prévia edição 14 vírus planetário
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Edição 14 (maio/2012) da revista Vírus Planetário reduzidaTRANSCRIPT
A pesquisadora fala sobre o desafio de ser
intelectual e miliante e sobre seu novo livro
Quais são as consequências da guerra às drogas e por que a descriminalização deve estar em pauta
ENTREVISTA INCLUSIVA com
Adriana Facina
R$5VÍRUS PLANETÁRIOPorque neutro nem sabonete, nem a Suíça
edição nº 14 maio
Como vai a ilha socialista em 2012?
Cuba
Resistência Quilombola - A repressão ao samba e a luta do Quilombo Sacopã por seus direitos
DROGASLegalizandoo debate
Edição Digital reduzida.
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EXPEDIENTE:Rio de Janeiro: Artur Romeu, Caio Amorim, Felipe Salek, Fernanda Freire, José Roberto Medeiros, Júlia Bertolini, Maira Moreira, Maria Luiza Baldez, Mariana Gomes, Renata Melo, Rodrigo Teixeira e Seiji Nomura | Campo Grande (MS): Marina Duarte, Rafael de Abreu, Tainá Jara, Daniel Lacraia, Jones Mário, Fernanda Palheta, Everson Tavares | Brasília: Thiago Vilela, Alina Freitas, Ana Malaco, Luana Luizy, Elis Tanajura, Tais Koshino Diagramação e projeto gráfico: Caio Amorim e Mariana Gomes Ilustrações: Rio de Janeiro: Carlos Latuff e Francis Carnaúba; Vila Velha-ES: Laíssa Gamaro e Leonardo Almenara (estudiocosmonauta.
com.br); Brasília-DF: Tais Koshino (capa) Revisão: Bruna Barlach e Luma Marques Colaborações: Rafael Puetter (rafucko.com), Lobo Batuta (lobobatuta.com), Carmem Xantre (Casa da América Latina),Lidiane
Lobo e Rosilene Almeida
Conselho Editorial: Adriana Facina, Ana Enne, André Guimarães, Carlos Latuff, Dênis de Moraes, Eduardo Sá, Gizele Martins, Gustavo Barreto, João Tancredo, Larissa Dahmer, MC Leonardo, Marcelo Yuka, Marcos Alvito, Michael Löwy, Miguel Baldez, Orlando Zaccone, Oswaldo
Munteal, Paulo Passarinho, Tarcisio Carvalho, e Virginia Fontes
Muitos não entendem o que é a Vírus Planetário, principalmente o nome. Então, fazemos essa explicação maçante, mas necessária para os virgens de Vírus Planetário:
Jornalismo pela diferença, não pela desigualdade. Esse é nosso lema. Em nosso primeiro editorial, anunciamos nosso estilo; usar primeira pessoa do singular, assumir nossa parcialidade, afinal “Neutro nem sabonete, nem a Suíça.” Somos, sim, parciais, com orgulho de darmos visibilidade a pessoas excluídas, de batalharmos contra as mais diver-sas formas de opressão. Rimos de nossa própria desgraça e sempre que possível gozamos com a cara de alguns algozes do povo. O bom humor é necessário para enfrentarmos com alegria as mais árduas batalhas do cotidiano.
O homem é o vírus do homem e do planeta. Daí, vem o nome da revis-ta, que faz a provocação de que mesmo a humanidade destruindo a Terra e sua própria espécie, acreditamos que com mobilização social, uma sociedade em que haja felicidade para todos e todas é possível.
Recentemente, inauguramos um Conselho Editorial (nomes ao lado) com integrantes de movimentos sociais e intelectuais que referendam e apoiam a revista. Em breve, ampliaremos os participantes do Conselho.
APRENDEM
Afinal, o que é a Vírus Planetário?
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A Revista Vírus Planetário - ISSN 2236-7969 é uma publicação da Malungo Comunicação e Editora com sede no Rio de Janeiro#Tiragem: 3 mil exemplares
#Impressão:
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COMUNICAÇÃO E EDITORA
Por Laissa Gamaro
Por Laissa Gamaro
Correio Viral:Maria Tabosa: Feliz por ter conhecido a Virus. A Vírus faz
meus dias mais iluminados: de idéias, de sentimentos, até de amor à vida.
Ana da Costa: Quero agradecer ao comprometimento de vocês com os leitores. Edições adicionais como um pedido de desculpas não é tão simbólico, qualquer editora faz, mas um bilhete pessoal e escrito à mão é o diferencial e mostra a importância do leitor para a revista. Obrigada!
