sessao 20 workshop 1
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Guia da Sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:
metodologias de operacionalização ( Workshop )
A sessão pensada como workshop tem como objectivos centrais examinar a
operacionalização do modelo de auto-avaliação no que se refere à utilização da
linguagem em contexto de avaliação e de planificação de acções para a melhoria.
Estes aspectos concretizam-se, em particular, na elaboração do relatório final de auto-
avaliação. Esse relatório deve ser escrito de uma forma clara, e para isso considerou-
se importante ter em atenção alguns princípios orientadores para que essa tarefa seja
mais conseguida. Isto significa que o relatório de auto-avaliação deve ser:
um documento que apresenta de forma perceptível e avaliativa os resultados
da análise realizada.
um documento que perspectiva de forma objectiva e específica as acções para
a melhoria.
A reflexão aqui desenvolvida baseia-se numa análise dos relatórios finais de auto-
avaliação que foram realizados durante a fase de aplicação experimental do modelo.
Esses relatórios revelaram algumas fragilidades nas dimensões acima referidas, pelo
que se considerou que seria útil uma sessão dedicada em particular a aspectos de
linguagem. Neste sentido, as actividades aqui desenvolvidas são de carácter
eminentemente prático e procuram alertar para situações que deverão ser tidas em
linha de conta na realização dos relatórios finais de auto-avaliação da biblioteca
escolar.
(1) Distinguir descrição de avaliação
Não nos podemos esquecer que estamos perante um processo de avaliação e, por
isso, espera-se que a análise realizada a partir das evidências recolhidas se projecte
em apreciações (avaliações) sobre a realidade analisada. Nas orientações para
aplicação do modelo de auto-avaliação referem-se alguns aspectos relativos à
necessária diferenciação que devemos efectuar entre um enunciado descritivo e um
enunciado avaliativo. A necessidade de distinguir estas duas situações revelou-se no
facto de muitos relatórios se cingirem à apresentação de dados e factos e não de uma
apreciação sobre esses elementos. Para se poder perspectivar com clareza quais são
os pontos fortes e os pontos fracos da realidade analisada é imprescindível lançar um
olhar avaliativo sobre os resultados que possuímos e resultantes da recolha de
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evidências. Vejamos o que está mencionado no texto das orientações para a aplicação
do modelo.
“Os elementos recolhidos (evidências) são sujeitos a uma análise e apreciação, que terá a
ver com a própria natureza dos dados. Os dados estatísticos, por exemplo, serão objecto
de uma análise que vai permitir quantificar certos aspectos relativos quer ao
funcionamento da BE quer à forma como o trabalho é percepcionado e apreciado pelos
utilizadores da biblioteca.
A análise dos dados obtidos deve conduzir à elaboração de avaliações sobre a BE e os
seus serviços em termos de: eficácia, valor, utilidade, impacto, etc.
Neste aspecto, é importante distinguir entre elaborar uma descrição e uma avaliação. A
avaliação implica uma apreciação baseada na análise de informação relevante e
evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências ou implicações de uma
determinada acção ou processo.” (p. 68 do Modelo de auto-avaliação, disponível em
http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf ).
O que é descrição? – Dizer o que acontece, sem apreciações sobre os resultados nem
referência ao valor da acção ou processo em causa.
O que é avaliação? – Fazer uma apreciação baseada na análise de informação
relevante e evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências de
uma determinada acção ou processo.
A um bom enunciado avaliativo podemos fazer a pergunta “e depois?” – um bom
enunciado avaliativo explica as consequências ou implicações (que podem ser
negativas ou positivas).
EXEMPLO:
Enunciado descritivo: “Existe protecção de dados e procedimentos de copyright nas
operações através da TIC.”
(Comentário: este enunciado não julga a utilização e a utilidade dos procedimentos,
apenas constata um facto.)
Enunciado avaliativo – “Existem processos claros e actualizados de protecção de
dados e os procedimentos de copyright asseguram que todos os utilizadores cumprem
os requisitos legais.”
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(Comentário: este enunciado avalia os processos – são “claros e actuais” – e explica
as consequências dos procedimentos assumidos.)
ACTIVIDADE – distinguir descrição de avaliação (a desenvolver em fórum)
1- Dos seguintes enunciados, indicar os que são descritivos e os que são avaliativos.
