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UNIVERSIDADE POTIGUAR PRÓ-REITORIA ACADÊMICA MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO PATRICIA SILVA REBOUÇAS DE ARAÚJO CONTRIBUIÇÕES DO THERMAS HOTEL & RESORT PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MOSSORÓ/RN NATAL/RN 2017

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UNIVERSIDADE POTIGUAR

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

PATRICIA SILVA REBOUÇAS DE ARAÚJO

CONTRIBUIÇÕES DO THERMAS HOTEL & RESORT PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

NATAL/RN 2017

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PATRICIA SILVA REBOUÇAS DE ARAÚJO

CONTRIBUIÇÕES DO THERMAS HOTEL & RESORT PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de mestre em Administração na área de concentração Gestão Estratégica de Negócios. Orientador: Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

NATAL/RN 2017

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ARAÚJO, Patrícia Silva Rebouças de.

Contribuições do Thermas Hotel & Resort para o desenvolvimento econômico da cidade de Mossoró/RN / Patrícia Silva Rebouças de Araújo. –Natal, 2017.

122f.

Orientador: Domingos Fernandes Campos. Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação.

Bibliografia: 102-109f.

1. Administração – Dissertação. 2. Qualidade dos serviços. 3. Satisfação. 4. Lealdade. 5. Serviços hoteleiros .6. Desenvolvimento local. 5.Matriz de oportunidades. I. Título.

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PATRICIA SILVA REBOUÇAS DE ARAÚJO

CONTRIBUIÇÕES DO THERMAS HOTEL & RESORT PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA CIDADE DE MOSSORÓ/RN

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração, da Universidade Potiguar, como requisito para obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Gestão Estratégica de Negócios.

Aprovada em: _______/_______/_______

BANCA EXAMINADORA:

______________________________________________ Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

Orientador Universidade Potiguar – UnP

______________________________________________ Prof. Dr. Walid Abbas El-Aouar

Examinador interno Universidade Potiguar – UnP

______________________________________________ Profa. Dra. Laís Karla da Silva Barreto

Examinador interno Universidade Potiguar – UnP

______________________________________________ Profa. Dra. Mabel Simone de Araújo Bezerra Guardia

Examinador externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

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A Deus, por sempre me conceder sabedoria nas escolhas dos melhores caminhos, coragem para acreditar, força para não desistir e amparo nas horas difíceis. Aos meus pais Benjamim e Fátima, e a toda minha família, pelo amor, apoio, confiança e motivação incondicionais. Que sempre me impulsionam em direção às vitórias dos meus desafios. Ao meu esposo Evans e nossas filhas Maria Clara e Maria Alice, incentivadores de meu aprimoramento humano e fontes de apoio incondicional em todos os momentos, principalmente nos de incerteza, muito comuns para quem tenta trilhar novos caminhos. Sem vocês, nenhuma conquista valeria a pena.

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AGRADECIMENTOS

Inicio meus agradecimentos por Deus, por me guiar, iluminar e me dar

tranquilidade para seguir em frente e não desanimar, e por colocar pessoas tão

especiais a meu lado, sem as quais, certamente, não teria dado conta.

Ao Prof. Domingos Fernandes Campos, por acreditar que eu era capaz.

Agradecer às suas orientações, ensinamentos (pessoais e acadêmicos), palavras de

incentivo, paciência e dedicação. Por sempre estar à disposição, respondendo

minhas dúvidas e me incentivando a acreditar que tudo daria certo.

A meu querido esposo, Evans, por ser tão importante na minha vida. Sempre

a meu lado, me pondo para cima e me fazendo acreditar que posso mais que

imagino. Devido a seu companheirismo, amizade, paciência, compreensão, apoio,

alegria e amor, este trabalho pôde ser concretizado. Obrigada por ter feito do meu

sonho o nosso sonho.

A minhas pequenas Maria Clara e Maria Alice, pelo amor e paciência. Por

terem compreendido as minhas ausências e me apoiarem nas diversas madrugadas,

feriados e fins de semana que fiquei trabalhando nesta pesquisa.

A meus pais, Benjamim e Fátima, e a toda minha família, meu infinito

agradecimento. Sempre acreditaram em minha capacidade, e isso só me fortaleceu.

Em especial ao meu irmão João Paulo e as minhas cunhadas Maruska e Oda,

por se tornarem meu lar em Natal/RN e me receberem com tanto carinho e amor.

A todos os colegas do mestrado, pelos momentos divididos juntos, em

especial a Mércia, Jane, Fabrísia e Amanda, pelos quilômetros divididos e que se

tornaram mais curtos e leves na companhia de vocês.

Ao Thermas Hotel & Resort, por abrir suas portas e colaborar com a

realização da pesquisa, dando apoio e atenção.

Aos estudantes da UFERSA que participaram da aplicação dos questionários

com muita dedicação, muito obrigada.

À UFERSA pelo incentivo, suporte financeiro e por acreditar na importância

da capacitação e no potencial deste estudo.

A todos os professores do mestrado pelos ensinamentos adquiridos.

Durante esses dois anos, só tenho a agradecer a todos que passaram pelo

meu caminho e que, com certeza, deixaram um pouco de si.

Ninguém vence sozinho... OBRIGADA A TODOS!

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“Descobri como é bom chegar quando se tem

paciência. E para se chegar, onde quer que

seja, aprendi que não é preciso dominar a

força, mas a razão. É preciso, antes de mais

nada, querer.”

Amyr Klink

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RESUMO Este estudo teve como objetivo avaliar a contribuição dos serviços oferecidos por um empreendimento hoteleiro tipo resort para o desenvolvimento da economia local. A pesquisa teve finalidade descritiva, tratando-se de estudo de caso de abordagem quantitativa. O universo da pesquisa foi constituído pelos hóspedes do empreendimento hoteleiro locus da pesquisa. Os dados para alcançar o objetivo do presente estudo foram coletados em duas etapas. Na primeira etapa, a amostra foi composta por 641 questionários válidos aplicados junto aos hóspedes presentes no interior do hotel pesquisado. Estes dados foram coletados através de um instrumento de pesquisa constituído de 4 módulos. Sendo o primeiro módulo para identificar o perfil sociodemográfico dos respondentes, além de abordar questões como duração da viagem, tempo de permanência, motivação da viagem, bem como informações acerca dos serviços externos ao hotel e utilizados pelos respondentes. O segundo e terceiro módulos foram construídos, utilizando-se uma adaptação do instrumento de Campos e Marodin (2013), para mensurar importância e desempenho baseados em 26 atributos com o objetivo de analisar a qualidade dos serviços oferecidos. O quarto módulo foi composto pelo instrumento utilizado por Tamang (2014) e teve a finalidade de mensurar a satisfação e a lealdade dos respondentes. Na segunda etapa, para análise da cadeia de valor do hotel, foi utilizado como base o instrumento de Silva (2004) e mediante a utilização de dados contábeis e gerenciais, foi possível identificar em que medida os recursos oriundos da receita do empreendimento impactavam na economia local. A qualidade dos serviços foi avaliada mediante a utilização do modelo das lacunas. A qualidade foi analisada em nível agregado – análise fatorial –, e no nível dos atributos constituintes. Os resultados revelaram que os hóspedes consideraram como fator/atributos mais importantes os relacionados aos quartos do resort. Foram observadas importantes lacunas negativas de qualidade, sendo as mais significativas referentes ao fator preço e ao atributo oferta de internet. A análise mostrou que, tanto no nível agregado quanto no nível dos atributos, o fator/atributo associado ao conforto e limpeza dos apartamentos apresentou a necessidade de efetivar melhorias. Os hóspedes revelaram um alto grau de satisfação e lealdade com os serviços do hotel resort. A matriz de oportunidades construída a partir da relação importância x lacunas de qualidade apontou diretrizes importantes para ação dos gestores no aperfeiçoamento da qualidade e no redirecionamento dos recursos disponíveis. A análise da cadeia de valor mostrou que são significativos os valores aportados na economia local, chamando atenção os valores relativos à remuneração de mão-de-obra e pagamentos a fornecedores. Quanto à análise da contribuição dos serviços oferecidos pelo hotel no desenvolvimento da economia local, pôde-se concluir que o empreendimento hoteleiro apresenta importantes contribuições e pode atuar como impulsionador da economia local, uma vez que proporciona a criação de empregos diretos e despesas com bens e serviços produzidos e ofertados na cidade, além dos gastos dos próprios turistas na comunidade local, que utilizam serviços como restaurantes, shopping ou comércio em geral. Palavras-chave: Qualidade dos serviços. Satisfação. Lealdade. Serviços hoteleiros. Desenvolvimento local. Matriz de oportunidades.

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ABSTRACT The study aimed to evaluate the contribution of the services offered by a hotel enterprise such as a resort to the development of the local economy. The research had a descriptive purpose, being a case study of quantitative approach. The research universe was constituted by the guests of the hotel business locus of the research. The data to reach the objective of the present study were collected in two stages. In the first stage, the sample consisted of 641 valid questionnaires applied to the guests present inside the researched hotel. These data were collected through a research instrument consisting of 4 modules. Being the first module for identify the sociodemographic profile of the respondents, besides addressing issues such as length of travel, length of stay, motivation of the trip, as well as information about services external to the hotel and used by respondents. The second and third modules were constructed, by using an adaptation of Campos and Marodin’s instrument (2013), in order to measure importance and performance based on 26 attributes with the objective of analyzing the quality of the services offered. The fourth module was composed by the instrument used by Tamang (2014) and had the purpose of measuring the satisfaction and the loyalty of the respondents. In the second stage, for the analysis of the value chain of the hotel, Silva’s tool (2004) was used as a basis and through the use of accounting and management data, it was possible to identify the extent to which resources from the income of the enterprise impacted the local economy. The quality of the services was evaluated by using the model of gaps. The quality was analyzed at the aggregate level – factorial analysis –, and at the level of the constituent attributes. The results revealed that the guests considered as more important factor / attributes those related to the resort rooms. Significant negative gaps of quality were observed, being the most significant ones the price factor and the internet offer attribute. The analysis showed that, both at the aggregate level and at the level of the attributes, the factor / attribute associated with the comfort and cleanliness of the apartments showed the need to effect improvements. Guests have shown a high degree of satisfaction and loyalty to the services of the resort hotel. The matrix of opportunities built from the relation between importance and quality gaps pointed out important guidelines for the action of the managers in the improvement of the quality and in the redirection of the available resources. The analysis of the value chain showed that the values contributed in the local economy are significant, paying attention to the values related to the remuneration of labor and payments to suppliers. As for the analysis of the contribution of the services offered by the hotel to the development of the local economy, it was possible to conclude that the hotel enterprise has important contributions and it can act as a propelling of the local economy, once it provides the creation of direct jobs and expenses with goods and services produced and offered in the city, as well as the expenses of the tourists themselves in the local community, who use services such as restaurants, shopping mall or commerce in general. Keywords: Quality of services. Satisfaction. Loyalty. Hotel services. Local development. Matrix of opportunities.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo de Qualidade de Serviço de Grönroos ............................... 29

Figura 2 - Modelo de Qualidade de Serviço de Parasuraman, Zeithaml e Berry .................................................................................................... 30

Figura 3 - Consequências Comportamentais e Financeiras da Qualidade de Serviço ........................................................................................... 33

Figura 4 - Mapa do Serviço para Um Pernoite em Um Hotel ........................... 36

Figura 5 - Modelo de Matriz de Importância e Desempenho ........................... 40

Figura 6 - Quatro Elos de Uma Cadeia de Valor Simples ................................ 42

Figura 7 - Cadeia Simplificada de Valor do Turismo ....................................... 43

Figura 8 - Cadeia de Valor do Turismo de Um Resort ..................................... 44

Figura 9 - Efeito Multiplicador do Turismo ....................................................... 47

Figura 10 - Efeito Multiplicador ......................................................................... 48

Figura 11 - Esboço Metodológico ..................................................................... 50

Figura 12 - Estrutura do Thermas Hotel & Resort ........................................... 53

Figura 13 - Exemplo de Questão para Verificar a Percepção de Importância em Relação Ao Atributo.............................................. 60

Figura 14 - Exemplo de Questão para Verificar a Percepção do Desempenho do Hotel em Relação Ao Atributo ........................... 60

Figura 15 - Exemplo de Questão para Mensurar a Satisfação e Lealdade .... 61 Figura 16 - Principais Procedências dos Respondentes por Estado ............ 66

Figura 17 - Classificação dos Hotéis em Mossoró segundo Site de Viagem 92

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Principais Hotéis de Mossoró ......................................................... 18

Quadro 2 - Atributos da Qualidade dos Serviços ............................................ 54

Quadro 3 - Atributos Associados Ao Parque Aquático .................................. 55

Quadro 4 - Atributos Utilizados Na Pesquisa ................................................... 55

Quadro 5 - Atributos para Mensurar Satisfação e Lealdade do Cliente ........ 56

Quadro 6 - Atributos utilizados na análise da cadeia de valor do Thermas Hotel & Resort ................................................................................. 57

Quadro 7 - Questões do Perfil Sociodemográfico ........................................... 58

Quadro 8 - Abreviações dos Atributos na Análise Fatorial ........................... 69

Quadro 9 - Matriz de Oportunidades dos Fatores ........................................... 77

Quadro 10 - Afirmações para Mensuração de Satisfação e Lealdade do Cliente ............................................................................................... 78

Quadro 11 - Matriz de Oportunidades dos 26 Atributos ................................. 90

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Perfil dos Respondentes .................................................................. 64 Tabela 2 - Origem dos Respondentes por Estado ........................................... 65 Tabela 3 - Origem dos Respondentes por Região ........................................... 66 Tabela 4 - Origem dos Respondentes por Cidade ........................................... 67 Tabela 5 - Número de Viagens à Mossoró/RN ................................................. 68 Tabela 6 - Motivo da Viagem .............................................................................. 68 Tabela 7 - Thermas Hotel & Resort como Motivo da Viagem ......................... 68 Tabela 8 - Teste KMO e de Esfericidade de Bartlett ........................................ 70 Tabela 9 - Comunalidades dos Atributos ......................................................... 71 Tabela 10 - Variância Total Explicada ............................................................... 72 Tabela 11 - Cargas Fatoriais .............................................................................. 72 Tabela 12 - Médias de Importância e Rank dos Fatores .................................. 74 Tabela 13 - Médias de Desempenho e Rank dos Fatores ............................... 75 Tabela 14 - Lacunas de Qualidade dos Fatores ............................................... 76 Tabela 15 - Níveis de Satisfação dos Serviços Oferecidos pelo Thermas .... 79 Tabela 16 - Níveis de Lealdade dos Serviços Oferecidos pelo Thermas ...... 80 Tabela 17 - Número de Viagens ao Thermas Hotel e Resort .......................... 81 Tabela 18 - Média Geral e Rank de Importância dos Atributos ...................... 82 Tabela 19 - Média Geral e Rank de Desempenho dos Atributos .................... 84 Tabela 20 - Lacunas de Qualidade dos Atributos ............................................ 86 Tabela 21 - Serviços Utilizados na Cidade de Mossoró Externos ao

Thermas Hotel & Resort .................................................................. 93 Tabela 22 - Estimativas de Gastos em Reais (R$) com Serviços Externos

ao Thermas Hotel & Resort ............................................................. 93 Tabela 23 - Tempo de Permanência no Thermas Hotel & Resort ................... 94 Tabela 24 - Distribuição dos Funcionários de acordo com Sua

Procedência ..................................................................................... 94 Tabela 25 - Distribuição do Faturamento Bruto Anual por Grupo de

Despesas .......................................................................................... 95 Tabela 26 - Distribuição dos Gastos Total Anual com Fornecedores por

Produto/Serviço................................................................................ 95 Tabela 27 - Distribuição do Gasto Total com Fornecedores por

Produtos/Serviços Segundo a Origem do Fornecedor ................ 95

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CE Ceará

DNPM Departamento Nacional da Produção Mineral

EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo

EMPROTUR Empresa Potiguar de Promoção Turística

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

KMO Teste de Kaiser-Meyer-Olklin

MTur Ministério do Turismo

NORTEL Rio Norte Hotelaria S/A

OMT Organização Mundial do Turismo

PETROBRÁS Petróleo Brasileiro S. A.

PIB Produto Interno Bruto

RN Rio Grande do Norte

SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SPSS Statistical Package for the Social Sciences

SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

UFERSA Unidersidade Federal Rural do Semi-Árido

UnP Universidade Potiguar

WTTC The World Travel & Tourism Council [Conselho Mundial de Viagens

e Turismo]

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................... 15

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ............................................................................. 19

1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 21

1.3.1 Geral .............................................................................................................. 21

1.3.2 Específicos ................................................................................................... 21

1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 22

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................... 23

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................. 24

2.1 SERVIÇOS ........................................................................................................ 24

2.1.1 Qualidade do serviço ................................................................................... 28

2.1.2 Serviços hoteleiros ...................................................................................... 34

2.1.3 Matriz de importância e desempenho ........................................................ 39

2.2 A CADEIA DE VALOR ...................................................................................... 40

2.2.1 Cadeia de valor hoteleira ............................................................................. 43

2.3 CONTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS HOTELEIROS NO DESENVOLVIMENTO

LOCAL .............................................................................................................. 45

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 50

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................ 51

3.2 LOCUS DA PESQUISA .................................................................................... 52

3.3 ATRIBUTOS DE PESQUISA ............................................................................ 54

3.3.1 Atributos utilizados na avaliação da qualidade dos serviços ................. 54

3.3.2 Atributos utilizados na avaliação da satisfação e lealdade do cliente .. 56

3.3.3 Atributos utilizados na análise da cadeia de valor do Themas Hotel &

Resort ................................................................................................................. 57

3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA ...................................................................... 57

3.4.1 Instrumento para mensuração da qualidade dos serviços ..................... 59

3.4.2 Instrumento para mensuração da satisfação e lealdade do cliente ...... 61

3.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR DO

THERMAS HOTEL & RESORT......................................................................... 61

3.6 UNIVERSO E AMOSTRA ................................................................................. 62

3.7 COLETA DE DADOS ........................................................................................ 63

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3.8 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS ....................................................... 63

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 64

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES ...................................................................... 64

4.2 ANÁLISE AGREGADA ...................................................................................... 69

4.3 ANÁLISE DOS FATORES ................................................................................ 74

4.3.1 Importância dos fatores .............................................................................. 74

4.3.2 Desempenho dos fatores ............................................................................ 75

4.3.3 Lacunas dos fatores .................................................................................... 75

4.3.4 Matriz de oportunidades dos fatores ......................................................... 76

4.4 ANÁLISE DA SATISFAÇÃO E LEALDADE ...................................................... 78

4.4.1 Satisfação ..................................................................................................... 79

4.4.2 Lealdade ........................................................................................................ 80

4.5 ANÁLISE DOS ATRIBUTOS ............................................................................. 81

4.5.1 Importância dos atributos ........................................................................... 82

4.5.2 Desempenho dos atributos ......................................................................... 84

4.5.3 Lacunas dos atributos ................................................................................ 85

4.5.4 Matriz de oportunidades dos atributos ...................................................... 87

4.6 ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DO THERMAS HOTEL & RESORT NA

ECONOMIA LOCAL ......................................................................................... 91

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 97

5.1 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS .......................................................................... 100

5.2 LIMITAÇÕES E PESQUISAS FUTURAS ......................................................... 101

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 102

APÊNDICE ............................................................................................................. 110

APÊNDICE A: Questionário de Pesquisa ........................................................ 111

ANEXO ................................................................................................................... 116

ANEXO 1: Questionário de Coleta de Dados para Análise da Cadeia de

Valor .............................................................................................. 117

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1 INTRODUÇÃO

O setor de serviços tem desempenhado uma função cada vez mais

importante para o desenvolvimento da economia mundial, contribuindo para a

geração de emprego e renda. Percebe-se que, nas últimas décadas, a evolução das

atividades que compõem o setor de serviços tem se destacado por seu dinamismo e

crescente participação na produção econômica no Brasil, onde correspondem a

mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, dos quais 17% equivalem à

categoria “Outros Serviços”, a qual engloba os serviços de alojamento em hotéis e

similares (IBGE, 2016).

