tese de mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que...

134
Anabela Guedes Monteiro Depressão Parental e seus Efeitos no Desenvolvimento Cognitivo, Psicomotor, Físico e de Saúde dos Bebés no Primeiro Ano de Vida Dissertação de Candidatura ao grau de Mestre em Medicina-Legal submetida ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto Orientadora Prof.ª Doutora Maria Emília Areias Categoria Directora do Departamento de Psicologia do Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte Afiliação Instituto Superior de Ciências da Saúde - Norte

Upload: lamthien

Post on 11-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

Anabela Guedes Monteiro

Depressão Parental e seus Efeitos no Desenvolvimento

Cognitivo, Psicomotor, Físico e de Saúde dos Bebés no Primeiro

Ano de Vida

Dissertação de Candidatura ao grau de

Mestre em Medicina-Legal submetida ao

Instituto de Ciências Biomédicas Abel

Salazar da Universidade do Porto

Orientadora – Prof.ª Doutora Maria Emília

Areias

Categoria – Directora do Departamento

de Psicologia do Instituto Superior de

Ciências da Saúde - Norte

Afiliação – Instituto Superior de Ciências

da Saúde - Norte

Page 2: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

2

Page 3: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

3

Para a minha Avó

Page 4: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

4

Page 5: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

5

Agradecimentos

À minha orientadora, Professora Doutora Maria Emília Areias, por toda a

aprendizagem que me possibilitou, apoio e ensinamentos transmitidos,

disponibilidade e reforços positivos e pela forma hábil com que prestou

esclarecimentos e dirimiu possíveis dúvidas.

À coordenadora de Mestrado, Professora Doutora Maria José Carneiro pela

disponibilidade constante.

À professora Maria dos Prazeres e à professora Florbela Teixeira pela

cooperação e partilha da investigação. Sem você não teria sido realizável esta

investigação.

Ao professor Ernesto Paulo pela disponibilidade e pelo apoio no tratamento

estatístico.

À Isabel e ao Luís um agradecimento muito especial pelo apoio, paciência e

ajuda nos momentos mais difíceis. Não tenho palavras para expressar a minha

gratidão. Sem vocês não teria conseguido.

À minha família e ao meu namorado por terem suportado as minhas ausências.

Agradeço fundamentalmente às mães e aos pais que participaram da pesquisa,

pois, ao me deparar com suas histórias de vida, tornei-me sem dúvida mais

humana, assim como pela forma como me receberam.

Page 6: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

6

Page 7: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

7

Índice Páginas

Dedicatória------------------------------------------------------------------------------------ 3

Agradecimentos------------------------------------------------------------------------------ 5

Notas prévias---------------------------------------------------------------------------------- 9

Sumário --------------------------------------------------------------------------------------- 13

Abstract---------------------------------------------------------------------------------------- 14

Estudo empírico------------------------------------------------------------------------------ 15

Artigo 1 – Impacto da Depressão Parental no Desenvolvimento Físico e Morbilidades dos

Bebés Durante o Primeiro Ano de Vida------------------------------------------------- 21

Artigo 2 - Impacto da Depressão Parental no Desenvolvimento Cognitivo e Psicomotor

dos Bebés Durante o Primeiro Ano de Vida ------------------------------------------ 49

Conclusão------------------------------------------------------------------------------------- 71

Bibliografia------------------------------------------------------------------------------------ 75

Lista de abreviaturas------------------------------------------------------------------------ 77

Lista de tabelas e esquema----------------------------------------------------------------78

Anexos------------------------------------------------------------------------------------------79

Anexo 1 – Consentimento informado--------------------------------------------------- 81

Anexo 2 – Questionário Sócio-demográfico------------------------------------------- 83

Anexo 3 – SADS – L (Survey for Affective Disorders and Schizophrenia

– Life Time) ---------------------------------------------------------------------------------- 97

Anexo 4 - Questionário Variáveis dos Bebés---------------------------------------- 121

Anexo 5 - Fichas Clínicas de Saúde Infantil (dos rapazes e das raparigas, segundo as

indicações do Ministério da Saúde) ---------------------------------------------------- 125

Anexo 6 - Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths – I -------------129

Page 8: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

8

Page 9: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

9

Notas prévias

“No meu nascimento

Eu não cheguei sendo nada

Eu já estava moldado

Vestido

Cultivado

Antes mesmo de escutar

Eu já tinha escutado dizer

Antes mesmo de viver

Eu já estava em um saber-viver

Eu fui precedido

Eu cheguei

N'uma palavra

Que aí já estava”.

Jean Debruyenne

Hoje em dia, um grande número de crianças que recorre às consultas de

psicologia provém de meios onde o tom relacional que prevalece é o vazio. Comummente

este vazio – que pode bem ser entendido como uma doença psico-social dos nossos dias

– é a depressão parental.

A depressão é relativamente comum, mais ainda nos primeiros meses após o

nascimento. Dos vários estudos realizados em diferentes culturas e países demonstram

que entre 10 a 20% das mulheres puérperas padecem de depressão, no entanto, a

prevalência poderá, contudo, ser ainda superior à taxa referida, pois uma grande

percentagem das pacientes não procura ajuda profissional e oculta a sua depressão.

Curiosamente, a primeira descrição de um caso clínico de depressão pós-natal

deve-se a um médico português, chamado João Rodrigues de Castelo Branco, que em

1551, descreve o caso da ―formosa esposa de carcinator que havia sempre gozado de

óptima saúde, mas depois do parto foi atacada de melancolia durante um mês ficou como

louca, mas que com a aplicação de remédios adjuvantes voltou à primitiva saúde‖

(Brockington, 1996), mas foi Pitt, em 1968 (cit. in Leal, 2005) que define, pela primeira

vez, uma depressão atípica ocorrida após o parto, em várias mulheres.

A presença de depressão parental pode repercutir-se negativamente no

estabelecimento das primeiras interacções com o bebé, e, consequentemente, no

Page 10: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

10

desenvolvimento afectivo, cognitivo, social e físico das crianças. Estas assumem

comportamentos interactivos também eles depressivos, essencialmente no

relacionamento com estranhos, o que sugere que o desenvolvimento de um estado

depressivo se forma desde muito cedo (Field et al., 1988, cit. in Field et al., 1999).

Geralmente, estas crianças sofrem negligência ou abandono emocional e é

sabido que a primeira infância é a etapa de desenvolvimento mais relevante da

construção do ser humano. Assim, a interacção dos pais e dos bebés ocupa um lugar de

relevo, tendo sido alvo de inúmeros estudos ao longo dos tempos, onde pretenderam

analisar as interacções estabelecidas e as suas consequências.

Leal e Teixeira (1995) referenciam o facto de que a natureza da relação precoce

mãe-bebé constitui um factor preditivo ao nível do desenvolvimento emocional e

cognitivo. Apesar dos inúmeros estudos efectuados neste âmbito, são muito poucos os

estudos que se debruçam sobre as influências físicas no bebé, resultante de uma

interacção pais-bebé menos saudável.

A escolha deste tema pretende ajudar a colmatar o pouco conhecimento que

existe sobre a influência da depressão pré e pós-natal no desenvolvimento físico das

crianças, no que respeita aos primeiros meses de vida.

Mas, até há pouco tempo atrás, este não seria um tema da minha eleição. Não

fazia parte do meu leque de opções. No entanto, progressivamente, o interesse foi

engrandecendo até ao ponto de se tornar numa área de eleição, dedicando-me ao

desenvolvimento de um projecto que acompanha grávidas e puérperas até ao primeiro

ano de vida das crianças. Apesar das inúmeras dificuldades profissionais para levar a

cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por

servir, também, para o meu dia-a-dia como profissional da área da saúde.

Assim, propomo-nos estudar a influência da depressão nas mães e nos pais na

qualidade da saúde dos bebés e no seu padrão de desenvolvimento físico, cognitivo e

psicomotor nos primeiros meses de vida. Pretendemos com esta investigação contribuir

para a produção de conhecimento científico e para uma melhor compreensão da

influência da depressão no bem-estar das crianças.

A apresentação desta dissertação será dividida em dois artigos que serão,

posteriormente, submetidos para publicação. Assim, o primeiro artigo versa sobre o

impacto da depressão na mãe e no pai no desenvolvimento físico e de morbilidades dos

bebés durante o primeiro ano de vida e o segundo sobre o impacto da depressão na mãe

e no pai no desenvolvimento cognitivo e psicomotor dos bebés também durante o

primeiro ano de vida. Adita, ainda, um capítulo sobre o estudo empírico usado para que

seja mais fácil a compreensão da metodologia e dos instrumentos utilizados.

Page 11: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

11

Este é naturalmente um tema importante em termos de saúde pública, mas que,

para além disso, é também merecedor de estudo pelo prisma da medicina legal e do

direito, por se poder encontrar numa ténue fronteira entre a doença e o comportamento

de negligência e de maus-tratos aos filhos.

Page 12: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

12

Page 13: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

13

Sumário

Resumo: A Depressão Pós-Nata (DPN) é um distúrbio muito prevalente em mães

e pais. O efeito sobre a morbilidade psiquiátrica nos parceiros e no desenvolvimento

cognitivo e social dos recém-nascidos tem sido bem documentado em várias

investigações. Por outro lado, o impacto directo ou indirecto da depressão em um ou

ambos os parceiros ao longo do desenvolvimento físico e na morbilidade das crianças

durante o primeiro ano de vida tem sido pouco investigado, mas os que estudaram esta

questão encontraram uma significativa tendência para a importância destas variáveis na

saúde dos bebés. Portanto, este estudo, teve como objectivo comparar os bebés, filhos

de mães e pais deprimidos e não-deprimidos, em relação aos parâmetros de

desenvolvimento físico (curvas de peso, altura e perímetro cefálico), desenvolvimento

cognitivo, desenvolvimento psicomotor, e aos indícios de morbilidade (nomeadamente,

prevalência de diarreias e de infecções) desde o período pré-parto até aos 12 meses pós-

natal. Participaram 200 mulheres, 153 homens e 202 bebés, todos da área de residência

da metrópole do Porto, Portugal. Os homens e as mulheres foram avaliados às 37

semanas de gravidez, 6 semanas pós-natal e aos 12 meses pós-natal com a entrevista

SADS-L para detectar a presença de depressão. Os bebés foram avaliados aos 12

meses com a Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths – I. Foram também

recolhidos dados, retrospectivamente, sobre o desenvolvimento físico, psicomotor e os

índices de morbilidade já descritos. Concluímos que, apesar de não termos encontrado

resultados que nos permitam afirmar, com veemência, que a DPN influencia,

negativamente, o desenvolvimento físico, psicomotor, cognitivo e o aparecimento de

diarreias e infecções no bebé, sugerem existir alguns efeitos negativos, essencialmente

no desenvolvimento físico das crianças, mais proeminente quando considerado o sexo do

bebé e a duração da depressão na mãe e no pai.

Palavras-chave: Depressão pós-natal; Desenvolvimento físico; Desenvolvimento

psicomotor; Desenvolvimento cognitivo; Índices de morbilidade.

Page 14: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

14

Abstract

Abstract: Postnatal Depression is a very prevalent disturbance in recent mothers

and fathers. It’s important effect over the psychiatric morbidity in the partners, and in the

cognitive and social development of the new-born babies has been well documented in

several investigations. On the other hand, the direct or indirect impact of depression in

one or both partners over the physical development and morbidity of the babies during the

first year of life has been scarcely investigated but researchers who studied this issue had

found a significant trend towards the underlining of the importance of these variables in

babies’ health. Therefore, in this study, we aimed to compare babies who are offspring of

depressed and non-depressed parents in several parameters of physical development

(weight, length and cephalic perimeter), cognitive development, and physical morbidity

(incidence of infections and diarrheas) along the first year of life. The subjects of this study

were 200 mothers, 153 fathers, and 202 babies, from the Oporto geographical area. The

study was prospective; parents were assessed at the 37th week of pregnancy, the 6th

weeks and the 12th month after birth, using SADS-L interview for the detection and the

diagnosis of psychopathological disorders; they were evaluated in several other

demographic, psychosocial, clinical and hormonal variables. Babies were evaluated at

12th month after birth on cognitive development, using the Griffiths Scale; the records

about babies’ health and development along the first year of life were then collected from

the babies’ book register. We conclude that, although we have not found results that allow

us to say, vehemently, that the DPN affects, adversely, the physical, psychomotor,

cognitive development and occurrence of diarrhea and infections in the baby, suggest

there is some negative effects, mainly on the physical of children, more prominent when

considering sex baby`s and duration of depression in the mother and the father.

Keywords: Postnatal depression; Physical development; Psychomotor

development; Cognitive development; Indices of morbidity.

Page 15: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

15

Estudo Empírico

Objectivos e Hipóteses

Elegemos como objectivo específico do nosso estudo:

- Comparar os bebés, filhos de mães e pais deprimidos com os bebés filhos de

mães e pais não-deprimidos, em relação aos parâmetros de desenvolvimento físico

(curvas de peso e altura, perímetro cefálico), desenvolvimento psicomotor e cognitivo e

aos índices de morbilidade (nomeadamente, prevalência de diarreias e de infecções).

Neste seguimento, as questões de investigação que se colocam são as seguintes:

A ocorrência de depressão nas mães e nos pais influência o crescimento dos

bebés (peso, estatura e perímetro cefálico) e o aparecimento de diarreia e

infecções?

A ocorrência de depressão nas mães e nos pais influência o desenvolvimento

cognitivo e psicomotor dos bebés?

A existência de dificuldades em engravidar ou gravidez não planeada e as

dificuldades em amamentar predizem o surgimento de depressão?

Desta forma, enuncia-se de seguida a relação entre as variáveis que é a hipótese

deste estudo:

Relação entre depressão nos pais e desenvolvimento dos bebés: Mães e pais

que revelem depressão através da SADS-L apresentam filhos com um

desenvolvimento físico, cognitivo, psicomotor e de saúde inferior às mães e aos

pais que não revelem depressão.

Participantes

A investigação decorreu entre o ano de 2006 e 2008. Foram expostos os

objectivos do estudo aos profissionais de saúde do Hospital de S. João, Porto, Portugal, e

aos profissionais dos Centros de Saúde da área de abrangência deste hospital, onde foi

recolhida a amostra, assim como aos indivíduos participantes no estudo. Foram, também,

descritas todas as metodologias a serem usadas para que pudessem prestar o seu

consentimento informado (Anexo 1). Explicaram-se os objectivos, número de contactos

necessários, necessária envolvência das mães, pais e bebés. Após o nascimento dos

bebés o contacto foi realizado em casa dos participantes. Foi, ainda, explicado as regras

de confidencialidade, nomeadamente o anonimato dos dados recolhidos e tratamento

estatístico efectuado, em que foi atribuído um código a cada casal, não se usando os

Page 16: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

16

nomes dos participantes. Neste estudo a amostragem foi não probabilística, intencional,

heterogénea.

A população deste estudo foi constituída por:

- 200 Mulheres

- 153 Homens

- 202 Bebés (2 nascimentos gemelares)

Será efectuada uma análise detalhada da população participante neste estudo

nos artigos que se seguem no que respeita à mãe, ao pai e ao bebé.

Procedimentos

Foi realizado um estudo com uma metodologia prospectiva. As variáveis

respeitantes aos pais foram avaliadas às 37 semanas de gestação, 6 semanas após o

parto, assim como 12 meses após o parto. Na avaliação do 12º mês foi, ainda, recolhida

informação no que respeita às variáveis do bebé.

As entrevistas foram realizadas por três psicólogas clínicas. Todas as técnicas de

recolhas de dados foram aferidas pelas mesmas, para que não houvesse discrepância na

recolha de dados, maximizando a sua reprodutibilidade. Os elementos do casal foram

entrevistados individualmente.

Na primeira avaliação, às 37 semanas, foi realizada a entrevista, contendo dados

sócio-demográficos, nomeadamente a idade, estado civil, profissão, habilitações

académicas, assim como dados sobre hábitos de consumo de álcool, tabaco e

medicação, tanto para o pai como para a mãe. Ainda, foram recolhidas informações

sobre o número de filhos, planeamento da gravidez actual e presença ou não de

dificuldades em engravidar (igual ou superior a 12 meses). Posteriormente foram

acrescentados dados sobre o parto, nomeadamente o tipo de parto, presença de

problemas após o parto e período de amamentação do bebé (Anexo 2).

Foi avaliada a presença de depressão no pai e na mãe nas 3 avaliações (37

semanas de gestação, 6 semanas após o parto e 12 meses após o parto). Na última

recolha de dados foi avaliado o desenvolvimento cognitivo dos bebés e recolhidos dados,

retrospectivamente, sobre o desenvolvimento físico, psicomotor e de prevalência de

diarreias e infecções (tabela 1).

Page 17: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

17

Tabela 1 – Lista de instrumentos usados nos respectivos momentos.

Momentos 37 Semanas de

gestação

6 Semanas

pós-natal

12 Meses pós-natal

Instrumentos/medidas

de avaliação

Entrevista sócio-

demográfica

Completar dados da

entrevista (parto e pós-natal).

SADS-L SADS-L SADS-L

Variáveis dos bebés

Escala de Desenvolvimento

Mental de Griffiths - I

Procuramos descrever graficamente a metodologia usada no esquema 1, onde se

apresentam os dados recolhidos tanto no pai, como na mãe, como no bebé.

Esquema 1 – Desenho da Investigação

Na Mãe e no Pai No Bebé

Instrumentos e medidas de avaliação

Para avaliar a presença de depressão na mãe e no pai, foi utilizada a seguinte

escala:

- Entrevista Psiquiátrica Estandardizada S. A. D. S. – L. (Survey for Affective

Disorders and Schizophrenia – Life Time) de Spitzer et al., 1979. A entrevista psiquiátrica

Dados

identificatórios

Hábitos de

consumo

Planeamento da

Gravidez

Tipo de Parto

Dificuldades/perío

do de

Amamentação

Ocorrência

de

Depressão

Curva de peso

Curva de altura

Perímetro cefálico

Desenvolvimento

Psicomotor

Prevalência de

Diarreias

Prevalência de

Infecções

Desenvolvimento

Cognitivo

Page 18: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

18

foi usada na versão life-time, que se restringe a um período de vida do sujeito. Trata-se

de uma entrevista psiquiátrica estandardizada e semi-estruturada, sendo dirigida à

recolha de vários sintomas psicopatológicos. Apesar de ser aplicada para avaliar a

ocorrência de várias perturbações psiquiátricas, para os objectivos deste estudo apenas

interessava a presença de depressão, pelo que só utilizámos os dados sobre a

depressão major, minor ou intermitente. Por isso, considerou-se a presença de

depressão sempre que era diagnosticado perturbação depressiva major, minor ou

intermitente com a entrevista SADS-L (Anexo 3).

Para avaliar as variáveis do bebé, foi recolhida informação sobre os seguintes

parâmetros:

- Através do Boletim do Bebé foram registados os parâmetros do desenvolvimento

físico dos bebés, nomeadamente as curvas de peso, altura e o perímetro cefálico, assim

como o índice de APGAR (Anexo 4). A pontuação de APGAR é um sistema de avaliação

por pontos no que respeita às condições físicas de um recém-nascido, um minuto após o

nascimento. A frequência cardíaca, a respiração, o tónus muscular, a resposta ao

estímulo e a cor são, cada um, classificado em 0, 1 e 2, perfazendo uma pontuação total

de 10. O teste é, geralmente, repetido 5 minutos após o nascimento para avaliar a

recuperação de bebés (Apgar, 1953).

- Foram registados eventuais problemas de saúde dos bebés, como diarreias

(aumento da frequência das dejecções ou diminuição da consistência das fezes, em

relação aos hábitos normais da criança) e vários tipos de infecções (respiratórias,

auditivas, urinárias e outras, quer bacteriológicas quer víricas), recolhidos aos 12 meses

e reportando-se a todo o período de vida do bebé (Anexo 4).

- O Desenvolvimento Psicomotor foi avaliado tendo em conta as Fichas Clínicas

de Saúde Infantil, dos rapazes e das raparigas, segundo as indicações do Ministério da

Saúde, para as consultas de clínica geral, no que respeita às competências a serem

adquiridas pelos bebés ao longo dos primeiros 12 meses de vida (Anexo 5).

- Para avaliar o desenvolvimento dos bebés aos 12 meses foi aplicada a Escala

de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths – I (Griffiths, 1970). Trata-se de uma escala

constituída por 5 sub-escalas (locomotora, socialização, audição-linguagem, oculo-

motora e realização) (Anexo 6). É aplicada dos 0 aos 2 anos e fornece um perfil de

desenvolvimento, que permite uma análise quantitativa e qualitativa do desenvolvimento.

