renascer 42
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Boletim Informativo Nº42. Edição Especial de Abril a Setembro de 2013.TRANSCRIPT
Santos PopularesSantos Populares pág. 16pág. 16
DESTAQUES
EDIÇÃO ESPECIAL
Abril
Setembro
2013 RENASCERb o l e t i m i n f o r m a t i v o
Distribuição Gratuita | Publicação Trimestral | Nº 42
Santa Casa da Misericórdia de Sines www.scmsines.org
Torneio de Boccia SeniorTorneio de Boccia Senior pág. 6pág. 6
NOITE DE FADOS NO SALÃO SOCIAL
À Conversa com… Domingos Casa BrancaÀ Conversa com… Domingos Casa Branca pág. 10pág. 10
No dia 1 de Junho o Salão Social da
Santa Casa encheu‐se para uma Noite
de Fados cujos protagonistas foram
artistas da região. Sandra Tomás, Rute
Belga, Joana Luz, Armando Casal,
Eduardo Serrão, Chico Malafaia e Alba‐
no Miguel foram os fadistas convidados
que tiveram a companhia de Carlos Sil‐
va na viola e João Núncio na guitarra.
Cerca de 150 pessoas assistiram ao
espectáculo, entre eles um grupo de
idosos da Misericórdia, assim como
colaboradores, voluntários, amigos e
membros dos órgãos sociais da Santa
Casa. Ao longo da noite foi servido o
tradicional caldo verde e a linguiça
assada.
No final do espectáculo o provedor Luís
Venturinha enalteceu a boa vontade do
fadista Armando Casal, assim como do
restante elenco, na ajuda à Misericór‐
dia. O provedor destacou também a
calorosa e atenta participação do públi‐
co e manifestou um reconhecido agra‐
decimento aos participantes e organi‐
zadores da Noite de Fados. No futuro
fica a certeza de que todos acolherão
da melhor forma outras iniciativas des‐
te género.
Como alguém disse “ O cami‐
nho faz‐se caminhando” só
que nem sempre o caminho
é tão direto e fácil conforme
é desejável. É assim na vida e
nos projectos em que nos
envolvemos. Pela sua dimen‐
são e representatividade
para a Misericórdia, sentimo‐
nos na obrigação de comuni‐
car à nossa irmandade e
população em geral o contra‐
tempo com o decorrer da
obra da construção do novo
Lar Prats Sénior.
Por ter havido várias condi‐
cionantes por parte do
empreiteiro, que penaliza‐
vam o bom andamento da
obra e de alguma forma a
Misericórdia, decidiu‐se, de
acordo com a conjuntura,
avançar para uma rescisão
amigável do contrato, sendo
justo destacar a disponibili‐
dade do mesmo para o efei‐
to. Neste interregno, decidiu‐
se aproveitar a oportunida‐
de, ao abrigo do Decreto‐Lei
67/2012 que permitia o
aumento de capacidade de
camas, fazer a transformação
do projecto de 60 para 80
camas.
Lamentamos todas estas con‐
trariedades, mas perante os
infortúnios somos obrigados
a arranjar soluções, e esta foi
a única forma de se tratar
deste procedimento com o
mínimo de riscos e custos
para todas as partes.
Entretanto, estamos a desen‐
volver acções preparatórias
para lançamento do novo
concurso de reprogramação
para a conclusão da obra,
com preocupação e empe‐
nho, para que esta volte a
arrancar breve, assim que as
condições técnicas e regula‐
mentares o permitam.
Neste sentido, gostaria de
convidar a população de
Sines a juntar‐se a nós na
valorização da nossa obra
social desenvolvida em prol
da assistência aos mais desfa‐
vorecidos.
Aproveito também a oportu‐
nidade para apelar às entida‐
des, empresas e pessoas de
boa vontade, para que den‐
tro das suas possibilidades
encarem a Misericórdia
como uma instituição que,
nos tempos que correm, pre‐
cisa de todos para melhor
também servir todos, não
dando ouvidos a muitas
vozes mal informadas sobre a
Misericórdia ser apoiada
pelos lucros dos jogos da
Santa Casa da Misericórdia
de Lisboa.
Acredito que a Misericórdia
de Lisboa apoie algumas ins‐
tituições, embora ela tam‐
bém tenha as suas próprias
necessidades, e daí absorver
boa parte das verbas despen‐
didas, não podendo por isso
chegar a todos os necessita‐
dos, como até agora tem sido
o nosso caso. Quero com isto
dizer que a nossa sustentabi‐
lidade se baseia somente nas
receitas familiares e institu‐
cionais, o que pela sua insufi‐
ciência obriga a grandes
esforços na contenção de
despesas, em paralelo com o
esforço de se criar e prestar
as melhores condições possí‐
veis aos nossos utentes.
Também sabemos que as
dificuldades gerais impostas
pelas actuais políticas de aus‐
teridade geram muitas
necessidades e insegurança
na população em geral, e por
arrasto alguma revolta e faci‐
lidade às críticas negativas.
No que nos toca, sabemos
que também não podemos
fugir à regra, pois estamos
muito expostos e limitados
na forma como combater e
demonstrar eficazmente mui‐
tas inverdades que possam
ser ditas, ou seja, bem gosta‐
ríamos de poder ajudar a
transformar atitudes de uma
maneira mais construtiva
salutar e humana.
É nosso lema tentar bem ser‐
vir, de preferência com a
qualidade e o humanismo
possíveis, investindo dentro
das nossas condicionadas
possibilidades, em melhoria
de equipamentos, melhoria
na prestação de serviços com
base na formação profissio‐
nal, através de workshops e
nos conhecimentos adquiri‐
dos pelos funcionários ao
longo dos anos.
A nossa e sua missão é aju‐
darmos a melhor servir os
outros, para que no amanhã
quando nós, hoje no activo,
precisarmos, também termos
quem melhor cuide de nós.
Por isso, aceitamos com espí‐
rito aberto todos os apoios e
críticas, de preferência cons‐
trutivas, porque nos ajudam
a sermos melhores, hoje e no
futuro.