O turismo é considerado a atividade de maior crescimento no setor de

serviços na atualidade, seu papel tem sido de constante destaque, ou seja, as taxas

do setor de serviços têm crescido acima das economias em vários países

(LOVELOCK; WIRTZ, 2006). Segundo dados da Organização Mundial do Turismo

(OMT, 2003), o turismo triplicou seu tamanho e impacto econômico nos últimos 50

anos. Esse crescimento é decorrente da dinamicidade da atividade turística capaz

de mobilizar diversos setores da economia como indústria, comércio e prestação de

serviços, atuando na geração de emprego e renda.

A importância socioeconômica da atividade turística no Brasil é evidenciada

pelos dados apresentados pelo setor. Segundo o Ministério do Turismo – MTur, no

primeiro trimestre de 2015, o resultado do faturamento, em comparação com o

auferido no quarto trimestre de 2014, revelou aumento em 17% no consolidado das

atividades características do turismo (MTUR, 2015). Outro indicador da relevância do

turismo nacional e de sua posição cada vez mais significativa na economia brasileira

é a contribuição total do setor para o emprego, que foi de 7.342.500 empregos em

2015 (8,0% do emprego total), segundo o relatório divulgado pelo World Travel &

Tourism Council (WTTC, 2016). Diante de tais dados, o turismo vem sendo

considerado como um fator preponderante para o desenvolvimento econômico e

social, uma vez que a renda gerada pelo turismo não fica totalmente retida no setor,

repercutindo seus efeitos entre diversas atividades econômicas (OMT, 2003).

A atividade turística possui vários elos na sua cadeia de serviços interligados

e interdependentes como hospedagem, alimentação, transporte e outros, sendo os

serviços de hospedagem o elo da cadeia considerado mais importante, pois

representam a base de permanência temporária do turista, sendo, às vezes, a

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própria motivação da viagem ao destino, uma vez que, de uma forma geral, o turista

procura uma estadia temporária em hospedagens que reproduzam um padrão de

conforto para seu descanso (IBGE, 2011).

Nesse contexto, em que o setor de turismo e, mais especificamente, a

hotelaria têm contribuído positivamente para o crescimento econômico do Brasil,

com a geração de emprego e renda na sociedade, é necessário que as empresas de

hotelaria percebam a importância do seu papel enquanto potencialidade para o

desenvolvimento local da região na qual estão inseridas. A necessidade e a

preocupação de buscar e prestar um serviço com qualidade impõe aos hotéis uma

administração voltada para o desenvolvimento competitivo de toda a sua cadeia

produtiva, para que os serviços oferecidos sejam um diferencial para os clientes.

Os serviços hoteleiros apresentam-se como um dos principais elementos

necessários para a realização da atividade turística. A contribuição do serviço

hoteleiro na economia poderá exercer um papel relevante, através da dinamicidade

de seu efeito multiplicador, atuando na geração de emprego (mão de obra), como

também no desenvolvimento e expansão de diversas atividades existentes no local

no qual está inserido, dinamizando a economia, agregando valor ao local e,

consequentemente, à comunidade, através do uso dos recursos naturais e culturais

locais (CHAGAS, 2014).

O Thermas Hotel & Resort, localizado em Mossoró e inaugurado em 1979

com a finalidade de ser um instrumento para o desenvolvimento do turismo na

região, apresenta-se como um importante polo de atratividade turística para o

município, sendo o maior parque aquático hoteleiro de águas termais do Nordeste, e

coloca o município no roteiro dos principais destinos para o “turismo de águas

termais”, explorando o potencial atrativo dessas águas (THERMAS HOTEL &

RESORT, 2016). Dentre os serviços hoteleiros presentes em Mossoró, atualmente, o

hotel Thermas apresenta-se como aquele que possui grande potencial para o

turismo de lazer devido à sua infraestrutura e serviços oferecidos.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

O fortalecimento do turismo no estado do Rio Grande do Norte está ligado ao

contexto político nacional das décadas de 60 e 70, que visava à integração do

Nordeste no processo de desenvolvimento nacional através dos incentivos

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financeiros e fiscais das políticas governamentais. O turismo foi apontado como um

caminho para oportunidades. Nesse contexto, a SUDENE1, através da alocação e

disponibilização de recursos orçamentários e financeiros, e em parceria com a

EMBRATUR2, priorizou o desenvolvimento socioeconômico do Nordeste do Brasil

por meio do desenvolvimento da atividade turística (LOPES; ALVES, 2015).

Ainda na década de 70, o estado do Rio Grande do Norte, através da

Empresa Potiguar de Promoção Turística – (EMPROTUR)3, em parceria com a

NORTEL4, investiu na interiorização do turismo. Nesse sentido, foram fomentados

investimentos em empreendimentos hoteleiros em diversos municípios do RN, de

modo que o principal atrativo seria a própria natureza (por exemplo, serras). Dentre

os municípios contemplados, podemos citar Mossoró, Martins, Acari, Caraúbas,

Barra do Cunhaú (Canguaretama), Macau, Areia Branca, Alexandria, Tibau, Pau dos

Ferros e Pedro Velho (LOPES; ALVES, 2015).

Em 1970, o município de Mossoró contava com uma população de 97.245

habitantes (IBGE, 2011), sendo um dos mais importantes centros urbanos do

estado. Contudo, apesar de ser o segundo maior município do RN, em termos de

população, Mossoró não possuía grandes atrativos turísticos naturais como serras e

praias; seu destaque ficaria por conta de suas atividades econômicas – indústria

salineira e agroindustrial da fruticultura – e de sua localização estratégica entre dois

grandes centros – Natal/RN e Fortaleza/CE (COUTO, 2011). Portanto, receber um

grande hotel para incrementar o turismo e contribuir para o crescimento econômico

do RN seria um desafio, uma vez que o município de Mossoró, apesar de ser o

segundo do estado, ainda possuía um desenvolvimento incipiente. A ideia da

construção de um hotel de águas termais surgiu como uma alternativa para a 1 Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE – é uma autarquia especial,

administrativa e financeiramente autônoma, integrante do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal, criada pela Lei Complementar nº 125, de 03/01/2007, com sede na cidade de Recife, estado de Pernambuco, e vinculada ao Ministério da Integração Nacional (http://www.sudene.gov.br).

2 Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR – é a autarquia especial do Ministério do Turismo responsável pela execução da Política Nacional de Turismo no que diz respeito à promoção, ao marketing e ao apoio à comercialização dos destinos, serviços e produtos turísticos brasileiros no mercado internacional (http://www.embratur.gov.br).

3 Empresa Potiguar de Promoção Turística – EMPROTUR – foi criada por meio do Decreto nº 4.025, de 13 de dezembro de 1971. Empresa de economia mista com autonomia administrativa e financeira, cuja competência técnica é a de coordenar e dirigir as ações governamentais para o setor turístico (TAVEIRA, 2015).

4 Rio Norte Hotelaria S/A – NORTEL – criada pela Lei nº 4.663, de 05 de julho de 1977, para otimizar a concretização da política voltada para o setor hoteleiro e honrar os compromissos assumidos junto a EMBRATUR (TAVEIRA, 2015).

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limitação de atratividade turística do município e uma oportunidade para o

desenvolvimento.

Em 1979, ano da inauguração do Hotel, o Departamento Nacional da

Produção Mineral – DNPM foi solicitado para perfurar o poço de águas termais que

alimentaria as piscinas do futuro Thermas Hotel & Resort. Sabia-se que o lençol de

águas térmicas estava a uma profundidade de aproximadamente 1000 metros.

Contudo, um fato pitoresco marca a história da construção do Thermas Hotel &

Resort e associa sua fundação ao início das atividades de exploração petrolífera no

município. Ao perfurar o poço de águas térmicas que alimentaria as piscinas, foi

descoberto petróleo. Confirmada a descoberta pela PETROBRÁS, esta declarou a

existência de um campo petrolífero em solos mossoroenses, dando início à

exploração petrolífera em Mossoró. Esse primeiro poço está em atividade até hoje

no interior do hotel. A descoberta marcou o início da exploração de petróleo em terra

no Rio Grande do Norte e trouxe para Mossoró uma importante economia, a

Petrolífera (ROCHA, 2005).

O Thermas Hotel & Resort foi o primeiro grande hotel construído na cidade de

Mossoró, inaugurado em 1979, com um propósito de enriquecer a economia através

do turismo no município. Ao longo dos anos, Mossoró desenvolveu-se em diversos

aspectos decorrentes, principalmente, de influências sociais, ambientais e

econômicas. Dos 97.245 habitantes de 1970 (ROCHA, 2005), passou a uma

estimativa de 291.937 habitantes em 2016 (IBGE, 2016), o que representa um

crescimento de aproximadamente 300% em 45 anos. O hotel Thermas, por sua vez,

também passou por muitas transformações. Primeiro, deixou de ser administrado por

órgãos públicos (NORTEL), que teve dificuldades na gerência de um

empreendimento de tão grande porte, sendo passada sua administração para o

grupo francês Novotel (LEITE; SILVA; SIQUEIRA, 2010). Em 1991, o hotel foi

privatizado e, atualmente, continua sendo administrado por um grupo privado

(THERMAS HOTEL & RESORT, 2016). Em termos de infraestrutura, o hotel passou

de 60 quartos e 140 leitos, para uma estrutura atual de 145 quartos e 390 leitos, um

crescimento de mais de 250% no número da capacidade de leitos, além de reformas

e modernização da sua estrutura física e serviços.

Outros empreendimentos no ramo hoteleiro foram surgindo na cidade de

Mossoró, evidenciando o processo de crescimento e transformação expressiva no

perfil dos hotéis da cidade. Os sete hotéis de maior destaque (Ver Quadro 1),

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conforme o TripAdvisor – site de mídia relacionada a viagens –, demonstram um

crescimento considerável no setor. Em 1990, a rede hoteleira de Mossoró contava

com apenas 450 leitos (ROCHA, 2005), dos quais 140 pertenciam ao Thermas Hotel

& Resort. Segundo dados de 2016, o Thermas continua sendo o maior do município,

sendo um destaque em termos de atratividade turística devido a sua infraestrutura,

em comparação com os demais hotéis da cidade.

Quadro 1 – Principais Hotéis de Mossoró

Hotel Ano de inauguração Apartamentos Leitos 1 Thermas Hotel & Resort 1979 145 390 2 Íbis Hotel 2011 154 308 3 Garbos Trade Hotel 2008 110 264 4 Hotel Villa Oeste 2003 82 210 5 Hotel Sabino Palace 1990 106 320 6 Vitória Palace Hotel 2007 69 146 7 Hotel Valley 2005 57 120 Total 723 1.758

Fonte: Elaboração própria (2016).

A ampliação da rede hoteleira comprova uma política de expansão das

atividades turísticas no município, sendo estimulada pelo desenvolvimento

econômico e responsável por estimular a economia mossoroense. É importante que

o empreendimento hoteleiro se preocupe com a comunidade local e contribua para o

desenvolvimento da região na qual está inserido. A instalação desse tipo de

empreendimento promove grandes alterações e traz como consequência

contribuições sociais e econômicos decorrentes da sua atividade como um todo.

Devido a essa ampliação, o setor hoteleiro está inserido em um cenário de

mercados competitivos, onde a qualidade dos serviços oferecidos pode ser

considerada uma vantagem competitiva (SOUZA; MEIRA; MASKE, 2012). As

empresas devem buscar alcançar a satisfação do cliente, para tanto, precisam focar

na qualidade dos serviços oferecidos, pois a satisfação é uma resposta ao serviço

prestado. Investir na qualidade do serviço torna-se essencial para fortalecer a

competitividade do empreendimento hoteleiro (DORTYOL; VARINLI; KITAPCI,

2014).

O Thermas Hotel & Resort, desde a sua criação, passou a ser referência

como atração turística e ferramenta para o desenvolvimento econômico local. Diante

do exposto, o presente estudo objetivou revelar a relação da atividade do Thermas

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Hotel & Resort, uma vez que ele é polo de atratividade turística e se destaca por seu

porte, com o desenvolvimento do município de Mossoró. É importante destacar que,

ao tratar da representatividade das atividades desenvolvidas pelo hotel Thermas, o

estudo procurou analisar a qualidade desses serviços oferecidos como importante

fonte de informações para futuras implicações gerenciais e melhoria de sua

qualidade, uma vez que ela influenciará no comportamento do cliente (retorno e

recomendação), na competitividade do empreendimento e, consequentemente, na

contribuição do desenvolvimento econômico local.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Nas regiões onde o turismo acontece, instalam-se equipamentos e serviços

para o seu funcionamento. Sendo assim, o setor de turismo, por seu potencial de

crescimento, é uma atividade que exerce importante e estratégico papel no

desenvolvimento da economia local, capaz de gerar emprego, renda, investimentos

de capital em novas oportunidades de negócio, além de outras vantagens. A

intensidade dessa contribuição depende da forma como as empresas se organizam

para atingir objetivos comuns de aumento da competitividade e poder de atração

turística (CUNHA; CUNHA, 2005).

Considerado um dos principais polos de atração turística de Mossoró, o

Thermas Hotel & Resort movimenta uma diversidade de serviços. Portanto, surgiu a

necessidade de saber como essa atividade poderá influenciar o desenvolvimento

econômico do município atualmente, visto que os serviços hoteleiros têm merecido

destaque, não apenas pela quantidade de empreendimentos existentes, mas,

sobretudo, pela maneira como esses empreendimentos podem se apresentar

enquanto polo de atratividade turística e potencializadores de desenvolvimento local.

Conhecer a contribuição dos serviços hoteleiros, especificamente, do

Thermas Hotel & Resort, significará verificar a geração de empregos diretos e

indiretos proporcionados pela atividade e, também, a capacidade que este possui no

tocante ao fato de se apresentar como polo de atratividade turística, visando

evidenciar o entendimento de como essa atividade é percebida no contexto turístico,

além de fornecer dados para mensurar por que as pessoas escolhem o hotel

Thermas como meio de hospedagem e como os clientes do hotel têm percebido a

qualidade dos serviços oferecidos.

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Analisar a atividade do hotel Thermas, procurando identificar quais

motivações têm levado as pessoas a escolherem o hotel como hospedagem, se elas

vêm à Mossoró por causa do Thermas ou vêm para outras atividades não turísticas

e escolhem o hotel como meio de hospedagem, contribuirá para identificar o

potencial do empreendimento enquanto polo de atratividade.

Outra questão importante acerca da atividade turística do setor hoteleiro é a

análise do desenho de sua cadeia de valor que mapeia as interações entre os

serviços do hotel e a economia local, analisando como estes podem ser absorvidos

pela comunidade, através de mão-de-obra, serviços de manutenção, aquisição de

bens e outros, além da mobilização de turistas que acabam conhecendo a cidade e

usufruindo de serviços externos ao hotel, como restaurantes, lojas e cinemas,

movimentando a economia local.

Estabelecer relações entre a qualidade do serviço hoteleiro e o

desenvolvimento da economia no município de Mossoró, podem auxiliar na

compreensão da potencialidade que essa atividade possui de promover nas

localidades, além de benefícios financeiros, de emprego e renda, uma atratividade

para a região na qual está inserida.

Segundo Porter (1989), a empresa consegue criar uma vantagem competitiva

quando cria valor junto aos seus clientes, uma diferenciação. No caso do setor

turístico, uma forte atratividade. A vantagem competitiva é alcançada pela empresa

quando a mesma percebe ou descobre maneiras novas e melhores de competir,

representa a sua capacidade de realizar eficientemente o conjunto de atividades

necessárias para obter um custo mais baixo ou de organizar essas atividades de

uma forma única, gerando um valor diferenciado para os clientes (VASCONCELOS;

CYRINO, 2000). O desenvolvimento da cadeia produtiva de determinado setor

influencia diretamente a forma de competir das empresas, visto que estratégias

podem ser estabelecidas (PORTER, 1989).

A forte representatividade na dinâmica da economia mundial e brasileira que

o setor de serviços possui leva a uma preocupação com a gestão desses serviços.

Surge como necessidade que as empresas do setor visem a qualidade de serviços

para que alcancem melhores resultados e continuem, dessa forma, em crescimento

(MONDO; FIATES, 2015). Assim, diante de um cenário de mercados competitivos, a

qualidade dos serviços prestados na hotelaria aos turistas é requisito para aumentar

a oferta turística e a competitividade do empreendimento; para tanto, as

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organizações têm procurado uma diferenciação, visando alcançar vantagem

competitiva e eficiência (CHAGAS; MARQUES JR, 2010).

Nessa conjuntura, é necessário analisar a qualidade dos serviços oferecidos

pelos empreendimentos hoteleiros, pois, se as pessoas percebem uma qualidade e

ficam satisfeitas com os serviços oferecidos pelo hotel, elas tendem a retornar e

recomendar, estabelecendo um elo de lealdade com o hotel, ou seja, a satisfação do

cliente tem um impacto significativo na lealdade (TAMANG, 2014).

Sintetizando, diante desse contexto, o presente estudo foi norteado pelo

seguinte questionamento: Qual a contribuição da atividade do Thermas Hotel &

Resort enquanto polo de atratividade turística e gerador de emprego e renda para o

desenvolvimento da economia da cidade de Mossoró/RN?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

• Avaliar a contribuição da atividade do Thermas Hotel & Resort para o

desenvolvimento da economia local.

1.3.2 Específicos

a) Analisar a qualidade dos serviços do Thermas Hotel & Resort sob a

percepção dos hóspedes;

b) Mensurar o grau de satisfação e lealdade dos hóspedes;

c) Analisar os desdobramentos da matriz de importância e desempenho

(oportunidades) como instrumento para aferição da melhoria dos serviços

hoteleiros;

d) Verificar o nível de utilização, pelos hóspedes do Thermas Hotel & Resort,

dos serviços externos ao hotel, presentes no município de Mossoró/RN;

e) Analisar a contribuição da cadeia de valor na economia local;

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1.4 JUSTIFICATIVA

O município de Mossoró é a segunda maior cidade do Rio Grande do Norte

em números de habitantes, possuindo uma localização privilegiada entre duas

capitais nordestinas, Natal/RN e Fortaleza/CE. Além disso, Mossoró é rica em

cultura e entretenimento, promovendo diversos eventos e festividades que visam

despertar o interesse de turistas (PMM, 2016). Mas um grande atrativo turístico da

cidade são as águas termais, que atraem turistas nacionais e internacionais.

