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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
MARIANE GALVÃO DA COSTA
MARKETING ESPORTIVO:
análise do patrocínio esportivo e do retorno de mídia
na percepção dos co-patrocinadores do evento
Ironman Brasil 2008
São José 2009
MARIANE GALVÃO DA COSTA
MARKETING ESPORTIVO:
análise do patrocínio esportivo e do retorno de mídia
na percepção dos co-patrocinadores do evento
Ironman Brasil 2008
Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração pela Universidade do Vale do Itajaí. Professor Orientador: Ricardo Boeing da Silveira
São José 2009
MARIANE GALVÃO DA COSTA
MARKETING ESPORTIVO:
análise do patrocínio esportivo e do retorno de mídia
na percepção dos co-patrocinadores do evento
Ironman Brasil 2008
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua
forma final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale
do Itajaí, em (dia, mês e ano constante da ata de aprovação – defesa)
Profa. MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José
Coordenadora do Curso
Banca Examinadora:
Prof. MSc. Ricardo Boeing da Silveira UNIVALI – Campus São José
Professor Orientador
Profa. MSc. Ana Paula Lisboa Sohn UNIVALI – Campus São José
Membro
Prof. MSc. Márcio Bittencourt UNIVALI – Campus São José
Membro
DEDICATÓRIA
Que esta obra seja recebida como minha
singela homenagem aos meus pais Lisete
Aparecida Galvão da Costa e Zeferino da
Costa Júnior e aos meus irmãos Alexandre
Galvão da Costa, Cristiane Galvão da Costa e
Paulo Afonso Galvão; meus exemplos de
amor, dedicação e companheirismo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente, a Deus por guiar meus passos, pelos obstáculos para o meu crescimento e por colocar pessoas especiais em meu caminho. Agradeço aos meus pais Lisete Aparecida Galvão da Costa e Zeferino da Costa Júnior, por tudo que sou, pelo apoio e presença constante em minha vida, pelo exemplo, o carinho e amor incondicional, os momentos de felicidade compartilhados e a injeção de ânimo quanto tudo parece tão difícil. Agradeço aos meus irmãos Alexandre Galvão da Costa, Cristiane Galvão da Costa e Paulo Afonso Galvão, pelo apoio em todos os momentos, pela amizade, cumplicidade e amor verdadeiro. Agradeço também ao meu namorado Marcos Prado Barbosa, por ter tornado minha vida mais especial com todo seu carinho, amor e compreensão. Agradeço ao meu orientador e amigo, Ricardo Boeing da Silveira, a quem admiro, por sua ajuda e, principalmente, por acreditar neste trabalho.Sem ele nada deste sonho seria possível. Agradeço à Família Latin Sports, pela acolhida, carinho e constantes aprendizados. Agradeço aos amigos feitos nesta caminhada: Cláudio Rafael Martins, Elisa Rachadel, Glayce Duarte e Tiago Rodrigues de Assis Silva. Sem eles nada teria sido tão gratificante. Agradeço as empresas que colaboraram com a pesquisa, que muito agregaram a este trabalho. Agradeço com um carinho todo especial a Adalir Pecos Borsatti, Anderson Tonon, André Quadros Mademann, Carlos Galvão, Cristiane Galvão da Costa, Fernanda Curti, Gustavo Leite Alves Pinto, José Antônio da Silva Neto, Mauro Tonon, Naida dos Santos Freitas, Ricardo Boeing da Silveira, Sandro Krolow e Zeferino da Costa Júnior. Suas informações e ensinamento constante foram fatores de grande valia não somente para a realização deste trabalho, mas para toda a caminhada. Agradeço a todos que de alguma forma, contribuíram para este trabalho.
Superação é ter a humildade de aprender
com o passado, ser inconformado com o
presente e desafiar o futuro.
Bernardinho
RESUMO
O patrocínio é uma ação promocional, cujos resultados vêm afetando cada vez mais o sucesso das estratégias de marketing esportivo das empresas. Com certeza o retorno sobre o investimento ajuda a difundir suas estratégias, apresentando à possível patrocinadora os benefícios que podem ser alcançados. Esta pesquisa se propôs a identificar as características do evento esportivo Ironman Brasil 2008; determinar o perfil das empresas co-patrocinadoras; apontar o retorno de mídia obtido e avaliar a percepção das empresas co-patrocinadoras em relação ao patrocínio esportivo e ao retorno de mídia deste evento. Como principais contribuições deste estudo destacam-se: a discussão e mensuração da efetividade do retorno sobre o investimento realizado em patrocínio esportivo, visando minimizar o receio de algumas empresas de investir nesta área e, de que forma, na visão dos co-patrocinadores, esta ferramenta funciona como boa estratégia de marketing. O método utilizado para a realização da pesquisa foi caracterizado como descritivo-exploratório e descrição de caso qualitativo. O ambiente de realização da pesquisa foi a empresa de marketing esportivo Latin Sports que atua a nove anos neste segmento e promove vários eventos consolidados no calendário esportivo, como o Ironman Brasil, de dimensões internacionais. O evento faz parte das 26 seletivas que ocorre em 17 países. Participaram da pesquisa os co-patrocinadores do evento, a saber: Brasil Telecom, HSBC e Track & Field. Os dados foram obtidos por meio dos registros institucionais do diário de campo, do questionário para delinear o perfil das empresas co-patrocinadoras do evento, do relatório de mídia e do roteiro para entrevista semi-estruturado para a percepção dos co-patrocinadores. Dos resultados obtidos destaca-se um Retorno de Mídia de R$ 8.478.712,70, com predominância do retorno de mídia eletrônica. Do retorno de mídia impressa – jornal, 83% advém de veículos do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. No retorno de mídia impressa – revistas há o predomínio das publicações ligadas ao esporte, com 92% deste valor. A análise da percepção dos co-patrocinadores permite inferir a existência de resultado positivo e encorajador para estas empresas, inclusive com impacto direto nas vendas. Como conclusões do estudo destacam-se: as empresas procuram no patrocínio esportivo maximizar sua visibilidade e agregar demais benefícios do investimento nesta área; o retorno de mídia é maior do que aquele apresentado no relatório do evento e há espaço para retorno ainda maiores; a percepção das empresas co-patrocinadoras, em especial com o retorno do investimento, é bastante positiva; pode-se ainda inferir que a empresa Latin Sports que organiza o evento, o faz com responsabilidade social e elevado profissionalismo, gerando confiança nos patrocinadores, atletas e comunidade. Palavras-chaves: Marketing Esportivo. Patrocínio Esportivo. Retorno de Mídia.
Ironman Brasil 2008.
ABSTRACT
Sponsorship is a promotional action whose results have been increasingly affecting the success of companies’ sportive marketing strategies. Certainly the revenue on the investment helps spread their strategies, presenting the benefits that can be achieved to the potential sponsor. This research aims at identifying the characteristics of Ironman Brasil 2008 sports event; determining the profile of the co-sponsor companies; pointing out the media revenue obtained and assess the perception of the co-sponsor companies in relation to sports sponsorship and this event’s media revenue. The discussion and measurement of effectiveness of the revenue over the investment made on sports sponsorship stands out as one of the main contributions of this study, aiming at minimizing the fear of investing on this area that some companies have and how – under the view of the co-sponsors – this tool works as a good marketing strategy. The method applied to carry out the research was characterized as exploratory-descriptive and description of qualitative case. The environment where the research was carried out was the sports marketing company Latin Sports, which has been acting in this segment for nine years and promotes many events of international proportions, settled in the sports calendar, such as Ironman Brasil. The event is part of the 26 trials which happen in 17 countries. The co-sponsors of the event also took part in this research: Brasil Telecom, HSBC and Track & Field. The data was obtained through institutional records of the field diary, from the questionnaire to outline the profile of the co-sponsoring companies of this event, the media report and the semi-structured interview script for the perception of the co-sponsors. Out of the results obtained, a media revenue of R$ 8.478.712,70 can be pointed out, predominantly in electronic media revenue. Out of the printed media revenue – newspapers, 83% come from Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo and Santa Catarina. In the printed media revenue – magazines, there are predominantly sports related publications, with 92% of this amount. The analysis of the co-sponsors perception allows us to infer the existence of positive and encouraging results for these companies, even having a direct impact on sales. As conclusions of the study, the companies seek for maximizing their visibility through sports sponsorship and add other benefits by investing on this area; the media revenue is higher than that present in the event report and there is space for even higher revenue; the perception of the co-sponsors, especially of the investment outcome is very positive; it can be said that, Latin Sports, which organizes the event, does so with social responsibility and very professionally, generating trust on sponsors, athletes and the community, Keywords: Sports marketing; sports sponsorship; media revenue; Ironman Brasil
2008.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Composto de marketing 20
Figura 2 – Diferentes formas de segmentação do mercado-alvo 27
Figura 3 – Etapas da abordagem metodológica 44
Figura 4 – Instrumentos da pesquisa 47
Figura 5 – Diagrama de análise dos dados 50
Figura 6 – Países em que ocorrem as seletivas para a competição Ironman no
Havaí 52
Figura 7 – Ações promocionais da Brasil Telecom no Ironman Brasil 2008 68
Figura 8 – Hospitality Center no Ironman Brasil 2008 69
Figura 9 – Ações promocionais da Track & Field no Ironman Brasil 2008 70
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Investimentos mundiais em patrocínio 25
Gráfico 2 – Despesas de Patrocínio por setor 33
Gráfico 3 – Total geral de retorno de mídia do Ironman Brasil 2008 56
Gráfico 4 – Comparação de mídia eletrônica 58
Gráfico 5 – Participação no tempo de veiculação 59
Gráfico 6 – Retorno de mídia impressa - Jornal por Estado 61
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Total de Retorno de Mídia Eletrônica do Ironman Brasil 2008 57
Tabela 2 – Retorno de Mídia Impressa – Jornal 60
Tabela 3 – Retorno de Mídia Impressa – Revistas 62
Tabela 4 – Retorno de Mídia On-line (Internet) 63
Quadro 1 – Quadro Resumo da percepção dos co-patrocinadores 74
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE A – Entrevista Brasil Telecom 86
APÊNDICE B – Entrevista HSBC 91
APÊNDICE C – Entrevista Track & Field 95
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA 12
1.2 OBJETIVOS 14 1.2.1 OBJETIVO GERAL 14 1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 14
1.3 JUSTIFICATIVA 14
1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 17
2.1 MARKETING 17
2.2 COMPOSTO MERCADOLÓGICO 19 2.2.1 PRODUTO 21 2.2.2 PREÇO 21 2.2.3 PRAÇA 22 2.2.4 PROMOÇÃO 22 2.2.4.1 Propaganda 23 2.2.4.2 Marketing de Patrocínio 24
2.3 SEGMENTAÇÃO 26
2.4 POSICIONAMENTO 28
2.5 MARKETING ESPORTIVO 29 2.5.1 HISTÓRICO 30 2.5.2 CONCEITO DE MARKETING ESPORTIVO 31 2.5.3 EVENTOS ESPORTIVOS 32 2.5.4 PATROCÍNIO NO ESPORTE 33 2.5.5 RETORNO DE INVESTIMENTO 36 2.5.5.1 Retorno de Vendas 37 2.5.5.2 Retorno de Imagem ou Institucional 38 2.5.5.3 Retorno de Mídia 38
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS 44
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 44
3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES 46
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 47
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS 49
4 RESULTADOS 51
4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO IRONMAN BRASIL2008 51
4.2 PERFIL DAS EMPRESAS CO-PATROCINADORAS 54
4.3 ANÁLISE DO RETORNO DE MÍDIA 55 4.3.1 RETORNO DE MÍDIA ELETRÕNICA 56 4.3.2 RETORNO DE MÍDIA IMPRESSA 59 4.3.3 RETORNO DE MÍDIA ON-LINE (INTERNET) 62
4.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DAS EMPRESAS CO-PATROCINADORAS 64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 77
5.1 CONCLUSÕES 77
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA 78
5.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 79
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80
7 APÊNDICES 86
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo aborda os seguintes itens: Contextualização do Problema,
Objetivo Geral e Objetivos Específicos da presente pesquisa, a Justificativa quanto
ao tema abordado e a Apresentação Geral do Trabalho.
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
A indústria do esporte movimenta quase 2% do Produto Interno Bruto (PIB),
cerca de 40 bilhões de reais por ano, no Brasil, e cresce de duas a três vezes mais
que a economia do País (VIANA, 2007). Paralelamente, no mundo, esta indústria
fatura cerca de US$ 500 bilhões (VIANA, 2008).
Devido à concorrência acirrada, percebe-se a necessidade de procurar um
número cada vez maior de formas diferenciadas para expor uma marca. Encontrou-
se no Marketing Esportivo uma poderosa ferramenta de mídia alternativa, fugindo
dos repetitivos e usuais meios de divulgação. Esta ferramenta é capaz de promover
a marca junto ao seu público-alvo, agregando retorno de mídia espontânea, imagem
e vendas (MELO NETO, 2000). O marketing esportivo tornou-se uma poderosa fonte
de lucro, ganhando um espaço cada vez maior no cenário mundial.
Marketing esportivo, segundo Bertoldo (apud MACHADO; ZEM, 2003), é
definido como o conjunto de ações voltadas à prática e à divulgação de modalidades
esportivas, clubes e associações, tanto pela promoção de eventos e torneios, como
também através do patrocínio de clubes e equipes esportivas.
Mullim, Hardy e Sutton (2004) afirmam que o marketing esportivo consiste em
todas as atividades designadas a satisfazer as necessidades e desejos dos
consumidores esportivos através de processos de troca, apresentando dois eixos
principais: o marketing de produtos e serviços esportivos diretamente para os
consumidores esportivos e o marketing de outros produtos e serviços através das
promoções esportivas.
Com o tempo, o patrocínio esportivo tornou-se o meio mais conhecido e
utilizado de investimento realizado pelas empresas. Acrescente-se, entretanto, que o
patrocínio não substitui nenhum conceito do composto de marketing, porém, pode
13
ser usado como forma de propaganda, na promoção de vendas e relações públicas
(CARDIA, 2004). Pozzi (1998) acrescenta ainda que o patrocínio é uma fonte
bastante flexível, podendo adentrar nos mais variados elementos de comunicação.
Patrocínio é uma forma de investimento, portanto, toda empresa –
patrocinador – espera retorno e lucro. Recebe, em contrapartida, um conjunto de
vantagens, destacando-se incremento de vendas, promoção, melhor imagem e
simpatia do público (CARDIA, 2004). Como patrocínio é apenas uma das ações de
marketing, decorre uma dificuldade natural de quantificar os resultados
individualizados.
O retorno pode ser aferido nas vendas realizadas a partir ou durante a ação
de marketing, ou da valorização da marca, ou dos espaços publicitários, editoriais,
referências aos patrocinadores na mídia (CARDIA, 2004). Há pelo menos um meio
próprio de se avaliar o retorno do investimento para cada área. Àquele que trata
deste último aspecto, denomina-se Retorno de Mídia.
No âmbito das empresas de marketing esportivo encontra-se a Latin Sports
que atua desde a criação de conceitos, planejamento, desenvolvimento de
logísticas, até a operação de ações e eventos esportivos, dentre os quais o Ironman
Brasil, o qual possui a concessão para a América do Sul e Central. A prova acontece
anualmente em Florianópolis – SC. Caracterizada por ser uma prova de resistência e
superação, obteve no ano de 2008 um total de 1.250 atletas dos mais variados
países, sendo esta uma das 26 seletivas internacionais para a grande final do
Circuito Mundial Ironman no Hawaii (LATIN SPORTS, 2008).
Em virtude de tratar-se de evento mundialmente conhecido e de grande
representatividade, bem como a relevância do estudo dos aspectos relacionados ao
retorno de investimento em patrocínio esportivo, busca-se uma resposta para a
seguinte problemática:
Qual a percepção dos co-patrocinadores quanto ao patrocínio esportivo
e ao retorno de mídia do evento Ironman Brasil 2008?
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1.2 OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o patrocínio esportivo e o retorno de mídia na percepção dos co-
patrocinadores do evento Ironman Brasil 2008.
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
A partir do objetivo proposto, foram delineados os seguintes objetivos
específicos:
Identificar as características do evento esportivo Ironman Brasil 2008;
Descrever o perfil das empresas co-patrocinadoras do Ironman Brasil 2008;
Apontar o retorno de mídia adquirido pelos co-patrocinadores;
Analisar a percepção das empresas co-patrocinadoras em relação ao
patrocínio esportivo e ao retorno de mídia do Ironman Brasil 2008.
1.3 JUSTIFICATIVA
O patrocínio é uma ação promocional, cujos resultados vêm afetando cada
vez mais o sucesso das estratégias de marketing das empresas. Em que pese às
elevadas taxa de crescimento do investimento em patrocínio esportivo, o número de
estudos sobre o tema, até o momento, ainda é limitado, especialmente no Brasil.
Segundo Cornwell e Maignan (apud CRESCITELLI, MATTAR e SILVA, 2005),
os trabalhos existentes sobre patrocínio se dividem em cinco categorias gerais:
natureza do patrocínio, aspectos gerenciais, medida dos efeitos, uso estratégico e
aspectos legais e éticos.
15
Grynberg (2008) destaca que na categoria Medida dos Efeitos do Patrocínio,
onde a eficácia das idéias e da comunicação é discutida, dos 75 artigos publicados
em respeitados jornais de marketing, apenas 17 artigos foram encontrados visando à
quantificação dos impactos do patrocínio junto aos consumidores, todos produzidos
nos Estados Unidos ou Europa.
Sabe-se que muitas empresas deixam de patrocinar determinado evento
quando não há nenhuma justificativa concreta para seu uso. Percebe-se a
importância de mensuração do retorno dos investimentos diante da comprovação
real do poder do Patrocínio Esportivo. O retorno sobre o investimento ainda ajuda a
difundir esta estratégia de marketing, apresentando à possível empresa
patrocinadora os benefícios que podem ser alcançados.
Neste contexto, esta pesquisa justifica-se pela importância da área para uma
compreensão mais ampla e aprimorada do patrocínio em eventos esportivos, da
mensuração de retornos do investimento em patrocínio esportivo no Brasil,
minimizando o receio de algumas empresas de investir neste meio.
De maneira mais específica, justifica-se pelo delineamento do panorama de
um evento esportivo consolidado e de sucesso internacional; além do valor que um
evento esportivo agrega nas Empresas parceiras.
Além de servir de insight para futuros estudos, visa ainda, expandir os
conhecimentos da pesquisadora na área de Marketing Esportivo, especialmente
quanto ao retorno sobre o investimento aos patrocinadores, bem como proporcionar
alguma contribuição à empresa organizadora do Evento Ironman Brasil 2008.
1.4 APRESENTAÇÃO GERAL DO TRABALHO
A organização da pesquisa dar-se-á a partir das linhas gerais apresentadas
na seqüência. Na primeira parte encontra-se o enquadramento teórico das questões
fundamentais envolvidas, o qual está subdividido em cinco áreas de estudo, a saber:
marketing; composto mercadológico; segmentação; posicionamento e marketing
esportivo.
E na segunda parte, serão abordadas as questões metodológicas; a qual
engloba as questões da pesquisa, que norteiam a mesma visando atingir os
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objetivos propostos. A abordagem metodológica está dividida em dois momentos. No
primeiro momento, cujos objetivos são a caracterização do evento esportivo Ironman
Brasil 2008, o delineamento do perfil das empresas co-patrocinadoras do evento, e a
análise do retorno de mídia destes co-patrocinadores, a pesquisa é considerada
descritiva e exploratória. Já no segundo momento, que contempla como objetivos a
caracterização do evento esportivo Ironman Brasil 2008, e a percepção das
empresas co-patrocinadoras do evento em relação ao patrocínio esportivo, ao
retorno de mídia e ao Ironman Brasil 2008, a pesquisa é considerada como
descrição de caso qualitativo.
