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Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

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Page 1: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

Reações Hansênicas

Marco Andrey Cipriani FradeProfessor Doutor

Dermatologia – FMRP - USP

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• Ocorre nas formas dimorfas (HD,HDT e HDV)– Eventualmente na HT – Raramente na HV.

• O quadro clínico • Dor, eritema, infiltração e edema de

lesões pré-existentes• Surgimento de novas lesões. • Geralmente, sem

comprometimento sistêmico• Manifestações localizadas, como

neurites isoladas ou acompanhadas de lesões cutâneas.

• Os casos muito graves podem cursar com ulceração profunda e necrose acentuada, levando a seqüelas irreversíveis.

REAÇÃO REVERSA (RR) ou REAÇÃO TIPO 1

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REAÇÃO REVERSA (RR) ou REAÇÃO TIPO 1

•espessamento de um ou mais nervos periféricos, pode ocorrer de forma aguda, seguido de sintomas de dor e acentuação da sensibilidade em todo o trajeto neural•formação de abscesso neural.

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O acometimento do nervo pode atingir as fibras sensitivas e motoras dos troncos nervosos, periféricos, gerando lesões definitivas e incapacidade física.

REAÇÃO REVERSA (RR) ou REAÇÃO TIPO 1

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•Mão em garra, pé caído e paralisia facial, acompanhados de espessamento neural e perda de sensibilidade das áreas afetadas, são as seqüelas da reação aguda•As neuropatias constituem-se em quadros graves, que requerem intervenção e conduta médica imediata, para prevenir o estabelecimento de incapacidades.

REAÇÃO REVERSA (RR) ou REAÇÃO TIPO 1

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Page 7: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

Lesões satélites

REAÇÃO REVERSA (RR) ou

REAÇÃO TIPO 1

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Forma macular de RR

REAÇÃO REVERSA (RR) ou REAÇÃO TIPO 1

Page 9: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

•Não se observam alterações:

•Hematológico•Função hepática• Função renal

• Histopatológico: aumento do número de células epitelióides gigantes e linfócitos, e redução do número de bacilos, indicando a atividade da reação na eliminação do bacilo.

REAÇÃO REVERSA (RR) ou REAÇÃO TIPO 1

Page 10: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

• O diagnóstico de recidiva baseia-se nos exames de baciloscopia e histopatológico da lesão, porém, nas formas HDT e HT é freqüente a dificuldade em distinguir a RR de recidiva.

• Os casos de recidivas devem seguir os critérios clínicos:- Início: lento e insidioso, geralmente, vários meses após a

suspensão da poliquimioterapia.- Localização: novas lesões em qualquer região do tegumento. Não

acomete lesões pré existentes.- Tipo de Lesão: eritematosa e infiltrada, sem ulceração e ausência

de descamação. - Comprometimento Neural: muito lento e, geralmente,

assintomático. - Tratamento: poliquimioterapia de forma irregular.

REAÇÃO TIPO 1 X RECIDIVA

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ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

• Caracteriza-se por alteração da imunidade humoral, com predomínio da reação por imuno complexo circulante (Tipo III), na classificação de Coombs & Gell. • ENH tende a ocorrer pré, durante e após a PQT

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• Destruição bacilar acentuada, liberação de frações antigênicas de M.leprae e indução da formação do anticorpo específico, anticorpo anti-glicolipídeo fenólico-1(anti PGL1), resultando na síndrome do imunocomplexo circulante, com depósito do complexo antígeno-anticorpo nos espaços teciduais e em vasos sangüíneos e linfáticos.

• Essas alterações imunológicas culminam com o aparecimento abrupto de nódulos e/ou placas infiltradas, dolorosas, de coloração rósea, que podem evoluir para pústulas e bolhas, com posterior ulceração e formação de necrose, nas formas mais graves do ENH, como no “eritema nodoso necrotizante”. As lesões préexistentes tendem a permanecer inalteradas.

• Há comprometimento do estado geral, o paciente apresenta febre e estado de toxemia, que pode vir acompanhado de infartamento ganglionar generalizado, dores musculares e ósseas (geralmente, dor tibial), artrite, irite, iridociclite, orquite, epididimite e neuropatia.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

Fisiopatologia

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• Exames laboratoriais – hematológico: leucocitose com neutrofilia e aumento do número de plaquetas; – aumento de proteínas da reação inflamatória aguda:– proteína-C-reativa e a1 tripsina;– gamaglobulinas: aumento de IgG e IgM; – complemento: aumento das frações C2 e C3;– Proteinúria;– histopatológico de lesão cutânea: infiltrado inflamatório, neutrofílico,

perivascular, em derme reticular, compatível com vasculite; numerosos bacilos fragmentados e granulosos.

• As reações de ENH podem regredir rapidamente,mas podem, também, persistir durante anos, como formas crônicas e recorrentes de ENH, que podem ter manifestações clínicas INTERMITENTES ou CONTÍNUAS, dependendo da capacidade de resposta inflamatória do paciente.

