uma abordagem correlacional dos modelos cobit itil e da norma abnt nbr iso iec 38500 para o tema...

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE CARUARU – FACITEC BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO UMA ABORDAGEM CORRELACIONAL DOS MODELOS COBIT / ITIL E DA NORMA ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009 PARA O TEMA GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO. THIAGO MARQUES DE OLIVEIRA Caruaru - PE Dezembro de 2009

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Page 1: UMA ABORDAGEM CORRELACIONAL DOS MODELOS COBIT  ITIL E DA NORMA ABNT NBR ISO IEC 38500 PARA O TEMA GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE CARUARU

– FACITEC BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

UMA ABORDAGEM CORRELACIONAL DOS MODELOS COBIT / ITIL E DA NORMA ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009

PARA O TEMA GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.

THIAGO MARQUES DE OLIVEIRA

Caruaru - PE Dezembro de 2009

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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO - UPE FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE CARUARU

– FACITEC BACHARELADO EM SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

UMA ABORDAGEM CORRELACIONAL DOS MODELOS COBIT / ITIL E DA NORMA ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009

PARA O TEMA GOVERNANÇA CORPORATIVA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.

THIAGO MARQUES DE OLIVEIRA

Caruaru - PE Dezembro de 2009

Trabalho de Graduação apresentado na Faculdade de Ciências e Tecnologia de Caruaru, da Universidade de Pernambuco, por Thiago Marques de Oliveira, sob a orientação do Prof. Fernando Pontual de Souza Leão Júnior, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de Informação.

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Agradecimentos Agradeço a todos que participaram e colaboraram para a realização deste trabalho, em especial: A Deus, por ter dado-me saúde, forças e paciência para vencer os desafios e persistir nas minhas conquistas. Aos meus pais, Gilson e Divoneide, deixo registrado todo o meu carinho, respeito e gratidão por seu apoio. Obrigado, pai e mãe, sem vocês eu não teria conseguido concluir esta etapa da minha vida. Ao meu orientador Prof° Fernando Pontual de Souza Leão Júnior, por sua orientação e boa vontade, sem a qual esse trabalho não teria sido desenvolvido, e à Profª Erika Carlos Medeiros, pelas sugestões e esclarecimentos, que contribuíram significativamente para o trabalho. Aos meus amigos e colegas de curso, em especial Dyeggo, Cleryston, Luciano, Thiagão e Sylvinha, e a todos aqueles que, direta ou indiretamente, ajudaram-me, seja no desenvolvimento desse trabalho ou em meu crescimento pessoal durante toda graduação. As dificuldades para desenvolver este trabalho foram acompanhadas por muitas pessoas especiais para mim, e a todas elas eu agradeço cada minuto que estiveram ao meu lado durante este período. A todos, muito obrigado!

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Resumo

Este trabalho propõe um estudo sobre governança de TI, apresentando o correlacionamento dos princípios da norma ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009 com os processos do modelo CobiT e da biblioteca ITIL, de forma a facilitar a escolha de um ou mais modelos, ou processos dos mesmos, para auxílio na implantação de governança de TI em uma organização, com base nas necessidades da mesma. O trabalho procurou discutir os princípios da Governança de TI, contextualizando-a na governança corporativa, com base na norma ISO/IEC 38500, e em como o modelo CobiT e a biblioteca ITIL fornecem suporte ao atendimento destes princípios. Resulta deste estudo, o relacionamento dos processos dos modelos citados com a norma, provendo informações referentes a quais processos abordam quais princípios, e o quanto os modelos cobrem as necessidades desta norma.

Palavras-Chave: NBR ISO/IEC 38500, Tecnologia da Informação, Governança de TI, Alinhamento Estratégico, Gerência de TI, CobiT, ITIL, melhores práticas de TI, Sarbanes-Oxley, normas, padrões de TI.

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Abstract

This paper proposes a study on IT governance, with the linking the principles of the standard ISO/IEC 38500:2009 with the CobiT model processes and ITIL, to facilitate the choice of one or more models, and cases of them, to aid in the implementation of IT governance in an organization, based on the needs of the same. The article outlines the principles of IT governance, within today's corporate governance, based on ISO/IEC 38500, and the model CobiT and ITIL provide care support these principles. Results of this study, the relationship of the processes of the models listed with standard, providing information regarding which processes which deal with principles, and how the models meet the needs of this standard. Keywords: NBR ISO/IEC 38500, Information Technology, IT Governance, Strategical Alignment, IT Management, CobiT, ITIL, IT best practices, Sarbanes-Oxley, norms, IT standards.

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Lista de Figuras

Figura 3.1 – Modelo para Governança Corporativa de TI ......................................... 32

Figura 3.2 – Áreas-Foco da Governança de TI, na visão do CobiT .......................... 38

Figura 3.3 – Princípio básico do CobiT ..................................................................... 40

Figura 3.4 – Domínios do CobiT no Framework ........................................................ 41

Figura 3.5 – Cubo CobiT ........................................................................................... 48

Figura 3.6 – Inter-relacionamentos entre componentes do CobiT ............................. 48

Figura 3.7 – O núcleo da ITIL .................................................................................... 51

Figura 3.8 – Visão dos Processos do Estágio de Desenho de Serviço ..................... 60

Figura 3.9 – O Escopo da Transição de Serviço ....................................................... 63

Figura 3.10 – O Relacionamento dos Processos da Operação de Serviços ............. 66

Figura 3.11 – Melhoria de Serviço Continuada e o Ciclo de Vida de Serviço ........... 68

Figura 3.12 – Processo de Melhoria em 7 passos .................................................... 69

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Lista de Tabelas

Tabela 3.1 – Critérios de Análise para os modelos CobiT e ITIL em relação à norma ISO/IEC 38500 .......................................................................................................... 20

Tabela 3.2 – Implicações do SOA para TI ................................................................. 23

Tabela 3.3 – Questões e processos do domínio “PO” do CobiT ............................... 42

Tabela 3.4 – Questões e processos do domínio “AI” do CobiT ................................. 43

Tabela 3.5 – Questões e processos do domínio “DS” do CobiT ............................... 43

Tabela 3.6 – Questões e processos do domínio “ME” do CobiT ............................... 44

Tabela 3.7 – Processos e funções da ITIL V3 ........................................................... 53

Tabela 3.8 – Processos da Estratégia de Serviço da ITIL V3 ................................... 56

Tabela 3.9 – Processos do Desenho de Serviços da ITIL V3 e seus objetivos ......... 59

Tabela 3.10 – Processos da Transição de Serviço da ITIL V3 e seus objetivos ....... 63

Tabela 3.11 – Processos da Operação de Serviços da ITIL V3 e seus objetivos ..... 65

Tabela 3.12 – Funções da Operação de Serviços da ITIL V3 e seus objetivos ........ 67

Tabela 3.13 – Processos da Melhoria de Serviço da ITIL V3 e seus objetivos ......... 71

Tabela 3.14 – Correlacionamento entre norma ISO/IEC 38500 e o modelo CobiT ... 74

Tabela 3.15 – Correlacionamento entre norma ISO/IEC 38500 e o modelo ITIL ...... 76

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SUMÁRIO 1. Introdução ........................................................................................................... 11

1.1. Problemática ................................................................................................ 13

1.2. Objetivos do trabalho ................................................................................... 13

1.3. Justificativa ................................................................................................... 14

1.4. Motivação do trabalho .................................................................................. 15

2. Metodologia ........................................................................................................ 16

2.1. Natureza da Pesquisa .................................................................................. 16

2.2. Quanto aos fins ............................................................................................ 16

2.3. Quanto aos meios ........................................................................................ 16

2.4. Quanto à forma de abordagem .................................................................... 17

2.5. Procedimentos Metodológicos ..................................................................... 17

2.6. Limitações do Trabalho ................................................................................ 20

3. Fundamentação Teórica ..................................................................................... 21

3.1. Regulamentações de Compliance ............................................................... 21

3.1.1. Sabanes-Oxley Act ................................................................................ 21

3.1.2. Acordo da Basiléia II .............................................................................. 24

3.2. Governança Corporativa .............................................................................. 25

3.3. Governança de TI e Norma ISO 38500 ........................................................ 27

3.4. Entidades de Padronização ......................................................................... 28

3.4.1. ISO ........................................................................................................ 28

3.4.2. ABNT ..................................................................................................... 29

3.5. Norma ISO/IEC 38500 ................................................................................. 29

3.5.1. Estrutura de Governança Corporativa de TI .......................................... 30

3.5.2. Modelo de Governança de TI ................................................................ 31

3.5.3. Guia para Governança de TI da norma ISO/IEC 38500 ........................ 32

3.6. CobiT ............................................................................................................ 36

3.6.1. Histórico ................................................................................................. 36

3.6.2. Objetivos do Modelo .............................................................................. 37

3.6.3. Estrutura do Modelo .............................................................................. 39

3.6.3.1. Foco no negócio .............................................................................. 39

3.6.3.2. Orientação para processos ............................................................. 40

3.6.3.3. Controle através de objetivos .......................................................... 44

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3.6.3.4. Direcionamento para medições ....................................................... 46

3.6.3.5. Visão integrada do modelo.............................................................. 47

3.6.3.6. Conteúdo dos processos de TI ....................................................... 48

3.7. ITIL ............................................................................................................... 49

3.7.1. Histórico do Modelo ............................................................................... 49

3.7.2. Objetivos do Modelo .............................................................................. 50

3.7.3. Estrutura do Modelo .............................................................................. 50

3.7.3.1. Visão Geral ..................................................................................... 50

3.7.3.1.1. Estratégia de Serviço ................................................................... 53

3.7.3.1.1.1. Processos da Estratégia de Serviço ....................................... 55

3.7.3.1.2. Desenho ....................................................................................... 56

3.7.3.1.2.1. Processos do Desenho de Serviço ......................................... 57

3.7.3.1.3. Transição de Serviço .................................................................... 60

3.7.3.1.3.1. Processos da Transição de Serviço ....................................... 61

3.7.3.1.4. Operação de Serviço .................................................................... 63

3.7.3.1.4.1. Processos da Operação de Serviço ....................................... 64

3.7.3.1.4.2. Funções da Operação de Serviço .......................................... 66

3.7.3.1.5. Melhoria de Serviço Continuada ................................................... 67

3.7.3.1.5.1. Processos da Melhoria de Serviço Continuada ...................... 69

4. Processos e controles mapeados na correlação dos modelos CobiT, ITIL e a Norma ISO/IEC 38500 .............................................................................................. 72

4.1.1. Mapeamento ISO/IEC 38500 x CobiT ................................................... 72

4.1.2. Mapeamento ISO/IEC 38500 x ITIL ....................................................... 74

4.1.3. Relacionamento dos processos ............................................................. 76

4.1.4. ISO/IEC 38500 x CobiT ......................................................................... 77

4.1.4.1. Princípio da Responsabilidade ........................................................ 77

4.1.4.2. Princípio da Estratégia .................................................................... 78

4.1.4.3. Princípio da Aquisição ..................................................................... 80

4.1.4.4. Princípio do Desempenho ............................................................... 81

4.1.4.5. Princípio da Conformidade .............................................................. 82

4.1.4.6. Princípio do Comportamento Humano ............................................ 84

4.1.5. ISO/IEC 38500 x ITIL ............................................................................. 84

4.1.5.1. Princípio da Responsabilidade ........................................................ 85

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4.1.5.2. Princípio da Estratégia .................................................................... 85

4.1.5.3. Princípio da Aquisição ..................................................................... 87

4.1.5.4. Princípio do Desempenho ............................................................... 88

4.1.5.5. Princípio da Conformidade .............................................................. 89

4.1.5.6. Princípio do Comportamento Humano ............................................ 90

4.2. Considerações Finais ................................................................................... 91

4.2.1. Sugestões para trabalhos futuros .......................................................... 93

5. Referências Bibliográficas .................................................................................. 94

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1. Introdução

O cenário atual das organizações demonstra que a tecnologia da informação

(TI) está crescendo em utilização e importância, deixando de ser uma área de

suporte para ser uma ferramenta preponderante para o sucesso e sobrevivência das

organizações.

Para muitas organizações, a informação e a tecnologia que suportam o

negócio representam o seu mais valioso recurso. Além disso, num ambiente de

negócio altamente competitivo e dinâmico é requerida uma excelente habilidade

gerencial, onde a TI deve suportar as tomadas de decisões de forma rápida,

constante e com custos cada vez mais baixos. Muitas organizações reconhecem os

benefícios potenciais que a tecnologia pode propiciar. Entretanto, somente as

organizações de sucesso compreendem e administram os riscos associados à

implementação de novas tecnologias (ITGI, 2000).

Somado a isso, de acordo com Henderson & Venkatraman (apud LAURINDO,

2001), a falta de habilidade das empresas em obter retornos consideráveis dos

investimentos em TI se deve (ainda que não totalmente) à falta de coordenação e de

alinhamento entre as estratégias de negócio e de TI. Este ajuste entre as estratégias

de negócio, de TI e as estruturas internas da organização, considerando o seu

posicionamento e sua atuação no mercado, não é um evento isolado ou simples de

ser obtido, mas um processo dinâmico e contínuo ao longo do tempo (LAURINDO,

2001, p.161).

Com isso, há uma tendência para que as organizações busquem dar mais

importância à Governança de TI (GTI), devido à dependência mostrada pelas

organizações por suas infra-estruturas de TI, associada às oportunidades, benefícios

e riscos inerentes à área. Devido a esta tendência, a utilização de modelos com as

melhores práticas de gerenciamento, para auxiliar a governança de TI, vem

aumentando.

Visando suportar a estratégia definida e a demanda de serviços de TI, as

organizações buscam diversas alternativas para melhor planejar e direcionar seus

projetos e investimentos em TI.

Segundo Sodré & Souza (2007, p.1), “a administração eficaz dos recursos de

TI tornou-se um fator impactante para o desenvolvimento, fortalecimento e sucesso

de uma organização no mercado”, considerando fatores como:

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a) O potencial de contribuição para as práticas do negócio, criando novas

oportunidades e reduzindo custos;

b) A dependência das informações e dos recursos tecnológicos, que pode

ser crítica dependendo da natureza do negócio;

c) A relação custo x benefício dos investimentos em TI;

d) A segurança da informação e dos sistemas de informação.

As operações de TI envolvem altos riscos e demandam grandes

investimentos. Alinhar os objetivos da TI ao negócio da empresa e gerenciá-los,

tornou-se uma tarefa complexa que, sem o auxílio de métodos confiáveis, torna

difícil garantir o atendimento das necessidades com eficiência, eficácia, dentro do

orçamento e cumprindo os prazos.

Nesse contexto surge a necessidade da implantação de um modelo de

Governança de TI que supra as demandas estratégicas da organização, objetivando

o gerenciamento comedido dos recursos, o aprimoramento dos controles internos e

a mitigação dos riscos envolvidos. O processo de implantação da governança de TI

em uma organização necessita de investimentos, estruturas e processos que

garantam que a TI da organização suporte e contribua para os objetivos do negócio.

Esse processo aborda, também, a institucionalização de boas práticas e métricas de

controle e auditoria, que garantam que os objetivos estabelecidos estejam sendo

cumpridos conforme especificado (SODRE & SOUZA, 2007).

Assim sendo, para a implantação da governança é necessária a especificação

de controles que descrevam os processos e seus responsáveis, os recursos

envolvidos e formas de garantir os resultados esperados. Para auxiliar as empresas

nesse processo estão disponíveis no mercado diversos modelos ou padrões que

contribuem para a Governança de TI, dentre eles: CobiT (Control Objectives for

Information and Related Technology), ITIL (Information Technology Infrastructure

Library), CMMI (Capability Maturity Model Integration), PMBoK (Project Management

Body of Knowledge), Val IT, PRINCE2 (Projects in Controlled Environments), e-

SCM-SP, e-SCM-CL, Seis Sigma, Balanced Scorecard e padrões de segurança e

melhores práticas como a ISO/IEC – 17799, ISO/IEC 20000 e ISO/IEC 38500:2009.

Alguns desses modelos agregam, em estruturas denominadas frameworks,

um conjunto de melhores práticas testadas com sucesso em várias empresas de

grande, médio e pequeno porte, e servem como suporte para a definição dos

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caminhos a seguir no gerenciamento e no processo de Governança de TI. Só que

muitos gestores se perguntam qual desses modelos utilizar. Esse trabalho propõe

um estudo que auxilie os gestores a escolherem modelos que tenham maior

potencial de contribuição para a organização de acordo com suas necessidades e

com base nos princípios sugeridos pela norma norteadora adotada pelo estudo.

No âmbito deste trabalho, considerar-se-á a questão da utilização dos

modelos CobiT e ITIL, que dão suporte à implantação da Governança de TI em

organizações através de seus processos, no alcance dos princípios de Governança

Corporativa de TI apresentados na norma ISO/IEC 38500, conforme apresentado no

tópico seguinte.

1.1. Problemática

Foi lançada recentemente a norma NBR ISO/IEC 38500, com foco em

governança corporativa de TI. A norma aborda diversos pontos que devem ser

tomados como princípios para um modelo de governança de TI. Juntando a esse

fato, a dificuldade na escolha de modelos para auxílio na implantação de

governança de TI, por não saber como e quais setores são abordados por eles. O

questionamento que este trabalho pretende responder é: até que ponto, e como, os

modelos CobiT e ITIL, através de seus processos, cobrem os princípios da NBR

ISO/IEC 38500?

1.2. Objetivos do trabalho

É proposto neste trabalho a realização de um estudo sobre governança de TI,

apresentando o correlacionamento dos princípios da norma ABNT NBR ISO/IEC

38500 (referenciada a partir deste ponto como norma ISO/IEC 38500) com os

processos do modelo CobiT e da biblioteca ITIL.

Será feita uma apresentação da Governança de TI, sua contextualização na

governança corporativa, e como alcançá-la com base nos princípios da norma

ISO/IEC 38500, com o suporte do modelo CobiT e da biblioteca ITIL. Pretende-se

realizar uma análise dos frameworks de melhores práticas de controle e gerência de

TI, CobiT e ITIL, abordando suas aplicações para o alcance dos objetivos da norma

de governança de TI.

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Como resultado final, o trabalho pretende mostrar quais processos do CobiT e

da ITIL cobrem quais princípios da norma ISO/IEC 38500, ilustrando quais pontos

são abordados entre eles e quais não, junto com a análise das ações propostas no

correlacionamento dos mesmos. Com base nessas informações pode-se saber

quais processos de cada modelo poderão ser utilizados para alcançar os objetivos

do negócio.

Segue a divisão dos objetivos específicos que serão abordados para construir

o estudo proposto, visando alcançar o objetivo geral:

1. Apresentar o conceito de governança de TI;

2. Estudar o modelo CobiT;

3. Estudar a biblioteca ITIL;

4. Estudar a norma ISO/IEC 38500;

5. Analisar comparativamente o modelo CobiT, a biblioteca ITIL e norma

ISO/IEC 38500;

1.3. Justificativa

Um dos principais ativos de uma organização é a informação que ela tem.

Com informação é possível ter maior controle sobre as tomadas de decisões, que

são baseadas nas informações obtidas. Se as informações que o gestor tiver forem

poucas, inexatas, complexas ou fora do escopo desejado, a decisão tomada terá

menor chance de ser efetiva e trazer um bom resultado.

[...] o ambiente empresarial está mudando continuamente, tornando-se mais complexo e menos previsível, e cada vez mais dependente de informações e de toda a infra-estrutura tecnológica que permite o gerenciamento de enormes quantidades de dados. As organizações precisam enfrentar este cenário globalizado e competitivo com dedicação e entusiasmo, caso contrário, tendem a perder seu espaço e até desaparecer do mercado. E para tanto, precisam estar organizadas de controles que possibilitarão a junção de dados e a elaboração de informações que contribuem para o bom desempenho das atividades e a tomada de decisão eficaz [...]. (STRASSBURG, 2007, p.94)

Com este ambiente as organizações precisam cada vez mais otimizar seus

modelos de gestão de TI, para que as informações geradas na empresa sejam

realmente importantes para as tomadas de decisões, influenciando o funcionamento

da organização de forma positiva.

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15

[...] a estrutura da informação e os sistemas de informações são tão importantes que a TI é fator determinante na competitividade da companhia, já que, além de sua utilização como elemento-chave na administração dos recursos, a política de TI equipara-se, em nível estratégico, com o papel da definição de negócios e da própria organização [...]. (WALTON apud STRASSBURG, 2007, p.100)

Desta maneira, a utilização correta da TI na organização, ou seja, alinhada ao

negócio por meio de governança, não influencia apenas fatores internos da

empresa, mas também fatores externos. Visando aproveitar oportunidades antes

dos concorrentes, e se precaver contra prováveis situações adversas de mercado.

Partindo desta realidade, este trabalho visa auxiliar gestores na escolha de

práticas, baseadas nos processos dos modelos CobiT e ITIL, que atendam aos

princípios de Governança de TI presentes na norma ISO/IEC 38500, que tem como

foco avaliação, gerenciamento e monitoração do uso de TI na organização de forma

alinhada aos requisitos do negócio (Governança de TI).

