santa cruz em foco net

santa cruz vive a festa da padroeira dos aflitos

SantaCruz

em foco

religiosidadeA história de um povo devoto e de

grandes lutas

históriamuseu auta bezerra resgata a cultura e história do sertão

festaa festa de santa rita

trará milhares de fiéis a santa cruz

santa cruz vive a festa da padroeira dos aflitos

ANO I | 2011

SANTA_CRUZ_EM_FOCO.indd 1SANTA_CRUZ_EM_FOCO.indd 1 25/4/2011 17:47:0425/4/2011 17:47:04

Santa Cruz EM FOCO

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EDITORIAL

Estimados leitores,

A festa de Santa Rita de Cássia, padroeira da cidade de Santa Cruz, vem, ao longo dos anos, ganhando uma dimensão muito grande, rompen-do as fronteiras não apenas da região do Trairi, mas do próprio Estado do Rio Grande do Norte. São pessoas que deixam suas cidades de origem e chegam em solo santacruzense numa grande demonstração de fé e de-voção à padroeira.

A história de Santa Cruz jamais poderia ser contada sem o relato e todo envolvimento da população com Santa Rita de Cássia. Muitos anos se passaram desde que a “Santa das Causas Impossíveis” pas-sou a ser padroeira da cidade. A cada mês de maio milhares de pes-soas chegam ao município para saudar a padroeira. Alguns chegam para cumprir promessa, outros para fazer promessa, e todos para orar e interceder a Santa Rita de Cássia.

É exatamente para festejar a padroeira de Santa Cruz que chega a publicação “Santa Cruz em foco”. A nossa revista traz como grande preo-cupação retratar a festa de Santa Rita de Cássia em todos os seus ângulos: religiosa, os eventos sociais, as romarias, os encontros de amigos. Enfi m, a cidade símbolo do Trairi, promove uma festa que traz como grande pe-culiaridade, exatamente,a pluralidade de pessoas, tendências, movimen-tos, todos irmanados pela devoção a Santa Rita de Cássia.

Nas próximas páginas você, caro leitor, irá se informar de toda pro-gramação da maior festa de padroeira da região do Trairi.

Mas como falar do presente, sem resgatar o passado? A história de Santa Rita em Santa Cruz remonta o século XIX. Por isso mesmo, a “Santa Cruz em foco” mostra, nas suas páginas, muito da história da ci-dade, do povo forte e desbravador.

A partir de agora você conhecerá detalhes da Santa Cruz de hoje, com lembranças da cidade viva de ontem.

A “Santa Cruz em foco” foi concebida como uma grande homenagem à cidade e ao povo santacruzense. A festa de Santa Rita, pela sua reper-cussão e pela simbologia, há muito já merecia uma publicação especial.

A revista foi produzida e desenvolvida por pessoas que têm fortes ligações com a cidade de Santa Cruz, sejam pessoas da terra ou adotadas por essa terra, mas todas têm em comum a admiração por esse município de gente hospitaleira e lutadora.

Vamos às notícias.Boa leitura a todos!

EDITORA: Anna Ruth Dantas | DRT 969/RNCOLABORADORES: Djahy Lima, Virgínia Coelli, João Hélio , Márcio Delgado, Diego Rocha e Antonio GuedesFOTOS: Anna Ruth Dantas, Wallace Maxsuel, Erivan Justino e site Trairy.comPROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:Terceirize Projetos Grafi cos e Editoriais (84)32115075

“Santa Cruz em Foco” é uma revista produzida pelo projeto “Santa Cruz Urgente” (www.santa-cruzurgente.blogspot.com), fundado pelo médico Marcos Lima.

A publicação é distribuída gratuitamente nos prin-cipais estabelecimentos comerciais da cidade e na paróquia de Santa Rita de Cássia

SantaCruz

em foco

Anna Ruth DantasEditora da “Santa Cruz em Foco”


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Santa Cruz EM FOCO

HISTÓRIA

A história da cidade de Santa Cruz já traz estampada a própria devoção à Santa Rita. Os estudos sobre a hoje capital do Trairi remonta séculos. Os índios Tapuia dominavam quase toda a ribeira do Trairi, aglomerando-se nas serras do Ronca, Ta-puia e Doutor. Nesses locais foram encon-tradas ossadas humanas e diversos objetos pertencentes aos silvícolas, cujo desapare-cimento ocorreu por volta de 1800.

Os historiadores acreditam que ainda no século XVIII foi registrada a chegada do homem civilizado na região.

Mas os relatos precisos datam de 1831. José Rodrigues da Silva, proprietário da Fazenda Cachoeira, uniu-se aos irmãos João da Rocha e Lourenço da Rocha, no-vos donos de terras na localidade conhe-cida como Malhada do rio Trairi, povoado

Santa Cruz EM FOCO

Santa Cruz:

a história de

dois irmãos devotos

de Santa Rita


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Santa Cruz EM FOCO

de Santa Rita da Cachoeira. Com a abundância da água do rio, já que na comunidade

Cachoeira a agricultura era difi cultada pela escassez das chuvas, José Rodrigues, João da Rocha e Louenço da Rocha decidiram criar uma comunidade próximo ao rio Trairi. Sobressaía-se, entre os demais, belo juazeiro que se erguia no local onde hoje se situa a Igreja Matriz.

A fi xação das pessoas começou em volta da capela construí-da em homenagem a Santa Rita de Cássia, a qual José Rodri-gues era devoto. O povoado foi mudando de nome com o passar dos anos. Depois de Santa Rita da Cachoeira, mudou para Santa Cruz da Ribeira do Trairi, até chegar a Santa Cruz.

A história da cidade também traz uma lenda, que justifi ca o surgimento do nome “cruz” às denominações que foram dadas à cidade. A lenda conta que um missionário, ouvindo falar que os habitantes ribeirinhos do rio Trairi sofriam com a seca e os ataques de animais ferozes e que entre eles havia lutas e rivali-dades, resolveu visitar o povoado.

Quando chegou ao local o missionário mandou fazer uma grande cruz com os ramos de uma árvore chamada inharé. Em frente à capela, um enorme buraco foi aberto e ele ordenou que todos jogassem suas armas, cobrissem o buraco com terra e ali fi ncassem a cruz. Então, disse o missionário: “virá um padre, muito estimado, que mandará retirar esta cruz para um monte; não consintam, pois esta é a Santa Cruz do Inharé”.

Contam ainda que a árvore inharé era sagrada e que atraía toda sorte de males quando seus ramos eram quebrados. Depois que o missionário ergueu a cruz de Inharé, os malefícios ces-saram, as fontes jorraram água e os animais tornaram-se mansos. No ano de 1835 foi tornado distrito a comunidae de Santa Cruz da Ribeira do Trairi.

DE DISTRITO PARA CIDADE

Depois de ser instituída distrito, a então Santa Cruz da Ri-beira do Trairi, começou uma nova empreitada, dessa vez para torná-la cidade. Nessa etapa da história participação fundamental teve o padre Antônio Rafael Gomes de Melo, o Tenente coronel Ivo Abdias Furtado de Mendonça e Menezes e os fazendeiros Trajano José de Faria e Félix Antônio de Medeiros.

Exatamente no dia 11 de dezembro de 1876, Santa Cruz da Ribeira do Trairi era desmembrada de São José do Mipibu.

O nome de Santa Cruz veio em 1890.

Distrito criado com a denominação de Santa Cruz da Ribeira do Trairi, pela

lei provincial, nº 24 de 27/03/1835Transformado em vila com a denominação de Santa Cruz da Ribeira do Trairi, pela lei

provincial nº 777, de 11/12/1876, desmembrado do município de São José de

Mipibu. Sede na antiga povoação de Santa Cruz da Ribeira do Trairi.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituída do distrito sede.

Elevado à condição de cidade com a denominação de Santa Cruz, pela lei

estadual nº 372, de 03/11/1914

OS PRIMEIROS DISTRITOS

Em divisão territorial datada de 1/07/1950, o município é constituído de três distritos:

Santa Cruz, Jericó ex-Melão, Campo Redondo ex-Serra do Doutor. Pela lei estadual nº 924,

de 25/11/1953 é criado o distrito de Jaçanã e anexado ao município de Santa Cruz.

Pela lei estadual nº 930, de 26/11/1953, é criado o distrito de Trairi e anexado ao município

de Santa Cruz. Pela lei estadual nº 1029, de 11-12-1953, desmembra o município de Santa

Cruz os distritos de Jericó e Jaçanã, para formar o novo município com a denominação de Coronel Ezequiel.

Pela lei estadual nº 931, de 31/12/1953, é criado o distritos de Tangará, e anexado

ao município de Santa Cruz. Em divisão territorial 01/07/1955,

o município é constituído de 4 distritos: Santa Cruz, Campo Redondo, Tangará e Trairi.

Pela lei estadual nº 2336, de 31/12/1958, desmembra do município de Santa Cruz

os distritos de Tangará e Trairi, para formar o novo município de Tangará.

Pela lei estadual nº 2340, 31/12/1958, desmembra do município de Santa Cruz o distrito de Campo Redondo. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 31/12/1963, o município é constituído do distrito sede.

Ainda no século XVIII chegou o homem a hoje cidade de Santa Cruz


Santa Cruz EM FOCO

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CRESCIMENTO

A terra de Santa Rita conta hoje com mais de 35 mil habitantes, a maioria é mulher

Na última década a população de Santa Cruz aumentou 14%. A estatística foi apontada pelo último censo do IBGE, realizado no ano de 2010. Em 2000, os santacruzenses somavam 31.294 habitantes. Dez anos depois, a popu-lação local já ultrapassa a marca dos 35 mil, chegando a exatas 35.759 pessoas.

Desse total, a maioria são mulheres, que somam 18.310. A população local também se caracteriza por ser urbana. Na zona rural estão apenas 5.298 pessoas. Embora a zona rural represente pouco mais de 15% da população, ela muito signifi ca para a economia da cidade. A pecuária praticada em San-ta Cruz envolve mais de 11 mil cabeças de bovinos e outras 13.020 de ovinos.