• Reações intermitentes são aquelas que evoluem com duração de 1-2 semanas e permanecem sem reações pelo período de 1-2 meses. Podem ainda ser moderadas ou graves.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

Page 14: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

Edema de mãos, pés e face. A reação inflamatória, neural tem características menos agressivas, devido à evolução mais lenta que a observada na reação reversa.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2ENH intermitente moderado: febre e comprometimento geral moderado, com sintomas de neurite, especialmente espessamento e dor no nervo e em seu trajeto, porém sem perda da função.

Page 15: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

• Na forma grave do ENH intermitente, predomina febre elevada, com grave comprometimento geral, lesões pustulosas e/ou ulceradas, neurite acentuada e perda da função motora, edema em articulações e, em alguns casos, sinais de iridociclite ou orquite.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

Page 16: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

Pode surgir durante ou após uso de antibióticos para tratamento de amigdalite

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

Page 17: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

Nas formas de ENH contínuo, não há período de remissão do quadro reacional, o paciente permanece durante toda a evolução com o quadro moderado ou grave, tornando-se altamente debilitado e, se não conduzido adequadamente, pode ter evolução muito grave, que pode cursar com lesões hepáticas, renais, tromboembolia pulmonar e coagulação intravascular, disseminada.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

Page 18: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

O diagnóstico diferencial do ENH deve ser feito, com outras causas de eritema nodoso, como infecções bacterianas, virais e fúngicas, farmacodermias, sarcoidose e linfomas. Quando houver lesão neural, sem inflamação da pele, deve ser prescrito o tratamento para reação reversa. Como regra geral, as lesões de ENH devem ser observadas para o diagnóstico de reação tipo 2.

ERITEMA NODOSO HANSÊNICO (ENH) ou TIPO 2

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SINAIS E SINTOMAS

REAÇÃO TIPO IReação Reversa

REAÇÃO TIPO IIEritema Nodoso Hansênico (ENH)

Forma Clínica • Tuberculóide • Dimorfa

• Virchowiana• Dimorfa (às vezes)

Área Envolvida • Localizada • Generalizada / Sistêmica

Pele • Eritema e edema das lesões preexistentes • Aparecimento de novas lesões

• Lesões papulosa, em placas, ou nodulares, eritematosas ou necrotizante• Dor nas lesões

Edema • Lesões • Nervos

• Mãos • Pés • testículos e Outros órgãos

REAÇÕES

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SINAIS E SINTOMAS

REAÇÃO TIPO IReação Reversa

REAÇÃO TIPO IIEritema Nodoso Hansênico

(ENH)

Envolvimento neural

• Freqüente • Menos freqüente

Outras observações

• Febre a mal estar • Febre e mal estar, freqüentes• Enfartamento ganglionar• Inflamações de órgãos e outras estruturas (nervos, olhos, rins, testículos, vasos, articulações, tendões, etc.)

Tratamento •Corticóide 1 mg/Kg/peso dia

•Talidomida 100 a 400mg/dia•Pentoxifilina 400mg 3Xao dia•Corticóide 1 mg/kg/peso dia

REAÇÕES

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DEFORMIDADES

Desequilíbrio muscular (Garra, Pé Caído,

Lagoftalmo)Aumento de pressão em

áreas de pressãoContraturas e articulações

rígidas

Fissuras Queimaduras Ferimentos Úlceras

CONSEQÜÊNCIAS DA LESÃO NEURAL

Diminuição ou perda da força muscular

Diminuição ou perda de sudorese e lubrificação da pele

Diminuição ou perda da sensibilidade

AÇÕES DO BACILO E DOS PROCESSOS INFLAMATÓRIOS

Fibras Motoras Fibras Autônomas Fibras Sensoriais

LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS

DORMÊNCIA PELE SECA FRAQUEZA

INFECÇÃO INFECÇÃO LESÕES/INFECÇÃO

Destruição de Estruturas (Pele, Tendão, Ligamento, Osso, Músculo)

Page 22: Reações Hansênicas Marco Andrey Cipriani Frade Professor Doutor Dermatologia – FMRP - USP

SINAIS E SINTOMAS MAIS IMPORTANTES NEURITE AGUDA NEURITE SILENCIOSA

Queixa do paciente • Dor aguda • Dormência (alteração da sensibilidade)• Hipersensibilidade • Fraqueza

• Ausente

Dor • Sim • Não

Espessamento do nervo • Sim / Não • Sim / Não

Alteração da sensibilidade

• Sim / Não • Sim / Não

NEURITES

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SINAIS E SINTOMAS MAIS IMPORTANTES NEURITE AGUDA NEURITE SILENCIOSA

Alteração da força muscular • Sim / Não • Sim / Não

Como identificar • Dor espontânea ou dor a palpação do nervo

e / ou• Piora da sensibilidade ao exame

e /ou • Piora da força muscular ao exame

• Piora da sensibilidade ao exame

e / ou• Piora da força muscular ao exame

NEURITES

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Reações Hansênicas

São reações graves que podem repercutir com incapacidade definitiva,portanto, todo

o profissional que lida com hanseníase deve saber diagnosticá-las a tempo, tratá-

las emergencialmente e conduzir o paciente aos serviços de assitencia

terciária o mais breve possível.

OBRIGADO!