1.4. Motivação do trabalho

A dificuldade encontrada pelas organizações em escolher um ou mais

modelos de Governança de TI, adequados à realidade da organização motivou a

elaboração deste estudo. Pois, muitas vezes, as organizações decidem adotar um

modelo ou framework de Governança de TI e encontram dificuldades na escolha, e

devido a esta dificuldade, ocorre de escolherem modelos que não são os mais

indicados para a realidade da organização, fazendo com que a implantação do

mesmo não tenha o sucesso esperado, ou até mesmo seja um fracasso. Partindo

deste ponto, o presente trabalho seleciona dois dos principais modelos que são

amplamente utilizados no mercado para auxílio na implantação de Governança de TI

em organizações.

Os modelos de melhores práticas utilizadas em foco neste estudo (CobiT e

ITIL) são ferramentas de apoio à governança de TI que atingiram um grau de

maturidade elevado e possuem atualmente uma grande aceitação no mercado, e a

norma ISO/IEC 38500, publicada em 06 de abril de 2009, é voltada especificamente

para a governança de TI, isto foi um dos mais importantes fatores na definição de

quais modelos e norma seriam utilizados para a elaboração deste estudo

correlacional.

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16

2. Metodologia

Segundo Leite (1978, p. 15), a pesquisa científica é um processo consciente e

racional de aprendizagem, destinado a promover a compreensão e explicação de

determinados fenômenos de interesse coletivo com a finalidade de interpretação,

previsão e controle. O autor defende que "o método científico difere do método

comum por utilizar processos sistemáticos de averiguação, análise e conclusão ao

invés do processo aleatório e assistemático das observações, indagações e

conclusões leigas". Para Demo (1995), a metodologia como pesquisa significa a

produção e análise de caminhos alternativos, bem como a investigação sobre estes

caminhos. Enquanto para Andrade (2006, p.129), “Metodologia é o conjunto de

métodos ou caminhos que são percorridos na busca do conhecimento”. Portanto,

nesta seção serão expostos os caminhos que nortearão este trabalho.

2.1. Natureza da Pesquisa

A natureza da pesquisa pode ser classificada quanto aos seus objetivos,

procedimento e quanto á forma de abordagem. Segundo Chizzotti (2006), a

pesquisa científica caracteriza-se pelo esforço ordenado de explicar ou compreender

os dados encontrados. Sendo assim, serão definidos a seguir os processos

científicos empregados nesta pesquisa.

2.2. Quanto aos fins

A pesquisa realizada neste trabalho quanto aos seus objetivos é classificada

como pesquisa descritiva. De acordo com Cervo, Bervian & Da Silva (2006, p.61),

“A pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos

(variáveis) sem manipulá-los”.

2.3. Quanto aos meios

Neste trabalho são utilizados procedimentos de pesquisa documental e

bibliográfica. Cervo, Bervian & Da Silva (2006) definem a pesquisa bibliográfica

como um instrumento que procura esclarecer problemas a partir de referenciais

teóricos publicados em artigos, periódicos, dissertações e teses. Enquanto, sobre

pesquisa documental, na definição de Marconi & Lakatos (1990), "a característica da

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pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos,

escritos ou não, constituindo o que se denomina de fontes primárias."

2.4. Quanto à forma de abordagem

A abordagem de pesquisa seguida neste trabalho é qualitativa, pois se

pretende descrever e interpretar fenômenos.

2.5. Procedimentos Metodológicos

A análise dos modelos será feita com base na correlação das atividades

citadas pelos processos do CobiT e da ITIL, com as práticas sugeridas pelas tarefas

dos princípios da norma ISO/IEC 38500. Os princípios e tarefas da norma serão

utilizados como critérios de análise dos modelos. Os resultados serão apresentados

em tabelas correlacionais que ilustrarão quais processos abordam quais tarefas,

seguido de uma descrição da análise geral das implicações das correlações

encontradas. A tabela 3.1 abaixo descreve os critérios de análise obtidos através da

norma ISO/IEC 38500 (2009, p.9-15).

Critérios Descrição

Avaliação da Responsabilidade

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes avaliarem questões voltadas para a delegação de responsabilidades com respeito ao uso atual e futuro da TI, dos que não possuem.

Direção da Responsabilidade Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes proverem as informações necessárias aos responsáveis e exigirem o cumprimento dos planos de acordo com as responsabilidades delegadas, dos que não possuem.

Monitoramento da Responsabilidade

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes monitorarem os responsáveis pelas atividades, e os mecanismos de GTI, dos que não possuem.

Avaliação da Estratégia Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes avaliarem os desenvolvimentos de TI e os processos de negócios para que apóiem as necessidades futuras, e/ou as atividades de TI para que aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiContinua

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estejam alinhadas com os objetivos da organização, dos que não possuem.

Direção da Estratégia Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes liderarem a preparação e utilização de planos e políticas que assegurem benefícios à organização pelo uso de TI, e/ou encorajem apresentações de propostas de inovação, dos que não possuem.

Monitoramento da Estratégia Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes monitorarem o progresso das propostas de TI para garantir que atinjam seus objetivos dentro dos prazos, e/ou o uso de TI para assegurar que os benefícios pretendidos estão sendo alcançados, dos que não possuem.

Avaliação da Aquisição Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes avaliarem opções para fornecimento de TI, dos que não possuem.

Direção da Aquisição Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes orientarem para que os ativos de TI sejam adquiridos de forma apropriada, e/ou certificarem que os acordos de fornecimento darão suporte às necessidades da organização, dos que não possuem.

Monitoramento da Aquisição Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes monitorarem os investimentos de TI, e/ou até que ponto a organização e os fornecedores mantêm uma compreensão mútua das intenções da organização com a aquisição de TI, dos que não possuem.

Avaliação do Desempenho Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes avaliarem proposições dos gerentes para assegurar apoio aos processos do negócio, e/ou os riscos à continuidade da operação, e/ou riscos à integridade da informação e proteção de ativos de TI, e/ou a eficácia e desempenho do Sistema de GTI da organização, dos que não possuem.

Direção do Desempenho Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes assegurarem que recursos suficientes sejam alocados garantindo que a TI atenda às necessidades da organização, e/ou orientem os responsáveis sobre a necessidade de atualização e proteção dos dados, dos que não possuem. Continua

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Monitoramento do Desempenho

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes monitorarem até que ponto a TI dá suporte ao negócio, e/ou até que ponto os recursos e orçamento foram priorizados de acordo com os objetivos do negócio, e/ou até que ponto as políticas são seguidas corretamente, dos que não possuem.

Avaliação da Conformidade Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes avaliarem regularmente até que ponto a TI cumpre com as obrigações, e/ou a conformidade interna da organização com seu sistema de GTI, dos que não possuem.

Direção da Conformidade Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes exigirem a garantia de que o uso da TI está em conformidade com as exigências legais, e/ou que políticas sejam estabelecidas e cumpridas, e/ou que os profissionais ajam de acordo com as melhores práticas de comportamento e desenvolvimento profissional, e/ou que todas as ações relacionadas com a TI sejam éticas, dos que não possuem.

Monitoramento da Conformidade

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes monitorarem o cumprimento e conformidade da TI por meio de relatos apropriados e auditorias, e/ou as atividades de TI, para assegurar o cumprimento das exigências ambientais, de privacidade, de gerenciamento do conhecimento estratégico e de preservação de memória organizacional, dos que não possuem.

Avaliação do Comportamento Humano

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes avaliarem as atividades de TI para garantir que os comportamentos humanos sejam identificados e apropriadamente considerados, dos que não possuem.

Direção do Comportamento Humano

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes exigirem que as atividades de TI sejam compatíveis com as diferenças de comportamento humano, e/ou que riscos, oportunidades, constatações e preocupações possam ser identificadas e relatadas por qualquer pessoa a qualquer momento, dos que não possuem.

Monitoramento do Comportamento Humano

Este critério tem como objetivo diferenciar os modelos que possuem processos que façam, incentivem, ou suportem minimamente, os dirigentes monitorarem atividades de TI para iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiContinua

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garantir que os comportamentos humanos identificados permaneçam relevantes e que lhes sejam dadas a devida atenção, e/ou as práticas de trabalho para garantir que sejam consistentes com o uso apropriado da TI, dos que não possuem.

Tabela 3.1 – Critérios de Análise para os modelos CobiT e ITIL em relação à norma ISO/IEC 38500

2.6. Limitações do Trabalho

O presente trabalho teve, durante sua elaboração, algumas limitações. Foram

elas a limitação quanto ao tempo de desenvolvimento do estudo, que impossibilitou

uma análise mais detalhada dos modelos, assim como a sugestão de um modelo

genérico de implantação de GTI com base no estudo, como era desejado no início

do mesmo.

A limitação quanto à amostra de análise, pois vários dos documentos dos

modelos estudados são pagos, e possuem custo elevado, o que impossibilitou sua

aquisição, fazendo com que o estudo fosse conduzido principalmente com base em

opiniões de outros autores sobre os modelos e não na fonte direta dos modelos

(suas documentações oficiais).

A limitação quanto à natureza qualitativa da análise, que é subjetiva, o que

abre margem tanto à interpretação pessoal do autor sobre o assunto, podendo este

estudo, sendo conduzido por outras pessoas, chegar a resultados diferentes, quanto

à interpretação pessoal dos leitores, levando os mesmos a tirarem conclusões

próprias do conteúdo deste estudo.

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3. Fundamentação Teórica

3.1. Regulamentações de Compliance

Os marcos de regulação externos foram o ponto chave para a disseminação

da idéia de Governança Corporativa. Estes marcos reguladores diferem dependendo

do negócio. Por exemplo, segundo Fernandes & Abreu (2008, p.23), “bancos no

Brasil devem seguir às normas do Banco Central do Brasil, empresas de

telecomunicações devem atender a uma série de instrumentos regulatórios da

Anatel, e assim sucessivamente”.

Fernandes & Abreu (2008, p.23) ainda destaca que há dois regulamentos que

se destacam, e deram bastante força às áreas de “controle interno” da maioria das

organizações: o Sarbanes-Oxley, voltada para empresas de capital aberto e que têm

ações nas bolsas de valores norte-americanas, e o Acordo de Basiléia II, voltado

para instituições financeiras de modo geral. Essas regulamentações têm forte

impacto na área de Governança Corporativa e de TI, por as duas serão abordadas

abaixo.

3.1.1. Sabanes-Oxley Act

A lei Sarbanes-Oxley, ou Sarbanes-Oxley Act (SOA), foi criada em 2002 pelo

senador Paul Sarbanes e pelo deputado Michael Oxley, sob o nome Public

Accounting Reform and Investor Protection Act, ficando conhecida com o nome de

seus patrocinadores. Foi motivada por escândalos financeiros acontecidos em

corporações abertas nos Estados Unidos, que abalaram a confiança dos

investidores no mercado de capitais americano.

Foi criada com o objetivo de evitar o esvaziamento dos investimentos

financeiros e a fuga dos investidores causada pela aparente insegurança,

oferecendo proteções aos investidores do mercado de capitais americano contra

fraudes contábeis e financeiras de corporações abertas, e instituindo uma série de

penalidades contra crimes relacionados. Ela regula as responsabilidades e práticas

de auditoria em empresas abertas.

A autoridade que estabelece as regras para implantação do Sarbanes-Oxley

Act é a Stock Exchange Comission (SEC), que vem a ser equivalente à Comissão

de Valores Mobiliários (CVM) aqui no Brasil. Essas regras incluem guias para

elaboração de relatórios financeiros pelo CEO (Chief Executive Officer, geralmente o

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presidente da empresa) e pelo CFO (Chief Financial Officer, responsável máximo

pelas finanças da empresa) (FERNANDES & ABREU, 2008, p.25).

Em suas 1.107 seções, a maior atenção, discussão e trabalho a respeito da

Sarbanes-Oxley foi focado nas seções 302 e 404 da Lei.

A Seção 302 requer que o principal executivo (CEO - Chief Executive Officer)

e o principal executivo de finanças (CFO - Chief Financial Officer) assumam a

responsabilidade por definir, avaliar e monitorar a eficácia dos controles internos

sobre relatórios financeiros e divulgações da empresa. Estes controles devem ser

suficientes e capazes de livrar a instituição dos riscos que possam ameaçar suas

principais funções e, com isso, prejudicar respectivas entidades e partes

interessadas, como clientes e acionistas (GHERMAN apud BORGES, 2005).

Na seção 404 da Lei é tratada a validação dos controles e procedimentos

internos sobre os relatórios financeiros, esta avaliação deve ser formal e realizada

anualmente por auditores externos (DAMIANIDES apud BORGES, 2005, p.15). E na

seção 409 trata da divulgação imediata, em tempo real e em base rápida e corrente,

dados que possam impactar a performance financeira da empresa; informações com

respeito a mudanças materiais na condição financeira ou operacional da

organização (ALLES; KOGAN; VASARHELYI apud BORGES, 2005, p.15).

Os requisitos das seções 302, 404 e 409 (302 e 404 em especial) afetam a TI

significativamente, pois as informações financeiras e de resultados são oriundas de

todos os processos de negócio que geram fatos contábeis e financeiros para a

empresa, que podem estar automatizados. Portanto, praticamente todos os sistemas

transacionais de uma empresa, relativos a pagamento de pessoal, transações com

fornecedores e clientes, com acionistas, com o governo, gestão de recursos

financeiros, etc. devem ser considerados quando consideramos a lei Sarbanes-

Oxley (FERNANDES & ABREU, 2008, p.26).

No contexto de um sistema de controle interno, os riscos são identificados e

mitigados, os controles são estabelecidos e executados, os registros e sistemas de

controle são desenvolvidos e mantidos e toda a sistemática é monitorada. A tabela

3.2 mostra as principais implicações operacionais da lei Sarbanes-Oxley para a TI,

considerando os processos de TI:

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Requisitos de qualidade da informação

Implicações da lei Sarbanes-Oxley

O conteúdo da informação deve ser apropriado.

• Processo de desenvolvimento de requisitos de software;

• Processo de gerenciamento de requisitos de software; • Métodos de engenharia de software; • Processos de verificação (teste); • Processos de validação (aceitação pelos usuários); • Processos de segurança da informação empregados

nos aplicativos; • Processos de aceitação de produtos de terceiros; • Processo de gestão da mudança e da configuração.

A informação deve estar disponível no momento em

que for necessária.

• Disponibilidade de aplicativos; • Disponibilidade da infra-estrutura; • Gerenciamento de incidentes e problemas no

ambiente de produção; • Suporte aos usuários; • Gestão de aplicativos e de ativos de TI; • Processos de gerenciamento de infra-estrutura; • Processos de gerenciamento da contingência; • Gerenciamento de disponibilidade e desempenho.

A informação é atual ou pelo menos a última

disponível.

• Processos de gerenciamento de dados; • Planejamento e gerenciamento da contingência e de

desastres; • Segurança da informação na infra-estrutura.

Os dados e as informações estão corretos.

• Segurança da informação em aplicativos; • Segurança da infra-estrutura de TI; • Teste de software; • Controle da mudança e da modificação; • Gerenciamento de dados; • Gerenciamento de requisitos.

A informação é acessível aos usuários interessados.

• Segurança da informação referente a controle de acessos e privilégios;

• Controle de autorizações. Há um sistema de controle

interno sobre relatórios financeiros.

• Avaliação de riscos de TI; • Gestão da qualidade; • Planos de desastres e recuperação.

Tabela 3.2 – Implicações do SOA para TI Fonte: Adaptado de FERNANDES e ABREU, 2008. p.28

Deste modo a lei Sarbanes-Oxley impacta na Governança de TI no Plano de

Tecnologia da Informação, implantando novos controles (funcionalidades)

necessários em aplicações do legado (aplicações antigas), implantando novas

aplicações, ajustando e melhorando os processos de TI existentes para mitigar os

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riscos, projetando e implantando novos processos de TI, na ocorrência de prováveis

mudanças na estrutura organizacional de TI em função dos processos ajustados e

também novos, na definição e implantação de novos indicadores de desempenho, e

na monitoração constante dos riscos de TI (FERNANDES & ABREU, 2008, p.29).

3.1.2. Acordo da Basiléia II

Estabelecido pelo Bank for International Settlements (BIS), sediado na cidade

da Basiléia, em 2004, o acordo da Basiléia II estipula requisitos de capital mínimo

para instituições financeiras, em função dos seus riscos de crédito e operacionais.

Ele fixa-se em três pilares e 25 princípios básicos sobre contabilidade e supervisão

bancária.

O primeiro pilar, Capital, estabelece regras e procedimentos para cálculo dos

requisitos de capital, tendo em vista os riscos de crédito e operacionais, de acordo

com a aplicação de abordagens distintas de avaliação e mitigação de riscos. Risco

de crédito é a perda econômica sofrida pela incapacidade voluntária ou involuntária

do tomador do crédito em atender às suas obrigações contratuais no tempo

requerido. No caso dos bancos, a metodologia deve atender tanto a uma transação

individual de crédito como a uma carteira de crédito, ou seja, o portfólio de crédito da

instituição. Risco operacional, por sua vez, é o risco de perdas financeiras diretas ou

indiretas resultantes de processos internos inadequados, de falhas nos processos,

pessoas e sistemas ou mesmo de eventos externos.

O segundo pilar, Supervisão, estabelece regras para que os Bancos Centrais

de cada país executem auditorias nas instituições financeiras, visando avaliar a

aplicação dos métodos de gestão de risco e a avaliação e mitigação de riscos de

crédito e operacionais, assim como a emissão de informações para o mercado

acerca da exposição do risco da instituição.

O terceiro pilar, Transparência e Disciplina de Mercado, estabelece regras

para a comunicação com o mercado, dos requisitos mínimos de capital, face aos

riscos e aos métodos e resultados de avaliações de riscos, conforme estabelecido

pelo primeiro pilar.

As implicações do Acordo da Basiléia II sobre a TI ficam evidentes, já que, com

base em Fernandes & Abreu (2008), a TI é um dos principais elementos do risco

operacional de um banco, juntamente com pessoas e processos de negócio. E como

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os bancos no Brasil estão em estágio extremamente avançado no que diz respeito à

integração, uso de tecnologias, diversidade de canais e diversidade de produtos, a

questão “risco operacional” de TI é primordial. Assim sendo, o impacto do Acordo da

Basiléia II, no que tange ao risco operacional, abrange praticamente todo o conjunto

de processos de TI e respectivas áreas organizacionais.

3.2. Governança Corporativa

Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), na primeira

metade dos anos 90, em um movimento iniciado principalmente nos Estados Unidos,

acionistas despertaram para a necessidade de novas regras que os protegessem

dos abusos da diretoria executiva das empresas, da inércia de conselhos de

administração inoperantes e das omissões das auditorias externas.

Existem várias definições do conceito de governança corporativa, a norma

ISO/IEC 38500 (2009, p.3) adota a definição de que governança corporativa é: “O

sistema pelo qual as organizações são dirigidas e controladas”, La Porta (apud

GARCIA, 2005, p. 07) diz que "governança corporativa é o conjunto de mecanismos

que protegem os investidores externos da expropriação pelos internos (gestores e

acionistas controladores)”. Enquanto Jensen (apud GARCIA, 2005, p. 08):

[...] governança é a estrutura de controle de alto nível, consistindo dos direitos de decisão do Conselho de Administração e do diretor executivo, dos procedimentos para alterá-los, do tamanho e composição do Conselho de Administração e da compensação e posse de ações dos gestores e conselheiros [...].

De acordo com Garcia (2005) as definições de La Porta e Jensen levam em

conta apenas os interesses do grupo de sócios das empresas, o modelo shareholder

(visão contratualista), que vigora principalmente nos Estados Unidos e no Reino

Unido. Enquanto nos países da Europa Ocidental, existe a visão mais abrangente, o

modelo stakeholders (visão institucionalista), que inclui outros grupos sociais que

também têm interesse na preservação da companhia e que são igualmente afetados

pelas decisões tomadas por seus administradores, tais como: credores em geral,

fornecedores, trabalhadores, consumidores e a comunidade em geral.

O IBGC afirma que, conceitualmente, a governança corporativa surgiu para

superar o "conflito de agência", decorrente da separação entre a propriedade e a

gestão empresarial. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a um agente

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especializado (executivo) o poder de decisão sobre sua propriedade. No entanto, os

interesses do gestor nem sempre estarão alinhados com os do proprietário,

resultando em um conflito de agência ou conflito agente-principal. Sendo assim, a

preocupação da governança corporativa é criar um conjunto eficiente de

mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que

o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos

acionistas.

A boa governança proporciona aos proprietários (acionistas ou cotistas) a

gestão estratégica de sua empresa e o monitoramento da direção executiva. As

principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são

o conselho de administração, a auditoria independente e o conselho fiscal.

A organização que opta pelas boas práticas de governança corporativa adota

como linhas mestras a transparência, a prestação de contas, a equidade e a

responsabilidade corporativa. Para tanto, o conselho de administração deve exercer

seu papel, estabelecendo estratégias para a empresa, elegendo e destituindo o

principal executivo, fiscalizando e avaliando o desempenho da gestão e escolhendo

a auditoria independente.