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RENASCER
bo le t im in fo rmat i vo
Propriedade, Edição e Impressão SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SINES
Periodicidade Trimestral
Número 42
Edição EDIÇÃO ESPECIAL ‐ Abril | Setembro 2013
Director Luís Maria Venturinha de Vilhena
Redacção Rita Camacho
Revisão de Texto José Mouro, Rita Camacho
Fotografia Ricardo Batista, Rita Camacho
Grafismo | Montagem | Paginação Ricardo Batista, Rita Camacho
Tiragem 300 exemplares
Depósito legal 325965/11
Distribuição Gratuita
Ficha Técnica
RENASCER b o l e t i m i n f o r m a t i v o
O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO
ED
ITO
RIA
L
Luís Maria Venturinha de Vilhena Provedor da Misericórdia de Sines
“Nascido nos contextos populares da
Lisboa oitocentista, o Fado encontrava‐
se presente nos momentos de convívio
e lazer. Manifestando‐se de forma
espontânea, a sua execução decorria
dentro ou fora de portas, nas hortas,
nas esperas de touros, nos retiros, nas
ruas e vielas, nas tabernas, cafés de
camareiras e casas de meia‐porta. Evo‐
cando temas de emergência urbana,
cantando a narrativa do quotidiano, o
fado encontra‐se, numa primeira fase,
vincadamente associado a contextos
sociais pautados pela marginalidade e
transgressão, em ambientes frequenta‐
dos por prostitutas, faias, marujos,
boleeiros e marialvas.
E se as primeiras letras de Fado eram,
na sua maioria, anónimas, sucessiva‐
mente transmitidas pela tradição oral,
esta situação inverter‐se‐ia definitiva‐
mente a partir de meados da década de
20, época em que surge uma plêiade de
poetas populares como Henrique Rego,
João da Mata, Gabriel de Oliveira, Fre‐
derico de Brito, Carlos Conde e João
Linhares Barbosa, que consagrará ao
fado particular atenção. (…) A partir dos
anos 50 do século XX o fado cruzar‐se‐á
definitivamente com a poesia erudita
na voz de Amália Rodrigues. A partir do
contributo decisivo do compositor Alain
Oulman, o fado passará a cantar os tex‐
tos de poetas com formação académica
e obra literária publicada como David
Mourão‐Ferreira, Pedro Homem de
Mello, José Régio, Luiz de Macedo e,
mais tarde, Alexandre O’Neill, Sidónio
Muralha, Leonel Neves ou Vasco de
Lima Couto, entre muitos outros.
(…) Já nos anos 90 o fado consagrar‐se‐
ia, definitivamente nos circuitos da
World Music (Música do Mundo)”.
internacional com Mísia e Cristina Bran‐
co, respectivamente no circuito francês
e na Holanda. Também nos anos 90, um
outro nome que se destaca no panora‐
ma do Fado é Camané, com grande
consagração. Desde a década de 90 e já
no dealbar do século surge uma nova
geração de talentosos intérpretes como
Mafalda Arnauth, Katia Guerreiro,
Maria Ana Bobone, Joana Amendoeira,
Ana Moura, Ana Sofia Varela, Pedro
Moutinho, Helder Moutinho, Gonçalo
Salgueiro, António Zambujo, Miguel
Capucho, Rodrigo Costa Félix, Patrícia
Rodrigues, ou Raquel Tavares. No circui‐
to internacional porém, Mariza assume
protagonismo absoluto, desenhando
um percurso fulgurante, ao longo do
qual tem legitimamente colhido suces‐
sivos prémios na categoria de World
Music (Música do Mundo)”.
O fado foi considerado em 2011 Patri‐
mónio Imaterial da Humanidade pela
UNESCO.
Excertos do texto:
Pereira, Sara (2008), “Circuito Museoló‐
gico”, in Museu do Fado 1998‐2008, Lis‐
boa: EGEAC/Museu do Fado.
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bo le t im in fo rmat i vo RENASCER
FADO, PATRIMÓNIO MUNDIAL
A actuação da fadista Rute Belga
O Salão Social encheu‐se para uma noite diferente
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RENASCER
bo le t im in fo rmat i vo
09:00 - Recepção aos participantes 09:30 - Cerimónia de Abertura
Luís Venturinha - Provedor da SCMS, Ana Clara Birrento - Directora do CDSS de Setúbal, Cecília Gil - Directora do Centro de Saúde de Sines, representante da Câmara Municipal de Sines (a designar)
10:00 - “Ambientes Terapêuticos para pessoas com deterioração cognitiva” Arq.ª Angelina Santos (Segurança Social)
10:30 - Intervalo para café 10:45 - “Lidar com a doença de Alzheimer - Ocupação”
Representantes da Associação Alzheimer Portugal
11:45 - “Funcionamento dos gabinetes de apoio a familiares de pessoas com doença de Alzheimer” Representantes da Associação Alzheimer Portugal
12:45 - Debate 13:00 - Almoço Livre 14:30 - “Animação nos Idosos”
Dr. Luís Jacob (Socialgest, Rutis)
15:30 - “Snoezelen e o Alzheimer - Estimulação Sensorial” Dra. Amélia Martins (Lar Santa Beatriz da Silva)
16:30 - Debate 17:00 - Encerramento
Organização:
Membro do NLI - Núcleo Local de Inserção
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bo le t im in fo rmat i vo RENASCER
MISERICÓRDIA ACOLHE “ESTUDANTES CICLISTAS” Em Junho, a Santa Casa acolheu
um grupo de 11 estudantes e 4
professores da Escola Básica Inte‐
grada de Apelação, em Loures.
Com idades compreendidas entre
os 15 e os 18 anos de idade, estes
alunos fazem parte de uma turma
especial criada ao abrigo do Pro‐
grama Integrado de Educação e
Formação (PIEF), com o objectivo
de reduzir o abandono e o insuces‐
so escolar.