A Latin Sports é uma empresa que atua no segmento de marketing esportivo;
e dentre os eventos esportivos organizados e desenvolvidos pela Empresa, destaca-
se o Ironman Brasil, realizado anualmente, na cidade de Florianópolis, SC. Os
participantes da pesquisa foram compostos pelos co-patrocinadores do evento
esportivo Ironman Brasil 2008; sendo estes os representantes das empresas Brasil
Telecom, HSBC e Track & Field.
Em relação aos instrumentos, foram utilizados: os registros institucionais, bem
como o relatório de mídia; o diário de campo; dados secundários e o roteiro para
entrevista semi-estruturado. Os registros institucionais e o relatório de mídia serão
obtidos através da análise documental; assim como o diário de campo será obtido
através da observação participante da pesquisadora.
Finalizando, a análise dos dados seguirá orientações de acordo com os
objetivos, sendo esta a Análise de Conteúdo, através da abreviação da análise do
conteúdo e da categorização simples..
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica está dividida em cinco áreas de estudo. A primeira
área abrange uma breve explanação sobre os conceitos de Marketing. Na
seqüência, a segunda área é o Composto Mercadológico, o qual se subdivide em
quatro aspectos a serem desenvolvidos: produto, preço, praça, promoção. A terceira
e a quarta áreas correspondem, respectivamente, à Segmentação e ao
Posicionamento. A quinta área a ser desvelada é o Marketing Esportivo; a qual
abordará os conceitos e os eventos esportivos, com ênfase no Patrocínio Esportivo e
Retorno de Investimento.
2.1 MARKETING
O Marketing já foi tratado nos seus primórdios como sinônimo de vendas e
promoção, atualmente sabe-se que estes processos formam apenas uma parcela do
seu composto. O marketing abrange uma gama muito maior de compostos
(CARDIA, 2004; KOTLER; ARMSTRONG, 1998; DIAS, 2006).
De acordo com Kotler e Armstrong (1998), o conceito de marketing tem uma
perspectiva de fora para dentro em uma organização. Parte-se de um mercado bem
definido, dá-se ênfase nas necessidades dos clientes, coordenam-se todas as
atividades de marketing que afetem de algum modo o consumidor e através da
satisfação dos consumidores, obtém-se o lucro desejado.
A American Marketing Association (AMA), no ano de 1985, definiu Marketing
como sendo o planejamento e execução da concepção, passando pelo preço,
promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, através da criação de oferta e
troca de produtos. Atualizando esta definição, em 2005, a AMA afirmou que
Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a
criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, assim como a
administração do relacionamento com os mesmos, fazendo com que tanto a
organização como seu publico interessado se beneficiem (AMA, 2008).
18
Kotler (2000) acrescenta que marketing é o processo social e gerencial pelo
qual indivíduos obtêm o que desejam e necessitam, com a criação, oferta e livre
negociação de produtos e serviços de valor com outros.
Pride e Ferrel (2001) exprimem a essência com a seguinte frase: “Marketing é
mais do que a simples publicidade ou venda de um produto; implica desenvolver e
gerenciar um produto que satisfará as necessidades do cliente”.
Boone e Kurtz (1998) afirmam que este teve uma crescente importância na
historia, passando por três diferentes eras, como:
Era da Produção – Ocorreu até aproximadamente o ano de 1925, quando as
empresas estavam voltadas tão e exclusivamente para a produção. Nesta era
acreditava-se que um produto com qualidade física boa já era o suficiente
para uma futura venda. Tendo como frase principal “um produto bom se
venderá por si mesmo”.
Era das Vendas – Iniciou com a intensificação da concorrência (1925) e
permaneceu até aproximadamente 1950. O objetivo da equipe de vendas era
fazer seus clientes comprarem, mesmo se não julgassem necessário. Sua
frase era “Propaganda e venda criativa vencerão a resistência do consumidor
e os convencerão a comprar”.
Era do Marketing – O marketing começou a ter seu espaço por volta da
década de 30, quando as pessoas começaram a ter níveis menores de renda
e conseqüentemente passam a ter uma menor demanda por produtos.
Vivendo neste cenário, as empresas começaram a sentir a necessidade de
conhecer o seu mercado consumidor, dando inicio assim na Era do Marketing,
que vivemos até os dias atuais. Seu principal foco é o cliente, por isso a frase
que a define é “O consumidor é o rei! Busque uma necessidade e satisfaça-
a”.
O conceito de Marketing sofreu e sofrerá muitas variações no tempo, afetado
pelo forte ambiente competitivo em que se encontra o mercado. Percorrendo este
caminho o Marketing chegou aos dias atuais caracterizando-se por demonstrar ser
uma importante área dentro da empresa, importância esta diretamente proporcional
à intensificação da concorrência (KEEGAN; GREEN, 2000).
Drucker (2001) acrescenta que o objetivo do marketing é tornar a venda
supérflua. Seu foco é conhecer o cliente a tal ponto que o produto ou serviço adapte-
se a ele e que este se venda por si só. Deixando o cliente pronto para a compra,
19
sendo necessário somente disponibilizar o produto ou serviço para que a venda
aconteça.
Com o avanço da tecnologia, fica ainda mais difícil agradar os consumidores,
que estão cada vez mais exigentes. Por este motivo o serviço prestado ao cliente
vem se sofisticado, as empresas estão visando não somente encantá-los, mas,
sobretudo surpreendê-los (COBRA, 1997).
Complementando, Cardia (2004) afirma que o profissional de marketing
precisa estar interado das mudanças sociais e de mercado, afim de que possa
captar novas tendências, desejos e necessidades a serem supridas no momento
certo, no lugar certo e pelo preço que os clientes estejam dispostos a pagar.
Com o intuito de suprir os desejos destes clientes, o profissional de marketing
precisa equilibrar todas as atividades necessárias para que este produto final saia
exatamente do jeito que o cliente espera, por este motivo, surgiu o Composto
Mercadológico, este que é moldado em torno de cada cliente-alvo (PRIDE;
FERRELL, 2001).
2.2 COMPOSTO MERCADOLÓGICO
O Composto Mercadológico surgiu com o objetivo de atender aos desejos e
necessidades de seu mercado-alvo. Também conhecido por 4P’s de Marketing, ou
ainda Mix de Marketing, o Composto Mercadológico é formado por: Produto, Preço,
Praça e Promoção, todos estes, focados no mercado-alvo (COBRA, 1997; KOTLER,
2000). Complementando, Pitts e Stotlar (2002) comentam que mercado-alvo é um
segmento de consumidores homogêneos, com poder e disposição para comprar.
Este que deve sempre servir de base para as estratégias de marketing à serem
efetuadas.
Boone e Kurtz (1998) mostram que o Mix de Marketing é composto por quatro
estratégias necessárias na tomada de decisão, sendo: estratégia de produto, de
preço, de distribuição e de comunicação. Á fim de suprir as necessidades de um
determinado mercado-alvo.
Antes do inicio de sua formação, o composto mercadológico deve ser
estudado detalhadamente, para se saber as reais vontades do público-alvo a serem
20
atendidas, mantendo neles seu foco constante. É preciso ser efetuada a dosagem
correta desta mistura de estratégias afim de que o cliente saia satisfeito com a
aquisição ou serviço recebido e predisposto a retornar naquele estabelecimento ou
comprar novamente um determinado produto, conseguindo conquistar e manter
clientes (PRIDE; FERRELL, 2001).
Richers (2000) relata da importância de montar um mix de marketing a fim de
maximizar o impacto do mercado, a partir da dosagem de instrumentos e de seus
custos e retornos esperados obtendo como resultado o enriquecimento e
engrandecimento de uma empresa. Boone e Kurtz (1998), acrescentam a
PREÇO
Descontos Concessões
Preço da lista Prazo de pagamento
Condições de financiamento
PRAÇA
Canais Locais
Estoque Transporte Cobertura
Variedades
PRODUTO
Serviços Design
Garantias Qualidade Tamanhos Devoluções
Características Nome da marca
Variedade de produtos
Mercado
Alvo
PROMOÇÃO
Publicidade Força de vendas Marketing direto
Relações Públicas Promoção de Vendas
Figura 1 - Composto de Marketing
Fonte: Kotler (2000)
21
necessidade da inter-relação destes compostos, a fim de que este mix seja
exatamente o que os clientes-alvo estão dispostos pelo produto ou serviço.
Para Kotler (2000) e Richers (2000) as empresas que conseguirem satisfazer
seus clientes de forma econômica e do jeito mais conveniente, poderão ser
consideradas empresas vencedoras.
Com a visão de alcançar os objetivos tanto da empresa como os dos clientes
em questão, os 4P’s de marketing devem ser combinados de forma coerente para
conseguir atingir a eficácia esperada. Devendo ser analisados suficientemente para
futuras tomadas de decisão (CHURCHILL; PETER, 2003).
2.2.1 PRODUTO
Conceitua-se produto como sendo qualquer coisa que possa ser oferecida ao
mercado com o intuito de atender uma necessidade ou desejo do cliente. Abrangem
produtos tangíveis e intangíveis, como os serviços, pessoas, locais, organizações,
idéias ou a combinação destes. Os autores completam ainda a importância de se
adequar produtos e serviços às necessidades dos clientes, elaborando lançamentos,
estratégias de linha e produto assim como administrando o ciclo de vida deste.
(KOTLER; ARMSRTONG, 1998; DIAS, 2006)
Boone e Kurtz (1998) concordam e acrescentam ainda o fato das estratégias
de produto envolverem não somente os processos anteriormente citados, mas
também toda a parte de projeto de embalagens, nomes de marcas, marcas
registradas, garantias, ciclos de vida do produto, posicionamento e desenvolvimento
de novos produtos.
2.2.2 PREÇO
Considerada por muitos autores como sendo a área de maior dificuldade para
as decisões a serem tomadas com relação ao comporto de marketing, esta
estratégia está totalmente ligada a flexibilização, devido a importância de preços
22
lucrativos e justificáveis, sempre levando-se em considerarão a forte concorrência.
Este composto pode ser levado exclusivamente ou quase nada em conta quando se
está disposto a uma compra. Para isto é tão necessário uma analise do público-
alvo, conseguindo atingir seus desejos e saber o real valor que estão dispostos a
pagar por tal produto ou serviço (CHURCHILL; PETER, 2003; BOONE; KURTZ,
1998).
2.2.3 PRAÇA
Cabe aqui a decisão dos canais de vendas e distribuição, fazendo com que o
produto sempre esteja no local certo, na quantidade necessária e no momento exato
afim de que o cliente possa suprir sua necessidade de compra (DIAS, 2006;
BOONE; KURTZ, 1998).
Conforme Kotler e Armstrong (1998), os canais de distribuição fazem a
conexão entre os produtores e os consumidores, devendo vencer os fatores: tempo,
lugar e posse. Churchill e Peter (2003) acrescentam ainda que quanto melhor e mais
distribuído for um produto, diretamente proporcional será a chance deste ser
observado por um cliente potencial e imediatamente ou posteriormente comprado.
Leva-se em consideração os tipos de canais a serem disponibilizados os produtos,
pois também influenciam a visão dos consumidores sobre a imagem deste. É
essencial que se combine as peculiaridades do produto e do consumidor-alvo para a
escolha de um canal de distribuição, necessitando que este seja adequado e
pertinente para ambos.
2.2.4 PROMOÇÃO
Segundo Dias (2006) a estratégia de promoção visa às atividades de
comunicação, como propaganda, marketing direto, publicidade, relações públicas,
eventos, seminários, e de promoção de vendas, como é o caso dos sorteios,
prêmios ao consumidor, descontos no valor final e brindes, por exemplo.
23
Concordando Etzel, Walker, Stanton (2001) e Keegan; Green (2000) relatam
que com o objetivo de influenciar pessoas, o P de promoção do marketing mix,
refere-se a todas as formas de comunicação, os autores acrescentam que esta pode
vir tanto de forma verbal ou não verbal com o intuito de informar, persuadir e fazer
com que as pessoas lembrem de um determinado produto ou empresa, tentando
mudar o comportamento e as idéias do público em geral, voltando-os ao que é de
interesse da empresa em questão.
Com o passar dos tempos a comunicação on-line tem passado a ter bastante
visibilidade, devido ao acesso fácil, rápido e no momento desejado, levando os
clientes à maiores informações, capazes de influenciá-los, sobre o produto almejado
(CHURCHILL; PETER, 2003).
Etzel; Walker e Stanton (2001) garantem que devido a forte concorrência, a
pressão sobre os programas promocionais é bastante intensa, levando os
profissionais de marketing a efetuarem uma promoção altamente persuasiva. Os
consumidores precisam constantemente ser lembrados e informados de que aquele
determinado produto ou serviço existe, conseguindo assim a permanência de
antigos clientes e o ingresso de novos clientes. Isto deve-se tanto para marcas
recentes como principalmente marcas já estabelecidas no mercado, se assim o
quiserem continuar.
2.2.4.1 Propaganda
Destaca-se por ser um dos pilares do composto de promoção, caracterizando-
se por ser uma forma de informação de massa, paga, possuindo uma abrangência
flexível, de acordo com o desejado. A visibilidade de uma empresa, através da
propaganda é grande, conseguindo muitas vezes assim, firmar ou melhorar a
imagem de determinado produto (KOTLER; ARMSTRONG, 1998; COBRA, 1993).
Entretanto, para Pride e Ferrel (2001) a propaganda também possui seus
pontos fracos, como o caso muitas vezes de valores exorbitantes a serem pagos,
obtenção de feedback somente à longo prazo e principalmente a grande dificuldade
de se mensurar esta ferramenta, tornando-se bastante complicada para os
anunciantes.
24
Para Etzel, Walker e Staton (2001) a propaganda possui quatro
características como base, que são:
Mensagem verbal e/ou visual;
Patrocinador identificado;
Apresentação por meio de um ou mais veículos de mídia;
Pagamento efetuado pelo patrocinador ao veículo que transmite a informação.
Os autores ainda aconselham a importância de se pesquisar e selecionar a
mídia mais adequada para cada tipo de promoção. Os autores Boone e Kurtz (1998)
frisam que grande parte das empresas utiliza a propaganda como principal
componente do composto promocional.
Sampaio (1997) complementa que quando uma propaganda é elaborada de
uma forma convincente, torna-se uma poderosa ferramenta de marketing para a
empresa. Seu retorno obtido, pode tomar dimensões inimagináveis, com a junção de
ousadia, inovação, criatividade, originalidade, sem perder a sinceridade para com os
consumidores. Para tanto, a saturação em alguns veículos de mídia, está
demasiada, fazendo com que a originalidade de uma propaganda, estampe-se
também na sua forma de exposição. Conquistando novas mídias, pode-se
conquistar públicos antes não alcançados, tanto por uma empresa, como pelas suas
concorrentes.
2.2.4.2 Marketing de Patrocínio
Cardia (2004) e Pozzi (1998) acreditam que o patrocínio pode ser
considerado como uma determinada forma de propaganda, dentro do composto
promoção, entretanto, este não substitui nenhum fator do mix de marketing. Pozzi
(1998) acrescenta que o patrocínio é uma fonte bastante flexível, podendo adentrar
nos mais variados elementos de comunicação.
Acrescentando ainda, Cardia (2004) esclarece que patrocínio é uma relação
de troca, onde uma das partes investe de forma tangível (bens, serviços ou
dinheiro), tornando-se o patrocinador, e a outra parte envolvida, o patrocinado,
fornece espaços e facilidades para o patrocinador divulgar e expor sua marca.
25
De acordo com International Events Group (apud PITTS; STOTLAR, 2002), o
patrocínio firma um compromisso e torna a atividade patrocinada mais orientada às
pessoas do que a propaganda em si, fazendo com que este possua uma vida mais
longa do que a propaganda em termos de compromisso.
Contursi (2003) demonstra a importância de desenvolver o patrocínio como
forma diferenciada de canais de comunicação, podendo atingir novos e altos índices
de exposição da empresa, com preços aquém de que uma campanha publicitária
exigiria.
Shimp (2002) expõe a rapidez com que o patrocínio vem ganhando espaço na
comunicação de marketing. É empregado tanto em eventos como em causas, das
mais diversas possíveis, todas direcionando para um objetivo específico da
empresa, seja ele de aumento da consciência da marca, melhoria da imagem da
marca e/ou crescimento no seu volume de vendas.
Conforme dados de Cardia (2004), as Américas vêm disparando nas
pesquisas de investimentos em patrocínios, como se pode analisar no Gráfico 1.
Gráfico 1 – Investimentos mundiais em Patrocínio
Fonte: Cardia (2004)
Corroborando, Mattar (2007) afirma após cinco anos, a ainda crescente
evolução do patrocínio, chegando a consolidar-se no composto de comunicação das
empresas no mercado global nos dias atuais.
26
A imagem formada pelos patrocinadores atinge o emocional dos clientes
brasileiros, estando de acordo com as atuais tendências de mercado, que se tornam
cada dia mais segmentadas e exigentes. Percebe-se um maior apelo para com o
público-alvo visado (LAS CASAS, 2002).
2.3 SEGMENTAÇÃO
A divisão do mercado total de determinado produto ou serviço, em
determinados grupos menores semelhantes entre si e heterogêneos aos demais
grupos é o que se denomina de segmentação de mercado. Deve-se dentre estes,
elaborar estratégias e planos de marketing específicos, a fim de suprir suas
necessidades e desejos (ETZEL; WALKER; STATON, 2001; DIAS, 2006).
É preciso primeiramente analisar as possibilidades de uma segmentação de
mercado, buscando como base as expectativas ainda desatendidas do futuro
público-alvo, passando a expor à todos a potencialidade superior desta empresa,
quando comparada as demais concorrentes (GRACIOSO, 2005).
Conforme Keegan e Green (2000) é necessário determinar um alvo, para
assim, poder analisar e comparar grupos identificados, conseguindo-se chegar ao de
maior potencial. Com esta limitação ocasionar um maior retorno nas vendas da
empresa e dar um maior valor para os clientes. Cobra (1992) acrescenta ainda que
este plano de marketing é de grande valia para fins de economias em recursos de
natureza financeira, física e humana, simplificando assim os diversos processos de
distribuição, como exemplo os vendedores e depósitos.
Para Dias (2006), a principal vantagem de se elaborar uma segmentação de
mercado é o fato de quanto melhor se conhece o cliente, melhor a empresa poderá
atendê-lo, por conseqüência, obtém-se assim, um melhor plano de marketing.
Não existe uma melhor maneira de se segmentar o mercado, o profissional de
marketing precisa analisar e testar de diferentes formas, combinadas e/ou isoladas o
seu mercado-alvo, com a finalidade de adequar a melhor maneira para aquele
produto específico (KOTLER; ARMSTRONG, 1998).
Etzel, Walker e Stanton (2001), afirmam que para segmentar-se um mercado,
separa-se em quatro bases, que são:
27
De acordo com a Figura 2, para escolher-se uma segmentação demográfica,
serão analisados critérios como o sexo, idade, raça ou etnia, renda familiar,
ocupação profissional, tamanho da família, ciclo de vida da família. Esta é a forma
mais comum e fácil de segmentação de mercado de consumo, sendo fonte na
maioria das vezes para programas promocionais (ETZEL; WALKER; STANTON,
2001).
Quando se opta por uma segmentação geográfica, subdivide-se o marcado
por diferentes localizações, como estados, regiões, municípios, bairros ou clima,
focalizando as preferência e necessidades de cada localidade (KOTLER;
ARMSTRONG, 1998).
