revista interural dezembro 2010

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José Geraldo Vaz Insistência TE, G R$ 7,90 | Nº 40 | DEZEMBRO |JANEIRO DE 2011 | ANO 5 Bahia se consolida como pólo de Gir leiteiro Nesta edição tudo sobre o Gir na Fenagro 2010 Veja o caderno Girbrasil Exportação de milho do Brasil Agricultura Equinos Escola de Equitação no Haras Bela Vista Girbrasil Caderno Especial reservado para a raça Gir Página 102 Página 26 Página 38 Página 73

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Confira nesta edicao um especial de Dezembro e Janeiro de 2011

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Page 1: Revista InteRural Dezembro 2010

José Geraldo Vaz

Insistência TE, Grande Campeã da Fenagro

r$ 7,90 | nº 40 | DEZEMBrO |JanEirO DE 2011 | anO 5

Bahia se consolida como pólo de Gir leiteiroNesta edição tudo sobre o Gir na Fenagro 2010 Veja o caderno Girbrasil

Exportação de milho do Brasil

Agricultura EquinosEscola de Equitação no Haras

Bela Vista

GirbrasilCaderno Especial

reservado para a raça

Gir

Página 102

Página 26 Página 38 Página 73

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José Geraldo Vaz

Insistência TE, Grande Campeã da Fenagro

r$ 7,90 | nº 40 | DEZEMBrO |JanEirO DE 2011 | anO 5

Bahia se consolida como pólo de Gir leiteiroNesta edição tudo sobre o Gir na Fenagro 2010 Veja o caderno Girbrasil

Exportação de milho do Brasil

Agricultura EquinosEscola de Equitação no Haras

Bela Vista

GirbrasilCaderno Especial

reservado para a raça

Gir

Página 102

Página 26 Página 38 Página 73

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Insistência TE, Grande Campeã da Fenagro

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Página 30Haras Bela Vista

Escola de Equitação para todas as idades

Capa puBliCitária

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Page 7: Revista InteRural Dezembro 2010

Direção geralMário knichalla [email protected]

Jornalista responsávelWolney Domingos Mtb 04.847 MG

Diretora ExecutivaLayse [email protected]

RevisãoAline [email protected]

Diagramação Thaís Guetta [email protected]

RedaçãoWolney Domingos [email protected]

Consultoras de VendaDaiane [email protected]

Lydiane [email protected]

Consultoria JurídicaBreno Henrique Alfonso de Arruda

Fotógrafos ColaboradoresClécio Duarte / Francisco César

ColaboradoresAgripoint / ReHagro Pré-impressãoXPress Digital

ImpressãoGráfica Brasil

InteRural Uberlândia - MGRua Rafael Marino Neto, nº 600Bairro Karaíba, Ubershopping, loja 56 [email protected](34) 3210-4050

InteRural Itumbiara - GOAv. Beira Rio, 1001, sala [email protected]

www.interural.com

A revista InteRural é uma publicação mensal. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.

Expediente

www.interural.com

Editorial

Final de ano chegando, festas, novas esperanças, avaliação, reflexão e planejamento. Mais um ano que termina. Foi um período que nos trouxe incertezas, dificuldades e ansiedade, em um mundo difícil de entender. Muito disso foi superado e obtivemos vitórias. Para mui-tos, apenas troca-se o calendário. Para outros, é renovação completa. Cabe sempre um

retrospecto e um planejamento, não somente no fim de cada ano, mas na manhã de cada dia. Sobre a chegada de 2011, certamente encontraremos mais razões para agradecer do que para lamentar. A questão é por qual ângulo analisar. No âmbito da cobertura jornalística, a Revista InteRural — imparcial na informação, mas firme na defesa do setor — participou de importantes eventos do agronegócio. Além de valorizar a notícia, nosso objetivo é sempre fazer de vocês leitores bem in-formados, com assuntos diversos e uma leitura agradável. Em 2010, completamos três anos de fundação. Recebemos mensagens de apoio de pessoas de várias partes do Brasil, que veem na Revista InteRural um importante canal de comunicação entre os segmentos do agronegócio. Chegamos ao final do ano com o sentimento de missão cumprida. Conseguimos dispo-nibilizar conteúdo de qualidade. Sem falso otimismo, precisamos valorizar as coisas boas. 2010 foi ano de eleição presi-dencial. Aliás, quando o assunto é projeto, é natural que nesta época alguns estejam em gesta-ção e é preciso levá-los para o ano novo. Dar conta do legado visando novas metas é, no mínimo, desafiador. Mas não conheço quem consiga fechar o ano zerado, com todos os projetos finalizados. Afinal, há que se ter o que fazer no início do ano. E, para 2011, nós da InteRural temos muitas ideias e, sobretudo, disposição para colocá-las em prática. Com a ajuda de Deus, teremos êxito em nossa jornada. Em parceria com o Portal Girbrasil, a InteRural criou o caderno especial do Gir, que terá como objetivo levar os principais acontecimentos relacionados ao desenvolvimento de uma das principais raças da pecuária leiteira. Ah, e como é de costume em nossa mensagem neste espaço, chamamos a atenção para alguns assuntos nesta última edição de 2010. Vejam os detalhes da FEILEITE, da EXPOINEL-MS, os artigos interessantes de nossos parceiros REAHGRO e AGRIPOINT, reportagens sobre agricultura e pecuária e o tradicional caderno de leilões, que enfoca alguns dos grandes remates realizados pelas diversas leiloeiras. Em Salvador-BA, acompanhamos a realização da FENAGRO. A feira é considerada uma das melhores do país. Um dos destaques do evento foi a grande participação dos criadores de Gir leiteiro. A raça dominou as premiações. Nesta edição, você tem os resulta-dos de cada categoria. Como parte do nosso planejamento, neste final de ano, fizemos uma edição conjunta de dezembro e janeiro. O material foi bem selecionado e o acúmulo de conteúdo promete deixá-lo ainda mais bem informado. Para finalizar, agradeço a todos que estiveram conosco durante este ano. Esperamos nos encontrar em 2011, oferecendo conteúdo de qualidade, mais disposição e, claro, com mais informação.

Obrigado, boa leitura e boas festas.

Wolney Domingos Jornalista Responsável

Ano Novo, Planejamento e Novas Metas

Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

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12 | Revista InteRural e Portal GirbrasilInteRural News

Sumário

14 | Previsão de Safra Record de Milho

22 | Comemoração ANCP

26 | Cresce Exportação de Milho no Brasil

34 | Análise Swot

Notas

Notícias em Alta

Agricultura

36 | Caprinos Leiteiros

42 | Cuidados com Potros

46 | A Genômica aplicada aos rebanhos bovinos

Ovinos

Equinos

Pecuária

Pet 56 | O verme do Coração

Dicas de Lazer 06 | Campos do Jordão

Produtor de Sucesso

Produtor de Sucesso

40 | Keila Miguel

40 | Keila Miguel

Brahman

Girolando

58 | Ranking 2010/2011

64 | Ações na Fazenda

Girbrasil 78 | FENAGRO 2010

Negócios 112 | Aquisição de Terras

Espaço Gourmet 114 | Leitoa no Tacho

Eventos 118 | FEILEITE

120 | Workshop UNIPAC

Leilões 126 | Vida de Leiloeiro - Fábio Cunha

Classificados 130 | Fique por dentro dos preços

e realize bons negócios nos classificados da InteRural

44 | Cara Inchada

54 | Touros Top66 | Leilão Nação Girolando

116 | Fogão de Minas

102 | José Geraldo Vaz

Girbrasil

Haras Bela VistaHaras Bela Vista

Girbrasil

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Interural News

Terceiro workshop da Unipac

Em novembro, a Revista In-terural participou do 3º Workshop da Universidade Antônio Carlos (UNIPAC). Para nossa satisfação e tam-bém orgulho, nosso Stand foi bem prestigiado, principalmente por par-te dos estudantes. Levamos para o local exemplares de todas as edi-ções. Para quem se interessa pelas informações sobre agronegócio, a Interural é uma excelente fonte de pesquisa, pois disponibiliza conteúdo de qualidade, por meio de matérias, artigos e editoriais.

Feira Internacional da Cadeia Produtiva de Leite – FEILEITE

Pec Fórum

Foi realizado, nos dias 17 e 18 de novembro, em Uberlândia-MG, o Pec Fórum Internacional de Pecuária. De acordo com os organizadores, participaram cerca de 600 pessoas, entre palestrantes, técnicos do setor da atividade pecuária e produtores rurais de várias regiões, inclusive do ex-terior. O evento é voltado para a rentabilidade do pecuarista e o futuro da pecuária brasileira, atividade responsável por ter conduzido o país à condi-ção de maior exportador mundial de carne bovina. O fórum teve o apoio da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e Sindicato Rural de Uberlândia.

A 4ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite - FEILEITE 2010 -, realizada de 9 a 13 de novembro, em São Paulo, SP, registrou recorde de animais inscritos, de público e de empresas participantes. Este ano, o Centro de Exposi-ções Imigrantes recebeu 22 mil visitantes nos cinco dias de evento, contra 20 mil em 2009. Para acompanhar a realização do evento, nossa equipe saiu de Uber-lândia e foi até o local, onde teve o privilégio de presenciar umas das melhores feiras já realizadas. Conhecer novidades, ver as tendências que o setor planeja, animais de alta qualidade, equipamentos e muita gente importante ligada ao agronegócio. A FEILEITE 2010 nos deu a grande oportunidade de encontrar muitos parceiros e também de prospectar novos clientes.

Congresso Nacional de Irrigação e

Drenagem

Em dezembro a InteRural, acompanhou em Uberaba-MG, a re-alização do Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem. O evento f oi promovido pela Associação Brasilei-ra de Irrigação e Drenagem-ABID. O tema foi “Oportu-nidades e desafios para o desenvolvimento da Agricultura irrigada no

Brasil e no mundo” . Entre as propostas do en-contro foram apresentadas as ba-ses para o fortalecimento de uma política de agricultura irrigada e diretrizes para definição de proje-tos prioritários em agricultura irri-gada, ações preventivas e correti-vas e de recuperação nas bacias.

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 10:44:49

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Revista InteRural e Portal Gir Brasilfazem parceria para publicação inédita

Foi realizado na sexta-feira (10/12), em Uberlândia-MG, o lançamento do caderno es-pecial do “Gir Leiteiro”, da

Revista InteRural. A partir da edição, os criadores de Gir de todo Brasil, poderão acompanhar toda movimen-tação que envolve uma das principais raças leiteiras do país. O projeto é uma parceria da revista InterRural com o site especializado Gir Brasil. Em cada edição serão divulgados os grandes eventos, leilões, exposições, encontros regionais, resultados dos principais negócios e fotos de animais premiados nas pistas brasileiras. Para o empresário Rosimar Silva, do site Gir Brasil, a parceria coma revista InteRu-ral, é mais uma ferramenta que chega ao mercado com objetivo de divulgar o crescimento da raça. “Por se tratar de uma revista segmentada, a InteRural, tem uma excelente circulação, então a idéia é aproveitar essa penetração e divulgar tudo o que de bom que acon-tece com a raça Gir”. Disse Rosimar. De acordo com o criador Caio Andrade, da fazenda Genipapo (Uberlândia), a decisão de criar um espaço direcionado aos criadores de Gir, foi uma boa sacada, uma vez o que segmento movimenta uma gran-de parte da economia da pecuária leiteira. E também será fonte de in-formação para os criadores de todas as regiões.Para o diretor comercial da InteRural Mário Knichalla Neto, o caderno es-pecial do Gir, só vem reforçar o tra-balho da revista que é criar conteúdo de qualidade e também divulgar as coisas boas da pecuária leiteira. “Há tempo éramos cobra-dos, para criar esse espa-ço. Agora com a parceria

e o conhecimento do Rosi-mar, tudo tornou se possí-vel. Estou contente e espe-ro que os leitores aprovem

a iniciativa”. Disse Mário A solenidade de lançamento aconteceu no restaurante “Fogão de Minas”, reuniram criadores de Gir Leiteiro de Uberlândia, da região, jornalistas e convidados especiais. O leiloeiro Cássio Paiva, esteve presen-te e disse que a InteRural mais uma

vez demonstra grande profissionalis-mo na forma de retratar o trabalho que os criadores fazem. Para Milton Neto diretor da empresa tropical Genética (Uberlân-dia), o caderno especial do Gir, tem grande importância uma vez que vai publicar informações de criadores de todo país. Assim quem não tem condições de viajar, pode saber das notícias através da revista ou dos si-tes, das empresas envolvidas no pro-jeto. Todos ganham. O produtor rural Júlio César Pereira de Uberlândia, disse que a união entre Revista InteRural e o Por-tal Gir Brasil terá uma excelente acei-tação. Uma vez que a empresa dispõe de equipes especializadas capaz de extrair as melhores informações que cercam os criadores de Gir. Muito boa a iniciativa. Tudo que pode orientar os produtores é bem vindo. A afirmação é de um dos principais criadores de Gir do triângulo mineiro, Otacílio Fer-reira Matos, da fazenda São Mateus. O produtor Vagner Lúcio além de criar Gir é um apaixonado pela raça. Para ele a implantação do caderno especial na revista InteRu-ral demonstra um grande avanço em temos de divulgação do que raça re-presenta e também irá promover a aproximação entre os criadores.

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frigorifico real

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010 15:25:02

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Minas irá colher uma das maiores safras de grãos da história

Minas Gerais deverá colher uma safra de 10,3 milhões de toneladas de grãos em 2011. O volume represen-

ta um aumento aproximado de 2% em relação à produção registrada neste ano. Os números da estimativa da sa-fra 2010/2011 foram divulgados em novembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). A safra a ser colhida no pró-ximo ano só é inferior à produção registrada nos anos de 2005 e 2009, quando o Estado produziu 10,4 mi-lhões de toneladas. Já a área plan-tada nesta safra deve ser de 2,8 mi-lhões de hectares, praticamente a mesma da safra anterior. Embora a produção esperada seja uma das maiores da história, a área cultivada é uma das menores

dos últimos 30 anos em Minas Gerais, segundo a CONAB. Durante muito tempo, os plantios de grãos no Estado chegaram a ocupar mais de 3 milhões de hectares. “Essa produção elevada, mesmo com a redução da área plan-tada, mostra que os produtores não precisam abrir novas áreas de plan-tio para garantir a oferta de grãos”, explica o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues. O secretário destaca o au-mento da produtividade como o prin-cipal fator para o crescimento da produção em uma área menor. “O uso de novas tecnologias, inclusive de se-mentes melhoradas, garantiram essa mudança. Há vinte anos, a produtivi-dade média em Minas Gerais era de 2,1 toneladas de grãos em um hec-

tare. Hoje, os produtores chegam a produzir 3,5 toneladas nessa mesma área”, comenta. O estudo da CONAB mostra que o aumento da produção de soja em Minas Gerais deverá ser recorde em 2011. A colheita espera-da é de até 3,07 milhões de tonela-das, superando a colheita de 2005, a maior registrada até hoje, com 3,02 milhões de toneladas. Em relação à produção de soja deste ano, que foi de 2,87 mi-lhões de toneladas, o crescimento esperado é de 7%, superando o au-mento médio do país e dos principais estados produtores: Mato Grosso, Pa-raná e Rio Grande do Sul.

Exportações de carne bovina podem chegar a US$ 5 bilhões este ano

As exportações brasileiras de carne bovina devem fechar o ano com uma receita perto de US$ 5 bilhões. A previsão

foi feita pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), Antonio Jorge Ca-mardelli, na capital paulista. Se for confirmada a estimativa, o setor re-gistrará crescimento de cerca de 20% em relação ao ano passado – US$ 4,12 bilhões – e se aproximará da receita al-cançada em 2008, quando as exporta-ções chegaram a US$ 5,33 bilhões. “Se não alcançarmos a cifra de US$ 5 bi-lhões, seguramente estaremos perto. Em relação à quantidade, acredito que a gente chegue por volta de 1,8 milhão de toneladas equivalente à carcaça”, afirmou. Em 2008, em volume, exportou- se 1,924 milhão de toneladas. De acordo com o balanço divulgado pela associação, as exportações brasileiras de carne bovina alcançaram US$ 4,11 bilhões no acumulado do ano (entre janeiro e outubro), resultado 22% maior do que o registrado em igual período no ano passado (US$ 3,37 bilhões). Em vo-

lume, o Brasil exportou 1,495 milhão de toneladas em dez meses deste ano ante 1,472 milhão de toneladas comer-cializadas no mesmo período de 2009. No mês de outubro, as ex-portações de carne bovina chegaram a US$ 419 milhões, valor 11% maior do que as do mesmo mês do ano passa-do, quando as vendas para o exterior renderam US$ 378 milhões. Porém, em volume, houve queda. Ela foi mo-tivada principalmente pelo bloqueio europeu à carne brasileira. Os núme-ros da ABIEC mostram que, em volu-me, foram exportadas 134 milhões de toneladas em outubro deste ano contra 155 milhões de toneladas no mesmo período de 2009. Segundo Camardelli, o au-mento na receita e a diminuição em relação ao volume no mês de outu-bro se devem a uma conjuntura de fatores. “Temos hoje um mercado bastante atribulado, leia-se a Europa com essa blindagem excessiva; temos também harmonização de preços na matéria-prima em todo o mundo, no caso o boi, o que estabelece uma competição igual para todo mundo;

e temos uma taxa cambial bastante complicada”, disse. De acordo com ele, essa diversidade de fatores im-plica numa oferta menor de animais, e o alto custo dessa matéria-prima (boi) leva o setor a fazer rearranjos e selecionar países onde possa ter mais rentabilidade. Para obter números mais expressivos no próximo ano, o presidente da associação diz que os criadores pretendem conquistar es-paço em mercados como Japão, Co-réia, Taiwan, Estados Unidos, Canadá e México, apostando status sanitário nesses países.

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Raça Gir se expande em Mato Grosso

Tradicional na produção de gado de corte, mais especifi-camente o nelore, Mato Grosso também tem se destacado, nos

últimos anos, no crescimento, desenvol-vimento e criação da raça Gir. Prova disso é que, depois da fundação da Associação dos Criadores de Gir do Mato Grosso, há 3 anos, 60 criadores já estão associados e o plantel está perto de 10 mil animais, com seus criadores fazendo investimentos, ex-posições e leilões anuais. O diretor da associação, o pecuarista Paulo Vilela, explica que, em função de suas características de rusticidade, a raça prova que já deu certo em Mato Grosso. Ele diz que há 50 anos começou a investir na raça e hoje tem 220 cabeças.

“A criação desses animais pode ser encontrada em pra-ticamente todas as regiões do Estado e do país. Feliz-

mente, o número de pessoas que se interessa pela qua-lidade do Gir se expande a

cada dia”. Ele conta ainda que, em 2008, na Feira Internacional Agro-pecuária, Industrial e Comercial de Cuiabá (EXPOAGRO), foram leiloados 30 animais. Em 2009, esse número

aumentou para 80 e, neste ano, 190. O que significa que o Gir é a raça que mais cresce em Mato Grosso. Os animais da raça Gir existen-tes no Brasil correspondem fielmente ao gado original encontrado ao sul da península de Catiavar, na Índia. É uma raça de dupla aptidão, voltada ao mer-cado de carnes e produção de leite. Tanto, que seleções vêm sendo feitas, dando bons resultados na produção de leite. No passado, muitos criadores de-ram importância exclusiva a caracteres raciais de menor importância econômi-ca, depois evoluíram para a seleção de rebanhos e linhagens com maior capa-cidade produtiva para carne e leite. De acordo com o diretor da Associação dos Criadores de Gir em

Mato Grosso, as qualidades leiteiras das vacas são bastante pronunciadas, o que beneficia o desenvolvimento do bezer-ro. Dessa forma, é vantajoso formar uma nova raça, como a Girolando, que conju-ga a rusticidade Gir com a produção da raça holandesa, adicionando ainda carac-terísticas desejáveis das duas raças em um único tipo de animal fenotipicamente soberano, com qualidades imprescindí-veis para a produção leiteira. A raça Giro-lando é a mais versátil do mundo tropical. As fêmeas são produtoras por excelência, possuem características fi-siológicas e morfológicas perfeitas para a produção nos trópicos, revelando um desempenho muito satisfatório do ponto de vista econômico.

Prazo para regulamentação de orgânicos termina em dezembro

O setor de orgânicos terá re-gulamentação do Governo Federal a partir do próximo ano. Os produto-res têm até 31 de dezembro para se adaptar às normas previstas pelo De-creto nº 7.048/2009, específicas para produção e comercialização de orgâ-nicos, que incluem armazenamento, rotulagem, transporte, certificação e fiscalização. O produtor que cumprir as novas regras receberá o selo do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. Segundo o coordenador de Agroecologia do Ministério da Agri-cultura, Rogério Dias, a legislação brasileira estabelece três instrumen-tos para garantir a qualidade dos ali-mentos : a certificação, os sistema s participativos de garantia e o contro-le social para a venda direta sem Pra-zo para regulamentação de orgânicos

termina em dezembro certificação. Organizações de várias unidades da federação já solicitaram processo de regularização ao ministério. Segundo Rogério Dias, os interessados podem obter informações sobre legislação, cartilhas educativas para adequação aos novos regulamentos, formulários para cadastros e credenciamento no site prefira orgânicos e nas represen-tações estaduais do ministério. Os produtos e ingredientes orgânicos devem receber cuidados para assegurar sua qualidade. O co-ordenador sugere que sejam toma-das providências, como proteger os produtos orgânicos para que não se misturem com materiais e substân-cias não permitidas, cumprir as exi-gências das legislações específicas e identificá-los para venda avulsa e por

atacado O sistema orgânico de pro-dução agropecuária conta com téc-nicas específicas, que dão prioridade ao uso dos recursos naturais e socioe-conômicos disponíveis e respeitam a integridade cultural da comunidade. O método busca sustentabili-dade econômica e ecológica, maximi-zando os benefícios sociais, diminuindo a dependência de energia não renová-vel, empregando, sempre que possível, métodos biológicos e mecânicos, evi-tando o uso de materiais sintéticos. “A agricultura orgânica brasi-leira está caminhando para conquis-tar um mercado expressivo no país e no mundo”, afirma Rogério Dias. Segundo ele, a regulamentação é importante para a consolidação do setor e universalização dos orgânicos no Brasil.

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Safra de pimenta do reino deve gerar mais de R$ 40 milhões no ES

A previsão para 2010 é de que a safra de pimenta do reino renda em torno de R$ 45,5 milhões para o Espírito San-

to, segundo o maior produtor da es-peciaria no Brasil. O Estado produz, todos os anos, de sete a oito mil toneladas do produto, o que corres-ponde a, aproximadamente, 15% da produção nacional, de acordo com dados do Instituto Capixaba de Pes-quisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (INCAPER), em São Mateus. O município é o principal produtor da pimenta do reino, res-pondendo por 70% da produção capi-xaba. Outras localidades que têm ex-pressividade na cultura são Jaguaré, Nova Venécia e Linhares. Segundo o engenheiro agrô-nomo do INCAPER de São Mateus, Welington Secundino, o Espírito Santo exporta pimenta do reino para todo o Brasil, além de Argentina, Europa e Estados Unidos. “A nível estadual, apesar de ocupar uma pequena área de plantio (em torno de 2,6 mil hecta-res em todo o Estado), a pimenta do reino está sempre entre as primeiras no mercado de exportação de commo-dities, às vezes superando atividades que ocupam grandes áreas e são bem

tradicionais, como pecuária, cacau e fruticultura”, comenta Welington. A produção de pimenta do reino hoje, no Espírito Santo, é consi-derada vantajosa. O custo operacio-nal gira em torno de R$ 1,80 por qui-lo de pimenta seca. Enquanto isso, o valor de comercialização da especia-ria é cotado a R$ 5,80 por quilo. A queda na produção é o fa-tor influenciador na alta do preço da pimenta do reino, que em anos an-teriores já chegou a ser vendida a R$ 3. A cultura tem enfrentado altos índices de mortalidade, devido à do-ença fusariose, que ataca plantações mundialmente. No Espírito Santo, os plantios a partir de três anos já apre-sentam sintomas da fusariose. Entre seis e sete anos, é possível verificar uma redução de 60% nas plantas, mortas pela enfermidade. “A pimenta do reino é uma cultura como qualquer outra, tem seus altos e baixos. Hoje, ela está em alta e o preço está relativamen-te bom. Apesar da mortalidade pela fusariose, a pimenta do reino não en-frenta ataques de pragas e, por isso, ela não deixa de ser uma cultura lu-crativa”, comenta o produtor da es-pécie em São Mateus, Eliseu Bonomo.

Produção global de café deve cair As perspectivas que apon-tam para uma colheita menor que a inicialmente esperada no Brasil deverão levar à redução da pro-dução mundial de café na próxima temporada, confirmou a Organiza-ção Internacional do Café (OIC). Se-gundo José Sette, diretor-executivo da entidade, o Brasil responde por uma fatia tão grande da produção global que, a menos que ocorra algo imprevisto em outros países, a oferta inevitavelmente será menor. Conforme Sette, a colheita na atual campanha ficará entre 133 milhões e 135 milhões de sacas de 60 quilos. Influenciados por chuvas acima da média que prejudicaram as colheitas na Colômbia e em na-ções da América Central, os preços internacionais estão nos mais altos patamares em 13 anos na Bolsa de Nova York. Com a bienalidade ne-gativa característica da safra, no ano que vem é possível que o Brasil colha 36 milhões de sacas, ante as 47,2 milhões de 2010 (bienalidade positiva), segundo o Conselho Na-cional de Café (CNC). Nos países produtores da commodity, os esto-ques de café recuaram para cerca de 12 milhões de sacas este ano, menor nível desde a década de 60.

Matérias-primas disparam eexportador tem renda extra

Os preços das matérias-pri-mas exportadas pelo Brasil dispara-ram no mercado internacional e já garantiram renda extra de R$ 40 bi-lhões aos exportadores neste ano. A cifra trouxe otimismo para as regiõesprodutoras de algodão, café, cana e laranja, com aumento nas ven-das de imóveis e tratores. Também ampliou as perspectivas de receita para o ano que vem das safras de milho e soja, que estão em fase de plantio. A alta das commodities agrícolas e metálicas reflete a forte demanda mundial, especialmente da China, e também movimentos especulativos.

O Banco Central Americano(FED) anunciou que vai despejar US$600 bilhões no mercado para reani-mar a economia dos Estados Unidos.A decisão empurrou o dólar para ní-veis ainda mais baixos. A fraqueza dodólar perante outras moedas deve acelerar a procura por commodities como alternativa de investimento e impulsionar mais os preços das maté-rias-primas produzidas pelo Brasil nos próximos meses, preveem analistas.De janeiro a setembro deste ano, as exportações de um grupo de 27 maté-rias-primas agrícolas e não agrícolas-renderam ao país US$ 84,8 bilhões.

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Leite & Negócios é uma realização da Embral Leilões Rurais, Rua Airosa Galvão, 97, São Paulo /SP, telefones (11) 3864-5533

LEITE & negócios

LEILÕES venda direta www.embral.com.br

16/01 - 14h7º Leilão Sul das GeraisRecinto de Exposições deSanto Antônio do Amparo (MG)Transmissão: Terra Viva

22/01 - 14hLiquidação Total Rebanho Leiteiroe Equipamentos de Leite - IsaacJosé da Silva & ConvidadosRecinto de ExposiçõesAgropecuárias de Goianésia (GO)Transmissão: Terra Viva

29/01 - 14hLiquidação Total Rebanho Girolandoe Equipamentos de LeiteGeraldo Martins, Sítio SãoGabriel e ConvidadosNhandeara Leilões, em Nhandeara (SP)

30/01 - 14hLiquidação Total RebanhoGirolando e Equipamentos de LeiteFazenda do ConstrutorBR 365 Uberlândia a ItuiutabaKM 660 em Uberlândia (MG)Transmissão: Terra Viva

05/02 - 14hLiquidação Total Rebanho HolandêsMaquinários e Equipamentos deLeite Fazenda Capão GrandeBR050 Uberlândia a UberabaKM99 em Uberlândia (MG)Transmissão: Terra Viva

13/02 - 14h10º Leilão Fazenda Figueireda -João Leonardo BorgesParque de Exposições Antônio Daguerem Coromandel (MG)Transmissão: Novo Canal

15/02 - 21h27º Leilão Tradição - 2º LeilãoVirtual Tradição Fazenda SantanaVirtual - Lins (SP)Transmissão: Terra Viva

Nos meses de junho e julho a Embral parti-cipou pela primeira vez da Megaleite, umdas mais importantes exposições da agrope-cuária leiteira do país. Desde o primeiroremate a empresa foi um sucesso total devendas, com excelentes médias. Durante oevento, a Embral organizou cinco grandesremates, entre eles o aguardado ÚbereCheio, o Girolando Nova Geração e o 3º Leilão Exclusivo Girolando 5/8 e PS.

Em agosto a Embral viveria uma noite degala durante a Agroleite, evento que sur-preendeu a todas as expectativas e reuniu na cidade de Castro (PR) mais de 49 mil visitantes. Única leiloeira presente no evento, a Embral deu um show no Leilão Top Agroleite, onde foram disponibiliza-dos aos criadores animais de elite. A mé-dia de R$ 13.009,00 na venda de 35 ani-mais comprovou o sucesso do remate.

MEGALEITE AGROLEITE

Confirmando sua presença maciça nosremates mais importantes do ano, a Em-bral levou à Feileite, que ocorreu em SãoPaulo (SP), vacas de elite e pista das raçasGirolando, Jersey e Holandês. Todos osleilões, que ocorreram entre os dias 10 e12 de novembro, superaram as médias a-guardadas pelos organizadores. Mais umshow de genética, confiabilidade e união,as maiores marcas da Embral Leilões.

FEILEITE

2010: os melhores resultados nos maiores eventos

27º Leilão da TradiçãoO experiente criador Waldir Junqueira de Andrade, da Fazenda Sant’Ana, localizadaem Lins (SP), realiza no dia 15 de fevereiro a 27ª edição do Leilão da Tradição. “Te-mos 180 anos de formação e seleção de gado Girolando e Holandês desde o Sulde Minas até a cidade de Lins. Por essa razão chama-se Tradição”, aponta. O rema-te virtual, tem início às 21 horas e negociará 100 animais registrados da raça Giro-lando. O Canal Terra Viva transmite o evento. Mais informações com a Embral pelos telefones (11) 3864 5533 e (11) 9105 0394, com Paulinho.

CEPEA/USPEm setembro, houverecuperação das vendas brasileiras de lácteos ao exterior. Em receita, asexportações aumentaram 77% frente a agosto.

Agende para 2011 seu leilão virtual ou presencial com Paulinho(11) 3864 5533 / (11) 9105 0394

Comprovando sua ótima fase, a maior lei-loeira de gado leiteiro do Brasil, a Embral Leilões, viveu um ano acima das expectati-vas em 2010. A empresa realizou 80 rema-tes, dentre eles alguns históricos, como o 1º Leilão Parada da Perfeição, promovido por grandes nomes da pecuária nacional, como Ellos José Nolli, Aniceto Manuel Aires e Raul Pereira de Carvalho, que ob-teve obteve a média de R$17.202,00 para a venda de 48 animais. E os melhores resultados vieram nos grandes eventos.

embral leilões inicia 2011 com grandes remates

LEITE&NEGOCIOS-JAN2.indd 1 22/12/2010 12:24:09

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TAS

Produtor de algodão em MG garante venda da safra antes da colheita

Preços históricos incentivam realização de contratos antecipados

A safra mineira de algodão 2010/2011 começa a ser plantada agora, porém mui-tos agricultores já estão com

a produção vendida meses antes do início da colheita. Os baixos esto-ques mundiais levaram à valoriza-ção do produto que atingiu preços históricos. Empresas exportadoras e indústrias têxteis nacionais estão fechando contratos antecipados com produtores para garantir a oferta de matéria-prima para o ano que vem.

“São os melhores preços de todos os tempos. Com este sistema, o produtor

já garante o preço e a entrega do produto após a colheita”, comenta o diretor

executivo da Associação Mineira de Pro-dutores de Algodão (AMIPA), Lício Pena. Ele explica que nos contra-tos futuros, a arroba (15 quilos) do algodão em pluma está sendo ne-gociada por aproximadamente R$ 78,00. Em safras passadas, o valor da arroba não passava de R$ 55,00. Entre as razões para a redução da oferta mundial de algodão estão as enchentes no Paquistão. Importante produtor e exportador de algodão, o país foi obrigado a importar a mer-cadoria. Na China, outro tradicional produtor e consumidor da pluma, há uma tendência em priorizar o cultivo de alimentos. Já o governo da Índia, país que também exporta algodão, restringiu as vendas externas do pro-duto para garantir a oferta no merca-do interno. Segundo a AMIPA, vários dos produtores de algodão em Minas Ge-rais já comercializaram um parte da safra que será colhida entre março e agosto do próximo ano. A previsão é de que o algodão se mantenha valori-zado, pelo menos, até 2012, quando os estoques devem começar a se re-gularizar. O superintendente de Políti-

ca e Economia Agrícola de Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, João Ricardo Albanez, explica que os bons preços do algodão também refletiram no grande aumento da área plantada da cultura neste ano. “A associação dos produtores estima que a área cultivada com algodão irá passar de 14 mil hectares no ano passado para 27 mil hectares neste ano”, informa. A maior parte da produção de Minas Gerais está concentrada nas regiões Noroeste, Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro. “Nessas regiões o plantio é feito em grandes áreas e a mecanização predomina. Já no Norte do Estado a atividade é basicamente de pequenos produtores”, diz o supe-rintendente. O assessor de Suprimentos de Algodão da Cedro Têxtil, Breno Mat-tos Mascarenhas, afirma que a nego-ciação antecipada é uma tendência. A Cedro já tem costume de fazer con-tratos antecipados e, neste ano, um dos contratos foi com um produtor de Minas Gerais. “A comercialização antecipada envolvendo produtores e indústrias de Minas ainda não é tão comum como em outros estados. Mas é uma tendência, pois o Brasil é um grande fornecedor mundial e tem um mercado interno forte”, explica. A Cedro é uma as principais

indústrias têxteis do país. A empresa produz 168 milhões de metros qua-drados de tecidos por ano e possui quatro fábricas em Minas Gerais. Em 2003, o Governo de Minas criou o Programa Mineiro de Incenti-vo à Cultura do Algodão (Proalminas) com o objetivo de fortalecer toda a cadeia produtiva, em parceria com produtores e indústrias têxteis. No momento da venda, os produtores recebem da indústria o valor cotado pela Bolsa (Cepea/Esalq) com um acréscimo de 9%. Já as indústrias que compram o algodão produzido em Minas recebem uma de-soneração de 41,66% do ICMS para a venda dos produtos acabados. “Para receber o benefício, os empresários do setor têxtil têm que adquirir uma cota do algodão mineiro calculada de acordo com a estimativa de produção do algodão em pluma e de consumo das indústrias”, explica João Ricardo Albanez. Cerca de 200 produtores e 52 indústrias participam do Proalminas. O estado tem o terceiro maior parque têxtil do país, com um consumo de 150 mil toneladas de pluma de algo-dão por ano. As informações são da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

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Alta participa de comemoração da ANCP

Aconteceu no ultimo dia 14 de dezembro, na sede da ANCP, em Ribeirão Preto, SP, a reunião de confraternização da entidade. Atra-vés do convite realizado pelo Professor Raysildo Lobo, os Gerentes de Mercado Tiago Carrara e de produtos Rafael Oliveira, participaram do evento. Neste mesmo dia houve uma palestra sobre Marcadores Mole-culares, ministrada por Priscila Sales, da Pfizer Saúde Animal. Também foram discutidas melhorias para a reprodução programada e apresen-tados ao Global G, nível 1,2 e 3 – um certificado nacional para fazendas trabalharem melhoramento genético, gestão e meio ambiente. Atualmente A Alta é um dos maiores parceiros da reprodução programa, pois dos 42 touros que tiveram sêmen distribuídos pelo pro-grama, 30 estão na bateria da empresa. “Isso mostra que a empresa acredita e investe fortemente em touros avaliados geneticamente e melhoradores em diversas características”, avalia Carrara.