Permite discriminar áreas problemáticas ao nível do desenvolvimento geral, não medindo

o Quociente Intelectual mas sim o Quociente de Desenvolvimento Geral, de crianças. É

possível calcular o quociente de desenvolvimento geral para cada sub-escala ou para

Page 19: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

19

todas. Na medida em que existem dois itens por mês de Idade Mental, em cada uma das

cinco sub-escalas existentes, o número total de itens sucedidos, por ano, deve ser

dividido por 10. Obtém-se, assim, a Idade Mental correspondente a cada um dos dois

primeiros anos de vida. O Quociente Geral é obtido através da razão entre a Idade

Mental e a Idade Cronológica, multiplicada por 100. No entanto, algumas sub-escalas não

puderam ser aplicadas a todas as crianças, ora por cansaço ou porque estavam a dormir.

Desta forma, os pais foram inquiridos sobre as competências dos seus filhos de acordo

com a escala. Assim, por vezes, foi necessário obter quocientes parciais, pois não era

possível aplicar a sub-escala de realização. Para calcular os quocientes parciais usa-se a

Idade Mental correspondente a cada sub-escala, para cada um dos dois primeiros anos,

dividindo por dois o número total de itens passados, em cada sub-escala.

Métodos de análise estatística

Finalmente e após a recolha dos dados foi realizada a avaliação e análise dos

mesmos, através de um programa informático de apoio estatístico específico para

Ciências Sociais: SPSS – Statistical Package for the Social Sciences, versão 15.0.

Foram calculadas frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas

e as medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis numéricas (média e

desvio padrão para as variáveis com distribuição normal, mediana, mínimo e máximo

para as variáveis com distribuição assimétrica).

Foram realizadas as provas t de student para comparação das variáveis de

desenvolvimento físico, cognitivo entre pais e mães com e sem depressão, assim como

para comparar o desenvolvimento físico e o sexo do bebé.

Usou-se a prova U de Mann-Whitney para comparar as restantes variáveis que

não apresentavam distribuição normal.

Para efeitos de comparação da influência cumulativa da depressão em mais do

que uma das fases de estudo, agruparam-se as variáveis de SADS-L nos vários

momentos do estudo, em 5 categorias: (1) sem depressão em nenhum momento, (2) com

depressão em todos os momentos, (3) com depressão antes do parto e nas primeiras 6

semanas após o parto, (4) com depressão antes do parto e entre 6 semanas e 12 meses

após o parto e (5) com depressão pós-parto com onset nas primeiras 6 semanas e

prolongamento até aos 12 meses pós-parto. Efectuou-se este procedimento para mães e

pais.

Da mesma forma, recodificaram-se as variáveis de hábitos tabágicos, alcoólicos e

farmacológicos em 5 categorias, agrupando estas mesmas variáveis, de forma a testar o

Page 20: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

20

seu efeito cumulativo: (1) consumo de tabaco, bebidas alcoólicas e medicação, (2)

consumo de tabaco e bebidas alcoólicas, (3), consumo de bebidas alcoólicas e

medicação, (4) sem consumo nenhum e (5) consumo de tabaco e medicação.

Novamente, este procedimento foi efectuado para mães e pais.

A Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths, foi recodificada em 4 classes,

tendo em conta o score total: 90-109, 110-119, 120-129 e ≥130. A escala de

desenvolvimento psicomotor foi mantida e os 12 itens foram avaliados separadamente.

Para comparação das novas variáveis de depressão com os parâmetros de

desenvolvimento físico, foram realizadas provas ANOVA, com post-hoc a prova de

Bonferroni. Para as comparações com os parâmetros de desenvolvimento cognitivo e

psicomotor foram realizadas provas de Kruskal-Wallis.

A influência de variáveis sócio-demográficas (sexo do bebé, escolaridade e idade

dos pais), hábitos de consumo (tabaco, bebidas alcoólicas e medicação) e presença de

depressão dos pais (antes do parto, nas primeiras 6 semanas e entre 6 semanas a 12

meses após o parto) e amamentação, nos desenvolvimentos físico, cognitivo e

psicomotor foi testada através da análise por regressão linear múltipla. O momento de

onset da depressão foi tido em consideração aquando da inclusão nos modelos,

consoante o período de desenvolvimento de que se tratava (depressão pré-parto para

parâmetros ao nascimento e no 1º mês; depressão pré-parto e pós-parto nas primeiras 6

semanas para parâmetros no 2º e 3º mês; depressão pré-parto e pós-parto até 12 meses

para parâmetros no 6º e 12º mês de vida), bem como a amamentação (uma vez que só

influencia os parâmetros a partir do 1ºmês de vida). Os modelos foram elaborados pelo

método de stepwise. Foram considerados os resultados a um nível de significância de

0,05.

Page 21: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

21

Artigo 1

Page 22: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

22

Page 23: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

23

Impacto da Depressão Parental no Desenvolvimento Físico

e Morbilidades Físicas dos Bebés Durante o Primeiro Ano de Vida

Monteiro A, Areias ME, Gonçalves MP, Teixeira F, Fonseca E

Page 24: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

24

Page 25: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

25

Resumo: A Depressão Pós-Natal (DPN) é um distúrbio muito prevalente em mães

e pais. O efeito sobre a morbilidade psiquiátrica nos parceiros e no desenvolvimento

cognitivo e social dos recém-nascidos tem sido bem documentado em várias

investigações. Por outro lado, o impacto directo ou indirecto da depressão em um ou

ambos os parceiros ao longo do desenvolvimento físico e na morbilidade das crianças

durante o primeiro ano de vida tem sido pouco investigado. Portanto, este estudo, teve

como objectivo comparar os bebés, filhos de mães e pais deprimidos e não-deprimidos,

em relação aos parâmetros de desenvolvimento físico (curvas de peso, altura e perímetro

cefálico) e aos indícios de morbilidade (nomeadamente, prevalência de diarreias e de

infecções) desde o período pré-parto até aos 12 meses pós-natal. Participaram 200

mulheres, 153 homens e 202 bebés, todos da área de residência da metrópole do Porto,

Portugal. Os homens e as mulheres foram avaliados às 37 semanas de gravidez, 6

semanas pós-natal e aos 12 meses pós-natal com a entrevista SADS-L para detectar a

presença de depressão. Foram recolhidos dados, retrospectivamente, sobre o

desenvolvimento físico e os índices de morbilidade dos bebés já descritos. Concluímos

que, apesar de não termos encontrado resultados que nos permitam afirmar com

veemência, que a DPN influencia o desenvolvimento físico e o aparecimento de diarreias

e infecções no bebé, sugerem existir alguns efeitos negativos, essencialmente no

desenvolvimento físico das crianças e a presença de depressão na mãe e no pai.

Palavras-chave: Depressão pós-natal; Desenvolvimento físico; Índices de

morbilidade.

Page 26: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

26

Abstract: Postnatal Depression is a very prevalent disturbance in recent mothers

and fathers. It’s important effect over the psychiatric morbidity in the partners, and in the

cognitive and social development of the new-born babies has been well documented in

several investigations. On the other hand, the direct or indirect impact of depression in

one or both partners over the physical development and morbidity of the babies during the

first year of life has been scarcely investigated. Therefore, in this study, we aimed to

compare babies who are offspring of depressed and non-depressed parents in several

parameters of physical development (weight, length and cephalic perimeter) and physical

morbidity (incidence of infections and diarrheas) along the first year of life. The subjects of

this study were 200 mothers, 153 fathers, and 202 babies, from the Oporto geographical

area, Portugal. The study was prospective; parents were assessed at the 37th week of

pregnancy, the 6th weeks and the 12th month after birth, using SADS-L interview for the

detection and the diagnosis of psychopathological disorders. Babies were evaluated at

12th month after birth collected information from the babies’ book register for physical

development and occurrence of diarrhea and infections. We conclude that, although we

have not found results that allow us to say, vehemently, that the DPN affects, adversely,

the physical development and occurrence of diarrhea and infections in the baby, suggest

there is some negative effects, mainly on the physical development of children and the

presence of depression in the mother and father.

Keywords: Postnatal depression; Physical development; Indices of morbidity.

Page 27: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

27

Introdução

A depressão é uma condição médica definida por humor deprimido, perda de

interesse ou prazer nas actividades, alterações de apetite ou peso, do sono, da

psicomotricidade, perda de energia, dificuldade em pensar, concentrar ou tomar

decisões, sentimento de inutilidade ou culpa e pensamentos de morte, incluindo ideação

suicida, planos ou tentativas de suicídio (APA, 2002), que afecta 20% da população

portuguesa. É a principal causa de incapacidades e a segunda causa de perda de anos

de vida saudáveis entre as 107 doenças e problemas de saúde mais relevantes. Os

custos pessoais e sociais da doença são muito elevados (Ministério da Saúde in

www.portaldasaude.pt).

A depressão pós-natal (DPN) é, também, bastante comum e inicia-se entre a

quarta e a oitava semana após o parto e pode persistir por mais de um ano (Cooper e

Murray, 1995; Klaus et al., 2000 cit. in Schmidt et al., 2005). Os sintomas de DPN

assemelham-se aos de uma depressão que ocorra fora deste período, podendo mesmo

apresentar sintomas como cefaleias, dores nas costas, erupções vaginais e dor

abdominal, sem causa orgânica aparente (Klaus et al., 2000, cit in Schmidt et al., 2005),

incluindo instabilidade de humor e preocupações com o bem-estar do bebé, cuja

intensidade pode variar de exagerada a delirante (APA, 2002).

Na maioria dos países as taxas de DPN nas mulheres situam-se entre 10 a 20%,

no entanto os resultados dos estudos variam entre 3,6% na Alemanha (Ballestrem et al.,

2005, cit. in Viegas, 2008) e 37,1% no Brasil (Cruz et al., 2005, cit. in Viegas, 2008). A

prevalência poderá, contudo, ser ainda superior à taxa referida, pois uma grande

percentagem de pacientes oculta e não reconhece os sintomas de depressão. Mas a

DPN não é exclusiva das mulheres, também afecta os homens (Areias et al., 1996;

Goodman, 2004).

A literatura aponta para uma associação entre a DPN e resultados cognitivos e

sócio-emocionais desfavoráveis nas crianças (Brockington, 2004; Murray et al., 2003 cit.

in Schmidt et al., 2005). Perante a possibilidade de consequências negativas do estado

depressivo da mãe no desenvolvimento infantil, a influência da depressão materna no

primeiro ano do bebé tem sido intensamente investigada. Curiosamente, até ao ano de

2005, existia pouca informação existe sobre o impacto da depressão pré e pós-natal na

saúde física das crianças (Minkovitz et al, 2005).

Patel e Prince (2006) descreveram a associação entre a morbilidade psicológica

durante a gestação e o baixo peso ao nascer (<2,5 kg) concluindo que a morbilidade

psicológica materna tem um impacto negativo sobre o crescimento fetal, assim como a

nascer prematuramente, em pior estado neonatal (Sterr et al., 1992 e Field et al., 2004) e

Page 28: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

28

com baixa estatura (Sterr et al., 1992). Vários investigadores encontraram associação

entre a DPN e um crescimento deficitário nas crianças ao longo da primeira infância

(Patel et al., 2003; Hendrick et al., 2003; O’Brien et al., 2004; Adewuya et al., 2008; Deave

et al., 2008 e Black et al., 2009). Também associaram a excesso de peso em crianças

entre os 6 e 24 meses (Surkan et al., 2008a) e a maior probabilidade das crianças terem

baixa estatura (Surkan et al., 2008b). Mas, por outro lado, num estudo realizado por

Tomlinson et al. (2006) os efeitos da DPN sobre o desenvolvimento infantil não foram

visíveis.

Quando falamos de morbilidades, Rahman et al. em 2004(a) e em 2007

associaram a depressão materna nos períodos pré-natal e pós-natal a um aumento de

risco de diarreia. E em 2008, na Nigéria, Adewuya et al. perceberam que mães com DPN

foram mais propensas a parar de amamentar os seus bebés mais cedo e estes foram

mais propensos a ter episódios de diarreia e outras doenças infecciosas.

Collins et al. (1993) analisaram os efeitos do apoio social antes do parto na saúde

da mãe e do bebé, assim como no bem-estar. Os resultados indicaram que mães que

receberam mais apoio evidenciaram menos experiências de DPN e tinham bebés com

índice de APGAR com valores mais altos. Além disso, as mulheres com maiores redes de

apoio social tinham bebés de maior peso ao nascer. Também vários estudos realizados

publicam que a DPN tem um impacto negativo na duração do período de amamentação

(Misri et al., 1997; Henderson et al., 2003; Taj e Sikander, 2003; Adewuya et al., 2008)

Posto isto, elegemos como objectivo específico do nosso estudo avaliar a

influência da depressão dos progenitores no desenvolvimento físico e de saúde dos

bebés no 1º ano de vida.

Metodologia

Amostra

A amostra que participou neste estudo foi seleccionada na consulta de Obstetrícia

do Hospital de S. João e em Centros de Saúde da área de abrangência do referido

hospital, no Porto, no período de 2006 a 2008. Foram incluídas todas as famílias que

recorreram a estes serviços durante o período referido, e que aceitaram participar do

estudo, e que não apresentavam condições fisiopatológicas que pudessem enviesar o

normal decorrer do estudo.

Todo o desenho do estudo e o protocolo de aplicação foram aprovados pelas

comissões de ética das várias instituições. O consentimento informado foi dado de

acordo com a Declaração de Helsínquia (Tóquio, 2004). Foram, ainda, recolhidos os

Page 29: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

29

dados sócio-demográficos do casal, para que os contactos e avaliações seguintes

fossem realizados no domicílio dos indivíduos.

A população deste estudo foi constituída por 200 mulheres puérperas (cujas

idades variavam entre os 18 e os 42 anos), 153 homens (entre os 19 e os 56 anos) e 202

bebés.

Procedimento e instrumentos de avaliação

Foi realizado um estudo com uma metodologia prospectiva, tendo sido os sujeitos

avaliados às 37 semanas de gestação, 6 semanas após o parto, assim como aos 12

meses após o parto. Na avaliação do 12º mês foi, ainda, recolhida informação

retrospectivamente, no que respeita ao bebé.

Todas as entrevistas foram realizadas por psicólogos com formação para realizar

tal investigação e aplicar os instrumentos de avaliação. Os elementos do casal foram

entrevistados individualmente.

Na primeira avaliação, às 37 semanas de gestação, foi aplicada a entrevista para

recolha de dados, contendo dados sócio-demográficos e sobre o número de filhos,

planeamento da gravidez actual, presença ou não de dificuldades em engravidar e

hábitos de consumo tabágicos, alcoólicos e farmacológicos. Adita, posteriormente,

informações sobre o tipo de parto, e período de amamentação do bebé.

Foram aplicados os seguintes testes/recolhidas as seguintes variáveis:

- SADS – L (Survey for Affective Disorders and Schizophrenia – Life Time) de

Spitzer et al., (1979). Trata-se de uma entrevista psiquiátrica que foi usada na sua versão

life-time, e cinge-se a um período de vida do sujeito. Para os objectivos deste estudo

apenas interessava a presença de depressão, pelo que só utilizámos os dados sobre a

depressão major, minor ou intermitente.

- Através do Boletim do Bebé foram registados os parâmetros do desenvolvimento

físico dos bebés, nomeadamente as curvas de peso, altura e o perímetro cefálico, assim

como o índice de APGAR.

- Foram registados eventuais problemas de saúde dos bebés, como diarreias

(desde que não directamente associadas à erupção da primeira dentição) e vários tipos

de infecções (respiratórias, auditivas, urinárias e outras), recolhidos aos 12 meses e

reportando-se a todo o período de vida do bebé.

Métodos de análise estatística

A avaliação e análise dos dados foram realizadas através do programa estatístico

para Ciências Sociais: SPSS – Statistical Package for the Social Sciences.

Page 30: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

30

Foram calculadas frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas

e as medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis numéricas (média e

desvio padrão para as variáveis com distribuição normal, mediana, mínimo e máximo

para as variáveis com distribuição assimétrica).

Foram realizadas as provas t de student para comparação das variáveis de

desenvolvimento físico entre pais e mães com e sem depressão, assim como para

comparar o desenvolvimento físico e o sexo do bebé.

Usou-se a prova U de Mann-Whitney para comparar as restantes variáveis que

não apresentavam distribuição normal.

Para comparação das novas variáveis de depressão com os parâmetros de

desenvolvimento físico, foram realizadas provas ANOVA, com post-hoc a prova de

Bonferroni.

A influência de variáveis sócio-demográficas (sexo do bebé, escolaridade e idade

dos pais), hábitos de consumo (tabaco, bebidas alcoólicas e medicação) e presença de

depressão dos pais (antes do parto, nas primeiras 6 semanas e entre 6 semanas a 12

meses após o parto) e amamentação, no desenvolvimento físico foi testado através da

análise por regressão linear múltipla. Os modelos foram elaborados pelo método de

stepwise.

Foram considerados os resultados a um nível de significância de 0,05.

Page 31: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

31

Resultados

Caracterização da amostra

Da nossa amostra a escolaridade que predomina é o nível superior e a maior

parte dos sujeitos são casados. Os homens são mais consumidores de tabaco e de

álcool mas menos consumidores de medicação (tabela 1).

Tabela 1 – Caracterização da amostra por sexo

Salienta-se que 49,5% das mulheres são primíparas, 38% já tinham um filho

anterior, as restantes já tinham 2 ou mais filhos. Desta amostra 140 mães tiveram parto

Mães

(n=200)

Pais

(n=153)

Idade (média)±d.p. 29,7±4,6 31,9±5,6

Estado Civil n (%)

Solteiro

Casado

Divorciado

A viver maritalmente

5 (2,5)

166 (83,0)

1 (0,5)

28 (14,0)

Escolaridade n (%)

1ºciclo 15 (7,5) 10 (6,6)

2ºciclo 32 (16,1) 33 (21,7)

3ºciclo 40 (20,1) 39 (25,7)

Secundário 54 (27,1) 38 (25,0)

Curso superior 58 (29,1) 31 (20,4)

Outro 0 (0,0) 1 (0,7)

Hábitos tabágicos n (%)

Fumador 17 (8,6) 46 (30,3)

Não fumador/ocasionalmente 180 (91,4) 106 (69,7)

Hábitos alcoólicos n (%)

Habitualmente bebe 17 (8,6) 52 (34,2)

Não bebe/socialmente 181 (91,4) 100 (65,8)

Hábitos farmacológicos n (%)

Sem medicação anterior 169 (85,4) 140 (92,1)

Com medicação anterior 17 (8,6) 7 (4,6)

Medicação na gravidez 12 (6,1) 5 (3,3)

Page 32: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

32

eutócito e 60 tiveram um parto distócito. Cerca de 74,5% planearam a gravidez e

constatou-se que 14% tiveram dificuldade em engravidar, cuja mediana foi 14 meses.

Também verificamos que 91,5% amamentaram os seus filhos e a mediana do tempo de

amamentação foi 6 meses.

Tabela 2 - Prevalência de depressão na mãe e no pai nos vários momentos

SADS-L

37SG* Mãe

n (%)

SADS-L

37SG* Pai

n (%)

SADS-L

6SPP§ Mãe

n (%)

SADS-L

6SPP§ Pai

n (%)

SADS-L

12MPP¥ Mãe

n (%)

SADS-L

12MPP¥ Pai

n (%)

sem

depressão 125 (62,5) 120 (60,0) 163 (81,5) 143 (71,5) 121 (60,5) 125 (64,2)

com

depressão 75 (37,5) 33 (16,5) 37 (18,5) 6 (3,0) 58 (32,4) 15 (10,7)

*SG – semanas de gestação; §SPP – semanas pós-natal;

¥MPP – meses pós-natal

Na nossa amostra 125 das mães e 120 dos pais nunca haviam tido episódios de

depressão. Aos 12 meses 32,4% das mães e 10,7% dos pais haviam experimentado

sintomas de depressão no último ano (tabela 2). Cerca de um terço das mulheres

(34,7%) que deprimiram antes do parto também deprimem 6 semanas após o parto e

56,3% deprimem até aos 12 meses. No que respeita aos homens 16,5% deprimiram

antes do parto, mas destes apenas 15,6% deprimiram 6 semanas após o parto e 12,5%

deprimiram 12 meses após o parto.