A segmentação psicográfica os compradores são divididos em diferentes
grupos, com base em seu estilo de vida, classe social, personalidade e valores. Esta
subdivisão na maioria das vezes é um complemento importante para as outras
bases de segmentação, pois restringe ainda mais o público-alvo a ser atingido, por
trazer uma descrição muito mais rica do mercado-alvo do que as demais,
conseguindo fazer com que o produto consiga atingir ainda mais a satisfação total
do cliente-alvo (BOONE; KURTZ, 1998).
Segmentação Psicográfica
Segmentação por
Comportamento
Segmentação Geográfica
Bases para
Segmentação
Segmentação
Demográfica
Figura 2 – Diferentes formas de segmentação do mercado-alvo
Fonte: Etzel, Walker e Stanton (2001)
28
Selecionando-se a segmentação comportamental, percebe-se que alguns
autores apontam a preferência por este ser o ponto inicial para a construção de
segmentações. Nesta base os grupos são compostos por seus conhecimentos de
um produto, sua atitude com relação ao mesmo, no uso ou na resposta a um
determinado produto, isto é, no comportamento de cada cliente-potencial
relacionado ao produto (KOTLER; ARMSTRONG, 1998; BOONE; KURTZ, 1998).
Após uma segmentação bem elaborada, onde se sabe exatamente que
parcela do mercado-alvo focar, passa-se para a fase da elaboração de um mix de
marketing forte, voltado totalmente a esta parcela escolhida. Afinal, conforme
Hooley, Saunders e Piercy (2005), cada um destes P’s de marketing, devem ser
elaborados com a finalidade de conduzir ao posicionamento necessário.
2.4 POSICIONAMENTO
Conforme Cobra (1993) e Dias (2006) o conceito e a importância do
posicionamento está ligado à posição ou a imagem que é formada na mente do
consumidor sobre determinado produto, através de uma análise comparativa com os
demais concorrentes. Quando este posicionamento é efetuado corretamente, gera-
se uma vantagem competitiva à cima das marcas concorrentes. É devido a este
processo que se pode descobrir o por que de uma preferência e percepção por
determinada marca
A base do posicionamento é a arte que uma empresa irá moldar para ter a
sua imagem, em relação à de seus concorrentes, na cabeça do público-alvo. E é
através da publicidade que esta influencia é efetuada, visando que a empresa não
precise necessariamente se preocupar com a venda em si, pois sua imagem e
marca, já se vendam por si só. Segundo McKenna (apud RICHERS, 2000), o mais
importante em um processo de posicionamento, é a conquista da credibilidade
sentida pelos clientes.
Esta estratégia quando bem elaborada pela empresa, traz uma vantagem
competitiva bastante acentuada sobre os concorrentes, entretanto a empresa
precisa estar atenta para uma possível futura necessidade de reposicionamento do
produto ou serviço, afinal os clientes-alvo precisam de estímulos para continuar
29
acreditando e confiando fielmente na empresa. Boone e Kurtz (1998) acrescentam
que devido a este reposicionamento freqüentemente empresas conquistam novas
participações no mercado e aumentam sua lucratividade. Este pode ser efetuado de
diferentes maneiras, como por exemplo, mudando fisicamente o produto, alterando
seu preço, ou modificando a imagem do mesmo através de promoções.
Um novo e forte campo utilizado pelo pessoal de marketing para estratégias
de posicionamento é o marketing esportivo, que vem se destacando pela grande
visibilidade e a capacidade de agregar valor à imagem de uma marca ou empresa.
Esta estratégia de comunicação faz com que a empresa patrocinadora, por exemplo,
tenha um retorno muitas vezes maior do que o esperado (CARDIA, 2004; AFIF,
2000; POZZI, 1998).
2.5 MARKETING ESPORTIVO
Nos dias atuais, pode-se perceber a força que o marketing esportivo
conquistou, quando se liga uma televisão, ouve-se um rádio ou até mesmo em
momentos de lazer com a família. Há várias formas de uma marca ser destacada,
entretanto o marketing esportivo é o mais visado, pois além de fazer uma divulgação
em massa, ocasiona uma imagem positiva para a empresa, fazendo com que a
credibilidade da equipe ou do atleta transfira-se automaticamente também para a
empresa. Contudo, o marketing esportivo ainda não está de um todo assimilado
pelos clubes brasileiros e tampouco pelas organizações. Ainda existem muitas
coisas a serem melhoradas no mágico mundo dos esportes (AFIF, 2000).
2.5.1 HISTÓRICO
Segundo dados de Contursi (2000) a primeira vez a ser utilizado o termo
“marketing esportivo” foi pela Advertising Age, no ano de 1978, com o intuito de
descrever as atividades inerentes do trabalho de marketing que com o passar do
tempo, utilizava cada vez mais o esporte como veículo promocional.
30
De acordo com relatos de Mademann (2004), existem poucos e divergentes
dados quanto a história do marketing esportivo, acarretando inúmeras dubiedades
sobre tal. Todavia, com o objetivo de não deixar vaga esta lacuna, Cardia (2004)
mostra que este ramo do marketing existe há bastante tempo. De acordo com dados
históricos defendidos por Afif (2000) e Pozzi (1998), no exterior, o marketing
esportivo surgiu devido a fortes restrições quanto à publicidade de empresas de
cigarro e bebidas por países da Europa e pelo Estados Unidos. Sendo assim estas
empresas precisaram campear outras formas de divulgar sua marca, conquistando
assim a popularização do marketing esportivo a nível mundial.
Entretanto, no Brasil o marketing esportivo desenvolveu-se entre as décadas
de 70 e 80, quando os jovens começaram a se interessar pelos esportes, fato este
que chamou a atenção da mídia, a que passou a intensificar a divulgação, pegando
carona em grandes astros que estavam estreando como: Oscar, Hortência, Ayrton
Senna, Bernard, Zico, entre outros. Assim as empresas começaram sua caminhada
de investimentos nos esportes, visando o retorno publicitário e de vendas (MELO
NETO, 2000).
O marketing esportivo conta também com os 4P’s de marketing como sua
base. Entretanto, no caso especifico do esporte, deve-se acrescentar outro,
imprescindível para esta área, a Paixão. Aquela que emociona, envolve e cativa os
clientes (CARDIA, 2004).
De acordo com Arena (2008), os principais benefícios trazidos pelo marketing
esportivo são:
Aumento do reconhecimento público;
Rejuvenescimento da imagem da empresa (devido a força que possui entre
os jovens);
Exposição constante da marca na imprensa e em todas as mídias;
Reforço da imagem corporativa;
Simpatia junto ao público e mídia;
Envolvimento da empresa com a comunidade.
31
2.5.2 CONCEITO DO MARKETING ESPORTIVO
O marketing esportivo é uma das estratégias, dentro de um planejamento,
que utilizam o esporte para chegar a um objetivo, alcançar suas metas. Sua atuação
pode acontecer tanto pelo marketing de produtos e serviços destinados aos
consumidores, que de alguma forma estão ligados ao esporte, como também
através da estratégia que utiliza o esporte como meio para divulgar produtos e
marcas (AFIF, 2000; MULLIM, HARDY E SUTTON, 2004).
Pitts e Stotlar (2002) complementam que marketing esportivo é o processo de
elaborar e implementar atividades de produção, formação de preço, promoção e
distribuição de um produto esportivo para satisfazer as necessidades ou desejos de
consumidores e realizar os objetivos da empresa, por meio do esporte.
O Marketing Esportivo compreende ações voltadas para a prática e a
divulgação de modalidades esportivas, clubes ou associações, seja pela promoção
de eventos ou torneios, seja pelo patrocínio a clubes esportivos. Inclui, também, o
trabalho de marketing realizado por academias, centros de práticas esportivas, entre
outras. As empresas e marcas líderes costumam privilegiar esta área, aproveitando-
se da boa imagem de clubes e esportistas junto à opinião pública, sendo uma
oportunidade a mais para o profissional de marketing esportivo conhecer e entender
o mercado no qual está inserido, buscando estabelecer novas alternativas de
comunicação entre a empresa e seu público alvo (PINHEIRO et al, 2006).
Oliveira e Pozzi (1996) destacam a evolução do marketing esportivo no
tempo. Este setor que envolve times, endorsement, ligas e compra de espaços de
mídia em eventos esportivos, entre outros.
2.5.3 EVENTOS ESPORTIVOS
Tem-se o registro mais antigo de um evento, como sendo os primeiros jogos
olímpicos de 776 a.C., que aconteciam periodicamente de quatro em quatro anos,
na Grécia (MATHIAS, 2001).
32
Melo Neto (2001) cita que uma das formas de ação utilizada para envolver
marketing e esporte são os eventos esportivos. Surgiram como alternativa de
contato com o público, levando muitos anunciantes a migrarem da mídia tradicional,
de custos cada vez mais elevados, a optarem pelo vínculo à sua realização e
cobertura pelos meios de comunicação, obtendo-se assim, a veiculação de suas
imagens e marcas.
Os eventos atraem investidores pelo fato de proporcionar uma exposição
variada, quando comparados aos demais canais de marketing disponíveis no
mercado de marketing esportivo (PITTS; STOTLAR, 2002).
O patrocínio de eventos oferece menos riscos à empresa do que o apoio a um
atleta ou a uma equipe, pois o evento abrange todos aqueles que praticam ou
apreciam o esporte em questão. Enquanto que quando se patrocina times ou clubes,
corre-se o perigo de parecer antipático a uma torcida adversária, ou o patrocinador
pode deparar-se com sua imagem despencando diante de uma eventual derrota ou
deslize pessoal de um atleta patrocinado (MELO NETO, 1986).
Pitts e Stotlar (2002) expõem que com os eventos esportivos, os executivos
envolvem-se socialmente com atletas de elite. Nicolini (2006) acrescenta que os
eventos são considerados de vértice competições de nível nacional e internacional;
será a qualidade dos competidores que indicará se o evento é de cúpula ou de base.
Segundo Melo Neto (2001) o conceito de marketing de grandes eventos, forte
tendência no campo do marketing promocional, baseia-se no uso de macroeventos
como estratégia promocional das marcas, obtendo um retorno institucional máximo
em termos mundiais. Um dos objetivos de patrocinar grandes eventos é tornar a
marca globalizada. Cada organização procura associar sua imagem ao esporte que
mais lhe convém. Complementando, Nicolini (2006) ressalta os diferentes focos das
empresas que podem tanto interessar-se pelo patrocínio de eventos de massa ou
outros mais elitizados, como o golfe e o tênis.
Hoje em dia, a procura por eventos esportivos, dentre as empresas
americanas, é bastante forte, visto que este investimento oferece uma estabilidade à
longo prazo e ainda ajuda a construir uma imagem forte e positiva da empresa
(MELO NETO, 2000).
33
2.5.4 PATROCÍNIO NO ESPORTE
A palavra patrocínio advém da palavra em inglês sponsor. Segundo o
dicionário etimológico Oxford da língua inglesa (1966), a palavra sponsor veio do
latim sponse, com o significado de garantir, prometer solenemente. De acordo com
dados históricos, a primeira vez a ser utilizada esta palavra, foi pela Igreja, no
sentido de “sponsor in baptism”, isto é, “patrocinador do batizado”. Este termo
firmava a responsabilidade e o comprometimento do “padrinho” para com o batizado,
no decorrer de sua existência (GRYNBERG, 2008).
De acordo com dados de Cardia (2004), a porcentagem investida em
diferentes setores, com patrocínios são:
Gráfico 2 - Despesas de Patrocínio por Setor
Fonte: Cardia (2004)
Patrocínio se resume no fornecimento de qualquer tipo de recurso realizado
por uma organização ao prestar suporte direto a um evento esportivo, com o
propósito de associar o nome, marca ou produto diretamente ao evento. A
organização aproveita este relacionamento para conseguir seus objetivos
promocionais e facilitar e fundamentar seus objetivos gerais de Marketing.
(CONTURSI, 2003)
34
De acordo com Pozzi (1998), campanhas publicitárias expõem os benefícios
trazidos pelo patrocinador ao mundo do esporte quando este patrocina um atleta ou
um evento, o que acarreta um valor agregado tanto por parte dos consumidores
finais como por parte dos distribuidores.
Contursi (2003) afirma que foi devido ao grande interesse dos profissionais da
mídia nos acontecimentos esportivos, que ocorreu esta grande evolução nos
patrocínios esportivos. Segundo o autor este interesse pela mídia é devido ao:
Maior interesse do público em atividades recreativas, devida a uma maior
disponibilidade para tal;
Crescente comercialização da televisão;
Devido ao fato de ser mais em conta para as redes de televisão cobrir
eventos esportivos e culturais do que produzir shows e documentários;
Crescimento e desenvolvimento de novos tipos de mídia, aumentando a
demanda por programações ao vivo de esportes, expondo tanto o esporte
transmitido quanto os patrocinadores envolvidos.
Sbrighi (2006) acrescenta ainda que se deve procurar não somente uma
empresa capaz de patrocinar monetariamente determinado evento, mas sim que
esta empresa esteja engajada em participar de outras ações, inclusive divulgações
em cima deste patrocínio. Que possa tirar proveito com uma abrangência maior e da
melhor maneira possível este patrocínio.
Como caracterização de tipos de patrocínios encontrados, Pozzi (1998)
define:
Patrocínio Exclusivo – É denominado por este tipo aquela empresa que é
responsável pelo investimento financeiro total no evento, com exclusividade
de uso para fins promocionais. Levando muitas vezes o nome do evento.
Patrocínio Principal – Empresa responsável pela maior parte do
comprometimento financeiro, entretanto divide tanto o investimento, como a
promoção com outras empresas parceiras no evento.
Patrocinador Secundário – Sua parcela de comprometimento financeiro é o
menor, podendo ser na forma de dinheiro, produto ou serviço. Encontra-se
com exclusividade dentro da sua categoria.
Fornecedor Oficial – Seus produtos não são essenciais ao evento, entretanto
são sempre de grande valia para o evento. Podendo ser de qualquer
categoria, como refrigerantes e bronzeadores, por exemplo.
35
Sbrighi (2006) aborda esta divisão de patrocinadores com esta mesma visão
base, entretanto, dividindo-se de uma maneia mais atualizada e utilizada nos dias
atuais, em tratando-se de grandes equipes e eventos, como:
Patrocinador Principal – Apresenta a maior parte da verba.
Co-patrocinador – Seu capital investido é menor, podendo até mesmo ser
parceiro do patrocinador principal.
Apoiador – Entra no patrocínio com os serviços ou produtos a serem
utilizados no decorrer do evento.
Cardia (2004) complementa dizendo que o patrocínio esportivo possui um
pacote estabelecido para cada categoria, que são diferenciados de acordo com
propriedades colocadas à disposição de cada patrocinador, sendo assim, os valores
estarão sendo cobrados de acordo com esta diferenciação.
Melo Neto (2000) afirma que o patrocínio possui três objetivos principais:
aumento das vendas, a valorização e potencialização da marca e a melhoria da
comunicação da empresa com seus clientes e parceiros. Contudo, no patrocínio
esportivo, os principais objetivos são potencializar a marca, dado ao forte apelo do
esporte na mídia e o tamanho do mercado e, o ganho de atributos pela marca,
através da associação do nome da empresa aos atletas, eventos e equipes.
Para cada objetivo firmado anteriormente, tem-se de avaliar o retorno deste
investimento, a fim de se analisar, até quando está sendo vantajosa a parceria ou
não. Um ponto de risco quanto ao patrocínio, é a difícil capacidade de mensuração
de seus investimentos. Existem formas de retorno possíveis, contudo, há uma
expressiva carência de medidas quantitativas (PITTS; STOTLAR, 2002; AFIF, 2000).
2.5.5 RETORNO DE INVESTIMENTO
Segundo Ottoni e Montagner (2004) a utilização da estratégia de Patrocínio
Esportivo como forma de marketing é muito vantajoso nos dias atuais, entretanto,
ainda são poucas as empresas que realizam algum trabalho a fim de quantificar o
retorno a ser adquirido com esta atuação. Este feedback torna-se fundamental para
a permanência de uma empresa já parceira e a captação de novas.
36
Marketing esportivo é uma ótima forma de mídia alternativa, sendo capaz de
promover uma marca junto a seu público-alvo, ocasionando retornos de publicidade,
imagem e vendas (MELO NETO, 2000).
Entretanto, Pitts e Stotlar (2002), Melo Neto (2000) e Afif (2000) demonstram
que há um forte receio das grandes empresas em investir no ramo de marketing
esportivo devido a dificuldade encontrada em avaliar o retorno deste investimento,
quase que na sua totalidade qualitativo. Os autores também constatam uma
defasagem ainda muito grande quanto à literatura destinada ao cálculo do retorno
destes investimentos.
Na busca de um patrocinador, procura-se sempre ligar o retorno ao investidor
à estratégia da empresa, sendo assim, busca-se agregar o máximo de valor ao
mesmo. Material promocional, associações de produtos com o evento, Hospitality
Center, kits para a mídia, lançamento para a mídia, direito de nomeação/título, entre
outras, são exemplos de maneiras de potencializar ainda mais o retorno do
investimento realizado pelo patrocinador (CARDIA, 2004).
Ao abordar a importância da relação de parceria em um evento, Pitts e Stotlar
(2002) e Nicolini (2006), afirmam que tanto a empresa patrocinadora como os donos
do evento precisam estar satisfeitos com a relação existente, a fim de gerar
benefícios mútuos. Elemento fundamental para isto é o cálculo do retorno de
investimento que, na maioria dos casos, é fornecido pela própria empresa
organizadora do evento. Todavia, pode-se também contratar empresas de pesquisa
na área, com o intuito de mensurar este retorno.
Cardia (2004) avalia que foi através do desenvolvimento e da modernização
das técnicas de mensuração de investimentos que houve maior profissionalização
do marketing e do patrocínio esportivo. Quanto melhor forem as formas de medir o
retorno do patrocínio esportivo empregado, maior será a precisão da análise de
acertos e resultados do investimento. Ressalta ainda, a importância de a empresa
estabelecer metas e objetivos quando deseja e começa a utilizar da estratégia de
marketing esportivo, pois cada exercício de patrocínio busca um resultado diferente
dos demais.
Basicamente existem três objetivos do patrocínio a focar quando é feita a
análise do retorno do capital investido por determinada empresa em eventos
esportivos, que são: retorno de vendas (financeiro), retorno de imagem
(institucional), e retorno de mídia (cálculo do equivalente publicitário).
37
2.5.5.1 Retorno de Vendas
Pode ser o mais fácil quantificar as vendas antes e depois do patrocínio,
porém muitas vezes, esse patrocínio só produz resultados a médio e longo prazo,
exigindo uma avaliação mais demorada e com necessidade de ponderação sobre o
mercado (OTTONI; MONTAGNER, 2004).
O retorno sobre as vendas é um efeito indireto, pois uma marca ou produto
bem divulgado, com imagem forte e positiva junto ao público alvo, é passível de um
aumento em seu faturamento, a médio e longo prazo. Sabe-se que o cálculo deste
retorno é realizado de forma global pelas empresas, sem individualizar seus fatores
determinantes, e o investimento no esporte é apenas um deles (MELO NETO, 2000).
Para Afif (2000), quantificar o aumento de vendas, comparando o volume
anterior e posterior ao evento patrocinado é mais difícil caso a marca já seja
conhecida, pois não haverá condições de saber, com precisão, qual foi a
contribuição efetiva da campanha. Acrescente-se que as ações de marketing
esportivo não são realizadas de forma isolada.
Cardia (2004) menciona que são mais do que usuais as empresas
comprovarem diretamente os resultados das vendas computando os dados de
venda em determinados períodos e regiões do mercado.
2.5.5.2 Retorno de Imagem ou Institucional
Considerado por Afif (2000), Melo Neto (2000) e Sbrighi (2006) como sendo o
primeiro objetivo a ser atingido pelas empresas quando buscam, no marketing
esportivo, uma forma inovadora de estratégia de diferenciação. Afif (2000)
complementa ainda que o retorno institucional almejado pelos patrocinadores é
devido à conquista da projeção da marca, simpatia perante o público e à mídia,
visibilidade espontânea, sem custo.
