquisa sobre definições, tipos, aplicações, métodos de avaliações e de construções. In. Ci. Inf., Brasília, v.32, n.3, p.7-20. set-dez. 2003. ARMUS, M. Uma aproximacion a los fenômenos intersubjetivos em juego em Síndrome de Munchausen por poder. Disponível em: <http://www.sps.org.ar/munchausen.htm ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: referências bibliográficas. Rio de Janeiro, 1989. AYOUB, C. C., R. ALEXANDER, et al. Position paper: definitional issues in Munchausen by proxy. Child Maltreat, v.7, n.2, May, p.105-11. 2002. BALLONE, GJ - Personalidade Borderline - in. PsiqWeb, Internet. Disponível em <http://www.psiqweb.med.br/forense/border2.html>. Acesso em 15,abril,2008. BAPPAL, B., M. GEORGE, et al. Factitious hypoglycemia: a tale from the Arab world. Pediatrics, v.107, n.1, Jan, p.180-1. 2001. BARACCHINI, A., N. ASSANTA, et al. [Description of two cases of Munchausen syndrome by proxy]. Minerva Pediatr, v.47, n.3, Mar, p.73-6. 1995. BASKIN, D. E., F. STEIN, et al. Recurrent conjunctivitis as a presentation of munchausen syndrome by proxy. Ophthalmology, v.110, n.8, Aug, p.1582-4. 2003. BEZERRA, Ricardo A.S.; SILVESTRE, Ricardo S.; NOGUEIRA, José H.M.; ALCANTARA, João F.L.; PEQUENO, Tarcísio C.; CASTRO, Rafael A.; CORREIA, Shirlene H. Expert SINTA: Visual Component Library versão 1.1. Universidade Federal do Paraná. 1998

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – PARTE DOS DADOS AGRUPADOS REFERENTES AO ANTES E

DEPOIS DA AVALIAÇÃO PELOS ESPECIALISTAS

antes

FAMÍLIA 19 ACREDITA NA AÇÃO DO CUIDADOR 20 ACREDITA SER CUIDADOR ZELOSO 21 ACREDITA QUE CUIDADOR INCAPAZ DE FAZER MAL 22 OMISSO 23 VISITAS RARAS 24 AFASTADA 25 VARIOS MEMBROS COM DOENÇA SÉRIA 26 CASOS DE MORTE SÚBITA, INEXPLICÁVEL, ÓBITOS

depois

FAMÍLIA 19 ACREDITA NA AÇÃO DO CUIDADOR 20 ACREDITA SER CUIDADOR ZELOSO 21 ACREDITA QUE CUIDADOR INCAPAZ DE FAZER MAL 22 OMISSO 23 VISITAS RARAS 24 AFASTADA 25 VARIOS MEMBROS COM DOENÇA SÉRIA 26 CASOS DE MORTE SÚBITA 27 CASOS DE MORTE INEXPLICÁVEL 28 OBITOS

antes

CRIANÇA / ADOLESCENTE 29 CONIVENTE 30 QUER CUIDADOR PERTO 31 SENTE PROTEGIDA QUANDO DOENTE 32 SENTE NEGLIGENCIADA QUANDO SAUDÁVEL

33 ESCOLARIDADE: [1] alfabetizado, [2] não alfabetizado, [3] desconhecido, [4] não informado

34 SEXO 35 CRIANÇA POSIÇÃO NA FAMÍLIA/FILHOS 36 IDADE:[1] RN, [2] Ablactante, [3] Pré-escolar, [4] Escolar 37 IDADE: Adolescente 38 IDADE: não informado ou em branco

depois

CRIANÇA / ADOLESCENTE 29 CONIVENTE 30 QUER CUIDADOR PERTO 31 SENTE PROTEGIDA QUANDO DOENTE 32 SENTE NEGLIGENCIADA QUANDO SAUDÁVEL

33 ESCOLARIDADE: [1] não alfabetizado, [2] ideal, [3] não informado, [4] ?, [5] em branco.

34 SEXO 35 CRIANÇA POSIÇÃO NA FAMÍLIA/FILHOS

36 IDADE: [1] 0-30d, [2] 31d - 3a 11m 29d, [3] 4a - 6a11m29d, [4] 7a- 14a11m29d, [5] 15a - 17a11m29d, [6] não informado.

163

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO: BLOCO A – ESCALA THURSTONE

I. Assinale quantas opções descritivas correspondem na situação em

análise.

