rádio em revista - ano 1 - número 3

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Rádio em Revista OUTUBRO 2010 www.radioemrevista.com.br Distribuição gratuita e dirigida. Uma publicação Escola de Rádio, Tv e Web e Natureza Produções. Ano I 3 Outubro/2010 No mês da criança matéria especial com Zé Zuca Microfone aberto: tudo do mercado de Rádio, quem entra e quem sai �K A opinião de DJS, programadores, críticos e comunicadores sobre o estilo

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Rádio em Revista - Ano 1 - Número 3

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www.radioemrevista.com

.brDistribuição gratuita e dirigida.Uma publicação Escola de Rádio, Tv e Web e Natureza Produções.

Ano I • nº 3 Outubro/2010

No mês da criança matéria especial com

Zé Zuca

Microfone aberto:tudo do mercado de Rádio,

quem entra e quem sai

Rádio em Revista O

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A opinião de DJS, programadores,

críticos e comunicadoressobre o estilo

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Escola de RádioRua do Catete, 347 salas 214 e 218Em frente ao metrô Largo do MachadoTel: 2225-5794www.escoladeradio.com.br

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diretores Cris Jobim: [email protected]

Ruy Jobim: [email protected]

editor/jornalista responsável Amaury Santos - 14324 MTE

[email protected]

diagramação Cris Jobim

ilustração Amorim (capa) [email protected]

Victor Jobim

Colaboraram nessa edição Allan Lima (Foto e distribuição)

Livia Santanna Rebeca Gusmão

impressão WalPrint Gráfica e Editora

www.walprint.com.br

tiragem 5.000 exemplares

contato comercial [email protected]

redação [email protected]

Rádio em Revista é uma publicação mensal da Escola de Rádio tv e web Ltda e Natureza

Produções Ltda e circula gratuitamente na cidade

do Rio de Janeiro. End: R. Almirante Tamandaré, 66 sala 218

Flamengo - RJ - Tel: 3596-5794 [email protected]

www.radioemrevista.com.br

As opiniões que aparecem nos artigos assinados não representam necessariamente a opinião da revista.

ÍndiceEditorial

Microfone Aberto

Homenagem

CapaFunk

Especial Dia da CriançaZé Zuca

Por trás do microfoneGilson Dodde - JB FM

Por onde anda ?Luiz Santoro

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Siga @radioemrevista no Twitter

Siga no FACEBOOK

0607081214161718 Mural

Festa 75 anos da Tupi

Coluna do Maurício A força do Rádio nas eleições

Escola de RádioRua do Catete, 347 salas 214 e 218Em frente ao metrô Largo do MachadoTel: 2225-5794www.escoladeradio.com.br

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Onde encontrar a Revista:

Chegamos ao número 3 da nossa Rádio em Revista. Agradecemos todas as manifestações de carinho e as congratulações

que chegaram à redação e esperamos continuar o trabalho de divulgar e engrandecer o meio Rádio.

Nesse número, destacamos uma polêmica que se instalou na sociedade e, como deve acontecer, a repercussão dessa polêmica é registrada pelos veículos de comunicação. O funk há um ano foi reconhecido em lei como movimento cultural. Qual a opinião dos profissionais que direta ou indiretamente trabalham em torno da programação de emissoras de Rádio ou na análise musical?

Além desse tema, como todos sabem, outubro é o mês da criança. Um programa de Rádio se destaca como o único no gênero nesse atual momento, educando e entretendo as crianças e suas famílias: Rádio Maluca, comandado pelo músico, educador e radialista Zé Zuca.

Ainda temos uma série de registros do mercado radiofônico no Microfone Aberto e a coluna do Maurício Menezes. No Rádio Mural, muitas fotos de profissionais comemorando o aniversário da Rádio Tupi, a homenagem a mais um profissional que se destaca há muitos anos nas ondas do Rádio …

A Rádio em Revista está no ar.

Escola de Rádio - Rua do Catete, 347 sala 218 - Lgo Machado

Modern Sound - Rua Barata Ribeiro, 502 D - Copacabana

Piffer Torteria e Bistrô - Rua Vis-conde de Silva, 13 - Botafogo.

