revista sol brasil - 24°edição

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As visões da EPE e do DASOL para 2023 Aquecedor solar tem aprovação de 76,7% no Minha Casa Minha Vida Por uma política para a energia solar térmica: Conforto e economia também no Norte e Nordeste

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Page 1: Revista Sol Brasil - 24°edição

As visões da EPE e do DASOL para 2023

Aquecedor solar tem aprovação de 76,7% no Minha Casa Minha Vida

Por uma política para a energia solar térmica:

Conforto e economia também no Norte e Nordeste

Page 2: Revista Sol Brasil - 24°edição

2 I Índice

Especial

ArcelorMittal adota solução sustentável da Dinâmica Sistema solar garante produção mensal de 14,2 MWh de energia e10 mil litros diários de água quente

Arena Fonte Nova ganha LEEDcom aquecedor da HeliotekEstádio baiano foi o primeiro entre os 12 do Mundial de Futebol a obter a certificação de construção sustentável

Consulta Pública: Associadas avaliam nova portaria do Inmetro Documento visa adequar RAC à realidade das pequenas e micro empresas

Os benefícios do aquecimento solarno Norte e NordestePesquisa do Centro Universitário UNA mostra que os SAS trouxeram mais do que economia de energia aos moradores do Minha Casa Minha Vida

Energia solar térmica: as visões da EPE e do DASOL para 2023 O incentivo ao aquecimento solar está alinhado com o planejamento energético de uma economiade baixo carbono

Fale com o Especialista: Engenheiro Gerson Allegretti explica o processo de certificação compulsória

3 I Editorial

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9 I Notícias

10 I Tira Dúvidas

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Case Solar

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4

José Cavaretti, Gerente de NovosMercados da AES EletropauloConsumo sustentável em Cidade TiradentesDistribuidora de eletricidade também investe em energia solar térmica

12 I Entrevista

26 I Agenda

Notícias do DASOL

Vem aí o 3º CB-SolEm 2015, DASOL retoma parceria com a Intersolar South America

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ABRAVA recomenda termo de “Garantia Estendida” mínimapara clientes

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2014: Um ano dinâmico parao setor solar térmicoAs iniciativas do DASOL parafortalecer a indústria

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Assembleia aprova mandatode dois anos Alteração contempla atual gestão

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Após 22 anos de atividade do DASOL e 52 da ABRAVA, 2014 tem a marca muito especial da representatividade asso-ciativa, fortalecida pelos excelentes resultados conquistados para o setor e relatados nesta edição da revista Sol Brasil, a publicação oficial do segmento de energia solar térmica.

Iniciamos o ano com a ampliação expressiva de asso-ciados e seguimos firmes no diálogo com o Inmetro para a publicação de novas portarias que visam o aperfeiçoa-mento da passagem do Programa Brasileiro de Etiquetagem para a Certificação de Produtos. Realizamos também a segunda pesquisa sobre o tema com os agentes do setor (fabricantes, laboratórios e OCP´s). Consolidamos a prorrogação da isenção de ICMS para o setor até 2021. Criamos o Programa 1 Solar Em Cada Casa e lançamos a campanha Eu Esquento em grande evento instituindo no Brasil a comemoração do Dia Internacional do Sol.

Realizamos o 2º CB-SOL e, pelo sucesso obtido, assumimos e lançamos o 3º CB-SOL em 2015. Como resultado do 2º CB-Sol, apoiamos a criação do Grupo de Projetistas de Energia Solar Térmica junto ao DASOL: o grupo conta com participação maciça e já caminha fortemente para a terceira reunião com propostas objetivas.

Em 2014, realizamos com parceiros o manual “Projetando Sistemas de Aquecimento Solar para Habitações Multifamiliares”, importante contribuição aos profissionais do setor. Lançamos ainda a publicação “Energia Solar Térmica – Contribuição para a Matriz Energética do Brasil”, resultado de um amplo estudo que eleva e reposiciona o nosso segmento como empresas fornecedoras de equipamentos para produção de energia. Adotamos novos indicadores comparativos de energia solar térmica: a PAPE - Produ-ção Anual Padronizada de Energia e o CS – Custo Solar passaram a ser as referências técnicas e comerciais nos diversos atendimentos das empresas.

Atuamos fortemente junto ao Governo Federal para a ampliação dos SAS nas três faixas do Programa Minha Casa Minha Vida e em aplicações unifamiliares e multifami-liares. Também estamos empenhados em obter a isenção do PIS e Cofins e iniciamos os trabalhos para a participação do setor no PBQP-H - Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat. Concluímos uma ampla pesquisa sobre garantia estendida de produtos e aprovamos um modelo de padrões e prazos mínimos para promover a prática saudável entre as empresas e, principalmente, o melhor atendimento aos consu-midores. Também participamos do desenvolvimento do Laboratório de Banho da USP.

Em 2014, realizamos diversos cursos de formação técnica e oferecemos o primeiro curso de gestão industrial voltado para o segmento de aquecimento solar, apresentando as melhores técnicas para o equilíbrio das empresas. Também consolidamos a versão impressa da Revista Sol Brasil.

Para concluir o ano, aprovamos, depois de muito trabalho, o novo Regimento do Programa QUALISOL, que certificará profissionais, revendedores e fabricantes, tendo como importante âncora o Senai Nacional. O programa de certificação de pessoas do Senai terá no início de 2015 forte ação junto ao mercado e será um dos mais relevantes trabalhos do DASOL da ABRAVA nesse novo ano.

Todas essas conquistas, resultados e sucessos obtidos comprovam a importância da união e da participação dos associados e do Conselho do DASOL. E motivaram a proposta de mudança do regimento interno para o mandato de dois anos da diretoria, aprovado por unanimidade em assembleia de associados. Isso amplia a nossa respon-sabilidade e disposição diante dos desafios e oportunidades que nos esperam em 2015.

Assim, queremos agradecer pela oportunidade, apoio e confiança depositados em todos os integrantes do Conselho do DASOL. Continuaremos trabalhando intensa-mente pela evolução do setor, pois um mercado forte somente se constrói com união, responsabilidade, empresas fortalecidas e comprometimento total com a qualidade em todos os elos de sua cadeia de valores.

Editorial I 3

DASOL ABRAVA Departamento Nacional de Aquecimento Solar (DASOL) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA).

Conselho de Administração do DASOLPresidência Luís Augusto Ferrari Mazzon VP Relações Institucionais (VPI) Amaurício Gomes Lucio VP Operações e Finanças (VPOF) Ernesto Nery SerafiniVP Tecnologia e Meio Ambiente (VPTMA) Jamil Hussni JuniorVP Marketing (VPM) Rafael Bomfim Pompeu de CamposVP Desenvolvimento Associativo (VPDA)Alander Brandão Past President (PP) Carlos Artur Alves de Alencar Secretário Executivo Marcelo Mesquita

Revista Sol Brasil Conselho Editorial: Marcelo Mesquita, Natália Okabayashi e Nathalia MorenoEdição: Ana Cristina da Conceição (MTb 18.378) - Setembro ComunicaçãoProjeto gráfico e editoração eletrônica: Izilda Fontainha SimõesFotos da Capa: Praia do Forte: Ana Schaeffer; Minha Casa Minha Vida: TumaAgradecimentos: Amilcar Guerreiro, Elizabeth Duarte Marques Pereira, Eliziane Gonçalves Arreguy, Gerson Allegretti, José Cavaretti e Ricardo ZabottoImpressão: Grass Indústria Gráfica

DASOL/ABRAVAAvenida Rio Branco, 1492 Campos Elíseos – São Paulo – SP01206-905 - Fone (11) 3361-7266 (r.142)Fale conosco: [email protected]

Luís Augusto Ferrari MazzonPresidente do DASOL - Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA

Representatividade fortalecida

Page 4: Revista Sol Brasil - 24°edição

4 I Especial

Os benefícios do aquecimento solarno Norte e Nordeste Banho quente e conforto. Pesquisa do Centro Universitário UNA mostra que os SAS trouxeram mais do que economia de energia aos moradores do Minha Casa Minha Vida

O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) do Governo Federal tem a meta de construir/contratar 3,75 milhões de moradias até o fim do ano de 2014. Em sua pri-meira fase, aproximadamente 7% das unidades contratadas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste receberam sistemas de aquecimento solar (SAS). A segunda fase do programa, iniciada em meados de 2011, trouxe a obrigatoriedade do SAS para todos os empreendimentos constituídos de casas térreas em todas as regiões destinadas à faixa de renda até R$ 1.600,00.