38
No que tange a este retorno da marca, a avaliação se torna muito complexa,
devendo ser utilizada uma pesquisa de opinião junto aos consumidores e ainda
assim, com pouca exatidão, devido ao grande número de mídias e veículos
existentes. Melo Neto (2000) acrescenta ainda a capacidade de ações sociais,
quando em prol realmente do papel social da empresa contribuir, não somente para
a formação de imagem mais positiva da mesma, como também e principalmente a
contribuição social para a solução de problemas do nosso país.
2.5.5.3 Retorno de Mídia
Para Crimmins e Horn (apud SILVA, 2005) o Retorno de Mídia é ainda hoje o
modo mais comum de medir o impacto do patrocínio sobre os consumidores, devido
ao cálculo da exposição da marca patrocinadora em mídia impressa, TV ou qualquer
outra forma onde a marca possua visibilidade.
Rein, Kotler e Shields (2008) expõem a forma com que os meios de
distribuição revolucionaram o convívio dos torcedores com os esportes. No passado,
os apreciadores viam-se limitados a uma matéria no jornal, a um jogo por semana
em horário especifico, para poderem gozar deste prazer. Nos dias atuais há formas
inimagináveis naquele tempo, como os jogos de videogame, rádio e televisão via
satélites, internet e diversas novas maneiras de globalizar e personalizar o mundo
dos esportes.
Os eventos com determinadas abrangências, características e importâncias,
são vistos pela mídia como uma boa oportunidade para a divulgação gratuita, em
veículos impressos ou eletrônicos (NICOLINI, 2006).
De acordo com Pozzi (1998), pode-se definir, segundo o Dicionário Brasileiro
de Mídia, patrocínio esportivo em mídia como sendo uma forma de comercialização
de um programa de rádio ou TV. O anunciante veicula seu produto/serviço ou marca
na abertura e encerramento do programa, nas vinhetas de passagem, textos-
foguete, comerciais nos intervalos. Assim como, em menor proporção, em mídia
impressa, associado a cadernos, suplementos especiais ou cobertura de eventos,
como no caso da Copa do Mundo. Nos casos de mídia espontânea, por exemplo, o
patrocinador agrega tudo isto, sem precisar pagar para tal.
39
O retorno de mídia é a forma mais comum de analisar-se o retorno aos
patrocinadores de eventos esportivos; englobando geralmente duas categorias, a
mídia impressa, através das publicações de jornais e revistas e a eletrônica, que
abrange televisão e rádio. É de grande importância explicitar este retorno no relatório
final de uma empresa/clube/atleta que almeja o patrocínio esportivo de uma
determinada organização (PITTS; STOTLAR, 2002).
Nicolini (2006) acrescenta a importância da internet nos dias atuais,
constituindo-se também em uma poderosa fonte de comunicação, juntando não
somente as empresas a seu público alvo, como também e principalmente todo o
público em geral, acarretando uma maior visibilidade do evento.
Veronezzi (2002) afirma que ainda é difícil um consenso quanto a
comunicação pela internet, se esta seria mais um meio, a soma de todos os meios
de comunicação já existentes, algo totalmente novo ou se em um futuro próximo,
existirá somente ela. A rapidez e a importância com que a internet chegou para ficar
na vida das pessoas foram impressionantes. Segundo Veronezzi (2002), estimativas
de empresas que pesquisam sobre o tema, apontam que a todo instante existem 25
milhões de pessoas conectadas à internet no mundo.
Oliveira e Pozzi (1996) visualizam a mídia no marketing esportivo como mais
cativo do que outros setores, afinal, no momento em que é passada a mensagem, o
cliente-alvo está em seu momento de descanso, transparecendo de uma forma
menos agressiva. Fazendo com que a receptividade por parte dos clientes seja
melhor.
Afif (2000) reforça que o retorno do investimento está proporcionalmente
ligado à visibilidade que a marca obtém na mídia espontânea. Isto é, a mídia divulga
determinado nome institucional ou produto de forma espontânea, sem que seja
necessário pagar qualquer valor a esta. Ocasionando um reconhecimento maior da
marca.
A mídia, para Sant’Anna (1989), é classificada de três formas:
Veículos Visuais – com a finalidade de serem lidos e vistos, como exemplo de
jornais, revistas e painéis.
Veículos Auditivos – têm como objetivo serem ouvidos e vistos, como modelo,
tem-se o cinema e a televisão.
Veículos Funcionais – estes exercem a função de divulgar determinada marca
ou empresa, como amostras e brindes.
40
Nicolini (2006) ressalta a existência no mercado dos dias atuais de empresas
especializadas em mensurar estes resultados, avaliando monetariamente o retorno
advindo de publicações gratuitas. Reforçando assim a importância gerada não
somente pela divulgação aos clientes-alvo, mas tudo o que for difundido na mídia
sobre.
Cardia (2004) comenta que a tecnologia utilizada atualmente para a
mensuração de retorno de mídia, embora seja relativamente recente, é uma forma
bastante simples, que necessita de atenção e cautela. O cálculo do retorno do
investimento é feito sobre:
Volume de cobertura na mídia – quantifica-se o número de inserções na
mídia impressa (jornais e revistas) e eletrônica (rádio e TV), sendo que a
internet geralmente é medida separadamente, que mencionaram e cobriram o
objeto de pesquisa. Neste ponto, torna-se relevante tanto a quantidade
quanto a qualidade de veículos expositores.
Níveis alcançados de exposição dos patrocinadores – é avaliada a exposição
em cada modalidade de mídia. O processo necessita de uma análise
criteriosa, pois para cada meio de comunicação a exposição é calculada de
forma diferenciada, assim como o peso e o impacto de cada veículo junto ao
público. Será por esta análise que se saberá o valor de determinada
exposição em um período e veículo especifico.
Valor de mídia obtido com essa exposição – a mensuração praticamente dita.
É em cima deste valor que se pondera o quanto vale um patrocínio esportivo.
A empresa que utiliza o Retorno de Mídia como forma de cálculo de retorno
de investimento, geralmente fornece clipping eletrônico (gravação dos momentos em
que a marca do patrocinador ficou exposta na mídia) e clipping de jornais e revistas
(onde são feitas cópias das matérias publicadas, com a identificação do veículo, data
e página em que saiu a reportagem) (MELO NETO, 2000).
Zeltner (2001) considera que a dificuldade de controlar o desempenho das
mídias no mundo atual, deve-se a algumas partes do processo serem quase que em
sua totalidade subjetivas e intuitivas.
Entretanto, na visão do professor espanhol Carlos Campos (apud OTTONI;
MONTAGNER, 2004) o ato de Clipagem (assim denominado no Brasil) ainda é uma
forma que não aponta realmente o nível de incidência do patrocínio sobre o
consumidor, mostrando-se tão somente como uma simples comparação entre o
41
quanto a empresa gastaria para investir nestas mídias a fim de conquistar tal
exposição como obteve com o patrocínio esportivo (cálculo do equivalente
publicitário).
Complementando, Grynberg (2008) cita que uma das falhas em estudos
sobre a eficiência de patrocínios é devido às amostras pequenas ou falta de controle
sobre variáveis externas. O autor complementa sobre o fato de a bibliografia ser
defasada nesta área, ainda muito escassa, fazendo-se assim necessário uma
melhor compreensão dos efeitos do patrocínio e seu retorno esperado.
Apesar das dificuldades existentes, a cada dia mais os profissionais que
acompanham a evolução das alternativas de estratégia cabíveis em um plano de
marketing, vivenciam a utilidade e importância da busca pelo marketing esportivo.
Como exemplificação, tem-se a Nike, empresa que visa patrocinar os melhores
atletas e equipes do mundo; conquistando um elevado índice pelo público com
relação à lembrança de sua marca (AFIF, 2000).
Branchi (2002) enfatiza na escassez de estudos destinados a esta área, a
falta de bibliografias e pesquisas sobre o retorno de investimentos em patrocínio
esportivo dá subsídios à falta de medidas satisfatórias para a análise efetiva.
Contudo, o autor ressalta que não somente no Brasil, como em locais como Estados
Unidos e Europa, também não se chegou a uma convergência sobre qual seria a
melhor forma de se mensurar tal investimento. Enquanto nos Estados Unidos tenta-
se estabelecer uma relação de exposição de marca e audiência, em países da
Europa, dá-se esta mesma mensuração através da avaliação dos efeitos do
patrocínio no local do evento e na televisão. Demonstrando a forte divergência
quanto à forma mais satisfatória de mensuração, dificultando e postergando o
investimento nesta área promissora.
Há no mercado empresas de pesquisa especializadas na quantificação de
retorno de patrocínios, que têm, entre outros objetivos, o de fornecer informações
aos contratantes, tais como: volume de cobertura na mídia eletrônica, impressa e on-
line; os níveis de exposição dos patrocinadores e, por fim, o valor de mídia
decorrente desta exposição (CARDIA, 2004).
42
Retorno de Mídia Eletrônica
A metodologia aqui descrita, é a utilizada pela SIS – Sponsorship Information
Services (apud CARDIA, 2004) na avaliação para os principais clubes de futebol no
Brasil, e é aceita mundialmente como padrão de avaliação.
O processo inicia-se pela gravação de todos os telejornais, programas
esportivos (listados previamente) e exibições de jogos ao vivo e replays em que
apareçam imagens dos times sob análise.
Segue-se uma etapa de validação da exposição da marca/patrocinador,
através de critérios de visibilidade e facilidade de leitura da marca, definindo-se o
que considerar. Desta forma, conta-se o número de segundos de exposição válidos.
(atualmente há software que realizam estas atividades).
Foi desenvolvido um sistema de pesos, com base em padrão histórico, que
leva em conta os diversos esportes, o impacto relativo da fonte geradora da
exposição, natureza do evento e audiência associada.
Por fim, o cálculo do Valor de Mídia de patrocínio baseia-se nas tabelas de
valores dos programas geradores da exposição da marca. Portanto, o Valor de
mídia, para uma dada fonte, será o resultado da fórmula em que o Tempo de
exposição da marca (em segundos) é multiplicado pelo Custo de 1 segundo de um
comercial de 30s, naquele horário e emissora, multiplicado ainda pelo peso relativo
da fonte. O Valor de mídia final será a somatória dos valores de mídia das diversas
fontes com veiculação espontânea em telejornais, talkshows, debates, entrevistas e
menções em geral na TV aberta e em canais da TV a Cabo.
Afif (2000) considera o rádio um cálculo de mídia à parte, pois o patrocínio só
é lembrado se houver alguma citação dos radialistas – o que acontece com pouca
freqüência e, por isso, não passa por acompanhamento sistemático, na mensuração
de retornos.
Retorno de Mídia Impressa
Ainda segundo CARDIA (2004), o processo é similar ao da mídia eletrônica,
embora de mais fácil execução e análise.
43
O Valor de mídia impressa será dado pelo produto dos fatores: espaço
ocupado de coluna (Centimetragem), preço de um anúncio de ¼ de página no
veículo em análise, pesos das fontes e pesos relativos ao impacto. O Valor de Mídia
Impressa será a somatória dos Valores de mídia das diversas fontes.
Retorno de Mídia On-line (Internet)
Com o avanço da tecnologia e a crescente utilização e universalização da
internet, passaram a existir outras formas de mídia bastante utilizadas, como os
blogs e podcasts, onde o número de usuários só aumenta. As pessoas passam a
conhecer mais sobre determinadas histórias ou feitos esportivos de interesse,
conversando, discutindo e universalizando o assunto em questão, ponto
fundamental para qualquer produto esportivo que pretenda disseminar mensagens
nos meios mais diversificados possíveis (REIN; KOTLER; SHIELDS, 2008).
A mídia on-line engloba portais, sites, blogs e revistas on-line e mais
recentemente games, sendo necessário observar as taxas de conversão, de clicks,
pageviews e outros fatores relevantes para avaliação criteriosa do retorno destes
veículos.
Constata-se a importância para os patrocinadores de eventos esportivos de
mensurarem-se os retornos investidos, dando a estes um incentivo a mais para
continuar acreditando neste setor.
44
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
Este capítulo aborda os seguintes itens: Caracterização da pesquisa,
Contexto e Participantes, Procedimentos e Instrumentos para a coleta de dados, e
Tratamento e Análise dos dados.
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa foi dividida em dois momentos: o primeiro momento foi
caracterizado como descritivo e exploratório; e o segundo momento foi caracterizado
como descrição de caso qualitativo. A Figura 3 possibilita uma melhor visualização
dos tipos de abordagem utilizados nesta pesquisa, bem como os respectivos
objetivos relacionados aos mesmos.
Momento I Momento II
DESCRITIVO,
EXPLORATÓRIO
DESCRIÇÃO DE CASO
QUALITATIVO
Obj. 1 – Características do Evento
Esportivo Ironman Brasil 2008.
Obj. 2 – Perfil das Empresas
Co-patrocinadoras do Evento.
Obj. 3 – Retorno de Mídia dos
Co-patrocinadores do Evento.
Obj. 1 – Características do Evento
Esportivo Ironman Brasil 2008.
Obj. 4 – Percepção das Empresas
Co-patrocinadoras do Evento
em relação ao patrocínio esportivo e
ao retorno de mídia do Ironman Brasil.
Momento I Momento II
DESCRITIVO,
EXPLORATÓRIO
DESCRIÇÃO DE CASO
QUALITATIVO
Obj. 1 – Características do Evento
Esportivo Ironman Brasil 2008.
Obj. 2 – Perfil das Empresas
Co-patrocinadoras do Evento.
Obj. 3 – Retorno de Mídia dos
Co-patrocinadores do Evento.
Obj. 1 – Características do Evento
Esportivo Ironman Brasil 2008.
Obj. 4 – Percepção das Empresas
Co-patrocinadoras do Evento
em relação ao patrocínio esportivo e
ao retorno de mídia do Ironman Brasil.
Figura 3 - Etapas da abordagem metodológica
Fonte: Elaborado pelo autor
45
O primeiro momento foi caracterizado como uma pesquisa descritiva e
exploratória. O objetivo primordial deste tipo de pesquisa é descrever as
características de determinada população ou fenômeno (GIL, 1995); e esta ainda
pode ser caracterizada pela análise, classificação, explicação e interpretação dos
fenômenos observados (TUCKMAN, 2000).
Quanto à pesquisa exploratória, é conceituada como aquela que busca a
descoberta de novas idéias a respeito de um determinado assunto ou fenômeno
(CERVO; BERVIAN, 1983), ou seja, aquela que procura desbravar um novo
caminho.
E em relação ao segundo momento, optou-se pela descrição de caso com
abordagem qualitativa e do tipo descritivo, o qual é indicado para vislumbrar o
universo da percepção das empresas co-patrocinadoras de um evento esportivo
internacional em relação a determinados aspectos do evento e do patrocínio
esportivo.
A pesquisa qualitativa pode ser conceituada como um estudo que busca
identificar e analisar, de maneira profunda, as informações que não são mensuráveis
estatisticamente – tais como sentimentos, percepções, comportamentos e intenções
– de determinados indivíduos em relação a um fenômeno específico (PINHEIRO et
al, 2006). E este método envolve uma abordagem naturalista e interpretativa para o
mundo, o que significa que os pesquisadores estudam os aspectos em seus
cenários naturais, buscando entender, ou interpretar, os fenômenos em termos dos
significados que as pessoas a eles conferem (DENZIN; LINCOLN, 2007).
Garnica (1997) destaca que a pesquisa realizada na abordagem qualitativa
recebe um novo significado, sendo concebida, desta forma, como uma trajetória
circular ao redor do que se deseja compreender, não se preocupando única e/ou
antecipadamente com princípios, leis e generalizações, além de voltar sua atenção à
qualidade e aos elementos que são significativos para o observador-investigador.
Além dos pesquisadores ressaltarem a natureza socialmente construída da
realidade, a íntima relação entre o pesquisador e o que é estudado, e as limitações
situacionais que influenciam a investigação (DENZIN; LINCOLN, 2007).
E ainda, algumas características estão presentes na pesquisa qualitativa,
como: a imersão do pesquisador nas circunstâncias e contexto da pesquisa, o
mergulho nos sentidos e emoções; o reconhecimento dos atores sociais como
sujeitos que produzem conhecimentos e práticas; os resultados como fruto de um
46
trabalho coletivo resultante da dinâmica entre pesquisador e pesquisado; bem como
a aceitação de todos os fenômenos como igualmente importantes e preciosos: a
constância e a ocasionalidade, a freqüência e a interrupção, a fala e o silêncio, as
revelações e os ocultamentos, a continuidade e a ruptura, o significado manifesto e
o que permanece oculto (CHIZOTTI, 2003).
Pode ser considerado como um método de observação da realidade social,
ou seja, um meio de organizar os dados sociais preservando o caráter único do
objeto social estudado, bem como a consideração desta unidade social como um
todo, além da utilização de um conjunto de técnicas de pesquisa comuns nas
investigações sociais (Goode e Hatt apud SILVA; GODOI; BANDEIRA-DE-MELLO,
2006); e dentre estas técnicas destacam-se as utilizadas nesta pesquisa: a
realização de entrevistas, a observação participante e a utilização de documentos
pessoais.
3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES
A Latin Sports é uma empresa que atua há nove anos no segmento de
marketing esportivo. Apresenta variados eventos esportivos consolidados em sua
trajetória, como é o caso do Ironman Brasil, Ironman Brasil 70.3, Ayrton Senna
Racing Day, Rock’n Run, Volkswagen Run e Track & Field Run Series. (LATIN
SPORTS, 2008). Dentre os eventos esportivos organizados e desenvolvidos pela
Empresa, destaca-se o Ironman Brasil, o qual a empresa possui a concessão de ser
a única seletiva Latino-Americana para o Mundial de Ironman, no Havaí (IRONMAN
BRASIL, 2008; LATIN SPORTS, 2008), realizado anualmente, no mês de maio, na
cidade de Florianópolis, Santa Catarina. O Evento faz parte das 26 seletivas, que
acontecem em 17 países; além de ser considerado o maior evento de triathlon da
América Latina, bem como o maior evento esportivo regular do Brasil, considerando
a quantidade de países representados. (LATIN SPORTS, 2009).
O triathlon é uma modalidade esportiva que reúne três modalidades
independentes – natação, ciclismo e corrida – em ordem consecutiva e sem
interrupção da atividade (CBTri, 2008; BITENCOURT; NOGUEIRA, 2006; Wikipédia,
2009). E como as provas podem ser classificadas de acordo com as distâncias
47
percorridas, o Ironman compreende o percurso de 3,8 quilômetros de natação, 180
quilômetros de ciclismo e 42 quilômetros de corrida (CBTRI, 2008; FETRISC, 2008;
LATIN SPORTS, 2009; IRONMAN BRASIL, 2009; BITENCOURT; NOGUEIRA,
2006).
Participaram da pesquisa todos os co-patrocinadores do evento esportivo
Ironman Brasil 2008, sendo estes os representantes das seguintes Empresas: Brasil
Telecom, HSBC e Track & Field.
3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS
Em relação aos instrumentos, foram utilizados: dados secundários (registros
institucionais, dentre eles o Relatório de Mídia); o diário de campo; o questionário
para delinear o perfil das empresas co-patrocinadoras do evento e o roteiro para
entrevista semi-estruturado para a percepção dos co-patrocinadores. Visando um
melhor entendimento é possível observar, na figura 6, a relação entre os
instrumentos utilizados e os objetivos propostos pela pesquisa.