Rádio Mec - Praça da República, 141 A - Centro.

Super Rádio Tupi - Rua do Livra-mento, 189 recepção - Saúde.

Espaço Oi Futuro - Rua dois de de-zembro, 63 / lanchonete - Flamengo.

Rio Scenarium - Rua do Lavradio, 20 - Centro.

Mosaico Decor - Rua Almirante Tamandaré, 66 lja 12 - Flamengo

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ouça a Rádio Web da Escola de Rádio.Acesse pelo Iphone ouwww.escoladeradio.com.br

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Festas

Eduardo Andrews assume a gerência de programação da MPB FM.Hugo Lago é o novo coordenador de promoções e marketing da MPB FM.Soares Junior é agora coordenador de programação da Rádio Globo.Gilmar Ferreira assume a gerência nacional de esportes da Rádio Globo.Álvaro Oliveira Filho passa a ser gerente de esportes da CBN.Bruno Menezes foi promovido a supervisor de produção da Beat 98.Carlos Issa é o gerente de programação da Rádio Tamoio no Rio.Bruno Levinson assume a coordenação artística da OI FM Rio.Boa sorte a todos !

Lançamento

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O Amigo da Madrugada é um profi ssional que faz a diferença e de um caráter excepcional! Um craque no que faz - Xico Teixeira - Assessor da Superintendencia da Rádio EBC.

Ele é aquele tipo de pessoa que nos inspira e motiva. Predicados cada vez mais raros no nosso meio. Viva o Amigo da Madrugada - Marcos Gomes /Gerente da Rádio Nacional

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Em setembro, completou 1 ano em que foi promulgada a lei que reconhece o funk como movimento cultural.A polêmica está no ar. Os admiradores fazem aumentar a audiência das emissoras que destinam grande parte de sua programação ao gênero. Outros a� rmam que o estilo tem baixa qualidade harmônica e letras que, além de mal feitas, fazem apologia à violência e à pornogra� a. Com a palavra ...

Capa

Trabalhando com os mais diversos estilos de rádios e, por consequência, os mais diversos estilos musicais, a gente percebe que o preconceito prevalece e que qualidade nesse assunto é muito subjetiva. A autenticidade do funk é sua maior qualidade. É verdadeiro. É o grito da grande massa jovem. E fala a sua língua. Sou fã. Eduardo Andrews / diretor artístico.

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“O som do ‘funk brasilis’ é absolutamente diferente do americano, origem de tudo. É claro que, como em todas as correntes musicais populares, há muito lixo. Mas, se você não for preconceituoso nem preguiçoso, vai encontrar delícias, de humor incomum e swing irresistível. Há, até, uma corrente infantil e muito divertida que ouço com meus � lhos e recomendo a todos. O funk brasileiro é de� nitivo”. Francisco Barbosa /comunicador.

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T /2010Nesses quase 30 anos de rádio, tive a oportunidade de

trabalhar com o funk em vários momentos, em várias emissoras. Apesar da lei, o reconhecimento como cultura popular ainda está longe. Vejo o funk sempre associado a cultura marginal, criminalidade e, mesmo quando tem méritos de algum artista despontar, é visto com reservas. Claro que formadores de opinião, que defendem e apóiam o movimento, ajudam muito nesse processo de discriminação. Mas, se precisou de lei pra ser movimento cultural e a lei não consegue ser cumprida, é sinal de que a coisa ainda vai demorar pra acontecer. Paulo Beto / locutor.

trabalhar com o funk em vários momentos, em várias emissoras. Apesar da lei, o reconhecimento como cultura popular ainda está longe. Vejo o funk sempre associado a cultura marginal, criminalidade e, mesmo quando tem méritos de algum artista despontar, é visto com reservas. Claro que formadores de opinião, que defendem e apóiam o movimento, ajudam muito nesse processo de discriminação. Mas, se precisou de lei pra ser movimento cultural e a lei não consegue ser cumprida, é sinal de que a coisa ainda vai demorar pra acontecer.