Grandes mudanças, novos desafios Diariamente convivemos com mudanças, recebemos novas infor-mações e isto, de uma maneira obri-gatória, nos faz com que estejamos cada dia mais atentos às estas cons-tantes transformações. Como cita em suas palestras, o famoso antropólo-go Professor Marins, nos próximos 05 anos ocorrerão mais mudanças do que nos últimos 25. Na área de genética bovina isto não poderia ser diferente. Muito pelo contrário, a cada dia recebe-mos mais informações, que deverão ser processadas e utilizadas como ferramentas de trabalho, dentro de um programa de melhoramento ge-nético. Em janeiro deste ano, houve a mudança da base genética ameri-cana, o que ocorre de 05 em 05 anos. Agora passamos a considerar como base genética americana as informa-ções oriundas das vacas nascidas no ano de 2005 e não mais no ano de 2000. O que isto muda? Na verdade, todas as mudanças apresentadas na nova fórmula do TPI (Índice de per-formance total) e do NM (Mérito Lí-quido – índice financeiro) obedecem a uma tendência que é de selecio-nar touros que produzam vacas de mais saúde, portanto mais longevas e, consequentemente, que dão mais retorno aos seus proprietários. Na fórmula do mérito líquido, por exem-plo, tivemos constantes mudanças ao longo de 04 décadas. Em 1971, a fórmula possuía como componentes apenas leite e gordura, ou seja, os animais de maior produção eram con-siderados os de maior retorno finan-

ceiro. Somente em 1994, o índice foi chamado de NM (Net Merit ou Méri-to Líquido) e passou a considerar as primeiras características de saúde, como vida produtiva (VP) e contagem de células somáticas (CCS). No ano de 2000, entraram as características de tipo, como composto de úbere e pernas e pés. Nesta mesma fórmula, o composto corporal passou a ser con-siderado de forma negativa, ou seja, os animais mais rentáveis eram os que também possuíam melhores sistemas mamários, melhores aprumos e que não fossem de tamanho exagerados. Em 2003, foi incorporado à fórmula a DPR (taxa de fertilidade das filhas) e a facilidade de parto (direto que o touro transmitia, como de suas filhas). Três anos depois, as características relacionadas ao % de natimortos foram incorporadas à fór-mula. E em 2010, o que tivemos? Os componentes da fórmula foram man-tidos, porém com pesos diferentes. Em outras palavras, cederam em % de Proteína e gordura para darem mais pesos nas características de saúde, como vida produtiva, CCS e DPR. Os pesos para os compostos de úbere e pernas e pés também foram aumentados e castigou-se um pouco mais os animais de composto corpo-ral exagerado. É esta a atual tendên-cia e, selecionando-se assim, são es-peradas para a próxima mudança de base, melhorias significativas para as características de saúde. Obviamente, diferentes pa-íses podem não possuir os mesmos objetivos, principalmente pelas ne-

cessidades de cada um. Todas as ten-dências e mudanças acima citadas transformam-se em grandes desafios para os técnicos. O objetivo é justa-mente colocar em prática todo este conjunto de informações, que é a prova de um touro, de modo a con-templar os objetivos do criador. Como estas informações po-derão ser utilizadas aqui no Brasil? As necessidades dos produtores bra-sileiros são as mesmas? Deverão se-guir as mesmas tendências? É para dar respostas a estas perguntas que o corpo técnico da ALTA atende de forma diferenciada os seus clientes. Não basta apenas conhecer provas de touros, mas saber usá-las. Além disto, é fundamental conhecer muito bem a propriedade que atendemos e, principalmente, os objetivos dos proprietários. Muitos deles, talvez a maioria, não possuem sequer obje-tivos pré-estabelecidos. Muitos es-colhem touros que não contemplam seus objetivos, ou até mesmo, que sejam totalmente contrário ao que ele quer ou diz que quer. Produtores vizinhos podem ter distintos objetivos e por isso mes-mo não há uma regra geral na indica-ção de touros. Temos que usar todas as informações possíveis e torná-las condizentes com os objetivos traça-dos. Com certeza, fazer com os ani-mais produzam mais e por um maior tempo possível, deverá ser o princi-pal objetivo por todo o mundo. Mas como fazer isto? Consulte um técnico da ALTA.

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ASBIA realiza cerimônia de pré-inauguração de sua nova sede em Uberaba/MG

A ASBIA – Associação Brasileira de Inseminação Artificial – realizará dia 16/12 às 17:00 a pré-inauguração de sua nova sede, dentro do Parque Fer-nando Costa, em Uberaba/MG. Será a confraternização entre os associados para marcar o início das atividades da associação no novo endereço. Também haverá a inauguração oficial durante a Expozebu 2011. O Presidente da ASBIA, Lino Rodrigues Filho, destaca que o principal objetivo com essa “nova casa” é facilitar o acesso dos associados, imprensa e criadores à entidade. Também é uma forma de estar mais presente nas gran-des feiras que são realizadas dentro do parque. Os telefones, e-mails de contato e horário de atendimento permane-cerão os mesmos, anote o endereço do novo escritório da ASBIA:

Pça Vicentino Rodrigues da Cunha, 110Quadra 11 / lote 4 - Pq. Fernando Costa

Bairro São Benedito - Uberaba/MGCEP 38022-330

Texto: Assessoria ASBIA

ExpoGenética 2011Alta participa das reuniões de planejamento

“Qualidade e Tecnologia”, este é o tema da 4ª ExpoGenética que acontece entre os dias 14 e 21 de agosto de 2011, no parque Fernando Costa em Uberaba, MG. Para definir a programação e as estratégias da feira, foi realizada no dia 6 de de-zembro uma reunião entre os organi-zadores e as entidades envolvidas na realização do evento. A Alta participou desta reu-nião, representada por Tiago Morei-ra Carrara, gerente de mercados da empresa. Na oportunidade estiveram presentes também representantes da ABCZ, do Instituto de Zootecnia de

São Paulo, da ANCP, da Conexão Del-ta G, do Pólo de Genética, além de criadores da região. Na reunião ficou acertado que a programação oficial ficará res-trita ao período da manhã, para que os visitantes possam participar de outras atividades promovidas para-lelamente ao evento. Tal como rea-liza desde a primeira edição, a Alta promoverá desfiles de touros e farm tours até a Central de Produção e Tecnologia de Sêmen da empresa, além de outras atividades que serão anunciadas próximas ao evento. Ainda durante a ExpoGenéti-

ca 2011 será realizado o 8º Congresso Brasileiro das Raças Zebuínas. Para Carrara, a formatação do evento ga-rantirá a repetição do sucesso que a feira vem alcançando desde sua pri-meira edição: “A Alta apoiou desde o início a realização da ExpoGené-tica, acreditando no potencial dela como vitrine do melho-

ramento genético no rebanho brasileiro. O formato e a con-

dução do evento garantem um retorno positivo para as empre-sas e visitantes que participam

da feira”, avalia.

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InteRural - Revista do Agronegócio | Dezembro 2010 | Janeiro 2011

Morre Quark COL, o ícone do Nelore Provado

O reprodutor Quark COL mor-reu na manhã do ultimo dia 21 de dezembro, aos 15 anos de idade. Ori-ginário do plantel da Colonial Agrope-cuaria, foi um dos primeiros a compor a bateria de reprodutores com Avalia-ção em Sumários da Alta Genetics. Um reprodutor de capacidade genética provada, Quark é líder e TOP em todos os sumários nacionais, além disso, com alto grau de confiabilidade concedido pelos mais de 200.000 filhos espalha-dos pelos rebanhos de nelore do Brasil, onde contribuiu efetivamente para o melhoramento genético. Para Marcos Labury, Gerente de produtos de corte da Alta, o reprodutor é um ícone do melhoramento genético brasileiro: “Quark une todas as caracte-rísticas importantes para o Melhoramen-to Genético, como habilidade materna, crescimento, rendimento de carcaça, fer-tilidade e precocidade sexual” avalia. Quark ingressou na bateria de reprodutores da Alta em 1997, tendo ge-rado um faturamento aproximado de R$

4 milhões de reais em comercialização de sêmen. Entre os filhos mais famosos estão Dakota SS, Exótico Santa Marina, Fenôme-no COL, Fio de Naviraí, Garoto de Naviraí, Hellium FIV COL, Hiran de Naviraí, Jalisco de Naviraí e Nevi da EAO, além dos netos Hércules COL, CEN Ojango e REM Takeo.

O reprodutor estava em coleta na Central de Produção e Tecnologia de Sêmen da Alta, em Uberaba, MG e foi transferido na tarde do dia 20 de dezembro para o Hospital Veterinário das Faculdades Associadas de Ubera-ba, onde morreu.

Alta recebe nomes fortes do Gir Leiteiro No dia 15 de dezembro, a Alta recebeu dois ícones da raça Gir Leiteiro. O criador Lúcio Rodrigues, sócio proprietário do reprodutor Vai-doso, acompanhado de Joaquim José da Costa Noronha e sua Esposa Marta Noronha. Os criado-res estiveram na Central para conhecer as novas contratações da raça Gir Leiteiro da empresa. A visita foi acompanhada por Christian Milani, gerente de produtos da Alta, “ter cria-dores tão importantes para a raça visitando as novas contratações da Alta, revela a preocu-pação da empresa em ter sempre os melhores reprodutores em sua bateria”, avalia.

Alta domina nacional do Santa Inês em Salvador

Durante a Fenagro deste ano foi realizado a Nacional da raça Santa Inês em Salvador. A raça mostrou sua força colocando mais de 800 animais em pista de julgamento durante o evento. Mais uma vez nossa bateria mostrou sua força. Com 35% dos ani-mais que disputaram o julgamento eram filhos de genética Alta. O grande destaque de produ-ção foi Mumbuca Forte, que apresen-

tou 70 filhos na disputa, entre eles a Grande Campeã Nacional 2010, Mum-buca TE Imobiliária e dois conjuntos progênie de Pai premiados. Outros destaques foram Mumbuca FIV Im-pacto, o jovem reprodutor apresen-tou descendentes de muita qualidade em seu primeiro ano como reprodu-tor Alta, o Res. Grande Campeão Nacional 2009, Sim Bad Boy e Sim Belo, Campeão Borrego menor e Res. Campeão Borrego, respectivamente, além de um excelente conjunto pro-gênie de pai quarto colocado entre os mais de cem conjuntos apresen-

tados. Outros destaques também fo-ram Bola de Fogo, Urucum, Calendá-rio, Ouro Negro e Mac Karan, todos com um significativo número de filhos premiados. Para ampliar ainda mais a qualidade de nossa bateria estamos aguardando a chegada em nossa cen-tral do Grande Campeão Nacional da exposição Chicote Land Rover, breve com sêmen disponível. Quem busca reprodutores campeões para melhorar o seu re-banho e disputar as pistas de todo o Brasil, encontra os melhores carnei-ros na bateria da Alta.

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Alta

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Alta

S Ê M E N S E X A D O

O Sêmen Sexado Alta

Alta

S Ê M E N S E X A D O

Alta

S Ê M E N S E X A D O

com o 511 é assim...

ACELERANDO AO MÁXIMO A PRODUÇÃO DE FÊMEAS

Guardião

Lácteo

Major

Nobre

Vaidoso

Vale Ouro

Paxá Hábil

Paxá Hábil

Espantoso

Everest

Benfeitor Cal

Caju Brasília

Touro PTA LeiteMãePai

149,70

173,80

256,20

338,10

579,80

359,70

Umidade Cal

Umidade Cal

Paquera

Senxém

Rocar Induzia

Nata Silvania

Touros Provados

Apache Cal

Apollo Cal

Astro

Casper

Destaque

Dialogo

Dom

Espelho

Estanho

Fargo

Gabinete

Hargo

Jutai

Kalika

Mustang

Planalto

Procan

Renovado

Segredo

Tabu

Vazão Cal

Marcante

Benfeitor

Sansão

Sansão

Modelo

Gandy

Meteoro

Everest

Benfeitor

Barbante

Dom

Modelo

Sansão

Radar

Emulo

Uaçaí Jaguar

Everest

Oriz

Ozano

Radar

Nobre

Touro LactaçãoMãePai

10.356

11.118

7.225

10.354

11.950

9.577

12.463

17.182

9.041

10.354

10.585

9.063

6.887

8.956

11.520

8.540

9.041

6.899

9.181

12.480

10.281

Nagy Cal

Lenda

Exilada

Ovação

Cafona

Groselia

Garbha

Profana

Nefrita

Ovação

Ametista

Azaléia

Bacabal

Solução

Afinal

Inacia Cal

Nefrita

Chandrakali

Lembrança

Juliana

Planta

Touros em Teste de Progênie

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Exportação de milho do Brasil deve crescer 30% em 2010

As exportações de milho do Brasil deverão fechar 2010 com aumento de cerca de 30 por cento em relação a 2009,

chegando a aproximadamente 10 mi-lhões de toneladas, com os embar-ques ficando atrás apenas do recorde de vendas do país obtido em 2007, segundo fontes do setor. E a demanda pelo cereal bra-sileiro, em meio a uma redução na safra de milho dos Estados Unidos, maior produtor global, continua fir-me, com atípicas ofertas de importa-dores para entregas no ano que vem. “Uma coisa interessante é que compradores estão lançando ofertas para setembro do ano que vem. Isso não é comum, é um sinal muito forte de demanda. Há com-pradores oferecendo 237 dólares por tonelada no porto de Paranaguá para setembro, contra 257 dólares das ofertas atuais”, afirmou nesta terça--feira Daniele Siqueira, analista da Agência Rural. Esses valores, acima de negócios feitos anteriormente, fo-ram ofertados antes da disparada dos preços registrada em novembro, após o governo dos EUA reduzir mais a sua projeção de safra de milho em 2010. Na bolsa de Chicago, o pri-meiro contrato chegou a registrar, no início dos negócios, o maior valor desde agosto de 2008, indicador fa-vorável de preços para o Brasil man-ter firmes suas exportações em 2011.Apesar de haver importadores inte-ressados em comprar antecipada-mente o milho do Brasil, os negócios não estão sendo fechados. Na verda-de, nem transações para pronta en-trega têm sido realizadas nos últimos dias, pois no momento os produtores estão segurando o milho, na expec-tativa de obterem maiores lucros diante de um cenário altista para a commodity, completou Daniele. Nas exportações previstas do Brasil para serem realizadas até o final do ano e início do ano que vem, os negócios foram fechados em meses anteriores. Se há um rali no mercado internacional, no Brasil a safra de verão sendo plantada está estimada para ter a menor área da história,

com produtores dedicando mais ter-ras para a soja e deixando o cereal para ser cultivado na segunda safra. “E existe ainda o medo do impacto do La Niña na produtivida-de”, acrescentou a analista, referin-do-se a eventuais secas provocadas pelo fenômeno climático que podem elevar ainda mais as cotações. No mercado interno, segundo dados do CEPEA, o milho atingiu o maior valor nominal na região de Campinas desde julho de 2008, a 27,30 reais por saca de 60 kg, e crescem os comentários de que o governo liberará parte dos estoques públicos para dar alguma folga ao mercado interno. As exportações de milho rea-lizadas nos últimos meses, com regis-tro de recorde histórico mensal em setembro de quase 2 milhões de to-neladas, e outras 1,5 milhão de tone-ladas em outubro elevaram as vendasdo país para 7 milhões de toneladas no acumulado de 2010. Grande par-te desses embarques ocorreu com o apoio de um programa do governo (leilões de prêmio de escoamento) que cobre os custos de transporte dos compradores do interior do país até os portos. E os volumes previstos

para serem exportados em novem-bro, dezembro e nos primeiros meses de 2011 também acontecerão com o auxílio do chamado PEP.

“Há boas chances de fe-charmos o ano com 10

(milhões de toneladas)... Se o fluxo for bom até 15 de dezembro e for bem em novembro, de repente dá pra fazer no ano calen-dário 10 milhões”, afirmou um trader de uma multinacional que trabalha com exportações do cereal. Ele es-tima que, em novembro, os embar-ques, pela programação dos navios nos portos, ficarão entre 1,5 e 2 mi-lhões de toneladas, com um volume semelhante em dezembro. Dessa for-ma, as vendas do país no ano ficariam um pouco abaixo do recorde de 10,7 milhões de toneladas de 2007. “Mas, nos primeiros meses de 2011, as exportações continuarão fortes e serão maiores do que as re-gistradas no início de 2008”, notou a fonte, que pediu para não ser identi-ficada, lembrando que o PEP apoiou negócios em torno de 9,5 milhões de toneladas.

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33InteRural - Revista do Agronegócio | Dezembro 2010 | Janeiro 2011

O corte do milho para silagem sempre foi um grande vilão no processo defabricação de comida para armazenamento.Tratores quebrando, facas sendo afiadasdiariamente, ensiladeira estragando, e ainda toda a fazenda parando suasatividades para se concentrar apenas na época de fazer silo.A J&D Silagens pode cortar a sua planta de milho muito mais rápido, com mais uniformidade, mais barato e tudo isso irá refletir para você produtor uma silagem de melhor qualidade para seu rebanho.

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.Uniformidade do corte da plana docomeço ao final da lavoura

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Vetores dinâmicos para o mercado de caféCelso Luis Rodrigues Vegro

Mestre em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade e Pesquisador do IEA

Observa-se que, no segundo semestre de 2010, com a disparada nos preços do café, mercado tem demonstrado aspectos antes desconsiderados nas mais destacadas interpretações. Qualquer um que se arris-que a analisar criteriosamente o mercado de café, com certeza, observará que o segundo semestre de 2010 veio para demonstrar aspectos antes desconsiderados nas mais destacadas interpretações. Em análise anterior (VEGRO, 2009), previa-se que o mercado passaria por estresse baixista decor-rente das dificuldades de recomposição das economias abaladas pela crise econômica de 2008 e 2009, espe-cialmente, considerando os reflexos recessivos sobre o emprego e renda das famílias. Em parte, essa previsão se confirmou, uma vez que o relatório da Organização Internacional do Café (OIC) informou que, no ano civil de 2009, houve queda no consumo mundial da bebida. Nesse ano, foram consumidas 128,8 milhões de sacas frente as 130,7 milhões de sacas consumidas no ano civil de 2008, queda de 1,5% na comparação entre os anos. A manutenção da crise econômica global pode ser comprovada pela tendência de baixa para as cotações do petróleo. Depois de alcançar valores próximos de US$83/barril (tipo Brent), em agosto de 2010, os preços oscilaram em torno de US$78/ barril. Portanto, na apreciação dos analistas dos mercados de commodities, não há pujança econômica que justifique especulação financeira em torno do produto. Até o momento, assim também se comportou o aço e outras importantes commodities. Se é que as leis da economia não foram revoga-das, a diminuição do consumo normalmente repercute em ajustes de preços para baixo.Com o consumo em bai-xa, o que se poderia deduzir para as cotações do café? Na melhor das hipóteses, um contexto de estabilidade. E, de fato, foi o que se viu até meados de junho de 2010, a partir de quando as cotações iniciaram um processo de recuperação que, desde os elevadíssimos preços de 1997, não se observava nesse mercado. Que fatores econômicos ou não estariam por trás dessa escalada nos preços? O mercado, aparentemente, padece sob o efeito de uma espécie de choque de oferta causadopela frustra-ção de duas safras consecutivas da Colômbia. Com médias de produção entre 11 e 12 milhões de sacas, as colheitas de 2008/09 e 2009/10 situaram-se entre 8 e 9 milhões de sacas. Aquele que foi o terceiromaior país produtor de café foi ultrapassado pela Indonésia. Como toda a forma-ção dos preços do café está ancorada no Contrato C da ICE (Bolsa de Nova Iorque), o diagnóstico de escassez re-pentina dessa qualidade de café causou imediato pânico-entre os agentes desse mercado (especuladores,traders importadores,torrefadores e solubilizadores). Sem oferta dentro do esperado, as cotações dis-pararam com prêmios para o produto padrão (Contrato C – colômbia supremo) acima dos US$100 cents/lbp. Mes-mo com tais prêmios, não foram certificados na Bolsa de

Nova Iorque novos lotes do produto, mantendo- -se o clima de escassez em mercado físico operando acima do futuro, fenômeno raro de acontecer entre as commodities. Ainda que as autoridades colombianas tragam ao público suas estimativas de colheita de 11 milhões de sacas para a safra que se inicia, tal previsão tem pouca chance de se concretizar em virtude do agravamento da incidência de doenças fúngicas, que têm grande potencial de redu-zir essa esperada produção.Agentes privados mantêm suas previsões de colheita para o intervalo de 8 a 9 milhões de sacas, o que configuraria uma terceira safra com quebra na oferta. Todavia, será que é preciso ancorar as interpreta-ções para a escalada de preços do mercado de café em função, exclusivamente, da baixa de 2 a 3 milhões de sacas no suprimento do tipo supremo colombiano? Podem exis-tir outros fatores que ainda não estão plenamente configu-rados, mas que já estariam pautando o mercado de café? São perguntas pertinentes para o momento atual e para as quais ainda não se possui explicações definitivas. A despeito das irregulares e insuficientes precipita-ções que ocorreram no princípio de setembro, a estiagem pela qual vêm passando os principais cinturões produtores de café no Brasil contribui para a intensificação do ambiente de relativo pânico que um possível choque de oferta possa vir a causar no suprimento do mercado. Mas essa explicação não é muito convincente na medida em que ocorreram ou-tras estiagens prolongadas (como a da safra 2008/09), sem que os preços ganhassem tãomaior volatilidade. Ao longo dos últimos 15 anos,os principais conglo-merados da torrefação dos países importadores de café fo-ram testando o mercado com crescente introdução do tipo robusta na constituição de suas ligas. Essa estratégiaindus-trial, ainda que competitiva em preços, causou uma espé-cie de aversão dos consumidores pela bebida, registrando estagnação ou quedano consumo em mercados até então-consolidados. Por outro lado, as torrefadoras que se posi-cionaram numa trajetória de incremento da qualidade pri-vilegiando os cafés finos mais bem preparados mantiveram taxas de crescimento de até dois dígitos. Em parte, a indústria torrefadora é a grande res-ponsável pela atual escalada nas cotações, na medida em

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Tabela 1 –Market Share dos Quatro Maiores Países Produtores de Café, 2009/10 e 2010/11.

que, ao privilegiar, no passado, seu suprimento nos robustas, deprimiu as cotações do arábica, criando am-biente de generalizado pessimismo sobre o horizonte dessalavoura. A falta de investimentos e até a deci-são radical de erradicação foram os fatores mais presenciadosentre os cafeicultores de arábica em todas as partes do mundo. Não se pode esperar ganhos de produtividade com incremento da produção sem que ocorra a inversão capitalista. Todavia, para que isso aconteça, há que necessariamente existir uma taxa de retorno favorá-vel, condição absolutamente sine qua non. Parece uma obviedade, mas não é quando se entende que a formação das cotações no mercado internacio-nal não guarda qualquer relação com os custos intrínsecos da produção, valendo-se de outros parâmetros para precificar suas aquisições. De fato, comparativamente a outras commodities agrícolas, o ará-bica não foi beneficiado pelo ciclo de alta iniciado em 2003 e que se esten-deu até a crise de 2008/09 e, nova-mente, voltou a vigorar já em mea-dos de 2010. Diferentemente do ciclo anterior de valorização das “commo-dities”, neste o café se alinhou com o restante do conjunto do mercado, inclusive liderando-o com alta acu-mulada (para o arábica) superior aos 22% no ano e 34% nos doze me-ses contados entre agosto de 2009 e 2010 (LOPES, 2010). Em setembro, a tendência altista ganhou ainda maior impulso, com cotação a se aproximar de um recorde histórico próximo dos US$200,00 cents/lbp. Aparentemente, como de su-petão, grande parte do mercado vol-ta- se para o produto de qualidade. Os arábicas finos passam a ser dis-putados pelos líderes da torrefação mundial. As transnacionais querem os melhores cafés para oferecê-los de forma exclusiva aos seus consumi-dores.Criaram-se verdadeiros ícones no mercado, como o desenho das má-quinas e o preparo a partir de cápsu-las da NESPRESSO, inovação que pas-sou a ser invejada e perseguida pelos demais competidores. No mercado de café, a virada para a qualidade é uma mudança de foco tremenda. A formação de preços dos cafés finos

não estará mais vinculada ao volu-me de cafés baixos e robusta que são permanentemente oferecidos, mas sim nas disponibilidades dos produtos considerados superiores com padrão de xícara de elevada pontuação den-tro das usuais escalas de classifica-ção da bebida. Essa radical mudança pode ser denominada como primeira nova dinâmica do mercado de café. A segunda dinâmica consiste em nova hipótese, que ainda não foi testada pela comunidade científica e pode estar por trás da onda altista que se assiste no mercado. Em meados de 1989, chegou ao fim o pacto entre paí-ses produtores e importadores que im-punha cláusulas econômicas no Acordo Internacional do Café. Desde então, o universo dos países produtores assistiu a uma monumental concentração do mercado de café. Transcorridos vinte anos, as quatro maiores torrefadoras congregam 45% do mercado mundial da bebida (Figura 1). Esse grau de concentração, possivelmente, já passa a prejudicar a formação de preços em condição de li-vre concorrência,ainda que imperfeita, pois a baixa competição pelo limitado número de agentes conduz à criação de mecanismo de formação de preços menos transparentes, porém, mais bem amoldadas às pretensões de valorização acionária dessas companhias líderes. Do ponto de vista dos paí-ses produtores, especialmente de seus cafeicultores, a concentração empresarial na ponta demandante estava sendo uma das principais bar-reiras para que o arábica se juntasse às demais commodities na trajetória de alta observada durante toda a dé-cada passada. Entretanto, o mesmo fenômeno passa a ocorrer entre os

países produtores com apenas quatro deles concentrando pouco mais de 65% da oferta mundial (Tabela 1). Na safra 1999/00, por exemplo, esse conjunto de quatro países congregava 55%. Caso se tome em separado a oferta do arábica e somando-se ape-nas a produção do Brasil e da Colôm-bia, alcança-se uma concentração desse tipo ainda mais acentuada. Ve-tores formadores de uma nação São quatro os vetores que constituem o fulcro das ações em geopolítica: se-gurança militar; segurança financei-ra; segurança alimentar e segurança energética. Perceba que, para cada tipo de vetor, existe uma entidade que procura regular e coordenar as ações supranacionais. No caso da se-gurança alimentar, existe a Organiza-ção das Nações Unidas para a Agricul-tura e Alimentação (FAO). Ainda que sob as recentes bandeiras da globalização e do livre mercado essas agências tenham apa-rentemente perdido sua importância inicial, poderão reassumir relevância diante de futuros dilemas para os quais a humanidade terá que neces-sariamente se preparar. A essa altura já é possível presumir a segunda nova dinâmica do mercado de café. A semelhança do petróleo que possui sua produ-ção concentrada entre os países da Península Arábica e de seu entorno, a concentração crescente nos países produtores de café passa também a vigorar nesse mercado. No passado, a geopolítica induziu decisões rele-vantes no mercado de café, sendo a mais emblemática delas a criação da Organização Internacional do Café (OIC), departamento vinculado às Nações Unidas.

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Regulação dos Mercados e o Café

Ao início dos anos 60, quan-do foi criada a OIC, mais de dois ter-ços da população mundial residia no campo e havia uma disponibilidade de terras aparentemente “inesgotá-vel”.Atualmente, o contexto é to-talmente distinto. A maior parcela da população mundial é urbana; não há fronteiras agrícolas a serem ocu-padas; há necessidade crescente de utilização das terras disponíveis para a ampliação da oferta de alimentos e, finalmente, os distúrbios climáti-cos tornaram muito mais complexo o empreendimento agrícola. Somando-se os dois elemen-tos acima mencionados: concentra-ção da produção com fechamento das fronteiras agrícolas para a expan-são cafeeira, verifica-se que se pode engendrar uma nova dinâmica geo-política para o café. Se no passado a orientação era pela contenção dos movimentos de esquerda nas comuni-dades rurais empobrecidas da África,Ásia e Ibero-América, agora se dis-tingue por assentar-se na concentra-çãodo mercado. Porém, a resultante tem igual sinalização: a da revitali-zação de agências reguladoras, com um interesse muito maior dos países consumidores de participarem desses fóruns e até mesmo a possibilidade de se avançar na repactuação de no-vas cláusulas econômicas para esse mercado. A previsão de longa duração para as elevadas cotações atuais do café tornará crescente a relevância

das decisões de perfil geopolítico no-mercado. Tal influência, como tudoem política, avançará na condição de processo sob intensa negociação. Enquanto isso não se concretizar, es-pera- se um mercado muito mais ten-so, em que a volatilidade das cota-ções exibirá maiores amplitudes para qualquer período de análise (diária, semanal, mensal e anual). Formam-se, assim, as duas novas fontes de dinâmica para o mercado de café: a) a revalorização da qualidade do café e, sobre esse padrão de bebida, a estruturação dos mecanismos formadores das cotações e b) a concentração crescente na pon-ta da oferta com repercussões cres-centes de padrão próximo ao geopolí-tico com incremento da tensão tanto no mercado físico como no futuro.

Fatores complementares

A valorização cambial das moedas nacionais de diversos pa-ísesprodutores de café é um fator que complica o contexto de retoma-da do investimento nas lavouras. De forma generalizada, observa-se essa tendência que não apenas se man-teve como se aprofundou no trans-curso de 2010. Em países em que a produção de café está voltada para as transaçõescom o exterior, o pro-blema da valorização cambial torna--se aindamais desastroso. Diferente-mente do Brasil, na Colômbia, por exemplo,apenas 10% a 15% do total do café produzido são destinados ao consumointerno, tornando o segmen-to muito mais exposto à problemáti-ca do câmbio valorizado.

Tal situação diminui os ingres-sos dos cafeicultores, criando um am-biente de desmotivação com imedia-ta redução da tecnologia empregada. A cafeicultura instalada em regiões de montanha demanda ur-gentes inovações. Com limitadas condições para mecanização da co-lheita, os custos de produção des-sessistemas produtivos resvalam na inviabilidade econômica. Ademais, a baixa produtividade da colheita nos sistemas produtivos em que se colhe por meio da “catação a dedo” torna quase que inviável a realização dessa modalidade de colheita, mesmo sob o contexto de salários/diárias bem pagos. A precarização da mão de obra rural, seja ela familiar ou as-salariada, não estimula que as pró-ximas gerações permaneçam nessa atividade,preferindo buscar outras oportunidades, especialmente urba-nas, em que a possibilidade de me-lhoria do bem-estar está mais adian-tada. O contexto é de impasse e há demanda imediata por inovações para a manutenção competitiva des-ses sistemas produtivos.

Literatura citadaEUROMONITOR International, 2010. (www.euromonitor.com – para assinan-tes).

LOPES, F. Clima e China dão o tom no mercado de grãos. Valor Econômico, Agronegócios, 01/set./2010. B-13p.

RELATÓRIO sobre o mercado cafeeiro. Carta do Diretor Executivo. Organi-zaçãoInternacional do Café, julho de 2010. 6p. Disponível em: http:// ico.heritage4.com/heritage/heridata/ ico_pdf_docs/cy2009-10/documents/ cmr-0710-p.pdf - consulta efetuada em 08/09/2010.

RELATÓRIO sobre o mercado cafeeiro. Carta do Diretor Executivo. Organiza-ção Internacional do Café, agosto de 2010. 8p. Disponível em: www.ico.org (consulta efetuada em 13/09/2010).

VEGRO, C.L.R. Como a crise mun-dial afeta as cotações do café. In: SANT’ANNA, A.; FERRAZ, J.V; MENDES DA SILVA, M.L. Org. AGRIANUAL, 2010. AgraFNP, out.2009. 217-220p.

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COMUNICADO IMPORTANTE

34. 3822 9950 . R. Major Gote, 585 . 8º andar . Centro . Patos de Minas . MG . Cep 38 702-054

www.grupofarroupilha.com www.sementesfarroupilha.com.br

Desde que foi criada, a SementeS Farroupilha vem ampliando e diversificando sua atuação. uma história que começou com a produção de sementes de soja, hoje é construída também com algodão, café, milho, trigo e pecuária de corte e leite. além disso, por meio do laboratório De biocontrole Farroupilha, investimos cada vez mais em tecnologia e pesquisa.

as empresas que levam Farroupilha no nome guardam entre si semelhanças que ultrapassam questões gerenciais e administrativas. compartilham valores estruturais, como o apreço pela qualidade e o investimento em responsabilidade ambiental e social. por isso, passamos a entender que, juntas, essas instituições compõem o Grupo Farroupilha: um guarda-chuva que abriga as cinco empresas da marca.

como um espelho desse novo entendimento, criamos as identidades visuais que, agora, apresentamos a vocês. tanto a criação da marca do Grupo Farroupilha quanto o redesenho das marcas da SementeS Farroupilha e do laboratório De biocontrole Farroupilha estão em sintonia com uma busca constante por inovação – característica não apenas presente em nosso Dna, mas estimulada nas experiências cotidianas do Grupo.

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Diferenciação no agronegócio uma estratégia para ampliar horizontes

Caique Oliveira, Gerente de Marketing do ReHAgro

O agronegócio brasileiro, como todos sabem, é um dos grandes responsáveis pela sustentação da nossa

economia. Vários estudos mostram a ascensão do Brasil no cenário mun-dial e é nítido nos noticiários nacio-nais e internacionais que, mais do que nunca, as atenções estão volta-das para nossa economia. Como pro-va disso, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China foram intitulados de países com maior potencial de crescimen-to nos próximos anos e receberam o apelido de “BRICs” (acrômio que re-úne as primeiras letras de cada país) pelo economista Jim O’Neill, chefe de pesquisa em economia global do gru-po financeiro Goldman Sachs. Segun-do O’Neill, se considerado como um bloco econômico, em 2050, o grupo dos BRICs já poderá ter ultrapassado a União Européia e os Estados Unidos. Apesar do cenário promissor, entendemos também que os desa-fios diários são grandes e que temos construído um futuro de sucesso a duras penas, com juros altos, mar-gens curtas, embargos e políticas de apoio ao produtor rural extremamen-te restritas. No entanto, a verdade é que as dificuldades não cessarão. Por isso, é necessário que todos os pro-fissionais, empresários e estudantes que atuam no agronegócio brasileiro estejam atentos, entendam do seu negócio com profundidade e, princi-palmente, não se conformem com as dificuldades. A conformidade com um ambiente de dificuldades, onde as reclamações imperam, é o primeiro passo para o fracasso do seu negócio ou projeto de vida. Em muitos mercados, uma das principais dificuldades para se alcançar maiores receitas é a “com-moditização”, ou seja, mercados nos quais os produtos/serviços são indiferenciados, recebem uma curta margem de pagamento e operam ne-cessariamente visando o menor custo operacional possível. Assim acontece no agronegócio quando se fala em produção de leite, carne, grãos, etc.

Os produtos gerados pelas fazendas e que são entregues para beneficiamento na indústria são com-modities que, apesar de garantirem para a maioria das fazendas a susten-tação financeira do negócio, muitas vezes não satisfazem o desejo do em-presário rural por maior faturamento e, consequentemente, maior cresci-mento de sua empresa e da sua reali-zação. O mesmo desafio é vivido por empresas no setor de saúde animal, nutrição, insumos e outras. Considerando este desejo e as necessidades das empresas de sempre ampliar mercados, muitos es-tudiosos de marketing e empresários, há alguns anos, vêm estudando estra-tégias e ferramentas de conhecimen-to e ampliação do mercado. Uma das estratégias, e talvez a mais falada nos últimos tempos, é a diferencia-ção, ou seja, a capacidade que uma empresa tem de ser percebida como diferente dos concorrentes através da oferta de produtos únicos, com características específicas, serviços especiais, que garantem benefícios para os clientes, benefícios tais que nenhum concorrente é capaz de dar. É importante salientar que tal estra-tégia não visa apenas entregar mais

benefícios ou “novidades” para os clientes, mas entregar: 1) benefícios reais desejados pelos clientes atuais e futuros, 2) benefícios que os con-correntes não entregam. Na situação B a empresa en-contra-se em um ambiente de mer-cado onde há muitos competidores e uma margem de lucro baixa. Neste estado, é provável que a empresa esteja submetida a entregar um “be-nefício commodity”, no qual o pre-ço que o mercado paga subtraindo o custo que tem na sua entrega é igual ao lucro (que sobra). Empresas que atuam nesta estratégia devem neces-sariamente ter uma excelente eficiên-cia operacional, a qual visará o menor custo possível de seus processos, o que favorece a ampliação do lucro. Ao tra-çar uma estratégia que visa a diferen-ciação de seus produtos, serviços, pro-cessos, imagem, etc, a empresa passa da situação B para A, na qual o custo que tem somado ao lucro que deseja é, de maneira simplificada, o preço que estabelece. Este ambiente é chama-do pelos autores W. Chan Kim e Renée Mauborgne de “oceano azul”, no qual a empresa tem poucos competidores e um alto retorno sobre investimento ou margens não tão apertadas.

A conseqüência da diferenciação é o que as empresas mais desejam: um ambiente de mercado onde tem-se maiores margens e menos com-petidores, como mostra o gráfico abaixo:

GRÁFICO 1: Processo de diferenciação

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É importante lembrar que posicionar-se em A ou em B é algo louvável se coerente com a estraté-gia da empresa. No entanto, é dese-jável para qualquer empresa operar num mercado onde tem-se poucos concorrentes e margens maiores, como demonstrado no ponto A. Tal-vez este seja o sonho de toda em-presa. O grande problema é que na busca por criar produtos e serviços diferenciados, algumas empresas, de maneira equivocada, investem tempo e dinheiro e obtém baixos re-tornos. Outras acham que oferecem propostas de valor diferenciadas para o mercado, quando na verdade ainda estão oferecendo commodities. Este e tantos outros problemas têm co-mumente suas raízes na estruturação estratégica da empresa, ou seja, na definição de onde querem chegar, em quanto tempo , o quê farão para que isso aconteça e como farão. Então, como realmente es-truturar a estratégia da empresa para que possa ter a diferenciação como ferramenta para ampliar a re-ceita? Seguem 3 dicas simples e es-senciais que ajudarão a pensar em seu negócio e estruturar uma estra-tégia realista, madura, coerente com o mercado e que contribua para o ga-nho com maiores margens e menores ameaças por concorrentes:1) Conheça seu público alvo: quando uma empresa se propõe a en-tregar algo diferente, que tenha be-nefícios únicos e reais, é estritamente necessário que entenda os benefícios desejados pelos seus clientes. Uma fazenda especialista em melhoramen-to genético, que faz acasalamentos e gera produtos com características fantásticas em vários quesitos, no en-tanto, pode estar entregando carac-terísticas que para seu público alvo

não geram grandes benefícios de fato. São commodities. Entender o que os clientes precisam, como precisam, em qual momento, em qual região e em qual quantidade é essencial. Busque entender o contexto de seus clientes e aprofunde em problemas. Eles são a sua solução.

2) Seja uma empresa que aprende: Por que existem tantas em-presas de sucesso, com modelos de negócio bem estruturados, métodos de gestão que geram resultados e marcas que são sempre lembradas? Por que tantas outras não fazem par-te deste grupo? Sem dúvida os mo-tivos envolvem inúmeros fatores, no entanto, um dos principais é a real vontade que uma empresa tem em aprender. Uma empresa que aprende economiza tempo e dinheiro, porque está aberta a reavaliar seu negócio e pensar novas soluções para seus problemas. Buscar o aprendizado de maneira ativa e insaciável pode ser a atitude decisiva que a posicionará como empresa que cresce ou empre-sa que luta contra a falência.

