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Page 1: Revista Sol Brasil - 29ª edição
Page 2: Revista Sol Brasil - 29ª edição

2 I Índice

3 I Editorial

26 I Cursos e Agenda

Notícias do Dasol

Programa 1 Solar em Cada Casa marcou gestão 2014-2015Confira as principais realizações do DASOL nos últimos dois anos

4

Nova diretoria toma posse em janeiro Amaurício Gomes Lúcio é o novo presidente do DASOL

11

Novo portal valoriza qualificaçãodos instaladores de SASSite facilita consulta sobre empresase profissionais certificados

21 I Qualisol

Tecnologia

Coletores resistentesEquipamentos foram testados na montanha, no litoral e no deserto

16

Introdução ao uso de termografia no aquecimento solar de água18

Case Solar

24

25Sistema solar aquece água em condomínio de Conselheiro LafaieteConjunto Vivendas da Natureza é equipado com 560 m2 de coletorese 20 reservatórios

Aquecedores solares são sucesso no Minha Casa Minha VidaProjeto em Governador Valadares mostra que viabilidade do sistema vai além da edificação térrea

Fiscalização é orientativa durante transição para a compulsoriedadeInmetro reafirma compromisso assumido no 3º CB-Sol com as empresas do setor

15

Especial

ABRAVA defende liberação do FGTS para compra de aquecedores solares Projeto de lei do Senado também prevê uso do Fundo para geraçãode energia em casa

12

Circular da Caixa estimula busca de financiamento para obras sustentáveisRegra está alinhada com a Política Socioambiental do FGTS

14

Page 3: Revista Sol Brasil - 29ª edição

Em 40 anos de atividades, o setor brasileiro de energia solar térmica implementou muitas ações e conquistou muitos êxitos. As principais realizações foram conduzidas e lideradas pela ABRAVA/DA-SOL, mas ainda há oportunidades para explorar e desafios a vencer, como o desenvolvimento de uma política pública que reconheça e dissemine a tecnologia solar térmica como solução para reduzir o consumo de energia elétrica no país.

A tecnologia, as matérias primas e a mão de obra são nacionais. Lamentavelmente, porém, o país segue atraído por outras tecnologias que demandam grande consumo de nossas divisas e que proporcionam a geração de empregos mais fortemente em outros países.

Enquanto isso, os números corroboram a consistência das nossas propostas. Em 2014, os coletores solares instalados no Brasil produziram o equivalente a 7.354 GWh para aquecimento de água, pouco mais que toda a eletricidade consumida no mês de dezembro daquele ano na Região Sul (7.299 GWh, segundo a Empresa de Pesquisa Energética).

Essa produção de energia equivalente a 146,5 GW representou 1,19% da matriz elétrica brasileira (Relatório da IEA – Agência Internacional de Energia) e o nosso setor trabalha para que esses números sejam inseridos no BEN – Balanço Energético Nacional, elaborado pela EPE.

Em 2015, a ABRAVA apresentou ao Governo Federal o programa “1 SOLAR EM CADA CASA”, com mecanismos financeiros de alta viabilidade para ampliar sensivelmente o uso dessa tecnologia no Brasil. Ainda assim, não recebemos do Go-verno o sinal de compromisso, mesmo considerando que os recursos necessários já se encontram disponíveis.

Os aquecedores solares fabricados no Brasil já atendem uma parcela das obras do Programa Minha Casa Minha Vida. No entanto, ainda estão longe de ultrapassar a participação hoje restrita a cerca de 10% do total de habitações construídas pelo programa.

Nas questões ambientais, o setor é sempre bem visto e muito se caminhou nessa conscientização. O envolvimento no tema ainda carece, porém, de um comprometi-mento do Governo em relação a uma política que privilegie uso da tecnologia solar térmica em relação a outros equipamentos convencionais e poluidores.

A certificação compulsória dos coletores solares e reservatórios térmicos é um antigo anseio do setor, mas a atuação de parte das empresas e de agentes coordenados pelo Inmetro ainda apresenta imprecisões, atrasando sua efetividade e os consequentes benefícios ao mercado consumidor.

Apesar de todos esses desafios, a ABRAVA/DASOL e as empresas associadas têm seguido no cumprimento de seu dever com uma atuação incansável há mais de duas décadas, divulgando os benefícios do aquecimento solar e alimentando a esperança de um dia o setor ser reconhecido por sua contribuição energética, ambiental, social e econômica ao país.

Este é um projeto de longo prazo, mas a cada passo que damos temos a certeza de estarmos cumprindo a nossa missão.

Editorial I 3

DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Energia Solar Térmica (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho de Administração do DASOLPresidência Luís Augusto Ferrari Mazzon VP Relações Institucionais (VPI) Amaurício Gomes Lúcio VP Operações e Fomento (VPOF) Mauro Isaac AisembergVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) José Lourenço CassuciVP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de CamposVP Desenvolvimento Associativo (VPDA)Ernesto Nery Serafini Past President (PP) Carlos Artur Alves de Alencar Secretário Executivo Marcelo Mesquita

Revista Sol Brasil Conselho Editorial Marcelo Mesquita, Mayara Ambrosioe Nathalia MorenoEdição Fernando Leite Zamith (MTb 11.286)Projeto gráfico e editoração eletrônica Izilda Fontainha SimõesFoto da Capa Via Sol/ DivulgaçãoImpressão Formato Empresarial

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 Campos Elíseos – São Paulo – SP01206-905 - Fone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

Luís Augusto Ferrari Mazzon

Presidente do DASOL

Missão de longo prazo

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4 I Notícias do Dasol

A construção de uma política pública para incentivar o uso do aquecimento solar de água no Brasil e economizar energia elétrica orientou a agenda do DASOL entre outras iniciativas voltadas para o fortalecimento da indústria solar térmica.

1 Solar em Cada Casa

O Programa sugere aos agentes do Governo uma política pública para disseminar o aquecimento solar de água nos lares brasileiros como solução para economizar energia elétrica e minimizar o impacto das tarifas nas contas de luz das famílias.

Realizado desde 2014, o Programa realizou sua primeira campanha de mobilização pública em 3 de maio daquele ano, Dia Internacional do Sol, com o lançamento da ação “Eu Esquento” no Parque Villa Lobos, em São Paulo, para conscientizar a população sobre os benefícios do aqueci-mento solar.

Programa 1 Solar em Cada Casa marcou gestão 2014-2015

O Programa apresenta ações de impacto como a adoção de mecanismos de financiamento dos aquecedores solares com recursos do FGTS; a inserção do aquecimento solar no Programa de Eficiência Energética da Aneel; a instalação de aquecedores solares em todas as moradias do Programa Minha Casa Minha Vida e em obras financiadas com recur-sos públicos; e uma campanha nacional de conscientização sobre os benefícios do aquecimento solar.

Pelos cálculos do DASOL, no espaço de quatro anos, o Programa 1 Solar em Cada Casa pode beneficiar 8 milhões de famílias com a instalação de 16 milhões m2 de coletores solares, que adicionariam 1.475 MW à capacidade de gera-ção de energia do país. Considerando a vida útil mínima de

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES DO DASOL

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Notícias do Dasol I 5

Programa 1 Solar em Cada Casa marcou gestão 2014-201520 anos do aquecedor solar, ao final desse período o país economizaria 124.320 GWh de energia elétrica.

Em 2015, a proposta foi discutida com Governo Federal em reuniões com representantes do Ministério das Cida-des, Ministério de Minas e Energia, Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, além da Empresa de Pesquisa Energética, Eletrobras e Caixa Econômica Federal.