Figura 4 – Instrumentos da pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor
48
Diário de Campo
O diário de campo foi construído a partir da observação participante da
pesquisadora. A observação participante consiste em estabelecer uma participação
adequada dos pesquisadores dentro dos grupos observados de modo a reduzir a
estranheza recíproca, além de ter como pressuposto que a convivência do
investigador com o grupo estudado cria condições privilegiadas para que o processo
de observação seja conduzido e dê acesso a uma compreensão que de outro modo
não seria alcançável (MARTINS, 1996). Assim, Leininger (apud MARCON; ELSEN,
2000) subdivide o método em quatro fases: observação primária ou inicial,
observação inicial com alguma participação, participação com alguma observação, e
observação reflexiva. Destacando ainda que a participação da pesquisadora
segundo Lofland (apud MARCON; ELSEN, 2000) foi do tipo conhecida.
Dados Secundários
A coleta de dados secundários foi efetuada pela pesquisadora como fonte de
dados e com o objetivo de delinear o perfil das empresas co-patrocinadoras do
evento esportivo Ironman Brasil 2008.
Foram consultados determinados registros da Instituição organizadora do
Ironman Brasil 2008, a Latin Sports, principalmente releases e relatórios. É
importante destacar que foi utilizada a análise documental, através da qual não
foram analisados os documentos confidenciais da empresa.
Foi consultado também o Relatório de Mídia, através da análise documental,
realizado pela Latin Sports, empresa organizadora do Ironman Brasil 2008. E este
relatório foi construído a partir da Clipagem das seguintes mídias: redes de televisão
aberta e por assinatura, jornais do Brasil, revistas esportivas brasileiras, e internet.
Ainda, considera-se importante na análise documental - como fontes de informação
estável - a existência de registros da própria Instituição, na forma de documentos,
fichas, relatórios ou arquivos de computador (BARBOSA, 1999).
Para a delimitação do perfil das empresas co-patrocinadoras do Ironman
Brasil 2008 foi utilizado como base as informações encontradas nos endereços
eletrônicos das empresas Brasil Telecom, HSBC e Track & Field, visitados no
período de 15 a 16 de abril de 2009.
49
Roteiro para Entrevista Semi-estruturado “Percepção dos co
patrocinadores a respeito do patrocínio esportivo, relatório de mídia e
Ironman Brasil”
O roteiro semi-estruturado para pesquisa foi desenvolvido pela pesquisadora
a partir de estudo dos principais autores na área de Marketing Esportivo e da
vivência em estágio na empresa Latin Sports, a fim de atingir aos objetivos
propostos pela presente pesquisa. Procurou-se explorar os diversos aspectos
envolvidos na atuação e na percepção de cada uma das empresas co-
patrocinadoras, com base em 3 blocos, tais como: o Patrocínio Esportivo (Questões
1, 2, 3, 4, 5 e 16), Patrocínio do Ironman Brasil 2008 (Questões 6, 7, 8, 9 e 15) e, por
fim, o Retorno de Investimento neste evento (Questões de número 10 a 14).
Portanto, o roteiro é composto por 16 questões abertas de base e foi aplicada aos
co-patrocinadores do evento esportivo Ironman Brasil 2008, sempre adaptado ao
local e à forma mais conveniente para os executivos.
E quanto aos procedimentos para a coleta dos dados, o mesmo seguiu as
orientações a seguir. Inicialmente foi realizada uma reunião com os responsáveis
pela empresa organizadora do Ironman Brasil 2008, Latin Sports, com a finalidade
do conhecimento e explanação da pesquisa que seria desenvolvida, bem como para
obter a autorização para a realização da mesma.
Após a autorização dos Responsáveis, iniciaram-se as fases da pesquisa
propriamente ditas. Na primeira fase, ocorreram a observação participante e a
análise documental. A observação participante originou a construção do diário de
campo e consistiu da observação participativa nas diversas fases da organização do
evento, bem como na sua execução, além da interação com os envolvidos no
evento. Após o término deste, ocorreu a análise dos documentos institucionais, bem
como do seu Relatório de Mídia. Na segunda fase, ocorreram reuniões com os co-
patrocinadores do Ironman Brasil 2008 com o propósito de explanação da pesquisa
e agendamento das entrevistas. Na sequência, ocorreu o preenchimento do
questionário com as informações a respeito das empresas, bem como as entrevistas
com os co-patrocinadores do Ironman Brasil 2008.
50
3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
Para a análise dos dados foi utilizada a Análise Qualitativa do Conteúdo, onde
inicialmente faz-se uma leitura para a organização das idéias e após analisa-se os
elementos e regras que as determinam. Objetiva-se em uma melhor compreensão e
aprofundamento de suas características, extraindo os momentos mais importantes.
(RICHARDSON, 1999). A Análise Qualitativa do Conteúdo dá-se através da
abreviação da análise do conteúdo e da categorização simples. Visando um melhor
entendimento, a distribuição dos tratamentos utilizados, de acordo com os objetivos
propostos, está apresentada na figura 5.
Figura 5 - Diagrama de análise dos dados
Fonte: Elaborado pelo autor
51
4 RESULTADOS
Neste capítulo buscou-se adentrar no histórico e nas características
peculiares ao evento Ironman, tanto na sua magnitude internacional como nacional.
Foi efetuada uma coleta das informações pertinentes ao tema proposto pela autora,
onde as empresas co-patrocinadoras do Ironman Brasil 2008 responderam à
pesquisa em questão. Posteriormente ocorreu a análise dos dados obtidos com as
informações coletadas, onde foi feita uma ligação da prática com a bibliografia
existente.
4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO IRONMAN BRASIL 2008
Ironman é uma competição de triathlon, conhecida mundialmente, que conta
com um percurso de 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida,
mostrando-se uma prova de resistência, determinação e superação de limites
(IRONMAN BRASIL, 2008).
Segundo dados da Confederação Brasileira de Triathlon (CBTRI, 2008), a
modalidade triathlon surgiu em um clube de atletismo, na cidade de San Diego, no
ano de 1974, quando ao dar férias para seus atletas, o treinador prescreveu treinos
de diferentes modalidades, como ciclismo e natação, afim de que os mesmos
pudessem descansar um pouco dos treinos de atletismo, o que ocasionou em uma
satisfação dos atletas por aquelas modalidades. Entretanto foi no ano de 1978, no
Hawaii que o triathlon iniciou como competição, começou como uma brincadeira
entre amigos, que conversavam sobre as principais competições que por ali
aconteciam, como a Maratona de Honolulu, a Volta Ciclística de Oahu e a Travessia
da baía de Waikiki. O norte-americano John Collins desafiou os demais, falando que
o verdadeiro Ironman, o “Homem de Ferro”, seria quem conseguisse fazer uma
prova que englobasse essas três modalidades em seqüência e assim deu-se inicio a
competição de triathlon no mundo, com o grande evento Ironman como precursor.
O Evento envolve pessoas dos mais variados países, englobando atletas,
familiares, público, empresas e profissionais responsáveis pela organização. O
Ironman possui 26 seletivas, em 17 países alocados pelo mundo, conforme podem
52
ser visualizados na figura 5. Cada uma destas seletivas concede de 50 a 80 vagas,
para os atletas melhores qualificados, para a grande final na ilha de Kona, no
Hawaii. Ilha esta que na época de Ironman recebe aproximadamente cerca de 30 mil
visitantes (IRONMAN BRASIL, 2008).
Figura 6 – Países em que ocorrem as seletivas para a competição Ironman no Havaii
Fonte: Latin Sports (2008)
Há nove anos sob a chancela da Latin Sports, o Ironman Brasil, única seletiva
Latino-Americana, teve no seu a cidade de Porto Seguro (BA) como sede.
Entretanto, no ano de 2001 foi deslocado para a cidade de Florianópolis (SC) devido
à boa localização, o envolvimento da sociedade local, apoio do setor público,
situação geográfica e a logística favorável. A capital Catarinense ficou conhecida
hoje em dia carinhosamente como a Cidade Ironman. Desde o seu inicio, o número
de atletas tem crescido consideravelmente, passando de 250 competidores no ano
de 2000, para um total de 1.300 inscritos no ano de 2009 (IRONMAN BRASIL,
2009).
A empresa Latin Sports firmou sua parte social, utilizando a filosofia “Carbono
Neutro” e desenvolveu ações sociais, como a realizada no ano de 2008, onde a
empresa reverteu mais de 33 mil reais para a APAE de Florianópolis, advindos do
leilão de 50 vagas extras para atletas, lançadas em leilão eletrônico (e-bay).
53
O Ironman Brasil 2008 teve inicio com a largada dos competidores na Praia
de Jurerê Internacional, às 7 horas da manhã do dia 25 de maio de 2008 e finalizou-
se às 24 horas do mesmo; quando os últimos atletas cruzaram ao pórtico de
chegada, localizado dentro das dependências do Clube Doze de Agosto, também
localizado em Jurerê Internacional. O Evento contou com a participação de 1.250
atletas, advindos de 43 países.
O Evento dispôs ainda da Expo Iron, feira de material esportivo, acoplando
desde acessórios para a prática esportiva à bicicletas especializadas com tecnologia
de ponta. A feira era constituída de stands, onde com uma antecedência, as
empresas interessadas em expor sua marca e seus produtos, puderam comprar seu
espaço. Todo o processo de venda destes stands na Expo Iron, fica a cargo da
administração da empresa parceira Serpa Produções.
Além da divulgação pela empresa organizadora no material promocional do
evento, as empresas co-patrocinadoras realizaram ações paralelas na arena de
prova, divertindo e entretendo o público de aproximadamente 25.000 visitantes, em
um período de seis dias.
O evento, na sua magnitude, necessitou de uma estrutura de grande porte
para a sua possível realização, disponibilizou produtos dos mais variados para a
nutrição adequada de seus atletas participantes e envolveu pessoas nas mais
diversas funções. Entre estes, pode-se citar quanto às pessoas envolvidas:
Equipe de Produção – 800 pessoas;
Equipe Técnica – 70 pessoas;
Equipe Operacional – 50 pessoas;
Equipe Médica e de Saúde – 120 pessoas;
Voluntários – 2.000 pessoas;
Segurança – 500 pessoas;
Forças Armadas – 300 pessoas.
Quanto à nutrição, disponibilizou:
870 kg de massa;
60.000 copos de água;
13.240 litros de isotônico;
19.000 bananas;
5.000 litros de refrigerante;
54
4.800 unidades de Power Gel;
15.000 squeezes.
O evento contou com uma estrutura de:
200 toneladas de estrutura metálica;
Stands promocionais;
Tendas para apoio e transição;
Ambulâncias UTI’s
Helicóptero UTI;
Rádios comunicadores interligados.
As cotas de patrocínio esportivo do Ironman Brasil 2008 foram:
Co-Patrocinadores – Brasil Telecom; HSBC; Track & Field.
Apoiadores – Gatorade; UNIMED; Nutrella; Fundesporte; Secretaria de
Estado de Turismo, Cultura e Esporte; Estado de Santa Catarina; Prefeitura
Municipal de Florianópolis; Red Bull; Barilla; Power Bar; FETRISC; TRI Sport;
TV Latin Sports; Companhia de Viagem; Band News; Band Sports;
Clickhotéis.com.br; Associação Brasileira de Esportes Endurance; Carbono
Neutro.
4.2 PERFIL DAS EMPRESAS CO-PATROCINADORAS
Com o intuito de delinear as características individuais das três empresas co-
patrocinadoras do evento Ironman Brasil 2008, que são: Brasil Telecom, HSBC e
Track & Field, foi levantando um breve histórico destas empresas.
A primeira empresa identificada foi a Brasil Telecom, atuante no ramo de
telecomunicações. Teve seu início após a cisão do grupo Telebrás, em 22 de maio
de 1998. É a principal empresa de serviços convergentes da América Latina,
destaca-se por ser uma das empresas mais estáveis do Brasil e possui como base
13 milhões de clientes, sendo 10,4 milhões de linhas telefônicas instaladas, 4
milhões de acessos moveis, 282 mil terminais de uso publico e 1,6 milhão de
55
acessos internet banda larga. Conta com 17 mil funcionários e apóia projetos que
contribuam para o desenvolvimento do país (BRASIL TELECOM, 2009).
A segunda empresa a ser descrita é o HSBC Bank Brasil, atuante no mercado
Brasileiro desde 1997, quando assumiu as operações do extinto Banco Bamerindus.
Conta aproximadamente com uma carteira de 2,9 milhões de clientes Pessoa Física
e aproximadamente 313 mil clientes Pessoa Jurídica. Atua no cenário nacional em
565 municípios e dispõe de larga presença em ambientes de atendimento ao cliente,
garantindo um padrão ético, justo e responsável. A matriz do grupo ao qual faz
parte, HSBC Holding plc, foi fundada em 1865, com sede em Londres, caracteriza-se
por ser uma das maiores organizações de serviços financeiros de bancários do
mundo, contando com 10.000 escritórios, 315 mil colaboradores e aproximadamente
128 milhões de clientes ao redor dos 83 países que atua (HSBC, 2009).
A terceira e última empresa co-patrocinadora do Ironman Brasil 2008 a ser
apresentada é a Track & Field, que se iniciou no ano de 1988, no segmento
desportista. Foi inspirada pelo esporte cultuado pelos sócios fundadores, o triathlon.
Atualmente conta com mais de 30 lojas ao redor do país, sendo reconhecida no
mercado de varejo de moda esportiva e praia pela alta tecnologia dos produtos,
garantindo mais conforto e performance ao esportista. Ao firmar parceria com a
marca americana Ironman, no ano de 2005, para a comercialização dos tecidos de
alta performance conhecidos como Ironwave, Lycra e Ironair, ganhou destaque no
mundo dos esportes e dado ao evidente sucesso no mercado atingido, a World
Triathon Association WTC, dona da marca Ironman, permitiu o investimento por
parte da Track & Field no desenvolvimento do tênis Ironman, sucesso de vendas,
sendo posteriormente considerado o melhor lançamento de 2008, segundo a revista
especializada Contra-Relógio (TRACK & FIELD, 2009).
4.3 ANÁLISE DO RETORNO DE MÍDIA
O retorno de mídia obtido pelas empresas co-patrocinadoras do evento
Ironman Brasil 2008 foi mensurado através do método de clipagem, elaborado por
uma empresa especializada nesta área. A empresa reuniu informações, releases,
notas, manchetes, matérias e artigos que divulgaram o evento e seus
56
patrocinadores, dentro do período de até três meses após o evento. Importante frisar
que estas veiculações foram mídias espontâneas, característica esta muito comum
na área de Marketing Esportivo, onde torna-se uma das principais vantagens. O
cálculo do Retorno Geral de Mídia do Evento pode-se observar no Gráfico 3.
30%
3%
67%
Total Geral de Retorno de Mídia do Evento Ironman Brasil 2008 - R$ 8.478.712,70
Mídia Impressa R$ 2.573.069,85
Mídia On-line (internet) R$ 232.500,00
Mídia Eletrônica R$ 5.673.142,85
Gráfico 3 – Composição do Retorno de Mídia do Ironman Brasil 2008
Fonte: Latin Sports (2008)
Através de dados extraídos do Relatório de Mídia do Ironman Brasil 2008,
apresentado no Gráfico 3, pode-se constatar que foi através da Mídia Eletrônica, que
o evento/patrocinador obteve o maior retorno, seguido pela mídia impressa e da
mídia on-line (internet).
Os presentes resultados são decorrentes da divulgação em 82 veículos de
comunicação. Os estudos realizados consideram separadamente cada tipo de mídia,
fazendo-se assim as análises pertinentes e necessárias para um maior
entendimento do retorno de mídia. A seguir destaca-se o resultado de mídia
individualizado.
4.3.1 RETORNO DE MÍDIA ELETRÔNICA
Este retorno é mensurado de acordo com o tempo em que o programa ficou
no ar, ao seu horário de exibição e o valor que seria cobrado para uma exposição
equivalente contratada, caso a mídia não fosse espontânea. Pondera-se o valor de
57
um minuto em determinada empresa de televisão e multiplica-se pelo tempo em que
o programa foi exibido, levando-se em consideração um importante fator, o horário
deste programa. Além da variação de custo, dependendo do veículo, os valores
variam muito em decorrência do horário de exibição, chegando a custos maiores no
horário dito nobre.
A seguir, tem-se a Tabela 1, representando os programas com as datas e
horários de exibição, tempo de duração e o retorno obtido pelos patrocinadores
quanto a divulgação do evento.
Tabela 1 - Total de Retorno de Mídia Eletrônica do Ironman Brasil 2008
DATA HORA PROGRAMA / REDE DE TV TEMPO CUSTO EM R$
31/5/2008 19:30:00 Record Litoral / TV Record 00:12:15 68.355,00
2/6/2008 12:00:00 Record News / TV Record 00:12:15 57.080,10
2/6/2008 18:00:00 Record News (rep) / TV Record 00:12:15 145.772,55
4/6/2008 12:30:00 Bandsports News / Bandsports 00:19:08 131.790,40
4/6/2008 19:00:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 253.937,60
4/6/2008 23:30:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 253.937,60
8/6/2008 09:30:00 Esporte Espetacular / TV Globo 00:07:11 1.085.570,00
8/6/2008 11:00:00 Cia de Viagem / TV Bandeirantes 00:25:00 987.990,00
8/6/2008 12:30:00 Esporte Espetacular (rep) / SporTV2 00:07:11 49.478,80
8/6/2008 19:00:00 Esporte Espetacular / SporTV2 00:07:11 95.337,20
9/6/2008 18:00:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 131.790,40
9/6/2008 20:30:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 253.937,60
12/6/2008 08:00:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 96.968,40
12/6/2008 19:00:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 253937,6
12/6/2008 21:00:00 Bandsports News (rep) / Bandsports 00:19:08 253.937,60
15/6/2008 11:00:00 Cia de Viagem / TV Bandeirantes 00:25:00 987.990,00
15/7/2008 04:30:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV 00:07:00 22.320,00
15/7/2008 08:00:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV 00:07:00 22.320,00
15/7/2008 15:30:00 Zona de Impacto / SporTV2 00:07:00 58.154,40
15/7/2008 23:30:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV2 00:07:00 139.634,40
16/7/2008 03:30:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV 00:07:00 22.320,00
16/7/2008 08:00:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV 00:07:00 22.320,00
16/7/2008 16:00:00 Zona de Impacto / SporTV2 00:07:00 58.154,40
17/7/2008 07:30:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV 00:07:00 22.320,00
17/7/2008 16:00:00 Zona de Impacto / SporTV 00:07:00 58.154,40
17/7/2008 23:00:00 Zona de Impacto (rep) / SporTV 00:07:00 139.634,40
TOTAL DE RETORNO DE MÍDIA ELETRÔNICA 05:31:22 5.673.142,85
Fonte: Latin Sports (2008) (Tempo em hora:minuto:segundo)
58
Constata-se na Tabela 1 que no total, a mídia eletrônica apresentou 26
reportagens, em 5 horas, 31 minutos e 22 segundos de exibição e um valor de R$
5.673.142,85.
Agrupando-se os dados da Tabela 1 acima, determina-se a participação de
cada rede no total de retorno de mídia eletrônica, conforme Gráfico 4.
Gráfico 4 - Comparação de Mídia Eletrônica Fonte: Latin Sports (2008)
Analisando a participação relativa de cada veículo, a emissora que agregou o
maior retorno foi a TV Bandeirantes, com 64% do retorno obtido, seguida pela TV
Globo, com 19% do total para esta mídia. Já a emissora SporTV chegou a marca
dos 12% e por fim a TV Record, que agregou 5% a este retorno, conforme pode-se
observar no Gráfico 4.
De acordo com dados extraídos da Mídia Eletrônica, pode-se levar em
consideração ainda a divisão por tempo de participação em determinada Mídia,
como se apresenta a seguir no Gráfico 5.
