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Recursos Hidroeléctricos como Fonte Geradora de Energia ELE318 Nuno Silva, ee10042 Alexandra Familiar, ee10075 Pedro Saleiro, ee10108 Pedro Pereira, ee10113 Manuel Santos, ee10161 Carlos Cruz, em10204 Supervisor: Nuno Fidalgo Monitor: Cristiana Ramos Coordenador: José Magalhães Cruz

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Recursos Hidroeléctricos como Fonte

Geradora de Energia

ELE318

Nuno Silva, ee10042 Alexandra Familiar, ee10075

Pedro Saleiro, ee10108 Pedro Pereira, ee10113

Manuel Santos, ee10161 Carlos Cruz, em10204

Supervisor: Nuno Fidalgo Monitor: Cristiana Ramos Coordenador: José Magalhães Cruz

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

2

Índice

RESUMO ..................................................................................................................................................... 4

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 5

A ENERGIA HIDROELÉCTRICA ............................................................................................................. 5

Central hidroeléctrica ................................................................................................................................................... 6

Constituição da central hidroeléctrica: ......................................................................................................................... 6

Barragem ...................................................................................................................................................................... 7

Gravíticas: ................................................................................................................................................................. 7

Em arco ou abobadada:............................................................................................................................................. 7

Turbina ......................................................................................................................................................................... 7

Turbinas de acção: ........................................................................................................................................................ 8

Turbinas de reacção: ................................................................................................................................................. 9

Gerador eléctrico .......................................................................................................................................................... 9

Conversão de energia ..................................................................................................................................................10

ENERGIA HIDROELÉCTRICA EM PORTUGAL ................................................................................. 12

A IMPORTÂNCIA DA ENERGIA HIDROELÉCTRICA COMPARATIVAMENTE A OUTROS

RECURSOS DE ENERGIA ...................................................................................................................... 13

PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................................................. 14

Vantagens: ..................................................................................................................................................................14

Desvantagens: .............................................................................................................................................................15

IMPACTES SÓCIO - ECONÓMICOS E AMBIENTAIS ........................................................................ 15

FUTURO................................................................................................................................................... 17

CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 18

BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 19

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

3

Índice de Ilutrações ILUSTRAÇÃO 1 - CENTRAL HIDROELÉCTRICA .................................................................................................................. 6

ILUSTRAÇÃO 2 - PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA CENTRAL ..................................................................................... 6

ILUSTRAÇÃO 3 - BARRAGEM GRAVÍTICA ........................................................................................................................ 7

ILUSTRAÇÃO 4 - BARRAGEM EM ARCO OU OBOBADADA ............................................................................................... 7

ILUSTRAÇÃO 5 - TURBINA PELTON ................................................................................................................................. 8

ILUSTRAÇÃO 6 - TURBINA TURGO .................................................................................................................................. 8

ILUSTRAÇÃO 7 - TURBINA CROSSFLOW (BANKI) ............................................................................................................. 8

ILUSTRAÇÃO 8 - HÉLICE (KAPLAN) .................................................................................................................................. 9

ILUSTRAÇÃO 9 - TURBINA FRANCIS ................................................................................................................................ 9

ILUSTRAÇÃO 10 – TURBINA E GERADOR .......................................................................................................................10

ILUSTRAÇÃO 11 - CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS EM FUNÇÃO DA DIFERENÇA DE COTAS ...........................................11

ILUSTRAÇÃO 12- GRAFICO COMPARATIVO PRODUÇÃO/PRECIPITAÇÃO .........................................................................13

ILUSTRAÇÃO 13 - GRÁFICO DOS TIPOS DE ENERGIA MAIS USADOS ...............................................................................14

ILUSTRAÇÃO 14 - IMAGEM DE UMA BARRAGEM ..........................................................................................................16

ILUSTRAÇÃO 15 - CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM ...................................................................................................17

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

4

Resumo

No âmbito do Projecto FEUP foi-nos proposta a realização deste relatório relativo ao tema

“Recursos Hídricos como fonte geradora de energia”.

Dentro do tema são evidenciados alguns aspectos essenciais, nomeadamente a

caracterização de uma central hidroeléctrica, onde está implícita a sua constituição, uma explicação

dos seus componentes, bem como uma abordagem relativa aos tipos e formas de centrais

existentes. Outro aspecto evidente neste relatório é a posição dos recursos hidroeléctricos em

comparação com outros recursos energéticos no que diz respeito à sua utilização e produção,

sendo este ponto ilustrado com alguns dados gráficos e tabelas.