Nessas reuniões, dirigentes da ABRAVA e do DASOL apresentaram estudos e detalharam os benefícios energé-ticos, econômicos, sociais e ambientais da tecnologia solar térmica.

O MME recomendou alinhar estimativas e cálculos do programa com os parâmetros utilizados pela EPE e se com-prometeu em encaminhar a proposta ao Conselho Nacional de Política Energética para compor um Comitê Técnico de Energia Solar Térmica. A EPE, por sua vez, estuda em con-junto com a ABRAVA/DASOL a inserção do aquecimento solar em seus estudos e projeções sobre a matriz elétrica brasileira.

O Ministério do Meio Ambiente considerou o estudo sub-sídio importante para o documento de mitigação de emis-sões que o Brasil levaria à 21ª Conferência sobre Mudança Climática no final de 2015. Em 2016, a ABRAVA e o DASOL darão continuidade às ações junto ao poder público visando ao lançamento da política pública 1 Solar em Cada Casa.

O que esperar em 2016Os projetos previstos para 2016 dão continuida-

de às iniciativas lançadas pelo DASOL nos últimos dois anos visando promover a indústria solar tér-mica e a tecnologia do aquecimento solar de água:

• Política pública 1 Solar em Cada Casa

• Ações junto ao Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior, Ministério das Cidades, Fórum Curador do FGTS, Caixa e outras instituições governamentais em defesa dos interesses do setor

• Análise e acompanhamento da legislação sobre a compulsoriedade e gestões junto ao Inmetro

• Certificação de Profissionais SENAI

• Parecer técnico do INT

• Difusão do Programa Qualisol Brasil

• Realização do CB-SOL 2016

• Maior divulgação das ações do DASOL na mídia

CB-Sol e a parceria com a Intersolar

O Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (CB-Sol) passou a ser anual e realizado em parceria com a Intersolar South America, maior evento mundial do setor solar. O 2º e o 3º congressos reuniram profissionais e especialistas de tecnologia solar no Expo Center Norte, em São Paulo.

Em 2014, o 2º CB-Sol formalizou o novo posicionamento das empresas do setor como provedoras de energia e re-forçou a proposta da ABRAVA de criação de uma política nacional para disseminação do aquecimento solar de água. Durante o congresso, o DASOL lançou a PAPE (Produção Anual Padronizada de Energia), indicador que visa facili-tar a compreensão do consumidor e da sociedade sobre a produção energética dos sistemas de aquecimento solar.

Os congressos CB-SOL 2014 e CB-SOL 2015 reuniram profissionais e especialistas em energia solar térmica.

CB-Sol

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6 I Notícias do Dasol

Com base nesse indicador, os coletores solares somavam então 1,03% da matriz elétrica nacional, segundo dados da ABRAVA, o que despertou o interesse dos participantes e representantes do Governo. No 2º CB-Sol, houve também a formalização de protocolo de intenções do setor para participar do PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat.

Em 2015, o 3º CB-Sol promoveu o lançamento oficial do Programa 1 Solar em Cada Casa, em meio aos debates sobre as perspectivas e oportunidades da indústria solar térmica. O congresso foi marcado também pela participação das distribuidoras de energia elétrica que adotam aquecedores solares em seus programas de eficiência energética. O evento ainda tratou de temas como aplicações na indústria, quali-ficação profissional, certificação compulsória e promoveu workshop sobre instalação de aquecedores em construções já construídas.

Na ocasião, os aquecedores solares já representavam 1,09% na matriz elétrica, fato que ensejou o início de estudos para contemplar os aquecedores solares no Balanço Energé-tico Nacional - BEN. Também foi destaque no 3º CB-Sol a participação do SENAI Nacional, que está desenvolvendo o Programa de Certificação Profissional do setor.

Outro tema relevante foi a certificação compulsória dos coletores e reservatórios, debate que contou com a partici-pação de representantes do Inmetro, OCPs e laboratórios com esclarecimentos sobre as mudanças e proposição de ações de transição.

Produção e energia

A pesquisa anual realizada em 2014 junto às empresas associadas mostrou que em 2013 o mercado solar brasileiro cresceu 19,8% e atingiu uma área acumulada de 9,8 milhões m2 de coletores instalados no país.

Já a pesquisa de 2015 indicou a existência de um parque solar térmico formado por 11,24 milhões m2 de coletores em 2014, com produção de energia equivalente a 7.354 GWh (montante de energia elétrica que deixou de ser consumida com o uso da tecnologia solar

térmica para aquecimento de água). Em 2014, a produção de coletores cresceu 4,5%. A participação da indústria nas vendas do setor também cresceu, passando de 3% para 17%.

Relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) divulgado em 2014 mostrou que o Brasil já superava em 2012 a Alemanha e dos Estados Unidos na produção anual de coletores de energia solar térmica.

Já o Relatório da IEA divulgado em 2015 ranqueou o Brasil como o quinto maior parque solar térmico do mundo, somando 9,6 milhões m2 de coletores instalados em 2013. A metodologia desse relatório considera os coletores instalados nos últimos 25 anos.

Indústria solar térmica esteve presente na Intersolar South America em 2014 e 2015.

Campanha Eu Esquento no Parque Villa Lobos em 2014.

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8 I Notícias do Dasol

GT Energia Solar Térmica

Desde 2009, o DASOL participa do Grupo de Trabalho Energia Solar Térmica, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e voltado à disseminação de sistemas de aqueci-mento solar de água. O DASOL recentemente apresentou proposta para que o GT-Solar seja institucionalizado e ganhe maior representatividade e autonomia, essenciais ao avanço de propostas voltadas à disseminação da tecnologia solar térmica. O GT implantou em dezembro de 2015 como um dos reflexos dessa observação, em dezembro de 2015 as pri-meiras alterações nesse sentido, integrando representantes da energia solar fotovoltaica e energia heliotérmica.

Termo mínimo de garantia

Em 2015, o DASOL apresentou às empresas associadas uma sugestão de Termo de Garantia com condições míni-mas para o consumidor final. O objetivo do termo míni-mo é oferecer serviços adequados e assegurar condições transparentes no relacionamento com o cliente, além de resguardar as boas práticas da livre concorrência entre as empresas do setor.

Protocolo para o PBQP-H

Em 2014, o DASOL manifestou formalmente adesão ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Ha-bitat (PBQP-H). A adesão ao programa é uma das diretrizes previstas na Portaria 325/2011 para fornecedores de material de construção para o Programa Minha Casa Minha Vida.

O PBQP-H exige a implantação de um Programa Seto-rial de Qualidade (PSQ) que atenda ao SIMAC (Sistema de Qualificação de Empresas de Materiais e Componentes e Sistemas Construtivos), dedicado à conformidade na fabricação de produtos, e ao SINAT (Sistema Nacional de Avaliação Técnica de Produtos Inovadores).

Termo de Referência do MCMV

O DASOL encaminhou sugestões ao Termo de Refe-rência (TR) da Caixa Econômica Federal para a licitação de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida. Essas sugestões visaram ampliar a presença do aquecimento solar nas moradias financiadas pelo programa.

Laboratório do Banho na USP

O DASOL e a ABRAVA participam do desenvolvimento do Laboratório de Energia, Tecnologia e Conforto de Banho (Laban-USP), projeto da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Trata-se do primeiro laboratório dedicado a testes comparativos de longo prazo de equipamentos de aquecimento de água para banho levando em considera-ção as fontes energéticas, custos de implantação, operação e manutenção, efeitos climáticos sazonais e hábitos dos usuários.

O laboratório irá utilizar os vestiários da raia olímpica da universidade para medir a qualidade e a economia dos diferentes tipos de banho. Os testes terão início em 2016.