Como forma de assinalar o final do
ano lectivo, os professores organi‐
zaram uma actividade extra‐
curricular original, denominada
PIEF Bike Tour 2013, que levou
este grupo a viajar de bicicleta
entre Tróia e Lagos. A primeira
paragem aconteceu em Sines, no
dia 2 de Junho, levando‐os a per‐
noitar no Salão Social da Misericór‐
dia.
Eládio Gouveia, professor de Edu‐
cação Física e um dos mentores
deste projecto, em conversa com o
“Renascer” explicou que «estas
turmas funcionam como a última
oportunidade para que estes alu‐
nos, em risco de exclusão social,
concluam o 6º ou 9º ano.» Eládio
Gouveia acrescentou ainda que
«ao longo do ano lectivo arranja‐
mos estratégias que motivem estes
alunos, sendo esta actividade uma
espécie de ‘prémio’, mas não só. O
PIEF Bike Tour é também um
momento de aprendizagem, no
qual são colocados em prática con‐
teúdos leccionados ao longo do
ano, como, por exemplo, a preven‐
ção rodoviária. Além disso, há tam‐
bém a questão da motivação e da
capacidade que estes alunos têm
de se superarem. Muitos deles não
acreditam que são capazes de ir de
bicicleta de Tróia a Lagos e, no
final, ficam surpreendidos consigo
próprios.»
Esta não foi a primeira edição do
PIEF Bike Tour, tal como referiu o
professor de Educação Física. «Em
anos anteriores já organizámos
outras edições desta aventura e,
no final, é visível a satisfação de
todos os intervenientes. Nós, pro‐
fessores, ficamos com a certeza de
que é uma actividade que marca
os alunos para sempre.»
No final da estadia na Misericór‐
dia, Eládio Gouveia enalteceu o
apoio da comunidade a este pro‐
jecto e o espírito de solidariedade
entre todos. «Há uma grande
envolvência da parte da escola e
até mesmo de particulares, que
nos emprestam bicicletas ou que
nos acompanham ao longo do per‐
curso. Depois há também uma
enorme boa vontade de quem nos
acolhe gratuitamente e de braços
abertos, como foi o caso da Miseri‐
córdia de Sines.»
Além de ter acolhido este grupo de
alunos e professores, tem sido
hábito nos últimos meses a Miseri‐
córdia acolher, durante a noite,
grupos de escuteiros e de peregri‐
nos que procuram apoio na nossa
Instituição cuja missão também é a
de “dar pousada aos peregri‐
nos” (4ª obra corporal das Miseri‐
córdias).
O grupo de estudantes e professores antes da partida
Os idosos da Misericórdia de Sines
praticam de forma regular, desde
2012, a modalidade de Boccia.
Todas as terças e quintas‐feiras de
manhã o Salão Social enche‐se de
utentes empenhados em alcançar o
melhor resultado nas sessões de
Boccia organizadas pelo serviço de
Educação Especial e Reabilitação.
Estas sessões servem de treino para
algumas competições nas quais a
Misericórdia já tem participado.
No dia 4 de Junho um grupo de
quatro utentes esteve presente na
primeira edição do torneio
“Masters Boccia Senior” que decor‐
reu no Pavilhão Multiusos de Odive‐
las. O torneio foi organizado pela
Federação Portuguesa de Desporto
para Pessoas com Deficiência e a
Misericórdia alcançou o 36º lugar
entre 49 equipas participantes.
Dia 16 de Julho foi a vez da Miseri‐
córdia organizar, no Salão Social, um
intercâmbio com um grupo de joga‐
dores do Montijo. Estiveram pre‐
sentes 4 atletas, com bastante
experiência na modalidade de Boc‐
cia, que têm como treinador Gabriel
Potra, atleta paralímpico de atletis‐
mo, várias vezes medalhado. No
final, todos os elementos envolvi‐
dos na competição mostraram o
seu contentamento, sendo de des‐
tacar um saudável convívio e espíri‐
to competitivo.
BOCCIA, UMA MODALIDADE EM CRESCIMENTO NA SCMS
6
RENASCER
bo le t im in fo rmat i vo
O grupo de utentes que participou no Torneio em Odivelas
BOCCIA, O QUE É? O Boccia é um jogo de lançamento de bolas, inspirado num jogo praticado na antiga Grécia do qual derivaram jogos
como o bowling e a petanca. O Boccia foi originalmente concebido para ser jogado por pessoas com paralisia cere‐
bral, mas tornou‐se tão popular que, hoje em dia, é praticado por muitas outras pessoas, nomeadamente em idade
sénior.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO Bolas de Boccia (6 vermelhas, 6 azuis e 1 branca)
Dispositivo de medida
Quadro de resultados
Indicador da cor Vermelha/Azul (permite aos jogadores ver claramente qual o lado que deve jogar)
REGRAS BÁSICAS Pode ser jogado individualmente ou em equipas (3 elementos), sendo mais comum a competição por equipas.
É necessária a presença de 1 árbitro.
Joga‐se num campo delimitado (com 12,5m de comprimento por 6m de largura) que inclui “casas” para os jogadores
e uma área onde a bola alvo é inválida (linha em “V”).
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bo le t im in fo rmat i vo RENASCER
PUB
Os utentes da SCMS em acção
Cada jogador ou equipa dispõe de 6 bolas vermelhas, dispondo a equipa ou jogador adversário de 6 bolas azuis.
A bola alvo é branca e é atirada à vez por cada uma das equipas ou jogadores.
O objectivo é lançar as bolas de cor o mais próximo possível da bola branca.
Cada jogo possui 4 parciais, no caso de ser jogado individualmente, ou 6 parciais, na competição por equipas.
Em cada parcial todas as bolas são lançadas pelos jogadores.
Os pontos contam‐se no final de cada parcial, sendo atribuído um ponto por cada bola que esteja mais próxima da
bola branca.