As pessoas que criticam deveriam cuidar melhor da educação e cultura do nosso país. A culpa não é dos funkeiros e sim das autoridades que não dão educação ao nosso povo. Eles cantam a realidade deles da maneira deles. Eu, como produtor musical, sempre cuido de consertar os erros no estúdio, pois me preocupo com a qualidade do funk. Com relação à parte musical, lembro que o samba também não era compreendido musicalmente no início, mas depois foi absorvido e hoje é o que é. Qualidade harmônica é questão de gosto, muitas músicas muito simples � zeram muito sucesso e ter complexidade harmônica não é sinônimo de qualidade musical. Malboro / dj.

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Eu acho que esse é o tipo de lei que a gente se pergunta: “Ué? Mas o funk já não era considerado um movimento cultural?” Bom ou ruim é a cara da nossa cidade. Um espelho da nossa cultura popular. Não sendo ofensivo e não fazendo apologia a crimes ou drogas, acho que só tem a acrescentar. Luci Moret / programadora.

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0Sinceramente. Demagogia demais esse assunto FUNK!

Provavelmente se a população recebesse uma educação melhor, as letras teriam mais conteúdo, mas o que é qualidade? O que é conteúdo quando temos programas como o BBB ou a Fazenda no ar? As Rádios tocam o que o povo quer ouvir. A função do Radialista é perceber movimentos, sejam populares ou não. Sempre foi assim, ou alguém acha que algum Radialista vai procurar um artista pedindo: Grava um Funk! Faz um Rock pra eu tocar? Chamar de movimento cultural é uma questão pra ser vista em 2030.

Provavelmente se a população recebesse uma educação melhor, as letras teriam mais conteúdo, mas o que é qualidade? O que é conteúdo quando temos programas como o BBB ou a Fazenda no ar? As Rádios tocam o que o povo quer ouvir. A função do Radialista é perceber movimentos, sejam populares ou não. Sempre foi assim, ou alguém acha que algum Radialista vai procurar um artista pedindo: Grava um Funk! Faz um Rock pra eu tocar? Chamar de movimento cultural é uma questão pra ser vista em 2030.

O fato de ser uma música que surgiu na favela não faz dela pior ou melhor! O que era o sambista nos anos 30, 40? Existe democracia no dial, existe a internet explodindo em opções, o Rádio já carrega muita energia negativa. Radialista não compõe, não produz, não edita, não canta... Parem pra pensar: quantas Rádios populares temos no dial do Rio de Janeiro? 3? 4?. Quantas Rádios quali� cadas temos 3? 4? Esse papo deixa muita gente animada, muitas opiniões. Estamos falando do Rio de Janeiro ou Berna / Suíça ? João Filho - diretor artístico.

Comemoramos há pouco 1 ano da lei que reconhece e de� ne o funk como movimento cultural e musical de caráter popular, garantindo condições de igualdade em relação a

outros ritmos musicais. Entretanto, como é intrigante que a música preferida de milhões de jovens não tenha consolidado sua presença nos meios de comunicações tradicionais, a chamada grande mídia! Tirando aparições esporádicas das “mulheres frutas” e um ou outro artista de funk na TV, muito pouco mudou desde a aprovação da lei, que chegou até a ser denominada de “lei de alforria do funk”. Por parte das gravadoras e veículos comerciais não houve seguramente nenhum movimento que alterasse o padrão midiático historicamente destinado ao funk. Ou seja, tudo continuou como antes. A base do funk ainda é sua mídia própria. Mesmo assim, é impressionante como o funk mantém

aquecido o seu mercado de shows e eventos e não parou de crescer. Sinal de que ainda somos muito fortes. A todo momento, surgem novos talentos que garantem a renovação e o fortalecimento do ritmo.Sobre as críticas que são feitas ao conteúdo e algumas letras, não se deve generalizar. Há, ainda, muito preconceito. Pode-se criticar o mau gosto de determinada música de funk, mas não se pode dizer que não existe a boa música de funk. A generalização só faz reforçar o preconceito. Rômulo Costa / fundador da Furacão 2000