Em uma década,

população de Santa Cruz

aumenta 14%

écada,

ção de Santa Cruz

aumenta 14%


Santa Cruz EM FOCO

PECUÁRIA 2009

Bovinos - efetivo dos rebanhos 11.265 cabeças Eqüinos - efetivo dos rebanhos 855 cabeças Bubalinos - efetivo dos rebanhos 4 cabeças

Suínos - efetivo dos rebanhos 3.156 cabeças Caprinos - efetivo dos rebanhos 6.436 cabeças Ovinos - efetivo dos rebanhos 13.020 cabeças

Galos, frangas, frangos e pintos - efetivo dos rebanhos 30.765 cabeças

Galinhas - efetivo dos rebanhos 17.305 cabeças Vacas ordenhadas - quantidade 2.366 cabeças

Leite de vaca - produção - quantidade 1.952 Mil litros Ovos de galinha - produção - quantidade 242 Mil dúzias

Mel de abelha - produção - quantidade 395 Kg

Distância de Natal: 111 km

Municípios limítrofes: Sítio Novo, Lajes Pintada, São Tomé, São Bento do Trairi, Japi, Tangará, Campo Redondo e Coronel Ezequiel

Área: 624 quilômetros quadrados

CRESCIMENTO POPULACIONAL

Em 2010: 35.759 habitantesEm 2000: 31.294 habitantes

DOS 35.759

Eleitorado: 23.123 pessoasTotal de homens : 17.449 pessoas

Total de mulheres: 18.310 pessoas Total da população urbana: 30.461 pessoas

Total da população rural: 5.298 pessoas

TOTAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES: 11.778

Total de domicílios particulares ocupados: 9.793 Total de domicílios particulares não-ocupados fechados: 136

Total de domicílios particulares não-ocupados de uso ocasional: 645

Total de domicílios particulares não-ocupados vagos: 1.204 Total de domicílios coletivos: 10

UÁRIA 2009

1.265 cabeças s 855 cabeças hos 4 cabeças .156 cabeças 436 cabeças020 cabeças

gos e pintos - 765 cabeças05 cabeças 66 cabeças 2 Mil litros Mil dúzias

de 395 Kg

Distância de Natal: 111 km

nicípios limítrofes: Sítio Novo, Lajes Pintada, São Tomé, rairi, Japi, Tangará, Campo Redondo e Coronel Ezequiel

Área: 624 quilômetros quadrados

CRESCIMENTO POPULACIONAL

Em 2010: 35.759 habitantesEm 2000: 31.294 habitantes

DOS 35.759

Eleitorado: 23.123 pessoaspTotal de homens : 17.449 pessoas

Total de mulheres: 18.310 pessoas Total da população urbana: 30.461 pessoas

Total da população rural: 5.298 pessoas

ULARES: 11.778

es ocupados: 9.793 pados fechados: 136 ios particulares ocasional: 645 s vagos: 1.204

os coletivos: 10

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Fonte: IBGE

FOTOGRAFIA DE SANTA CRUZ APONTADA

PELO MAIS RECENTE CENSO DO IBGE


Santa Cruz EM FOCO

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A marca dos 50 anos do Governo Aluízio Alves re-aviva, especialmente para a população de Santa Cruz, um fato de grandeza histórica. Afi nal, uma das obras do maior líder político do Rio Grande do Norte começou pelo solo santacruzense. A festejada energia de Paulo Afonso entrou no Estado pela capital do Trairi. No iní-cio dos anos 60, a pequenina Santa Cruz, de gente forte, povo aguerrido, foi escolhida para ser a porta de entra-da da energia vinda da Companhia Hidrelétrica do São Francisco. Sem favores políticos, a opção do governador Aluízio por começar essa obra pelas terras do Trairi se deve a posição estratégica da cidade.

Nos idos dos anos 60, o cenário tinha a confi guração do município santacruzense sob administração do sau-doso José Ferreira Sobrinho, meu tio, que foi um dos maiores gestores da cidade. A energia era gerada por uma algodoeira, com fornecimento das 18h às 21h.

A fotografi a daquele momento, somava-se ao proje-to de expansão da energia de Paulo Afonso que contem-plaria o Estado do Ceará. Mas o governador Aluízio, que levava a termo o espírito desenvolvimentista, mostrou força política ao garantir o fornecimento de energia, pri-meiro, para o Rio Grande do Norte. Foi aí que surgiu Santa Cruz como cidade estratégica para ser a pioneira no recebimento da energia de Paulo Afonso.

O prefeito José Ferreira Sobrinho logo tratou de doar o terreno para a Companhia Hidrelétrica do São

O RN e a

energia

de Paulo

Afonso

Francisco (CHESF), onde seria constru-ída a subestação, que ainda hoje funcio-na. Era a primeira etapa para tornar Santa Cruz vanguardista no Estado na eletrifi -cação com a produção da usina de Pau-lo Afonso. A parceria política de Aluízio Alves e José Ferreira, que integraram a “Cruzada da Esperança”, era também es-tendida à administração.

O gestor deixou o Executivo munici-pal antes de fi nalizada a obra. E coube a Clodoval Medeiros assumir a Prefeitura de Santa Cruz e inaugurar a subestação da CHESF.

Nessa marca dos 50 anos de Governo Aluízio Alves todo o Rio Grande do Norte saúda o governador que marcou a admi-nistração pela ousadia e empreendedoris-mo. Essa saudação, na terra de Santa Cruz, é ainda maior. Porque, afi nal, foi graças ao olhar aguçado e vanguardista de Aluízio Alves que a cidade foi pioneira no Estado potiguar em receber a energia elétrica pro-duzida em Paulo Afonso.

Ao discursar na inauguração da pri-meira linha de transmissão, no dia 2 de abril de 1963, em solenidade na cidade de Santa Cruz, com a presença do presidente João Goulart, Aluízio Alves dizia: “Não olhemos para a esquerda, não olhemos para a direita. Olhemos para o alto onde está Deus e de onde promana toda a gran-deza e, assim, promoveremos o progresso do Rio Grande do Norte”. Pois foi exata-mente, com esse olhar, que Aluízio Alves, trouxe o progresso para todo Estado.

Para Santa Cruz, terra de Santa Rita de Cássia, cidade de povo determinado e gente desbravadora, o olhar descrito pelo governador Aluízio Alves no dis-curso de inauguração da subestação da CHESF foi, na verdade, um veredito: de desenvolvimento para o Rio Grande do Norte e marca histórica para a população santacruzense, que viu a cidade ganhar o selo de pioneirismo assinado pelo líder da “Cruzada da Esperança”.

Santa Cruz entrou para história da CHESF no RN

por DR. MARCOS LIMA MÉDICO SANTACRUZENSE

Artigo


Santa Cruz EM FOCO

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A cidade de Santa Cruz, com 35 mil ha-bitantes, possui um problema crônico e que nos últimos anos ganhou uma complicação ainda maior. O serviço público de saúde se transforma numa grande lástima de todos e um sofrimento pessoal de cada um que pro-cura o atendimento.

O caos na rede pública de saúde santa-cruzense começa na própria estrutura física das unidades e chega até a falta de equipa-mento e de pessoal. São cenários que en-tristecem toda população e causam revolta pelo descaso com que é tratada a saúde.

O posto de saúde do bairro Paraíso é um exemplo disso. Passou muitos meses precisando de manutenção, inclusive com paredes rachadas, deixando iminente o ris-co de desabar. Apenas depois de denúncia feita no site SANTA CRUZ URGENTE foi que a Prefeitura Municipal resolveu fazer a popular “gambiarra”.

A rede pública de, que deveria ser solução, transformou-se em um grande problema. Não sem solução, mas que, no momento, não é resolvido pela pró-pria inoperância dos gestores públicos

que não conseguem enxergar ou se negam a resolver questões como equi-pes do PSF incompletas; despreparo da secretária de Saúde e do diretor do Hospital REgional Aluízio Bezerra; estrutura física inadequada; escassez de equipamento de trabalho; unidades de saúde sucateadas; defi ciente estru-tura para o atendimento na zona rural; estrutura básica e hospitalar sucateada; inexistência de transporte para o Agen-te Comunitário de Saúde da zona rural, pouca ou quase nenhuma autonomia para decidir sobre os gastos; arrefeci-mento das Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) nas unidades mistas; cota insufi ciente para o atendimento de média e alta complexidade; desar-ticulação entre os sistemas municipais e entre estes e o sistema estadual. São muitos os problemas da saúde.

A população, nesse momento, é refém da inoperência dos gestores públicos que demonstram não terem nenhuma sensibili-dade com o sofrimento de uma comuidade que carece (e muito) de atendimento digno.

A saúde de

Santa Cruz

está na UTI

A cidade de Santbitantes po

Saúde

por ANTÔNIO GUEDES FILHO TERAPEUTA OCUPACIONAL


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Santa Cruz EM FOCO

RELIGIOSIDADE

A história da

advogada

dos aflitos


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Santa Cruz EM FOCO

A história de Santa Cruz tem como um dos destaques a religiosidade da população. Milhares de pessoas que são devotos de Santa Rita de Cássia , a padoreira do município.

A devoção dessas pessoas é justifi cada pelo exemplo que traz “a Santa das Causas Impossíveis” ou a “advogada dos afl itos” como é conhecida Santa Rita de Cássia.

Essa mulher nasceu em Rocca Porena, perto de Cássia (Itália), em 22 de Maio de 1381. Filha de Antônio Mancini e Amada Ferri, já no nascimento Rita trouxe sinais de que seria uma pessoa especial, com missão nobre e de desafi os. A história relata que antes dela nascer houve “sinais maravilhosos e visões celestiais que fi zeram seus pais perce-berem algo da futura e providencial missão de Rita, que seria colocada no mundo para instrumento da misericórdia de Deus em favor da humanidade sofredora”.

A história de Santas Rita foi repleta de eventos extraordinários e um destes se mostrou na sua infancia. A criança, talvez deixada por alguns minutos sozinha em uma cesta na roça enquanto os seus pais trabalhavam na terra, foi circundada de um enxame de abelhas. Estes insetos recobriram a menina mas estranhamente não a picaram. Um agricultor, que no mesmo momento havia ferido a mão com a enxada e estava correndo para ir curar-se, passou na frente da cesta onde estava deitada Rita. Viu as abelhas que rodeavam a criança, começou a mandá-las embora e com grande surpresa, a medida que movia o braço, a ferida cicatrizava completamente.

Ainda jovem Rita já mostrava a intenção de ser religiosa, mas seus pais, temendo que ela fi casse sozinha, resolveram casá-la com um jovem de família nobre, mas de tempera-mento excessivamente violento. Ela suportou pacientemente tal situação por 18 anos. Como ele tinha muitos inimigos, foi assassinado. A viúva suportou a dolorosa perda, per-doando os assassinos. Porém, crescia em seus fi lhos o desejo de vingança. Rita pediu que Deus os levasse, pois seria melhor que outra tragédia. Assim, perdeu os fi lhos. Rita estava livre para se dedicar a Deus e pediu para entrar no convento das religiosas Agostinianas da cidade. Mas naquela comunidade só podiam entrar virgens. Então, ela transformou sua casa num claustro, onde rezava as orações habituais das religiosas.