ENTREVISTA COM RUI PINTO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DO PHC
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RENASCER
bo le t im in fo rmat i vo
A empresa Acidados presta
serviços de auditoria, con‐
sultadoria e implementação
de projectos na área das
Tecnologias da Informação e
da Comunicação. A propósi‐
to de uma parceria com a
Santa Casa na implementa‐
ção de um novo software de
gestão o Renascer esteve à
conversa com Rui Pinto,
administrador da empresa.
Renascer ‐ Há uma reestru‐
turação que está a ser feita
na SCMS a nível da gestão da
Instituição. Que contributo
está a ser dado pela empresa
Acidados nessa reestrutura‐
ção?
Rui Pinto ‐ Tudo estamos a
fazer para que esse contribu‐
to seja muito positivo. A Aci‐
dados foi contratada para
implementar e aprimorar
uma instalação do software
PHC já existente, nas áreas
de Pessoal, Gestão, Contabi‐
lidade e Imobilizado.
O nosso contributo começou
por ser meramente técnico,
na área de software, mas
com o desenrolar da imple‐
mentação passou a ser mais
abrangente, incluindo neste
momento toda a área organi‐
zativa de processos e de ser‐
viços ou valências. Não
tomamos qualquer decisão,
mas contribuímos, e muito,
para a discussão e para a
implementação e melhora‐
mento de processos, junta‐
mente com a Direcção Finan‐
ceira e com o Provedor da
Instituição. Todo o trabalho
de implementação do soft‐
ware PHC está a ser feito
com base na análise de pro‐
cessos que existiam e que
propusemos que fossem
modificados para uma
melhor percepção da Insti‐
tuição e dos seus responsá‐
veis. Por tudo isto, considero
que o nosso contributo para
a organização da gestão da
Santa Casa está a ser positi‐
vo, com obstáculos que têm
sido desafiantes, mas a con‐
clusão do projecto trará, sem
dúvidas, mais‐valias para a
Instituição no seu todo.
R ‐ Em breve pretende‐se que
o software PHC venha a ser
utilizado por todos ou quase
todos os funcionários da Ins‐
tituição. De forma o mais
simples possível, explique
que ferramenta de trabalho
é esta?
RP ‐ O software PHC é uma
aplicação informática de
Gestão (ERP ‐ Enterprise Res‐
source Planning) que abran‐
ge muitas áreas de trabalho,
entre as quais a facturação,
compras, recebimentos,
pagamentos, vencimentos
de funcionários, stocks, imo‐
bilizado e contabilidade. Mas
para que toda a informação
colocada no programa seja
útil é preciso que seja intro‐
duzida de forma rápida, efi‐
ciente e que depois seja utili‐
zada em análises. É para isto
que todos ou quase todos os
funcionários da Instituição
vão trabalhar, estando alguns
deles já a fazê‐lo. O processo
de implementação do soft‐
ware PHC vai abranger todas
as áreas da Misericórdia. A
título exemplificativo, quan‐
do alguém chegar à Institui‐
ção e quiser fazer uma inscri‐
ção numa das valências, o
processo será feito dentro do
software PHC e, utilizando
ferramentas do próprio soft‐
ware, será desencadeada
uma série de informação a
tratar pelo responsável de
cada área.
Outro dos processos que
estamos a desenvolver é o
dos cuidados aos utentes.
Qualquer tipo de cuidado
prestado será registado pelo
funcionário, para que se con‐
siga, em qualquer altura, for‐
necer informação aos técni‐
cos, aos responsáveis de
valência e aos familiares,
sobre de que forma foram
prestados os cuidados, por
quem, a que horas e a que
dias.
A nível dos funcionários
vamos ter um processo de
registo de refeições
(marcações e consumo) para
uma melhor organização do
sector da cozinha, que deve‐
rá saber diariamente quantas
refeições tem de preparar e
quantas marcações de fun‐
cionários existem. Neste
momento toda a correspon‐
dência que chega à institui‐
ção já é digitalizada e envia‐
da pelo software PHC para os
respectivos destinatários,
poupando‐se assim um enor‐
me valor em cópias. Todas as
requisições ao armazém
também já são feitas por um
processo interno registado
no software PHC após valida‐
ção do departamento finan‐
ceiro. As respectivas entre‐
gas são igualmente regista‐
das dentro do software
PHC. Em suma, com o registo
dos processos no software
todos (de acordo com as res‐
pectivas autorizações) terão
acesso à informação que
necessitam de forma rápida
e útil. É importante a envol‐
vência de todos os colabora‐
dores para que a implemen‐
tação do PHC tenha sucesso,
e é para isso que temos esta‐
do a trabalhar.
R ‐ De que forma o PHC será
Rui Miguel Pinto
Administrador ACIDADOS
bo le t im in fo rmat i vo RENASCER
9
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SINES Avenida 25 de Abril, n.º 2 Apartado 333 7520‐107 SINES
Site: www.scmsines.org Email: [email protected]
Provedoria Tel. 269630462 | Fax. 269630469 Email: [email protected]
Horário de Atendimento: 09h00‐13h00 | 14h00‐16h00
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Acção Social (Lares, Centro de Dia, Apoio Domiciliário) Tel. 269630460 | Fax. 269630469 Email: [email protected]
Horário de Atendimento: 09h00‐13h00 | 14h00‐17h00
Infantário “Capuchinho Vermelho” Telem. 967825287 Email: [email protected] Horário de Funcionamento: 07h45‐19h45
Outros Contactos: Animação: [email protected] Gabinete de Informação:
gab‐[email protected] Gabinete de Psicologia: gab‐[email protected] Recursos Humanos:
Informações Úteis
utilizado pelos funcionários
da Instituição?
RP ‐ Hoje em dia a tendência
do mercado é a mobilidade.
Todos nós usamos equipa‐
mentos que nos permitem
aceder de forma rápida à
informação, entre eles os
tablets ou os smartphones.