O Thermas Hotel & Resort é o único ponto da região Nordeste do Brasil que

desfruta de águas quentes vazadas naturalmente de mais de 1.000 metros do solo.

O Parque aquático do hotel é formado por 12 piscinas de águas termais, sendo

todas elas interligadas e bombeadas a partir de uma central. As águas termais do

hotel Thermas atingem uma temperatura de até 58°C (dependendo da vazão) e são

distribuídas para as piscinas, perdendo o calor gradativamente (THERMAS HOTEL

& RESORT, 2016).

A relevância do estudo justifica-se pelo fato de o turismo ser considerado

capaz de promover o crescimento econômico (OMT, 2003). Nesse panorama, o

Thermas Hotel & Resort, por sua natureza turística e porte estrutural, possui papel

relevante na economia do município no qual está inserido. A pesquisa busca

dimensionar as contribuições causadas pelo serviço hoteleiro na comunidade local,

objetivando analisar em que medida os equipamentos, serviços e governanças que

fazem parte da cadeia produtiva do Thermas Hotel & Resort contribuem para o

desenvolvimento da economia local. Tal empreendimento foi escolhido por sua

representatividade no cenário turístico do município e região, uma vez que é o único

resort situado no Nordeste com águas termais, e cujo porte estrutural e atrativo se

destaca entre os outros hotéis da rede hoteleira do município.

Contribuiu também para a relevância da pesquisa analisar a qualidade dos

serviços prestados aos turistas no Thermas Hotel & Resort, que proporciona aos

gestores informações para as atividades de planejamento e gestão, além de

identificar os atributos mais importantes especificados pelos clientes, o que

possibilita uma melhoria na qualidade do serviço turístico e competitividade do

empreendimento, de modo a poder aumentar a satisfação dos usuários que

usufruem desses serviços.

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No âmbito acadêmico, o estudo colabora para um aprofundamento na

literatura sobre serviços e qualidade do serviço hoteleiro, bem como do estudo da

cadeia de valor de um empreendimento hoteleiro para mensurar a contribuição

dessa atividade no desenvolvimento da economia local em que está inserido.

Espera-se que os resultados contribuam com os gestores locais, como um

conjunto de diretrizes capaz de ajudar a conhecer as contribuições do Thermas

Hotel & Resort para o desenvolvimento da cidade de Mossoró/RN. Apresentando

para toda a comunidade interessada conhecer mais a fundo o papel desse

empreendimento hoteleiro no turismo e na economia da cidade.

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A presente dissertação foi dividida em cinco capítulos para um melhor

entendimento e leitura. O primeiro contém a introdução, composta pela

contextualização, o problema de pesquisa, a definição do objetivo geral e dos

específicos e a justificativa.

O segundo capítulo consta do referencial teórico que embasa a pesquisa.

Nele são abordados as conceituações e os aspectos relacionados ao tema serviços,

qualidade do serviço, serviços hoteleiros e matriz de importância e desempenho.

Bem como a definição de cadeia de valor e a contribuição dos serviços hoteleiros no

desenvolvimento local.

O terceiro capítulo aborda os procedimentos metodológicos utilizados na

pesquisa, apresentando todas as etapas para a realização deste trabalho.

O quarto capítulo é dedicado à análise e discussão dos resultados.

Apresentando inicialmente o perfil dos respondentes gerado, e consequentemente a

análise dos resultados da expectativa e desempenho, satisfação e lealdade.

No quinto capítulo é apresentada a conclusão acerca da pesquisa, abordando

as limitações e as recomendações para pesquisas futuras. Por fim, as referências e

anexos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

No estudo teórico, buscou-se conhecer as conceituações e os aspectos

relacionados ao tema gestão de serviços e qualidade do serviço, bem como a

definição de cadeia de valor, buscando fundamentação teórica para analisar a

contribuição do Thermas Hotel & Resort para o desenvolvimento da cidade de

Mossoró/RN.

2.1 SERVIÇOS

O setor de serviços pode ser considerado como parte integrante da essência

da atividade econômica de uma sociedade; é líder em todas as nações

industrializadas; cria novos empregos que dominam as economias nacionais e tem o

potencial de melhorar a qualidade de vida (Cf. FITZSIMMONS; FITZSIMMONS,

2010, p. 25).

Nos países desenvolvidos, o papel do setor de serviços tem sido o de

constante destaque, ou seja, as taxas desse setor têm crescido acima das

economias em vários países. Assim, o setor de serviços tem desempenhado uma

função cada vez mais importante em praticamente todas as economias do mundo,

contribuindo de forma substancial para a geração de emprego e renda (LOVELOCK;

WIRTZ; HEMZO, 2011).

Percebe-se que, nas últimas décadas, a evolução das atividades que

compõem o setor de serviços tem se destacado por seu dinamismo e crescente

participação na produção econômica mundial, a qual corresponde à maior parcela

do Produto Interno Bruto (PIB) (CORRÊA; CAON, 2012).

As transformações econômicas na sociedade levam as pessoas a gastarem

mais com serviços, atribuindo a elas uma participação mais importante na economia,

o que, em épocas anteriores, não acontecia, pois os serviços não possuíam valor de

mercado, eram considerados apenas um adicional (GRÖNROOS, 2009). Sendo

assim, observa-se que o crescimento no setor de serviços sofre influência de uma

série de fatores econômicos que criam uma demanda direta para vários serviços,

como uma participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, mais

tempo para o lazer e uma expectativa de vida mais longa. As consequências dessa

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nova realidade são avaliadas como positivas, uma vez que refletem na economia um

aumento da geração de emprego e renda na sociedade (CORRÊA; CAON, 2012).

O crescimento do setor de serviço tem evidenciado a necessidade de as

empresas procurarem dedicar atenção especial à qualidade com que seus serviços

são oferecidos, pois o envolvimento cada vez maior dos consumidores no processo

de produção torna as atividades de prestação de serviço mais complexas. A

diferenciação por meio da oferta de serviços como uma estratégia das empresas se

torna cada vez mais importante. É necessário procurar estabelecer seus diferenciais

a partir do valor que agregam à oferta de seus serviços, uma vez que os produtos se

tornam cada vez mais semelhantes. De um lado, o consumidor final fica mais

exigente e, no outro extremo, as empresas se empenham para a conquista da

vantagem competitiva (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010).

É importante ressaltar que a economia de serviços não se opõe à economia

industrial, uma vez que os serviços não são produzidos somente nas empresas de

serviços, mas também como parte integrante dos produtos oferecidos pelas

indústrias, pois os aspectos intangíveis dos produtos cada vez mais se apresentam

como característica fundamental de diferenciação para o mercado. Os serviços

estão, portanto, no centro das atividades econômicas e podem ser considerados o

grosso da economia (LOVELOCK; WIRTZ; HEMZO, 2011), o que tem despertado o

interesse e a preocupação das empresas.

Nos primeiros estudos sobre serviços, os pesquisadores faziam uma distinção

entre serviços e produtos por observarem que eles eram intangíveis, perecíveis e

variáveis, de modo que o produtor e o consumidor eram inseparáveis; contudo,

estabelecer uma diferença entre um produto e um serviço se apresentava como um

processo difícil, uma vez que a aquisição de um produto é acompanhada de algum

serviço e a compra de um serviço pode incluir a aquisição de um produto físico (Cf.

FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010, p. 40).

Recentemente, tem sido sugerido que essas características distintivas não

devem ser vistas como únicas de serviços, mas que elas também são relevantes

para mercadorias, pois muitos serviços são derivados de produtos manufaturados, a

exemplo dos telefones celulares (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2010).

Grönroos (2009, p. 64) define serviço como uma atividade ou uma série de

atividades de natureza intangível que normalmente acontece durante as interações

entre clientes e empregados do fornecedor de serviços. Assim, um serviço é uma

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experiência perecível, intangível, desenvolvida para um consumidor que

desempenha o papel de coprodutor (Cf. FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010, p.

26).

Para Lovelock e Wright (2004), serviço é um ato ou desempenho oferecido

por uma parte à outra. Embora o processo possa estar ligado a um produto físico, o

desempenho é essencialmente intangível e normalmente não resulta na posse ou

propriedade de nenhum dos fatores de produção. Serviços são atividades

econômicas que criam valor e fornecem benefícios para clientes em tempos e

lugares específicos (Cf. LOVELOCK; WRIGHT, 2004, p. 5).

Como se pode observar, existe um consenso nas definições de serviços

presentes na literatura em relação a algumas características próprias de serviços,

como a intangibilidade e simultaneidade (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010),

sendo a intangibilidade a principal característica do serviço, uma vez que serviços

são atos, processos e atuações (Cf. ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2011, p. 39).

Intangibilidade significa que os serviços não podem ser tocados, vistos ou

testados do mesmo modo que um bem tangível antes da compra, além de não

poderem ser armazenados, sendo difícil administrar as demandas. Outro fator

relevante da intangibilidade é que os serviços não podem ser patenteados e,

consequentemente, podem ser facilmente copiados pela concorrência, o que

dificulta para a empresa manter um serviço diferenciado perante seus concorrentes

(HOFFMAN, BATESON, et al., 2013). Corrêa e Caon (2012) enfatizam que uma

importante questão da intangibilidade dos serviços está na dificuldade de avaliar a

sua qualidade, uma vez que a avaliação depende da percepção do consumidor no

momento da execução do serviço.

Simultaneidade diz respeito à produção e ao consumo, essencialmente ao

mesmo tempo, ou seja, um serviço é vendido com antecedência e, em seguida,

gerado e consumido simultaneamente na presença do cliente, que atua como

cogerador ou coprodutor desse serviço (Cf. ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2011,

p. 57). Fitzsimmons e Fitzsimmons (Cf. 2010, p. 42) acrescentam que essa

simultaneidade, característica dos serviços, torna-se um desafio para a

administração destes, pelo fato de os serviços não poderem ser estocados e, devido

à interação entre produção e consumo, torna-se um desafio o controle de qualidade.

Essa interação, em que o cliente interage diretamente com a execução do

serviço, é chamada de “momento da verdade” ou “encontro de serviço”. Um

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encontro de serviço são os intercâmbios entre clientes e funcionários (LOVELOCK;

WIRTZ; HEMZO, 2011). É a partir desse momento, em que o cliente experimenta

uma diversidade de encontros, que ele forma sua opinião sobre o serviço recebido e,

consequentemente, sobre a qualidade (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2010).

De acordo com Grönroos (2009, p. 47), três características gerais nos

serviços podem ser identificadas: serviços são processos, são produzidos e

consumidos simultaneamente, e o cliente é coprodutor no processo de produção. O

autor enfatiza que essa natureza de processo do serviço é sua característica mais

importante, da qual se derivam outras características.

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985, p. 42) evidenciam três características

básicas dos serviços:

• Intangibilidade: os serviços não podem ser contados, medidos, testados e

verificados antes do consumo;

• Heterogeneidade: a execução do serviço pode variar de produtor para

produtor, de cliente para cliente e de dia para dia;

• Inseparabilidade: a produção e o consumo são simultâneos, numa interação

entre o cliente e o produtor do serviço.

Sendo o serviço um processo que consiste em uma série de atividades, o

entendimento dessas características é fundamental para a busca da qualidade de

serviços, pois, devido a essas características, torna-se difícil estabelecer evidências

tangíveis para mensurar a qualidade do serviço recebido (PARASURAMAN;

ZEITHAML; BERRY, 1985).

Assim, os serviços se apresentam cada vez mais como um elemento de

diferencial competitivo, pois geralmente são produzidos e consumidos

simultaneamente, e os clientes estão frequentemente presentes nesse processo.

Evidenciando a necessidade de se empreender esforços em relação à mensuração

da qualidade do serviço prestado. Portanto, acaba sendo fundamental para a

empresa ter uma percepção da qualidade do serviço recebido pelo cliente para

alcançar uma maior competitividade.

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2.1.1 Qualidade do serviço

Ao longo do tempo, diversos autores têm desenvolvidos estudos relativos à

qualidade dos serviços. Grönroos (1984), que desenvolveu um dos primeiros

modelos para medição da qualidade do serviço, e Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1985), que propuseram a mensuração da qualidade do serviço com base na

expectativa do cliente em relação ao serviço recebido, são autores precursores do

conceito de qualidade do serviço.

Segundo Grönroos (1984) a qualidade do serviço percebida pelos clientes

possui duas dimensões: uma técnica, o que o cliente recebe; e uma funcional, a

maneira como recebe, sendo que esta última possui um caráter subjetivo, pois

depende diretamente da execução humana e, portanto, pode ser considerada como

uma vantagem competitiva que tem o poder de fazer a diferença na prestação do

serviço.

Para entregar e manter a qualidade de serviço, a empresa precisa,

inicialmente, identificar quais atributos constituíram qualidade para seus clientes,

uma vez que, na prestação de serviço, o momento da verdade se efetiva durante o

recebimento do serviço, em que o cliente sofre influência de suas expectativas e da

maneira como o serviço foi transferido para ele, e não somente a dimensão da

qualidade técnica contará para a avaliação total do serviço que o cliente percebeu

ter recebido (GRÖNROOS, 2009).

Grönroos (1984) sugere que a qualidade do serviço é fruto de duas

dimensões: serviço esperado e serviço percebido, de modo que o cliente analisa o

serviço recebido de acordo com suas expectativas. Assim, a qualidade do serviço

percebida será uma contraposição entre serviço percebido e serviço esperado (Ver

figura 1). Os resultados dos processos de interação entre o cliente e o fornecedor do

serviço terão impacto sobre o serviço percebido, a maneira que o cliente recebe e

como ele recebe o serviço contarão para a qualidade total percebida por ele. Outro

fator evidenciado por Grönroos (2009) e que influencia na percepção da qualidade

pelo cliente é a imagem da empresa. As expectativas dos clientes são influenciadas

pelo modo como eles percebem a empresa.

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Figura 1 – Modelo de Qualidade de Serviço de Grönroos

Fonte: Grönroos (1984, p. 40).

Em seus estudos, Zeithaml, Berry e Parasuraman (1993) propuseram a

medição da qualidade do serviço prestado a partir de um modelo conceitual,

articulando a natureza e os fatores determinantes das expectativas do cliente em

relação ao serviço recebido. Com o desenvolvimento desses estudos, os autores

aumentam a literatura existente sobre as expectativas dos clientes e confirmam seu

papel fundamental na avaliação da qualidade do serviço, além de que servem como

padrões com os quais experiências subsequentes são comparadas, resultando em

avaliações da satisfação ou qualidade.

O modelo conceitual de qualidade do serviço, proposto por Parasuraman,

Zeithaml e Berry (1985), é reconhecido como uma abordagem dominante para a

entrega de qualidade de serviço de uma forma estruturada e integrada. O modelo

posiciona os principais conceitos, estratégias e decisões para o fornecimento de

serviços de qualidade, de uma forma que começa com o cliente e perpassa por

todos os processos da organização em torno do que é necessário para fechar a

lacuna entre as expectativas e as percepções dos clientes. O modelo das lacunas

(Ver figura 2) fornece um quadro abrangente de integração para a entrega de um

serviço de excelência orientado ao cliente (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2010).

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Figura 2 – Modelo de Qualidade de Serviço de Parasuraman, Zeithaml e Berry

Fonte: Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985, p. 44).

As lacunas reveladas no estudo de Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985),

sobre qualidade de serviços, estão centradas no cliente. Percebe-se o foco no

cliente ao longo de todas as lacunas dentro do modelo. Para os autores, o objetivo

principal de uma empresa que busca alcançar a qualidade de seus serviços deve ser

atender às expectativas dos clientes e as estratégias utilizadas para atingir esse

objetivo devem estar focadas neles.

O foco central do modelo (lacuna 5) é a discrepância entre as expectativas

dos clientes com relação ao serviço que vai ser entregue (serviço esperado) e as

percepções do serviço que realmente é entregue (serviço percebido). As outras

quatro lacunas no modelo, conhecidas como as lacunas do vendedor, têm impacto

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direto sobre a qualidade do serviço e o seu conhecimento irá proporcionar o

direcionamento para a empresa atender às expectativas dos clientes.

A lacuna 1 representa a diferença entre as expectativas do consumidor e a

compreensão que a empresa tem dessas expectativas. Vários fatores podem gerar

essa falta de conhecimento da administração em relação ao cliente como uma

orientação inadequada para a pesquisa de marketing ou a falta de uma

comunicação entre a gestão e o cliente (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2011). A

empresa que possui a percepção das expectativas dos clientes necessita

transformá-las em padrões de desempenho (lacuna 2) que reflitam essas

expectativas, projetando serviços com clareza. A execução desses padrões pré-

definidos pode muitas vezes não acontecer de acordo com as diretrizes propostas,

ou seja, o desempenho real se diferencia do desempenho padrão (lacuna 3)

(BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). A lacuna 4 representa a diferença entre a

prestação do serviço e a comunicação externa, fator importante na construção das

expectativas dos clientes como também na influência da percepção sobre o serviço

prestado (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1985).

Em seus estudos iniciais, Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) perceberam

que os clientes caracterizam sua percepção, utilizando alguns determinantes para

mensurar a qualidade dos serviços, que são: confiabilidade, sensibilidade,

competência, acesso, cortesia, comunicação, credibilidade, segurança,

compreensão/conhecimento do cliente e tangíveis. Na visão desses autores, as

expectativas e as percepções dos clientes são os verdadeiros parâmetros para se

avaliar a qualidade em serviços, através dos quais estes julgam se o que receberam

corresponde ao que esperavam (ZEITHAML; BERRY; PARASURAMAN, 1993).

Em estudos posteriores, Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988) reduziram os

dez determinantes da qualidade em cinco (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2011):

1. Segurança: Conhecimento e cortesia dos empregados e sua capacidade de

inspirar confiança e segurança;

2. Empatia: Demonstra interesse e atenção individualizada aos clientes; a

empresa entende a necessidade do cliente;

3. Confiabilidade: Capacidade de executar o serviço prometido de forma

confiável e precisa;

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4. Responsividade: Disposição de ajudar os clientes e fornecer um serviço com

presteza;

5. Tangíveis: Aparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal e

materiais de comunicação.

Tais determinantes são utilizados pelos clientes para julgar a qualidade do

serviço, comparando o serviço esperado e o serviço percebido. O construto

expectativas foi visto como desempenhando um papel fundamental na avaliação da

qualidade do serviço pelos clientes. Portanto, ter conhecimento das expectativas dos

clientes deve ser o passo mais importante para a execução de serviços de qualidade

(ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2011).

