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Pr. José Ribeiro Neto, Mestre em Letras:Concentração: Estudos Judaicos, USP,Mestre em Teologia do AT, SeminárioTeológico Batista Nacional EnéasTognini.

Coordenador de Teologia da FaculdadePaschoal Dantas.

Diretor Pedagógico do Seminário TeológicoBatista Nacional Enéas Tognini.

Professor: Hebraico, Grego, Crítica do AT eNT, Introdução ao AT e ao NT, Filosofia.

www.emunaheditora.com.br

[email protected]

Café Teológico

Paschoal Dantas

Tema: Os Caminhos da Teologia:

Perspectivas Contemporâneas

Data: 30 de Julho de 2015

Horário:

19h00 às 20h30 – Primeira Parte

20h30 às 21h00 – Café

21h00 às 21h45 – Segunda Parte

21h45 às 22h00 - Perguntas

Tópicos abordados

Introdução ao campo de estudos teológicos

Principais mudanças históricas para a formação do

pensamento teológico

Caminhos teológicos-eclesiásticos na contemporaneidade

brasileira:

Ortodoxia Morta / Elitista

Liberalismo Ateístico / Marxista

Neortodoxia Neoliberal / Gnóstica

Pentecostalismo Místico / Político

Neopentecostalismo Pagão / Capitalista

Ecumenismo Hipócrita / Traiçoeiro

Considerações Finais

Perguntas

Introdução ao campo

de estudos teológicos

O estudo dos “deuses” é tão antigo quanto a escrita,

obras como o “enuma elish” e a “epopeia de

Gilgamesh” já discutem conceitos teológicos

relacionados às religiões e os deuses assiro-

babilônicos.

Platão e Aristóteles utilizam o termo θεολογία no

sentido de “estudo dos mitos” ou “da natureza das

divindades”. No caso de Aristóteles a coleção de

livros que foram colocados depois da “física” foram

chamados pelos seus discípulos de “metafísica”

Os estudo de “teologia” propriamente dito em

academias ou centros de estudos é tão antigo

quanto os estudos védicos na Índia (VI séc. a.C.) e as

Academias platônicas em Atenas (4 séc. a.C.).

As principais universidades do mundo (Oxford, Paris,

Bolonha), no período medieval, tinham como objeto de

estudo principal a Teologia, que era considerada a “Mãe

de todas as Ciências”.

Ainda hoje, universidades como: Harvard, Yale,

Cambridge, Oxford, têm suas faculdades de teologia.

No Brasil existe ainda certa resistência em aceitar a

teologia como um estudo acadêmico válido, embora o

Ministério da Educação (MEC) já tenha reconhecido a

disciplina como parte integrante dos estudos superiores.

O estudo de teologia, do ponto de vista protestante, é o

“estudo das revelações ou manifestações de Deus”, já

que o próprio Deus não pode ser objeto de estudos.

Quando se forma um curso de teologia em uma

faculdade ou universidade é preciso que se defina

o “viés” desse curso, pois é impossível se conceber

um curso que abranja toda a imensidão das várias

correntes religiosas conhecidas no mundo.

Portanto, há cursos de teologia, reconhecido pelo

MEC, com diferentes enfoques, por exemplo:

Teologia Umbandista, Teologia Católica, Teologia

Protestante Interdenominacional, Teologia

Protestante Confessional, etc.

Nesta Faculdade preferiu-se o “viés” Protestante

Interdenominacional, ou seja, não estamos ligados

propriamente a nenhuma denominação, porém o

viés é Protestante.

Não significa, entretanto, que a Faculdade

Paschoal Dantas impeça que adeptos de outras

religiões se matriculem no curso, temos alunos

católicos, pentecostais, neopentecostais,

protestantes históricos, etc.

É preciso que o aluno, principalmente de outras

correntes religiosas, entenda que o currículo é

elaborado pensando nos estudos teológicos de

Linha Protestante.

Principais mudanças

históricas para a formação

do pensamento teológico

Afastamento da Igreja Primitiva de sua herança

judaica no início do segundo século d.C.