Luiz Phillip Luca Chaves: Excelente jornalismo.
Paulo Oliveira: Obrigado. Vocês fornecem (mesmo sem saber [ou não ] ) jornalismo de melhor qualidade que a grande maioria dos jornais que eu conheço. Abordam de maneira imparcial e de forma crítica, analítica.
NOSSA RESPOSTA: Na verdade, abordamos de maneira Parcial! Com muito orgulho de termos lado, de escolhermos lutar pelo fim das desigualdades. Para nós, não existe comunicação imparcial, pois é feita por pessoas, e quem se diz imparcial, está mentindo. Como diz nosso slogan: “Porque neutro nem sabonete, nem a Suíça” Muito obrigado, Paulo!
EditorialQuem sabe faz a hora, não espera acontecer.Nesta edição, colocamos alguns tabus em cima da mesa! Já passou
da hora de discutirmos certos assuntos. Num período em que alguns poucos direitos começam a ser conquistados, como a legalização do aborto no caso de fetos anencéfalos, vemos aumentar casos de ma-chismo e homofobia.
Basta! Precisamos discutir as questões que todos conhecem, mas a mídia grande prefere ignorar, omitir ou desinformar. Começaremos o debate sobre a descriminalização das drogas no Brasil. A verdade é que, hoje, todas as classes sociais usam os mais diversos tipos de drogas – lícitas ou não. Isso todo mundo já sabe. Mas há um lado perverso desta questão que ninguém fala: se o uso é geral, a repressão é segmentada, sendo direcionada às camadas mais pobres da sociedade.
Recebemos também um relato em primeira mão da XIX Brigada Sul-Americana de Solidariedade a Cuba. Nela, pessoas de diferentes países sul-americanos têm a oportunidade de conhecer o país socialista. A aventura é impressionante e revela o quanto estamos desinformados. Continuaremos trazendo relatos de países pelo mundo afora.
E na primeira de uma série de cidades, nossos Passatempos Virais apresentam o transporte coletivo do Rio de Janeiro, onde o usuário pode escolher entre sofrer um assalto nas barcas (e não é culpa da vio-lência, é do preço mesmo!), ser esmagado dentro do metrô ou desfrutar de um tranquilo engarrafamento em um calorento ônibus. Em dúvida sobre qual escolher?
Um novo horizonteO que não nos falta são discussões, denúncias e ideias. Mas para
darmos conta de tudo isso, precisaremos da participação cada vez mais intensa de vocês, nossos leitores. Por isso, agradecemos a sua compre-ensão em relação ao aumento do preço da revista impressa para R$5. Ressaltamos que agora contamos com um escritório de redação, pelo qual pagamos aluguel e, com o crescimento da qualidade de impressão, quantidade e distribuição da revista, também aumentam os gastos.
Além disso, nos firmamos cada vez mais como membros da linha de frente no quesito democratização da comunicação. Estamos crescendo nas redes sociais (passamos a Veja Rio em número de fãs no facebook!) e, hoje, nossas atualizações nas redes sociais são vistas por mais de um milhão de pessoas por semana. No entanto, isso não se converte, necessariamente, em recursos financeiros para a revista. Continuamos sem remuneração, mas esperamos contar com mais ousadia e vontade política para democratizar a comunicação por parte das entidades sin-dicais, organizações e movimentos sociais.
Falamos para muitos. A esquerda precisa entender esse espaço e, perceber de vez, que seu lugar é aqui, e não nas mídias tradicionais. A um passo de conquistar nossa profissionalização concreta precisamos de mais e mais parceiros! A democratização da comunicação deve ser uma bandeira da esquerda como um todo. Um novo horizonte se coloca e estamos mais do que preparados para ele! Vamos juntos?
Sumário (da edição completa)
4 Niterói_Morro do Bumba: dois anos de luto
e luta
6 Passatempos Virais_Ligue os pontos
7 Uma nota latinoamericana
8 Bula Cultural_Manguinhos e o Ecomuseu
10 Bula Cultural
11 Mato Grosso do Sul_Relatos do Tribunal
Popular da Terra
14 Drogas_Legalizando o debate
18 Sensacional Repórter Sensacionalista
19 Sórdidos Detalhes
20 Choque de silêncio ao Quilombo Sacopã
24 Passatempos Virais_Jogo da Vida-transportes
26 Entrevista Inclusiva_Adriana Facina
30 Para quem vale a Vale?
32 (Re)conhecendo Cuba_Uma viagem à ilha
socialista em 2012
>Envie colaborações (textos, desenhos, fotos), críticas, dúvidas, sugestões, opiniões gerais e sobre nossas reportagens para [email protected] Queremos sua participação!