Havia uma dúvida muito grande sobre a pertinência e a percepção dos benefícios trazidos pelo SAS para os mora-dores das regiões Norte e Nordeste. Essa dúvida advinha do fato de que apenas 7,9% dos domicílios na região Norte e 15,2% na região Nordeste possuem chuveiro elétrico e os percentuais na participação do consumo de energia resi-dencial deste equipamento serem muito baixos (2% e 9%, respectivamente) conforme os dados da Tabela 1.

Eliziane Gonçalves ArreguyElizabeth Marques Duarte Pereira

Eduardo Marques Duarte

TABELA 1 – Percentual dos domicílios que possuem chuveiro elétrico e da participação do seu uso no consumo de energia elétrica por região.

Região% dos domicílios com presença de chuveiro elétrico1

% do consumo de energia elétrica das residências2

Norte 7,9 2,0

Nordeste 15,2 9,0

Centro-Oeste 72,9 28,0

Sul 88,1 25,0

Sudeste 83,5 26,0

Brasil 67,6 24,0

1 - SILVA, Ângela Cristina Moreira. Análise condicionada da demanda de energia no setor residencial brasileiro. Rio de Janeiro: Tese de Doutorado, Programa de Planejamento Energético - COPPE/UFRJ, 2000. - 155 páginas.

2 - ELETROBRAS – Centrais Elétricas S.A. Avaliação do Mercado de Eficiência Energética no Brasil. Pesquisa de Posse de Equipamentos e Hábitos de Uso - Ano Base 2005. Classe Residencial – Relatório Brasil. Rio de Janeiro, RJ: julho/2007.

Assim, no início de 2014, quando os primeiros empreendi-mentos com SAS des-sas duas regiões foram entregues, a equipe da Gerência Nacional de Sustentabilidade e Responsabilidade So-cioambiental da Caixa Econômica Federal iniciou a preparação para uma pesquisa de satisfação e percepção de benefícios. A pesquisa teve o apoio dos pesquisadores Eliziane Gonçalves Arreguy e Eduardo Marques Duarte e dos bolsistas do Centro Uni-versitário UNA, sob coordenação da Professora Elizabeth Marques Duarte Pereira.

Foram aplicados 189 questionários em sete empreen-dimentos de cinco cidades em quatro estados das regiões Norte e Nordeste, praticamente todos os empreendimentos entregues com tempo de ocupação acima de três meses até a data da aplicação da pesquisa, que aconteceu entre julho e agosto de 2014. O erro amostral estimado é de 6%.

Apesar do questionamento inicial, a pesquisa sobre o ní-vel de satisfação dos usuários com o sistema de aquecimento solar nas unidades do PMCMV mostra que a possibilidade de banho quente e o conforto são significativos para os moradores, sendo maior que o benefício da economia de energia, tanto elétrica, como gás e biomassa, utilizados para o aquecimento da água para o banho.

O percentual de usuários muito satisfeitos ou satisfeitos foi de 76,7% e o de usuários muito insatisfeitos ou insatis-feitos foi de 13,8% (Figura 1). Outra informação relevante é que 90,5% dos entrevistados consideram o SAS positivo e 63,5% consideram muito importante, enquanto 9,5% não consideram o SAS positivo (Figura 2).

Professora Elizabeth Duarte Pereira coordenou

a pesquisa de satisfação junto aos usuários do

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Especial I 5

Figura 1 – Resultado da pergunta sobre a satisfação com o SAS - Pesquisa Norte e Nordeste

Figura 2 – Resultado da pergunta sobre a importância do SAS - Pesquisa Norte e Nordeste

A Figura 3 mostra que apenas 11,1% das pessoas entrevistadas utilizavam chuveiro elétrico para aquecer a água do banho na residência anterior à do PMCMV com SAS, mas 16,9% utilizavam gás e 1,6% utilizavam lenha, enquanto 67,7% não aqueciam a água do banho.

Figura 3 – Forma de aquecimento de água na residência anterior à do PMCMV com SAS - Pesquisa Norte e Nordeste

O hábito de banho frio foi mo-dificado com a presença do SAS: enquanto 76,7% geralmente toma-vam banho com água não aqueci-da e apenas 14,8% com água aque-cida na casa anterior (sem SAS), na casa atual do PMCMV com SAS, 25,4% tomam banho agora com água não aquecida e 38,1% com água aquecida (Figura 4).

Figura 4 – Hábito de banho de acordo com a temperatura da água na casa anteriore na casa do PMCMV com SAS - Pesquisa Norte e Nordeste

Figura 5 – Percepção de economia de energia com o SAS - Pesquisa Norte e Nordeste

O uso do aquecimento solar nas regiões Norte e Nordeste trouxe benefícios além dos monetários para a população contemplada no PMCMV. Depoimentos de que é bom tomar banho quente e de que é um conforto dar banho aquecido nas crianças de manhã foram frequentes. Isso acontece sem aumento no consumo de energia elétrica da residência e, em 23,8% das casas, ainda houve percepção de que houve economia de energia (Figura 5).

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7,4%

63,5%

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6 I Especial

O incentivo ao aquecimento solar está alinhado com o planejamento energético de uma economia de baixo carbono

Responsável pelos estudos que subsidiam o planejamen-to energético do país, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima que até 2023 poderá haver um salto dos atuais 2 milhões para quase 8 milhões de domicílios equipados com aquecimento solar. Este salto significaria atingir em 2023 uma economia anual de 3 GWh de energia elétrica. Mas, para o DASOL da ABRAVA, esta economia pode ser ainda maior e ocorrer mais cedo.

A Associação defende o lançamento de uma política nacional que estimule o uso da energia solar térmica para aquecimento de água para banho, economizando a energia elétrica ou gás que hoje são consumidos no acionamento de chuveiros convencionais.

“O setor solar térmico apresenta atualmente uma ca-pacidade ociosa de produção que, somada a uma política pública, poderia superar os dados projetados pela EPE antes do prazo previsto”, pondera o presidente do DASOL da ABRAVA, Luís Augusto Ferrari Mazzon. “Uma políti-ca pública que estimule o uso da fonte de energia limpa, a exemplo do que já foi feito em países como Espanha e Alemanha, seria capaz de ampliar ainda mais os benefícios sociais, ambientais, energéticos e econômicos do aquecimen-to solar”, acrescenta.

Os esforços da ABRAVA de promover a energia solar térmica estão alinhados com as diretrizes de planejamento energético do Governo Federal voltados para uma econo-mia de baixo carbono. O presidente do DASOL lembra que a tecnologia solar térmica apresenta crescimento médio de 15% ao ano. “O último relatório da IEA de 2012 aponta o Brasil como quarto colocado em acréscimo de capacidade de energia solar térmica, com 806 MWth naquele ano, à frente da Alemanha e EUA”, salienta Mazzon.

Economia de baixo carbono

O PDE (Plano Decenal de Expansão de Energia) 2023 indica que a expansão da oferta de energia elétrica requer, para o período de 2014 a 2023, investimentos da ordem de R$ 220 bilhões somente no segmento de geração. “Desses, cerca de 90% em fontes renováveis, aí compreendidas as hidrelétricas, eólicas, geração a biomassa e solar”, ressalta Amilcar Guerreiro, diretor de Estudos Econômicos Energé-ticos e Ambientais da EPE.