59
Gráfico 5 - Participação no Tempo de Veiculação Fonte: Latin Sports (2008)
Com dados extraídos do Gráfico 5, percebe-se que a TV Bandeirantes foi a
emissora que por mais tempo divulgou matérias referentes ao Evento, alcançando
um total de 61% do período total de veiculações, seguido por 26% obtido pelo
SporTV, a TV Record ficou com 11% e a TV Globo foi responsável por 2% do total
de participação no tempo de veiculação na mídia eletrônica.
Observa-se também o fato da TV Globo conquistar o segundo maior retorno
(Gráfico 4), com somente uma inserção de 7 minutos e 11 segundos que
corresponde a apenas 2% do tempo total, conforme Gráfico 5. O mesmo programa,
exibido no mesmo dia, porém em horários diferente e em outra emissora, ainda que
parceira da TV Globo, obteve um retorno menor. Torna-se clara a questão do
alcance, da audiência e do impacto daquele programa, no seu horário e veículo,
bem como a diferença de custo.
4.3.2 RETORNO DE MÍDIA IMPRESSA
Para melhor visualização e análise apresenta-se separadamente a exposição
em jornais e revistas e seu correspondente retorno de mídia, de acordo com a
Tabela 2.
60
Tabela 2 – Retorno de Mídia Impressa - Jornal
VEÍCULO CM TOTAL FOTO CUSTO EM R$
JORNAL DO BRASIL - RJ 277,85 1 213.166,00
DIÁRIO CATARINENSE - SC 1.383,77 12 138.879,05
DIÁRIO DO GRANDE ABC - S.ANDRÉ - SP 338,57 2 93.075,33
TRIBUNA DE MINAS - JUIZ DE FORA - MG 221,70 2 87.437,59
JORNAL DE BRASÍLIA - DF 498,33 3 75.254,51
DIÁRIO DO POVO - CAMPINAS - SP 279,68 3 24.933,76
JORNAL DA CIDADE - JUNDIAÍ - SP 128,88 3 22.857,42
O DIA - SP 194,40 2 22.191,20
JORNAL V.DO SINO - S. LEOPOLDO - RS 422,79 3 16.682,65
JORNAL MEIO & MENSAGEM - SP 121,97 1 14.919,68
NOTÍCIAS DO DIA - SC 410,28 4 12.257,00
A NOTÍCIA - JOINVILLE - SC 194,47 2 10.167,74
ZERO HORA - RS 135,02 1 10.101,20
LANCE ! - SP 71,09 1 8.383,39
JORNAL DA CIDADE - ARACAJU - SE 165,46 1 8.155,11
A TRIBUNA - SANTOS - SP 187,76 4 7.820,56
O ESTADO DE S.PAULO - SP 7,71 - 7.720,82
PIONEIRO - CAXIAS DO SUL - RS 135,09 1 7.027,26
O ESTADO DO PARANÁ - CURITIBA - PR 74,00 1 6.440,00
O ESTADO DO MARANHÃO - MA 23,14 1 5.123,90
GAZETA MERCANTIL - SP 6,86 - 4.037,42
JORNAL DO TOCANTINS - TO 52,32 1 3.831,20
O TEMPO - B. HORIZONTE - MG 12,75 - 3.785,00
TRIBUNA DA BAHIA - BA 9,00 - 3.143,00
TOTAL (24 Veículos) 5.020,67 49 807.390,78
Fonte: Latin Sports – Ironman Brasil 2008
O Valor do Retorno de Mídia Impressa – Jornal foi de R$ 807.390,78, como
demonstrado na Tabela 2. Este retorno foi calculado com base nos valores da
centimetragem dos espaços de jornal, a presença ou não de fotos e a tiragem dos
periódicos.
Avaliou-se o retorno obtido com os jornais de forma a serem separados por
seus Estados de publicação, a fim de se perceber as regiões que mais divulgaram o
Ironman Brasil 2008, assim como se pode observar no Gráfico 6.
61
Gráfico 6 - Retorno de Mídia Impressa – Jornal por Estado
Fonte: Tabela 2
A participação relativa de cada unidade da federação no total do retorno de
mídia impressa - jornal está apresentada no gráfico 6. Observa-se que 83% de
exposição foram proporcionadas por jornais dos estados de Rio de Janeiro, São
Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais. O Rio Grande do Sul e Paraná, estados
vizinhos, com cerca de 5% do total, pouco contribuíram para o resultado.
Quanto às revistas, foram encontradas as exposições conforme Tabela 3, a
seguir.
62
Tabela 3 – Retorno de Mídia Impressa - Revistas
VEÍCULO CM TOTAL FOTOS RETORNO EM R$
REVISTA TRISPORT - RJ 5.341,13 42 621.428,80
REVISTA VO2 - SP 1.826,08 2 539.892,54
REVISTA ATLETAS INFO 2.495,62 24 302.119,76
REVISTA VEJA - SP 114,28 0 140.202,18
REVISTA O2 - SP 655,68 5 89.552,77
REVISTA BIKE ACTION - SP 866,70 8 59.498,96
REVISTA SPORT LIFE - SP 90,00 3 12.310,20
REVISTA RUNNING BRASIL - SP 20,42 0 673,86
TOTAL (8 Veículos) 11.409,91 84 1.765.679,07
Fonte: Latin Sports (2008)
De acordo com a Tabela 3, constata-se que excetuando a Revista VEJA
contribuindo com 8% do retorno, há a predominância de divulgação em revistas
ligadas ao Esporte. O maior retorno foi proporcionado pela Revista TRISPORT, do
Rio de Janeiro, com 35%; seguido pela Revista VO2, de São Paulo com 31%, e na
terceira posição a Revista ATLETAS INFO, com 17% do retorno de mídia impressa –
revistas.
O Retorno de Mídia Impressa total – jornais mais revistas – foi de R$
2.573.069,85, sendo que cerca de 70% deste valor é proveniente de exposições em
revistas.
4.3.3 RETORNO DE MÍDIA ON-LINE (INTERNET)
Conforme já abordado anteriormente, sabe-se da grande dificuldade em
mensurar notícias na internet, devido a sua ampla e veloz divulgação. Ainda não se
tem controle exato, e tampouco se sabe se algum dia terá, todavia, seu efeito pode
bem ser sentido em todos os setores da economia.
O retorno de mídia on-line foi de R$ 232.500,00, com 86 matérias veiculadas
em 26 veículos, e 40 fotos expostas, como apresentado na Tabela 4.
63
Tabela 4 – Retorno de Mídia On-line (Internet)
VEÍCULO Nº DE MATÉRIAS FOTOS RETORNO EM R$
O RADICAL - SP 14 - 58.000,00
WEB RUN - SP 18 30 37.000,00
YAHOO! BRASIL NOTÍCIAS - SP 8 - 17.000,00
ESPN BRASIL - SP 7 - 16.000,00
GAZETA ESPORTIVA NET - SP 4 - 11.000,00
FINAL SPORTS - RS 4 - 9.000,00
METRÓPOLE ONLINE - SP 4 - 9.000,00
MEIO & MENSAGEM - SP 3 1 7.000,00
CLIC RBS - SC 2 2 5.000,00
DIÁRIO DE TAUBATÉ - SP 2 - 5.000,00
FOLHA DE LONDRINA - PR 2 1 5.000,00
METROPOLITANO SC - SC 2 1 5.000,00
PRESS MKTE - SP 2 - 5.000,00
RALLYBRASIL - SP 2 2 5.000,00
UOL - SP 1 1 5.000,00
A NOTÍCIA - JOINVILLE - SC 1 - 3.500,00
ACONTECENDOAQUI - SC 1 - 3.000,00
ADJORISC - SC 1 - 3.000,00
JB ON LINE - RJ 1 - 3.000,00
JORNAL CORREIO DA ILHA - SC 1 - 3.000,00
MAXPRESS NET - SP 1 - 3.000,00
MOTONLINE - SP 1 1 3.000,00
O POVO - RJ 1 - 3.000,00
SOL.SC.GOV - SC 1 - 3.000,00
TRIBUNA CATARINENSE - SC 1 - 3.000,00
ZERO HORA - RS 1 1 3.000,00
TOTAL (26 Veículos) 86 40 232.500,00
Fonte: Latin Sports (2008)
Finalizando, com base nos valores apresentados, chegou-se ao montante de
R$ 8.478.712,70 de Retorno de Mídia do Evento/Patrocínio.
Deve-se acrescentar a este resultado o retorno espontâneo advindo de rádios
AM e FM, veículos estes não diretamente mensurados.
64
4.4 ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DAS EMPRESAS CO-PATROCINADORAS
Com o intuito de obter um maior conhecimento e entendimento da percepção
das empresas co-patrocinadoras, quanto ao Patrocínio Esportivo, Patrocínio do
Ironman Brasil 2008 e ao Retorno de Investimento, questionou-se aos entrevistados
das empresas Brasil Telecom, HSBC e Track & Field, e suas respostas foram
agrupadas, comparando-as questão a questão e confrontando com autores da área.
Por entender tratar-se de estratégia interna da empresa, a Track & Field não
pode disponibilizar determinados dados.
O roteiro de entrevista foi respondido pelo então Diretor de Marketing da
Brasil Telecom, no ano de 2008, que destacou primeiramente os patrocínios
esportivos realizados pela empresa em um período dos últimos três anos. O
entrevistado realça que firmaram-se parcerias fortes e estáveis, como o caso da
Equipe Brasil Telecom de Vôlei Feminino, a Equipe Brasil Telecom de Atletismo,
Equipe de Vôlei Masculino da UPIS. Ainda neste ramo, patrocinou eventos como
Copa Brasil de Vôlei, Torneio Brasil Telecom de Vôlei (destinado a comunidades
carentes), Ironman Brasil e Ironman Brasil 70.3. Estava ao lado de 40 atletas e de
paraatletas em variadas modalidades. Foram também efetuadas ações à
comunidade, como a cobertura de quadras poliesportivas. Apóia ainda o Projeto
Esporte Clube Cidadão da Vila Restinga, promovendo o resgate da cidadania pelo
esporte e fornecendo cursos de capacitação profissional em gastronomia para seus
familiares.
Enquanto que o HSBC contou com a participação da Gerente de Campanhas
de Incentivo, também do ano de 2008, que expôs que a empresa visa patrocinar
eventos e espetáculos esportivos, não se atendo ao patrocínio de atletas individuais,
clubes futebolísticos ou esportes violentos, pois não fazem parte do perfil da
Empresa. Tem como base o patrocínio de eventos das modalidades de golf, tênis,
hipismo, vela e o próprio Ironman Brasil. A Empresa patrocina ainda a HSBC Arena,
localizada no Rio de Janeiro. Entretanto com a crise dos dias atuais, o HSBC tem
dado uma maior ênfase em eventos culturais, que também estão de acordo com a
filosofia da Empresa.
Já na Track & Field, a Coordenadora de Marketing, atuante no ano de 2008,
mostrou que a empresa possui no seu histórico de eventos esportivos o patrocínio
65
por oito anos consecutivos do Ironman Brasil e há três anos, também consecutivos,
o Ironman Brasil 70.3. Está incluído nestes eventos o seu circuito próprio de
corridas, o Track & Field Run Series, que possui etapas em diversas cidades
brasileiras. Entre outros patrocínios, a empresa apóia ainda o evento Fashion Run.
Questionados a respeito das razões que motivaram as empresas a investir
em patrocínio esportivo, a Brasil Telecom busca pela construção de um
posicionamento específico e a diferenciação de sua marca, focando na aproximação
dos mercados-alvo, envolvendo-se na realidade social e comunitária das pessoas
que localizam-se nas áreas de atuação geográfica da empresa. Já o HSBC acredita
que o patrocínio esportivo torna-se motivante devido ao tamanho da visibilidade que
este ocasiona, ao vínculo que se forma entre a marca patrocinadora e a modalidade
patrocinada, a imagem da Empresa que fica vinculada com a filosofia de qualidade
de vida e superação, advindos do esporte. Enquanto que para a Track & Field seu
principal objetivo com estas parcerias é apoiar eventos que estimulem
constantemente a prática esportiva. Melo Neto (2000), confirma que as empresas
patrocinam pela promoção institucional de suas marcas através de grande
exposição, veiculação máxima, adequação perfeita entre seu produto e a
modalidade esportiva, cultural ou social escolhida, e o máximo de agregação de
valor ao seu nome e marca.
As respostas de duas empresas quanto aos critérios para a efetivação do
patrocínio esportivo foram: segundo o entrevistado, para a Brasil Telecom, os
projetos a serem patrocinados são selecionados de acordo com o grau de filosofia e
características compatíveis com os da Empresa. Necessariamente precisam ser
projetos que transformem idéias em ações reais e efetivas de conquista de share of
mind (lembrança espontânea) e dinamizem a imagem da empresa. A entrevistada do
HSBC diz que a empresa apóia eventos que estejam dentro dos padrões de filosofia
e perfil da empresa, que atendam a um mesmo segmento. A Empresa organizadora
do evento precisa ser séria e de qualidade, a parceria deve proporcionar um bom
retorno de mídia, viabilizar a presença dos clientes especiais HSBC durante o
desenvolver do evento e os proveitos a serem tirados pela junção da marca do
evento com a marca HSBC precisam ser palpáveis. Pitts e Stotlar (2002) confirmam
as afirmações das empresas, afirmando que as organizações esportivas devem
concentrar-se nos patrocínios que acessam segmentos específicos dentro do
mercado. Para Melo Neto (2000), o marketing esportivo ganha maior eficácia quando
66
o evento e/ou produto (atleta, equipe e clube) estão diretamente relacionados com o
segmento de mercado da empresa patrocinadora. No caso do patrocinado ser um
atleta, este deve ter seu perfil pessoal e profissional condizente com o perfil dos
clientes da empresa patrocinada.
Quando indagadas quanto à forma de dotação de recursos para o patrocínio
esportivo, a empresa Brasil Telecom respondeu que utilizava para tais ações um
percentual advindo do FUNDESPORTE, devido à sua alta contribuição de ICMS;
todas as ações possuem um objetivo fim a ser alcançado, agregar resultados à
companhia. Em contrapartida a entrevistada da empresa HSBC relata que a
empresa destina uma verba limitada ao setor de marketing da empresa, recurso este
que será investido tanto em patrocínio esportivo, como em qualquer ação de
marketing que se mostre pertinente ao momento vivido pela empresa.
Perguntou-se as empresas qual era o processo de seleção dos projetos a
serem patrocinados. As duas empresas que responderam, Brasil Telecom e HSBC,
reafirmaram a importância do grau de filosofia e características compatíveis com os
da empresa. Afirmando esta resposta, Sbrighi (2006) comenta que de acordo com o
público-alvo da empresa, é possível segmentar o evento através do Esporte,
atendendo a dispersão de investimentos num evento que não contemple o
espectador desejado. Entretanto o HSBC complementa sua resposta informando a
importância da idoneidade da empresa que realizará o projeto, o fato de o público-
alvo ser o mesmo ou não da empresa, se as características do evento estão de
acordo com o perfil da empresa. Para tal, Nicoloni (2006) ressalta a grande
variedade de critérios de escolha que a serem levadas em consideração no
momento de uma possível parceira. Cada cliente tem seu comportamento e
estratégias próprias.
Com relação ao Patrocínio do Evento Ironman Brasil, foi pesquisado com as
empresas participantes da entrevista, como cada uma identificou esta oportunidade.
A Brasil Telecom respondeu que esta chance surgiu no ano de 2001, quando um
colaborador, atleta principiante, encaminhou-se à área de Recursos Humanos,
buscando apoio para a realização da prova, que seria realizada pela primeira vez na
cidade de Florianópolis. Foi então que a Brasil Telecom verificou uma estratégia em
potencial, patrocinando não somente seu funcionário, como também um atleta mais
experiente na modalidade, a fim de lhe proporcionar suporte. Com isto, a Empresa
pode conhecer o Evento, e perceber uma lacuna vaga das outras empresas de
67
Telecomunicações, que não possuíam investimentos efetivos no esporte, e
identificou a relação da essência de um Ironman com as características da Empresa
(jovem, moderna, ousada, que rompe barreiras e supera limites). A empresa HSBC
foi procurada pela empresa Latin Sports, organizadora do Ironman Brasil, e
apresentou a proposta do evento com suas referidas cotas de patrocínio. O HSBC
percebeu uma boa oportunidade para a Empresa, que acreditou no sucesso desta
parceria; por coincidência tinha-se implementado havia pouco tempo uma política de
vendas dentro que chamava-se “triathlon de resultados”, que nada mais era do que
a busca por superações de limites, uma busca constante de cada colaborador por
uma melhora contínua em seus resultados, assim como acontece no Ironman, com
os atletas, a busca constante pela superação. Com isto, a empresa acredita ter sido
ainda mais interessante começar o patrocínio do Ironman no ano de 2008.
Quando questionadas o motivo pelo qual investiram no Ironman Brasil 2008, o
entrevistado da Brasil Telecom falou que foi identifica uma poderosa ferramenta de
marketing na construção da imagem e do posicionamento empresarial desejado; um
instrumento de realização da responsabilidade social desposada pela Brasil Telecom
nas suas diretrizes estratégicas, como saúde, qualidade de vida, inclusão, educação
e valores construtivos. Notou-se a relação existente da essência de um Ironman com
as diretrizes da organização (empresa ágil, jovem, moderna, ativa, disciplinada,
ousada, que rompe barreiras e supera limites). A entrevistada do HSBC destacou o
fato da empresa organizadora do evento, Latin Sports, ser bastante confiável,
preocupada em demonstrar a seus parceiros onde está sendo empregado o dinheiro
investimento, assim como a filosofia e o perfil do Evento estarem nitidamente ligados
com o dia-a-dia dos funcionários da empresa. Já a Track & Field relatou que o
Ironman Brasil é um evento que faz parte da identidade da empresa. Dando suporte
as referidas respostas, Nicoloni (2006) enfatiza que muitas empresas escolhem
determinado evento pois este promove disputas entre os melhores em nível
internacional de cada modalidade esportiva. Podendo optar-se pelo Ironman,
altamente seletivo, visando à identificação do cliente com a figura do vencedor.
Os entrevistados foram questionados referentes à forma de integralização do
investimento no Ironman Brasil 2008. O representante da Brasil Telecom reafirmou
que seus recursos foram destinados pelo FUNDESPORTE, sendo a Brasil Telecom
uma das maiores contribuintes de ICMS do Estado, beneficiando-se desta lei
estadual do SEITEC. Enquanto que o HSBC afirmou ter sido integralizado da forma
68
mais comum, a financeira. Sbrighi (2006) relata que um patrocinador possui duas
diferentes maneiras de investir em um projeto, seja pela contribuição com produtos
ou serviços, com o intuito de divulgar o seu produto, ou como suporte financeiro,
onde o patrocinador destina determinada verba ao projeto.
Na sequência das perguntas, procurou-se saber se as empresas co-
patrocinadoras efetuaram alguma ação paralela ao evento, a fim de aproveitar o
potencial do mesmo. O entrevistado respondeu que a Brasil Telecom realizou
algumas ações no decorrer do Evento, visando seu potencial de abrangência, como
por exemplo a montagem de um stand inflável especial da Brasil Telecom, com
pessoas especializadas para oferecer apoio aos clientes interessados em acesso à
internet. Colocou-se ainda balão de divulgação e foram acrescentados telefones
públicos em toda a região da arena, ações ilustradas na Figura 6. Relatou ainda que
a empresa não somente patrocina o Evento, ela envolve-se em todo o projeto,
sabendo da importância de equilibrar a ação social com o seu retorno de Marketing.
Figura 7 - Ações Promocionais da Brasil Telecom no Evento Ironman Brasil 2008
Fonte: Latin Sports (2008)
Enquanto que a entrevistada da empresa HSBC julga importante manter um
vínculo de negócio em todo patrocínio esportivo, realizando ações paralelas no
Evento, a fim de difundir a marca, possíveis possibilidades de abrir novas contas,
criar credibilidade com os atletas. Contudo, como a parceria ficou acertada muito
próxima à data da realização do mesmo, não houve tempo hábil para tal. Com o
intuito de aproveitar o potencial do Ironman Brasil 2008, foram convidados clientes
para prestigiarem este espetáculo juntos da Empresa, na Hospitality Center (Área
VIP do Evento), ilustrado na Figura 7.