Conforme a área de inter‐
venção dos funcioná‐
rios assim será o acesso ao
registo de informação. Em
termos práticos aquilo que
estamos a idealizar é o
seguinte: a funcionária res‐
ponsável pelos cuidados de
higiene de um utente, terá
na sua posse um equipamen‐
to com leitura NFC
(Comunicação de Campo
Próximo ‐ Near Field Com‐
munication) que irá permi‐
tir identificar o quarto onde
irá realizar a tarefa, conse‐
quentemente irá, neste mes‐
mo equipamento, ter a pos‐
sibilidade de identificar o
utente e iniciar a sua tarefa,
identificando os materiais e
o tempo gastos para execu‐
ção da mesma. Após o final
da tarefa, esta ficará regista‐
da no software PHC, a res‐
ponsável de área sabe assim
de uma forma rápida que a
mesma foi executada e quan‐
tas mais faltam executar. Este
exemplo tem a ver com os
cuidados de higiene, mas
aplica‐se também às tarefas
relacionadas com a medica‐
ção, situações de urgência,
actos médicos, refeições, no
fundo tudo o que diz respei‐
to ao trabalho directo com
os utentes nas instalações da
SCMS. O Serviço de Apoio
Domiciliário, terá acesso à
mesma tecnologia, havendo
registo da entrega de refei‐
ções, permitindo, por exem‐
plo, que em caso de ausência
do utente se possa ter a cer‐
teza que o Serviço de Apoio
Domiciliário lá esteve
(utilizando georreferencia‐
ção) e assim eserá enviada
uma mensagem SMS aos
familiares, alertando para
esta situação. Nas áreas em
que a mobilidade não é
necessária usar‐se‐ão os tra‐
dicionais computadores
como forma de aceder ao
PHC.
R ‐ Sendo que a SCMS tem
pessoas como "matéria‐
prima", não acha que o
modelo de gestão que está a
ser implementado poderá
contribuir para uma desuma‐
nização dos cuidados?
RP ‐ A primeira tendência é
exactamente essa, a de pen‐
sar‐se que tudo o que esta‐
mos a desenvolver e a imple‐
mentar é uma desumaniza‐
ção dos cuidados, mas na
minha perspectiva quanto
mais registos e informação
existir melhor se pode deci‐
dir e actuar, corrigindo
acções e humanizando mais
os cuidados aos utentes.
Cada vez é mais importante
o rápido acesso à informa‐
ção, nos dias de hoje é mes‐
mo crucial ter dados a tempo
e horas. A SCMS, na figura do
seu Provedor, tem como
preocupação principal a
melhoria contínua no
desempenho dos colabora‐
dores e prestadores de servi‐
ços e a procura constante de
soluções no que diz respeito
ao bem‐estar e conforto dos
utentes. É neste sentido que
estamos a desenvolver o
nosso trabalho, queremos
dotar os colaboradores de
meios tecnológicos para que
possam cada vez prestar
melhor os serviços necessá‐
rios para que os utentes se
sintam melhor e mais acom‐
panhados. Isto do nosso pon‐
to de vista não desumaniza
os cuidados, muito pelo con‐
trário, aproxima os utentes
da Instituição, pelos bons
serviços prestados.
Domingos António Casa
Branca, poeta popular de
76 anos, nasceu a 1 de
Junho de 1937 no Monte
dos Salgados da Várzea,
na freguesia de Cercal do
Alentejo. Os tempos mais
remotos da sua vida não
lhe deixaram boas recor‐
dações, já que perdeu os
pais demasiado cedo. «A
minha mãe morreu, tinha
eu 6 anos de idade e por
isso fiquei a viver só com
o meu pai. Eramos a com‐
panhia um do outro e eu
ajudava‐o sempre que
podia. Recordo‐me que
migava pão caseiro para
fazer sopas, e levava‐as
ao campo, onde o meu
pai trabalhava. Nesse
tempo chamavam‐me ‘o
puto do Ti Casa Branca’.
Mais tarde, aos 9 anos,
voltei a sofrer um duro
golpe quando o meu pai
morreu de repente. Foi
uma infelicidade.» Da
mãe, Domingos Casa
Branca ficou com uma
leve recordação, ao passo
que do pai lhe ficaram as
melhores referências.
«Lembro‐me perfeita‐
mente de um dia estar
sentado ao Sol, ao pé de
casa, e a minha mãe che‐
gar com um passarinho
na mão e dizer‐me: ‘Não
podes estar aí ao Sol por‐
que faz‐te mal. Não vês
este passarinho, também
esteve muito tempo ao
Sol e agora já não pode
voar! A sua sorte fui eu,
que o salvei.’ É a única
lembrança que tenho
dela. Do meu pai guardo
as melhores recordações,
era um homem trabalha‐
dor, não sabia ler nem
escrever, mas isso não o
impedia de tocar guitarra,
cantar e fazer poesia, gos‐
to que passou para mim,
e que ao que sei até já
vinha do meu avô pater‐
no.»
Antes do falecimento de
seu pai, Domingos recor‐
da, ainda que vagamente,
as brincadeiras de crian‐
ça. «Não havia condições
para brincadeiras, ainda
assim não me esqueço
que gostava muito de
brincar com um arquinho
em ferro, que se equili‐
brava com um gancho.» A
sua família, como quase
todas nesse tempo, era
numerosa. Domingos
tinha 9 irmãos, 7 da parte
da mãe e 2 da parte do
pai, por isso a necessida‐
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RENASCER
bo le t im in fo rmat i vo
Á CONVERSA Á CONVERSA COMCOM... ... Domingos Casa BrancaDomingos Casa Branca
de de ajudar no sustento
da casa afastou‐o da
escola e levou‐o a traba‐
lhar no campo, desde
muito cedo. «A morte dos
meus pais foi o que mais
me marcou na minha
infância. Quando me vi
sozinho no mundo – os
meus irmãos eram todos
mais velhos e já tinham
as suas vidas orientadas –
senti‐me muito infeliz.