Esses investimentos, lembra o diretor, refletem a orien-tação dos estudos de planejamento segundo o conceito e os princípios da sustentabilidade e contemplam a minimização dos impactos sobre o meio ambiente, como os causados pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE). “No que se refere ao conjunto de medidas que contri-buem para que o país continue se desen-volvendo com um nível de emissões relativamente baixo, o PDE 2023 constitui importante instru-

Energia solar térmica: as visões da EPE e do DASOL para 2023

Amilcar Guerreiro: energia solar térmica

é considerada como alternativa efetiva para

atender o crescimento da demanda

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Especial I 7

mento em um cenário de mitigação”, reforça Guerreiro. Assim, continua o diretor da EPE, aumentar a partici-

pação de fontes limpas e renováveis na matriz energética, incluindo o uso eficiente da energia, significa contribuir para o desenvolvimento econômico do país, garantindo a segurança energética e ao mesmo tempo mantendo baixos os indicadores de emissão de GEE.

“O aquecimento solar pode acrescentar muito a essa perspectiva por se tratar de uma fonte de energia limpa e promover a eficiência energética ao substituir o chuveiro elétrico, responsável por mais de 20% do consumo residen-cial. Além disso, a instalação do sistema de aquecimento solar ocorre no lado da demanda, mas também representa ampliar a oferta junto ao ponto de uso, contribuindo para reduzir as perdas do sistema elétrico”, ressalta o presidente do DASOL da ABRAVA.

Foco nas fontes alternativas

Do ponto de vista do Governo, Guerreiro destaca dentre as medidas previstas no PDE 2023 a expansão do parque instalado de hidrelétricas e de outras fontes renováveis de energia elétrica como biomassa e eólica, além da introdução da fonte solar (a fotovoltaica apareceu pela primeira vez no Leilão A-3 de 2013) e o aumento da eficiência energética.

“Vale citar também que o PDE 2023 inclui a avaliação das áreas de expansão da cana necessárias para o aumento do volume de biocombustíveis e consequente substituição de combustíveis fósseis”, acrescenta o diretor da EPE.

Guerreiro cita alguns incentivos que vem sendo dados pelo Governo tanto do lado da oferta quanto do lado da demanda para ampliar a presença das fontes limpas na matriz energética. “A inserção das usinas eólicas no Brasil é um caso de sucesso mundialmente reconhecido, até porque se deu a preços competitivos. No passado, houve o Proinfa e leilões específicos. Assim, houve ganhos de competitivi-dade de modo que a fonte tem sido a que mais se destaca

Fonte eólica ganhou destaque nos leilões

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8 I Especial

nos últimos leilões.” Para se ter uma ideia do sucesso da fonte eólica, Guer-

reiro lembra que desde 2009 foram contratados via leilões 522 empreendimentos eólicos, que totalizam mais de 13 mil MW. Nos dois últimos leilões de energia nova, o preço médio foi da ordem de 120 R$/MWh. “A trajetória de queda de preço e do aumento da participação da fonte eólica na matriz elétrica brasileira poderá ser seguida no caso da fonte solar. Recentemente, no último leilão, foram contratados cerca de mil MW de geração fotovoltaica a um preço médio de 215 R$/MWh”, lembra o diretor da EPE.

Pelos cálculos do DASOL da ABRAVA, a energia solar térmica é extremamente competitiva. “Embora também apresente valor de geração de 120 R$/MWh, o aquecimento solar é energia disponibilizada no ponto de uso, sem que haja necessidade de transmissão e distribuição como no caso de centrais fotovoltaicas e eólicas que acabam sofrendo im-pactos em seus custos. Tais itens encarecem o preço e ainda incorrem em perdas de energia. No final das contas, ficam mais caras que a solar térmica”, contrapõe o presidente do DASOL.

Minha Casa Minha Vida

Entre as iniciativas do Governo Federal para estimular o uso de fontes limpas de energia, Guerreiro cita o Progra-ma Minha Casa Minha Vida que incluiu dispositivos para fomentar o aquecimento solar nas unidades habitacionais. “Na primeira etapa, parte das unidades habitacionais adota-ram essa tecnologia, que já trouxe benefícios aos moradores. A segunda etapa do Minha Casa Minha Vida prevê que 100% das casas térreas utilizem energia solar para aquecer a água.”

O diretor da EPE lembra também que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Ane-el) regulamentou o net metering, que permite aos consumidores gerarem parte de seu consumo de energia e trocarem eventuais

excedentes com o sistema elétrico, dentro do conceito de geração distribuída. Amilcar Guerreiro acrescenta que as instituições financeiras como a Caixa Econômica Federal incluem em seus programas habitacionais o financiamento do Sistema de Aquecimento Solar (SAS). “Essas medidas contribuem para a expansão do uso da energia solar térmica nas residências.”

No caso do Programa Minha Casa Minha Vida, uma importante ação já sugerida ao Governo pela ABRAVA seria a instalação de aquecedores solares em todas as unidades habitacionais e não somente nas unidades unifamiliares da faixa I (renda até R$ 1.600,00). A Associação também sugeriu à Presidenta Dilma Rousseff a inserção dos aquecedores solares no Programa Minha Casa Melhor para facilitar a aquisição desses equipamentos.

Amilcar Guerreiro também cita o Programa Brasileiro de Etiquetagem, que certifica a eficiência dos coletores solares e reservatórios térmicos, como outra medida para estimular o uso residencial e industrial dessa tecnologia. “Além disso, no âmbito dos estudos de planejamento, tanto o PDE quanto os estudos de longo prazo (Plano Nacional de Energia 2050, em elaboração) consideram a energia solar térmica como alternativa efetiva para o atendimento do crescimento da demanda”, lembra o diretor da EPE.

Para a ABRAVA, esse entendimento do Governo reforça a expectativa do setor de que seja criada uma política pública nacional prevendo descontos para o consumidor que optar por equipamentos de geração de energia limpa etiquetados pelo Inmetro.

Visibilidade no BENPara o diretor de Estudos Econômicos Energéticos e Ambientais da

EPE, Amilcar Guerreiro, mesmo com uma redução de 3 GWh no consumo de energia, o número estimado de domicílios equipados com aquecimento solar em 2023 ainda seria modesto em termos de representatividade da energia solar térmica na matriz elétrica nacional.

Um recente estudo da ABRAVA mostra que a energia solar térmica representa 1,03% da matriz elétrica de 2013. No entanto, a fonte ainda não aparece destacada na edição 2013 do Balanço Energético Nacional (BEN 2013), elaborado pela EPE. Segundo o diretor da EPE, isso acontece porque o BEN não dispõe de dados para fundamentar as estimativas referentes à energia solar térmica – o balanço contabiliza a geração de energia elétrica a partir da fonte solar somente com base na capacidade instalada de solar fotovoltaica publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A ABRAVA já se prontificou junto à EPE para detalhar o estudo apresen-tado no 2º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar que mostra o avanço da energia solar térmica na matriz elétrica nacional. A expectativa é de que o trabalho seja desenvolvido no primeiro semestre de 2015.

Custos de transmissão e distribuição encarecem outras fontes de energia

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Page 9: Revista Sol Brasil - 24°edição

Notícias I 9

O DASOL da ABRAVA enviou ao Inmetro as sugestões das em-presas associadas para adequar os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) à realidade do setor de aquecimento solar de água.

Publicada no Diário Oficial da União em 6 de novembro, a Portaria MDIC - Inmetro 487 (4/11/2014) estabeleceu prazo de 30 dias para Consulta Pública so-

bre o novo texto do RAC. O regulamento atual tem como base as portarias Inmetro 491 (2010), 361 (2011) e 352 (2012).