69
Figura 8 - Hospitality Center Ironman Brasil 2008
Fonte: Latin Sports (2009)
A entrevistada da Track & Field por sua vez, afirma que no ano de 2008 a
Empresa promoveu várias ações paralelas ao Ironman Brasil, a fim de estreitar os
laços e entreter seus clientes. Foi montado um stand para a divulgação do
lançamento do tênis Ironman (desenvolvido com exclusividade pela Track & Field),
onde os clientes podiam experimentar e testar o produto. A marca também montou
um espaço na arena do evento, destinado aos amigos, parentes e torcedores, com a
finalidade de prepararem cartazes de incentivo para os “Homens e Mulheres de
Ferro”; havia ainda monitores fazendo pinturas nos rostos das crianças e distribuindo
bexigas e esculturas de balões. Outra ação paralela para os visitantes da arena era
a possibilidade de serem tiradas fotos instantâneas, que eram tanto enviadas para o
e-mail do participante, como entregue uma cópia impressa, com uma moldura
personalizada do evento. As ações da Track & Field encontram-se ilustradas na
Figura 9.
70
Figura 9 - Ações Promocionais realizadas pela Track & Field no Ironman Brasil 2008
Fonte: Latin Sports (2008)
Corroborando com os entrevistados, Sbrighi (2006) acrescenta ainda que
deve-se procurar não somente uma empresa capaz de patrocinar monetariamente
determinado evento, mas sim que esta empresa esteja engajada em participar de
outras ações, inclusive divulgações em cima deste patrocínio. Que possa tirar
proveito com uma abrangência maior e da melhor maneira possível este patrocínio.
Questionou-se aos entrevistados quanto a fixação da marca ou do produto da
empresa, como eles avaliavam o Patrocínio do Ironman Brasil 2008. Foi respondido
pelo representante da Brasil Telecom que a fixação da marca é devido a grande
visibilidade, tanto na mídia espontânea como nas características da cidade na época
do Evento; movimentação intensa de pessoas locais, atletas vindos de outras
localidades, familiares, turistas e pessoas envolvidas, gerando um impacto
econômico parecido com os períodos de alta temporada da cidade catarinense. Em
anos anteriores, a Empresa conquistou o Prêmio de Conceito e Imagem no
segmento esportes, através de declarações do público, que a classificou entre as
três empresas mais citadas. Concordando, a representante do HSBC afirma que
além dos pontos positivos já mencionados, o Ironman Brasil 2008 trouxe também
71
uma maior visibilidade a empresa perante o público do triathlon, foi criada uma
ligação das marcas, fato este sempre muito importante. Afif (2000) confirma a busca
constante de uma visibilidade espontânea, a simpatia perante o publico e a mídia e a
projeção da marca como alguns dos benefícios atingidos por quem investe na área
de marketing esportivo.
O representante da Brasil Telecom, quando questionado a respeito da análise
sobre o retorno de mídia do Ironman Brasil 2008, respondeu que todo investimento
em Evento esportivo prevê-se a geração de retornos aos patrocinadores e
apoiadores, conforme dados, o retorno de mídia espontânea obtido no ano de 2008,
foi de R$ 8.478.712,70. Na própria cidade de Florianópolis o impacto financeiro foi
também bastante elevado durante a semana do Evento. A mesma indagação foi
realizada à representante do HSBC, sua resposta foi que patrocínio do Evento, foi
de qualidade. A entrevistada acrescenta que todo patrocínio precisa ter vínculo de
negócio, isto é, precisa-se saber o que é possível fazer em termos de negócios no
evento. Como por exemplo, abrir contas dos executivos de empresa, efetuar os
boletos de inscrições, ações a serem feitas no próprio dia do evento divulgando a
marca HSBC, criando credibilidade com os atletas. Concordando com as questões
lançadas aos entrevistados e comprovando na teoria, Crimmins e Horn (apud SILVA,
2005) abordam que o Retorno de Mídia é ainda hoje o modo mais comum de medir o
impacto do patrocínio sobre os consumidores, devido ao cálculo da exposição da
marca em qualquer meio onde possua visibilidade.
Os entrevistados foram questionados se foi analisado o retorno de vendas,
após o Ironman Brasil 2008, e se o mesmo sofreu algum impacto. De acordo com
respostas da Brasil Telecom, observou-se um aumento significativo nas ligações
internacionais e vendas de cartões telefônicos, que alcançaram proporções
parecidas à época de alta temporada, ocasionando sim um aumento no impacto das
vendas da empresa. Em contrapartida, a resposta do HSBC revela que este retorno,
para a empresa em questão, só é mensurado genericamente, devido ao fato do
HSBC apoiar vários eventos conjuntos. A teoria explica que o objetivo final do
marketing é sempre aumentar as vendas e a lucratividade. Neste quesito, o
patrocínio esportivo pode contribuir para influenciar as vendas diretas,
especialmente quando um dos benefícios do patrocinador é a venda do produto
durante o evento (Pozzi, 1998).
72
Indagados quanto à realização adicional de uma analise do retorno do capital
investido no Evento, o executivo da Brasil Telecom afirmou que foram analisados o
Retorno de Mídia e o Retorno de Vendas. Enquanto que a executiva do HSBC expôs
a real dificuldade em se fazer uma analise precisa de um evento separadamente,
sendo que a empresa patrocina conjuntamente outros eventos, porém a entrevistada
afirma ter uma mensuração global. Comentou ainda que a empresa procura fazer
uma análise do antes e depois do evento. Melo Neto (2000) apresenta a geração de
resultados como sendo uma das missões do para os patrocinadores, no marketing
esportivo. Retornos estes que podem ser mensurados nas vendas efetivadas, no
crescimento do reconhecimento da marca e/ou no retorno em espaços publicitários,
editoriais e citações dos nomes dos patrocinadores na mídia.
A empresa Brasil Telecom respondeu quando perguntada sobre os benefícios
do patrocínio com o Evento, que com a firmação da parceria com o Ironman Brasil
2008, melhorou na construção de um posicionamento específico e na diferenciação
da Empresa, grande parte, advindos do Retorno de Mídia Espontânea do Evento.
Pode-se também chegar mais perto dos mercados-alvo. Entre os diversos resultados
alcançados, quem sabe o maior, o entrevistado acredita que não possa ser
adequadamente mensurado, o Retorno Institucional, como já é tradicional na área
de Marketing. Expondo seu ponto de vista quanto à mesma pergunta, o HSBC
levanta a importância de obter assim uma maior visibilidade com o público do
triathlon. Foi criada uma ligação da marca da empresa com esportes, com a
qualidade de vida e saúde. De acordo com Cardia (2004) são muitos os benefícios
advindos pelos patrocínios esportivos, entre eles, pode-se destacar o ganho de
imagem, o apreço público, retorno institucional, incremento de vendas,
fortalecimento na relação com os clientes, lançamento de novos produtos,
incremento de marketing share e top of mind, e finalmente, o lucro.
O entrevistado da Brasil Telecom, quando questionado sobre a atuação da
empresa organizadora do Evento, Latin Sports, respondeu que a parceria, através
do Ironman, pode-se dizer que é um “caso de amor”, um contrato de vontades e
compromissos, enfim, um verdadeiro casamento. Já a entrevistada do HSBC,
quando questionada por esta pergunta, frisa que foi um investimento maravilhoso
para a empresa, principalmente pela filosofia ser tão parecida, superação, busca
pela melhoria contínua, evolução. A Latin Sports é altamente conceituada, idônea,
que foi o que nos fez acreditar desde o inicio, tanto no evento (além é claro de todos
73
os resultados apresentados) como na empresa, que sabemos que cumpre com seus
deveres, que busca a qualidade do cliente e do seu investidor. A entrevistada em
questão, particularmente disse já ter tido a oportunidade de participar de outros
eventos da Latin Sports, como o Track & Field Run Series, e acrescentou que com
certeza pode perceber todo o cuidado, atenção e a qualidade dos seus dirigentes
para com seus clientes e investidores. A entrevistada pela Track & Field relatou que
o Ironman Brasil é um evento que faz parte da identidade da Empresa. A parceria
entre as Empresas vem de longa data.
Quando visualiza o futuro, o entrevistado da Brasil Telecom tem uma
expectativa positiva, “Sou suspeito em falar, sou um apaixonado pelo esporte e pelo
marketing esportivo. Atualmente o esporte vem se destacando no cenário mundial
como uma grande oportunidade, com um ótimo custo/benefício para as empresas, o
que falta para alguns profissionais de marketing é saber fazer o link corporativo com
o esporte, como aproveitar tudo o que o esporte pode trazer de benefícios e
resultados para o patrocinador. Ao patrocinar o Ironman a empresa pode fazer uma
campanha de incentivo d vendas usando como mote a superação, a garra, a
vontade de vencer, o treinamento, a preparação, a perseverança, a dedicação, a
concentração e principalmente a determinação do atleta para superar dificuldades.
No automobilismo, como exemplo a stock car, que hoje supera o futebol em público,
a campanha empresarial pode ser usada como trabalho em equipe, concorrência
acirrada (todos os carros são iguais e andam no mesmo segundo)”. A entrevistada
do HSBC acredita que “dependerá muito de como o mercado se comportará, neste
momento, por exemplo, infelizmente está bastante complicado pela verba de
marketing de cada empresa, que precisa destinar seus recursos a outras áreas
também, momento este que muitas vezes, infelizmente, o patrocínio esportivo fica
defasado. Contudo, eu acredito que seja um ótimo investimento, com qualidade e
parceria com uma empresa idônea, que cumpra com suas responsabilidades, com
uma maior visibilidade e apoio das mídias, acredito que sempre será uma ação
muito boa para as empresas”.
No Apêndice A, encontra-se o roteiro de entrevista respondido pelo Diretor de
Marketing da Brasil Telecom. Na sequência, no Apêndice B, as respostas do roteiro
de entrevista da Gerente de Campanha de Incentivo do HSBC e por fim, no
Apêndice C, as respostas da Coordenadora de Marketing da Track & Field.
74
Na seqüência, apresenta-se o Quadro 1, resumo das análises das
percepções das empresas co-patrocinadoras, comparando-se a análise com os
pensamentos de cada autor a respeito.
Questões Brasil Telecom HSBC Track & Field Autores
MOTIVAÇÃO PARA O
PATROCÍNIO
Posicionamento específico;
diferenciação da marca; mercado-
alvo.
Visibilidade; diferenciação
da marca; imagem.
Relação entre produto e esporte.
Grande exposição; veiculação
máxima; relação entre produto e
esporte; promoção e valorização da marca (MELO NETO, 2003).
CRITÉRIOS PARA O
PATROCÍNIO
Evento e empresa precisam estar em
sinergia; imagem.
Evento e empresa
precisam estar em sinergia;
idoneidade da empresa
organizadora do evento; retorno de
mídia; ações promocionais
na arena; imagem.
. . .
Segmentos específicos
(PITTS; STOTLAR, 2002);
sinergia entre Evento e
patrocinador (MELO NETO,
2000).
DOTAÇÃO DE RECURSOS
FUNDESPORTE
Verba destinada à
área de Marketing.
... ...
SELEÇÃO DE PROJETOS
Evento e empresa precisam estar em
sinergia.
Evento e empresa
precisam estar em sinergia;
idoneidade da organização do
Evento.
...
Segmentos específicos;
sinergia entre Evento e
patrocinador (SBRIGHI, 2006); inúmeros critérios
existentes (NICOLONI,
2006).
75
Questões Brasil Telecom HSBC Track & Field Autores
MOTIVOS PARA INVESTIR NO
IRONMAN BRASIL 2008
Imagem; posicionamento
empresarial; responsabilidade social; estratégia; Evento e empresa precisam estar em
sinergia
Idoneidade da empresa; Evento e empresa
precisam estar em sinergia.
Evento faz parte da
Identidade da marca
Imagem; segmentação (NICOLONI,
2006); segmentos específicos;
sinergia entre evento e
patrocinador (SBRIGHI, 2006);
promoção da marca; grande
exposição; veiculação
máxima; relação entre produto e
esporte; valorização da marca (MELO NETO, 2003).
INTEGRALIZAÇÃO DO
INVESTIMENTO
Financeiro através do
FUNDESPORTE Financeiro . . .
Produtos/serviços ou financeiro
(SBRIGHI, 2006).
AÇÕES PROMOCIONAIS
CONCOMITANTES COM O EVENTO
Várias ações promocionais
Poucas ações promocionais
devido ao pouco tempo hábil; acredita
ser muito importante.
Várias ações promocionais
Patrocínio não somente
monetário; importância de
ações paralelas no Evento (SBRIGHI,
2006).
FIXAÇÃO DA MARCA DEVIDO
AO IRONMAN Visibilidade
Visibilidade; evento e empresa
precisam estar em sinergia.
. . .
Visibilidade espontânea; projeção da
marca; simpatia do público (AFIF,
2000)
ANÁLISE DO RETORNO DE
MÍDIA
Retorno ao patrocinador;
retorno bastante elevado
Patrocínio foi de qualidade,
muito bom . . .
Retorno de Mídia proporcional à visibilidade na
mídia espontânea. (AFIF, 2000)
RETORNO DE VENDAS
Patrocínio impactou nas
vendas
Retorno indefinido devido ao
patrocínio de vários eventos
. . .
Aumentar lucratividade
(POZZI, 1998); Retorno de
vendas, institucional e de
mídia (MELO NETO, 2004).
76
Questões Brasil Telecom HSBC Track & Field Autores
ANÁLISE ADICIONAL DE
RETORNO
Retorno de mídia e de vendas
Mensuração global
. . .
Retorno de vendas,
institucional e de mídia (MELO NETO, 2004)
BENEFÍCIOS DO PATROCÍNIO DO
IRONMAN BRASIL 2008
Posicionamento específico;
diferenciação da empresa; retorno
de mídia; mercado-alvo;
retorno institucional.
Maximização da visibilidade;
Evento e empresa
precisam estar em sinergia;
retorno institucional.
. . .
Retorno de Mídia; apreço público;
Retorno Institucional; Retorno de
Vendas; fortalecimento
com cliente (CARDIA, 2004).
Quadro 1 - Quadro resumo da percepção dos co-patrocinadores do Ironman Brasil 2008
Fonte: Elaborado pelo autor
77
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No capítulo em questão, tratar-se-á primeiramente das conclusões extraídas
da presente pesquisa. Expor-se-á as limitações existentes desde o princípio do
trabalho ao seu desfecho. Sugerir-se-á possíveis pesquisas futuras decorrentes de
pontos específicos da análise da presente pesquisa.
5.1 CONCLUSÕES
A presente pesquisa foi elaborada com o intuito de analisar a percepção das
empresas Brasil Telecom, HSBC e Track & Field, co-patrocinadoras, quanto ao
Patrocínio Esportivo e ao Retorno de Mídia do Ironman Brasil 2008. O tema foi
escolhido pela importância de se mensurar o retorno do investimento efetivado e por
se tratar de um Evento grande e consolidado capaz de firmar grandes parcerias.
O Ironman Brasil é um evento mundialmente conhecido de triathlon, que
possui um percurso de 3,8km de natação, 180km de ciclismo e 42km de corrida,
realizados sucessivamente. Está há nove anos sob a chancela da Latin Sports,
empresa atuante no segmento de agências de marketing esportivo. No ano de 2008
a prova contou com a presença de 1.250 atletas, vindos de 43 países. Interessante
frisar que as vagas para a competição esgotaram-se com 7 meses de antecedência,
comprovando a força e a qualidade da prova.
Observou-se que todas as empresas entrevistadas já patrocinaram e
patrocinam outros eventos, como até mesmo o Ironman Brasil em anos anteriores. A
Brasil Telecom e a Track & Field são parceiras do evento desde o ano de 2001,
época que o Evento transferiu-se para Florianópolis. São empresas de médio e
grande porte, que procuram no Patrocínio Esportivo uma forma de maximizar sua
visibilidade e agregar os demais benefícios advindos de investimentos nesta área.
Demonstrando serem Empresas que acreditam na transformação que o esporte
pode proporcionar.
Analisando-se o Relatório de Retorno de Mídia ode-se perceber que a Mídia
Eletrônica, Televisão, foi a que forneceu um maior retorno aos investidores; não
houve dados quanto à mensuração de rádio AM e FM.
78
Concluiu-se na parte de mídia impressa, que os patrocinadores obtiveram
70% do retorno com revistas. Dentre as revistas listadas, pode-se constatar a
existência de uma semanal; as revistas quase que na sua totalidade foram da área
esportiva. Na análise dos jornais, percebeu-se que o retorno dos estados vizinhos,
como Paraná e Rio Grande do Sul, representavam 5% do seu retorno total em
jornais.
A Mídia On-Line apresentou um retorno expressivo com a divulgação em sites
dos estados de São Paulo e Santa Catarina. Não houve registros de exposições
referentes ao Evento/Patrocinadores em blogs, sites de compartilhamento de vídeos
e games, sites de relacionamento, bem como do tráfego no site do Evento.
Com base nas respostas dos entrevistados, chegou-se a conclusão que o
Relatório do Retorno de Mídia é fonte indispensável de consulta para possíveis
patrocínios, e bem como para a conservação de outros.
Percebeu-se ainda que o grau de profissionalismo e a dedicação dos
profissionais, a responsabilidade social da Latin Sports ao desenvolver esta prova,
estão sempre presentes, gerando nos atletas confiança e prazer de participar do
Ironman Brasil e nos co-patrocinadores a perspectiva de retorno do investimento.
Sugere-se buscar a participação de um número maior de periódicos
envolvendo todas as unidades da Federação, com o intuito de difundir ainda mais o
Evento e seus Patrocinadores. Acredita-se na relevância da mensuração do tráfego
no site do Evento, bem como a colocação de ícones ou banners diretos ao endereço
eletrônico do Patrocinador. Por fim, sugere-se a utilização das redes sociais na
promoção e divulgação do Evento, bem como para o aumento de seu retorno.
5.2 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Escassez de bibliografias sobre o presente tema;
Pelo fato de ser pesquisado um Evento ocorrido no ano anterior ao da
pesquisa, houve dificuldades em um primeiro contato com as pessoas
responsáveis pelo co-patrocínio.
79
5.3 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Pesquisas com o intuito de descobrir uma forma mais precisa de mensuração
de retorno de investimentos em Patrocínio Esportivo;
Pesquisas com o público-alvo do evento Ironman Brasil, quanto ao grau de
lembrança dos co-patrocinadores;
Pesquisas referentes ao impacto financeiro ocasionado na cidade de
Florianópolis pela presença do Ironman Brasil;
Pesquisas direcionadas a executivos de grandes empresas quanto ao
Patrocínio Esportivo.
80
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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86
7 APÊNDICES
APÊNDICE A – Entrevista Brasil Telecom
Cargo do Executivo: Diretor de Marketing
Roteiro e resultados da Entrevista:
1. Breve histórico dos eventos/clubes/atletas patrocinados pela empresa nos últimos
3 anos.
No ano de 2008 a Brasil Telecom patrocinou mais de 40 atletas de diferentes
modalidades olímpicas. Destaque para as equipes de atletismo, de vôlei e de
iatismo. Entre eles encontravam-se Robert Scheidt (o velejador é reconhecido pelo
seu profissionalismo e liderança, atributos comuns também à Brasil Telecom) e
Luciano Burti (piloto da Stock Car que já competiu na Fórmula 1 pelas equipes da
Ferrari, Jaguar e Prost Grand Prix).