O cuidador apresenta (ser):

( ) simpático ( ) curiosa na evolução da doença e tratamento

( ) articulado ( ) indiferente sobre os riscos para a criança

( ) inteligente ( ) agressiva quando contrariada

( ) comunicativo ( ) não sair de perto da criança

( ) dedicado ( ) alegar que criança é alérgica a vários alimentos

( ) experiente nos cuidados ( ) alegar que criança sempre foi doente

( ) devotado aos cuidados ( ) alegar que "perdeu" a vida para cuidar da criança

A família apresenta (ser) :

( ) omissa

( ) afastada

( ) obedecer as ordens do cuidador

( ) visitas são raras

( ) acreditar nas ações do cuidador

( ) óbitos inexplicáveis ou morte súbita

( ) doenças incomuns com algum membro

164

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO: BLOCO B – ESCALA DE LIKERT

II. Assinale somente uma resposta.

Questionário para avaliação da suspeita da Síndrome de Münchhausen por procuração Sim

Acho que sim

Talvez Acho que não

Não

01 A criança apresenta sinais e/ou sintomas persistentes?

02 A suposta doença da criança apresenta-se como incomum, rara e/ou inexplicável?

03 A criança já foi submetida há vários tratamentos, internações ou avaliações com diferentes profissionais?

04 Os sinais e sintomas da criança são compatíveis com a suposta doença?

05 Existe alguma discrepância nos achados clínicos e/ou laboratoriais em referência a história da doença da criança?

06 O cuidador da criança sutilmente solicita exames, tratamentos ou procedimentos invasivos?

07 Existem suspeitas pela equipe multidisciplinar sobre o cuidador da criança?

08 Os sinais e sintomas da criança são vistos, relatados ou se intensificam somente pelo cuidador?

09 O cuidador apresenta-se como devotado ao tratamento, mas sem aparentar preocupação com os efeitos dos procedimentos na criança?

10 Sobre a doença da criança, há ocorrência de febre e não apresentar alguns desses sinais/sintomas como: prostração, calafrios, tremores, temperatura alterada.

11 Há ocorrência de apresentar sangue e não apresentar alguns desses sinais/sintomas como: anemia, descorado, pressão arterial diminuída, fraqueza.

12 Há ocorrência de apresentar vômito e não apresentar alguns desses sinais/sintomas como: hiperemia esofágica, desidratação, perda do apetite, palidez.

13 Há ocorrência de apresentar diarreia e não apresentar alguns desses sinais/sintomas como: aumento das evacuações e frequências, desidratado, perda do apetite

165

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO: BLOCO C – ESCALA NOMINAL

CASO 1 Questionário:

Nome: Idade: ( ) M ( ) F

Profissão: Formado ano: UF:

Especialização: Formado ano: UF:

Trabalha como profissional:

Assistencial/consultório/ambulatório ( ) Não ( ) Sim Tempo:

Docente em ensino técnico/superior ( ) Não ( ) Sim Tempo:

166

APÊNDICE E – QUESTIONÁRIO: ORIENTAÇÕES GERAIS

ORIENTAÇÕES GERAIS

Prezado(a) Doutor(a), Saudações! Venho por meio desta, convidá-lo a responder dois questionários referentes ao meu trabalho de pesquisa; parte integrante da dissertação de mestrado em Tecnologia em Saúde - PUCPR. Como critério de inclusão: Profissionais médicos e/ou enfermeiros, que assistem ou já assistiram crianças e/ou adolescentes, ambulatorial e/ou hospitalar, com mais de 06 meses de experiência profissional. Se caso aceitar em responder os questionários, eu, Alessandra Andréa da Silva Tetzlaff, comprometo a manter a confidencialidade sobre os dados coletados dos profissionais, bem como a privacidade de seus conteúdos, como preconizam os Documentos Internacionais e a Resolução 196/96 do Ministério da Saúde. Assim sendo, deverá: * assinar termo de compromisso (folha1)

* ler o caso 1 (folha2)

* preencher seus dados caso 1 e *responder o questionário 1 (folha3) * ler o caso 2 (folha4)

* responder o questionário 2 (folha5)

Desde já agradeço a atenção e me coloco a disposição para eventuais esclarecimentos. Att.: __________________________ Alessandra Andréa da Silva Tetzlaff Fone res. 41 33649130 Fone cel. 41 91156964 [email protected] http://lattes.cnpq.br/6924823684397876

167

APÊNDICE F – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, .............................................................................................................................. ,

RG Nº......................................................................., estou sendo convidado a

participar de um estudo denominado: Sistema de apoio a decisão na identificação da

Síndrome de Münchhausen por procuração, baseado em metodologias da

inteligência artificial. Cujo objetivo geral é modelar um sistema de apoio à decisão

para o profissional da saúde, como suporte na fundamentação da suspeita de

ocorrência de violência acometida contra crianças e adolescentes pela SMPP.

