prévia edição 16 vírus planetário

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R$ 5 VÍRUS PLANETÁRIO Porque neutro nem sabonete, nem a Suíça edição nº 16 agosto TORTURA PERMANECE IMPUNE Continuamos a série de entrevistas Eleições 2012 com o candidato do PSTU à prefeitura do Rio de Janeiro Professores, funcionários e estudantes das universidades federais estão em greve há quase três meses por melhorias no ensino superior Cyro Garcia Greve na Educação Mato Grosso do Sul: Memórias da Ditadura sobre o Rio Paraguai provam que a Edição Digital reduzida. Clique aqui - www.abre.ai/16impressa para adquirir a edição impressa pela internet e receber em casa Clique aqui - www.abre.ai/16digital para comprar a edição digital completa. Clique aqui - www.va.mu/ONzW para ver os pontos de venda

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Edição 16 (agosto/2012) da revista Vírus Planetário reduzida

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Page 1: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

R$5Vírus PlanetárioPorque neutro nem sabonete, nem a Suíça

edição nº 16 agosto

TorTura permanece impune

Continuamos a série de entrevistas Eleições 2012 com o candidato do PSTU à prefeitura do Rio de Janeiro

Professores, funcionários e estudantes das universidades federais estão em greve há quase

três meses por melhorias no ensino superior

Cyro Garcia Greve na Educação

mato Grosso do Sul: Memórias da Ditadura sobre oRio Paraguai provam que a

Edição Digital reduzida.

Clique aqui - www.abre.ai/16impressa para adquirir a edição impressa pela

internet e receber em casa

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completa.

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Page 2: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Em defesa do projeto dos movimentos sociais para o petróleo, com

monopólio estatal, Petrobrás 100% pública

e investimento em energias limpas.

Participe do abaixo-assinado:www.sindipetro.org.br

Notícias da campanha:www.apn.org.br

organização:

Aê Galeera, tem pra

todo mundo! São 174

blocos de petróleo, na

terra e no mar!

vuuummmm

Ma õõÊE! Quem Quer petróleo?

NOVIDADE!Acompanhe a campanha

e outras notícias pela TV Petroleira em www.tvpetroleira.tv

...os empresários brasileiros e estrangeiros já começam a juntar a merreca pra com-

prar mais poços e ganhar muito mais dinheiro

Como esse

povo brasileiro

é trouxa...

Enquanto isso, na sala de injustiça, o ministro de minas e energia, edison lobão já está anunciando que o próximo leilão do petróleo brasileiro está próximo de acontecer...

Entretanto, algo não esperado por lobão e seus comparsas ainda pode acontecer: O povo brasilei-ro tem que se mobilizar e Exigir:

“o petróleo tem que ser nosso!”

Olha o desespero do lobão quando no-

tar que seus planos diabólicos irão por

água abaixo...

E aí??? Quer que essa história tenha um final feliz? Então, participe da campanha

Page 3: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Por Carlos D Medeiros | Veja mais em: facebook.com/Fucalivrotraço livre

Page 4: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

ExPEDiENtE:Rio de Janeiro: Aline Rochedo, Artur Romeu, Caio Amorim, Felipe Salek, Ingrid Simpson, José Roberto Medeiros, Julia Maria Ferreira, Maria Luiza Baldez, Mariana Gomes, Miguel Tiriba, Noelia Pereira, Renata Melo, Rodrigo Teixeira, Seiji Nomura e William Alexandre | Campo Grande (MS): Marina Duarte, Rafael de Abreu, Tainá Jara, Daniel Lacraia, Jones Mário e Fernanda Palheta | Brasília: Thiago Vilela, Alina Freitas, Ana Malaco, Luana Luizy, Elis Tanajura, Tais Koshino Diagramação e projeto gráfico: Caio Amorim e Mariana Gomes ilustrações: Rio de Janeiro: Carlos Latuff e

Carlos D. Medeiros Santa Maria - RS: Rafael Balbueno (revistaovies.com)

Revisão: Bruna Barlach Colaborações: Rodrigo Mariano

Conselho Editorial: Adriana Facina, Ana Enne, André Guimarães, Carlos Latuff, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, João Tancredo, Larissa Dahmer, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Michael Löwy,

Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo Munteal, Paulo Passarinho, Tarcisio Carvalho, e Virginia Fontes

Luzia Cardoso: Parabenizo a Revista pela excelência do conteúdo e por compartilhar com a percepção de não neutralidade, seja nas artes, nas ciências, na política e na vida cotidiana.