Foi realizado também o Patrocínio a Paraatletas (portadores de deficiência mental
mais precisamente), no Campeonato Brasileiro Especial de Ginástica Rítmica e
Olímpica, em Andradas, Minas Gerais, e também o Campeonato de Futebol de
Salão, que aconteceu em Cubatão, São Paulo. A Empresa acredita ser preciso
incentivar a inclusão dessas pessoas e oferecer a elas uma oportunidade de
desenvolvimento.
A Equipe Brasil Telecom de Vôlei Feminino, Equipe Brasil Telecom de Atletismo e a
Equipe de Vôlei Masculino das Faculdades Integradas (UPIS), também foram
patrocinadas pela Empresa.
Além disso, a Empresa também contribuiu de forma significativa para a realização de
campeonatos, torneios e outras disputas. Como exemplos: o Torneio Brasil Telecom
de Vôlei, um importante projeto com a finalidade de fomentar a prática esportiva
entre crianças e adolescentes de comunidades carentes, foi realizado nas cidades
de Florianópolis (SC) e Guarapuava (PR).
Foram feitas ações esportivas na comunidade, como o patrocínio para a cobertura
das quadras poliesportivas de escolas públicas municipais e estaduais do Mato
Grosso do Sul e a reforma do Ginásio de Esportes do Município de Terenos. O
projeto teve como principal objetivo melhorar a infra-estrutura para a realização de
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atividade física, visando contribuir para o desenvolvimento de crianças, adolescentes
e adultos. Ao todo, sete escolas municipais e estaduais tiveram suas quadras
reformadas nas cidades de Antônio João, Campo Grande, Coronel Sapucaia,
Dourados, Itaporã, Rio Negro, Terenos e Corumbá.
Desde 2001, a Brasil Telecom apóia o Projeto Esporte Clube Cidadão da Vila
Restinga, sendo seu principal objetivo promover o resgate da cidadania de crianças
e adolescentes, em situação de vulnerabilidade social, por meio do esporte. Além
dos jovens, a iniciativa trabalha também com os familiares oferecendo cursos de
capacitação profissional em gastronomia.
Além do patrocínio a atletas, a Empresa faz questão de incentivar a realização de
eventos esportivos, como pelo oitavo ano consecutivo, o Ironman Brasil, Ironman
Brasil 70.3 e a Copa Brasil de Vôlei.
2. Que razões motivaram a empresa a investir em patrocínio esportivo?
A busca pela construção de um posicionamento específico e a diferenciação de
marca em um mercado altamente competitivo e em forte mutação. Uma das
diretrizes foi se aproximar cada vez mais qualitativamente dos mercados-alvo,
envolvendo-se na realidade social e comunitária das pessoas nas áreas de atuação
geográfica da empresa. Utilizamos o patrocínio esportivo também para
relacionamento com clientes.
3. Quais são os critérios adotados pela empresa para a realização do patrocínio
esportivo?
Eventos/atletas/clubes que transformem idéias em ações reais e efetivas de
conquista de share of mind, que modernizem e dinamizem a imagem da empresa.
4. Como é determinada a dotação de recursos para o patrocínio esportivo?
Utilizamos um percentual advindo do FUNDESPORTE. Todo o budget de Marketing
tem apenas um objetivo, auxiliar a área comercial a atingir os seus objetivos (bater
as metas). Toda ação, é fundamental que traga resultados para a companhia.
5. Como é o processo de seleção dos projetos de patrocínio esportivo?
Os projetos a serem patrocinados são selecionados de acordo com o que possui um
grau de filosofia e características mais compatíveis com os da Empresa.
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6. Como a Empresa identificou a oportunidade de investir no Ironman Brasil?
Foi no ano de 2001, quando um colaborador da Empresa, atleta principiante de
Ironman, encaminhou-se a área de Recursos Humanos a fim de pedir apoio para a
realização da prova, que seria realizada pela primeira vez na cidade de
Florianópolis. A área em questão verificou uma estratégia em potencial, não
somente em patrocinar seu colaborador, como também algum atleta mais
experiente, com o intuito de proporcionar um suporte ao funcionário da Empresa. Foi
quando a Brasil Telecom observou e participou da prova, percebendo uma brecha
das outras empresas de Telecomunicação, que não possuíam investimentos efetivos
no esporte, e percebendo a relação da essência de um Ironman com as diretrizes da
organização (empresa ágil, jovem, moderna, ativa, disciplinada, ousada, que rompe
barreiras e supera limites).
7. Que razões levaram a empresa a patrocinar o Ironman Brasil 2008?
Foi identificada uma poderosa ferramenta de marketing na construção da imagem e
do posicionamento empresarial desejado, e um instrumento de realização da
responsabilidade social desposada pela Brasil Telecom nas suas diretrizes
estratégicas, como saúde, qualidade de vida, inclusão, educação e valores
construtivos. Notou-se a relação existente da essência de um Ironman com as
diretrizes da organização (empresa ágil, jovem, moderna, ativa, disciplinada, ousada,
que rompe barreiras e supera limites).
8. Qual a forma de integralização do investimento (recursos financeiros, produtos,
outros) no Ironman Brasil 2008?
Utilizávamos os recursos do FUNDESPORTE, a nossa empresa é uma das maiores
contribuintes de ICMS do Estado de Santa Catarina e se beneficia dessa lei estadual
do SEITEC, o restante utilizamos para ações de “guerrilha” para abordagens corpo a
corpo com os clientes, também utilizávamos os fabricantes como parceiros para
entrar nos eventos, para distribuição de aparelhos e etc.
9. Quais foram as ações realizadas no decorrer do evento com o intuito de aproveitar
o potencial do mesmo?
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A Brasil Telecom mais do que simplesmente patrocina o evento, ela envolve-se em
todo o projeto, sabendo da importância de equilibrar a ação social com o seu retorno
de marketing. Algumas ações efetuadas foram: montamos um stand especial com
inflável da Empresa com pessoas especializadas para dar apoio aos clientes
interessados em acesso à internet; colocamos também balão de divulgação e
acrescentamos telefones públicos em toda região da arena.
10. Como fixação da marca ou do produto da sua empresa, qual a sua avaliação do
patrocínio ao Ironman Brasil 2008?
A fixação da marca é muito devido ao fato da grande visibilidade, tanto na mídia
espontânea como na “cara” da própria cidade. Percebe-se a grande movimentação
de pessoas locais, atletas, familiares, turistas e pessoas envolvidas, gerando um
impacto econômico parecido aos períodos de alta temporada, no verão catarinense,
onde a concentração de pessoas é muito grande na Ilha.
A Brasil Telecom já recebeu o Prêmio de Conceito e Imagem no segmento esportes,
através de declarações do publico, que a classificou entre as três empresas mais
citadas.
11. Qual a sua análise sobre o retorno de mídia (“clipagem”) do Ironman Brasil
2008?
O investimento em um evento esportivo prevê a geração de retornos aos
patrocinadores e apoiadores, conforme dados, o retorno de mídia espontânea obtido
no ano de 2008 foi de R$ 8.478.712,70. E na própria cidade de Florianópolis o
impacto financeiro foi bastante elevado também, durante a semana do evento.
12. Qual a sua avaliação quanto ao retorno sobre as vendas, houve impacto?
Sim, como exemplo, temos o aumento significativo nas ligações internacionais e
vendas de cartões telefônicos, que alcançaram proporções parecidas à época de
alta temporada.
13. Que análise sua empresa realizou adicionalmente para avaliar o retorno do
capital investido no Ironman Brasil 2008?
Foi analisado o Retorno de Mídia conquistado com o patrocínio do Evento e o
Retorno de Vendas.
90
14. Quais os benefícios advindos do patrocínio do Ironman Brasil 2008 para a sua
empresa?
Com a firmação da parceria, pode-se contribuir um pouco mais na construção de um
posicionamento específico e na diferenciação da Empresa, grande parte, advindos
do Retorno de Mídia Espontânea do Evento. Pudemos também chegar mais perto
de nosso mercado-alvo. Entre os diversos resultados alcançados, quem sabe o
maior, não pode ser adequadamente mensurado, o Retorno Institucional, como já é
tradicional na área de Marketing.
15. Qual a sua percepção quanto ao patrocínio do evento esportivo Ironman Brasil
2008? E quanto à atuação da Latin Sports, empresa organizadora do evento?
O Evento em muito nos agregou no decorrer destes oito anos de parceria. Quanto à
atuação da Latin Sports em parceria com a Brasil Telecom, através do Ironman,
pode-se dizer que é um “caso de amor”, um contrato de vontades e compromissos,
enfim, um verdadeiro casamento.
16. Qual a sua visão quanto ao futuro do investimento em patrocínio esportivo?
Sou suspeito em falar, sou um apaixonado pelo esporte e pelo marketing esportivo.
Atualmente o esporte vem se destacando no cenário mundial como uma grande
oportunidade, com um ótimo custo/benefício para as empresas, o que falta para
alguns profissionais de marketing é saber fazer o link corporativo com o esporte,
como aproveitar tudo o que o esporte pode trazer de benefícios e resultados para o
patrocinador.
Ao patrocinar o Ironman a empresa pode fazer uma campanha de incentivo d
vendas usando como mote a superação, a garra, a vontade de vencer, o
treinamento, a preparação, a perseverança, a dedicação, a concentração e
principalmente a determinação do atleta para superar dificuldades. No
automobilismo, como exemplo a stock car, que hoje supera o futebol em público, a
campanha empresarial pode ser usada como trabalho em equipe, concorrência
acirrada (todos os carros são iguais e andam no mesmo segundo).
APÊNDICE B – Entrevista HSBC
Cargo da Executiva: Gerente de Campanhas de Incentivo
Roteiro e resultados da Entrevista:
1. Breve histórico dos eventos/clubes/atletas patrocinados pela empresa nos últimos
3 anos.
Atualmente a empresa está investindo com uma maior ênfase em eventos culturais,
que estão bastante de acordo com a filosofia da empresa, assim como o esporte. O
HSBC visa patrocinar eventos, espetáculos, não se atendo ao patrocínio de atletas,
clubes esportivos ou esportes violentos. Uns exemplos de patrocínio são eventos de
golf, tênis, hipismo, vela e o próprio Ironman Brasil. Patrocinamos também a HSBC
Arena (antiga Rio Arena).
2. Que razões motivaram a empresa a investir em patrocínio esportivo?
Devido à tamanha visibilidade da marca, ao fato de conseguir vincular a marca da
empresa com o esporte, a qualidade de vida, a superação, motivos estes levados
tanto para nossos clientes externos, como para os internos. Um fato importante que
nos motiva a patrocinar um determinado evento esportivo é a idoneidade da
empresa organizadora do mesmo.
3. Quais são os critérios adotados pela empresa para a realização do patrocínio
esportivo?
Temos vários critérios a serem analisados, como os pontos positivos e negativos de
ligarmos o nome de nossa empresa à determinado evento, se este está de acordo
com nossa filosofia, os pontos positivos e negativos do próprio evento, se é viável
levar nossos clientes ao evento, os locais de exposição de nossa marca, analisamos
a mensuração do retorno de mídia obtido no ano anterior, a qualidade com que a
empresa organizadora faz seus eventos, entre muitos outros critérios que levamos
em consideração na hora de aceitar um patrocínio.
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4. Como é determinada a dotação de recursos para o patrocínio esportivo?
Nossa verba é limitada e proporcional aos resultados. Os recursos são
encaminhados à área de marketing, e Dalí partem investimentos em quaisquer
formas.
5. Como é o processo de seleção dos projetos de patrocínio esportivo?
Geralmente representantes das empresas vêm até nós, com uma proposta de
patrocínio. Analisamos cada uma, vemos quais estão de acordo com o perfil da
empresa, se a empresa que realizará o evento é idônea, se faz seu trabalho com
qualidade, se o público alvo do evento é o mesmo da empresa, se as características
do evento estão de acordo com o perfil da empresa.
6. Como a Empresa identificou a oportunidade de investir no Ironman Brasil?
A empresa organizadora nos procurou oferecendo cotas de patrocínio para o
Ironman Brasil 2008. Percebemos uma boa oportunidade para a empresa; por
coincidência tínhamos implementado havia pouco tempo uma política de vendas
dentro da empresa que chamávamos de “triathlon de resultados”, que nada mais era
do que a busca por superações de limites, uma busca inconstante de cada um por
uma melhora contínua em seus resultados dentro da empresa, assim como acontece
no Ironman, com os atletas, nossos “atletas” internos buscam sempre a superação.
Foi ainda mais interessante começar o patrocínio do Ironman naquele ano.
Acreditamos nesta parceria.
7. Que razões levaram a empresa a patrocinar o Ironman Brasil 2008?
A Latin Sports é uma empresa bastante confiável, que mostra passo a passo o que
está acontecendo com o investimento de seus patrocinadores. Seu evento e público
alvo estavam de acordo com o perfil de nossa empresa, e a filosofia de superação
dos atletas, nitidamente ligada com o dia-a-dia de nossos funcionários.
8. Qual a forma de integralização do investimento (recursos financeiros, produtos,
outros) no Ironman Brasil 2008?
Financeiro.
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9. Quais foram as ações realizadas no decorrer do evento com o intuito de aproveitar
o potencial do mesmo?
Como nosso patrocínio concretizou-se muito próximo ao evento, o próprio HSBC não
conseguiu aproveitar muito do potencial do mesmo. Porém, chamamos clientes à
área VIP do Ironman, ao Jantar de Massas, onde pudemos integrar ainda mais
nossos clientes com a empresa, e ambos com o evento em questão.
10. Como fixação da marca ou do produto da sua empresa, qual a sua avaliação do
patrocínio ao Ironman Brasil 2008?
Tivemos uma maior visibilidade com o público do triathlon. Criamos uma ligação da
marca da empresa com esportes, com a qualidade de vida, o que para nós, é muito
importante.
11. Qual a sua análise sobre o retorno de mídia (“clipagem”) do Ironman Brasil
2008?
Acreditamos que todo patrocínio tenha que ter vínculo de negócio, isto é, o que
podemos fazer em termo de negócios no evento, como exemplo de abrir contas dos
executivos da empresa, boletos de inscrições, ações a serem feito no próprio dia do
evento divulgando a marca HSBC, criando credibilidade dos atletas para com a
empresa. Quanto ao patrocínio do Ironman Brasil 2008, foi de qualidade, realmente
muito bom. Tudo foi cumprido conforme prometido. Infelizmente este ano, com a
crise, complicou bastante. Nestas épocas de tempos ruins, o marketing fica muito
afetado, com verbas escassas.
12. Qual a sua avaliação quanto ao retorno sobre as vendas, houve impacto?
Temos nesta uma avaliação muito genérica, pois apoiamos vários eventos
conjuntos.
13. Que análise sua empresa realizou adicionalmente para avaliar o retorno do
capital investido no Ironman Brasil 2008?
É complicado fazer uma análise de somente um evento, ainda mais quando é de
apenas um dia, como no caso do Ironman, porém o retorno é mensurado
globalmente. Procuramos fazer uma análise do antes e depois do evento.
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14. Quais os benefícios advindos do patrocínio do Ironman Brasil 2008 para a sua
empresa?
Tivemos uma maior visibilidade com o público do triathlon. Criamos uma ligação da
marca da empresa com esportes, com a qualidade de vida.
15. Qual a sua percepção quanto ao patrocínio do evento esportivo Ironman Brasil
2008? E quanto à atuação da Latin Sports, empresa organizadora do evento?
Foi um investimento maravilhoso para nossa empresa, principalmente pela filosofia
ser tão parecida, superação, busca pela melhoria contínua, evolução. A Latin Sports
é altamente conceituada, idônea, que foi o que nos fez acreditar desde o inicio, tanto
no evento (além é claro de todos os resultados apresentados) como na empresa,
que sabemos que cumpre com seus deveres, que busca a qualidade do cliente e do
seu investidor. Eu particularmente já tive a oportunidade de participar de outros
eventos da Latin Sports, como o Track & Field Run Series, e com certeza podemos
perceber todo o cuidado, atenção e a qualidade dos seus dirigentes para com seus
clientes nos eventos.
16. Qual a sua visão quanto ao futuro do investimento em patrocínio esportivo?
Acredito que depende muito de como o mercado se comportará, neste momento por
exemplo, infelizmente está bastante complicado pela verba de marketing de cada
empresa, que precisa destinar seus recursos a outras áreas também, momento este
que muitas vezes, infelizmente, o patrocínio esportivo fica defasado. Contudo, eu
acredito que seja um ótimo investimento, com qualidade e parceria com uma
empresa idônea, que cumpra com suas responsabilidades, com uma maior
visibilidade e apoio das mídias, acredito que sempre será uma ação muito boa para
as empresas.
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APÊNDICE C – Entrevista Track & Field
Cargo da Executiva: Coordenadora de Marketing
Roteiro e resultados da Entrevista:
1. Breve histórico dos eventos/clubes/atletas patrocinados pela empresa nos últimos
3 anos.
A Track & Field patrocina o Ironman Brasil há oito anos consecutivos, há três o
Ironman Brasil 70.3, possui um circuito próprio de corridas em várias localidades do
país, o Track & Field Run Series, apóia o evento Fashion Run, entre outros.
2. Que razões motivaram a empresa a investir em patrocínio esportivo?
Apoiar eventos que estimulem a prática esportiva.
3. Quais são os critérios adotados pela empresa para a realização do patrocínio
esportivo?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
4. Como é determinada a dotação de recursos para o patrocínio esportivo?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
5. Como é o processo de seleção dos projetos de patrocínio esportivo?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
6. Como a Empresa identificou a oportunidade de investir no Ironman Brasil?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
7. Que razões levaram a empresa a patrocinar o Ironman Brasil 2008?
O Ironman Brasil é um evento que faz parte da identidade da Track&Field.
8. Qual a forma de integralização do investimento (recursos financeiros, produtos,
outros) no Ironman Brasil 2008?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
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9. Quais foram as ações realizadas no decorrer do evento com o intuito de aproveitar
o potencial do mesmo?
Na arena do evento, a Track&Field montou um estande do tênis Ironman, onde
os visitantes podiam experimentar e testar o produto produzido com exclusividade
pela Track&Field, em esteiras montadas no local. A marca também montou
um espaço na arena do evento onde os amigos, parentes e torcedores preparavam
cartazes com frases de incentivo para os "homens de ferro". Monitores faziam
pinturas nos rostos das crianças e distribuíam bexigas e esculturas de balões;
além disso, os pequenos também puderam passar o tempo desenhando, enquanto
os pais acompanhavam a prova. Outro destaque fica por conta das
fotos instantâneas. Além de receberem a imagem via e-mail, os visitantes também
ganhavam a cópia impressa com uma linda moldura personalizada do evento.
10. Como fixação da marca ou do produto da sua empresa, qual a sua avaliação do
patrocínio ao Ironman Brasil 2008?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
11. Qual a sua análise sobre o retorno de mídia (“clipagem”) do Ironman Brasil
2008?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
12. Qual a sua avaliação quanto ao retorno sobre as vendas, houve impacto?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
13. Que análise sua empresa realizou adicionalmente para avaliar o retorno do
capital investido no Ironman Brasil 2008?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
14. Quais os benefícios advindos do patrocínio do Ironman Brasil 2008 para a sua
empresa?
Estes dados não foram fornecidos por motivos estratégicos da empresa.
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15. Qual a sua percepção quanto ao patrocínio do evento esportivo Ironman Brasil
2008? E quanto à atuação da Latin Sports, empresa organizadora do evento?
O Ironman Brasil é um evento que faz parte da identidade da Track&Field. Por isso,
somos parceiros do evento desde que ele veio para o país.
16. Qual a sua visão quanto ao futuro do investimento em patrocínio esportivo?
Estes dados não foram fornecidos, neste momento, por motivos estratégicos da
empresa.