A consulta pública atende à reivindicação apresentada pela ABRAVA no final de outubro para adequar o RAC ao contexto dos micro e pequenos fabricantes de produtos abrangidos pelo Programa de Avaliação da Conformidade.

Consulta Pública: Associadas avaliam nova portaria do Inmetro

A nova portaria inclui a Certificação Modelo 3 – Ensaio de Tipo, “com intervenções posteriores através de ensaios em amostras retiradas no fabricante” para verificar se a produção continua conforme.

Pela portaria colocada em consulta pública, continuam válidos os modelos de certificação 5 e 7. O Modelo 5 (Ensaio de Tipo, Avaliação e Aprovação do Sistema da Qualidade do Fabricante) prevê auditorias no fabricante e ensaios de amostras retiradas no comércio e no fabricante. No Modelo 7 (Ensaio de Lote), são feitos ensaios com amostras de um lote do produto.

O novo texto prevê ainda a redução da validade do Certificado de Conformidade de quatro para três anos para empresas optantes do Modelo 3. Outra proposta é que, no caso das empresas optantes do Modelo 5, a Avaliação de Manutenção e o Plano de Ensaios de Manutenção (emitidos após a concessão do Certificado de Conformidade) sejam realizados a cada 18 meses e não mais a cada 12 meses.

Page 10: Revista Sol Brasil - 24°edição

• Por que certificar Sistemas de Aquecimento Solar (SAS)?Todo equipamento certificado por um Organismo de

Certificação de Produto, acreditado pelo Inmetro, demonstra ao consumidor e à sociedade que ele foi aprovado em di-versos ensaios que exigem o máximo de suas características técnicas - por exemplo, se todos os materiais empregados apresentam o desempenho necessário e se o equipamento foi produzido em uma fábrica que possui um sistema de qualidade confiável, de acordo com exigentes regras de mercado e das entidades regulamentadoras do governo.

Assim comprovamos que o produto atende às recomen-

dações das normas aplicáveis quanto à segurança, desem-penho ou meio ambiente, entre outras.

As Portarias Inmetro 352 de 06/07/2012 (RAC) e 301 de 14/06/2012 (RTQ) regulamentam a certificação de Sistemas de Aquecimento Solar de Água no Brasil. Os requisitos se aplicam a coletores solares, reservatórios térmicos fechados e sistemas acoplados de aquecedor com reservatório, ambos até 1.000 litros.

Essas portarias determinavam o prazo máximo de 24 meses após a sua publicação para a certificação do produto, mas esse prazo foi prorrogado pela Portaria Inmetro 358 de 01/08/2014, passando a 38 meses da publicação anterior (Portaria 352/2012). Ou seja, a nova data limite para a cer-tificação é 10/09/2015.

• O que acontece se a indústria não certificar o produto no prazo estipulado pelo Inmetro?

Os produtos estão sujeitos à fiscalização do Inmetro e as empresas fabricantes ou os importadores que não tiverem seus produtos certificados podem ser autuados com one-rosas multas ou até mesmo ter suas atividades suspensas.

• Quais são as etapas e o prazo no processo de certificação?

O processo é composto de duas etapas: a certificação inicial (registro) e as etapas de manutenção, que devem ser repetidas a cada 12 meses após o registro, dentro da validade de 4 anos de cada certificado.

A certificação inicial é composta de avaliação da documentação do produto, uma auditoria de fábrica e/ou importa-dor com lacre de amostras e a realização de ensaios em laboratório acreditado. O certificado é emitido após a aprovação em todas as instâncias. O prazo para cer-tificação inicial é estimado, pois depende de diversos fatores, como quantidade de produtos e disponibilidade de agenda do laboratório, transportes e custos envolvi-dos, podendo levar de 4 a 6 meses.

Fale com o Especialista

CertificaçãoEng. GersonAllegretti

10 I Tira Dúvidas

O engenheiro Gerson Allegretti, auditor de produto da TÜV Rheinland Brasil, descreve o processo de certificação compulsória para sistemas de aquecimento solar de água. A TÜV Rheinland Brasil é uma empresa acreditada pelo Inmetro para certificação.

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Page 11: Revista Sol Brasil - 24°edição

Gerson Allegretti é formado em Engenharia Mecânica Plena pela FEI – Faculdade de Engenharia Industrial com especialização em Administração Industrial pela Fundação Vanzolini.

• Quais são os modelos de certificação permitidos para SAS?

Para produtos como coletores solares, re-servatórios térmicos ou sistemas acoplados, a portaria permite utilizar somente os modelos 5 ou 7.

O modelo 5 consiste na realização de en-saios no produto e auditoria de fábrica na etapa inicial, atividades repetidas a cada 12 meses nas etapas de manutenção.

Para o modelo 7 são realizados somente ensaios de um lote pré-definido, porém a cer-tificação é válida exclusivamente para aquele lote de produto, não havendo manutenção.

O Inmetro analisa atualmente a possibilidade de utilizar também o modelo 3, mas ainda não há confirmação dessa condição.

• Qual a função da auditoria de fábrica?É um processo sistemático, independente e documentado

para evidenciar registros ou outras informações pertinen-tes ao processo produtivo de um produto e seu sistema de qualidade diretamente na fábrica e, assim, avaliar como o produto é fabricado e se atende às necessidades das normas ou regulamentos da base normativa.

A auditoria propicia um adequado grau de confiança de que aquele produto atende a requisitos pré-estabelecidos. O importador também deve ser avaliado sobre as mesmas condições.

Durante a auditoria inicial na fábrica, as PETs (Planilhas de Especificação Técnica) são verificadas com relação ao pro-duto e as amostras são lacradas para a realização dos ensaios.

• Por que os ensaios devem ser realizados em laboratórios acreditados pelo Inmetro?

Quando o laboratório é acreditado em uma determinada norma, significa que foi avaliado pelo próprio Inmetro para realizar os ensaios específicos de cada produto, que possui capacidade instalada para tal e também que foi avaliado se o sistema de qualidade do laboratório está implementado e funcionando, atendendo à norma ISO/IEC 17025. Como exemplo, podemos citar se há procedimentos adequados e documentados, registros armazenados dos ensaios e garan-tia de confidencialidade, entre outros.

Caso não haja laboratório acreditado pelo Inmetro, o organismo acreditado para certificar o produto deve va-lidar a capacidade do laboratório em realizar os ensaios, conforme anexo A da Portaria 361/2011 do Inmetro e, se necessário, avaliar através de um comparativo de normas quando se tratar de escopo similar. No caso de laboratório estrangeiro, deve ser membro do ILAC (International Labo-ratory Accreditation Cooperation) ou IAAC (Inter American Accreditation Cooperation).

• Caso ocorram não conformidades, o que deve ser feito? Durante a realização da auditoria ou dos ensaios, podem

ocorrer não conformidades, ou seja, resultados diferentes dos permitidos ou necessários pelo regulamento. No caso da auditoria, o solicitante deve avaliar criticamente a não conformidade, providenciar as correções necessárias no processo de produção e ser submetido a reavaliação.

Se a não conformidade for apresentada na amostra “prova”, o solicitante pode repetir os ensaios em amostras de “contraprova” e “testemunha”, e ambas devem ser apro-vadas. Caso não sejam aprovadas, o produto é considerado reprovado e o processo de certificação inicial é cancelado.

• Em que consiste a manutenção do certificado?A manutenção de um certificado deve ser realizada de

tempos em tempos, a fim de verificar se o produto está sendo produzido conforme as regras vigentes. As atividades são definidas pelas Portarias citadas e consistem basicamente em uma nova auditoria e na segunda realização de ensaios, que foram executados quando da certificação inicial. Para a manutenção do certificado, as amostras devem ser retiradas no comércio e na indústria alternadamente e submetidas a ensaios em período de até 12 meses.

• Existe a possibilidade de ensaios realizados no passado serem aceitos para a certificação?