Uma noite, enquanto rezava, ouviu três batidas violentas em sua porta e uma voz lá de fora dizia: “Rita! Rita!”. Abriu a porta e viu em sua frente três Santos, que rapi-damente a levaram ao Convento onde havia sido negada três vezes. Os mensageiros fi zeram-na entrar, apesar das portas estarem fechadas, e deixaram Rita de Cássia em um dos claustros. Depois desapareceram. A superiora fi cou fascinada com essa mani-festação Divina. As religiosas decidiram por unanimidade que a viúva fosse recebida. Admitida noviça, Rita começou a trabalhar para realizar seus desejos. Consagrou-se à oração e penitência, seu corpo foi seguidamente fl agelado. Passava os dias a pão e água e noites sob vigília e oração.

Certo dia pediu com extraordinário fervor que um estigma de Jesus aparecesse para sentir a dor da redenção. Em uma visão, Rita recebeu um espinho cravado em sua testa. A chaga fi cou por toda a vida e ainda pode-se vê-la em sua cabeça conservada intacta com o resto do corpo.

Um dia uma parente foi visitá-la, ela agradeceu a visita e ao se despedir pediu que lhe trouxesse algumas rosas do jardim. Como era inverno e não tinha rosas, pensaram que Rita estava delirando e sua visitante não ligou para seu pedido. Como para voltar para casa teria que passar pelo jardim olhou e se surpreendeu ao contemplar quatro lindas rosas que se abriram entre os ramos secos. Admirada do prodígio, entrou no jardim, colheu as fl ores e as levou ao Convento de Cássia. Nesta época, Rita estava muito doente e morreu em 22 de Maio de 1547.

No dia seguinte, seu corpo foi colocado na Igreja do Convento. Todos os habitantes da cidade foram venerar a religiosa.

Maio de 1381

Nasce em Rocca

Porena (Itália)

Acontece o milagre

da abelhas

Se casa por

imposição

dos pais

Seu marido é

assassinado

Deus leva os

seus filhos

É barrada ao

tentar entrar

para o convento

Três santos batem

na sua porta

Rita é aceita

no convento

Consagração,

penitencia

e flagelação

Sofre a dor

da redenção

Prodígio

das rosas

22 de Maio de 1547

Morre no Convento

de Cássia


Santa Cruz EM FOCO

Desenvolvimento do comércio

foi alavancado também pelo

trabalho da CDL

A história da Câmara de Dirigentes Lojistas em Santa Cruz está aliada ao próprio desenvolvimento da cidade. São 15 anos de atuação no comércio da capital do Trairi. Um período marcado por lutas em favor do interesse dos comerciantes e refl etindo direta-mente no crescimento do município.

A entidade é uma das mais representativas do setor, atua direta-mente não só com os comerciantes, mas também com a população em geral, promovendo eventos e atuando como parceiro em cursos profi ssionalizantes.

Desde a sua fundação, a CDL Santa Cruz já contou com a participação de quatro diretorias, sendo a de Karinna Carvalho a quinta em atuação. Com a entidade também surgiu o Serviço de Proteção ao Crédito, criado em 4 de dezembro de 1995. Ao longo do tempo, o SPC se transformou no mais importante órgão da CDL e realiza, mensalmente, mais de 3.500 consultas.

Hoje a CDL Santa Cruz possui 86 associados. A cada ano são desen-volvidos novos projetos para fomentar a economia local. Em 2009 surgiu a campanha Natal Premiado, único evento do comércio santacruzense. Esse projeto é desenvolvido anualmente e traz grandes expectativas tanto para os clientes quanto para os comerciantes. Além disso, a CDL marca sua história por um trabalho direto com a comunidade empresarial através de cursos de capacitação, onde mais de 80 cursos apenas em 2010 foram oferecidos gratuitamente através de parcerias com a Federação das Câ-maras de Dirigentes Lojistas e o Ministério da Ciência e Tecnologia.

O setor do comércio e serviços é o responsável pela maior emprega-bilidade na cidade de Santa Cruz. Um dos fatos mais recentes e que impul-sionou ainda mais os negócios foi o surgimento dos comércios de bairro.

Além disso, o setor imobiliário da cidade está despontando com grandes perspectivas o que leva especialistas em economia a apostarem em um crescimento rápido e consistente da capital do Trairi.

CDL: a história do

comércio aliada ao

desenvolvimento da cidade

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COMÉRCIO


Santa Cruz EM FOCO

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Nos últimos 15 anos o comércio de Santa Cruz passou por grandes transformações. A reconstrução da barragem, a chegada da adutora Monsenhor Expedito, IFRN, a volta do Campus da UFRN e, por último, a construção do santuário de Santa Rita estão entre os fatos históricos que, sem dúvida, contribuíram com este movimento. Com isso o co-mércio, que já passou por grandes difi culdades, teve antes de começar a superá-las, encarar mais uma: a de se reciclar. Veio a recriação da CDL e a chegada do SEBRAE, trazendo-nos possibilidades de criar um nova fi losofi a, buscando mais fortemente e de maneira organizada e focada, o desenvolvimento do comércio local.

A chegada da Central do Cidadão facilitou o processo, oferecendo agilidade na concretização

dos negócios e no desatar de “nós” burocráticos para o dia a dia das empresas. Outro ponto positivo foi a criação da unidade da Junta Comercial em Santa Cruz, facilitando a abertura de empresas e o registro de aditivos na nossa própria cidade. Tive-mos ainda a adoção do sistema SPC Brasil pelas lo-jas, garantindo mais segurança no fechamento dos negócios.Todo este nosso movimento acabou por exigir dos getores públicos mais investimentos em obras estruturantes que nossa cidade necessitava, provocando assim a geração de emprego e renda, alimentando um círculo virtuoso no qual o grande ganhador é a população santacruzense.Vendo a ne-cessidade de agregar valores ao seu negócio, com-erciantes passaram a investir no conhecimento do seu próprio negócio ofertando mais serviços e bus-

cando qualidade no atendimento, através de cursos e treinamentos, para si mesmos e seus colaboradores.

Trata-se, neste caso, de uma exigên-cia natural do crescimento da economia que traz, consigo, naturalmente, grupos externos, que passaram a olhar mais

detidamente para as oportunidades em nossa cidade . Queremos sim investimentos destes grupos, que eles venham. Mas sabemos que se não houver por parte dos empresários locais uma reciclagem e uma consciência mais rápida e direta, nós que fazemos o comércio santacruzense e que já encaramos todos os tipos de difi culdades, acabaremos por sermos “engolidos”, e “sumindo” do futuro mercado, que se anuncia tão promissor.

Através das instituições ligadas ao comércio e ONGs da nossa cidade esperamos que venha a existir mais compromisso e diálogo por parte do Poder Público local - partícipe indissociável deste desafi o de mantermos vivos os comerciantes da nossa cidade. O foco deverá ser buscarmos um desenvolvimento sustentável para a sobrevivên-cia de todos que fazem o comércio local. E eu, particularmente, estou convencido que o sucesso desta empreitada passa pela disseminação da visão de que o maior desafi o hoje é encontrarmos formas de como sobreviver às transformações com foco principalmente na chamada economia de mercado. Que venha o futuro!

Foco é a valorização do

comércio local

Economia

por MÁRCIO DE OLIVEIRA MACEDO

PRESIDENTE DO SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE SANTA CRUZ

Santa Cruz EM FOCO


Santa Cruz EM FOCO

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MÍDIA


Santa Cruz EM FOCO

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O Santuário de Santa Rita está projetando Santa Cruz para o mundo. A mídia espontânea leva a ci-dade para ser divulgada em veículos importantes na imprensa nacional.

O jornal O Estado de São Paulo publicou, em fevereiro de 2011, matéria de destaque sobre o san-tuário de Santa Rita.

Veja a matéria na íntegra

RN TEM MAIOR ESTÁTUA

CATÓLICA DO MUNDO

Por Anna Ruth Dantas | O Estado de São Paulo

Encravada no interior do sertão do Rio Grande do Norte, a cidade de Santa Cruz (dis-tante 120 quilômetros de Natal) ganha destaque no cenário católico mundial. É nesse município de 35 mil habitantes que se encontra a maior imagem do catolicismo do mundo. O santacru-zense fez da devoção a Santa Rita, padroeira da cidade, uma atração para o local, que possui a maior estátua católica do mundo.

A imagem da santa foi erguida com 46 metros de altura. Se contabilizado o pedestal de 6 metros,

Santa Cruz se

projeta para o mundo

com a maior imagem católica

a Santa Rita erguida em Santa Cruz chega a 52 metros. O Cristo Redentor, do Rio de Janeiro, tem 38 metros, já somando o seu pedestal. A obra foi construída graças a um convênio do Governo Federal, que liberou recursos pelo Ministério do Turismo. No to-tal foram gastos cerca de R$ 6 milhões.

A obra une a religiosidade do povo ao fomento do tu-rismo local. Semanalmente cerca de 3 mil pessoas visitam o Santuário de Santa Rita. A estimativa é da própria Paró-quia local. Ou seja, para conhecer a maior imagem católica do mundo chegam a cidade, por semana, quase 10% do que tem a população de Santa Cruz.

“A população de Santa Cruz é devota de Santa Rita. Veja que desde o fundador da cidade já havia essa devo-ção. Erguer a maior imagem do mundo mostra o quanto é grande a devoção das pessoas da cidade por Santa Rita”, comentou o padre Aerton Sales. Ele lembrou que a idéia de aproveitar o morro para construir uma imagem de Santa Rita já era muito lembrada pelos moradores.

Desde a inauguração, o Santuário de Santa Rita esta-beleceu alguns rituais, um deles é a missa que acontece no dia 22 de cada mês, lembrando o dia da Santa que é 22 de maio. Para celebração seguem católicos de diversas cidades. “Nosso Santuário hoje recebe pessoas de muitos Estados brasileiros”, ressaltou padre Aerton.


Santa Cruz EM FOCO

16 Entrevista

PADRE VICENTE

A festa de Santa Rita de Cás-sia de 2011 terá dois marcos. Essa será a primeira vez que a população santacruzense celebrará o dia da pa-droeira da cidade já com o santuário inaugurado.

E essa será a festa que terá, tam-bém pela primeira vez, o padre Vi-cente Fernandes da Silva Neto como pároco e reitor do Santuário. Desde o dia 26 de janeiro de 2011 padre Vi-cente assumiu a dupla missão.