A fiscalização e avaliação do desempenho da gestão são feitas com base nas

informações geradas dos dados da organização e/ou da rede em que ela atua.

Informações estas geradas e manipuladas, em sua maioria, digitalmente. Para gerar

informações úteis, confiáveis e torná-las ágeis e disponíveis para os atores que

necessitam delas, existem diversos sistemas e processos nas organizações e no

mercado. Porém, nem sempre há um equilíbrio entre o que as tecnologias de

informação geram e o que as organizações querem ou necessitam.

É neste ponto que entra a governança de TI, para alinhar o uso de TI aos

objetivos de negócios da organização e utilizar os recursos de TI de forma eficiente.

A governança de TI se tornou fator chave para a governança corporativa, já que por

meio de uma boa governança de TI é possível obter melhores condições para ter

informações confiáveis, ágeis e disponíveis, que são de grande importância para

uma eficiente fiscalização e avaliação do desempenho da organização, bases de

uma boa governança corporativa.

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Para compreender melhor os aspectos que envolvem a Governança de TI,

devemos entender seus conceitos e atributos. Para isso o próximo item trata da

Governança de TI mais detalhadamente.

3.3. Governança de TI e Norma ISO 38500

Para entendermos o que é governança de TI, é válido analisarmos três

definições. A primeira definição é dada por Weill & Ross (apud FERNANDES &

ABREU, 2008, p. 14), “Consiste em um ferramental para a especificação dos direitos

de decisão e das responsabilidades, visando encorajar comportamentos desejáveis

no uso da TI”. A segunda definição é dada por Peres (apud CARVALHO, 2007, p.x)

que diz:

[...]Governança de TI é um conjunto de práticas, padrões e relacionamentos estruturados, assumidos por executivos, gestores, técnicos e usuários de TI de uma organização, com a finalidade de garantir controles efetivos, ampliar os processos de segurança, minimizar os riscos, ampliar o desempenho, otimizar a aplicação de recursos, reduzir os custos, suportar as melhores decisões e conseqüentemente alinhar TI aos negócios [...].

E a terceira definição é dada pela ISO/IEC 38500 (2009, p.3) que diz que a

governança de TI:

[...] é o sistema pelo qual o uso, atual e futuro, da TI é dirigido e controlado, significando avaliar e direcionar o uso da TI para dar suporte à organização e monitorar seu uso para realizar os planos, incluindo estratégias e políticas de uso da TI dentro da organização [...].

Além dessas definições, há um atributo que deve ser levado em conta no

entendimento da Governança de TI, de acordo com o IT Governance Institute (apud

FERNANDES & ABREU, 2008, p. 13):

[...] A governança é de responsabilidade da alta administração (incluindo diretores e executivos), na liderança, nas estruturas organizacionais e nos processos que garantem que a TI da empresa sustente e estenda as estratégias e objetivos da organização [...].

Com base nessas três definições, e no atributo citado, podemos dizer que a

governança de TI busca compartilhar as decisões de TI entre os dirigentes da

organização, além de estabelecer regras, formas de organização e os processos

que nortearão o uso da tecnologia da informação pelos usuários, determinando

como a TI deve prover serviços a empresa.

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Diferentemente do que muitos gestores pensam, a governança de TI não é

apenas a implantação de modelos de melhores práticas, como CobiT e ITIL. Esses

modelos são ferramentas que auxiliam a organização a atingir os reais objetivos da

governança de TI, que segundo Fernandes & Abreu (2008, p.14) são:

a) Garantir o alinhamento da TI ao negócio (estratégias e objetivos),

tanto no que diz respeito a aplicações como à infra-estrutura de

serviços de TI;

b) Garantir a continuidade do negócio contra interrupções e falhas

(manter e gerir as aplicações e a infra-estrutura de serviços);

c) Garantir o alinhamento da TI a marcos de regulação externos como

a Sarbanes-Oxley (para empresas que possuem ações, títulos ou

papéis sendo negociados em bolsas de valores norte-americanas),

Basiléia II (no caso de bancos) e outras normas e resoluções

aplicáveis dependendo da organização.

Para compreender os aspectos que envolvem a Governança de TI, conforme

discutido anteriormente, faz-se necessário entender os modelos que procuram

definir as melhores práticas a serem adotas pelas empresas. Para isso os próximos

itens tratam, em ordem, da norma ISO/IEC 38500, do modelo CobiT e da biblioteca

ITIL.

3.4. Entidades de Padronização

Antes de abordar a norma ISO/IEC 38500, devemos conhecer as entidades

que estão ligadas a ela, a ISO divulgou a norma ISO/IEC 38500 em maio de 2008, e

a sua representante no Brasil, a ABNT, regulamentou a NBR ISO/IEC 38500 em

maio de 2009.

3.4.1. ISO

A ISO (International Organization for Standardization), ou Organização

Internacional para Padronização, é a maior desenvolvedora e publicadora de normas

internacionais do mundo. É uma entidade que atualmente congrega os institutos de

padronização/normalização de 162 países, um membro por país. Fundada em 23 de

Fevereiro de 1947, em Genebra, na Suíça, a ISO aprova normas internacionais em

todos os campos técnicos, exceto na electricidade e eletrônica, cuja

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responsabilidade é da International Electrotechnical Commission (IEC), fundada

em 1906.

A ISO é uma organização não governamental que forma uma ponte entre o

setor público e privado. De um lado, vários de seus membros fazem parte da

estrutura governamental dos países no qual atua, ou são dirigidos por seus

governos. Por outro lado, outros membros têm suas raízes unicamente no setor

privado, tendo sido formados pelas parcerias de associações das indústrias.

Portanto, a ISO permite um consenso entre os setores, alcançando soluções que

atendam às necessidades dos negócios e as necessidades mais amplas da

sociedade.

3.4.2. ABNT

Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o

órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária

ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins

lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização através da

Resolução n.º 07 do CONMETRO, de 24.08.1992.

É membro fundador da ISO (International Organization for Standardization),

da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação

Mercosul de Normalização). A ABNT é a única e exclusiva representante no Brasil

das seguintes entidades internacionais: ISO (International Organization for

Standardization), IEC (International Electrotechnical Comission), e das entidades de

normalização regional COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e a

AMN (Associação Mercosul de Normalização).

3.5. Norma ISO/IEC 38500

A norma brasileira ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009 de governança

corporativa de TI fornece uma estrutura de princípios relacionados à avaliação,

gerenciamento e monitoramento do uso de TI nas organizações, e foi baseada no

padrão australiano AS8015. Ela define a estrutura e o modelo de governança de TI

que serão adotados neste trabalho. A importância desta norma está ligada ao fato

de que a maioria das organizações utiliza a TI como uma ferramenta fundamental do

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negócio, e poucas podem realmente funcionar eficazmente sem ela. A TI é também

um fator importante nos futuros planos de negócio de muitas organizações.

As despesas com TI podem representar uma proporção significativa dos

gastos de recursos financeiros e humanos de uma organização. No entanto, o

retorno desse investimento não é totalmente obtido com freqüência e os efeitos

adversos podem ser significativos para as organizações.

Embora esta norma seja destinada principalmente à diretoria, que por sua vez

pode decidir que certas ações sejam tomadas pela administração da organização,

ela permite também que, em algumas organizações (geralmente menores), os

membros da diretoria possam também ocupar papéis importantes no gerenciamento.

Dessa forma, garante que a esta norma seja aplicável em todas as organizações,

desde as menores até as maiores, independentemente da área de atuação, do

propósito e da estrutura da organização.

3.5.1. Estrutura de Governança Corporativa de TI

A norma ISO/IEC 38500 estabelece seis princípios de boa governança de TI,

aplicáveis à maioria das organizações. Os princípios informam o comportamento

preferido para orientar a tomada de decisão. Os princípios descrevem o que deve

acontecer, mas não descrevem quando, como ou por quem seriam implementados.

Pois estes aspectos dependem da natureza da organização que está

implementando os princípios.

O primeiro princípio é o de responsabilidade (ABNT NBR ISO/IEC 38500,

2009, p.6), que propõe que os indivíduos e grupos dentro da organização

compreendam e aceitem suas responsabilidades com respeito ao fornecimento e

demanda de TI.

O segundo princípio é o de estratégia (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.6),

que leva em conta as capacidades atuais e futuras de TI. Os planos estratégicos

para TI devem satisfazer as necessidades atuais e contínuas da estratégia de

negócio da organização.

O terceiro princípio é o de aquisição (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.6),

onde as aquisições devem ser feitas por razões válidas, com base em análise

apropriada e contínua, com tomada de decisão clara e transparente. Existindo um

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31

equilíbrio apropriado entre benefícios, oportunidades, custos e riscos de curto e

longo prazo.

O quarto princípio é o de desempenho (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009,

p.6), onde a TI deve estar adequada ao propósito de apoiar a organização,

fornecendo serviços, níveis de serviços e qualidade de serviço, necessários para

atender os requisitos atuais e futuros do negócio.

O quinto princípio é o de conformidade (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009,

p.6), onde a TI deve cumprir toda a legislação e regulamentos obrigatórios. As

políticas e práticas devem ser claramente definidas, implementadas e fiscalizadas.

E o sexto princípio é o de comportamento humano (ABNT NBR ISO/IEC

38500, 2009, p.6), onde as políticas, práticas e decisões de TI devem mostrar

respeito pelo comportamento humano, incluindo as necessidades atuais e futuras de

todas as pessoas envolvidas no processo.

Cada princípio tem três tarefas, avaliar, dirigir e monitorar, essas três tarefas

são a base do modelo de governança de TI que é proposto pela norma e que será

abordado no próximo item.

3.5.2. Modelo de Governança de TI

O modelo de governança de TI proposto pela norma ISO/IEC 38500, consiste

em três tarefas principais, avaliar o uso atual e futuro da TI (Avaliar), orientar a

preparação e a implementação de planos e políticas para assegurar que o uso da TI

atenda aos objetivos do negócio (Dirigir), e monitorar o cumprimento das políticas e

o desenvolvimento em relação aos planos (Monitorar).

Na tarefa de “Avaliar”, os dirigentes devem examinar e avaliar,

continuamente, as necessidades de negócio e o uso atual e futuro da TI, incluindo

estratégias, propostas e arranjos de fornecimento (interno externo ou ambos).

Devem também considerar as pressões externas e internas que influenciam o

negócio, tais como mudanças tecnológicas, tendências econômicas e sociais, e

influências políticas.

Na tarefa “Dirigir” os dirigentes devem designar responsabilidades e exigir a

preparação e implementação dos planos e políticas. Os planos devem estabelecer a

direção dos investimentos nos projetos de TI e operações de TI, e um

comportamento sólido no uso da TI. Convém também que encorajem uma cultura de

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boa governança de TI, exigindo que os gerentes forneçam informações em tempo

adequado, cumprindo as orientações e em conformidade com os seis princípios da

boa governança de TI.

E na tarefa de “Monitorar”, convém que os dirigentes monitorem através de

sistemas de mensuração apropriados. Certificando que o desempenho está de

acordo com os planos, principalmente no que diz respeito aos objetivos do negócio,

e que a TI está em conformidade com as obrigações externas (regulamentares,

legislativas, legais, contratuais) e práticas internas de trabalho. A figura 3.1

apresenta o modelo de governança de TI proposto pela norma ISO/IEC 38500.

Figura 3.1 – Modelo para Governança Corporativa de TI

Fonte: Adaptado de ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.7

3.5.3. Guia para Governança de TI da norma ISO/IEC 38500

Este guia da norma fornece um ponto de partida para a discussão sobre as

responsabilidades dos dirigentes com a governança de TI. Sugerindo práticas

recomendadas para a governança de TI.

Cada organização é individualmente responsável por identificar as ações

específicas necessárias para implementar os princípios, levando em consideração a

natureza da organização, a análise apropriada dos riscos e as oportunidades no uso

da TI.

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33

1. Princípio de Responsabilidade (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.9)

a. Avaliar: Conforme a Os dirigentes devem avaliar as opções de

delegação de responsabilidades com respeito ao uso atual e

futuro da TI na organização, procurando garantir o uso e entrega

eficaz, eficiente e aceitável da TI no apoio dos objetivos atuais e

futuros do negócio. Assim como avaliar a competência daqueles

a quem for delegada a responsabilidade para a tomada de

decisões em relação a TI.

b. Dirigir: Os dirigentes devem exigir que os planos sejam

cumpridos de acordo com as responsabilidades delegadas para

a TI, e que as informações que eles necessitam sejam

entregues para atender às suas responsabilidade e

compromissos.

c. Monitorar: Os dirigentes devem monitorar para que os

mecanismos apropriados de governança de TI sejam

estabelecidos, para aqueles que receberam responsabilidades

reconheçam e compreendam suas responsabilidades. Também

deve ser monitorado o desempenho daqueles a quem foram

delegadas as responsabilidades pela governança de TI.

2. Princípio de Estratégia (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.11)

a. Avaliar: Os dirigentes devem avaliar os desenvolvimentos de TI

e os processos dos negócios para garantir que a TI apoiará as

necessidades futuras do negócio. Também devem considerar os

planos e políticas, avaliando as atividades de TI para assegurar

que estejam alinhadas com os objetivos da organização com

relação às mudanças circunstanciais que levem em

consideração o uso de melhores práticas e satisfaçam outros

requisitos das partes interessadas. E assegurar que a utilização

de TI seja submetida à análise e avaliações de risco de acordo

com as devidas normas nacionais e internacionais.

b. Dirigir: Os dirigentes devem liderar a preparação e o uso de

planos e políticas que assegurem que a organização seja

beneficiada pelos desenvolvimentos de TI. Devem também

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encorajar a apresentação de propostas para usos inovadores da

TI, que permitam que a organização possa responder a novas

oportunidades e desafios, empreendendo novos negócios ou

melhores processos.

c. Monitorar: Os dirigentes devem monitorar o progresso das

propostas de TI aprovadas para garantir que atinjam seus

objetivos dentro dos prazos exigidos, utilizando os recursos

disponibilizados, assegurando que os benefícios pretendidos

estão sendo alcançados.

3. Princípio de Aquisição (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.12)

a. Avaliar: Os dirigentes devem avaliar as opções para o

fornecimento da TI de forma a atingir os objetivos das propostas

aprovadas, buscando o equilíbrio entre os riscos e o retorno nos

investimentos propostos.

b. Dirigir: Os dirigentes devem orientar as aquisições para que os

ativos de TI (sistemas e infra-estrutura) sejam adquiridos de

forma apropriada, incluindo a preparação de documentação

adequada que assegure o fornecimento de capacidades

necessárias, certificando-se que os acordos de fornecimento

(tanto interno quanto externo) darão suporte às necessidades da

organização.

c. Monitorar: Os dirigentes devem monitorar os investimentos de TI

para assegurar que eles forneçam as capacidades requeridas,

assim como monitorar até que ponto a organização e os

fornecedores mantêm uma compreensão mútua das intenções

da organização ao fazer a aquisição.

4. Princípio de Desempenho (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.13)

a. Avaliar: Os dirigentes devem avaliar as proposições dos

gerentes para assegurar que a TI apoiará os processos do

negócio com a capacidade e competência necessárias,

prezando pela continuidade da operação dos negócios e o

tratamento dos riscos associados com o uso da TI. Devem

garantir tomadas de decisões de forma eficaz e rápida, e avaliar

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35

também a eficácia e o desempenho do sistema de governança

de TI da organização de forma regular.

b. Dirigir: Os dirigentes devem assegurar que recursos suficientes

sejam alocados de forma a garantir que a TI atenda às

necessidades da organização, de acordo com as prioridades

acordadas e restrições orçamentárias. E quando em questões

comerciais, os dirigentes devem orientar os responsáveis pela TI

sobre a necessidade de manter os dados atualizados e

protegidos contra perda ou uso indevido.

c. Monitorar: Os dirigentes devem monitorar até que ponto a TI dá

suporte ao negócio, assim como até que ponto os recursos e

orçamento alocados foram priorizados de acordo com os

objetivos de negócio e se as políticas estão sendo seguidas

corretamente.

5. Princípio de Conformidade (ABNT NBR ISO/IEC 38500, 2009, p.14)

a. Avaliar: Os dirigentes devem avaliar regularmente até que ponto

a TI cumpre com as obrigações (regulamentares, legislativas,

legais, contratuais), políticas internas, normas e melhores

práticas profissionais, assim como a conformidade interna da

organização com seu sistema de governança de TI.

b. Dirigir: Os dirigentes devem exigir que aqueles responsáveis por

estabelecer mecanismos rotineiros e regulares garantam que o

uso da TI está em conformidade com exigências legais

(regulamentares, legislativas, jurídicas, contratuais) e com as

normas e melhores práticas. Exigindo também o

estabelecimento e cumprimento de políticas para permitir que a

organização cumpra com suas obrigações internas no uso de TI,

que os profissionais de TI ajam de acordo com as melhores

práticas de comportamento e desenvolvimento profissional, e

cobrando ética em todas as ações relacionadas com TI.

c. Monitorar: Os dirigentes devem monitorar o cumprimento e

conformidade da TI por meio de relatos apropriados e práticas

de auditoria, assegurando que análises críticas ocorram dentro

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dos prazos e sejam realizadas de forma completa e apropriadas,

para a avaliação do grau de satisfação do negócio.

6. Princípio de Comportamento Humano (ABNT NBR ISO/IEC 38500,

2009, p.15)

a. Avaliar: Os dirigentes devem avaliar as atividades de TI para

garantir que os comportamentos humanos sejam identificados e

apropriadamente considerados.

b. Dirigir: Os dirigentes devem exigir que as atividades de TI sejam

compatíveis com as diferenças do comportamento humano. Os

riscos, oportunidades, constatações e preocupações devem ser

identificados e relatados por qualquer pessoa a qualquer

momento. Esse riscos devem ser gerenciados de acordo com as

políticas e procedimentos publicados e levados ao

conhecimento dos respectivos responsáveis pelas tomadas de

decisão.

c. Monitorar: Os dirigentes devem monitorar as atividades de TI

para garantir que os comportamentos humanos identificados

permaneçam relevantes e que lhes sejam dadas a devida

atenção. As práticas de trabalho devem ser monitorada visando

a garantia de que são consistentes com o uso apropriado da TI.

3.6. CobiT

O CobiT (Control Objectives for Information and related Technology) foi criado

em 1994 pela ISACF (Information Systems Audit and Control Foundation), membro

ligado à ISACA (Information Systems Audit and Control Association), com base em

seu conjunto inicial de objetivos de controle, e vem evoluindo através da

incorporação de padrões internacionais técnicos, profissionais, regulatórios e

específicos para processos de TI.

3.6.1. Histórico

Sua 2ª versão foi publicada em 1998, contendo uma revisão detalhada nos

objetivos de controle de alto nível, e mais um conjunto de ferramentas e padrões

para implementação. A 3ª edição foi publicada em 2000 pelo IT Governance Institute

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(ITGI), órgão criado pela ISACA com o objetivo de promover um melhor

entendimento e adoção dos princípios de governança de TI.

Em 2005 o modelo evoluiu novamente, para sua versão 4.0, através de

práticas e padrões mais maduros (alinhados a modelos como COSO, ITIL e ISO/IEC

17799) e em conformidade com as regulamentações, com foco mais acentuado na

governança de TI, nos níveis mais elevados e na ampliação de sua abrangência

para um público mais heterogêneo (gestores, técnicos, especialistas e auditores de

TI).

Em 2007 houve uma atualização incremental (versão 4.1), cujo foco foi

orientado a uma maior eficácia dos objetivos de controle e dos processos de

verificação e divulgação de resultados. Houve modificação nas definições dos

objetivos de controle, para serem caracterizados como diretrizes de prática de

gestão, mais orientadas à ação.

3.6.2. Objetivos do Modelo

Segundo os princípios do ITGI, as informações corporativas e a tecnologia

necessária para suportá-la não podem ser tratadas isoladamente, devendo a TI ser

considerada uma parte integrante da estratégia corporativa, em vez de

simplesmente um meio para torná-la viável. A importância da TI dentro da

organização é ilustrada na própria definição de governança de TI presente na versão

4.1 do CobiT:

[...] Governança de TI é a responsabilidade dos executivos e do corpo de

diretores, e consiste na liderança, nas estruturas organizacionais e nos

processos que garantem que a tecnologia da informação da empresa

sustente e estenda as estratégias e objetivos da organização [...]. (COBIT

4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.5).

O principal objetivo das práticas do CobiT é contribuir para o sucesso da

entrega de produtos e serviços de TI, a partir da perspectiva das necessidades do

negócio, com um foco mais acentuado no controle e na execução. De acordo com o

ITGI, nesse sentido, o CobiT:

a) Estabelece relacionamentos com os requisitos do negócio;

b) Organiza as atividades de TI em um modelo de processos genérico;

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c) Identifica os principais recursos de TI, nos quais deve haver mais

investimento;

d) Define os objetivos de controle que devem ser considerados para a

gestão.