Conversão de filósofos gentios que se tornaram

os principais defensores da doutrina cristã e

apologistas do cristianismo:

Justino de Roma (100-165 d.C.),

decepcionado com os sistemas filosóficos se

converteu ao cristianismo em 132 d.C.;

Orígenes (185-253 d.C.), de família cristã,

porém teve educação secular, estudou

filosofia em Alexandria com os

neoplatonistas;

Agostinho (354-430 d.C.), principal filósofo

cristão que teve forte influência na Reforma

Protestante

Principais Concílios Eclesiásticos:

Niceia (325) – Combate ao Arianismo,

doutrina que negava a divindade de Cristo

Constantinopla 1 (381) – Trata da divindade

do Espírito Santo

Calcedônia (451) – Define a unidade das

duas naturezas de Cristo, divina e humanas

como completas e perfeitas

Trento (1545-1563) – Contra-Reforma e

reafirmação dos sete sacramentos e

dogmas da eucaristia

Vaticano II (1962-1965) – Novo Ecumenismo,

atividade dos leigos, mudança na

celebração dos sete sacramentos

Humanismo e Renascença – séc. XIV-XVII - Mudança de

uma cosmovisão teocêntrica para uma cosmovisão

antropocêntrica, é considerado uma ponte entre o

período medieval e o moderno

Reforma Protestante – Crítica à sujeição da religião cristã

tradição ao invés das Escrituras

Racionalismo – séc. XVI-XVIII – crença na racionalidade

do universo e no poder da razão para compreendê-lo

(BROWN, 2007, p. 45)

Empirismo – séc. XVII-XVIII – o conhecimento é fruto de

nossas experiências através dos sentidos

Iluminismo – nascimento: Europa do século XVIII –avanço da ciência e da razão do ponto de vista

antropocêntrico, crítica a todo sistema religioso e

eclesiástico

Deísmo – séc. XVII-XVIII – embora tenha começado

como uma visão cristã menos ortodoxa que enfatizava a

razão, posteriormente se tornou um movimento mais

cético com ênfase a uma religião natural

Século XIX – diversas das ideias desenvolvidas nesse

século influenciaram o séc. XX, o ponto em comum,

contudo, é a crescente necessidade dos pensadores do

séc. XIX em reinterpretar o cristianismo, o que abalou

fortemente o campo da teologia.

Nascimento do Liberalismo Teológico com

Scheiermacher (1768-1834) – segundo Gundry (1983,

p. 17) foi o primeiro a usar uma base filosófica para

reconstrução da teologia. “trabalhou com diferentes

aspectos do idealismo filosófico alemão para criar

uma teologia aceitável à mentalidade do iluminismo.

Uma teologia considerada otimista (GRENZ et al., 2011,

p. 14)

Hegel (1770-1831) – influenciou a crítica bíblica de

modo que Wellhausen (AT) e Bauer e seus seguidores

(NT) utilizaram-se da filosofia hegeliana da história para

reconstruir a história bíblica (GUNDRY, 1983, p. 19)

Evangelho Social de Whashigton Gladden –

publicou em 1887 o livro “Christianity Way” – em

vez de uma vida eterna no céu o evangelho

social pregava “a salvação na sociedade aqui e

agora, numa tentativa de aliviar os males sociais

dos tempos” (GUNDRY, 1983, p. 23).

Kierkegaard (1813-1855) – considerado o pai do

existencialismo (GRENZ et al., 2011, p. 19),

juntamente com Feodor Dostoievsky (1821-81)

(BROWN, 2007, p. 156). Filosofia que busca o

filosofar do ponto de vista do ser humano no

papel de ator mais do que de espectador

(BROWN, 2007, p. 155) – influenciará Barth.

Século XX – as duas grandes guerras mundiais de 1914-1918 e II

Guerra 1939-1945 – trouxe grande desilusão tanto ao mundo filosófico

iluminista, quanto ao teológico liberal, pois frustraram-se as

esperanças na humanidade.

Martin Heidegger (1889-1976) – filósofo fenomenológico-

existencialista preocupado mais em como é o ser humano do o

que é o ser humano, interessa-se pela experiência interior,

imediata e autoconsciente do indivíduo (GRENZ et al., 2011, p.

57), influenciará Bultmann.

Karl Barth (1886-1968) publica Carta aos Romanos em 1919, 1921 –nasce então a chamada neo-ortodoxia

Rudolf Bultmann (1884-1976) – o que Barth foi para os estudos

teológicos Bultmann foi para os estudos neo-testamentários –

utilizou-se da abordagem histórico-crítca e a crítica das formas

que entende que os evangelhos sofreram alterações em seu

conteúdo original e que pode ser restaurado esse conteúdo

através “da análise das diferentes formas linguísticas ou tipos de

expressão presentes no texto”. (GRENZ et al., 2011, p. 50).