Cátia Sousa: Matérias instigantes e de relevância. Adorei a edição de junho! Vocês estão de parabéns!

Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principalmente o nome. Então, fazemos essa explica-ção maçante, mas necessária para os virgens de Vírus Planetário:

Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é nosso lema. Em nosso primeiro editorial, anun-ciamos nosso estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcialidade, afinal “Neutro nem sabone-te, nem a Suíça.” Somos, sim, parciais, com orgulho de darmos visibilidade a pessoas excluídas, de batalharmos contra as mais diversas formas de opressão. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível gozamos com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor é

Afinal, o que é a Vírus Planetário?

Curta nossa página! facebook.com/virusplanetario

A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação e Editora com sede no Rio de Janeiro#Tiragem: 2.500 exemplares

#Impressão: Print Express

www.virusplanetario.com.br

Anuncie na Vírus: [email protected]

Siga-nos: twitter.com/virusplanetario

ComuniCação e editora

necessário para enfrentarmos com alegria as mais árdu-as batalhas do cotidiano.

O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem o nome da revista, que faz a provocação de que mesmo a humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acreditamos que com mobilização social, uma sociedade em que haja felicidade para todos e todas é possível.

Recentemente, inauguramos um Conselho Edito-rial (nomes ao lado) com integrantes de movimentos sociais e intelectuais que referendam e apoiam a revista. Em breve, ampliaremos os participantes do Conselho.

Correio

>Envie colaborações (textos, desenhos, fotos), críticas, dúvidas, sugestões, opiniões gerais e sobre nossas reportagens para [email protected]

Queremos sua participação!

Viral

Page 5: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Editorial“Num tempo página infeliz da nossa história, passa-

gem desbotada na memória das nossas novas gerações”(Vai Passar – Chico Buarque)

Em Corumbá, coração do pantanal sul-mato-grossense, mais um episó-dio triste que rememora o período da ditadura militar brasileira, o Navio-Prisão. Uma história entre tantas outras não reveladas que nos atenta para a importância da Comissão da Verdade. A nossa memória precisa se tornar conhecida para que episódios como este não se repitam. Enquanto hoje desfrutamos das conquistas sociais, não podemos esquecer os que lutaram , sofreram e morreram pela tão sonhada democracia. É preciso fazê-los presente através da lembrança, desta memória que tantos re-negam.

O passado deve ser compreendido para que sigamos um futuro cons-ciente do que almejamos. E somente por meio do conhecimento dos fatos reais de nossa história é possível de fazê-lo.

Falando em consciência, trazemos nesta edição mais uma entrevista sobre as eleições municipais. Desta vez com o candidato a prefeito do Rio de Janeiro, pelo PSTU, Cyro Garcia. A dois meses das eleições é preciso um olhar mais profundo das propostas apresentadas. E a Ví-rus continua objetivando dar espaço àqueles que não o tem na mídia grande.

“Greve geral, em toda Federal”

As universidades federais estão paradas desde o dia 17 de maio. A mídia grande pouco fala sobre o assunto. O que os grevistas realmen-te querem? Conversamos com professores, servidores e alunos. E a resposta é uma só: Melhorias na educação.

O Canecão, tradicional casa de shows na Zona Sul do Rio de Ja-neiro que sempre pertenceu à UFRJ e finalmente saiu das mãos da iniciativa privada, já estava há mais de um ano desativado fruto da disputa entre reitoria que tem planos de devolvê-lo a empresários, e a comunidade acadêmica que quer o canecão como um espaço cultural público e democrático. Cansados de esperar, estudantes da Comissão de Greve da UFRJ estão desde 22 de julho ocupando o Canecão como parte dos protestos da greve. O Canecão Ocupado já recebeu diversas atividades artísticas como shows, provando que a cultura deve ser gratuita e a serviço do povo.

Quem é Mahmoud Ahmadinejad?