2- Melhorar os enunciados mais descritivos, transformando-os claramente em
enunciados avaliativos (criação de hipóteses possíveis).
Enunciados:
1- Foi recolhida informação dos departamentos sobre a colecção da BE.
2- A BE promove sistematicamente mecanismos de avaliação cujos resultados são utilizados na planificação do trabalho.
3- Iniciativa de um projecto (parceria com a Câmara Municipal) de âmbito nacional.
4- Aproximação estimulante às famílias e seu envolvimento no projecto da BE, com o projecto “Leituras em família”.
5- Horário da BE cobre todo o tempo de abertura da escola.
6- A actualização do material informático não corresponde às necessidades dos utilizadores (professores, alunos).
7- A BE disponibiliza guiões de pesquisa baseados no modelo Big6.
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Fórum 1
(2) Distinguir enunciados gerais de específicos
Outro problema que emergiu da análise dos relatórios já referidos situa-se na forma
como são perspectivadas as acções para a melhoria. Vejamos o exemplo de
enunciados retirados dos relatórios referentes ao domínio B:
Domínio B Acções para a melhoria
Leitura e literacia
1.Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.
2.Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça objectivos e metas a atingir.
3.Reforçar o trabalho articulado.
4.Reforçar a produção de instrumentos de apoio a ser usados por professores e alunos.
Uma leitura atenta dos enunciados que apontam as acções para a melhoria leva-nos a
concluir que estamos perante enunciados que remetem para objectivos ou propósitos
muito gerais. De facto, dificilmente a partir deste conjunto de intenções se
perspectivam quais são os aspectos concretos que se pretendem implementar
enquanto acções específicas para a melhoria. Os enunciados descritos situam-se
numa fase prévia ou num patamar anterior ao que se consideram verdadeiras
propostas de acções para a melhoria. Quase todos os verbos iniciais se situam no
plano mais geral das intenções, necessitando portanto de uma especificação que
revele claramente o quê se pretende fazer e, em alguns casos, o como se vai fazer.
Analisemos dois destes enunciados, questionando-os e apontando hipóteses de
melhoria:
1. “Sensibilizar a escola para a importância da leitura como suporte às
aprendizagens e à progressão nas aprendizagens.”
- O termo “sensibilizar” é muito geral; uma acção para a melhoria deverá
especificar, neste caso, o como, ou seja, que aspectos concretos de actuação
se integram nesse termo: exemplos - “sensibilizar a escola para a importância
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da leitura …. através de acções de formação a organizar com o Centro local. “;
“sensibilizar a escola para a promoção da leitura… organizando um debate
com um investigador na área”, etc.
- Outra questão que seria importante ponderar perante um enunciado deste
género, e face ao ponto de partida (em função dos resultados obtidos na
avaliação), é se de facto nos devemos centrar na “escola” como um todo ou se
não se deverá antes apontar interlocutores privilegiados e estabelecer
prioridades – convém sublinhar que as acções para a melhoria devem ser
realistas e perspectivar objectivos alcançáveis num prazo determinado, por
isso de pouco serve apontar propósitos tão abrangentes que muito
provavelmente estarão fora do nosso alcance a curto prazo.
2. “Delinear um projecto que identifique prioridades e estabeleça objectivos e
metas a atingir.”
- O enunciado revela que não se percebe o que são acções para a melhoria,
pois quando apontamos essas acções elas pressupõem que já se identificaram
prioridades e já se estabeleceram objectivos, resultando então daí as acções
para a melhoria.
A ocorrência de enunciados do tipo apresentado é frequente, indiciando que de facto
não foi ainda efectuada uma análise ponderada dos dados e resultados obtidos no
processo de avaliação. Essa análise é essencial, pois dela deverá resultar não um
mero elencar de intenções de carácter geral, que dificilmente se concretizarão, mas
deverá perspectivar-se com cuidado aquilo que de facto é prioritário, estabelecer
metas credíveis, identificar etapas de intervenção exequíveis e seguras, para que os
sucessos obtidos se consolidem sem hipóteses de recuos ou inflexões indesejadas.
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ACTIVIDADE – distinguir enunciados gerais de específicos (a desenvolver em
fórum)
1- Analisar os enunciados 3 e 4, apontando as suas fragilidades e propondo eventuais
alterações que os transformem em enunciados específicos e que concretizem
hipóteses reais de acções para a melhoria.
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Fórum 2