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niterói
Encontrar com o Morro do Bumba pouco mais de dois anos após os de-sabamentos de 2010 dá, ao mesmo tempo, esperança e tristeza. Dentro do possível, a vida continua na fa-vela, as crianças e os adultos jogam futebol aos domingos, enquanto ou-tros preferem pescar pelas redonde-zas. Conversando com os moradores, porém, logo são lembradas pessoas que morreram no desastre das chu-vas e do descaso, que fez mais de 50 vítimas só ali, além de ter deixado centenas sem moradia.
“Dois anos depois, o prefeito não fez nada. Os apartamentos, que de-veriam ter sido entregues para nós em seis meses, não recebemos até hoje, por exemplo”, afirma o presi-dente da Associação de Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Carlos Ferreira de Souza, que também per-deu sua casa no acidente. Esta orga-
nização é uma das várias criadas por conta dos desabamentos.
Foi considerado um dos fatores determinantes para a ocorrência do desastre o fato de que várias casas foram construídas em cima de um
aterro sanitário. Ao contrário da im-pressão que várias reportagens da época dos desabamentos passaram, esta parte do Bumba não passava de 1/5 do morro. Infelizmente, era a área onde Francisco e muitos outros moravam. “Várias pessoas sabiam
que lá era aterro sanitário, mas é preciso explicar como era. Por cima do lixo, era colocada uma camada de pó químico, terra e concreto”, expli-ca. “Já moravam pessoas no morro antes da instalação do aterro sani-tário, que ficava em São Lourenço. A
transferência foi feita com força po-licial porque os moradores da região não queriam que fosse levado para lá”, recorda. A esposa de Francisco, Eliane de Souza, estava presente em um pronunciamento do então pre-feito Jorge Roberto Silveira (que hoje
Foto: Samuel Tosta / APN-Sindipetro-RJ
Dois anos depois da tragédia ocorrida pela chuva e descaso do poder público de Niterói, moradores de
favelas atingidas continuam desabrigados
Morro do Bumba:Dois anos de luto e luta
Por Seiji Nomura
“Grande parte das famílias afetadas pelas chuvas não recebeu aluguel social até hoje”
Vírus Planetário - ABRIL 20124
está em novo mandato) sobre o tema. “Ele disse que poderíamos construir sobre essa área e deu até título de posse”, lembra a mo-radora. “Vários outros governantes fizeram melhorias também davam aval pra que ficássemos lá. Rece-bemos caixa d’água, asfalto e até um campo de futebol”, comenta Francisco de Souza.
Ele lembra que desde o começo da ocupação das favelas, no co-meço do século XX, com a ocu-pação da favela da Providência, a história do Rio de Janeiro é marca-da pelo descaso com a habitação popular. “Com a demolição de cor-tiços, muitos se encontraram sem ter onde morar. O Estado deve-ria ter construído habitação para eles”, opina.
Em uma visita ao Bumba, nota-se como a organização das casas e do espaço é bem diferente das construções propostas pelo gover-no e das que têm sido realizadas como política urbana na maioria do Estado, que parece ter como referência a classe média. Por exemplo: no Bumba, boa parte das pessoas conta com quintal, o que permite que algumas criem animais como galinhas, cabras e pelo menos um cavalo; as casas são maiores do que os aparta-mentos com dois quartos que o governo está construindo, pois as famílias costumam ser maiores do que as de classe média (não só pelo número de filhos, mas tam-bém porque, frequentemente, incluem outros parentes e filhos de outros relacionamentos). É de praxe que as pessoas no Bumba andem pelas ruas do morro des-preocupadas, pois não têm que seguir o mantra “olhe duas vezes antes de atravessar a rua” — pri-meiro porque quase não passam carros e motos, segundo porque rua não parece ser lugar que só se atravessa, mas também em que se para e conversa.
Falando sobre esse assunto, Francisco de Souza conta o que acha-va das remoções. “Não sou a favor da remoção das favelas, mas sim de realocar as pessoas. O que se remove é objeto. Acho que se deve realocar para casas melhores, com infraestrutura, mas perto do local de origem para não perder o vínculo”, explica. “E, claro, dando laudo definitivo de que não está em risco, não tem porque sair”.