3) Invista tempo planejando: Tempo hoje se tornou uma mercado-ria cara. Ainda mais tempo de pla-nejamento, que além de ser caro, é algo extremamente estranho para nossa cultura brasileira. Somos ótimos executadores porque acreditamos que “quanto mais rápido fizermos, mais rá-pido teremos resultado”. Mas, nos es-quecemos de que “fazer errado” é o que gera retrabalho, perda do investimento financeiro, perda de tempo, desmoti-vação da equipe e aumento do risco do negócio. Invista tempo criticando as pos-sibilidades, identificando concorrentes, definindo prioridades, listando fraquezas e forças da empresa, ameaças e opor-tunidades do mercado, prevendo novas ações, etc, etc. Sem dúvida o tempo de planejamento dará subsídio para ações mais assertivas e lucrativas. É certo que para que uma em-presa se diferencie e amplie seus resul-tados muito trabalho deve ser feito. No entanto, as dicas acima são apenas os primeiros passo que, dados com firme-za e compromisso, serão a base forte para toda a formação estratégica da empresa e futuro sucesso.

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Ferramentas de Gestão Análise SWOT

Fernando Rati e Rodrigo Denipote – Engenheiros Agrônomos – Equipe ReHAgro

Ambiente InternoPredominância de

Pontos Fracos Pontos Fortes

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Sobrevivência Manutenção

Crescimento Desenvolvimento

Forças

-Tecnologia favorável para o plantio do minho-Consultoria na parte gerencial e técnica-Irrigação por pirot central

Oportunindades

-Redução de 4,3% de área plan-tada no país-Preço do adubo-Crescimento do segmento agrí-colca-Biotecnologia

Fraquezas

-Alta rotatividade de funcionários-Alto custo com treinamento para novos funcionários-Declividade no terreno

Ameaças

-Falta de política agrícola de expor-tação-Preço do milho muito baixo-Fenômenos naturais (insetos, doen-ças, excesso ou falta de chuva, etc.)-Baixa disponibilidade de crédito para o agricultor

A figura 1, logo abaixo, retrata a ferramenta:Esquema Análise SWOT

Na figura 2, temos como exemplo a análise do plantio safrinha 2010 de milho:Esquema de análise SWOT na agricultura

A análise SWOT é uma ferra-menta utilizada para aná-lise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada

como base para a gestão e planeja-mento estratégico de uma empresa. Todavia, devido a sua simplicidade, ela pode ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário, desde a criação de uma microempresa à ges-tão de uma multinacional. O termo SWOT é uma sigla oriunda do inglês e é formada pela listagem de: Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ame-aças (Threats). Essa análise se divide em AMBIENTE INTERNO (Forças e Fra-quezas) e AMBIENTE EXTERNO (Opor-tunidades e Ameaças). As forças e fra-quezas são determinadas pela posição atual da empresa e se relacionam a fatores internos. Já as oportunidades e ameaças são determinadas pela vi-são global do negócio e estão relacio-nadas a fatores externos. O ambiente externo está quase totalmente fora do controle da organização, mas a empresa deve conhecê-lo e monitorá-lo com frequ-ência, de forma a aproveitar as opor-tunidades e ameaças. Evitar ameaças nem sempre é possível, no entanto, pode-se fazer um planejamento para enfrentá-las, minimizando seus efei-tos. A matriz SWOT deve ser utiliza-daentre o diagnóstico e a formulação estratégica propriamente dita. O am-biente interno pode ser controlado pelos gestores da empresa, uma vez que ele é o resultado das estratégias de atuação definidas pelos próprios membros da organização. Dessa forma, durante a aná-lise, quando for percebido um ponto fraco, a organização deve agir para controlá-lo e ficar atenta para fu-turas surpresas. Para auxiliar na lis-tagem da matriz, podemos utilizar algumas perguntas para nortear o preenchimento, sendo:

Oportunidades: - Quais as oportunidades externas que você pode identificar? - Que tendências e modas você podeaproveitar em seu favor? - Qual está sendo o desejo de seu cliente?Ameaças:- Que ameaças (leis, regulamentos,concorrentes) podem prejudicá-lo?- O que seu concorrente anda fazendo?- Como o seu concorrente está atendendo aos clientes?Forças:- O que você faz bem?- Que recursos especiais você possui e pode aproveitar?- O que outros acham que você faz bem?Fraquezas:- No que você pode melhorar?- Onde você tem menos recursos que os outros?- O que outros acham que são suas fraquezas?A análise SWOT pode servir para a avaliação de uma empresa, um projeto, uma parte do projeto, um produto, uma equipe, um setor. De maneira sim-ples, essa ferramenta possibilita conhecer melhor nosso negócio.

Pense nisso!

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Importância e qualidade dos serviços prestados a produtores de caprinos leiteiros

Camila Raineri Zootecnista formada pela FZEA/USP, com mestrado em Qualidade e Produtividade Animal

pela mesma instituição. Doutoranda pela FMVZ/USP. Responsável Técnica pela Paraíso Ovinos.

Augusto Hauber GameiroProfessor Doutor do Departamento de Nutrição e Produção Animal da FMVZ/USP

Com o desenvolvimento da produção de pequenos rumi-nantes no país, verificamos uma oferta cada vez maior

(ainda que muitas vezes não seja su-ficiente para suprir a demanda) de produtos e serviços relacionados à criação desses animais. Nesse con-texto, optamos por discutir os dados apresentados por um artigo publi-cado em 2009 na revista Ecological Economics, intitulado “Evaluation and effectiveness of breeding and production services for dairy goat farmers in Kenya”. O objetivo do trabalho foi avaliar a oferta de serviços reprodu-tivos e zootécnicos prestados a cria-dores de cabras leiteiras e a visão desses criadores sobre a qualidade e a importância desse processo. A pes-quisa foi realizada no Quênia e foi es-colhida por nós este mês por mostrar uma realidade muito interessante e o posicionamento dos caprinocultores frente a serviços de assessoria, ma-rketing, entre outros. Historicamente, serviços re-produtivos e produtivos (assistência veterinária, serviço de extensão, ma-rketing e acesso a mercados, escri-turação zootécnica e monitoramen-to reprodutivo) eram oferecidos aos produtores de animais a preços sub-sidiados pelo governo do Quênia. Nos anos 90, reformas no setor público levaram à redução ou eliminação de muitos desses serviços e, ao contrá-rio do que se esperava, o setor pri-vado não se desenvolveu para suprir a demanda deixada pela ausência desses serviços, especialmente pelos produtores menos privilegiados. O mercado de leite caprino e derivados oriundos de pequenas cria-ções quenianas tem sua expressão econômica limitada pela instabilida-de da economia do país e é caracteri-zado pela atuação de intermediários

exploradores e pouco confiáveis e pela dependência de prestadores de serviço particulares, que praticam preços muito variáveis. Tipicamente, os pequenos caprinocultores atuam em um mercado falho, com produ-tos tratados como commodities, com margem de preços instável e acesso limitado a linhas de crédito. Para contornar essa situação, uma das alternativas encontradas foi a criação de grupos de pequenos pro-dutores, assistidos e auxiliados por associações e outras organizações, como a Associação de Criadores de Caprinos Leiteiros do Quênia e gru-pos de estudo e trabalho de universi-dades. O objetivo dessas entidades é oferecer informações técnicas e bo-des em sistema de rodízio para que os pequenos criadores possam man-ter cabras de potencial genético ele-vado e adequado às suas condições e que tenham condições de produzir leite e derivados de qualidade para consumo e comercialização. Os autores do trabalho en-trevistaram 311 pequenos produtores assistidos por essas entidades, todos já usuários dos serviços. Foram apli-cados questionários para se avaliar a importância atribuída pelos criadores a cada serviço, com o propósito de se elaborar um ranking de importân-

cia. Pediu-se que os caprinocultores também atribuíssem valores aos ser-viços utilizados, indicando a quantia de dinheiro que estariam dispostos a pagar por cada um deles se não hou-vesse opção ou se prefeririam não utilizar os serviços nesse caso. As va-riáveis estudadas foram:

a) Serviços: serviços veteriná-rios, de extensão, de marketing, de escrituração zootécnica, de reprodu-ção e de fornecimento de água;

b) Custo da mão de obra;

c) Benefícios físicos ou tan-gíveis proporcionados pela criação (percebidos por meio do valor dos animais, dos produtos lácteos ou do esterco);

d) Custo de instalações e mane-jo de resíduos;

e) Satisfação com as atividades do projeto de que o produtor partici-pa;

f) Valor do atual sistema de produção;

g) Intensificação do atual siste-ma de produção: requisitos e conse-

Tabela 01 - Características das propriedades e das criações dos entrevistados.

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quências;

h) Benefícios sociais ou intan-gíveis proporcionados pela criação (seguro contra emergências e riscos, prestígio, entre outros).

Os resultados obtidos foram bastante interessantes. A Tabela 01 demonstra algumas das características das propriedades dos entrevistados. O perfil dos entrevistados era de 44% de homens e 66% de mu-lheres, com idade média de 51 anos. Cerca de 78% dos participantes ha-viam recebido alguma educação for-mal e 64% estavam satisfeitos com os projetos dos quais participavam há mais de 5 anos. Cabe destacar que a quan-tidade média de cabras foi de 3 por propriedade e que, ainda assim, 73% dos criadores afirmaram que suas ati-vidades possuíam caráter comercial. É muito interessante o fato de 70% destes caprinocultores terem acesso a serviços veterinários e de extensão e de quase todos eles estarem inseri-dos no mercado. O ranqueamento de impor-tância dos serviços revelou que os produtores consideram os serviços de marketing e acesso a mercados os mais importantes entre os avaliados. Eles foram seguidos pelo forneci-mento de água, serviço de extensão, registro de desempenho, serviços ve-terinários e monitoramento da repro-dução, nessa sequência. Embora a maior parte dos criadores estivesse satisfeita com o andamento dos projetos, eles se mostraram dispostos a pagar até KES 1.318,03 (cerca de US$ 20,00) por mês, em média, para melhorar ainda mais a sua eficiência. O valor médio que os produtores se disseram dispos-tos a pagar pelo sistema de produção foi de KES 70.585,07 (cerca de US$ 1.090,00), sendo este considerado o valor do sistema dos pequenos cria-dores. A Tabela 02 expõe os valores que os pequenos caprinocultores afir-maram estar dispostos a pagar por di-versos produtos e serviços. Alguns fatores influenciaram a disposição em pagar dos criadores. Aqueles que enxergavam na ativida-de um benefício não apenas econô-mico, mas também social, se mos-

Tabela 02 - Disposição para pagar (DPP) por algumas atividades na caprinocul-tura leiteira.

traram dispostos a pagar mais pelos serviços. O mesmo ocorre com os que possuem rebanhos ou áreas maiores, com os que já tiveram experiência com esses serviços, com os que pos-suem sistemas mais intensivos e com os que possuem mais informações so-bre o mercado. A disposição em pagar por serviços de marketing e informação de mercado é proporcional à dificul-dade de acesso a essas informações. Assim, produtores filiados às institui-ções e organizações de fazendeiros, com acesso a telefones, dias de cam-po, redes de contatos e afins demons-traram disposição em pagar menos pelo serviço. A disposição em pagar pelo fornecimento de água aumenta à medida que aumenta a idade do criador e a distância até o ponto de abastecimento. Se podemos tirar algum proveito da experiência dos nossos companheiros quenianos, tiramos o aprendizado de que não adianta esperar que outras pessoas tomem iniciativas para melhorar nossa situ-ação. Aproveitar as oportunidades disponíveis é essencial, mas precisa-mos nos organizar para minimizar ou solucionar nossos problemas e limita-ções. E mais: se acreditamos que as ferramentas disponibilizadas a baixo custo ou gratuitamente deixam a de-sejar, devemos estar dispostos a nos comprometer com o processo e a tra-balhar ainda mais duro (ou a pagar) para atingirmos resultados melhores. A formação de grupos de cria-dores parece ser uma estratégia com grande potencial para a produção de pequenos ruminantes, principalmen-te no que diz respeito à formação de escala para comercialização de pro-dutos, para a colocação desses pro-dutos no mercado e para possibilitar o acesso à assistência técnica.

Outro aspecto muito impor-tante abordado no artigo é que ser-viços de marketing não devem ser realidade apenas para grandes pro-dutores. Muito pelo contrário: co-nhecimento de mercado e estratégia para acessar canais de comercializa-ção podem ser ainda mais importan-tes para a viabilidade econômica da pequena propriedade. Os resultados obtidos pelos autores do trabalho sugerem que os produtores entrevis-tados perceberam que não adianta produzir se não conseguirem vender os produtos e que a informação ajuda a reduzir a vulnerabilidade do cria-dor às instabilidades do mercado e ao comportamento oportunista de inter-mediários. O que queremos demonstrar é que pode ser possível encontrar so-luções para problemas graves, como a falta de incentivos, de crédito e de conhecimento, dentro das possibili-dades de cada um.

Artigo citadoBETT, R.C.; BETT, H.K.; KAHI, A.K.; PETERS, K.J. Evaluation and effecti-veness of breeding and production ser-vices for dairy goat farmers in Kenya. Ecological Economics, v. 68, pp. 2451-2460. 2009.

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Haras Bela Vista de Uberlândia oferece Escola de Equitação

A visão empreendedora dos só-cios Arthur Florentino e Keila Miguel proporcionou a Uber-lândia um moderno centro

de ensino de equitação. Uma moda-lidade esportiva que a cada dia con-quista espaço, novos adeptos e pro-porciona uma série de benefícios aos praticantes. A relação homem e ani-mal oferece vantagens à autoestima, auxilia na concentração, na autocon-fiança, no rendimento escolar e me-lhora a disciplina. “No começo, tudo era apenas projeto, mas logo perce-bemos que seria possível viabilizá-lo, uma vez que possuímos um haras com uma excelente estrutura. Então foi uma questão de adequações e hoje a escola de equi-tação é uma realidade que está à dis-

posição da população de Uberlândia”, destaca a empresária Keila Miguel. De acordo com Arthur Floren-tino, um dos proprietários do Haras Bela Vista, nesse tipo de serviço é importante contar com animais de alta qualidade, dóceis e também uma equipe de profissionais bem prepara-dos. A equitação é uma modalidade para quem gosta de praticar exercí-cios ao ar livre, em contato com ani-mais e com a natureza. É uma forma de acabar com o conceito de que an-

“Temos que oferecer conforto e se-gurança a todos os alunos que quei-ram iniciar o contato com o animal,

independentemente da idade”.

dar a cavalo é só para pessoas que gostam de competir ou têm grande poder aquisitivo. A escola de equitação do Ha-ras Bela Vista oferece cursos voltados para o esporte, enduro ou somente para o lazer. Segundo os empresários Arthur Florentino e Keila Amaral, nas primeiras aulas de sensibilização, o aluno percebe como os seus sentidos se ajustam com os sentidos do cavalo e, a partir daí, o aprendizado se torna mais acelerado.

Projeto atende crianças e adultos com acompanhamento profissional

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A equitação também é um es-porte que pode ser praticado em famí-lia. A escola de equitação já está em funcionamento e os interessados em participar das aulas podem procurar o local e agendar o melhor horário. O Haras Bela Vista está loca-lizado na Rua Jose Flamengo, s/nº, no Bairro Jardim das Palmeiras. Fácil acesso e a poucos minutos do centro de Uberlândia.

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Keila MiguelO tempo parece não ser obstáculo para a empresária . Advogada de sucesso, mãe de dois filhos, ao lado do esposo Arthur Florentino, ela dedica boa parte do tempo na administração dos empreendimentos voltados a atividade rural. Nesta edição você vai conhecer um pouco

da história de uma mulher moderna e visão arrojada.

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Como surgiu a relação da senhora com as atividades

rurais?

Essa minha vocação vem desde crian-ça. Eu sempre gostei das coisas do campo e, quando me tornei adulta, percebi que podia ir além, então re-solvi dar um passo maior em meus pro-jetos e, graças a Deus, tenho sido bem recompensada. No Município de Prata--MG, trabalho com a pecuária leiteira. Em especial, como foi sua pai-

xão pela criação de cavalos?

Sempre gostei e sonhei em ter um cavalo. Um dia, o bisavô de meus fi-lhos, sabendo do meu desejo, me deu de presente um potro da raça quarto de milha, que se chamava ROOSTON. Eu amei o presente, e esse foi o começo de toda a história de sonho e realizações.

Qual é a raça que mais lhe atrai?

Acho que todas. Isso para mim não importa, pois eu gosto mesmo é do animal em si. Mas hoje estou come-çando o meu plantel da raça Quarto de Milha, e o motivo são meus filhos, Fernando e Felipe, juntamente com meu esposo, Artur Florentino, pois o animal está adequado para o esporte que eles praticam.

Como a senhora resolveu im-plantar o Haras Bela Vista?

Eu e o Artur sempre desejamos ter um cantinho para criar nossos ani-mais e cuidar bem deles, sempre da nossa maneira. Então, Deus nos deu essa oportunidade e, juntos, pude-mos montar um Haras diferenciado, bonito e de alto estilo. Qual a importância do sócio Artur

Florentino na criação do Haras?

Tudo começou por ele. Depois que entrei na sociedade, eu deixei claro que pretendia montar um Haras com diferencial, porque o local do em-preendimento é privilegiado, dentro da cidade de Uberlândia, onde não precisa pegar rodovia e muito menos estrada de terra, é de fácil acesso. Portanto, sabia que a estrutura que iríamos montar também tinha que

ser especial, e, graças a Deus, deu certo. O Haras Bela Vista ficou lindo e é um sucesso. Por que a senhora resolveu im-plantar a Escola de Equitação?

No começo, o Haras funcionava ape-nas como hotel de equinos. As pes-soas nos procuravam para conhecê-lo e perguntavam de forma espontânea sobre aulas de equitação. Foi a partir daí que eu quis montar o projeto. Conversei com o Artur, que já é experiente no ramo, e ele apoiou a ideia, então fomos logo atrás de um di-ferencial, porque o Haras já tinha uma boa estrutura. A Escola de Equitação está cada vez com mais novidades e, com a coordenação do Artur Florenti-no, tudo está caminhando muito bem.

A Escola de Equitação é uma forma de trabalho com crian-ças ou está aberta para todas

as idades? Tem para todas as idades! É engraça-da essa constatação, porque, no iní-cio, esperávamos o público infantil, mas fomos surpreendidos, pois con-seguimos alcançar várias faixas de idade, tudo isso pelo diferencial das aulas que o Artur prepara para seus alunos, pois os clientes sentem-se sa-tisfeitos.

Como a senhora divide o tem-po com as atividades rurais e

urbanas? Costumo brincar com nossos ami-gos. Digo que meu carro parece um guarda-roupa, porque sou Advogada, profissão que não tem nada a ver com

o meio rural. Minha vida é a maior correria, ainda mais depois que eu e meus irmãos montamos um Auto Cen-ter aqui em Uberlândia. Desde então, tudo é uma correria só, mas eu gosto de fazer o que eu faço, amo minha profissão, dedico aos meus negócios e empre-endimentos e, quando fazemos o que gostamos, tudo fica mais fácil.

Qual a expectativa e quais os projetos da senhora para 2011?

A Escola de Equitação foi só o começo de um sonho, pois o meu maior dese-jo é implantar, no Haras Bela Vista, a EQUOTERAPIA. Fico triste por sa-ber que é muito difícil e burocrática essa realização. Já fizemos o projeto e entramos em contato com pessoas do meio político para conseguir aju-da e tenho fé em Deus que iremos conseguir. Porque não tem nada mais prazeroso para um ser humano que ajudar quem precisa e sei que, se der certo a realização desse sonho, o tra-balho será feito com muito amor. O Artur sabe do meu sonho e desejo e está me apoiando para conseguirmos esse trabalho para pessoas especiais.

Quais as dicas que a senhora dá para as mulheres que dese-jam entrar na atividade rural? Posso adiantar que não é fácil, pois vivemos em uma cultura “machis-ta”, mas hoje em dia as mulheres estão fazendo valer suas opiniões e realizações. Mas, em primeiro lugar, a mulher tem que se dar o respeito e mostrar que é capaz. Conquistar credibilidade diante de todos, depois tudo fica mais fácil.

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Cuidados com potros Pneumonia em potros por Rhodoccocus equi

Paula Caroline Pereira - Médica Veterinária

A criação de equinos no Brasil é uma atividade em constan-te crescimento, apresentan-do um plantel de 5,9 milhões

de animais. Esse elevado número de animais, associado à necessidade de produção crescente, causa aumento no número de enfermidades, levando a prejuízos econômicos significativos para a atividade. O segundo grupo com maior prevalência dentre as enfermidades que afetam os equinos é formado por doenças associadas ao aparelho respi-ratório, implicando em importantes perdas no rendimento, gastos com tratamento e, ocasionalmente, morte dos animais. Rhodococcus equi é uma importante bactéria causadora de broncopneumonia piogranulomatosa e diarreia em potros com menos de seis meses de idade e é responsável por cerca de 3% das mortes de potros no mundo. Também tem sido responsável por ocorrência de surtos epidêmicos e situações de graves endemias. A distribuição da infecção está relacionada a fatores ambien-tais como umidade, temperatura e pH do solo, os quais contribuem para multiplicação do microorganismo. As condições de manejo como o tama-nho da fazenda, número de animais, tipo de material encontrado no piso das cocheiras (terra ou concreto) e o transporte dos potros entre as fazen-das também estão envolvidas com a ocorrência da doença. Porém, a dis-tribuição da infecção é muito vari-ável, desde endêmica, em algumas fazendas ou criatórios, a esporádica ou não relatada em outros. O isolamento de R. equi é adotado como método diagnóstico padrão na maioria dos estudos de caracterização dessa bactéria. É am-plamente distribuído pelo ambiente e pode ser isolado de diversas espé-cies animais, como bovinos, suínos, caninos, caprinos e aves. O isola-mento também pode ser realizado a partir de amostra de solo, água, ar circulante e parede de baias, fezes

e intestino de animais doentes e sa-dios, sugerindo sua ampla distribui-ção no ambiente equino. No entanto, também pode ser cultivado em locais nunca ocupados por equinos, como solo de praças e parques. No primeiro relato de isola-mento, a bactéria foi denominada Corynebacterium equi. Com novos métodos de diagnósticos usados para classificar suas estruturas, esse mi-croorganismo foi então reclassificado dentro do gênero Rhodococcus (cocos com pigmentos vermelhos). R. equi é considerado um actinomiceto noca-dioforme, devido ao seu crescimen-to em micélio com fragmentação de elementos cocóides ou cocobacilares, que, após coloração, apresentam-se gram positivos, pleomórficos e capsu-lados. É caracterizado como um pató-geno intracelular facultativo que se multiplica dentro de macrófagos. É uma bactéria aeróbica es-trita, encontrada normalmente no trato intestinal dos equinos, a qual se multiplica no intestino delgado. Essa multiplicação ocorre apenas nas pri-meiras 12 semanas de vida do potro e não é observada em cavalos adultos, provavelmente devido ao desenvol-vimento de um novo tipo de micro-

biota intestinal. Os equinos ingerem alimentos contaminados com R. equi durante o pastejo e, por isso, apre-sentam o microorganismo em suas fezes, que, quando liberadas, cons-tituem uma grande fonte para multi-plicação do agente. A característica coprofágica dos potros e a inalação dessa bac-téria contribuem para a infecção dos animais. A época de maior inci-dência dos casos de rodococose é o verão. Isso ocorre porque as condi-ções climáticas favorecem sua mul-tiplicação, que gira em torno de uma temperatura de 30°C, período que também favorece a aerossolização, beneficiando a inalação do micro-organismo. Nessa última década, R. equi tem sido descrito também em humanos como importante agente de pneumonia, abcessos pulmonares e infecções sistêmicas em pacientes imunocomprometidos, em especial os portadores do HIV. A susceptibilidade dos potros para infecção permanece ainda par-cialmente explicada e está relacio-nada a uma série de fatores, como: A) A quantidade de microor-ganismos inalada ou ingerida deve

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ser equivalente à dose infectante, a qual é bem baixa para os potros.

B) Entre 1 e 6 meses, os potros so-frem um declínio no nível de seus anticorpos maternos adquiridos via colostro.

C) A resposta imunológica nessa ida-de ainda encontra-se imatura.

Um sinal inicial de todos os tipos de doenças em potros é sua fal-ta de interesse em mamar, manifes-to na regurgitação de leite no úbere da égua. Um potro saudável mama de seis a sete vezes por hora, o que mantém o úbere pequeno. Em geral, os potros manifestam dispneia (des-conforto para respirar), o que causa dificuldade para mamar, mesmo es-tando em repouso, além de ficarem debilitados e desorientados. Outros sintomas comuns são febre, tosse, muitas das vezes com descarga nasal, depressão e aumento dos batimentos cardíacos e da frequência respirató-ria. Na forma aguda da doença, pode haver abscessos pulmonares múlti-plos e maciços. Com menor frequên-cia, podem ocorrer celulite, abscesso

subcutâneo, artrite séptica e osteo-mielite, além de vários abscessos em várias partes do corpo. Os pulmões apresentar-se-ão com broncopneumonia supurativa, com extensa abscedação associada à linfadenite traqueobronquial. A in-fecção pulmonar pode ser superagu-da e o potro morrer sem apresentar sinais precoces que evidenciem a do-ença pulmonar. Potros com a forma crônica da doença podem desenvol-

ver, além das alterações respirató-rias, severa diarreia. O diagnóstico precoce dessa do-ença às vezes torna-se dificultado pela im-possibilidade de realização de uma auscul-tação precisa devido à condição dos potros de compensar a perda funcional progressiva do pulmão. Assim, o diagnóstico laborato-rial da enfermidade torna-se indispensável. O reconhecimento precoce da pneumonia, com isolamento e tra-

(34) 9202-32819682-1220Médica Veterinária Responsável

Paula Caroline Pereira

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Reprodução Assistida Inseminação artificialTransferência de embriões

Avaliação reprodutiva de garanhões e éguasColeta e envio de sêmen

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Minerais orgânicos na prevenção de hiperpara-tireoidismo nutricional secundário em equinos:

“Cara Inchada”

Com o objetivo de investir continuamente em pesquisa e desenvolvimento de pro-dutos e serviços em prol da

produção animal, gerando melho-res resultados para os produtores e criadores, a Tortuga apoiou o estudo acadêmico realizado pela USP (Uni-versidade de São Paulo) sobre o uso do Kromium na prevenção de “Cara Inchada” em equinos. O trabalho realizado na USP – Pirassununga induziu a ocorrência de hiperparatireoidismo nutricional se-cundário, “Cara inchada”, em equinos com a adição de ácido oxálico na dieta desses animais, provocando o desequi-líbrio entre cálcio e fósforo. Os animais foram divididos em dois grupos: um re-cebendo minerais em forma orgânica (Kromium®), outro consumindo mine-rais em forma inorgânica. Observou-se que o grupo que consumiu minerais na forma orgânica Kromium® apresentou valores médios de I-PTH (Paratormônio) de 54,32 pg/mL (considerado dentro dos valores

Minerais orgânicos na prevenção de hiperparatireoidismo nutricional secundário em equinos

normais descritos na literatura) e para o grupo que recebeu minerais em for-ma inorgânica foi 232,43 pg/mL. Esses dados demonstram que os minerais têm maior disponibilidade, mesmo em situações críticas, pois com seu uso não ocorreu o desenvolvimento de osteodistrofia fibrosa, popularmente conhecida como “Cara Inchada”. Portanto, ficou comprovado neste experimento que potros su-plementados com minerais na forma orgânica, mesmo quando desafiados

com a inclusão de ácido oxálico, mantêm os níveis de I-PTH (Para-tormônio) plasmático estáveis, de-monstrando melhor resistência ao desequilíbrio entre cálcio e fósforo e evitando o desenvolvimento da oste-odistrofia fibrosa “Cara inchada”.

Wajnsztejn, H; Gobesso, A.A.O.; 2010.Laboratório de Pesquisa em Alimenta-ção e Fisiologia do Exercício de Equi-nos – FMVZ/USP.Fundação de Amparo À Pesquisa do Es-tado de São Paulo.

tamento dos potros infectados, reduz as perdas e previne a disseminação de organismos contaminantes. É im-portante familiarizar-se com o movi-mento respiratório normal de cada potro para detectar sinais precoces de esforço respiratório excessivo. Muitos testes diagnósticos, incluindo hemograma completo, do-sagem de fibrinogênio, ultrassom (US) torácico, radiografias e sorolo-gia têm sido utilizados na tentativa de distinguir a pneumonia por R. Equi das de outras etiologias. No entanto, cultura bacteriológica ou PCR combi-nados com exame citológico do lava-do traqueal são as melhores maneiras de se obter o diagnóstico definitivo. O médico veterinário respon-sável irá estabelecer um tratamento que consistirá na utilização de anti-bioticoterapia, associando-se geral-mente eritromicina e rifampicina. Deve-se instituir o uso de medidas auxiliares, como aplicação de bron-codilatadores, mucolíticos e anti-in-flamatórios não hormonais, os quais irão aliviar consideravelmente o qua-

dro de insuficiência respiratória. Como monitoramento clínico constante, oxigenioterapia, remoção das fezes para esterqueiras, instala-ções limpas, desinfetadas e arejadas são fundamentais na fase de recupe-ração dos potros e na redução da in-cidência de infecção pelo R. equi. A vacinação dos potros vem sendo estudada ao longo dos anos com resultados controversos, pois a imunidade mediada parece ser im-portante na prevenção ou eliminação da infecção por R. equi.

ReferênciasTHOMASSIAN A. Enfermidades dos cavalos. São Paulo: Ed. Varela. Ed. 3º, 1997. p.25 - 28.

BYRNE, B. A. et al. Virulence plasmid of Rhodococcus equi contains inducible gene family encoding secreted pro-teins. Infections and Immunity, v. 69, n.2, p. 650-656, 2001.

CHANTER, N. et al. Streptococci and enterococci as animal pathogens. Jour-nal of Applied Microbiology, v. 82, p. 110-109, 1997.COSTA, M.M. et al. Rhodococcus equi:

Pesquisa de fatores de virulência em isolados cínicos e ambientais obtidos em seis Haras da região de Bagé – RS, Brasil. In: XIV JORNADA ACADÊMICA IN-TEGRADA, 1999, Santa Maria.

FAO - FOOD AND AGRICULTURE ORGANI-ZATION OF THE UNITED NATIONS.

GIGUÈRE, S.; PRESCOTT, J.F. Clinical manifestations, diagnosis, treatment and prevention of Rhodococcus equi in-fections in foals. Veterinary Microbio-logy, v. 56, p. 313-334, 1997.

KREWER, C. C. et al. Rhodococcus equi: Artigo de revisão. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v. 75, n.4, p. 533-545, out./dez.,2008.LAZZARI A. et al. Aspectos epidemioló-gicos do Rhodococcus equi em equinos do município de Bagé, RS, Brasil. Ciên-cia Rural, v. 27, n. 3, p. 441-446, 1997.

MONEGO F. Caracterização molecular de Rhodococcus equi de potros pela PCR multiplex dos genes da família VAP. Dissertação de mestrado, Santa Maria, RS, Brasil, 2008.

TAKAI S. et al. Virulence of Rhodococ-cus equi isolated from lesions of infec-ted foals. Bull Equine Research Institu-te, v. 30, p. 9-14, 1993.

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A Genômica aplicada aos rebanhos bovinosFernanda Varnieri Brito;

GenSys Consultores Associados

Nas últimas décadas, uma série de importantes des-cobertas e avanços na área de análise do DNA propiciou

o surgimento da Genômica, ciên-cia que trata do estudo do genoma completo dos diferentes organismos. Além do sequenciamento completo do DNA de várias espécies, incluindo os bovinos, o mapeamento dos SNPs (Single Nucleotide Polymorphism) em conjunto com plataformas moder-nas de genotipagem capazes de pro-cessar muitas amostras para muitos marcadores numa única análise tem propiciado a inclusão da informação genômica em esquemas de melhora-mento genético. Porém, apesar dos esforços dos pesquisadores, poucos genes fo-ram identificados como responsáveis pelas variações nas características de importância econômica, por uma simples razão, tão conhecida dos me-lhoristas: as variações nesse tipo de característica são consequência da soma de pequenos efeitos de muitos genes e também da ação do meio ambiente. Além disso, ainda que te-nham sido identificados marcadores para genes com efeito significativo, a porção que explicam da variância genética é relativamente modesta em termos totais (10-15%). Então, as vantagens do uso desses tipos de tes-tes de marcadores ficam por conta do seu uso para características de difícil ou custosa medição, herdabilidade baixa ou de expressão tardia no ani-mal, não esquecendo que o processo de validação é sempre obrigatório para uso em uma população diferen-te daquela em que foi descoberto o marcador. Uma abordagem bem dife-rente daquela sob a qual a Seleção Assistida por Marcadores vinha sendo aplicada. Surgiu no meio científico, apoiada pelo aumento no número de SNPs descobertos no genoma bovino e pela tecnologia do “Chip de DNA”. Alguns autores tiveram a ideia de não mais identificar genes (QTLs) especí-ficos por meio de análises de associa-ção entre marcadores e fenótipos e, sim, escolher, criteriosamente, SNPs espalhados e igualmente espaçados por todo o genoma, do início ao fim. Dessa forma, busca-se capturar o efeito de todos os genes responsáveis

pela característica de interesse por assumir que os marcadores estejam próximos aos QTLs e em desequi-líbrio de ligação, ou seja, que haja uma associação frequente entre eles por meio de toda a população, e não somente dentro de famílias. A essa abordagem deu-se o nome de Sele-ção Genômica. Após vários estudos com da-dos simulados, e, posteriormente, com dados reais, foi apontada uma acurácia em torno de 0.70/0.80 para a DEP genômica estimada pelo uso de cerca de 50.000 marcadores em populações de gado leiteiro. Os re-sultados entusiasmaram os pesquisa-dores e, atualmente, alguns países já adotaram essa importante ferramen-ta para o melhoramento genético de bovinos de leite. Ainda que o custo da genotipagem para um animal não seja considerado baixo (cerca de US$150,00), os ganhos calculados para uma estrutura que envolve Tes-te de Progênie de touros leiteiros são muito atraentes. Testes de simulação apontam que a resposta à seleção pode ser duas vezes maior do que com os testes de progênie conven-cionais e que o custo de identificar touros superiores seria reduzido em até 92% nesses rebanhos. Em gado de corte, a situação ainda é bem diferente com relação à aplicação da seleção genômica. Os motivos são diversos: extensão do Desequilíbrio de Ligação (DL), tama-nho efetivo da população (N<sub>e</

sub>), diversidade de raças, ausência de um repositório de DNA, poucos animais com fenótipos e DEPs para características como fertilidade, efi-ciência alimentar e resistência a do-enças, custo da genotipagem. Na seleção genômica, o nú-mero e as posições dos QTLs não são conhecidos, portanto é necessário cobrir todo o genoma. A densidade de SNPs necessária depende da extensão do Desequilíbrio de Ligação. Esta, por sua vez, depende do tamanho efetivo da população. Em uma raça com um pequeno Ne(<100), como o Holandês, por exemplo, o DL se estende por distâncias consideráveis e, portanto, 50.000 marcadores podem ser sufi-cientes para representar os QTLs. Já em raças em que o Ne é maior, o que é comum em raças de gado de corte, o DL ocorre em espaços mais curtos do genoma, o que significa que são necessários mais marcadores para capturar a ação dos QTLs. No caso de várias raças, a situação se compli-ca mais ainda. Estudos indicam que são necessários não menos do que 300.000 marcadores para cobrir os blocos de DL nessa situação, o que, por si só, não garante alta acurácia na estimação dos efeitos dos QTLs, uma vez que outros fatores também estão envolvidos nessa acurácia, tais como a herdabilidade da característi-ca e o número de animais com fenó-tipo e genótipo, além do tipo de dis-tribuição dos efeitos dos marcadores.

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Na prática, o que é necessário para iniciar um processo de

seleção genômica? Em primeiro lugar, é neces-sário ter um arquivo de dados para treinamento, ou seja, para estimar os efeitos dos marcadores. Isso inclui genótipos e fenótipos, sendo que os fenótipos têm que ser acurados, po-dendo ser as DEPs de touros provados (acurácia alta). É aí que um banco de DNA armazenado antes mesmo das técnicas moleculares estarem mais avançadas propiciaria de imediato uma quantidade significativa de da-dos históricos para essa importante e indispensável etapa. Na ausência desse banco de DNA, resta avaliar em cada população/raça quais os touros disponíveis que se encaixam nessa condição. A segunda etapa, que é a da predição, requer um banco de ge-nótipos de animais não incluídos no primeiro grupo, ou seja, de animais mais jovens. Limitações, portanto, relacionadas à quantidade de ani-mais com DEP acurada disponíveis para genotipagem, pouca quantidade de medições de alguns fenótipos de interesse, porém de difícil medição, fenótipos de baixa herdabilidade para algumas características como fertilidade, além da diversidade de raças e de tipos de populações colo-cam a seleção genômica em gado de corte ainda em compasso de “espe-ra” para uma aplicação prática. Isto não significa que ela não será uma realidade em breve, po-rém, são necessários mais estudos e discussões a respeito de sua aplica-ção. Dado o atual custo da genotipa-gem, parâmetros econômicos são ne-cessários para auxiliar na avaliação da melhor estrutura de aplicação da seleção genômica em gado de corte.