Bultmann dizia que era preciso desmitologizar o Novo Testamento

para que tenha sentido para o homem moderno.

Paul Tillich (1886-1965) – “ao longo dos anos, Tilich

colecionou cerca de quinze doutorados, e uma sequência

ininterrupta de livros fluiu da sua pena.” (BROWN, 2007, p.163). “A tarefa que Tillich impôs sobre si mesmo era

comunicar a verdade permanente da mensagem cristã

em termos que seriam inteligíveis e desafiadores à cultura

moderna”. (GUNDRY, 1983, p. 89). Entendia que devia-se

abandonar o cristomonismo de Barth em busca de uma

nova estrutura teológica, com base nos recursos científicos

modernos e na filosofia de Kierkegaard e Heidegger.

(GUNDRY, 1983, p. 90). Utiliza-se também de muitos

conceitos das religiões orientais e do panteísmo.

Teologia da Libertação – 1970 – começa a ser usado otermo nos meios católicos e se fundamenta como um

sistema teológico principalmente após a publicação da

obra “Teología de la Liberación”, obra do peruano GustavoGutiérrez, teologia de origem latino-americana, enfatiza

uma teologia de libertação real do indivíduo, no processo

histórico (GUNDRY, 1983, p. 271)

Caminhos

teológicos-eclesiásticos

na contemporaneidade

brasileira

Ortodoxia Morta / Elitista

As igrejas históricas tiveram grande importância na formação

teológica-eclesiástica na fundação do evangelho no Brasil,

desde os primeiros protestantes (huguenotes, 1557,

holandeses, 1630-1654, anglicanos, 1816, luteranos, 1824, 1859,

1871, batistas, presbiterianos, 1869, Igreja Protestante

Episcopal, 1861).

Inicialmente, porém, trabalhavam somente com os

estrangeiros e descendentes, depois tiveram um papel

missionário importante. Publicações teológicas de linha

ortodoxa protestante começaram a ser publicadas em língua

portuguesa e muitos seminários teológicos começaram a

formar novos ministros brasileiros.

Infelizmente a rigidez europeia e norte-americana demorou a

se adaptar nas terras brasileiras alcançando principalmente

descendentes americanos ou europeus e uma elite brasileira,

os mais pobres e desfavorecidos não foram muito atraídos porum culto frio e sem vigor.

Ortodoxia Morta / Elitista

Acomodando-se a uma igreja fechada e

despreocupada com a evangelização e as missões,

muitas igrejas históricas se fecharam em sua ortodoxia,

acabaram por permitir a maçonaria em seu meio e

foram durante décadas dominadas por preferências

familiares ditando as regras das igrejas locais

O termo ortodoxia morta é utilizado por Lloyd-Jones

(1993, p. 72) para se referir a um “contentamento

complacente” e a uma aversão ao entusiasmo, aversão

à emoção.

Esta ortodoxia morta / elitista formou uma teologia

distante da realidade do homem brasileiro,

intelectualizada, com cultos sem poder e sem vida,

extinguiu-se o Espírito Santo e rechaçaram toda e

qualquer manifestação de espiritualidade e avivamento

na igreja brasileira.

Liberalismo Ateístico / Marxista

O liberalismo demorou a chegar ao Brasil, barrado

pela ortodoxia das igrejas históricas, principalmente

batistas e presbiterianas e posteriormente pelo

movimento pentecostal, publicações teológicas de

linha liberal não tinham público em terras tupiniquins.

Fruto de uma teologia europeia inicialmente alemã e

posteriormente norte-americana, é chamada por

Nicodemus de ateísmo cristão (2011, p. 78), pois

embora se apresente como cristão, nega a

intervenção de Deus e distorce vários princípios

fundamentais do teísmo.

Está alinhada a uma esquerda teológico-marxista que

entende o evangelho simplesmente como uma

atuação ético-social de mudança do mundo.