Estive quase para ir para
a Casa Pia, mas fui viver
com uma das minhas
irmãs e aí comecei a tra‐
balhar no campo. Eu
tinha apenas 10 anos e o
meu cunhado, que não
era muito meu amigo,
queria que trabalhasse
com uma charrua e que
cuidasse do gado. Era um
trabalho muito duro para
mim e que me obrigava a
passar muito tempo sozi‐
nho.» Ao fim de quase
um ano a viver com a
irmã e com o cunhado,
Domingos Casa Branca
decidiu procurar outro
rumo para a sua vida.
«Numa madrugada de
Novembro fugi de casa da
minha irmã. Não me sen‐
tia feliz e tinha muito
medo do meu cunhado.
Por isso ‘fiz‐me à estrada’,
levando pouco mais do
que a roupa do corpo.
Passei fome e frio e andei
muito a pé, até chegar a
casa dos meus padrinhos
em Cercal do Alentejo. Foi
aí que a minha vida se
modificou.» Domingos
passou então a viver no
lugar dos Salgadinhos na
companhia de seus padri‐
nhos. Por lá se manteve
até completar 16 anos,
ocupando‐se do trabalho
no campo e a pastorear
animais. «Ajudava os
meus padrinhos, que
eram pessoas remedia‐
das. Tenho boas recorda‐
ções dos tempos em que
vivi com eles. Nunca me
faltou nada daquilo que
precisava para viver.
Quando fiz 16 anos, era já
homem feito, tomei a
decisão de sair de casa
deles porque queria
ganhar o meu dinheiri‐
nho, formar família e ter
casa própria.» Este seu
desejo acabou por se con‐
cretizar quando Domin‐
gos Casa Branca casou,
tinha então 25 anos, vivia
na zona de São Domingos
da Serra e trabalhava
como pastor. «Casei, fui
viver para uma casinha
simples, alugada e que
não tinha mordomias,
mas era suficiente para
viver com dignidade. Do
meu casamento nasce‐
ram as minhas duas
filhas, que são a sorte
maior que tive na vida.»
Por volta dos 34 anos,
uma grave doença impos‐
sibilitou Domingos Casa
Branca de trabalhar, sen‐
do assim possível a con‐
cretização de um sonho
antigo. «Nessa altura
aprendi a ler e a escrever
com um senhor que ensi‐
nava os adultos em casa.
Foi uma satisfação enor‐
me pois pude finalmente
pôr em prática a minha
veia de poeta.» A partir
dessa altura, mas princi‐
palmente depois de se
reformar, aos 51 anos,
Domingos Casa Branca
escreveu todos os poe‐
mas que lhe preenchiam
o pensamento e em 2001,
já com mais de 60 anos,
editou o primeiro livro
autobiográfico intitulado
“Minha vida meu desgos‐
to”. Em 2008 publicou um
segundo livro, também
este autobiográfico, ao
qual decidiu chamar
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Domingos Casa Branca na companhia de outros utentes da Misericórdia
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“Tempos passados na
minha vida”. «Os livros
que publiquei têm poesia
e prosa sobre tudo o que
aconteceu de bom e de
mau na minha vida. Até a
minha vinda para a Santa
Casa da Misericórdia de
Sines está lá retratada.»
A vinda de Domingos
Casa Branca para o Lar
Anexo 1 da Misericórdia
de Sines aconteceu a 10
de Maio de 2004. Hoje,
mais de 9 anos passados,
este utente está perfeita‐
mente adaptado, sendo
até um dos idosos mais
activos e que mais partici‐
pa nas actividades que
diariamente se organizam
na Instituição. «Vim para
a Santa Casa por razões
de saúde e para não ficar
dependente das minhas
filhas. Tenho aqui um sítio
onde a comida, a cama e
a roupa lavada são uma
certeza. Nem tudo calha
bem, mas isso nem em
nossa casa acontece. Dou
as minhas voltinhas, par‐
ticipo nas actividades que
mais me agradam e o que
posso dizer é que nunca
tinha tido uns dias tão
bons como os que tenho
nesta casa. São dias sem
preocupações.»
Do passado, Domingos
Casa Branca recorda com
saudade um modo de
vida diferente. «Não sei
explicar muito bem, mas
antigamente as pessoas,
apesar de pobres – raro
era por exemplo aquele
que possuía uma bicicleta
–, não eram esmorecidas.
Vivia‐se com alegria, até
mesmo no trabalho, e as
pessoas conviviam e aju‐
davam‐se mais. Trabalha‐
va‐se muito, do Sol nascer
ao Sol posto, sem férias
nem folgas, mas o dia‐a‐
dia era passado a cantar.
Desses aspectos tenho
saudades, agora das tris‐
tezas e da dureza da vida
não tenho nenhumas.»
Quanto ao futuro Domin‐
gos Casa Branca não tem
muito a dizer pois de
acordo com as suas pala‐
vras «sabe‐se lá o tempo
que ainda temos para
viver…» No entanto, um
excerto de um dos seus
poemas ilustra a visão
que este idosos tem do
futuro:
Será o que Deus quiser
Eu não posso é esmorecer
Vou brigando para me
defender
A tudo aquilo que eu puder
O que o destino a mim me
der
Eu não posso dizer que não
Peço que me escutem com
atenção
Tenham dó deste velhinho
Tratem‐me com paciência e
carinho
Esta é a última solução
PUB
Domingos Casa Branca na sua actividade de pastor
Domingos Casa Branca com
cerca de 20 anos
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Espaço Informativo da Santa Casa da Misericórdia de Sines na Rádio Sines
TERÇAS-FEIRAS 11:15 | SEXTAS-FEIRAS 15:40 | DOMINGOS depois das 09:00
I
Eu não sou poeta afamado
Comecei já de velha idade
Mas faz rir a sociedade
O que eu deixo escriturado
Eu sou um autor apurado
Faço a minha poesia certa
De minha ideia faço mais esta
Não posso o meu dote perder
Tenho feito por eu saber
A poesia bem completa
II
É preciso eu não errar
E pensar antes de eu escrever
Para erros eu não os ter
Nunca posso o ponto pisar
Escrevo o ponto em seu lugar
Na poesia que pertencer
Para o leitor quando vai ler
Lê a obra bem apurada
Esta poesia bem trabalhada
Nem todos a sabem fazer
III
Para qualquer lado que me volte
Eu faço a minha poesia
Nasci com esta sabedoria
Faço uma quadra e o mote
Digo em poesia o meu dichote
Sou pessoa muito honesta
E gosto de ouvir quem se manifesta
Quem acerta não errou
E todos os pontos bem versou
O poeta pr’a ser poeta
IV
Quem é poeta poetisa
Faz cantigas bonitas e canções
E faz obra óptima em condições
De sua ideia improvisa
Faz a poesia como é precisa
Tem um bonito proceder
E sabe a poesia bem conhecer
Se está bem ou está mal
E tem o nome de profissional
É o poeta que sabe ser.