cultural e musical de caráter popular, garantindo condições de igualdade em relação a outros ritmos musicais. Entretanto, como é intrigante que a música preferida de milhões de jovens não tenha consolidado sua presença nos meios de comunicações tradicionais, a chamada grande mídia! Tirando aparições esporádicas das “mulheres frutas” e um ou outro artista de funk na TV, muito pouco mudou desde a aprovação da lei, que chegou até a ser denominada de “lei de alforria do funk”. Por parte das gravadoras e veículos comerciais não houve seguramente nenhum movimento que alterasse o padrão midiático historicamente destinado ao funk. Ou seja, tudo continuou como antes. A base do funk ainda é sua mídia própria. Mesmo assim, é impressionante como o funk mantém

aquecido o seu mercado de shows e eventos e não parou de crescer. Sinal de que ainda

cultural e musical de caráter popular, garantindo condições de igualdade em relação a

aquecido o seu mercado de shows e eventos e não parou de crescer. Sinal de que ainda

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2010Sinceramente. Demagogia demais esse assunto FUNK!

Provavelmente se a população recebesse uma educação melhor, as letras teriam mais conteúdo, mas o que é qualidade? O que é conteúdo quando temos programas como o BBB ou a Fazenda no ar? As Rádios tocam o que o povo quer ouvir. A função do Radialista é perceber movimentos, sejam populares ou não. Sempre foi assim, ou alguém acha que algum Radialista vai procurar um artista pedindo: Grava um Funk! Faz um Rock pra eu tocar? Chamar de movimento cultural é uma questão pra ser vista em 2030.

O fato de ser uma música que surgiu na favela não faz dela pior ou melhor! O que era o sambista nos anos 30, 40? Existe democracia no dial, existe a internet explodindo em opções, o Rádio já carrega muita energia negativa. Radialista não compõe, não produz, não edita, não canta... Parem pra pensar: quantas Rádios populares temos no dial do Rio de Janeiro? 3? 4?. Quantas Rádios quali� cadas temos 3? 4? Esse papo deixa muita gente animada, muitas opiniões. Estamos falando do Rio de Janeiro ou Berna / Suíça ? João Filho - diretor artístico.

Sob a ótica cultural, não vejo mérito no movimento funk, mas como a de� nição da palavra “cultura” é vasta, toda e qualquer a� rmação beira a discussão acadêmica. Eu vejo o crescimento do funk como resultado de um declínio do pop orientado, leia-se gravadoras. No início dos anos 80, era comum um coordenador de programação determinar o-que-seria-sucesso-depois-do-carnaval. Com esse poder nas mãos, a mídia de massa deitou e rolou. Tivemos movimentos bregas em Rádios populares, rock nacional, pop rock e new wave em Rádios jovens, logo depois veio a lambada, sertanejo, etc...

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Quando o funk saiu dos morros, deixou de ser coisa de preto favelado e ganhou a “alforria” de Movimento Cultural, a realidade desses artistas não mudou. Não se consegue ver a melhora � nanceira de nenhum deles. Os lucros continuam nas mãos de poucos. Falta ainda no movimento a � gura do MC empreendedor, que ajude a transformar a péssima imagem do segmento, comumente associada à pobreza, marginalidade e promiscuidade. Só vou achar válido o título de “cultural” quando os verdadeiros heróis dessa transformação de costumes forem � nanceiramente reconhecidos. A� nal, aquela máxima do “eu só quero ser feliz e andar tranquilamente na favela onde nasci” soa romântico demais, resignado demais. Excluído, como sempre. Corello DJ

(*) Bailes Blacks, berço da Soul Music -Funk 70, Charme, Funky Melody, Funk Carioca.

O primeiro sinal de que algo estava mudando veio com a atitude de uma Fm do Rio que deu voz àqueles que não se viam “representados” no dial. Toda a zona norte, oeste e baixada � uminense conviviam em harmonia com os pagodes e bailes blacks(*) desde os anos 70. Essa cultura invisível até então tornou-se a mola para uma revolução no Rádio carioca. A mistura de pagode e funk atingiu em cheio as pessoas que tinham que adorar artistas impostos pela grande mídia.