Prorrogação da isenção do ICMS

Por solicitação encaminhada pelo DASOL à Secre-taria de Energia do Estado de São Paulo, o Conselho de Política Fazendária (Confaz) aprovou o Convênio ICMS 10, de 21 de março de 2014. O Convênio pror-roga até 31 de dezembro de 2021 a isenção do ICMS para matéria-prima usada na fabricação de aquece-dores solares de água.

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Notícias do Dasol I 9

Novo programa QUALISOL

Em 2015, foi lançada a segunda fase do QUALISOL Bra-sil, programa de qualificação para fabricantes e fornecedores de sistemas de aquecimento solar. A novidade dessa fase é a Certificação Profissional pelo Senai para instaladores de sistemas de aquecimento solar em edificações e piscinas e a definição de novos escopos de qualificação para profissionais e empresas.

O programa prevê selos de garantia para as categorias de fabricante, revendedor, projetista e instalador. O novo QUA-LISOL também ganhou um exclusivo portal na Internet, com novos serviços para orientar o consumidor na escolha de empresas e profissionais qualificados para instalação de aquecedores solares. O portal também traz funcionalidades para facilitar a participação de empresas e profissionais no programa.

Reuniões com Projetistas de SAS

Desde 2015, o DASOL promove reuniões com projetistas do setor solar térmico com o objetivo de alcançar maior sinergia dentro da indústria nas questões relacionadas à aplicação da tecnologia solar térmica e na proposição de soluções relacionadas a práticas construtivas, atendimento à legislação e melhorias em normativos existentes e aspectos da nova Norma de Sistemas Prediais de Água Fria e Quente.

Parcerias e fóruns

O DASOL firmou parcerias estratégicas com institutos, universidades e instituições oficiais para ampliar o conhe-cimento, prospectar oportunidades e fortalecer a indústria do aquecimento solar. O Departamento também realizou ações junto aos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério das Cidades, Fórum

Curador do FGTS e Caixa Econômica Federal em defesa dos interesses do setor.

Foram destaque a parceria com a Secretaria Nacional de Habitação visando a adesão ao PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat, com a GIZ para difusão da energia heliotérmica e com o Senai Nacional/ Sistema Senai de Certificação de Pessoas.

Certificação de Profissionais pelo Senai

O Senai deverá iniciar em 2016 a oferta do processo de certificação de instaladores de sistemas de aquecimento solar. O processo de certificação foi estruturado em parceria com o DASOL visando atender aos objetivos do Programa QUALISOL. A certificação é uma garantia e o reconhecimen-to formal da competência e preparo técnico do instalador de SAS aprovado em testes práticos e teóricos elaborados pelo Senai.

A oferta da certificação Senai estava prevista para 2015, mas foi adiada devido a ajustes orçamentários no Sistema S. O processo de certificação envolve quatro perfis de ins-talador (para habitações de interesse social, circuito aberto, circuito fechado e sistemas de aquecimento para piscinas).

Certificação do Inmetro

A certificação compulsória dos componentes e sistemas de aquecimento solar foi um tema amplamente debatido nesses dois anos de gestão com as empresas associadas, es-pecialistas e entidades como o Inmetro, visando aprimorar normativos, esclarecer dúvidas e apresentar as reivindica-ções da indústria solar térmica.

Em 2014, o DASOL promoveu a segunda pesquisa sobre certificação compulsória junto a fabricantes, Organismos de Certificação de Produto (OCPs) e laboratórios. A pesquisa apontou entre os grandes desafios do setor a necessidade de

O DASOL encaminhou à Caixa Econômica Federal sugestões para o Termo de Referência de licitação de moradias do Programa Minha Casa Minha Vida

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10 I Notícias do Dasol

ampliar a infraestrutura laboratorial para realizar os novos ensaios de qualidade exigidos pelo Inmetro.

A ABRAVA, por meio do DASOL, encaminhou uma série de de sugestões para aperfeiçoar ou deixar mais claro o texto das portarias do Inmetro referentes à certificação dos aquecedores solares. Um dos resultados desse diálogo foi a publicação da Portaria 159, que instituiu o Modelo 3 de Certificação, considerado mais adequado à realidade de custos das pequenas empresas do setor.

O acompanhamento e análise da legislação e normativos referentes à compulsoriedade continuam em 2016, bem como as gestões que o DASOL fará junto ao Inmetro como porta-voz da indústria solar térmica.

Divulgação na mídia

O aquecimento solar de água também esteve presente na mídia, graças ao trabalho de divulgação empreendido pela ABRAVA que, por meio do DASOL, contratou uma assessoria de imprensa dedicada ao tema.

Entre 2014 e 2015, foram veiculadas 14 matérias na TV, sendo 11 somente na Rede Globo, além da TV Brasil EBC, TV Gazeta e Rit TV. Na Internet, foram publicadas 33 maté-rias, com destaque para o Portal Brasil do Governo Federal, Agência Caixa e Governo do Estado de SP.

Também foram publicadas nove matérias em revistas (entre elas a publicação especializada Brasil Energia), 10 em jornais (entre eles o Valor Econômico e o Diário do Grande ABC). Houve quatro matérias veiculadas pelo rádio.

Capacitação

Entre 2014 e 2015, o DASOL promoveu nove cursos de interesse dos profissionais do setor, como o Curso Projetista de Sistema de Aquecimento Solar e o Curso de Gestão Estra-tégica Industrial Financeira para o setor.

Em 2015, o DASOL iniciou a transmissão de webcon-ferências gratuitas para discutir temas relevantes para o

setor. A tecnologia facilita a participação de profissionais e especialistas do Brasil e do exterior, permitindo uma intensa troca de experiências via internet.

Em outubro, o DASOL e a GIZ (agência de cooperação alemã) formalizaram parceria de apoio e cooperação para disseminar as tecnologias heliotérmicas para aproveitamen-to de calor em processos industriais. Essa parceria inclui projetos de capacitação como os cursos sobre Energia Helio-térmica (CSP – Concentrating Solar Power) que começaram a ser oferecidos em 2015.

Parceria com a GIZ inclui a oferta de cursos sobre Energia Heliotérmica

Publicações

Entre 2014 e 2015, o DASOL lançou três publicações técnicas voltadas para o setor. O documento “Energia Solar Térmica - Participação na Matriz Energética e Contribuições Socioeconômicas ao Brasil”, que enfatiza o novo posiciona-mento das empresas do setor como geradoras de energia, foi lançado em 2014, durante o 2º CB-Sol.

O manual “Projetando Sistemas de Aquecimento Solar para Habitações Multifamiliares” apresentou as normas técnicas e as melhores práticas de mercado. E o “Relatório Técnico sobre a Eficiência de Coletores Solares” trouxe um estudo comparativo dos modelos planos e de tubo evacuado.

Em 2015, o DASOL lançou a primeira versão do Pro-grama 1 Solar em Cada Casa, com estudos demonstrativos da viabilidade de uma política pública de disseminação do aquecimento solar de água no Brasil.

Nesses dois anos, foram publicadas 10 edições da Revista Sol Brasil, que contou com a participação de especialistas em energia, tecnologia solar e sustentabilidade e reportou as diversas iniciativas do setor. Além da versão impressa, a Sol Brasil está disponível no site www.dasolabrava.org.br e possui fanpage no Facebook.

O DASOL também lançou, até o final de novembro, 47 edições da newsletter Solar News, que semanalmente leva ao associado notícias de interesse do setor.

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Notícias do Dasol I 11

Assembleia dos associados realizada em 11 de novembro elegeu a nova diretoria do DASOL da ABRAVA para a ges-tão 2016-2017. A partir de janeiro, Amaurício Gomes Lúcio (Tuma/Solarem) será o novo presidente do Departamento e Rafael Campos (Bosch/Heliotek) o vice-presidente de Assuntos Institucionais.