Sei que para o avanço da pesquisa a participação de voluntários é de

fundamental importância. Caso aceite participar desta pesquisa, responderei a um

questionário elaborado pelos pesquisadores, que consta de questões fechadas e

objetivas, referentes a alguns casos da prática de profissionais de saúde.

Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, meu nome, ou

qualquer outro dado confidencial, será mantido em sigilo. A elaboração final dos

dados será feita de maneira codificada, respeitando o imperativo ético da

confidencialidade.

Estou ciente de que posso me recusar a participar do estudo, ou retirar

meu consentimento a qualquer momento, sem precisar justificar, nem sofrer

qualquer dano.

A pesquisadora envolvida com o referido projeto é a Mestranda Alessandra

Andréa da Silva Tetzlaff, com quem poderei manter contacto pelo telefone: (41)

9115-6964; sob orientação do Prof. Dr. Marcos Augusto Hochuli Shmeil.

Estão garantidas todas as informações que eu queira saber antes, durante

e depois do estudo.

Li, portanto, este termo, fui orientado quanto ao teor da pesquisa acima

mencionada e compreendi a natureza e o objetivo do estudo do qual fui

convidado a participar. Concordo, voluntariamente em participar desta

pesquisa, sabendo que não receberei nem pagarei nenhum valor econômico

por minha participação.

Curitiba, _____de ___________ de 2008.

168

APÊNDICE G – QUESTIONÁRIO: CASO 1

CASO 1

Admitida pela primeira vez no serviço de Pediatria Geral nesse hospital,

Renata 2 anos e 9 meses acompanhada pela mãe que relata estar se

recuperando de uma pneumonia pós-varicela. Ao exame físico, a criança

apresentava um aspecto geral saudável, ainda que estivesse com uma

expressão de tristeza e pouco se expressava, obedecia a qualquer comando

feito pela mãe, ausculta pulmonar limpa com MV+ bilateral, esquema vacinal em

dia e com outras vacinas opcionais aplicadas em clínicas particulares. O seu

peso e altura estavam apropriados para sua idade. A história clínica da criança

apresentava várias enfermidades simples, sendo internada em diferentes

hospitais e clínicas, sem ter um pediatra de referência. A mãe, apresentando ser

bem simpática e com um conhecimento aprofundado sobre a doença, relata

estar divorciada e ser dona de casa por necessidade, pois tem que cuidar da

filha que está sempre doente e não poder contar com a ajuda do pai, pois o

mesmo não se interessa pela criança. Nos quatro meses posteriores a essa

consulta, a criança foi encaminhada várias vezes para o hospital por apresentar

febre e diarréia. Estes sintomas não foram efetivamente comprovados pelos

médicos que a tratavam, sendo assim a mãe apresentava hostilidade com a

equipe de enfermagem por acreditar que não estavam preparados e nem

interessados em cuidar da doença diferente da sua filha. Quando Renata estava

com 3 anos e 2 meses, foi novamente hospitalizado, devido apresentar fezes

com sangue, conforme relato de sua mãe. Nas análises clínicas e laboratoriais

realizadas para esse fim, apresentou exames na faixa de normalidade. Durante

todo o transcurso de 6 meses desde a primeira internação, foram realizados 4

análises de sangue, 6 análises de urina, 2 uroculturas, 3 coproculturas, 2

parasitológico de fezes, 2 radiografias de tórax e 5 abdominal, 2 ecografias

renais e de abdomem, exames imunológicos e de má-absorção, 2 testes de HIV,

3 hemogramas e hemoculturas, 1 exames de eletrólitos séricos e urinários

169

APÊNDICE H – QUESTIONÁRIO: CASO 2

CASO 2

Gustavo, com um ano e cinco meses de idade. Foi atendido no serviço de

emergência do hospital com quadro de edema inflamatório dos membros

inferiores e lesões purpúricas nos membros e pavilhão auricular, de

aparecimento agudo, com menos de 12 horas de evolução, com piora

progressiva. A mãe aparenta estar calma, mas pergunta insistentemente o que

está acontecendo com o seu filho, preocupada com o estado da criança não fica

longe dele em nenhum momento. Refere que ele teve um episódio de febre e

diarréia uma semana antes do início do quadro, e encontrava-se em tratamento

para anemia ferropriva, em outro serviço desde o nascimento. Não trouxe

nenhum exame ou medicamento que comprove a anemia. Mantém aleitamento

materno, utiliza alimentação adequada para a idade. Ao exame físico o estado

geral permanecia preservado e a criança estava afebril, porém chorosa a

manipulação. Observavam-se lesões edematosas, violáceas, de configuração

numular, assumindo formato em alvo, distribuídas nos membros inferiores,

superiores e na face. O restante do exame físico encontrava-se inalterado. Os

exames complementares mostravam leucocitose discreta. Exame de rotina de

urina, dosagem sérica das enzimas hepáticas, uréia e creatinina estavam

normais. Ao exame histopatológico da lesão cutânea constatou-se uma vasculite

leucocitoclástica. A imunofluorescência direta não foi realizada. Durante os dez

dias de internamento, a mãe aparentava estar bem abatida, carinhosa com a

criança e referia ser viúva. Durante a abordagem da enfermagem, referia ser

separada e não saber aonde estava o pai da criança, ele nem mesmo o viu

quando nasceu. A mãe não tinha mais contato com a família, e não quis relatar o

motivo. As lesões desapareceram espontaneamente, não se observando

recidiva em um ano de acompanhamento.