Comemoramos há pouco 1 ano da lei que reconhece e de� ne o funk como movimento cultural e musical de caráter popular, garantindo condições de igualdade em relação a

outros ritmos musicais. Entretanto, como é intrigante que a música preferida de milhões de jovens não tenha consolidado sua presença nos meios de comunicações tradicionais, a chamada grande mídia! Tirando aparições esporádicas das “mulheres frutas” e um ou outro artista de funk na TV, muito pouco mudou desde a aprovação da lei, que chegou até a ser denominada de “lei de alforria do funk”. Por parte das gravadoras e veículos comerciais não houve seguramente nenhum movimento que alterasse o padrão midiático historicamente destinado ao funk. Ou seja, tudo continuou como antes. A base do funk ainda é sua mídia própria. Mesmo assim, é impressionante como o funk mantém

aquecido o seu mercado de shows e eventos e não parou de crescer. Sinal de que ainda somos muito fortes. A todo momento, surgem novos talentos que garantem a renovação e o fortalecimento do ritmo.Sobre as críticas que são feitas ao conteúdo e algumas letras, não se deve generalizar. Há, ainda, muito preconceito. Pode-se criticar o mau gosto de determinada música de funk, mas não se pode dizer que não existe a boa música de funk. A generalização só faz reforçar o preconceito. Rômulo Costa / fundador da Furacão 2000

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Reportagem ● Amaury Santos

Idealizada pelo educador, ator, cantor e compositor Zé Zuca, a Rá-dio Maluca é um programa de audi-tório que reúne crianças e a família ao redor do Rádio ou ao vivo. Todos os sábados, a garotada se diverte, parti-cipando da programação. Brincando, vem conhecendo os bastidores do rá-dio, o poder e a riqueza do veículo de comunicação.

Nesse mês da criança, a RÁDIO EM REVISTA conversa com Zé Zuca e a sua arte de cativar a criança-da que, como ele próprio propõe, “en-tra pelos buraquinhos do Rádio para assistir à Rádio Maluca”.

RÁDIO EM REVISTA - Como

começou esse interesse pelas crian-ças?

No início dos anos 70, participei de um clubinho informal fundado com amigos que eram estudantes de psicologia. Bem jovens, queríamos fazer alguma coisa que divertisse e

ajudasse as crianças pobres do bairro onde morávamos. Fiz todas as músi-cas do clubinho. A experiência durou pouco, mas a semente � cou plantada. A partir daí passei a achar que criança é a maior plantação do mundo.

R R - Por que o Rádio?Em 1985 fui convidado por uma

professora que trabalhava no setor educacional da Rádio MEC a apre-sentar um projeto de programa para crianças. Apresentei o infantil “Ra-dioteca”, que foi aprovado e ali co-mecei minha vida de radialista. Em 1986, enviamos um dos programas

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para o “IV Festival Anual Internacio-nal de Programas de Rádio de Nova York”. Este programa � cou entre os três � nalistas dentre 1547 programas de 18 países. Esse e outros momentos bem sucedidos me estimularam e fui aprendendo a gostar do Rádio, que é um veículo apaixonante. Para criança é ótimo, por ser o que mais exercita a imaginação. Ele não oferece a ima-gem. A criança tem que imaginar.

R R - Como atrair a garotada para um auditório de Rádio, modelo de pro-grama considerado tão antigo?

É só fazer do programa um es-petáculo. Como acontece com outros eventos, como peças de teatro, � lmes e shows. Colocamos a Rádio Maluca na programação da cidade. Costuma sair inclusive toda semana nas agen-das dos cadernos de cultura dos jor-nais. Depois, é claro, o evento tem que ser divertido e atraente.

R R - A que você atribui o sucesso da Rádio Maluca entre as crianças e, principalmente entre pais e familia-res?