O modelo CobiT é genérico o bastante para representar todos os processos

normalmente encontrados nas funções da TI, e compreensível tanto para a

operação como para os gerentes de negócios, pois cria uma ponte entre o que o

pessoal operacional precisa executar e a visão que os executivos desejam ter para

“governar”.

Para o CobiT, os pilares fundamentais que sustentam o núcleo da governança

de TI podem ser representados por cinco áreas, cada qual com seu respectivo foco.

Abaixo, a figura 3.2 ilustra as áreas-foco do CobiT.

Figura 3.2 – Áreas-Foco da Governança de TI, na visão do CobiT Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.6

A figura 3.2 acima, apresenta as áreas foco da Governança de TI segundo o

CobiT, a área de “Alinhamento Estratégico” tem foco na garantia da ligação entre os

planos do negócio e de TI, manutenção e validação da proposição de valor da TI, e

alinhamento da operações da empresa com as de TI (COBIT 4.1, 2007, p.6).

A área de “Agregação de Valor” foca na execução da proposição de valor

através de tempo, assegurando que a TI entregue os benefícios prometidos de

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acordo com a estratégia, concentrando-se em otimizar custos e em comprovar o

valor intrínseco da TI (COBIT 4.1, 2007, p.6).

O foco da área de “Gerenciamento de Recursos” é a otimização dos

investimentos e da gestão adequada dos recursos críticos de TI (aplicações,

informações, infra-estrutura e pessoas), essenciais para fornecer os subsídios de

que a empresa necessita para cumprir seus objetivos (COBIT 4.1, 2007, p.6).

A área de “Gerenciamento de Riscos” foca no conhecimento dos riscos por

parte da alta direção, entendimento claro dos requisitos de compliance e das

tendências da empresa para os riscos, transparência acerca dos tipos significativos

para a empresa e incorporação de responsabilidades para o gerenciamento dos

riscos na organização (COBIT 4.1, 2007, p.6).

E o foco da área “Medição de Desempenho” é no acompanhamento e

monitoração da implementação da estratégia, do andamento dos projetos, da

utilização de recursos, do desempenho dos processos e da entrega dos serviços,

utilizando, além das medições convencionais, indicadores de desempenho (como,

por exemplo, balanced scorecards) que traduzem a estratégia em ações para atingir

objetivos mensuráveis (COBIT 4.1, 2007, p.6).

3.6.3. Estrutura do Modelo

A estrutura do CobiT foi idealizada de forma a atender às necessidades de

controle da organização relacionadas à governança de TI, tendo como principais

características o foco nos requisitos de negócio, a orientação para uma abordagem

de processos, a utilização extensiva de mecanismos de controle, o direcionamento

para a análise das medições e indicadores de desempenho obtidos ao longo do

tempo. Essas quatro características principais da estrutura do CobiT serão

abordadas com mais detalhes abaixo.

3.6.3.1. Foco no negócio

Segundo o CobiT 4.1 (2007, p.10), para fornecer a informação de que a

empresa necessita para atingir suas metas de negócio, é necessário associá-las às

suas metas de TI, assim como gerenciar e controlar os recursos de TI, utilizando um

conjunto estruturado de processos para garantir a entrega dos serviços de TI

requeridos.

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O CobiT 4.1 (2007, p.11) pressupõe ainda que as informações desejadas

devem obedecer a alguns critérios de controle, os requisitos de negócio, de forma

que sua utilização seja proveitosa para os objetivos de negócio. Tais critérios

compreendem eficiência, eficácia, confidencialidade, integridade, disponibilidade,

conformidade com regulações e confiabilidade.

Os serviços que fornecem as informações necessárias para que a

organização atinja seus objetivos são disponibilizados através de um conjunto de

processos de TI que utilizam recursos de TI, ou seja, pessoas (habilidades,

conhecimentos, índices de produtividade) e infra-estrutura (hardware, sistemas

operacionais, bancos de dados, redes) para executar aplicações automatizadas e

procedimentos manuais que manipulam e processam as informações de negócio. O

investimento em tais recursos visa criar capacitações técnicas (sistemas, entre

outros) para suportar as melhorias nas funções de negócio, que serão refletidas nos

resultados estratégicos da organização. A figura 3.3 ilustra a arquitetura empresarial

para TI idealizada pelo princípio básico do CobiT.

Figura 3.3 – Princípio básico do CobiT Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.10

3.6.3.2. Orientação para processos

O CobiT 4.1 (2007, p.12) fornece um modelo padrão de referência e uma

linguagem comum, permitindo que todos em uma organização sejam capazes de

distinguir e gerenciar atividades no âmbito da TI. Neste sentido, utilizando como

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matriz o ciclo tradicional de melhoria contínua (planejar, construir, executar,

monitorar), o CobiT identificou 34 processos de TI e os distribuiu entre quatro

domínios, que espelham os agrupamentos usuais existentes em uma organização

padrão de TI, a figura 3.4 ilustra estes domínios.

Figura 3.4 – Domínios do CobiT no Framework

Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.26

O domínio “Planejamento e Organização” (a sigla “PO” vem do inglês Plan

and Organise) tem abrangência estratégica e tática, e identifica as formas através

das quais a TI pode contribuir melhor para o atendimento dos objetivos de negócio,

envolvendo planejamento, comunicação e gerenciamento em diversas perspectivas

(COBIT 4.1, 2007, p.13).

O domínio “Aquisição e Implementação” (a sigla “AI” vem do inglês Acquire

and Implement) cobre a identificação, desenvolvimento e/ou aquisição de soluções

de TI para executar a estratégia de TI estabelecida, assim como a sua

implementação e integração junto aos processos de negócio. Mudanças e

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manutenções em sistemas existentes também estão cobertas por este domínio, para

garantir a continuidade dos respectivos ciclos de vida (COBIT 4.1, 2007, p.13).

O domínio “Entrega e Suporte” (a sigla “DS” vem do inglês Delivery and

Support) cobre a entrega propriamente dita dos serviços requeridos, incluindo

gerenciamento de segurança e continuidade, suporte aos serviços para os usuários,

gestão dos dados e da infra-estrutura operacional (COBIT 4.1, 2007, p.13).

O domínio “Monitoração e Avaliação” (a sigla “ME” vem do inglês Monitor and

Evaluate) visa assegurar a qualidade dos processos de TI, assim como a sua

governança e conformidade com os objetivos de controle, através de mecanismos

regulares de acompanhamento, monitoração de controles internos e de avaliações

internas e externas (COBIT 4.1, 2007, p.13).

As tabelas a seguir (3.3, 3.4, 3.5, 3.6) mostram as questões gerenciais típicas

abordadas, e os processos de TI relativos a cada um dos domínios do CobiT.

Tabela 3.3 – Questões e processos do domínio “PO” do CobiT Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.13 e p.23

Questões Gerenciais Processos de TI

PO

(P

lan

ejam

ento

e O

rgan

izaç

ão)

• A estratégia do negócio e a TI estão alinhadas?

• A empresa está otimizando a utilização dos seus recursos?

• Todos na organização compreendem as metas de TI?

• Os riscos relacionados à TI estão compreendidos e sendo gerenciados?

• A qualidade dos sistemas de TI está adequada às necessidades do negócio?

• PO-1 � Definir um plano estratégico para TI;

• PO-2 � Definir a arquitetura da informação;

• PO-3 � Determinar a direção tecnológica;

• PO-4 �Definir a organização de TI, os seus processos e relacionamentos;

• PO-5 � Gerenciar o investimento em TI;

• PO-6 � Comunicar objetivos e direcionamentos gerenciais;

• PO-7 � Gerenciar os recursos humanos;

• PO-8 � Gerenciar a qualidade; • PO-9 � Avaliar e gerenciar riscos

de TI; • PO-10 � Gerenciar projetos.

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Questões Gerenciais Processos de TI A

I (A

qu

isiç

ão e

Imp

lem

enta

ção

)

• Os novos projetos conseguem entregar soluções que atendem as necessidades do negócio?

• Os novos projetos conseguem ser entregues dentro do prazo e orçamento planejados?

• Os novos sistemas funcionam adequadamente depois de implementados?

• As mudanças são conduzidas com baixo impacto nas operações de negócio correntes?

• AI-1 � Identificar soluções automatizadas;

• AI-2 � Adquirir e manter software aplicativo;

• AI-3 � Adquirir e manter infra-estrutura tecnológica;

• AI-4 � Viabilizar operação e utilização;

• AI-5 � Adquirir recursos de TI; • AI-6 �Gerenciar mudanças; • AI-7 � Instalar e aprovar

soluções e mudanças.

Tabela 3.4 – Questões e processos do domínio “AI” do CobiT Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.13 e p.23

Questões Gerenciais Processos de TI

DS

(E

ntr

ega

e S

up

ort

e)

• Os serviços de TI estão sendo entregues com alinhamento às propriedades do negócio?

• Os custos de TI estão otimizados?

• As equipes de trabalho são capazes de utilizar os sistemas de TI com segurança e produtividade?

• Atributos como confidencialidade, integridade e disponibilidade estão implementados de forma adequada?

• DS-1 � Definir e gerenciar níveis de serviço;

• DS-2 � Gerenciar serviços terceirizados;

• DS-3 � Gerenciar desempenho e capacidade;

• DS-4 � Garantir a continuidade dos serviços;

• DS-5 � Garantir a segurança dos sistemas;

• DS-6 � Identificar e alocar custos;

• DS-7 � Educar e treinar usuários;

• DS-8 � Gerenciar central de serviços e incidentes;

• DS-9 � Gerenciar a configuração;

• DS-10 � Gerenciar problemas; • DS-11 � Gerenciar dados; • DS-12 � Gerenciar o ambiente

físico; • DS-13 � Gerenciar operações.

Tabela 3.5 – Questões e processos do domínio “DS” do CobiT Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.13 e p.23

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Questões Gerenciais Processos de TI M

E (

Mo

nit

ora

ção

e A

valia

ção

)

• As medições de desempenho da TI detectam problemas antes que seja tarde demais?

• Há garantias de que os controles internos sejam eficientes e eficazes?

• É possível associar diretamente o desempenho de TI às metas de negócio estabelecidas anteriormente?

• Existem controles para confidencialidade e disponibilidade adequados para garantir a segurança da informação?

• ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI;

• ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos;

• ME-3 � Assegurar conformidade com requisitos externos;

• ME-4 � Fornecer governança para TI.

Tabela 3.6 – Questões e processos do domínio “ME” do CobiT Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.13 e p.23

Visto os domínios e processos do CobiT, abordaremos no próximo item a

forma pela qual o CobiT mantém o controle de seus processos, que é através do

controle dos objetivos.

3.6.3.3. Controle através de objetivos

O CobiT define controle como:

[...] o conjunto de políticas, procedimentos, práticas e estruturas

organizacionais desenvolvidas para dar uma garantia razoável de que os

objetivos de negócio serão atingidos e de que os eventos indesejáveis

serão prevenidos ou mesmo detectados e corrigidos [...]. (COBIT 4.1

EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.13).

Um objetivo de controle define um resultado desejado ou propósito a ser

atingido através da implementação de procedimentos de controle em uma atividade

de TI específica. O CobiT sustenta ainda que os seus objetivos de controle

constituem os requisitos mínimos para que se possam controlar os processos de TI

de forma eficaz.

A dinâmica de controle é bastante trivial, as informações de controle extraídas

da operação de cada processo de TI são comparadas aos objetivos de controle

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(assim como às normas e padrões vigentes), e ações corretivas/preventivas são

empreendidas para a melhoria do processo.

Cada processo de TI do CobiT tem uma descrição de processo e vários

objetivos de controle detalhados. Há requisitos de controle genéricos, aplicáveis a

todos os processos, eles são identificados pela sigla PC seguido do número de

controle. Os requisitos de controle genéricos devem ser considerados junto com os

processos de TI definidos pelo CobiT, para que se possa ter uma visão completa

dos requisitos de controle. Segue abaixo as descrições dos requisitos genéricos

segundo o CobiT 4.1 (2007, p.14):

a) PC1 – Processo de Metas e Objetivos: Define e divulga as metas e

objetivos específicos para cada processo (mensuráveis, factíveis,

realistas, orientados a resultados, eficientes e aderentes aos objetivos

do negócio);

b) PC2 – Processo de “Responsabilidade”: Estabelece um “dono” para o

processo, com regras e responsabilidades claras (criação, interação

com outros processos, resultados finais, medição de desempenho,

identificação de oportunidades de melhoria) para seu “dono”;

c) PC3 – Processo de Repetição: Projeta e estabelece os processos de

TI chaves que produz resultados esperados e consistentes. Provê uma

lógica mas flexível e escalável seqüência de atividades que irão nortear

para os resultados desejáveis e tornar ágil o suficiente para lidar com

exceções e emergências;

d) PC4 – Papéis e Responsabilidades: Define as atividades chaves e as

entregas finais dos processos. Comunicando sem ambigüidades

papéis e responsabilidades para uma execução efetiva e eficiente das

atividades e de suas documentações como previsto nas entregas finais

dos processos;

e) PC5 – Política, Planos e Procedimentos: Define e comunica como

todas as políticas, planos e procedimentos que conduzem os

processos de TI são documentados, revisados, feitos manutenção,

aprovados, armazenados, comunicados e usados para treino. Designa

responsabilidades para cada uma dessas atividades e, em seu tempo,

revisa quais estão sendo executados corretamente. E assegura quais

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políticas, planos e procedimentos são acessíveis, corretos, entendíveis

e atuais;

f) PC6 – Processo de Melhoria de Performance: Identifica e aplica

métricas que provê compreensão dos resultados e desempenhos dos

processos. Estabelece alvos que refletem nas metas dos processos e

nos indicadores de performance que possibilita a realização das metas

dos processos.

3.6.3.4. Direcionamento para medições

Um dos maiores desafios das empresas é visualizar o nível de profundidade

que deve ser adotado pelos mecanismos de controle e medições de desempenho.

As empresas devem medir a situação atual, principalmente nos aspectos onde

alguma ação de melhoria é necessária, e monitorar estas ações de forma

sistemática, e, para decidir qual é o ponto certo, deve-se analisar a relação custo-

benefício do controle. A abordagem do CobiT para essas questões compreende:

a) Modelos de Maturidade: Para cada processo de TI, é estabelecido um

modelo de maturidade baseado em níveis (derivado do SW-CMM,

Capability Maturity Model para projetos de software, do Software

Engineering Institute), através do qual uma organização poderá ser

avaliada como:

I. Nível 0 (Inexistente): Processos de gestão não são aplicados;

II. Nível 1 (Inicial / Ad Hoc): Processos são esporádicos e

desorganizados, com abordagens de gestão aplicadas caso a

caso;

III. Nível 2 (Repetitivo mas Intuitivo): Processos seguem um padrão

de regularidade, com alta dependência do conhecimento dos

indivíduos;

IV. Nível 3 (Definido): Processos são padronizados, documentados

e comunicados;

V. Nível 4 (Gerenciado e Mensurável): Processos são monitorados

e medidos quanto à conformidade com os procedimentos, e

ações são tomadas quando os resultados não são efetivos;

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VI. Nível 5 (Otimizado): Boas práticas são seguidas e

automatizadas, com base em resultados de melhorias contínuas

e de ações de modelagem de maturidade junto a outras

empresas.

Através destes modelos de maturidade, a gerência tem condições de mapear

a situação atual da organização, comparar com a situação das melhores

organizações do segmento (benchmarking), comparar com padrões internacionais e

estabelecer e monitorar passo a passo as melhorias dos processos rumo à

estratégia da organização.

a) Metas e Medições de Desempenho: Demonstram, em três níveis, o que o

negócio espera da TI (metas de TI), o que o processo de TI precisa entregar

para suportar os objetivos da TI (metas de processos), e o que precisa

acontecer dentro do processo para que o desempenho requerido seja

atingido (metas de atividades). O CobiT usa dois tipos de indicadores:

I. Medições de Resultados (Outcome measures): Definem as

medições que informam à gerência se um processo de Ti atingiu

os objetivos de negócio, também denominadas “lag indicators”;

II. Indicadores de Desempenho (Performance Indicators): Definem

as medições que informam à gerência o quanto os processos de

TI estão sendo bem executados, no sentido de viabilizar o

atendimento dos objetivos de negócio, também denominados

“lead indicators”.

As metas são definidas de forma que haja correlação entre elas, ou seja, as metas

de negócio devem determinar quantas e quais metas de TI irão suportá-las, e assim

por diante.

3.6.3.5. Visão integrada do modelo

O CobiT pode ser definido em função do princípio básico do seu framework,

ou seja, os recursos de TI são gerenciados por processos de TI para alcançarem

metas de TI que respondam a requisitos de negócio. Esta visão integrada pode ser

visualizada através do “Cubo CobiT”, ilustrado na figura 3.5.

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Figura 3.5 – Cubo CobiT

Fonte: Adaptado de COBIT 4.1 EXECUTIVE SUMARY FRAMEWORK, 2007, p.25

3.6.3.6. Conteúdo dos processos de TI

Como integrantes principais do núcleo do CobiT, os processos de TI são

organizados na documentação do modelo de forma a mostrar uma visão completa

sobre como devem ser controlados, gerenciados e medidos. Assim, cada um dos 34

processos de TI é descrito através de seus componentes inter-relacionados,

representados na figura 3.6.

Figura 3.6 – Inter-relacionamentos entre componentes do CobiT

Fonte: Adaptado de FERNANDES e ABREU, 2008, p.185

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3.7. ITIL

A ITIL é um agrupamento das melhores práticas utilizadas para o

gerenciamento de serviços de tecnologia da informação de alta qualidade, obtidas

em consenso após décadas de observação prática, pesquisa e trabalho de

profissionais de TI e processamento de dados em todo o mundo. Devido à sua

abrangência e profundidade, a ITIL tem se firmado continuamente como um padrão

mundial de fato para as melhores práticas para o gerenciamento de serviços de TI.

3.7.1. Histórico do Modelo

A ITIL (Information Technology Infrastructure Library) foi desenvolvida pelo

CCTA (Central Computer an Telecommunications Agency) no final dos anos 80, a

partir de uma encomenda do governo britânico, que não estava satisfeito com o nível

de qualidade dos serviços de TI a ele prestado. Neste cenário, foi solicitado o

desenvolvimento de uma abordagem de melhores práticas para gerenciar a

utilização eficiente e responsável dos recursos de TI, independentemente de

fornecedores.

Embora concebida originalmente para o setor público do Reino Unido, se

expandiu rapidamente para as demais organizações dos setores públicos e

privados, gerando uma indústria composta por treinamentos, certificações,

consultorias, ferramentas de software e um Fórum específico, o itSMF (Information

Technology Service Management Forum). Hoje em dia, a ITIL é um padrão adotado

globalmente.

Em abril de 2001, o CCTA foi incorporado ao OGC (Office of Government

Commerce), órgão independente subordinado à Secretaria-Chefe do Tesouro

britânico, focado na melhoria dos processos de contratação e gestão de serviços

privados pelo setor público, que hoje é o responsável pela evolução e divulgação da

ITIL.

A versão 3 da ITIL, denominada V3, lançada em maio de 2007, representa

uma grande evolução em relação à versão anterior, pois organiza os processos de

gerenciamento de serviços em uma estrutura de ciclo de vida de serviço. Além disso,

a ITIL V3 demonstra a maturidade que a disciplina de gerenciamento de serviços de

TI adquiriu ao longo do tempo, trazendo e enfatizando conceitos como integração da

TI ao negócio, portfólios dinâmicos de serviços, mensuração do valor do negócio e

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fornecendo uma base sólida para convergência com outros padrões e modelos de

gestão e governança de TI (FERNANDES & ABREU, 2008, p.272).

3.7.2. Objetivos do Modelo

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.273), como framework, o principal

objetivo da ITIL é:

[...] prover um conjunto de práticas de gerenciamento de serviços de TI testadas e comprovadas no mercado, organizadas segundo uma lógica de ciclo de vida de serviços, que podem servir como modelos, tanto para organizações que já possuem operações de TI em andamento e pretendem empreender melhorias, quanto para a criação de novas operações. A adoção das práticas da ITIL pretende levar uma organização a um grau de maturidade e qualidade que permita o uso eficaz e eficiente dos seus ativos estratégicos de TI, sempre com foco no alinhamento e na integração com as necessidades dos clientes e usuários [...].

A ITIL V3 e sua abordagem de ciclo de vida permite que se tenha uma visão

do gerenciamento de serviços pela perspectiva do próprio serviço, em vez de focar

em cada processo ou prática por vez. Esta característica realça mais um importante

objetivo, que é mensurar e gerenciar o valor que os serviços de TI efetivamente

adicionam ao negócio.

3.7.3. Estrutura do Modelo

3.7.3.1. Visão Geral

A ITIL pode ser considerada uma fonte de boas práticas utilizada pelas

organizações para estabelecer e melhorar suas capacitações em gerenciamento de

serviços, e possui como componentes o núcleo da ITIL e a orientação

complementar.