170

APÊNDICE I – LEVANTAMENTO DE DADOS DOS TRANSTORNOS MENTAIS

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NN

NN

NN

NN

MA

SO

QU

ISM

O

caso

40

BR

2000

SN

NN

NS

NN

NN

NN

NN

NN

NN

SS

NN

NS

SN

NN

SS

SN

22

54

SN

NN

NN

NN

NN

NN

SN

NN

SN

SN

MA

SO

QU

ISM

O

caso

41

BR

2000

SN

SN

NN

SN

NN

NS

NN

NN

SS

NN

NN

NN

NN

NN

SS

SN

32

54

SN

NS

NN

NS

NS

NN

NN

NN

SN

SN

MA

SO

QU

ISM

O

caso

42

BR

2006

NN

NN

SN

NN

NN

NN

NS

NS

NN

NN

NN

NS

SN

NS

NN

SN

32

34

NN

NN

NN

NN

NN

NN

NN

SN

SN

NN

MA

SO

QU

ISM

O

CU

IDA

DO

RC

ÇA

/ A

DO

LE

SC

FA

MÍL

IAD

OE

A

171

APÊNDICE J – ÁRVORE GERADA PELO C4.5 – DIAGNÓSTICO

172

ANEXOS

173

ANEXO A – PROTOCOLO HOSPITALAR DE EVOLUÇÃO DA SÍNDROME DE

MÜNCHHAUSEN POR PROCURAÇÃO

FONTE: SANDERS,1999.

174

ANEXO B - ALGORITMO MEDAL PROJECT

(Autorizado pela Instituição, somente para fins de pesquisa.)

Copyright (c) 2006-2007, Institute for Algorithmic Medicine, Houston, TX, USA.

Purpose: To identify clinical findings that may indicate the diagnosis of Munchausen

syndrome by proxy.

Citations with documentation.

44.13.01

Medal Project 2003. See disclaimer.

data enter

Are you evaluating a patient for the diagnosis of Munchausen syndrome by proxy? (Y or N) Y :-):-):-)

Does the parent or guardian seem excessively devoted to the patient? (Y or N) Y :-):-):-) 1

Did the patient's illness present in an unusual way or follow an unusual clinical course? (Y or N) Y :-):-):-) 1 Are signs and symptoms not substantiated by objective laboratory or imaging findings? (Y or N) Y :-):-):-) 1

Does the patient have wounds that fail to heal as expected? (Y or N) N :-):-):-) 0 Has the patient been infected with unusual pathogens in the absence of a defect in host defenses? (Y or N) Y :-):-):-) 1

Does the patient's family have other children affected by unusual diseases? (Y or N) N :-):-):-) 0

Does the child 's condition worsen after the parent or guardian has been present? (Y or N) Y :-):-):-) 1

Are drug or toxicologic analysis positive for substance not prescribed for the patient? (Y or N) N :-):-):-) 0 Is the parent or guardian seen injecting something into an infusion line? (Y or N) N :-):-):-) 0

Has the patient been seen by multiple physicians or admitted to multiple hospitals? (Y or N) Y :-):-):-) 1 Have key signs and symptoms only been seen by the parent or guardian? (Y or N) Y :-):-):-) 1 Is the parent or guardian unconcerned about the risks posed to the patient by tests or procedures? (Y or N) Y :-):-):-) 1

175

Is there evidence that the parent or guardian has tampered with specimens, documents or records? (Y or N) Y :-):-):-) 1 Do the parent or guardian have a history of making false allegations of sexual and physical abuse? (Y or N) Y :-):-):-) 1 Does the parent or guardian vehemently deny an allegations of causing the patient's condition? (Y or N) N :-):-):-) 0 calculate result data complete? Yes

evaluation appropriate? Yes :-):-):-) number of features that could indicate Munchausen syndrome by proxy 10

Is a further investigation warranted? Yes

176

ANEXO C – MÉTODO DE FABRICAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS PARA

DOENÇAS E A CORRESPONDÊNCIA ESTRATÉGICA.

Fonte: ROSEMBERG, 1987