Avanços nas pesquisas estão ocorrendo a todo momento numa velocidade impressio-

nante. As principais linhas de pesquisa atuais são:

- Predições entre raças a partir de painéis densos. O DL reflete a habili-dade dos alelos de um locus predizer os alelos de outro locus. Painéis de alta densidade podem ter, idealmen-te, pelo menos um SNP em alto DL com cada QTL. No entanto, diferen-ças em DL entre raças podem levar um marcador ser um bom substituto de um gene causal numa raça e ter

menos valor em outra. Além disso, os efeitos de dominância e epistasia dos genes e as diferenças nas frequên-cias alélicas contribuem para que as predições entre raças não funcionem adequadamente. Um grande esforço tem sido feito a fim de elucidar es-ses mecanismos e propor alternativas para que as predições entre raças possam ocorrer.

- Obtenção de painéis reduzidos a partir de genotipagens densas. Várias abordagens têm sido propostas para que a perda no poder de predição seja mínima ao reduzir a densidade do painel por meio da escolha de marcadores de um painel mais den-so. O que ocorre nesses casos é que a aplicação desse tipo de painel fica restrita a uma determinada raça ou população e também a determinadas características. É como se fosse “cus-tomizar” um painel denso, de utili-zação mais ampla, porém mais caro, criando um painel de utilização mais restrita, porém com um custo bem menor. Vale lembrar que, nesse caso, a proposta original da seleção genô-mica de capturar uma grande parte da variância genética fica prejudi-cada, já que esses painéis explicam de 10 a 35% dessa variância. Exceção é feita à abordagem que seleciona SNPs igualmente espaçados com base na genotipagem de alta densidade de parentes, a qual poderia ser utilizada para todas as características de inte-resse.

- Inferência de genótipos a partir da genotipagem de ancestrais-chave de uma população. Se, numa de-terminada população, existem al-guns ancestrais que contribuíram com uma percentagem significativa do pool genético, os animais atuais provavelmente herdaram segmentos de cromossomo sem qualquer re-combinação. Então, pode-se inferir o genótipo de um animal jovem na população para todos os marcadores que foram genotipados nos ances-trais-chave, desde que um número suficiente de marcadores tenha sido genotipado nesses animais para ras-trear os segmentos de cromossomo herdado do ancestral-chave.

- Uso de dados de sequenciamento completo de indivíduos pelo uso de uma combinação de sequenciamen-to físico e de imputação a partir de genotipagem para SNPs. A principal vantagem do sequenciamento seria

a habilidade para usar polimorfismos causais (sequências de bases que, se alteradas, causam mudança no fenó-tipo) como marcadores, nos quais as DEPs genômicas são baseadas, levan-do a um aumento da acurácia. Além disso, com o sequenciamento, a bio-logia das características econômicas poderá ser mais bem estudada.

- Inclusão da informação genômica nas avaliações genéticas. Atualmen-te, as estratégias propostas para combinar dados genômicos com as DEPs tradicionais são baseadas em procedimentos de dois ou mais pas-sos (multi-step), ou seja, as DEPs tra-dicionais são calculadas com base na informação de pedigree e dos fenó-tipos, e a DEP molecular é calculada com base nas equações de predição previamente estimadas. Ambas são combinadas por meio de diferentes propostas de índices. Recentemente, avaliações de um passo (one-step) estão sendo propostas baseadas na utilização da matriz de parentesco aumentada com a informação genô-mica.

- Assinaturas de seleção. Numa popu-lação sob seleção, existem padrões de polimorfismo de DNA causados por essa seleção direcional consistente. Além de essa informação ser útil para biólogos evolucionários, para os me-lhoradores esses padrões poderiam ser úteis no processo de identificar genes que controlam características de interesse. A assinatura de uma seleção recente é caracterizada por um rápido aumento na frequência alélica num local específico do geno-ma e uma grande quantidade de DL ocorrendo ao longo de uma região do cromossomo. Esse sinal pode ser detectado utilizando-se painéis alta-mente densos de SNPs.

- Resistência a doenças. As doenças infecciosas estão entre os principais fatores econômicos que influenciam a produtividade em gado de corte. Dada a baixa herdabilidade associada com a resposta do sistema imune, é necessário identificar claramente os genes envolvidos na resposta imune do animal exposto aos patógenos. A possibilidade de genotipagens cada vez mais densas tem colaborado para a identificação de novas regiões onde esses genes atuam, já que os esfor-ços iniciais com esse propósito foram limitados até agora.

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ACNB e Marfrig expandem o Programa de Qualidade Nelore Natural

O programa será ampliado para mais nove cidades de três Estados brasileiros

Segundo Locateli, essa é uma parceria em que todos ga-nham. “A ACNB cumpre seu pa-pel de fomento, incentivando

o uso de genética Nelore e mostrando ao mercado consumidor a qualidade da carne dos animais da raça. O pecuarista melhora o seu resultado com a remune-ração extra oferecida aos seus animais que se enquadram nos padrões pré-es-tabelecidos. O frigorífico ganha com a regularidade e a qualidade da matéria--prima que chega às suas unidades. E o consumidor ganha porque passa a ter um produto com origem conhecida e qualidade controlada”, afirma. A parceria possibilitará ainda uma maior proximidade da associa-ção com o produtor. “A ACNB passará a estar mais próxima do dia a dia e da realidade do pecuarista de gado comercial. Dessa forma, poderemos desenvolver projetos que venham a contribuir para o sucesso da cadeia produtiva da carne de forma cada vez mais ampla, desde o produtor de ge-nética até o consumidor final”, afirma Felipe Picciani, presidente da ACNB. Leonel Almeida, gerente de pe-cuária do Grupo Marfrig, endossa a impor-tância do Programa para a continuidade da evolução da raça no Brasil. “Ir até a propriedade, conhecer a realidade dos pecuaristas e, junto com eles, entender o porquê dos animais estarem ou não de acordo com o padrão demandado pelo mercado tende a trazer benefícios para ambas as partes”, aponta Leonel. Lançado oficialmente em 2001, o PQNN atualmente vinha ope-rando somente na unidade de Bata-guassu (MS) do Grupo Marfrig, onde são abatidas mensalmente mais de 20 mil cabeças. As carcaças dos ani-mais provenientes das propriedades participantes do PQNN são submetidas à classificação no momento do abate, e aquelas que se enquadram nos pa-drões de raça, sexo, idade, peso e aca-bamento de gordura são selecionadas e podem dar origem à carne comercia-lizada com o selo Nelore Natural. Programa de Qualidade Nelo-re Natural - Com o objetivo de dispo-nibilizar ao mercado uma carne com origem conhecida e qualidade contro-lada, garantindo assim um produto fi-nal saboroso e saudável, o Programa de Qualidade Nelore Natural, desen-volvido e gerenciado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil com o apoio do Ministério da Agricultu-

ra, Pecuária e Abastecimento, é um conjunto de normas e procedimentos criados para garantir o padrão de car-caças bovinas em sistemas de cria e engorda e aos reprodutores da raça. Apesar de lançado oficialmente em setembro de 2001, as bases do PQNN nasceram no início de 1999, duran-te a gestão de Carlos Viacava, com o auxílio de uma equipe multidisci-plinar composta por profissionais de marketing, com destaque para Zezito Marques da Costa, e técnicos do se-tor pecuário. A ideia era a de oferecer ao mercado consumidor um alimento saudável e com origem garantida. O programa, que usa animais Nelore criados exclusivamente à base de capim e sal mineral – sistema de produção adotado em mais de 80% das propriedades do país – possui seu dife-rencial na normatização e no acom-panhamento do processo completo de produção da carne, da fazenda ao va-rejo, por técnicos da ACNB. As indús-trias frigoríficas e estabelecimentos de varejo devem ser habilitados pelo programa, já os pecuaristas passam a integrá-lo por meio de um Termo de Adesão e Responsabilidade. Baseado na simplicidade e praticidade, de forma que qualquer criador, recriador ou invernista pos-sa participar desse programa, inde-pendentemente do tamanho de seu rebanho, o PQNN já alcançou, em seus quase dez anos de existência, números que o colocam como o maior programa de qualidade de carne já implementado no país. Para isso, o PQNN tem quatro módulos: Qualidade da carne, Rastreabilidade do sistema de cria, Rastreabilidade do sistema de engorda e Qualidade de reprodutores. Esse conjunto de normas e re-comendações visa assegurar a confor-

midade dos animais e da carne, como também adequar a carne produzida pelos pecuaristas participantes às normas exigidas por certificadoras de qualidade externas. Para isso, a ACNB oferece recursos tecnológicos e hu-manos, como treinamentos necessá-rios para a implantação dos controles. Os abates técnicos começaram adotando uma metodologia cuidadosa-mente desenvolvida pela equipe lidera-da pelo médico veterinário e professor Pedro Eduardo de Felício, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Univer-sidade de Campinas (FEA/UNICAMP), um grande parceiro da ACNB em outras iniciativas, como o Circuito Boi Verde de Julgamento de Carcaças e a Univer-sidade do Boi e da Carne. A carne Nelore Natural – O Nelore produz uma carne natural e os animais vivem em total harmonia com a natureza. O rebanho é criado a pasto, resultando no melhor custo/benefício para o mercado. Esse per-fil de produto atende aos desejos do consumidor por uma carne mais sau-dável e nutritiva. A procura por pro-dutos naturais e de origem conhecida tem crescido no mundo todo. Em virtude das características do país e do fato de que grande parte do rebanho nacional é composta de animais Nelore ou anelorados, muito da carne consumida e exportada já era proveniente deste tipo de animal. Porém, o que faltava era um progra-ma que normatizasse todo o proces-so de produção da carne Nelore. Esse objetivo foi atingido com o Programa de Qualidade Nelore Natural e com a criação do selo Nelore Natural – Boi de Capim, Carne Saudável. Esse selo garante a qualidade da carne em todas as etapas, desde a fazenda até a gôndola do supermercado.

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Tabela 1 – Ocorrência de mastite (% em relação do total de vacas) distribuída pelo estágio de lactação.

Média de produção de leite de 5 a 305 dias de lactação para grupo de vacas com mastite (*) no início da lactação (0-45 DEL) e vacas sadias (×).

Ocorrência de mastite altera a curva de lactação de primíparas

Marcos Veiga dos SantosD.Sc., professor da FMVZ/USP

O melhoramento genético das vacas leiteiras para aumen-to da produção tem apre-sentado duas consequên-

cias principais. A primeira é o grande aumento da produção de leite no início da lactação, por outro lado, a segunda é o maior desafio metabólico da vaca e consequente aumento da susceptibilidade às doenças. Dentre as doenças do gado leiteiro, a mas-tite é a mais comum e uma das que mais afetam a lucratividade, já que implica em perdas de produção, des-carte do leite e custos de tratamen-tos, redução da qualidade e destarte de animais. A ocorrência de mastite pode afetar a curva de lactação e re-duzir a persistência de lactação, mas o impacto pode ser diferente em re-lação ao estágio de lactação em que a mastite ocorre. Foi desenvolvido um estudo que avaliou a relação entre a curva de lactação de primíparas e a ocor-rência de mastite em diferentes es-tágios de lactação. Foram estudados registros de lactação de 538 primí-paras em relação às demais informa-ções sobre tratamentos e ocorrência de mastite ao longo da lactação. Os animais apresentaram idade ao parto variando entre 21 e 34 meses e produ-ção média de 10.000 kg/lactação de 305 dias. Para 95% das vacas estuda-das, o pico de lactação ocorreu entre 46 e 115 dias em lactação (DEL). Em função disso, a ocorrência de mastite e os tratamentos foram classificados em três fases: a) início de lactação (até 45 DEL); b) pico de lactação (46 a 115 DEL); c) meio e final de lactação (116 a 305 DEL). Cada vaca foi classi-ficada em relação à ocorrência ou não de pelo menos um caso de mastite em um dos três estágios de lactação do estudo. A distribuição da ocorrência de tratamentos de mastite está apre-sentada na Tabela 1.Conforme apresentado na Tabela 1, a frequência de mastite foi maior no início da lactação. As vacas que apre-sentaram maior taxa de incremento da produção de leite e maior produção

de leite no início da lactação foram as que tiveram maior predisposição para ocorrência de mastite ao longo da lac-tação. Da mesma forma, vacas com alta produção de leite, mas com baixa persistência de lactação foram mais predispostas à ocorrência de mastite após o pico de lactação. Esses resultados indicam que vacas com mastite no início de lacta-ção apresentam maior potencial de produção de leite no início da lacta-ção em relação às vacas sadias, con-tudo, a ocorrência da mastite parece causar redução desse potencial para níveis similares aos das vacas sadias. Alguns autores sugerem que vacas com elevado volume de produção de leite têm maior tempo de ordenha e, con-sequentemente, maior risco de lesão do esfíncter do teto, o que explicaria a maior predisposição para ocorrência

de mastite após o pico de lactação. Considerando toda a lacta-ção, a persistência de lactação foi menor para o grupo de vacas com mastite em relação ao grupo que não apresentou mastite. Em termos de produção total de leite durante a lactação, não houve diferença entre as vacas que apresentaram mastite (média de 10.095 kg) e as que não apresentaram (média de 10.004 kg). Dessa forma, os animais sadios ten-deram a ter uma curva de lactação mais uniforme, enquanto as vacas que apresentaram mastite produzi-ram mais leite no início de lactação, mas sofreram redução da produção de leite depois do pico, resultando em menor persistência de lactação.

Fonte: YAMAZAKI, et al. Animal Scien-ce Journal. v.80, p.636–643, (2009).

* a) Início de lactação (até 45 DEL); b) pico de lactação (46 a 115 DEL); c) meio e final de lactação (116 a 305 DEL). Fonte: adaptado de YAMAZAKI, et al. (2009).

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Touros Top da Agro-Pecuária CFM se consagram nos principais sumários da raça Nelore em 2010

Grandes touros como CFM Or-gulho, Backup e CFM Ópio, todos pertencentes ao ‘roll’ dos grandes reprodutores da

raça Nelore, formados pelo programa de seleção genética da Agro-Pecuária CFM, de São José do Rio Preto (SP), ano após ano reafirmam a performan-ce que os transformou em referência no mercado nacional de genética ao longo da última década. Ao longo de todo o ano de 2010 foram pelo menos quatro impor-tantes conquistas, todas de grande significado para a valorização desses animais junto ao mercado de repro-dutores e venda de sêmen, caso das primeiras posições obtidas nos sumá-rios PAINT 2010, da CRV Lagoa, que avaliou 1.805 machos Nelore este ano; Sumário ANCP (Associação Na-cional de Criadores e Pesquisadores), que teve 4.117 inscritos; Sumário Nelore Aliança 2009/2010, que con-tou com 2.990 reprodutores e Nelore Qualitas, que avaliou 236 machos.

Segundo Luis Adriano Teixei-ra, coordenador de pecuária da Agro CFM, “a conquista das primeiras po-sições nos mais importantes sumários do país no ano de 2010 (PAINT, ANCP, QUALITAS e ALIANÇA) são a prova do potencial genético do programa de se-leção da CFM em aumentar a produti-vidade qualquer sistema de produção de gado de corte e isso é a garantia de que o trabalho da CFM na seleção está no caminho certo”, salienta. Outros reprodutores “Top no Índice CFM” que despontam para o mercado como reprodutores destaca-dos nos sumários são: CFM Magnífico e CFM Notável (4º e 10º, respectivamen-te, no Paint), além de CFM Hebraico, CFM Diamante e CFM Especial (8º, 9º e 10º, respectivamente, no Qualitas 2009). “É grande a lista dos touros CFM que vem se destacando entre os ‘Top’ dos principais sumários de raças de corte do país e esta mesma genéti-ca esta presente nos touros comercia-lizados nas vendas diretas em fazenda

e leilões CFM”, conclui Teixeira. Especializada na produção de touros Nelore com CEIP (Certifi-cado Especial de Identificação e Pro-dução), a Agro-Pecuária CFM mantém produção anual de 2 mil touros. Des-de a segunda quinzena de agosto que a CFM mantém no interior do esta-do de São Paulo sua venda de touro jovens, descendentes diretos e indi-retos desses grandes genearcas, em leilões presenciais e virtuais, além da venda direta que reúne mais 1000 touros de elevados índices, classifi-cados entre os TOP 25% da safra do programa de seleção da CFM. A empresa mantém um atra-tivo especial: o frete rodoviário gra-tuito para cargas fechadas (16 ou 24 touros) para qualquer localidade do país, além de toda assessoria técnica na hora da compra. Para informações ou agendamento de visitas, ligue para 0800 127 111 ou envie e-mail para: [email protected]

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Dirofilariose em cães O verme do coração

A Dirofilariose, também conhe-cida como verme do cora-ção, é uma zoonose causada pelo filarídio Dirofilariaim-

mitis, que ataca preferencialmente cães, mas também outros mamíferos domésticos e até mesmo o homem. Essa enfermidade é muito comum em cidades litorâneas e de clima quente, no entanto, há relatos de casos em cidades interlitorâneas. Ela é trans-mitida através da picada de mosqui-tos fêmeas do gênero Aedes, Culex e Anopheles infectados. A D. immitis tem distribuição cosmopolita, mas no Brasil as regiões que possuem maior prevalência são Maranhão (46%), São Paulo (14,2%), Rio de Janeiro (13,8%), Minas Ge-rais (9,4%), Cuiabá (9,62%) e Alagoas (3,1%). A Dirofilariose em cães não tem predileção por idade ou raça. A maioria dos cães acometidos tem en-tre 4 e 8 anos de idade, mas a doença também é comumente diagnosticada em cães com menos de 1 ano (porém mais velhos que 6 meses), bem como animais idosos. Os cães machos são acometidos duas a quatro vezes mais frequentemente que as fêmeas. Cães de grande porte e principalmente aqueles que vivem fora de casa têm risco maior de infecção do que os de pequeno porte ou que vivem dentro de casa. O comprimento de pelame parece não influenciar o risco de in-fecção.

Ciclo de vida

Em uma picada, o mosquito ingere a Microfilária (larva de primei-ro estágio [L1]) de um animal hospe-deiro infectado. A L1 muda duas vezes dentro do mosquito para atingir a ma-turidade (L3); portanto a Microfilária transmitida a outro cão, por transfu-são de sangue ou através da placenta, não se desenvolve em vermes adultos. Leva aproximadamente 2 a 2,5 semanas para a larva L3 infectan-te se desenvolver dentro do mosqui-to. A larva infectante invade um novo

hospedeiro quando o mosquito suga o seu sangue. A larva L3 migra no sub-cutâneo do novo hospedeiro, mudan-do para L4 em aproximadamente 9 a 12 dias, e então para o estágio L5. Os vermes jovens invadem o sistema vascular em aproximadamen-te 100 dias após a infecção, migrando preferencialmente para as artérias pulmonares. Leva geralmente mais de 6 meses para a infecção se tornar patente e as fêmeas grávidas libera-rem Microfilária. Assim, um filhote de cão com 6 meses que estiver com Mi-crofilária circulantes provavelmente as recebeu via transplacentária e não tem Dirofilariose patente.

Fisiopatologia

A Dirofilariose é uma impor-tante causa de hipertensão pulmonar. O verme adulto vive principalmente nas artérias pulmonares, onde sua presença incita a formação de lesões vasculares reativas que precipitam a hipertensão pulmonar. Em poucos dias após o parasita jovem invadir as artérias pulmonares, as alterações patológicas começam a ocorrer.Com o aumento da carga parasitária, alguns vermes migram em direção e para dentro do coração. Ocasional-mente, a oclusão mecânica da via de saída do ventrículo direito, da valva tricúspide, da veia cava ou das arté-rias pulmonares ocorre quando existe um número massivo de vermes (sín-drome da veia cava).

Sinais clínicos

Cães sintomáticos frequen-temente têm uma história que inclui dispneia ao exercício, fadiga, sínco-pe, tosse, respiração curta, perda de peso ou sinais de insuficiência cardí-aca congestiva direita. Os achados do exame físico podem ser normais no início da doença ou quando ela é de grau leve. Doença grave está fre-quentemente associada à condição corporal deficiente, taquipneia ou dispneia, distensão ou pulsações da

veia jugular, ascite e outras evidên-cias de insuficiência cardíaca direita.

Diagnóstico

Testes sorológicos: A Ameri-can HeartwormSociety recomenda que testes de antígeno (Ag) de Diro-filárias adultas sejam utilizados como o primeiro método de triagem para a doença em cães. Esse teste é bastante preciso e fornece sensibilidade global maior que os testes de Microfilária. O Ag circulante geralmente é detectável em aproximadamente 6,5 a 7 meses pós-infecção. Assim não há razão para testar filhotes com menos de 7 meses. Detecção de microfilárias: Pode ser utilizado para confirmar a Di-rofilariose em alguns casos de antígeno positivo e para determinar se o trata-mento Microfilaricida é necessário. Radiografias torácicas: Podem ser normais no início da doença, em-bora alterações marcantes se desen-volvam rapidamente em cães com alta carga de vermes. Os achados caracte-rísticos incluem aumento ventricular direito, dilatação do tronco pulmonar, artérias pulmonares lobares tortuosas e centralmente dilatadas. Eletrocardiograma: Cães com insuficiência cardíaca congestiva in-duzida por Dirofilariose sempre têm características sugestivas de aumen-to ventricular direito. Ecocardiograma: Dilatação atrial e ventricular direita, lado esquer-do do coração pequeno e dilatação da artéria pulmonar. Os parasitas localiza-dos nas artérias pulmonares periféricas não podem ser vistos. As Dirofilárias presentes no interior do coração, arté-ria pulmonar principal e sua bifurcação e na veia cava aparecem como ecos pa-ralelos, brilhantes e pequenos.

Tratamento

O objetivo do tratamento é eliminar os vermes adultos e Micro-filárias. É recomendável que se faça essa medida com o mínimo de trau-ma ao paciente, tanto no que se re-

Priscila F. Brabec – Médica Veterinária da Tortuga – CRMV-SP 25.222

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fere à toxicidade da droga, quanto às consequências da inevitável embolia causada pelos vermes adultos mortos. Pacientes com uma taxa de vermes adultos baixa terão maior êxito no tratamento, por diminuir a embolia. Recomenda-se, antes de ins-tituir-se o tratamento, que o proprie-tário do animal seja conscientizado dos benefícios e efeitos colaterais possíveis após o início do tratamen-to. É possível que animais que apre-sentam severidade nas lesões e/ou doenças paralelas estejam impossibi-litados de serem tratados. Uma vez decidido que o animal pode receber o tratamento, parte-se para a esco-lha do protocolo que melhor se adap-te ao paciente. Atualmente, existem duas drogas no mercado nacional de elei-ção para o tratamento da Dirofilaria em estágio adulto: Tiacetarsamida sódica (pouco utilizada/recomendada nos

dias de hoje)

Os resultados nos animais tratados com essa droga são me-lhores evidenciados quando eles apresentam uma infestação leve. A administração é exclusivamente en-dovenosa, sob pena de haver necrose no local onde houver extravasamento da droga. Os efeitos colaterais advin-dos da administração desse medica-mento manifestam-se na forma de vômitos, porém o tratamento deve ser continuado, excetuando-se em casos de vômito persistente e apare-cimento de anorexia e icterícia, casos em que o tratamento deve ser suspen-so. O trombo-embolismo e seus efeitos são as principais manifestações cola-terais, devido à obstrução das artérias pulmonares pelos vermes mortos. Caso o tratamento tenha tido resultado, al-gum número de obstrução ocorrerá. Os sinais clínicos dessa consequência são febre, tosse, hemoptise. Esses pacien-tes necessitam de tratamento anti--inflamatório através da administração de corticóides. Animais com tromboci-topenia e proteinúria devem ter o pós--tratamento monitorado cuidadosa-mente, pois poderá ocorrer trombose grave e coagulação intravascular disse-minada (CID).

Dihidrocloridrato de melarso-mina - Droga de eleição para o trata-mento de vermes adultos por ser mais eficiente, menos tóxica e de fácil ma-nejo. Os animais com infestações de leve a moderada devem receber duas doses com intervalo de 24 horas em injeção profunda na musculatura lom-bar. Animais com doença grave devem receber o tratamento em duas etapas. O tratamento Microfilari-cida deve ser iniciado de três a seis semanas após o tratamento adultici-da. As drogas mais eficazes são a Mil-bemicina Eivermectina. Os animais que apresentaram uma doença mais agressiva deverão receber doses me-nores e mais frequentes, que elimina-rão as Microfilárias gradualmente. Há autores que classificam, ainda, outro grupo de pacientes: os gravíssimos (com síndrome da veia cava), os quais não suportariam um trombo-embolis-mo severo. Neles, os vermes deverão ser removidos cirurgicamente.

Prevenção

Várias drogas estão disponí-veis atualmente para prevenção da Dirofilariose, como Ivermectina, Se-lamectinae Milbemicina. O tratamen-to preventivo pode ser iniciado com 6 a 8 semanas de idade. Para os cães adultos, é aconselhado fazer primei-ro o teste para antígenos para poste-rior prevenção ou tratamento. O médico veterinário deverá ser consultado para realizar o teste de antígeno ou prescrever a melhor droga de prevenção. Outras medidas são tidas como essenciais para a prevenção da Dirofilariose. Entre elas podemos destacar a diminuição da população de vetores biológicos, através de uso de inseticidas e borrifações estraté-gicas pelo órgão estatal competente. Implantação de aterros de terrenos propícios a alagamentos e acúmulo de água.

Bibliografia: NELSON R. W.; COUTO C. G. Medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro, 2006, 3º edição, 165-75p.

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Ranking 2010/2011 começa com promessa de mais qualidade da Raça Brahman

Laura Pimenta - Assessora de Imprensa ACBB

O ano nem mesmo acabou e a raça Brahman segue fir-me com o início do Ranking 2010/2011, realizado duran-

te a 28ª Feira Agropecuária e Indus-trial de Guararapes (FAPIG), entre os dias 11 e 14 de novembro, na cidade de Guararapes, interior de São Paulo. A grande mudança para as disputas deste ano dizem respeito ao conjunto Progênie de Mãe. “A partir de agora, a progênie de mãe OBRIGATORIAMEN-TE deverá ser composta por filhos de REPRODUTORES DIFERENTES com animais de mesmo sexo e/ou sexos diferentes, podendo ser produtos de TE ou FIV, com idade de 8 a 36 meses, pertencentes ao mesmo expositor. Haverá um conjunto Campeão e um conjunto Reservado Campeão. Os de-mais conjuntos serão classificados do terceiro ao décimo segundo lugar”, explica Lydio Cosac de Faria, diretor executivo da Associação dos Criado-res de Brahman do Brasil (ACBB), or-ganizadora do ranking. Embalado pelo sucesso do Congresso Mundial, realizado em Uberaba, no mês de outubro, o ranking 2010/2011 tem tudo para repetir o sucesso desse ano que pas-sou, quando mais de 3.850 animais participaram da disputa, represen-tando os criatórios de 523 criadores de nove Estados brasileiros (Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Gros-so do Sul, Distrito Federal, Minas Ge-rais, Mato Grosso, Goiás e Pará). Para o pecuarista César Tomé Garetti, o ranking serve de estímulo para a me-lhoria constante do rebanho.

“O ranking é uma boa maneira de comparar o trabalho que está sendo feito em nossa proprieda-de com os demais reba-

nhos, de outros criadores e até mesmo de outros

Estados”, afirma o titular do Brahman Lince.

Garetti conta que, para al-cançar boa posição no ranking, o criador deve levar em conta uma sé-rie de itens como: investir em gené-tica na época certa, ter cuidado ao separar os animais que levará para a pista o mais cedo possível, além de dedicação, boas instalações, sanida-de e manejo.

Campeões 2009/2010

Os animais campeões, bem como o melhor criador e melhor ex-positor do Ranking 2009/2010, foram conhecidos durante o último dia de julgamentos do XV Congresso Mundial da Raça Brahman, no dia 24 de outu-bro, no Parque Fernando Costa. O Ranking 2009/2010 teve início durante a ExpoBrahman Para-ná, realizada no mês de novembro de 2009, em Maringá/PR. Ao longo do ano, outras 23 exposições ranqueadas da raça Brahman foram realizadas pelo Brasil, além do Congresso Mun-dial da Raça Brahman. A raça esteve presente durante o Itaipava Brahman Show – Itaipava/RJ, Emapa Avaré – Avaré/SP, Expogrande 2010 – Cam-po Grande/MS, São Carlos Brahman Special – São Carlos/SP, Expolondri-na 2010 – Londrina/PR, ExpoBrasília 2010 – Brasília/DF, Barretos Pecshow – Barretos/SP, Expozebu – Uberaba/MG, Expoingá – Maringá/PR, Divina Expo – Divinópolis/MG, Superagro 2010 – Belo Horizonte/MG, Exponop – Sinop/MT, Feicorte – São Paulo/SP, Expoagro – Cuiabá/MT, Expo Araça-tuba – Araçatuba/SP, Expocordeiro – Cordeiro/RJ, Expobel – Bela Vista/MS, Expo Ipameri – Ipameri/GO, Expo Uberlândia – Uberlândia/MG, Expo Pará – Belém/PA e Expo Vales – Teófi-

lo Otoni/MG e 49ª Exporiopreto - São José do Rio Preto/SP. A final do ranking consagrou como melhores criadores a Agropecuá-ria Leopoldino, com 22.972,06 pontos; em segundo lugar Cesar Tomé Garetti, com 16.105,04; a Querença Empresa Rural em terceiro lugar com 15.745,22; Luiz Carlos Monteiro ficou em quarto lugar com 13.367,79 pontos e Paulo de Castro Marques ficou em quinto lugar com 12.768,21 pontos. “As exposições são uma for-ma de mostramos nossos animais, bem como demonstrarmos aquilo que es-tamos fazendo em nível de genética dentro de cada criatório e o ranking é a definição de como se saiu cada criador e expositor nacionalmente. O objetivo de nossa participação, além de difundir a raça, é de mostrarmos nosso trabalho e como nossos animais vêm evoluindo. Na verdade, o que nos levou a vencermos o ranking de 2010 foi a profissionalização de todas as etapas de produção dos animais. Desde a es-colha da genética, da cria, da recria, tudo tem sido feito com muito cuidado, além do envolvimento de todos os fun-cionários da Canaã”, diz João Leopoldi-no Neto, titular do Brahman Canaã. A disputa entre os melho-res expositores foi bastante acirra-da. O primeiro lugar também ficou para a Agropecuária Leopoldino, com 18.188,71 pontos; Paulo de

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Castro Marques, em segundo, com 16.469,85; Cesar Tomé Garetti, com 15.814,87 pontos; Querença Empresa Rural, com 12.444,09 pontos e, em quinto lugar, Luis Carlos Monteiro, com 11.691,26. O resultado final do ranking apontou JDH Liberty Manso 847/5, com 23.884,62 pontos, como melhor reprodutor. Em segundo e ter-ceiro lugares, respectivamente, apare-cem os touros JDH MISTER AMOS MAN-SO, com 22.223,92 e JDH MADISON DE MANSO, com 22.057,02 pontos. Na disputa pelo título de me-lhor reprodutor nacional, os vencedo-res foram Mister Querença 1670, em primeiro lugar, com 14.318,41 pontos; Mister Pilar POI 75, em segundo, com 7.469,67 e Mister Pilar Quitumba 04, em terceiro, com 2.041,45 pontos. A disputa na categoria Melhor Matriz também seguiu acirrada. Miss Querj Brahmania 107 conseguiu o primeiro lugar com 12.479,39 pontos, enquan-to IPC 800 Glória 154 ficou em segun-do com 9.175,50 pontos, seguida por Miss Atina 761 R55, com 8.049,68.

Melhor Fêmea Jovem: MISS SANTA FÉ FIV 185 (1.938,72 pontos)

2ª Melhor Fêmea Jovem: MISS LINCE GAROTA (1.751,82 pontos)

3ª Melhor Fêmea Jovem: CABR FETICHE 1378 (1.676,53 pontos)

Melhor Fêmea Adulta: MISS LINCE 559 (1.914,03 pontos)

2ª melhor fêmea adulta: CABR DHIFALLA 899 (1.899,32 pontos)

3ª melhor fêmea adulta: MISS QUERENÇA 3544 (1.756,94 pontos)

Melhor Macho Jovem: NOEL DA CANAÃ (1.690,70 pontos)

2º Melhor Macho Jovem: MISTER QUERENÇA 3972 (1.576,18 pontos)

3º Melhor Macho Jovem: MISTER LINCE FARAO (1.234,12 pontos)

Melhor Macho Adulto: MISTER BEER TINAJAS POI 636 (2.295,84 pontos)

2º Melhor Macho Adulto: MISTER IVAM DA CANAÃ (2.251,52 pontos)

3º Melhor Macho Adulto: MISTER QUERENÇA 3593 (1.266,53 pontos)

O Ranking ainda teve como destaques:

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Precocidade no abate é uma das características que levam ao crescimento da raça Brahman

Dos 190 milhões de cabeças de gado que compõem o re-banho brasileiro, segundo in-formações da Associação Bra-

sileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), 160 mil são de animais puros (PO) Brahman. Mas, segundo informações da Associação de Criadores de Brah-man do Brasil (ACBB), não se trata de um avanço de apenas 10 mil POs ao ano, mas de 30 mil cabeças nos últi-mos anos que, adquiridas por pecua-ristas com base nelore, resultaram em cerca de 3 milhões de cruzamentos mestiços em todo o Brasil (SV/AAN). A raça Brahman, gado zebu-íno que chegou há menos de duas décadas aos pastos brasileiros, nos últimos anos, vem aumentando sua participação no plantel de diversas fazendas de pecuária. Seja de gené-tica para gado de elite ou extensiva para corte, o Brahman conquista no-vos adeptos à raça devido a um paco-te de vantagens e benefícios que faz esse tipo de bovino se sobressair em relação a outros. A raça oferece precocidade para o abate, docilidade, maior ga-nho de peso nas mesmas condições de trato e manejo dado a outras raças, maior habilidade materna e alta apti-dão leiteira, o que facilita a engorda do bezerro durante os oito meses de aleitamento, segundo o presidente da World Brahman Federation, o pecua-rista José Amauri Dimarzio (também presidente da Associação dos Criado-res de Brahman do Brasil ACBB). Para quem compra o animal - frigoríficos e consumidores - a carcaça com traseiro avantajado oferece 20% a mais de carnes em relação a outros animais com o mesmo peso e cerca de 15% menos peso ósseo. “Outro ponto favorável para o consumo da carne de animais Brahman e mestiços com a raça é a maciez do produto, que supera o padrão encontrado em outras carnes de zebuínos”, compara Dimarzio, que lida com pecuária há 18 anos e, antes de pesquisar as várias raças do merca-do e optar pela zebuína, era criador da raça europeia Blonde d’aquitane. A expansão do Brahman no Brasil, terceiro maior rebanho mun-dial da raça, atrás apenas da Austrália e da líder Colômbia, deve ser impul-sionada pelo sucesso do 15º Congres-so Mundial da Raça Brahman, maior evento em torno da raça, que, pela primeira vez, ocorreu no Brasil, entre o dias 17 e 24 de outubro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG).

O sucesso do congresso pode ser mensurado em números: 2 mil congressistas, dos quais 500 visitan-tes de 22 países de diversos pontos do Globo - Bostwana, Canadá, Ar-gentina, Estados Unidos, África do Sul, Austrália, Filipinas, Alemanha e Tailândia. Segundo estimativa da As-sociação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), aproximadamente 30 mil pessoas passaram pelo parque durante o congresso, que teve dura-ção de uma semana. Durante o even-to, muitos negócios foram fechados diretamente entre os criadores bra-sileiros e estrangeiros, inclusive com a comercialização de material gené-tico, como sêmen, para países como México, Venezuela e Equador. Outro fato relevante foi a comercializa-ção de lotes internacionais durante um congresso mundial da raça. Além de lotes brasileiros, foram oferta-dos lotes do Panamá, Estados Uni-dos e Austrália. Juntos, os três re-mates realizados durante o evento movimentaram um montante de R$ 4.541.236,80.

Procura por reprodutores aumentou muito nos últimos anos demonstrando o poten-

cial competitivo

A arroba do boi, que corres-ponde a 15 quilos, foi negociada em outubro a R$ 97,35, uma variação de preço de 25,88% em relação ao mesmo período do ano passado, con-forme levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA). Mas a ativi-

dade pode ser mais lucrativa para os pecuaristas que estão partindo para a raça Brahman e seus cruzamentos nos pastos. O mercado vem percebendo que o touro Brahman é uma opção nova para acasalamento. O desenvol-vimento de bezerros mais pesados, rusticidade que facilita o manejo e o encurtamento do tempo de engorda são fatores primordiais para a expan-são da raça. Outro fator que pesa na escolha do Brahman é o fato de o pe-cuarista não mudar a base do gado, que mantém a cor semelhante à do Nelore. O Brahman é o zebuíno mais usado no mundo, por conta de ser mais manso que o Nelore e oferecer fêmeas mais leiteiras. Utilizado essencialmente para corte, a raça oferece animais muito mais pesados, o que faz a ale-gria dos pecuaristas. O Brahman veio para ficar. O índice de retorno é alto e os compradores voltam para novas aquisições da raça. A expectativa é que nos próximos 15 anos a ascen-são da raça possa chegar a compor 20% do rebanho nacional, algo em torno de 38 milhões de cabeças, um salto que corresponderia a 200 ve-zes o atual rebanho de 160 mil ani-mais, ou quase 20 vezes o rebanho atual de gado mestiço com a raça. O melhor da cruza é constatar que no pasto, após dois anos e meio, o mes-tiço atinge 2,5 arrobas, o que corres-ponde a uma diferença de R$ 160,00 paga pelo frigorífico em cada cabeça (SV/AAN).