Depressão nos pais e Desenvolvimento físico do bebé

Verificou-se que na presença de depressão anterior, na mulher, os bebés, aos 12

meses, têm uma altura inferior aos restantes bebés (74,6±3,0 cm vs. 75,6±2,6 cm

respectivamente; p=0,042). A presença de depressão anterior no homem resultou em

bebés com peso menor ao 1º (3920,3±631,7 g vs. 4179,3±514,2 g) e ao 3º mês

(5655,0±651,3 g vs. 5977,6±648,9 g), com valor de p=0,033 e p=0,041, respectivamente.

Ainda dentro do mesmo grupo os perímetros cefálicos no 1º mês (33,9±1,3 cm vs.

34,6±1,3 cm; p=0,014), no 3º mês (39,9±1,5 cm vs. 40,7±1,2 cm; p=0,022) e no 6º mês

(42,8±1,2 cm vs. 43,6±1,3 cm; p=0,006) também foram mais baixos (tabela 3).

Aquando da avaliação da depressão 6 semanas após o parto, apenas

encontramos valor significativo na avaliação da altura dos bebés com 3 meses e a

depressão no pai (60,2±2,3 cm sem depressão vs. 57,7±2,1 cm com depressão; p=0,039)

(tabela 4).

Page 33: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

33

No que respeita à avaliação da depressão nos pais aos 12 meses e o

desenvolvimento físico dos bebés realçamos que o peso do bebé aos 3 meses é superior

nas mães com depressão (6331,9 ±804,5 g nas mães com depressão vs. 5784,7±631,1 g

nas mães sem qualquer perturbação; p=0,024) e o perímetro cefálico dos bebés, também

aos 3 meses, e a depressão nos pais, onde bebés de pais deprimidos têm um perímetro

cefálico inferior (40,3±0,5 cm em pais com depressão vs. 40,6±1,3 cm em pais sem

qualquer perturbação; p=0,049) (tabela 5).

Nas restantes avaliações da depressão nos pais e a influência no

desenvolvimento físico dos bebés não encontramos resultados estatisticamente

significativos (tabelas 3, 4 e 5).

Tabela 3 – Desenvolvimento físico dos bebés e depressão nos pais às 37 semanas de gestação

Mãe – 37 semanas de

gestação

Pai – 37 semanas de

gestação

N Média±d.p. p N Média±d.p. p

PB* (g) nascença C/DA

# 58 3335,2±402,8

0,836 26 3223,5±518,2

0,115 S/DA

£ 103 3321,5±403,6 101 3367,8±382,3

PB* (g) - 1 mês C/DA

# 54 4138,3±629,4

0,843 26 3920,4±631,7

0,033 S/DA

£ 99 4119,9±503,1 94 4179,3±514,2

PB* (g) - 2 meses C/DA

# 48 5161,2±754,5

0,349 22 4916,4±593,7

0,239 S/DA

£ 93 5046,3±524,5 86 5080,9±578,7

PB* (g) - 3 meses C/DA

# 42 6140,5±955,2

0,087 22 5655,0±651,3

0,041 S/DA

£ 93 5862,9±586,5 82 5977,6±648,9

PB* (g) - 6 meses C/DA

# 52 7687,7±984,1

0,275 26 7319,5±721,1

0,092 S/DA

£ 95 7515,0±759,8 89 7635,6±865,3

PB* (g) - 12

meses

C/DA# 51 9917,7±1271,7

0,439 24 9575,0±1200,7

0,391 S/DA

£ 94 9769,0±999,3 89 9786,0±1026,1

AB¥ (cm) –

nascença

C/DA# 58 49,5±1,4

0,937 26 49,2±2,2

0,298 S/DA

£ 103 49,6±1,7 101 49,6±1,5

AB¥ (cm) - 1 mês

C/DA# 50 53,1±2,2

0,401 23 53,0±2,3

0,586 S/DA

£ 83 53,4±1,9 80 53,3±2,0

AB¥ (cm) - 2

meses

C/DA# 49 57,1±2,3

0,695 22 56,7±2,2

0,571 S/DA

£ 88 57,0±2,0 84 57,0±2,2

AB¥ (cm) - 3

meses

C/DA# 37 60,4±2,2

0,535 20 59,9±2,5

0,599 S/DA

£ 84 60,3±2,7 70 60,2±2,2

AB¥ (cm) - 6 C/DA

# 52 67,1±2,4 0,307 26 66,2±2,2 0,061

Page 34: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

34

meses S/DA£ 94 66,7±2,1 88 67,2±2,2

AB¥ (cm) - 12

meses

C/DA# 50 74,6±3,0

0,042 24 75,1±3,1

0,869 S/DA

£ 92 75,6±2,6 86 75,2±2,7

PCB§

(cm) -

nascença

C/DA# 56 34,3±1,2

0,486 26 33,9±1,3

0,014 S/DA

£ 103 34,5±1,4 99 34,6±1,3

PCB§ (cm) - 1

mês

C/DA# 49 37,1±1,5

0,432 25 36,9±1,5

0,146 S/DA

£ 83 37,3±1,1 79 37,3±1,3

PCB§ (cm) - 2

meses

C/DA# 46 39,1±1,5

0,747 21 38,7±1,3

0,104 S/DA

£ 85 39,2±1,4 82 39,2±1,4

PCB§ (cm) - 3

meses

C/DA# 38 40,7±1,5

0,633 19 40,0±1,5

0,022 S/DA

£ 81 40,6±1,3 71 40,7±1,3

PCB§ (cm) - 6

meses

C/DA# 50 43,5±1,3

0,862 24 42,8±1,3

0,006 S/DA

£ 92 43,5±1,4 86 43,6±1,3

PCB§ (cm) - 12

meses

C/DA# 48 46,4±1,4

0,421 23 46,1±1,2

0,152 S/DA

£ 90 46,6±1,4 83 46,6±1,4

*PB – Peso do Bebé; ¥AB

- Altura do Bebé;

§PCB – Perímetro Cefálico do Bebé;

#C/DA – Com Depressão Anterior;

£S/DA – Sem Depressão Anterior

Tabela 4 - Desenvolvimento físico dos bebés e depressão nos pais 6 semanas após o parto

Mãe – 6 semanas pós-natal Pai – 6 semanas pós-natal

N Média±d.p. p N Média±d.p p

PB* (g) nascença SP

# 114 3304,4±382,2

0,980 100 3374,1±408,2

0,168 CD

£ 29 3302,4±399,4 6 3136,2±393,6

PB* (g) - 1 mês SP

# 111 4109,2±512,2

0,889 94 4178,1±522,5

0,356 CD

£ 26 4126,0±691,5 6 3973,3±557,0

PB* (g) - 2 meses SP

# 105 5051,2±568,0

0,337 86 5097,0±544,2

0,746 CD

£ 23 5218,9±778,8 5 5178,0±487,8

PB* (g) - 3 meses SP

# 101 5900,1±671,7

0,341 85 5971,7±630,2

0,077 CD

£ 22 6121,8±1024,0 4 5392,5±709,9

PB* (g) - 6 meses SP

# 107 7535,2±811,5

0,228 89 7640,9±828,2

0,660 CD

£ 24 7825,2±1088,8 6 7487,5±754,5

PB* (g) - 12

meses

SP# 107 9796,9±998,9

0,475 89 9811,2±1060,2

0,455 CD

£ 23 10043,9±1567,7 6 9476,7±1023,8

AB¥ (cm) –

nascença

SP# 114 49,5±1,6

0,897 100 49,7±1,5

0,210 CD

£ 29 49,5±1,6 6 48,8±2,3

AB¥ (cm) - 1 mês SP

# 94 53,2±2,0 0,920 80 53,4±2,0 0,143

Page 35: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

35

CD£ 24 53,3±2,5 6 52,2±1,8

AB¥ (cm) - 2

meses

SP# 100 56,9±2,0

0,308 84 57,0±2,2

0,543 CD

£ 23 57,6±2,7 5 56,4±2,5

AB¥ (cm) - 3

meses

SP# 92 60,7±2,1

0,689 73 60,2±2,3

0,039 CD

£ 18 60,5±3,1 4 57,8±2,1

AB¥ (cm) - 6

meses

SP# 106 66,8±2,1

0,384 88 67,1±2,1

0,121 CD

£ 24 67,2±2,7 6 65,7±2,4

AB¥ (cm) - 12

meses

SP# 104 75,3±2,8

0,998 86 75,3±2,7

0,399 CD

£ 23 75,3±3,2 6 74,3±3,5

PCB§

(cm) -

nascença

SP# 113 34,4±1,3

0,840 98 34,6±1,3

0,424 CD

£ 28 34,5±1,3 6 34,2±1,7

PCB§ (cm) - 1

mês

SP# 93 37,3±1,2

0,697 80 37,3±1,3

0,532 CD

£ 24 37,2±1,4 6 37,0±1,3

PCB§ (cm) - 2

meses

SP# 97 39,2±1,5

0,552 82 39,2±1,4

0,337 CD

£ 21 39,0±1,2 5 38,6±1,5

PCB§ (cm) - 3

meses

SP# 91 40,6±1,3

0,768 72 40,6±1,3

0,096 CD

£ 18 40,5±1,5 4 39,5±1,9

PCB§ (cm) - 6

meses

SP# 104 43,6±1,4

0,676 85 43,6±1,3

0,201 CD

£ 23 43,4±1,3 6 42,8±1,3

PCB§ (cm) - 12

meses

SP# 102 46,6±1,4

0,285 82 46,5±1,3

0,076 CD

£ 22 46,3±1,5 6 45,5±1,8

*PB – Peso do Bebé; ¥AB

- Altura do Bebé;

§PCB – Perímetro Cefálico do Bebé;

#SP – Sem Perturbação;

£CD – Com Depressão

Tabela 5 - Desenvolvimento físico dos bebés e depressão nos pais 12 meses após o parto

Mãe – 12 meses pós-natal Pai – 12 meses pós-natal

N Média±d.p. p N Média±d.p. p

PB* (g) nascença SP

# 95 3293,5±438,8 0,319

108 3342,5±430,3 0,271

CD£ 53 3395,3±347,5 10 3380,3±314,0

PB* (g) - 1 mês SP

# 92 4050,0±541,6 0,521

101 4131,0±552,7 0,786

CD£ 48 4254,0±506,2 10 4165,0±576,2

PB* (g) - 2 meses SP

# 88 5003,4±566,5 0,338

92 5059,2±574,7 0,664

CD£ 42 5343,3±629,0 9 4993,9±530,5

PB* (g) - 3 meses SP

# 87 5784,7±631,1 0,024

91 5921,7±640,8 0,815

CD£ 37 6331,9±804,5 6 5818,3±735,9

PB* (g) - 6 meses SP# 89 7406,8±784,6 0,051 97 7581,1±822,4 0,492

Page 36: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

36

CD£ 46 7879,7±912,0 9 7377,8±942,0

PB* (g) - 12

meses

SP# 89 9592,4±1016,6 0,054

94 9733,8±1066,8 0,669

CD£ 43 10217,0±1191,2 10 9711,0±977,5

AB¥ (cm) –

nascença

SP# 95 49,4±1,7 0,042

108 49,5±1,7 0,838

CD£ 53 49,9±1,4 10 50,0±1,9

AB¥ (cm) - 1 mês

SP# 81 53,0±1,9 0,465

86 53,4±2,0 0,828

CD£ 41 53,7±2,1 9 53,3±2,7

AB¥ (cm) - 2

meses

SP# 86 57,0±2,1 0,664

90 57,0±2,2 0,841

CD£ 40 57,4±2,2 9 56,7±2,1

AB¥ (cm) - 3

meses

SP# 77 59,8±2,3 0,310

78 60,1±2,2 0,335

CD£ 34 60,7±2,2 6 60,3±2,9

AB¥ (cm) - 6

meses

SP# 88 66,7±2,3

0,367

96 67,0±2,2 0,242

CD

£ 46 67,3±2,2 9 66,9±2,9

AB¥ (cm) - 12

meses

SP# 87 75,1±2,8 0,697

92 75,3±2,7 0,554

CD£ 42 75,6±2,9 9 75,4±3,4

PCB§

(cm) -

nascença

SP# 95 34,3±1,4 0,889

106 34,5±1,3 0,483

CD£ 51 34,7±1,3 10 34,4±1,2

PCB§ (cm) - 1

mês

SP# 82 37,0±1,3 0,508

87 37,3±1,3 0,454

CD£ 39 37,8±1,1 9 37,1±1,2

PCB§ (cm) - 2

meses

SP# 84 39,1±1,4 0,578

87 39,1±1,4 0,307

CD£ 37 39,4±1,5 9 38,8±1,0

PCB§ (cm) - 3

meses

SP# 77 40,5±1,3 0,586

78 40,6±1,3 0,049

CD£ 33 40,9±1,4 6 40,3±0,5

PCB§ (cm) - 6

meses

SP# 85 43,4±1,3 0,921

92 43,5±1,4 0,142

CD£ 45 43,7±1,4 9 43,3±1,0

PCB§ (cm) - 12

meses

SP# 84 46,5±1,4

0,804 88 46,5±1,4

0,870 CD

£ 41 46,8±1,5 9 46,2±1,5

*PB – Peso do Bebé; ¥AB

- Altura do Bebé;

§PCB – Perímetro Cefálico do Bebé;

#SP – Sem Perturbação;

£CD – Com Depressão

Depressão nos pais e morbilidade no bebé

Relacionando a depressão no pai e na mãe nos vários momentos de avaliação e

os episódios de infecções (tabela 6) e diarreias (tabela 7) ao longo dos 12 meses do bebé

apuramos que não existem diferenças estatisticamente significativas (p≥0,05). Na grande

maioria da amostra, os bebés não tinham episódios de diarreias e infecções.

Page 37: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

37

Tabela 6 – Prevalência de infecções nos bebés e avaliação da depressão da mãe e do pai

Avaliação da Depressão na Mãe

37 semanas de gestação 6 semanas pós-natal 12 meses pós-natal

S/DA# C/DA

£ SP

# CD

£ SP

# CD

£

Infecçõ

es no

bebé –

1º ano

de vida

Nenhuma N (%) 54(52,9%) 27(45,8%) 58(51,3%) 13(43,3%) 51(53,7%) 22(40,7%)

Entre 1 e 3

vezes

N (%) 36(35,3%) 28(47,5%) 43(38,1%) 14(46,7%) 37(38,9%) 24(44,4%)

Entre 4 e 5

vezes

N (%) 6(5,9%) 2(3,4%) 7(6,2%) 0(0,0%) 4(4,2%) 3(5,6%)

Mais de 5

vezes

N (%) 6(5,9%) 2(3,4%) 5(4,4%) 3(10,0%) 3(3,2%) 5(9,3%)

p 0,640 0,646 0,287

Avaliação da Depressão no Pai

37 semanas de gestação 6 semanas pós-natal 12 meses pós-natal

S/DA# C/DA

£ SP

# CD

£ SP

# CD

£

Infecçõ

es no

bebé –

1º ano

de vida

Nenhuma N (%) 52(52,0%) 16(61,5%) 54(54,5%) 4(66,7%) 58(54,2%) 6(60,0%)

Entre 1 e 3

vezes

N (%) 37(37,0%) 9(34,6%) 36(36,4%) 2(33,3%) 39(36,4%) 2(20,0%)

Entre 4 e 5

vezes

N (%) 6(6,0%) 1(3,8%) 4(4,0%) 0(0,0%) 5(4,7%) 2(20,0%)

Mais de 5

vezes

N (%) 5(5,0%) 0(0,0%) 5(5,1%) 0(0,0%) 5(4,7%) 0(0,0%)

p 0,589 0,117 0,954 #S/DA – Sem Depressão Anterior ou Sem Perturbação; £C/DA – Com Depressão Anterior ou Com Depressão

Tabela 7 – Prevalência de diarreias nos bebés e avaliação da depressão da mãe e do pai

Avaliação da Depressão na Mãe

37 semanas de gestação 6 semanas pós-natal 12 meses pós-natal

S/DA# C/DA

£ SP

# CD

£ SP

# CD

£

Diarreia

s no

bebé –

1º ano

de vida

Nenhuma N (%) 55 (53,9%) 34 (57,6%) 61 (54,0%) 18 (60,0%) 51 (53,7%) 31 (57,4%)

Entre 1 e 3

vezes

N (%) 37 (36,3%) 20 (33,9%) 42 (37,2%) 8 (26,7%) 36 (37,9%) 16 (29,6%)

Entre 4 e 5

vezes

N (%) 2 (2,0%) 0 (0,0%) 2 (1,8%) 0 (0,0%) 2 (2,1%) 0 (0,0%)

Mais de 5

vezes

N (%) 8 (7,8%) 5 (8,5%) 8 (7,1%) 4 (13,3%) 6 (6,3%) 7 (13,0%)

p 0,652 0,942 0,882

Avaliação da Depressão no Pai

37 semanas de gestação 6 semanas pós-natal 12 meses pós-natal

S/DA# C/DA

£ SP

# CD

£ SP

# CD

£

Diarreia

s no

bebé –

1º ano

de vida

Nenhuma N (%) 56 (56,0%) 16 (61,5%) 53 (53,5%) 4 (66,7%) 61 (57,0%) 7 (70,0%)

Entre 1 e 3

vezes

N (%) 37 (37,0%) 9 (34,6%) 39 (39,4%) 2 (33,3%) 38 (35,5%) 3 (30,0%)

Entre 4 e 5

vezes

N (%) 2 (2,0%) 0 (0,0%) 2 (2,0%) 0 (0,0%) 2 (1,9%) 0 (0,0%)

Page 38: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

38

Mais de 5

vezes

N (%) 5 (5,0%) 1 (3,8%) 5 (5,1%) 0 (0,0%) 6 (5,6%) 0 (0,0%)

p 0,563 0,430 0,655

#S/DA – Sem Depressão Anterior ou Sem Perturbação; £C/DA – Com Depressão Anterior ou Com Depressão

Depressão nos pais e outros factores

Comparando a presença de depressão do pai e da mãe nos vários momentos

com pais e mães sem depressão, e o índice de APGAR dos bebés medido ao 1º e ao 5º

minuto verificamos que não existem diferenças significativas. Conclui-se, ainda, que a

mediana do índice de APGAR ao 1º minuto é 9 e ao 5º minuto é 10.

Relacionando a presença ou não de depressão nos progenitores, avaliada 6

semanas após o parto e 12 meses após o parto, e o facto de as mães terem ou não

amamentado os seus filhos concluímos que não há diferenças estatisticamente

significativas (p≥0,05) (tabela 8).

Tabela 8 – Desenvolvimento físico dos filhos e amamentação

Peso (g)* 1 mês 2 meses 3 meses 6 meses 12 meses

Amamentou filho 4144,3±547,5 5102,5±599,0 5950,9±736,8 7574,1±858,4 9843,3±1101,2

Não amamentou filho 3977,1±571,4 4956,1±752,1 5978,5±694,3 7612,5±775,5 9683,2±1138,5

p 0,280 0,414 0,898 0,881 0,607

Altura (cm)* 1 mês 2 meses 3 meses 6 meses 12 meses

Amamentou filho

Não amamentou filho

53,3±2,0

52,7±1,8

57,0±2,1

57,4±2,7

60,0±2,3

60,5±3,0

66,8±2,1

68,2±2,8

75,2±2,8

76,1±2,9

p 0,293 0,465 0,487 0,025 0,261

Perímetro Cefálico (cm)* 1 mês 2 meses 3 meses 6 meses 12 meses

Amamentou filho

Não amamentou filho

37,3±1,3

37,2±1,3

39,2±1,4

39,20±1,3

41,0±1,4

40,75±1,4

43,5±1,4

43,9±1,2

46,5±1,4

46,7±1,3

p 0,721 0,930 0,709 0,265 0,754

*Média±d.p.

Quando nos referimos à amamentação e ao desenvolvimento físico dos bebés

(parâmetros de peso, altura e perímetro cefálico medidos ao 1º, 2º 3º 6º e 12º mês)

verificamos resultado significativo no que respeita à altura dos bebés aos 6 meses

(p=0,025), no entanto verifica-se que os bebés que foram amamentados medem menos

do que os filhos de mães que não amamentaram (66,8 cm e 68,3 cm, respectivamente).

Nos restantes parâmetros não se verificaram diferenças estatisticamente significativas

(p≥0,05).

