04 - reações hansênicas

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REAES HANSNICAS

Iara Pessoa Sant'AnnaCISAM - UPE

IPS

O Que So Reaes Hansnicas ?So episdios agudos ou subagudos de carter inflamatrio, causadas pela atuao do sistema imunolgico do paciente frente ao Mycobacterium leprae. Acometem 25% a 40% dos pacientes. Podem ocorrer em todas as formas clnicas com exceo do grupo indeterminado.

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Quem Pode Ter Reaes Hansnicas ?Risco de aparecimento de novos danos neurais em casos novos de hansenasePB Funo normal do nervo no diagnstico 1% MB 16%

Funo alterada do nervo no diagnstico

16%

65%

Croft RP, et al., A clinical prediction rule for nerve-function impairment in leprosy patients. Lancet (2000)355:1603-6

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Quando as Reaes Ocorrem ?Antes do tratamento No momento do diagnstico

Durante o tratamento com a poliquimioterapia (PQT)Depois que o tratamento PQT, tiver sido concludo

A maioria das reaes ocorre durante o 1o ano aps o diagnsticoIPS

Quais os Fatores que Podem Desencadear Uma Reao Hansnica ?Medicao Medicao especfica especfica "St ress"

Doena int ercorrent e

Insuficincia renal renal

RUPTURA DO RUPTURA DO EQUILBRIO

Puberdade Menst ruao Gravidez Part o

Bacilo Bacilo

Hospedeiro

Reaes hansnicasTerencio de Las Aguas. Revista de Leprologia

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Os Dois Tipos de Reao HansnicaREAO Tipo 1 (reao reversa) Tipo 2 (eritema nodoso hansnico)MULTIBACILAR (MB)D (BB) D (BL) V (LL)

PAUCIBACILAR (PB)T (TT) D (BT)

Reao Tipo 1 Eritema Nodoso HansnicoTerencio de Las Aguas. Revista de Leprologia

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Reao Tipo 1 Tambm chamada de reao reversa

Representa um aumento da atividade do sistema imunolgico contra o M. leprae ou seus restos ( imunidade celular)Topics in International Health, 2001

uma resposta positiva do organismo que conduz instalao de um processo inflamatrio agudo, de conseqncias negativas Acomete pele e nervos Alto potencial incapacitante

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Caractersticas Clnicas da Reao Tipo 1 Infiltrao da leso pr-existente com edema, eritema e calor (mudanas morfolgicas) Aparecimento de novas leses (ou leses invisveis anteriormente ?)

Ulcerao e necrose sobrepostas s leses (incomuns) Descamao das leses ao involuir Edema de mos, ps e face Sintomas sistmicos como mal-estar e febre (incomuns)IPS

Caractersticas Clnicas da Reao Tipo 1 Comprometimento neural comum com tumefao rpida em 1 ou mais nervos

Dor e sensibilidade principalmente onde o nervo mais superficial Alterao motora sria (principalmente, nervo facial, nervo ulnar e o nervo fibular) Abcesso de nervo produzindo edema com flutuao em continuidade com o nervo afetado

Hipersensibilidade de palmas e plantas (sinal precursor)IPS

Reaes Hansnicas

Topics in International Health, 2001

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Reaes Hansnicas

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Reaes Hansnicas

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Reaes Hansnicas

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Reaes Hansnicas

Topics in International Health, 2001

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Reao Tipo 2 uma sndrome de imunocomplexos, resposta de anticorpos humorais, uma reao de hipersensibilidade tipo III A destruio bacilar com a liberao de antgenos formao de anticorpos ativao da cascata do complemento Pode envolver vrios rgos do corpo, alm da pele, causando sintomas generalizadosIPS

Caractersticas Clnicas da Reao Tipo 2 Leses pr-existentes permanecem inalteradas

Ndulos subcutneos eritematosos, evanescentes, dolorosos eritema nodoso, com distribuio tendendo simetria e bilaterabilidade e involuo com aspecto contusiforme Eritema nodoso necrotizante (vesculas ou bolhas que evoluem para ulcerao) Edema da face, mos e psIPS

Caractersticas Clnicas da Reao Tipo 2 Febre (intermitente e vespertina) Mal-estar generalizado Dor neural, dor perissea (especialmente na tbia), dor muscular (miosite) Dor e edema das articulaes Gnglios linfticos aumentados e dolorosos

Topics in International Health, 2001

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Caractersticas Clnicas da Reao Tipo 2 Irite uni ou bilateral, indociclite ( potencial p/ cegueira) Orqui-epididimite uni ou bilateral Glomerulonefrite aguda Hepato-esplenomegalia dolorosa

Topics in International Health, 2001

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Alteraes Laboratoriais na Reao Tipo 2 Leucocitose

VSH elevada Anemia normoctica e normocrmica Proteinria Hematria Aumento dos nveis de IgG, IgM, C2 e C3,

Alterao das transaminases e bilirrubinas Positividade para FAN, Fator ReumatideIPS

Reaes Hansnicas

Foto: Maria da Graa Souza Cunha - FAM

Topics in International Health, 2001

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Reaes Hansnicas

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Reaes Hansnicas

Guinto. Atlas Fundao Sasakawa

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Reaes Hansnicas

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Aspectos Importantes na Diferenciao Entre Reao e RecidivaIntervalo de tempo Modo de aparecimento Leses dermatolgicas Comprometimento dos nervos Baciloscopia Resposta aos esterides sistmicos Histologia

Topics in International Health, 2001

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Intervalo de Tempo REAO At 6 meses aps a suspenso da medicao especfica Dimorfos virchowianos podem ter intervalos maiores