Aos 37 anos padre Vicente de-monstra experiência e disposição de trabalho para empreender projetos e planos a frente da Paróquia de Santa Rita. Ações que refl etem a sua vi-vência de sete anos como sacerdote, onde já foi administrador paroquial de Riachuelo, vigário paroquial e administrador paroquial de Angi-cos. Essa não é a primeira vez que ele atua em Santa Cruz. De agosto de 2004 a janeiro de 2006, padre Vi-cente trabalhou como vigário paro-quial em solo santacruzense.

Mas essa nova imersão na ci-dade traz desafios e um trabalho mais arrojado, afinal agora ele atua como pároco e também reitor do Santuário.

Para festa de Santa Rita, esse potiguar nascido em Touros, traz grandes expectativas. “Uma festa bem participada e também viven-ciada pela fé, emoção e devoção. O nosso objetivo é trazer as famílias a viver e ao mesmo tempo sentir a presença de Jesus em suas vidas, assim como Santa Rita viveu e sen-tiu”, comenta.

Acompanhe a entrevista que padre Vicente concedeu a SANTA CRUZ EM FOCO:

QUAL A EXPECTATIVA DO SE-NHOR PARA A FESTA DE SAN-TA RITA 2011?

PADRE VICENTE

E A EXPECTATIVA

PARA FESTA DE

SANTA RITA


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Santa Cruz EM FOCO

A expectativa é de uma festa grande, tanto no âmbito social, como também no religioso. Uma festa bem participada e também vivenciada pela fé, emoção e devoção. O nosso objetivo é trazer as fa-mílias a viverem e ao mesmo tempo sen-tirem a presença de Jesus em suas vidas, assim como Santa Rita viveu e sentiu.

ESSA SERÁ A PRIMEIRA FESTA DA PADROEIRA DE SANTA CRUZ COM O SANTUÁRIO INAUGURADO. O QUE MUDA?

Na minha visão e percepção, muda muita coisa. Muda o ritmo da cidade e também da Paróquia. A atenção no Santuário deve ser redobrada com relação à assistência religiosa, onde o Santuário deve receber muitos vi-sitantes. O povo ainda está curioso em conhecer a maior imagem reli-giosa (católica) do mundo. Na cida-de, com certeza a geração de renda muda também, tanto direta como in-direta. Desde o catador de latas até o dono de pousada e restaurante. A mudança é geral. Na verdade, com o Santuário todos estão ganhando, in-clusive os evangélicos. Porque nós temos taxistas, donos de pousadas, comerciantes e etc, (evangélicos), que também lucram com a vinda do visitante, romeiro e turista.

COMO O SENHOR AVALIA O CRESCIMENTO DA FESTA DE SANTA RITA?

O crescimento da festa eu avalio como ponto positivo diante de todo um trabalho já existente, realizado pelos meus anteces-sores. Apenas nós aprimoramos e motiva-mos ainda mais o crescimento, tanto no sentido religioso como também no social. Com relação a festa social, algumas pesso-as fi cam insatisfeitas porque terceirizamos. Antes, quando a festa era feita pela Paró-quia, a qualidade não correspondia com os anseios dos participantes. E existia muito

trabalho e pouco resultado (fi nanceiro). Hoje, terceirizamos, não temos tanto tra-balho e nem complicação com ninguém e o resultado é melhor. Avalio o crescimento da festa como bom.

QUAIS SERÃO OS DIFERENCIAIS DA FESTA DE SANTA RITA EM 2011 NO COMPARATIVO COM OS ANOS AN-TERIORES?

Os diferenciais serão poucos, apenas a novidade do Santuário. Este ano, estamos

trabalhando para ver se não deixaremos de apresentar o Alto de Santa Rita (peça teatral, contando a história da santa) por jovens da própria cidade. Talvez este seja o diferencial sentido pela população este ano, com relação aos dois últimos.

ESSA SERÁ A PRIMEIRA FESTA DA PADROEIRA COM O SENHOR COMO PÁROCO DE SANTA CRUZ. QUAL SEU SENTIMENTO NESSE MOMENTO?

Sentimento de alegria, mas também de

preocupação. Preocupação com o tama-nho da festa, a correria e acima de tudo a responsabilidade de corresponder à comunidade. Mas creio que vai dar tudo certo. Temos uma comunidade excelente que também está envolvida, as religiosas e os dois padres auxiliares (padre Jorge e padre Neto).

ATÉ POUCO TEMPO O SENHOR CO-MANDAVA A PARÓQUIA DE ANGICOS. HOJE ESTÁ EM SANTA CRUZ. É POS-

SÍVEL FAZER UM COMPARATIVO ENTRE ESSAS DUAS CIDADES NO ÂMBITO DA RELIGIOSIDADE? Sim. A religiosidade dos devotos de São José é mais voltada para a reali-dade de um bom inverno, colheita, chuvas. Ou seja, um período. Março. Com relação à Santa Cruz, a religiosi-dade em torno de Santa Rita é perene, pelo motivo da vida dela estar ligada aos sofrimentos do povo (dificuldade matrimonial, causas impossíveis, viu-vez e acima de tudo a insistência na oração). Mas a diferença é pouca.

QUAIS AS METAS E PLANOS DO PADRE VICENTE PARA A PARÓ-QUIA DE SANTA RITA? As metas do padre Vicente são as metas já planejadas pelo meu antecessor (pa-dre Valtair Lira e as da Arquidiocese). Mas no segundo semestre, vamos fazer uma avaliação e fazer alguns comple-mentos na realidade pastoral.

UMA MENSAGEM DO SENHOR PARA OS DEVOTOS DE SANTA RITA QUE ESTARÃO PARTICIPANDO DA FESTA DA PADROEIRA DE SANTA CRUZ.

Caros devotos e amantes de Santa Rita, desejo de todo coração uma afetuosa acolhida, que vocês sintam-se bem aco-lhidos e bem-vindos à terra da madrinha dos sertões; que o Cristo ressuscitado os fortaleça sempre e que o ardor da fé per-siga sempre vocês.

que o Cristo

ressuscitado os

fortaleça sempre

e que o ardor da fé

persiga sempre vocês.


Santa Cruz EM FOCO

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RESGATE DA CULTURA

Museu Auta Bezerra:

o resgate da história

encravado no

solo trairense


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Santa Cruz EM FOCO

A zona rural de Santa Cruz reserva um espaço muito especial. Um lugar onde o vi-sitante remonta a historia, revive costumes de antigamente, conhece detalhes de como era a vida no campo.

Desde a chegada ao local, observando as plantas, a capelinha, a grande braúma. O local nos conduz ao passado, a vida dos heróis do sertão, pessoas simples e de grandes lições.

O Museu Auta Pinheiro Bezerra mostra a história não apenas do santacruzense, mas do sertanejo. Todo trabalho foi idealizado por Cleudia Bezerra Pacheco, umas das fi-lhas do casal Severino Bezerra Cavalcanti e Auta Pinheiro Bezerra. Com o projeto San-ta Cruz ganha destaque no cenário potiguar por ter o primeiro museu rural do Estado.

Localizado na Fazenda Boa Hora o acer-vo do museu tem muitas peças usadas na própria fazenda. O espaço reúne uma va-riedade de objetos relacionados à agricul-tura como: correntes, ferro de marcar boi, estribo, capinadeira, chibanca, alavanca, machado, barril, cangalha, além de peças pessoais como lavatório, penicos, panelas, lamparinas a gás, a primeira geladeira da região que também funcionava a gás, maca-co do primeiro carro de Santa Cruz, peças de barros e cerâmica que serviam para a fa-mília cozinhar.

A IDEALIZADORA

O Museu Auta Bezerra é a própria rea-lização de um dos sonhos da santacruzense Cleudia Bezerra Pacheco.

Formada em geografia pela UFRN (Uni-versidade Federal do Rio Grande do Norte) e com mestrado em Ciências Sociais, pes-quisadora e escritora, Cleudia lançou vários livros, entres eles um que foi publicado em 2004, conta a vida de sua mãe, “O tempo como testemunha”. Ela sempre alimentou o sonho de construir um museu que retra-tasse a época em que os seus viveram na Fazenda Boa Hora.

FUNCIONAMENTO

As visitas podem ser feitas às sextas-fei-ras, sábados e domingos, das 9 às 17 horas.

As pessoas interessadas em visitar o museu ou até contribuir na doação de peças que possam enriquecer o acervo podem en-trar em contato pelo telefone: 9982 3518.

Museu Auta Bezerra foi o

primeiro museu rural do RN


20 Entrevista

MARCELO ANTUNES

Santa Cruz EM FOCO

20

HINOS

Hino À Santa Rita

De Cássia

Ah não há rosas sem espinhos, não no canteiro de Jesus, lá quem quiser ganhar a vida, tem que levar a sua cruz. Neste jardim foi semeada, Rita de Cássia, a rosa-fl or,

que deixou tudo nesta vida, porque entendeu o que é o amor! Nem sofrimentos e família, desiludiu sua decisão,

seguir somente a Jesus Cristo, jamais trair seu coração.

Fostes a rosa preferida! Ó Santa Rita de Jesus! Ensinas-me lição de vida! Sofrer, amar, levando a cruz. (bis) Na amarga vida, ó Santa Rita, quem sabe amar, sabe sofrer,

e no silêncio que tortura, aprende a arte de viver! O teu semblante refl etia da tua vida o esplendor,

a luz brilhante da alegria, de expressar Nosso Senhor! O teu perfume tão divino faz nosso povo, então, sonhar. Mesmo sofrendo nesta vida, só é feliz quem sabe amar. Santa mulher dos impossíveis, abençoai as nossas rosas,

para os momentos mais difíceis, que sejam fl ores milagrosas! Remédio para as nossas dores, bálsamo para o coração, e quando houver desamores, entre os casais haja união!

Dá-nos o teu Jesus querido, pra que possamos caminhar, e abraçando a nossa cruz, também possamos nos salvar.

Hino de Santa Rita

padroeira de Santa Cruz

Santa Rita, padroeira da cidade, teu altar. lá do céu medianeira, manda luz do teu altar

Ó Santa Rita, doce, bendita, és nossa vida, és nossa luz.

Santa querida, suave e mansa, és esperança de Santa Cruz.

Santa Rita, no teu manto, todos nós buscamos paz. Acalenta nosso pranto, consolando nossos ais.

Nesta terra, fervorosos, todos buscam teu poder.