Page 39: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

39

Avaliou-se, também, bebés que foram ou não amamentados e presença de

diarreias e infecções ao longo do primeiro ano de vida, não sendo significativo (p=0,558 e

p=0,792, respectivamente), mas foi perceptível que mães deprimidas pararam de

amamentar mais cedo, tanto na avaliação 6 semanas após o parto (6 meses vs. 4 meses,

sem e com depressão, respectivamente; p = 0,013), como na avaliação aos 12 meses (6

meses vs. 5 meses, sem e com depressão, respectivamente; p = 0,040).

Na nossa amostra, a relação entre a depressão pré-parto e a dificuldade em

engravidar é significativa nos homens (p=0,008), mas não nas mulheres (p=0,070). De

igual modo não foram encontrados resultados estatisticamente significativos entre a

dificuldade em engravidar e a depressão dos pais às 6 semanas e aos 12 meses após o

parto. Também não foi significativo a influência da dificuldade em engravidar no

desenvolvimento físico dos bebés (p≥0,05).

O sexo dos bebés não influenciou a presença de depressão às 6 semanas e 12

meses após o parto e também não influenciou a prevalência de diarreias (p=0,737), de

infecções (p=0,793) e APGAR ao 1º minuto (p=0,099) e ao 5º minuto (p=0,405). No que

respeita ao desenvolvimento físico existem diferenças em relação ao sexo do bebé, cada

vez mais acentuadas com o crescimento do bebé. Assim as diferenças de peso à

nascença não são significativas (rapariga: 3301,7 g; rapaz: 3358,5 g; p=0,245), mas são

aos 12 meses (rapariga: 9636,9 g; rapaz: 10061,4 g; p=0,029). Tal como a altura à

nascença que também não difere (rapariga: 49,4 cm; rapaz: 49,8 cm; p=0,052) mas aos

12 meses é estatisticamente diferente (rapariga: 74,6 cm; rapaz: 76,1 cm; p=0,030).

Apesar de existirem diferenças significativas no perímetro cefálico desde a nascença

(rapariga: 34,2 cm; rapaz: 34,7 cm; p=0,007), são mais acentuadas aos 12 meses

(rapariga: 46,0 cm; rapaz: 47,2 cm; p<0,001).

Após a análise da influência da depressão nas várias fases do estudo nos

parâmetros de desenvolvimento físico, separadamente, analisámos a influência

cumulativa da depressão em mais do que uma dessas mesmas fases, isoladamente em

pais e mães. A depressão dos pais não foi significativa em relação a nenhum dos

desenvolvimentos do bebé. Este facto deveu-se a haver poucos casos de homens com

depressão em mais do que um momento. A depressão das mães foi significativa apenas

em relação aos parâmetros de desenvolvimento físico. Encontrámos diferenças

significativas em relação ao peso aos 2 meses (p=0,033), 3 meses (p=0,001), 6 meses

(p=0,024) e 12 meses (p=0,026) e perímetro cefálico ao 1º mês (p=0,011). Em análise

post-hoc, constatámos que as mães que tiveram depressão em todas as fases tinham

bebés com mais peso aos 3 meses do que as que não tiveram depressão em nenhum

momento (p=0,001), enquanto as mães que tiveram depressão antes do parto, mas que

Page 40: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

40

se prolongou até às 6 primeiras semanas após o parto, tiveram bebés com perímetro

cefálico ao 1º mês inferior aos bebés de mães com depressão antes do parto e após as

primeiras 6 semanas após o parto (p=0,008). Os outros parâmetros não demonstraram

significância quando comparados 2 a 2. Também não foi encontrado significado

estatístico em relação à influência cumulativa da depressão, em mães e pais, na

prevalência de diarreias e infecções no 1º ano de vida dos bebés.

Os hábitos de consumo de mães e pais não tiveram um efeito cumulativo na

prevalência de diarreias e infecções no 1º ano de vida dos bebés. O desenvolvimento

físico também é afectado pelos hábitos de consumo de pais e mães, mas dada a

escassez de casos em cada uma das categorias destas variáveis, não foi possível fazer

uma análise mais pormenorizada das relações encontradas: nos pais – peso aos 2

meses (p=0,032), peso aos 3 meses (p=0,015), peso aos 6 meses (p=0,003), peso aos

12 meses (p=0,011), altura aos 3 meses (p=0,031) e altura aos 6 meses (p=0,003) –; e

nas mães – peso aos 3 meses (p=0,004), peso aos 12 meses (p=0,037) e perímetro

cefálico aos 3 meses (p=0,029).

Através dos modelos preditivos pelo método de regressão linear foi possível

encontrar alguns resultados respeitantes ao desenvolvimento físico. No entanto, não

foram encontradas associações entre as variáveis estudadas e a prevalência de diarreias

e infecções no 1º ano de vida.

Os modelos multivariados calculados explicam uma percentagem reduzida dos

vários parâmetros de desenvolvimento estudados. De salientar ainda as associações

encontradas entre as variáveis estudadas e o desenvolvimento físico do bebé. O facto de

o bebé pertencer ao sexo masculino influencia o peso, altura e perímetro cefálico deste,

em quase todos os momentos do seu desenvolvimento, quer isoladamente (peso aos 3

meses: p=0,003; β=430,422; R2=0,110; altura aos 12 meses: p=0,006; β=1,897;

R2=0,108; perímetro cefálico aos 6 meses: p<0,001; β=1,168; R2=0,185; e perímetro

cefálico aos 12 meses: p<0,001; β=1,322; R2=0,197), quer em associação com outras

variáveis (perímetro cefálico ao 1º mês: p=0,015; β=0,613; R2=0,102 – em associação

com a presença de medicação dos pais: p=0,024; β=-1,061; perímetro cefálico aos 2

meses: p=0,002; β=0,938; R2=0,176 – em associação com a presença de hábitos

alcoólicos das mães: p=0,028; β=-1,283; perímetro cefálico aos 3 meses: p=0,031;

β=1,492 ;R2=0,230 – em associação novamente com a presença hábitos alcoólicos das

mães: p=0,001; β=-4,209).

Encontrou-se uma influência entre a ingestão de bebidas alcoólicas pelas mães e

o perímetro cefálico dos bebés aos 3 meses (p=0,001; β=4,333; R2=0,171) e a

Page 41: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

41

escolaridade de mães e pais no perímetro cefálico aos 12 meses (p=0,001; β=0,850 para

a escolaridade materna e p=0,025; β=-0,495 para a escolaridade paterna; R2=0,157).

Discussão

O principal objectivo deste estudo foi o de explorar a associação entre a

depressão antes e após o parto e o desenvolvimento físico e de saúde dos bebés durante

o primeiro ano de vida.

Da nossa amostra realçamos o facto de se tratar de indivíduos com grau de

escolaridade superior e de idade jovem. Estes dados podem levar-nos a inferir que se

trata de uma amostra de pessoas informadas, apesar de quase metade das progenitoras

serem primíparas. Segundo Romito et al. (1999) o nível educacional é consistente com a

ocorrência de DPN. Na nossa amostra, apesar da escolaridade elevada dos sujeitos,

constatamos uma elevada prevalência de depressão, essencialmente nas mulheres.

Notemos que esta taxa é superior à encontrada noutras pesquisas, que se situa entre os

10 a 15% (Klaus et al., 2000 cit in Schwengber e Piccini, 2003), podendo tal facto dever-

se a diferenças nos intervalos de tempo considerados e a diferenças metodológicas, pois

a maior parte dos estudos avaliaram a depressão nos progenitores com a EPDS

(Edinburgh Post Depression Scale). Trata-se de um questionário de auto-resposta, usado

correntemente para avaliar a ocorrência de DPN, constituída por 10 questões de escolha

múltipla, enquanto a SADS-L é uma entrevista semi-estruturada, utilizada por sujeitos

treinados para a sua aplicação.

Além disso, deve-se observar, porém, que a amostra estudada não é

representativa da população, de forma que o resultado encontrado deve ser tomado

como característica do grupo estudado, não podendo ser generalizado. Tal como vários

estudos realizados anteriormente (Paykel et al., 1980; Buesching et al., 1986; O`Hara e

Swain, 1996; Robertson et al., 2004), também constatamos que a presença de depressão

anterior ao parto é um factor de risco para a depressão após o parto.

Na presença de depressão na mãe e no pai, de forma geral, os bebés mediram

menos, pesaram menos e o perímetro cefálico foi mais baixo, mas poucas vezes estes

resultados foram expressivos, sendo mais visível, tal diferença, quando comparamos com

a depressão na mãe e no pai antes do parto e 6 semanas após o parto, diminuindo a

diferença entre os grupos na avaliação da depressão aos 12 meses após o parto. Os

nossos resultados vão de encontro ao estudo realizado por Tomlinson et al. (2006) onde

não encontraram efeitos da DPN no desenvolvimento infantil e contrário aos estudos de

O’Brien et al. (2004), Adewuya et al. (2008) e Surkan et al. (2008b) onde as crianças

tiveram um crescimento significativamente menor. As diferenças de sexo dos bebés

Page 42: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

42

referidas, em que o sexo masculino influenciou de uma forma directa o desenvolvimento

físico, são aceites pela Organização Mundial de Saúde, visíveis nas curvas internacionais

de crescimento infantil (www.who.int/childgrowth). Encontramos, também, alguns

resultados significativos na influência da duração da depressão na mãe e o

desenvolvimento físico dos bebés, mas, tendo em conta os resultados encontrados,

julgámos que poderão ser achados pontuais, que deverão ser comprovados através de

estudos mais detalhados e específicos.

Os estudos realizados até ao momento sobre a prevalência de diarreias foram

realizados em países do terceiro mundo, nomeadamente na Nigéria e no Sul da Ásia,

pelo que os resultados encontrados podem ser característicos da população estudada.

No nosso estudo encontramos prevalências bastante inferiores e verificamos a ausência

de relação entre a depressão no pai e na mãe e a presença de infecções e diarreias,

assim como com o índice de APGAR ao primeiro e ao quinto minuto.

Quando nos referimos ao planeamento da gravidez percebemos que uma elevada

percentagem das mães planearam a gravidez, que poderá ser antevejo para evitar a

DPN, à semelhança dos resultados encontrados por Beck (2001). Apenas 14% dos

casais tiveram dificuldade em engravidar e nestes a depressão afectou mais os homens

antes do parto. Deduz-se que a dificuldade em engravidar aumenta o risco de depressão

pré-parto nos homens.

Percebemos que uma elevada percentagem de mães amamentaram os seus

filhos, podendo funcionar como um factor protector para a depressão (Misri et al., 1997) e

para o desenvolvimento dos bebés. Quando comparamos a depressão na mãe e no pai e

o desenvolvimento do peso, altura e perímetro cefálico dos bebés, não encontramos

diferenças, provavelmente porque o número de bebés que não foram amamentados é

reduzido. Também não podemos afirmar que a amamentação funciona como factor

protector quando falamos de diarreias e infecções nos bebés, mais uma vez poderá

dever-se ao tamanho da amostra de bebés que não foram amamentados e à baixa

prevalência desta situação. Mas, concordante com outros estudos realizados (Misri et al.,

1997; Henderson et al., 2003; Taj e Sikander, 2003; Adewuya et al., 2008) concluímos

que a DPN tem um impacto negativo na duração do período de amamentação. Vários

factores podem influenciar o período de amamentação e consideramos que teria sido

importante descortinar quais os factores que concorrem para o tempo de amamentação,

tal como a toma de antidepressivos ou outra medicação, a influência de factores

hormonais, ou até a menor disponibilidade emocional materna para a amamentação.

Por fim, o desenvolvimento físico dos bebés foi afectado pelos hábitos de

consumo cumulativo de pais e mães mas, mais uma vez, salientamos a escassez de

Page 43: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

43

casos para podermos tirar ilações, apesar da associação do tabaco (Barr et al., 1984;

Kahn et al., 2002; Homish, 2004) e do álcool (Barr et al., 1984; Homish, 2004), a

problemas de saúde e desenvolvimento físico dos bebés. Sampson et al. (1994) apenas

encontrou relação do efeito do álcool à nascença, esvanecendo-se com o passar do

tempo. No entanto, salientamos, que deve ser dada uma atenção para estes hábitos,

uma vez que Fleming (2009) retratou que uma intervenção breve sobre os hábitos de

consumo de álcool na mulher pode funcionar como factor preventivo da DPN, logo o

desenvolvimentos dos bebés.

Posto isto, como limitações deste estudo pode-se referir que a validade externa

encontra-se comprometida, pois a amostra foi seleccionada por conveniência e não

aleatoriamente, e os resultados não podem ser generalizados à população nacional pois

a amostra está sujeita aos mesmos factores ambientais, sociais, culturais e geográficos.

Outro factor relaciona-se com o número reduzido de elementos da amostra e que,

quando divididos em subgrupos de análise, se tornaram demasiado pequenos para que

fosse possível estabelecer resultados significativos e conclusões, constituindo um erro

tipo beta, diminuindo o poder estatístico dos testes e a validade interna dos resultados.

Apesar da entrevista SADS-L ter sido aplicado por pessoas treinadas para tal

poderá ter existido viés na informação, nomeadamente pelo facto de ter sido aplicada nos

3 momentos, logo aumentando o risco de ocorrer um conhecimento da prova e por poder

existir omissão de sintomas pelos sujeitos, no entanto, o facto de ser aplicada em forma

de entrevista semi-estruturada, onde o investigador usava várias estratégias e técnicas

para recolha da informação e dos sintomas poderá diminuir a ocorrência de viéses de

informação e memória.

Aquando da avaliação da depressão no pai e na mãe às 6 semanas e 12 meses

após o parto não foram contabilizados os sujeitos que manifestaram ansiedade,

diminuindo, ainda mais, o tamanho da amostra. A gravidade da depressão não foi tida em

conta, aspecto que teria sido relevante para perceber se a gravidade da depressão

influenciava os parâmetros avaliados nos bebés.

Acresce, ainda, a inexactidão dos índices de morbilidades nem sempre ter sido

sujeito a confirmação médica, essencialmente no que respeita às diarreias. A definição

de diarreia também é vaga e ambígua, levando, muitas vezes, à incerteza dos pais sobre

a sua classificação. Estas limitações fragilizam os dados referidos pelos pais e,

consequentemente, a validade dos resultados.

Page 44: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

44

Conclusão

Recentemente o impacto negativo da depressão pós-natal na relação mãe-bebé e

no desenvolvimento infantil tem sido estudado e documentado. Salienta-se a importância

de uma intervenção atempada, pois trata-se de um problema de saúde pública e que

beneficia de intervenções sustentadas (Poobalan et al., 2007), podendo ajudar a reduzir a

morbilidade e mortalidade nas crianças (Rahman et al., 2004b) e melhorar o crescimento

infantil (Patel et al., 2004). Como vimos, vários estudos analisados são unânimes no

sentido em que a depressão influencia o desenvolvimento infantil, nomeadamente no que

respeita à ocorrência posterior de problemas. A delicadeza com a qual os sintomas

depressivos maternos se apresentam não significa que as implicações na díade mãe-

bebé sejam, igualmente, ténues, uma vez que os bebés se conseguem aperceber das

mínimas deficiências no comportamento materno.

No nosso estudo, dos factores investigados – desenvolvimento físico e de saúde –

o primeiro mostrou ser afectado, ainda que de forma ténue, no sentido previsto da

hipótese inicial, ou seja, uma associação entre a presença de depressão na mãe e no pai

e menor desenvolvimento físico. Também encontramos diferenças no período de

amamentação e uma alta prevalência da taxa de DPN nas mães e diferenças no sexo

dos bebés e o seu desenvolvimento físico.

Este é, naturalmente, um tema importante em termos de saúde pública, mas que,

para além disso, é também merecedor de estudo pelo prisma da medicina legal e do

direito, por se poder encontrar numa ténue fronteira entre a doença e o comportamento

de negligência e de maus-tratos aos filhos.

Page 45: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

45

Referências Bibliográficas

Adewuya, A. O., Ola, B. O., Aloba, O. O., Mapayi, B. M. e Okeniyi, J. A. O. (2008).

Impact of postnatal depression on infants' growth in Nigeria. Journal of Affective

Disorders. 108(1-2): 191-193.

APA. (2002). DSM-IV-TR: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações

mentais. Quarta Edição, Climepsi. Lisboa.

Areias, M. E., Kumar, R., Barros, H. e Figueiredo, E. (1996). Correlates of

postnatal depression in mothers and fathers. The British Journal of Psychiatry. 169: 36-

41.

Barr, H. M., Streissguth, A. P., Martin, D. C., Herman, C. S. (1984). Infant Size at 8

months of age: relationship to maternal use of alcohol, nicotine and caffeine during

pregnancy. Pediatrics. 74(3): 336-341.

Beck, C. T. (2001). Predictors of Postpartum Depression: An Update. Nursing

Research. 50(5): 275-285.

Black, M. M., Baqui, A. H., Zaman, K., El Arifeen, S. e Black, R. E. (2009).

Maternal depressive symptoms and infant growth in rural Bangladesh. American Journal

of Clinical Nutrition. 89(3): 951S-957S.

Buesching, D. P., Glasser, M. L. e Frate, D. A. (1986). Progression of depression

in the prenatal and postpartum periods. Women Health. 11(2): 61-78.

Collins, N. L., Dunkel-Schetter, C., Lobel, M. e Scrimshaw, S. C. M. (1993). Social

Support in Pregnancy: Psychosocial Correlates of Birth Outcomes and Postpartum

Depression. Journal of Personality and Social Psychology. 65(6): 1243-1258.

Cooper, P. J., e Murray, L. (1995). The Course and Recurrence of Postnatal

Depression. British Journal of Psychiatry. 166: 191–195.

Deave, T., Heron, J., Evans, J., e Emond, A. (2008). The impact of maternal

depression in pregnancy on early child development. Centre for Child and Adolescent

Health, University of the West of England, Bristol, UK. 115(8):1043-51.

Field, T. M., Diego, M. Dieter, J., Hernandez-Reif, M. Schanberg, S., Kuhn, C.,

Yando, R. e Bendell, D. (2004). Prenatal depression effects on the fetus and the newborn.

Infant Behavior Development. 27(2): 216-229.

Fleming, F. F., (2009). The Effect of Brief Alcohol Intervention on Postpartum

Depression. American Journal of Maternal/Child Nursing. 34(5): 297–302.

Goodman, J. H. (2004). Paternal postpartum depression, its relationship to

maternal postpartum depression, and implications for family health. Journal of Advanced

Nursing. 45(1): 26-35.

Page 46: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

46

Henderson, J., Evans, S., Straton, J., Priest, S. R. e Hagan, R. (2003). Impact of

Postnatal Depression on Breastfeeding Duration. Birth. 30(3): 175-180.

Hendrick, V., Smith, L. M., Hwang, S., Altshuler, L. L. e Haynes, D. (2003). Weight

gain in breastfed infants of mothers taking antidepressant medications. Journal of Clinical

Psychiatry. 64(4): 410-412.

Homish, G. G., (2004). Alcohol-use and depression among pregnant and

postpartum women. Alcoholism: Clinical and Experimental Research Disponível em:

http://www.scienceblog.com/community (consultado em 7 de Dezembro de 2009)

Kahn, R. S., Zuckerman, B., Bauchner, H., Homer, C. J. e Wise, P. H. (2002).

Women`s health after pregnancy and child outcomes at age 3 years: a prospective cohort

study. American Journal of Public Health. 92(8): 1312-1318.

Ministério da Saúde In:

http://www.portaldasaude.pt/portal/conteudos/enciclopedia+da+saude/saude+mental/depr

essao.htm (consultado dia 13 de Julho de 2009)

Minkovitz, C. S., Strobino, D., Schaefstein, D., Hou, W., Miller, T., Mistry, K. e

Swartz, K. (2005). Maternal depressive symtoms and children`s receipt of health care in

the first 3 years of life. Pediatrics. 115(2): 306-14.

Misri, S., Sinclair D. A. e Kuan A. J. (1997). Breast-feeding and postpartum

depression: is there a relationship? Canadian Journal Psychiatry. 42(10): 1061-1065.

Murray, L. (1992). The impact of postnatal depression on infant development.

Journal of Child Psychology and Psychiatry. 33(3): 543-561.

O’Brien, L. M., Heycock, E. G., Hanna, M., Jones, P. W. e Cox, J. L. (2004).

Postnatal Depression and Faltering Growth: A Community Study. Pediatrics. 113(5):

1242-1247.

O’Hara, M. W. e Swain, A. M. (1996). Rates and risk of postpartum depression—a

meta-analysis. International Review of Psychiatry. 8(1): 37-54.