Liberalismo Ateístico / Marxista

Há dificuldades de se reconhecer um liberal-protestante,

pois muitos não têm coragem de se assumirem como

liberais, embora professem as ideias do liberalismo teológicoem suas aulas e sermões

Com o objetivo de se fazerem ouvidos no mundo

acadêmico e universitário, assumem posições que divergem

fundamentalmente do cristianismo histórico e negam asprincipais doutrinas bíblicas como: inspiração das Escrituras,

nascimento virginal de Jesus, ressureição, condenação

eterna, vinda pessoal e visível de Jesus no fim dos tempos,

etc.

Editoras, seminários e faculdades teológicas antes opositoras

a publicações de linha liberal, agora ensinam e publicamobras até já ultrapassadas dessa vertente e se escondem

atrás de uma intelectualidade desprovida de qualquer

compromisso com a igreja, Cristo e a santificação.

Neo-ortodoxia Neoliberal / Gnóstica

A neo-ortodoxia é fruto, principalmente, do

pensamento de Karl Barth, Rudolf Bultmann e Emil

Brunner.

Embora o tenha o nome neo-ortodoxia, não tem

nada de ortodoxia. Utilizam terminologias

parecidas com a ortodoxia como: Palavra de

Deus, mas o sentido que dão a esse termo é

diferente (ver NICODEMUS, 2008, p. 111-115)

Conservam o método histórico-crítico de exegese

bíblica de forma destrutiva

Desprezam os eventos históricos da Bíblia,

considerando-os irrelevantes para a fé cristã.

Neo-ortodoxia Neoliberal / Gnóstica

“Toma-se como certo que as Palavras da Bíblia e as

palavras de Deus não são idênticas. (...) se torna

Palavra de Deus apenas ocasionalmente quando

funciona como tal por meio da pregação”

(LINNEMANN, 2009, p. 97-98)

Negação da ressureição corporal de Jesus (Emil

Brunner, Wolfhart Pannenberg), uma espécie de

espiritualização da ressurreição ao modo gnóstico.

No caso de Bultmann, há a negação do evento

histórico da ressurreição.

(...) os princípios operantes da neo-ortodoxia tendem

a relegar a santificação a um papel secundário na

vida cristã.” (NICODEMUS, 2008, p. 123)

Pentecostalismo Místico / Político

O pentecostalismo moderno tem sua origem principalmente no

movimento de reavivamento da Rua Azuza, Los Angles, EUA, de

1906-1915, liderado por William J. Seymour.

Seymour era caolho, analfabeto e negro, mas nada impediu a ação

do Espírito, em uma época de segregação racial, Deus reuniu

pessoas brancas, negras, latinas, asiáticas, pobres, ricos, letrados e

iletrados num movimento que teria desenvolvimentos no mundo

inteiro, inclusive no Brasil.

Seymour afirmava que o “nosso lugar mais alto é embaixo dos pés

de Jesus.” (CPAD, 2006, p. 21). O movimento começou com leitura

bíblica, estudo teológico e busca de santidade.

A primeira igreja pentecostal no Brasil foi a Congregação Cristã no

Brasil (1910), fruto do movimento de avivamento de Chicago, que

era uma extensão do movimento da Rua Azuza. O fundador, Louis

Francescon, rompe com a igreja presbiteriana ao se batizar por

imersão e aderir o movimento pentecostal, do mesmo núcleo era

Daniel Berg, fundador das Assembleias de Deus no Brasil (1911),

juntamente com Gunnar Vingren.

Pentecostalismo Místico / Político

Em 1965 os batistas também aceitaram o batismo no Espírito

Santo como experiência distinta da conversão e fundaram

a Convenção Batista Nacional, pois a Convenção Batista

Brasileira não concordava com a doutrina.

Desde então, o movimento pentecostal no Brasil mudou

muito, teve vários rachas, se politizou, se tornou mais místico.

Em épocas eleitorais é comum ver candidatos assumindo

púlpitos pentecostais. Pastores e líderes pentecostais

frequentemente assumem publicamente o apoio a

determinados candidatos e praticamente induzem os

membros a votarem no candidato A ou B.

A prática pentecostal também já não é mais a mesma, há

uma espiritualidade forçada, afastamento do estudo bíblico

e da busca de santidade.

Neopentecostalismo Pagão /

Capitalista

Atribui-se a base do início do neopentecostalismo no

Brasil ao bispo canadense Robert McAllister dissidente da

Assembleia de Deus em 1960, adotou um pentecostalismo

mais de classe média, sem muito legalismo e investindo

fortemente em propaganda midiática, treinou nada menos

do que Edir Macedo e Romildo R. Soares.