Vimos todos jubilosos, corações te oferecer.

Santa Rita, neste dia, te louvamos com fervor. quer no pranto ou alegria, tu és sempre o nosso amor.

Santa Cruz EM FOCO


21Entrevista

MARCELO ANTUNES

Santa Cruz EM FOCO


Santa Cruz EM FOCO

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PROGRAMAÇÃO

Programação da

festa religiosa de

Santa Rita de Cássia A festa religiosa de Santa Rita de Cássia já começou. Desde o dia 24 de abril que estão sendo

feitas as peregrinações em residências com os quadros de Santa Rita. O tema da peregrinação é “Das abelhas às rosas” e o lema “para Deus nada é impossível”. O

novenário da festa começará no dia 13 de maio. Confi ra abaixo a programação religiosa da festa de Santa Rita de Cássia:

24 DE ABRIL A 12 DE MAIO- Peregrinação com os quadros de Santa Rita- Mais de 3.800 famílias serão visitadas.- O tema da peregrinação é “Das abelhas às rosas” e o lema “Para Deus nada é impossível”

DE 13 A 21 DE MAIO- Novenário de Santa Rita- 19h começarão as novenas

21 DE MAIO- Leilão de Santa Rita

22 DE MAIO- 10h – missa solene na Igreja Matriz- 16h – procissão de Santa Rita caminhando pelas ruas de Santa Cruz


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Santa Cruz EM FOCO

BAIRRO PARAÍSO

A religiosidade do povo santacruzense está exposta em várias celebrações, que vão desde as missas na Igre-ja matriz até os eventos ocorridos nos bairros. No bairro Paraíso, com 15 mil habitantes, foi criado o Terço dos Homens. Todas as quartas-feiras os homens do bairro se reúnem para rezarem o terço, um momento de fé e emoção, numa grande mostra da devoção a Nossa Sen-hora de Fátima. O Terço começa às 19h e a cada misté-rio é feito um oferecimento.

O Terço dos Homens começou há um ano. No iní-cio eram apenas 23 pessoas integrantes do grupo. Hoje os participantes já passam de 80. Uma iniciativa que a cada dia ganha novos adeptos.

Além do Terço dos Homens o bairro Paraíso tam-bém mobiliza dezenas de pessoas nas missas realizadas aos sábado, às 19h. A capelinha da comunidade fi ca pequena para a quantidade de fi éis que chegam ao local para fazer suas orações, agradecer e realizar pedidos.

O Terço

dos Homens

no bairro

Paraíso


Santa Cruz EM FOCO

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SANTUÁRIO

O Santuário de Santa Rita erguido em Santa Cruz, onde está a maior imagem católica do mundo, é um dos principais pontos de visitação da capital do Trairi. Uma obra construída com recursos Federais, através do Ministério do Turismo. Essa será a primeira festa da padroeira com a obra pronta.

A imagem de Santa Rita, que já ganhou o mundo, é vista de longe. O visitante ainda na rodovia federal, chegando em Santa Cruz, já observa o quão majestosa é a estátua.

O Santuário de Santa Rita reúne milhares de fiéis. Pessoas que seguem a Santa Cruz para cumprir promessas ou fazer pedidos. Em comum, todos têm a devoção pela “Santa das Causas Impossíveis”.

TURISMO RELIGIOSO

O Santuário de Santa Rita coloca Santa Cruz na rota do turismo reli-gioso brasileiro.

Visitantes de muitas cidades potiguares e até de outros Estados já chegam à Santa Cruz para conhecer a maior estátua católica do mundo. O domingo é quando é registrada a maior quantidade de visitas. Nesse dia também são realizadas diversas missas (confi ra o horário no quadro abaixo).

ÀS QUARTAS-FEIRAS 16h – Missa com imposição dos escapulários de Nossa Senhora do Carmo

Santuário de

Santa Rita,

local de

oração

Será a primeira festa de Santa

Rita com o Santuário

inaugurado

AOS DOMINGOS7h às 10h – Confi ssões9h – Terço de Santa Rita10h – Missa12 – Benção do Santíssimo Sacramento14h – Missa15h – Adoração17h – Terço Mariano

AOS SÁBADOS11h – Missa

Durante a festa de Santa Rita a programação do Santuário será normal:


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Santa Cruz EM FOCO

A UFRN está instalada em Santa Cruz com diversos cursos. Na foto a direita,o ministro Fernando Haddad, a deputada Fátima Bezerra e o reito Ivonildo Rego

BAIRRO PARAÍSO

A cidade de Santa Cruz vive um cenário contraditório quando o assunto é educação. A rede pública municipal padece de pro-fessores e melhor estrutura para os estudantes, o que estampa a pouca atenção dos gestores públicos com o setor. Os recentes nú-meros do Ideb (Instituto de Desenvolvimento do Ensino Básico) mostram o cenário alarmante.

Por outro lado, o ensino federal na cidade é destaque e fomentou novas oportunidades de trabalho na capital do Trairi. A instalação do Ins-tituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) entrou para história da cidade. Uma reivindicação antiga do santacruzense e que foi pleiteada

junto ao Governo Federal pela deputada federal Fátima Bezerra.A Universidade Federal do Rio Grande do Norte também é outro

empreendimento de grande porte para educação do Trairi. A instituição passa por novas obras, para construção do segundo bloco.

Além do ensino superior e profi ssionalizante, o Governo Fe-deral também alocou recursos para construção de uma creche na cidade de Santa Cruz.

A instalação de órgãos de ensino federal na cidade de Trairi demons-tram que os pedidos dos santacruzenses foram ecoados no Governo Fe-deral, que aposta em investimentos para cidade.

Ensino federal

em Santa Cruz:

um marco para

o desenvolvimento


28

Santa Cruz EM FOCO

CAMPANHA

Maior comunidade rural de Santa Cruz, o Bon-sucesso se engajou em uma causa religiosa nobre. A população local defl agrou uma campanha para con-strução da capela do Bonsucesso.

O padroeiro da comunidade é São José. No entanto, os centenas de fi éis carecem de local próprio de fazer suas orações. As missas e a festa do padroeiro são realizadas no ginásio de esporte um local que destoa do que seria um espaço adequado para saudar e reverenciar a fé.

Mas com a disposição da população local e a ajuda decisiva de entidades, como a própria Paróquia de Santa Cruz e o projeto SANTA CRUZ URGENTE, foi defl agrada uma campanha para construção da capela de São José.

A obra da capela conta com o trabalho direto do médico Marcos Lima, fundador do projeto SANTA CRUZ URGENTE. . “A comunidade do Bonsucesso sempre me acolheu muito bem. Na verdade, meu tra-balho nessa campanha que começamos é muito longe de política. Engajo-me nessa campanha como um santacru-zense sensibilizado com as causas religiosas. Estarei pre-sente em todas e quaisquer atividades que diz respeito ao povo de Santa Cruz para promover o desenvolvimento com justiça social”, disse o medico.

Quem desejar contribuir para a construção da capelado Bonsucesso deve fazer doação dona Nicinha, na

comunidade do Bonsucesso, ou fazer depósito na conta da Igreja Matriz.

Comunidade

realiza campanha

para construção da

capela do Bonsucesso

Missas da comunidade do Bonsucesso são realizadas no ginásio


Santa Cruz EM FOCO

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Santa Cruz do Trairi não é cidade de cul-tura excepcional que se distingue das demais cidades potiguares. Mas, mesmo assim, em al-gum tempo, vez por outra aparecem e desapare-cem manifestações artísticas, grupos poéticos e personalidades cultas. É uma cidade comum e especial. Não possui monumentos notáveis em suas praças. Os casarões antigos quase já não restam. Na festa de Independência do Brasil, quando se comemorava, em 1922, um pequeno e bonito obelisco de alvenaria (coreto) tinha sido construído para cerimônias públicas na praça ao largo da primeira Igreja de Santa Rita. A igrejin-ha antiga, única desde 1825, fora construída pe-las famílias fundadoras da cidade: Rocha Freire e Lourenço Rodrigues. Imigrantes do Ceará, região do Crato. Famílias de simples criadores de gado, fugidas da seca cearense e atraídas pela esperança de alimento e água para o gado. Havia um lindo mercado público alpendrado com far-tas colunas grossas, enormes cisternas, portas e janelas coloniais. Durou ainda 50 anos. Esses monumentos históricos e outros foram todos destruídos sem o aval do povo. Líderes autori-tários e mesquinhos os desfi zeram. Assim como muitos jornais locais, grupos de dança e música morreram à míngua no passado.

Em toda localidade, por mais simples que

seja, sempre há fi guras populares. Caricaturas de nossa sociedade. Várias fi guras do mundo passaram por Santa Cruz, a homenagear duas: Francisca da Conceição, mais conhecida por Chiquinha, era pobre senhora aposentada, soz-inha na vida. Mas que gostava de vestir-se bem, detestando roupas velhas. Continuamente pro-curava refeições nas residências familiares da ci-dade, rejeitando sobras de comida que lhe fosse dada. E o Cara Preta, homem idoso, negro e alto. Quando bêbado cantava canções ao alvorecer do dia e nas procissões dos Santos gostava de cantar hinos sacros. Morreu abandonado, na calçada de um armazém na rua do rio, onde era costume viver. Eles foram mendigos e reis.

Inúmeros boêmios, poetas e intelectuais tam-bém passaram por este chão. A lembrar do serest-eiro, símbolo de uma época, Gastão Nunes. Do poeta Fabiano da Rocha, o Fabião das Queima-das, caboclo cantador de mão cheia, tinha versos que embalavam vaquejadas e quermesses. Era um símbolo do vaqueiro nordestino. Do querido professor, intelectual e poliglota, Francisco de Assis Dias Ribeiro, o Mestre Ribeiro.

Duas associações literárias surgiram aqui. ASPE (Associação Santacruzense de Poetas e Escritores) e APOESC (Associação de Poetas e Escritores de Santa Cruz), mais recente. Tendo

a primeira lançado alguns livros. Já dois de seus membros são eternos e inesquecíveis, a citar: José Mathias da Costa, o Mathiinha, e o Seu Adonias Soares. Modestamente elas são tocadas por poucos associados: um pouco de funcionári-os públicos, de pretensos a cargo público e sta-tus. Os recursos fi nanceiros são migalhas doadas por comerciantes e particulares.