Amaurício sucederá Luís Augusto Ferrari Mazzon (Sole-trol), que continuará como colaborador da diretoria no cargo de past president. A sucessão segue o regimento do DASOL, segundo o qual o vice-presidente de Relações Institucionais assume a posição de presidente na gestão seguinte.

Nova diretoria toma posse em janeiro Ao eleger a nova diretoria, os representantes das em-

presas afiliadas ao DASOL renovaram a participação de Carlos Artur Alencar (Enalter), José Lourenço Cassuci (A Atual) e Mauro Aisemberg (Pro-Sol). Um novo integrante eleito foi Oscar de Mattos (Solar Minas), atuante colaborador do DASOL e do setor solar térmico. Também foram eleitos Rainer Campioni (Termomax) como primeiro suplente, e Pedro Boms Ferraz (Jamp), como segundo.

Em janeiro de 2016, a primeira reunião da diretoria defi-nirá as diretrizes da nova gestão e as posições que os eleitos ocuparão como vice-presidentes do DASOL.

Luís Augusto Ferrari Mazzon

Carlos Artur Alencar Oscar de Mattos

Amaurício Gomes Lúcio

José Lourenço Cassuci

Rafael Campos

Mauro Aisemberg

Page 12: Revista Sol Brasil - 29ª edição

12 I Notícias do Dasol

Dados do programa Procel/Eletrobras indicam que cerca de 7% de toda a energia elétrica consumida no país é utili-zada para aquecer água. Essa energia poderia ser utilizada para fins mais nobres e intensivos, uma vez que o Brasil dispõe de tecnologia própria para aquecimento da água.

Estes são alguns dos argumentos que embasam o Progra-ma 1 Solar em Cada Casa, proposta de política pública elabo-rada pelo Departamento Nacional de Energia Solar Térmica da ABRAVA com uma série de sugestões para disseminar o uso da tecnologia solar térmica e poupar energia elétrica.

Entre essas ações, já apresentadas ao Governo Federal, estão a criação de linhas de crédito e a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição de aquecedores solares de água. Trabalhadores com renda de até 10 salários mínimos ou média anual de consumo de 300 kWh/mês poderiam sacar seus recursos no FGTS para comprar aquecedores solares de até 2 m² de área coletora e reservatório de 200 litros.

Iniciativa semelhante tramita no Congresso Nacional sob a forma do Projeto de Lei do Senado 371/2015. Esse projeto autoriza o trabalhador a sacar recursos do Fundo para a compra e instalação de equipamentos geradores de energia elétrica em sua residência a partir de fontes renováveis, como a solar, a hidráulica, a eólica e a biomassa.

Com o objetivo de complementar e tornar mais abran-gente o projeto, a ABRAVA enviará sugestão de emenda explicitando o aquecimento solar de água como tecnologia de geração de energia a partir de coletores solares. Essa emenda é necessária porque o texto original fala em geração de energia elétrica, o que pressupõe a liberação de recursos do Fundo somente para aquisição de equipamentos de tecnologia fotovoltaica.

Para falar sobre o seu projeto, o senador Ciro Nogueira (PP) concedeu a seguinte entrevista à SOL BRASIL:

Que justificativas embasam o PLS 371/2015?O desequilíbrio entre oferta e demanda de energia elé-

trica - seja pela escassez de chuvas ou por deficiência no planejamento setorial - tem sido uma realidade nos últimos anos. Para garantir o abastecimento, frequentemente as usi-nas termelétricas são acionadas, mas o custo dessa geração é

ABRAVA defende liberação do FGTS para compra de aquecedores solares

alto e acaba sendo repassado para o consumidor. Era preciso encontrar uma alternativa para minimizar o impacto desse aumento no bolso do cidadão.

Nossa ideia surgiu a partir de uma resolução da Agên-cia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) que autoriza a microgeração e a minigeração de energia elétrica. Só que essa opção esbarra na condição econômica do consumidor. Muitos não têm amparo financeiro para instalar os equipa-mentos necessários para gerar sua própria energia em casa. Desse modo, pensamos que a utilização dos recursos do FGTS para esse fim seria uma forma de ajudar o trabalhador a compensar o aumento no preço da conta de luz e ainda incentivar a geração de energia limpa e renovável.

Como seria o mecanismo de solicitação do FGTS para aquisição ou instalação de equipamentos de geração de energia?

A proposta é permitir a solicitação do FGTS ao trabalha-dor que quiser gerar energia a partir de fontes hidráulica, solar, eólica ou biomassa. Ele poderá, uma única vez, sacar seus recursos do FGTS e utilizá-los na aquisição e instalação de equipamentos destinados à geração de energia elétrica para uso próprio ou para injeção total ou parcial na rede elétrica de distribuição. Tal como na utilização do FGTS para aquisição da casa própria, propomos que o trabalhador tenha no mínimo 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma empresa ou em empresas diferentes.

Os equipamentos deverão ter etiqueta do Inmetro como ga-

rantia de qualidade?O processo de certificação dos equipamentos deverá ser

regulamentado de maneira que nenhum produto seja ven-dido sem a qualidade e garantia de segurança necessárias.

Projeto de lei do Senado também prevê usodo Fundo para geração de energia em casa

Senador Ciro Nogueira (PP):

uso do FGTS é uma forma

de compensar aumento naconta de luz

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14 I Especial

A Circular da Caixa nº 681, de 10 de junho de 2015, incentiva construtoras que buscam financiamento do Fundo de Garantia do Tem-po de Serviço para realizar obras sustentáveis de habitação, saneamento ou infraestrutura.

Alinhada à Política Socioambiental do FGTS, a Circular permite que os empreendi-mentos de habitação dotados de tecnologias sustentáveis, como os aquecedores solares por exemplo, possam ampliar em até 20% o número de unidades na mesma área. Para tais empreendi-mentos, o prazo de carência em que a construtora começa a pagar o financiamento também será ampliado em até 15%.

É de se esperar que esse dispositivo estimule as cons-trutoras a apresentar projetos que incluam o aquecimento solar em moradias para as faixas de renda 2 e 3 do Programa Minha Casa Minha Vida. Pelas atuais regras do programa, o aquecedor solar é item obrigatório somente nas unidades unifamiliares da faixa de renda 1.

Nesta entrevista à SOL BRASIL, a Caixa explica as prin-cipais diretrizes da Circular 681:

Que motivações estão contempladas na Circular 681 da Caixa? O FGTS, como indutor do desenvolvimento urbano

no país e agente financiador de obras públicas e privadas, precisa ser também indutor de uma política socioambiental aplicada às obras financiadas com recursos do Fundo.

A Política Socioambiental do FGTS visa assegurar que os recursos do Fundo sejam utilizados para financiar atividades e empreendimentos desenvolvidos de forma socialmente responsável e alinhados às boas práticas de gestão ambiental.

