Perdidos & AchadosEram 8h e o quiosque tinha acabado de abrir. Ain-da tinha alguns jornais por arrumar e os clientes j tinham comeado a chegar lenta e separadamente, como era, alis, habitual num dia de semana. O Sr. Desi ia lendo os principais ttulos enquanto arruma-va os respetivos jornais. Havia um que se destacava, o The Morning Herald tinha uma frase em letras garrafais que saltava logo vista. So crescentes os casos de Bullying nas escolas da regio.Este jornal era conhecido por ter uma seco de ajuda onde as pessoas pediam concelhos aos editores sobre assuntos relacionados com a beleza e autoa-juda. Era uma das partes principais da edio, mas tambm as seces de Viagens e o Jornalismo de Investigao, que j lhes tinha valido alguns prmios anteriormente, eram muito procuradas. Neste dia as principais histrias era, para alm da questo do Bullying que ocupava uma boa parte do jornal, na seco de viagens falava-se sobre imigra-o, tema este que tambm era comum a uma das perguntas registadas na seco de ajuda, e ainda neste seco havia uma resposta a uma pergunta de uma leitora desesperada por concelhos sobre como se vestir melhor. Era uma rapariga que no se sentia bem com a sua imagem nem com o facto de ser mui-to envergonhada.

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Do fundo da rua surgia um jovem na casa dos 30 anos, com a barba por fazer e com o cabelo descontrolado, mas bem arranjado com uma camisa branca e fato escuro a condizer com a gravata. Apesar de no haver muito sol naquela manh primaveril, os olhos de Louis custavam a abrir. Quan-do est a passar pelo quiosque do Sr. Desi, o jovem para e compra o jornal habitual. Mal o recebe, nota que j passa da hora de abertura da Bolsa de valores e por isso teria que correr 3 quarteires para no chegar to atra-sado. Mete o jornal do bolso do casaco em conjunto com as suas luvas de eleio, que tinha sempre consigo e corre. Corre por 2 quarteires, e ape-nas quando est na penltima curva/esquina que o jornal escorrega do bolso do casaco, levando consigo as luvas habituais.

Quando chega porta da Bolsa, Louis mete as mos no bolso e nota que tan-to o jornal como as luvas devem ter cado pelo caminho. Devido ao valor sen-timental que estas tem, decide voltar atras e procura-las. No teve que andar muito para as encontrar em cima do jornal que j comeava a soltar algumas folhas com o vento.

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The Morning Herald 4 Do fundo da rua, enquanto caminha, apenas repara nos dois objetos, sem perceber por isso que havia algo mais sua espera naquela esquina. Conforme se vai aproximando repara numa pessoa que parece querer interagir com ele. Para seu espanto Micka, uma rapariga pela qual tinha um amor j algum tempo mas que se teria ido embora do pas para emi-grar. Ele continua surpreso por a ver enquanto ela diz que sabia que poderia sempre contar com ele e que no tinha dvidas nenhumas que ele no se atrasaria, o que o deixa ainda mais confuso. A moa agarra-lhes as mos com saudade enquanto lembrava tudo o que se tinha passado na sua estadia no estrangeiro. Ela explica-lhe que como tinha perdido os con-tactos dele decidiu por um anncio no jornal que ele costumava ler, para ele se encontrar com ela naquela esquina, o primeiro sitio onde se tinham encontrado.

No anncio lia-se:Querido Louis, Desculpa por tudo. Encontra--me na esquina da Avenida com a Williams s 8:15. .

Apesar da confuso e da saudade, esto os dois felizes por se verem e assim ficaram por al-guns minutos no percebendo portanto que o vento tinha-se tornado mais forte fazendo o jornal voar. Ao voar pela rua abaixo, ia embatendo em alguns postes e paredes, at que pa-rou no corpo de um rapaz mais novo, no mais de 15 anos, e que era cego. Com algum es-foro ele consegue pegar no jornal e guarda-lo, prosseguindo assim a sua viagem.