Também está presente um tópico que consiste em destacar as vantagens e desvantagens

deste recurso, estabelecendo uma analogia com a sua importância a nível ambiental, social e

financeiro.

Por fim, encontra-se uma breve conclusão onde se considera que as desvantagens são

praticamente insignificantes quando comparadas com o grande leque de vantagens que esta

energia acarreta. Mesmo assim, conclui-se que e necessário encontrar outra energia alternativa

como complemento a esta, visto que a energia de que se fala tem como factor determinante a

precipitação que não é constante ao longo do ano .

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

5

Introdução

Já na antiguidade a civilização mostrava um peculiar interesse pela água e uma prova deste

facto é que a maior parte da população se concentrava junto às margens dos rios. Este recurso era

de tal forma importante que se chegaram a desenvolver diversas disputas entre as nações por

causa da água dos rios pois, de facto, a água é um recurso valiosíssimo para a humanidade, sendo

parte fulcral das mais diversas actividades desde a alimentação à produção de energia.

Inicialmente, usava-se a água para fazer trabalhar várias máquinas como as rodas de água,

mas a ambição da humanidade aliada à tecnologia desenvolveu várias formas de aproveitamento

da água, entre elas, a produção de energia através das barragens.

Após a invenção do primeiro gerador eléctrico e do desenvolvimento de turbinas mais

eficientes, no século XIX, começa-se a produzir energia hidroeléctrica em Centrais de pequena e

média dimensão com o intuito de alimentar as redes eléctricas locais e regionais. Mas face à

necessidade de produzir mais energia, no início do século XX, surgem Centrais hidroeléctricas de

grandes dimensões.

Em meados do século XIX, mas já com um atraso em relação ao estrangeiro, Portugal começa

a revelar interesse em gerar energia através da água dos rios, procurando assim diminuir a

dependência do país em combustíveis. Começou-se a investir em experiências na produção de

energia e, em pouco tempo, começaram a surgir empresas de produção e distribuição de energia

eléctrica, sendo a Central de Lindoso a mais antiga de Portugal fundada em 1922.

A energia hidroeléctrica

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

6

A energia hidráulica ou energia hídrica é a energia obtida a partir da energia de uma massa de

água, que se manifesta na natureza nos fluxos de água, como rios e lagos e pode ser aproveitada

por meio de um desnível ou uma queda de água.

Central hidroeléctrica

Consiste numa estrutura destinada à produção de energia eléctrica através da energia contida

numa massa de água, pela imagem podemos ter uma noção exacta de como é uma central

hidroeléctrica e quais os seus constituintes:

Legenda:

1. Reservatório;

2. Paredão da Barragem;

3. Grelhas de Filtração;

4. Canalização forçada;

5. Turbina e Alternador;

6. Turbina hidráulica;

7. Eixo;

8. Gerador Eléctrico;

9. Transformadores;

10. Linhas de transporte de energia

eléctrica.

Constituição da central hidroeléctrica:

Ilustração 1 - Central Hidroeléctrica

Ilustração 2 - Principais componentes de uma central

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

7

As principais componentes de uma central hidroeléctrica são: a turbina, a barragem e o gerador.

Barragem

É uma estrutura maciça ou oca normalmente de betão ou com enchimento de terra, a qual

retêm a água. O topo da barragem, designado como crista, pode suportar uma via pedonal ou de

veículos. A barragem possui uma fundação no fundo do rio e apoios na margem para resistir a

esforços horizontais.

As barragens podem ser classificadas como:

Gravíticas: construídas em betão ou terra que resiste pelo próprio peso

à pressão da água e transmite os esforços à fundação. A utilização de

contrafortes a jusante permite aligeirar o paredão da barragem;

Em arco ou abobadada: (simples ou dupla curvatura): construídas em

betão sendo que a sua forma em curva faz com que as pressões sejam

transferidas para as ombreiras. A barragem em arco é construída em

vales mais apertados, podendo desta forma a altura ser maior que a

largura.

Turbina

A turbina hidráulica é a principal componente de um aproveitamento hidroeléctrico. Este

componente mecânico converte a energia da queda de água em energia mecânica. A selecção da

mesma depende essencialmente de três factores: altura da queda, caudal e velocidade de rotação.

Ilustração 3 - Barragem gravítica

Ilustração 4 - Barragem em arco ou obobadada

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

8

As turbinas podem ser divididas pelo seu princípio de operação em: turbinas de acção e

turbinas de reacção.