Domingos Casa Branca
POESIA Prestando homenagem a todos os amantes de poesia e porque nesta edição o Renascer destaca a vida de um
dos poetas populares que reside na Misericórdia de Sines, publicamos um poema de sua autoria sobre o gosto
de fazer poesia.
Esta quadra fiz eu dedicada ao poeta. Como gosto de ouvir poesia dos outros, também gosto de fazer poesia
minha Mote
A poesia bem completa
Nem todos a sabem fazer
O poeta pr’a ser poeta
É o poeta que sabe ser
NOVA COLABORAÇÃO COM VOLUNTÁRIAS DA POLÓNIA
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Durante o mês de Junho, duas
voluntárias vindas da Polónia esti‐
veram a colaborar com a Misericór‐
dia de Sines, dinamizando acções
com os idosos. Maria, pintora, e
Jadwinga, coreografa, desenvolve‐
ram actividades relacionadas com a
obra “O Principezinho” de Saint
Exupéry. Os idosos além de ficarem
a conhecer a história, fizeram pin‐
turas, flores de papel e pequenos
trabalhos manuais. Além disso
ensaiaram exercícios que culmina‐
ram numa apresentação feita no
Salão Social, no dia 27 de Junho,
último dia em que as voluntárias
marcaram presença na Instituição.
Esta colaboração aconteceu mais
uma vez no âmbito do projecto
“Grundtvig – Promover a Educação
ao longo da vida”, projecto comuni‐
tário do qual a Associação Prosas –
Universidade Sénior de Sines é par‐
ceira.
Carla Camocho, responsável pelo
Serviço de Animação Sociocultural
na Misericórdia e Assunção Duque,
presidente da Direcção da Associa‐
ção Prosas, deixaram o seu teste‐
munho sobre esta actividade que
muito entusiasmou os utentes da
Misericórdia.
«Apesar de não ser possível uma
comunicação directa entre os ido‐
sos e as voluntárias, e de muitos
deles não conhecerem a obra “O
Principezinho”, estas semanas
foram muito positivas. As activida‐
des foram bem aceites pelos uten‐
tes e com algum entendimento ges‐
tual à mistura, as coisas correram
bem. Esta parceria foi um sucesso,
foi também uma mais‐valia para a
Instituição e penso que igualmente
para as voluntárias.»
Carla Camocho
«Esta iniciativa foi um encanto e as
voluntárias encantaram! A história
“O Principezinho” é muito bonita e
eu recomendo às pessoas que a
leiam e que partilhem o sonho e as
emoções que a história transporta.
Embora houvesse a barreira lin‐
guística, conseguiu‐se transmitir o
espírito e, na apresentação final,
fiquei totalmente encantada por
ver os idosos da Santa Casa a inte‐
ragirem e actuarem com as volun‐
tárias. Foi muito gratificante! O
projecto já acabou, tivemos cá três
grupos diferentes de voluntários e
agradecemos à Santa Casa a forma
como nos receberam. Para o Prosas
foi muito bom em termos de emo‐
ções e de partilha do nosso tempo
e da nossa disponibilidade com os
que mais precisam.»
Assunção Duque
Actuação dos utentes com as voluntárias polacas
Os alunos do Prosas também participaram na actividade
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BREVES
25 DE ABRIL A Revolução de Abril foi, mais uma vez, comemorada na
Santa Casa com a presença da Banda Filarmónica da
Sociedade Musical União Recreio e Sport Sineense, no
dia 25 de Abril. A Banda presenteou os utentes da Mise‐
ricórdia com uma actuação no Salão Social e no Lar Ane‐
xo II. No final houve distribuição de cravos por parte da
direcção da Instituição. Os utentes também assistiram
ao filme “Capitães de Abril”, de Maria de Medeiros,
recordando com entusiasmo esse momento único da
história de Portugal em que também foram participantes
activos.
VISITA A FÁTIMA No dia 30 de Abril os elementos do grupo coral da Mise‐
ricórdia, alguns voluntários e utentes da Instituição via‐
jaram até Fátima para visitarem o Santuário e o Museu
“Vida de Cristo”. Esta viagem, organizada pelo Serviço de
Animação Sociocultural, aconteceu como forma de agra‐
decimento à dedicação dos membros do grupo coral e
dos voluntários da nossa Instituição.
V OUTLET Dias 5 e 6 de Julho a Misericórdia organizou mais um
Outlet, no qual foram disponibilizados ao público em
geral e aos utentes da Instituição artigos novos que são
doados à Misericórdia. Esta iniciativa aconteceu mais
uma vez no Salão Social onde estiveram expostas rou‐
pas, calçado e alguns artigos para o lar. Muitas pessoas
visitaram a Misericórdia nesse dia, incentivando a reali‐
zação de futuras edições do Outlet.
O NOSSO MANJERICO
A Misericórdia de Sines participou no concurso “Não há manjerico melhor que o meu” pro‐
movido pela Câmara Municipal de Sines, com um manjerico elaborado por colaboradores,
voluntários e utentes. O manjerico esteve exposto no dia 22 de Junho, junto aos antigos
correios, na Feira dos Santos Populares.