As igrejas neopentecostais se caracterizam por um forte

apelo à teologia da prosperidade, cura divina e confissão

positiva.

A principal representante do neopentecostalismo

brasileiro, é, sem dúvida, a IURD, fundada por Macedo em

1977, divergências entre ele e R. R. Soares, fizeram com que

Soares fundasse em 1980 a Igreja Internacional da Graça de

Deus.

Neopentecostalismo Pagão / Capitalista

Outras igrejas consideradas neopentecostais são: Igreja

Apostólica Renascer em Cristo, fundada em 1985 por Estevam

Hernandes Filho e Sônia Haddad Moraes Hernandes; Comunidade

Sara a Nossa Terra, Igreja Paz e Vida, Igreja Mundial do Poder de

Deus, etc.

O neopentecostalismo tem forte ênfase à prosperidade

financeira como símbolo de bênção espiritual, suas propagandas

televisivas apelam para o enriquecimento através de campanhas e

“sacrifícios” financeiros, frequentemente utilizam-se da imagem de

pessoas que eram pobres e que prosperaram depois de

participarem de determinados cultos ou campanhas.

A utilização de “objetos mágicos” como: sal grosso, copo com

água, toalhas, tijolinhos, sangue de Jesus (frasquinhos), galhos de

arruda, também são frequentes nos cultos e campanhas

neopentecostais, é uma espécie de manipulação do inconsciente

coletivo místico brasileiro, mas que se relaciona intimamente com a

“manipulação do sagrado” no paganismo antigo.

Ecumenismo Hipócrita / Traiçoeiro

O ecumenismo católico era a tentativa de unir as igrejas

irmãs (protestantes e ortodoxas), debaixo da autoridade

da Igreja Romana, o Vaticano II (1962-1965) expandiu

essa perspectiva para a inclusão das outras religiões,

mas ainda sob a tutela da Igreja Romana como a

grande mãe.

Muitas denominações evangélicas acabaram aderindo

ao ecumenismo do Vaticano II, ou por ignorância, ou por

querer se adequar à cultura do politicamente correto.

No mundo o CMI (Conselho Mundial de Igrejas), no

Brasil, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do

Brasil), a CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano),

são as instituições responsáveis pela propaganda

ecumênica e o investimento financeiro em instituições

amigáveis ao ecumenismo.

Ecumenismo Hipócrita / Traiçoeiro

O Papa João Paulo II fortaleceu o ecumenismo

na Encíclica Ut unum sint ("Que todos sejam um")

Na verdade, o movimento ecumênico católico se

mostrou uma tentativa desesperada de evitar a

perda de membros para as igrejas protestantes,

principalmente pentecostais.

O ecumenismo tem avançado para uma

proposta ainda mais inclusiva, a chamada

“pluralismo religioso”, ou uma “teologia das

religiões”, dentro das principais propostas dessa

teologia está a tentativa de encontrar um “ponto

de contato” entre todas as religiões.

Ecumenismo Hipócrita / Traiçoeiro

Uma das primeiras abordagens da teologia das religiões está a

tentativa de achar um símbolo religioso que possa ser usado em

todas as manifestações de fé, e pasmem, a afirmação inicial era

que “Cristo” serviu somente como um símbolo para a realidade

cultural em que o cristianismo surgiu, esse símbolo não serve mais

e deve ser substituído por um outro, que abarque todas as

religiões.

Até Joseph Ratzinger, o ex Papa escreveu contra essa tentativa

de tirar Jesus do centro do evangelho (in:

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/docume

nts/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html)

embora mantenha que somente pela Igreja Romana se pode

alcançar Jesus, manteve-se ortodoxo na centralidade da pessoa

de Jesus Cristo como centralidade do Evangelho.

A forma como o ecumenismo e o pluralismo religioso tem se

apresentado é hipócrita e traiçoeiro, visa evitar o evangelismo e

disseminar uma hipocrisia do “politicamente correto” religioso.

Ecumenismo Hipócrita / Traiçoeiro

Uma das primeiras abordagens da teologia das religiões está a

tentativa de achar um símbolo religioso que possa ser usado

em todas as manifestações de fé, e pasmem, a afirmação

inicial era que “Cristo” serviu somente como um símbolo para a

realidade cultural em que o cristianismo surgiu, esse símbolo

não serve mais e deve ser substituído por um outro, que

abarque todas as religiões.