Turbinas de acção: funcionam a pressão atmosférica, sendo que as mesmas são

impulsionadas por jactos de água que atingem as pás da turbina.

Pelton: consiste numa roda com uma série de semi-baldes ao

longo da sua periferia. Um ou mais jactos de alta velocidade são

direccionados tangencialmente contra a roda. O jacto atinge o balde

dividindo-se em dois, movimentando a roda. A água deflectida nos

baldes acaba por cair no canal de descarga. O uso é adequado para

locais onde haja altas quedas e pequeno caudal e apresenta bons

rendimentos onde há grande variação de carga, podendo ser operadas entre 10 e 100% de sua

potência máxima.

Turgo: é semelhante a uma turbina Pelton, no entanto o jacto

atinge a roda com um ângulo de 20º, em vez de tangencial, desta

forma a água entra por um lado da roda e sai pela outra. Desta

forma o fluxo de caudal é independente da descarga do fluido,

originando turbinas com menor diâmetro para a mesma potência

em comparação com as turbinas Pelton.

Crossflow (Banki): este tipo de turbinas consiste num rotor com

forma de tambor com um disco sólido em cada extremidade e pás

dispostas radialmente unido os dois discos. O jacto de água entra na

parte superior do rotor através das pás curvas emergindo na outra

extremidade do rotor, passando assim duas vezes pelas pás. O seu

rendimento é inferior aos das restantes turbinas, mas mantém-se

num valor elevado ao longo de uma extensa gama de caudais. O seu campo de aplicação atende

quedas de 3 a 100 metros, vazões de 0,02 a 2,0 m3/s e potência de 1 a 100 kW.

Ilustração 5 - Turbina Pelton

Ilustração 6 - Turbina Turgo

Ilustração 7 - Turbina Crossflow (Banki)

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

9

Em geral as turbinas de acção são mais flexíveis a variações de caudal fora do valor nominal

de projecto, no entanto normalmente necessitam de diferenças de cota superiores a 10 m e

idealmente acima dos 50 m.

Turbinas de reacção: neste caso o rotor é submerso totalmente na água e enclausurado

numa câmara de pressão. As pás da turbina são perfiladas e devido à diferença de pressão nas

superfícies da pá é originada uma força de sustentação (como nas asas dos aviões), o que provoca a

sua rotação. Devido à maior complexidade no fabrico são habitualmente mais caras que as

turbinas de acção.

Hélice (Kaplan): o princípio é semelhante ao da hélice de um

barco mas funcionado de forma inversa. Neste tipo de turbinas uma

da características básicas para aumentar a eficiência é originar

rotação no fluído antes de entrar na turbina através de guias fixas ou

varáveis. As turbinas de hélice não são reguláveis, este tipo de

turbinas permite pouca variação no caudal (apenas controlado pelo

distribuidor). São usadas para grandes caudais e baixas quedas. Existem diversas configurações, a

principal a Kaplan, onde as pás podem ser ajustadas que apesar dos custos, permitem aumentar a

eficiência para maiores gamas de caudais.

Francis: este tipo de turbina é uma modificação das turbinas de

reacção, onde a água flui radialmente accionando o rotor e emerge

axialmente. O rotor é montado normalmente em caixa em espiral com

pás para orientação do fluxo de água. São turbinas adequadas para

operação com condições intermédias de queda e de caudal. Apresentam

um alto rendimento (80% a 90%), tanto mais alto quanto maior for a

potência. As turbinas de reacção em geral são menos flexíveis a variações de caudal, sendo que o

máximo de eficiência é sempre próximo do valor de caudal de projecto, no entanto podem operar

com alturas abaixo dos 10 m.

Gerador eléctrico

Ilustração 8 - Hélice (Kaplan)

Ilustração 9 - Turbina Francis

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

10

Para conversão da energia mecânica gerada na turbina em energia eléctrica são utilizados

geradores os quais possuem uma série de ímanes dentro dos mesmos. Estes ímanes rodam no meio

de rolamentos de cobre (bobines) produzindo corrente eléctrica de elevada tensão. A maior parte

dos geradores são trifásicos de corrente alterna, podendo ser equipados com alternadores

síncronos ou assíncronos.

Esta tensão é posteriormente elevada através de transformadores e transportada até aos

consumidores.