Marcilélia Guimarães - MGR Assessoria

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Criadores de Brahman brasileiros participam de feira na Colômbia

A ampliação da possibilidade de intercâmbio de genética da raça Brahman entre Co-lômbia e Brasil, assinada du-

rante o XV Congresso Mundial da Raça Brahman pelo criador brasileiro João Leopoldino Neto e a PROEXPORT, despertou ainda mais o interesse de criadores brasileiros para a pecuária colombiana, referência na seleção de Brahman no mundo. A partir do dia 23 de novem-bro, os criadores Adalberto Cardoso (Fazenda Braunas), Celso Lopes (Brah-man Premium), César T. Garetti (Brah-man Lince), Felipe Lemos (Fazenda Nova Pousada), João Leopoldino Neto (Brahman Canaã), José Eduardo Ma-tuck (Nova Leilões), Paulo de Castro Marques (Casa Branca Agropastoril), Paulo Scatolin (Brahman Teen), Sér-gio Bendilatti (Brahman Terra Verde), Wilson Rodrigues e Caio Rodrigues (Agropecuária W2R), Thiago Camargo

(UberBrahman) estarão na Colômbia para participar da 63 Feria Nacional Cebú, que acontece em Bogotá, entre os dias 24 e 28 de novembro. Esta exposição é o evento mais importante de pecuária zebuína da Colômbia, reunindo em um mesmo lugar cerca de 1500 exemplares das raças Brahman, Gir e Guzerá, bem

como insumos e produtos agrícolas e pecuários. Na Colômbia, os criadores brasileiros também acompanham a inauguração da central genética Ro-cas de Sunubá, em Ubaté (Cundina-marca), no dia 23 de novembro. Eles serão acompanhados pelo diretor da Proexport, Carlos Rodríguez Tribín.

Laura Pimenta - Assessora de Imprensa ACBB Marcilélia Guimarães - MGR Assessoria

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Quanto custam as decisões de algumas ações na fazenda?

Trabalhando na produção de leite a mais de 15 anos, em fazenda própria e em consul-toria, comecei a avaliar os ga-

nhos e perdas que ocorrem nas decisões de algumas fazendas e gostaria, de uma forma simples e objetiva, compartilhar aqui um pouco dessa vivência.

Vamos abordar duas situações: a idade ao primeiro parto e o interva-

lo entre partos.

a)Quando falamos de idade ao pri-meiro parto, estamos falando sobre a capacidade de uma novilha Girolando, bem manejada nutricionalmente, empre-nhar aos seus 17 meses. A conta é simples: até os 26 meses (17 meses + 9 meses de gesta-ção), essa fêmea está tendo um custo para a atividade e não está produzindo. A partir de seu parto, esse animal passa a ter um significado econômico positivo para a atividade, assim teremos men-salmente uma produção de R$150,00 a R$200,00 por mês (levando em consi-deração uma novilha com 10 kg de pro-dução diária a R$0,50 - preço médio do leite). Muitos produtores não valo-rizam corretamente os seus animais jovens, criando-os com apenas um peito (o que não nos proporciona a certeza da quantidade de leite in-gerida diariamente). Esses animais são deixados apartados sem com-plementação nutricional e, conse-quentemente, as mesmas não se desenvolvem de forma adequada e não apresentam condições de empre-nhar com a idade mencionada. Nesse

caso, sem uma alimentação correta, os animais por sorte começam a parir geralmente aos seus 36 meses. Assim, após 36 meses desses animais teremos: Novilha A (idade ao parto de 26 meses) terá contribuído com:2.700 kg de leite (a 0,50 centavos te-remos R$1.350,00). Um bezerro, um desmamado tem preço de R$500,00 e o que é me-lhor, já perto de sua segunda parição.Ou seja, no total = R$1.850,00. Já a Novilha B (idade ao par-to de 36 meses) terá contribuído com - CUSTO, CUSTO e mais CUSTO. A cada mês a partir dos 26 me-ses de vida de uma fêmea Girolando, você tem a oportunidade de produzir de 150 a 200 reais por mês. Pense nisso! Trate suas bezerras de uma melhor for-ma e com uma nutrição mais completa.

b) A importância de se cumprir as metas de intervalo entre partos Analisamos intervalo entre partos não como um índice para me-dirmos a eficiência da reprodução, pois precisamos analisar todos os ani-mas aptos à reprodução, e não só as vacas em lactação. Analisamos aqui apenas como uma forma de medir o potencial econômico de cada vaca. Quando buscamos os índices, temos que entender o conhecimento fisiológico reprodutivo. Ou seja, uma vaca apresenta aproximadamente 290 dias de gestação. Após a sua pa-rição, o aparelho reprodutivo da fê-mea poderá manifestar o cio depois de cerca de 40 dias. Sabemos tam-bém que uma vaca precisa descansar antes de sua próxima parição pelo menos durante 60 dias. Sabendo desses números, po-deríamos afirmar que seria perfeito

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que uma vaca tivesse seus partos em intervalos de 11 meses, sendo 9 de prenhes mais 2 de descanso. Porém isso é um grande desafio. Por trabalharmos com uma atividade que exige muito de nossas vacas e visualizarmos a dificuldade de emprenharmos uma vaca altamente produtiva, temos um grande desafio de recomeçar a vida reprodutiva de uma vaca de leite no momento em que a sua produção leiteira está cres-cendo cada vez mais, ou seja, após os seus 2 meses de parição. Lembra-mos que, para a atividade leiteira ser mais lucrativa, precisamos sempre de vacas com parições mais recen-tes (DEL menores) na ordenha, pois é nesse período que suas vacas produ-zem mais leite.

Assim, temos que nos es-forçar muito para conseguirmos não perder cios, para darmos condições nutricionais e de manejo corretas, para que nossas vacas possam ser emprenhadas o quanto antes.

Veja só o que significa cada mês a mais que não emprenhamos nossas

vacas. Já comentamos que uma novilha produz 10 kg, agora vamos calcular um acrésci-mo de 20% em produção devido à maturi-dade do animal. Ou seja, vamos falar em 12 kg, pois agora estamos considerando um animal que já pariu, uma vaca.

30 dias x 12 kg dia = 360 kg mês.360 x 0,50 = R$180,00 (considerando

o preço do leite a R$0,50.)

Ou seja, cada mês de aumen-to no intervalo entre partos após 11 meses lhe tira a oportunidade de pro-duzir 180 reais. Prestar mais atenção nesse assunto é de extrema importância para o sucesso de sua atividade. É verdade que uma vaca deve parir um bezerro por ano, mas que o intervalo seja de 11 a 14 meses. Alguns produtores não gostam de emprenhar suas vacas no primeiro cio após o parto, pois afirmam que a produção de leite da vaca cai. Isso não deixa de ser verdade, porém o ganho com um intervalo entre partos menor é muito superior. Na dúvida, insemine ou permita o touro a cobrir.

Dicas:•Identifique os animais com até 60 dias de parida e concentre sua observação de cio nos mesmos.•O ditado “sombra e água fresca” foi feito para as vacas, e não para você. Por isso, proporcione às mesmas um conforto adequado.• Gaste tempo de seu dia observando o cio, bem como o comportamento de seus animais. Horas mais frescas são mais favoráveis ao cio.• Use sêmen (no caso de IA) com qualidade comprovada e melhor taxa de concepção.

Grande abraço,Guima Rural Consultoria em Pecuária de Leite

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Leilão Nação Girolando apresentou o melhor da raça durante a FEILEITE

Remate superou expectativa de venda

O Leilão Nação Girolando, re-alizado dia 10 de novembro, promovido por criadores de destaque no país, Enéas Ro-

drigues Brum (Fazenda Monastério), Tomaz Sérgio Oliveira Júnior (Giro-lando Muquém), Eugênio Deliberato Filho (Girolando Delib), Maurício Silveira Co-elho (Fazenda Santa Luzia) e o Jônadan Min Ma (Agropecuária Boa Fé – Grupo Ma Shou Tao), e alcançou faturamento com média de R$ 12.649,00. De acordocom a Embral, leiloeira do evento, as Prenhezes tiveram média de R$ 23.760,00; vacas, R$17.338,00; aspirações, R$ 11.880,00; novilhas, R$ 8.022,00; e a s bezerras, R$7.318,00. O leilão Nação Girolando recebeu esse nome devido à impor-tância que a raça Girolando tem na cadeia leiteira do Brasil, quando par-ticipa com mais de 70% da produção de leitedo país. O leilão contou com 18 convidados que também apresen-taram o melhor de seus criatórios. De acordo com os promotores, é impor-tante destacar que o resultado do re-mate registrou uma média de fatura-mentorecorde para a raça Girolando, no Estado de São Paulo. Entre os vários lotes de des-taque, o mais valorizado foi a Vaca Caprichosa 117 TE do IAIA - 1/2 san-gue de propriedade do criador Adol-fo J. Leite Nunes, adquirida por R$ 40.000,00, pelo criador Giuberto Francisco Ramos Filho, de Vitória da Conquista – BA. Para os organi-zadores, o leilão Nação Girolando abrilhantou a exposição da raça Gi-rolando na FEILEITE, que contou com 370 animais e 63 expositores, ficando entre as principais exposições oficiais da Raça no país. Além disso, o leilão mostrou que a qualidade genética sempre é desejada e disputada pelos investidores de todas as regiões. Se-gundo os promotores, o leilão mos-trou a importância do Estado de São Paulo para a raça Girolando e para a cadeia leiteira do Brasil.

“Estamos vivendo um momento ideal para quem pretende inves-

tir na raça, adquirindo animais de genética superior e ganhando anos de experiência de um trabalho que vem sendorealizado por criadores

comprometidos com a alta qualida-de de genética leiteira. Já estamos preparando o 2º Leilão Nação Giro-lando, e nós temos ocompromisso

de continuar disponibilizandoa mais alta genética da Raça”,

destacam os organizadores.

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Salto de Minas

No dia 15 de novembro a Fa-zenda Salto de Minas (Prata--MG) vivenciou momentos de intensa alegria, reflexão

e saudade, a família Brant de Car-valho que recetemente perdeu sua matriarca Diva Guimarães Brant de Carvalho, reuniu familiares, amigos, funcionários, fornecedores e parcei-ros para um encontro marcante, nes-ta ocasião foi oficializada a Comuni-dade “Amigos de Diva Brant”. Na fazenda onde se localiza o Hotel Fazenda Solar dos Ipês, um so-nho que sua proprietária e idealiza-dora tornou realidade, e que tantas vezes foi palco de inúmeras festas, hoje se torna um refúgio para amigos saudosos e familiares de Diva, com o intuito de levar adiante os ensi-namentos desta grande mulher que soube viver intensamente, superan-do todos obstáculos levando alegria e contagiando a todos onde quer que estivesse, Diva foi exemplo de fé, caridade, amizade, companherismo, dignidade e prosperidade, ensinou seus filhos a amar a terra e a fazer dela uma grande aliada onde se pode viver em plenitude recebendo as gra-ças do Pai. O salão principal do antigo hotel terá o cantinho dos amigos com fotos e homenagens dedicados a ela, serão colocados lá seus pertences, diplomas, fotos e toda sua história, numa desmonstração do enorme ca-rinho de todos. Hoje a fazenda tem inúme-ras atividades distribuidas entre pe-cuária de corte, pecuária leiteira e agricultura, mas o mais importante patrimônio é sem alguma seus fun-cionários, a maioria de longa data, famílias inteiras que ali criaram seus filhos. Seus netos, bisnetos, e alguns já estam nos trinetos, sempre trata-dos com respeito e dignidade, pois a família Brant de Carvalho entende que patrões/funcionários vivem em uma via de mão dupla e faz questão de valoriza e capacitar toda equipe. Neste encontro, o primeiro depois da partida da matriarca, a família come-morou os aniversariantes do segundo semestre, reafirmou os compromis-sos firmados informando a todos da

continuidade dos trabalhos, agrade-ceram a solidariedade de todos, e mostraram a união através do amor que os ligam, dando uma verdadeira demostração do sentido família. Os presentes cerca de 100 pessoas ficaram encantados e como-vidos com o convite que receberam para estarem juntos com suas famí-lias vivenciando que mesmo na dor as pessoas podem se unir e explorar o que há de melhor na essência de cada um o que é bom fica como exemplo. Com a proximidade do Natal, nada mais natural do que as familias

sentirem a necessidade de se unirem ainda mais, de celebrar o amor e a vida, de estarem rodeadas pelos ami-gos. Este dia na Fazenda Salto de Minas foi apenas mais uma pro-va de como as familias não devem abandonar suas tradições, de como é importante cultivar as sementes do amor, da união, da compaixão e da caridade nos corações de seus fi-lhos. Fica o exemplo da família Brant de Carvalho, em especial da saudosa matriarca Diva Guimarães Brant de Carvalho.

Marcilélia Guimarães - MGR Assessoria

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Girolando participa de reunião do MAPA sobre exportações

A estratégia internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para 2011 e os resultados obtidos em 2010 pelo agronegócio brasileiro foram debatidos em Brasília (DF). O pre-sidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, José Do-

nato Dias Filho, participou do encontro. Também estiveram presentes adidos agrícolas em atuação nos postos de Buenos Aires, Bruxelas, Genebra, Moscou, Pequim, Pretória, Tóquio e Washington. Foram debatidas as estratégias de negociações internacionais e as ações de promoção das exportações agropecuárias brasileiras dos produtos da área animal e vegetal.

Fundo de Investimento do Teste de Progênie será debatido por comitê

O Comitê do Fundo de Investimento do Teste de Progênie fez mais uma reunião este ano para discutir as ações de promoção dos touros da raça Girolando. O encontro foi realizado dia 25 de novembro, na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em Ubera-

ba (MG). Criado em junho do ano passado, o Comitê é formado por técnicos, criadores, representantes de centrais de inseminação e diretores da entida-de. Outro assunto em pauta foi a regulamentação do Fundo de Investimen-to do Teste de Progênie da raça Girolando, que será mantido com recursos provenientes da venda de doses de sêmen dos touros integrantes do Teste de Progênie da associação e que estão em centrais de inseminação.

CDT se reuniu na sede da Girolando

O Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da Girolando se reuniu, na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em Ube-raba (MG), para discutir assuntos relacionados à raça. Entre eles está a implantação do Sistema de Identificação Unificado (SIU), em

que os animais receberão uma numeração de registro única, válida para to-dos os graus de sangue, categorias de registros e sexos. “O novo regulamento será um divisor de águas para o Serviço de Registro Genealógico da Raça Girolando, pois é um momento de modernização de todo o Departamento Técnico da Girolando”, explica Leandro Paiva, superintendente Técnico da Girolando. Foi a sexta reunião do CDT realizada durante a atual gestão, que se encerra em dezembro deste ano.

Técnicos da Girolando participam detreinamento na Embrapa

Algumas novidades das pesquisas na área de qualidade do leite foramapresentadas, em Juiz de Fora (MG), por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite. O “Dia do Leite”, promovido pelo Laboratório de Qua-lidade do Leite da entidade, conta com a participação dos técnicos da

Associação Brasileira dos Criadores de Girolando Marcelo Cembranelli, Bruno Viana e Wewerton Bibiano Resende Rodrigues. Eles participaram de um curso de capacitação sobre o Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolan-do. As aulas foram ministradas por pesquisadores da Embrapa Gado de Leite. A entidade é responsável pelas avaliações genéticas dos animais inscritos no programa da Girolando. Segundo o superintendente Técnico da associação, Leandro Paiva, a partir do próximo no, o curso de capacitação será realizado periodicamente nas sedes da Girolando e da Embrapa Gado de Leite.

Programa FIV da fazenda Pombo fecha 2010 com

sucesso

Para o produtor rural Júlio César Pereira, da fazenda Pombo, do município de Uberlândia-MG, 2010 foi um ano bom para as ati-vidades da fazenda. O programa FIV, implantado há 02 anos, apre-sentou resultados acima da expec-tativa. Trabalhando com genética de gado leiteiro, a fazenda tem a finalidade de produzir um gado co-mercial de qualidade para atender o produtor de leite. “Temos em nosso plan-

tel vacas e touros de grande expressão. Só

dessa forma é possível fazer um trabalho dife-renciado, e essa é a pro-posta da fazenda Pom-

bo”, comenta Júlio César. Sobre 2011, o produtor está otimista com relação a bons negócios, uma vez que a pecuária leiteira de precisão está em cons-tante busca de melhorias tecnoló-gicas. Nesse segmento, o progra-ma de FIV da fazenda Pombo está preparado para atender às exigên-cias dos produtores que desejam ter animais de alta qualidade em seus criatórios.

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José Donato Dias Filho foi reeleito presidente da Girolando

O atual presidente da Giro-lando, José Donato Dias Filho, foi reeleito e coman-dará a entidade durante o

triênio 2011/2013. Mineiro da cidade de Bocaina de Minas, ele cria a raça Girolando na Fazenda São Roque, em Miguel Pereira (RJ). Com formação em Engenharia Eletrotécnica e Admi-nistração de Empresas, Donato ainda atua como membro do Conselho de Administração da Empresa de Pesqui-sa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (PESAGRO) e do Conselho Fis-cal do SEBRAE/RJ. Nesta edição, o presiden-te reeleito fala com exclusividade à InteRural, sobre os novos projetos e também dos detalhes que o levaram a comandar a associação por mais 03 anos. Nesta edição, o presidente ree-leito fala com exclusividade à InteRu-ral, sobre os novos projetos e também dos detalhes que o levaram a coman-dar a entidade por mais 03 anos.

Por que o senhor resolveu se can-didatar ao cargo novamente?

Não foi uma decisão minha, pois o Estatuto da Girolando não permitia a possibilidade de reeleição. Porém, os associados da entidade fizeram um abaixo-assinado pedindo a alteração do Estatuto para que a reeleição fosse permitida. Acredito que essa iniciativa foi impulsionada pelos resultados al-cançados durante a gestão. Os dire-tores da Girolando também tiveram papel importante na minha decisão em aceitar a concorrer à reeleição, pois eles me indicaram como candidato da Direto-ria. Decidi aceitar o convite depois de receber tantas manifestações espon-tâneas de associados que me pediam para continuar e também por ter dispo-nibilidade de manter o atual ritmo de trabalho, pois teremos pela frente vários projetos, como a construção do Centro de Capacitação Girolando (CCG), a via-bilização das exportações da genética e de animais da raça, a informatização dos serviços, entre outros.

O senhor esperava o apoio que recebeu?

Esperava o apoio em função do forte ritmo de trabalho e realizações da atual Diretoria. Mais que dez dire-tores, formamos uma equipe coesa, de valores e de filosofia gerencial. Os funcionários da Girolando também aceitaram e compartilharam dessa administração. Os números e avanços conquistados, trazendo benefícios para todos, apareceu. Destacamos parti-cularmente a transparência na gestão que o associado soube reconhecer. Na sua avaliação , a associação tem conseguido cumprir com os

objetivos planejados?

Essa tem sido a nossa determinação. Não só atingir os objetivos, mas res-ponder a desafios que aparecem a cada dia, acompanhar o ritmo das tecnologias e os anseios do mercado. Hoje a sede da Girolando é em Ube-raba, mas temos permanecido ante-nados com o Brasil e com o mundo. E mais: temos procurado influenciar nesses acontecimentos.

Sobre a nova gestão, o que os associados podem esperar da di-retoria e quais os projetos para

o futuro? Eles podem esperar uma gestão base-ada na filosofia gerencial e nos mes-mos valores que elegemos para a ges-tão 2008/2010. A renovação de um terço da diretoria, ditada como necessária pelo Estatuto, foi feita criteriosamen-te e buscando os projetos que temos para o futuro. Os três novos diretores foram convidados com base no perfil dos futuros projetos. Nossas prioridades serão a im-plantação dos serviços online, cujos programas já estão prontos e come-çam a funcionar em 2011, a constru-ção do CCG, a maior participação no mercado externo e o atendimento mais rápido e efetivo aos associados.

Como o senhor acha das perspec-tivas para o mercado de leite no

próximo ano?

Temos que ser otimistas, uma vez que sabemos produzir e temos tecnologia e rebanho para fazer com qualidade. O governo anunciou em novembro, durante um seminário em Brasília, a sua disposição em buscar novos mer-cados, inclusive com a participação dos setores produtivos. A grande in-cógnita para nós é o problema cam-bial. Como não afeta apenas o nosso setor, temos a esperança e confiamos no seu equacionamento de forma a nos colocar no mercado externo.

O que a associação espera do novo governo que se inicia em 2011, com as políticas voltadas ao setor da pecuária?

As primeiras declarações do ministro Rossi e também seu trabalho nos úl-timos seis meses nos permite apostar no diálogo e também em uma Banca-da Ruralista no Congresso Nacional comprometida com o agronegócio, fazendo com que possamos perma-necer otimistas e ao mesmo tempo

Realização:

Cadastros e Lances:

(34) 3210-4050

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diligentes no bom encaminhamento das questões amplas que envolvem o setor. Além da produção, precisamos que o novo governo promova medidas voltadas para o comércio, meio am-biente e toda a conjuntura que envol-ve importação e exportação.

Como o senhor classifica a impor-tância da raça Girolando no desen-volvimento da pecuária de leite?Mais que minha opinião, temos o po-sicionamento do mercado. Segundo uma especialista da revista DBO, “a raça Girolando está para a pecuária leiteira assim como o Nelore está para o corte”. O Girolando hoje é mais que uma raça brasileira, é um produto de-sejado pelos países tropicais.

Qual a importância da sua equipe de trabalho? Nossa equipe foi decisiva no sucesso da gestão. A interação e integração com a diretoria foi total e procuramos não só ampliar esta equipe, mas, so-bretudo, qualificar para os novos tem-pos. A resposta foi rápida, os números atestam isso e nos indicam que esta-mos no caminho certo.

Qual é a avaliação das parcerias como a ABCZ?Entendemos que a missão da nossa associação, mais do que criar a raça, é ajudar na viabilização da pecuária

leiteira do Brasil. Assim, através de ações como a exposição MEGALEITE e a construção do CCG, estamos traba-lhando para o crescimento do agrone-gócio como um todo. Daí as parcerias são mais que necessárias, são indis-pensáveis. A ABCZ sempre foi parceira e a cada vez tem gerado mais ações em prol do agronegócio. A Girolando acaba de firmar contratos com dez parceiros masters e faremos outras parcerias que possam contribuir para o crescimento do setor e da raça.

Que balanço o senhor faz da pri-meira gestão?Tivemos a felicidade de suceder uma gestão que nos entregou a associação equilibrada e financeiramente saudá-vel. Vivemos nesses três anos um perí-odo auspicioso. Além da credibilidade e da confiabilidade conquistadas, ti-vemos crescimento no número de as-sociados, de registros, uma evolução do nosso programa de melhoramento genético, aumento na venda de sê-men e dos rebanhos colaboradores do nosso Teste de Progênie. Tudo isso deixa-nos com o sentimento de que, se não fizemos tudo que precisávamos fazer, acertamos muito no que foi re-alizado. A entidade hoje, além de ter uma situação econômico-financeira saudável, está preparada para aten-der às demandas do mercado e às ne-cessidades dos seus associados.

Realização:

Cadastros e Lances:

(34) 3210-4050

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Tropical Genética prepara grande evento de gado de leite

Produtores poderão comprar animais em feira e leilão

Uberlândia vai iniciar o ano com a realização de um evento que promete agitar o mercado da pecuária lei-

teira. Em fevereiro, a Tropical Gené-tica coloca à venda 1011 produtos( touros,bezerras,novilhas,doadoras e prenhezes) da mais alta qualida-de das raças Girolando e Gir Leiteiro e será a maior oferta de genética bovina leiteira do Brasil. O evento acontecerá no parque de exposições do CAMARU, onde será montada uma excelente estrutura para receber os investidores de várias regiões do país e America Latina. Nos dias 18 e 19, os visitantes poderão comprar seus pro-dutos por meio de uma feira, onde ficarão expostos cerca de 600 ani-mais. No espaço que também pode ser chamado de shopping de animais, uma equipe de consultores de venda ficará à disposição para recepcionar e tirar as dúvidas dos produtores. “Estamos tomando todas as precauções, queremos fazer um evento cercado de muita qualidade, em

que nosso principal obje-tivo é proporcionar bons

negócios para os criadores de gado de leite”, disse

Milton Magalhães Neto.

De acordo com o diretor ad-ministrativo da Tropical Genética, Milton Neto, tudo que envolve a re-alização do evento está sendo ava-liado por uma equipe de profissionais com amplo conhecimento no agro-negócio, e os animais ofertados pas-sarão por uma avaliação de controle de qualidade. Empresas de genética, nutrição, saúde animal e novas tec-nologias já confirmaram presença, reforçando e abrilhantando o empre-endimento. Para o conselheiro da Tro-pical Genética, Vicente Nogueira, o evento será o grande negócio da pecuária leiteira do Brasil, e a inten-ção é colocar o mesmo no calendário oficial do agronegócio do município e transformar Uberlândia na “Capi-tal do Leite”, durante o período do evento. No dia 20/02, acontece um grande leilão, com oferta de animais de alta seleção, que terá início às 10 horas e encerramento às 20 horas. Para a realização do leilão, a Tropi-cal Genética fez uma parceria com as leiloeiras Estância Bahia e InteRu-ral Leilões e terá transmissão do ca-nal Terra Viva. Os leiloeiros Adriano Barbosa e Cássio Paiva serão os res-ponsáveis pela batida do martelo. “Tenho certeza que será um grande

Tropical Genética

momento para o mercado de leite, uma vez que a Tropical Genética faz um trabalho sério e altamente profis-sional, na busca por ofertar o melhor para os compradores de todo o país”, afirma Cássio Paiva. O diretor da Tropical Gené-tica, Joaquim Lima, avalia de forma positiva a realização da feira de ani-mais e o leilão.

“Entendo que o um dos objetivos é levar para os pecuaristas animais de

melhor qualidade genética para aumentar o poten-

cial da produção leiteira e, consequentemente, gerar

emprego e renda”. Para a realização do even-to, a Tropical Genética conta com o apoio do Sindicato Rural da Pre-feitura de Uberlândia e de alguns convidados especiais com larga ex-periência na criação de Girolando e Gir Leiteiro. “A Tropical Genética, conceituada pelo relevante trabalho de melhoramento genético e pela ex-pressiva produção leiteira, considera o apoio de todos importante para o sucesso do evento”, destaca Milton Magalhães Junior, diretor geral da Tropical.

A larga experiência em bio-tecnologia de reprodução bovina e a produção de animais Gir Leiteiro e Girolando com alto valor genético fa-zem parte da identidade da empresa e consolidam sua força na comercia-lização do rico material genético que desenvolve. A Tropical Genética se dife-rencia em sua atuação por fortalecer a genética de alto nível das raças por meio de um banco de excelentes do-adoras. O trabalho de melhoramento genético das Raças Gir Leiteiro e Gi-rolando ultrapassa os vinte anos. A empresa também possui

uma Central de Receptoras com mais de dois mil animais rigorosamente selecionados. Essa estrutura está preparada para oferecer todo supor-te interno necessário nas técnicas de Fertilização in vitro (FIV) e Transfe-rência de Embriões (TE), como tam-bém para levar até o cliente toda a qualidade dos serviços e segurança nos processos reprodutivos. Sempre utilizando a mais alta tecnologia do mercado e garantindo serviços diferenciados, a Tropical Ge-nética alcança os excelentes índices reprodutivos comprovados pelos re-sultados oferecidos aos seus clientes.

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Ano I - nº 01 - dezembro 2010Especial Fenagro - Exposição de Gir Leiteiro de Salvador - Bahia

Caderno Especial da raça gir publicado pela Revista Interural e Portal Girbrsil

TUDO SOBRE A FENAGRO:LeilõesJulgamentoTorneio leiteiro

ENTREVISTA:“A Bahia é o segundo pólo de gir leiteiro do Brasil”

Sapiência TE CalRadar dos Poções X Juliana Cal

Grande Campeã do torneio leiteiro da Fenagro 2010média de 44,587 Kg

Gir Leiteiro cresce na Bahia e bate recorde na Fenagro

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Seleção de Gir Leiteiro

Palestra Fiv Palma (2)(CA Sansão X Profana de Brasília)Lactação: 7.103 quilos de Leite em 305 dias (Aberta)Propriedade em parceria com Americano e Agropecuária Palma

Madre de Badajós(Numeral 3R de Uberaba X Afinal 3R – 11.520 kg)Lactação: 12.412 kg – AjustadaPropriedade em parceria com Paulo Ricardo Maximiano

Franquia TE do JOA(Caju de Brasília X Prateada da Cal)Grande campeã da exposição de Passos 2010Lactação: 8.507 kg

FAZENDA BELO HORIZONTEIBITUPÃ - BA

FAZENDA BELO HORIZONTEIBITUPÃ - BA

(73) 3272-6005(73) 3525-4344(73) 8106-3998

(73) 3272-6005(73) 3525-4344(73) 8106-3998

Vendas:Vendas:

pytualta revista

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010 13:42:29

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Girbrasil começa uma nova fase na divulgação e promoção do Gir brasileiro. Agora, além do portal Girbrasil, na Internet, teremos mais infor-mações da raça aqui na revista InteRural por meio do caderno especial Gir-brasil. Isso só foi possível graças às parcerias com a revista e com os criado-res de Gir do Brasil.Toda edição teremos um caderno especial retratando o momento do Gir, as exposições, o ranking, os torneios leiteiros, os criadores e leilões.

Primeiro é bom dizer por que Girbrasil veio para a InteRural. A no-tícia online, por meio do portal Girbrasil, é rápida, atinge o mundo inteiro em frações de segundos, mas a revista imprensa tem suas vantagens para a divulgação do negócio de seleção de gado de elite, pois a revista é um docu-mento, pode passar de mão em mão, circular por onde as ondas da Internet ainda não entraram.

Além do mais, a Revista InteRural circula em segmentos que interes-sam à raça e aos criadores, pois estamos vivendo um processo de crescimento do número de criadores, selecionadores e investidores. Mostrar a raça aos pecuaristas de outras raças é uma de nossas metas. Esclarecer sobre o mer-cado do Gir, sobre as vantagens de se criar Gir, de se acreditar numa pecuária leiteira tropical, tendo a raça Gir como esteio é importante e acreditamos que por meio da revista InteRural poderemos realizar essa meta.

Bahia Neste primeiro caderno, vamos mostrar os resultados da exposição de Gir de Salvador, na Bahia, mais conhecida como FENAGRO. Além disso, vamos fazer um giro pela Bahia mostrando os principais eventos, exposições, leilões e criadores. O Estado da Bahia, segundo lideranças baianas, é o se-gundo polo de Gir do Brasil na atualidade. A Bahia já foi um grande Estado na criação da raça no século 20 e retoma agora um posto que tinha perdido por longos anos.

Editorial

A FENAGRO é a principal fei-ra agropecuária do nordeste e este ano a quantidade de animais da raça Gir superou o Nelore, um feito come-morado pelos criadores locais. Foram mais de 400 animais em exposição, quatro leilões da raça, 21 vacas em torneio leiteiro. Tudo isso você con-fere aqui com mais detalhes.

Esperamos encontrar com todos os criadores de Gir do Brasil todos os

meses aqui na InteRural.

Rosimar SilvaEditor do Caderno Girbrasil

Mais um canal de divulgaçãoe promoção do Gir Brasileiro

Direção geralMário knichalla [email protected]

Rosimar [email protected]

Editor e Jornalista responsávelRosimar Silva

RevisãoAline Defensor

Diagramação Thaís Guetta

Consultoras de VendaDaiane [email protected](34) 9966-5635

Lydiane [email protected](34) 9967-9308

Fotógrafos ColaboradoresClécio Duarte / Francisco César

Sugestões e Anuncios:InteRural Uberlândia - MGRua Rafael Marino Neto, nº 600Bairro Karaíba, Ubershopping, loja 56 [email protected](34) 3210-4050www.interural.com

Portal Girbrasil Goiânia - GO (62) 8415-3211 / (62) [email protected]

O Caderno Girbrasil é uma publicação mensal, publicado pela Revista InteRural e o Portal Girbrasil. Todos os anúncios, imagens e artigos publicados e assinados são de responsabilidade de seus autores. É estritamente proibida a reprodução parcial ou total sem autorização de seus autores.

Expediente

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FENAGRO 2010 consolida o gir leiteiro na Bahia

Dia 2 de dezembro de 2010, Fábio Miziara, jurado oficial da Abcz, concluiu o julgamento em pista da 7ª Exposição Estadual Baiana do Gir Leiteiro – FENAGRO 2010. Foram três dias de julgamento. O criador baia-no José Geraldo Vaz faturou o grande campeonato de fêmeas da FENAGRO, com a vaca Insistência Fiv BJAS, fi-lha de Teatro da Silvânia com a vaca Coraça BJAS. O grande campeão foi o touro Apolo Cal, de Gabriel Dona-to de Andrade, da Fazenda Calcio-lândia, em Arcos (MG). Gabriel tem prestigiado as exposições da Bahia há vários anos. Além do grande campeo-nato de machos, a Calciolândia tam-bém venceu o concurso leiteiro com a vaca Sapiência TE Cal, cuja produ-ção média na FENAGRO foi de 44,587 quilos de leite. Este ano, os baianos estão comemorando os recordes de animais da raça Gir em exposição e em pista. “Superemos em número de animais a raça Nelore”, ressalta Ed-valdo Brito, presidente do Núcleo de Criadores de Gir da Bahia. O concur-so leiteiro foi disputado por 21 vacas.

A raça Gir superou a Nelore na quantidade de animais em exposição com mais de 400 animais Foram quatro leilões e 21 vacas em concurso leiteiro

Concurso Leiteiro Por pouco o concurso leiteiro da FENAGRO não entra para a histó-ria do Gir Leiteiro nacional. “Quase quebramos o recorde nacional de produção de leite de uma vaca fêmea jovem em torneio leiteiro”, lamenta Geraldo Vaz. Sua vaca Insistência TE BJAS atingiu a produção média de 37,487 quilos de leite. A recordista nacional é a vaca Vasta TE da Cal (Nobre TE Cal X Nigéria Cal), com produção média de 40,09 quilos de leite alcançados no concurso leiteiro da 4ª Exposição Estadual Fluminense do Gir Leiteiro, na cidade de Cordei-ro, no dia 24 de julho de 2009.

Leilões A FENAGRO foi a grande expo-sição A FENAGRO foi a grande exposição do nordeste e do Brasil. Foram quatro leilões da raça Gir, sendo dois deles transmitidos pela televisão, um transmi-tido pela internet pelos canais InteRural e Girbrasil e outro sem transmissão. Se-gundo Perivaldo Machado Vasconcelos, o “Pytu”, do Gir Pytu, “o momento da raça Gir na Bahia não poderia ser melhor. Os criadores da Bahia estão animados, re-cebemos muitos convidados de fora da

Bahia para a exposição e para os leilões, valorizando nosso mercado e mostrando confiança no trabalho realizado aqui”. Para Pytu, “a Bahia se consolida como um polo do Gir Leiteiro, graças ao esfor-ço de cada um dos criadores e promoto-res de leilões”.

Convidados Para comprovar o peso da Fena-gro para o Gir Leiteiro nacional, Augusto Andrade, da Morena Agro, cita a presen-ça da numerosa comitiva de criadores de fora da Bahia na exposição, “participan-do da pista, do torneio leiteiro, ou dos nossos leilões”. Entres os criadores pre-sentes na Fenagro estavam Demetrius Mesquita, José Orlando Bordim, Geraldo Borges, Volmer Cerqueiro, Arthur Souto Maior Filizzola, Gabriel Andrade, Miller Cresta, José Coelho Vitor, Mateus Gia-ninni, Lilico Rabelo, Luiz Gustavo Rabelo Xavier, Maria Tereza Lemos Calil, Paulo Roberto Andrade Cunha, Rosimar Silva, Patrícia Vieira Bosse Leite, Paulo Ricardo Maqximiano, Virgílio Villefort, Carlão da Publique, Luiz Evandro Aguiar, Pedro Ve-nâncio, Eduardo Sobral, Álvaro Vascon-celos, Manasses de Melo Rodrigues e Elio Pimentel.

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Edvaldo – A Bahia está refletindo a tendência de crescimento do gir lei-teiro do Brasil. Mas nós estamos reali-zando um trabalho, que visa canalizar essa tendência para um crescimento, que tenha sustentação na Bahia, em que os criadores estejam prepara-dos, unidos e organizados para des-frutar desse crescimento. Por outro lado, a Bahia percebeu que a raça gir tem tudo a ver com as nossas condi-ções ambientais e culturais. A Bahia poderá ser o berço do gir brasileiro, pois aqui a exigência é maior e aqui a raça irá responder satisfatoriamente. Fazer pecuária leiteira aqui na Bahia

O advogado Edvaldo Brito (Foto) assumiu a pre-sidência do Núcleo de Criadores da Bahia com o firme propósito de contribuir decisivamente para o cresci-mento da raça no Estado. O primeiro grande desafio foi fazer uma exposição ranqueada com repercussão nacional “e conseguimos”, garante depois do resultado da Fenagro 2010, a maior exposição agropecuária da Bahia, ocorrida no começo do mês de dezembro. Criador de Gir na Fazenda Murundu, localizada no município de São Gonçalo dos Campos (BA), Edvaldo

dro é animador e vamos trabalhar para fazer disso uma realidade.

Girbrasil – Você esperava uma Fenagro com tanto gir assim?

