schleiermacÜber die verschiedenen methoden des Übersetzens traduÇÕes sinÓticasher traduzido

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  • 7/25/2019 SchleiermacBER DIE VERSCHIEDENEN METHODEN DES BERSETZENS TRADUES SINTICASher Traduzido

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    Scientia Traductionis, n.9, 2011

    BER DIE VERSCHIEDENEN METHODEN DES BERSETZENS

    TRADUES SINTICAS

    BER DIE VERSCHIEDENEN

    METHODEN DES BERSETZENS SOBRE OS DIFERENTES

    MTODOS DE TRADUO SOBRE OS DIFERENTES

    MTODOS DE TRADUZIR DOS

    DIFERENTES

    MTODOS DE TRADUZIR

    FRIEDRICH SCHLEIERMACHER1(1813)

    MARGARETE VON MHLEN POLL2(2001)

    CELSO R.BRAIDA3(2007/2011)

    MAURI FURLAN(2011)

    Die Thatsache, da eine Rede auseiner Sprache in die andere ber-tragen wird, kommt uns unter denmannigfaltigsten Gestalten berallentgegen. Wenn auf der einen Seite

    dadurch Menschen in Berhrungkommen knnen, welche ursprng-lich vielleicht um den Durchmesserder Erde von einander entfernt sind;wenn in eine Sprache aufgenommenwerden knnen die Erzeugnisse einerandern schon seit vielen Jahrhunder-ten erstorbenen: so drfen wir aufder andern Seite nicht einmal berdas Gebiet Einer Sprache hinausge-hen, um dieselbe Erscheinung anzu-treffen. Denn nicht nur da die

    O fato de um discurso de uma ln-gua ser traduzido para uma outrasempre vem ao nosso encontro sob asmais diversas formas em todo lugar.Se, de um lado, pessoas que, em prin-

    cpio, esto separadas pelo dimetroda terra podem entrar em contato, seas produes de uma lngua morta hmuitos sculos podem ser incorpora-das a uma outra; assim, ns, do outrolado, nem podemos sair do campo deuma s lngua para encontrar o mes-mo fenmeno. Isso ocorre porqueno s os diversos dialetos dos dife-rentes grupos tnicos de um povo eos diferentes desenvolvimentos dessamesma lngua ou dialeto em dife-

    O fato, que um discurso em umalngua seja traduzido em uma outra,apresenta-se a ns sob as mais varia-das formas por toda a parte. Por umlado, desse modo podem entrar em

    contato homens geograficamentemuito afastados, e podem ser trans-postas em uma lngua obras de umaoutra extinta j h muitos sculos;

    por outro, no precisamos sair do do-mnio de uma lngua para encontrar omesmo fenmeno. Pois, no apenasos dialetos dos diferentes ramos deum povo e os diferentes desenvolvi-mentos de uma mesma lngua ou dia-leto, em diferentes sculos, so j emum sentido estrito diferentes lingua-

    O fato de um discurso de uma ln-gua ser transferido a outra se nosapresenta, por toda parte, sob as maisdiversas formas. Se, por um lado,homens que talvez estejam afastados

    entre si sobre o globo terrestre po-dem, por este meio, entrar em conta-to, e se os produtos de uma lnguamorta h muitos sculos podem serincorporados a outra, por outro lado,ns no precisamos sair do mbito deuma mesma lngua para encontrar talfenmeno. Pois no s os dialetos dediferentes grupos de um povo e osdiferentes desenvolvimentos da mes-ma lngua ou dialeto em diferentessculos j so, em sentido estrito,

    1Schleiermacher, Friedrich. ber die verschiedenen Methoden des bersetzens, inSmliche Werke. Dritte Abteilung: Zur Philosophie, Bd. 2, Berlin, Reimer, 1838, S. 207-245.2Schleiermacher, Friedrich. ber die verschiedenen Methoden des bersetzens/Sobre os diferentes Mtodos de Traduo, in Clssicos da Teoria da Traduo. AntologiaBilingue. Vol. 1. Alemo Portugus. Werner Heidermann (Org.). Florianpolis: UFSC/Nuplitt, 2001, pgs. 25-87.3Schleiermacher, Friedrich. ber die verschiedenen Methoden des bersetzens/Sobre os diferentes Mtodos de Traduzir, in Revista Princpios, Vol. 14, N 21, 2007, pgs.233-265; traduo revisada pelo tradutor e republicada in Clssicos da Teoria da Traduo. Antologia Bilingue. Vol. 1. Alemo Portugus. Werner Heidermann (Org.). 2 ed.Florianpolis: UFSC/Nuplitt, 2011, pgs. 39-101.

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    Mundarten verschiedener Stmmeeines Volkes und die verschiedenenEntwicklungen derselben Spracheoder Mundart in verschiedenen Jahr-hunderten schon in einem engeren

    Sinne verschiedene Sprachen sind,und nicht selten einer vollstndigenDolmetschung unter einander bedr-fen; selbst Zeitgenossen, nicht durchdie Mundart getrennte, nur ausverschiedenen Volksklassen, welchedurch den Umgang wenig verbundenin ihrer Bildung weit auseinandergehen, knnen sich fters nur durcheine hnliche Vermittlung verstehen.Ja sind wir nicht hufig genthiget,uns die Rede eines andern, der ganzunseres gleichen ist aber von andererSinnes und Gemthsart, erst zubersetzen? Wenn wir nmlich fh-len da dieselben Worte in unsermMunde einen ganz anderen Sinn oderwenigstens hier einen strkeren dorteinen schwcheren Gehalt habenwrden als in dem seinigen, und da,wenn wir dasselbe was er meint aus-drkken wollten, wir nach unsererArt uns ganz anderer Wrter und

    Wendungen bedienen wrden: soscheint, indem wir uns dies Gefhlnher bestimmen, und es uns zumGedanken wird, da wir bersetzen.Ja unsere eigene Reden mssen wir

    bisweilen nach einiger Zeit ber-setzen, wenn wir sie uns recht wieder

    rentes sculos j so, num sentidomais restrito, lnguas diferentes e,no raras vezes, precisam de umatraduo entre si. Mesmo os contem-

    porneos no separados por dialetos,

    pertencentes a distintas classes socia-is que, pouco relacionadas em seutrato, divergem muito em sua forma-o, muitas vezes s conseguem seentender atravs de uma intermedia-o. Mas, no que freqentemente

    precisamos traduzir o discurso de umoutro que igual a ns, porm de

    personalidade e mentalidade diferen-tes, quando sentimos que as mesmas

    palavras teriam um sentido bemdiferente na nossa boca ou ao menosum valor mais forte ou mais fracoque na dele e que, se quisssemosexpressar nossa maneira o mesmoque ele expressou, utilizaramos pala-vras e locues totalmente diferen-tes? Assim, definindo mais de pertoesse sentimento, e ele se transfor-mando em pensamento para ns,

    parece que traduzimos. s vezes, osnossos prprios discursos devem sertraduzidos depois de um certo tempo,

    se quisermos que continuem sendonossos. E essa habilidade no prati-cada s para transplantar em solodesconhecido o que uma lngua pro-duziu no mbito da cincia e dasartes retricas e com isso aumentar ocampo de ao dessas produes do

    gens, e que no raro necessitam deuma completa interpretao entre si;at mesmo contemporneos no se-

    parados pelo dialeto, mas de diferen-tes classes sociais, que estejam pouco

    unidos pelas relaes, distanciam-seem sua formao, seguidamente ape-nas podem se compreender por umasemelhante mediao. Sim, no so-mos ns frequentemente obrigados a

    previamente traduzir a fala de um ou-tro que de nossa mesma classe, masde sensibilidade e nimo diferentes?A saber, quando ns sentimos que asmesmas palavras em nossa boca teri-am um sentido inteiramente diferenteou, ao menos, um contedo aqui maisforte, ali mais fraco, que na dele eque, se quisssemos expressar donosso jeito o mesmo que ele disse,nos serviramos de palavras e locu-es completamente diferentes. Namedida em que determinamos mais

    precisamente este sentimento, trazen-do-o ao pensamento, parece que tra-duzimos. As nossas prprias pala-vras, s vezes, temos que traduziraps algum tempo, se quisermos

    assimil-las apropriadamente outravez. E esta prtica no usada ape-nas para transplantar em solo estran-geiro o que uma lngua produziu nodomnio da cincia e das artesdiscursivas, e assim aumentando ocrculo de atuao destes produtos do

    lnguas diferentes, e no raro necessi-tam de uma verdadeira traduo entresi, mas tambm os contemporneos,no separados pelo dialeto, simples-mente pertencentes a diferentes clas-

    ses sociais, que, por um relaciona-mento pouco prximo, distanciam-semuito uns dos outros em sua forma-o, freqentemente podem se enten-der apenas atravs de uma interme-diao. Acaso no precisamos muitasvezes traduzir o discurso de outro,que nos completamente igual, ape-nas de outra mentalidade e tempera-mento? Quando sentimos que as mes-mas palavras em nossa boca teriamum sentido completamente diferenteou ao menos um peso aqui mais forte,ali mais fraco que na sua, e que, sequisssemos expressar o mesmo queele, ns, segundo nosso modo, usar-amos palavras e expresses totalmen-te distintas, ao querermos definirmais precisamente este sentimento eao tornar-se para ns pensamento, pa-rece que traduzimos. Sim, s vezes,nossos prprios discursos, depois dealgum tempo, temos que traduzi-los

    se quisermos apropriarmo-nos nova-mente deles. E esta habilidade prati-cada no somente para semear emcampo estrangeiro o que uma lngua

    produziu no mbito das cincias e dasartes oratrias e com isso incrementaro campo de ao desses produtos do

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    aneignen wollen. Und nicht nur dazuwird diese Fertigkeit gebt, um waseine Sprache im Gebiet der Wissen-schaften und der redenden Knstehervorgebracht hat, in fremden Bo-

    den zu verpflanzen und dadurch denWirkungskreis dieser Erzeugnissedes Geistes zu vergrern; sondernsie wird auch gebt im Gewerbsver-kehr zwischen einzelnen verschiede-ner Vlker, und im diplomatischenVerkehr unabhngiger Regierungenmit einander, deren jede nur in ihrereigenen Sprache zur andern zu reden

    pflegt, wenn sie, ohne sich einertodten Sprache zu bedienen, strengauf Gleichheit halten wollen.

    esprito; tambm praticada no meiocomercial entre diferentes povos e nomeio diplomtico de governos inde-

    pendentes, cada qual acostumado afalar com o outro somente em sua

    prpria lngua, se eles quiserem semanter em estreita igualdade, sem seutilizarem de uma lngua morta.

    esprito, mas tambm esta prtica usada no comrcio entre diferentes

    povos e nas relaes diplomticas degovernos independentes entre si,quando estes apenas podem falar

    com o outro em sua prpria lngua, seeles, sem servirem-se de uma lnguamorta, querem manter-se rigorosa-mente em uma igualdade.

    esprito, mas tambm praticada nasrelaes profissionais entre diferentes

    povos e nas relaes diplomticas degovernos independentes entre si, nasquais cada um cuida de falar ao outro

    somente em sua prpria lngua, quan-do querem manter-se em estreitaigualdade, sem se servirem de umalngua morta.