RECIDIVA Em geral depois de 1 ano Recidivas mais rpidas (at 2 anos) tratamento insuficiente Recidivas mais demoradas (at 5 anos) bacilos resistentesIPS

Modo de Aparecimento

REAO sbito e inesperado

RECIDIVA lento e insidiosoIPS

Leses DermatolgicasREAO Vrias leses novas que involuem com a corticoterapia As leses antigas mudam de aspecto retornando morfologia inicial aps a corticoterapia Ulceraes apresentam-se com mais freqncia Leses hipocrmicas assintomticas ou com discreta parestesia

RECIDIVA As leses novas so poucas e no involuem com corticoterapia As leses antigas podem apresentar bordas eritematosas Ulceraes apresentam-se com raridade Descamao ausente na regresso Leses em locais diversos dos stios iniciais podem aparecer Leses novas especialmente nodulares so indicativas de recidivaIPS

Descamao presente na regresso Stios do surto inicial permanecem ao lado das leses novas

Comprometimento dos NervosREAO Pode haver leso em vrios nervos com dor, alteraes de sensibilidade e motora e at instalao sbita de incapacidade

RECIDIVA Geralmente h comprometimento de um nico nervo com alteraes motoras de instalao lenta

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BaciloscopiaREAO - bacilos escassos - decrscimo de IB em relao ao inicial

RECIDIVA

- bacilos numerosos - aumento do IB em relao ao inicial (pelo menos 2+)

Paciente com IB inicial 4 no incio da PQT e IB 3 no final tem maior risco de recidivaIPS

Resposta aos Corticides Sistmicos Pacientes aps PQT padro - OMSReativao das leses de peleCorticides 2 a 4 semanas As leses remitem e no reaparecem As leses remitem e reaparecem

RECIDIVA

REAO TIPO 1IPS

Diagnstico Diferencial Entre Reao Reversa e Recidiva(Terencio de Las guas, J.: Leprorreaciones; Rev. Fontilles, 1999 XXII (2): 163-178)

REVERSABT BV menos BV 6 meses PQT Bacilos escassos Muitas leses Descamao Febre mal estar Dores neurites Vrios nervos Incio rpido Corticides eficazes Nvel IL2 elevado

RECIDIVAQualquer forma clnica 1 2 anos depois Bacilos numerosos Escassas No h No h No h Geralmente s um Lento No AC Anti ML elevado

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A Reao Leve ou Grave ? Uma reao LEVE aquela que ocorre somente na pele (sem afetar tronco nervoso ou face), pode haver febre baixa e ligeiro edema de membros. Uma reao GRAVE quando afeta troncos nervosos, olhos e outros rgos como testculos, linfonodos ou articulaes.

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Tratamento da Reao Tipo 1PROCEDIMENTOS Prescreva o medicamento: prednisona (1 a 2mg/Kg/dia, conforme avaliao clnica) Mantenha a dose do medicamento at a regresso clnica do quadro reacional. A dose de manuteno deve ser mantida pelo menos por dois meses Reduza a dose do medicamento a intervalos fixos e quantidade predeterminada, conforme avaliao clnica e neurolgica Retorne dose imediatamente anterior em caso de agravamento do quadro clnico

Nas reaes discretas podem ser utilizados analgsicos como o cido acetilsaliclico ou paracetamol de 6 em 6 horasIPS

Tratamento da Reao Tipo 1 Exemplo de Utilizao de PrednisonaPACIENTE COM 48 QUILOS Prescrio inicial do medicamento: 50mg/dia Esta dose deve ser mantida at a regresso clnica do quadro reacional, iniciando-se, ento, aps a avaliao neurolgica do paciente, uma reduo gradativa do medicamento. Reduo gradativa: deve-se reduzir gradativamente o medicamento, a intervalos fixos e com quantidade predeterminada, conforme avaliao clnica. 40 35 30 25 20 15 10 05 mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia mg/dia 15 15 15 15 15 15 15 15 dias dias dias dias dias dias dias dias

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Acompanhamento Durante o Tratamento com Corticosterides Registro do tratamento com prednisona Examinar, idealmente, o paciente semanalmente ou de 15 em 15 dias MONITORAR A FUNO NERVOSA Procurar observar efeitos colaterais

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Como Tratar a Reao Tipo 2 ? Prescrever talidomida: de 100 a 400mg/dia conforme a intensidade do caso Manter a dose inicial at melhora do quadro

A utilizao da talidomida na rede de servios pblicos e privados no Brasil, deve obedecer rigorosamente legislao expedida pelo Ministrio da Sade do BrasilIPS

Como Tratar a Reao Tipo 2 ? Corticosterides no mesmo esquema utilizado para a reao tipo 1 Associar clofazimina em doses progressivamente menores como abaixo:

300 mg dirios no 1o ms 200 mg dirios no 2o ms 100 mg dirios no 3o ms

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Casos de Reao Tipo 2 em que a Prednisona a Indicao1. Mulheres em idade frtil2. Comprometimento neural 3. Irite, iridociclite 4. Orquiepididimite 5. Mos e ps reacionais 6. Nefrite 7. Eritema nodoso necrotizante 8. Fenmeno de LcioIPS

Grupos que Requerem Ateno Especial na Prescrio de Corticosterides

Mulheres grvidas Menores de 12 anos

Pacientes com tuberculose Pacientes com diabetes

Pacientes com lceras ou osteomielite Pacientes com comprometimento ocularIPS

Condies Comuns que Requerem Tratamento Quando do Uso da Corticoterapia

Infestao parasitolgica Diarria com sangue e/ou muco Conjuntivite e tracoma Infeces fngicas Escabiose Dor epigstricaIPS

A mente que se abre a uma nova idia jamais voltar ao seu tamanho originalAlbert Einstein

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