Dentre os projetos de habitação apresentados à Caixa para

financiamento, quais são os itens sustentáveis mais presentes? l Atendimento às normas técnicas da ABNT e às re-

gulamentações de qualidade, controle de riscos, saúde e segurança da comunidade e dos trabalhadores da obra;

l Apresentação do Certificado de Conformidade do PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtivi-dade do Habitat) ou, em substituição, certificado NBR ISO 9001:2000, com escopo compatível ao estabelecido no âmbito do SiAC (Sistema de Avaliação da Conformidade de Em-

Circular da Caixa estimula busca de financiamento para obras sustentáveisRegra está alinhada com a Política Socioambiental do FGTS

presas de Serviços e Obras da Construção Civil);l Atendimento à legislação aplicável à ocupação orde-

nada da cidade, incluindo o Estatuto das Cidades, Plano Diretor, Leis de Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo;

l No caso do uso de madeira nativa na produção do em-preendimento, apresentação do Documento de Origem das madeiras nativas (DOF) ou Guia Florestal, sendo dispensado no caso de uso de madeira de reflorestamento;

l Soluções adequadas de implantação, de forma a redu-zir os impactos no perfil natural do terreno e minimizar os danos ao meio ambiente;

l Apresentação de projeto planialtimétrico, projeto de implantação, patamarização, drenagem e terraplenagem, com as respectivas ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) ou RRT (Registro de Responsabilidade Técnica), conforme o caso e se for necessário;

l Destinação correta dos Resíduos de Construção e De-molição (RCD);

l Atendimento às normas de prevenção, eliminação ou mitigação de impactos ambientais mediante apresentação da licença ambiental e outorga, ou a sua dispensa, conforme estabelecido na legislação.

O que significa ampliar em 15% a carência de financiamento? A carência é o prazo previsto para execução das obras,

limitado a 24 meses. O benefício dessa medida é o acréscimo de 3,6 meses para a execução das obras, período em que a construtora efetua o pagamento apenas da parcela de juros e atualização monetária do financiamento.

As regras de adensamento de um conjunto habitacional são

estabelecidas nos códigos técnicos de construção das prefeituras. Como os municípios acolheram a proposta de adensar em mais

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Notícias do Dasol I 15

20% o número de unidades?O adensamento previsto na Circular Caixa nº 681 de

10 de junho de 2015 refere-se a um incentivo para projetos que se destaquem na adoção de melhores práticas e novas tecnologias que busquem a sustentabilidade. O incentivo caracteriza-se pelo aumento em 20% do número de unidades permitidas para cada módulo de empreendimento, sendo esse limite definido pelas Resoluções do Conselho Curador do FGTS para cada programa que utiliza seus recursos.

Esse adensamento, portanto, independe do adensamento definido pelas prefeituras municipais, porém estará sempre limitado a ele.

Por exemplo, um empreendimento proposto para ser financiado com recursos do FGTS tem a limitação de 500 unidades habitacionais por módulo.

Caso esse empreendimento se destaque na adoção de boas práticas e novas tecnologias sustentáveis, a proposta poderá prever a construção de até 600 unidades, sempre respeitada a legislação edilícia municipal, especialmente os códigos técnicos e o plano diretor. Isso posto, a Caixa entende não haver necessidade de adequação por parte dos municípios.

Ficará a cargo das construtoras apresentar propostas para análise dos agentes financeiros já considerando a possível concessão do incentivo do adensamento, caso entendam que estão cumprindo todos os requisitos obrigatórios e que se destacam no cumprimento dos requisitos recomendáveis. Ou apresentar propostas considerando o limite sem aden-samento, para posterior retificação de projeto, caso sejam contempladas com o incentivo.

Em resposta a ofício encaminhado em 11 de novembro pela ABRAVA, o Inmetro confirmou a realização da “Fiscaliza-ção Orientativa” para as empresas de aquecimento solar que já estiverem em processo de certificação de seus produtos. O Instituto se colocou à disposição para analisar e tomar as medidas cabíveis nos casos de fiscalizações realizadas por órgãos como o Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo (IPEM), que passou a autuar empresas do setor após a publi-cação da Portaria Inmetro 352/2012.

De acordo com a Portaria, a partir de 10 de setembro de 2015, todos os reservatórios e coletores solares térmicos fabri-cados ou importados devem ser submetidos a testes e possuir registro no Inmetro, o que garante a qualidade e performance dos produtos.

No entanto, logo depois da publicação da Portaria, algumas empresas receberam visita de fiscais e foram notificadas por órgãos como o IPEM. A autuação trouxe surpresa e indignação do setor, frente ao posicionamento assumido pelo Inmetro no início de setembro, durante o 3º CB-Sol.

No Congresso, os profissionais das indústrias fabricantes, laboratórios e organismos de certificação ressaltaram que o processo de certificação deveria ser implantado com prudência para permitir a adaptação de todos os agentes frente aos novos ensaios nunca antes praticados no país.

Em uma demonstração de experiência e sensibilidade, o

chefe da Divisão de Regulamentação Técnica e Programas de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Leonardo Rocha, apresentou no 3º CB-Sol a proposta de “Fiscalização Orien-tativa” durante a fase de transição da etiquetagem voluntária para a certificação compulsória.

Entretanto, as fiscalizações realizadas pelo IPEM em ou-tubro e novembro não respeitaram a proposição do Inmetro, situação para a qual a ABRAVA-DASOL exigiu do Inmetro o tratamento adequado ao setor.

No ofício encaminhado ao Inmetro, o DASOL também apresentou sugestões para a correção das tabelas de eficiência energética publicadas no site do Instituto e a retomada de reu-niões dos agentes do setor para revisão dos regulamentos RAC (Requisitos de Avaliação da Conformidade) e RTQ (Regulamen-tos Técnicos da Qualidade). A primeira reunião entre Inmetro e representantes de OCP´s, laboratórios, fabricantes e ABRAVA foi realizada em 9 de dezembro na sede da Associação.

Inmetro reafirma compromisso assumido

no 3º CB-Sol com as empresas do setor

Fiscalização é orientativa durante transição para a certificação compulsória

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16 I Tecnologia

Coletores resistentes

O que acontece com um coletor solar quando exposto ao tempo dia após dia? Será que ele apresenta perda significativa de desempenho ao longo dos anos, ou talvez sua estrutura possa se desmontar em algum momento? Os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência disso. Os modernos coletores, fabricados industrialmente, são resistentes. E não apenas no clima moderado da Europa Central, mas também sob condições tropicais extremas, como na Índia, por exemplo.

Da Sun & Wind EnergyJens Peter Meyer

Um consórcio de pesquisadores e especialistas da indús-tria realizou recentemente um estudo de forma sistemática e ampla sobre o processo de envelhecimento de coletores solares planos e seus componentes, incluindo o isolamento, vidro, superfície absorvedora e selantes.

Entre os parceiros do projeto SpeedColl estão o instituto de pesquisa alemão ITW, da Universidade de Stuttgart, e o Freiburg Fraunhofer ISE, bem como fabricantes de coletores e fornecedores de componentes.

Coletores e seus componentes foram expostos às condi-ções climáticas de vários locais ao redor do mundo por três anos. Mesmo as menores alterações foram meticulosamente documentadas.

Os climas quente e úmido, na cidade indiana de Kochi, e o seco e empoeirado do deserto Negev, em Israel, foram particularmente árduos.

No clima litorâneo de Gran Canária, as instalações de teste tiveram de suportar o vento e a maresia.

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Tecnologia I 17

A exposição à radiação UV foi particularmente alta para os sistemas instalados em Zugspitze, a montanha mais alta da Alemanha, a 3.000 metros acima do nível do mar.

Na Zugspitze também foram registradas não só as me-nores como também as maiores temperaturas de absorção. Os pesquisadores ficaram surpresos com o fato de que as temperaturas ali foram mais elevadas que as de regiões meridionais. De acordo com Stephan Fischer, do ITW, o fato decorre principalmente da luz refletida pela neve.

Limpeza melhora desempenho

Coletores que foram expostos ao vento e ao clima de Gran Canaria mostraram os sinais mais visíveis de des-gaste. Depois de terem sido expostos ao tempo, o fator de conversão ficou de 3,4 a 4,3 por cento abaixo dos valores originais. No entanto, quando o vidro foi limpo, o fator de conversão foi significativamente melhorado, praticamente correspondendo aos valores originais.