Organização Mundial de Saúde In: http://www.who.int/childgrowth (consultado em

7 de Dezembro de 2009)

Paykel, E. S., Emms, E. M., Fletcher, J. e Rassaby, E. S. (1980). Life events and

social support in puerperal depression. British Journal of Psychiatry. 136: 339-346.

Patel, V. e Prince, M. (2006). Maternal psychological morbidity and low birth

weight in India. British Journal of Psychiatry. 188: 284-285.

Patel, V., DeSouza, N. e Rodrigues, M. (2003). Postnatal depression and infant

growth and development in low income countries: a cohort study from Goa, India.

Archives of Disease in Childhood. 88: 34-37.

Page 47: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

47

Patel, V., Rahman, A., Jacob, K. S. e Hughes, M. (2004). Effect of maternal mental

health on infant growth in low income countries: new evidence from South Asia. British

Medical Journal. 328: 820-823.

Poobalan, A. S., Aucott, L. S., Ross, L., Smith, W. C. S., Helms, P. J. e Williams, J.

H. G. (2007). Effects of treating postnatal depression on mother-infant interaction and

child development: Systematic review. British Journal of Psychiatric. 191(4): 378-386.

Rahman, A., Bunn, J., Lovel, H. e Creed, F. (2007). Maternal depression increases

infant risk of diarrhoeal illness: – a cohort study. Archives of Disease in Childhood. 92: 24-

28.

Rahman, A., Iqbal, Z., Bunn, J., Lovel, H. e Harrington, R. (2004a). Impact of

Maternal Depression on Infant Nutritional Status and Illness : a cohort study. Archives of

General Psychiatry. 61: 946-952.

Rahman, A., Lovel, H., Bunn, J., Iqbal, Z. e Harrington, R. (2004b). Mothers`

mental health and infant growth: a case-control study from Rawalpindi, Pakistan. Child:

Care, Health and Development. 30(1): 21-27.

Robertson, E., Grace, S., Wallington, T. e Stewart, D. (2004). Antenatal risk

factors for postpartum depression: a synthesis of recent literature. General Hospital

Psychiatry. 26(4): 289-295.

Romito, P., Saurel-Cubizolles, M. J. e Lelong, N. (1999). What makes new

mothers unhappy: psychological distress one year after birth in Italy and France. Social

Science & Medicine. 49: 1651-1661.

Sampson, P. D., Bookstein, F. L., Barr, H. M. e Streissguth, A. P. (1994). Prenatal

alcohol exposure, birthweight and measures of child size from birth to age 14 years.

American Journal of Public Health. 84(9): 1421-1428.

Schmidt, E. B., Piccoloto, N. M. e Müller, M. C. (2005). Depressão pós-parto:

fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-USF. 10(1): 61-68.

Spitzer, R. L. e Endicott, J. (1979). Schedule for affective disorders and

schizophrenia: Life time version (SADS-L). Terceira Edição, New York State Psychiatric

Institute, New York.

Sterr, R., Scholl, T., Hediger, M. e Fisher, R. (1992). Self-reported depression and

negative pregnancy outcomes. Journal of Clinical Epidemiology. 145: 1093-1099.

Surkan, P. J., Kawachi, I. e Peterson, K. E. (2008a). Childhood overweight and

maternal depressive symptoms. Journal of Epidemiology and Community Health. 62: e11-

e11.

Page 48: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

48

Surkan, P. J., Kawachi, I., Ryan, L. M., Berkman, L. F., Vieira, L. M. C. e Peterson,

K. E. (2008b). Maternal Depressive Symptoms, Parenting Self-Efficacy, and Child Growth.

American Journal of Public Health. 98(1): 125-132.

Taj, R. e Sikander, K. S. (2003). Effects of maternal depression on breast-feeding.

Journal Pakistan Medical Association. 53(1): 8-11.

Tomlinson, M., Cooper, P. J., Stein, A., Swartz, L. e Molteno, C. (2006). Post-

partum depression and infant growth in a South African peri-urban settlement. Child Care

Health Development. 32(1): 81-6.

Viegas, L. M., Silva, G. A., Cecchini, M., Felipe, R., Otta, E. e Bussab, V. S. R.

(2008). Depressão pós-parto, histórico reprodutivo materno e apoio social. Boletim do

Instituto de Saúde. 46: 9-11.

Page 49: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

49

Artigo 2

Page 50: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

50

Page 51: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

51

Impacto da Depressão Parental no Desenvolvimento

Cognitivo e Psicomotor dos Bebés Durante o Primeiro Ano de

Vida

Monteiro A, Areias ME, Gonçalves MP, Teixeira F, Fonseca E

Page 52: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

52

Page 53: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

53

Resumo: A Depressão é um distúrbio muito prevalente em mães e pais com

grande impacto pessoal, comunitário e nos seus descendentes. OBJECTIVO: O nosso

estudo teve como objectivo comparar os bebés, filhos de mães e pais deprimidos e não-

deprimidos, em relação aos parâmetros de desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento

psicomotor. MÉTODOS: Participaram 200 mulheres, 153 homens e 202 bebés, todos da

área de residência da metrópole do Porto, Portugal. O desenho era longitudinal, sendo os

participantes seguidos desde a 37ª semana de gravidez, 6ª semana e 12º mês pós-natal.

Utilizamos os seguintes instrumentos de recolha de dados: para a detecção da

depressão, aplicamos a SADS – L (Survey for Affective Disorders and Schizophrenia –

Life Time) de Spitzer et al., 1979; elaboramos um questionário para recolha de outros

dados sócio-demográficos e clínicos de interesse para o estudo; os bebés foram

avaliados aos 12 meses com a Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths – I e

foram recolhidos dados do desenvolvimento psicomotor. RESULTADOS: Os resultados

evidenciaram que a depressão tinha uma prevalência significativamente maior na mulher

do que no homem. Salientamos o efeito ou tendência da depressão melhorar o

desenvolvimento psicomotor dos bebés ao longo do primeiro ano de vida, ainda que

ténue, embora não tenhamos percebido existir influência da depressão dos pais no

desenvolvimento cognitivo dos bebés. CONCLUSÃO: Podemos acreditar que os

transtornos psíquicos dos pais sejam considerados factores de risco para a negligência

física ou emocional devendo ser dada uma atenção especial ao diagnóstico e tratamento

desta perturbação.

Palavras-chave: Depressão pós-natal; Desenvolvimento psicomotor;

Desenvolvimento cognitivo.

Page 54: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

54

Abstract: Depression is a disorder very prevalent in mothers and fathers and with

great personal, community impact and in their descendants. OBJECTIVE: Our study

aimed to compare children of depressed and non-depressed mothers and fathers in

relation to the parameters of cognitive and psychomotor development. METHODS: The

subjects of this study were 200 mothers, 153 fathers, and 202 babies, from the Oporto

geographical area, Portugal. The design was longitudinal, and the participants were

followed from the 37th week of pregnancy, to 6 weeks and 12th months postpartum. We

use the following tools to collect data: for the detection of depression we applied the

SADS-L (Survey for Affective Disorders and Schizophrenia – Life Time) Spitzer et al.,

1979; we prepared a questionnaire to collect other socio-demographic and clinical

information for the study; infants were assessed at 12th months with the Griffiths Mental

Development Scale and were collected data about psychomotor development. RESULTS:

The results showed that depression had a significantly higher prevalence in women than

in men. We stress the tendency or effects of depression improve the psychomotor

development of infants during the first year of life, albeit tenuous, although we have not

noticed there is influence of parental depression on cognitive development of infants.

CONCLUSION: We believe that the psychological problems of parents are considered risk

factors for physical or emotional neglect and should be given special attention to

diagnosis and treatment.

Keywords: Postnatal depression; Psychomotor development; Cognitive

development.

Page 55: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

55

Introdução

À semelhança de outros períodos do ciclo vital (como a adolescência) a gravidez

e o puerpério são tempos favoráveis a crises devido às mudanças físicas e psicológicas

que ocorrem (Maldonado, 2000), muitas vezes propícios a depressões. A Depressão

Pós-Natal (DPN) afecta cerca de 10 a 15% das parturientes (O'Hara, 1986; Wisner e

Wheeler, 1994). Mas, de modo geral, segundo Machado et al. (1997), entre outros

autores tem sido mais ou menos uniforme a prevalência de 11,8 a 19,8%.

O DSM-IV define a depressão pós-natal como um episódio de depressão major

que ocorre dentro de um período de 6 semanas após o parto (APA, 2002), no entanto

vários autores têm sugerido que, muitas vezes, os sintomas de DPN surgem em qualquer

outro momento durante o primeiro ano de vida e não necessariamente nas primeiras

semanas (Beck, 1991; Cooper e Murray, 1995; Klaus et al., 2000), afectando mães mas

também os pais (Areias et al., 1996; Goodman, 2004; Magano, 2008 in www.publico.pt).

Apesar de a literatura apontar para que a depressão que ocorre no primeiro ano de vida

após o nascimento de um bebé tende a ser leve ou moderada (O´Hara et al., 1984;

Whiffen e Gotlib, 1989) é certo que pode repercutir negativamente no estabelecimento

das primeiras interacções com o bebé e, em consequência, no desenvolvimento afectivo,

social e cognitivo da criança (Cummings e Davies, 1994; Field, 1998).

A literatura aponta para uma associação entre a DPN e resultados cognitivos e

socio-emocionais desfavoráveis nas crianças (Brockington, 2004; Murray et al., 2003 cit.

in Schmidt et al., 2005). Assim, no que respeita ao desenvolvimento cognitivo têm sido

realizados vários estudos. Através de vários testes que medem o desenvolvimento

cognitivo infantil foram encontrados défices quando associado à DPN (Cogill et al., 1986;

Whiffen e Gotlib, 1989; Hay e Kumar, 1995; Sharp et al., 1995; Galler, 2000; Kurstjens e

Wolke, 2001; Quinnell, 2002; Grace et al., 2003; Milgrom et al., 2004, Sohr-Preston e

Scaramella, 2006 e Sutter-Dallay et al., 2008). Ainda, segundo Hay et al. (2001), as

crianças cujas mães apresentaram DPN, pelo período mínimo de 3 meses,

desenvolveram problemas de atenção e dificuldades de aprendizagem na matemática,

além de uma maior propensão a carecer de necessidades educativas especiais aos 11

anos de idade. Os índices de QI (quociente intelectual) foram mais baixos, sendo os

rapazes mais afectados do que as raparigas. Stein et al. (2008) concluíram que a DPN no

primeiro ano se associava a linguagem deficitária, mas esse efeito desaparecia aos 36

meses, no entanto estes resultados foram moderados por factores sócio-económicos.

Hadley et al. (2008) encontrou resultados precisamente contrários, onde não encontrou

relação consistente entre os sintomas nos pais de transtorno mental e o desenvolvimento

Page 56: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

56

da linguagem da criança mas associou os sintomas dos transtornos mentais nas mães

com o desenvolvimento global das crianças em várias sub-escalas (p <0,01). Salienta-se

que Murray (1992) não encontrou resultados entre a DPN e o desenvolvimento cognitivo

e de linguagem, mas em 1996, o mesmo autor, apontou o impacto da DPN no

desenvolvimento cognitivo da criança, sugerindo uma associação entre distúrbios na

qualidade da interacção com a mãe deprimida no primeiro ano de vida do bebé e baixo

desenvolvimento cognitivo aos dezoito meses.

Por seu lado, os conhecimentos existentes sobre o desenvolvimento psicomotor

são, ainda, recentes e deficitários. Cornish et al. (2005) concluiu que as DPN crónicas,

(que se prolongam por mais de 12 meses) estão associadas a um menor

desenvolvimento psicomotor e cognitivo infantil, no entanto não se encontraram

diferenças entre os sexos e em situações de depressões breves. Também Pound (2006)

associou a depressão pós-natal, o stress parental e a sensibilidade da mãe, com baixa

pontuação na Escala Comportamental de Desenvolvimento Infantil de Bayley. Shing-

Yaw et al. (2005) perceberam que a DPN pode ter uma influência negativa sobre a saúde

psicossocial das mulheres, mas não parece influenciar o desenvolvimento global de seus

filhos.

Assim, elegemos como objectivo específico do nosso estudo avaliar a influência

da DPN dos progenitores no desenvolvimento psicomotor e cognitivo dos bebés no 1º

ano de vida.

Metodologia

Amostra

A amostra que participou neste estudo foi seleccionada na consulta de Obstetrícia

do Hospital de S. João e em Centros de Saúde da área de abrangência do referido

hospital, no Porto, no período de 2006 a 2008. Foram incluídas todas as famílias que

recorreram a estes serviços durante o período referido, e que aceitaram participar do

estudo, e que não apresentavam condições fisiopatológicas que pudessem enviesar o

normal decorrer do estudo.

Todo o desenho do estudo e o protocolo de aplicação foram aprovados pelas

comissões de ética das várias instituições. O consentimento informado foi dado de

acordo com a Declaração de Helsínquia (Tóquio, 2004). Foram, ainda, recolhidos os

dados sócio-demográficos do casal, para que os contactos e avaliações seguintes

fossem realizados no domicílio dos indivíduos.

Page 57: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

57

A população deste estudo foi constituída por 200 mulheres puérperas (cujas

idades variavam entre os 18 e os 42 anos), 153 homens (entre os 19 e os 56 anos) e 202

bebés.

Procedimento e instrumentos de avaliação

Foi realizado um estudo com uma metodologia prospectiva, tendo sido avaliados

às 37 semanas de gestação, 6 semanas após o parto, assim como aos 12 meses após o

parto. Os bebés apenas foram avaliados aos 12 meses, mas foi recolhida informação

retrospectivamente.

Na primeira avaliação, às 37 semanas de gestação, foi aplicado a entrevista para

recolha de dados, contendo dados sócio-demográficos e sobre o número de filhos,

planeamento da gravidez actual, presença ou não de dificuldades em engravidar e

hábitos de consumo tabágicos, alcoólicos e farmacológicos. Adita, posteriormente,

informações sobre o tipo de parto e período de amamentação do bebé. A depressão nos

pais foi avaliada nos três momentos de avaliação.

Foram aplicados os seguintes testes/recolhidas as seguintes variáveis:

- SADS – L (Survey for Affective Disorders and Schizophrenia – Life Time) de

Spitzer et al., (1979). Trata-se de uma entrevista psiquiátrica que foi usada na sua versão

life-time, e cinge-se a um período de vida do sujeito. É uma entrevista psiquiátrica

estandardizada e semi-estruturada, cujo objectivo é a recolha de vários sintomas

psicopatológicos. Para os objectivos deste estudo apenas interessava a presença de

depressão, pelo que só utilizámos os dados sobre a depressão major, minor ou

intermitente.

- O Desenvolvimento Psicomotor foi avaliado tendo em conta as Fichas Clínicas

de Saúde Infantil, dos rapazes e das raparigas, segundo as indicações do Ministério da

Saúde, para as consultas de clínica geral, no que respeita às competências a serem

adquiridas pelos bebés ao longo dos primeiros 12 meses de vida.

- Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths - I foi aplicada aos 12

meses de vida da criança para avaliar o desenvolvimento geral. Trata-se de uma escala

constituída por 5 sub-escalas (locomotora, socialização, audição-linguagem, óculo-

motora e de realização), aplicada dos 0 aos 2 anos. O Quociente Geral é obtido através

da razão entre a Idade Mental e a Idade Cronológica, multiplicada por 100 (Griffiths,

1970). Algumas sub-escalas não puderam ser aplicadas a todas as crianças, ora por

cansaço dos bebés ou porque estavam a dormir. Desta forma, os pais foram inquiridos

sobre as competências dos seus filhos de acordo com a escala. Assim, por vezes foi

Page 58: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

58

necessário obter quocientes parciais, pois não era possível aplicar a sub-escala de

realização.

Métodos de análise estatística

A avaliação e análise dos dados foram realizadas através do programa estatístico

para Ciências Sociais: SPSS – Statistical Package for the Social Sciences.

Calculou-se frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas e as

medidas de tendência central e de dispersão para as variáveis numéricas (média e

desvio padrão para as variáveis com distribuição normal, mediana, mínimo e máximo

para as variáveis com distribuição assimétrica).

Foram realizadas as provas t de student para comparação das variáveis de

desenvolvimento cognitivo entre pais e mães com e sem depressão, assim como para

comparar o sexo do bebé.

Usou-se a prova U de Mann-Whitney para comparar as restantes variáveis que

não apresentavam distribuição normal.

Para efeitos de comparação da influência cumulativa da depressão e as

comparações com os parâmetros de desenvolvimento cognitivo e psicomotor foram

realizadas provas de Kruskal-Wallis.

A Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths foi recodificada em 4 classes,

tendo em conta o score total: 90-109, 110-119, 120-129 e ≥130. O desenvolvimento

psicomotor foi mantido e os 12 itens foram avaliados separadamente.

A influência de variáveis sócio-demográficas (sexo do bebé, escolaridade e idade

dos pais), hábitos de consumo (tabaco, bebidas alcoólicas e medicação antes/após o

parto) e presença de depressão dos pais (antes do parto, nas primeiras 6 semanas e

entre 6 semanas a 12 meses após o parto) e amamentação, nos desenvolvimentos

cognitivo e psicomotor foi testado através da análise por regressão linear múltipla. Os

modelos foram elaborados pelo método de stepwise.

Foram considerados os resultados a um nível de significância de 0,05.

Resultados

Caracterização da amostra

Da nossa amostra a escolaridade que predomina é o nível superior e a maior

parte dos sujeitos são casados. Os homens são mais consumidores de tabaco e de

álcool mas menos consumidores de medicação (tabela 1).

Page 59: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

59

Tabela 1 – Caracterização da amostra por sexo

Quase metade (49,5%) das mulheres são primíparas, 38% já tinham um filho

anterior, as restantes já tinham 2 ou mais filhos. Desta amostra 140 mães tiveram parto

eutócito e 60 tiveram um parto distócito. Cerca de 74,5% planearam a gravidez e

constatou-se que 14% tiveram dificuldade em engravidar, cuja mediana foi 14 meses.

Verificamos que 91,5% amamentaram os seus filhos e a mediana do tempo de

amamentação foi 6 meses.

Mães

(n=200)

Pais

(n=153)

Idade (média)±d.p. 29,7±4,6 31,9±5,6

Estado Civil n (%)

Solteiro

Casado

Divorciado

A viver maritalmente

5 (2,5)

166 (83,0)

1 (0,5)

28 (14,0)

Escolaridade n (%)

1ºciclo 15 (7,5) 10 (6,6)

2ºciclo 32 (16,1) 33 (21,7)

3ºciclo 40 (20,1) 39 (25,7)

Secundário 54 (27,1) 38 (25,0)

Curso superior 58 (29,1) 31 (20,4)

Outro 0 (0,0) 1 (0,7)

Hábitos tabágicos n (%)

Fumador 17 (8,6) 46 (30,3)

Não

fumador/ocasionalmente 180 (91,4) 106 (69,7)

Hábitos alcoólicos n (%)

habitualmente bebe 17 (8,6) 52 (34,2)

Não bebe/socialmente 181 (91,4) 100 (65,8)

Hábitos farmacológicos n

(%)

sem medicação anterior 169 (85,4) 140 (92,1)

com medicação anterior 17 (8,6) 7 (4,6)

medicação na gravidez 12 (6,1) 5 (3,3)

Page 60: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

60

Tabela 2 - Prevalência de depressão na mãe e no pai nos vários momentos

SADS-L

37SG* Mãe

n (%)

SADS-L

37SG* Pai

n (%)

SADS-L

6SPP§ Mãe

n (%)

SADS-L

6SPP§ Pai

n (%)

SADS-L

12MPP¥ Mãe

n (%)

SADS-L

12MPP¥ Pai

n (%)

sem

depressão 125 (62,5) 120 (60,0) 163 (81,5) 143 (71,5) 121 (60,5) 125 (64,2)

com

depressão 75 (37,5) 33 (16,5) 37 (18,5) 6 (3,0) 58 (32,4) 15 (10,7)

*SG – semanas de gestação; §SPP – semanas pós-natal;

¥MPP – meses pós-natal

Na nossa amostra 62,5% das mães e 60% dos pais nunca haviam tido episódios

de depressão. Aos 12 meses 32,4% das mães e 10,7% dos pais haviam experimentado

sintomas de depressão no último ano (tabela 2). Cerca de um terço das mulheres

(34,7%) que deprimiram antes do parto também deprimem 6 semanas após o parto e

56,3% deprimem até aos 12 meses. No que respeita aos homens 16,5% deprimiram

antes do parto, mas destes apenas 15,6% deprimiram 6 semanas após o parto e 12,5%

deprimiram 12 meses após o parto.