O ativista também criticou a política de aluguel social do governo. “Um dos problemas é que grande parte das famílias afetadas pelas chuvas não recebeu aluguel social até hoje — só no Bumba são 20, mas em Niterói são centenas. Mas mesmo quem recebe não está tão bem. No dia seguinte ao anúncio de que seria dado o aluguel social, os preços subiram muito, cerca de 50%”, afirma: “Na verdade, existe uma lei municipal que afirma que o Estado é responsável por pagar o aluguel e arranjar as casas e não esse “se vira” que foi o aluguel social”.
Outro problema teria sido a condição dos abrigos, onde até hoje moram centenas de famílias. “Eram dois: o 4º Grupo de Companhias de Administração Militar (4º GCAM) e o 3º Batalhão de Infantaria do Exército (3º BI). Em 2011, as pessoas foram retiradas à força do GCAM, apesar de termos resistido três vezes, mas na última trouxeram o BOPE e como havia crianças no abrigo, decidimos não continuar lá”, explica. “Juntaram todo mundo no BI, onde as condições são muito piores. Entra água da chuva nos pavilhões, vaza esgoto. Só há um banheiro para todas as pessoas que, inclusive, encontra-se em uma condição precária”, denuncia.
Foto: Elias Francioni
“ Deve-se realocar as pessoas para casas melhores, mas perto do local de origem,
para não perder o vínculo”
Francisco de Souza em audiência sobre a situação dos desabrigados
Vírus Planetário - ABRIL 2012 5
Bula cultural algumas recomendações médico-artísticas
Contraindicações
Bar BukoswkiLocalizado em Botafogo, o Bar Buko-wski, que já foi sinônimo de um espaço alternativo no Rio de Janeiro, piora sua concepção a cada dia. Entrada muito cara (R$35,00), péssimo serviço e “se-guranças” que se valem da premissa de serem Policiais Militares para exer-cerem sua “autoridade” no estabeleci-mento. Ilegal e imoral.
IndicaçõesDocumentário “As muitas faces de uma cidade” - Danilo Georges, Eliseu Pirocelli e
Vinicius Santos
O documentário descreve brilhantemen-
te as contradições de uma cidade como Foz
do Iguaçu, bela, que irradia energia para
todo o país, e é, ao mesmo tempo, a cidade
onde mais morrem jovens. Nessas muitas
faces das tão variadas cidades, encontra-
mos jovens que arrumam seu trampo, que
se divertem e que reinventam a vida.
Exposição “Manguinhos: Território em Transe”
A exposição conta, através de fotografias,
mapas e textos, a história da ocupação de
Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro e
as lutas políticas ocorridas durante os últi-
mos cinco séculos. A mostra itinerante co-
meça seu percurso nos dias 23, 24 e 25 de
maio no campus da Fiocruz. De lá, seguirá
para Manguinhos, favela onde se situa a ins-
tituição. “A gente reforçou muito a relação de Manguinhos com a cidade
do Rio. O nosso trabalho foi de provocar aqueles que são os verdadeiros
protagonistas da história do território”, afirma Daniel Pinha, historiador
e pesquisador do projeto. O trabalho é realizado pela Unidade Ativista
Defensora do Meio Ambiente (Uadema) e conta com convênio da Coorde-
nadoria de Cooperação Social da Presidência da Fiocruz.
Mais informações: [email protected] / territorioe-
[email protected] / Tels.: (021) 3181.7900 e (021) 81675266
Livro “Occupy” - David Harvey, Slavoj Žižek, Tariq Ali et al. - Editora Boitempo
Com o princípio de não arrecadar recursos para editores e autores, o
livro faz um mosaico dos diversos movimentos de
ocupação que ocorreram no mundo em 2011.