    Allein natrlich, nicht alles wasin diesem weiten Umkreise liegt,wollen wir in unsere jezige Betrach-tung hineinziehen. Jene Nothwendig-keit auch innerhalb der eignen Spra-che und Mundart zu bersetzen,mehr oder minder ein augenblik-kliches Bedrfni des Gemthes, isteben auch in ihrer Wirkung zu sehrauf den Augenblikk beschrnkt, um

    anderer Leitung als der des Gefhlszu bedrfen; und wenn Regelndarber sollten gegeben werden,knnten es nur jene sein, durch derenBefolgung der Mensch sich eine reinsittliche Stimmung erhlt, damit derSinn auch fr das minder verwandte

    Naturalmente, nessa nossa atualreflexo, no queremos entrar em tu-do que pertence a esse campo amplo.Aquela necessidade de traduzir tam-

    bm dentro da prpria lngua e diale-to, uma necessidade momentnea doesprito, est, tambm em seu efeito,muito limitada para necessitar de umoutro direcionamento que o dos sen-timentos e, se fosse preciso estabele-

    cer regras, s poderiam ser aquelaspara as quais a pessoa obtivesse umefeito puramente moral, para que osentido ficasse aberto tambm para omenos aparentado. Mas deixemos is-so agora e fiquemos primeiramentena traduo de uma lngua estrangei-

    Todavia, naturalmente, no quere-mos incluir nessa nossa consideraotudo o que h nesse vasto domnio.Aquela necessidade de traduzir tam-

    bm no interior da prpria lngua edialeto, mais ou menos uma exign-cia momentnea da mente, est tam-

    bm em seu efeito limitada ao instan-te, para exigir uma outra orientaoque aquela do sentimento; e se hou-

    vesse a necessidade de dar regraspara isso, elas poderiam ser apenasaquelas que mantm o homem emuma disposio moral pura para ossentidos permanecerem abertos tam-

    bm para o que se menos afim.Deixemos isto de lado e fiquemos a

    Mas, naturalmente, em nossas pre-sentes consideraes no queremosabordar tudo que pertence a este vas-to campo. Aquela necessidade detraduzir tambm dentro da prprialngua e dialeto, mais ou menos umanecessidade momentnea da sensibi-lidade, tambm em seu efeito mesmoest demasiado limitada ao momento

    para necessitar outra direo que a do

    sentimento; e se sobre isso devessemser estabelecidas regras, poderiam serapenas aquelas, por cuja observnciao homem se conserva uma pura dis-

    posio moral, a fim de que o sentidose mantenha aberto tambm para omenos aparentado. Contudo, deixe-

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    geffnet bleibe. Sondern wir nundieses ab, und bleiben stehen zu-nchst bei dem bertragen aus einerfremden Sprache in die unsrige; sowerden wir auch hier zwei verschie-

    dene Gebiete freilich nicht ganzbestimmt, wie denn das selten ge-lingt, sondern nur mit verwaschenenGrenzen, aber doch wenn man aufdie Endpunkte sieht deutlich genug

    unterscheiden knnen. Der Dol-metscher nmlich verwaltet sein Amtin dem Gebiete des Geschftslebens,der eigentliche bersetzer vornm-lich in dem Gebiete der Wissenschaftund Kunst. Wenn man diese Wort-

    bestimmung willkhrlich findet, daman gewhnlich unter dem Dolmet-schen mehr das mndliche, unterdem bersetzen das schriftliche ver-steht, so verzeihe man sie der Be-quemlichkeit fr das gegenwrtigeBedrfni um so mehr, als doch bei-de Bestimmungen nicht gar weit ent-fernt sind. Dem Gebiete der Kunstund der Wissenschaft eignet dieSchrift, durch welche allein ihreWerke beharrlich werden; und wis-

    senschaftliche oder knstlerische Er-zeugnisse von Mund zu Mund zudolmetschen, wre eben so unnz,als es unmglich zu sein scheint.Den Geschften dagegen ist dieSchrift nur mechanisches Mittel; dasmndliche Verhandeln ist darin das

    ra para a nossa. Podemos distinguirtambm aqui dois campos distintos no bem determinados, como rarasvezes se consegue, mas com limitesdifusos, porm, se olharmos para o

    ponto final, podemos distingui-loscom suficiente nitidez. O intrpreteexerce sua profisso no campo dosnegcios; o verdadeiro tradutor, pri-mordialmente no campo da cincia eda arte. Se se achar essa definio ar-

    bitrria, pois normalmente se entendea parte oral por intepretao e a parteescrita por traduo, tanto mais per-doe-se sua comodidade pelas exign-cias do momento, pois as duas defi-nies no so muito distantes umada outra. Ao ramo da arte e da cin-cia pertence a escrita, somente atra-vs dela as suas obras se realizam.Traduzir produes cientficas e ar-tsticas de boca a boca seria to des-necessrio quanto parece ser impos-svel. Em contrapartida, a escrita somente uma forma mecnica para osnegcios, para eles a oralidade aforma mais original, e qualquer in-terpretao escrita, na verdade, vis-

    ta apenas como um apontamento deuma traduo oral.

    partir daqui com a traduo de umalngua estranha para a nossa. Tam-

    bm aqui ns chegamos a dois dom-nios: com certeza no inteiramentedeterminados, como raro acontecer,

    mas apenas com limites imprecisos,porm, com claridade suficiente seenxergam os pontos extremos. Ointrprete efetivamente exerce o seuofcio no domnio da vida comercial,o tradutor genuno preferencialmenteno domnio da cincia e da arte. Seesta definio das palavras parecearbitrria, uma vez que habitualmen-te se entende por interpretao mais aoral e por traduo a escrita, que elaseja aceita pela comodidade para os

    presentes propsitos e mais aindaporque as duas determinaes noesto assim to distantes. A escrita

    prpria dos domnios da arte e dacincia, atravs da qual suas obrastornam-se duradouras; e a interpre-tao de boca boca das produescientficas ou artsticas seria to in-til quanto parece ser impossvel. Parao comrcio, ao contrrio, a escrita apenas um meio mecnico; as tran-

    saes orais so aqui o primrio, etoda interpretao escrita propria-mente apenas pode ser vista comoregistro de uma oral.

    mos isso agora e permaneamos pri-meiramente na traduo de uma ln-gua estrangeira nossa; poderemos,assim, diferenciar tambm aqui doismbitos distintos por certo no to-

    talmente definidos, o que raramenteacontece, mas apenas com limitesimprecisos, contudo, bastante ntidosquando se olha para os extremos. Ointrprete, com efeito, exerce seu of-cio no mbito dos negcios; o verda-deiro tradutor, primordialmente, nombito da cincia e da arte. Se seconsidera esta definio vocabular ar-

    bitrria, uma vez que se entende co-mumente por intrprete mais o oral, e

    por tradutor, o escrito, que se perdoea comodidade pela necessidade pre-sente, contudo, ambas as definiesno esto de forma alguma muitodistantes entre si. Ao mbito da arte eda cincia serve a escrita, somente

    por meio da qual suas obras se tor-nam permanentes; e traduzir oral-mente uma produo cientfica ou ar-tstica seria mesmo to intil quanto

    parece ser impossvel. Para os neg-cios, ao contrrio, a escrita somente

    um meio mecnico; a comunicaooral a primordial, e cada traduoescrita deve ser vista, na verdade,apenas como registro de uma tradu-o oral.

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    ursprngliche, und jede schriftlicheDolmetschung ist eigentlich nur alsAufzeichnung einer mndlichen an-zusehen.

    Sehr nahe dem Geist und der Artnach schlieen sich diesem Gebietezwei andere an, die jedoch bei dergroen Mannigfaltigkeit der dahingehrigen Gegenstnde schon einenbergang bilden zum Gebiet derKunst das eine, das andere zu demder Wissenschaft. Nmlich jede Ver-handlung, bei welcher das Dolmet-schen vorkommt, ist auf der einenSeite eine Thatsache, deren Hergangin zwei verschiedenen Sprachen auf-

    gefat wird. Aber auch die ber-setzung von Schriften rein erzhlen-der oder beschreibender Art, welchealso nur den schon beschriebenenHergang einer Thatsache in eineandere Sprache bertrgt, kann nochsehr viel von dem Geschft des Dol-metschers an sich haben. Je wenigerin der Urschrift der Verfasser selbstheraustrat, je mehr er lediglich alsauffassendes Organ des Gegenstan-

    des handelte und der Ordnung desRaumes und der Zeit nachging, umdesto mehr kommt es bei der ber-tragung auf ein bloes Dolmetschenan. So schliet sich der bersetzervon Zeitungsartikeln und gewhn-lichen Reisebeschreibungen zunchst

    A este campo associam-se doisoutros, muito prximos no esprito ena maneira, que, no entanto, pelagrande variedade de objetos per-tencentes a eles, formam uma pas-sagem para um deles, o campo daarte; e para outro, o da cincia. Issoquer dizer que toda negociao emque aparece a interpretao , por umlado, um fato cujo desenvolvimento entendido em duas lnguas diferentes.Mas tambm a traduo de escritos

    puramente narrativos ou descritivos,que s transpe o desenvolvimento jdescrito de um fato para uma outralngua, pode ainda ter muito da fun-o do intrprete. Quanto menos o

    prprio autor saiu do original, quantomais ele atuou simplesmente comorgo receptor do objeto e seguiu aordem local e temporal, tanto maisdepender de uma pura interpretaona transposio. Dessa forma, o

    tradutor de artigos de jornal e desimples relatos de viagem se associaprimeiramente ao intrprete, e podese tornar ridculo se o seu trabalhotem maior repercusso e ele quiserser reconhecido como artista. Emcontrapartida, quanto mais a maneira

    Em esprito e natureza, estomuito prximos desses domnios ou-tros dois, os quais, pela grande varie-dade de objetos a eles pertencentes,

    j configuram uma transposio, umpara o domnio da arte e o outro parao da cincia. Pois, cada transao queacontece pela interpretao , por umlado, um fato cujo desenrolar-seapreende-se em duas lnguas. Mas,mesmo a traduo de escritos pura-mente narrativos ou descritivos, que

    apenas traduz o desenrolar-se de umfato para uma outra lngua, pode ain-da conter em si muito da atividade dointrprete. Quanto menos o autor sesobressai no escrito original, quantomais ele coloque-se apenas comorgo receptor do objeto e siga aordem do tempo e do espao, tantomais a transposio se aproximar damera interpretao. O tradutor deartigos jornalsticos e descries de

    viagem comuns, assim, est muitoprximo do intrprete, e pode tornar-se risvel se o seu trabalho tivermaiores pretenses e se ele desejarser visto como artista. Ao contrrio,quanto mais haja prevalecido naexposio o modo de ver e combinar

    Muito prximos no esprito e naforma, a este mbito associam-se ou-tros dois, que, pela grande variedadede objetos prprios, constituem uma

    passagem, um para o mbito da arte,outro para o da cincia. Com efeito,toda operao, junto qual acontecea traduo do intrprete, , por umlado, um fato cujo desenvolvimento considerado em duas lnguas. Mastambm a traduo de escritos pura-mente narrativos ou descritivos, que

    translada somente o desenvolvimentoj descrito de um fato a outra lngua,pode conter ainda muito em si daatividade do intrprete. Quanto me-nos o autor se sobressaiu no original,quanto mais ele atuou como merorgo receptor do objeto e acompa-nhou a ordem espao-temporal, tantomais a translao se aproxima de umasimples traduo de intrprete. Assimo tradutor de artigos de jornal e habi-

    tuais relatos de viagem associa-seprimeiramente ao intrprete, e podechegar a ser ridculo se seu trabalhotiver grandes pretenses e ele quiserser visto como tendo procedido qualartista. Em contrapartida, quantomais predominou na exposio o