Rara e ínfi ma é a oferta da prefeitura. A maior fatia de então foi um recurso singelo e “enorme” do BNDES/BNB 2011 conseguido pela APOESC. A cultura-turismo se manifesta mais por eventos religiosos, como a Festa de Santa Rita (padroeira) e o Alto de Santa Rita, de agora; ou por danças de quadrilhas juninas, por bandinhas de música. A destacar o trabalho da Associação Musical de Santa Cruz (Assomusc), cujo maestro é o ilustre Camilo Dantas. Talentos artísticos não faltam nesta terra. Os nomes ultra-passam os limites desta folha.

Porém, é fato mais que sabido por to-dos, o que pesa negativamente é a falta de investimentos, de mais atenção por parte dos gestores públicos locais. A exemplifi car: o Palácio do Inharé (ou Casa da Cultura) que agoniza, hoje, sem luz, sem água, sujo e de-teriorado. E, infelizmente, eles sustentam um discurso vazio de “está tudo ótimo”.

A Efemeridade Cultural

do Trairi

Cultura

por DIEGO ROCHA


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Santa Cruz EM FOCO

COM VIRGÍNIA COELLI

Política no Trairí

por falar em tangará A cidade bem que poderia ser exemplo de como usar melhor as Casas da Cultura,

instaladas no governo Wilma de Faria. O município poderia incentivar a instalação de um memorial para mostrar a história e a vida de fi lhos ilustres, como o ex-deputado Theodorico Bezerra e o bispo de Campina Grande Dom Jaime Vieira Rocha. Seria uma grande contribuição para a área cultural da cidade.

fecamO presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte, vereador Edi-

van Martins, está visitando todos os municípios do Estado na tentativa de conhecer as carências e incentivar a melhoria das Câmaras Municipais. Edivan vai disponibilizar o projeto Interlegis, que será implantado na Câmara Municipal de Natal para moder-nizar a Casa.

enquanto isso Em Tangará a sucessão do prefeito Jorginho Ferreira gan-

ha formas e mostra que terá mais um integrante da família do “Bezerra” na disputa. O fi lho do ex-prefeito Theodorico Neto, Lilico, trabalha para ser o candidato da situação. A disputa de 2010 dividiu o prefeito e o vice . Erociano apoiou Rosalba Ciarlini o que provocou o afastamento dos dois. O vice-pre-feito perdeu espaços na administração da cidade e agora se aproxima do adversário, o ex-prefeito Gija.

Divisão O grupo do prefeito de Santa Cruz, Péricles Rocha, e do

deputado estadual Tomba Farias (PSB) já dá mostras de uma grande cisão. Desde que concedeu uma entrevista na Rádio Santa Cruz, onde afi rmou que estará junto com o ex-governa-dor Iberê Ferreira na disputa do pleito 2012, o deputado ratifi -cou o que muitos já comentavam nos bastidores: a divisão dos primos. Na eleição do próximo ano o cenário terá criador e cria-tura em lados opostos.


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Santa Cruz EM FOCO

Vermelho Por outro lado, o PT de Santa Cruz,

que tem como pré-candidato o médico Marcos Lima, aposta que as questões lo-cais colocarão a governadora Rosalba no seu palanque, semelhante ao que ocorreu na campanha de 2008 em Parelhas, quan-do a então senadora subiu no palanque do petista e prefeito Francisco.

Xeque Delicada mesmo é a situação do Democratas. Em Santa Cruz o partido

tem como um dos fi liados Fernanda Costa, esposa do deputado Tomba Farias e possível candidata a prefeita. A dúvida é: como o DEM irá abrigar como can-didata a esposa do deputado que faz a linha de frente na oposição ao Governo Rosalba Ciarlini? Em 2010, Fernanda votou em Iberê Ferreira. E agora? A atual governadora apoiará seus adversários?

toma lá dá cá Com a nomeação de Arinaldo Silva para dire-

tor do Hospital Aluízio Bezerra fi cou evidente que a presidência do PSDB, que antes estava com Ari e foi passada para o prefeito Péricles Rocha, foi o cheque para o tucano ser nomeado pelo prefeito para a unidade de saúde.participação

Diferente do que ocorreu no pleito municipal passado, a campanha eleitoral de 2012 em Santa Cruz deverá atrair atenções dos principais líderes políticos do Estado. A deputado federal Fátima Bezerra, expressão do PT, já confi rmou que “Santa Cruz é prioridade” para o partido.

AliadosO médico Marcos Lima está trabalhando (e muito) nos bastidores para fi rmar alianças. Na ver-

dade, ele atua em duas frentes: junto aos líderes políticos para compor o palanque e diretamente nas comunidades, junto a população.


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Santa Cruz EM FOCO

POLÍTICA

Embora o pleito municipal ocorra apenas em outubro de 2012, a campanha eleitoral em Santa Cruz já começou. Políti-cos dos mais diversos partidos buscando chegar ao Executivo da capital do Trairi. Grupos rachados, candidatos estreantes buscando união, a sucessão municipal já rompeu os muros dos bastidores e chega à população santacruzense, que acompanha com atenção as movimentações dos pré-candidatos.

O médico santacruzense Marcos Lima foi convidado a ser candidato a prefeito de Santa Cruz pelo PT. Embora ainda não tenha respondido se aceita a convocação, ele já começou a receber diversos apoios de líderes políticos do Estado. As conversas ainda estão nos bastidores, mas há confi rmação de que deputados e até senadores já demons-traram interesse em apoiar o médico.

A notícia de que Marcos Lima poderá ser candidato a pre-feito de Santa Cruz também levou líderes comunitários a de-clarem apoio ao médico. Santacruzense, com raízes na política, afi nal o pai dele, Ivahy Ferreira Lima, foi vereador por vários mandatos e chegou a ser presidente da Câmara Municipal, Marcos Lima já se transformou em um novo líder político da cidade. “Não é o momento de discutir nomes para candidatura, é chegada a hora de unir toda oposição à atual gestão em torno de um projeto de desenvolvimento com justiça social para San-ta Cruz. Essa é nossa preocupação e nosso principal objetivo”, destaca o médico.

Além de Marcos Lima, o bloco da oposição em Santa Cruz tem outros dois pré-candidatos, o médico João Batista Cabral e o líder comunitário Paulo César. “São bons nomes. Aliás, com o trabalho que vem sendo realizado pela oposi-ção e a ótima receptividade da população, estou certo que é

Disputa pela Prefeitura

de Santa Cruz

racha grupo situacionista

e poderá unir oposição

Eleiçaão em Santa Cruz

atrai atenção de líderes estaduais


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Santa Cruz EM FOCO

Marcos Lima

Médico Santacruzense

Filiado ao PT

Lidera o bloco oposicionista

João Cabral

Médico

Já administrou Santa Cruz

por um mandato

Também integra a oposição

Paulo César

Agente de saúde

Filiado ao PHS

Tenta chegar pela primeira

vez a Prefeitura

Fernanda Costa

Médica Mossoroense

Esposa do deputado

estadual Tomba

Péricles Rocha

Engenheiro

Atual prefeito da cidade

Realiza uma administração de

muita adversidade, o que deverá

emperrar o sonho de reeleição

PRÉ-CANDIDATOS

A PREFEITO

DE SANTA CRUZ

chegada a hora de Santa Cruz mudar o rumo, acertar o prumo e começar a trilhar o desenvolvimento, focado nas políticas públicas de saúde, seguran-ça e educação”, disse o petista.

RACHA NO GRUPO DOS PRIMOS PÉRICLESTOMBA

Diversas pesquisas já foram realizadas pelo grupo do atual gestor, Péricles Rocha, PSDB, no entanto, nenhum número foi divulgado pela assessoria do prefeito, o que leva a crer que os índices não foram positivos para tentativa de reeleição do tucano.

A disputa pela Prefeitura já traz também desdobramentos partidários. Afi nal, foi em busca de presidir o PSDB em Santa Cruz que Péricles Rocha negociou a direção do Hospital Aluízio Bezerra, entregando nas mãos do ex-presidente tucano na cidade, Arinaldo Silva. No entanto, as negociações do atual prefeito não parecem estar surtindo efeito desejado.

Se de um lado ele conseguiu a presidência municipal do PSDB, por outro está vendo seu principal aliado, o deputado estadual Luiz Antonio Lourenço, conhecido como Tomba (PSB), movimentar-se para, literalmente, “abandonar” o barco. As exonerações feitas pelo gestor de pessoas lideradas do parlamentar do PSB foram o ponto fi nal para carimbar o racha dos primos Péricles e Tomba.

Caso essa situação permaneça até 2012, a tendência é que Péricles tente formar um novo grupo em Santa Cruz, já que até então era liderado do primo Tomba, e com isso pleiteie a reeleição.

Por outro lado, o deputado do PSB vê no pleito do próximo ano em Santa Cruz um momento crucial para a sua própria sobrevivência política. Afi nal, caso perca o controle da Prefeitura local difi cilmente conseguirá a reeleição de deputado estadual em 2014. Exatamente, para tentar garantir esse projeto de continuar na Assembleia Legislativa é que Tomba deverá lançar a esposa, Fernanda Costa, como candidata a prefeita.

No entanto, o deputado também terá que resolver uma problemática par-tidária. Afi nal, na eleição de 2010 e no papel que desempenha na Assembleia Legislativa Tomba é oposicionista ao Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Mas Fernanda Costa, a esposa que sonha em ser prefeita, é fi liada justamente ao DEM. A situação é delicada e coloca em xeque a própria posição do DEM em Santa Cruz. O partido que enfrenta a oposição de Tomba permitirá lançar a esposa dele como candidata a prefeita pela legenda?

O mais recente episódio desse racha situacionista foi a declaração do ex-governador Iberê Ferreira que confi rmou aliança com o deputado Tomba, sem fazer qualquer citação ao atual prefeito. Na verdade, o grupo já se põe em campos opostos com Tomba-Iberê de um lado e Péricles do outro.

ENTENDA UM POUCO MAIS

Em Santa Cruz a política na prática foge a lógica dos grupos partidários. Na verdade, os eleitores da então candidata Rosalba Ciarini (DEM) são iden-tifi cados como sendo os mesmos que em 2008 votaram em Petrônio Spinelli (PT) para prefeito da cidade. Esse mesmo grupo eleitoral se mostrou nas urnas em 2010 votando em Rosalba Ciarlini e na deputada federal reeleita Fátima Bezerra (PT), que foi a mais votada da cidade.

No eleitorado santacruzense a governadora Rosalba e o PT têm o mesmo colégio eleitoral. Pessoas que se põem contrárias ao trio Péricles-Tomba-Iberê.