A partir de seus estudos, Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988)

desenvolveram um instrumento para mensurar como os clientes percebem a

qualidade do serviço baseada na ideia da confirmação/desconfirmação, ou seja,

comparando expectativas (serviço esperado) e experiências (serviço percebido),

com base nos cinco determinantes da qualidade descritos anteriormente. Essa

escala é conhecida como SERVQUAL e trouxe grandes transformações no estudo

da qualidade dos serviços, sendo referência dentro da literatura de marketing de

serviços. A qualidade é calculada com base na discrepância entre expectativas e

experiências (GRÖNROOS, 2009). O modelo sugere que identificar as percepções

dos clientes, igualar ou superar suas expectativas resultará na obtenção de uma

qualidade de serviço a partir da perspectiva do cliente.

Corroborando com esse pensamento, Nóbrega (2013) ressalta a importância

de se conhecer os aspectos conceituais dos serviços para um melhor entendimento

de qualidade, uma vez que a qualidade de serviços sofre influência da comparação

que o cliente realiza diante de suas expectativas e o serviço percebido. Com isso,

percebe-se que a qualidade precisa estar focada no cliente, pois é este quem utiliza

os serviços e os avalia de acordo com suas expectativas.

Zeithaml, Berry e Parasuraman (1996) apresentam um modelo conceitual (Ver

figura 3) que evidencia a importância para as empresas de oferecer e manter a

qualidade do serviço, uma vez que esta influenciará no comportamento do cliente.

Ou seja, se o cliente percebe uma qualidade superior do serviço oferecido, ele

apresentará uma reação favorável que será manifestada através de intenções

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comportamentais positivas, como lealdade, intenção de recompra, propaganda boca

a boca (recomendações a terceiros) e outros.

Figura 3 – Consequências Comportamentais e Financeiras da Qualidade de Serviço

Fonte: Traduzido de Zeithaml, Berry e Parasuraman (1996, p. 33).

Isso equivale a grandes economias de custos e lucratividade para a empresa,

pois a fidelidade dos clientes tem sido reconhecida como uma importante fonte de

vantagem competitiva para as empresas, uma vez que possui forte impacto sobre o

desempenho (TAMANG, 2014). A lealdade do cliente pode ser alcançada ao se

oferecer um produto de qualidade, levando o cliente a comprar novamente, bem

como a persuadir outros a usar produtos ou serviços dessa empresa. Contudo, há

muitos fatores para tais clientes permanecerem fiéis, entre os quais podemos citar a

satisfação (POKU; ZAKARI; SOALI, 2013).

Existe uma relação entre qualidade de serviços e satisfação do cliente, em

que a satisfação sofre influência da percepção da qualidade do serviço, ou seja, a

satisfação é a avaliação do cliente para um produto ou serviço em termos de atender

às suas expectativas e necessidades (ZEITHAML; BITNER; GREMLER, 2011). Além

disso, outra forte ligação está entre satisfação e lealdade, como comprovado no

estudo de Saleem e Raja (2014), que concluíram que a qualidade do serviço e a

satisfação do cliente estão diretamente relacionadas, e que a satisfação do cliente

leva à lealdade.

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2.1.2 Serviços hoteleiros

O segmento do turismo, formado essencialmente por serviços, constitui um

dos componentes do setor de serviços de maior crescimento na atualidade, sendo

reconhecido como fator considerável para o crescente desenvolvimento de várias

regiões, como um fenômeno capaz de provocar rápidas mudanças nos contextos

sociais, culturais, econômicos e ambientais (AFONSO et al., 2015). Assim, o turismo

vem sendo considerado uma das principais atividades econômicas do mundo

contemporâneo, capaz de contribuir para o desenvolvimento econômico e social,

gerando renda e empregos diretos e indiretos.

O segmento das empresas de turismo é um dos campos do setor de serviços

que mais cresce atualmente, composto por uma diversidade de atividades

mercadológicas divididas em subsetores, como agências de viagens, meios de

hospedagem, operadoras de turismo, organizadoras de eventos, parques e atrações

turísticas, transporte aéreo e turismo receptivo, sendo os serviços hoteleiros

considerados o cerne da cadeia produtiva do turismo (CAMPOS; MARODIN, 2013).

No contexto histórico, o primeiro marco do desenvolvimento do cenário

hoteleiro do Brasil surge na década de 1930 com os primeiros estabelecimentos.

Esses hotéis, criados e associados a casinos, nas principais capitais, marcaram as

bases para o crescimento dos serviços de hotelaria no país (CAON, 2008). A década

de 70 foi marcada pelo crescimento das redes hoteleiras nacionais, proporcionado

pelos incentivos financeiros e fiscais de órgãos governamentais voltados para o

setor do turismo, como a EMBRATUR (Instituto Brasileiro do Turismo), e um maior

desenvolvimento da infraestrutura dos transportes aéreos e rodoviário.

Com a crise econômica nos anos 80, o setor hoteleiro sofreu uma retração em

função do crescimento descontrolado da década anterior. Já no final dos anos 90,

com a implementação do Plano Real e um princípio de estabilidade financeira,

ocorreu um retorno de investimento no setor da hotelaria, principalmente estrangeiro

(BRANCO; RIBEIRO; TINOCO, 2010).

Segundo o Ministério do Turismo (MTUR, 2014), no Brasil, o número de

estabelecimentos hoteleiros e outros tipos de alojamento passou de 19 mil em 2002

para mais de 25 mil em 2009; esses dados traduzem uma expansão e maior

formalização da atividade nos últimos anos. O serviço de hotelaria se apresenta

como um exemplo de crescimento que tem acompanhado o acelerado

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desenvolvimento do setor de turismo, que é um dos setores que mais avança no

mundo, e, no Brasil, observa-se essa mesma tendência.

Um hotel produz e oferece um pacote de serviços aos seus clientes, que

somente são capazes de avaliar a sua qualidade após o consumo. Por ser

intangível, o serviço oferecido pelos hotéis pode ser identificado como serviço que

possui um elevado componente de atributos relacionados à experiência, em que a

percepção é quem vai determinar o grau da avaliação pelo hóspede, que, a partir do

momento em que experimenta o serviço adquirido, é capaz de formar sua opinião

(JOÃO; MERLO; MORGADO, 2010).

Os serviços hoteleiros representam uma mistura única de intangíveis e

tangíveis, de produtos e serviços que vêm juntos para fornecer uma experiência

para os consumidores, ou seja, o consumo do produto oferecido pelo hotel se efetiva

a partir de uma combinação de ativos fixos (por exemplo, infraestrutura) e um

elemento necessário para execução do serviço associado (funcionários da

recepção) (SHARMA; CHRISTIE, 2010).

Segundo Caon (2008), os hotéis oferecem um pacote de valor que inclui não

apenas serviços, apesar de estes serem claramente dominantes, mas também

produtos físicos, ou seja, para uma gestão de qualidade, a empresa hoteleira deve

entender todo o processo de desenvolvimento do serviço, desde as operações que

produzem o serviço, bem como as que geram produtos físicos. Zeithaml, Bitner e

Gremler (2011) destacam a importância de se conhecer todas as etapas do

processo de serviço para o atendimento às expectativas do cliente.

Ao demonstrar um mapa do serviço de um hotel (Ver figura 4), os autores

evidenciam a complexidade do processo devido a sua diversidade de interações do

hóspede com os funcionários (porteiros, recepcionista e outros) e com evidências

físicas (exterior do hotel, estacionamento, quarto, comida e outras), em que cada

momento vai influenciar na experiência vivenciada e na formação da avaliação da

qualidade. A satisfação tem como um dos seus influenciadores principais as

experiências vividas pelos hóspedes dentro do hotel (LADEIRA; SANTINI; COSTA,

2013, p. 140).

Segundo Yilmaz e Bititci (2006) para garantir uma satisfação geral do cliente

com a qualidade dos serviços oferecidos é importante analisar todas as etapas que

envolvem a execução do serviço, pois uma experiência negativa em uma das etapas

poderá influenciar todo o processo. A importância dos contatos de serviço deriva,

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sobretudo, da presença do cliente e da simultaneidade de produção-consumo do

serviço. A qualidade do serviço é percebida nos contatos de serviço (CAMPOS;

NÓBREGA, 2010)

Figura 4 – Mapa do Serviço para Um Pernoite em Um Hotel

Fonte: Zeithaml, Bitner e Gremler (2011, p. 306).

Diante de um cenário de mercados competitivos, a qualidade dos serviços

prestados aos turistas é requisito para aumentar a oferta turística e a

competitividade do empreendimento (VASCONCELOS; LEZANA, 2014). Portanto,

para aperfeiçoar a oferta de seus serviços e posicionar-se competitivamente no

mercado, a empresa deve buscar identificar quais dos seus atributos constituiu

maior grau de importância e qualidade para seus clientes. Segundo Mondo e Fiates

(2015, p. 114), “a qualidade de serviços turísticos é entendida então como

pressuposto da percepção de satisfação e auxilia outras variáveis na criação da

imagem do atrativo ou destino turístico”. Desse modo, investir na qualidade do

serviço proporciona às empresas a oportunidade de competir, fortalecendo sua

competitividade no mercado.

As empresas hoteleiras devem desenvolver uma gestão com foco no cliente,

conhecendo os atributos valorizados por eles e, consequentemente, identificando

pontos importantes para o atendimento das suas necessidades e expectativas e o

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alcance da qualidade, levando-se em consideração como o serviço é recebido e

percebido pelo cliente (JOÃO; MERLO; MORGADO, 2010).

Percebe-se, na literatura, a existência de diversos estudos que avaliam a

qualidade dos serviços hoteleiros oferecidos. Tal preocupação decorre da

importância do setor para a economia, bem como pela crescente competitividade

própria do mercado hoteleiro. Nesse sentido, destacam-se alguns estudos que

contribuem para o avanço teórico e metodológico da qualidade do serviço e da

literatura sobre serviços hoteleiros.

Partindo-se do pressuposto de que a atividade turística possui um papel

importante no desenvolvimento econômico e social local, a exigência por serviços de

qualidade no turismo e na hotelaria remete a uma busca permanente por

ferramentas que possam avaliar o nível de satisfação dos clientes. Souza, Meira e

Maske (2012) desenvolveram um estudo que ressaltou a importância do

conhecimento da expectativa e da percepção de qualidade dos serviços prestados

para a realização de mudanças e melhorias na qualidade, visando a fidelidade dos

clientes. Também com foco na expectativa e percepção do cliente, o estudo de

Campos e Marodin (2013) destaca a importância da identificação das lacunas de

qualidade para o aperfeiçoamento do serviço hoteleiro oferecido.

No trabalho de Aquino, Jerônimo e Melo (2015), o setor hoteleiro é visto como

dinâmico e marcado por diversas necessidades e expectativas do cliente que possui

um nível de exigência crescente, pois o mesmo já possui um conhecimento do que

se espera de um hotel, e ao satisfazer uma necessidade, outras irão surgir

decorrentes de uma expectativa já atendida, interferindo na imagem do hotel e na

execução de seus serviços prestados.

Em outro estudo que abordou a mensuração das expectativas dos serviços

prestados e do desempenho percebido através dos atributos determinantes para a

satisfação dos consumidores, Lima-Filho, Marchiotti e Quevedo-Silva (2012)

definiram que os atributos, como a segurança oferecida pelas instalações,

equipamentos e funcionários aos clientes, bem como a cortesia, agilidade e

eficiência com que são atendidos, são fundamentais para garantir uma excelência e

participação no mercado, além de manter o bom nível da qualidade da prestação de

serviços. Segundo os autores, os hotéis devem continuar capacitando os

funcionários, buscando conhecer seu público com mais profundidade e investir

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constantemente em novas técnicas de gestão que possibilitem atendê-los da melhor

forma (Cf. LIMA-FILHO; MARCHIOTTI; QUEVEDO-SILVA, 2012, p. 74).

Na pesquisa realizada por Petry, Pickler e Tomelin (2016), utilizou-se as cinco

dimensões – tangibilidade, confiabilidade, capacidade de resposta, segurança e

empatia – para mensurar o desempenho do serviço percebido pelos clientes.

Observou-se, no estudo, que a dimensão tangibilidade (evidências físicas) tem um

alto grau de influência na percepção dos clientes em relação ao serviço prestado. O

resultado dessa pesquisa corrobora com o estudo realizado por João, Merlo e

Morgado (2010), que afirmaram que as evidências físicas presentes no cenário de

serviços afetam as experiências dos clientes.

Barboza et al. (2013) também fazem uso das dimensões – tangibilidade,

confiabilidade, capacidade de resposta, garantia e empatia – para a avaliação da

qualidade do serviço pelo consumidor, através da diferença entre a expectativa e a

percepção do serviço em cada uma das cinco dimensões mencionadas. Contudo,

em suas análises, para adquirir excelência e ganhar competividade de mercado, os

autores destacam que os hotéis devem treinar mais funcionários, conhecerem o seu

público mais profundamente e investirem constantemente em novas técnicas de

gestão, a fim de aumentar a satisfação do consumidor.

Dortyol, Varinli e Kitapci (2014) abordaram a importância da percepção de

qualidade de serviço pelo usuário no contexto de dez dimensões: funcionários

simpáticos, educados e prestativos; comodidades no quarto; qualidade dos

alimentos e confiabilidade; interação com a cultura turca; oportunidades de

entretenimento; tangíveis; nível de preços; transporte; clima e higiene; e segurança.

Segundo os autores, essas dimensões estão relacionadas com a satisfação do

cliente, valor do cliente e intenções comportamentais. Os resultados apontam que

“tangíveis” e “qualidade dos alimentos e confiabilidade” são as principais dimensões

que devem ser consideradas pelos gestores do hotel, a fim de satisfazer as

necessidades dos seus hóspedes. Para os autores, entende-se que os turistas, de

acordo com suas percepções, avaliam satisfação e julgam se pretendem voltar e

recomendar, de acordo com as diferentes dimensões de qualidade percebida do

serviço do hotel.

Os fatores mais comuns de qualidade do serviço percebida na indústria

hoteleira parecem ser “confiabilidade”, “empregados” e “tangíveis”. Estas dimensões

são consistentes com dimensões presentes em outros estudos abordados

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anteriormente. Isso significa que os hóspedes do hotel geralmente percebem a

qualidade do serviço através da oferta de instalações físicas confiáveis e livres de

erros, e a presença de funcionários corteses, educados e prestativos (MARKOVIć e

JANKOVIć, 2013).

Saleem e Raja (2014) conduziram um estudo com o objetivo de entender a

relação entre a qualidade do serviço, satisfação do cliente, fidelidade do cliente e

imagem de marca. Constatou-se, no estudo, que a qualidade do serviço e a

satisfação do cliente estão diretamente relacionadas à inovação ou melhoria na

qualidade do serviço dos hotéis, tornando-os mais capaz de satisfazer os clientes.

Outra hipótese confirmada foi que a satisfação do cliente leva à lealdade, ou seja, o

cliente, quando satisfeito, permanece leal ao hotel e, portanto, afeta o

comportamento de compra e recompra.

Portanto, percebe-se a importância dos empreendimentos hoteleiros em

entenderem melhor as prioridades dos seus clientes e, consequentemente,

organizarem seu processo de encontro de serviço em conformidade para cumprir

essas prioridades. Ou seja, ter conhecimento da expectativa e da percepção de

qualidade dos serviços prestados aos clientes torna-se fator primordial para

possibilitar aos hotéis uma melhor gestão dos seus serviços e, consequentemente, a

realização de mudanças e melhorias na qualidade, visando a competitividade e a

fidelidade dos clientes (BARBOZA et al., 2013).

No ambiente de mercado competitivo, a qualidade é considerada a condição

básica de consumo. Hotéis que procuram melhorar o seu desempenho, buscam

alcançar uma qualidade para atrair e manter clientes. A qualidade dos serviços é um

fator importante na escolha do cliente por um destino turístico (CAMPOS; MAIA,

2015). Com o crescimento do mercado hoteleiro, a concorrência tem gradualmente

se intensificado e os clientes tornam-se cada vez mais exigentes. Para competir,

hotéis precisam acompanhar as mudanças na indústria hoteleira para atender às

necessidades do mercado (WANG; CHEN; CHEN, 2012).

2.1.3 Matriz de importância e desempenho

Slack (1994) utilizou a matriz importância-desempenho para elaborar

estratégias a partir da identificação das necessidades dos clientes visando superar

os concorrentes, evidenciando a importância de conhecer o cliente para ter

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competividade. A matriz é elaborada a partir da identificação dos principais atributos

dos serviços oferecidos por uma empresa, identificação esta obtida através da

importância atribuída pelos clientes a cada atributo do serviço recebido. A análise

dos atributos, a partir da matriz de importância-desempenho, fornece implicações

gerenciais que possibilitam a definição de prioridades para melhoria da qualidade

dos serviços (SLACK, 1994).

O modelo escolhido para o presente estudo foi o de Stock e Lambert (2001),

que tem o objetivo de elaborar orientações estratégicas com base nas necessidades

dos clientes. A matriz de oportunidades (Ver figura 5) é construída a partir do

cruzamento dos níveis de importância e discrepância entre desempenho e

importância (lacunas da qualidade). Sendo constituída de nove quadrantes,

cruzando três níveis de importância e três de desempenho (STOCK; LAMBERT,

2001).

Figura 5 – Modelo de Matriz de Importância e Desempenho

Fonte: Adaptado de Stock e Lambert (2001).

2.2 A CADEIA DE VALOR

Segundo Porter (1989, p. 44), a cadeia de valor é entendida como “uma

reunião de atividades que são executadas para projetar, produzir, comercializar,

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entregar e sustentar seu produto”, ou seja, são os vínculos e processos produtivos

interligados cujo resultado final é uma mercadoria ou serviço. Assim, o conceito

norteador de cadeia de valor proposto por Porter (1989, p. 31) é uma “forma

sistemática para exame de todas as atividades executadas por uma empresa e a

forma como elas interagem e criam, em maior ou menor grau, as vantagens

competitivas”. Portanto, a cadeia de valor analisa uma empresa na sua coletividade,

como um conjunto de atividades inter-relacionadas, cujo objetivo é gerar benefícios

mútuos aos seus membros.

O conceito de cadeia de valor se refere a uma rede de trabalho e de

processos produtivos cujo resultado final é uma mercadoria, em que existe uma

divisão do trabalho complexa e oportunidades econômicas reais em cada parte da

cadeia, de modo que a análise da cadeia permite examinar a interdependência das

atividades produtivas (KAPLINSKY; MORRIS, 2001). Os autores evidenciam que a

melhor maneira de “idealizar” a existência de uma cadeia de valor, identificando-a e

delimitando-a, é partir da identificação de um produto finalizado, pronto para ser

comercializado, e remontar toda a sequência de operações da sua produção. Esse

procedimento implica levar em conta os diferentes segmentos (elos) da sequência

da produção até serem alcançadas as atividades ligadas às matérias-primas iniciais

(COMERLATTO, 2015).

A Confederação de Turismo Português (2005, p. 93) conceitua cadeia de

valor como conjunto de atividades interligadas e organizadas para obter o máximo

de valor acrescentado em cada um dos elos da cadeia até o cliente, cuja satisfação

constitui o grande objetivo de toda a cadeia. Portanto, cada elo da cadeia possui seu

valor na construção da qualidade junto ao consumidor final, compondo um conjunto

articulado, de modo que o benefício é mútuo.