Conseguimos transformar a Rá-dio Maluca num programa familiar. Um evento do qual os integrantes da família podem participar juntos e se divertirem. Enquanto os pais curtem as atrações e a participação de seus

� lhos, as crianças se enriquecem culturalmente. Ocupamos um vá-cuo, um tipo de programação que os pais procuram e têm di� culdade de encontrar.

R R - Vale a pena em termos ide-ológicos e � nanceiros?”

Vale a pena em termos ideo-lógicos, de � loso� a, de realização. Acredito que nosso trabalho com e para a garotada, que não � ca só na Rádio Maluca, é muito útil. Temos o retorno evidente disto. Financei-ramente é uma quimera. Não rea-liza, mas não posso dizer que não ajude e que não viva disto. Vivo dis-to também.

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Na época do vinil o desejo do “discotecário”, que guardava as bolachas pretas na estante, era ser programador musical. O desejo do programador era ser coordenador. O mais difícil é se manter no cargo tendo que provar competência e resultados. Gilson Dodde faz isso com facilidade...

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fone Gilson Dodde

Coordenador da Rádio JB FM

Rádio em Revista: Qual sua função na Rádio JB FM?

Gilson Dodde: Sou coordena-dor artístico há mais de 9 anos. Comecei em março de 2001. Além de coordenar a Rádio, faço também a programação musical.

RR: Quando você entrou para o Rádio era isso que imaginava?

Gilson: A coordenação artís-tica é o desejo natural de todo programador musical. Minha primeira coordenação foi na Rádio Cidade FM em 1999.

RR: A Rádio JB FM é líder no segmento adulto. Como você explica este sucesso?

Gilson: A fórmula é a seguin-te: muito trabalho, respeito ao ouvinte e estar cercado de bons profi ssionais. Sem uma boa equipe você não vai a nenhum lugar.

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RR: Como é sua rotina de trabalho na Rádio?

Gilson: Geralmente separo a parte da manhã para fazer a programação musical da Rádio. No resto do dia acom-panho os departamentos de promoção, produção e jornalis-mo. Ah.. também participo de reuniões, ouço músicas novas e procuro me informar sobre o que acontece no mundo.

RR: Por quais Rádios você já passou?

Gilson: Fiz parte da equipe

que inaugurou a RPC FM no dia 01 de agosto de 1988, em 1995 fui para a Rádio Cidade e em 2001 entrei na Rádio JB FM. Aprendi muita coisa em todas elas e o mais importante é aprender todos os dias. Você nunca sabe tudo.

RR: Dica para quem quer entrar no mercado de Rádio.

Gilson: Muita vontade de aprender e uma boa faculdade de comunicação. Se você quer trabalhar de segunda a sexta no horário comercial, com cer-teza, o Rádio não é seu lugar!

Parte da equipe 99,7 - JB FM

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Rádio em Revista: Que traba-lho mais o destacou na profi s-são? Santoro: Certamente, pelo ineditismo, foi o da Rede Manchete, onde apresentava o Jornal da Manchete 2ª Edição. Estávamos saindo de um período ditatorial e o Jornal da Manchete era mais completo, mais denso em relação aos concorrentes. O telespectador tinha a notícia por inteiro com começo, meio e fim.

RR: De que fase sente mais saudade?

Santoro: Quem trabalha em Rádio e tv, não pode dizer que sinta saudade desse ou daquele trabalho. Por isso, todos foram bons, mas, em termos de saudades, posso citar Rede Manchete, Rádio Antena UM, Rádio Del Rey, o próprio SBT... Está vendo? Vou acabar falando de todos, então é melhor parar! Isto sem contar com meu trabalho atual na WTN (www.wtn.com.br), que é a mais completa TV de Internet no Brasil, onde entrevisto persona-lidades e as aulas na Escola de Rádio e na FGV.

RR: O que fez além do Rádio?

Santoro: Antes de ser jornalista e radialista, fui professor de química! Mas, foi, justamente, apresentando um programa sobre vestibular que caí na “vida”. Outra atividade foi ser Diretor de Cruzeiro onde passava quatro meses no mar por temporada. Um luxo!! E um trabalho duro pra caramba!! Mas, era legal. É o que falo: Ou faz com amor ou vai ficar uma ...