Nas localidades de Negev e Kochi, por outro lado, as causas para a queda no fator de conversão não puderam ser eliminadas tão facilmente. As areias daquele deserto se acumularam no interior dos coletores, e na Índia uma camada opaca tinha se formado na superfície interna do vidro. No entanto, quando o vidro foi limpo, a queda do fator de conversão ficou apenas entre 0,2 e 5,3 por cento abaixo do de um coletor novo. Coletores instalados no sul da Alemanha não necessitam de limpeza, uma vez que os fatores de conversão não sofreram qualquer redução.

Isto significa que o principal problema em locais com condições climáticas extremas é, na verdade, a sujeira e não a degradação da superfície absorvedora ou da cobertura de vidro. Em razão disso, Robert Von Beulwitz, da empresa DSM Superfícies Avançadas, vê um potencial significativo para o desenvolvimento de revestimentos repelentes de sujeira voltados para vidros solares.

Métodos de ensaio para coletores

Anteriormente não se sabia se o selante de silicone, res-ponsável pela união entre a caixa e o vidro, poderia suportar a temperatura de estagnação do coletor. Os pesquisadores conseguiram determinar que a temperatura não deve exce-der os 85 °C. O projeto SpeedColl também demonstrou que nunca se atinge a máxima temperatura e a máxima umidade no coletor ao mesmo tempo. A partir dessas informações, eles desenvolveram uma metodologia de teste de duas eta-pas. A parte “A” determina o envelhecimento do adesivo a 85°C, com 10% de umidade. A parte “B” testa a 40°C e 95% de umidade.

O consórcio está também desenvolvendo testes adicio-nais para coletores, tais como de maresia e de radiação UV. Em algum momento no futuro, estes testes de envelhecimen-to acelerado serão utilizados para determinar a vida útil dos coletores. Será que eles vão durar 20, 30 ou mesmo 40 anos?

As pesquisas ainda não podem responder a essa pergun-ta, já que as alterações causadas por desgaste climático nas instalações de teste foram mínimas até o momento. Há que se acumularem mensurações de alterações de forma que seja possível comparar as simulações de envelhecimento com a realidade. Por esta razão, o projeto SpeedColl será estendi-do, permitindo que mais dados possam ser coletados dos coletores que estão expostos às intempéries. Além disso, os pesquisadores pretendem estudar os efeitos de gases nocivos da atmosfera sobre os coletores.

Para mais informações, visite www.speedcoll.de/en/home.html (link externo)

Coletores e componentes instalados em Kochi foram testados sob condições de clima quente e úmido.

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Introdução ao uso de termografia no aquecimento solar

18 I Tecnologia

Lúcio Mesquita

Termografia significa a visualização através de imagens do calor ou do campo de temperaturas. A técnica termo-grafia infravermelha, que usa a emissão de radiação térmica infravermelha, não é nova e já existia no começo do século passado. Com o passar dos anos, ela foi aperfeiçoada, com melhorias significativas de desempenho, redução do tama-nho das câmeras e, principalmente, redução de custos.

Assim, hoje é possível ter acesso a um grande número de câmeras e acessórios, de forma que até um smartphone pode ser usado, através de um sensor adicional, como uma câmera infravermelha. No caso do aquecedor solar e sistemas de aquecimento, existem várias aplicações da termografia que nos ajudam a compreender fenômenos e conceitos técnicos importantes. Mas primeiro é preciso entender alguns prin-cípios da radiação térmica e da termografia.

Todos os corpos emitem radiação. O comprimento de onda dessa radiação está ligado à energia interna do corpo e, consequentemente, à sua temperatura. A figura 1 mostra o espectro eletromagnético e suas faixas associadas aos com-primentos de onda. Considera-se radiação térmica aquela que é detectada como calor ou luz. Um corpo negro a 80ºC teria o pico de sua emissão com um comprimento de onda de 8,200 nm, bem no centro da faixa do infravermelho. Já um corpo a 5000ºC tem o seu pico a 549 nm, ou seja, dentro da faixa do visível.

O sol emite a maior parte da sua radiação na faixa de comprimento de onda que chamamos de visível, típica de corpos a alta temperatura. Mas nas temperaturas normais de trabalho de sistema de aquecimento, de 20ºC a 100ºC,

Figura 1: espectro de radiação eletromagnética. Fonte: [1].

Figura 2: imagem fundida com parte digital visível e parte infravermelha. Fonte: [3].

No caso dos coletores solares, existe um fator importante a se considerar quando se trabalha com imagens infravermelhas: a cobertura dos co-letores. O vidro, o material mais comum das co-berturas, é opaco ao infravermelho nas faixas de trabalho usuais. Assim, ele bloqueia a radiação térmica emitida pela superfície absorvedora do coletor solar. Isso é muito bom para a eficiência do coletor, pois o vidro deixa passar a radiação solar, mas bloqueia as perdas por radiação da superfície absorvedora, o chamado efeito estufa.

Mas, para a termografia, isso é ruim, pois a câmera não pode “enxergar” através do vidro. Esse efeito fica claro na figura 3. Na figura 3a uma pessoa segura uma placa de vidro. A ima-gem infravermelha não consegue enxergar a

a radiação térmica é emitida na faixa do infravermelho. Nossos olhos não enxergam a radiação infravermelha nessa faixa, mas as câmeras infravermelhas possuem sensores que captam a intensidade dessa radiação, fazendo uma relação entre a radiação térmica e a temperatura do objeto, e transformando essa informação em uma imagem que podemos ver. Além disso, as câmeras atuais possuem diversos recursos interes-santes adicionais, como a capacidade de fundir uma imagem digital visível e a imagem infravermelha, como na figura 2.

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Tecnologia I 19

Figura 3: a) Imagem de uma pessoa segurando uma placa de vidro; b) Imagem de um coletor solar com cobertura em vidro. Fonte: [3].

Outro importante aspecto é que, como a maioria dos corpos são opacos ao infravermelho, o que se enxerga com a câmera é a temperatura da superfície. Não é possível, por exemplo, enxergar as temperaturas dentro de um re-servatório térmico com capa e isolamento. E se a superfície for refletora, com um metal polido, a câmera enxergará a temperatura do que está sendo refletido pela superfície, e não a temperatura do corpo em questão. Isso fica claro na figura 4, onde a porção azul na parte superior do reservatório térmico é na verdade uma indicação da temperatura do céu, refletido pela capa de alumínio. Uma análise mais detalhada de alguns desses efeitos pode ser encontrada em [2].

Fig. 4: imagem fundida de um aquecedor solar. Fonte: [3].

Dentro dessas considerações, em 2013 e novamente em 2015, foram feitos alguns experimentos e demonstrações no Centro Tecnológico da Soletrol, em São Manuel (SP), de forma a permitir a visualização e avaliação qualitativa de alguns fenômenos importantes para os sistemas de aqueci-mento solar.

Fig.5: uniformidade de fluxo em baterias de 10 coletores em paralelo. Acima, com fluxo de 4,5l/h.m2. Abaixo, com 18,0 l/h.m2. Fonte: [3].

pessoa através do vidro, e o que se vê é o reflexo da própria câmera e do seu operador. O mesmo efeito é visto na figura 3b, na imagem de um coletor solar com vidro.

Para visualização de temperaturas nos coletores, foram produzidos coletores idênticos ao modelo Max de 2,0 m2, mas sem o vidro. No caso da visualização do reservatório

térmico, foram manufaturadas amos-tras sem capa e isolamento térmico, e o corpo interno de inox recebeu uma camada de tinta fosca.