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A época dos Santos Populares não
passou em branco na Misericórdia
de Sines. Como habitualmente, a
Instituição engalanou‐se para
comemorar o Santo António, no
dia 13 de Junho.
Nesse dia, o Salão Social acolheu
grande parte dos idosos da Institui‐
ção que se juntaram para partici‐
par num baile popular abrilhanta‐
do pelo acordeonista da região,
Nuno Silva. As crianças do Infantá‐
rio “Capuchinho Vermelho” partici‐
param igualmente na festa, conta‐
giando todos com a sua alegria e, a
convite da Santa Casa, utentes do
Centro de Dia de Porto Covo e da
Casa do Povo de Melides também
marcaram presença.
Durante o baile, o lanche foi servi‐
do no Salão Social e incluiu linguiça
assada, sandes, alguns bolos e
outros doces, sangria e os tão
apreciados caracóis.
No dia 13 de Junho, para além da
festa de Santo António, a Miseri‐
córdia de Sines comemorou tam‐
bém o aniversário da sua utente
mais velha, Isabel Meco, que cele‐
brou, nesse mesmo dia, 103 prima‐
veras. Além do tradicional bolo de
aniversário, esta nossa utente con‐
tou com a presença de amigos e
familiares que com ela quiseram
partilhar o momento.
No final da festa as utentes Idalina
Rosa e Luísa Duarte deixaram as
suas opiniões acerca da comemo‐
ração do Santo António:
«O baile de hoje fez‐me recordar os
meus tempos de menina em que se
fazia o mastro na rua, enfeitado com
pão, e todos cantavam e dançavam.
Juntavam‐se muitas raparigas e era
tudo muito bonito. Nalgumas ocasiões
até se lançavam foguetes e quase sem‐
pre se fazia uma fogueira, com rosma‐
ninho, e eu até era moça capaz para
saltar a fogueira… Não tinha medo! Era
tudo muito divertido, só ficava triste
quando o meu pai não nos deixava ir
ao baile.
Hoje correu tudo muito bem, gostei de
ver as pessoas de fora que cá estive‐
ram. O bailarico esteve muito bom,
comi muitos caracóis, até encher a bar‐
riguinha, e uma fatia de bolo da aniver‐
sariante. Gostei muito!»
Idalina Rosa, 80 anos
«Antigamente comemoravam o Santo
António fazendo um mastro no qual
todos cantavam, pois não havia acor‐
deonistas como há hoje. As raparigas
cantavam versos aos rapazes e eles às
raparigas, e assim se arranjavam
namoricos. O Mastro ficava feito do
Santo António ao São João. Era tudo
muito composto e muito divertido, mas
diferente do que é hoje. Os bailes dura‐
vam até de manhã, e recordo‐me que
ninguém se cansava! Não havia dores e
as raparigas não podiam “dar cabaço”
aos rapazes, ou seja, não podiam recu‐
sar um pedido para dançar. No dia
seguinte íamos trabalhar logo cedo…
Eram outros tempos…
Hoje o baile foi muito bom e bonito.
Quem pôde, dançou, o lanche estava
muito composto, com fartura de cara‐
cóis e outras coisas boas. Podiam ser
todos os dias assim… dias de festa!»
Luísa Rodrigues, 88 anos
OS SANTOS POPULARES NA MISERICÓRDIA
Comemoração do 103º Aniversário de Isabel Meco que completou 103 anos
O baile
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FOTOREPORTAGEM - UTENTES SEMPRE EM ACTIVIDADE
Banho 29
Dia dos Avós
Visita ao Parque das Águas Visita ao Parque das Águas Visita ao Parque das Águas
Intercâmbio entre Misericórdias (Santiago do Cacém) Tarde Dançante
Oficina dos Sentidos
Visita a Fátima
Visita de jovens do C. S. do CatujalVisita de jovens do C. S. do CatujalVisita de jovens do C. S. do Catujal
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PARTICIPAÇÃO NA FEIRA NA AVENIDA
MATERIAL MÉDICO-HOSPITALAR, LDA.
Rossio da Estação, nº 11 7940-196 CubaTelf.: 284 41 41 39 Fax: 284 41 41 67 Contribuinte nº 503 841 455
E-mail: [email protected]
PUB
Entre os dias 14 e 18 de Agosto, a
Misericórdia de Sines marcou pre‐
sença na Feira na Avenida organiza‐
da pela Câmara Municipal de Sines,
na Avenida Vasco da Gama. Este
certame contou com várias diver‐
sões, stands de artesanato e produ‐
tos tradicionais. A participação da
Misericórdia consistiu na exposição
de diferentes trabalhos manuais
elaborados pelos utentes, entre os
quais rendas, bordados, trabalhos
em madeira, pinturas e malhas. O
stand da Misericórdia recebeu
vários visitantes e os nossos idosos
tiveram inclusivamente a oportuni‐
dade de trabalhar ao vivo. Muitas
pessoas adquiriram os artigos
expostos ajudando assim a Miseri‐
córdia e os seus utentes, e incenti‐
vando estes a fazerem novos traba‐
lhos para uma participação futura.
Os utentes de visita à Feira
Os trabalhos feitos pelos utentes
O stand da Misericórdia
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AGRADECIMENTO
O “Renascer” agradece a todos os patrocinadores e amigos que contribuíram para que este meio de comunicação da nossa Instituição se tornasse uma realidade.
Uma vez que é nosso objectivo melhorar gradualmente a forma e os conteúdos deste boletim informati‐vo, assim como aumentar a sua tiragem e, consequentemente, divulgá‐lo junto de um público cada vez
mais vasto, revela‐se de grande importância o apoio destes e de outros patrocinadores. Obrigada por nos ajudarem a sermos melhores!
PUB
CEMETRA
Centro de Medicina do Trabalho da Área de Sines
Rua Júlio Gomes da Silva, n.º 15 7520‐219 SINES Tel.: 269633014 Fax: 269633015
E‐mail: [email protected] Site: www.cemetra.pt