RR: Como entrou no mercado?

Santoro: Entrei para o Rádio, pela Nacional em Brasília. O Diretor me viu no Jornal Bandei-rantes e me fez um convite pra eu assumir um horário na Nacional FM de Brasília, depois fui para a AM, Antena UM (no Rio), Del Rey, JB AM, e a vida não parou mais.

RR: Voltaria para o Rádio?

Santoro: Só voltaria num progra-ma de entrevistas e variedades. Anunciar e desanunciar música não seria mais minha praia. Preciso imaginar que o ouvinte vai pensar comigo, raciocinar sobre tal fato, particpar ativamente do programa e não só ouvir. Mas, Rádio é cachaça, então...

Luiz Santoro no canal de tv por internet

Luiz Santoro

Jornalista, Radialista,

Apresentador de TV e

Professor de química!

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Coluna do MaurícioMaurício Menezes

Jornalista, radialista e apresentador

A velocidade do Rádio esconde os pequenos erros, que em geral são muito engraçados. É que os colegas, muitas vezes, estão falando de locais inadequados e, como o Rádio permite falar de qualquer lugar, nem sempre o resultado é o ideal. “Gato escondido tem medo de água fria”, sentenciou um colega. Outro mudou um pouco: “sabe como é, né: gato escaldado tem medo de água fervendo”... “Não é só o gato: de água fervendo todo mundo tem medo”, acrescentou outro colega.

E tem o outro, que ao falar que um jogador voltava rico da Europa, garantiu: “ele está com o burro na água”.

As palavras parecidas derrubam muito profi ssional de Rádio. Depois de conversar com o Ministro da Saúde, o repórter destacou: “O importante, segundo o ministro, é que todas as crianças sejam vascaínas” Ele queria dizer vacinadas.

O outro fez uma estranha afi rmação: “Nem tudo o que cai do céu é peixe” (?)

Teve outro, que ao comentar uma partida de futebol na base brasileira no Pólo Sul, destacou: “O jogo deve ter sido assistido só pelos pinguins e ursos polares...” Só não explicou quem levou os ursos para lá.

A FORÇA DO RÁDIO

As últimas eleições mostraram, mais uma vez, a força do Rádio. Alguns dos deputados mais votados vieram do Rádio, como Wagner Montes, Cidinha Campos, Anthony Garotinho, Pedro Augusto, além de outros que participam de programas, sem falar no próprio Governador Sérgio Cabral, que durante muitos anos participou de programas da Rádio Tupi.

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Manhoso, Haroldo de Andrade Jr, Wagner Menezes e Clóvis Monteiro

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al75 anos da Tupi

Ingrid e Garcia Duarte

Manhoso, Haroldo de Andrade Jr,

A Rádio Tupi completou 75 anos e

com muita honra fotografamos alguns

lances dessa bonita festa do Rádio que

se realizou na Cidade do Samba.

Parabéns Super Rádio Tupi !

75 anos da Tupi

A Rádio Tupi completou 75 anos e

com muita honra fotografamos alguns

com muita honra fotografamos alguns

Jorginho Uepa, Maciel Amaral e Alex Bilbao

Fábio Máscara, Luizinho Campos e

Ricardo Alexandre

Monikinha e Haroldo de Andrade Jr.

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Marcos Veras, Luiz, Francisco Barbosa, Luizinho Campos e Luis Ribeiro

Fabrício Ferreira e Heleno Rotay

Toinho e Manhoso

Ingrid e Garcia Duarte

Marcos Veras, Luiz, Francisco Barbosa, Luizinho

Jimmy Raw

Equipe de produção da TUPI

Fabrício Ferreira e Heleno Rotay

Equipe de produção da TUPIToinho e Manhoso

Esse é o mestre Alfredo Raimundo!

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Esse é o mestre Alfredo Raimundo

Page 20: Rádio em Revista - Ano 1 - Número 3

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