Destacamos aqui algumas das imagens mais importantes e seus desdobramentos.

As duas fotos da figura 5 mostram a imagem termográfica de baterias de 10 coletores em paralelo, expostos a diferentes fluxos forçados de água. Na foto superior, um fluxo baixo de 4,5 l/hm2. Na foto inferior, fluxo de 18 l/hm2. Podem-se notar claramente dois efeitos esperados: 1) o menor

fluxo leva a uma maior temperatura em geral da bateria; e 2) a falta de uniformidade do campo de temperatura, que indica também a falta de uniformidade de fluxo, particu-larmente no caso de maior vazão específica. E vale lembrar que a vazão de 18 l/hm2 ainda é uma vazão relativamente baixa. Nos testes de eficiência térmica de coletores solares a vazão é de 72 l/hm2. Como o fluxo desuniforme acarreta perda de eficiência, recomenda-se cuidado com o número de coletores em paralelo, particularmente com fluxos espe-cíficos elevados.

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Fig. 6: reservatório de 200 l aquecido por resistência elétrica na sua parte inferior. Fonte: [3].

Fig. 7: reservatório de 200 l aquecido por 2 coletores de 2m2 por termossifão. Fonte: [3].

Referências[1] Wikipedia, disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectro_eletromagnetico, acessado em 26/11/2015.[2] Krenzinger, A. e Andrade, A.C., Accurate outdoor glass thermographic thermometryapplied to solar energy devices, Solar Energy, v. 81, p. 1025–1034, 2007.[3] Mesquita, L.C.S. e Mazzon, L.A.F., Guia de Termografia Solar, São Manuel, Soletrol, 2013.

Diretor-presidente da Thermosol Consulting, o prof. Lúcio

Mesquita é projetista e consultor em energia solar térmica, com

mais de 20 anos de experiência na área e projetos no Brasil,

Estados Unidos e Canadá.

A figura 6 mostra o aquecimento de um reservatório com 200 litros de capacidade sendo aquecido ao longo do tem-po através de uma resistência elétrica de 3500 W colocada na sua parte inferior. Aqui cabe destacar o fato de não se observar praticamente nenhuma estratificação. Quase todo o volume do reservatório é aquecido ao mesmo tempo, de forma uniforme. A implicação de tal fenômeno é que não há como “guardar” um volume do reservatório térmico para a energia solar, caso a resistência elétrica esteja na parte inferior do equipamento e seja acionada. Mesmo com o termostato na parte superior, o que as imagens mostram é que, sem estratificação, todo o reservatório é aquecido, até

20 I Tecnologia

o nível da própria resistência elétrica.Compare-se a figura 6 com a figura 7, que mostra o

aquecimento do mesmo reservatório de 200 l ao longo do tempo, mas agora através de 2 coletores solares operando por termossifão.

Pode-se notar que a estratificação, apesar de não ser per-feita, é mais bem estabelecida que no caso do aquecimento elétrico, com um aquecimento gradual e por camadas. Como a estratificação tem relação com a disponibilidade da água quente e com a eficiência dos coletores ao longo do dia, é importante tentar criá-la e preservá-la. Isso nem sempre é possível, particularmente em sistemas bombeados operando com altas vazões. Mas isso é assunto para outro artigo!

As imagens disponíveis nesse artigo foram inicialmen-te publicadas no “Guia de Termografia Solar” [3]. Meus agradecimentos à Soletrol pelo apoio financeiro e logístico para realização desse trabalho. A expectativa é que a ter-mografia posso contribuir de forma significativa para uma melhor compreensão de fenômenos térmicos em sistemas de aquecimento solar.

Page 21: Revista Sol Brasil - 29ª edição

O lançamento de um exclusivo portal na Internet inau-gurou em novembro a segunda fase do QUALISOL BRASIL (Programa de Qualificação de Fornecedores de Produtos e Serviços para Sistemas de Aquecimento Solar). O Programa foi criado pelo DASOL da ABRAVA em 2005 para orientar o consumidor na escolha de empresas e profissionais certi-ficados na implantação e instalação de aquecedores solares.

As funcionalidades do novo portal www.qualisol.org.br darão apoio às ações do QUALISOL, que foi totalmente reformulado para aumentar a qualidade dos serviços de instalação e a confiança e satisfação do consumidor final do aquecedor solar.

O desenvolvimento do novo portal, por sua vez, buscou valorizar a qualificação de produtos e serviços de instalação e ampliar os serviços oferecidos às empresas e profissionais participantes do programa.

Entre os serviços oferecidos pelo novo portal estão:

l Informações sobre o Programal Busca de empresas e profissionais autônomos qualificados - validação positiva l Como participar – Manual do Programal Certificação Profissional – SENAI (informações)l Eventos e Notíciasl Fale Conosco

Cadastro eletrônico

As funcionalidades oferecidas no website exclusivo do QUALISOL visam facilitar o ingresso de novas em-

presas no Programa, permitir a participação de profissionais (cadastro de pessoa física) e aumentar o nível de exigência de qualificação dos fornecedores.

A empresa ou profissional interessado em participar do QUALISOL poderá se cadastrar diretamente pelo portal com o preenchimento de formulário específico e o envio eletrônico de documentos de identificação, como o contrato social e o registro junto a órgãos oficiais (pre-feituras ou Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia - CREAs).

Novo portal Qualisol valoriza qualificação de instaladores

Site facilita consulta sobre empresas e profissionais

certificados na instalação de aquecedores solares

Página do novo portal do Programa QUALISOL

Qualisol I 21

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22 I Qualisol

As empresas e profissionais participantes poderão defi-nir sua tipologia de fornecedor (escopo) como Fabricante, Revenda, Instalação e Projeto.

O website também oferece facilidades para o consumi-dor, que terá acesso a informações dos fornecedores (empre-

sas e profissionais autônomos) de aquecedores solares participantes do QUALISOL. Ainda no portal, o profissional ou empresa definirá quais os escopos que pretende atender no mercado de aquecimento solar.

Outra novidade é o ambiente de administra-ção do Programa, onde empresas e profissionais cadastrados podem emitir certificados, realizar cadastros de obras e atualizar informações. O novo website também emite boletos para paga-mento da adesão ao Programa.

Segunda fase

A segunda fase do Programa QUALISOL BRASIL prevê duas categorias de participantes: Empresas e Profissionais Autônomos.

O fornecedor pode ser qualificado como Fabricante, Re-venda, Projetista ou Instalador. Empresas ou profissionais podem assumir mais de uma qualificação.

Aquecimento Solar de Piscinas

Escopo Certificação mínima Habilitação

P1 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)

Q4 (piscinas)Sistemas para residências, comércio e serviços para piscinas até 40 m2

P2 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)

Q5 (pleno)Sistemas para residências, comércio e serviços para piscinas até 100 m2

P3 (somente empresas certificadas) Q5 (pleno)Sistemas para residências, comércio, serviços e ou-tros de grande porte (até ou acima de 100 m2)

Segunda fase do Programa QualisolO novo QUALISOL BRASIL prevê quatro escopos para serviços em Sistemas de Aquecimento Solar de Água Central e

três escopos para serviços em Sistemas de Aquecimento de Piscinas:

Aquecimento Solar de Água Central

Escopo Certificação mínima Habilitação

C1 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)

Q1 (básico) Aquecedores em habitações de interesse social

C2 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI)

Q2 (intermediário)Sistemas de baixa pressão em residências, comércio e serviços

C3 (empresas ou profissionais autônomos certificados pelo SENAI

Q3 (avançado)Sistemas de alta pressão em residências, comércio e serviços

C4 (somente empresas certificadas) Q4 (pleno)Sistemas de pequeno, médio e grande porte em qualquer mercado

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Qualisol I 23

Em breve, cada um desses escopos estará alinhado às certificações do Sistema SENAI de Certificação de Pessoas, garantindo assim melhor qualificação e prestação de serviços em nível de excelência.