O núcleo da ITIL contém as orientações de melhores práticas aplicáveis a

todos os tipos de organizações que fornecem serviços para um negócio. Já a

orientação complementar à ITIL é um conjunto de publicações complementares

destinadas a especializar a implementação e a utilização das práticas do núcleo

para diferentes setores empresariais, tipos de empresas e plataformas tecnológicas,

concebido para ser uma biblioteca dinâmica de conteúdo relacionado, podendo

receber contribuições de toda a comunidade (FERNANDES & ABREU, 2008. p.273).

O núcleo da ITIL, representado na figura 3.7, é composto por cinco

publicações, cada uma delas relacionada a um estágio do ciclo de vida do serviço,

contendo orientações para uma abordagem integrada de gerenciamento de serviços.

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Figura 3.7 – O núcleo da ITIL

Fonte: Adaptado de OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008, p.274

A publicação “Estratégia de Serviço” orienta sobre como as políticas e

processos de gerenciamento de serviço podem ser desenhados, desenvolvidos e

implementados como ativos estratégicos ao longo do ciclo de vida de serviço. Entre

os tópicos abordados nesta publicação estão os ativos de serviço, o catálogo de

serviços, o gerenciamento financeiro, o gerenciamento de portfólio de serviços, o

desenvolvimento organizacional, os riscos estratégicos, entre outros (FERNANDES

& ABREU, 2008. p.274).

A publicação “Desenho de Serviço” fornece orientação para o desenho e

desenvolvimento dos serviços e dos processos de gerenciamento de serviços,

detalhando aspectos do gerenciamento do catálogo de serviços, do nível de serviço,

da capacidade, da disponibilidade, da continuidade, da segurança da informação e

dos fornecedores, além de mudanças e melhorias necessárias para manter ou

agregar valor aos clientes ao longo do ciclo de vida do serviço (FERNANDES &

ABREU, 2008. p.274).

A publicação “Transição de Serviço” orienta sobre como efetivar a transição

de serviços novos e modificados para operações implementadas, detalhando os

processos de planejamento e suporte à transição, gerenciamento de mudanças,

gerenciamento da configuração, dos ativos de serviço, gerenciamento da liberação e

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da distribuição, teste e validação de serviço, avaliação e gerenciamento do

conhecimento (FERNANDES & ABREU, 2008. p.274).

A publicação “Operação de Serviço” descreve a fase do ciclo de vida do

gerenciamento de serviços que é responsável pelas atividades do dia-a-dia,

orientando sobre como garantir a entrega e o suporte a serviços de forma eficiente e

eficaz, e detalhando os processos de gerenciamento de eventos, incidentes,

problemas, acesso e de execução de requisições (FERNANDES & ABREU, 2008.

p.275).

E a publicação “Melhoria de Serviço Continuada” orienta, através de

princípios, práticas e métodos de gerenciamento da qualidade, sobre como fazer

sistematicamente melhorias incrementais e de larga escala na qualidade dos

serviços, nas metas de eficiência operacional, na continuidade dos serviços, entre

outros, com base no modelo PDCA preconizado pela ISO/IEC 20000 (FERNANDES

& ABREU, 2008. p.275).

Os processos da ITIL V3 encontram-se distribuídos entre os 5 estágios,

conforme a tabela 3.7.

Publicações Processos Funções

Estratégia de Serviço

• Gerenciamento Financeiro de TI; • Gerenciamento do Portfólio de

Serviços; • Gerenciamento da Demanda.

Desenho de Serviço

• Gerenciamento do Catálogo de Serviços;

• Gerenciamento do Nível de Serviço;

• Gerenciamento da Capacidade; • Gerenciamento da Disponibilidade; • Gerenciamento da Continuidade

de Serviço; • Gerenciamento de Segurança da

Informação; • Gerenciamento de Fornecedor.

Transição de Serviço

• Gerenciamento de Mudança; • Gerenciamento de Configuração e

de Ativo de Serviço; • Gerenciamento da Liberação e

Implantação; • Validação e Teste de Serviço; • Avaliação; • Gerenciamento do Conhecimento;

Continua

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Publicações Processos Funções

Operação de Serviço

• Gerenciamento de Evento; • Gerenciamento de Incidente; • Gerenciamento de Requisição; • Gerenciamento de Problema; • Gerenciamento de Acesso.

• Central de Serviço; • Gerenciamento Técnico; • Gerenciamento das

Operações de TI; • Gerenciamento de Aplicativo.

Melhoria de Serviço

Continuada

• Relatório de Serviço; • Medição de Serviço.

Tabela 3.7 – Processos e funções da ITIL V3 Fonte: Adaptado OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008. p.275

3.7.3.1.1. Estratégia de Serviço

Esta publicação define os princípios básicos que norteiam o gerenciamento

de serviços, mostrando como uma organização pode transformá-lo em um ativo

estratégico e orientando como esta pode operar e crescer com sucesso a longo

prazo. A estratégia de serviços contém alguns conceitos e princípios, que serão

elucidados neste sub-tópico.

De acordo com a ITIL V3, um serviço é um meio de entregar valor aos

clientes, facilitando o alcance dos resultados que os clientes desejam, tirando deles

a propriedade dos custos e riscos específicos. Pela perspectiva do cliente, a criação

do valor de um serviço baseia-se na utilidade, com o desempenho desejado ou

redução das restrições de desempenho, e a garantia, relativa à disponibilidade,

capacidade, continuidade e segurança suficiente para o uso (FERNANDES &

ABREU, 2008. p.276).

O gerenciamento de serviços é um conjunto de capacitações organizacionais

especializadas para fornecer valor aos clientes na forma de serviços, ou seja,

transformar recursos em serviços valiosos. Tais capacitações podem ser vistas

como processos e funções para gerenciar serviços ao longo do seu ciclo de vida.

O encapsulamento é uma das propriedades mais importantes de um serviço,

que significa isolar dos clientes a complexidade estrutural, detalhes técnicos e

operações de baixo nível, expondo somente a sua interface de utilização

(FERNANDES & ABREU, 2008. p.276).

Recursos e capacitações são considerados ativos de serviço de uma

organização e constituem a base para a criação de valor para o serviço. Recursos

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são pessoas, informações, aplicações, infra-estrutura e capital financeiro.

Capacitações são desenvolvidas ao longo do tempo e podem incluir gerenciamento,

organização, processos, conhecimento e pessoas.

Outro conceito que a ITIL V3 aborda é o de provedores de serviços, que

podem ser internos, áreas da própria organização que possuem flexibilidade e riscos

menores, unidades de serviços compartilhados, que possuem flexibilidade e riscos

medianos, ou externos, que são mais arriscados e flexíveis. Além disso, as

estruturas de serviço evoluíram da cadeia de valor básica para o de rede de valor,

incorporando relacionamentos com fornecedores substitutos e complementares,

além dos usuais entre o fornecedor, o provedor de serviço, o negócio e o cliente

(FERNANDES & ABREU, 2008. p.277).

Visto os conceitos e princípios da estratégia de serviço, abordaremos suas

etapas, que são quatro ao todo:

1. Definir o mercado;

2. Desenvolver as ofertas;

3. Desenvolver os ativos estratégicos;

4. Preparar para a execução.

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.277-278) a etapa “Definir o mercado”

estabelece a relação entre o serviço e a estratégia, onde o serviço pode ser

oferecido dentro de uma estratégia, ou vice-versa; e visa entender o cliente e as

oportunidades embutidas nos seus resultados de saída esperados, já que resultados

não atingidos podem ser alvos de potenciais serviços.

A etapa “Desenvolver as ofertas” parte da descoberta do espaço de mercado

a se focado, definindo os serviços com base na proposta de valor que estes podem

agregar aos ativos e resultados esperados dos clientes. Também estabelece o

portfólio de serviços, que representa os compromissos e investimentos feitos por um

provedor de serviços para todos os clientes e espaços de mercado, e os catálogos

de serviços, que é a parte do portfólio visível para o cliente, e que gera receita.

A etapa “Desenvolver os ativos estratégicos” busca gerenciar os serviços

como um ativo estratégico e desenvolver corretamente a rede de valor, pois dentro

da ótica de um sistema fechado (no qual os resultados têm influência na sua

realimentação), quando um provedor aumenta o potencial de um serviço, aumenta

também o potencial de desempenho dos ativos dos clientes atendidos, estes, por

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sua vez, promovem o aumento da demanda pelo serviço que irá reduzir a

capacidade ociosa do provedor.

E a etapa “Preparar para execução” avalia estrategicamente as ofertas,

estabelecendo objetivos, alinhando os ativos do serviço com os resultados

esperados e com as necessidades dos clientes, definindo os fatores críticos de

sucesso, priorizando os investimentos e procurando formas de apoiar o crescimento

e a expansão do negócio, explorando o potencial dos espaços de mercado

atendidos.

3.7.3.1.1.1. Processos da Estratégia de Serviço

Como observado anteriormente a publicação “Estratégia de Serviço” tem três

processos que são gerenciamento financeiro, gerenciamento do portfólio de serviços

e gerenciamento da demanda. Abaixo seguem suas descrições com base em

Fernandes e Abreu (2008, p.278-279).

O processo de gerenciamento financeiro visa gerenciar o ciclo financeiro do

portfólio de serviços de TI de uma organização, de forma a prover a sustentação

econômica necessária para a execução dos seus serviços. Conceitos e métodos

efetivos como valorização de serviços, modelagem da demanda e otimização do

portfólio e do fornecimento de serviços são fundamentais para que seja possível a

quantificação do valor dos serviços de TI e dos ativos envolvidos na prestação

destes serviços, assim como para que o planejamento financeiro seja confiável. Vale

salientar que o retorno sobre o investimento (ROI) recebe atenção especial na ITIL

V3, como forma de justificar o investimento em serviços.

O processo de gerenciamento do portfólio de serviços visa governar os

investimentos em gerenciamento de serviços através da empresa, e gerenciá-los

para que adicionem valor ao negócio. Este processo estabelece que há duas

categorias de serviços, os serviços de negócio, que são definidos pelo próprio

negócio, e os serviços de TI, que são fornecidos pela TI ao negócio, mas que este

não reconhece como sendo dentro de seus domínios. Embora a linha entre estes

dois portfólios de serviços seja tênue, ambos podem ser gerenciados

individualmente, dependendo da perspectiva de cada cliente, mas sempre

considerando as relações existentes entre eles. A metodologia deste processo prevê

as seguintes etapas:

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a) Definição: que é o levantamento dos serviços, criação de casos de

negócio (business cases) para cada um deles e validação das

informações;

b) Análise: que focaliza a maximização do valor do portfólio, priorizando

os investimentos nos serviços, balanceando a entrega e a demanda,

com proposição de continuidade ou não do serviço;

c) Aprovação: decisão sobre o que fazer com os serviços;

d) Oficialização: divulgação para a organização e alocação de recursos.

E o processo de gerenciamento da demanda visa gerenciar de forma síncrona

os ciclos de produção dos serviços, que consomem demanda, e os ciclos de

consumo dos serviços, que geram mais demanda. A análise da dinâmica do negócio

poderá permitir o estabelecimento de padrões de atividades de negócio e de perfis

de usuários, que podem ser combinados para a composição de pacotes de serviços

customizados. Estes conceitos têm sido bastante utilizados por provedores de

serviços que oferecem soluções de terceirização total (full outsourcing) de TI a seus

clientes. A tabela 3.8, resume os objetivos dos processos da Estratégia de Serviço.

Processos da Estratégia de Serviço

Objetivo

Gerenciamento Financeiro Prover a sustentação econômica necessária para a execução

dos serviços da organização.

Gerenciamento do Portfólio de Serviços

Governar os investimentos em gerenciamento de serviços na organização, e gerenciá-los para que adicionem valor ao

negócio.

Gerenciamento da Demanda Gerenciar de forma síncrona os ciclos de produção e consumo

dos serviços.

Tabela 3.8 – Processos da Estratégia de Serviço da ITIL V3

3.7.3.1.2. Desenho de Serviço

Este estágio do ciclo de vida em como foco o desenho e a criação de serviços

de TI cujo propósito será realizar a estratégia concebida anteriormente. Através do

uso das práticas, processos e políticas de TI vigente, os serviços devem ser

construídos de forma a assegurar a qualidade da entrega, a satisfação dos clientes,

a eficiência dos custos e a facilidade de colocá-los em produção.

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.281), a ITIL V3 define o estágio de

Desenho de Serviço como “o desenho de serviços de TI apropriados e inovadores,

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incluindo suas arquiteturas, processos, políticas e documentação, para entender os

requisitos do negócio atuais e futuros”.

Esta publicação descreve os princípios e fundamentos básicos do desenho de

serviço, abordando cinco aspectos importantes (FERNANDES & ABREU, 2008.

p.281-282). No primeiro aspecto, o desenho de um novo serviço ou a alteração de

um serviço existente deve ser encarado como o projeto de uma solução completa,

com alto grau de aderência aos requisitos estabelecidos pelo negócio. Tais

requisitos, assim como todos os recursos e capacitações necessárias para o serviço,

devem estar de acordo com a estratégia estabelecida pela organização .

No segundo aspecto, o desenho dos sistemas e ferramentas de

gerenciamento de serviços, principalmente o portfólio de serviços, tem que ser

capaz de apoiar os serviços em todos os momentos de seu ciclo de vida.

No terceiro aspecto, que o desenho das arquiteturas tecnológicas e sistemas

de gestão, que são serviços, aplicações, dados/informação, infra-estrutura e

ambiente, seja capaz de apoiar os serviços em todos os momentos do ciclo de vida.

No quarto aspecto, os desenhos dos processos de TI e do gerenciamento de

serviços, assim como os papéis, as responsabilidades e as habilidades

relacionadas, têm que ser capazes de operar, apoiar e manter os serviços, assim

como criar ferramentas que permitam a integração entre organizações.

E no quinto aspecto, o desenho das métricas e métodos para medição da

qualidade do processo de desenho do serviço, em termos do seu progresso,

conformidade (com requisitos corporativos, de governança, regulação), eficácia e

eficiência.

3.7.3.1.2.1. Processos do Desenho de Serviço

O estágio de desenho de serviço é suportado pó um conjunto de sete

processos de gerenciamento de serviços, com base em Fernandes e Abreu (2008,

p.283-284), o primeiro deles o processo de gerenciamento do catálogo de serviços,

que garante uma fonte única de informações consistentes e atualizadas sobre todos

os serviços que estão operacionais e sobre aqueles que estão sendo preparados

para entrar em operação. O catálogo de serviços tem duas subdivisões:

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a) Catálogo de serviços de negócio, que contém a visão do cliente sobre

os serviços de TI, e os seus relacionamentos com os processos e

estruturas organizacionais do negócio;

b) Catálogo de Serviços Técnicos, que contém detalhes técnicos de todos

os serviços entregues ao cliente, e os seus relacionamentos com os

serviços de suporte, itens de configuração, componentes e serviços

compartilhados necessários à entrega do serviço ao cliente.

O segundo processo é o gerenciamento do nível do serviço, que visa manter

e melhorar a qualidade dos serviços de TI, através de um ciclo contínuo de

atividades envolvendo o planejamento, coordenação, elaboração, estabelecimento

de acordo de metas de desempenho e responsabilidades mútuas, monitoramento e

divulgação de níveis de serviços, em relação aos clientes, de níveis operacionais,

em relação aos fornecedores internos, e de contratos de apoio com fornecedores de

serviços externos. Este processo também é responsável pela elaboração e

manutenção de um plano de melhoria dos serviços, um programa com ações

priorizadas de melhoria para os serviços.

O terceiro processo é o gerenciamento da capacidade, que assegura que a

capacidade da infra-estrutura de TI absorva as demandas evolutivas do negócio de

forma eficaz e dentro do custo previsto, balanceando a oferta de serviços em relação

à demanda e otimizando a infra-estrutura necessária à prestação dos serviços de TI.

O quarto processo é o gerenciamento de disponibilidade, que visa assegurar

que os serviços de TI sejam projetados para atender e preservar os níveis de

disponibilidade e confiabilidade requeridos pelo negócio, minimizando os riscos de

interrupção através de atividades de monitoramento físico, solução de incidentes e

melhoria contínua da infra-estrutura e da organização de suporte.

O quinto processo é o gerenciamento da continuidade de serviço de TI, que é

o desdobramento do processo de gerenciamento da continuidade do negócio, que

visa assegurar que todos os recursos técnicos e serviços de TI necessários,

incluindo sistemas, redes, aplicações, central de serviços, suporte técnico,

telecomunicações, entre outros, possam ser recuperados dentro de um tempo

preestabelecido.

O sexto processo é o gerenciamento de segurança da informação, que

abrange processos relacionados à garantia da confidencialidade, integridade e

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disponibilidade de dados, assim como à segurança dos componentes de hardware e

software, da documentação e dos procedimentos. Assim, este processo alinha a

segurança da TI com a segurança do negócio, e assegura que a segurança da

informação seja gerenciada efetivamente durante todo o ciclo de vida dos serviços.

E o sétimo processo é o gerenciamento de fornecedor, que gerencia

fornecedores e contratos necessários para suportar os serviços por eles prestados,

visando prover um serviço de TI com qualidade transparente para o negócio,

assegurando o valor do investimento feito. A tabela 3.9, resume os objetivos dos

processos da Estratégia de Serviço.

Processos do Desenho de Serviços

Objetivo

Gerenciamento do Catálogo de Serviços

Garantir uma fonte única de informações sobre todos os serviços.

Gerenciamento do Nível de Serviço

Elaborar e manter um Plano de Melhoria dos Serviços, para manter e melhorar a qualidade dos serviços de TI.

Gerenciamento da Capacidade Assegurar que a capacidade da infra-estrutura de TI suporte as

demandas do negócio de forma eficaz. Gerenciamento da

Disponibilidade Assegurar que os serviços de TI atendam os níveis de

disponibilidade e confiabilidade requeridos pelo negócio. Gerenciamento da

Continuidade de Serviço de TI Assegurar a recuperação dos recursos técnicos e serviços de TI

dentro de um tempo preestabelecido.

Gerenciamento de Segurança da Informação

Gerenciar a segurança da informação durante todo o ciclo de vida do serviço. Alinhando a segurança da TI com a segurança

do negócio.

Gerenciamento de Fornecedor Gerenciar fornecedores para suportar os serviços por eles

prestados, e prover um serviço de TI com qualidade transparente para o negócio.

Tabela 3.9 – Processos do Desenho de Serviços da ITIL V3 e seus objetivos

A figura 3.9 mostra como estes processos se encaixam dentro de uma visão mais abrangente do desenho de serviço.

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Figura 3.8 – Visão dos Processos do Estágio de Desenho de Serviço

Fonte: Adaptado OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008. p.283

3.7.3.1.3. Transição de Serviço

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.285), o estágio de transição de serviço

tem como principal objetivo colocar no ambiente de produção, em plena operação,

um serviço que acabou de sair do estágio de desenho de serviço, garantindo o

cumprimento dos requisitos preestabelecidos de custo, qualidade e prazo,

impactando minimamente nas operações atuais da organização.

Um processo de transição de serviços, quando efetivo, agrega valor

significativo a uma organização provedora de serviços, uma vez que os novos

serviços possam ser utilizados de forma a maximizar o valor das operações do

negócio, e, principalmente, demonstra a capacidade da organização de gerenciar

mudanças em seus serviços de forma consistente.

A ITIL V3 estabelece políticas explícitas formais focadas em aspectos

importantes para o processo de transição, tais como:

a) Implementação de todas as mudanças no portfólio ou catálogo de

serviços através do processo de transição;

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b) Adoção de um framework comum, e de padrões conhecidos para

melhorar a integração das partes envolvidas na transição;

c) Maximização da reutilização de processos e sistemas já existentes;

d) Integração dos planos de transição às necessidades do negócio,

visando maximizar o valor das mudanças;

e) Gerenciamento dos relacionamentos com todas as partes interessadas

(stakeholders) nos serviços;

f) Desenvolvimento de sistemas e processos para facilitar a transferência

de conhecimento e o suporte às decisões;

g) Antecipação e gerenciamento das correções de desvios identificados

na transição;

h) Gerenciamento proativo de recursos através de várias instâncias do

processo de transição de serviços;

i) Detecção antecipada de falhas, no início do ciclo de vida do serviço,

visando reduzir custos de correção;

3.7.3.1.3.1. Processos da Transição de Serviço

O estágio de transição de serviço tem similaridade com o ciclo de vida de um

projeto, com produtos bem definidos e data prevista para acabar. São seis

processos neste estágio que visam planejar e coordenar os recursos necessários

para colocar um serviço novo ou modificado no ambiente de produção, dentro do

custo, prazo e qualidade estimados (FERNANDES & ABREU, 2008. p.287-289).

O primeiro processo é o gerenciamento de mudança, que visa assegurar o

tratamento sistemático e padronizado de todas as mudanças ocorridas no ambiente

organizacional, minimizando assim os impactos decorrentes de

incidentes/problemas relacionados a estas mudanças na qualidade do serviço, e

melhorando, conseqüentemente, a rotina operacional da organização.