Até Joseph Ratzinger, o ex Papa escreveu contra essa

tentativa de tirar Jesus do centro do evangelho (in:

http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/doc

uments/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html) ,

embora mantenha que somente pela Igreja Romana se pode

alcançar Jesus, manteve-se ortodoxo na centralidade da

pessoa de Jesus Cristo como centralidade do Evangelho.

Ecumenismo Hipócrita / Traiçoeiro

O texto provocou reações de teólogos católicos, entre

eles o principal desafeto de Ratzinger, Leonardo Boff,

que chamou Ratzinger, antes de ser Papa de “O

Exterminador do Futuro” do ecumenismo.

(ver: http://www.servicioskoinonia.org/relat/233p.htm)

Diálogo Religioso tem sido abordado de forma

hipócrita como se fosse uma necessidade de fazer um

“sincretismo” religioso. Podemos ter diálogo com todas

as religiões e relações de amizade com qualquer

pessoa de qualquer credo, sem ódio nem violência.

Isso, não significa, porém, que devamos abrir mão de

nossas convicções religiosas, negar pontos

fundamentais de nossa fé e nos impedir de

evangelizar.

Considerações Finais

A teologia protestante é fruto de séculos de discussões filosóficas,

históricas e religiosas.

O estudo teológico tem cada vez mais importância num mundo

caótico que é o nosso.

Estudar teologia protestante é perceber as várias correntes de

pensamento teológico, filosófico e religioso de modo a saber

identificar esse pensamento na manifestação igreja / sociedade.

É saber interpretar as Escrituras e explica-las de forma erudita ou

simples para a nossa geração, sem que seja necessário esvaziar o

conteúdo do Evangelho e sem que se precise negociar a Fé Cristã,

nem vende-la pela primeira “sopa teológica” que nos seja

apresentada.

O objetivo do estudo teológico aqui, na Paschoal Dantas, pelo menos

em quanto eu estiver, é fortalecer a fé Cristã de modo acadêmico e

erudito, mas sem abandonar a espiritualidade, a santidade e a

simplicidade do Evangelho do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Perguntas?

Bibliografia Utilizada / Sugerida

CPAD. História do avivamento pentecostal de Azuza Street. Rio de Janeiro:CPAD, 2006

LLOYD-JONES, Martyn. Avivamento. 2ª. Ed. São Paulo: PES, 1993

NICODEMUS, Augustus. O ateísmo cristão e outras ameaças à igreja. SãoPaulo: Mundo Cristão, 2011

NICODEMUS, Augustus. O que estão fazendo com a igreja: ascensão equeda do movimento evangélico brasileiro. São Paulo: MundoCristão, 2008

MILLER, Ed. L.; GRENS, Stanley J. Teologias contemporâneas. São Paulo:Vida Nova, 2011

LINNEMANN, Eta. Crítica histórica da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2009

CHESTERTON, G. K. Ortodoxia. São Paulo: Mundo Cristão, 2008

BROWN, Colin. Filosofia e fé cristã. São Paulo: Vida Nova, 2007

CRAIG, William Lane; MORELAND, J. P. Filosofia e cosmovisão cristã. SãoPaulo: Vida Nova, 2005

TILLICH, Paul. Teología Sistemática. Vol. I e II. Slamanca: Ediciones Sigueme,1982

Bibliografia Utilizada / Sugerida

LANDERS, John. Teologia contemporânea. Rio de Janeiro: Juerp,1986

GUNDRY, Stanley. Teologia contemporânea: uma análise dospensamentos de alguns dos principais teólogos do mundohodierno. São Paulo: Mundo Cristão, 1983

RICOUER. Paul. A hermenêutica bíblica. São Paulo: EdiçõesLoyola, 2006

KELLY, J. N. D. Patrística: origem e desenvolvimento das doutrinascentrais da fé cristã. São Paulo: Vida Nova, 1994

SILVA, Cássio Murilo Dias da. Metodologia da exegese bíblica.São Paulo: Paulinas, 2000

ARENS, Eduardo. A Bíblia sem mitos: uma introdução crítica. SãoPaulo: Paulus, 2007

CARSON, Donald A. Teologia bíblica ou sistemática?: unidade ediversidade no Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,2001