Uma cadeia de valor descreve todas as atividades necessárias na produção

de um produto ou serviço, através das diferentes fases de produção até a entrega ao

consumidor final e disposição final após o uso. De uma forma geral e simples,

assume a forma como descrita na figura 6. Além disso, existe uma diversidade de

atividades dentro de cada elo da cadeia, tornando-a muito mais complexa. Ou seja,

dependendo de qual produto ou serviço, sua cadeia passa por várias fases

intermediárias até atingir o cliente final (Cf. KAPLINSKY; MORRIS, 2001, p. 4).

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Figura 6 – Quatro Elos de Uma Cadeia de Valor Simples

Fonte: Adaptado de Kaplinsk e Morris (2001, p. 4).

Em síntese, a cadeia de valor é o conjunto dos sistemas produtivos, incluindo

fornecedores de insumos e serviços, agentes de distribuição e comercialização,

além dos consumidores finais. O estudo da cadeia de valor favorece uma análise

dos caminhos da economia capitalista no que se refere ao acesso aos recursos e

aos mercados, além de permitir o estabelecimento mais adequado dos vínculos

entre os processos para um melhor desempenho no mercado, tornando a empresa

mais competitiva. Pois a conquista de uma vantagem competitiva vai depender do

valor que a empresa consegue criar junto aos seus consumidores finais, e a

conquista de uma diferenciação pode ser obtida por um melhor desempenho da

empresa através da análise de sua cadeia de valor (PORTER, 1989).

Nos estudos sobre cadeia de valor, enfatiza-se a análise do poder nas

relações de troca entre empresas, porém, sua aplicação foi essencialmente limitada

a setores que possuem um produto tangível. O setor de serviços geralmente é posto

em segundo plano nesse tipo de análise, exceto quando os serviços fazem parte de

um processo de produção maior (COMERLATTO, 2015). Os serviços são, em

grande parte, invisíveis e de difícil definição. Além disso, a sua natureza abrangente

torna uma generalização teórica mais difícil, pois muitos serviços estão

intrinsecamente ligados a outros setores da economia (NÓBREGA, 2013). A análise

da cadeia de valor da empresa pelos gestores proporcionará aos mesmos o

conhecimento de informações importantes para tomada de decisões estratégicas e o

alcance de uma vantagem competitiva.

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2.2.1 Cadeia de valor hoteleira

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE,

2008, p. 9) conceitua cadeia de valor como uma rede de interações de atividades e

segmentos produtivos que convergem para a produção de bens e serviços,

articulando o fornecimento dos insumos, o processamento, a distribuição e a

comercialização, e mediando a relação do sistema produtivo com o mercado

consumidor. O turismo é visto como uma atividade econômica que interage com

outras atividades produtivas da economia. Modelos eficazes de cadeia de valor

devem incorporar diferentes agentes e empresas, incluindo fornecedores, canais de

distribuição e clientes (por exemplo, turistas) (GEORGANTZAS, 2003).

Comerlatto (2015) apresenta um modelo de cadeia de valor simplificada (Ver

figura 7) com base na relação de poder, em que, no primeiro elo, encontram-se as

empresas que desempenham um papel mais importante na cadeia e possuem o

poder de influenciar a demanda turística, e, no segundo, os demais atores da

cadeia. Figura 7 – Cadeia Simplificada de Valor do Turismo

Fonte: Comerlatto (2015, p. 67).

No setor hoteleiro, assim como no setor de serviços, o gestor precisa analisar

a cadeia de valor, explorando as interações com fornecedores e clientes, além de

identificar as atividades estratégicas relevantes que levarão a empresa a obter um

valor junto ao cliente e criar uma vantagem competitiva. Comerlatto (2015), usando

como referência a cadeia produtiva de um serviço de hospedagem, identifica as

atividades presentes em uma cadeia de valor do setor hoteleiro (Ver figura 8), as

quais são executadas por um ou vários atores diferentes. A cadeia é construída a

partir de conexões a montante e a jusante.

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Figura 8 – Cadeia de Valor do Turismo de Um Resort

Fonte: Comerlatto (2015, p. 127).

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Observa-se, no esquema apresentado pelo autor na figura 8, que, para

oferecer seu serviço com qualidade, o hotel necessita de uma série de interações

com uma diversidade de atores e serviços que compõem sua cadeia de valor, e que

também pertencem a outras cadeias, criando uma rede de diversos elos. Desse

modo, conhecer a cadeia de valor hoteleira proporciona ao gestor uma ferramenta

para um serviço de qualidade, uma vez que permite ver o hotel e como o mesmo se

relaciona com seus elos a montante e a jusante. Na hotelaria, em que o produto final

é um serviço, torna-se importante uma análise da sua cadeia produtiva, pois é

através dos elos que compõem a cadeia que os serviços chegam até os clientes de

forma eficiente e eficaz (DONAIRE; SILVA; GASPAR, 2009).

No estudo de Santos e Matschuck (2015), a análise da cadeia de valor

objetivou identificar lacunas no processo produtivo e compreender como ações

gerenciais e operacionais se interagem com as esferas sociais, culturais, ambientais,

espaciais e econômicas para alcançar uma qualidade que possa ser percebida no

serviço oferecido. Meira e Anjos (2012) realizaram um estudo comparativo do

processo logístico de dois hotéis, através do mapeamento de sua cadeia de valor,

levantando os processos desenvolvidos na execução do serviço hoteleiro e

identificando os pontos de diferenciação que podem levar a uma vantagem

competitiva.

Duarte (2002) realizou um estudo que avaliou como o cliente percebe os

diferentes serviços que integram a cadeia de valores a serem oferecidos e como tais

serviços influenciam na fidelização. O autor utilizou como instrumento de pesquisa

uma adaptação do modelo proposto dor Parasuraman, Zeithaml e Berry (1988). Na

análise dos dados coletados, os referidos autores identificaram em sua pesquisa que

a essência do valor se concentrava nos elos internos da cadeia, isto é, na interação

da produção com a recepção do serviço. O estudo concluiu que uma gestão

eficiente dos elos internos da cadeia de valor de um serviço de hotelaria refletirá

positivamente na fidelização de seus clientes.

2.3 CONTRIBUIÇÃO DOS SERVIÇOS HOTELEIROS NO DESENVOLVIMENTO

LOCAL

O termo “desenvolvimento” remete à ideia de crescimento, expansão,

melhoria, a uma mudança positiva de padrões, ou seja, à transformação de um

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estado inferior em direção a um estado associado a algo positivo que conduz a um

estado melhor. Desse modo, pensar em desenvolvimento local é pensar em

modificar a situação atual de uma localidade, tornando-a melhor (PORTUGUEZ;

SEABRA; QUEIROZ, 2012).

O turismo é considerado um dos principais setores socioeconômicos que

favorece o desenvolvimento, sendo uma importante atividade de geração de

emprego e renda em muitos países (WTTC, 2016). O SEBRAE (2008), em seu

estudo, divide a cadeia de valor do turismo em três grandes blocos, sendo as

atividades diretamente vinculadas ao conjunto “Alojamento e alimentação”

(atividades hoteleiras, bares e restaurantes) as de maior produtividade e

contribuição.

De acordo com Lage e Milone (2009, p. 128), o desenvolvimento de

atividades turísticas em determinada região gera uma diversidade de impactos

econômicos, que os autores classificam em:

a) Impactos diretos: representados pela renda direta dos gastos nos setores

turísticos, ou seja, os gastos dos turistas;

b) Impactos indiretos: representados pela renda dos gastos do setor de turismo

em bens e serviços produzidos. São os gastos referentes à cadeia de

compras de bens e serviços;

c) Impactos induzidos: representados pelos níveis de aumento dos impactos

diretos e indiretos dos serviços turísticos na economia. Constituem os gastos

locais oriundos das remunerações dos empregados e dos proprietários das

empresas relacionadas com o turismo e que geram outros gastos.

O turismo possui relevante papel, sendo considerado uma das principais

atividades geradora de renda e emprego do mundo contemporâneo, tendo, portanto,

um efeito direto na economia, uma vez que os gastos turísticos começam com os

turistas que utilizam serviços como transporte, hotéis e restaurantes; tais valores são

drenados para o resto da economia, como mostram Barbosa, Martelotte e Zouain

(2006), em seu estudo sobre a análise do impacto econômico do turismo na cidade

do Rio de Janeiro, avaliando o efeito multiplicador (Ver figura 9) das atividades

características que compõem a cadeia de valor do turismo.

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O efeito multiplicador é considerado a contribuição econômica mais

importante que o turismo pode gerar para o desenvolvimento local da região onde os

serviços são oferecidos. Lage e Milone (2009, p. 132) conceituam efeito

multiplicador como o ciclo em que o dinheiro gasto no turismo permanece na região,

sendo reciclado por meio da economia local, ou seja, o dinheiro gasto pelo turista

migra entre diversas outras atividades econômicas.

Figura 9 – Efeito Multiplicador do Turismo

Fonte: Barbosa, Martelotte e Zouain (2006, p. 401).

O efeito multiplicador funciona como um ciclo. As empresas que atuam no

setor do turismo proporcionam renda para os seus empregados e para outras

empresas, como fornecedores, os quais, por sua vez, utilizam uma diversidade de

serviços locais, como alimentação e moradia. Parte dos gastos do turista em hotéis,

restaurantes, por exemplo, são utilizados pelas empresas para pagamento de

salários e fornecedores.

A OMT (2003) considera que o turismo bem planejado, ordenado e

gerenciado pode trazer contribuições substanciais para o desenvolvimento

socioeconômico local. Entre os diversos benefícios, estão a geração de emprego e

renda, o estímulo ao surgimento de empreendimentos, os novos mercados para

produtos locais, o aumento de renda, os rendimentos de impostos locais, entre

outros. Alves (2014) em seu trabalho constatou que o turismo pode se apresentar

como um instrumento de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida desde

que devidamente planejado em harmonia com a realidade da comunidade local no

qual está inserido.

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Entre as principais contribuições socioeconômicas citadas pela OMT (2003, p.

110) está o efeito multiplicador (Ver figura 10) como um incentivador para a

expansão de outras atividades econômicas locais e geração de emprego e renda,

ressaltando a importância de o setor do turismo apresentar laços estreitos com

essas atividades locais para evitar a perda de benefícios, os quais poderiam ser

gerados por uma cadeia de valor com uma maior participação de atores locais.

Figura 10 – Efeito Multiplicador

Fonte: OMT (2003, p. 111).

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Como já mencionado, o turismo irá causar contribuições diretas e indiretas,

como também induzidas. Foi evidenciado na literatura que a relação existente entre

os serviços hoteleiros e o comércio da região onde o referido turismo é praticado,

como fornecedor dos insumos necessários sem ter de recorrer a importações, é de

suma importância para alcançar efeitos multiplicadores positivos (TEIGEIRO; DÍAZ,

2014). Ou seja, se o grau de interdependência produtiva entre o hotel e a economia

local for significativo, menor será o grau de perdas nos fluxos de produção e de

renda para outras regiões, e, consequentemente, maiores serão as contribuições

para o desenvolvimento do município.

O desenvolvimento do turismo pode proporcionar benefícios econômicos,

através do aumento dos rendimentos pessoais, das receitas fiscais e das

oportunidades de emprego. Isto ocorre devido ao seu efeito multiplicador, onde os

gastos originais do turismo refletem em outros setores da economia (PRATT, 2015).

Outra contribuição do turismo é seu caráter de atividade exportadora exógena, ou

seja, ele exporta a região para o restante do país (Cf. ABLAS, 1991, p. 50). O autor

destaca que uma atratividade turística pode ser criada, planejada e transformada em

atividades produtivas capazes de proporcionar o desenvolvimento regional.

Sendo os serviços hoteleiros de grande importância para o setor do turismo,

eles atuam como agentes importantes para o desenvolvimento local, a partir de sua

cadeia produtiva que poderá trazer contribuições positivas para a economia local. É

importante ressaltar que, para gerar benefícios, o serviço necessita manter uma

vitalidade do setor, apresentando competitividade junto ao mercado. Portanto, para

manter seu valor junto ao setor, a empresa precisa de uma gestão voltada para a

qualidade, com foco no cliente. Pois qualidade dos serviços leva à satisfação do

cliente – o que proporciona uma maior lealdade deste e a propaganda boca a boca

(recomendação), importante fator no setor de serviços (ZEITHAML; BERRY;

PARASURAMAN, 1996) – e, consequentemente, a um maior número de clientes,

proporcionando uma maior contribuição para o desenvolvimento local.

Destaca-se, ainda, que muitos hotéis estão, como alternativa para

incrementar as suas receitas, investindo no cliente local, desenvolvendo um

marketing para atrair a presença e o consumo de residentes locais da região onde

se localizam, através da oferta de uso da área de lazer (piscinas, quadras, etc.), da

gastronomia (restaurantes), do entretenimento (shows e espetáculos) e de eventos

(seminários, simpósios, congressos, convenções etc.) (SILVA, 2004).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo aborda a metodologia utilizada para a realização da presente

pesquisa. A figura 11, apresenta uma visão geral dos procedimentos metodológicos

que foram aplicados neste estudo.

Figura 11 – Esboço Metodológico

Fonte: Elaboração própria (2016).

A primeira parte da pesquisa consistiu na construção de um referencial teórico

relacionado à gestão de serviços e à cadeia de valor, tendo sido realizada uma

revisão de literatura em livros, dissertações, teses e artigos de periódicos nacionais

e internacionais acerca das temáticas abordadas, dos quais foram extraídos os

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principais atributos associados aos serviços hoteleiros e o instrumento de pesquisa,

que foi adaptado e ajustado ao contexto local e às características do Thermas Hotel

& Resort, locus da pesquisa, e, posteriormente, aplicado junto aos hóspedes do

hotel.

Na segunda fase, foi realizada a coleta dos dados através da aplicação do

questionário para verificar a qualidade dos serviços oferecidos pelo hotel Thermas,

mediante a análise das expectativas (importância) dos clientes e serviço percebido

(desempenho). Tais informações foram analisadas e utilizadas na elaboração da

matriz de oportunidade do hotel. Os dados obtidos também foram utilizados para

verificar os níveis de satisfação e lealdade dos hóspedes. Outra informação

importante extraída do questionário foram os gastos realizados, pelos hóspedes do

Thermas Hotel & Resort, com serviços externos ao hotel.

Na terceira fase da pesquisa, foi realizada uma análise da cadeia de valor do

hotel, identificando os processos desenvolvidos na execução dos serviços

oferecidos pelo hotel que compõem sua cadeia e analisando a contribuição dessas

atividades para o desenvolvimento da economia local da cidade de Mossoró.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

No que se refere à metodologia da pesquisa, o estudo caracteriza-se como

uma pesquisa de campo. Seu delineamento foi realizado através de uma pesquisa

bibliográfica, com o objetivo de contextualizar a temática e formar o referencial

teórico que embase a pesquisa. Quanto à sua classificação, trata-se de uma

pesquisa descritiva, de caráter quantitativo, que buscou descrever características de

determinada população ou fenômeno, bem como o estabelecimento de relações

entre variáveis cujo foco está na busca por padrões, ideias ou hipóteses, utilizando

de técnicas como o estudo de caso (COLLIS; HUSSEY, 2005).

A presente pesquisa desenvolveu um estudo de caso único no Thermas Hotel

e Resort, localizado na cidade de Mossoró/RN. Segundo Yin (2015), o estudo de

caso é caracterizado pelo estudo dos fatos objetos de investigação, o que permite

um amplo conhecimento da realidade e dos fenômenos pesquisados dentro do seu

contexto real. Assim, a partir de um conjunto claro de proposições teóricas, Yin

(2015, p. 54) considera que o estudo de caso único “pode ser usado, então, para

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determinar se as proposições são corretas ou se algum conjunto alternativo de

explicações pode ser mais relevante”.

Um ponto forte característico do estudo de caso é a possibilidade de usar

variadas fontes de evidências para coleta de dados. Yin (2015, p. 109) enuncia seis

fontes básicas de evidências, quais sejam: documentação, registros em arquivos,

entrevistas, observações diretas, observação participante e artefatos físicos. A

utilização de múltiplas fontes de dados proporciona ao pesquisador abordar uma

variação mais ampla de aspectos históricos e comportamentais.

3.2 LOCUS DA PESQUISA

Para esta pesquisa foi selecionado como objeto de estudo o Thermas Hotel &

Resort (Ver figura 12), que atua no setor de serviços no segmento de hospedagem e

lazer. Está localizado na cidade de Mossoró/RN, onde iniciou suas atividades em

1979, sendo o pioneiro no segmento, atuando no mesmo mercado há 37 anos. No

início de suas atividades, a empresa era administrada pelo governo estadual por

meio da empresa mista Nortel. No decorrer dos anos, a gestão do hotel passou por

diversas mudanças e, atualmente, o empreendimento pertence a um grupo privado

(LEITE; SILVA; SIQUEIRA, 2010).

O Thermas Hotel & Resort ocupa uma área de 200 mil metros quadrados e

possui uma infraestrutura composta de: apartamentos; completa área de lazer;

restaurante bar; lago artificial com caiaque e pedalinhos; grande área verde; campo

de futebol; quadras poliesportivas; academia de ginástica; quadra de squash;

quadras de tênis; salão de jogos; toboágua gigante; rampa molhada; quadra de

voleibol de areia; pista de cooper; fazendinha; pomar; horta e salões de eventos. O

empreendimento disponibiliza serviços de entretenimento como telão com clipes

musicais; passeio de charrete; shows de música ao vivo e festivais gastronômicos. O

Hotel dispõe atualmente de 145 apartamentos de diferentes categorias e tamanhos,

a saber: apartamento de 25m2, apartamento superior de 30m2 e apartamento suíte

de 50m2. A área gastronômica do Thermas Hotel & Resort conta com dois

restaurantes, o Pinga Fogo, que dispõe de uma culinária mais contemporânea e

também japonesa, e o Virgulino, localizado na área do parque aquático, com um

cardápio mais regional, além do bar Secos e Molhados que serve drinks e bebidas

localizado na piscina do toboágua (THERMAS HOTEL & RESORT, 2016).

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Figura 12 – Estrutura do Thermas Hotel & Resort

Fonte: Thermas Hotel & Resort (2016).

A escolha do Thermas Hotel & Resort como locus da pesquisa deu-se por sua

natureza turística e porte estrutural, o qual pode constituir um papel relevante na

economia do município de Mossoró/RN enquanto polo de atratividade turística e

fonte de geração de emprego e renda. Sendo o único ponto da região Nordeste do

Brasil que desfruta de águas termais vazadas naturalmente.

As águas termais do hotel Thermas atingem uma temperatura de até 58°C

(dependendo da vazão) e são distribuídas para as piscinas, perdendo o calor

gradativamente, as águas são bombeadas a mais de 1.000 metros do solo, através

de um conjunto moto-bomba que funciona 24 horas por dia. Na sequência, por

gravidade, as águas vão correndo para as outras piscinas, perdendo o calor

gradativamente. (THERMAS HOTEL & RESORT, 2016).