Para entender aquilo que nos é estranho e distante é preciso tirar o preconceito e a crítica dos olhos e apenas observar com atenção. Nós fomos à coletiva de imprensa com o presidente do Irã. E trazemos nessa edição uma matéria limpa, sem grandes ad-jetivos criados para referenciar um dos homens mais temidos do ocidente. Ahmadinejad falou do Holocausto, da bomba atômica, e ainda da sua posição perante a mídia internacional.

Golpe no Paraguai

Ainda nesta edição um alerta importante para toda América Latina: O Golpe no Paraguai. O presidente paraguaio, Fernan-do Lugo foi destituído a 14 meses de encerrar seu mandato e em seu lugar assumiu o vice conservador, Federico Franco. Levantamos questões para que pensemos no posicionamento do Brasil diante do ocorrido: O que podemos fazer enquanto latino-americanos? Será uma tendência?

Boa leitura!

6 Ana Enne_Tocando em um

ponto sensível_Adoção

7 Internacional_A democracia

tardia sob um olhar egípcio

10 Bula Cultural_Beirut

12 Bula Cultural_A música que une

gerações

14 O Sensacional Repórter

Sensacionalista

15 Internacional_No Paraguai, golpe

virou impeachment

18 Internacional_Ahmadinejad

20 Educação_”Greve geral, em toda

federal!”

24 Eleições 2012_Entrevista_Cyro

Garcia

28 Mato Grosso do Sul_Navio Prisão

32 Entrevista Inclusiva_Cia Triângulo

Rosa

35 Varal Artístico

Sumário (da edição completa)

Edição Digital reduzida.

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completa.

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Page 6: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Ana Enne é professora do departamento de Estudos Culturais e

Mídia da Universidade Federal Fluminense

(UFF), jornalista formada pela PUC-Rio e doutora em Antropologia pelo

Museu Nacional (UFRJ).

AnA EnnE

Tocando em um ponto sensível

Adoção. Eis um tema delicado. Por tudo o que envolve emocionalmente, tanto para aqueles que adotam, quan-to para os que são adotados, mas também para aqueles que, profissio-nalmente, lidam com o intenso e pro-blemático processo legal e psicológico que envolve os casos de adoção.

Por que escolhi, então, falar sobre essa temática? Tenho tido, recente-mente, interações com pessoas que adotaram ou estão em processo de adoção. Em geral, as falas apontam para a excessiva burocracia que cerca o ato de adotar, por vezes se arras-tando por anos, o que faz com que as pessoas aguardem longamente “na fila” ou acabem adotando “por fora”, ou seja, através de processos informais, não mediados pelo Estado, o que por si só já cria dilemas éticos dos mais diversos, que não me cabe desenvol-

ver aqui, pela complexidade do tema e pelos limites de espaço.

No entanto, isso gerou, em mim, uma pergunta angustiante: por que o Estado não acelera a burocracia nestes casos, quando sabemos que existem tantas crianças em busca de famílias que as acolham? Mas acabei tendo a oportunidade de conversar com uma assistente social que trabalha no cam-po da adoção. E, como sempre quando nos dispusemos a ouvir os múltiplos lados, ela me apresentou um outro e preocupante ponto de vista: a longa espera seria menos culpa da burocracia (embora essa também exista) e mais da expectativa da maior parte dos can-didatos à adoção, que preferem bebês de poucos meses, brancos, sem doen-ças e sem vínculos familiares. Segundo

a assistente social, há uma defasagem entre as crianças que em geral estão aptas para a adoção (a maior parte das vezes são crianças negras, de mais idade, com problemas dos mais diver-sos tipos, incluindo vínculos familiares mal resolvidos e uma primeira infância sem tratamentos múltiplos) e o perfil que a maior parte das famílias deseja. Isso acaba gerando um duplo descom-passo e uma dupla fila de espera: dos que pretendem adotar e daqueles que precisam ser adotados.