Edvaldo – Já prevíamos o crescimen-to da Fenagro com base nas outras exposições de Salvador em 2010 e nas exposições ranqueadas do interior do Estado. Notamos um entusiasmo mui-to grande dos criadores e sabíamos que isso iria repercutir na Fenagro. Além disso, o Núcleo não mediu es-forços para que todos os criadores da Bahia participassem da Feira. Tive-mos aqui mais de 400 animais da raça gir leiteiro em exposição, mas de 300 na pista de julgamento, tivemos um

ser um grande pólo de criadores do Brasil. A primeira grande etapa para isso nos já atingimos que foi garan-tir a união entre todos os criadores e mostrar a cada um a importância disso para o nosso desenvolvimento coletivo. Fizemos um leilão peque-no, porém altamente significativo do ponto de vista da nossa estruturação política, pois os criadores responde-ram ao nosso chamamento e vieram para dentro do núcleo participar. Só nesse leilão arrecadamos mais de R$ 25 mil com a venda de várias doses de sêmens doados pelos criadores e fizemos um fundo para tocar os gran-des projetos e garantir a nosso so-brevivência econômica. Vamos fazer um planejamento para 2011 em que

torneio leiteiro bastante disputado, com 21 vacas. Quase quebramos o re-corde nacional de produção de leite de uma fêmea jovem em torneio lei-teiro e foram realizados quatros bons leilões durante a Fenagro. Isso tudo somado ao entusiasmo dos criadores locais e dos criadores que vieram de fora, nos dá a segurança para dizer que a Bahia já pode se considerar como o segundo maior pólo de gir lei-teiro do Brasil.

Girbrasil – O núcleo de criadores está preparado para operar com

essa responsabilidade?

Edvaldo – Estamos trabalhando para assumir todas as conseqüências de

“A Bahia é o segundo pólo de Gir Leiteiro do Brasil”

participou da feijoada de premiação do julgamento do Gir Leiteiro, na sede do Núcleo, dia 4 de dezembro, com a sensação do dever cumprido. Estava satisfeito pelos resultados e não escondia a alegria de ver nos criadores presentes o mesmo entusiasmo. “Acho que vamos encerrar o ano de 2010 confiantes de que em 2011 o Gir da Bahia crescerá ainda mais e todos va-mos participar dessas conquistas, pois estamos unidos no crescimento da raça em nosso estado e em todo o nordeste”.

caderno

Por Rosimar Silva

Edvaldo Brito:

é um pouco diferente do sudeste e centro-oeste, por isso ainda estamos num estágio menos desenvolvido do que essas regiões, mas temos cons-ciência disso e vamos, com as nossas condições construir nossas alternati-vas para alavancar a bovinocultura de leite baiana e a raça gir é uma das armas para o nosso crescimento. Acreditamos, que vamos crescer bas-tante como raça pura e vamos con-tribuir decisivamente para ampliar o rebanho de girolando no Estado, pois o melhoramento genético do gir leiteiro impactará positivamente no crescimento do girolando. Esse qua-

Girbrasil – Edvaldo a que se deve o crescimento da raça gir na Fenagro?

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queremos apoiar todas as exposições ranqueadas do Estado, garantindo a presença do núcleo e colaborando na mobilização dos criadores. Sabemos que crescer significa que teremos que ter mais responsabilidades na organi-zação da raça no Estado, mas não va-mos recuar e em 2011 estaremos mais bem preparados, com mais experiên-cia e fazeremos maiores e melhores exposições em todo o Estado.

Girbrasil – O que fazer para a Bahia ver sua pecuária leiteira

crescer?

Edvaldo – Nos tivemos um crescimen-to abaixo da média nacioanal e al-guns estados do nordeste cresceram mais que a gente na produção de lei-te, mas agora, é olhar pra frente. O potencial da Bahia permite pensar o Estado como um dos maiores produ-tores e exportadores de leite do país em um cursto espaço de tempo. Bas-ta trabalhar e buscar as tecnologias com base na nossa realidade, adap-tar boas práticas, descartar os maus exemplos e experiências e formular políticas de crescimento sustentá-veis. ativar mecanismos. No meu ponto de vista, algumas medidas se mostram vitais e urgentes, formular uma política de produção de forra-geira intensa baseada em recursos locais e adaptados, integração da pecuária com a agricultura e moldar nosso manejo alimentar dos animais com base no que temos, como o apro-veitamento racional subprodutos das pequenas ou grandes agroindústrias e adoção de práticas agropastoris ambientalmente conscientes e equi-libradas. Precisamos ter em mente que a idéia é leite primordialmente a

pasto e forragens baratas produzidas localmente e sempre a baixo custo de produção; fomentar e desenvolver a zebuinocultura leiteira no Estado, a partir do incremento dos excelen-tes rebanhos da raça gir; acho que precisamos de iniciar pesquisas com rebanhos da raça para encontrar um sistema próprio de produção; temos que explorar as possibilidades de cooperação e intercâmbio com ou-tros centros com vistas a desenvolver zootecnia e agronomia leiteiras tro-picais; fortalecer e fomentar a ca-deia produtiva do leite no Estado e agreditar que a produção de leite em regiões quentes como a nossa passa pelo gir, pelo Zebu.

Girbrasil – a raça gir está pre-parada, no seu entendimento,

para participar de um programa tropical de produção de leite na

Bahia?

Edvaldo – Para isso temos que ter cla-ro que um programa estadual dessa natureza tenha a noção básica fun-damental de que o leite nos trópicos deve ser produzido primordialmente por genética animal tropical, ou seja, no caso de bovinos, zebu. Isso é um princípio ambiental. Vacas rústicas capazes de produzir, no pico, de 8 a 14 kg/dia de leite a pasto, essas são uma das peças-chave da estratégia. Ou 14 a 20 kg/dia comendo ração de baixís-simo custo, produzida com elementos da própria região. O fundamental é que esse leite seja sempre competiti-vo, que o criador seja satisfatoriamen-te remunerado. A Bahia tem que saber o quê deseja com a raça gir. A raça está crescendo no Estado e precisa estar in-tegrada nos grandes projetos de cres-cimento da cadeia produtiva do leite.

Associados do Núcleo dos Criadores de Gir da Bahia

Adriano Diniz GonçalvesAlberto Lopes GusmãoAlmir Mendes de Carvalho NetoAndré Sarmento NetoÂngelo Lucciola NetoAntônio Gonçalves MoreiraArtur PinhoAugusto AndradeBeatriz Augusta Isaac LoboDaniel Costa MaiaDavi Correia de FreitasEdvaldo Brito FilhoElza Silva PereiraEvilásio Bastos ChavesFrancisco Peltier FilhoGenebalde Moreira de MacedoGeraldo Pinto CorreiaGustavo Adolfo Tenorio de AlbuquerqueHeydi Maria D. de A. C. RodriguesJaymilton Gusmão FilhoJoão Eduardo Alvim de FreitasJoaquim Souto NetoJose Erivan de Carvalho FeitosaJose Geraldo Vaz AlmeidaJosé Luiz de Oliveira SimõesJosé Nunes FilhoJose Vicente Machado PedreiraLourenço Nascimento NetoLuiz Augusto da Costa MontalLuiz Augusto Macedo LealLuiz Eduardo Nascimento FaroLuiz Tarquinio Duarte FontesLutz Viana RodriguesMauricio de Oliveira TorresMaurício OdebrechtNauber Uilder de AlmeidaNeilson José Fonseca FalcãoPerivaldo Machado de VasconcelosRaimundo Silva FeitosaRenato Almeida SousaRubem Sergio Ramos de OliveiraValdemir Acácio OsórioValmir Alves MarinhoVandivaldo Gomes de Souza

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Leilão Excelência Baby, em clima de Carnaval, fatura R$ 283 mil

Criadores de gir da Bahia e de outros estados fazem festa durante leilão, que vendeu 100% dos lotes ofertados

Com 100% de venda, o 2º Leilão Excelência Baby Gir, de José Nunes e Izamar Dantas, faturou, em clima de carnaval, R$ 283 mil, com média de R$ 9,129,00. Perivaldo Machado de Vas-concelos, mais conhecido em todo o Brasil pelo nome de Pytu, vendedor da noite, também não poupou elo-gios ao leilão. “Foi um dos melhores lei-lões em que já fui: alegre, animado, com animais bons e com preços reais e acessí-veis. Esse tipo de leilão é muito importante para a Bahia, pois abre espaço para todo tipo de com-prador, criador e até in-vestidor participar”. Wilson Marques, chicleteiro (empresário da banda Chiclete com Banana), criador de Gir e Nelore, e a esposa, Maria Tereza Marques, foram os maiores com-pradores da noite. Jun-tos, eles compraram seis lotes.

Alegria

Mas o destaque do leilão foi a animação do recinto. A alegria tomou conta do salão e cada lote era vendi-do em ritmo de carnaval, com confe-tes, apitos e muito barulho. Izamar Dantas, promotora do evento, disse que o clima de alegria e descontração “foi criado pelas mulheres do Gir Leiteiro, que trouxeram a experiência e a alegria do lei-lão delas, em São Paulo, para a Bahia”.

O lote mais valorizado da noi-te foi o animal Xereza Fiv dos Poções, de Arthur Souto Maior Filizzola, que estava representado pela filha Maicy Filizzola e pelo genro Luiz Cláudio Cury. Por esse animal, Wilson Marques e a esposa, Maria Tereza Marques, pa-garam R$ 20 mil.

Transmissão

O leilão foi transmitido pela internet por meio do site da Revista

InteRural. Segundo José Nunes, “foi uma experiência positiva, pois mui-tos criadores de vá-rias partes do Brasil assistiram ao leilão e alguns participa-ram com lances”. Mário Knichalla, diretor da InteRu-ral, de Uberlândia, disse que esse novo sistema de TV Web está conquistando a preferência dos criadores, “pois é eficiente e de baixo custo”.Pytu (à esquerda) lidera a animação dos baianos durante o leilão

excelência baby gir, em Salvador

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7º Girbahia fatura R$ 899 mil na FENAGRO

Tradicional leilão da Fenagro, em Salvador, o Girbahia levou para o nordeste grandes criadores nacionais

Com recinto climatizado e lo-tado, o 7º Girbahia abriu a temporada de leilão da FENAGRO 2010. Gabriel An-drade, Ângelo Lucciola, José Garaldo Vaz e convidados venderam 33 lotes por R$ 899 mil, com média geral de R$ 27,242,00. O leilão foi transmitido pelo canal Rural, com os trabalhos de assessoria de Luiz Ronaldo de Paula. A leiloeira foi a Programa Leilões. Os destaques do leilão foram o lote 9, 50% de Canela FIV JGVA, filha de Teatro da Silvânia na Cafona TE F. Mutum, ofertado por Geraldo Vaz e vendido por R$ 100 mil para Leandro Aguiar, da Fazenda Engenho, Araxá (MG); e o lote 24, Figo Bashanak Fiv, ofertado por Henrique Figueira, da Fazenda Figueira, em Uberaba, e ven-dido por R$ 100 mil para Heder Alves Barboza, de Ribeirão Preto (SP).

Canela FIV Canela sagrou-se Reservada Grande Campeã e Reservada Campeã Vaca Jovem Torneio Leiteiro e Melhor Progênie de Mãe na Exposição da Fei-ra de Santana, na Bahia, em 2010. Ca-nela é filha de Cafona, a doadora mais premiada do nordeste, Grande Campeã Melhor Úbere e Campeã Fêmea Jovem Torneio Leiteiro FENAGRO/06, Reser-vada Progênie de Mãe e Reservada Conjunto Família FEILEITE/08, Melhor Conjunto Família, Grande Campeã, Campeã Progênie de Mãe e Grande Campeã Torneio Leiteiro FENAGRO/08, Campeã Progênie de Mãe FENAGRO/09, Campeã Progênie de Mãe Expo Conquis-

ta/09, Campeã Progênie de Mãe Expo Conquista/10 e ExpoZebu/10. Com essa família repleta de títulos, Canela conquistou a noite e foi a sensação do leilão Girbahia, pa-trocinando uma bela disputa no re-cinto e pelo telefone dos assessores, consultores e pisteiros. Quem inter-mediou a venda de Canela por meio do celular foi o consultor Davi Olivei-ra, o “Boi”, da Boi Assessoria.

Trio O trio goiano Amarildo Pires, Rita de Cássia e Bruno Anderson (filho) também arrematou no leilão Girbahia. Eles compraram o animal Divisa Fiv JGVA, de Geraldo Vaz, por R$ 1.750,00

de parcela (o leilão foi em 20 parce-las). Divisa é filha de Radar dos Poções na Moda F. Mutum, portanto irmã da Taça, Grande Campeã e Campeã Fê-mea Jovem do torneio leiteiro da Ex-pozebu 2008. Marcos Onildo, da cidade de Senhor do Bonfim (BA), comprou Jay Deusa, por R$ 1.000,00 de parcela. Deusa foi ofertada pelo criador Jaymil-ton Gusmão Cunha Filho, da Fazenda Santa Helena, em Vitória da Conquista (BA). Marcos Onildo comprou também Violinista da Cinel, de Lutz Viana Ro-drigues, por R$ 650,00 de parcela. Por fim, o criador de Vitória da Conquista ainda comprou Estrela JGVA, de Geral-do Vaz, por R$ 900,00 de parcela.

Cláudio Micucci Vaz Almeida, Geraldo Vaz, Boi, Marcelo Micucci Vaz Almeida e Rubens Vaz Sampaio Neto

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Em 2010 a JN Agropecuária relizou na Bahia três leilões de gir leiteiro.Foram os leilões Axé, Excelência Baby e o Essência do Gir Leiteiro.

Em todos tivemos o apoio e a colaboração dos amigos criadores da Bahiae do Brasil. Agradecemos os amigos do gir leiteiro e convidamos para

estarem com a gente em 2011.

José NunesIzamar Dantas

Obrigado Bahia

Obrigado Brasil

Contato:(71) 9192-7522

jn

ter� a��eira, 2� de dezembro de 2010 10��0�1�

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Em 2010 a JN Agropecuária relizou na Bahia três leilões de gir leiteiro.Foram os leilões Axé, Excelência Baby e o Essência do Gir Leiteiro.

Em todos tivemos o apoio e a colaboração dos amigos criadores da Bahiae do Brasil. Agradecemos os amigos do gir leiteiro e convidamos para

estarem com a gente em 2011.

José NunesIzamar Dantas

Obrigado Bahia

Obrigado Brasil

Contato:(71) 9192-7522

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O núcleo de Criadores de Gir da Bahia, premedito pelo criador Edvaldo Brito, realizou o 1º Leilão Pérolas Baia-nas de Gir Leiteiro, no recinto armado ao lado da sede da entidade, entre os pavilhões do parque de exposições de Salvador. Foram 13 lotes de bezerras dos sócios do núcleo. Antes, foram leilo-adas diversas doses de sêmen doadas por criadores e entidades ao núcleo. Vandivaldo Gomes, vice-presidente do núcleo, disse que “essas doações foram importantes para a estrutura-ção do núcleo”. Foram arrecadados, somente com as doações, mais de R$ 26 mil reais. Segundo Edvaldo Brito, “o lei-lão transcorreu num espírito de união entre os criadores e, por isso, nossos custos foram mínimos, pois as comis-sões de vendas e compras foram doadas ao núcleo”. A leiloeira foi a Terço Lei-lões. Segundo Augusto Cesar, da Terço leilões, que doou os serviços ao núcleo,

“sentimos honrados em colaborar com o cresci-

mento do núcleo e da raça Gir na Bahia, pois o núcleo está fazendo um belo tra-balho para desenvolver e

valorizar a raça”.

O leilão Pérolas foi uma gran-de festa dos criadores do núcleo. “Ven-demos 100% do leilão num clima de alegria, confraternização e amizade”, destaca Augusto Andrade. A arrecada-ção total do leilão foi de R$ 123.860,00, com média de R$ 9.527,69.

Ao final do leilão, criadores comemoram o sucesso do evento com champagne.No detelhe o presidente Edvaldo Brito e o criador Pytu

Veja aqui os vendedores e compradores de cada um dos 13 lotes do leilão Pérolas Baianas:

O leilão foi durante a Fenagro e fez média superior a R$ 9 mil, sem transmissão de canal de

televisão

Núcleo dos Criadores de Gir

da Bahia promove

leilão

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Bey (Gandhi X Cabana II), nascido na Bahia, de Octávio Ariani Machado, vendido para Uberaba para Rodolfo Borges, em 1939

História do Gir na Bahia

No começo do Século XX a Bahia despontou como importante berço do Gir brasileiro

Não se pode falar em Gir na Bahia sem voltar um pouco na histó-ria. Se hoje o Gir, principalmente o leiteiro, está fazendo a cabeça dos pecuaristas, é preciso saber que o Es-tado já teve um papel importante na seleção da raça no Brasil. Foram gran-des criadores que se destacaram com rebanhos e animais em todo o Brasil. Sabe-se, por exemplo, que a li-nhagem Umbuzeiro, na Paraíba, foi forma-da com gado de França (SP) e da Bahia. Segundo Rinaldo dos Santos, em seu livro Gir, a raça mais utiliza-da do Brasil (1994, pág. 163), “o gado zebu da Bahia, por ter se mantido iso-lado do restante do Brasil, veio a ser a fonte de reprodutores para o refres-camento de sangue e cruzamento de linhagens com excelentes resultados”.

Grandes Touros

Foi na Bahia que nasceram Gaiolão Baiano, Bey e White, touros que influenciaram o Gir nacional. Há de se reconhecer os grandes criado-res baianos. Aristóteles Góes, criador no município de Inhambupê, na fazenda Favela. Gaiolão foi o seu reprodutor mais famoso. Apesar de Aristóteles dizer que o seu touro viera na barriga de uma vaca importada por Ravísio Le-mos, há grandes possibilidades de ele ter sido filho do touro paulista do mes-mo nome, Gaiolão, de Franca (SP). Gugé Ferraz, de Vitória da Conquista, cujo rebanho de Gir foi um dos mais expressivos do sul da

Bahia. Em 1949, Gugé conquistou o campeonato nacional com a vaca Conquistinha, em Salvador. Segundo Rinaldo dos Santos (1994, pág. 163), Gugé trabalhou basicamente com sangue de célebre Gandhi, por meio de Bey e White, seu gado era de no-tável caracterização racial e boa ap-tidão leiteira. Octávio Ariani Machado, de Santo Amaro, Fazenda Bom Gosto, foi o pioneiro do Gir na Bahia, a partir de 1918. Da importação de Ravísio Le-mos, Octávio ficou com o touro Gan-dhi, pai dos touros Bey e White. “Duas importantes vigas-mestras que têm enorme importância até os dias atu-ais”, garante o escritor Rinaldo dos Santos. White é, sem dúvida, o touro de maior destaque nascido na Bahia. Foi a partir dele que Evaristo de Pau-la, de Curvelo (BA), fez o gado EVA. Pedro Ferraz, filho de Viria-to Ferraz, criador desde 1920. Pedro Ferraz, segundo Rinaldo dos Santos, “sempre buscou esmeradamente o aperfeiçoamento racial aliado à con-formação para corte, com uma cria-ção extensiva no sul da Bahia”. Viriato Ferraz, pai de José Ferraz de Oliveira Gugé, é tido tam-bém como um dos pioneiros da raça na Bahia, tendo iniciado o registro do seu rebanho em 1925. Virgílio Mendes Ferras, mais conhecido como Ziziu Mendes, de Vi-tória da Conquista. Segundo Onofre Ribeiro, foi o maior produtor de lei-te de rebanho Gir de todos os tem-pos, produzindo 3.000 litros de leite por dia, “produção não superada até

hoje”, garante Onofre. Ziziu foi um criador entusias-mado e não mediu esforços e dinhei-ro para aprimorar seu rebanho. Certa vez, conta a literatura, Ziziu gostou de um touro de nome Tango, impor-tado da Índia, mas o dono não queria vendê-lo. Ziziu tanto insistiu que o proprietário fez um desafio: “só ven-do se comprar a fazenda também. E o preço é 12 contos para o Tango e mais 250 contos para a Fazenda”. Zi-ziu aceitou o negócio. Outra saga de Ziziu, segundo Rinaldo dos Santos, foi uma aquisição de Gir feita em Uberaba. Para isso, percorreu 500 quilômetros no lombo de burro de Vitória da Conquista até Salvador, de onde foi de navio até Santos, trem até São Paulo e outro trem até Uberaba. Lá comprou 120 novilhas “escolhidas a dedo” e voltou com o gado. Contratou peões e levou o gado a pé até Ibiá, em Minas, de lá embarcou o gado até a capital Belo Horizonte e, depois de vários dias em pasto alugado, embarcou novamente o gado para a cidade de Bocaiúva, em Minas. Com novos peões contratados, ele e o gado partiram a pé para Vitó-ria da Conquista (mais de 500 quilô-metros). Depois de 35 dias, chegou à fazenda Oriente. Para fazer o trajeto todo de Uberaba à sua fazenda foram mais de três meses. Em 1950, quando Quincas Borges chegou a Goiás com seu gado importado da Índia, passando pela Bolívia, Ziziu, com a ajuda de João Feliciano Ribeiro, comprou os touros Relevo e Egípcio. Sabe-se que esses dois animais custaram o equivalente a 1.000 bois gordos da época. Ziziu ainda foi a Goiás, onde comprou de Quincas Borges matrizes e reprodutores. Para completar a via-gem, ele comprou mais 100 matrizes de Maurício Andrade e Géniplos Dor-nas, segundo Rinaldo, “gado fino das linhagens Gaiolão, Soberbo e Sobera-no”. Ziziu Mendes morreu em 1966. Alberto Martins Catharino foi outro criador considerado pionei-ro na Bahia. Engenheiro civil, foi pre-sidente do Vitória, time de futebol de Salvador, entre os anos de 1907 a 1908 e 1921 a 1922. Segundo Hélio Lemos, um dos mais antigos criadores de Gir do Brasil, “os Catharinos pos-suíam excelentes vacas Gir”.

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Otávia FIV(CA Sansão X FB Sacada)Lactação: 9.729 kg 360dias (aberta) - 1ª lactação

Fauna FIV (CA Everest X Uberlândia de Brasília)Lactação: 5.036 kg – 1ª lactaçãoCondomínio com Tropical Genética (50%)

CachoeiraMeteoro de Brasilia X Nagy CalLactação: 9.975 kg - 1ª LactaçãoCondominio com Kenity Okano (50%)

Venda permanente de prenhezes das melhores famílias do Gir Leiteiro do Brasil

Gir e Girolando Americanoda Bahia para o Brasil

gir americano alta

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Gir na FENAGRO supera Nelore em número de animais em exposição

Esse recorde mostra a força da raça na Bahia e o entusiasmo dos criadores com o crescimento da raça em todo o Brasil

50 criadores levaram para a pista de julgamento da FENAGRO 309 animais. Em exposição foram mais de 400 animais da raça Gir Leiteiro. O ju-rado foi Fábio Miziara, de Brasília. Fo-ram três dias de julgamento sob a co-ordenação do Núcleo de Criadores de Gir da Bahia e da Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL). Segundo Edvaldo Brito, presi-dente do Núcleo de Criadores de Gir da Bahia, “a FENAGRO deste ano foi o resultado do entusiasmo que a Bahia vive com a raça Gir e nosso objetivo para 2011 é manter esse clima de har-monia e confiança entre os criadores, realizar grandes exposições pelo Esta-do e novamente fechar o ano na FE-NAGRO 2011 com novos recordes”.G

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Girbrasil publica o resultado geral do torneio leiteiro e do julga-mento em pista. Gabriel Donato de Andrade, da Fazenda Calciolândia, em Arcos (MG), venceu o torneio leiteiro com Sapiência TE Cal, cuja produção média na FENAGRO foi de 44,587 qui-los de leite. Sapiência é filha Radar dos Poções na vaca Juliana Cal – 11.195 kg. Geraldo Vaz, da fazenda Belo Horizonte, em Amargosa (BA), ficou com o título de Reservada Grande Campeã do torneio leiteiro com Insis-tência TE BJAS, que produziu a média de 37,487 quilos de leite. Insistência foi Campeã Fêmea Jovem do torneio leiteiro e da pista, Grande Campeã da FENAGRO e conquistou, também, a marca de segunda melhor produção nacional na categoria Fêmea Jovem.

Disputa A briga na FENAGRO ficou entre as fazendas Belo Horizonte e Calciolândia. Geraldo Vaz, da fa-zenda Belo Horizonte, fez a Grande Campeã em pista, o Reservado Gran-de Campeão com o touro Destaque FIV e a Reservada Campeã do torneio leiteiro. A fazenda Calciolândia fez a Grande Campeã do torneio leiteiro, a Reservada Campeã de pista, o Gran-de Campeão da raça e foi o melhor criador da exposição. Para Jordane José da Silva, gerente geral de Calciolândia, presen-te na FENAGRO, “essa disputa com o Geraldo Vaz é salutar e reflete bem o estágio do Gir Leiteiro na Bahia. Além disso, Geraldo é um excelente criador e nosso parceiro no principal leilão de Gir do Estado, o Girbahia”, finaliza.

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Pontos Por Expositor

1. Jose Geraldo Vaz Almeida 8582. Gabriel Donato de Andrade 7053. Marília Furtado de Andrade 5504. Flavio Furtado de Andrade 3215. Cláudio Micucci Vaz Almeida 2796. Virgilio Vilefort Martins 2677. Maria Tereza Lemos Costa Calil 2558. Volmer Cerqueira dos Santos 2439. Perivaldo M. Vasconcelos 15710. Agroville - Agric E Empreend. Lt 15411. Demétrius Martins Mesquita 15212. Geraldo de Carvalho Borges 13713. Rafael Oliveira Osório 11214. Ângelo Lucciola Neto 10515. Morena Agropecuária Ltda 9016. Edvaldo Brito Filho 8917. Paulo Ricardo Maximiano 8818. Jose Coelho Vitor 8019. Paulo Eduardo Guimarães Freitas 7720. Jaymilton Gusmão Cunha Filho 7621. Rubem Sérgio Santos de Oliveira 7322. Antônio Gomes Lemos 6123. Patrícia Vieira Bossi Leite 6024. Francisco Peltier Queiroz Filho 6025. Estância Villa Verde 5726. Paulo Roberto Andrade Cunha 5627. Laise de Assis Soares 5228. José Luiz de Oliveira Simões 4829. José Vicente Machado Pedreira 4630. Evilásio Bastos Chaves 3331. José Orlando Bordin 3032. Contabrás Agropec. Ltda. 2833. Luiz Tarquínio Duarte Pontes 2834. Elza Silva Pereira 2435. Rodrigo Lauar Lignani 2436. Adriano Tenório Diniz Gonçalves 2237. Valmir Alves Marinho 1638. Renato Almeida Souza 1239. Augusto Alberto da Silva Andrade 1240. Luciano Ribeiro 1241. Raimundo Silva Feitosa 642. Maria Franco Rodrigues 543. Idálio Santos Menezes 544. José Nunes Filho 545. Lourenço Nascimento Neto 4

Pontos Por Criador

1. Gabriel Donato de Andrade 17582. Jose Geraldo Vaz Almeida 8233. Agroville - Agric e Empreend. Lt 4214. Bom Jardim da Serra Agropec.Lt 3305. Fazenda Brasília Agropecuária 1816. Maria Tereza Lemos Costa Calil 1777. Ângelo Lucciola Neto 1338. Demétrius Martins Mesquita 1329. José Coelho Vitor 11410. Rafael Oliveira Osório 11111. Volmer Cerqueira dos Santos 10712. Morena Agropecuária Ltda 10513. Edvaldo Brito Filho 8814. Paulo Eduardo Guimarães Freitas 8415. Onofre Eutáquio Ribeiro 7916. Geraldo de Carvalho Borges 7717. Jaymilton Gusmão Cunha Filho 7118. Patrícia Vieira Bossi Leite 6519. EAO Empreend. Agrop. E Obras S/A 6420. Antônio Gomes Lemos 6121. Evilásio Bastos Chaves 4922. Francisco Peltier Queiroz Filho 4823. Rubem Sergio Santos de Oliveira 4724. Marcus Silveira de Moraes 4525. Emp. Pesq. Agropec. De Mg - Epam 4126. Estância Villa Verde 3727. Paulo Roberto Andrade Cunha 3228. Jose Vicente Machado Pedreira 2829. Luiz Tarquínio Duarte Pontes 2830. Eduardo Jorge Milagre 2431. Felipe Alves Gomes 2432. Jose Maria de Souza 2433. Jose de Castro Rodrigues Netto 2434. Joaquim Domingos Roriz 2335. Rodrigo Lauar Lignani 1936. Agrobilara Com. E Part. Ltda 1637. Rodrigo Simonato Soares 1638. Dalila Galdeano Lopes 1039. Raimundo Silva Feitosa 640. Adriano Tenório Diniz Gonçalves 641. Agropastoril dos Poções P. Ltda 642. Eduardo Falcão de Carvalho 543. Leo Machado Ferreira 544. Jose Nunes Filho 545. Luciano Ribeiro 5

46. Sílvio Queiroz Pinheiro 447. Lourenço Nascimento Neto 448. Lutz Viana Rodrigues 449. Luciano dos Santos Ribeiro 450. João Eduardo Alvim Freitas 251. Maria Franco Rodrigues 152. Elza Silva Pereira 1

Grande Campeonato de FêmeasGrande Campeã: Insistência TE BJAS(Teatro da Silvânia X Coraça – 16.108 kg)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Bom Jardim da Serra Agropecuária

Reservada Grande Campeã: Abrasiva Cal(Meteoro de Brasília x Perfumada da Cal - 5.969 kg)Expositor: Gabriel Donato de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Grande Campeonato de MachosGrande Campeão: Apollo Cal(Bem Feitor Cal X Lenda TE Cal – 8.005 Kg)Expositor: Gabriel Donato de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Reservada Grande Campeão: Destaque FIV da JGVA(Modelo de Brasília X Cafona TE F. Mutum – 9.937 kg)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Jose Geraldo Vaz Almeida

Campeonato BezerraCampeã: Potira FIV Cabo Verde(Nobre TE da Cal X Samanta TE - 6.862 kg)Expositor: José Coelho VitorCriador: José Coelho Vitor

Reservado Campeã: Danda FIV Cal(Tabu da Cal X Quica da Cal – 7.588 kg )Expositor: Marilia Furtado de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Campeonato Novilha MenorCampeã: Blenda FIV da Jasdan(Radar dos Poções X Ótima TE – 3.654 kg)Expositor: Paulo Ricardo MaximianoCriador: Onofre Eutáquio Ribeiro

Reservado Campeã: Dipirona Villefort(Jaguar TE do Gavião X Colina XA)Expositor: Virgílio Villefort MartinsCriador: Virgílio Villefort Martins

Campeonato Novilha MaiorCampeã: Esmeralda FIV JGVA(Teatro da Silvânia X Athena FIV Morena – 10.761 kg)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Jose Geraldo Vaz Almeida

Reservado Campeã: Canela FIV(Bem Feitor Cal X Abadia – 5.717 kg)Expositor: Paulo Eduardo Guimarães FreitasCriador: Paulo Eduardo Guimarães FreitasMelhor NovilhaCampeã: Esmeralda FIV JGVA(Teatro da Silvânia X Athena FIV Morena – 10.761 kg)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Jose Geraldo Vaz Almeida

Reservada Campeã: Canela FIV(Bem Feitor Cal X Abadia – 5.717 kg)Expositor: Paulo Eduardo Guimarães FreitasCriador: Paulo Eduardo Guimarães Freitas

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Campeonato Fêmea JovemCampeã: Insistência Te BJAS(Teatro da Silvânia X Coraça – 16.108 kg)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Bom Jardim da Serra Agropecuária

Reservada Campeã: Dama FIV JGVA(Teatro da Silvania X Betting da Esteio – 4.043 kg)Expositor: José Geraldo Vaz AlmeidaCriador: José Geraldo Vaz Almeida

Campeonato Vaca AdultaCampeã: Sinta BF TE Cal – 5.580 kg(Bem Feitor Raposo Cal X Prateada TE Cal – 9.489 kg)Expositor: Flávio Furtado De AndradeCriador: Gabriel Donato De Andrade

Reservada Campeã: Bahaina FIV JGVA – 5.720 kg(CA Everest X Paloma TE Cal – 3.973 kg)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Jose Geraldo Vaz Almeida

Campeonato Vaca SêniorCampeã: Rilva Te Cal – 7.159 kg(Caju de Brasília X Iene Elator Cal – 8.005 kg)Expositor: Marilia Furtado De AndradeCriador: Gabriel Donato De Andrade

Reservada Campeã: Quica da Cal – 7.588 kg(Dalton Pati TE Cal X Lenda TE Cal – 8.005 Kg)Expositor: Gabriel Donato De AndradeCriador: Gabriel Donato De Andrade

Campeonato BezerroCampeão: Foguete FIV JGVA(Teatro da Silvânia X Cafona TE F. Mutum)Expositor: Cláudio Micucci Vaz AlmeidaCriador: Jose Geraldo Vaz Almeida

Reservado Campeão: Hailander FIV BONR(Modelo de Brasília X Safira FIV)Expositor: Rafael Oliveira OsórioCriador: Rafael Oliveira Osório

Campeonato Júnior MenorCampeão: Campestre Cal

(Protagonista TE Cal X Sandy TE Cal)Expositor: Gabriel Donato de AndradeCriador: Gabriel Donato de AndradeReservada Campeão: JAY Desejo(Modelo de Brasília X Begônia JAY)Expositor: Jaymilton Gusmão Cunha FilhoCriador: Jaymilton Gusmão Cunha Filho

Campeonato Junior MaiorCampeão: Nitro FIV Jacurutu(Radar dos Poções X Arara TE de Kubera)Expositor: Demetrius Martins MesquitaCriador: Demetrius Martins Mesquita

Reservado Campeão: Boost FIV Cal(Radar dos Poções X Nagy Cal)Expositor: Marilia Furtado de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Campeonato Macho JovemCampeão: Destaque FIV JGVA(Modelo de Brasília X Cafona TE F. Mutum)Expositor: José Geraldo Vaz AlmeidaCriador: José Geraldo Vaz Almeida

Reservado Campeão: Deputado do Marcão(CA Sansão X Camélia de Brasília)Expositor: Volmer Cerqueira Dos SantosCriador: Marcus Silveira de Moraes

Campeonato Touro JovemCampeão: Apollo Cal(Bem Feitor Raposo Cal X Leda TE Cal)Expositor: Gabriel Donato De AndradeCriador: Gabriel Donato De Andrade

Reservado Campeão: Adereço Cal(CA Everest X Prateada Cal)Expositor: Geraldo de Carvalho Borges

Campeonato Touro AdultoCampeão: Vazão TE Cal(Nobre TE Cal X Planta TE Cal)Expositor: Marilia Furtado de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Reservado Campeão: Único TE Cal(Modelo de Brasília X Nagy TE Cal)

Expositor: Gabriel Donato de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Melhor Úbere JovemCampeã: Insistência TE BJAS(Teatro da Silvânia X Coraça - 12.296 quilos de leite em 305 dias)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaCriador: Bom Jardim da Serra Agropecuária

Melhor Úbere AdultoCampeã: Bahaina FIV JGVA – 5.720 kg(CA Everest X Paloma TE Cal – 3.973 kg)Expositor: José Geraldo Vaz AlmeidaCriador: José Geraldo Vaz Almeida

Melhor Úbere SêniorCampeã: Rilva TE Cal – 7.159 kg(Caju de Brasília X Iene Relator Cal – 5.403 kg)Expositor: Marilia Furtado de AndradeCriador: Gabriel Donato de Andrade

Progênie de PaiCampeão: Nobre TE Cal(CA Everest X Senxém Raposo Cal - 11.751 Kg)Expositor: Marilia F. de AndradeComponentes do Conjunto:Unidade Cal Vedóia Cal Tonica Te Cal Vazão Te Cal

Reservada Campeão: Teatro da Silvânia(Espantoso X Nata da Silvânia)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaComponentes do Conjunto: Insistência Te BJAS Espoleta FIV JGVA Dama FIV JGVA Desejo da JGVA

Progênie De MãeCampeã: Cafona TE F. Mutum(CA Paladino X Raia 3R B. Monte)Expositor: Jose Geraldo Vaz AlmeidaComponentes Do Conjunto:Doçura FIV JGVA Destaque FIV JGVA

Reservada Campeã: Lenda TE Cal - 11.118 Kg de leite (ajustada)(CA Everest X Biriba da Cal - 6.062 Kg de leite)Expositor: Gabriel Donato de AndradeComponentes Do Conjunto:Quica da Cal Apollo Cal

Conjunto FamíliaCampeão: Quica da Cal(Dalton TE Pati Cal X Lenda TE Cal)Expositor: Gabriel Donato de AndradeComponentes do Conjunto:Quica da Cal Conta FIV Cal

Reservada Campeão: Subestação TE da Cal(Nobre Te Cal X Dana BV)Expositor: Gabriel Donato de AndradeComponentes do Conjunto:Subetação TE Cal Vibração Cal

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InteRural - Revista do Agronegócio |

- GRANDE CAMPEÃ DA RAÇA: EXPOCONQUISTA/2008 - EXPOFEIRA/2009

FAZENDA

SÃO SIMÃO

ADRIANO DINIZ(71) 9981-9212

[email protected]

JATI DE TAQUIPE HGS 152 4.765 kl leite em 309 dias

BEM FEITOR RAPOSO A7481 3195

GAIVOTA DE TAQUIPE HGS 27

EMPRESA DE BRAS. X4247 2796

S.C.OMEGA FAIZAO B 758 278

RAPOSO DA CAL A6783 2486

UMIDADE V1642 18

Mesma linhagem de VAIDOSO DA SILVÂNIA.

fazenda Sao simao

te�� a�fei�a� 21 de dezem��o de 2010 19�18�35

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caderno

InteRural - Revista do Agronegócio | Dezembro 2010 | Janeiro 2011

GIR

BR

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Vitória da Conquista 22 a 27/03/2010

Melhor criador e melhor expositor: José Geraldo Vaz Almeida

Resultado do Julgamento:Grande Campeã: Absoluta FIV MorenaExpositor: Augusto Andrade

Reservada Grande Campeã: Doçura FIV da JGVAExpositor: José Geraldo Vaz Almeida

Grande Campeão: Destaque FIV da JGVAExpositor: José Geraldo Vaz Almeida

Reservado Grande Campeão: General EBFExpositor: Edvaldo Brito Filho

Expobahia - 13 a 16/04/2010

Melhor Expositor e Melhor Criador: Augusto Andrade

Resultado do Julgamento:Grande Campeã: Safira da CalExpositor: Francisco Peltier Queiroz Filho