O segundo processo é o gerenciamento da configuração e de ativo de

serviço, que abrange a identificação, o registro, o controle e a verificação de ativos

de serviço e itens de configuração, que são componentes de TI tais como hardware,

software e documentação relacionada, incluindo suas versões, componentes e

interfaces, dentro de um repositório centralizado. Fazem parte também do escopo

deste processo a proteção da integridade dos ativos e itens de configuração ao

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longo do ciclo de vida do serviço contra mudanças não autorizadas e o

estabelecimento e manutenção de um sistema de gerenciamento da configuração

completo e preciso.

O terceiro processo, gerenciamento de liberação e implantação, abrange o

gerenciamento do tratamento de um conjunto de mudanças em um serviço de TI,

devidamente autorizadas, incluindo atividades de planejamento, desenho,

construção, configuração e teste de itens de software e hardware, visando criar um

conjunto de componentes finais e implantá-los em bloco em um ambiente de

produção, de forma a adicionar valor ao cliente, em conformidade com os requisitos

estabelecidos na estratégia e no desenho do serviço.

O quarto processo é a validação e teste de serviço, que é relacionado à

garantia da qualidade de uma liberação, incluindo todos os seus componentes de

serviço, os serviços resultantes e a capacitação do serviço por ela viabilizada. Um

serviço validado e testado está pronto para o uso dentro dos propósitos para os

quais foi desenhado e construído.

O quinto processo é o de avaliação, que visa criar meios padronizados e

consistentes para avaliar o desempenho de uma mudança no contexto de uma infra-

estrutura de TI e serviços já existentes, confrontando-o com as metas previstas,

registrando e gerenciando os desvios encontrados.

E o sexto processo, gerenciamento do conhecimento, visa garantir que a

informação correta seja entregue no local apropriado, para uma pessoa que tenha

competência para atuar no tempo certo, habilitando a tomada de decisões

informadas. Para tal, a ITIL V3 possui o conceito de sistema de gerenciamento do

conhecimento sobre serviços, que pode ser visto como uma base de conhecimento

mais ampla, contendo informações tais como experiência da equipe, requisitos,

habilidades e expectativas dos fornecedores e parceiros, histórico de configurações,

entre outros. A tabela 3.10, resume os objetivos dos processos da Estratégia de

Serviço, enquanto a figura 3.9 ilustra o escopo da Transição de Serviço.

Processos da Transição de Serviço

Objetivo

Gerenciamento de Mudança Assegurar o tratamento sistemático e padronizado de todas as

mudanças no ambiente organizacional. Gerenciamento da

Configuração e de Ativo de Serviço

Identificar, registrar, controlar e verificar os ativos de serviços e itens de configuração. Protegendo os mesmos contra mudanças não autorizadas. continua

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Processos da Transição de Serviço

Objetivo

Gerenciamento de Liberação e Implantação

Criar um conjunto de componentes finais e implantá-los em bloco em um ambiente de produção, adicionando valor ao

cliente, e em conformidade com os requisitos estabelecidos.

Validação e Teste de Serviço Garantir a qualidade de uma liberação, incluindo todos os seus

componentes de serviços, serviços resultantes e capacitação do serviço.

Avaliação Criar meios padronizados e consistentes para avaliar o

desempenho de uma mudança no contexto de uma infra-estrutura de TI e/ou serviços já existentes.

Gerenciamento do Conhecimento

Garantir que a informação correta seja entregue no local apropriado, para as pessoas relacionadas.

Tabela 3.10 – Processos da Transição de Serviço da ITIL V3 e seus objetivos

Figura 3.9 – O Escopo da Transição de Serviço

Fonte: Adaptado OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008. p.288

3.7.3.1.4. Operação de Serviço

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.289-290), o estágio de operação de

serviço é bastante crítico dentro do ciclo de vida do serviço, pois erros na condução,

controle e gestão das atividades do cotidiano operacional poderão comprometer

totalmente a disponibilidade do serviço, mesmo que ele tenha sido muito bem

desenhado e que sua implementação em produção tenha sido um sucesso.

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A operação de serviço inclui em seu escopo todas as atividades recorrentes

necessárias para entregar e suportar os serviços. Seu objetivo é coordenar e

executar tais atividades dentro dos níveis de serviço estabelecidos com os clientes.

Um dos maiores desafios deste estágio de operação de serviços é seguir

processos, funções e atividades que visam a regularidade da entrega dos serviços

nos níveis preestabelecidos, dentro de um ambiente sujeito a mudanças freqüentes

e, muitas vezes, imprevisíveis. Um dos papéis da operação de serviços é encontra

um ponto de equilíbrio entre conjuntos de prioridades totalmente conflitantes, para

minimizar riscos.

As equipes de operação de serviço devem sempre estar conscientes de que

são provedoras de serviços para o negócio, e que uma das habilidades mais

importantes a serem exercidas é a comunicação. O quanto antes a operação de

serviço se envolver nas atividades de desenho e transição, menores serão os riscos

de problemas inesperados durante a fase recorrente.

3.7.3.1.4.1. Processos da Operação de Serviço

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.291-292), o estágio de operação de

serviço é suportado por um conjunto de cinco processos de gerenciamento de

serviços.

O primeiro processo é o gerenciamento de evento, que monitora todos os

eventos que ocorrem na infra-estrutura de TI, para atestar a normalidade da

operação. Caso sejam detectadas condições de exceção, este processo deve

escalonar para resolução técnica ou para atuação hierárquica. Eventos podem ser

exceções (incidentes, problemas, mudanças), advertências ou pedidos de

informação, que terão tratamentos distintos.

O segundo processo, gerenciamento de incidente, visa restaurar a operação

normal de um serviço no menor tempo possível, de forma a minimizar os impactos

adversos para o negócio, garantindo que os níveis de qualidade e disponibilidade

sejam mantidos dentro dos padrões acordados, tratando os efeitos e não as causas.

O terceiro processo é o gerenciamento de problema, que visa minimizar os

impactos adversos de incidentes e problemas para o negócio, quando causados por

falhas na infra-estrutura de TI, assim como prevenir que incidentes relacionados a

estas falhas ocorram novamente. Pode ter uma atuação reativa, resolução de

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problemas em resposta a um ou mais incidentes, ou proativa, identificando

problemas e falhas antes da ocorrência dos incidentes.

O quarto processo, cumprimento de requisição, trata requisições dos usuários

que não foram geradas por um incidente, mas que foram originadas a partir de uma

solicitação de serviço ou de uma simples solicitação de informação.

E o quinto processo, gerenciamento de acesso, controla o acesso de usuários

ao direito de utilizar os serviços, garantindo-os àqueles que foram previamente

autorizados e restringindo-os a todos os demais. Consiste na execução das políticas

e ações definidas anteriormente nos processos de gerenciamento da disponibilidade

e gerenciamento da segurança da informação, vistos no estágio de desenho de

serviço. A tabela 3.11, resume os objetivos dos processos da Operação de Serviço,

enquanto a figura 3.10 ilustra o relacionamento dos processos da Operação de

Serviços.

Processos da Operação de Serviço

Objetivo

Gerenciamento de Evento Monitorar todos os eventos que ocorrem na infra-estrutura de TI

e redirecionar as exceções resolução técnica.

Gerenciamento de Incidente Restaurar a operação normal de um serviço no menor tempo

possível no caso de um incidente.

Gerenciamento de Problema Minimizar os impactos adversos de incidentes e problemas para o negócio, quando causados por falhas na infra-estrutura de TI.

Cumprimento de Requisição Tratar requisições dos usuários que foram geradas por uma

solicitação de serviço.

Gerenciamento de Acesso Controlar o acesso de usuários ao direito de utilizar os serviços.

Tabela 3.11 – Processos da Operação de Serviços da ITIL V3 e seus objetivos

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Figura 3.10 – O Relacionamento dos Processos da Operação de Serviços

Fonte: Adaptado OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008. p.291

3.7.3.1.4.2. Funções da Operação de Serviço

Segundo Fernandes e Abreu (2008, p.292-293), função é definida pela ITIL

V3 como “um conceito lógico referente a pessoas e medidas automatizadas que

executam um determinado processo, atividade, ou uma comunicação entre eles”. As

funções da ITIL V3 estão presentes apenas no estágio de operação de serviço, e

são quatro ao todo.

A primeira função é a central de serviço (Service Desk), que é uma função

destinada a responder rapidamente questões, reclamações e problemas dos

usuários, de forma a permitir que os serviços sejam executados com o grau de

qualidade esperado. Pode ser implementada de forma centralizada, local ou virtual,

nas modalidades de:

• Central de Atendimento (Call Center): ênfase no atendimento de um

grande número de chamadas telefônicas;

• Help Desk: visa gerenciar, coordenar e resolver incidentes no menor

tempo possível, assegurando que nenhuma chamada seja perdida

esquecida ou ignorada;

• Central de Serviço: abordagem global, que permite a integração dos

processos de negócio à infra-estrutura de gerenciamento dos serviços

de TI.

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A segunda função, gerenciamento técnico (Technical Management), é a

função relacionada aos grupos, áreas ou equipes que possuem experiência e

conhecimento técnico especializado para suportar a operação. Também deve

garantir que haja recursos treinados para desenhar, construir, fazer as transições,

operar e melhorar a tecnologia utilizada nos serviços.

A terceira função, gerenciamento das operações de TI (IT Operations

Management), está relacionada aos grupos, áreas ou equipes responsáveis pela

execução das atividades diárias da operação. Esta função se subdivide em controle

de operações e gerenciamento de facilidades.

E a quinta função, gerenciamento de aplicativo (Application Management), é

responsável por gerenciar aplicativos ao longo de seu ciclo de vida, que

desempenha um importante papel no desenho, teste e nas melhorias dos aplicativos

que suportam serviços de TI. Aborda o ciclo de vida completo dos aplicativos de

software relacionados à implementação de serviços de TI, incluindo atividades de

desenvolvimento (levantamento de requisitos, planejamento, desenho, construção e

teste) e de gerenciamento (implantação, operação, suporte e otimização). A tabela

3.12, resume os objetivos das funções da Operação de Serviço.

Funções da Operação de Serviço

Objetivo

Central de Serviço Responder rapidamente às questões, reclamações e problemas

dos usuários.

Gerenciamento Técnico Oferecer suporte técnico, garantindo recursos treinados para suportar e melhorar as tecnologias utilizadas nos serviços.

Gerenciamento das Operações de TI

Controlar e executar as atividades diárias da operação de serviço.

Gerenciamento de Aplicativo Gerenciar aplicativos de software relacionados à implementação

de serviços de TI ao longo de seu ciclo de vida.

Tabela 3.12 – Funções da Operação de Serviços da ITIL V3 e seus objetivos

3.7.3.1.5. Melhoria de Serviço Continuada

Fernandes e Abreu (2008, p.294-296) diz que os serviços de TI devem

continuamente ser alinhados e, principalmente, integrados às necessidades do

negócio, que são dinâmicas por natureza, através da identificação e da

implementação de ações de melhoria para o suporte aos processos de negócio.

Este é o propósito principal do estágio de melhoria de serviço continuada. O ciclo de

vida do serviço com a melhoria de serviço continuada é ilustrado na figura 3.11.

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Figura 3.11 – Melhoria de Serviço Continuada e o Ciclo de Vida de Serviço

Fonte: Adaptado OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008. p.295

Seu escopo contém atividades que suportam o planejamento contínuo da

melhoria de processos, tais como análise das informações gerenciais e das

tendências quanto ao atingimento dos níveis de serviço e dos resultados desejados

pelos serviços, avaliações de maturidade e auditorias internas periódicas, pesquisas

de satisfação junto aos clientes, gerenciamento do plano de melhoria de serviços, e

identificação de oportunidades de melhoria.

Um programa de melhoria sempre deve estar vinculado às oportunidades de

mudança organizacional, e por isto deve ser conduzido por uma equipe que possua

representatividade e autoridade para promovê-las e onde haja papéis e

responsabilidades bem definidas. Neste estágio, é importante também estar atento

às influências externas (regulações, concorrência, requisitos de clientes, entre

outros) e internas (estruturas organizacionais, cultura, capacidade) que podem ser

fontes para oportunidades de melhoria.

Outras fontes de valores de referência podem ser obtidas através de

benchmarkings ou da análise de dados históricos. Os processos de gerenciamento

de nível de serviço, gerenciamento de problema e de gerenciamento do

conhecimento podem ser considerados chaves para este processo, pois fornecem

uma base importante de conhecimento medido e estruturado acerca dos serviços,

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sobre o qual as ações de melhoria podem ser planejadas e conduzidas

adequadamente.

Um dos princípios mais importantes deste estágio é a medição do serviço,

basicamente medições são realizadas para validar decisões tomadas, direcionar

atividades para o atingimento de metas, justificar direcionamentos necessários e/ou

identificar pontos onde é necessário intervir com mudanças ou ações corretivas. Por

isto, não basta medir simplesmente, mas é importante saber por que medir, quando

parar de medir e se os resultados destas medições estão sendo úteis para alguma

área da organização. Da mesma forma, simplesmente melhorar algo não é o

suficiente, pois deve-se estabelecer a visão de futuro, fixar referências iniciais e

metas a serem atingidas e avaliar posteriormente se houve sucesso ou não. O

processo de melhoria de sete passos, ilustrado na figura 3.12, orienta através das

questões chaves que devem ser levadas em conta para melhoria contínua.

Figura 3.12 – Processo de Melhoria em 7 passos

Fonte: Adaptado OGC apud FERNANDES e ABREU, 2008. p.296

3.7.3.1.5.1. Processos da Melhoria de Serviço Continuada

Além do processo de melhoria de sete passos, a melhoria de serviço

continuada é suportada por mais dois processos de gerenciamento de serviços, de

acordo com Fernandes e Abreu (2008, p.296-297). O primeiro é o relatório de

serviço, que envolve a composição de relatórios de serviço a partir dos dados

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coletados e monitorados durante a entrega do serviço, além da identificação do seu

objetivo, do público alvo e da utilização planejada para as informações contidas

nestes relatórios.

O segundo processo é o de medição de serviço, que visa prover informações

sobre o serviço dentro de uma visão completa orientada à integração com o negócio.

Para tal, recomenda-se a criação de um modelo de medição de serviço, que

estabeleça diferentes níveis para a medição e para a visualização através de

relatórios. As medições podem ser de:

a) Componente: medições acerca de aspectos físicos e técnicos, como

disponibilidade, desempenho, tempos de resposta, capacidade, falhas,

mudanças;

b) Serviço: medições sobre aspectos funcionais e de relacionamento

direto com o cliente, como tempo de atendimento e resolução,

pesquisas de satisfação, reclamações, qualidade do serviço;

c) Processos: processos que suportam os serviços, medições de

progresso, conformidade com regulações, eficácia, eficiência;

d) Scorecards de Serviços: visões estáticas periódicas de um serviço em

particular;

e) Dashboard de Serviços: contém as mesmas medidas dos scorecards

de serviços, mas disponibilizadas em tempo real para a TI e par os

negócios;

f) Scorecard de TI ou Balanced Scorecard: visões de alto nível com

consolidações das medições, visando refletir as metas e objetivos

táticos e estratégicos.

A ITIL recomenda que os resultados das medições e das melhorias efetuadas

sempre estejam associados a benefícios para a organização, que poderão ser

avaliados de forma quantitativa como retorno ou valor sobre o investimento. Assim,

tornam-se mais fáceis a comunicação e a justificativa para a manutenção e o

crescimento do programa de melhoria contínua.

Vários métodos e técnicas podem ser utilizados neste estágio, como forma de

garantir consistência, tanto na execução das medições e ações de melhoria quanto

nos relatos de informações. Entre elas, podem ser relacionadas avaliações formais,

benchmarkings, Balanced Scorecard, análise SWOT, além das práticas dos demais

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processos de gerenciamento de serviços de TI. A tabela 3.13, resume os objetivos

das funções da Operação de Serviço.

Processos da Melhoria de Serviço

Objetivo

Relatório de Serviço Compor relatórios de serviço a partir dos dados coletados e monitorados durante a entrega do serviço, identificando seu

objetivo, publico alvo e utilização planejada.

Medição de Serviço Prover informações sobre o serviço de uma visão completa

orientada à integração com o negócio.

Tabela 3.13 – Processos da Melhoria de Serviço da ITIL V3 e seus objetivos

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4. Processos e controles mapeados na correlação dos modelos

CobiT, ITIL e a Norma ISO/IEC 38500

Como parte deste trabalho, para auxiliar a análise dos modelos, foram

mapeados os processos dos modelos em relação à norma. Estes mapeamentos são

mostrados neste capítulo.

4.1.1. Mapeamento ISO/IEC 38500 x CobiT

Segue abaixo a tabela 3.14, que mostra o correlacionamento entre as tarefas

dos princípios da norma ISO/IEC 38500 e o modelo CobiT.

Princípios ISO 38500 Cobertura do CobiT

Responsabilidade

Avaliar PO-4 � Definir a organização de TI, os seus processos e relacionamentos; PO-7 � Gerenciar os recursos humanos;

Dirigir PO-4 � Definir a organização de TI, os seus processos e relacionamentos; PO-6 � Comunicar objetivos e direcionamentos gerenciais; PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; PO-10 � Gerenciar projetos;

Monitorar PO-6 � Comunicar objetivos e direcionamentos gerenciais; PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI; ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos;

Estratégia

Avaliar PO-1 � Definir um plano estratégico para TI; PO-2 � Definir a arquitetura da informação; PO-3 � Determinar a direção tecnológica; PO-4 � Definir a organização de TI, os seus processos e relacionamentos; ME-4 � Fornecer governança para TI;

Dirigir PO-1 � Definir um plano estratégico para TI; PO-3 � Determinar a direção tecnológica; PO-4 �Definir a organização de TI, os seus processos e relacionamentos; PO-5 � Gerenciar o investimento em TI; PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; ME-4 � Fornecer governança para TI;

Monitorar PO-10 � Gerenciar projetos; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI; Continua

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ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos; ME-4 � Fornecer governança para TI;

Aquisição

Avaliar PO-5 � Gerenciar o investimento em TI; AI-1 � Identificar soluções automatizadas; DS-2 � Gerenciar serviços terceirizados;

Dirigir PO-8 � Gerenciar a qualidade; AI-2 � Adquirir e manter software aplicativo; AI-3 � Adquirir e manter infra-estrutura tecnológica; AI-4 � Viabilizar operação e utilização; AI-5 � Adquirir recursos de TI; AI-6 � Gerenciar mudanças; AI-7 � Instalar e aprovar soluções e mudanças; DS-2 � Gerenciar serviços terceirizados;

Monitorar PO-5 � Gerenciar o investimento em TI; DS-2 � Gerenciar serviços terceirizados; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI; ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos; ME-3 � Assegurar conformidade com requisitos externos;

Desempenho

Avaliar PO-9 � Avaliar e gerenciar riscos de TI; DS-1 � Definir e gerenciar níveis de serviço; DS-5 � Garantir a segurança dos sistemas; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI;

Dirigir PO-9 � Avaliar e gerenciar riscos de TI; PO-10 � Gerenciar projetos; DS-3 � Gerenciar desempenho e capacidade; DS-5 � Garantir a segurança dos sistemas;

Monitorar PO-5 � Gerenciar o investimento em TI; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI; ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos;

Conformidade

Avaliar ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos; ME-3 � Assegurar conformidade com requisitos externos;

Dirigir

PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; PO-8 � Gerenciar a qualidade; DS-1 � Definir e gerenciar níveis de serviço; DS-2 � Gerenciar serviços terceirizados; DS-3 � Gerenciar desempenho e capacidade; DS-4 � Garantir a continuidade dos serviços; DS-5 � Garantir a segurança dos sistemas; DS-6 � Identificar e alocar custos; Continua

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DS-7 � Educar e treinar usuários; DS-8 � Gerenciar central de serviços e incidentes; DS-9 � Gerenciar a configuração; DS-10 � Gerenciar problemas; DS-11 � Gerenciar dados; DS-12 � Gerenciar o ambiente físico; DS-13 � Gerenciar operações;

Monitorar PO-8 � Gerenciar a qualidade;

DS-3 � Gerenciar desempenho e capacidade; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI; ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos; ME-3 � Assegurar conformidade com requisitos externos;

Comportamento Humano

Avaliar PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; DS-7 � Educar e treinar usuários;

Dirigir PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; DS-7 � Educar e treinar usuários;

Monitorar PO-7 � Gerenciar os recursos humanos; DS-7 � Educar e treinar usuários; ME-1 � Monitorar e avaliar o desempenho da TI; ME-2 � Monitorar e avaliar os controles internos;

Tabela 3.14 – Correlacionamento entre norma ISO/IEC 38500 e o modelo CobiT

4.1.2. Mapeamento ISO/IEC 38500 x ITIL

Segue abaixo a tabela 3.15, que mostra o correlacionamento entre as tarefas

dos princípios da norma ISO/IEC 38500 e a biblioteca ITIL.