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    an den Dolmetscher an, und es kannlcherlich werden wenn seine Arbeitgrere Ansprche macht und er da-fr angesehen sein will als Knstlerverfahren zu haben. Je mehr hinge-

    gen des Verfassers eigenthmlicheArt zu sehen und zu verbinden in derDarstellung vorgewaltet hat, je mehrer irgend einer frei gewhlten oderdurch den Eindrukk bestimmtenOrdnung gefolgt ist, desto mehrspielt schon seine Arbeit in dashhere Gebiet der Kunst hinber,und auch der bersetzer mu dannschon andere Krfte und Geschik-klichkeiten zu seiner Arbeit bringenund in einem anderen Sinne mit

    seinem Schriftsteller und dessenSprache bekannt sein als derDolmetscher. Auf der andern Seiteist in der Regel jede Verhandlung,

    bei welcher gedolmetscht wird, eineFestsezung eines besonderen Fallesnach bestimmten Rechtsverhltnis-sen; die bertragung geschieht nurfr die Theilnehmer, denen dieseVerhltnisse hinreichend bekanntsind, und die Ausdrkke derselben in

    beiden Sprachen sind entweder ge-sezlich oder durch Gebrauch undgegenseitige Erklrungen bestimmt.Aber ein anderes ist es mit Verhand-lungen, wiewol sie sehr oft der Formnach jenen ganz hnlich sind, durchwelche neue Rechtsverhltnisse bes-

    prpria do autor de ver e relacionarfor dominante na apresentao, quan-to mais ele tiver seguido algumaordem escolhida livremente ou pordeterminadas impresses, tanto mais

    seu trabalho entra no mbito maiselevado da arte, e ento o tradutortambm precisa trazer outras foras ehabilidades ao seu trabalho e terconhecimento do seu autor e de sualngua de modo diferente que ointrprete. Por outro lado, em geral,toda negociao na qual se interpreta uma afirmao de um caso especialconforme determinadas circunstnci-as jurdicas. A transposio ocorre s

    para os participantes aos quais as

    circunstncias so suficientementeconhecidas, e as expresses das mes-mas forem determinadas legalmenteou pelo uso e explicaes mtuas emambas as lnguas. diferente, porm,nas negociaes atravs das quaisnovas relaes jurdicas so determi-nadas, mesmo que muitas vezes aforma seja parecida com aquelas.Quanto menos elas mesmas puderemser consideradas especiais sob uma

    generalidade bem conhecida, tantomais conhecimentos cientficos e cui-dado a redao exige, e tanto maisconhecimentos cientficos do assuntoe da lngua o tradutor precisar parao seu trabalho. Ento, pois, nestaescala dupla, o tradutor se sobrepe

    prprio do autor, quanto mais ele si-ga uma ordem livremente escolhidaou determinada pela impresso, tantomais opera j o seu trabalho no dom-nio superior da arte, e tambm o tra-

    dutor deve ento aplicar outras forase habilidades para realizar o seu tra-

    balho e estar familiarizado com seuescritor e sua lngua num sentido di-verso daquele do intrprete. Por outrolado, em regra, toda negociao emque se interpreta a estipulao deum caso particular conforme rela-es jurdicas determinadas; a tradu-o feita apenas para os partici-

    pantes, os quais conhecem bem estasrelaes, e cuja expresso das mes-

    mas est determinada em ambas aslnguas, ou por leis, ou pelo uso eesclarecimentos recprocos. Porm, diferente com negociaes em que,embora muitas vezes sejam seme-lhantes a estas na forma, novas rela-es jurdicas so determinadas.Quanto menos estas possam ser, porsua vez, consideradas como particu-lares de um universal suficientementeconhecido, tanto mais conhecimento

    cientfico e circunspeco requer asua redao, e tanto mais necessita otradutor para o seu trabalho de co-nhecimento cientfico do assunto e dalngua. Desse modo, por esta duplaescala eleva-se o tradutor cada vezmais sobre o intrprete, at o seu

    modo de ver e de relacionar prpriodo autor, quanto mais ele seguiualguma ordem livremente escolhidaou determinada pela impresso, tantomais seu trabalho participa do mais

    elevado mbito da arte, e tambm otradutor deve aplicar outras foras ehabilidades ao seu trabalho e conhe-cer o autor e sua lngua de outra for-ma que o intrprete. Por outro lado,toda operao em que h atuao deintrprete , em geral, uma constata-o de um caso especial segundo de-terminadas relaes jurdicas; a trans-lao se realiza somente para os par-ticipantes cujas relaes so bastanteconhecidas, e as expresses das mes-

    mas em ambas as lnguas so deter-minadas legalmente ou pelo uso eesclarecimentos recprocos. Mas dife-rentemente ocorre com as operaes

    pelas quais novas relaes jurdicasso determinadas, embora sejam mui-to freqentemente bastante semelhan-tes s primeiras na forma. Quantomenos estas puderem ser considera-das como um particular de um geral

    bastante conhecido, tanto mais a re-

    dao exige conhecimento cientficoe cautela, tanto mais o tradutor neces-sitar de conhecimento cientfico doassunto e da lngua para sua ativida-de. Nesta dupla escala, o tradutoreleva-se, portanto, sempre mais sobreo intrprete at o seu mbito mais

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    timmt werden. Je weniger dieseselbst wieder als ein besonderesunter einem hinreichend bekanntenallgemeinen knnen betrachtet wer-den, desto mehr wissenschaftliche

    Kenntni und Umsicht erfordertschon die Abfassung, und destomehr wissenschaftliche Sach undSprachkenntni wird auch der ber-setzer zu seinem Geschft bedrfen.Auf dieser zwiefachen Stufenleiteralso erhebt sich der bersetzerimmer mehr ber den Dolmetscher,

    bis zu seinem eigenthmlichstenGebiet, nmlich jenen geistigenErzeugnissen der Kunst und Wis-senschaft, in denen das freie eigen-

    thmliche combinatorische Verm-gen des Verfassers an der einen derGeist der Sprache mit dem in ihrniedergelegten System der Anschau-ungen und Abschattung der Ge-mthsstimmungen auf der anderenSeite alles sind, der Gegenstand aufkeine Weise mehr herrscht, sondernvon dem Gedanken und Gemth

    beherrscht wird, ja oft erst durch dieRede geworden und nur mit ihr

    zugleich da ist.

    cada vez mais ao intrprete at che-gar ao seu ramo mais prprio, querdizer, quelas produes intelectuaisda arte e da cincia em que a capaci-dade prpria de livre combinao do

    tradutor, por um lado; e o esprito dalngua e com ela a forma de ver omundo e o matiz do estado da alma,

    por outro, so tudo. O objeto no do-mina mais de forma alguma, mas dominado pelos pensamentos e peloesprito, muitas vezes ele s surgeatravs da enunciao e ao mesmotempo s existe com ela.

    domnio mais prprio, a saber, o dasprodues da arte e da cincia, nosquais, por um lado, a capacidadecombinatria livre prpria do autor e,

    por outro, o espr ito da lngua com o

    seu sistema de intuies e matizaesdas disposies mentais, so tudo; oobjeto no domina de modo algum,mas dominado pelo pensamento e

    pela mente, mais ainda, com frequn-cia apenas surge pelo discurso eapenas existe com ele.

    prprio, ou seja, o daquelas produ-es intelectuais da arte e da cincia,nas quais, de um lado, o livre e pr-

    prio poder combinatrio do autor, e,de outro, o esprito da lngua com seu

    sistema de compreenso e de som-breamento das disposies da alma,so tudo; o objeto no domina maisde nenhuma forma, mas dominado

    pelo pensamento e pela sensibil idade,e, muitas vezes somente produzido

    pelo discurso, existe apenas simulta-neamente com ele.

    Worin aber grndet sich nundieser bedeutende Unterschied, den

    jeder schon auf den Grenzgegendeninne wird, der aber an den uerstenEnden am strksten in die Augen

    Mas, em que consiste essa dife-rena considervel que j se tornamais perceptvel nas partes lim-trofes, mas que salta aos olhos nas

    partes mais externas? Nos negcios

    Em que, porm, funda-se estaimportante diferena, que se percebe

    j no interior das fronteiras, e que semostra claramente nos pontos maisafastados? Na vida comercial trata-se

    Mas em que se fundamenta estadiferena significativa que cada um

    percebe bem nas regies fronteirias,mas que salta fortemente aos olhosnos confins mais externos? Nos ne-

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    leuchtet? Im Geschftsleben hat manes grtentheils mit vor Augen lie-genden, wenigstens mit mglichstgenau bestimmten Gegenstnden zuthun; alle Verhandlungen haben ge-

    wissermaen einen arithmetischenoder geometrischen Charakter, Zahlund Maa kommen berall zu Hlfe;und selbst bei denen Begriffen, wel-che, nach dem Ausdrukk der Alten,das Mehr und Minder in sich aufneh-men und durch eine Stufenfolge vonWrtern bezeichnet werden, die imgemeinen Leben in unbestimmtemGehalt auf und abwogen, entsteht

    bald durch Gesez und Gewohnheitein fester Gebrauch der einzelnen

    Wrter. Wenn also der redende nichtabsichtlich um zu hintergehen ver-stekkte Unbestimmtheiten erknstelt,oder aus Unbedachtsamkeit fehlt: soist er jedem der Sache und derSprache kundigen schlechthin ver-stndlich, und es finden fr jedenFall nur unbedeutende Verschieden-heiten statt im Gebrauch der Spra-che. Eben so, welcher Ausdrukk inder einen Sprache jedem in derandern entspreche, darber kannselten ein Zweifel statt finden, dernicht unmittelbar gehoben werdenknnte. Deshalb ist das bertragenauf diesem Gebiet fast nur einmechanisches Geschft, welches beimiger Kenntni beider Sprachen

    geralmente tm-se os objetos diantedos olhos, ao menos trabalha-se comobjetos da maior exatido possvel.De certa forma, todas as negociaestm um carter aritmtico ou geom-

    trico; nmeros e medidas sempreauxiliam, e mesmo com aqueles con-ceitos que, conforme a expresso dosantigos, incluem o mais e o menos eque so marcados atravs da grada-o de palavras, que eram pesadas econtrapesadas em contedo indeter-minado na vida comum, logo preva-lece um uso fixo de cada palavra porregra ou costume. Se, pois, o enun-ciador no criar indefinies ocultascom a inteno de enganar, ou falhar

    por falta de reflexo, ele compre-ensvel a cada um que conhece a ln-gua e o assunto, e para cada caso socorrem diferenas insignificantes nouso da lngua. Da mesma forma, tam-

    bm raramente pode haver uma dvi-da que no possa ser solucionada so-

    bre quais expresses de uma lnguacorrespondem s de outra. Por isso, atransposio nesse campo um pro-cesso quase s mecnico, que comum parco conhecimento de ambas aslnguas cada um pode realizar, e senela for evitado o erro evidente, h

    pouca diferena entre o melhor e opior.