Ou seja, existe um pouco dito acer-ca dos processos de adoção que es-barra em uma série de construções de imaginário coletivo e que resvala nos preconceitos e expectativas da classe média, principal candidata nos proces-sos de adoção. Ao mesmo tempo, es-tamos diante de um Estado burocráti-co, que também acaba fazendo menos do que deveria para ajudar na descons-trução desse imaginário que alimenta uma “fila” que sua lógica burocrata termina por consolidar. No meio disso, muitas crianças que precisam de ajuda e apoio. Acho que precisamos pensar sobre isso, de uma forma menos su-perficial. Pelo que pude perceber des-sa pequena imersão neste complexo mundo que envolve os processos de adoção, há um esforço legítimo de cul-pabilização do outro (famílias culpam o Estado pela sua lentidão; o Estado culpa as famílias por sua demanda ex-cludente) que acaba não tocando no ponto central: como desmontar esse imaginário que seleciona, exclui, discri-mina e acaba criando frustração de todos os lados?

“ A maior parte dos candidatos à

adoção prefere bebês brancos, sem doenças

e sem vínculos familiares”

As “filas de espera” para adoção e a formação de imaginários excludentes

Foto

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Vírus planetário - aGoSTo 20126

Page 7: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

A democracia tardia sob um olhar

egípcio Ibrahim Saker conta como, após a revolução, o Egito vive a crise de um país desestruturado pela corrupção

Por ingrid Simpson e Maria Luiza Baldez

Foto: Reprodução

internacional

No dia 25 de janeiro de 2011, o Egito começou a viver um momento revo-lucionário em sua história. Inspirado nos protestos que tomaram parte na Tunísia, os quais colocaram fim na ditadura lá existente, iniciou-se uma revolução. Na cidade do Cairo, capital do país, a população se reunia na Praça Tahrir, em prol de um único objetivo: protestar pela democracia.

A massa revolucionária ansiava por ser ouvida sem opressão, ques-tionando o autoritarismo do exército e do governo, os baixos salários e o desemprego. E, para tal, era impera-tivo que se acabasse com a ditadura de Hosni Mubarak, já há 30 anos no poder.

A Vírus Planetário teve um bate-papo com o egípcio Ibrahim Saker,

que contou sobre as suas vivências e pensamentos diante deste momento pelo qual está passando o seu país. Um momento em que a população quis reivindicar seus direitos.

Ibrahim conta que as experiências foram violentas. Certa vez, para im-pedir que as pessoas chegassem à

O processo revolucionário

Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa

Page 8: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

“Greve geral,

Servidores, professores e estudantes do funcionalismo público federal de

todo o país estão em greve há quase 3 meses por melhorias na educação.

em toda federal !”

Foto: William Sousa

educação

Page 9: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Uma série de atividades tem sido organizadas pelos grevistas nas últimas semanas, culminando, no último dia 18 de julho, com a grande Marcha Nacional à Brasília, realizada em cidades de todo o país.

Vladimir Lunes, professor de medicina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ressalta que a luta é contra a precarização do ensino público: “É importante a contribuição de todos. O avanço dos Movimentos sociais está de volta aqui na UFPB, estamos bem articulados e sabemos que a luta é pela melhoria da edu-cação, pela não privatização dos hospitais universitários, entre outros motivos que o governo tenta mascarar junto com a mídia”.

Em João Pessoa, na UFPB, o ato foi incluído na programação do Encontro Nacional dos Estudantes de Serviço Social (ENESS). Duas mil pessoas, entre docentes, alunos e técnicos-servidores pararam o trânsito da Avenida Epitácio Pessoa, no centro da ci-dade.

A greve nacional começou em 17 de maio e hoje atinge todas as instituições, exceto a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Itajubá (Unifei). As reivin-dicações são simples, sendo o ponto central a reestruturação da carreira docente, prevista no Acordo 04/2011 - descumprido pelo governo federal.

No dia 13 de julho o governo apresentou ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES/SN) uma proposta de reestruturação da carreira, mas as principais reivindicações teriam sido postas de lado – o próprio aumento de salário não acompanhava a inflação, tendo possibilidade, para algumas categorias, de haver redução salarial até 2015.

Por Alina Freitas, thiago Vilela e Seiji Nomura

Reivindicações

Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa

Page 10: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Por Aline Rochedo e Caio Amorim

Foto

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Am

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CyroGarcia

“ Nós vamos mostrar para a cidade que

existe uma maneira diferente de se fazer

política.”