Reservada Grande Campeã: Atriz Sansao FIV BNExpositor: Augusto Andrade

Grande Campeão: General EBFExpositor: Edvaldo Brito Filho

Reservado Grande Campeão: Asterix FIV MorenaExpositor: Augusto Andrade

Resultado do Torneio LeiteiroGrande Campeã: DalilaProdução Média: 33,893 kgExpositor: Lourenço Nascimento

Reservada Grande Campeã: Cristalina de BrasíliaProdução média: 32,693 kgExpositor: Rubem Sergio Santos de Oliveira

Feira de Santana 05 a 11/09/2010

Melhor criador e melhor expositor: José Geraldo Vaz Almeida

Resultado do Julgamento:Grande Campeã: Camélia FIV JGVA Expositor: José Geraldo Vaz Almeida

Reservada Grande Campeã: Canela FIV JGVAExpositor: Jose Geraldo Vaz Almeida

Grande Campeão: Destaque FIV JGVAExpositor: Jose Geraldo Vaz Almeida

Reservado Grande Campeão: Eros FIV do RSSO Expositor: Rubem Sergio Santos de Oliveira

Resultado do torneio leiteiro:Grande campeã: Nefrita do GaviãoPeodução média: 37,080 kgExpositor: José Geraldo Vaz Almeida

Reservada Grande Campeã: Colônia de BrasíliaProdução média: 24,940 kgExpositor: Rubem Sérgio Santos de Oliveira

Expoagro - Salvador 08 a 13/08/2010

Melhor criador e melhor expositor: José Geraldo Vaz Almeida

Resultado do julgamento: Grande Campeã: Fanan San GiorgeExpositor: Ângelo Lucciola Neto

Reservada Grande Campeã: Safira da CalExpositor: Francisco Peltier Queiroz Filha

Grande Campeão: Generoso TE MAMJExpositor: Tropical Genética

Reservado Grande Campeão: Federal FIV MAMJExpositor: Tropical Genética

Resultado do Torneio Leiteiro:Grande Campeã: Vanguarda FIV JFRProdução média: 29,367 kgExpositor: José Geraldo Vaz Almeida

Reservada Grande Campeã: Flor de Lis FIV StarProdução média: 27,087 kg Expositor: Demetrius Mesquita

Alagoinhas - 21 a 25/09/2010

Melhor Expositor: Rubem Sergio Santos de OliveiraMelhor Criador: Augusto Andrade

Resultado do julgamento:Grande Campeã: Fanan San GiorgeExpositor: Ângelo Lucciola Neto

Reservada Grande Campeã: Cristalina de BrasíliaExpositor: Rubem Sergio Santos de Oliveira

Grande Campeão: Divino de Brasília Expositor: Joaquim Souto

Reservado Grande Campeão: Eros FIV do RSSOExpositor: Rubem Sergio Santos de Oliveira

Resultado do Torneio leiteiro:Grande Campeã: Colônia de BrasíliaProdução média: 28,293 kgExpositor: Rubem Sergio Santos de Oliveira

Reservada Grande Campeã: Cristalina de BrasíliaProdução média: 24,233 kgExpositor: Rubem Sergio Santos de Oliveira

Destaque FIV da JGVA

Veja aqui os principais resultados das exposições de gir leiteiro da Bahia em 2010

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GIR

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Gir Leiteiro conta com seis exposições ranqueadas na Bahia

Além de Salvador, Feira de Santa, Vitória da Conquista e Alagoinhas também se firmam como pólos de seleção da raça

Em 2010 o estado da Bahia homologou mais duas exposições de gir pela Abcgil – Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro, Expobahia (em Salvador) e Feira de Santana. Em 2011 a Bahia terá seis exposições ranque-adas. Segundo Edvaldo Brito Filho, presidente do Núcleo dos Criadores de Gir da Bahia, “essas exposições em todo

Veja a programação das exposições e os leilões da Bahia em 2011

Março:Vitória da Conquista (Ranqueada)Leilão Flor de LótusLeilão Conquista do GirPromoção: Jaymilton Gusmão Cunha Filho e Maria Rodrigues

Abril:JequiéLeilão BebyPromoção: Pytu e Americano

Expobahia – Salvador - (Ranqueada)Leilão Axé BahiaPromoção: JN Agropecuária

Leilão Leite FortePromoção: Edvaldo Brito – Davi Freitas e Chi-co Peltier

Julho:Senhor do BonfimLeilão Mistura Fina (misto)Promoção: Beatriz Lobo e Renato Almeida

Agosto:Expoagro – Salvador (Ranqueada)Leilão Gir ManiaLeilão Mais ManiaPromoção: Augusto Andrade

Setembro:Feira de Santana (Ranqueada)Leilão Gir LealPromoção: Luiz Leal

Leilão Balde da PrimaveraPromoção João Eduardo Alvim

Leilão Alagoinhas (misto)Promoção: Lourenço Neto – Rubem Sérgio – An-tônio Gonçalves Moreira – Maurício Tores e Mari-naldo Silva Rocha

Dezembro:Fenagro – Salvador (Ranqueada)Leilão GirbahiaPromoção: José Geraldo Vaz Almeida – Ângelo Lucciola Neto e Gabriel Andrade

Leilão Excelência BabyPromoção: JN Agropecuária

Leilão Pérolas BaianasPromoção: Núcleo dos Criadores de Gir da Bahia

Leilão EssênciaPromoção: JN Agropecuária

o Estado mostram que nosso crescimento não está cen-tralizado somente em Salvador, mas em todo o estado e isso é muito bom, pois a raça precisa crescer de forma geral, possuir criadores fortes e motivados em todas as regiões baianas”. Além das exposições, a Bahia promoverá 15 lei-lões da raça gir, em alguns mistos com girolando.

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Lcaderno

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GIR

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José Geraldo Vaz fatura a FENAGRO 2010

Criador baiano de Amargosa (BA), onde cria Gir leiteiro e Girolando, conquistou o título de grande cam-peã fêmea de Gir Leiteiro da maior exposição do nordeste

José Geraldo Vaz reconhe-cido pelos companheiros criadores como um criador dedicado e persis-tente. Geraldo Vaz, como é conheci-do em todo o Brasil, vive da ativida-de agropecuária em sua fazenda de nome Belo Horizonte, no município baiano de Amargosa, distante 240 qui-lômetros da capital Salvador. Este ano Geraldo e os dois fi-lhos, Cláudio e Marcelo, travaram um luta incansável para mostrar a efici-ência do seu trabalho na seleção de Gir Leiteiro. Levou para o parque de Exposições de Salvador 24 animais da raça, entre eles a fêmea jovem Insis-tência TE, filha de Sansão na Coraça.

A insistência de Geraldo Vaz surtiu efeito. Insistência TE obteve um resultado “maravilhoso no tor-neio leiteiro, sagrando-se a segunda melhor fêmea jovem do Brasil de produção em torneio leiteiro, com média de 37,487 quilos de leite”, destaca Geraldo.

Pista

Terminado torneio leiteiro, no dia seguinte, Insistência vai para a pista de julgamento, onde Fábio Mi-ziara, jurado oficial da ABCZ, julgava os animais da raça gir leiteiro. Para a felicidade de Geraldo Vaz, Insistência domina a pista e conquista o grande campeonato, “numa pista pesada, com animais de renome nacional”, in-forma Cláudio Vaz, filho de Geraldo. No dia seguinte, Insistência desfila em outra pista, agora dos re-mates no 3º Leilão Essência para ven-der uma prenhez. Geraldo conta que a organização do leilão pressionou para que ele disponibilizasse uma prenhez da grande Campeã, “não tive como falar não para os compa-nheiros do gir leiteiro”.

Resultados

Geraldo Vaz foi o melhor

expositor da Fenagro 2010 com 858 pontos e o segundo melhor criador com 823 pontos. “Ficamos atrás de Gabriel Andrade, que para nós é uma honra, graças à importância e ao tempo de seleção da fazenda Calcio-lândia”, explica Geraldo.

“Estou muito contente como resultado obtido na Fenagro. Isso é o resultado de um trabalho que come-çou em 2005. Fazemos um

trabalho sério, compro-metido com a evolução do

Gir leiteiro. Procuramos empregar uma genética

de ponta”.

De acordo com o pecuaris-ta, o sucesso também é resultado da determinação e da colaboração dos três filhos que trabalham com ela

Equipe da Fazenda Belo Horizonte comemorando o grande campeonato para Insistência na Fenagro 2010

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109InteRural - Revista do Agronegócio | Dezembro 2010 | Janeiro 2011

na propriedade. O trabalho voltado para a criação do Gir leiteiro, que completa quase seis anos, já rendeu ao criador títulos importante fora da Bahia, como por exemplo, o grande campeonato de progênie de mãe da Expozebu 2010. A produção de leite na fazenda Belo Horizonte, no plan-tel de Gir, registra uma média de 24 quilos de leite. Apesar da modéstia, Geraldo Magela é o principal criador de gir leiteiro da Bahia e está na “prate-leira de cima” do criatório nacional. Além das premiações na Bahia e nas grandes exposições nacionais, Ge-raldo também já possui um touro da raça em teste de progênie e em cen-tral de venda de sêmen. Trata-se de Destaque FIV JGVA, filho de Modelo

TE de Brasília na Cafona TE F. Mutum, cuja lactação oficial é de 8.471 quilos de leite, touro que tem uma longa fi-cha de títulos: Campeão Bezerro em Alagoinhas (BA), Feileite e Fenagro 2008 e Grande Campeão Exporural e Fenagro 2009. Sua mãe, Cafona, foi Bi Grande Campeã Fenagro 2005/2006 e Bi Grande Campeã Progênie de Mãe 2008/2009, Campeã Progênie de Mãe - Expozebu 2010, Bi Grande Campeã Fenagro 2005/2006 e Bi Grande Cam-peã Progênie de Mãe 2008/2009. Des-taque foi Reservado Campeão Macho Jovem ExpoZebu 2010.

Desempenho

A performance leiteira do rebanho gir de Geraldo Vaz pode ser

eventos à participação de investido-res de várias regiões”, finalizou.

Veja os principais prêmios de Geraldo Vaz na Fenagro 2010:

Grande Campeã: Insistência TE - Reservada Grande Campeão: Destaque FIV da JGVA

Campeã E Melhor Novilha: Esmeral-da FIV JGVA

Campeã Fêmea Jovem: Insistência TE

Reservada Campeã Fêmea Jovem: Dama FIV JGVA

Reservada Campeã Vaca Adulta: Bahaina FIV JGVA

Campeão Bezerro: Foguete Fiv JGVA

Campeão Macho Jovem: Destaque FIV da JGVA

Melhor Úbere Adulto: Bahaina FIV Jgva

Reservado Campeão Progênie de Pai: Teatro da Silvânia

Campeã Progênie de Mãe: Cafona TE F. Mutum

Cafona TE F. Mutum, 8.471 kg, filha de CA Paladino na Raia 3R B. MONTE

Cláudio, Geraldo Vaz, Davi (Boi), Marcelo e Rubens Vaz Sampaio Neto

avaliado nos resultados dos torneios leiteiros. Disputou quatro e ganhou três: Vitória da Conquista (BA) 2010, Feira de Santana (BA) 2010 e Expo-agro em Salvador (BA) 2010. Na Fe-nagro foi reservado grande campeão. Geraldo fecha o ano de 2010 como o terceiro melhor expositor do ranking nacional do gir leiteiro com apenas duas participações em exposições ranqueadas.

Promotor

Além de preparar e acompa-nhar seus animais na pista e no tor-neio leiteiro, Geraldo ainda arruma tempo para promover um grande leilão de Gir leiteiro, o Girbahia, que este ano realizou a 7º edição do evento, juntamente com os criadores Ângelo Lucciola, da Bahia, e Gabriel Andrade, de Minas.

O girista baiano José Geral-do Vaz, foi um dos promotores do 7º Girbahia, disse que a Bahia “está de parabéns em fazer uma exposição de alta qualidade de Gir Leiteiro e isso só foi possível graças ao esforço de todos os criadores, dos promotores de leilões, que souberam abrir seus

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Em 2010 José Geraldo Vaz Almeida disputou quatro torneios leiteiros e ganhou três: Vitória da Conquista (BA), Feira de Santana (BA) e Expoagro em Salvador (BA).

Na Fenagro foi reservado grande campeão.

Fazenda Belo Horizonte

Insistência TE(Teatro da Silvânia X Coraça – 16.108 kg)Grande Campeã da Fenagro 2010Reservada Grande Campeã do Torneio Leiteiro da Fenagro 2010

especialista em produzir campeões e campeãs

Canela Fiv JGVA(Teatro da Silvânia X Cafona TE Mutum)Reservada Grande Campeã de pista de Feira de Santana 2010Reservada Campeã Vaca Jovem do torneio leiteiro de Feira de Santana 2010Campeã Progênie de Mãe de Feira de Santana 2010Recordista de preço em leilão da Bahia durante o 7º Leilão Girbahia, na Fenagro 2010,em que 50% foi vendido por R$ 100 mil.

Destaque FIV JGVA(Modelo TE de Brasília x Cafona TE F. Mutum - 8.471 Kg)

Campeão Bezerro em Alagoinhas (BA), Feileite e Fenagro 2008Grande Campeão Exporural e Fenagro 2009

Campeão Macho Jovem ExpoZebu 2010.

Cafona TE Mutum - 9.937 kg

(CA Paladino X Raia 3R B. Monte)Bi Grande Campeã Fenagro 2005/2006

Bi Grande Campeã Progênie de Mãe 2008/2009Campeã Progênie de Mãe - Expozebu 2010

Bi Grande Campeã Fenagro 2005/2006Bi Grande Campeã Progênie de Mãe 2008/2009

Campeã Progênie de Mãe Fenagro 2010

Camelia FIV JGVA -Grande Campeã da Raça Expofeira

Grande Campeã: Insistência TE

Reservada Grande Campeão: Destaque FIV da JGVA

Campeã E Melhor Novilha: Esmeralda FIV JGVA

Campeã Fêmea Jovem: Insistência TE

Reservada Campeã Fêmea Jovem: Dama FIV JGVA

Reservada Campeã Vaca Adulta: Bahaina FIV JGVA

Veja os principais prêmios de Geraldo Vaz na Fenagro 2010:

J. G. V. A

GE I RO D LEN

IA TL E

O IRRI O

G

A nata do leite

José Geraldo Vaz AlmeidaFazenda Belo Horizonte

Amargosa (BA)(75) 9981-8877

[email protected]

Campeão Bezerro: Foguete Fiv JGVA

Campeão Macho Jovem: Destaque FIV da JGVA

Melhor Úbere Adulto: Bahaina FIV Jgva

Reservado Campeão Progênie de Pai: Teatro da Silvânia

Campeã Progênie de Mãe: Cafona TE F. Mutum

geraldo vaz alta

ter� a-feira, 28 de dezembro de 2010 10:58:55

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Em 2010 José Geraldo Vaz Almeida disputou quatro torneios leiteiros e ganhou três: Vitória da Conquista (BA), Feira de Santana (BA) e Expoagro em Salvador (BA).

Na Fenagro foi reservado grande campeão.

Fazenda Belo Horizonte

Insistência TE(Teatro da Silvânia X Coraça – 16.108 kg)Grande Campeã da Fenagro 2010Reservada Grande Campeã do Torneio Leiteiro da Fenagro 2010

especialista em produzir campeões e campeãs

Canela Fiv JGVA(Teatro da Silvânia X Cafona TE Mutum)Reservada Grande Campeã de pista de Feira de Santana 2010Reservada Campeã Vaca Jovem do torneio leiteiro de Feira de Santana 2010Campeã Progênie de Mãe de Feira de Santana 2010Recordista de preço em leilão da Bahia durante o 7º Leilão Girbahia, na Fenagro 2010,em que 50% foi vendido por R$ 100 mil.

Destaque FIV JGVA(Modelo TE de Brasília x Cafona TE F. Mutum - 8.471 Kg)

Campeão Bezerro em Alagoinhas (BA), Feileite e Fenagro 2008Grande Campeão Exporural e Fenagro 2009

Campeão Macho Jovem ExpoZebu 2010.

Cafona TE Mutum - 9.937 kg

(CA Paladino X Raia 3R B. Monte)Bi Grande Campeã Fenagro 2005/2006

Bi Grande Campeã Progênie de Mãe 2008/2009Campeã Progênie de Mãe - Expozebu 2010

Bi Grande Campeã Fenagro 2005/2006Bi Grande Campeã Progênie de Mãe 2008/2009

Campeã Progênie de Mãe Fenagro 2010

Camelia FIV JGVA -Grande Campeã da Raça Expofeira

Grande Campeã: Insistência TE

Reservada Grande Campeão: Destaque FIV da JGVA

Campeã E Melhor Novilha: Esmeralda FIV JGVA

Campeã Fêmea Jovem: Insistência TE

Reservada Campeã Fêmea Jovem: Dama FIV JGVA

Reservada Campeã Vaca Adulta: Bahaina FIV JGVA

Veja os principais prêmios de Geraldo Vaz na Fenagro 2010:

J. G. V. A

GE I RO D LEN

IA TL E

O IRRI O

G

A nata do leite

José Geraldo Vaz AlmeidaFazenda Belo Horizonte

Amargosa (BA)(75) 9981-8877

[email protected]

Campeão Bezerro: Foguete Fiv JGVA

Campeão Macho Jovem: Destaque FIV da JGVA

Melhor Úbere Adulto: Bahaina FIV Jgva

Reservado Campeão Progênie de Pai: Teatro da Silvânia

Campeã Progênie de Mãe: Cafona TE F. Mutum

geraldo vaz alta

ter� a-feira, 28 de dezembro de 2010 10:58:55

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Pytu e Americano

Pytu e Americano, a dupla baiana no Gir Leiteiro

Dispostos a selecionar gir de alta qualidade no interior da Bahia, os dois investiram em genética de alta qualidade b

Perivaldo Machado de Vas-concelos e Gilberto Francisco Ramos são duas pessoas bastante conhecidas no meio do Gir Leiteiro nacional, mas só que com outros nomes. Perivaldo é o Pytu, e Gilberto é o Americano. A dupla Baiana Pytu e Ame-ricano foi responsável por grandes compras nos leilões e seus nomes fi-caram comuns na boca dos leiloeiros. Os dois juntos, separados, ou em par-ceria com outros criadores, lideraram o ranking de maiores investidores da raça Gir Leiteiro de 2010. Compra-ram somente animais e prenhezes de alto valor agregado. Entraram adqui-rindo somente a elite do Gir Leiteiro. Pytu, dono da Pytu Agropecu-ária em Ibicuí, distante 460 quilôme-tros de Salvador, na região de Vitória da Conquista, no interior da Bahia, é um produtor de leite, criador de cava-los Mangalarga Marchador, Paint Horse e Quarto de milha e Gir Leiteiro. Americano divide sua criação em duas propriedades nos municípios de Planalto e Vitória da Conquista. Na fazenda Gama, ele produz, em média, 2.000 mil litros por dia e sele-ciona Gir Leiteiro. Na Fazenda Gama

1, em Planalto, ficam as receptoras para os programas de FIV do Gir e Girolando. Americano tem fortes vín-culos com a pecuária, pois além das fazendas e da produção de leite, ele é proprietário da Pró-leite, uma loja de produtos veterinários, principal-mente rações e medicamentos.

Agroindústria

Pytu, a exemplo de Ameri-cano, também é um empresário da agroindústria baiana na cidade de Jequié, cidade que por pouco não foi capital da Bahia nos idos de 1911, dis-tante 370 quilômetros de Salvador. Pytu e Americano têm hoje na Bahia animais da elite do Gir Lei-teiro nacional, como Palestra FIV Palma (Sansão X Profana de Brasília), lactação oficial de 7.103 quilos de leite em 305 dias (Aberta), na pri-meira lactação. Os baianos compraram tam-bém 50% de Firma de Brasília (Turi-ba de Brasília X Modelo de Brasília). Turiba tem lactação oficial de 13.875 quilos de leite. Pytu tem uma filha de Firma com Vaidoso, cujo nome

é Firma de Pytu. Além de Profana e Turiba, Pytu e Americano possuem também produtos de Nação da Cal, Prateada Cal, Sapiência Cal, Cafona TE Mutum, Regelada Cal, Nagy Cal, Surpresa de Brasília, Soja de Brasília, Ameixa TE Kubera, Comenda da Sil-vânia e animais de linhagens Poções. Outra grande aquisição de Pytu e Paulo Maximiano, de Minas Gerais, foi a vaca Madre de Badajós, doadora de 10.129 quilos de leite em 417 dias. Madre da Badajós é filha de Numeral 3R de Uberaba com Afinal da Badajós, cuja lactação atingiu 11.520 quilos de leite em 365 dias. Recente-mente, Pity adquiriu Taipa Nobre Cal (Nobre TE Cal X Prateada Cal).

Estratégia

Segundo os novos criadores de Gir Leiteiro da Bahia, “a inten-ção é fazer melhoramento genético a partir de exemplares das melhores famílias do Gir brasileiro, por isso partimos para a aquisição do que tem de melhora do Gir Leiteiro do Brasil para montar uma base na Bahia, es-

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Americano, Jordane José da Silva (da Calciolândia) e Gilbertinho (filho de Americano)

Pai, filho e neto. Pytu, Luan e Luan Filho, todos apaixonados pelo gir

tado cuja pecuária está crescendo e pertence a uma região ideal para o Gir Leiteiro”, ressalta Pytu. Os dois são muito unidos, “mas vamos manter nossa seleção separada, cada um fazendo o que achar melhor, porém manteremos algumas parcerias em diversos animais”, diz Americano. Eles também fazem parcerias com outros criadores da Bahia e de outros Estados. Para Pytu, “nosso foco é pro-duzir coisa boa e trabalhar com pes-soas sérias, honestas e amantes do Gir Leiteiro, como nós somos”. Como são produtores de leite há alguns anos, os dois conhecem muito bem

o dia a dia de uma fazenda, prin-cipalmente de fazendas na Bahia, onde as condições de alimentação do gado ainda não são as ideais. Pytu, por exemplo, mantém em sua fazen-da um pivô central para irrigação de pastagens para o seu gado.

Crescimento do Gir

Para colaborar com a execu-ção desse projeto de seleção de Gir Leiteiro, Pytu e Americano contam com o apoio dos filhos. Luan, filho de Pytu, e Gilbertinho, filho de America-

no. “Os dois garotos também gostam do Gir, gostam da fazenda e são nos-so braço direito, um reforço para que possamos fazer tudo bem feito e colher os resultados”, garante Americano. Nessa perspectiva de cres-cimento da raça, principalmente na Bahia, os dois amigos são claros, “estamos nessa para colaborar com o crescimento da raça na Bahia e vamos participar de tudo junto com os outros criadores, pois a Bahia é o passaporte do Gir para toda a re-gião do nordeste e queremos disputar esse mercado com o resto do Brasil”, finaliza.

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Transmissão ao vivo - Leilão Baby Gir

InteRural e Girbrasil fazem transmissões ao vivo da FENAGRO

Uma das grandes novidades da 23º FENAGRO foi a transmissão ao vivo pela Internet dos leilões da Agropecuária JN. Foram dois remates transmitidos dentro site da InteRu-ral - Empresa do Agronegócio. “Para nós da JN foi uma ideia sensacional. Foi uma experiência que nos trouxe um excelente resultado. Recebemos ligações de várias partes do país de pessoas que puderam ver a qualidade de nossos animais. Sem essa ferra-menta, isso seria quase impossível”, destaca o criador José Nunes.

“O Gir Leiteiro, com sua beleza, docilidade e rusti-cidade, está consolidado nos currais de norte a sul do país. É uma realidade principalmente no nor-

deste, quando temos que produzir em condições, muitas das vezes, nada

favoráveis. Nós da JN co-meçamos na pecuária há

15 anos criando Nelore de corte, caprinos e ovinos. Em seguida, resolvemos

ingressar na cadeia produ-tiva do gado leiteiro, com o Girolando. Há seis anos, a JN Agropecuária tem se dedicado intensamente ao Gir Leiteiro em nosso centro de excelência, que é a Fazenda Katyavala, em

Candeias (BA)”, comenta Izamar Dantas, da JN.

Outro remate que teve a transmissão no site da InteRural foi o LEILÃO OURO BAHIA, dos criadores de Nelore e Gir Leiteiro, Wilson Marques e Antônio Cesário, apresentando o melhor do Nelore da FENAGRO. Com a coordenação técnica de Clécio Duarte, a transmissão, mais

uma vez, foi sucesso. “Levamos para Salvador equipamentos de alta re-solução, que são muito importantes nesse tipo de cobertura, pois quem está em casa, acessando a grande rede, quer assistir a uma imagem de qualidade”, comenta Clécio. De acordo com Clécio Duarte, outro fa-tor importante foi a transmissão em tempo real, sem o chamado delay (atraso). E, para proporcionar mais qualidade à transmissão, a InteRural contou com a participação do em-presário e jornalista Rosimar Silva, que, de forma dinâmica, fez várias entradas, entrevistando criadores, participantes e autoridades. As en-trevistas ao vivo enriquecem a trans-missão, oferecendo a quem assiste mais conteúdo de informação. Outro fator importante é que Rosimar Silva é profundo conhecedor da pecuária brasileira. Além de conhecer com de-talhes as raças, ele é o responsável

Foram três leilões, um de Nelore e dois de Gir Leiteiro, transmitidos ao vivo pela Internet, com a participação do Jornalista Rosimar Silva

pelo Portal Girbrasil na Internet. Mario Knichalla Neto, diretor da InteRural, disse que foi motivo de muito orgulho receber a confiança da agropecuária para realizar a trans-missão dos leilões dentro de uma das mais importantes feiras agropecuá-rias do país. Mario Knichalla informa que a parceria entre InteRural e Girbrasil para a publicação do caderno Espe-cial de Gir na Revista “será esten-dida também para as coberturas de eventos e leilões pela internet”. Em breve, a equipe de InteRural, junta-mente com Rosimar Silva, estará em todos os eventos da raça, fazendo cobertura para veiculação diária no portal Girbrasil e no site da revista InteRural. Para Rosimar Silva, “será uma otimização dos esforços das duas equipes para prestar um gran-de serviço de comunicação à raça Gir em todo o Brasil”, finalizou.

Rosimar silva é um dos maiores divulgadores da raça gir no Brasil

Transmissão ao vivo - Leilão Ouro Bahia

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Discoteca RSSO-filhaBalsa Alto Estiva-filha Azaléia Kubera-irmã paterna

C.A.SansãoPTA Leite = 583,9 Kg

(Embrapa/ABCGIL)

880,8 Kg (ABCZ/Unesp)

Exilada10.242 Kg

C.A.EverestPTA Leite = 284,6 Kg

(Embrapa/ABCGIL)

703,0 Kg (ABCZ/Unesp)

Impressor de Bras.PTA Leite = 122,3 Kg

(Embrapa/ABCGIL)

418,7 Kg (ABCZ/Unesp)

C.A.Heureca383d - 11.450 Kg

Animada10.242 Kg

C.A.Preludio

C.A.Macedonia4.271 Kg

C.A.Malva2.819 Kg

Farroupilha de Brasília13.131 Kg

S.C.Impala Faisão

Botânica F.B.Canuana

Udo de Brasília463,3 Kg (ABCZ/Unesp)

Cadarso114,4 Kg (Embrapa/ABCGIL)

411,3 Kg (ABCZ/Unesp)

Astro da Morada dos Ventos

Registro:

Nascimento:

Criador: Rubem Sérgio Santos de Oliveira

RSSO 6 . 17.01.2005

Peso: 968 Kg

Código: 11GL051

�5 touros provados e 2 recordistas de produção em seu pedigree;

�Pai é líder do Sumário Embrapa/ABCGIL e ABCZ/UNESP;

�Sansão e Impressor em um só pedigree;

�Premiações em pista:

Grande Campeão – Expofeira/BA e Reserv. Grande – Fenagro/BA – 2006

Grande Campeão – Fenagro/BA - 2008

Reserv. Campeão Touro Adulto – Expozebu - 2009

Grande Campeão – Expofeira/BA – 2009

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caderno

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Restrição à aquisição de terras porempresas controladas por estrangeiros

A aquisição de imóvel rural por estrangeiros residentes no país ou pessoa jurídica estrangeira autorizada a fun-

cionar no Brasil é regulada pela Lei 5.709/71, editada na época militar com vistas à proteção da soberania nacional. O cenário era muito diverso do atual e a soberânia era invocada sob a ótica da segurança nacional do território, sem considerar as verten-tes econômica e social. A lei do início da década de 70, já desgastada, não veda a aquisi-ção de terras, mas impõe, antes da compra do imóvel, a autorização do INCRA, bem como determina aos car-tórios de registro de imóveis a manu-tenção de cadastros dessas aquisições, alimentando o governo com tais infor-mações, entre outras disposições. Com a edição da ConstituiçãoFederal de 1988 discutiu-se a aplica-ção das restrições da lei às empresasbrasileiras com capital estrangeiro, especialmente para as constituídas para o agronegócio. A pedido do Mi-nistério da Agricultura, a AGU, em 1998, emitiu parecer sustentando que empresas constituídas no país sob o regime das leis brasileiras com capital estrangeiro não eram consi-deradas pessoa jurídica estrangeira, e manifestou posicionamento favo-rável à aquisição de terras, sem res-trição, por empresas controladas por estrangeiros. Tal posicionamento vigorou por 12 anos e possibilitou a aquisiçãofundiária por fundos de investimen-tos e empresas estrangeiras que

integravam o capital de empresas brasileiras, independentemente da-participação acionária. Dados do IN-CRA e do Banco Central evidenciaram o expressivo volume investido em terras brasileiras por estrangeiros, isso sem consideraras aquisições por empresas com capital estrangeiro. Essas aquisições elevam o preço das terras produtivas e dificultam a in-serção de pequenos e médios produ-tores brasileiros. Tais vulnerabilidades leva-ram o Governo Federal a aprovar, emagosto de 2010, o parecer da AGU com nova interpretação da Lei 5.709/71, restabelecendo as restrições para a ompra de terras por empresas brasi-leiras com controle estrangeiro. Entre as restrições, desta-cam- se: limites máximos de área rural por município para a aquisição fundiária; prévia aprovação e con-trole pelo INCRA; cadastro das aqui-sições pelos cartórios de registro de imóveis e o envio trimestral, pelos cartórios, dos dados obtidos à Corre-gedoria da Justiça dos Estados a queestiverem subordinados e ao Ministé-rio da Agricultura. Ademais, as pessoas jurídicascontroladas por estrangeiros só pode-rão adquirir imóveis rurais destinados à implantação de projetos agrícolas, pecuários, industriais ou de coloniza-ção vinculados aos seus objetos so-ciais. O Consultor da AGU justificou o parecer afirmando que “trata-se denova interpretação que vai tornar ossível o conhecimento, controle e fiscalização sobre a movimentação

de compra de terras por estrangeiros, possibilitando que sejam estendidas às empresas brasileiras controladas por estrangeiros, as limitações quanto ao tamanho das terras compradas”. Sustentou ainda que a “revi-são visa assegurar a soberania nacio-nal em área estratégica da economia nacionale o desenvolvimento nacio-nal”. Diante da importância do agro-negócio brasileiro, do crescimento da produção agrícola e da valorização das commodities, do desenvolvimento do biocombustível como alternativa aos combustíveis fósseis, da crise mundial dos alimentos e da abundância de ter-ras férteis no Brasil, dúvidas não há que o fator econômico foi preponde-rante para revigorar a restrição. Mas a legalidade da medida é questionável vez que, com a revogação do art. 171 da Constituição Federal, tornou- se irrelevante o controle de capital, na-cional ou estrangeiro, para a configu-ração legal da empresa brasileira. Convém que seja invocada a soberania nacional sobre áreas estraté-gicas da economia, mas outras medidas de apoio são essenciais para dar segu-rança jurídica e efetividade à proteção pretendida. O Governo sinaliza com propostas para a mudança da ultrapas-sada Lei 5.709/71 no Congresso e o au-mento das restrições, mas, para tanto, são fundamentais a reforma e o apare-lhamento técnico e funcional do INCRA para o mapeamento fundiário seguro do agronegócio, permitindo a efetiva pro-teção dos interesses nacionais.________(Para maiores informações, contate Fial-dini Advogados - www.fialdiniadv.com.br)

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Espaço GourmetLeitoa no Tacho

No dia 05 de dezembro, o parque de exposições de Uberlândia teve uma manhã movimentada com o encer-

ramento das atividades da Associação de cavaleiros do CAMARU. Na opor-tunidade, foram realizadas provas de team Penning e de 03 tambores. A as-sociação tem atualmente 170 filiados titulares. De acordo com o Presiden-te ACC Reginaldo da Silva Ferreira, 2010 foi um ano muito bom, uma vez que vários filiados tiveram oportuni-dades de participar de campeonatos regionais das modalidades. Em 2011, o calendário começa dia 29 de janei-ro com a abertura “Copa Associados e Amigos”. Após a solenidade de encerramento, aconteceu o almoço de confraterni-zação, no qual foi realizado o Espaço Gourmet, com uma “leitoa no Ta-cho”, preparada pela senhora Marle-ne Mendes, que administra a Cantina do galope, a qual funciona no parque do CAMARU. O resultado você é ca-paz de imaginar. Veja como a Dona Marlene preparou o prato do dia.

Leitoa no Tacho 1,5 quilo de leitoa cortada em pedaços 03 dentes de alho picados 01 cebola picada 1/2 cebolinha picada 1/2 litro de óleo 01 litro de água sal e pimenta do reino a gosto

Em um tacho, coloque o óleo, a leitoa e todos os temperos. Refogue a carne até dourar. Enquanto a leitoa fica no tacho, você começa o

preparo de um “tutu”, para servir junto com o prato principal.

Para fazer o “tutu”, você precisa de:- 500g de feijão cozido (carioca)

- 200g de calabresa - 1 xícara de cheiro verde

- 3 colheres de sopa de cachaça- 3 colheres de sopa de óleo

- 1 caldo de carne- 1/2 xícara de farinha de mandioca

- tempero a gosto- 2 xícaras de água

- 1 cebola

Coloque uma panela no fogo com o óleo, a cebola, o alho e a calabresa.

Coloque o feijão, o caldo de carne e água no liquidificador. Acrescente a mistura na mesma panela em que fritou a calabresa. Refo-gue o feijão e acrescente a cachaça e os temperos. Deixe por 2 minutos,

acrescente a farinha de mandioca e mexa bem para não grudar.

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Fogão de Minas

Empresário acredita que sucesso está aliado ao trabalho de equipe e projetanovidades em nova fase do restaurante Fogão de Minas, que completa 15 anos,

oferecendo o que há de melhor da culinária mineira.

Fogão de Minas completa 15 anos oferecendo o que há de melhor na culinária mineira

Quem não conhece Uber-lândia em detalhes jamais imagina que a cidade os-tenta um dos melhores

restaurantes. Instalado em um ponto estratégico, fora da badalada Aveni-da Rondon Pacheco, onde atualmen-te está a maioria dos bares e restau-rantes, e afastado do hipercentro, o Fogão de Minas é especializado na culinária mineira. Antes de falar das coisas boas que são oferecidas e que deixam todos com água na boca, é interessante conhecer os detalhes que levaram Uberlândia a contar com um empreendimento de qualificada envergadura. A ideia da instalação é do em-presário e engenheiro agrônomo José Sobreira. Mineiro da Zona da Mata, chegou a Uberlândia para trabalhar em uma empresa estatal. Depois da missão cumprida, fez como muitos e, por aqui, resolveu ficar. A partir daí, tomou a iniciativa de construir o res-taurante Fogão de Minas, que com-pletou 15 anos de atividade.

“O Fogão de Minas foi ide-alizado com a proposta de implantar e oferecer para a população de Uberlândia e

turistas que por aqui passam a tradicional e encantadora culinária mineira. Sempre preservando o modo de

fazer, os utensílios, os costu-mes, os segredos e a magia que só ela tem, resgatando

para a cidade a legítima cozi-nha mineira”, destaca Sobreira.

Mas, como se trata de um projeto que visa preservar uma tra-dição, são necessários alguns cuida-dos. Para não cometer erros e con-seguir superar as dificuldades, lá na fase inicial, o empresário fez um cri-terioso planejamento e procurou in-formações em casas similares, prin-cipalmente nas cidades históricas mineiras, como Ouro Preto, Mariana,

Tiradentes e também Belo Horizonte. “Essa pesquisa foi importante, afinal eu estava fazendo investimento em um setor no qual eu não tinha experi-ência”, ressalta. Por oferecer cardápio varia-do, de qualidade, associado a um bom atendimento em um ambiente agradável, com o passar do tempo, o restaurante passou a fazer parte da agenda de quem gosta das boas coi-sas. Tanto é verdade, que o Fogão de Minas pode ser considerado até um ponto turístico de Uberlândia. “Extraoficialmente, sim. Eu falo isso baseado no número de visi-tas que recebemos. É grande a quan-tidade de gente que vem nos visitar, umas, claro, para saborear as delícias da culinária mineira (Leitão à Puru-ruca, Lombo com Tutu, Canjiquinha com Costelinha, Frango com Quiabo, Torresmo) e outras só para conhecer a construção que lembra as antigas fazendas de Minas. Temos um acervo de peças originais com mais de 600 unidades e uma coleção de cachaça com cerca de 700 marcas”, comenta Sobreira. Essa parte de preservação histórica é mesmo um diferencial do restaurante Fogão de Minas. Tanto é verdade, que no local foi implantado o “Espaço Cultural” para divulgar os fatos e as histórias das pessoas que colaboraram para o desenvolvimento de Uberlândia. “Eu gosto muito des-

sa ideia, inclusive até mudei a razão social para Centro Cultural Fogão de Minas”, afirma José. Atualmente, quando vê o restaurante com 15 anos de prestação de serviços e caminhando a passos lar-gos rumo à consolidação, o empresá-rio projeta novos voos. “Estamos en-trando na 3º fase de um projeto. Com o avanço da tecnologia, é necessária a implantação de sistema de automa-ção, assim como oferecer boas condi-ções de trabalho para a equipe. Aliás, eu tenho o maior carinho e, principal-mente, respeito aos funcionários da casa”, lembra Sobreira. De acordo com o empresário José Sobreira, outro projeto que está em fase de estudos é o de criação do sistema de “Franquia” da marca Fo-gão de Minas. “Esse é um projeto que demanda um estudo detalhado. Esta-mos analisando com nossos consultores essa possibilidade. Como temos rece-bido algumas propostas, acredito que o Fogão de Minas vá ganhar espaço em outras praças”, destaca o empresário. Para as pessoas que desejam conhecer o restaurante Fogão de Mi-nas, aqui vão algumas dicas. Seu fun-cionamento é de terça-feira a domingo para o almoço, em sistema de self-ser-vice, com tudo que a culinária mineira tem de melhor. No período da noite, o restaurante abre somente para a reali-zação de eventos. Em anexo, você tem outras informações sobre o cardápio e o funcionamento do Fogão de Minas.