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SOCIAL NO TRAIRI

01 - Thais Vieira02 - Padre Vicente e o Arcebispo Dom Matias03 - Grupo na inauguração da Maria Cereja04 - Cassia Pinto e o esposo no Trairi Clube05 - Antônio Guedes e Tutu06 - Vice Governador, Robinson Faria e o Deputado Federal Fábio Faria07 - Deputada Federal Fátima Bezerra08 - Turma da UFRN do campus Santa Cruz

09- Governadora Rosalba e o médico Marcos Lima10 - Débora Raquiel11- No Trairi Clube, Herilúcio comanda turma12 - No carnaval santacruzense, Marcos Lima e Anna Ruth Dantas13 - Formatura de mais uma turma da UVA14 - Presidente da Assembléia, Ricardo Mota

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Santa Cruz EM FOCO


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15- Reunião de santacruzenses em Natal16- Garibaldi Filho, Leão Teonácio e Karla França17 - Clique na inauguração da Maria Cereja18- Maruska e Washington19 - Milton Fernandes e Rosélia20 - Naiara Fialho

21 - Nelson, Rosalba Ciarlini e Wellingson22 - Recepção na casa de Leão Teonácio23 - Vereador Lucicláudio24 - Médicos João Batista Cabral e João Albérico25 - Turma da Rádio Santa Rita26 - Reunião da Associação das Rádios Comunitárias27 - Miss Santa Cruz 2011, Aline Bezerril

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Santa Cruz EM FOCO


Santa Cruz EM FOCO

36 Artesanato

por JOÃO HÉLIO COSTA DA CUNHA CAVALCANTI JÚNIOR DIRETOR TÉCNICO DO SEBRAE

O rio Trairi, como é comum em cursos dágua inseridos nas terras secas do semiárido, tem presença importante na vida dos santacruzenses, assim como a religiosidade está pre-sente na fé e no imaginário da população. Características que se combinam em relação à sede do SEBRAE na cidade de Santa Cruz, onde se localiza o Escritório Regional do Trairi.

Trabalhar com a gente empreendedora da região tem sido para mim fonte de alegria e de constante aprendi-zado. A acolhida que recebemos é digna de fi dalgos que tudo fazem para o agrado do hóspede. O reconhecimento demonstrado pelos grupos que participam das ações exe-cutadas pelo SEBRAE e seus parceiros nos dá a confi an-ça de que estamos no caminho certo. A região Trairi e partricularmente Santa Cruz são dignos de todos os es-forços que se destinem a apoiar os pequenos negócios.

Fazemos isso por meio da orientação empresarial àqueles que se propõem a abrir uma empresa ou a expandi-la. Re-alizamos Ofi cinas SEBRAE de Empreendedorismo – OSE, onde os participantes têm instrumentos para que consigam avaliar sua propensão para montar e desenvolver um negócio próprio. Palestras gerenciais são proferidas sobre temas es-pecífi cos de interesse dos empresários. Também auxiliamos aqueles que decidem se formalizar, seja como Empreendedor Individual ou por meio da criação de uma empresa. Em suma, estamos à disposição de todos que pretendem produzir e ven-der um bem ou um serviço.

Projetos importantes são desenvolvidos na região. No segmento do agronegócio a avicultura integrada merece des-taque. Conta com 39 galpões em funcionamento, que abri-gam um plantel de cerca de 624 mil aves. A mandiocultura e a caprinocultura resgatam produções ancestrais na região, agora com nova roupagem de capacitação em tecnologia e inovação, apoiadas em pesquisas de mercado. A retomada da tradicional indústria de confecções sob a forma de facções resgata outra forte vocação regional. A Feira de Negócios do

Arte e Fé

EM SANTA CRUZ


Santa Cruz EM FOCO

Trairi foi vitrine para mostra de artigos produzidos localmente. Dentre todas as ações que executamos, apoiando diversos segmentos econômicos, um de-les tem um lugar especial no meu coração: o artesa-nato religioso. Com mãos hábeis o artesão reproduz símbolos e objetos que lembram suas raízes. Em Santa Cruz eles remontam à primeira aglomeração de casas encravadas na localidade Malhada do Rio Trairi, e à singela capela erguida em homenagem a Santa Rita de Cássia, ainda na primeira metade do século XIX. A devoção à santa das causas impos-síveis foi se espalhando desde então. A imagem de Santa Rita continua a dominar o olhar e o imaginá-rio dos habitantes da Ribeira do Trairi. Encravada no Alto de Santa Rita e com 42 metros de altura, é a maior imagem religiosa da América Latina e do-mina, imponente, todo o vale aos seus pés. Abençoa um povo que preserva a fé e os princípios religiosos dos pioneiros que fundaram a cidade.

Nada mais natural do que rápida difusão da crença e da tradição religiosa dos santacruzenses pelos municípios da vizinhança. Principalmente após a inauguração da imagem de Santa Rita, ocor-rida em 26 de junho de 2010. Apesar do pouco tem-

po, a cidade já nota um crescimento signifi cativo no turismo religioso. Perspectivas de negócios se abrem aos que se dispõem ao trabalho, sempre que um determinado fl uxo de pessoas se dirige a certa localidade. Elas precisarão consumir bens e deman-darão serviços diversos, como alimentação, hospe-dagem e transporte. Isso está ocorrendo em Santa Cruz, em processo que promete se intensifi car. Um dos principais ícones ligados a esse movimento é o consumo de artigos religiosos, particularmente o ar-tesanato com esse tema.

Conhecendo essa realidade, o SEBRAE inves-tiu pesado na preparação do artesão. Uma ofi cina de design com foco na produção de artigos religiosos teve como resultado o surgimento de peças decora-tivas e utilitárias. Muitas fazem referência a Santa Rita, ao terço, à cruz ou à coroa da santa. Os mate-riais variam do tecido à pedra sabão, das fi tas à pa-lha e às fi bras vegetais. Não há limites à criatividade e à expressão artística do povo.

Essa disponibilidade ao trabalho produziu si-tuações únicas e gratifi cantes. Como a concessão do Prêmio SEBRAE TOP 100 de Artesanato à As-sociação de Artesãos de Lajes Pintadas pelos seus

trabalhos em sisal. Grandes cadeias de lojas co-mercializaram esses produtos, a exemplo da Tock & Stock. O Brasil conheceu, comprou e aprovou a arte de artesãos potiguares do Trairi, reconhecendo seu talento, expresso também em variadas peças moldadas em pedra-sabão.

Ao povo valente e acolhedor de toda essa região, a homenagem do SEBRAE. Saber que o apoio aos pequenos negócios tem facilitado a vida de tantos que acreditam no trabalho como forma de promo-ver melhores condições de vida é recompensa su-fi ciente aos que integram esta instituição. Sei que a decisão de fazer do esforço pessoal um trampolim para o alcance de metas mais altas está no íntimo de cada pessoa da fantástica região do Trairi. Para nós, do SEBRAE, é gratifi cante poder dar a esse povo empreendedor os instrumentos de capacitação e de inovação para a construção do seu futuro. A impor-tância econômica do Trairi para o nosso Estado, no passado, no presente e no futuro, aliada às caracte-rísticas empreendedoras da população, acenam na direção de um panorama favorável. Crescimento econômico sustentável com justiça social espera por vocês. Felicidades!

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Santa Cruz EM FOCO

CONTOS

O PRINCIPAL E O ACESSÓRIONos imemoráveis tempos de infl ação alta, o ministro da Fazenda Antonio Delfi m Neto adotava como política para reduzir a infl ação uma severa restrição ao

crédito. Os bancos não emprestavam e os limites dos cheques especiais permaneceram estacionados, ampliando a assimetria ao se desvalorizar com o tempo.Exercia a gerência do Banco do Nordeste do Brasil em Santa Cruz (RN), o Dr. Ivo Trindade, um verdadeiro “gentleman”. Era tão gentil e dotado de afi nada

urbanidade que destoava dos padrões vigentes naquela pequena cidade do interior do Rio Grande do Norte.Num certo dia, um comerciante da cidade, Sr. Afonso Costa Soares, mais conhecido como Afonso Boca Rica (certamente por ter abrigado em sua boca, um ou

mais dentes de ouro) procura o gerente do banco do Nordeste. Era um acontecimento natural, afi nal homens de negócio procuram agências bancárias para tomarem dinheiro em empréstimo.

O Dr. Ivo Trindade atendeu ao cliente Afonso Boca Rica com a reverência devida, pois afi nal de contas, tratava-se de cliente conceituado e tradicional da comu-nidade santacruzense. Esmerou-se no tratamento; ofereceu água fresca e cafezinho, ao tempo em que explicava das limitações que a política monetária do Delfi m Neto impunha às instituições fi nanceiras, chegando até a mostrar os documentos internos que comprovavam a ausência de dotação orçamentária que pudesse contemplar o seu pleito.

Diante da denegatória, Afonso Boca Rica apelou: - “Dr. Ivo, o senhor pode me tratar mal; retirar a água gelada e o cafezinho; deixar-me de boca seca e até me destratar, mas – por favor – empreste o dinheiro

que eu estou pedindo. Eu estou precisando mesmo é de dinheiro”.E, como era de se esperar, Afonso Boca Rica saiu com a boca rica, porém de mãos vazias.

A SANTA CRUZ EM FOCO traz agora para os seus leitores algumas histórias e causos que marcaram a cidade de Santa Cruz. São passagens que mostram personagens curiosos e fatos pitorescos, além de estamparem um pouco do santacruzense.

Os causos foram escritos por Djahy Lima.

Histórias e causos

da Santa Cruz de outrora


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UM SISTEMA EFICIENTE DE COBRANÇAO cartório de protesto de títulos mantinha – não sei se ainda hoje mantém - uma coluna

diária nos principais jornais do Estado do Rio Grande do Norte. Essa coluna era consultada por toda a sociedade, principalmente pelos profi ssionais das instituições de crédito encarregados dos Setores de Investigação de Cadastro. O objetivo desses profi ssionais era identifi car clientes que fossem cadastrados em suas instituições e efetivar, nas respectivas fi chas, as devidas ano-tações restritivas. Quem tinha o nome divulgado na coluna do Cartório de Protestos de Jairo Procópio, caía na boca do povo.

A comunidade comercial costuma se utilizar de vários sistemas de negativação com a fi nalidade de garantir o crédito, tais como: SPC, SISBACEN, SERASA etc. No entanto, ainda está para existir um sistema mais efi ciente que o utilizado por An-tonio Retratista, em Santa Cruz (RN).