    na maior parte de objetos visveis ouao menos bem determinados; todasas negociaes tm um certo carteraritmtico ou geomtrico, por toda

    parte nmero e medida podem aju-

    dar; e mesmo naqueles conceitos que,segundo os antigos, admitem o maise o menos e so designados por meiode uma hierarquia de palavras, quena vida ordinria diminuem e cres-cem em contedo indeterminado, as-sumem por meio de lei e costume umuso fixo para cada palavra. Assim, seo falante no dissimula indetermina-es ocultas com a inteno de enga-nar, ou erra por inadvertncia, torna-se compreensvel para todos que se-

    jam versados no assunto e na lngua,e apenas ocorrem diferenas insigni-ficantes no uso da lngua. Mesmoassim, pode ocorrer algumas vezesuma dvida, acerca de qual expressode uma lngua corresponde a da outralngua, que no pode ser resolvidaimediatamente. Por isso, a traduonesse domnio quase um processomecnico que qualquer um poderealizar com um conhecimento me-diano de ambas as lnguas, e, quandose evita abertamente o falso, ocorrem

    poucas diferenas entre o pior e omelhor.

    gcios, tem a ver em grande partecom objetos que se encontram diantedos olhos, ao menos com objetos

    possivelmente determinados com pre-ciso; todas as operaes tm, de

    certa forma, um carter aritmtico ougeomtrico, e nmeros e medidasvm em auxlio; e mesmo para osconceitos, que, segundo a expressodos antigos, admitem o mais e o me-nos e so designados por uma grada-o de termos, que na vida comumso pesados e contrapesados em con-tedos indeterminados, surge logo,

    por regra ou por costume, um usofixo de cada palavra. Quando, pois, ofalante no fora propositadamente

    uma impreciso ardilosa com o fimde enganar, nem se equivoca por irre-flexo, ele claramente compreens-vel por todos os que conhecem oassunto e a lngua, e em cada casoacontecem apenas diferenas insigni-ficantes no uso da lngua. Da mesmaforma, com relao a que expressoem uma lngua corresponde em outra,raramente surgir uma dvida queno possa ser imediatamente solu-cionada. Por isso, a translao nestembito uma atividade quase apenasmecnica, que, com um pouco de co-nhecimento de ambas as lnguas, to-dos podem realizar, e na qual, quandose evita o obviamente falso, h poucadiferena entre o melhor e o pior.

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    jeder verrichten kann, und wobei,wenn nur das offenbar falschevermieden wird, wenig Unterschieddes besseren und schlechteren stattfindet.

    Bei den Erzeugnissen der Kunstund Wissenschaft aber, wenn sie auseiner Sprache in die andere ver-

    pflanzt werden sollen, kommt zwei-erlei in Betracht, wodurch dasVerhltni ganz gendert wird.Wenn nmlich in zwei Sprachen

    jedem Worte der einen ein Wort derandern genau entsprche, denselbenBegriff in demselben Umfang aus-drkkend; wenn ihre Beugungen die-

    selben Verhltnisse darstellten, undihre Verbindungsweisen in einanderaufgingen, so da die Sprachen inder That nur fr das Ohr verschiedenwren: so wrde dann auch auf demGebiete der Kunst und Wissenschaftalles bersetzen, sofern dadurch nurdie Kenntni des Inhalts einer Redeoder Schrift mitgetheilt werden soll,eben so rein mechanisch sein, wieauf dem des Geschftslebens; undman wrde, mit Ausnahme derWirkungen welche Ton und Tonfallhervorbringen, von jeder ber-setzung sagen knnen, da derauslndische Leser dadurch zu demVerfasser und seinem Werk indasselbe Verhltnis gesezt werde,

    Mas, na produo literria ecientfica, se elas devero ser trans-

    plantadas de uma lngua para a outra,surgem dois aspectos atravs dosquais a situao mudada completa-mente. Se entre duas lnguas cada

    palavra de uma correspondesse exa-tamente a uma palavra na outra,expressando o mesmo conceito namesma abrangncia, se suas flexesapresentassem as mesmas relaes e

    suas combinaes se dilussem umasnas outras de forma que as lnguasdiferissem somente para o ouvido,ento toda traduo no campo da artee da cincia, contanto que s ocontedo de um discurso ou de umtexto precisasse ser comunicado,seria to mecnica quanto a dosnegcios. E de cada traduo poder-se-ia dizer que, com exceo doefeito do tom e da entonao, atravsdela o leitor estrangeiro colocadona mesma relao com o autor e suaobra que o leitor do pas de origemda mesma. Porm, ocorre justo ocontrrio com todas as lnguas queno tm um grau de parentesco

    prximo, que s podem ser vistas

    Porm, nas produes da arte e dacincia, quando se deve transplant-las de uma lngua para outra, h quese considerar duas coisas que alteramcompletamente a situao. A saber,se nas duas lnguas cada palavra deuma correspondesse exatamente auma palavra da outra, expressando osmesmos conceitos com as mesmasextenses; se suas flexes repre-sentassem as mesmas relaes, e seus

    modos de articulao coincidissem,de tal modo que as lnguas fossemdiferentes apenas para o ouvido;ento, tambm no domnio da arte eda cincia, toda traduo, na medidaem que por ela deve-se comunicar oconhecimento do con-tedo de umdiscurso ou escrito, seria tambm

    puramente mecnica como na vidacomercial; e se poderia dizer de todatraduo, com exceo dos efeitos doacento e do ritmo, que o leitorestrangeiro estaria na mesma situaofrente ao autor e sua obra que onativo. Porm, com todas as lnguasque no so to prximas, que

    pudessem ser consideradas comosimples dialetos, a situao

    Com respeito produo da arte eda cincia, no entanto, quando estasdevem ser transplantadas de uma ln-gua a outra, duas coisas importam,

    pelas quais a relao completa-mente alterada. A saber, se cada pala-vra de uma lngua correspondesseexatamente a uma palavra de outralngua, expressando o mesmo concei-to na mesma abrangncia, e se suasflexes apresentassem as mesmas

    relaes, e os modos de ligaescoincidissem entre si, de forma queas lnguas se diferenciassem apenas

    para o ouvido, ento toda traduo,tambm no mbito da arte e dacincia e na proporo em que oconhecimento de um discurso ou deum escrito deve ser partilhado, seriamesmo to puramente mecnicaquanto a dos negcios; e poder-se-iadizer de cada traduo, excetuando osefeitos que o tom e a entonao pro-duzem, que o leitor estrangeiro, fren-te ao autor e sua obra, estaria na mes-ma relao que o leitor nativo. Ora,

    precisamente o contrrio acontececom todas as lnguas que no possu-em um forte parentesco entre si a

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    wie der einheimische. Nun aberverhlt es sich mit allen Sprachen,die nicht so nahe verwandt sind dasie fast nur als verschiedene Mund-arten knnen angesehen werden,

    gerade umgekehrt, und je weiter sieder Abstammung und der Zeit nachvon einander entfernt sind, um destomehr so, da keinem einzigen Wortin einer Sprache eins in einer anderngenau entspricht, keine Beugungs-weise der einen genau dieselbeMannigfaltigkeit von Verhltni-fllen zusammenfat, wie irgendeine in einer andern. Indem dieseIrrationalitt, da ich mich soausdrkke, durch alle Elemente

    zweier Sprachen hindurchgeht, musie freilich auch jenes Gebiet des

    brgerlichen Verkehrs treffen. Alleines ist offenbar, da sie hier weitweniger drkkt, und so gut alskeinen Einflu hat. Alle Wrter,welche Gegenstnde und Thtigkei-ten ausdrkken, auf die es ankom-men kann, sind gleichsam geaicht,und wenn ja leere bervorsichtigeSpizfindigkeit sich noch gegen einemgliche ungleiche Geltung derWorte verwahren wollte, so gleichtdie Sache selbst alles unmittelbaraus. Ganz anders auf jenem derKunst und Wissenschaft zugehrigenGebiet, und berall wo mehr derGedanke herrscht, der mit der Rede

    como dialetos diferentes, e, quantomais elas se distanciam na origem eno tempo, tanto mais nenhuma pala-vra corresponde exatamente a umaoutra na outra lngua. Nenhuma for-

    ma morfolgica de uma rene exata-mente a mesma multiplicidade derelaes que qualquer uma na outra.Contanto que essa irracionalidade,que eu me expresse assim, passe portodos os elementos de duas lnguas,ela, sem dvida, tambm precisaafetar aquele campo da comunicaocivil. claro que aqui ela pesa bemmenos e no tem quase nenhumainfluncia. Todas as palavras quedenominam objetos e aes que

    podem ter importncia so norma-tizadas e, se qualquer sutileza vagaainda protestasse contra um possvelsentido diferente da palavra, a pr-

    pria questo a assemelha incondicio-nalmente. bem diferente naquelecampo que pertence arte e cinciae em tudo onde domina mais o

    pensamento, que forma uma unidadecom o discurso, e no o objeto, cuja

    palavra est ali somente como seusigno arbitrrio, talvez, porm forte-mente determinado como signo da

    palavra. Quo infinitamente difcil ecomplicada, pois, a coisa se tornaaqui! E quanto conhecimento exato equanto domnio de ambas as lnguasisso requer! E, quantas vezes, quando

    precisamente a oposta, e quanto maisdistantes esto uma da outra quanto origem e ao tempo, tanto maisnenhuma palavra em uma lnguacorresponde exatamente a uma da

    outra, e nenhuma flexo de umaapanha exatamente a mesma varie-dade de relaes como uma da outra.Uma vez que esta irracionalidade,como eu a denomino, penetra emtodos os elementos das duas lnguas,ela deve afetar tambm o domniodas relaes sociais. Mas, claro quea sua presso pequena e, assim,como que no tem nenhum influxo.Todas as palavras que expressamobjetos e atividades, sobre os quais

    importa, so igualmente calibradas e,se uma sutileza vazia e demasiadocautelosa quisesse ainda se precavercontra uma possvel desigualdade dovalor das palavras, a coisa mesmaigualaria tudo imediatamente. Bemdiferente a situao no domnio daarte e da cincia, e onde quer que

    predomine o pensamento, que seidentifica com o discurso, e no acoisa, para a qual a palavra apenas um signo arbitrrio, embora talvezfirmemente estabelecido. Ento, quoinfinitamente difcil e complicadotorna-se a o trabalho, que conheci-mento especfico e que domnio pres-supe de ambas as lnguas! E quantasvezes os mais entendidos no assunto

    ponto de serem consideradas comoquase apenas dialetos diferentes, equanto mais distanciadas se encon-tram entre si por sua origem e pelotempo, tanto menos cada palavra em

    uma lngua encontra correspondnciaexata com outra palavra em outralngua; o modo de flexo, seja qualfor, de uma lngua no recobre exata-mente a mesma multiplicidade derelaes que a outra. Enquanto estairracionalidade, por assim dizer,

    perpassa todos os elementos das duaslnguas, ela deve necessariamenteafetar tambm o mbito das relaessociais. bvio, porm, que aqui ela

    pressiona muito pouco, e no tem

    praticamente nenhuma influncia.Todas as palavras que expressam ob-

    jetos e aes, que podem ser impor-tantes, so igualmente sopesadas, e seuma sutileza hipercautelosa e v qui-sesse protestar contra um possvelvalor desigual das palavras, a coisamesma equilibraria tudo imediata-mente. Completamente diferente nombito a que pertencem a cincia e aarte, e em toda parte onde predominao pensamento, que uno com o dis-curso, e no a coisa, para a qual a

    palavra talvez somente signo arbi-trrio, mas firmemente determinado.E quo infinitamente difcil e compli-cado aqui o trabalho! Que conheci-mento preciso e que domnio de am-