Depressão nos pais e Desenvolvimento cognitivo do bebé

Não foi encontrada influência significativa da depressão do pai e da mãe no

desenvolvimento cognitivo dos bebés (tabela 3). Também não se encontram resultados

estatisticamente significativos quando comparamos o sexo dos bebés (p=0,448 na escala

total) nem com a escolaridade da mãe e do pai (p=0,310 e p=0,670, respectivamente)

com o desenvolvimento cognitivo.

Tabela 3 – Depressão nos pais e desenvolvimento cognitivo dos bebés

Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths I - Total

Média±d.p. p

Avaliação da Depressão na Mãe

Com depressão anterior 125,60±12,583 0,319

Sem depressão anterior 123,70±10,957

Com depressão 6 smn pn* 124,63±11,104

122,69±11,635 0,405 Sem depressão 6 smn pn

*

Com depressão 12 m pn§ 124,09±11,674

124,96±10,749 0,656

Sem depressão 12 m pn§

Avaliação da Depressão no Pai

Com depressão anterior 123,60±13,266 126,24±11,655 0,327

Sem depressão anterior

Com depressão 6 smn pn* 126,34±11,953

0,078 Sem depressão 6 smn pn

* 117,50±8,408

Com depressão 12 m pn§ 125,70±12,630

0,659 Sem depressão 12 m pn

§ 127,50±7,169

*semanas pós-natal; § meses pós-natal

Page 61: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

61

Depressão nos pais e Desenvolvimento psicomotor do bebé

Quando avaliamos a presença de depressão na mãe nos vários momentos de

avaliação e o desenvolvimento psicomotor dos bebés encontramos significância na

presença de depressão pós-natal avaliada aos 12 meses na mãe no que respeita à idade

com que o bebé se sentou sem apoio (6 (2-8) meses vs. 6 (4-12) meses, com e sem

depressão, respectivamente; p=0,022) e à idade com que o bebé prensou um objecto

com o indicador e o polegar (8 (4-11) meses vs. 9 (5-12) meses, com e sem depressão,

respectivamente; p=0,009).

No que respeita à depressão no pai encontramos diferenças entre a depressão

anterior no pai e a idade com que o bebé segurou um objecto (3 (2-5) meses vs. 3 (1-6)

meses, com e sem depressão, respectivamente; p=0,002), assim como entre a

depressão 12 meses após o parto e a idade com que o bebé controlou a cabeça pela

primeira vez (2 (2-4) meses vs. 3 (1-6) meses, com e sem depressão, respectivamente;

p=0,031) e com que se pôs de pé (8 (6-10) meses vs. 9 (4-12), com e sem depressão,

respectivamente; p=0,045).

Nos restantes parâmetros – idade com que o bebé sorriu, vocalizou, segurou um

objecto, idade com que se virou na cama, sentou sem apoio, se arrastou, prensou um

objecto, se pôs de pé, andou com apoio, ficou de pé sozinho e andou sozinho – e a

depressão da mãe ou do pai não se encontraram diferenças com valor estatisticamente

significativo.

Depressão nos pais e outros factores

Relacionando a presença de depressão nos progenitores, avaliado 6 semanas

após o parto e 12 meses após o parto, com a amamentação dos seus filhos concluímos

não há diferenças estatisticamente significativas (p≥0,05).

A relação entre a depressão pré-parto e a dificuldade em engravidar é significativa

nos homens (p=0,008), mas não nas mulheres (p=0,070), nem mesmo a influência da

dificuldade em engravidar e o desenvolvimento cognitivo e psicomotor (p≥0,05) dos

bebés.

Analisando o sexo dos bebés e a presença de depressão na mãe e no pai,

medida 6 semanas e 12 meses após o parto percebemos que não há diferenças

significativas. Da mesma forma o sexo do bebé também não influencia o

desenvolvimento cognitivo (sub-escalas: locomotora p=0,608; pessoal-social p=0,556;

audição e linguagem p=0,104; olho e mão p=0,980; performance p=0,357 e total

p=0,448), nem mesmo o desenvolvimento psicomotor (p≥0,05).

Page 62: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

62

Foi, ainda, avaliada a influência da depressão nos vários momentos de avaliação

nos parâmetros de desenvolvimento cognitivo e psicomotor do bebé, sendo, também,

analisada a influência cumulativa da depressão em mais do que uma dessas fases, nos

pais e nas mães. A depressão dos pais não foi significativa em relação a nenhum dos

desenvolvimentos do bebé.

Os hábitos de consumo de mães e pais não influenciaram o desenvolvimento

psicomotor dos filhos. Em termos de desenvolvimento cognitivo, a presença de

depressão nas mães não teve influencia, ao contrário da depressão dos pais (p=0,022).

Segundo a análise efectuada, a ausência de todos os hábitos de consumo nos pais

revelou contribuir para um desenvolvimento cognitivo bastante superior, quando

comparada com a presença de mais do que um hábito de consumo, qualquer que fosse a

associação.

Os modelos multivariados calculados explicam uma percentagem muito reduzida

dos vários parâmetros de desenvolvimento estudados. O desenvolvimento cognitivo, pela

escala de Griffiths, é influenciado pela prática de amamentação e a presença de

depressão das mães nas 6 semanas pós-parto (p=0,037; β=0,801 para a amamentação e

p=0,046; β=0,446 para a depressão; R2=0,110). Ainda, em relação ao desenvolvimento

psicomotor, encontrámos duas associações, entre a idade das mães e a idade de

―prensar um objecto‖ pelos bebés (p=0,001; β=0,151; R2=0,137) e entre a escolaridade

das mães e a depressão dos pais nas primeiras 6 semanas após o parto e a idade de

―ficar de pé sozinho‖ pelos bebés (p=0,036; β=-0,651 para a escolaridade e p<0,001; β=-

7,563 para a depressão; R2=0,215).

Discussão

Os sujeitos da nossa amostra são jovens e têm um grau de escolaridade superior

e, segundo Romito et al. (1999) o nível educacional é consistente com a ocorrência de

DPN. Na nossa amostra, apesar da escolaridade elevada dos sujeitos, comprovamos

uma elevada prevalência de depressão, mais alto nas mulheres. A percentagem é

superior à encontrada noutras pesquisas, que se situa geralmente entre os 10 a 20%

(Machado, 1997). Este facto pode dever-se a diferenças sociais, culturais, a diferenças

de intervalos de tempo nas avaliações e a diferenças metodológicas, pois a maior parte

dos estudos avaliaram a depressão nos progenitores com a EPDS (Edinburgh Post

Depression Scale) de Cox, Holden e Sagosky (1987), que é um questionário de auto-

resposta, enquanto a SADS-L é uma entrevista semi-estruturada aplicada por técnicos

especializados. Vários estudos atestam que a depressão anterior é um factor de risco

para a depressão pós-natal (Paykel et al., 1980; Buesching et al., 1986; O`Hara e Swain,

Page 63: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

63

1996; Robertson et al., 2004) e dados epidemiológicos de diferentes países têm

estabelecido que a prevalência de depressão ao longo da vida é duas vezes mais alta em

mulheres do que em homens (Weissman et al. 1993). No nosso estudo esta prevalência

foi cerca de 2,5 vezes mais alta, mas onde podem estar envolvidos os factores já

referidos.

À semelhança de Murray (1992) também não encontramos diferenças

significativas no desenvolvimento cognitivo dos bebés filhos pais com ou sem depressão.

Salienta-se o resultado encontrado na análise multivariada, onde a depressão materna 6

semanas após o parto influenciou, positivamente, o desenvolvimento cognitivo, mas

próximo da ausência de resultado, sendo um modelo que explica pouco as variáveis em

questão. Curiosamente nenhum estudo é concordante com estes resultados. Seria

necessário um estudo longitudinal que abrangesse um período maior de vida da criança,

para determinar se esses efeitos persistem ou não com o decorrer do tempo pois vários

autores têm encontrado diferenças entre a presença da DPN e o desenvolvimento

cognitivo, associando-o a competências cognitivas mais baixas, em idades superiores a

12 meses (Kurstjens e Wolke, 2001; Hay et al., 2001; Quinnell, 2002; Roselló et al., 2002;

Grace et al., 2003; Milgrom et al., 2004 e Sutter-Dallay et al., 2008). Também Cogill et al.

(1986), Hay et al. (2001) e Grace et al. (2003) depararam-se com resultados cognitivos

mais baixos em bebés do sexo masculino, mas tal diferença não foi encontrada por nós,

assim como não encontrámos diferenças entre a escolaridade da mãe e o

desenvolvimento cognitivo do bebé (à semelhança de Coggil et al. (1986) e Hay e Kumar

(1995)). Através da análise multivariada efectuada descobrimos uma subtil relação

directa entre o desenvolvimento cognitivo e a amamentação, corroborado por outros

autores (Morrow-Tlucak et al., 1988; Wigg et al., 1998; Anderson et al, 1999; Gómez-

Sanchiz et al., 2003).

A gravidade e a duração da DPN têm influência nos resultados cognitivos obtidos

pelos bebés (Kurstjens e Wolke, 2001; Hendrick et al., 2003 e Cornish et al., 2005). Neste

estudo apenas consideramos a sua duração, não considerando a gravidade bem como

não consideramos a associação entre os factores socioeconómicos que têm mostrado

ser relevantes (Coggil et al., 1986 e Stein et al., 2008). A ausência de resultados na

relação da duração da depressão nos progenitores e o desenvolvimento dos bebés

poderá dever-se a haver poucos casos, principalmente de homens, com depressão em

mais do que um momento.

Apesar de se encontrarem algumas diferenças que indicam que a presença de

depressão na mãe e no pai prevê um desenvolvimento psicomotor superior nos bebés,

de uma forma geral estes resultados não são muito evidentes. Convém realçar que à

Page 64: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

64

medida que o desenvolvimento psicomotor se torna mais complexo o número de

participantes diminuiu por ainda não terem adquiridos tais competências, tornando a

amostra muito reduzida e, consequentemente, diminuindo a validade das correlações do

nosso estudo. Ainda sobre as relações encontradas na análise do desenvolvimento

psicomotor salientamos a reduzida percentagem que é explicada e o facto de se poder

tratar de achados pontuais.

Encontramos uma elevada percentagem de mães que amamentaram os seus

filhos, e julgamos que pode funcionar como um factor protector para a depressão (Misri et

al., 1997) e para o desenvolvimento dos bebés. Mas, à semelhança de estudos

realizados (Misri et al., 1997; Henderson et al., 2003; Taj e Sikander, 2003; Adewuya et

al., 2008) também relacionamos que a DPN tem um impacto negativo na duração do

período de amamentação. Vários factores podem influenciar o período de amamentação

e consideramos que teria sido importante descortinar quais os factores que competem

para o tempo de amamentação, tal como a toma de medicação, a influência hormonal, ou

até a menor disponibilidade emocional materna para amamentar.

Por fim, mães consumidoras de tabaco (Richardson et al., 1995) e álcool

(Richardson et al., 1995; Dumaret et al., 2009) têm filhos com desenvolvimento cognitivo

inferior, e, no nosso estudo a ausência de hábitos de consumo nos pais revelou contribuir

para um desenvolvimento cognitivo bastante superior, quando comparada com a

presença de mais do que um hábito de consumo, qualquer que fosse a associação.

Como limitações deste estudo pode-se referir que a validade externa encontra-se

comprometida, dado que a amostra foi seleccionada por conveniência, restringida à área

geográfica do Porto, e não aleatoriamente, não podendo os resultados serem

generalizados à população nacional, pois os recursos existentes e factores ambientais

são semelhantes. A amostra também não é representativa da população pois é reduzida

e, por vezes, subdividia-se em grupos demasiado pequenos para que fosse possível

estabelecer resultados significativos e válidos, incorrendo em erros tipo beta.

Apesar da entrevista SADS-L ter sido aplicado por pessoas treinadas para tal

poderá ter existido viés na informação, nomeadamente pelo facto de ter sido aplicada nos

3 momentos, logo aumentando o risco de ocorrer um conhecimento da prova e por poder

existir omissão de sintomas pelos sujeitos, no entanto, o facto de ser aplicada em forma

de entrevista semi-estruturada, onde o investigador usava várias estratégias e técnicas

para recolha da informação e dos sintomas poderá diminuir a ocorrência de viéses de

informação e memória.

Aquando da avaliação da depressão no pai e na mãe às 6 semanas e 12 meses

após o parto não foram contabilizados os sujeitos que manifestaram ansiedade,

Page 65: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

65

diminuindo, ainda mais, o tamanho da amostra. A gravidade da depressão não foi tida em

conta, aspecto que teria sido relevante para perceber se a gravidade da depressão

influenciava os parâmetros avaliados nos bebés.

Os dados do desenvolvimento psicomotor foram recolhidos retrospectivamente,

apesar de muitos pais terem apontado o período em que os filhos adquiriram as

competências, outros não o fizeram ficando a recolha de informação sujeita à memória

dos pais, logo aumentando o risco de erro. Estas limitações fragilizam os dados referidos

pelos pais e, consequentemente, constituindo possíveis viéses de informação e/ou

memória.

Realçamos, também, que a Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths –

I nem sempre foi aplicada aos bebés. Os pais foram questionados sobre a aquisição de

competências pelos filhos, podendo ter diminuído, desta forma, a fiabilidade deste teste.

Conclusão

No nosso estudo, salientamos o efeito ou tendência da depressão no

desenvolvimento psicomotor dos bebés ao longo do primeiro ano de vida, ainda que leve,

embora não tenhamos concluído existir influência da depressão dos pais no

desenvolvimento cognitivo dos bebés. Encontramos diferenças positivas na ausência de

hábitos de consumo no pai e o desenvolvimento cognitivo dos bebés e uma alta

prevalência da taxa de DPN nas mães que amamentaram menos tempo.

A falta de responsividade materna nos primeiros meses de vida do bebé pode

conduzir a mudanças no desenvolvimento no bebé, pois a DPN tem sido relacionada com

um baixo interesse em pessoas e objectos, e, como tal, também pelo bebé. Esta

mudança pode ter implicações importantes para a criança, mesmo quando há remissão

da patologia. A depressão materna não somente tem repercussões na interacção mãe-

bebé, como também para o pai, ou para quem exerce essa função (Ribeiro, 2002). Os

progenitores podem negligenciar o bebé devido às próprias dificuldades propiciadas pelo

seu estado psíquico melancólico. As dificuldades de relacionamento próprias dos

transtornos emocionais podem resultar em abandono ou separação do bebé. Assim, são

facilmente perceptíveis os efeitos prejudiciais do abandono para a criança e a importância

do vínculo pais-filho.

Por se tratar de uma questão que diz respeito ao desenvolvimento

psico-emocional das pessoas, portanto, um problema de saúde pública, a atenção à

gravidez e ao período pós-natal devem, sem dúvida, ser bastante consideradas, até

porque se trata de um problema de saúde que beneficia de intervenções sustentadas.

Page 66: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

66

Referências Bibliográficas

Adewuya, A. O., Ola, B. O., Aloba, O. O., Mapayi, B. M. e Okeniyi, J. A. O. (2008).

Impact of postnatal depression on infants' growth in Nigeria. Journal of Affective

Disorders. 108(1-2): 191-193.

Anderson, J. W., Johnstone, B. M. e Remley, D. T. (1999). Breast-feeding and

cognitive development: a meta analysis. American Journal of Clinical Nutrition. 70(4): 525-

535.

APA. (2002). DSM-IV-TR: Manual de diagnóstico e estatística das perturbações

mentais. Quarta Edição, Climepsi. Lisboa.

Areias, M. E., Kumar, R., Barros, H. e Figueiredo, E. (1996). Correlates of

postnatal depression in mothers and fathers. The British Journal of Psychiatry. 169: 36-41

Beck, C. T. (2001). Predictors of Postpartum Depression: An Update. Nursing

Research. 50(5): 275-285.

Brockington, L. (2004). Postpartum psychiatric disorders. Lancet. 363: 303–310.

Buesching, D. P., Glasser, M. L. e Frate, D. A. (1986). Progression of depression

in the prenatal and postpartum periods. Women Health. 11(2): 61-78.

Cogill, S. R., Caplan, H. L., Alexandra, H., Robson, K. M. e Kumar, R. (1986).

Impact of maternal postnatal depression on cognitive development of young children.

British Medical Journal. 292: 1165-1167.

Collins, N. L., Dunkel-Schetter, C., Lobel, M. e Scrimshaw, S. C. M. (1993). Social

Support in Pregnancy: Psychosocial Correlates of Birth Outcomes and Postpartum

Depression. Journal of Personality and Social Psychology. 65(6): 1243-1258.

Cooper, P. J., e Murray, L. (1995). The Course and Recurrence of Postnatal

Depression. British Journal of Psychiatry. 166: 191–195.

Cornish, A. M., McMahon, C. A., Ungerer, J. A., Barnett, B., Kowalenko, N. e

Tennant, C. (2005). Postnatal depression and infant cognitive and motor development in

the second postnatal year: The impact of depression chronicity and infant gender. Infant

Behavior & Development. 28(4): 407-417.

Cox, J., Holden, J. e Sagosky, R. (1987). Detection of postnatal depression:

Development of the 10-item Edinburgh Postnatal Depression Scale. British Journal of

Psychiatry. 150: 782-786.

Cummings, E. M. e Davies, P. T. (1994). Maternal depression and child

development. Journal of Child Psychology and Psychiatry. 35(1): 73-112.

Dumaret, A., Cousin, M., Titran, M. (2009) Two generations of maternal alcohol

abuse: impact on cognitive levels in mothers and their children. Early Child Development

and Care. 1476-8275.

Page 67: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

67

Field, T. (1998). Maternal depression effects on infants and early interventions.

Preventive Medicine. 27: 200-203.

Galler, J. R., Harrison, R. H., Ramsey, F., Forde, V. e Butler, S. C. (2000).

Maternal depressive symptoms affect infant cognitive development in Barbados. Journal

of Child Psychology and Psychiatry. 41(6): 747-757.

Gómez-Sanchiz, M., Canete, R., Rodero, I., Baeza, J. E. e Avila, O. (2003).

Influence of breast-feeding on mental and psychomotor development. Clinical Pediatrics

(Phila). 42(1): 35-42.

Goodman, J. H. (2004). Paternal postpartum depression, its relationship to

maternal postpartum depression, and implications for family health. Journal of Advanced

Nursing. 45(1): 26-35.

Grace, S. L., Evindar, A. e Stewart, D. E. (2003). The effect of postpartum

depression on child cognitive development and behavior: A review and critical analysis of

the literature. Archive of Woman Mental Health. 6(4): 263-274.

Griffiths, R. (1970). The abilities of young children. A comprehensive system of

mental measurement for the first eight years. University of London Press. London.

Hadley, C., Tegegn, A., Tessema, F., Asefa, M. e Galea, S. (2008). Parental

symptoms of common mental disorders and children`s social, motor and language

development in Sub-Saharan Africa. Annals of Human Biology. 35(3): 259-275.

Hay, D. F. e Kumar, R. (1995). Interpreting the effects of mothers' postnatal

depression on children's intelligence: A critique and re-analysis. Child Psychiatry and

Human Development. 25(3): 165-181.

Hay, D. F., Pawlby, S., Sharp, D., Asten, P., Mills, A. e Kumar, R. (2001).

Intellectual problems shown by 11-year-old children whose mothers had postnatal

depression. Journal of Child Psychology and Psychiatry, and allied disciplines. 42(7): 871-

889.

Henderson, J., Evans, S., Straton, J., Priest, S. R. e Hagan, R. (2003). Impact of

Postnatal Depression on Breastfeeding Duration. Birth. 30(3): 175-180.

Hendrick, V., Smith, L. M., Hwang, S., Altshuler, L. L. e Haynes, D. (2003). Weight

gain in breastfed infants of mothers taking antidepressant medications. Journal of Clinical

Psychiatry. 64(4): 410-412.

Klaus, M. H., Kennel, J. H., e Klaus, P. (2000). Vínculo: construindo as bases para

um apego seguro e para a independência. Porto Alegre: Artes Médicas.

Kurstjens, S. e Wolke, D. (2001). Effects of maternal depression on cognitive

development of children over the first 7 years of life. Journal of Child Psychology and

Psychiatry. 42(5): 623-636.