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Junto com você preservando a cultura mineiraCom um espaço para 350 lugares, o Fogão de Minas constitui

um ótimo lugar para eventos agropecuários, festas de casamento, aniversários e formaturas.

Tudo isso como nas tradicionais fazendas de minas.

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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 10:53:02

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FEILEITE bate recorde em inscrições de animais e cresce 20% o número visitantes e expositores

A 4ª Feira Internacional da Ca-deia Produtiva do Leite - FEI-LEITE 2010 – realizada de 9 a 13 de novembro, em São

Paulo, SP, registrou recorde de ani-mais inscritos, de público e de em-presas participantes. Este ano, o Centro de Exposições Imigrantes rece-beu 22 mil visitantes nos cinco dias de evento, ante 20 mil em 2009. Os pavilhões da feira abrigaram 2.200 animais, 200 a mais que a edição ante-rior. A feira reuniu as principais raças leiteiras, responsáveis por mais de 90% da produção de leite do país, um time de primeira, que inclui Girolando, Gir Leiteiro, Simental, Jersey, Holandês, Guzerá, além de Búfalos, que partici-param pela primeira vez da FEILEITE. A presença de empresas de genética, nutrição, saúde animal, equipamentos e maquinários, novas tecnologias, entre outras também cresceu de 80 para 100.“Registramos uma evolução de 20% em número de animais, em visita-ção e participação de empresas”, diz Décio Ribeiro dos Santos, diretor do Agrocentro. Para Han Jan Groenwold, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Ho-landesa, ABCBRH, a participação da raça na feira foi bastante positiva. “Há cerca de 10 anos, não consegui-mos ver uma quantidade tão grande de animais e criadores numa Exposi-ção Nacional, marco desta FEILEITE 2010. Trouxemos aproximadamente 200 animais, o que temos de me-lhor em nosso país e com qualidade comparável a qualquer exposição no mundo”, afirma.

“Isso nos dá a certeza de que essa raça milenar tem

superado todos os desafios e atropelos pelos quais passa o agronegócio leite, a tudo se sucumbe e sua evolução genética a consolida como a que mais produz leite no

mundo”.

“Esta foi a edição com maior público, o que aumentou as oportunidades de negócios. O clima mais frio também ajudou, ficou mais confortável. Tam-bém gostamos da distribuição dos es-tandes, o layout da feira favoreceu os expositores”, atesta Luciano Gui-marães, gerente de Produtos / Rumi-nantes da Guabi. Outro gerente da mesma área da empresa, José Leonardo Ribeiro, destacou o alto interesse dos visitan-tes. “Na FEILEITE, os produtores vêm atrás de respostas em tecnologia. É grande a procura por orientação téc-nica sobre produtos e nutrição, até porque a margem de lucro da ativida-de é apertada”, afirma e acrescenta que é importante o produtor sair da feira questionando sobre o que fazer em sua propriedade.Segundo Ribeiro, não dá para mensu-rar quantos desses contatos realmen-te viram negócios. “Alguns visitantes chegam aqui já certos do que querem e do que vão comprar; outros, ape-nas iniciam a conversa, e o contato é repassado aos nossos representan-tes, de acordo com a região do pro-dutor”, conta. A empresa participa desde a primeira edição da FEILEITE. Para Jorge Leite, consultor comercial do Marketing da Solinox, a participação na FEILEITE também é estratégica para a ampliação da atu-

ação da empresa pelo Brasil. “Inclu-sive, aqui, já recebemos o retorno de quem comprou em outras edições”, conta e acrescenta que a feira de 2010 foi melhor e avançou em re-lação às outras. “A localização dos estandes foi excelente. Além disso, recebemos muito apoio”.Leite conta que a empresa passou por uma transformação no status, resultado de um planejamento para crescimento. “Por meio de parcerias comerciais, até que se iniciaram aqui na FEILEITE, como a que temos com o Grupe Serap (França) e a Afimilk (Israel), conseguimos atender um pa-tamar mais elevado de produtores”.

Diversidade de representantes da cadeia produtiva enriquece debates do Workshop FEILEITE

O primeiro dia de palestras do Workshop FEILEITE abordou o me-lhoramento genético e o uso de bio-tecnologias de reprodução para in-tensificar a lucratividade do rebanho leiteiro. Ricardo Bertola, da central de inseminação Alta Genetics, abriu a programação falando sobre a im-portância de se utilizar touros pro-vados no processo de aprimoramento genético do plantel, devido à maior segurança em relação aos resultados.O palestrante destacou a progressão

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do volume de informações sobre cada reprodutor, tanto que a foto do animal foi perdendo espaço para os números nas páginas dos catálogos. Atualmen-te, a apresentação dos touros é acom-panhada por dados sobre genealogia, desempenho da progênie, tipo das fi-lhas, reprodução e até porcentagem de natimortos. “Usando corretamente esses índices, o criador consegue pro-mover o acasalamento corretivo, que proporciona longevidade, uniformida-de, progresso genético e rentabilida-de”, afirmou Bertola. Sobre a escolha da melhor raça e do melhor sistema produtivo, ele afirmou que tudo depende de uma série de fatores: objetivos do pecuarista, topografia da fazenda, condições climáticas, capacidade ge-rencial, entre outros. O professor da USP Pietro Sampaio Baruselli, que é médico ve-terinário e especializado em repro-dução animal, ressaltou os benefícios das biotecnologias, como a insemi-nação artificial e a transferência de embriões. “É importante que essas ferramentas de melhoramento sejam aplicadas sem que haja prejuízos à eficiência reprodutiva. Essa equação tem de ser feita corretamente. Se er-rar, paga caro por isso”, advertiu Ba-ruselli. Alguns números apresentados pelo especialista deixaram um alerta sobre o direcionamento da seleção genética. “Pesquisas revelam que, de forma geral, a produtividade vem au-mentando, enquanto a fertilidade tem caído”, explicou. Entre as ferramentas para o manejo reprodutivo, o pales-trante também falou sobre a insemina-ção artificial em tempo fixo (IATF) e o sêmen sexado, que, se bem emprega-dos, garantem resultados superiores. “Seu negócio será tão bom quanto a gestão dos pontos críticos de sua fazenda.” A frase dita pelo palestrante que abriu a programação do segundo dia do Workshop FEILEI-TE, Renato Palma Nogueira, zootec-nista e consultor técnico em bovinos de leite da Nutron Alimentos, serviu também para as demais apresenta-ções. Todos os temas passam pela efi-ciência no gerenciamento. Nogueira falou sobre os motivos pelos quais as vacas deixam os rebanhos. De acordo com dados apresentados pelo espe-cialista, 26,3% dos descartes ocorrem

por deficiências na reprodução; 23% devido a mastite e problemas de úbe-re; 16,1% pela baixa produção; 16% por doenças de casco; entre outros.Exatamente por isso, o zootecnista recomendou atenção especial a fa-tores como o período de transição.

“Para se ter ideia, uma em cada quatro vacas morre no

parto e cerca de 75% das doenças em vacas leiteiras acontecem no período de

um mês após o parto. E, pior, nessa fase, os problemas

nunca vêm sozinhos”, infor-mou Nogueira, que também enfa-tizou a importância de zelar pelos cascos do criatório. “Quanto custa

a unha de uma vaca? O preço do pró-prio animal, pois não há reposição.”

Ele atribui à nutrição boa parte da saúde dos pés dos bovinos: “O casco é resultado do que o gado comeu nos últimos 12 meses”. Mas não é só isso, o pecuarista deve cui-dar do lugar por onde o animal cami-nha, oferecer conforto e segurança. Com o tema estratégias para o controle da mastite, esta foi apre-sentada por Marcos Veiga dos Santos, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP – Pirassununga, SP). Apesar de muito conhecida, a doença continua a comprimir a lucratividade de inúmeras fazendas. “E muitos cria-dores ainda não acreditam na mastite subclínica pelo simples fato de não a verem”, lamentou Santos. Por conta dessa situação, o especialista disse ser preciso aplicar, de forma cada vez melhor, os métodos de diagnóstico. Santos descreveu as etapas do processo de controle da mastite. O primeiro passo é fazer um diagnós-tico da situação atual do plantel em relação à doença (clínica e subclíni-ca) para saber exatamente o que e como vai combater. O segundo passo é aplicar um programa de controle da enfermidade que seja reconheci-do internacionalmente. Em seguida, é fundamental identificar o tipo de bac-téria causadora da mastite, o que deve ser feito por análise clínica. O quarto passo é manter o monitoramento, para buscar o nível ideal de contagem de

células somáticas (CCS) no tanque res-friador, abaixo de 250 mil células/ml. A manhã de palestras foi en-cerrada pelo gerente de Casale, José Henrique Karsburg, que apresentou a linha de equipamentos destinados ao processamento de alimentos para pecuária leiteira. Segundo Karsburg, o setor ganhou muito espaço entre os negócios da empresa e, hoje, respon-de pela maior parte de seu fatura-mento. A Casale está expondo na FEI-LEITE e, em seu estande, os visitantes podem conhecer mais detalhes sobre as máquinas e sua utilização.

Leilões

Os seis leilões da 4ª Feira In-ternacional da Cadeia Produtiva do Leite - FEILEITE 2010 - realizada de 9 a 13 de novembro, no Centro de Expo-sições Imigrantes, na capital paulista, movimentaram R$ 3,6 milhões com a venda de animais e material genético. O destaque entre as ofertas, em quantidade, foi o Gir Leiteiro, com três leilões. Durante o evento, também ocorreram ofertas exclusivas das raças Girolando, Holandês e Jersey, com muito sucesso, comprovado pela liquidez e preços alcançados. Nesta edição, você tem as informações com-pletas do leilão “Nação Girolando”.

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Faculdade Presidente Antônio Carlos realiza workshop

Pelo quarto ano consecuti-vo, a Faculdade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC) de Uberlândia, por meio das

coordenações dos Cursos Superio-res de Tecnologia, realizou, nos dias 18 e 19 de novembro, no Centro de Convenções do CDL Uberlândia, o IV Workshop de Tecnologia Aplicada à Gestão. Durante o evento, foram apresentadas palestras das áreas de Agronegócios, Análise de Desenvolvi-mento de Sistemas, Logística e Ma-rketing, com profissionais de renome nas respectivas áreas de atuação, ente eles: Marco Paulo Guimarães (palestra: Automação Industrial Apli-cada à Gestão), Alexandre Campos (palestra: Tendências em Tecnolo-gia), Fábio Garcia (palestra: BRAN-DING COMMERCE - A importância do e-commerce na construção da mar-ca) e Lucina Carvalho e Nilton Cesar Mendonça (com o debate: Inovação e Competitividade). A abertura oficial do evento contou com a participa-ção do Superintendente da Facul-dade, Presidente Antonio Carlos, de Uberlândia, o Professor Dr. Leonidio Bouças, que citou a sua satisfação em mais um ano estar presente em um evento de grande sucesso como o Workshop de Tecnologia promovido pela UNIPAC. Este ano o evento con-tou com a participação de cerca de 450 pessoas por dia, além das várias empresas e empresários presentes. O organizador geral do even-to, o Prof. Laurisley Marques de Araú-jo, cita ainda que sem a participação dos coordenadores, professores e alunos o evento não teria, em todas as suas edições, esse grande sucesso:

“Este é o resultado do traba-lho realizado por uma gran-de equipe, pois, além de se-rem excelentes profissionais, são pessoas muito especiais, a quem nós (eu) só temos a agradecer”, finaliza o professor.

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A COTRIAL, o SEBRAE e a Itambé realizaram o 5º Dia de Campo, em Prata-MG

Evento aconteceu na Fazenda Salto de Minas

O dia de campo foi organiza-do para apresentar os resul-tados do projeto Educam-po, que tem como objetivo

promover capacitação tecnológica e gerencial de colaboradores e produ-tores rurais com atividades voltadas à produção de leite. O projeto foi desenvolvido na fazenda Salto de Minas, em Prata-MG, de propriedade de Luiz Eduardo Brant de Carvalho Fi-lho. Durante um ano, foi feito um cri-terioso acompanhamento da atividade leiteira da fazenda, onde 130 hectares são reservados à produção de leite. O planejamento foi feito pelo veteriná-rio Celso Ferreira Gomes Júnior. “Co-loquei os indicadores médios de 12 meses comparativos do ‘antes’ do pro-jeto Educampo/SEBRAE. Mostramos o crescimento da propriedade tanto de forma técnica quanto de forma econô-mica. Com o produtor Luiz Eduardo, o projeto foi muito eficiente, pois conse-guimos mudar sua maneira de pensar, orientando que ele não é um simples produtor de leite, mas um empresário; que não possui uma fazenda, mas uma empresa; e que não tira leite, mas pro-duz leite e o comercializa. Esses pon-tos são muito importantes para que o produtor moderno desfaça aquela mística de que leite não dá dinheiro”, comenta Celso. Atualmente, a fazenda está com uma produção de 1600 litros. A média de leite por vaca/dia aumen-tou de 08 para 13 litros e tem uma média de quase 16 litros. Vale res-saltar que, nas águas, o rebanho fica em regime de pasto e recebe suple-mentação concentrada e, na seca, fica alojado em palhada de cultura de soja, recebendo também suple-mentação concentrada e, quando a mesma não é suficiente, recebe cana de açúcar com ração. Atingindo mu-danças no manejo geral e seleção dos animais, descartando os improdutivos e utilizando sêmen e touros de qua-lidade. Durante o período de um ano em avaliação, o produtor conseguiu uma margem bruta de mais de R$ 80.000,00. Para o ano de 2010/2011,

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a estimativa é de que o mesmo passe de 140 mil reais de margem bruta. Veja em anexo os dados do projeto. Para o produtor Luiz Eduar-do Brant de Carvalho Filho, aderir ao projeto foi muito importante para a conscientização sobre a forma de se fazer um trabalho com planejamento associado ao emprego da tecnologia.

“Hoje, se eu pudesse dar um conselho a outros produtores, eu recomendaria o Educampo. O apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), da Itambé

e da Cooperativa de Produtores Rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (COTRIAL) foi importante para aumentar a

produção de forma otimizada”, ressalta Luiz Eduardo.

A fazenda Salto de Minas está localizada às margens da MGT 497, no município de Prata-MG. Tudo começou com o produtor Ulisses Ferreira Guima-rães, avô de Luiz Eduardo, que iniciou com a produção de gado holandês PO no Estado do Paraná, por volta de 1950. Em Prata-MG, após a divisão da fazen-da, o produtor Luiz Eduardo deu sequ-ência a uma tradição de família, que é a pecuária de leite. Além de mostrar o resultado do projeto Educampo, o evento teve importantes palestras. Manejo e Conservação de Pastagens - Teoria e Prática com o professor Sila Carneiro ESALQ/USP; Qualidade do Leite e Mastite com a professora Mônica Cerqueira – UFMG; Principais Doenças na Criação de Bezerras com Talita Silva – Rehagro; Mercado do Leite com Vicente No-gueira - Presidente da COTRIAL.

A COTRIAL é uma das prin-cipais incentivadoras da implantação do projeto Educampo, uma vez que a região detém de uma das maiores bacias leiteiras de Minas Gerais. Esta é a diferença do Educampo, oferecer ao produtor as técnicas para produzir com eficiência, medir com números os resultados, dando total transparência ao negócio e mostrando realmente que o mesmo proporciona lucros. O projeto é uma realidade e, com as parcerias do SEBRAE e da Itambé, é levado a todas as regiões de Minas. Durante o evento, o presidente da COTRIAL, Vicente No-gueira, agradeceu as parcerias e des-tacou o empenho e a determinação do produtor de leite da região, que, ape-sar das dificuldades de valorização do produto, encontra forças para produzir um dos principais alimentos da mesa do brasileiro.

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Oportunidades e desafios para o desenvolvimento da Agricultura irrigada

no Brasil e no mundo

Em dezembro, a Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem (ABID) promoveu em Uberaba-MG a XX edição

do Congresso Nacional de Irrigação e Drenagem (CONIRD). Este ano, o evento foi realizado no Centro de Eventos da ABCZ. O tema do encon-tro foi Oportunidades e desafios para o desenvolvimento da Agricultura ir-rigada no Brasil e no mundo. Durante 03 dias, os participantes receberam várias informações de temas ligados ao setor. Podendo destacar “Agricul-tura irrigada com vistas às boas prá-ticas e à maior sustentabilidade do produtor rural” - Coordenador: André Fernandes, “Perspectivas de Planos e Programas de Apoio e Fomento para a Agricultura Irrigada” - Coordenador: Paulo Romano, “Sistemas de produ-ção de grãos irrigados: alternativas, manejo, rotações e sequências de culturas” - Coordenador: Lindomar Lopes, “Culturas energéticas irriga-das” - Coordenador: Marcelo Fran-co, “Pastagens irrigadas e a gestão necessária para a racional intensifi-cação das explorações. Os diversos arranjos produtivos e comerciais en-sejados pela introdução da irrigação nas propriedades” - Coordenador: Luis César Drumond, “Olericultura e fruticultura irrigada” - Coordenador: Márcio Santana. Também acontece-ram palestras com personalidades do agronegócio. O ex-ministro Alisson Pauli-nelli fez um histórico do desenvolvi-mento da agricultura no Brasil, com ênfase na irrigação. Em seguida, hou-ve um interessante debate entre pro-dutores rurais e os responsáveis pela área ambiental no país, que muitas vezes prejudicam o desenvolvimento da agricultura irrigada. Muitos produ-tores de vários Estados deram o seu depoimento sobre as dificuldades que têm encontrado para se adequarem à legislação ambiental, imprescindível em projetos de irrigação. O segundo dia foi inteira-mente realizado no campo, com de-monstrações práticas. Contou com a participação de mais de 300 congres-sistas, divididos em dois roteiros. O primeiro deles iniciou na Fazenda Ma Shou Tao, referência na

região na produção de cana de açúcar irrigada e produção de leite a pasto de tifton com irrigação por aspersão em malha. Em seguida, os congressis-tas puderam conhecer um pequeno projeto de irrigação por aspersão em malha para produção de leite, com alta taxa de lotação e baixo custo do leite produzido. No segundo roteiro, os congressistas visitaram a fazenda do produtor Cláudio Otoni, um dos maiores produtores de hortaliças ir-rigadas do Brasil. Nesta fazenda, fo-ram conduzidas 3 estações, sendo a primeira sobre o sistema de produção

de hortaliças irrigadas, a segunda so-bre os equipamentos de irrigação e a terceira no packing house da fazenda. Por último, o grupo foi visitar a fazen-da do grupo Puro Café, que utiliza o sistema de irrigação por gotejamento para produzir um dos mais apreciados cafés do Brasil, cultivado em con-dições de cerrado e certificado pela Rain Forest. Em todas as visitas, além dos aspectos técnicos que envolvem o sistema de produção irrigado, foram discutidos os aspectos ambientais que facilitam ou dificultam a vida do agri-cultor e pecuarista irrigantes.

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No último dia do evento, os congressistas foram divididos em 6 oficinas temáticas, em que foram dis-cutidos assuntos extremamente rele-vantes dentro do sistema de produção de alimentos com irrigação no Brasil. Na parte da tarde, em plenária, cada coordenador apresentou a todo o pú-blico presente as conclusões de cada oficina, com momento de debate ao final de cada explanação. O evento encerrou com pa-lestra do Dr. Bernhard Kiep, vice-pre-sidente da Valmont mundial, que fez um paralelo sobre a irrigação no Brasil e no mundo, polemizando como te-mos que melhorar a visão da socieda-de para que seja possível a produção de alimentos no Brasil com irrigação, mas garantindo a sustentabilidade. O deputado federal Paulo Piau defendeu a criação de uma Se-cretaria Nacional de Irrigação, com o objetivo principal de viabilizar po-líticas públicas, em parceria com a iniciativa privada, para expandir o uso de irrigação nas propriedades ru-rais brasileiras. A proposta de criação dessa secretaria será apresentada ao Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi. “A agricultura irrigada é o principal ins-trumento para aumentar a produti-vidade nas propriedades brasileiras. O Estado de Minas Gerais já tem o Irrigar Minas, uma parceria público--privada bem-sucedida, que pode ser modelo para a criação dessa secreta-ria nacional”, comentou Piau. A vigésima edição do con-gresso foi avaliada como positiva pelo presidente da Associação Brasi-leira de Irrigação e Drenagem (ABID), Helvécio Saturnino. De acordo com ele, o índice de aceitação das pro-postas levantado em discussão foi satisfatório, podendo citar a carta de intenções que foi encaminhada ao Governo de Minas, fazendo pondera-

ções e reivindicações. A grande temática do even-to foi relacionada à importância da agricultura irrigada na produção de alimentos no Brasil. Comparativa-mente aos Estados Unidos, o Brasil irriga ainda muito pouco as suas áre-as de produção, algo em torno de 6% ou 4,5 milhões de hectares. Somente no Estado de Nebraska, são irrigados 3,5 milhões de hectares em todos os EUA. Mesmo com essa ampla área ir-rigada, a sociedade americana está consciente de que a agricultura irri-gada é a única maneira de garantir a produção necessária de alimentos para os americanos e para o mundo. Segundo dados da FAO, seremos mais de 9 bilhões em 2050. Para alimentar tanta gente, somente será possível com irrigação. Porém, essa prática ainda não é vista com bons olhos pela maioria da população, que considera o agricultor e o pecuarista irrigantes como vilões, por consumirem gran-des volumes de água. Apesar da pequena área irri-gada (5,8%), comparada com outros países de agricultura desenvolvida, a irrigação no Brasil é responsável por 19% da produção de alimentos e 41% do valor dessa produção, confor-me podemos visualizar na Figura 1. A irrigação está mudando a geogra-fia da produção agrícola no país, pois permite cultivos diversos em regiões com limitação hídrica que inviabili-zam a produção de sequeiro. Aliado a esse fato, é possível se produzir a mesma quantidade de alimentos em ¼ da área, quando se compara à agricultura de sequeiro. Trata-se de perfeito exemplo de sustentabilida-de. As regiões irrigadas do Brasil são as que apresentam os maiores PIBs do agronegócio. Exemplos são diver-sos, com destaque para as regiões de Cristalina – GO, Barreiras – BA e Triân-gulo Mineiro, dentre outras.

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InteRural - Revista do Agronegócio | Dezembro 2010 | Janeiro 2011

Vida de LeiloeiroFábio Cunha

Nesta edição, o quadro “Vida de Leiloeiro” abre espaço para contar um pouco da trajetória de um profissio-

nal do martelo da chamada “nova geração”. A indicação da entrevista foi do colega leiloeiro Cássio Paiva. E foi com muita simpatia e educação que o advogado de formação e leilo-eiro de paixão Fábio Canineo Cunha atendeu a reportagem da Revista In-terural e hoje nos permite falar um pouco de seu trabalho. Formado em Direito pela UNITAU (Universidade de Taubaté), Fábio é leiloeiro rural há apenas 05 anos, atuando na venda de animais, de gado de corte, leite, equinos, muares, ovinos, caprinos dentre outros. Com capacidade em-preendedora, fundou, há 04 anos, sua empresa leiloeira “Foccus Leilões Rurais Ltda.”. Embora tenha pouco tempo de profissão, já conseguiu números bastante satisfatórios. O trabalho é desempenhado de forma séria, ética e exaltada em qualidade nos serviços, tornando-se requisitado para vários leilões em diferentes localidades.

Como o senhor resolveu ser leiloeiro rural?

Desde garoto, até por tradição de fa-mília, sempre gostei muito de gado, cavalos e animais de uma maneira geral. Também por tradição de famí-lia, sempre gostei muito de vendas

e, por trabalharmos um pouco com pecuária de corte (gado Nelore), co-mecei a participar de leilões, princi-palmente no Vale do Paraíba, como vendedor. Fui me encantando com a dinâmica dos leilões e, ao mesmo tempo, percebendo que tinha espaço para mais um profissional em minha região com algumas especializações que eu julgava importantes. Foi as-sim que, com o apoio maciço do Sin-dicato Rural de Taubaté, disponibili-zei meu nome e me tornei leiloeiro após percorrer os trâmites legais. Comecei em Taubaté mesmo, fazen-do principalmente leilões de gado de corte e leite, que predominam no

Vale do Paraíba. Iniciei fazendo uma bateria em um leilão de gado de lei-te num domingo à tarde, durante a Feira Agropecuária aqui de Taubaté. Tinha muita gente no Recinto, passei apertado aquele dia!

No começo de cada profissão tudo é difícil. Como foi pra você?Meus primeiros leilões foram bastan-te difíceis. A minha pequena experi-ência em leilões era como vendedor, nunca tinha falado para um público maior que o da minha sala de aula, ou seja, foram vários os desafios e as dificuldades. Mas aos poucos fui melhorando, superando uma dificul-dade por vez, fui pegando o jeito e, quando percebi, já estava pratican-do. Teria sido mais fácil para mim se tivesse maior vivência em leilões, como pisteiro ou como funcionário de escritório de leilão. Talvez dessa forma conhecesse mais a dinâmica do negócio e possivelmente teria menos dificuldade. Na fase de início de carreira, você contou com o apoio de

alguém?Sim, principalmente da família. Sem-pre estiveram presentes e partici-pando. Após cada leilão, me traziam palavras de incentivo e apoio, e acho que foi o que me fez permanecer no ramo. Não posso também me esque-cer e deixar de homenagear o amigo,

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já na memória, Benedito Leite Silva, que era conhecido como “Vaca Pre-ta”. Ele presidia o Sindicato Rural na época e sempre me deu muito apoio, aliás, desde o dia em que submeti meu nome para candidatar-me a lei-loeiro, ele e meus pais trabalharam muito para conseguir. Antes de encarar essa respon-sabilidade, o que você fazia?

Desde os meus 12 anos, colaborava na administração do segmento pecu-ário da família. A partir daí, comecei a entender alguma coisa do assunto e, aos 16 anos, comecei a trabalhar com meu pai em sua imobiliária e a ver de perto o que eram “vendas”. Foi nesse momento que também me encantei por isso, para posterior-mente unir as duas coisas e trabalhar também como leiloeiro. É comum em outras atividades o profissional se espelhar em

alguém. Você tem algum leilo-eiro como ídolo?

Tenho grande admiração por vários colegas. Procurei copiar um pouqui-nho de cada um até chegar ao meu estilo próprio. Cresci assistindo aos leilões do José Ailton Pupio aqui da região e o admiro muito. No início, recebi um importante apoio do José Matuck, então passei a respeitá-lo e admirá-lo. Gosto de algumas carac-terísticas individuais de outros cole-gas, como o bom astral e o improviso do Agnaldo Agostinho, a dinâmica do Adriano Barbosa, a seriedade, expe-riência e respaldo de Nilson Geno-vesi e João Gabriel. Sou fã de car-teirinha deles, além de outros muito bons, como o Paulo Brasil, Guillermo Sanchez, Roberto Leão, Lourenço Campos, Anibal Ferreira, Kiko Vieira de Carvalho, Dudu Vaz, enfim, tem muita gente boa. Mas aproveito essa oportunidade para mencionar e ja-mais deixar cair no esquecimento o saudoso Beraldo, que tinha um estilo muito interessante.

E que avaliação você faz dessa profissão?

Acho uma bela profissão. O leiloei-ro, às vezes, por suas mãos, reali-za os sonhos de muita gente. Vende animais para pessoas que desejam muito adquiri-los e, às vezes, não o conseguem se não for por intermédio de leilão. Lembro-me até de um fato

curioso que me ocorreu no primeiro leilão de equinos que fiz, numa tra-dicional hípica de Campos do Jordão, em 2007 se não me engano, uma jo-vem senhora veio me agradecer inú-meras vezes por ter vendido para ela um animal e, assim, proporcioná-la presentear seu filho com esse cavalo, foi muito gratificante.

Para ser um bom leiloeiro, o que é necessário?

Para ser um bom profissional, em qualquer atividade, entendo que pri-meiro de tudo tem que ter dedica-ção. Empenhar-se sempre para fazer o melhor, buscar opções de melhores resultados a seus clientes, trabalhar com seriedade, honestidade e ética são princípios fundamentais em meu entendimento. No caso do leiloei-ro, deve este sempre buscar estar estudando as novidades, linhagens, tecnologias, mercados e conhecer al-guma coisa de morfologia do que es-tiver disposto a vender... pós-venda entendo também ser fundamental, é um diferencial que nem todos têm.

Qual tipo de animal você gosta de vender?

Os de boa qualidade, qualquer que seja a espécie, lotes bons de gené-tica, score corporal, apresentação. É muito gostoso trabalhar com eles.

O que você acha dos leilões transmitidos pela televisão?

Uma novidade, nem tão nova assim, que veio para ficar. Hoje em dia mui-tos fazendeiros, sitiantes, chacarei-ros, competidores ou interessados de uma maneira geral em equinos para comprar e deixá-los em hípicas aluga-das não têm tempo para ir até uma ou várias fazendas olhar animais, compa-rar e, assim, realizar seus negócios. Geralmente, eles residem em cidades grandes e tocam de longe seus negó-cios, e os leilões transmitidos permi-tem a todos participar da disputa em condições de igualdade, é uma ten-dência excelente e irreversível.

Qual é a importância da famí-lia na sua atividade profissio-

nal?Sou casado há poucos meses e ainda não temos filhos. A família é a base de tudo, sempre. Ela é o principal pi-lar para qualquer pessoa chegar e fi-

car numa carreira de sucesso. É por isso que agradeço a Deus diariamente pelos meus digníssimos pais, Heitor e Regina, e pela minha bela esposa, Flávia.

Nos momentos de folga, o que mais gosta de fazer?

Nos dias em que consigo escapar, vou ao campo trabalhar o gado, mexer com os cavalos. Para mim, é a melhor terapia que pode existir.

Para finalizar, qual é a impor-tância do leiloeiro rural no

chamado agronegócio?O leiloeiro é de suma importância no agronegócio. Numa ponta da cadeia tem um criando, produzindo um ani-mal, e na outra tem um comprando. O leiloeiro é o agente incumbido de ligar essas duas pontas para a pro-dução ter continuidade e, com isso, o mercado girar como um todo. Os pecuaristas de hoje em dia não são, em sua maioria, exclusivamente fa-zendeiros. São profissionais liberais, empresários ou exercem outras ati-vidades geralmente nas cidades mé-dias ou grandes, motivo pelo qual são pessoas com pouca disponibilidade de tempo, e a tendência é esse tem-po ficar cada vez mais reduzido, ou seja, o leilão tornar-se-á cada vez mais necessário, pois num só evento este novo fazendeiro realiza todos os seus negócios e resolve suas necessi-dades. Nesses casos, o leiloeiro tem grande responsabilidade e importân-cia, pois permitirá essa dinamização em parte da cadeia produtiva.

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Seleção Ribalta abre temporada de leilões da EXPOINEL MS

Grande destaque da noite foi Arélia Fiv

O leilão Elite Ribalta abriu a temporada de remates da EXPOINEL - MS. O promotor Ricardo Carvalho Goulart apartou da fazenda em Dou-rados animais de famílias consagra-das de seleção Ribalta, uma das mais tradicionais de Mato Grosso do Sul. O grande destaque da noite foi Arélia Fiv da Ribalta, a jovem do-adora filha de Nalga da Ribalta com Legat do Sabiá, que entrou para o time de doadoras da seleção Ribalta, provando qualidade em produção. Segundo o criador Ricardo Carvalho Filho, é a melhor filha da Nalga. Arélia, como se esperava, foi o lote mais valorizado do remate. Me-tade do animal foi vendida por R$ 40 mil, sendo valorizada em R$ 80 mil. O comprador foi José Irineu Antônio. O primeiro leilão da Expoinel MS teve um crescimento de 53% em relação ao remate do ano passado. Nesta edição, o faturamento foi de R$ 535,8 mil, com uma média de R$ 15.308,57. No total foram comercia-lizados 35 lotes.

Leilões em Destaque

Vendas de touros são sucesso nas Expofeiras

As vendas de reprodutores durante as Expofeiras de Santa Vi-tória e Arroio Grande (RS) foram ex-celentes na avaliação dos leiloeiros Eduardo Knorr e Marco Petruzzi. Em Santa Vitória do Palmar, a Estância Mauá, de Mário Ubirajara Anselmi, destaque na raça polled hereford du-rante a 79ª Expofeira Agropecuária, Comercial, Industrial e Artesanal, foi a responsável pela oferta. De acordo com Knorr, foram vendidos 32 touros na noite de segunda--feira, ao preço médio de R$ 5.828,00 e faturamento total de R$ 186.496,00. O maior preço foi de R$ 15.750,00, obtido na venda do touro tatuagem 04, supre-mo campeão da exposição. O compra-dor foi Pedro Duarte Rotta, de Santa Vitória do Palmar. Em Arroio Grande, a venda de reprodutores foi responsável pelo fechamento das atividades da 72ª Expofeira na noite de domingo (7). Segundo Petruzzi, foram comercia-lizados 31 touros das raças angus, hereford, montana, senepol, bran-gus e devon, ao preço médio de R$ 4.340,00. O faturamento total ficou em R$ 134.540,00.

Leilão Mulas e Jumentos Pêga de AL fatura mais de 270 mil

O faturamento do Leilão de Mulas e Jumentos Pêga de Ala-goas, realizado durante a Exposição Agropecuária e Produtos Derivados de Alagoas (Expoagro 2010), surpre-endeu o promotor Manuel Valente, nesta que foi a 2ª edição do remate. O faturamento total chegou a 273 mil reais. Segundo Manuel Valente, o resultado superou as expectativas.“O mercado está crescendo. Todos os compradores estão satisfeitos e vieram criadores de renome em todo o Estado”, ressaltou.Segundo ele, os dois destaques do leilão fo-ram o jumento Valete Raf, arrema-tado por 19.680 reais,e uma fêmea vendida por 10.560reais. Ao todo, foram ofertados50 lotes de animais, com destaque para o jumento da raça pampa,que apre-senta como diferencial a pelagem com duas ou três cores. Participa-ram do arremate convidados e cria-dores de Sergipe, Bahia e Alagoas.

Realizado no dia 07 de Dezembro tevo como grande destaque do leilão virtual” Christimas Time”, organizado pela WV o ani-mal Macho, Peppy Of Moon Jd (Moon Of Colleen TMR X San Gay Peppy DV). O cavalo per-tencia ao criatório Cabanha Aldebarã-PR e foi adquirido pelo investidor Genival Bor-ges da Silva-TO, pelo valor de R$ 18.600,00.

Leilão Virtual CentroOeste Quarter Horse

A WV realizou dia 22 de no-vembro o Leilão Virtual Centro Oes-te Horse (Quarto de Milha). O evento teve a transmissão do Agrocanal. No total foram vendidos 33 lotes regis-trando uma média de R$ 12.338,00. O destaque foi a venda do animal Betsy Knigthmare (Joses Knigthmare X Lady Mico Your´s), vendido por R$ 18.600,00. O animal pertencia ao criador Paulo César Nu-nes Gil de São Paulo e foi adquirido por Almiro Rosa de Minas Gerais.

Leilão Virtual Christmas Time

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Os pecuaristas estão con-fiantes com a melhoria de preços da atividade e investem na aquisição de genética melhorada para aumentar a produçãode bezerros e bois gordos precoces e de qualidade. O Leilão Virtual Nelore CFM, realizado no dia 15 de novem-bro, confirma essa tendência. O re-mate vendeu 180 touros, com idade média de 24 meses, geneticamente avaliados ecom CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), pelo valor médio de R$ 5.570,00. O faturamen-

to total atingiu R$ 1.002.600,00. “Inicialmente, a oferta era de 150 touros. Porém, a procura foi tantaque foi preciso ampliar a venda”, ressalta Luis Adriano Teixeira, coor-denadorde pecuária da CFM. A alta liqui-dez do leilão da CFM e a busca por genética de qualidade também são comprovadas pela intensa dispu-ta pelos machos. Foram vendidos animais para 21 projetos pecuários de nove estados diferentes (Para-

ná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Pará). Os pecuaristas que pre-cisam de touros Nelore CFM para impulsionar seus projetos podem fazer suas aquisições diretamente nas fazendas da Agropecuária CFM. A empresa mantém um atrativo es-pecial: o frete rodoviário gratui-to para cargas fechadas (16 ou 24 touros) para qualquer localidade do país, além de toda assessoria técni-ca na hora da compra.

Leilão Virtual Nelore CFM vende 180 touros por R$ 5,5 mil cada

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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010 16:21:41

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