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    Eins ist, nicht die Sache, als derenwillkhrliches vielleicht aber fest

    bestimmtes Zeichen das Wort nurdasteht. Denn wie unendlich schwerund verwikkelt wird hier das Ge-

    schft! welche genaue Kenntni undwelche Beherrschung beider Spra-chen sezt es voraus! und wie oft, beider gemeinschaftlichen berzeugungda ein gleichgeltender Ausdrukkgar nicht zu finden sei, gehen diesachkundigsten und sprachgelehrtes-ten bedeutend auseinander, wenn sieangeben wollen, welches denn nunder am nchsten kommende sei. Diesgilt eben so sehr von den lebendigenmalerischen Ausdrkken dichteri-

    scher Werke, als von den abgezo-gensten, das innerste und allge-meinste der Dinge bezeichnendender hchsten Wissenschaft.

    na convico comum um termo domesmo valor no possvel serencontrado, os mais entendidos doassunto e da lngua se dividem radi-calmente quando querem dizer que

    palavra mais se aproxima outra.Isso vale tanto para expresses pito-rescas vivas de obras poticas quanto

    para as expresses mais abstratas dacincia maior, que designam o maisntimo e geral das coisas.

    e conhecedores da lngua se opem,convencidos de que impossvelencontrar uma expresso equivalente,quando eles querem dizer apenasqual a mais aproximada. Isto vale

    tanto para as expresses vivas epitorescas das obras poticas quantopara as mais abstratas que designamo mais intrnseco e universal dascoisas da cincia mais elevada.

    bas as lnguas pressupe-se! E comque freqncia, na convico comumde que uma expresso equivalenteno pode ser encontrada de formaalguma, dividem-se radicalmente os

    mais entendidos no assunto e naslnguas quando querem indicar aomenos a que mais se aproxima. Issose pode dizer igualmente tanto dasexpresses pictricas vivas das obras

    poticas quanto das mais abstratas,que designam o mais ntimo e o maisuniversal das coisas da mais elevadacincia.

    Das zweite aber, wodurch daseigentliche bersetzen ein ganzanderes Geschft wird als das bloeDolmetschen, ist dieses. berall, wodie Rede nicht ganz durch vor Augenliegende Gegenstnde oder uereThatsachen gebunden ist, welche sienur aussprechen soll, wo also derredende mehr oder minder selbst-thtig denkt, also sich aussprechenwill, steht der redende in einemzwiefachen Verhltni zur Sprache,und seine Rede wird schon nur

    O segundo fato pelo qual a tra-duo se torna um negcio total-mente diferente da simples inter-

    pretao o seguinte. Sempre que odiscurso que ela deve expressar noestiver ligado a objetos ou situaesexteriores que esto bem diante dosolhos, onde, pois, o enunciador pensamais ou menos espontaneamente e

    pretende pronunciar-se, o enunciadorest em uma dupla relao com alngua, e seu discurso s ser bementendido medida que essa relao

    O segundo ponto em que a tra-duo genuna difere inteiramente dasimples interpretao o seguinte.Em toda parte, onde o discurso noest inteiramente ligado a objetosvisveis ou fatos externos, os quaisdevem apenas ser proferidos, ou seja,onde o falante pensa mais ou menosespontaneamente, onde ele quer seexpressar, o falante se encontra emdupla relao com a lngua, e seudiscurso agora apenas pode ser corre-tamente compreendido na medida em

    A segunda coisa, pela qual averdadeira traduo torna-se uma ati-vidade completamente diferente dasimples transposio oral, esta. Emtoda parte onde o discurso no esttotalmente ligado a objetos visveisou a fatos exteriores que ele deveapenas enunciar, onde tambm ofalante pensa mais ou menos inde-

    pendentemente, portanto querendoenunciar-se, encontra-se este falantenuma dupla relao com a lngua, eseu discurso somente ser correta-

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    richtig verstanden, in wiefern diessesVerhltnis richtig aufgefat wird. Je-der Mensch ist auf der einen Seite inder Gewalt der Sprache, die er redet;er und sein ganzes Denken ist ein

    Erzeugni derselben. Er kann nichtsmit vlliger Bestimmtheit denken,was auerhalb der Grenzen dersel-

    ben lge; die Gestalt seiner Begriffe,die Art und die Grenzen ihrer Ver-knpfbarkeit ist ihm vorgezeichnetdurch die Sprache, in der er geborenund erzogen ist, Verstand undFantasie sind durch sie gebunden.Auf der andern Seite aber bildet

    jeder freidenkende geistig selbst-thtige Mensch auch seinerseits die

    Sprache. Denn wie anders als durchdiese Einwirkungen wre sie gewor-den und gewachsen von ihrem erstenrohen Zustande zu der vollkommne-ren Ausbildung in Wissenschaft undKunst? In diesem Sinne also ist esdie lebendige Kraft des einzelnen,welche in dem bildsamen Stoff derSprache neue Formen hervorbringt,ursprnglich nur fr den augenblik-klichen Zwekk ein vorbergehendesBewutsein mitzutheilen, von denenaber bald mehr bald minder in derSprache zurkkbleibt und von an-dern aufgenommen weiter bildendum sich greift. Ja man kann sagen,nur in dem Maa einer so auf dieSprache wirkt, verdient er weiter als

    for bem compreendida. Por um lado,cada pessoa dominada pela lnguaque fala, ela e todo seu pensamentoso um produto dela. Uma pessoano poderia pensar com total certeza

    nada o que estivesse fora dos limitesdessa lngua; a configurao de seusconceitos, a forma e os limites de suacombinabilidade lhe so apresenta-dos atravs da lngua na qual nasceue foi educada, inteligncia e fantasiaso delimitadas atravs dela. Mas,

    por outro lado, toda pessoa que pensade uma maneira livre e intelectual-mente independente tambm forma alngua sua maneira. Pois, se no poressa influncia, como poderia ela ter

    se desenvolvido de seu estado inicialcru para a sua formao mais avan-ada na cincia e na arte? Nessesentido, pois, a fora viva do indi-vduo que d novas formas matriaformadora da lngua, inicialmente s

    para comunicar um estado de cons-cincia passageiro para a finalidadedo momento, das quais, s vezesmais, s vezes menos, algumas voficando na lngua e, acolhidas poroutras, vo se propagando e se aper-feioando. Pode-se dizer que algummerece ser reconhecido alm do seucampo mais especfico, s na medidaem que influencia a lngua. Neces-sariamente, todo discurso que podeser reapresentado por mil rgos

    que esta relao seja corretamenteapreendida. Por um lado, cadahomem est sob o poder da lnguaque ele fala; ele e seu pensamentoso um produto dela. Ele no pode

    pensar com total determinao nadaque esteja fora dos limites da sualngua. A configurao de seus con-ceitos, o tipo e os limites de suas arti-culaes esto previamente traados

    para ele pela lngua em que elenasceu e foi educado; o entendimentoe a fantasia esto ligados por ela. Poroutro lado, porm, cada homem delivre pensar e espiritualmente espon-tneo molda tambm a lngua. Pois,como, seno por meio dessas influ-

    ncias, a lngua teria se formado ecrescido desde seu estado primitivo erude at a formao completa nacincia e na arte? Nesse sentido,

    portanto, a fora viva do indivduoque produz novas formas na matriamalevel da lngua, originalmenteapenas com o propsito moment-neo de compartilhar uma conscin-cia transitria, das quais, porm, oramais ora menos, algumas permane-cem na lngua e, recolhidas poroutros, disseminam seu efeito forma-dor. Pode-se dizer que algum mere-ce ser escutado, para alm de seudomnio singular e imediato, apenasna medida em que influi assim emsua lngua. Todo discurso que pode

    mente entendido na medida em queesta relao for corretamente compre-endida. Por um lado, todo homemest sob o domnio da lngua quefala; ele e todo seu pensamento so

    um produto da mesma. E no conse-gue pensar com total preciso nadaque se encontre fora dos limites damesma; a forma de seus conceitos, omodo e os limites de sua combinabi-lidade so-lhe indicados pela lngua,na qual ele nasceu e se educou, e pormeio dela ligam-se razo e fantasia.Por outro lado, no entanto, todo ho-mem livre-pensador intelectualmenteindependente tambm forma, por suavez, a lngua. Pois, de que outro

    modo, seno atravs desta ao, elase engendraria e cresceria, passandode um primeiro estado incipiente auma formao mais perfeita na cin-cia e na arte? Neste sentido, portanto, a fora viva do indivduo que pro-duz novas formas na matria male-vel da lngua, inicialmente apenascom o objetivo momentneo de parti-lhar uma conscincia passageira, masque, por meio delas, permanece nalngua, s vezes mais, s vezes me-nos, e, assimilada por outros, propa-ga-se e continua a se formar. Pode-se,sim, dizer que apenas na medida emque algum opera sobre a lnguamerece ser ouvido alm de em seudomnio imediato e sempre nico.

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    in seinem jedesmaligen unmittelba-ren Bereich vernommen zu werden.Jede Rede verhallt nothwendig bald,welche durch tausend Organe immerwieder eben so kann hervorgebracht

    werden; nur die kann und darf lngerbleiben, welche einen neuen Momentim Leben der Sprache selbst bildet.Daher nun will jede freie und hhereRede auf zwiefache Weise gefatsein, theils aus dem Geist der Spra-che, aus deren Elementen sie zusam-mengesezt ist, als eine durch diesenGeist gebundene und bedingte, ausihm in dem redenden lebendigerzeugte Darstellung; sie will auf derandern Seite gefat sein aus dem

    Gemth des redenden als seine That,als nur aus seinem Wesen gerade sohervorgegangen und erklrbar. Ja,

    jegliche Rede dieser Art ist nurverstanden im hheren Sinne desWortes, wenn diese beiden Bezie-hungen derselben zusammen und inihrem wahren Verhltni gegen ein-ander aufgefat sind, so da manwei, welche von beiden im Ganzenoder in einzelnen Theilen vor-herrscht. Man versteht die Rede auchals Handlung des redenden nur,wenn man zugleich fhlt, wo undwie die Gewalt der Sprache ihnergriffen hat, wo an ihrer Leitung dieBlize der Gedanken sich hin-geschlngelt haben, wo und wie in

    sempre da mesma forma logo seperde; somente aquele que forma umnovo momento na vida da lngua

    pode e deve ficar por mais tempo.Por isso, todo discurso livre e mais

    elevado requer ser concebido de duasformas: em parte pelo esprito dalngua de cujos elementos ele for-mado, como uma apresentao ligadae condicionada por este esprito,

    produzida vivamente por ele noenunciador;por outro lado, ele requerser concebido pela alma do enun-ciador como sua ao, produzida eexplicvel exatamente assim somente

    pelo seu ser. Sim, todo discurso dessetipo s entendido no sentido mais

    elevado da palavra, se ambas as suasrelaes estiverem compreendidasconjuntamente e em sua verdadeirarelao mtua, de forma que se saibaqual das duas predomina no todo ouem partes separadas. Tambm s seentende o discurso como ao doenunciador quando, ao mesmo tem-

    po, se sente onde e como a fora dalngua o dominou, para onde, na suaconduo, os raios do pensamento sedirecionaram, onde e como, em suasformas, a fantasia vagueante foi pre-servada. Tambm s se entende odiscurso como um produto da lnguae como expresso de seu espritoquando, medida que se sente, porexemplo, que somente um heleno

    ser produzido por mil rgos sempredo mesmo modo logo desaparecenecessariamente. Somente pode edeve durar mais aquele que por simesmo forma um novo momento na

    vida da lngua. Por isso, todo discur-so livre e superior quer ser compre-endido de dois modos; por um lado, a

    partir do esprito da lngua de cujoselementos ele composto, como umaexposio amarrada e condicionada

    por este esprito, por este produzida evivificada no falante; por outro lado,quer ser compreendido a partir donimo do falante como sua ao,como algo que apenas a partir de seumodo de ser poderia surgir assim e

    ser esclarecido. Sim, qualquer discur-so desse tipo apenas compreendido,no sentido mais forte da palavra,quando estas duas relaes so am-

    bas apreendidas e em sua verdadeiraproporo recproca, de tal modo quese sabe qual delas predomina no todoou nas partes individuais. Compreen-de-se o discurso como ao do falan-te apenas quando, ao mesmo tempo,se percebe onde e como o poder dalngua o capturou, onde o efeitodesse poder enrodilhou os raios do

    pensamento, onde e como a errantefantasia ficou presa em suas formas.Tambm, compreende-se o discursocomo produto da lngua e comomanifestao de seu esprito apenas