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3.3 ATRIBUTOS DE PESQUISA 3.3.1 Atributos utilizados na avaliação da qualidade dos serviços Para mensurar a qualidade, a presente pesquisa adotou como base os

atributos utilizados no estudo de Campos e Marodin (2013), que analisaram as

lacunas existentes entre as expectativas e a percepção do serviço recebido em

hotéis de Natal/RN, através de um questionário elaborado com base nos principais

atributos (Ver quadro 2) extraídos da literatura, por meio de uma revisão teórica em

teses, dissertações, artigos nacionais e internacionais que abordavam o tema

expectativa e qualidade de serviços.

Quadro 2 – Atributos da Qualidade dos Serviços Nº LISTA DE ATRIBUTOS 1 Acolhida e procedimentos de check-in. 2 Aparência externa do hotel. 3 Localização. 4 Segurança do entorno. 5 Segurança em todas as instalações do hotel. 6 Disponibilidade de material promocional de empresas na recepção ou lobby do hotel. 7 Aparência dos funcionários. 8 Qualidade do atendimento dos funcionários. 9 Agradabilidade dos quartos.

10 Ar condicionado. 11 Limpeza dos quartos. 12 Enxoval dos quartos. 13 Agradabilidade dos banheiros. 14 Limpeza e higiene dos banheiros. 15 Agradabilidade das áreas comuns. 16 Limpeza das áreas comuns. 17 Manutenção das áreas verdes do hotel. 18 Piscina do hotel. 19 Oferta de Internet Wi-fi. 20 Oferta de business center. 21 Oferta de serviço de bar. 22 Oferta de serviço de restaurante. 23 Variedade no cardápio. 24 Café da manhã. 25 Facilidade na resolução de problemas. 26 Facilidade de acesso à gerência superior. 27 Execução do serviço no tempo prometido.

28 Ações contra o turismo sexual, hospedagem de menores desacompanhados e venda de bebidas alcoólicas para menores.

29 Ações de redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva, reciclagem de lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

30 Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadora de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

31 Serviço de recepção. 32 Fechamento da conta pelo hotel. 33 Preço da diária do apartamento. 34 Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel.

Fonte: Campos e Marodin (2013, p. 668).

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Analisando-se os 34 atributos (Rever quadro 2) do estudo de Campos e

Marodin (2013), observou-se a necessidade de uma adaptação desse conjunto de

atributos para apreender a diferenciação que o Thermas apresenta, enquanto um

hotel resort que tem sua imagem vinculada a um parque aquático de águas termais,

a principal atratividade do hotel.

Assim, partindo-se, inicialmente, de um estudo de observação in loco das

atividades do Thermas, foram levantados atributos associados ao próprio hotel e ao

parque aquático (Ver quadro 3).

Quadro 3 – Atributos Associados Ao Parque Aquático

1 Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel. 2 Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático. 3 Segurança no parque aquático. 4 Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático. 5 Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas. Fonte: Elaboração própria (2017).

Após introduzir os atributos relativos ao Themas Hotel & Resort e a sua

principal atratividade, o conjunto de atributos foi apresentado para análise a um

grupo de clientes, gestores do próprio hotel e outros profissionais (docentes)

vinculados à área de turismo que conheciam o Thermas e as atividades por ele

desenvolvidas, através de entrevistas individuais.

Como contribuições, surgiram sugestões para redução do número de

atributos através do agrupamento por similaridade como, por exemplo, os atributos

13 e 14 do quadro 2 que foram agrupados e resultaram no atributo 16 do quadro 4.

Além dos agrupamentos, foi sugerido também a exclusão de atributos como

Localização, uma vez que se trata de um estudo de caso, com a finalidade de deixar

o questionário mais atrativo e ágil para coleta. Após análise de todas as

considerações do processo de consolidação dos atributos, resultou na seleção

apresentada no quadro 4, que resume os atributos utilizados na presente pesquisa.

Quadro 4 – Atributos Utilizados Na Pesquisa

Nº LISTA DE ATRIBUTOS 1 Acolhida do hotel e procedimentos de check-in. 2 Qualidade do atendimento dos funcionários. 3 Aparência dos funcionários. 4 Oferta de Internet – zona Wi-fi. 5 Facilidade na resolução de problemas. 6 Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido. 7 Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes.

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8 Segurança em todas as instalações do hotel. 9 Preço da diária do apartamento. 10 Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel. 11 Oferta de café da manhã. 12 Oferta do serviço de restaurante do hotel. 13 Funcionamento do ar condicionado. 14 Enxoval dos quartos. 15 Limpeza e agradabilidade dos quartos. 16 Limpeza e agradabilidade dos banheiros. 17 Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel. 18 Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático. 19 Segurança no parque aquático. 20 Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático. 21 Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas.

22 Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores.

23 Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

24 Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

25 Disponibilidade de serviços de turismo receptivo. 26 Fechamento da conta pelo hotel e check-out. Fonte: Adaptado de Campos e Marondi (2013, p. 668).

3.3.2 Atributos utilizados na avaliação da satisfação e lealdade do cliente

Os atributos de pesquisa utilizados para mensurar a satisfação e lealdade do

hóspede foram os apresentados no estudo de Tamang (2014) (Ver quadro 5), que

tinha como principal objetivo analisar a relação entre a qualidade do serviço do hotel,

a satisfação e a lealdade do cliente. Segundo Tamang (2014) os atributos utilizados

para medir o nível de satisfação contêm oito itens e reflete a satisfação dos clientes

em geral, e para mensurar a lealdade os atributos foram baseados na abordagem de

atitude e conduta recomendada pela maioria dos pesquisadores.

Quadro 5 – Atributos para Mensurar Satisfação e Lealdade do Cliente

Satisfação do cliente No geral, estou satisfeito com os serviços do hotel. Estou satisfeito com as taxas/preços dos serviços do hotel. Estou satisfeito com as práticas verdes do hotel. Estou satisfeito com a experiência dos empregados em lidar com os hóspedes (e.g. procedimento de check-in, resolução de problema do hóspede etc.). Estou satisfeito com a capacidade da equipe de pessoal da recepção do hotel em lidar com os clientes. Estou satisfeito com a forma do hotel se comunicar com seus clientes. Estou satisfeito com a capacidade de resposta do pessoal do hotel aos seus clientes. Estou satisfeito com a confiabilidade da qualidade dos serviços prestados pelo hotel.

Lealdade do cliente Gostaria de ficar no hotel na próxima vez. Gostaria de escolher o hotel mesmo que existam outros hotéis similares. Gostaria de escolher o hotel mesmo que seu preço suba. Gostaria de recomendar o hotel para outras pessoas.

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Em algumas situações, posso tolerar pequenos erros do hotel. Acredito ter construído um bom relacionamento com o hotel. Acredito que sou um cliente fiel do hotel.

Fonte: Traduzido de Tamang (2014, p. 34).

3.3.3 Atributos utilizados na análise da cadeia de valor do Thermas Hotel & Resort

Para analisar a cadeia de valor do Thermas Hotel & Resort esta pesquisa

utilizou como base o estudo de Silva (2004) que analisou o turismo enquanto

atividade econômica capaz de atuar como motor do crescimento e do

desenvolvimento regional. Neste sentido, o estudo realizou um levantamento, junto à

hotelaria de Salvador/BA, procurando evidenciar atributos da cadeia produtiva do

hotel influenciadores da economia local. Além de informações gerais do hotel, como

identificação e caracterização do meio de hospedagem, o estudo de Silva (2004)

levantou os atributos presentes no quadro 6, a seguir.

Quadro 6 – Atributos Utilizados para Análise da Cadeia de Valor

do Thermas Hotel & Resort 1 Nível de ocupação/sazonalidade 2 Mão-de-obra utilizada 3 Estrutura de receitas e custos 4 Grupo de despesas 5 Distribuição do gasto total anual com fornecedores

Fonte: Adaptado de Silva (2004)

3.4 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para avaliar a qualidade dos serviços oferecidos pelo hotel Thermas, a partir

da percepção dos hóspedes, foi utilizado do modelo das lacunas de Parasuraman,

Zeithaml e Berry (1985), que evidencia a diferença entre as expectativas dos clientes

acerca do serviço que irá ser entregue e a percepção do serviço como ele é

realmente entregue. Outro fator mensurado no estudo da qualidade foi a lealdade

dos hóspedes na intenção de retorno e recomendação dos serviços do hotel

Thermas. Uma vez que ao oferecer um serviço de qualidade e atingir níveis altos de

satisfação de seus clientes as empresas conseguem um alto grau de fidelidade, pois

estudos comprovam que a qualidade do serviço percebido é componente crucial da

satisfação e esta, por sua vez, está associada à fidelização do cliente (ZEITHAML;

BITNER; GREMLER, 2011).

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O instrumento utilizado para a realização da pesquisa foi um questionário

estruturado composto por quatro módulos:

• Módulo 1: com o objetivo de identificar o perfil sociodemográfico dos

hóspedes, além de abordar questões como duração da viagem, tempo de

permanência, motivação da viagem e outras, bem como informações acerca

dos serviços externos ao hotel Thermas e utilizados pelos respondentes (Ver

quadro 7).

• Módulo 2: foi construído, utilizando-se uma adaptação do instrumento de

Campos e Marodin (2013) e teve o objetivo de apreender a percepção de

importância dos respondentes com relação ao conjunto de atributos.

• Módulo 3: também utilizou como base o instrumento de Campos e Marodin

(2013) e objetivou apresentar a percepção do desempenho do hotel Thermas

em relação aos atributos enumerados no questionário.

• Módulo 4: tem a finalidade de mensurar a satisfação e a lealdade dos

hóspedes; para tanto, fez-se o uso do instrumento utilizado por Tamang

(2014), que teve como objetivo medir e compreender a relação entre a

qualidade do serviço, satisfação do cliente e fidelização de clientes em hotéis.

O modelo do questionário encontra-se no APÊNDICE A.

Quadro 7 – Questões do Perfil Sociodemográfico

Questões Alternativas

Sexo Masculino Feminino

Cidade/Estado onde mantém residência

Idade

Até 18 anos De 19 a 29 anos De 30 a 39 anos De 40 a 49 anos Acima de 50 anos

Escolaridade Ensino Fundamental Ensino Médio Graduação Pós-Graduação

Renda familiar

Menos de 2 salários mínimos De 2 a 5 salários mínimos De 6 a 10 salários mínimos De 11 a 20 salários mínimos Acima de 20 salários mínimos

Ocupação principal Sem ocupação remunerada Profissional autônomo Empresário

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Empregado empresa privada Funcionário público Outro

Qual o motivo de sua viagem à Mossoró/RN

Turismo Negócios Congresso/convenção Saúde Pessoal/família Outro

Número de viagens à Mossoró/RN Primeira vez Segunda vez Terceira vez Quarta vez ou mais

Número de viagens ao Thermas Hotel & Resort Primeira vez Segunda vez Terceira vez Quarta vez ou mais

Tempo de permanência no Thermas Hotel & Resort 1 a 3 noites 4 a 7 noites Mais de 7 noites

Você veio a Mossoró para outras atividades não turísticas e escolheu o Thermas Hotel & Resort

Sim Não

Você veio a Mossoró por causa da existência do Thermas Hotel & Resort

Sim Não

Serviços utilizados na cidade de Mossoró fora do Thermas Hotel & Resort

Restaurantes Bares Lojas Shopping Cinema Serviço de taxi Outro

Estimativas de gastos em reais (R$) com serviços extermos ao Thermas Hotel & Resort

Até R$ 500,00 Entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 Entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 Acima de R$ 2.000,00

Fonte: Elaboração própria (2017).

3.4.1 Instrumento para mensuração da qualidade dos serviços

O instrumento de pesquisa usado nesta pesquisa para mensurar a qualidade

compôs o segundo e o terceiro módulo do questionário (Apêndice A), e foi uma

adaptação do utilizado no estudo de Campos e Marodin (2013), que foi aplicado

junto a hóspedes da rede hoteleira pesquisada, contendo questões que abordavam,

em um módulo, as expectativas e, em outro, as percepções dos hóspedes em

relação aos serviços dos hotéis. No instrumento de Campos e Marodin (2013) as

respostas foram marcadas numa escala Likert de 11 pontos, variando de zero (não

importante) a dez (muito importante) nas perguntas sobre as expectativas, e de zero

(péssimo) a dez (excelente) para avaliar o desempenho do hotel. Para esta pesquisa

optou-se pela utilização da escala Likert de 7 pontos, que segundo Dalmoro e Vieira

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(2013) permite uma melhor discriminação e limite da habilidade humana de

distinção, além de se ajustar bem a estatísticas multivariadas.

O segundo módulo do instrumento foi formado pelos atributos do quadro 4 em

forma de perguntas, onde os respondentes revelaram sua percepção de importância

em relação ao conjunto de atributos vinculados ao serviço oferecido por qualquer

hotel resort, devendo atribuir a cada um dos atributos apresentados no questionário

uma nota em uma escala Likert de 7 pontos, variando de 1(não importante) a 7

(muito importante). Como ilustrado na figura 13.

Figura 13 – Exemplo de Questão para Verificar a Percepção de Importância

em Relação Ao Atributo Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção de IMPORTÂNCIA em relação a um conjunto de atributos vinculados ao serviço oferecido por qualquer hotel resort. A nota 7 (sete) significa importância máxima para o atributo e a nota 1 (um) significa que o atributo não tem importância na utilização dos serviços oferecidos por um hotel resort no qual o Sr(a) se hospedaria. Pode ser marcado qualquer valor da escala.

1 2 3 4 5 6 7 não importante mediana importância muito importante

Numa escala de 1 (um) a 7 (sete), considerando os serviços de um hotel resort, indique QUAL A IMPORTÂNCIA que o Sr(a) atribui a(ao):

01) Acolhida do hotel e procedimentos de check in? (atenção, cordialidade, agilidade, auxílio na movimentação das bagagens, instruções preliminares) 1 2 3 4 5 6 7

Fonte: Adaptado de Campos e Marondi (2013).

No terceiro módulo, os respondentes manifestaram sua percepção do

desempenho do hotel Thermas em relação a cada um dos atributos enumerados no

questionário, utilizando também uma escala Likert de 7 pontos, variando de 1

(péssimo) a 7 (excelente) (Ver figura 14).

Figura 14 – Exemplo de Questão para Verificar a Percepção do Desempenho

do Hotel em Relação Ao Atributo Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção do DESEMPENHO do Thermas Hotel e Resort, em relação a cada um dos atributos enumerados. A escala varia de 1 (um) péssimo desempenho a 7 (sete) excelente desempenho.

1 2 3 4 5 6 7 Péssimo Regular Excelente

Numa escala de 1 (um) a 7 (sete), avalie o DESEMPENHO do Thermas Hotel e Resort em relação à(ao): N

ÃO

UTI

LIZO

U

O S

ER

VIÇ

O

01) Acolhida do hotel e procedimentos de check in? (atenção, cordialidade, agilidade, auxílio na movimentação das bagagens, instruções preliminares) 1 2 3 4 5 6 7

Fonte: Adaptado de Campos e Marondi (2013).

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61

Após a formatação definitiva com base nos 26 atributos consolidados (Rever

quadro 4), o questionário utilizado na presente pesquisa foi submetido a uma

aplicação pré-teste com 30 hóspedes para verificação de clareza do texto,

adequação de linguagem e outras eventuais correções.

3.4.2 Instrumento para mensuração da satisfação e lealdade do cliente

Para mensurar a satisfação e lealdade do hóspede, o instrumento de

pesquisa utilizado foi o apresentado no estudo de Tamang (2014). Este quarto

módulo do instrumento foi formado pelas afirmações do quadro 5 para mensurar a

satisfação e lealdade dos hóspedes. Os respondentes manifestaram sua opinião,

utilizando uma escala de concordância tipo Likert de 7 pontos, na qual a nota 7

significa concordo totalmente com a afirmação e a nota 1 significa que discorda

totalmente da afirmação sobre os serviços oferecidos pelo Thermas Hotel & Resort.

Conforme exemplo ilustrado na figura 15.

Figura 15 – Exemplo de Questão para Mensurar a Satisfação e Lealdade

Neste módulo, pergunta-se sobre a sua SATISFAÇÃO e LEALDADE em relação ao serviço oferecido pelo Thermas Hotel e Resort. A nota 7 (sete) significa concordo totalmente para a afirmação e a nota 1 (um) significa que discordo totalmente da afirmação sobre os serviços oferecidos pelo Thermas Hotel e Resort. Pode ser marcado qualquer valor da escala.

1 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente

Nem discordo nem concordo

Concordo totalmente

Numa escala de 0 (zero) a 7 (sete), considerando os serviços do Thermas Hotel e Resort, qual A OPINIÃO do Sr (a):

01) No geral, estou satisfeito com os serviços do Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7

Fonte: Traduzido de Tamang (2014).

3.5 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DA CADEIA DE VALOR DO THERMAS

HOTEL & RESORT

Para analisar a cadeia de valor do serviço hoteleiro do Thermas Hotel &

Resort para o desenvolvimento econômico local foi realizada uma análise dos dados

coletados pelo questionário aplicado junto aos hóspedes (Ver Apêndice A),

juntamente com uma análise de informações fornecidas pelo próprio hotel com

relação às taxas de ocupação/sazonalidade, recursos humanos e demais questões

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pertinentes que foram necessárias para construir a cadeia de valor do hotel que

servirá para o alcance do objetivo do estudo (Ver anexo 1).

O instrumento utilizado na coleta de dados para a análise da cadeia teve

como base o usado por Silva (2004) (Ver ANEXO 1) em seu estudo no qual analisou

o turismo enquanto atividade econômica capaz de atuar como motor do crescimento

e do desenvolvimento regional, e concluiu que para regiões deprimidas

economicamente a atividade turística pode atuar como indutora de crescimento

econômico, mas por si só, não reúne condições de promover o desenvolvimento

econômico regional (Silva, 2004, p. 24). O questionário elaborado por Silva (2004)

foi estruturado da seguinte forma: um bloco de dados gerais do hotel, contendo

informações de identificação e caracterização do hotel, um bloco sobre o nível de

ocupação/sazonalidade, com taxas e periodicidade da ocupação, um bloco sobre a

mão-de-obra utilizada e um bloco sobre a estrutura de receitas e custos.

3.6 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo da pesquisa foi constituído pelos hóspedes do Thermas Hotel &

Resort. A amostra foi não probabilística por conveniência. Segundo Malhotra (2012),

os respondentes são escolhidos por se encontrarem no lugar exato no momento

certo. Tal procedimento é usado para coletar os dados que envolvem a seleção das

pessoas mais prontamente disponíveis para um estudo; no caso desta pesquisa, os

hóspedes escolhidos entre os presentes no hotel Thermas no período da coleta dos

dados.

Segundo informações da gerência do Thermas Hotel & Resort, o mesmo

possui 145 apartamentos com capacidade total de ocupação de 390 leitos. No

período de alta estação, meses nos quais foi realizada a coleta, a taxa média de

ocupação é de 73% da capacidade total. A população mensal média anual no hotel

é de 4000 hóspedes. O cálculo amostral foi desenvolvido acolhendo um erro de

3,55% e intervalo de confiança de 95%, o que resultou no tamanho da amostra de

641 respondentes.