A Portaria Inmetro 352/2012 permite que os ensaios realizados no antigo Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) sejam aproveitados, desde que realizados até 36 meses antes da data da publicação da portaria, ou seja, a partir de 10/07/2009.

• Uma indústria pode trocar de OCP?Sim, desde que atenda às exigências das portarias vi-

gentes.

Tira Dúvidas I 11

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12 I Entrevista

Consumo sustentável emCidade Tiradentes

José CavarettiGerente de Novos Mercados da AES Eletropaulo

Que fatores motivaram a AES Eletropaulo a desenvolver o projeto de energia solar térmica na Cidade Tiradentes?

Ao instalar o projeto de aquecimento solar, a AES Eletro-paulo tem como objetivo auxiliar as famílias de baixa renda a reduzirem seus consumos e, por consequência, o valor das contas de energia elétrica, além de conscientizar essa população quanto ao uso adequado da energia.

A distribuidora está constantemente em busca de solu-ções para o desenvolvimento sustentável das comunidades de baixo poder aquisitivo dentro de sua área de concessão. Soluções que superem a missão de distribuir energia elétrica com qualidade e segurança e que possam contribuir com o desenvolvimento socioeconômico da comunidade.

O desenvolvimento deste projeto em parceria com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) apresentou a oportunidade de atendimento às famílias de baixa renda. Esta iniciativa fortalece a imagem da AES Eletropaulo como uma empresa que busca desenvolver seu negócio de maneira sustentável.

Quais são as empresas parceiras e qual a responsabilidade de cada uma delas no trabalho?

As empresas parceiras são:

José Cavaretti: redução esperada de até 35%no consumo de energia elétrica

Maior distribuidora em volume de energia elétrica do Brasil, a AES Eletropaulo também investe em energia solar térmica.

A empresa, que tem 20,1 milhões de clientes na Região Metropolitana de São Paulo, desenvolve em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano um projeto solar de eficiência energética voltado para a população de baixa renda em Cidade Tiradentes, Zona Leste da capital paulista.

O projeto beneficiará aproximadamente 20.000 pes-soas com redução de consumo e da conta de energia, calcula José Cavaretti, gerente de Novos Mercados da AES Eletropaulo, que concedeu a seguinte entrevista à SOL BRASIL:

- Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Ur-bano do Estado de São Paulo (CDHU) – responsável por indicar os conjuntos com viabilidade técnica para receber os sistemas de aquecimento solar bem como aprovar os projetos executivos para liberação da Autorização de Início de Serviços (AIS);

- Instituto Brasileiro do Cobre (Procobre) – responsável por desenvolver estudo de caso do projeto para posterior divulgação e disseminação de lições aprendidas;

- Power Eficiência e Sustentabilidade Ltda. – fornecedor contratado para implantar os sistemas de aquecimento solar conforme determinação da AES Eletropaulo;

- MGD Engenharia, Consultoria e Treinamentos Ltda. - fornecedor contratado para implantar os sistemas de aque-cimento solar conforme determinação da AES Eletropaulo.

O projeto está enquadrado no Programa de Eficiência Energé-tica da Aneel? Quais são as expectativas de redução de demanda de ponta e economia de energia?

O projeto se enquadra nos critérios estabelecidos pelo

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“A distribuidora está constantemente em busca de

soluções para o desenvolvimento sustentável das comunidades de baixo poder aquisitivo dentro de

sua área de concessão”

Manual de Eficiência Energé-tica versão 2008. A expectativa da distribuidora é de que haja uma redução do consumo de energia elétrica entre 20% a 35%, dependendo do número de pessoas da família e das condições climáticas.

A redução da demanda de ponta pode atingir até 30% quando não existir necessidade de complementação térmica para o banho, ou seja, a água aquecida pelas placas solares for suficiente para um banho confortável de toda família.

Trata-se de um projeto na categoria de piloto da Aneel? Qual é a RCB (Relação Custo Benefício) teórica do projeto?

Não. A ação faz parte do projeto global de eficiência energética da AES Eletropaulo destinado a clientes de baixa renda. Esse projeto engloba o projeto de aquecimento solar e os projetos de substituição de lâmpadas, geladeiras e

reforma interna de instalações elétricas residenciais.

A RCB deste projeto está enquadrada dentro dos critérios da Agência Nacional de Energia Elétrica.

Quais são as principais etapas de desenvolvimento desse projeto?

O projeto teve início em 2012 e a previsão de término é final de 2015. O projeto é dividido em cinco etapas:

1ª Etapa -Comunicação e conscientização: Divulgação através de eventos, reuniões com síndicos e condomínio para apresentação do projeto e esclarecimento das etapas que serão realizadas, bem como garantir a aprovação do projeto por parte dos clientes be-neficiados.

2ª Etapa -Diagnóstico e análise de perfil: Visita porta a porta para identificar os clientes e formalizar o preen-chimento do termo de compromisso (contrato) e outros

Entrevista I 13

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documentos que autorizam a AES Eletropaulo a realizar as intervenções dentro do imóvel do cliente, principalmente no banheiro, para avaliar as condições do local e realizar a liberação das obras necessárias para instalação do sistema de aquecimento solar.

3ª Etapa - Elaboração de projeto: Elaboração do projeto executivo do sistema de aque-cimento solar (levantamento técnico, plantas, memorial descritivo, recolhimento de ART e etc.) para aprovação da CDHU. Após aprovação, é emitida a autorização do início das obras pela CDHU.

4ª Etapa - Implementação do projeto: Obras de implanta-ção do sistema de aquecimento solar no conjunto habitacio-nal, seguindo as sub-etapas: reforço estrutural dos telhados, instalação dos sistemas de aquecimento solar (placa coletora solar e reservatório térmico), hidráulica fria, hidráulica quente e hidráulica interna do apartamento, bem como a adequação SPDA - Sistema de proteção contra raios e aca-bamento/fechamento das calhas das hidráulicas externas.

5ª Etapa - Medição e verificação: Para avaliação do re-sultado do projeto, são escolhidos aleatoriamente alguns clientes beneficiados pelo projeto para realizar a medição de consumo de energia elétrica antes e após a instalação do sistema de aquecimento solar.

Quais são os conceitos técnicos do projeto e seus desafios, uma vez que é implantado em edificações já existentes?

O conceito técnico do projeto é o uso de energia solar para o aquecimento de água para banho. Para desenvolver o projeto é necessário conscientizar a população sobre o uso adequado e seguro da energia elétrica, buscar soluções que se adaptam à edificação existente, sem que haja grandes intervenções estruturais e a mudança de hábito de consumo dessa população.

Também é importante o controle, por parte dos bene-ficiados, do tempo de banho. Por esse motivo, o sistema

contempla o uso de um chu-veiro inteligente que emite um sinal sonoro após 10 minutos de banho para informar as pessoas quanto ao uso adequado da energia e água.

Quais são as características técnicas das soluções tecnológicas aplicadas?

O sistema de aquecimento solar é composto pela placa coletora solar com selo Procel A, reservatório térmico com

capacidade de armazenar 200 litros de água, tubulação hidráulica de água quente em cobre e chuveiro híbrido de baixa potência como complementar térmico.

Os coletores são projetados para absorver a energia dos raios solares e transformá-los em calor que, transportado para a água, irá aquecê-la. O reservatório armazena a água aquecida conservando sua temperatura até o momento do consumo. A água circula entre os coletores e o reservatório térmico através de um sistema natural chamado termossi-fão. Nesse sistema, a água dos coletores fica mais quente e, portanto, menos densa que a água no reservatório. Assim a água fria “empurra” a água quente gerando a circulação.

A temperatura obtida na água com o uso de um aque-cedor solar dependerá de fatores diversos como: região, tecnologia empregada, tipo de aplicação, época do ano, condições climáticas. Exemplo: uma instalação residencial no Estado de São Paulo em um dia de sol forte atingirá a temperatura de cerca de 50°C no inverno e 70°C no verão.