Page 68: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

68

Machado, R. F., García, S. T., Moya, R. N., Bernabeu, S. N. e Cerdá, D. R. (1997).

Puerperal depression. Related factors. Atención Primaria. 20(4): 161-166.

Maldonado, M. T. (2000). Psicologia da Gravidez. São Paulo: Saraiva.

Milgrom, J., Westley, D. T. e Gemmill, A. W. (2004). The mediating role of

maternal responsiveness in some longer term effects of postnatal depression on infant

development. Infant Behavior & Development. 27(4): 443-454.

Misri, S., Sinclair D. A., Kuan A. J. (1997). Breast-feeding and postpartum

depression: is there a relationship? Canadian Journal Psychiatry. 42(10): 1061-1065.

Morrow-Tlucak, M., Haude, R. H. e Ernhart, C. B. (1988). Breastfeeding and

cognitive development in the first 2 years of life. Social Science and Medicine. 26(6): 635-

639.

Murray, L. (1992). The impact of postnatal depression on infant development.

Journal of Child Psychology and Psychiatry. 33(3): 543-561.

O’Hara, M. W., Neunaber, D. J. e Zekoski, E. M. (1984). Prospective study of

postpartum depression: Prevalence, course, and predictive factors. Journal of Abnormal

Psychology. 93: 158-171.

O’Hara, M. W. (1986). Social support, life events, and depression during

pregnancy and the puerperium. Archives of General Psychiatry. 43: 569-573.

O’Hara, M. W. e Swain, A. M. (1996). Rates and risk of postpartum depression—a

meta-analysis. International Review of Psychiatry. 8(1): 37-54.

Paykel, E. S., Emms, E. M., Fletcher, J. e Rassaby, E. S. (1980). Life events and

social support in puerperal depression. British Journal of Psychiatry. 136: 339-346.

Pound, G. A. (2006). The relationship between postpartum depression and infant

development. Dissertation Abstracts International: Section B: The Sciences and

Engineering 66(11-B): 6315.

Publico in: http://www.publico.clix.pt/Sociedade/estudo-do-hospital-de-santa-

maria-da-feira-mostra-que-depressao-posnatal-atinge-um-em-cada-sete-

homens_1336279 (consultado em 7 de Dezembro de 2009)

Quinnell, F. A. (2002). Postpartum posttraumatic stress as a risk factor for atypical

cognitive development in high-risk infants. Dissertation Abstracts International: Section B:

The Sciences and Engineering. 62(7-B): 3401.

Ribeiro, C. S. (2002). Depressão Pós-Parto e Relação Mãe-Filho. São Paulo:

Sociedade Paulista de Psiquiatria Clínica. Disponível em

<http://gballone.sites.uol.com.br/colab/carmen.html. (Consultado em 7 de Outubro de

2008).

Page 69: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

69

Richardson, G. A., Nancy, L. D. e Goldschmidt, L., (1995). Prenatal alcohol,

marijuana and tobacco use: infant mental and motor development. Neurotoxicology and

Teratology. 17(4): 479-487.

Robertson, E., Grace, S., Wallington, T. e Stewart, D. (2004). Antenatal risk

factors for postpartum depression: a synthesis of recent literature. General Hospital

Psychiatry. 26(4): 289-295.

Romito, P., Saurel-Cubizolles, M. J. e Lelong, N. (1999). What makes new

mothers unhappy: psychological distress one year after birth in Italy and France. Social

Science & Medicine. 49: 1651-1661.

Roselló, P. A., Pérez, A. T., Cercós, L. C. e García-Iturrospe, A. C. (2002).

Influence of behaviour, attitudes and childrearing on the development of the child in

mothers with postpartum depression. Actas Españolas de Psiquiatria. 30(5): 292-300.

Schmidt, E. B., Piccoloto, N. M. e Müller, M. C. (2005). Depressão pós-parto:

fatores de risco e repercussões no desenvolvimento infantil. Psico-USF. 10(1): 61-68.

Sharp, D., Hay, D. F., Pawlby, S., Schmücker, G., Allen, H. e Kumar, R. (1995).

The Impact of Postnatal Depression on Boys' Intellectual Development. Journal of Child

Psychology and Psychiatry, and allied disciplines. 36(8):1315-1336.

Sohr-Preston, S. L. E Scaramella, L. V. (2006). Implications of timing of maternal

depressive symptoms for early cognitive and language development. Clinical Child and

Family Psychology Review. 9(1): 65-83.

Spitzer, R. L. e Endicott, J. (1979). Schedule for affective disorders and

schizophrenia: Life time version (SADS-L). Terceira edição, New York State Psychiatric

Institute: New York.

Stein, A., Malmberg, L. E., Sylva, K., Barnes, J. e Leach, P. (2008). The influence

of maternal depression, caregiving, and socioeconomic status in the post-natal year on

children's language development. Child: Care, Health and Development. 34(5): 603-612.

Sutter-Dallay, A., Dequae-Merchadou, L., Glatigny-Dallay, E., Bourgeois, M. e

Verdoux, H. (2008). Impact de la dépression postnatale maternelle précoce sur le

développement cognitif du nourrisson: Étude prospective sur 2 ans. Devenir. 20(1): 47-63.

Taj, R. e Sikander, K. S. (2003). Effects of maternal depression on breast-feeding.

Journal of Pakistan Medical Association. 53(1): 8-11.

Weissman, M. M., Bland, R., Joyce, P. R., Newman, S. J., Wells, E. e Wittchen, H.

(1993). Sex differences in rates of depression: cross-national perspectives. Journal of

Affective Disorder. 29(2-3): 77-84.

Page 70: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

70

Whiffen, V. E. e Gotlib, I. H. (1989). Infants of postpartum depressed mothers:

Temperament and cognitive status. Journal of Abnormal Psychology. 98(3): 274-279.

Wigg, N. R., Tongs, S., NcMichael, A. J., Baghurst, P. A., Vimpani, G. e Roberts,

R. (1998). Does breastfeeding at six months predict cognitive development? Australian

and New Zealand Journal of Public Health. 22(2): 232-236.

Wisner, K. L. e Wheeler, S. B. (1994). Prevention of Recurrent Postpartum Major

Depression. Hospital Community Psychiatry. 45: 1191-1196.

Page 71: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

71

Conclusão

“To a man who knows nothing, mountains are

mountains, waters are waters and trees are

trees. But when he has studied and knows a

little, mountains are no longer mountains,

waters are no longer waters and trees no

longer trees. But when he has thoroughly

understood, mountains are once again

mountains, waters are waters and trees are

trees”.

Old Zen Saying

Importa referir algumas características da nossa amostra, nomeadamente o facto

de a maioria dos sujeitos se encontrarem empregados e ter um nível de escolaridade

superior. Acresce, ainda, outras características sócio-demográficas, onde verificamos que

os progenitores, na sua maioria, têm estabilidade no sistema relacional mais próximo,

vivendo em situação de casal, com o pai da criança e sob a condição civil de casado. A

maioria tem, igualmente, idade para encarar a maternidade de forma funcional. E de

realçar também a existência de poucos comportamentos de risco nas mulheres.

Salientamos as características dos bebés, uma vez não ter existido problemas

relevantes no pós-natal para as crianças e apenas haver registo de 4 bebés com peso

inferior a 2500g à nascença e porque naturalmente se excluíram os partos prematuros

pois a primeira avaliação foi efectuada às 37 semanas de gestação.

Mas, os estudos aqui apresentados revelam algumas limitações metodológicas

que devem ser importantes considerar, nomeadamente a selecção, a dimensão e

características da amostra, como as limitações nos testes usados e nos dados

recolhidos, essencialmente a colheita nos bebés das morbilidades físicas, do

desenvolvimento psicomotor e da Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths.

Também não se avaliou o suporte social e emocional das famílias, que será apreciado

posteriormente.

Mas, algumas ilações puderam ser retiradas deste estudo. De forma mais

evidente constatamos uma elevada prevalência de depressão pré e pós-natal,

especialmente nas mulheres, assim como tendências, para um desenvolvimento físico e

psicomotor menor nos bebés filhos de pais com depressão. Também encontramos

Page 72: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

72

diferenças no período de amamentação e uma alta prevalência da taxa de DPN nas

mães.

Referimos, assim, que a depressão é um aspecto essencial a ser considerado em

contextos de saúde. Vários autores alertam para o facto de os progenitores estarem

deprimidos antes do parto, daí ter sido importante a avaliação da depressão anterior.

Figueiredo (2005, cit. in Leal, 2005) alerta para o facto de se realizarem mais trabalhos

sobre a depressão pós-natal do que pré-natal pois esta última pode ser significativa para

a ocorrência de DPN. Neste estudo, à semelhança de outros, uma percentagem

considerável de sujeitos deprimidos anteriormente também deprimiu após o parto.

Sabe-se que durante a gravidez os futuros pais são acompanhados,

sistematicamente, nos cuidados de saúde e, por isso, considera-se importante prevenir

os profissionais de saúde para estarem vigilantes a sintomas de depressão na gravidez,

até porque segundo O`Hara e Swain (1996) apenas 13,8% das mulheres com depressão

na gravidez são tratadas.

Sintomas de depressão materna na primeira infância dos bebés contribuem

desfavoravelmente para cuidados de saúde precários para com os recém-nascidos

(Minkovitz et al., 2005). Sabe-se que a depressão paterna é menor do que a depressão

materna, tal como verificado no nosso estudo, mas a depressão nas mães, além de

repercussões para a interacção mãe-bebé tem, também, para o pai, ou para quem

desempenha essa função, pois o pai pode exercer um papel protector para o

desenvolvimento infantil.

É plausível que os transtornos psíquicos dos pais sejam considerados factores de

risco para a negligência física ou emocional em relação à criança e que o grau dessa

negligência seria directamente proporcional à gravidade das condições psíquicas dos

progenitores. Tal como defendido por Ribeiro (2002) o sentimento de abandono pode

desencadear dificuldades cognitivas e afectivas, incluindo dificuldades de

relacionamento.

Por fim colocam-se os seguintes desafios para este estudo: considerar o

desenvolvimento físico e cognitivo destas crianças numa fase posterior do

desenvolvimento; tal como referido anteriormente, ponderar o papel do suporte social dos

progenitores na prevalência da depressão e qual a influência no desenvolvimento dos

filhos; assim como avaliar os acontecimentos de vida relevantes nos pais, qual a sua

influência na depressão e, consequentemente, no desenvolvimento dos bebés; e, por fim,

avaliar a ocorrência de Depressão e de Ansiedade e quais as suas implicações.

Em síntese, a elevada prevalência, considerável duração, consequências

negativas no desenvolvimento da criança e implicações socioeconómicas da depressão

Page 73: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

73

tem despertado uma especial atenção por parte de alguns investigadores. Daí a

necessidade de se estabelecer legislação específica, nomeadamente de cariz laboral

(Gotlib et al., 1991) e, especialmente, de sensibilização dos profissionais de saúde e da

população em geral para a prevenção, detecção e tratamento desta perturbação, que

poderá trazer consequências para todo o sistema familiar a nível físico, psicológico e

social.

Page 74: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

74

Page 75: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

75

Bibliografia

Apgar, V. A. (1953). A proposal for a new method of evaluation of newborn infant.

Current Researches in Anesthesia and Analgesia. 32: 260-267.

Brockington, I. F. (1996). Motherhood and Mental Health. Oxford: Oxford

University Press.

Field, T. M., Hossain, Z., e Malphurs, J. (1999). Depressed Fathers interactions

with their infants. Infant Mental Health Journal. 20(3): 322-332.

Gotlib, I. H., Whiffen, V. E., Wallace, P. M. e Mount, J. H. (1991). Prospective

investigation of postpartum depression: factors involved in onset and recovery. Journal of

Abnormal Psychology. 100(2): 122-32.

Griffiths, R. (1970). The abilities of young children. The Test Agency Ltd.

Leal, I. (2005). Psicologia da Gravidez e da Parentalidade. Fim de Século: Lisboa.

Leal, I. e Teixeira, I. (1995). Expectativas e atitudes de mães primíparas com filhos

prematuros. Análise Psicológica. 1-2 (XIII): 191-194

O`Hara, M. W. e Swain, A. M. (1996). Rates and risk of postpartum depression: a

meta-analysis. International Review of Psychiatry. 8(1): 37-54.

Spitzer, R. L. e Endicott, J. (1979). Schedule for affective disorders and

schizophrenia: Life time version (SADS-L). Terceira Edição, New York State Psychiatric

Institute, New York.

Page 76: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

76

Page 77: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

77

Lista de abreviaturas

DPN – Depressão Pós-natal

SADS-L – Survey for Affective Schizophrenia – Life Time

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

EPDS – Edinburgh Post Depression Scale

DSM-IV – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Fourth Edition (Manual

Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais – Quarta Edição)

QI – Quociente Intelectual

Page 78: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

78

Lista de tabelas e esquema

Título Página

Tabela 1 – Lista de instrumentos usados nos respectivos momentos 17

Esquema 1 – Desenho da investigação 17

Artigo 1

Tabela 1 – Caracterização da amostra 31

Tabela 2 – Prevalência de depressão na mãe e no pai nos vários momentos 32

Tabela 3 – Desenvolvimento físico dos bebés e depressão nos pais às 37 semanas de

gestação 33

Tabela 4 – Desenvolvimento físico dos bebés e depressão nos pais 6 semanas após o

parto 34

Tabela 5 – Desenvolvimento físico dos bebés e depressão nos pais 12 meses após o

parto 35

Tabela 6 – Prevalência de infecções nos bebés e avaliação da depressão da mãe e do

pai 36

Tabela 7 – Prevalência de diarreias nos bebés e avaliação da depressão da mãe

e do pai 37

Tabela 8 – Desenvolvimento físico dos bebés e amamentação 38

Artigo 2

Tabela 1 – Caracterização da amostra 59

Tabela 2 – Prevalência de depressão na mãe e no pai nos vários momentos 60

Tabela 3 – Depressão nos pais e desenvolvimento cognitivo dos bebés 60

Page 79: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

79

Anexos

Page 80: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

80

Page 81: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

81

Anexo 1 – Consentimento informado

Page 82: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

82

Page 83: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

83

Protocolo de Consentimento

Eu, _________________________________________________________

concordo em participar num programa de investigação conduzido por Anabela Guedes

Monteiro, licenciada em Psicologia Clínica, no âmbito da sua dissertação de Mestrado.

Compreendo que o objectivo primordial é ajudar a investigadora a melhor

compreender os aspectos físicos e psicológicos associados ao nascimento de um filho,

associado à presença ou não de Depressão.

Compreendo que posso recusar-me a participar neste estudo e que a minha

recusa em nada interferirá no tratamento médico e psicológico que necessite.

Compreendo ainda que me pode ser solicitado responder a vários questionários.

Autorizo a investigadora a ter acesso a informação contida nos meus registos

médicos respeitantes ao parto e período pós-natal, assim como aos registos médicos do

meu bebé.

Compreendo que toda a informação obtida neste estudo será estritamente

confidencial e que a minha identidade, assim como a do meu bebé, jamais será revelada

em qualquer relatório ou publicação ou a qualquer pessoa não relacionada directamente

com este estudo, a menos que eu o autorize expressamente por escrito.

Nome: ______________________________________________________

Assinatura: __________________________________________________

Contacto: ___________________________________________________

Morada: ____________________________________________________

Data: _______________________________________________________

Page 84: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

84

Page 85: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

85

Anexo 2 – Questionário Sócio-demográfico

Page 86: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

86

Page 87: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

87

Código

Data: __/__/____

Avaliação Nº

Entrevistador: ____________________

Questionário Sócio-demográfico

Exmª Senhora

Queira ter a gentileza de responder às perguntas do questionário abaixo, que se

referem a si e ao seu bebé que teve recentemente.

Para responder às questões que lhe são feitas poderá socorrer-se, caso o

necessite, do Boletim de Saúde Infantil do seu filho.

Mulher

Homem

Nome ____________________________________________________________________

Morada___________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Localidade________________________ Telefone ________________________________

Idade____________ Data de Nascimento __/__/____ Nacionalidade __________________

Raça ______________ Nível Escolar ___________________________________________

Profissão __________________________________________________________________

Estado Civil ______________________

Vive com o pai do bebé? Sim

Não

Há quanto tempo? _____________________

Nome ____________________________________________________________________

Morada___________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Localidade________________________ Telefone ________________________________

Idade____________ Data de Nascimento __/__/____ Nacionalidade __________________

Raça ______________ Nível Escolar ___________________________________________

Profissão __________________________________________________________________

Estado Civil ______________________

Page 88: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

88

Hábitos tabágicos

Mulher Homem

Fumadora

Número de cigarros

Ex-fumadora

Não fumadora

Se deixou de fumar ou reduziu, quando

______________________

Fumador

Número de cigarros

Ex-fumador

Não fumador

Se deixou de fumar ou reduziu, quando

______________________

Hábitos Alcoólicos

Mulher Homem

Habitualmente bebe

Não bebe

Bebe socialmente

Se deixou de beber ou reduziu, quando

_________________________________

Habitualmente bebe

Não bebe

Bebe socialmente

Se deixou de beber ou reduziu, quando

_________________________________

Hábitos de Consumo de Medicação

Mulher Homem

Sem medicação anterior

Com medicação anterior

Medicação durante a gravidez

Sem medicação anterior

Com medicação anterior

Medicação durante a gravidez

1. Antecedentes obstétricos

1.1 Gravidez actual: Planeada Não Planeada

1.2 Esteve anteriormente grávida? Sim Não

1.3 Se sim, número de gestações Número de filhos vivos

1.4 Dificuldade em engravidar: Sim Não Se sim, quanto tempo? _____

2. Pós- Parto

2.1 Data do Parto __/__/____

2.2 Tipo de Parto: Parto Eutócito Parto Distócito

(por exemplo, cesariana, fórceps, ventosa, etc.)