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63

3.7 COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados através da aplicação de questionário junto aos

hóspedes nos meses de janeiro a março do corrente ano. Um grupo de 10 alunos

dos cursos de administração e turismo foi treinado para proceder com a aplicação

dos questionários juntos aos hóspedes, explicando a importância de transmitir aos

respondentes o propósito da pesquisa e a estrutura do questionário, abordando o

objetivo de cada módulo. Semanalmente, era feito contato com o Thermas para

informações sobre a ocupação do hotel e previsões de check-out para planejamento

das coletas. Os hóspedes eram abordados na recepção do hotel no momento do

processo de check-out, estando, portanto aptos a responderem sobre todos os

atributos presentes no questionário. Foram coletados um total de 641 questionários

válidos.

Outros dados relevantes para o alcance do objetivo da pesquisa foram

coletados, utilizando o método da observação, registros em arquivos, pesquisa de

dados secundários, levantamento de informações junto aos principais atores que

compõem a cadeia produtiva do hotel, visando identificar e mapeá-la, assim como os

elos que a compõem e sua importância para o desenvolvimento da economia local.

3.8 ANÁLISE E TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados coletados pelo questionário (Apêndice A) aplicado junto aos

hóspedes foram tabulados em planilhas do Excel e analisados através de estatística

descritiva. Tal análise serviu para elaborar o perfil dos respondentes, bem como

calcular as médias dos atributos de importância e desempenho para identificação

das lacunas e elaboração da matriz de importância-desempenho. No tratamento dos

dados relativos ao questionário, foi utilizado também o programa estatístico

Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, versão 20. Uma análise fatorial

dos 26 atributos pesquisados foi realizada com o objetivo de explorar a relação entre

esse conjunto de atributos, identificando padrões de correlação entre os mesmos e

reduzindo o número de atributos observados em um número menor de fatores.

Os dados coletados pelo questionário (Anexo 1) aplicado junto à gerência do

Thermas para análise da cadeia de valor foram analisados por meio de estatística

descritiva.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção, buscou-se apresentar a análise dos dados coletados de acordo

com metodologia utilizada. Tais dados foram tabulados em planilha eletrônica para

elaboração das análises do perfil dos respondentes e dos atributos de importância e

desempenho pesquisados, bem como da satisfação e lealdade.

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES

Os dados coletados pelo módulo 1 traça o perfil sociodemográfico dos 641

respondentes, o que pode ser observado na tabela 1, a seguir:

Tabela 1 – Perfil dos Respondentes

Questões Alternativas Frequência %

Sexo Masculino Feminino

336 305

52,4% 47,6%

Idade

Até 18 anos De 19 a 29 anos De 30 a 39 anos De 40 a 49 anos Acima de 50 anos

22 89

216 175 139

3,4% 13,9% 33,7% 27,3% 21,7%

Escolaridade Ensino Fundamental Ensino Médio Graduação Pós-Graduação

2 144 399 96

0,3% 22,5% 62,2% 15,0%

Renda familiar

Menos de 2 salários mínimos De 2 a 5 salários mínimos De 6 a 10 salários mínimos De 11 a 20 salários mínimos Acima de 20 salários mínimos

7 204 266 118 46

1,1% 31,8% 41,5% 18,4% 7,2%

Ocupação principal

Sem ocupação remunerada Profissional autônomo Empresário Empregado empresa privada Funcionário público Outro

37 140 122 94

158 90

5,8% 21,8% 19,0% 14,7% 24,6% 14,0%

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os respondentes estão representados em uma pequena maioria pelo sexo

masculino com 52,4%, com prevalência de idade entre 30 a 39 anos (33,7%),

seguido por entre 40 a 49 (27,3%). Pode-se perceber uma alta frequência de

respondentes com idade acima de 30 anos; somando-se as três maiores faixas

etárias, representa 82,7% dos respondentes. Constatou-se que 62,2% dos

entrevistados possuem graduação, o que traduz um segmento qualificado.

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A maior faixa de renda familiar ficou de 6 a 10 salários mínimos com 41,5%.

Percebe-se um número pouco expressivo de respondentes com faixa salarial de

menos de 2 salários mínimos (1,1%).

Ao analisar a ocupação principal dos respondentes, verifica-se um equilíbrio

entre funcionário público (24,6%) e profissional autônomo (21,8%). Na opção “outro”,

tem-se uma participação de 14%, que, segundo informações dos respondentes, é

composta em sua maioria por aposentados.

A tabela 2 nos mostra a origem dos respondentes por Estado. Somando-se as

procedências dos respondentes por Estado, percebe-se uma maior participação do

Rio Grande do Norte com 35,9%, seguido dos estados da Paraíba (28,1%) e Ceará

(17,6%) como as principais fontes emissoras de turismo para o hotel Thermas.

Tabela 2 – Origem dos Respondentes por Estado

Estado Frequência % RN 230 35,9% PB 180 28,1% CE 113 17,6% PE 53 8,3% RJ 29 4,5% SP 11 1,7% BA 10 1,6% RS 9 1,4% AL 4 0,6%

Espanha 1 0,2% PA 1 0,2%

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Analisando-se a origem dos respondentes por Estado (Ver tabela 2) percebe-

se uma menor participação de turistas do estado do Ceará em relação à Paraíba,

que possui uma distância geográfica maior do município de Mossoró/RN comparado

ao Ceará. O que pode sugerir que o hotel poderia desenvolver melhor um marketing

de divulgação junto à região do Ceará, uma vez que a proximidade geográfica desse

estado com Mossoró/RN pode representar um potencial turístico pouco explorado

pelo hotel.

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Figura 16 – Principais Procedências dos Respondentes por Estado

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Na tabela 3, temos um resumo da origem dos respondentes agrupada por

Região. Apesar da expressiva participação da Região Nordeste (92,0%), destaca-se

a presença de respondentes da Região Sudeste (6,2%), sendo a cidade do Rio de

Janeiro/RJ com 4,5% e São Paulo com 1,7%, apresentando uma participação maior

que outras cidades da região Nordeste (Ver tabela 4). Em recente pesquisa

realizada junto a empreendedores locais acerca do cenário político e econômico de

Mossoró, surge, entre os principais cenários de problemas locais, a necessidade de

Mossoró possuir um aeroporto que ofereça voos comercias para um maior

desenvolvimento da economia e do turismo (CDL, 2016).

Tabela 3 – Origem dos Respondentes por Região

Região Frequência % Nordeste 590 92,0% Sudeste 40 6,2%

Sul 9 1,4% Exterior 1 0,2%

Norte 1 0,2% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A tabela 4, revela uma visualização da origem detalhada por cidade. No geral,

apresenta-se uma diversidade de cidades e estados emissoras de turistas para o

Thermas. A maior parte dos respondentes que visitaram o hotel é do Rio Grande do

Norte (35,9%), tendo a capital Natal com uma maior presença (24,6%). Em seguida,

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vêm as capitais dos estados circunvizinhos como João Pessoa/PB (18,3%) e

Fortaleza/CE (12,3%).

Tabela 4 – Origem dos Respondentes por Cidade

Cidade Estado Frequência % Natal RN 158 24,6% João Pessoa PB 117 18,3% Fortaleza CE 79 12,3% Recife PE 44 6,9% Rio de Janeiro RJ 29 4,5% Souza PB 23 3,6% Paracuru CE 17 2,7% Caicó RN 13 2,0% Campina Grande PB 13 2,0% São Gonçalo do Amarante RN 11 1,7% São Paulo SP 11 1,7% Currais Novos RN 9 1,4% Erval Seco RS 9 1,4% Limoeiro do Norte CE 9 1,4% Alexandria RN 7 1,1% Juazeiro BA 7 1,1% São Bentinho PB 7 1,1% Patos PB 6 0,9% Santa Cruz RN 6 0,9% Açu RN 5 0,8% Caruaru PE 5 0,8% Pombal PB 5 0,8% Catolé do Rocha PB 4 0,6% Maceió AL 4 0,6% Morada Nova CE 4 0,6% Parnamirim RN 4 0,6% Patu RN 4 0,6% Santa Cruz do Catubarube PE 4 0,6% Equador RN 3 0,5% Parelhas RN 3 0,5% Pau dos Ferros RN 3 0,5% Salvador BA 3 0,5% Bonito de Santa Fé PB 2 0,3% Icapuí CE 2 0,3% Belém PA 1 0,2% Cajazeiras PB 1 0,2% Carnaubais RN 1 0,2% Florânia RN 1 0,2% Horizonte CE 1 0,2% Macaíba RN 1 0,2% Riacho dos Cavalos PB 1 0,2% São José de Piranhas PB 1 0,2% São Miguel RN 1 0,2% Sobral CE 1 0,2% Espanha Exterior 1 0,2% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A tabela 5, a seguir, nos revela o número de viagens dos respondentes à

cidade de Mossoró/RN. Percebe-se que 39,6% dos respondentes estão retornando

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ao município pela quarta vez ou mais, o que demonstra que o município tem

conseguido um bom nível de retorno. A segunda maior frequência dos respondentes

são de turistas que estão visitando a cidade pela primeira vez (34,3%), o que

evidencia um certo potencial atrativo do município.

Tabela 5 – Número de Viagens à Mossoró/RN

Número de viagens Frequência % Primeira vez 220 34,3% Segunda vez 104 16,2% Terceira vez 63 9,8% Quarta vez ou mais 254 39,6% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A motivação da viagem dos respondentes pode ser observada na tabela 6.

Conhecer o motivo da viagem dos visitantes constitui-se em um indicador essencial

para compor a análise do comportamento do turismo na cidade de Mossoró/RN.

Dentre os hóspedes que compõem a amostra, um percentual expressivo de 87,7%

dos respondentes afirmou que o motivo de sua viagem à Mossoró/RN era turismo.

Tabela 6 – Motivo da Viagem Motivo Frequência %

Turismo 562 87,7% Pessoal/família 59 9,2% Negócios 16 2,5% Outro 2 0,3% Saúde 2 0,3% Congresso/convenção 0 0,0% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Com o objetivo de analisar o Thermas Hotel & Resort como destino turístico,

foi perguntado aos hóspedes uma questão complementar acerca da motivação de

sua viagem. A tabela 7 nos revela essas informações que são importantes subsídios

para avaliar o potencial de atratividade turística do hotel Thermas. Percebe-se uma

expressiva concordância do Thermas como principal motivação da emissão de

turistas para Mossoró/RN.

Tabela 7 – Thermas Hotel & Resort como Motivo da Viagem

Você veio a Mossoró por causa da existência do Thermas Hotel & Resort? Frequência %

Sim 496 77,4% Não 145 22,6% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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4.2 ANÁLISE AGREGADA

A análise fatorial foi a técnica estatística escolhida para uma análise dos 26

atributos, buscando identificar a semelhança entre as dimensões estudadas. Pois, a

análise fatorial fornece as ferramentas para analisar a estrutura das inter-relações

(correlações) em um grande número de variáveis, definindo conjuntos de variáveis

que são fortemente inter-relacionadas, conhecidos como fatores (Cf. HAIR JR. et al.,

p. 102), proporcionando agrupamentos reveladores da situação que resumem ou

explicam o conjunto de variáveis observadas. Na realização da análise fatorial, os

atributos foram nomeados de acordo com as abreviações apresentadas no Quadro

8.

Quadro 8 – Abreviações dos Atributos na Análise Fatorial

Nº DE ORDEM ATRIBUTO DESCRIÇÃO DOS ATRIBUTOS

1 Check-in Acolhida do hotel e procedimentos de check-in (atenção, cordialidade, agilidade, auxílio na movimentação de bagagens, instruções preliminares).

2 Atend_Func Qualidade do atendimento dos funcionários (cortesia, atenção, presteza, nível de informação).

3 Aparencia_Func Aparência dos funcionários (uniformização, boa aparência e higiene pessoal).

4 Internet Oferta de Internet – zona Wi-fi (cobertura disponível em todo o hotel, velocidade adequada).

5 Res_Problemas Facilidade na resolução de problemas (chuveiro elétrico não esquenta, ar condicionado com problemas, televisor sem funcionamento, aparelho de telefone inoperante ou outros).

6 Exec_Serviços Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido (atendimento room service, reposição de toalhas, solicitação de serviços no apartamento, entre outros).

7 Areas_limpeza Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes (recepção, corredores, salas, área de lazer, corte de grama, limpeza).

8 Segurança Segurança em todas as instalações do hotel. 9 Preço_Diarias Preço da diária do apartamento.

10 Preços_Serviços Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel.

11 Café Oferta de café da manhã (variedade, qualidade, quantidade dos alimentos).

12 Restaurante Oferta do serviço de restaurante do hotel (variedade de pratos, opções saudáveis, opções para diabéticos, opções infantis).

13 Ar_Condicionado Funcionamento do ar condicionado (temperatura, ruídos, controle).

14 Enxoval Enxoval dos quartos (disponibilidade de lençóis, toalhas e edredom, limpos e agradáveis)

15 Quartos_Limpeza Limpeza e agradabilidade dos quartos (higiene, espaço, conforto, decoração).

16 Banhei_limpeza Limpeza e agradabilidade dos banheiros (espaço, conforto, disponibilidade de xampu, condicionador, sabonete, touca, etc).

17 Parque_Limpeza Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel. 18 Parque_Serviço Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático.

19 Parque_Segura Segurança no parque aquático (organização, orientação, normas de segurança, salva-vidas, primeiros socorros).

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20 Conservação Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático.

21 Ativ_Esportivas

Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas (como quadras poliesportivas, campo de futebol, academia de ginástica, passeios de caiaque, pedalinho, cavalo, brinquedoteca, pesca, entre outros).

22 Turismo_Sexual Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores.

23 Desperdício Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

24 Mobilidade Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

25 Recep_Turismo Disponibilidade de serviços de turismo receptivo (folhetos, nível de conhecimento do funcionário, sugestões dadas sobre passeios, locação de carro, restaurantes, lojas de artesanato, entre outros).

26 Check-out Fechamento da conta pelo hotel e check-out (agilidade na operação e verificação do consumo, débitos lançados corretamente, auxílio na movimentação de bagagens).

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Com relação ao tamanho da amostra, Hair Jr. et al. (2006) sugerem que, de

preferência, o tamanho da amostra deve ser superior ou maior que 100, tendo, no

mínimo, a proporção de cinco vezes o número de variáveis a serem analisadas. A

amostra da pesquisa apresenta 641 respondentes para um conjunto de 26 atributos,

tendo, portanto, valor acima do mínimo recomendado.

Através do teste estatístico Cronbach’s Alpha, que verifica a confiabilidade

dos dados, pode-se observar que o grau de importância do questionário obteve um

alfa de Cronbach's de 0,933. Ou seja, os dados tiveram uma consistência satisfatória

no instrumento de pesquisa aplicado.

Para verificação da adequação da amostra foi realizado o teste de Kaiser-

Meyer-Olklin (KMO) e o teste de esfericidade de Bartlett, cujos resultados (Ver tabela

8) sugerem que as correlações entre as variáveis são suficientes. Conforme Hair Jr.

et al. (2006), o KMO > 0,80 tem um patamar admirável de adequabilidade.

Tabela 8 – Teste KMO e de Esfericidade de Bartlett

KMO Teste de esfericidade de Bartlett 0,912 Estatística do teste = 9124,264; Valor-p = 0,000

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A tabela 9 apresenta as comunalidades dos atributos. Segundo Figueiredo

Filho e Silva Jr. (2010) as comunalidades representam a proporção da variância que

cada atributo representa na análise que é explicada pelos fatores extraídos.

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Tabela 9 – Comunalidades dos Atributos Atributos Inicial Extração

Checkin 1,000 ,488 Atend_Func 1,000 ,490 Res_Problemas 1,000 ,689 Exec_Serviços 1,000 ,638 Areas_limpeza 1,000 ,554 Segurança 1,000 ,582 Preço_Diarias 1,000 ,633 Preços_Serviços 1,000 ,497 Café 1,000 ,525 Restaurante 1,000 ,417 Ar_Condicionado 1,000 ,623 Enxoval 1,000 ,532 Quartos_Limpeza 1,000 ,696 Banhei_limpeza 1,000 ,773 Parque_Limpeza 1,000 ,447 Parque_Serviço 1,000 ,570 Parque_Segura 1,000 ,586 Conservação 1,000 ,544 Turismo_Sexual 1,000 ,820 Desperdício 1,000 ,844 Mobilidade 1,000 ,746 Checkout 1,000 ,541 Aparencia_Func 1,000 ,762 Internet 1,000 ,252 Ativ_Esportivas 1,000 ,517 Recep_Turismo 1,000 ,678 Extraction Method: Principal Component Analysis. Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Com base no resultado da análise fatorial inicial, utilizando o método de

rotação Varimax com normalização Kaiser, foi realizada uma análise dos

componentes principais para o método de extração, foram testadas algumas

alternativas e, para definir uma melhor estrutura do conjunto, optou-se pela

eliminação de 4 atributos:

• O atributo de número de ordem 3 (Aparencia_Func) foi eliminado por estar

entre os índices mais baixos de importância (entre 0,29 e 0,06) e de baixa

importância para os respondentes (6,27).

• O atributo de número de ordem 4 (Internet) foi eliminado por apresentar um

índice de comunalidade baixa (0,252), além de ter o menor grau de

importância (6,20) para os respondentes.

• O atributo de número de ordem 21 (Ativ_Esportivas) foi eliminado por não

apresentar conexão real com o fator atribuído e ser classificado entre os

índices mais baixos de importância para os respondentes (21º colocação).

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• O atributo de número de ordem 25 (Recep_Turismo) foi eliminado por não

apresentar uma conexão real com o fator atribuído e estar entre os índices

mais baixos de importância (6,32) para os respondentes.

Após a eliminação dos atributos, a análise fatorial foi reespecificada apenas

com os 22 atributos e foi pré-fixada a extração de 6 fatores que explicam 68,18% da

variância (Ver tabela 10). Hair Jr. et al. (2006) sugerem que devem ser extraídos

fatores suficientes para atender a um percentual de 60% ou mais de variância

explicada.

Tabela 10 – Variância Total Explicada

FATOR EIGENVALUES % VARIÂNCIA ACUMULADO % 1 3,166 14,392 14,392 2 2,800 12,729 27,121 3 2,430 11,046 38,167 4 2,373 10,784 48,952 5 2,214 10,066 59,017 6 2,016 9,165 68,183

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Na tabela 11, observa-se a carga fatorial dos 22 atributos na determinação de

cada fator. Hair Jr. et al. (2006) sugerem que cargas fatoriais >0,40 são

consideradas aceitáveis para contribuição na criação do fator e cargas >0,50 são

tidas como praticamente significantes e cargas >0,70 são indicação de uma

estrutura bem definida.