Tariq Ali, em seu texto presente na coletânea,
afirma que saber contra quem se luta é um im-
portante começo. Por outro lado, Slavoj Zizek é
bem categórico ao defender que é preciso saber o
que se quer. Os trabalhadores, de acordo com ele,
sempre tem a resposta, o problema é não saber a
pergunta. O movimento Occupy abre novos hori-
zontes para perguntas estruturais da sociedade
capitalista atual. Fique ligado! Sortearemos este
livro nas próximas semanas. Para concorrer, basta
curtir nossa página: facebook.com/virusplanetario ingerir em caso de marasmo ingerir em caso de repetição cultural
ingerir em caso de alienação
POSOLOGIA
manter fora do alcance das crianças nocivo, ingerir apenas com acompanhamento médico
extremamente nocivo, não ingerir nem com prescrição médica
Vírus Planetário - ABRIL 20126
Amanhã vai ser outro dia:
Relatos do Tribunal Popular da Terra de Mato Grosso do Sul
Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa
mato grosso do sul
Por Tainá Jara e Rafael de Abreu
“A universidade deve ser flexível, pintar-se de negro, de mulato, de operário, de camponês, [de índio] ou ficar sem portas, e o povo a arrebentará e pintará a Univer-
sidade com as cores que melhor lhe pareça.”Ernesto Che Guevara
Amanheceu diferente a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no dia 30 de março de 2012. Despertavam do alojamento os índios, quilombolas e camponeses junto com estudantes e militantes de organizações ligadas à terra. Levantavam-se para mais uma batalha na luta por seus direitos em um território nunca ocupado por eles, à universidade.
Os índios, com seus cocares de penas coloridas e o vermelho de suas peles realçados por urucum, junto com os demais participantes adentraram no Te-atro Glauce Rocha. Em 1979, neste local, foi instalado oficialmente o governo de Mato Grosso do Sul, com a posse do primeiro governador, Harry Amorim
Costa, e a presença do ditador Ernesto Geisel. Em um espaço mui-to frequentado pela elite sul-mato-grossense nas suas sole-
nidades, a universidade começava a se pintar de povo no primeiro dia de atividades do Tribunal Popular
da Terra de Mato Grosso do Sul (TPT-MS) que se estendeu aos dias 31 e 1º de abril.
POLÍCIA
Quer fumar?PASSA a grana!
Ilustração: Carlos Latuff
Legalizando o debatePor Maria Luiza Baldez e
José Roberto Medeiros
Sejam lícitas ou ilícitas, é inegável que as drogas estão inseridas na realidade social. E, apenas com uma discussão honesta, será possível descobrir o
melhor caminho para se tratar deste delicado tema.
drogas
Vírus Planetário - ABRIL 20128
MaconhaMedicinal
Após anos sendo tratado como tabu, o debate em torno da questão das drogas se reorganiza e passa a ser discutido sob novas perspectivas. Estando diante de políticas públicas limitadas, que falham em impedir a circulação das drogas no meio social, começa a se formar um consenso de que é necessário outro caminho para se tratar do assunto.
A solução aceita hoje para se de-fender do medo que a população, em geral, sente em relação à droga é o caminho da criminalização e do proi-bicionismo. Supostamente, a droga se torna inacessível quando proibida. Contudo, o juiz criminal Rubens Ca-
sara diz que a realidade não corres-ponde a esta expectativa. “A crimina-lização é ineficaz. Hoje em dia, quem quer usar drogas, usa”, contesta.
O proibicionismo mostra à luz uma face que preza pela saúde e pela segurança pública - porém, se as drogas ilícitas continuam facilmen-te acessíveis, o que este discurso es-conde? Para militantes da questão, esconde um caráter destrutivo, que atinge os dependentes e os segmen-tos pobres da população.
“No Brasil, vemos um senso co-mum produzido pela grande mídia que impede que o cidadão médio brasileiro tenha acesso a informações inteligentes. Ele fica empantanado no medo, o que só aumenta o pro-blema na produção, comercialização, violência e dependência”, afirma Vera Malaguti, professora de Criminologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Secretária Geral do Instituto Carioca de Criminologia (ICC).
“ Todos os objetivos da guerra contra as
drogas feita através do proibicionismo são um
fracasso total”
A problemática da criminalização
Confira a reportagem na edição completa digital ou impressa
Vírus Planetário - ABRIL 2012 9
Professora, antropóloga, mãe, esposa, historiadora, funkeira, intelectual, militante... seria difícil escolher apenas uma deno-minação para nossa entrevistada da vez. Adriana Facina tem sempre um dia cheio, reserva as segundas-feiras para escrever depois de levar o bebê, Raul, de 1 ano, à creche. Envolvida em diversos projetos, Facina tem hoje uma militância popular bastante reconhecida e muito rara. Ligada aos movimentos de favela, cultura popular e, principalmente, ao movimento funk, foi uma das principais articuladoras políticas da Associação dos Profissionais e Amigos do Funk (APAFUNK), presidida por MC Leonardo, e responsável pela politização de MCs e DJs, incentivando a composição de funks críticos e reflexivos. Ela também atua no mapeamento cultural da favela de Acari, no subúrbio do Rio, e ministra cursos de formação de agentes populares. Um dos grandes objetivos de Adriana é mostrar um lado das favelas que quase nunca aparece, mas que é riquíssi-mo: a produção artístico-cultural.