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O Sr. Desi do quiosque tinha dois filhos, uma rapariga de 17 anos a prepara-se para mudar de casa para ir para a faculdade e um ra-paz que devido a um problema de sade encontrava-se cego de um olho e por isso tinha algumas dificuldades a ver o caminho por onde andava. Apesar disso tinha a ajuda da irm e do pai, com quem vivia. O jovem Mathias chega a casa com um jornal debaixo do brao e ao entrar pela porta da rua a irm dele estranha o facto de ele ter comprado um jornal devido sua deficincia. Depois de lhe per-guntar o que se passava e ele lhe ter contado o seu pequeno inci-dente na rua, ele deixa o jornal em cima do sof e vo almoar.

Uma vista cega

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Theresa era elegante e tinha uma cara muito bonita mas no tinha confian-a nela prpria e por isso gostava de pedir conselhos a uma seco de um jornal conhecido, mas nunca tinha sido respondida. Depois de almoar lembra-se que tinha que ir baixa da cidade para entregar uns papis sobre a renda da casa. Antes de sair lem-bra-se de um vestido que tinha visto numa loja perto de casa, que sempre imaginou que lhe ficaria muito bem. Era de uma seda diferente, fazia um barulho caracterstico ao andar, e por alguma razo ela sentia-se bem ao imagina-lo. Decidiu prender 2 folhas do jornal, que o irmo tinha trazido, por dentro da saia para fazer o som parecido com o do tal vestido. J na rua a rapariga encontra uma vizinha, da qual sempre teve inveja pois era vestia-se melhor e parecia sempre mais bem arranjada. Ao v--la decide cumprimenta-la com um sorriso e um ol. A vizinha fica es-pantada pela elegncia que apresen-ta e pelo aspeto do vestido que leva vestido. Theresa apercebe-se disso e comea a corar, por isso despede-se e comea a andar antes que a vizinha repare na cara dela.

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Nem tudo o que parece...!

No dia seguinte, enquanto Mathias arrumava os livros dentro da mo-chila pegou sem querer no jornal que tinha trazido para casa no dia anterior. Conforme faz isso teve uma ideia brilhante e resolveu cortar pedaos de folha de jornal e pr espalhado na parte de dentro da cami-sola, criando assim uma camada protetora de jornal.

O jovem Mathias sofria muito tempo de bullying por parte de um colega seu na escola. Este gozava com ele pelo facto de no ver normal-mente. Como era mais forte e maior que Mathias o colega dele tinha um certo poder sobre o rapaz. A nica maneira seria defender-se e evi-ta-lo a todo o custo.Mathias reparou no jornal por se recordar de quando acendia a lareira com o pai quando era mais novo. Eles usavam folhas de jornal enrola-das em forma de bola, o que seria uma boa maneira de amortecer os ataques do seu colega em certas partes do seu corpo.

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Ficha Tcnica:Titulo: O Poder das NoticiasN de Paginas: 9Formato: E-Book (E-pub)Director: Antnio AlmeidaN: 21203Instituio: ISTEC - Instituto Superior de Tecnologias AvanadasCadeira: Projecto GlobalOrientador de Especialidade: Prof. Ctia FerreiraOrientador Metodologico: Prof. Pedro BrandoLicenciatura: Eng. MultimdiaTurma: ManhLisboa, 2014

Quem diria que um jornal tinha tanto poder. Apenas um conjunto de folhas consegue mudar a vida de algumas pessoas. Um jornal tem o poder de reunir um casal muito tempo separados, isto sem que um deles no soubesse do que se estava a passar. Um jornal tem ainda o poder de por um sorriso na cara de uma jovem deseperada e com a au-toestima demasiado em baixo, com apenas algumas folhas de ajuda. Para alem disto tudo, um jornal ainda consegue ajudar um jovem com problemas de bullying.

E ainda dizem que os jornais no tem poder!!

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