Continuando a série de entrevistas de candidatos nesta eleição de 2012 iniciada com o candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Marce-lo Freixo, pelo PSOL, entrevistamos o candidato do Partido Socia-lista dos Trabalhadores Unificado - PSTU, Cyro Garcia. Cyro foi bancário, dirigente do sindicato da categoria e tem uma história que se confunde com a história do sindicalismo carioca e brasi-leiro. Fundador do PT e da CUT, e depois dos respectivos rachas, do PSTU e da CSP-Conlutas, Cyro chegou a ser deputado federal entre 1993, assumindo como suplente a vaga de Jamil Haddad durante dez meses, “uma experiência rica para comprovar in loco como os parlamentares representam as elites, apesar de ser possí-vel algumas ações importantes”.

Nascido no interior de Minas Gerais, na cidade de Manhumirim, em 26 de outubro de 1954, mas criado no subúrbio carioca, o hoje historiador e professor detalha suas opiniões sobre a política na cidade e seu programa de campanha e de governo.

Fique ligado, nas próximas edições, serão entrevistados os candidatos a prefeito de São Paulo.

Como você começou sua militância? Comecei na década de 70, em plena ditadura mi-

litar, no ano em que eu entrei na universidade. Eu sou bacharel em direito pela UFRJ e lá eu conhe-ci o Hélio Fernandes Filho, ele me convidou para uma reunião. Depois nós formamos um grupo de teatro, que era o TRALD (Teatro de Resistência dos Alunos de Direito). Junto com isso participei da reabertura do CACO (Centro Acadêmico Cândido de Oliveira – Direito UFRJ), ele estava fechado des-de 1968 por conta do AI-5. Entrei para o Banco do Brasil em 1976 e conheci a Frente de Oposição Sin-dical Bancária, que era uma organização clandes-tina que fazia oposição à junta interventora que estava no sindicato a mando da ditadura militar. Participei dos debates da construção e da funda-ção do PT como parte da Convergência Socialista. Fiquei no PT até 1992, quando a nossa corrente foi expulsa por decidir apoiar o “Fora Collor”. Em 1994 criamos o PSTU. Participei da fundação da CUT também, fui vice-presidente do Sindicato dos Bancários de 1983 a 1985 e presidente de 1988 até 1991. Após anos de problemas com a CUT resolve-mos tentar resgatar a autonomia e a independên-cia do movimento sindical através da criação de uma nova Central, a CSP-Conlutas, da qual sou di-rigente. Isso porque a CUT, por exemplo, só estava servindo para atender aos interesses dos patrões e do governo. Ela está mais empenhada em corrobo-rar a política econômica do governo do que lutar pelas reivindicações dos trabalhadores, lamenta-velmente. Nossa Central reivindica a autonomia e a independência, além de muitas outras lutas.

Em 1996, foi minha primeira candidatura a pre-feito, já pelo PSTU. Em 2006, fizemos uma coligaç

ELEiçõES 2012

Confira a entrevista na

edição completa digital ou impressa

Vírus planetário - aGoSTo 201210

Page 11: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

O período mais conturbado da his-tória recente do Brasil foi o do regime militar. De 1964, com o golpe, a 1985, com a abertura política, o país viveu nas sombras da falta de democracia com diversas formas de repressão realizadas pelo então grupo domi-nante, os militares. Em regiões afas-tadas dos grandes centros do país a ditadura passou despercebida aos olhos da maioria da população, com ajuda do aparelhamento dos meios de comunicação por parte do gover-no. Não foi diferente em Mato Gros-so, que em 1979, em meio ao Regime Militar, foi dividido, dando origem ao estado de Mato Grosso do Sul.

Corumbá, cidade interiorana, lo-calizada no coração do pantanal sul-matogrossense, contava, nesta época, com uma população de cerca de 100 mil habitantes. Às margens do

Rio Paraguai, centro político-econô-mico em Mato Grosso e região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia a cidade tinha grande in-fluência nas ideias políticas do local, no qual predominavam as ideologias trabalhistas e de esquerda entre os mais diversos setores da sociedade.