Sucessor de Manoel da Viúva, Antonio Retratista era o fotógrafo-mor da cidade. Foi ele quem perpetuou os momentos mais marcantes da sociedade santacruzense, principalmente dos eventos sociais, mais precisamente, os bailes, ou como se dizia à época, as festas que se reali-zavam no Trairi Clube.

Estamos nos anos 60. Os jovens santacruzenses, embalados na onda do iê-iê-iê nacional ou nos embalos dos Beatles e Rolling Stones, e embriagados por inspiração de “Dionísio ou Baco”, dávamos a Antonio Retratista o sinal que representava o comando para o click fotográ-fi co. E haja fl ash a iluminar o escurinho do salão trairiense.

Alguns dias depois, o retrato estava devidamente revelado e, em exposição, à espera dos retratados. No entanto, nem todos estavam em condições fi nanceiras de resgatar a memória impressa daqueles momentos felizes ao lado da mulher amada. Antonio retratista, acostumado com as limitações do poder aquisitivo citadino, tinha muita paciência, mas paciência tem limi-tes, já diz o ditado popular.

Na sede do seu laboratório, Antonio Retratista costumava expor aos transeuntes, em uma destacada vitrine, o fruto da sua arte, da sua técnica: fotografi as de eventos diversos, tais como, casamentos, batizados, bailes, aniversários, desfi les cívicos, solenidades etc. Lá fi cavam no aguardo, no aguardo dos retratados.

Finalmente, decorrido um prazo que fosse longevo o sufi ciente para tirar a sua paciência, Antonio Retratista, colocava as fotos dos inadimplentes de cabeça para baixo. Era a sua coluna de protesto que confi rmava aquela máxima: uma imagem vale mais que mil palavras. Era o protesto à sua própria maneira. No entanto, esta atitude bizarra funcionava. E como funcionava.

Incontinente, a notícia corria meio mundo. E, logo, a foto estava sendo retirada, logicamen-te, mediante pagamento em dinheiro.

UM CAUSO DO MAJOR TEODORICO Monte CarmeloO Major Teodorico Bezerra não poupava esforços para levar benefícios para Santa Cruz do

Inharé, um dos municípios de sua base eleitoral. Ao tomar conhecimento que Nova Cruz ganharia uma agência da Empresa de Correios e

Telégrafos (ECT), foi à editora do Diário Ofi cial e mandou alterar a ordem de serviço:- Troque Nova por Santa. Santa Cruz fi cou com o posto dos Correios. Anos mais tarde, ao ser questionado por um adversário sobre esse episódio, Te-

odorico desconversou: - Sou um homem de 75 anos, de modo que só lembro as coisas que aconteceram das seis

horas da manhã para cá.


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CIDADANIA

Santa Cruz EM FOCO

Projeto Santa Cruz Urgente:

cidadania a toda prova


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Santa Cruz EM FOCO

Desenvolver a cidadania, envolvendo a população de forma proativa. Esse é o prin-cipal objetivo do projeto Santa Cruz Urgente, criado pelo médico Marcos Lima. O trabalho, iniciado há dois meses, já conta com um blog na internet no endereço www.santacruzurgen-te.blogspot.com .

O site se transformou em um espaço para fomentar a cidadania, através de denúncias, críticas e sugestões. Em pouco tempo de atua-ção, o Santa Cruz Urgente já traz expressivos resultados que refl etiram diretamente na vida da população local.

Foi a partir das denúncias feitas no site do projeto que a Prefeitura Municipal de Santa Cruz adotou providências para a obra inacabada do canal do Maracujá.

O projeto Santa Cruz Urgente foi o primeiro a denunciar uma aberração existente nessa construção no bairro do Maracujá. O que seria uma obra para resolver o problema da drenagem plu-vial no bairro terminou gerando outro problema, entravando o trânsito da co-munidade. O Canal do Maracujá, que custou aos cofres públicos R$ 2 mi-lhões, foi construído para a drenagem daquele bairro. A situação “curiosa” é que a ponte foi erguida sem permitir o acesso dos veículos. O tempo para con-clusão da obra seria de 6 meses. Resul-tado: a Rua Caminha Fiúza foi inter-rompida no meio devido a ponte feita para o canal e a obra até hoje encontra-se inacabada. A cena, que chama atenção do mais desatento do espectador, é uma grande mostra do desperdício do dinheiro público. Afinal, foi erguida uma ponte sem permitir a passagem dos carros. Ou seja, o Canal do Maracujá já está na lista das obras inacaba-das da Prefeitura de Santa Cruz.

Outra denúncia feita no Santa Cruz Urgen-te foi a obra inacabada do Parque Ecológico. Aliás, pelo que foi erguido até agora, e o tem-po de conclusão já acabou, em nada há da pro-posta original.

O Parque Ecológico, que custou aos cofres públicos quase R$ 1 milhão de reais, em abso-

lutamente nada lembra o projeto apresentado ao Governo Federal como argumento para li-beração do dinheiro. Não existe nada que re-monte a um parque.

O espaço é privilegiado e com um tamanho próprio para uma bela obra. Mas não há nada de concreto. A única coisa erguida no Parque é a cerca que delimita a área e, ainda assim, as divisórias não foram concluídas com arame, fi cando apenas meia parede com tijolos sem reboco. A única construção feita no Parque

Ecológico foi mesmo o passeio para pedestre, mas, ainda assim, ele não foi fi nalizado.

Contraditório também é o nome Parque Ecológico. Não há absolutamente nenhuma árvore plantada no espaço.Na prática, o Par-que Ecológico de Santa Cruz se transforma em uma triste fotografi a do desperdício do di-nheiro público gasto e não revertido em prol da comunidade.

A proposta de um espaço para lazer, práti-ca de exercício e despertar da consciência eco-lógica é interessante e a concretização da obra seria de grande valia para toda população san-tacruzense que carece de equipamentos desse

tipo. No entanto, a gestão municipal ignora a necessidade das pessoas e mostra descaso com o dinheiro público.

No Santa Cruz Urgente o cidadão tam-bém pode constatar outro cenário do des-perdício público. O projeto do Parque de Exposições e Rodeios de Santa Cruz, onde foram investidos R$ 446.717,10, ficou re-sumido a apenas um parque de vaquejada. Essa é mais uma obra inacabada a integrar a lista das construções iniciadas pela gestão

municipal e não concluídas.Quem observa o Parque pode até

pensar que ali é um espaço destinado a vaquejada. No entanto, o projeto aprova-do pelo Governo Federal (Ministério do Turismo) e para o qual foram liberados dia 5/12/2007 o valor de R$ 446.717,10 em recursos públicos é muito mais am-plo e, se tivesse sido concluído, traria be-nefícios diretos para a economia e o lazer do povo santacruzense.

A obra começou há mais de 3 anos e em nada lembra um Parque de Ex-posições. Aliás, não há nenhum equi-pamento necessário a realizar uma ex-posição seja de caprinos ou bovinos. Faltam salão de exposição, a pista para apresentação dos animais, salão para leiloes, currais para ovinos e caprinos, cocheiras, baia para cavalos, espaço para rodeios, infra-estrutura para os criadores, sindicatos e associações, sa-lão para os shows. Enfim, a estrutura

mínima para um Parque de Exposições e Rodeios ainda não foi executada.

Em uma cidade com grande potencial para setor agropecuário e ainda carente do desen-volvimento econômico, a gestão municipal re-negar uma obra do porte de um parque de ex-posição é, no mínimo, uma afronta ao próprio cidadão e ao produtor rural que carece e clama por um município com avanços na infra-estru-tura, na economia e nos serviços públicos.

O blog é apenas o início das atividades do Santa Cruz Urgente que tem para o ano de 2011 uma ampla programação e proje-tos arrojados.

O site se transformou

em um espaço para

fomentar a cidadania,

através de denúncias,

críticas e sugestões.


tristezaJ. Matias C. Filho

Nada acontece. Só monotonia…Amanhecer. Sol. Tarde. Noite. Lua…E minh’alma de alacridade nuaSe perde na imensa melancolia.Vagueia nos ares na noite fria.Esvoaça no infi nito. Vã fl utuaEm lágrimas minh’alma tão nuaDe paz, felicidade e de alegria.Nada acontece. Tarde… Sol poente…Crepúsculo… Profunda escuridão…Em minha vida, em minh’alma dolente,Em meu cansado e arfante coração.Ó, necrópole santa, eternamenteLivrai-me dessa imane solidão!

JOSÉ MATIAS DA COSTA FILHO (Matias Filho) nasceu em Santa Cruz (RN) em 07/05/1956. Cursou o primário no Grupo Escolar Quintino Bocaiúva e depois ingressou no Ginásio Comercial. Mudou-se para Natal, onde estudou no Instituto Sagrada Família. Depois regressa para sua cidade onde conclui o segundo grau na Escola Cenecista Gentil Ferreira de Souza. Autodidata, voraz devorador de livros e insaciável estudioso, tem escrito desde os quatorze anos. Autor da obra “Poemas que a vida me inspirou”, na qual selecionamos este poema que muito diz do dia a dia do poeta. Participou de vários concursos literários e está presente nas antologias poéticas: “Templos Tempos Diversos” (1995); “Trairi em Versos” (1997); e Ribeiro, um professor (Verso e Prosa – 1999).

segredoJosé Letácio Pereira

Tenho no peito meu bom segredoQue fi cou em minha alma sozinhoPara contá-lo eu tenho muito medo

Irei pensativo neste meu caminhoTodo ele tem um grandioso enredo

E para curar na vida este espinhoÉ preciso cuidá-lo muito e cedo

Procurar noutro lábio outro vinhoOh! poeta quanto tu sofres nessa vida

Por causa de um lábio, uma queridaQue nos versos quisestes narrarNão tentes mais poeta outra vezQue vais sofrer dia a dia e mês

Porque procurastes um dia amar

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POESIA

A Poesia

na obra de

santacruzenses

JOSÉ LETÁCIO PEREIRA – Nasceu em Santa Cruz (RN) na rua Dr. Pedro Medeiros, em 25/12/1935. Teve como primeiros educadores: Dona Santinha Marques, Dona Elisete Pessoa, Neném Galdino e Terezinha Cury. Ingressou no curso de admissão do grupo escolar Quintino Bocaiúva, em 1945; Concluiu o curso ginasial no Ginásio Comercial de Santa Cruz, indo em seguida trabalhar com o seu pai, o então tabelião João Ataíde Pereira, vindo a aposentar-se neste ofício na década de 80. Fez parte de todas as antologias publicadas pela ASPE.Obs.: Esta poesia faz parte da quarta antologia da ASPE, Antologia Cantos & Contos do Trairi, 2008.


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