Quantas unidades consumidoras estão envolvidas em cada tipo de solução e qual a população estimada beneficiada?

O projeto prevê a instalação de 5.000 sistemas de aqueci-mento solar e beneficiará aproximadamente 20.000 pessoas, considerando-se uma média familiar de 4 pessoas.

Quais são os resultados preliminares encontrados na atual fase para redução de demanda de ponta e economia de energia?

Ainda não temos os resultados fechados, porque o plano de medição e verificação está em andamento.

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“O sistema contempla o usode um chuveiro inteligente

que emite um sinal sonoro após10 minutos de banho para informar

as pessoas sobre o uso adequado da energia e água”

14 I Entrevista

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Qual o valor da conta de energia residencial média da população envolvida e qual a estimativa no novo valor, incluindo impostos?

O consumo médio é de 200 KWh/mês, que está dentro da média da Região Metropolitana de São Paulo para um cliente residencial de baixa renda. Isso equivale à fatura média de R$ 85,53 na tarifa residencial plena e a estimativa é de R$ 55,11 para residencial na Tarifa Social de Energia Elétrica.

A previsão é de que, com a utilização do sistema de aquecimento solar, o cliente tenha uma redução média de

até 30% no valor da conta, aproximadamente.

Existe um trabalho de treinamento e conscientização da popu-lação? Como é desenvolvido?

Antes da implantação do projeto de aquecimento solar, foram realizadas reuniões, palestras e visitas porta a porta para garantir a orientação sobre o uso correto do equipa-mento instalado e também para explicar as etapas do projeto.

Ainda, são distribuídas cartilhas explicativas com orien-tações sobre o uso do sistema. Também foi disponibilizado pelos fornecedores um canal de atendimento 0800 para esclarecer dúvidas.

Pelos primeiros sinais do projeto, a AES Eletropaulo estuda sua aplicação em outras regiões?

As regras atuais para aplicação dos recursos de eficiência energética para os clientes de baixa renda estabelecem algu-mas condições como o cadastro no Cadúnico do Governo Federal, para receber os benefícios do programa da tarifa social de energia elétrica, o que limita sua aplicação em grande escala. Caso as regras sejam alteradas, a expansão do projeto será avaliada.

Entrevista I 15

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16 I Notícias do Dasol

VPDA(Desenvolvimento Associativo): Mauro Isaac Aisemberg(Pro-Sol)

VPM(Marketing):Rafael B. Pompeu de Campos (Bosch e Heliotek)

Assembleia dos associados do DASOL realizada em 13 de novembro aprovou a sugestão do past pre-sident Carlos Artur Alves de Alencar para ampliar o mandato da diretoria de um para dois anos. A ampliação contempla a gestão iniciada em 2014, de modo que o atual presidente e seus diretores seguem na condução do Departamento em 2015.

A proposta de alteração foi apresentada sob o ar-gumento de que o mandato de um ano é insuficiente para a adequada realização dos projetos e ações de cada gestão. A assembleia definiu ainda que os asso-ciados ausentes fossem consultados por e-mail sobre a alteração do regimento interno.

Assembleia aprova mandato de dois anos

Presidente:Luís Augusto F. Mazzon (Soletrol)

VPOF(Operações e Finanças): Ernesto Nery Serafini(Solar Minas)

VPTMA(Tecnologia e Meio Ambiente):Jamil Hussni Junior(Jelly Fish)

A mesma assembleia referendou o nome de Mauro Isaac Aisemberg (Pro-Sol) como novo vice-presidente de Desenvolvimento Associativo a partir de 2015, pois o então titular Alander Brandão informou não ser mais possível sua participação na diretoria do DA-SOL. Os associados também elegeram José Lourenço Cassuci (A Atual) e Marcelo de Melo Madeira (Kisol) como primeiro e segundo suplentes.

Durante a assembleia, o presidente Luís Augusto Ferrari Mazzon agradeceu o apoio e a confiança dos associados. O secretário executivo Marcelo Mesquita fez uma apresentação das ações e projetos desenvol-vidos pelo DASOL em 2014.

VPI(Assuntos Institucionais): Amaurício Gomes Lucio (Tuma)

Conselho de Administração do DASOL em 2015

PP(Past President): Carlos Artur A. de Alencar (Enalter)

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do setor solar térmico e fotovoltaico, que acontece entre os dias 1 a 3 de setembro no Expo Center Norte, em São Paulo.

O congresso prevê um amplo programa dedicado aos temas atuais e mais procurados pelo mercado, como a certificação do Inmetro, cases de sucesso e os desafios de projeto (normas, técnicas e materiais), dentre outros. Em-presas associadas terão desconto nos valores de patrocínio da feira e inscrição no congresso.

Oportunidade para expositores

As associadas do DASOL-ABRAVA terão desconto para participar como expositoras da Intersolar. Também estão previstos desconto e facilidade de pagamento para as reservas feitas com antecedência.

Para consultar preços e obter mais infor-mações, entre em contato com a ABRAVA pelo telefone (11) 3361-7266, ramais 142 e 144 ou pelo e-mail: [email protected]

Participe do 3º CB-SOL!

O DASOL já incluiu em seu planejamento a realiza-ção em setembro de 2015 do 3º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar. O congresso é uma oportunidade para compartilhar conhecimento e experiência sobre as aplicações, o mercado, as oportunidades e os desafios da tecnologia solar térmica.

Pelo segundo ano consecutivo, o congresso será reali-zado durante a Intersolar South America, feira mundial

Em 2015, DASOL retoma parceria com a Intersolar South America

Vem aí o 3º CB-SOL

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Notícias do Dasol I 19

ABRAVA recomenda termo de“Garantia Estendida” mínima para clientes

Com o objetivo de assegurar transparência e respeito ao consumidor, o DASOL da ABRAVA sugere que as as-sociadas adotem um Termo de Garantia Estendida que seja referência mínima para o setor na fabricação e comerciali-zação de aquecedores solares. Uma proposta foi aprovada em assembleia no dia 13 de novembro.

O termo representa garantia adicional de 90 dias, facul-tativa à obrigatória prevista no CDC (Código de Defesa do Consumidor), e dispõe sobre prazos, abrangências e respon-sabilidades mínimas para ser adotado como referência na confecção dos termos de garantia que cada empresa deve entregar na venda de seus produtos. É importante frisar que a ABRAVA não oferece garantia de produto a nenhuma empresa e consumidor, uma vez que é apenas a associação de classe do segmento.

A proposta foi elaborada a partir da pesquisa realizada em agosto com 20 empresas do setor (67% dos associados

fabricantes convidados) sobre as diferentes condições ofe-recidas voluntariamente e sem custos adicionais ao consu-midor final pelo benefício da garantia estendida.

“A aprovação de um termo sugerido de garantia esten-dida, adicional à obrigatória determinada no CDC, é uma demonstração de respeito da ABRAVA pelo consumidor final”, salientou o presidente do DASOL Luís Augusto Ferrari Mazzon. Além de maior satisfação do consumidor, o termo visa resguardar as boas práticas da livre concor-rência e estabelecer critérios justos e transparentes no que se refere às responsabilidades envolvidas.

A existência de um documento base apropriado, ela-borado pela associação do setor, assegura clareza e efetivo direito ao consumidor sobre a garantia dos produtos. E contribui para que as empresas não fiquem sujeitas ao risco de demandas judiciais e desgaste de imagem frente às di-ferentes práticas do mercado sem o devido esclarecimento.

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2014 Um ano dinâmico para o setor solar térmico

O Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA empreendeu em 2014 diversas ações para fortalecer a indústria e aumentar a visibilidade do setor, que já representa 1,03% da matriz elétrica nacional. Sob a liderança da Diretoria e de uma equipe engajada, parte dessas ações terá continuidade em 2015.