O predomínio dessas ideias políti-cas durante o período da ditadura mi-litar não era visto com bons olhos. O

estado de Mato Grosso contava com um dos generais do comando central do golpe, o General Syzeno Sarmen-to, que já havia sido, inclusive, cotado para substituir Costa e Silva em 1969. Ou seja, um dos principais golpistas estava no Mato Grosso. Sarmento foi um dos principais mandantes das prisões ilegais que ocorreram pelo es-tado, e dentre esses casos, um dos mais conhecidos é do “Navio Prisão”.

A tortura realizada pela ditadura militar sobre o Rio Paraguai permanece

impune

mato grosso do sul

Por Marina Duarte, tainá Jara e Jones Mário

Navio Prisão

“ A embarcação, que pertencia a empresa estatal de Serviço de Navegação da Bacia do

Prata, ficava ancorada no meio do rio Paraguai, longe das margens”

Confira a reportagem na edição completa digital ou

impressa

Vírus planetário - aGoSTo 2012 11

Page 12: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Como esquecer o polêmico posicionamento homofóbico do deputado federal Jair Bolsonaro, em programa humorístico de rede nacional? Ou o pronunciamento emblemático, da deputada estadual Myrian Rios, exibido pelo canal de televisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro? Foram esses casos absurdos, reflexo de uma representatividade caduca no poder legislativo, que impulsionaram o surgimento da Cia Revolucionária Triângulo Rosa.

Em um cenário em que as redes sociais também se tornam uma ferramenta de auto-organização de grupos, os integrantes começaram a se encontrar. Uns já se conheciam e outros também indignados se apropriaram da identidade de uma luta comum. O grupo, que tem pouco tempo de criação, já demonstra atuação expressiva no plano de luta do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros).

Seminários de formação política; ações dire-tas; crítica ao capitalismo rosa; enfrenta-mento aos discursos homofóbico e transfóbico, sobretudo de lide-ranças fundamentalistas evangélicas, atuantes do poder legislati-vo; fazem parte

ENTrEviSTA INCluSivA:

Luth Laporta, Marcelo Galo e Eduardo D’Albergaria Foto: thiago Vilela

Companhia Revolucionária

Triângulo rosa

da batalha cotidiana desse grupo heterogê-

neo, formado por cerca de 500 apoiadores.

Eduardo D’Albergaria (Duda), Luth Laporta e Marcelo Galo, militantes da Cia

entendem que o momento é de necessidade de luta política dos movimentos sociais: de articulação, diálogo

e confronto. Inconformados com pequenas conquistas no STF e STJ e com os reforços de estereótipos de personagens gays

em novelas globais, os integrantes acreditam que os indivíduos preci-sam se movimentar e fazer política.

Confira a entrevista na edição completa digital ou impressa

Page 13: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Em CenaFormam dueto dois viventes desvalidos

Por entre becos, cruzamentos, precipícios.Negada a origem, vão-se os passos percorridos.

Após a queda, ao frio e à fome, os artifícios.

Não temem nuvens, trovoadas, nem o breu. Noites ao relento nos cantos da cidade.

Não há mais brilho ao olhar que enlouqueceuEmparedado ao roubarem-lhe a idade.

Se, por acaso, as feridas vêm à tona, Se agonizam os dois seres lá no chão,

Vemos campanhas que apelam ao coração.

Surgem padrinhos, pois a cena emociona.E ganha teto, companhia e proteção...

Não o humano mas o seu amigo, o cão.

Luzia M. Cardoso

*Quer expor aqui? Envie seu trabalho para

[email protected]

varal artístico

Por

Edu

ard

o M

arin

ho

Page 14: Prévia Edição 16 Vírus Planetário

Quem não respeita a

educação pública, não merece seu

voto!!

www.seperj.org.br

35 anos

Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro

Nessas eleições, não vote em candidatos que querem destruir a educação pública. A educação tem que ser 100% pública, gratuita e de qualidade. Por isso, exigimos:

_O fim das avaliações e gratificações baseadas na meritocracia_O não fechamento de escolas_Manutenção dos Triênios dos servidores_Planos de Carreira unificados_Concurso Público para contratação de professores e funcionários

_Piso salarial de 5 salários mínimos para os professores e 3,5 salários mínimos para os funcionários_Eleições diretas para diretores de escolas