ENTREVISTA INCLUSIVA:Foto: Artur Romeu
Adriana FacinaPor Artur Romeu, Caio Amorim, Mariana Gomes, Seiji Nomura e
Rodrigo Teixeira
“O intelectual, ao não se
posicionar, perde não só culturalmente e politicamente, mas também na reflexão e na sua capacidade de intervenção”
Formada em história pela UFF (no mesmo período em que passaram por lá Marcelo Freixo, Alessandro Molon e Marcos Alvito), fez mestrado em História Social da Cultura na PUC-Rio e, no doutorado, partiu para a antropologia, área em que ficou e se apaixonou, por trazer elementos de “carne e osso” ao estudo da história. Hoje, aos 41 anos, Adriana faz ques-tão de frisar que pouco ensinou durante sua pesquisa pelas favelas cariocas. Segundo ela, o aprendizado foi muito maior e deixou como fruto, por exemplo, a reflexão sobre a linguagem. Mesmo com um livro inteiro praticamente pronto, ela decidiu reescrevê-lo. “Preciso dar a contrapartida aos que colabora-ram comigo, inclusive, através da forma e não apenas com o conteúdo”, explica.
Adriana falou à Vírus sobre funk, favela, militância e muito mais. Tudo com a já conhecida paixão pela poesia, pela músi-ca e pela cultura brasileiras.
Confira a entrevista na edição completa digital ou impressa
Em defesa do projeto dos movimentos sociais para o petróleo, com
monopólio estatal, Petrobrás 100% pública
e investimento em energias limpas.
Participe do abaixo-assinado:www.sindipetro.org.br
Notícias da campanha:www.apn.org.br
organização:
Aê Galeera, tem pra
todo mundo! São 174
blocos de petróleo, na
terra e no mar!
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Ma õõÊE! Quem Quer petróleo?
NOVIDADE!Acompanhe a campanha
e outras notícias pela TV Petroleira em www.tvpetroleira.tv
...os empresários brasileiros e estrangeiros já começam a juntar a merreca pra com-
prar mais poços e ganhar muito mais dinheiro
Como esse
povo brasileiro
é trouxa...
Enquanto isso, na sala de injustiça, o ministro de minas e energia, edison lobão já está anunciando que o próximo leilão do petróleo brasileiro está próximo de acontecer...
Entretanto, algo não esperado por lobão e seus comparsas ainda pode acontecer: O povo brasilei-ro tem que se mobilizar e Exigir:
“o petróleo tem que ser nosso!”
Olha o desespero do lobão quando no-
tar que seus planos diabólicos irão por
água abaixo...
E aí??? Quer que essa história tenha um final feliz? Então, participe da campanha
Educação não é Mercadoria!
Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro
35 anos
No segundo semestre de 2012, os alunos das escolas estaduais farão o SAERJ. Mas o que essa prova significa? Ela irá trazer al-gum benefício para as escolas e para os profissionais da educa-ção? A resposta é: infelizmente NÃO!
Mas os professores não são obrigados a aplicar essa prova. Ela será utilizada como instrumento do Plano de Metas somente em 2013. E o que o governo não está dizendo é que o tal 14º salário somente será pago às escolas que atingirem TODOS os itens do Plano de Metas.
Todos os ganhos que recebemos foi graças a nossa luta e mo-bilização! Com a nossa greve de 2011 garantimos o Plano de Car-reira para os funcionários e Professores de 40h, enquadramento por formação, incorporação do Nova Escolas e etc. Só a nossa luta tem garantido vitórias.
Os professores NÃO têm medo de avaliação. Mas uma avalia-ção que não leva em conta a realidade da comunidade escolar, que não foi realizada a partir de um projeto formulado pela ca-tegoria é, no mínimo, autoritária. Além disso, é uma tentativa de mascarar o resultado do Rio de Janeiro no Ideb nacional
Professor, não use essa prova como avaliação de sua disciplina! Não permita que seu aluno seja prejudicado!
Vamos juntos, pais, alunos e profissionais da educação, lutar por uma verdadeira Escola Pública de Qualidade!
O SAERJ e a Escola Pública:
Diga não ao SAERJ!
www.seperj.org.br