Conversão de energia

A energia disponível resulta da transformação da energia potencial de uma massa de água em

energia cinética, ao haver um deslocamento há uma cota1 inferior. Isto pode ser traduzido por:

P = η ρ g Q H

onde:

P é a potência mecânica produzida no veio da turbina [Watts];

η é a eficiência hidráulica da turbina;

ρ é a densidade da água [kg/m³];

1 A cota em topografia é a altura de um ponto relativamente a um plano horizontal, habitualmente o zero

hidrográfico ou nível médio das águas do mar, que serve de referência.

Ilustração 10 – Turbina e gerador

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

11

g a aceleração da gravidade [m/s²];

Q é o caudal de água que passa pela turbina [m³/s];

H a diferença de cotas tendo em conta o atrito nas tubagens condutoras (cerca de 20% de perdas)

ou altura de queda disponível.

Para a conversão em energia eléctrica a energia cinética da água é transformada em energia

cinética de rotação da turbina hidráulica, e esta energia mecânica da turbina finalmente em energia

eléctrica. A cada processo estará associado um rendimento na ordem dos 80% a 90%, dependendo

da tecnologia empregue.

Em Portugal os aproveitamentos hidroeléctricos estão classificados com base na sua potência

instalada em Grande hídrica, para potências iguais ou superiores a 10 MW e mini-hídrica para

potências inferiores a 10 MW.

A maior parte dos aproveitamentos hidroeléctricos utilizam barragens num rio para

armazenar água num reservatório. Este armazenamento é feito em forma de energia potencial, e

como referido acima, a energia potencial é transformada em energia cinética quando a água é

libertada do reservatório, fluindo através da turbina para produção de energia eléctrica. Nem

sempre é necessária a utilização de grandes barragens para a produção hidroeléctrica. Diversos

aproveitamentos utilizam condutas que canalizam a água do rio através da turbina o que acontece

normalmente em pequenas aplicações.

Existem ainda centrais hidroeléctricas que, para além de converterem em electricidade a água

turbinada, podem bombear a água que já passou pelas turbinas para o reservatório a montante

Ilustração 11 - Classificação de barragens em função da diferença de cotas

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

12

usando energia eléctrica, de forma a armazenar energia potencial, estas são as chamadas barragens

reversíveis. Este tipo de soluções é habitualmente utilizado quando existe excesso de energia

eléctrica na rede, aumentado assim a flexibilidade do sistema eléctrico.

A disponibilidade anual deste recurso depende da quantidade de água disponível para

turbinar, sendo factores determinantes a pluviosidade e a bacia hidrográfica.

Energia hidroeléctrica em Portugal

Actualmente, uma grande parte da energia utilizada em Portugal tem origem hídrica estando

o potencial de aproveitamento de energia hidroeléctrica distribuído por todo o território nacional

mas mais concentrado no Norte e Centro do país, contando-se cerca de 48 centrais com potência

superior a 10MW e 138 com potência que não ultrapassa os 10Mw. Pode dizer-se que de todas as

energias renováveis, a energia hídrica é a que assume maior relevância no nosso país: em período

chuvosos, 40% da energia consumida provém de recursos hídricos e em períodos de seca 20% ( no

gráfico ---, vê-se que quanto menor a precipitação, menor é a produção de Energia Hidroeléctrica).

Apesar disto, em Portugal, só está a aproveitar 46% do potencial hídrico que o país oferece, sendo

de todos os países europeus aquele que menos usufrui da sua capacidade hídrica e o que menos

evoluiu em termos de potência hídrica. Por isso mesmo, em Outubro de 2007, o Governo titulou a

energia hídrica como uma das prioridades para o sector energético abrindo a actividade de

produção independente de energia eléctrica a pessoas singulares ou colectivas, públicas ou

privadas, com o limite de 10 MW de potência instalada, mas os obstáculos são tão intimidatórios e

dissuasores que o número de candidaturas tem vindo a diminuir no decorrer dos anos.

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

13

Mas no geral, a produção de energia hidroeléctrica tem vindo a aumentar desde 2008, e

desde o inicio do ano de 2010 já se produziu cerca de 16000 MWh de energia, segundo dados da

REN.

A importância da energia hidroeléctrica comparativamente a outros

recursos de energia

Actualmente, em Portugal, de todo o leque de energias renováveis que produzem energia

para a população, verificamos que a maioria dessa energia é produzida pelas centrais

hidroeléctricas nacionais.

Dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) mostram que em Julho deste ano,

cerca de 50,2% da energia produzida por Portugal provinham das fontes de energia renovável,

sendo que 28,4% desses 50,2% eram provenientes das centrais hidroeléctricas, Como poderemos

verificar no gráfico da ilustração 13:

0

5

10

15

20

25

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Percentagem da Precipitaçao Média Anual

Percentagem Média da Energia Produzida

Ilustração 12- Grafico comparativo Produção/Precipitação

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

14

28,4

16,7

4,7

0,4

49,8

Hídrica

Eólica

Biomassa + Biogás

Fotovoltaica

Energias não renováveis

Principais vantagens e desvantagens

A energia hidroeléctrica é considerada uma energia limpa, ou seja, renovável. Por isso traz

muitas vantagens para o meio ambiente em comparação com as energias não renováveis, os

conhecidos combustíveis fósseis. Mas, em comparação com as outras energias renováveis

existentes, a energia hidroeléctrica é a que comporta mais desvantagens a nível ambiental.

Vantagens:

- É um tipo de energia renovável, ou seja, obtêm-se esta energia através de um recurso renovável – a

água. Para além disso, é uma energia não poluente, não há, portanto, emissão de gases poluentes e que

contribuem para o efeito de estufa e aquecimento global.

- A retenção de água leva a uma maior produção de peixe em aquacultura, uma vez que é

possível a transposição dos peixes que ficam retidos.

- É uma energia de baixo custo e, para além disto, o preço da electricidade é constante. Uma

vez que não existe dependência dos combustíveis fósseis, já não se depende do preço destes

combustíveis no mercado e da sua importação (principalmente em países sem reservas de

petróleo).

Ilustração 13 - Gráfico dos tipos de energia mais usados

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

15

- Apesar do grande investimento inicial na construção de uma central hidroeléctrica, as

centrais hidroeléctricas têm uma vida longa, podendo estar em funcionamento durante muitos

anos.

Desvantagens:

- O aproveitamento deste tipo de energia está sujeito a um grande investimento inicial e a

infra-estruturas de grandes dimensões que alteram substancialmente a paisagem e isso pode

prejudicar várias espécies de seres vivos.

- Com as barragens, existem alterações no curso normal dos rios, existem interferências na

migração dos peixes, o que pode contribuir para a extinção de várias espécies de peixes a longo

prazo.

- Além de alterações na fauna e na flora dos rios, há também grande interferência no

transporte de sedimentos, impedindo que estes sigam o seu percurso natural, ficando depositados

a montante da barragem o que poderá trazer complicações no futuro, como por exemplo a

diminuição da quantidade de água armazenada no reservatório.

Em suma, a produção de energia hidroeléctrica, apesar de ser muito rentável e trazer vários

benefícios ambientais, traz também vários prejuízos ao ambiente, principalmente na fauna e na

flora dos rios, devido à construção das barragens. Segundo o site “Alentejo Litoral” (1ª.

Bibliografia), por causar impactes ambientais , por vezes, considera-se que esta é uma energia não

renovável.

Impactes Sócio - Económicos e Ambientais

Apesar de todas as funcionalidades e mais-valias que a hidroelectricidade representa para o

sistema electroprodutor, não poderemos esquecer os impactes ambientais e sócio culturais

positivos e negativos que estão associados à construção e exploração dos aproveitamentos

hidroeléctricos.

A hidroelectricidade apresenta também um conjunto alargado de benefícios sociais

relacionados com a utilização das albufeiras e que potenciam o uso sustentável da água. Na

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

16

realidade, após a sua criação, qualquer aproveitamento hidroeléctrico assume algumas das

utilizações dos aproveitamentos designados como de fins múltiplos.

Desde a criação de melhores condições para a captação de água para abastecimento

urbano, agricultura e indústria, da possibilidade de regularização / amortecimento de cheias, de

ajuda ao combate de incêndios florestais, e de oportunidades de melhoria para a navegação, com

fins lúdicos ou comerciais, e para o turismo.

Em muitas situações, face à sua localização em locais remotos e difícil acessibilidade, a

construção dos aproveitamentos hidroeléctricos representa uma melhoria nas condições de vida

das populações da zona, nomeadamente através da criação de emprego e de vias de comunicação.

Contudo, esta melhoria nas condições de vida é forçada, uma vez que a deslocação desta

população é inevitável pois os seus terrenos agrícolas e habitações ficam submersos com o

aumento do caudal do rio a montante da barragem.

Hoje é inviável criar um processo de licenciamento para a construção de um

empreendimento hidroeléctrico que não tenha tido um estudo detalhado de avaliação de

potenciais impactes ambientais, quer a montante, quer a jusante da sua localização. Tendo a

hidroelectricidade uma história longa e sendo uma tecnologia com provas dadas, com

conhecimento acumulado ao longo deste período, haverá que analisar e apresentar, caso a caso,

quais as medidas mitigadoras a desenvolver, no decurso das diferentes fases do projecto, de forma

a minimizar os seus impactes negativos.