    Todo discurso perde-se necessaria-mente assim que possa ser nova-mente reproduzido da mesma manei-ra atravs de mil rgos; apenas podee deve permanecer mais tempo aque-

    le que forma um novo momento navida da lngua mesma. De onde que,todo discurso livre e superior quer serentendido de dois modos: de uma

    parte, a partir do esprito da lngua,de cujos elementos ele constitudo,como uma representao concatenadae condicionada por este esprito, e, a

    partir dele, gerada vivamente nofalante; por outra parte, ele quer serentendido a partir da sensibilidade ecomo ao do falante, como sendo

    originado e explicvel apenas a partirdo ser deste. Sim, todo discurso destetipo somente entendido, no sentidomais elevado da palavra, quandoestes dois aspectos so consideradosconjuntamente e em sua verdadeirarelao recproca, de forma a saberqual dos dois predomina no todo ouem partes isoladas. Entende-se o dis-curso tambm como ao do falantesomente quando se sente simultanea-mente onde e como o poder da lnguao apanhou, onde, sob a direo desta,os relmpagos do pensamento ser-

    pentearam, onde e como a fantasiaerrante foi fixada em suas formas.Entende-se o discurso tambm como

    produto da lngua e como expresso

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    ihren Formen die umherschweifendeFantasie ist festgehalten worden.Man versteht die Rede auch alsErzeugni der Sprache und alsuerung ihres Geistes nur, wenn,

    indem man z. B. fhlt, so konnte nurein Hellene denken und reden, sokonnte nur diese Sprache in einemmenschlichen Geist wirken, man zu-gleich fhlt, so konnte nur dieserMann hellenisch denken und reden,so konnte nur er die Sprache ergrei-fen und gestalten, so offenbart sichnur sein lebendiger Besiz desSprachreichthums, nur ein reger Sinnfr Maa und Wohllaut, nur seindenkendes und bildendes Vermgen.

    Wenn nun das Verstehen auf diesemGebiet selbst in der gleichen Spracheschon schwierig ist, und ein genauesund tiefes Eindringen in den Geistder Sprache und in die Eigenthm-lichkeit des Schriftstellers in sichschliet: wie vielmehr nicht wird eseine hohe Kunst sein, wenn von denErzeugnissen einer fremden undfernen Sprache die Rede ist! Werdenn freilich diese Kunst des Ver-stehens sich angeeignet hat, durchdie eifrigsten Bemhungen um dieSprache, und durch genaue Kenntnivon dem ganzen geschichtlichen Le-

    ben des Volks, und durch die leben-digste Vergegenwrtigung einzelnerWerke und ihrer Urheber, den frei-

    poderia pensar e falar dessa forma,que s essa lngua poderia ter esseefeito num esprito humano, ao mes-mo tempo se sente que dessa formasomente esse homem poderia pensar

    e falar em heleno, que s ele poderiaapreender e modelar a lngua dessaforma, que assim s se manifesta sua

    posse viva da riqueza lingstica, suma grande percepo de medida ede eufonia, s o seu talento para pen-sar e criar. Se nesse campo a com-

    preenso na mesma lngua j dif cile implica um correto e profundomergulho no esprito da lngua e na

    particularidade do autor , quanto maisno ser uma arte elevada, quando

    produes de uma lngua estranha edistante estiverem em jogo! Quem,

    pois, sinceramente, tiver se apodera-do da arte de compreender atravs domais zeloso empenho na lngua,atravs do conhecimento preciso detoda a vida histrica do povo eatravs da apresentao mais viva

    possvel de algumas obras e seusautores, esse e, sinceramente, s esse

    pode desejar transmitir tambm aseus compatriotas e contemporneosa igual compreenso das principaisobras da arte e da cincia. Mas asdvidas tm de se multiplicar quandoele se prope a tarefa, quando quiserdeterminar melhor seus fins e calcu-lar seus meios. Deve ele propor-se a

    quando, na medida em que, porexemplo, se sinta que assim apenasum grego poderia pensar e falar, queassim apenas esta lngua poderiainfluir no esprito humano, e se sinta

    tambm que assim apenas estehomem poderia pensar e falar emgrego, que assim apenas ele poderiamanejar e configurar a lngua, que serevela assim apenas a sua posse vivada riqueza lingustica, apenas umsentido regente da medida e da eufo-nia, apenas a sua capacidade de pen-sar e imaginar. Agora, se a compre-enso nesse domnio j difcilmesmo na mesma lngua, e implicauma exata e profunda penetrao no

    esprito da lngua e na singularidadedo escritor: como no seria muitomais uma arte superior quando setrata das produes em uma lnguaestranha e distante! Com certeza,ento, quem adquiriu esta arte dacompreenso por meio de esforossolcitos com a lngua e por meio doconhecimento rigoroso da vida hist-rica completa do povo, e por meio dareatualizao vivssima de cada obrae de seu autor, esse, com certeza, etambm apenas esse, pode desejarabrir ao seu povo e contemporneos amesma compreenso das obras-

    primas da arte e da cincia. Porm, acautela deve aumentar quando elequiser iniciar a tarefa, quando ele

    de seu esprito apenas quando sesente, por exemplo, que somente umheleno podia pensar e falar de umadeterminada forma, que somente estalngua podia atuar desta forma em um

    esprito humano; quando se senteigualmente que somente este homempodia pensar e falar de modo heleno,somente ele podia conceber e formardeste modo a lngua, que somente suaviva posse da riqueza da lngua,somente um sentido ativo da medidae da harmonia, somente sua facul-dade de pensar e de formar podiamanifestar-se desta forma. Agora, sea compreenso neste mbito j difcil na mesma lngua, e implica

    uma penetrao profunda e precisa noesprito da lngua e na singularidadedo escritor, quanto mais no o seruma arte elevada, quando o discursotrata de produtos de uma lngua es-trangeira e distante! Aquele que real-mente se apropriou desta arte dacompreenso por meio dos maiszelosos esforos para com a lngua,

    por meio de um conhecimento exatode toda a vida histrica do povo, e

    pela mais viva presentificao de de-terminadas obras e seus autores, elerealmente pode, mas somente ele,desejar participar tambm a seuscontemporneos e falantes de sualngua a mesma compreenso dasobras-primas da arte e da cincia.

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    lich, aber auch nur den, kann esgelsten von den Meisterwerken derKunst und Wissenschaft das gleicheVerstndni auch seinen Volks undZeitgenossen zu erffnen. Aber die

    Bedenklichkeiten mssen sich hu-fen, wenn er sich die Aufgabe nherrkkt, wenn er seine Zwekke genau-er bestimmen will und seine Mittelberschlgt. Soll er sich vorsezen,zwei Menschen, die so ganz voneinander getrennt sind wie sein derSprache des Schriftstellers unkundi-ger Sprachgenosse und der Schrift-steller selbst, diese in ein so unmit-telbares Verhltni zu bringen, wiedas eines Schriftstellers und seines

    ursprnglichen Lesers ist? Oderwenn er auch seinen Lesern nur das-selbe Verstndni erffnen will unddenselben Genu, dessen er sicherfreut, dem nmlich die Spuren derMhe aufgedrkkt sind und dasGefhl des fremden beigemischt

    bleibt: wie kann er dieses schon,geschweige denn jenes, erreichen mitseinen Mitteln? Wenn seine Leserverstehen sollen, so mssen sie denGeist der Sprache auffassen, die demSchriftsteller einheimisch war, siemssen dessen eigenthmlicheDenkweise und Sinnesart anschauenknnen; und um dies beides zu

    bewirken, kann er ihnen nichts dar-bieten als ihre eigene Sprache, die

    trazer duas pessoas to separadasuma da outra quanto o compatriotaque desconhece a lngua do autor e o

    prprio autor para uma relao todireta como a de um autor e seu leitor

    original? Ou mesmo quando elequiser transmitir aos seus leitoressomente a mesma compreenso e omesmo prazer de que ele goza, como

    pode ele, em quem as marcas doempenho esto estampadas e emquem o sentimento do estranho conti-nua latente, consegui-lo com seusmeios, para j no falar do anterior?Para que seus leitores entendam, eles

    precisam captar o esprito da lnguaprpria do autor, precisam poder

    olhar a forma de pensar e sentirparticular do autor; e para obterambos ele no consegue lhes oferecernada alm da prpria lngua dosleitores, que jamais coincide comple-tamente com aquela, e a si prprio,da forma pela qual ele conheceu seuautor, ora mais, ora menos clara-mente, e como o admirou e o apro-vou, ora mais, ora menos. Vista dessaforma, a traduo no parece um atotolo? Da, no desespero de atingireste objetivo, ou, se se prefere, antesque se pudesse chegar a imaginarisso, inventaram-se duas outras for-mas de travar conhecimento com asobras de lnguas desconhecidas, no

    para o verdadeiro sentido da arte e da

    quiser determinar com exatido osseus fins e considerar os seus meios.Deveria ele se propor a estabelecer,entre dois homens to separados umdo outro como so os que falam a sua

    prpria lngua e desconhecem a doescritor original, e o escritor mesmo,uma relao to imediata como aque-la do escritor e seu leitor original?Ou, ainda que ele queira oferecer aosseus leitores apenas o mesmo enten-dimento e o mesmo prazer que eleexperimenta, que so a mescla damostra dos vestgios do esforo e dosentimento do estranho: como ele

    pode mostrar este e esconder aquelecom os meios de que dispe? Para

    que os seus leitores compreendameles devem apreender o esprito dalngua na qual o autor era natural,eles tm que poder intuir a suamaneira singular de pensar e desentir; e para alcanar estas duascoisas, ele no pode seno oferecer asua prpria lngua, que nunca coin-cide adequadamente com aquela, e asi mesmo, enquanto conhece o seuescritor mais ou menos claramente, eadmira e aprova mais ou menos. Atraduo no aparece, assim conside-rada, como um empreendimento in-sensato? Por isso, no desespero dealcanar este fim, ou, se for prefe-rvel, antes que isso fosse percebidoclaramente, inventaram-se, no pelo