Princípios ISO 38500 Cobertura da ITIL

Responsabilidade

Avaliar Gerenciamento Técnico (OS);

Dirigir Gerenciamento do Catálogo de Serviços (DS);

Monitorar Gerenciamento do Catálogo de Serviços (DS); Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Gerenciamento da Capacidade (DS);

Estratégia

Avaliar Gerenciamento da Capacidade (DS); Gerenciamento do Conhecimento (TS); Gerenciamento do Portfólio de Serviços (ES); Medição de Serviço (MSC);

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Continua Dirigir Gerenciamento do Portfólio de Serviços (ES);

Gerenciamento de Fornecedor (DS); Gerenciamento Técnico (OS);

Monitorar Gerenciamento do Nível de Serviço (DS);

Gerenciamento de Capacidade (DS); Avaliação (TS); Relatório de Serviço (MSC); Medição de Serviço (MSC);

Aquisição

Avaliar Gerenciamento do Portfólio de Serviços (ES); Gerenciamento de Fornecedor (DS); Gerenciamento de Liberação e Implantação (TS); Gerenciamento do Nível de Serviço (DS);

Dirigir Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Gerenciamento de Liberação e Implantação (TS); Gerenciamento de Capacidade (DS); Gerenciamento de Aplicativo (OS); Gerenciamento do Portfólio de Serviços (ES); Gerenciamento de Mudança (TS); Gerenciamento de Fornecedor (DS);

Monitorar Gerenciamento Financeiro (ES); Gerenciamento de Fornecedor (DS); Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Avaliação (TS); Relatório de Serviço (MSC); Medição de Serviço (MSC);

Desempenho

Avaliar Gerenciamento de Disponibilidade (DS); Gerenciamento da Continuidade de Serviço (DS); Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Gerenciamento de Capacidade (DS); Gerenciamento de Segurança da Informação (DS);

Dirigir Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Gerenciamento de Capacidade (DS); Gerenciamento da Disponibilidade (DS);

Monitorar Gerenciamento Financeiro (ES); Conformidade

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Avaliar -------------------/Nenhum processo/------------------- Continua

Dirigir Gerenciamento Técnico (OS); Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Gerenciamento da Disponibilidade (DS); Gerenciamento de Capacidade (DS); Gerenciamento da Continuidade de Serviço (DS); Gerenciamento de Segurança da Informação (DS); Central de Serviços (OS); Gerenciamento da Configuração e de Ativo de Serviço (TS); Gerenciamento de Problema (OS);

Monitorar Gerenciamento do Nível de Serviço (DS); Gerenciamento de Capacidade (DS); Gerenciamento da Disponibilidade (DS); Avaliação (TS); Relatório de Serviço (MSC); Medição de Serviço (MSC);

Comportamento Humano

Avaliar Gerenciamento da Demanda (ES); Gerenciamento do Portfólio de Serviços (ES); Gerenciamento Técnico (OS);

Dirigir Gerenciamento da Demanda (ES); Gerenciamento Técnico (OS);

Monitorar Gerenciamento da Demanda (ES); Gerenciamento Técnico (OS); Avaliação (TS); Relatório de Serviço (MSC); Medição de Serviço (MSC);

Tabela 3.15 – Correlacionamento entre norma ISO/IEC 38500 e o modelo ITIL

4.1.3. Relacionamento dos processos

Abaixo seguem o detalhamento dos relacionamentos entre os processos dos

modelos CobiT e ITIL e as tarefas dos princípios da norma ISO/IEC 38500. Não é

foco desta análise o nível de correlacionamento dos processos dos modelos com os

princípios da norma, mas apenas se estes existem e em quais processos e subitens.

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4.1.4. ISO/IEC 38500 x CobiT

Na análise do correlacionamento entre a ISO/IEC 38500 e o CobiT foi

observado que todas as tarefas dos princípios são abordadas, em níveis de

aprofundamento diferentes.

4.1.4.1. Princípio da Responsabilidade

Em relação ao princípio de Responsabilidade da norma, a tarefa Avaliar foi

correlacionada com os processos PO-4 (Definir a organização de TI, os seus

processos e relacionamentos) e PO-7 (Gerenciar os recursos humanos). A tarefa

aborda as questões relacionadas às opções de delegação de responsabilidades e

avaliação das competências, que podem ser auxiliadas pelos subitens PO-4.11

(Segregação de deveres) que divide as tarefas, e conseqüentemente as

responsabilidades, facilitando o bom cumprimento das mesmas, PO-7.1

(Recrutamento e retenção de pessoal), que aborda as questões relacionadas à

avaliação antes da contratação (escolher os profissionais que melhor se enquadram

nos perfis desejados) e à manutenção dos funcionários na organização, e PO-7.2

(Competências pessoais), que aborda as questões relacionadas às competências

pessoais dos funcionários, que entre outros fatores visa incentivá-las e desenvolve-

las, para ajudar no crescimento pessoal dos funcionários, refletindo em seu

desempenho na organização.

Na tarefa Dirigir os processos correlacionados foram os PO-4 (Definir a

organização de TI, os seus processos e relacionamentos), PO-6 (Comunicar

objetivos e direcionamentos gerenciais), PO-7 (Gerenciar os recursos humanos) e

PO-10 (Gerenciar projetos). A tarefa aborda questões relativas ao recebimento de

informações necessárias para que os responsáveis atendam suas necessidades e

compromissos, e o cumprimento dos planos de acordo com as responsabilidades

delegadas. Os seguintes subitens abordam questões relativas ao recebimento de

informações, o PO-6.5 (Comunicação dos objetivos e direcionamento de TI) aborda

questões relacionadas à comunicação dos objetivos e das informações que ajudem

a atingir os objetivos, e o PO-10.13 (Monitoração, informe, e medição do

desempenho do projeto), que aborda informações acerca dos projetos na

organização. Os seguintes subitens abordam questões relativas ao cumprimento dos

planos de acordo com as responsabilidades, os PO-4.7 (Responsabilidade pela

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garantia de qualidade da TI) e PO-4.8 (Responsabilidade pelos riscos, segurança e

regulamentação) que direciona as responsabilidades para qualidade, riscos

segurança e regulamentação, e o PO-10.10 (Plano de qualidade do projeto) auxilia o

cumprimento, pois estipula padrões (e mecanismos) de qualidade que devem ser

cumpridos.

E na tarefa Monitorar os processos correlacionados foram os PO-6

(Comunicar objetivos e direcionamentos gerenciais), PO-7 (Gerenciar os recursos

humanos), ME-1 (Monitorar e avaliar o desempenho da TI) e ME-2 (Monitorar e

avaliar os controles internos). A tarefa aborda questões relativas ao monitoramento

para o estabelecimento dos mecanismos apropriados de Governança de TI (GTI), do

reconhecimento e compreendimento das responsabilidades, e do desempenho

daqueles a quem foram delegadas a responsabilidades. Os seguintes subitens

abordam questões relativas ao monitoramento do estabelecimento dos mecanismos

apropriados de Governança de TI, o PO-6.1 (Controle do ambiente e política de TI),

incentiva a utilização de controles do ambiente e da criação de políticas de TI que

auxiliam na adoção de mecanismos de GTI, o PO-6.3 (Gerenciamento de políticas

de TI), gerencia as políticas para que elas sejam aplicadas de forma eficiente. Já em

relação ao reconhecimento e compreensão das responsabilidades, os seguintes

subitens são relacionados, o PO-7.4 (Treinamento de pessoal), que aborda questões

de aprimoramento técnico dos profissionais, o que facilita a compreensão e

reconhecimento de suas responsabilidades. Enquanto em relação ao monitoramento

do desempenho daqueles a quem foram delegadas as responsabilidades, os

seguintes subitens são relacionados, o PO-7.7 (Avaliação de desempenho do

trabalho do empregado) e o ME-1.4 (Avaliação de desempenho), que são auto-

explicativos.

4.1.4.2. Princípio da Estratégia

No princípio Estratégia da norma, os seguintes processos foram

correlacionados com a tarefa Avaliar, PO-1 (Definir um plano estratégico para a TI),

PO-2 (Definir a arquitetura da informação), PO-3 (Determinar a direção tecnológica),

PO-4 (Definir a organização de TI, os seus processos e relacionamentos) e ME-4

(Fornecer governança para TI).

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A tarefa Avaliar aborda as questões relacionadas à avaliação dos

desenvolvimentos de TI e dos processos de negócio para garantir o apoio da TI às

necessidades futuras, que pode ser auxiliada pelos subitens PO-1.1 (Gerenciamento

do valor de TI) através da gerencia dos ativos de TI visando agregação de valor ao

negócio, garantindo o apoio da TI conseqüentemente, PO-1.4 (Plano estratégico de

TI) visando que a TI suporte as necessidades futuras da organização, e o PO-2.1

(Modelo da arquitetura da informação organizacional) de forma que a arquitetura

suporte a TI para suprir as necessidades da organização, PO-4.2 (Comissão de

estratégia de TI) para elaborar planos e ações visando o suporte da TI ao negócio,

outra questão é a avaliação das atividades de TI para assegurar que estejam

alinhadas com os objetivos da organização, que pode ser auxiliada pelos subitens

PO-1.2 (Alinhamento de TI ao negócio), PO-4.3 (Comissão de direcionamento de TI)

e PO-3.1 (Planejamento da direção tecnológica) para que a TI seja direcionada de

acordo com o negócio, e a última questão relacionada à tarefa é assegurar que a

utilização de TI seja submetida à análise e avaliações de risco, que pode ser

auxiliada pelo subitem ME-4.5 (Gerenciamento de Risco).

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à preparação

e uso de planos e políticas que assegurem que a organização seja beneficiada pela

TI, que pode ser auxiliada pelos subitens PO-1.4 (Plano estratégico de TI), PO-1.5

(Planos táticos de TI), PO-3.1 (Planejamento e direção tecnológica), PO-3.2 (Plano

de infra-estrutura técnica), PO-4.2 (Comissão de estratégia de TI), PO-4.3

(Comissão de direcionamento de TI) e ME-4.1 (Estabelecimento de um framework

de GTI), e a outra questão é a de incentivo à inovação em TI, que pode ser auxiliada

pelos subitens PO-5.5 (Gerenciamento de benefícios) e PO-7.4 (Treinamento de

pessoal).

E na tarefa Monitorar, são abordadas a questões de monitoramento do

progresso das propostas de TI aprovadas, para garantir que atinjam seus objetivos

dentro dos prazos, que pode ser auxiliada pelos subitens PO-10.13 (Monitoramento,

informe, e medição do desempenho do projeto) quando as propostas incluem

projetos, ME-1.4 (Avaliação do desempenho) relacionado ao desempenho da TI,

ME-2.1 (Framework de monitoramento interno) relacionado aos processos internos

da organização. A outra questão é o monitoramento do uso da TI para assegurar o

alcance dos benefícios pretendidos que pode ser auxiliada pelos subitens ME-1.4

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(Avaliação do desempenho) relacionado ao desempenho da TI, ME-4.4

(Gerenciamento de recursos) em relação a TI, e ME-4.6 (Medição de desempenho)

em relação à GTI.

4.1.4.3. Princípio da Aquisição

No princípio Aquisição da norma, os seguintes processos foram

correlacionados, PO-5 (Gerenciar investimento em TI), PO-8 (Gerenciar qualidade),

PO-3 (Determinar a direção tecnológica), AI-1 (Identificar soluções automatizadas),

AI-2 (Adquirir e manter software aplicativo), AI-3 (Adquirir e manter infra-estrutura

tecnológica), AI-4 (Viabilizar operação e utilização), AI-5 (Adquirir recursos de TI), AI-

6 (Gerenciar mudanças), AI-7 (Instalar e aprovar soluções e mudanças), DS-2

(Gerenciar serviços terceirizados), ME-1 (Monitorar e avaliar o desempenho da TI),

ME-2 (Monitorar e avaliar os controles internos), e ME-3 (Assegurar conformidade

com requisitos externos).

Em relação à tarefa Avaliar, ela aborda as questões relacionadas ao

fornecimento da TI de forma a atingir os objetivos das propostas aprovadas, que

pode ser auxiliada pelos subitens PO-5.5 (Gerenciamento de benefícios) onde é

avaliado se o benefício esperado em relação ao investimento é viável, AI-1.1

(Definição e manutenção de negócios funcionais e requisitos técnicos) que define as

necessidades da organização, AI-1.3 (Estudo de viabilidade e elaboração de cursos

alternativos de ação), AI-1.4 (Requisitos e decisão de viabilidade e aprovação), e

DS-2.1 (Identificação de todos os relacionamentos com fornecedores) que define

quais os objetivos a serem atingidos nos relacionamentos com os fornecedores.

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à orientação

para que os ativos de TI sejam adquiridos de forma adequada e à certificação de

que os acordos de fornecimento darão suporte às necessidades da organização,

que podem ser auxiliadas pelos subitens PO-8.2 (Padrões de TI e práticas de

qualidade) e PO-8.3 (Desenvolvimento e aquisição de padrões) que influem na

orientação dos ativos de TI com base na qualidade, também todos os subitens dos

processos AI-2 (Adquirir e manter software aplicativo), AI-3 (Adquirir e manter infra-

estrutura tecnológica), AI-4 (Viabilizar operação e utilização), AI-5 (Adquirir recursos

de TI) e AI-6 (Gerenciar mudanças) se adequam, principalmente pelo CobiT ter uma

de suas principais áreas voltada à aquisição (AI - Aquisição e Implementação), e

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complementando o subitem DS-2.2 (Gestão do relacionamento com o fornecedor) e

DS-2.3 (Gerenciamento de risco com o fornecedor).

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento dos

investimentos de TI e da compreensão mútua das intenções da organização ao fazer

a aquisição de TI, que podem ser auxiliadas pelos subitens PO-5.2 (Priorização com

orçamento de TI), PO-5.5 (Gerenciamento de benefícios), DS-2.4 (Monitorar o

desempenho do fornecedor), ME-1.2 (Definição e coleta de dados de vigilância),

ME-1.3 (Método de monitoramento), ME-1.4 (Avaliação de desempenho), ME-2.6

(Controle interno de terceiros), ME-3.5 (Comunicação integrada).

4.1.4.4. Princípio do Desempenho

No princípio Desempenho, da norma, os seguintes processos foram

correlacionados, PO-5 (Gerenciar o investimento em TI), PO-9 (Avaliar e gerenciar

riscos de TI), PO-10 (Gerenciar projetos), DS-1 (Definir e gerenciar níveis de

serviço), DS-3 (Gerenciar desempenho e capacidade), DS-5 (Garantir a segurança

dos sistemas), ME-1 (Monitorar e avaliar o desempenho da TI), e ME-2 (Monitorar e

avaliar os controles internos).

Em relação à tarefa Avaliar, ela aborda as questões relacionadas à avaliação

das proposições dos gerentes para assegurar que a TI apoiará os processos do

negócio, avaliação dos riscos da operação das atividades de TI, avaliação dos riscos

à integridade da informação e proteção dos ativos de TI, avaliação das opções para

garantir que as decisões sobre o uso de TI sejam rápidas e eficazes, e avaliação da

eficácia e desempenho sistema de GTI da organização. Essa tarefa pode ser

auxiliada pelos seguintes subitens, PO-9.1 (Alinhamento do gerenciamento de riscos

entre negócio e TI), PO-9.2 (Estabelecimento do contexto de risco), PO-9.4

(Avaliação do risco), DS-1.1 (Framework de gerenciamento de nível de serviço), DS-

1.3 (Acordos de nível de serviço), DS-3.1 (Planejamento de desempenho e

capacidade), DS-5.1 (Gerenciamento da segurança de TI), DS-5.2 (Plano de

segurança de TI).

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas ao

asseguramento da alocação de recursos suficientes para atender às necessidades

da organização, e orientação da manutenção dos dados atualizados e protegidos.

Essa tarefa pode ser auxiliada pelos subitens PO-9.6 (Manutenção e monitoração do

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plano de ação do risco), PO-10.2 (Estrutura de gerenciamento de projeto), DS-1.2

(Definição dos serviços), DS-3.2 (Capacidade e desempenho atual), DS-3.3

(Capacidade e desempenho futuro), DS-3.4 (Disponibilidade de recursos de TI), DS-

5.3 (Gerenciamento de identidade), DS-5.4 (Gerenciamento de contas de usuário),

DS-5.5 (Testes de segurança, vigilância e monitoramento), DS-5.6 (Definição de

incidentes de segurança), DS-5.7 (Proteção da tecnologia de segurança), DS-5.8

(Gerenciamento de chaves criptográficas), DS-5.9 (Prevenção, detecção e correção

de software malicioso), DS-5.10 (Segurança de rede), e DS-5.11 (Troca de dados

confidenciais).

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento

referente até que ponto a TI dá suporte ao negócio, até que ponto os recursos e

orçamentos foram priorizados, e até que ponto as políticas são seguidas

corretamente, os seguintes subitens auxiliam essa tarefa, PO-5.2 (Priorização com

orçamento de TI), ME-1.1 (Abordagem de acompanhamento), ME-1.5 (Relatório da

administração), ME-2.2 (Revisão de Fiscalização), ME-2.5 (Garantia de controle

interno).

4.1.4.5. Princípio da Conformidade

No princípio Conformidade da norma, os seguintes processos foram

correlacionados, PO-7 (Gerenciar os recursos humanos), PO-8 (Gerenciar a

qualidade), DS-1 (Definir e gerenciar níveis de serviço), DS-2 (Gerenciar serviços

terceirizados), DS-3 (Gerenciar desempenho e capacidade), DS-4 (Garantir a

continuidade dos serviços), DS-5 (Garantir a segurança dos sistemas), DS-6

(Identificar e alocar custos), DS-7 (Educar e treinar usuários), DS-8 (Gerenciar

central de serviços e incidentes), DS-9 (Gerenciar a configuração), DS-10 (Gerenciar

problemas), DS-11(Gerenciar dados), DS-12 (Gerenciar o ambiente físico), DS-13

(Gerenciar operações), ME-1 (Monitorar e avaliar o desempenho da TI), ME-2

(Monitorar e avaliar os controles internos), e ME-3 (Assegurar conformidade com

requisitos externos).

Em relação à tarefa Avaliar, ela aborda as questões relacionadas a avaliar

regularmente até que ponto a TI cumpre com as obrigações, políticas internas,

normas, melhores práticas profissionais, além da conformidade interna da

organização com seu sistema de GTI. Essa tarefa pode ser auxiliada pelos

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seguintes subitens, ME-2.1 (Framework de monitoramento do controle interno), ME-

2.4 (Controle de auto-avaliação), ME-2.5 (Garantia de controle interno), ME-3.3

(Avaliação da conformidade com os requisitos regulamentares).

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à garantia de

que o uso de TI está em conformidade com as exigências legais e com as normas e

melhores práticas, exigência de que as políticas sejam estabelecidas e cumpridas

para permitir que a organização cumpra com suas obrigações internas no uso de TI,

exigência de que os profissionais de TI ajam de acordo com as melhores práticas de

comportamento e desenvolvimento profissional, e exigência de que todas as ações

relacionadas com a TI sejam éticas. Os seguintes subitens auxiliam essa tarefa, PO-

7.3 (Regras de equipe), PO-7.4 (Treinamento de pessoal), PO-8.1 (Sistema de

gerenciamento de qualidade), PO-8.2 (Padrões de TI e práticas de qualidade), PO-

8.3 (Desenvolvimento e aquisição de padrões), DS-1.1 (Framework de

gerenciamento do nível de serviço), DS-1.6 (Revisão de acordos de nível de serviço

e contratos), DS-2.1 (Identificação de todos os relacionamentos com fornecedores),

DS-3.4 (Disponibilidade de recursos de TI), DS-4.4 (Manutenção do plano de

continuidade de TI), DS-5.1 (Gerenciamento da segurança de TI), DS-6.1 (Definição

dos serviços), DS-7.1 (Identificação das necessidades de educação e formação),

DS-7.2 (Entrega de formação e educação), DS-8.1 (Central de serviços), DS-9.1

(Configuração do repositório e referência), DS-9.2 (Pontos de identificação e

manutenção de configuração), DS-10.1 (Identificação e classificação de problemas),

DS-10.2 (Acompanhamento do problema e resolução), DS-11.1 (Requisitos de

negócios para gestão de dados), DS-12.5 (Gestão de instalações físicas), DS-13.1

(Procedimentos de Operações e Instruções).

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento

referente ao cumprimento e conformidade da TI por relatos apropriados e práticas de

auditoria, além de monitorar as atividades de TI. Os seguintes subitens auxiliam

essa tarefa, PO-8.6 (Medição de qualidade, monitoramento e revisão), DS-3.5

(Monitoramento e comunicação), ME-1.3 (Método de monitoramento), ME-2.1

(Framework de monitoramento interno), ME-3.1 (Identificação das leis e

regulamentos que têm impacto potencial na TI), ME-3.3 (Avaliação da conformidade

com os requisitos regulamentares).