2.3 Amamenta o seu filho? Sim Não Se sim, quanto tempo?______

Page 89: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

89

Anexo 3 - SADS – L (Survey for Affective Disorders and Schizophrenia

– Life Time)

Page 90: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

90

Page 91: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

91

Page 92: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

92

Page 93: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

93

Page 94: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

94

Page 95: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

95

Page 96: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

96

Page 97: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

97

Page 98: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

98

Page 99: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

99

Page 100: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

100

Page 101: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

101

Page 102: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

102

Page 103: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

103

Page 104: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

104

Page 105: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

105

Page 106: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

106

Page 107: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

107

Page 108: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

108

Page 109: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

109

Page 110: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

110

Page 111: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

111

Page 112: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

112

Page 113: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

113

Page 114: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

114

Page 115: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

115

Page 116: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

116

Page 117: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

117

Page 118: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

118

Page 119: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

119

Anexo 4 – Questionário Variáveis dos Bebés

Page 120: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

120

Page 121: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

121

Questionário - Bebé

1.Sexo do Bebé: Masculino Feminino

2. Data de Nascimento __/__/____

3.1 Idade Gestacional: o bebé nasceu com __________ semanas

3.2 Peso: o bebé nasceu com __________ Kg de peso

3.3 Ao 1 mês pesa __________ Kg

3.4 Aos 2 meses pesa __________ Kg

3.5 Aos 3 meses pesa __________ Kg

3.6 Aos 6 meses pesa __________ Kg

3.7 Aos 12 meses pesa __________ Kg

3.8 Altura: o bebé nasceu com _________ cm de altura

3.9 Ao 1 mês mede ________cm

3.10 Aos 2 meses mede ________cm

3.11 Aos 3 meses mede ________cm

3.12 Aos 6 meses mede ________cm

3.13 Aos 12 meses mede ________cm

3.14 Perímetro Cefálico: o bebé nasceu com _______ cm de perímetro cefálico

3.15 Ao 1 mês tem _______ cm de perímetro cefálico

3.16 Aos 2 meses tem _______ cm de perímetro cefálico

3.17 Aos 3 meses tem _______ cm de perímetro cefálico

3.18 Aos 6 meses tem _______ cm de perímetro cefálico

3.19 Aos 12 meses tem _______ cm de perímetro cefálico

4 Prevalência de diarreias durante o primeiro ano de vida

a. Nenhuma

b. Entre uma e três vezes

c. Entre quatro e cinco vezes

d. Mais de cinco vezes

5 Prevalências de infecções (ex. respiratórias, auditivas, etc.) durante o primeiro ano de

vida

a. Nenhuma

b. Entre uma e três

c. Entre quatro e cinco

Page 122: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

122

d. Mais de cinco

5.1 De que tipo foram as infecções? ________________________________________

______________________________________________________________________

6 Desenvolvimento Psicomotor

Com que idade é que o bebé…

6.1 Sorriu pela primeira vez? _________ meses

6.2 Vocalizou pela primeira vez? __________ meses

6.3 Controlou a cabeça pela primeira vez? __________ meses

6.4 Segurou um objecto pela primeira vez? _________ meses

6.5 Virou-se na cama? ________ meses

6.6 Sentou-se sem apoio? __________ meses

6.7 Se arrastou? __________ meses

6.8 Prensou um objecto (polegar e indicador)? ___________ meses

6.9 Pôs-se de pé? __________ meses

6.10 Andou com apoio? _________ meses

6.11 Fica de pé sozinho? __________ meses

6.12 Andou sozinho? _________ meses

7 Índice de APGAR

7.1 1º Minuto: ______

7.2 5º Minuto: ______

Page 123: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

123

Anexo 5 - Fichas Clínicas de Saúde Infantil (dos rapazes e das

raparigas, segundo as indicações do Ministério da Saúde)

Page 124: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

124

Page 125: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

125

Rapazes

Page 126: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

126

Raparigas

Page 127: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

127

Anexo 6 - Escala de Desenvolvimento Mental de Ruth Griffiths - I

Page 128: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

128

Page 129: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

129

A B C D E

LOCOMOTOR PESSOAL -

SOCIAL

AUDIÇÃO E

LINGUAGEM OLHO E MÃO

PERFORMA

NCE 1 1 1 1 1 Notas e

coment

ários 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 10 10 10 10 10 11 11 11 11 11 12 12 12 12 12 13 13 13 13 13 14 14 14 14 14 15 15 15 15 15 16 16 16 16 16 17 17 17 17 17 18 18 18 18 18 19 19 19 19 19 20 20 20 20 20 21 21 21 21 21 22 22 22 22 22 23 23 23 23 23 24 24 24 24 24 25 25 25 25 25 26 26 26 26 26 27 27 27 27 27 28 28 28 28 28 29 29 29 29 29 30 30 30 30 30 31 31 31 31 31 32 32 32 32 32 33 33 33 33 33 34 34 34 34 34 35 35 35 35 35 36 36 36 36 36 37 37 37 37 37

Escala de Desenvolvimento Mental de Griffiths I Código

Avaliação nº

Nome da Criança: ___________________________________________________________________

Data de examinação: _________________________________________________________________

Idade da Criança: ____________________________________________________________________

Nome do examinador: ________________________________________________________________

Page 130: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

130

38 38 38 38 38 39 39 39 39 39 40 40 40 40 40 41 41 41 41 41 42 42 42 42 42 43 43 43 43 43 44 44 44 44 44 45 45 45 45 45 46 46 46 46 46 47 47 47 47 47 48 48 48 48 48 49 49 49 49 49 50 50 50 50 50 51 51 51 51 51 52 52 52 52 52

Total A B C D E

Idade Mental _______________________________

Idade Cronológica: __________________________

Quociente Geral: ____________________________

Page 131: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

131

Meses

A B C D E

LOCOMOTOR PESSOAL - SOCIAL AUDIÇÃO E

LINGUAGEM OLHO E MÃO REALIZAÇÃO

1º mês Eleva o seu queixo,

levemente, quando está de

barriga para baixo.

1 Olha uma pessoa,

momentaneamente (1º

mês)

1 Fica surpreendido com os

outros (1º mês) 1 Segue com os olhos um

movimento de luz (1º

mês)

1 Agarra o dedo do

examinador (1º mês) 1 Notas e

Comentários

1 mês Faz força com os pés contra a

mão do examinador. 2 Acalma-se quando é

pagada ao colo (2º mês) 2 Fica tranquilo com a voz

(1º mês) 2 Olha para a argola,

momentaneamente (1º

mês

2 Reacção ao papel – 1

Movimentos físicos

generalizados (1º mês)

2

2º mês Segura a sua cabeça por alguns segundos.

3 Gosta de tomar banho (2º mês)

3 Vocalização de qualquer som (excepto chorar) (1º

mês)

3 Olha, constantemente, para a argola (2º mês)

3 Leva as mãos à boca (1º mês)

3

Fim 2º

mês

Levanta a sua cabeça bem alto quando está de barriga para

baixo.

4 Sorri (2º mês) 4 Ouve o sino (2º mês) 4 Segue movimentos horizontais da argola (2º

mês)

4 Mostra movimentos energéticos dos braços

(2º mês)

4

Fim 2ª

mês

Dá pontapés, vigorosamente,

quando está deitado. 5 Reconhecimento visual

da mãe (2º mês) 5 Produz sons – uma só

sílaba (Fim 2º mês) 5 Segue os movimentos

verticais da argola (2º mês)

5 Reacção ao papel – 2.

Virar a cabela (3º mês) 5

Fim 2º

mês

É activo no seu banho, dando

pontapés, etc. 6 Sons murmurados quando

falam com ele (3º mês) 6 Procurar os sons com os

olhos (Fim 2º mês) 6 Lança olhares de um

objecto para outro (3º mês)

6 Segura numa boneca (3º

mês) 6

3º mês Levanta a sua cabeça,

levemente, quando está

deitado dorsalmente.

7 Segue o movimento das

pessoas com os seus

olhos (3º mês)

7 Ouve música (3º mês) 7 Segue movimentos

circulares de objectos

(Fim 3º mês)

7 Brinca com os p´roprios

dedos (3º mês) 7

3º mês Pode rolar de frente para trás 8 Observar, novamente, o

sorriso da criança (Fim 3º

mês)

8 Produz dois sons

diferentes (Fim 3º mês) 8 Observa os objectos

puxados pelo cordel (Fim

3º mês)

8 Olha para a caixa que

está na mesa (4º mês) 8

3º mês As suas costas estão firmes

quando se mantem sentado 9 É amigável com

estranhos (Ínicio 4º mês) 9 Procuta os sons, com

movimentos da cabeça

(4º mês)

9 Agarra a argola quando

lhe oferecem (4º mês) 9 Resiste ao afastamento

da boneca (4º mês) 9

4º mês Eleva a sua cabeça e peito quando de bruços.

10 Resiste a um adulto que tenta, por brincadeira,

tirar-lhe um brinquedo (5º

mês)

10 Ri-se alto (4º mês) 10 Exploração visual do novo ambiente (4º mês)

10 Segura o cubo que lhe é colocado na mão (4º

mês)

10

4º mês Segura a sua cabeça

continuamente de forma

erecta.

11 Diverte-se quando

brincam com ele (5º mês) 11 Vira a cabeça,

deliberadamente, em

direcção ao sino (5º mês)

11 Alcança a argola e

agarra-a (5º mês) 11 Substitui o 1º cubo por

um segundo (5º mês) 11

5ª mês Eleva a sua cabeça e ombros quando está numa posição

dorsal

12 Pára de chorar quando falam com ele (5º mês)

12 Ouve o diapasão (5º mês) 12 Leva a argola à boca (5º mês)

12 Reacção ao papel - 3. Puxa-o (6º mês)

12

5º mês Pode balançar de um lado para o outro.

13 Vira a cabeça em direcção à pessoa que está

a falar (5º mês)

13 Murmura ou pára de chorar quando ouve

música (5º mês)

13 Agarra a argola que fica pendurada (Fim 5º mês)

13 Evidencia interesse na caixa dos cubos (6º mês)

13

6º mês Brinca com os brinquedos. 14 Movimentos antecipados

quando está prestes a ser 14 Fala (murmura) para com

as pessoas (Início 6º mês) 14 Segura a argola depois de

a agarrar (6º mês) 14 Pega num brinquedo que

está na mesa (6º mês) 14

Page 132: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

132

levantado (pela mãe) (fim

5º mês)

6º mês 1ª reação ao gatinhar:

impulsiona com as mãos,

arrast-se com os joelhos, etc.

15 Pega numa colher (6º

mês) 15 Manipula o sino (6º mês) 15 Explora com as mãos a

superfície da mesa (Fim

6º mês)

15 Segura em dois pequenos

objectos (6º mês) 15

Fim 6º

mês

Senta-se com um pequeno apoio. Pode ser deixado

sentado sobre almofadas.

16 Estica-se para ser levantado (Fim 6º mês)

16 Produz mais 4 sons (6º ou 7º mês)

16 Brinca com a argola (Fim 6º mês)

16 Agarra na caixa (7º mês) 16

7º mês Pode rolar de trás para a frente e da frente para trás.

17 Bebe de uma chávena (7º mês)

17 Responde quano é chamada (7º mês)

17 Alcança e pega no cordel – por qualquer método

(7º mês)

17 Manipula um cubo ou um brinquedo (7º mês)

17

7º mês 1ª reação ao andar (a): move

os pés alternadamente. 18 Manipulação de uma

chávena ou de uma

colher, quando brinca (7º

mês)

18 Murmura duas sílabas (7º

mês) 18 Olha para um objecto

depois de o ter deixado

cair (Fim 7º mês)

18 Reacção ao papel – 4.

Alcança-o e tira-o (7º

mês)

18

8º mês Tenta, vigorosamente, gatinhar, usando ambas as

mãos e pés.

19 Reacção à imagem no espelho – 1: olhar para

ele mesmo (7º mês)

19 Murmura alto para ter atenção (8º mês)

19 Bate com um objecto no outro (8º mês)

19 Passa um brinquedo de uma mão para a outra (7º

mês)

19

8º mês Senta-se sozinho por pouco

tempo. 20 Diferência os estranhos

das pessoas familiares (8º mês)

20 Ouve as conversas (8º

mês) 20 Observa o examinador a

escrevinhar (8º mês) 20 Deixa cair um brinquedo

quando lhe é oferecido um terceiro (7º mês)

20

9º mês Reacção ao andar (b): os pés,

agora, movem-se alternadamente.

21 Reacções imediatas a

situações, por exemploo, quando está à mesa (8º

mês)

21 Sons cantados (8º mês) 21 Segura a argola pelo fio

(8º mês) 21 Manipula dois objectos

ao mesmo tempo (8º mês)

21

9º mês Pode-se voltar quando está deitado no chão: reacção ao

gatinhar (III).

22 Fica descontente se um brinqudo lhe for retirado

(9º mês)

22 Frases murmuradas: 4 sílabas (Início 9 mês)

22 O dedo indicador e o polegar, de certo modo

especializados (9º mês)

22 Reacção ao papel – 5.rasgar, amarrotar ou

produzir algo (8º mês)

22

Fim 9º

mês

Pode ser deixado estar sentado

no chão. 23 Ajuda a pegar na chávena

quando bebe (9º mês) 23 Diz “mamã” ou “papá”,

etc. Uma palavra clara (9º mês)

23 Boa prensão (10º mês) 23 Levanta a caixa de

maneira invertida, de modo a procurar um

brinquedo (9º mês)

23

Fim 9º

mês

Gatinhar IV: Progrediu, para a frente e para trás.

24 Tira fora o chapéu (10º mês)

24 Ouve um cronómetro (9º mês)

24 Pendura a argola pelo fio (10º mês)

24 Guizo (abanr uma caixa com os cubos (10º mês)

24

10º mês Permanece de pé quando

mantido em pé. 25 Reacção à imagem no

espelho – 2: sorri ou

brinca com ele (10º mês)

25 Abana com a cabeça para

“dizer” não (10º mês) 25 Brinca puxando a argola

ou outro brinquedo, por

um fio (11º mês)

25 Bate os dois cubos, um

no outro (imitação) (10º

mês)

25

Fim 10º

mês

Senta-se bem numa cadeira. 26 Acena o adeus (11º mês) 26 Diz duas palavras claras (10º mês)

26 Atira o objecto para o chão (11º mês)

26 Tira ou levanta a tampa das caixas (11º mês)

26

Fim 10º

mês

Pode levantar-se sozinho

depois de gatinhar ou de se

sentar, agarrando-se à mobília.

27 Dá afecto (11º mês) 27 Pequenas frases

murmuradas (Fim 10º

mês)

27 Oposição completa do

polegar (11º mês) 27 Descobre um brinquedo

por baixo da caixa (11º

mês)

27

11 mês Consegur manter-se de pé

quando agarrado aos móveis. 28 Com ecom os ddedos –

polegar e indicador (11º mês)

28 Toca o sino (11º mês) 28 Apontacom o indicador

(11º mês) 28 Tenta tirar os cubos da

caixa (11º mês) 28

Page 133: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

133

11 mês Gatinhar V: Rasteja com a

ajuda das mãos e joelhos ou consegue por outro método.

29 Brinca com uma chávena,

colher e pires (Fim 11º mês)

29 Reacção vocal à música

(11º mês) 29 Interesse pelo carro (11º

mês) 29 Aceita um terceiro cubo

sem deixar cair (11º mês) 29

12º mês Passos alternados dentro da

caminha do be´be, agarrando o gradiamento, etc.

30 Obdece a um simples

pedido – “Dá-me a chávena!” (12 mês)

30 Murmura sozinho

quando está só ou a descansar (12º mês)

30 Segura no lápis como se

fosse desenhar no papel (12º mês)

30 Remove ambos os cubos

da caixa (12º mês) 30

12º mês Pode andar quando agarrado

por um adulto numa ou nas

duas mãos

31 Bate palmas (12º mês) 31 Diz 3 palavras,

claramente (Fim 12º

mês)

31 Usa o lápis no papel por

pouco tempo (Fim 12º

mês)

31 Manipulação da tampa,

caixa, cubos (12º mês) 31

13º mês Trepa uma saliência ou põe-se de pé quando está a gatinhar.

32 Coloca objectos na chávena com que brinca

ou vice-versa (12º mês)

32 Tenta cantar, definitivamente (13º

mês)

32 Gosta de segurar objectos pequenos (13º mês)

32 Desembrulha e encontra um brinquedo (13º mês)

32

13º mês Consegue estar de pé,

sozinho. 33 Tenta ajudar a vestir-se:

casaco, etc. (13º mês) 33 Olha, serenamente, para

imagens (13º mês) 33 Preferência por uma das

mãos (13º mês) 33 Tábuas com formas – 1.

Tábua com um círculo (2

tentativas) (13º mês)

33

Fim 14º

mês

Anda sozinho, ao príncipio de

uma maneira instável. 34 Conseguir segurar na

chávena quando bebe

(Fim 13º mês)

34 Conhece o seu próprio

nome (14º mês) 34 Brinca com a bola (14º

mês) 34 Abre duas caixas (14º

mês) 34

Fim 14º

mês

Pode ajoelhar-se no chão ou numa cadeira. Balança nesta

posição.

35 Usa a colher, convenientemente

(derrama alguma coisa)

(5º mês)

35 Gosta de rimas (Fim 14º mês)

35 Pode segurar em 4 cubos ao mesmo tempo (14º

mês)

35 Coloca dois cubos da caixa, quando encorajada

(14º mês)

35

15º mês Trepa os degraus, subindo

mas não descendo. 36 Mostra os sapatos (16º ao

17º mês) 36 Usa 4 ou 5 palavras

claras (15º mês) 36 Brinca, puxando

pequenos carros (14º

mês)

36 Tábuas com formas – 2.

Dois círculos numa tábua

(15º mês)

36

15º mês Gosta de andar puchando um

brinquedo com rodas. 37 Enta fazer mover o

puxador da porta (17º

mês)

37 É identificado um

objecto da caixa (Fim 17º

mês)

37 Colocar uma tampa, uma

caixa ou um cubo (um

objecto por cima do outro) (15º mês)

37 Coloca os cubos nas

caixas e torna-os a tirar

(15º mês)

37

16º mês Dá os primeiros passos

bastante bem. 38 Precisa de atenção (18º

mês) 38 Usa 6 ou 7 palavras ( 17º

mês) 38 “Risca” espontaneamente

(16º mês) 38 Tábuas com formas

quadradas – 3. Quadrado

(2 tentativas) (16º mês)

38

17º mês Debruça-se para pegar num

objecto sem se desiquilibrar. 39 Manuseia bem a chávena

(18º mês) 39 Longa conversa

murmurada, algumas

palavras são claras (17º mês)

39 Puxa um papel ou um

pano para obter um

brinquedo (17º mês)

39 Tábuas com forma – 4.

Dois círculos (16º mês) 39

17º mês Trepa para uma cadeira baixa. 40 Pode retirar os sapatos e

as meias (19º mês) 40 Gosta de figuras do livro

(18º mês) 40 Brinca, construtivamente,

com as caixas ou com

outros materiais (17º mês)

40 Pode voltar a colocar a

tampa na caixa (17º mês) 40

18º mês Pode andar de costas. 41 Gosta que um adulto lhe

mostre um livro (19º mês) 41 Dois objectos da caixa

são identificados (18º mês)

41 Torre de 3 cubos (18º

mês) 41 Tábuas com formas – 5.

Três formas (17º mês) 41

18º mês Gosta de andar puxando um

brinquedo com um cordel. 42 Descreve partes do corpo

– 1 (19º ao 20º mês) 42 Diz 9 palavras (19º mês) 42 Pode atirar uma bola (19º

mês) 42 Coloca dois cubos na

caixa e coloca a

respectiva caixa (18º

42

Page 134: Tese de Mestrado - repositorio-aberto.up.pt · cabo esta investigação e a sua redacção, o que é certo é que este esforço acabou por servir, também, para o meu dia-a-dia como

134

mês)

19º mês Pode subir e descer escadas. 43 Controlo completo do intestino (19º ao 20º mês)

43 Saõ identificados 4 objectos da caixa (20

mês)

43 Torre de 4 cubos (19º mês)

43 Tábua com formas – 6. Círculo e quadrado

(juntos) (18º mês)

43

20º mês Pode saltar. A criança dá um

pequeno salto quando está de pé (se estiver contente, etc.)

com os dois pés juntos.

44 Usa a colher

correctamente (20º mês) 44 Vocabulário de 12

palavras (20º mês) 44 Gosta de “riscar” (20

ºmês) 44 Tábuas com formas – 7.

Três formas (20 mês) 44

20º mês Corre. 45 Controlo da bexiga (20 mês)

45 As figuras e o vocabulário – 1 (20º mês)

45 Pode virar água de um copo para outro (22º

mês)

45 Tábuas com formas - 8. Três formas (21º mês)

45

20º mês Pode andar direito, não mais

gatinhando, mas segurando a

mão de um adulto, etc.

46 Tanta contar experiências

(21º mês) 46 Combina palavras (2 ou

mais) (Início 21º mês) 46 Risco circular (23º mês) 46 Tábuas com formas – 9.

Dois círculos (22º mês) 46

21º mês Sobe e põe-se em pé numa

cadeira. 47 Pergunta coisas à mesa

(22º mês) 47 As figuras e o

vocabulário – 2 (22º mês) 47 Torre com 5 cubos (23º

mês) 47 Tábuas com formas – 10.

Círculo e quadrados rotativos (23º mês)

47

22º mês Pode saltar livremente de um

degrau com os dois pés ao

mesmo tempo.

48 Descreve partes do corpo

– 2 (22º mês) 48 Ouve histórias (23º mês) 48 Traço perpendicular (24º

mês) 48 Tábuas com formas – 10.

Círculo e quadrados

rotativos (23º mês

48

22º mês Pode sentar-se sozinho à

mesa, colocando a cadeira

primeiro.

49 Partes do corpo – 3 (23º

mês) 49 Vocabulário com 20

palavras claras (24º mês) 49 Construir um comboio de

3 cubos (24º mês) 49 Reúne as três caixas (23º

mês) 49

23º mês Sobe e desce escadas, abandonou o trepar, mas

continua a segurar-se às mãos dos adultos.

50 Partes do corpo – 4 (24º mês)

50 São identificados 8 objectos da caixa (24º

mês)

50 Lançar uma bola em direcção ao cesto (24º

mês)

50 Reúne as três caixas (23º mês)

50

24º mês Pode dar um pontapé numa

bola. 51 Pode abrir uma porta (24º

mês) 51 Identifica 4 brinquedos

(24º mês) 51 Fazer desclocar um cubo

ou um brinquedo (24º

mês)

51 Pode abrir um brinquedo

que atarracha (24º mês) 51

24º mês Pode estar sozinho nas

escadas. 52 Ajuda, activamente, a

vestir-se ou a despir-se

(24º mês)

52 Usa frases com mais de 4

sílabas (24º mês) 52 Traço horizontal (24º

mês) 52 Pode abrir um brinquedo

que atarracha (24º mês) 52

Total A B C D E