    Mas os escrpulos devem aumentarquando ele assume a tarefa, quandoquer determinar com preciso seusobjetivos e quando calcula seus mei-os. Deve ele propor-se a estabelecer

    uma relao to direta como a de umautor e seu leitor nativo entre doishomens que esto to separados entresi como um falante de sua lngua, queignora a lngua do autor, e o prprioautor? Ou, se ele quer participar aosseus leitores apenas a mesma com-

    preenso e o mesmo sabor de que eleusufrui, em que esto impressos osvestgios de seu esforo e em que

    permanece mesclado o sentimento deestrangeiro: como pode, com seus

    meios, conseguir isto, e ainda maisaquilo? Para que seus leitores possamcompreender, eles devem apreender oesprito da lngua, que era natural aoautor, e poder intuir sua forma parti-cular de pensar e de sentir; e paraconseguir ambas as coisas, o tradutorno lhes pode oferecer nada senosua prpria lngua, que no coincidecom retido em nada com aquela, enada seno ele mesmo, o modo comoentendeu ora mais ora menos clara-mente seu autor, e ora mais oramenos o admirou e aprovou. Assimvista, no parece a traduo um em-

    preendimento insensato? Por isso, naangstia de atingir este objetivo, ou,se se preferir, antes de chegar a isso,

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    mit jener nirgends recht berein-stimmt, und als sich selbst, wie erseinen Schriftsteller bald mehr baldminder hell erkannt hat, und baldmehr bald minder ihn bewundert und

    billigt. Erscheint nicht das ber-setzen, so betrachtet, als ein thrich-tes Unternehmen? Daher hat man inder Verzweiflung dieses Ziel zuerreichen, oder, wenn man lieberwill, ehe man dazu kommen konnte,sich dasselbe deutlich zu denken,nicht fr den eigentlichen Kunst und Sprachsinn, sondern fr dasgeistige Bedrfni auf der einen, frdie geistige Kunst auf der andernSeite, zwei andere Arten erfunden,

    Bekanntschaft mit den Werken frem-der Sprachen zu stiften, wobei manvon jenen Schwierigkeiten einige ge-waltsam hinwegrumt, andere klg-lich umgeht, aber die hier aufge-stellte Idee der bersetzung gnzlichaufgiebt; dies sind die Paraphraseund die Nachbildung.

    lngua, mas para a necessidade inte-lectual, de um lado, e para a arteespiritual, do outro. E, ao realiz-lo,algumas dificuldades so afastadas fora e outras so evitadas de forma

    inteligente; abandona-se por com-pleto, porm, a idia de traduo aquiapresentada. Essas formas so a

    parfrase e a imitao.

    singular sentido da arte e da lngua,mas pela necessidade espiritual deum lado e, por outro, pela habilidademental, duas outras maneiras de esta-

    belecer conhecimento com as obras

    de lnguas estrangeiras, em que algu-mas daquelas dificuldades so supri-midas violentamente, outras resolvi-das inteligentemente, mas abando-nando inteiramente a ideia de tradu-o aqui proposta; estas duas manei-ras so a parfrase e a imitao.

    inventaram-se duas outras formas detravar conhecimento com as obras delngua estrangeira, no por verdadeirosentido da arte e da lngua, mas pornecessidade espiritual, de um lado, e

    por arte intelectual, de outro, com oque, afasta-se violentamente de algu-mas daquelas dificuldades, lida-se

    prudentemente com outras, mas aban-dona-se completamente a idia de tra-duo aqui apresentada; so elas a

    parfrase e a imitao.

    Die Paraphrase will die Irrationa-litt der Sprachen bezwingen, abernur auf mechanische Weise. Sie

    meint, finde ich auch nicht ein Wortin meiner Sprache, welches jenem inder Ursprache entspricht, so will ichdoch dessen Werth durch Hinzuf-gung beschrnkender und erweitern-der Bestimmungen mglichst zu er-

    A parfrase quer dominar a irra-cionalidade das lnguas, mas somen-te de forma mecnica. Ela acha, mes-

    mo que eu no encontre uma palavrana minha lngua que correspondaquela do original, eu quero tentaratingir, tanto quanto possvel, o seuvalor por acrscimo de complemen-tos limitados e ampliados. Dessa

    A parfrase quer dominar a irra-cionalidade da lngua, mas apenas deum modo mecnico. Ela significa que

    mesmo que eu no encontre umapalavra que corresponda a uma dalngua original, eu devo buscar meaproximar o mais possvel de seuvalor por meio do acrscimo dedeterminaes delimitadoras e ampli-

    A parfrase quer subjugar a irra-cionalidade das lnguas, mas somen-te de forma mecnica. Ela pensa que,

    se eu no encontro uma palavra emminha lngua que corresponda quelana lngua do original, ento, devo

    buscar encontrar possivelmente seuvalor mediante acrscimo de comple-mentos limitadores e ampliadores.

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    reichen suchen. So arbeitet sie sichzwischen lstigem zu viel und qu-lendem zu wenig schwerfllig durcheine Anhufung loser Einzelheitenhindurch. Sie kann auf diese Weise

    den Inhalt vielleicht mit einer be-schrnkten Genauigkeit wiedegeben,aber auf den Eindrukk leistet siegnzlich Verzicht; denn die lebendi-ge Rede ist unwiederbringlich getd-tet, indem jeder fhlt da sie so nichtknne ursprnglich aus dem Gemtheines Menschen gekommen sein. DerParaphrast verfhrt mit den Elemen-ten beider Sprachen, als ob sie ma-thematische Zeichen wren, die sichdurch Vermehrung und Verminde-

    rung auf gleichen Werth zurkkfh-ren lieen, und weder der verwandel-ten Sprache noch der UrspracheGeist kann in diesem Verfahren er-scheinen. Wenn noch auerdem dieParaphrase psychologisch die Spurender Verbindung der Gedanken, wosie undeutlich sind und sich verlierenwollen, durch Zwischensze, welchesie als Merkpfhle einschlgt, zu

    bezeichnen sucht: so strebt sie zu-gleich bei schwierigen Compositio-

    nen die Stelle eines Commentars zuvertreten, und will noch weniger aufden Begriff der bersetzung zurkk-gefhrt sein.

    forma, ela passa por um acmulo departicularidades soltas, demasiadolentas nas importunas e pouco lentasnas difceis. Talvez, dessa forma, ela

    possa reproduzir o contedo com

    uma exatido limitada, mas ela abdi-ca totalmente da impresso; pois odiscurso vivo foi morto por comple-to, uma vez que cada um sente queoriginalmente ela no poderia tersado assim da mente de uma pessoa.O parafraseador lida com os elemen-tos de ambas as lnguas como sefossem sinais matemticos que sedeixam levar aos mesmos valores poradio e subtrao, e, nem o espritoda lngua traduzida, nem o da lngua

    original conseguem aparecer nesseprocedimento. E quando, alm disso,a parfrase tenta marcar psicologica-mente os vestgios da ligao dos

    pensamentos, onde eles so difusos ese perdem, atravs de frases interme-dirias que ela planta como estacas

    para memria; ento simultanea-mente ela tende a representar a posi-o de um comentrio em composi-es difceis e tanto menos pode serreconduzida ao termo traduo.

    adoras. Desse modo, ela trabalhaentre o muito inoportuno e o pouco

    penoso por meio de uma acumulaode detalhes soltos. Ela pode, talvez,repor desse modo o contedo com

    uma acuidade limitada, mas perdeinteiramente a impresso; pois, o dis-curso vivo est irrecuperavelmentemorto, na medida em que todos

    percebem que tal discurso nopoderia originalmente provir assimde um esprito humano. O parafra-seador opera com os elementos deambas as lnguas, como se elesfossem smbolos matemticos que,

    por adio e subtrao, poderiamreduzir-se a um valor igual e, com

    essa operao, nem o esprito dalngua usada nem o da lngua original

    pode se manifestar. Se, alm disso, aparfrase pretenda indicar psicologi-camente os vestgios das ligaes do

    pensamento, ali onde elas so obscu-ras e deixam-se perder, atravs dainciso de frases: ento, ela aspira aomesmo tempo, quando se trata decomposies difceis, ocupar o lugardo comentrio, e quer ainda menos seadequar ao conceito de traduo.

    Assim ela avana custosamente entreum incmodo demasiado e um tortu-rante demasiado pouco, medianteuma acumulao de detalhes soltos.Ela pode, desta forma, reproduzir o

    contedo talvez com uma precisolimitada, mas abdica completamenteda impresso; pois o discurso vivoest irremediavelmente morto quandotodos sentem que ele no pode tersado assim originalmente do coraode um homem. O parafrasta operacom os elementos de ambas as ln-guas, como se fossem smbolos mate-mticos que se permitem reduzir aigual valor mediante adio e subtra-o, e nem o esprito da lngua trans-

    formada nem o da lngua do originalpodem manifestar-se nesta operao.Se, ademais, a parfrase busca, me-diante incisos que prega como esta-cas, assinalar psicologicamente osvestgios da unio dos pensamentos,onde so imprecisos e podem se

    perder, ento, ao mesmo tempo, aspi-ra a tomar o lugar de um comentrioem composies difceis, e cada vezmenos pode ser reconduzida aoconceito de traduo.

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    Die Nachbildung dagegen beugtsich unter der Irrationalitt der Spra-chen; sie gesteht, man knne voneinem Kunstwerk der Rede keinAbbild in einer andern Sprache her-

    vorbringen, das in seinen einzelnenTheilen den einzelnen Theilen desUrbildes genau entsprche, sondernes bleibe bei der Verschiedenheit derSprachen, mit welcher so viele ande-re Verschiedenheiten wesentlich zu-sammenhngen, nichts anders brig,als ein Nachbild auszuarbeiten, einGanzes, aus merklich von denTheilen des Urbildes verschiedenenTheilen zusammengesezt, welchesdennoch in seiner Wirkung jenem

    Ganzen so nahe komme, als dieVerschiedenheit des Materials nurimmer gestatte. Ein solches Nachbildist nun nicht mehr jenes Werk selbst,es soll darin auch keineswegs derGeist der Ursprache dargestelltwerden und wirksam sein, vielmehrwird eben dem fremdartigen, wasdieser hervorgebracht hat, manchesandere untergelegt; sondern es sollnur ein Werk dieser Art, mit Berkk-sichtigung der Verschiedenheit der

    Sprache, der Sitten, der Bildungs-weise, fr seine Leser soviel mglichdasselbe sein, was das Urbild seinenursprnglichen Lesern leistete; in-dem die Einerleiheit des Eindrukksgerettet werden soll, giebt man die

    Em contrapartida, a imitao securva ante a irracionalidade daslnguas; ela confessa que no se

    poderia reproduzir uma imagem deuma obra de arte do discurso em uma

    outra lngua que correspondessefielmente em seus elementos aoselementos da lngua original, masque no restaria outra coisa com adiversidade das lnguas com a qualtantas outras diversidades esto liga-das, a no ser esboar uma imitao,um todo composto de elementosvisivelmente diferentes dos do ori-ginal, que, contudo, aproximasse oseu efeito daquele, tanto quanto asdiferenas de material ainda lhe

    permitissem. Uma imitao assimno mais aquela obra em si, e deforma alguma nela deve ser apre-sentado e deve ter efeito o esprito dalngua (da obra) original, antes muitaoutra coisa atribuda ao estranhoalm do que este apresentou; masuma obra desse tipo deve ser toigual para seus leitores quanto a queela foi para os leitores do originalcom considerao s diversidades dalngua, dos costumes e da formao.