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4.1.4.6. Princípio do Comportamento Humano

No princípio Comportamento Humano da norma, os seguintes processos

foram correlacionados, PO-7 (Gerenciar os recursos humanos), DS-7 (Educar e

treinar usuários), DS-7 (Educar e treinar usuários), ME-1 (Monitorar e avaliar o

desempenho da TI), ME-2 (Monitorar e avaliar os controles internos).

Em relação à tarefa Avaliar, ela aborda as questões relacionadas à avaliar as

atividades de TI para garantir que os comportamento humanos sejam identificados e

apropriadamente considerados. Essa tarefa pode ser auxiliada pelos seguintes

subitens, PO-7.2 (Competências pessoais), PO-7.5 (Dependência sobre

individualidades), PO-7.6 (Procedimentos de apuramento pessoal), DS-7.1

(Identificação das necessidades de educação e formação).

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à exigência

que as atividades de TI sejam compatíveis com as diferenças do comportamento

humano, além de exigir que os riscos, oportunidades, constatações e preocupações

possam ser identificados e relatados por qualquer pessoa a qualquer momento. Os

seguintes subitens auxiliam essa tarefa, PO-7.6 (Procedimentos de apuramento

pessoal), DS-7.1 (Identificação das necessidades de educação e formação).

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento

referente às atividades de TI para garantir que os comportamentos humanos

identificados permaneçam relevantes e que lhe sejam dadas a devida atenção, além

de monitorar as práticas de trabalho para garantir que são consistentes com o uso

apropriado da TI. Os seguintes subitens auxiliam essa tarefa, PO-7.7 (Avaliação de

desempenho do trabalho do empregado), DS-7.3 (Avaliação da formação recebida),

ME-1.3 (Método de monitoramento), ME-2.1 (Framework de monitoramento do

controle interno).

4.1.5. ISO/IEC 38500 x ITIL

Na análise do correlacionamento entre a ISO/IEC 38500 e a ITIL foi

observado que nem todas as tarefas dos princípios são abordadas, e as que são

abordadas têm níveis de aprofundamento diferentes (este, porém, não é o foco

desta análise).

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4.1.5.1. Princípio da Responsabilidade

No princípio Responsabilidade da norma, em relação à tarefa Avaliar, são

abordadas questões relacionadas às opções de delegação de responsabilidades e

avaliação das competências daqueles a quem foi delegada a responsabilidade. Essa

tarefa pode ser auxiliada pelo processo Gerenciamento Técnico (da publicação

Operação de Serviço) da ITIL, que é relacionado aos grupos, áreas ou equipes que

possuem experiência e conhecimento técnico especializado para suportar as

operações, auxiliando para que eles sejam capazes de cumprir com suas

obrigações.

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relativas ao recebimento

de informações necessárias para que os responsáveis atendam suas necessidades

e compromissos, que auxiliada pelo processo Gerenciamento do Catálogo de

Serviços (da publicação Desenho do Serviço), e o cumprimento dos planos de

acordo com as responsabilidades delegadas, que não foi relacionada com nenhum

processo.

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relativas ao monitoramento para o

estabelecimento dos mecanismos apropriados de Governança de TI (GTI), do

reconhecimento e compreendimento das responsabilidades, além do desempenho

daqueles a quem foram delegadas a responsabilidades. Os seguintes processos da

ITIL, todos da publicação Desenho de Serviço, podem auxiliar esta tarefa, o

processo de Gerenciamento do Catálogo de Serviços que garante uma fonte única

de informações consistentes e atualizadas sobre os serviços, de forma a detalhar

seus relacionamentos, facilitando seu monitoramento e servindo de referencia para

análise do desempenho do serviço de TI, o processo de Gerenciamento do Nível de

Serviço aborda, entre outras atividades, o estabelecimento de acordo de metas de

desempenho e responsabilidades mútuas, e o processo de Gerenciamento da

Capacidade que visa assegurar que a capacidade de infra-estrutura absorva as

demandas evolutivas do negócio, incluindo práticas de monitoramento dos

responsáveis pela infra-estrutura de TI para assegurar o alcance de seus objetivos.

4.1.5.2. Princípio da Estratégia

No princípio Estratégia da norma, em relação à tarefa Avaliar, são abordadas

as questões relacionadas à avaliação dos desenvolvimentos de TI e dos processos

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de negócio para garantir o apoio da TI às necessidades futuras, outra questão é a

avaliação das atividades de TI para assegurar que estejam alinhadas com os

objetivos da organização, essas questões podem ser auxiliadas pelos processos de

Gerenciamento do Portfólio de Serviços (da publicação Estratégia de Serviço) que

visa governar os investimentos e gerenciá-los para que adicionem valor ao negócio,

Gerenciamento de Capacidade (da publicação Desenho de Serviço) que visa

assegurar que a TI absorva as demandas do negócio, Gerenciamento do

Conhecimento (da publicação Transição de Serviço) que visa à entrega correta da

informação na organização, que influencia na arquitetura da informação, que está

ligada ao apoio da TI ao negócio, e o processo Medição de Serviço (da publicação

Melhoria de Serviço Continuada) que visa prover informações sobre o serviço dentro

de uma visão completa orientada à integração com o negócio. Há uma última

questão abordada por esta tarefa, que é a de assegurar que a utilização de TI seja

submetida à análise e avaliações de risco, que pode ser auxiliada pelo processo de

Gerenciamento da Disponibilidade (da publicação Desenho de Serviço) que visa

assegurar que os serviços de TI sejam projetados para atender e preservar os níveis

de disponibilidade e confiabilidade requeridos pelo negócio, minimizando os riscos

de interrupção.

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à preparação

e uso de planos e políticas que assegurem que a organização seja beneficiada pela

TI, e a outra questão é a de incentivo à inovação em TI, que podem ser auxiliadas

pelos processos Gerenciamento do Portfólio de Serviços (da publicação Estratégia

de Serviços) que gerencia os investimentos para que adicionem valor ao negócio, o

Gerenciamento de Fornecedor (da publicação Desenho de Serviço), e o

Gerenciamento Técnico (da publicação Operação de Serviço) que procura garantir

que haja recursos treinados (profissionais) para operar e melhorar os serviços.

E na tarefa Monitorar, são abordadas as questões de monitoramento do

progresso das propostas de TI aprovadas para garantir que atinjam seus objetivos

dentro dos prazos, e o monitoramento do uso da TI para assegurar o alcance dos

benefícios pretendidos, que podem ser auxiliadas pelos processos Gerenciamento

do Nível de Serviço (da publicação Desenho de Serviço) que visa manter a

qualidade dos serviços de TI, o Gerenciamento de Capacidade (da publicação

Desenho de Serviço) que auxilia no cumprimento dos objetivos fornecendo a infra-

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estrutura necessária para os serviços de TI, o processo de Avaliação (da publicação

Transição de Serviço) que cria meios padronizados para avaliação do desempenho

em uma transição de serviço, confrontando-o com metas previstas e gerenciando os

desvios encontrados, o processo Relatório de Serviço (da publicação Melhoria de

Serviço Continuada) que compõe relatórios de serviço com base no monitoramento

do mesmo, e o processo Medição de Serviço (da publicação Melhoria de Serviço

Continuada) que provê informações sobre o serviço dentro de uma visão completa

orientada à integração com o negócio, o que ajuda no monitoramento dos serviços.

4.1.5.3. Princípio da Aquisição

No princípio Aquisição da norma, os seguintes processos foram

correlacionados, em relação á tarefa Avaliar, que aborda questões relacionadas ao

fornecimento da TI de forma a atingir os objetivos das propostas aprovadas, que

podem ser auxiliadas pelos processos Gerenciamento do Portfólio de Serviços (da

publicação Estratégia de Serviço), Gerenciamento de Fornecedor (da publicação

Desenho de Serviço) que gerencia os fornecedores e contratos necessários,

Gerenciamento de Liberação e Implantação (da publicação Transição de Serviço)

que gerencia o tratamento de mudanças em um serviço de TI, Gerenciamento do

Nível de Serviço (da publicação Desenho de Serviço) que visa manter a qualidade

dos serviços de TI.

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à orientação

para que os ativos de TI sejam adquiridos de forma adequada e certifica-se que os

acordos de fornecimento darão suporte às necessidades da organização, que

podem ser auxiliadas pelos processos Gerenciamento do Nível de Serviço (da

publicação Desenho de Serviço) que visa manter e melhorar a qualidade dos

serviços de TI, Gerenciamento de Liberação e Implantação (da publicação Transição

de Serviço) que gerencia o tratamento de mudanças em um serviço de TI de

maneira que ele continue dando suporte ao negócio, Gerenciamento de Capacidade

(da publicação Desenho de Serviço) que visa assegurar que a infra-estrutura de TI

suporte as demandas do negócio, a função Gerenciamento de Aplicativo (da

publicação Operação de Serviço) que gerencia os aplicativos ao longo de seu ciclo

de vida, Gerenciamento do Portfólio de Serviços (da publicação Estratégia de

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Serviço), Gerenciamento de Mudança (da publicação Transição de Serviço),

Gerenciamento de Fornecedor (da publicação Desenho de Serviço).

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento dos

investimentos de TI e da compreensão mútua das intenções da organização ao fazer

a aquisição de TI, que podem ser auxiliadas pelos processos Gerenciamento

Financeiro (da publicação Estratégia de Serviço) que lida diretamente com os

investimentos, Gerenciamento de Fornecedor (da publicação Desenho de Serviço)

que gerencia fornecedores e contratos para suportar os serviços por eles prestados,

Gerenciamento do Nível de Serviço (da publicação Desenho de Serviço) que aborda

a qualidade dos serviços, Avaliação (da publicação Transição de Serviço)que avalia

o desempenho de uma infra-estrutura de TI, Relatório de Serviço (Melhoria de

Serviço Continuada) que compõe relatórios para monitoramento, Medição de

Serviço (Melhoria de Serviço Continuada) provê informações em uma visão

integrada com o negócio.

4.1.5.4. Princípio do Desempenho

No princípio Desempenho da norma, em relação à tarefa Avaliar, são

abordadas questões relacionadas à avaliação das proposições dos gerentes para

assegurar que a TI apoiará os processos do negócio, avaliação dos riscos da

operação das atividades de TI, avaliação dos riscos à integridade da informação e

proteção dos ativos de TI, avaliação das opções para garantir que as decisões sobre

o uso de TI sejam rápidas e eficazes, e avaliação da eficácia e desempenho do

sistema de GTI da organização. Essa tarefa pode ser auxiliada pelos processos

Gerenciamento de Disponibilidade (da publicação Desenho de Serviço) que visa

assegurar que os serviços de TI atendam aos níveis de disponibilidade e

confiabilidade, Gerenciamento da Continuidade de Serviço (da publicação Desenho

de Serviço) que foca na recuperação do serviço de TI em caso de queda, pausa ou

falha, Gerenciamento do Nível de Serviço (da publicação Desenho de Serviço) que

visa gerenciar a qualidade dos serviços de TI, Gerenciamento de Capacidade (da

publicação Desenho de Serviço) que visa garantir que a infra-estrutura de TI suporte

as necessidades do negócio, Gerenciamento de Segurança da Informação (da

publicação Desenho de Serviço) que abrange processos relacionados à garantia de

confidencialidade, integridade e disponibilidade.

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Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas ao

asseguramento da alocação de recursos suficientes para atender às necessidades

da organização, e orientação da manutenção dos dados atualizados e protegidos.

Essa tarefa pode ser auxiliada pelos processos Gerenciamento do Nível de Serviço

(da publicação Desenho de Serviço) que visa gerenciar a qualidade dos serviços de

TI, Gerenciamento de Capacidade (da publicação Desenho de Serviço) que visa

prover uma infra-estrutura de TI que suporte as demandas do negócio, e o

Gerenciamento da Disponibilidade (da publicação Desenho de Serviço) que visa

assegurar que os serviços de TI preservem os níveis de disponibilidade e

confiabilidade requeridos pelo negócio.

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento

referente até que ponto a TI dá suporte ao negócio, até que ponto os recursos e

orçamentos foram priorizados, o seguinte processo auxilia essa questão,

Gerenciamento Financeiro (da publicação Estratégia de Serviço) que aborda a

questão do orçamento. Há outra questão desta tarefa, que é até que ponto as

políticas são seguidas corretamente, porém não foi encontrado nenhum processo da

ITIL que auxilie diretamente essa questão.

4.1.5.5. Princípio da Conformidade

No princípio Conformidade da norma, em relação à tarefa Avaliar, que aborda

as questões relacionadas à avaliar regularmente até que ponto a TI cumpre com as

obrigações com, políticas internas, normas, melhores práticas profissionais, além da

conformidade interna da organização com seu sistema de GTI, não foi

correlacionado nenhum processo que aplicasse alguma destas questões

diretamente.

Em relação à tarefa Dirigir, que aborda as questões relacionadas à garantia

de que o uso de TI está em conformidade com as exigências legais e com as

normas e melhores práticas, à exigência de que as políticas sejam estabelecidas e

cumpridas para permitir que a organização cumpra com suas obrigações internas no

uso de TI, à exigência de que os profissionais de TI ajam de acordo com as

melhores práticas de comportamento e desenvolvimento profissional, e à exigência

de que todas as ações relacionadas com a TI sejam éticas. Os seguintes processos

podem auxiliar essa tarefa, Gerenciamento Técnico (da publicação Operação de

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Serviço) que aborda questões de treinamento dos funcionários que pode auxiliar na

questão de agir de acordo com as melhores práticas e com ética, Gerenciamento do

Nível de Serviço (da publicação Desenho de Serviço) que visa garantir a qualidade

dos serviços de TI e pode auxiliar a questão de conformidade com as normas e

melhores práticas, e estabelecimento e cumprimento das políticas, Gerenciamento

da Disponibilidade (da publicação Desenho de Serviço), Gerenciamento de

Capacidade (da publicação Desenho de Serviço), Gerenciamento da Continuidade

de Serviço (DS), Gerenciamento de Segurança da Informação (da publicação

Desenho de Serviço) que podem auxiliar na segurança oferecida aos serviços,

Central de Serviços (da publicação Operação de Serviço) que visa responder

rapidamente às questões, reclamações e problemas permitindo que os serviços

sejam oferecidos com o graus de qualidade esperado, Gerenciamento da

Configuração e de Ativo de Serviço (da publicação Transição de Serviço) que pode

auxiliar na proteção da integridade dos ativos de TI, e Gerenciamento de Problema

(da publicação Operação de Serviço) que visa minimizar os impactos adversos de

incidentes e problemas para o negócio.

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento

referente ao cumprimento e conformidade da TI por relatos apropriados e práticas de

auditoria, além de monitorar as atividades de TI. Os seguintes processos podem

auxiliar essa tarefa, Gerenciamento do Nível de Serviço (da publicação Desenho de

Serviço) que visa garantir a qualidade dos Serviços de TI, utilizando de

monitoramento inclusive, Gerenciamento de Capacidade (da publicação Desenho de

Serviço) e Gerenciamento da Disponibilidade (da publicação Desenho de Serviço)

que afetam a questão de cumprimento e conformidade para a infra-estrutura de TI,

Avaliação (da publicação Transição de Serviço) que visa criar meios padronizados e

consistentes para avaliar o desempenho do serviço TI, em fase de mudança

principalmente, Relatório de Serviço (Melhoria de Serviço Continuada) e Medição de

Serviço (Melhoria de Serviço Continuada) que auxiliam a questão da auditoria

quanto ao cumprimento e conformidade da TI.

4.1.5.6. Princípio do Comportamento Humano

No princípio Comportamento Humano da norma, em relação à tarefa Avaliar,

ela aborda as questões relacionadas à avaliar as atividades de TI para garantir que

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os comportamento humanos sejam identificados e apropriadamente considerados.

Essa tarefa pode ser auxiliada pelos seguintes processos, Gerenciamento da

Demanda (da publicação Estratégia de Serviço) onde de acordo com a demanda do

serviço o foco nas necessidades de pessoal pode ser acionado, Gerenciamento do

Portfólio de Serviços (da publicação Estratégia de Serviço) que visa agregar valor ao

negócio, e dependendo da situação os fatores ligados ao comportamento humano

podem ser evidenciados, e Gerenciamento Técnico (da publicação Operação de

Serviço) que é relacionado ao treinamento, capacitação e auxílio às equipes e

profissionais da organização de forma a incentivar que eles supram as necessidades

da empresa da melhor maneira possível.

Em relação à tarefa Dirigir, ela aborda as questões relacionadas à exigência

que as atividades de TI sejam compatíveis com as diferenças do comportamento

humano, além de exigir que os riscos, oportunidades, constatações e preocupações

possam ser identificados e relatados por qualquer pessoa a qualquer momento. Os

seguintes processos auxiliam essa tarefa, Gerenciamento da Demanda (da

publicação Estratégia de Serviço) que pode direcionar a identificação de riscos,

oportunidades, constatações e preocupações dependendo da situação, e

Gerenciamento Técnico (da publicação Operação de Serviço) que pode incentivar os

funcionários a ficarem atentos às questões dessa tarefa, dando-lhes liberdade para

relatar fatos e sugerir melhorias.

Já a tarefa Monitorar, aborda as questões relacionadas ao monitoramento

referente às atividades de TI para garantir que os comportamentos humanos

identificados permaneçam relevantes e que lhe sejam dadas a devida atenção, além

de monitorar as práticas de trabalho para garantir que são consistentes com o uso

apropriado da TI. Os seguintes processos auxiliam essa tarefa, Gerenciamento da

Demanda (da publicação Estratégia de Serviço), Gerenciamento Técnico (da

publicação Operação de Serviço), Avaliação (da publicação Transição de Serviço),

Relatório de Serviço (Melhoria de Serviço Continuada), e Medição de Serviço

(Melhoria de Serviço Continuada).

4.2. Considerações Finais

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Este estudo é um indicador de que os modelos CobiT e ITIL provêem

cobertura em todas as áreas dos princípios da norma, porém a cobertura é maior ou

menor dependendo das tarefas dos princípios.

O CobiT tem uma proposta muito forte quanto ao controle dos processos de

TI, e aborda todas as tarefas da norma. Observa-se que os princípios onde o CobiT

se mostrou mais presente foram no de Responsabilidade, Estratégia, Aquisição,

Desempenho e Conformidade, pois o CobiT demonstrou ter uma visão bastante

ampla em relação à TI na organização, incentivando seu uso de forma estratégica e

permitindo controle sobre desempenho e conformidade dos processos de TI através

de um monitoramento regular.

Entretanto em relação ao princípio Comportamento Humano o CobiT é mais

superficial, abordando questões mais voltadas ao treinamento e educação dos

usuários de TI na organização, dando menos importância à questões mais amplas

como identificação dos comportamentos humanos e adequação dos processos de TI

para que sejam compatíveis com as diferenças de comportamento na organização.

A ITIL, que é voltada para o gerenciamento de serviços, mostrou-se forte nos

princípios de Aquisição, Desempenho e Conformidade, tratando em especial de

serviços de TI, este último, porém, mostra-se limitado na tarefa Avaliar pois a ITIL

não possui processos voltados à avaliação regular da conformidade da TI em

relação às suas obrigações, políticas internas e melhores práticas.

Em relação ao princípio de Responsabilidade a ITIL não aborda

completamente tarefa dirigir, não especificando nenhum processo que exija que os

planos de TI sejam cumpridos de acordo com as responsabilidades delegadas,

indicando uma cobertura incompleta. Enquanto seus processos e funções

relacionados ao princípio de Comportamento Humano são mais voltados para o

treinamento das equipes envolvidas nos serviços, deixando questões mais amplas

abordadas no princípio sem a devida atenção.

Com esses indicadores, supõe-se que a combinação da norma ISO/IEC

38500 com o modelo CobiT e a biblioteca ITIL poderá permitir a utilização das

potencialidades de cada uma dessas propostas para o desenvolvimento de um

modelo único de GTI na organização que facilite identificar: o que, quem, como e

que recursos tecnológicos utilizar para o alcance da Governança Corporativa.

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4.2.1. Sugestões para trabalhos futuros

Como sugestão para trabalhos futuros, tendo como ponto inicial este trabalho,

segue os seguintes tópicos:

a) Estudo correlacional indicando o nível de cobertura (aprofundamento)

dos modelos em relação aos princípios da norma ISO/IEC 38500;

b) Proposição de um modelo genérico de implantação de GTI com base

na norma ISO/IEC 38500, modelo CobiT e biblioteca ITIL;

c) Relacionar outros modelos que supram os processos que faltam, ou

não cobrem satisfatoriamente, as tarefas dos princípios da norma.

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Monografia de Graduação apresentada por Thiago Marques de Oliveira, do Curso de

Graduação em Sistemas de Informação da Faculdade de Ciência e Tecnologia de Caruaru -

Universidade de Pernambuco, sob o título “Uma Abordagem Correlacional dos Modelos

CobiT / ITIL e da Norma ABNT NBR ISO/IEC 38500:2009 para o Tema Governança

Corporativa de Tecnologia da Informação”, orientada pelo Prof. Fernando Pontual de Souza

Leão Júnior e aprovada pela Banca Examinadora formada pelos professores:

Visto e permitida a impressão.

Caruaru, 18 de dezembro de 2009.