20 I Notícias do Dasol

1 Solar em Cada CasaO ano foi marcado pelo lançamento do Programa 1

Solar em Cada Casa, voltado para a disseminação do aquecimento solar nos lares brasileiros como solução para poupar energia elétrica.

Em fevereiro, o DASOL da ABRAVA enviou à Presidenta Dilma Rousseff e aos ministros da Casa Civil, de Minas e Energia, das Cidades e do Meio Am-biente as linhas gerais de uma proposta para facilitar a aquisição de aquecedores solares. A proposta visa também ampliar o uso da tecnologia solar térmica no programa Minha Casa Minha Vida e nos programas habitacionais dos governos estaduais.

Para promover o Programa 1 Solar em Cada Casa, o setor criou a campanha Eu Esquento! e realizou evento no dia 3 de maio (Dia Internacional do Sol) no Parque Villa Lobos, em São Paulo. Além de site e página no Facebook, a campanha distribuiu 3 mil bolas de plástico para conscientizar a população sobre os benefícios ambientais e econômicos do aquecimento solar de água.

Termo mínimo de garantia O DASOL recomenda às empresas associadas a adoção

de um Termo de Garantia com condições mínimas para o consumidor final. Uma sugestão de termo foi aprovada na assembleia de 13 de novembro. O objetivo do termo mínimo é oferecer serviços adequados e assegurar condições trans-parentes no relacionamento com o cliente.

2º CB-Sol O 2º Congresso Brasileiro de Aquecimento Solar (2º CB-

-Sol) reuniu em agosto mais de 120 profissionais e especia-listas no Expo Center Norte, em São Paulo, durante a feira Intersolar South America.

O 2º CB-Sol marcou o novo posicionamento das em-presas do setor como provedoras de energia e reforçou a proposta da ABRAVA de criação de uma política nacional para disseminação do aquecimento solar de água. Durante o congresso, o DASOL lançou a PAPE (Produção Anual Padronizada de Energia), indicador que visa facilitar a com-preensão do consumidor e da sociedade sobre a produção energética dos sistemas de aquecimento solar.

Produção e EnergiaA pesquisa anual realizada junto

às empresas associadas mostrou que em 2013 o mercado solar brasileiro cresceu 19,8% e atingiu uma área acumulada de 9,8 milhões m2 de co-letores instalados no país. Relatório da Agência Internacional de Energia (IEA) divulgado em 2014 mostra que o Brasil já superava em 2012 a Ale-manha e dos Estados Unidos na pro-dução anual de coletores de energia solar térmica.

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Notícias do Dasol I 21

Parcerias e fórunsO DASOL deu continuidade

às parcerias estratégicas firmadas com institutos, universidades e instituições oficiais para fortale-cer a indústria do aquecimento solar. O Departamento participa do Grupo de Trabalho Energia Solar Térmica, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e voltado à disseminação de sistemas de aquecimento solar de água.

O DASOL encaminhou sugestões ao Termo de Refe-rência (TR) da Caixa Econômica Federal para as moradias do Programa Minha Casa Minha Vida. O Departamento também realizou ações junto aos ministérios do Desenvol-vimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Ministério das Cidades, Fórum Curador do FGTS e Caixa em defesa dos interesses do setor.

Ao longo de 2014, o DASOL esteve presente em outros fóruns, palestras e eventos e foi porta-voz do setor junto à mídia para divulgar os benefícios da tecnologia solar térmica.

CapacitaçãoEm 2014, o DASOL formou mais duas turmas do

curso Projetista de Sistema de Aquecimento Solar e inovou a programação com o lançamento do Curso de Gestão Estratégica Industrial Financeira para o Setor de Aquecimento Solar. O programa de capacitação formou 70 profissionais em 2014. Ao longo dos últimos cinco anos, mais de 750 pessoas foram capacitadas em cursos, congressos e workshops organizados pelo Departamento.

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Laboratório do BanhoEm conjunto com a USP, o Departamento de Aqueci-

mento Solar da ABRAVA participa do desenvolvimento do Laboratório de teste de equipamentos de aquecimento de água para banho nas dependências do Centro de Práticas Esportivas da Universidade.

Este é um projeto da Escola Politécnica da USP e tem como parceiros as empresas fabricantes de aparelhos de aquecimento de água para banho (solar, elétrico, gás e hí-bridos). A montagem do Laboratório tem coordenação do Prof. José Aquiles Baesso Grimoni e do pesquisador Marcio Maia Vilela.

O objetivo do projeto é realizar testes comparativos de longo prazo com esses equipamentos, levando em consi-deração as fontes energéticas, seus custos de implantação, operação & manutenção, efeitos climáticos sazonais, os hábitos dos usuários influindo sobre seu desempenho e os custos do banho etc. De acordo com o cronograma do pro-jeto, o laboratório estará operacional até o final do primeiro semestre de 2015.

Nova fase do QUALISOLO QUALISOL Brasil, programa de qualificação para fa-

bricantes e fornecedores de sistemas de aquecimento solar, entra em sua segunda fase a partir de janeiro de 2015, com a inserção da Certificação Pro-fissional pelo Senai e a definição de novos escopos de qualificação para profissionais e empresas.

Em novembro de 2014, o DASOL enviou às empresas associadas a minuta do novo Ma-nual Geral do QUALISOL para avaliação e sugestões. O novo manual contempla a participação de profissionais certificados pelo Senai e a nova classificação dos escopos de serviços.

Isenção do ICMSEm fevereiro, o DASOL encaminhou solicitação à Se-

cretaria de Energia do Estado de São Paulo e o Conselho de Política Fazendária (Confaz) aprovou o Convênio ICMS 10, de 21 de março de 2014. O Convênio prorroga até 31 de dezembro de 2021 a isenção do ICMS para matéria-prima usada na fabricação de aquecedores solares de água.

Em outubro, a ABRAVA apresentou ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior proposta de isenção do PIS-Cofins para as empresas participantes do Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro. A proposta visa incentivar o crescimento do setor e ampliação de em-pregos tendo em vista que o aquecedor solar está associado à geração de energia limpa, com benefícios ambientais, econômicos e sociais para o país.

22 I Notícias do Dasol

Protocolo para o PBQP-HEm 2014, o DASOL manifestou formalmente ade-

são ao Programa Brasileiro de Qualidade e Produti-vidade do Habitat (PBQP-H). A adesão ao programa é uma das diretrizes previstas na Portaria 325/2011 para fornecedores de material de construção para o Programa Minha Casa Minha Vida.

Está prevista a formação de uma força-tarefa para elaborar um plano de ação que viabilize a efetiva participação das empresas do setor no PBQP-H. De desenvolvimento complexo, esse programa exige a implantação de um Programa Setorial de Qualidade (PSQ) que atenda ao SIMAC (Sistema de Qualificação de Empresas de Materiais e Componentes e Sistemas Construtivos), dedicado à conformidade na fabricação de produtos, e ao SINAT (Sistema Nacional de Ava-liação Técnica de Produtos Inovadores).

Publicações O DASOL promoveu a difusão do conhecimento com o

lançamento de três publicações técnicas relevantes para o setor. Lançado durante o 2º CB-Sol, o documento “Energia Solar Térmica - Participação na Matriz Energética e Contri-buições Socioeconômicas ao Brasil” enfatiza o novo posicio-namento das empresas do setor como geradoras de energia.

O documento também recomenda a adoção das variáveis PAPE (Produção Anual Padronizada de Energia) e CS (Custo Solar), que permitem melhor entendimento do mercado sobre os benefícios da substituição da energia elétrica pelos sistemas de aquecimento solar.

Outro lançamento importante foi o manual “Projetando Sistemas de Aquecimento Solar para Habitações Multifami-liares”, em conformidade com as normas técnicas e as me-lhores práticas de mercado. Também em 2014 foi publicado no site do DASOL o “Relatório Técnico sobre a Eficiência de Coletores Solares”, estudo comparativo dos modelos planos e de tubo evacuado.