    Enquanto a igualdade da impressodeve ser salva, abdica-se da identi-dade da obra. O imitador, pois, nemquer unir o autor e o leitor da imita-o, porque ele, o imitador, no

    possibilita uma relao direta entre

    A imitao, ao contrrio, curva-sediante da irracionalidade das lnguas;confessa que no se pode reproduzirem outra lngua a imagem de umaobra de arte do discurso em que cada

    uma de suas partes corresponda exa-tamente a cada uma das partes dooriginal, mas, que devido diferenadas lnguas, a que esto ligadas tantasoutras diferenas, no resta senoelaborar uma cpia, um todo com-

    posto de partes visivelmente diferen-tes das partes do original, mas que noefeito se aproxime do outro, tantoquanto a diferena de material permi-ta. Uma tal imitao no mais aque-la obra mesma, por isso tambm o

    esprito da lngua original no mais exposto e atuante; mais ainda, a novi-dade que ela produziu substituda

    por outra coisa; uma obra desse tipoapenas deve produzir o mais poss-vel para seus leitores, levando-se emconta a diferena da lngua, dos cos-tumes e da cultura, o mesmo que aoriginal para os seus leitores; aoquerer salvar a igualdade da impres-so, perde-se a identidade da obra. Oimitador tambm no pretende por

    em contato o escritor e o leitor daimitao, porque ele no mantmnenhuma relao imediata entre eles,mas apenas pretende produzir noltimo uma impresso semelhante,como aquela recebida da obra origi-

    A imitao, em contrapartida, cur-va-se ante a irracionalidade daslnguas; confessa que no se pode

    produzir em outra lngua uma cpiade uma obra de arte do discurso que

    corresponda exatamente em suas par-tes individuais s partes individuaisdo modelo, mas que, na diferena daslnguas, com as quais se relacionamtantas outras diferenas, nada restaseno elaborar uma imitao, umtodo composto claramente de partesdiferentes das partes do modelo, que,contudo, em seu efeito, se aproximetanto daquele todo quanto a diferenado material o permita. Tal imitao jno a obra mesma, e de modo

    algum est nela representando ou atu-ante o esprito da lngua do original,antes mesmo atribudo algo distin-to ao estranho que ele produziu;

    porm, somente uma obra que atentapara a diferena da lngua, dos costu-mes, da cultura pode aspirar a ser,tanto quanto possvel, aos seus leito-res a mesma que o modelo aos seusleitores originrios; enquanto se bus-ca salvar a igualdade da impresso,abdica-se da identidade da obra. O

    imitador portanto no quer mesmoreunir ambos, o autor e o leitor daimitao, porque ele no considera

    possvel uma relao direta entreeles, mas quer somente produzirsobre o ltimo uma impresso seme-

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    Identitt des Werkes auf. Der Nach-bildner will also die beiden, denSchriftsteller und den Leser des

    Nachbildes, gar nicht zusammen-bringen, weil er kein unmittelbares

    Verhltnis unter ihnen mglich hlt,sondern er will nur dem lezten einenhnlichen Eindrukk machen, wie desUrbildes Sprach und Zeitgenossenvon diesem empfingen.

    eles. Ele s quer dar a este umaimpresso como a que os falantes dalngua e os contemporneos do origi-nal dela tiveram.

    nal pelos seus contemporneos. lhante que os contemporneos e fa-lantes da lngua do modelo receberamdeste.

    Die Paraphrase wird mehr ange-wendet auf dem Gebiet der Wissen-schaften, die Nachbildung mehr aufdem der schnen Kunst; und wie

    jedermann gesteht da ein Kunst-werk durch Paraphrasiren seinen

    Ton, seinen Glanz, seinen ganzenKunstgehalt verliert, so hat wol nochniemand die Thorheit unternommen,von einem wissenschaftlichen Meis-terwerk eine den Inhalt frei behan-delnde Nachbildung geben zuwollen. Beide Verfahrungsarten aberknnen demjenigen nicht gengen,welcher, von dem Werth eines frem-den Meisterwerkes durchdrungen,den Wirkungskreis desselben berseine Sprachgenossen verbreiten

    will, und welchem der strengereBegriff der bersetzung vorschwebt.Beide knnen daher auch wegenihrer Abweichung von diesemBegriff hier nicht nher beurtheiltwerden; nur als Grenzzeichen fr das

    A parfrase mais utilizada noramo da cincia; a imitao, no das

    belas artes. E como qualquer umafirma que uma obra de arte perde oseu tom, seu brilho, toda a sua artecom o parafraseamento, assim certa-

    mente nunca algum realizou oabsurdo de querer apresentar umaimitao livre do contedo de umaobra cientfica. Ambos os procedi-mentos, porm, no podem bastarquele que, convicto do valor de umaobra prima de uma lngua estran-geira, quer ampliar o campo de aodela sobre os falantes de sua lngua equele que pensa no mais rigorosoconceito de traduo. Por isso, ambosno podem ser julgados mais de perto

    aqui por causa de seu desvio desseconceito, eles esto aqui somente co-mo marcao de limite para o campodo qual ns, realmente, tratamos.

    A parfrase mais utilizada nodomnio das cincias; a imitaomais no das belas artes; e assimcomo todos admitem que uma obrade arte perde seu tom, seu brilho etodo seu contedo artstico quando

    parafraseada, tambm certo queningum ainda cometeu a loucura detentar uma imitao da uma obra-mestra da cincia tratando livrementeseu contedo. Nenhum desses dois

    procedimentos pode satisfazer aqueleque, compenetrado com o valor deuma obra-mestra, queira estender seucrculo de atuao aos que falam sualngua e que pense no conceito rigo-roso de traduo. Ambos, pelo seuafastamento deste conceito, no

    podem ser aqui considerados mais deperto; esto aqui apenas comomarcos delimitadores para o domnioque propriamente nos interessa.

    A parfrase mais utilizada nombito das cincias; a imitao, maisno das belas artes; e assim comotodos admitem que, mediante o para-frasear, a obra de arte perde seu tom,seu brilho, todo seu contedo arts-

    tico, tambm ningum ainda cometeua loucura de querer oferecer umaimitao que trata livremente o conte-do de uma obra-prima cientfica.

    Nenhuma destas formas de procedi-mento, contudo, pode satisfazer aquem, compenetrado do valor de umaobra prima estrangeira, quer estendero campo de ao desta aos falantes desua lngua, e a quem considera o con-ceito estrito de traduo. Nenhumadelas pode por isso, por causa de seu

    desvio deste conceito, ser aqui avalia-da mais de perto; encontram-se aquiapenas como marcos-limites do m-

    bito com que realmente nos ocupa-mos.

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    Gebiet, mit welchem wir es zu tunhaben, stehen sie hier.

    Aber nun der eigentliche ber-setzer, der diese beiden ganz getren-

    nten Personen, seinen Schriftstellerund seinen Leser, wirklich einanderzufhren, und dem lezten, ohne ihn

    jedoch aus dem Kreise seiner Mut-tersprache heraus zu nthigen, zueinem mglichst richtigen und voll-stndigen Verstndni und Genudes ersten verhelfen will, was frWege kann er hiezu einschlagen?Meines Erachtens giebt es deren nurzwei. Entweder der bersetzer ltden Schriftsteller mglichst in Ruhe,

    und bewegt den Leser ihm entgegen;oder er lt den Leser mglichst inRuhe und bewegt den Schriftstellerihm entgegen. Beide sind so gnzlichvon einander verschieden, dadurchaus einer von beiden so strengals mglich mu verfolgt werden,aus jeder Vermischung aber einhchst unzuverlssiges Resultatnothwendig hervorgeht, und zu

    besorgen ist da Schriftsteller undLeser sich gnzlich verfehlen. Der

    Unterschied zwischen beiden Metho-den, und da dieses ihr Verhltnisgegen einander sei, mu unmittelbareinleuchten. Im ersten Falle nmlichist der bersetzer bemht, durchseine Arbeit dem Leser das Ver-

    Mas o verdadeiro tradutor, aque-le que realmente pretende levar ao

    encontro essas duas pessoas toseparadas, seu autor e seu leitor, econduzir o ltimo a uma compreen-so e uma apreciao to correta ecompleta quanto possvel e propor-cionar-lhe a mesma apreciao que ado primeiro, sem tir-lo de sua lnguamaterna, que caminhos ele podetomar? A meu ver, s existem dois.Ou o tradutor deixa o autor em paz eleva o leitor at ele; ou deixa o leitorem paz e leva o autor at ele. Ambos

    so to diferentes um do outro queum deles tem de ser seguido torigidamente quanto possvel do incioao fim. De qualquer mistura resultanecessariamente um resultado poucoconfivel e de se recear que autor eleitor se percam por completo. Adiferena entre ambos os mtodos e ofato de que esta sua relao sejacontraditria ficam necessariamenteevidentes. No primeiro caso, a saber,o tradutor est empenhado em substi-

    tuir, atravs de seu trabalho, acompreenso da lngua de origem,que falta ao leitor. Ele tenta trans-mitir aos leitores a mesma imagem, amesma impresso que ele prprioteve atravs do conhecimento da

    Mas, agora, por que caminhosdeve enveredar o verdadeiro tradutor

    que queira efetivamente aproximarestas duas pessoas to separadas, seuescritor e seu leitor, e propiciar a esteltimo, sem obrig-lo a sair docrculo de sua lngua materna, umacompreenso correta e completa e ogozo do primeiro? No meu juzo, hapenas dois. Ou bem o tradutor deixao escritor o mais tranquilo possvel efaz com que o leitor v a seu encon-tro, ou bem deixa o mais tranquilo

    possvel o leitor e faz com que o

    escritor v a seu encontro. Ambos oscaminhos so to completamentediferentes que um deles tem que serseguido com o maior rigor, pois,qualquer mistura produz necessaria-mente um resultado muito insatisfa-trio, e de temer-se que o encontrodo escritor e do leitor falhe inteira-mente. A diferena entre ambos osmtodos, onde reside a sua relaomtua, ser mostrada a seguir. Por-que, no primeiro caso, o tradutor se

    esfora por substituir com seutrabalho o conhecimento da lnguaoriginal, do qual carece o leitor. Amesma imagem, a mesma impressoque ele, com seu conhecimento dalngua original, alcanou da obra,

    Mas e quanto ao verdadeiro tradu-tor, que quer realmente aproximar

    estas duas pessoas completamenteseparadas que so o seu autor e o seuleitor, e a este ltimo, sem contudoobrig-lo a sair do campo de sualngua materna, proporcionar-lhe umafruio e uma compreenso possivel-mente correta e plena do primeiro,que caminhos pode ele trilhar? Aomeu ver, h somente dois. Ou otradutor deixa o autor o mais possvelem paz e leva o leitor ao seu encon-tro, ou deixa o leitor o mais possvel

    em paz e leva o autor ao seu encon-tro. Ambos so to completamentediferentes um do outro que, por isso,um deles deve ser seguido o maisrigorosamente possvel, pois de qual-quer mistura depreende-se necessa-riamente um resultado dos menosconfiveis, e h de se temer que autore leitor se desencontrem totalmente.A diferena entre ambos os mtodose o fato de que esta sua relao sejade oposio deve ficar evidente. No

    primeiro caso, o tradutor se esforapara, mediante seu trabalho, suprir aoleitor a compreenso que lhe falta dalngua do original. E tenta participaraos leitores a mesma imagem, amesma impresso que ele prprio,

  • 7/25/2019 SchleiermacBER DIE VERSCHIEDENEN METHODEN DES BERSETZENS TRADUES SINTICASher Traduzido

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    BER DIE VERSCHIEDENEN METHODEN DES BERSETZENS

    Scientia Traductionis, n.9, 2011

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