Certificações de Qualidade SENAI:

Q1) Instalador de SAS - Básico (Habitações de Interesse Social – HIS)

Q2) Instalador de SAS - Intermediário (circuito hidráulico aberto)

Q3) Instalador de SAS - Avançado (circuito hidráulico fechado)

Q4) Instalador de SAS - Piscina

Q5) Instalador de SAS - Pleno (circuito hidráulico fechado e piscinas)

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Com a inclusão compulsória dos aquecedores solares na faixa 1 de contratações do programa federal Minha Casa Minha Vida, as famílias de mais baixa renda do país obtiveram acesso ao aquecimento solar de água por meio da energia solar.

Além de quebrar o paradigma de que o aquecedor solar se destinava apenas às classes abastadas, essa conquista contribuiu e continuará a contribuir, por pelo menos mais 20 anos – vida útil estimada do sistema -, para o aumento real da renda líquida das famílias de baixa renda. A econo-mia obtida com a redução do consumo de energia elétrica é alocada para outros fins, como a alimentação e o acesso à educação, contribuindo para a melhora da qualidade de vida desses brasileiros.

O grande volume de sistemas instalados pelo Brasil afora em residências unifamiliares é uma fotografia do cenário atual do programa, que em sua ampla maioria é constituído por edificações térreas. Mas se engana quem pensa que o aquecedor solar é adequado apenas para casas. Moradores de prédios residenciais do programa MCMV também são contemplados com a economia de até 95% de energia elétrica no banho da família.

Um exemplo da inclusão do aquecedor solar em habi-tações multifamiliares (prédios verticais) do Minha Casa Minha Vida é o Residencial Valadares, localizado em Go-vernador Valadares (MG). Esta obra, realizada em 2011, quando do PAC 1, reúne 31 prédios de quatro andares com 16 apartamentos cada um, totalizando 496 unidades habitacionais.

Para atender ao banho dos cerca de 2 mil moradores do Residencial Valadares, a empresa optou por instalar neste

projeto um aquecedor solar com reservatório térmico capaz de armazenar 200 litros de água quente e coletor solar com área de 2,0m², classificação A no Inmetro.

Além disso, cada um dos 496 aquecedores solares é do-tado de caixa quebra-pressão, projetada para receber a água diretamente da rede pública, com capacidade de armazenar 80 litros de água. Os aquecedores possuem também válvula anticongelamento mecânica, que opera sem utilizar energia elétrica, para a prevenção contra geadas, notadamente por se tratar de uma região montanhosa.

O projeto contemplou a instalação de 16 conjuntos de aquecedores solares no telhado de cada prédio, de modo a permitir que o consumo fosse individualizado, isto é, pro-vendo a disponibilidade de 200 litros de água quente para cada unidade familiar. A condução da água até o ponto de consumo de cada apartamento foi realizada por gravidade, dispensando a eletricidade, e em tubulações específicas para água quente.

Os sistemas, que estão em operação há 4 anos, foram instalados diretamente por uma construtora da região.

O sucesso deste projeto corrobora a viabilidade da ins-talação do aquecedor solar em unidades multifamiliares do programa Minha Casa Minha Vida, que, embora seja ainda facultativa no MCMV 2, representa menos de 2% no custo da obra. Além disso, traz benefícios notórios ao meio ambiente, ao setor elétrico e, principalmente, às famílias beneficiadas, por meio da geração indireta de renda e melhora na quali-dade de vida.

As informações são de responsabilidade da Soletrol.

Soletrol Aquecedores Solares

www.soletrol.com.br

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Aquecedores solares são sucesso emedifícios do Minha Casa Minha Vida

24 I Case Solar

Projeto em Governador Valadares mostra que

viabilidade do sistema vai além da edificação térrea

Page 25: Revista Sol Brasil - 29ª edição

Case Solar I 25

O aquecimento solar e a área verde são os diferenciais do conjunto habitacional Vivendas da Natureza, empreendi-mento construído pela Arrimo Construções em Conselheiro Lafaiete (MG).

Fundada em maio de 2005, a Arrimo Construções tem como principais atividades a construção e a incorporação. Seu foco é o segmento de imóveis populares e seu objetivo é oferecer residências de qualidade a preços acessíveis.

Na busca por novas tecnologias, a Arrimo fechou uma parceria para a construção de 20 sistemas de aquecimento solar para o lançamento do conjunto habitacional, que faz parte do Programa Minha Cada Minha Vida.

O sistema de aquecimento solar projetado para os 320 apartamentos do Vivendas da Natureza prevê 560 m² de

coletores e 20 reservatórios. O sistema tem capacidade para aquecer 50.000 litros de água por dia.

Todos os equipamentos possuem classificação A do Inmetro e vida útil de 20 anos, pois são fabricados com componentes de alta qualidade, o que possibilita máxima durabilidade e eficiência.

Um sistema de aquecimento solar de 2.500 litros atende os 16 apartamentos de cada uma das 20 torres do Vivendas da Natureza. O apoio do sistema solar é o próprio chuveiro elétrico.

As informações são de responsabilidade da Enalter.

Enalter Aquecedores Solares www.enalter.com.br

Sistema solar aquece água em condomínio de Conselheiro Lafaiete

Conjunto Vivendas da Natureza é equipado

com 560 m2 de coletores e 20 reservatórios

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Page 26: Revista Sol Brasil - 29ª edição

As tecnologias de ar condicionado solar foram o tema de

novo curso oferecido pelo DASOL no dia 9 de dezembro. O

professor Lúcio Mesquita, especialista no tema, apresentou

comparações do desempenho de coletores solares para

diversos climas e condições de operações típicas de ar condi-

cionado solar, abordou os princípios dos ciclos de absorção e

adsorção e trouxe exemplos de projetos e análises de custos.

Ar-Condicionado Solar Térmico

A Atual

Açonobre

Aquakent/Jamp

Arksol

Callore

Dinâmica

Enalter

Heliotek/Bosch

Hidroconfort

Sol Soluções

Solar Evolution

Solar Minas

Soletrol

Soltec

Solterm

Soria

Termomax

Tuma/Solarem

Unisol

ViaSol

Empresas Associadas

Komeco

Manut Solar

Mastersol

Maxtemper

Mondialle Solar

Pro-Sol

Quartsol

Rinnai

Sodramar

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Tuma/Solarem pág. 7

CBA Votorantim pág. 13

Enalter pág. 23

Soletrol pág. 27

Heliotek/Bosch pág. 28

Anunciantes da 29a edição

Acompanhe no site www.dasolabrava.org.br a progra-

mação de cursos do DASOL para 2016 e faça ali mesmo a

sua inscrição.

Empresas associadas e entidades apoiadoras têm des-

conto no valor dos cursos oferecidos.

Mais informações: (11) 3361-7266, ramal 142 – cursos@

dasolabrava.org.br

Inscrições no site do DASOL

O DASOL promoveu de 25 a 27 de novembro o curso

Projetista de Sistemas de Aquecimento Solar no auditório da

ABRAVA em São Paulo. O curso, ministrado pelo engenheiro

Luciano Torres Pereira, apresentou conceitos e aplicações

de sistemas de aquecimento solar para pequeno, médio e

grande porte e piscinas.

Projetista de SAS

Anuncie na Revista Sol Brasil

Telefone (11) 3361-7266 (r. 142)Fale conosco: [email protected]

Cursos

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