Assim como as publicações técnicas, está disponível no site do DASOL a Revista Sol Brasil, que divulga as iniciativas do setor para promover a energia solar térmica. Em 2014 foram publicadas cinco edições impressas, com tiragem de mil exemplares e a participação de especialistas em energia, sustentabilidade e tecnologia solar.

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Notícias do Dasol I 23

Grupo de Projetistas de SASSugestão nascida no 2º CB-SOL, o DASOL promoveu em

outubro e novembro reuniões com projetistas do setor solar térmico para analisar e propor soluções aos atuais desafios do mercado, tais como práticas construtivas, atendimento à legislação, pontos de melhoria em normativos existentes e aspectos da nova Norma de Sistemas Prediais de Água Fria e Quente - Procedimento, em discussão na ABNT.

Para o DASOL, a formação desse fórum de profissionais apoiado pela indústria do aquecimento solar permitirá maior sinergia para as questões relacionadas à aplicação da tecnologia, desde a concepção do projeto até a execução dos empreendimentos.

CertificaçãoTema debatido no 2º CB-Sol, a certificação foi objeto de uma segunda pesquisa setorial. Os resultados, divulgados

em setembro, mostraram que os maiores desafios do setor estão na preparação da infraestrutura laboratorial para realizar novos testes de qualidade exigidos pelo Inmetro para os sistemas de aquecimento solar.

Durante todo o ano, o DASOL manteve contato constante com o Inmetro e agentes do setor visando aprimorar, esclarecer dúvidas e apresentar as reivindicações da indústria solar térmica relacionadas à certificação compulsória.

Ampliação do quadro associativo Com a adoção de uma nova postura associativa aprovada

no final de 2013, foram extintas em 2014 as contribuições es-pecíficas para o DASOL. Todas as empresas de aquecimento solar filiadas à ABRAVA tornaram-se também representa-das pelo Departamento e passaram a usufruir dos serviços e benefícios oferecidos pelo DASOL sem custo adicional.

Em novembro de 2014, o quadro associativo reunia 33 empresas do setor, sendo sete novas afiliadas nos últimos 11 meses.

Houve também uma ampliação da representatividade, com a realização de mais assembleias durante o ano e maior comunicação com os associados.

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24 I Case Solar

Economia e sustentabilidade ambiental estão no projeto executado pela Dinâmica Energia Solar, empresa de São Car-los (SP) que é responsável pelo aquecimento solar de água nos vestiários da ArcelorMittal no Interior de São Paulo.

A gigante mundial da siderurgia, que fabrica vergalhões para a construção civil em Piracicaba (SP), encontrou junto à Dinâmica a solução para reduzir o consumo de gás e as

Sistema solar garante produção mensal de 14,2 MWh de

energia e 10 mil litros diários de água quente

emissões poluentes resultantes da queima de combustível.O sistema construído pela Dinâmica compreende 80 co-

letores Bosch FCC-220-2V que totalizam uma área de 166,4 m2 e garantem uma produção de 14,2 MWh/mês de energia.

A instalação inclui reservatórios térmicos de alta pressão com capacidade para 10.000 litros de água. Como apoio auxiliar, foi mantida uma caldeira que integrava o sistema

anterior de aquecimento da água de banho. “Mas o maior desafio foi construir uma

estrutura metálica suspensa para os cole-tores: o telhado tinha formato de meia lua, o que dificultava a instalação dos equipa-mentos”, lembra Ricardo Zabotto, gerente de Grandes Obras da Dinâmica.

Concluído em agosto, o projeto permitirá uma economia anual de energia de 127,2 MWh/ano.

As informações são de responsabilidadeda Dinâmica Energia Solar

Dinâmica Energia Solar

www.dinamicaenergiasolar.com.br

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ArcelorMittal adota soluçãosustentável da Dinâmica

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Um dos palcos do maior evento esportivo de 2014, a Arena Fonte Nova, localizada em Salvador (BA), encontrou na Heliotek a solução ideal para eficiência energética em aquecimento de água.

O sistema da Heliotek contribuiu para que a Fonte Nova fosse o primeiro entre os 12 estádios que sediaram a Copa do Mundo no Brasil a obter a certificação de construção sustentável LEED nível Silver.

O sistema foi projetado com 21 coletores solares modelo MC20 e duas bombas de calor para banho HelioMaster para abastecer com água quente dois reservatórios térmicos de 2.500 litros cada um. Com classificação A do Inmetro, cada coletor tem produção média de energia de 168,3 kWh/mês. O sistema atende a todos os vestiários e permite à arena uma

Estádio baiano foi o primeiro entre os 12 do Mundial de Futebol

a obter a certificação de construção sustentável

redução anual de 21 toneladas de CO2.Os 42 m² de coletores solares integrados às bombas de

calor possibilitam uma economia de energia elétrica de 87%. Comparados a um sistema de aquecimento a gás tradicional, oferecem uma economia de 67%. Sem dúvida, é a solução ideal para um baixo consumo energético em aquecimento de água.

Em fevereiro de 2014, a Arena Fonte Nova foi contem-plada com a certificação LEED para Novas Construções e atingiu o nível Silver, demonstrando que o aquecimento solar é uma alternativa para construções que querem ser reconhecidas como sustentáveis e eficientes.

As informações são de responsabilidade da Heliotek.

Heliotek Aquecedor Solar

www.heliotek.com.br

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Arena Fonte Nova ganha LEED com aquecedor da Heliotek

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Page 26: Revista Sol Brasil - 24°edição

No final do ano, o curso “Projetista de Sistemas de Aque-cimento Solar”, oferecido pelo DASOL da ABRAVA, atraiu número recorde de inscritos: 31 profissionais participaram da capacitação ministrada pelo engenheiro Breno Augusto nos dias 26 e 27 de novembro.

Novidade de 2014, o curso “Gestão Estratégica Industrial Financeira para o Setor de Aquecimento Solar”, realizado em 14 de novembro, teve 20 participantes. O curso incluiu cases do setor, análise de demonstrações financeiras e administração de curto prazo entre outros temas.

Empresas associadas à ABRAVA e entidades apoiadoras têm desconto no valor da inscrição em cursos do DASOL. A inscrição pode ser feita pelo site www.dasolabrava.org.br.

Mais informações pelo telefone (11) 3361-7266, ramal 142, ou pelo e-mail [email protected].

Projetista de SAS tem recorde de inscritos

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Arksol

Bosch / Heliotek

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Hidroconfort

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Sol Soluções

Solar Evolution

Solar Minas

Soletrol

Soltec

Soria

Termomax

Thermosystem

Tuma

Unisol

Viasol

Empresas Associadas

Komeco

Manut Solar

Mastersol

Maxtemper

Mondialle Solar

Pantho

Pro-Sol

Quartsol

Rayssol

Rinnai

Sodramar

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Telefone (11) 3361-7266 (r. 142)Fale conosco: [email protected]

Dinâmica pág. 7

TÜV pág. 9

Enalter pág. 13

Heliotek/Bosch pág. 15

Soletrol pág. 17

Komeco pág. 19

Jelly Fish pág. 21

Full Gauge pág. 23

Solarem/Tuma pág. 28

Aguarde a programação de 2015!

Ao longo de 2014, o Programa de Ca-pacitação do DASOL formou 70 profissio-nais em cursos voltados para o setor de aquecimento. Em breve serão anunciadas as novidades para 2015.

Aguarde!

AGENDA SOLAR

Anunciantes da 24a edição

Cursos

26 I Agenda

Page 27: Revista Sol Brasil - 24°edição

Realização:

Em parceria com a Intersolar South America

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Aquecedorsolar é energia!

Setembro de 2015 No Expo Center Norte

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Page 28: Revista Sol Brasil - 24°edição

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