Neste âmbito, podem referir-se a criação de dispositivos para a passagem de peixes, a

definição de caudais ecológicos, que permitam manter o habitat natural do rio, e de medidas

mitigadoras que permitam a manutenção da qualidade do ambiente em geral e da água em

particular.

Em termos de integração e recuperação paisagística das zonas envolventes dos

aproveitamentos, nomeadamente

estaleiros e escombreiras ( fig. 5),

também é viável a implementação de

soluções com resultados muito

positivos, como se poderá constatar

das soluções encontradas para o

recém concluído aproveitamento de

Ilustração 14 - Imagem de uma barragem

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

17

Venda Nova II. Inevitavelmente a construção de uma infra-estrutura hidráulica de grandes

proporções tem associados um conjunto de aspectos sociais, que derivam principalmente da

deslocação de pessoas e da transformação do uso das terras inundadas. Para que estes impactes

sejam reduzidos ao mínimo, desde o início deve haver um diálogo aberto com as autoridades locais

e a comunidade, clarificando os pontos fortes e fracos do empreendimento, e procurando definir

quais as medidas mitigadoras que devem ser promovidas nas fases de construção e de exploração.

Futuro

É arriscado prever qual a potencia

conseguida nos próximos anos, mas

relativamente à mini-hídrica esperam-se

valores aproximados a 1 000 MW : de 500 a

600MW até o final de 2010, com uma

produção média a rondar os 1 500 ou os 1

800 GWh/ano.

Mas para tal ser alcançado, há uma serie de

obstáculos a serem ultrapassados desde um

melhor licenciamento a uma melhor

definição de critérios operacionais de conciliação dos condicionamentos ambientais.

Quanto à grande hídrica, o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial

Hidroeléctrico tem como objectivo alcançar uma capacidade instalada superior a 7000MW em

2020, atingindo assim pelo menos 67% do potencial hidroeléctrico do país, para assim nos

aproximarmos dos países que estão no topo da União Europeia como a Suécia e a Áustria.

A maioria dos novos empreendimentos, não têm como único objectivo aumentar o potencial

eléctrico, mas também fazer o sistema evoluir no sentido de aumentar a capacidade de

armazenamento e utilidade, promovendo o abastecimento de água, o turismo, controlo de cheias e

o combate a incêndios.

Para além do PNCEPH, estão a ser implementados outros projectos com o intuito de reforçar

a Central do Alqueva, do Picote e Bemposta de forma a ultrapassar os 5 000 MW de potência até o

Ilustração 15 - Construção de uma barragem

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

18

final deste ano, de construir uma nova central hidroeléctrica em Baixo Sabor e Ribeiradio e também

de instalar mais de 2 250MW para assim se chegar aos 6 250 MW de capacidade hídrica.

Conclusão

A produção de energia hidroeléctrica não é poluente, mas não é por isso que se deva

considerar esta energia como isenta de efeitos ambientais adversos.

Quando nos referimos às pequenas centrais, de facto, o único inconveniente que associamos

resume-se à fase de construção. Mas não é uma desvantagem isolada! Por mais pequena que seja,

pode levar ao desalojamento de uma parte da população, à captura de animais, à alteração do

curso natural de um rio, entre outras.

Têm-se unido esforços para diminuir as consequências desvantajosas da construção de

centrais hidroeléctricas, porque as vantagens deste tipo de energia são bastante encorajadoras e

solucionam alguns problemas com os quais o país se tem vindo a deparar, nomeadamente a

dependência em combustíveis fósseis. E porque passado algum tempo da entrada em

funcionamento da central, as desvantagens são praticamente insignificantes quando comparadas

com o grande leque de vantagens.

Graças aos esforços de diversos técnicos, tem-se conseguindo assegurar a segurança das

barragens e o respeito pela natureza – através da concretização de túneis para os peixes, por

exemplo.

Através da análise dos gráficos podemos concluir que a precipitação é um factor

determinante para a produção de energia hidroeléctrica. Desta forma, a fim de extinguir a

utilização de recursos não renováveis, é necessário recorrer a um método de produção

complementar a este tipo de energia renovável, impedindo assim uma quebra na produção de

energias através de recursos renováveis.

Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia

19

Bibliografia

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