Tabela 11 – Cargas Fatoriais

Nº DE ORDEM ATRIBUTO FATOR 1 FATOR 2 FATOR 3 FATOR 4 FATOR 5 FATOR 6

1 Check-in 0,631 2 Atend_Func 0,525

11 Café 0,590 12 Restaurante 0,592 13 Ar_Condicionado 0,644 1 Check-out 0,458

22 Turismo_Sexual 0,866 23 Desperdício 0,887 24 Mobilidade 0,711 17 Parque_Limpeza 0,795 18 Parque_Serviço 0,502 19 Parque_Segura 0,535 20 Conservação 0,710

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14 Enxoval 0,461 15 Quartos_Limpeza 0,803 16 Banhei_limpeza 0,739 5 Res_Problemas 0,621 6 Exec_Serviços 0,581 7 Areas_limpeza 0,569 8 Segurança 0,748 9 Preço_Diarias 0,731

10 Preços_Serviços 0,776 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Examinando os resultados obtidos na tabela 11, é possível designar um nome

para cada fator que reflita os atributos presentes no mesmo.

• FATOR 1 – Comodidades: composto pelos atributos check-in, atendimento

dos funcionários, oferta de café, oferta de restaurante e funcionamento do ar-

condicionado;

• FATOR 2 – Responsabilidade social: formado pelos atributos ações ativas e

explícitas de combate ao turismo sexual, ações ativas e explícitas para

redução de desperdícios e disponibilidade de estrutura, orientação e

comunicação de mobilidade;

• FATOR 3 – Parque aquático: formado pelos atributos limpeza e

agradabilidade do parque aquático, oferta do serviço de bar e restaurante no

parque aquático, segurança no parque aquático e limpeza e conservação dos

equipamentos do hotel, incluindo parque aquático;

• FATOR 4 – Quarto: composto pelos atributos enxoval dos quartos, limpeza e

agradabilidade dos quartos e limpeza e agradabilidade dos banheiros;

• FATOR 5 – Apoio: formado pelos atributos facilidade na resolução de

problemas, execução dos serviços, limpeza e conservação das áreas comuns

e segurança em todas as instalações do hotel;

• FATOR 6 – Preços: formado pelos atributos preço das diárias e preço dos

serviços oferecidos.

Os fatores determinantes estabelecidos a partir da percepção de importância

em relação a um conjunto de atributos resumem as informações contidas no

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conjunto de variáveis observadas na pesquisa de campo e servem para avaliar a

qualidade dos serviços oferecidos.

4.3 ANÁLISE DOS FATORES

Nesta etapa serão analisadas as médias de importância e desempenho, e as

lacunas de qualidade atribuídas a cada fator, utilizadas na construção da matriz de

oportunidades dos fatores.

4.3.1 Importância dos fatores

A tabela 12, a seguir, apresenta a média de importância atribuída a cada

fator. A média dos fatores foi obtida calculando-se a média de importância atribuída

a cada atributo que compõe o fator. Para identificar qual a sua expectativa em

relação à importância, os respondentes atribuíram uma nota de 1 (um) significa não

importante a 7 (sete) significa muito importante através de uma escala Likert para

cada um dos atributos estudados.

Percebe-se que o fator que apresenta a maior média é o Quarto com 6,855,

tal fator é composto pelos atributos enxoval dos quartos, limpeza e agradabilidade

dos quartos e limpeza e agradabilidade dos banheiros. O resultado se assemelha

com o apresentado no trabalho de Branco, Ribeiro e Tinoco (2010) onde os atributos

que compõem o grupo quarto apresentaram as maiores médias de importância.

Tabela 12 – Médias de Importância e Rank dos Fatores

FATOR IMPORTÂNCIA MÉDIA RANK

4 Quarto 6,855 1 5 Apoio 6,743 2 1 Comodidades 6,686 3 3 Parque Aquático 6,651 4 2 Responsabilidade Social 6,589 5 6 Preços 6,498 6

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

No trabalho de Campos e Marondi (2011) os atributos preço da diária e preço

dos serviços se apresentaram entre as médias mais baixas de importância. O que

corrobora com a presente pesquisa, cujo fator que apresentou a menor média de

importância foi o preços, seguido por responsabilidade social.

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4.3.2 Desempenho dos fatores

O desempenho dos fatores (Ver tabela 13) foi mensurado através das médias

de desempenho atribuídas aos atributos que constituem cada fator. Para tanto, os

respondentes atribuíram uma nota de 1 (um) que significa péssimo a 7 (sete) que

significa excelente, através de uma escala Likert.

Tabela 13 – Médias de Desempenho e Rank dos Fatores

FATOR DESEMPENHO MÉDIA RANK

1 Comodidades 6,680 1 4 Quarto 6,427 2 5 Apoio 6,388 3 3 Parque Aquático 6,267 4 2 Responsabilidade Social 6,029 5 6 Preços 5,750 6

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O fator que apresentou a maior média de desempenho foi comodidades com

6,680, seguido por quarto com 6,427. Comparando com as médias de importância

(Rever tabela 12) percebe-se que os três atributos que obtiveram as menores

médias de importância são os mesmo que alcançaram os piores desempenhos.

4.3.3 Lacunas dos fatores

É importante que o empreendimento hoteleiro conheça as necessidades de

seus hóspedes para a melhoria na prestação de serviços, sobretudo, em um

mercado que é altamente competitivo. Ou seja, ter conhecimento da expectativa e

da percepção de qualidade dos serviços prestados aos clientes torna-se essencial

para uma melhor gestão e competitividade (BARBOZA et al., 2013).

A tabela 14, a seguir, apresenta a lacuna de qualidade dos fatores

estabelecidos a partir da análise fatorial. Segundo Parasuraman, Zeithaml e Berry

(1985), a lacuna de qualidade é a discrepância entre as expectativas dos clientes

com relação ao serviço que vai ser entregue e as percepções do serviço que

realmente é entregue.

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Tabela 14 – Lacunas de Qualidade dos Fatores

FATOR LACUNA RANK

6 Preços -0,748 1 2 Responsabilidade Social -0,560 2 4 Quarto -0,428 3 3 Parque Aquático -0,384 4 5 Apoio -0,356 5 1 Comodidades -0,006 6

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Observa-se que todos os fatores obtiveram lacunas negativas, o que

representa, segundo Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985), que a qualidade do

serviço recebido está abaixo das expectativas. A maior lacuna negativa foi

apresentada pelo fator preços, o mesmo fator obteve a menor média de importância

atribuída pelos respondentes.

4.3.4 Matriz de oportunidades dos fatores

As empresas hoteleiras devem desenvolver uma gestão com foco no cliente,

conhecendo os atributos valorizados por ele e, consequentemente, identificando

pontos importantes para o atendimento das suas necessidades e expectativas e o

alcance da qualidade, levando-se em consideração como o serviço é recebido e

percebido pelo cliente (JOÃO; MERLO; MORGADO, 2010).

A matriz de oportunidades é uma técnica que permite confrontar o

desempenho com o grau de importância conferido ao atributo, analisando-os

simultaneamente através das lacunas de qualidade. O modelo proposto por Stock e

Lambert (2001) foi o escolhido para análise da matriz; tal modelo é formado por 3

grupos de importância e 3 grupos de lacunas que, cruzados em um eixo de

coordenadas, formam células para orientação das ações estratégicas.

No quadro 9, está representada a matriz de oportunidade revelada a partir

das lacunas de qualidade dos cinco fatores estabelecidos após a análise fatorial. A

matriz sugere melhorar o Fator 4 (Quarto) que apresenta a maior média de

importância para os respondentes e obteve desempenho regular. Segundo o estudo

de João, Melo e Morgado (2010), as evidências físicas presentes no cenário de

serviços possuem alto grau de influência na percepção dos clientes e afetam as

suas experiências.

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A análise da matriz revela que o Fator 5 (Apoio) deve manter ou melhorar; ele

possui o segundo maior nível de importância e desempenho mediano, portanto,

pode-se inferir que representa uma oportunidade. Para Marković e Janković (2013),

os hóspedes percebem a qualidade do serviço através da oferta de instalações

físicas confiáveis e livres de erros.

O Fator 2 (Responsabilidade social) e 6 (Preços) apresentaram as lacunas

mais expressivas de qualidade. Contudo, por obterem as menores médias de

desempenho e de importância a matriz sugere manter, devendo ser acompanhado

para manutenção da competitividade. Outro fator que também teve como sugestão

manter, foi o Fator 3 (Parque aquático); obteve importância e desempenho

medianos.

Quadro 9 – Matriz de Oportunidades dos Fatores

FATOR Média Importância

Lacunas em ordem crescente 6 2 4 3 5 1

-0,748 -0,560 -0,428 -0,384 -0,356 -0,006 Quarto 6,855 ME Apoio 6,743 MM

Comodidades 6,686 MR Parque Aquático 6,651 MA

Responsabilidade Social 6,589 MA Preços 6,498 MA

Fonte: Dados da pesquisa (2017). Nota: ME = melhorar, MM = manter ou melhorar, MA = manter, MR = manter ou reduzir.

O Fator 1 (Comodidades) teve como sugestão da matriz manter ou reduzir,

pois, apesar de ter obtido a maior média de desempenho, sua importância é

mediana, e a matriz orienta que gastar esforços naquilo que o cliente não considera

muito importante pode representar desperdício de recursos. O que vai de encontro

com os estudos de Yilmaz e Bititci (2006) que orienta que todas as etapas que

envolvem a execução do serviço merecem atenção, pois uma experiência negativa

em uma das etapas poderá influenciar todo o processo.

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4.4 ANÁLISE DA SATISFAÇÃO E LEALDADE

A satisfação dos clientes tem sido um tema de grande interesse para as

organizações, uma vez que satisfazer os clientes é uma maneira de manter sua

rentabilidade e sustentabilidade, sendo crucial para a empresa estabelecer uma

relação forte e positiva com os clientes para satisfazê-los e aumentar a sua lealdade,

proporcionando uma maior possibilidade de recompra e de recomendação dos

serviços oferecidos (TAMANG, 2014).

No estudo de Saleem e Raja (2014) foi confirmada a hipótese de que a

satisfação do cliente está diretamente relacionada à melhoria na qualidade do

serviço dos hotéis. Outra hipótese confirmada foi que a satisfação do cliente leva a

lealdade, ou seja, o cliente, quando satisfeito, permanece leal com o hotel e,

portanto, afeta o comportamento de compra e recompra. Os autores evidenciam a

importância dos hotéis buscarem o melhoramento da qualidade dos serviços

oferecidos com foco no cliente, pois aumenta a satisfação e fidelidade do mesmo.

O módulo 3 do instrumento de pesquisa coletou os dados referentes à

satisfação e lealdade dos respondentes em relação ao serviço oferecido pelo

Thermas Hotel & Resort.

O instrumento foi composto por afirmativas (Ver quadro 10) em que os

respondentes manifestaram sua opinião, utilizando uma escala de concordância tipo

Likert de 7 pontos, em que a nota 7 significa concordo totalmente com a afirmação e

a nota 1 significa que discorda totalmente da afirmação, conforme instrumento

utilizado por Tamang (2014), em seu estudo sobre a relação entre qualidade dos

serviços, satisfação e lealdade.

Quadro 10 – Afirmações para Mensuração de Satisfação e Lealdade do Cliente

AFIRMATIVAS ATRIBUTOS

SATI

SFA

ÇÃ

O

1 No geral, estou satisfeito com os serviços do hotel. Serviços do hotel 2 Estou satisfeito com as taxas/preços dos serviços do hotel. Taxas/Preços 3 Estou satisfeito com as práticas verdes do hotel. Práticas Verdes

4 Estou satisfeito com a experiência dos empregados em lidar com os hóspedes (e.g. procedimento de check-in, resolução de problema do hóspede etc.).

Experiência dos empregados

5 Estou satisfeito com a capacidade da equipe de pessoal da recepção do hotel em lidar com os clientes.

Capacidade da equipe

6 Estou satisfeito com a forma do hotel se comunicar com seus clientes. Comunicação

7 Estou satisfeito com a capacidade de resposta do pessoal do hotel aos seus clientes.

Capacidade de resposta

8 Estou satisfeito com a confiabilidade da qualidade dos serviços prestados pelo hotel. Confiabilidade

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LEA

LDA

DE

9 Gostaria de ficar no hotel na próxima vez. Retorno

10 Gostaria de escolher o hotel mesmo que existam outros hotéis similares. Hotéis similares

11 Gostaria de escolher o hotel mesmo que seu preço suba. Preço 12 Gostaria de recomendar o hotel para outras pessoas. Recomendação

13 Em algumas situações, posso tolerar pequenos erros do hotel. Tolerância a erros

14 Acredito ter construído um bom relacionamento com o hotel. Bom relacionamento

15 Acredito que sou um cliente fiel do hotel. Cliente fiel Fonte: Dados da pesquisa (2017).

4.4.1 Satisfação

A análise dos resultados das médias das 8 primeiras afirmativas que

compõem o módulo 3, possibilitou saber quais os níveis de satisfação dos serviços

oferecidos pelo hotel Thermas. A tabela 15 apresenta os níveis de satisfação.

Tabela 15 – Níveis de Satisfação dos Serviços Oferecidos pelo Thermas

ATRIBUTOS MÉDIAS RANK 4 Experiência dos empregados 6,59 1 5 Capacidade da equipe 6,59 2 3 Práticas Verdes 6,58 3 6 Comunicação 6,56 4 7 Capacidade de resposta 6,56 5 8 Confiabilidade 6,56 6 1 Serviços do hotel 6,54 7 2 Taxas/Preços 5,72 8

GERAL (com todos os atributos) 6,46 GERAL (excluindo o atributo preço) 6,57

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Percebe-se que o atributo taxas/preços possui a menor média de satisfação.

Os preços estão entre as dimensões que afetam na satisfação do cliente e que são

sempre consideradas em sua análise da qualidade (ZEITHAML; BITNER;

GREMLER, 2011), devendo ser acompanhado para manutenção da competitividade.

O segundo atributo no rank de menor satisfação foi serviços do hotel. A

categoria serviços, segundo o estudo Petry, Pickler e Tomelin (2016), possui uma

inter-relação sobre atributos de qualidade nos aspectos tangíveis avaliados pelos

hóspedes, ou seja, o nível de satisfação dos clientes em relação à qualidade dos

serviços prestados tem relação com o nível de qualidade dos aspectos tangíveis.

Os atributos que apresentaram os maiores níveis de satisfação foram

experiência dos empregados e capacidade da equipe, ambos com média 6,59.

Marković e Janković (2013) abordam em seu estudo que os hóspedes geralmente

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percebem a qualidade do serviço através da presença de funcionários corteses,

educados e prestativos.

4.4.2 Lealdade

Os níveis de lealdade dos hóspedes ao hotel Thermas pode ser verificado na

análise dos resultados das médias das afirmativas de 9 a 15 que compõem o

módulo 3. A tabela 16 apresenta os resultados do rank de lealdade.

Tabela 16 – Níveis de Lealdade dos Serviços Oferecidos pelo Thermas ATRIBUTOS MÉDIAS RANK 9 Retorno 6,66 1

12 Recomendação 6,63 2 14 Bom relacionamento 6,54 3 15 Cliente fiel 6,40 4 10 Hotéis similares 6,00 5 13 Tolerância a erros 6,00 6 11 Preço 4,95 7

GERAL (com todos os atributos) 6,17 GERAL (excluindo o atributo preço) 6,37

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O retorno (6,66) e a recomendação (6,63) alcançaram o primeiro e segundo

lugar, respectivamente, no rank de lealdade dos respondentes. De acordo com

Poku, Zakari e Soali (2013), clientes leais são aqueles que não são facilmente

influenciados pela indução de preços; contudo, a lealdade está relacionada com a

satisfação. Quando os clientes apresentam bons níveis de satisfação, eles

permanecem leais com o hotel e, consequentemente, afeta o comportamento de

compra e recompra (SALEEM; RAJA, 2014).

Percebe-se que, assim como no rank de satisfação (Rever tabela 15), o

atributo preço apresenta a menor média, o que merece destaque. O fator preço

apresentou a maior lacuna de qualidade (Rever tabela 14), embora tenha obtido a

menor média de importância (Rever tabela 12) e desempenho (Rever tabela 13). Ao

observar a média geral (incluindo todos os atributos) de satisfação (6,46) e de

lealdade (6,17), e compararmos com a média geral (excluindo o atributo preço) de

satisfação (6,57) e de lealdade (6,37) percebe-se que o atributo preço vem

interferindo nestes índices, o que representa uma informação importante do ponto

de vista gerencial; ou seja, esse atributo deve ser acompanhado para manutenção

da competitividade.

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A lealdade do cliente através do preço pode ser alcançada com a oferta

gratuita de cupons, descontos e outros programas de recompensas e incentivos,

com o objetivo final de alcançar clientes satisfeitos que voltarão a comprar e

recomendar outros a usar os serviços da empresa (POKU; ZACARI; SOALI, 2013).

No módulo 1 do questionário, que trata do perfil dos respondentes, foi

perguntado qual o número de viagens ao Thermas Hotel & Resort. Tais informações

podem refletir índices de lealdade do cliente que o Thermas tem conquistado, uma

vez que 54,8% dos respondentes já foram hóspedes do hotel e retornaram, dos

quais 27,8% utilizaram os serviços do hotel quatro vezes ou mais. A tabela 17

apresenta os resultados dos 641 respondentes.

Tabela 17 – Número de Viagens ao Thermas Hotel e Resort

Número de viagens ao Thermas Hotel e Resort? Primeira vez 45,2% Segunda vez 18,9% Terceira vez 8,0%

Quarta vez ou mais 27,9% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os estudos de Zeithaml, Berry e Parasuraman (1996) identificaram associações significativas entre a qualidade do serviço e a lealdade. Os resultados

desses estudos mostram que as empresas que oferecem um serviço superior

conseguem alcançar níveis altos de retorno e recomendação, e consequentemente,

um crescimento competitivo e uma maior lucratividade para a empresa. Pois, um

cliente que apresenta um relacionamento de lealdade com uma empresa, por causa

do seu nível de satisfação com o serviço oferecido, é provável que ele proporcione a

recompra do serviço e espalhe uma propaganda boca a boca favorável

(recomendação).

4.5 ANÁLISE DOS ATRIBUTOS

Nesta seção, serão analisados os resultados do módulo 2 do instrumento de

pesquisa dos 641 questionários coletados junto aos hóspedes do Thermas Hotel &

Resort. A realização de uma análise ao nível dos 26 atributos pesquisados torna-se

importante ao proporcionar aos gestores conhecer as lacunas de qualidade não

apenas a nível dos fatores, mas conhecer especificamente quais atributos estão

contribuindo mais para estas lacunas.

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4.5.1 Importância dos atributos

A tabela 18, apresenta a importância dos 26 atributos pesquisados no módulo

2 do questionário. Para elucidar qual a sua expectativa em relação à importância, os

respondentes atribuíram uma nota de 1 (um) significa não importante e 7 (sete)

significa muito importante através de uma escala Likert para cada um dos 26

atributos estudados. Percebe-se, de uma maneira geral, que os respondentes

consideram os atributos muito importantes, com médias que variam de 6,90 a 6,20,

ratificando a escolha dos atributos considerados importantes vinculados ao serviço

de um hotel tipo resort com base na literatura e no contexto local.

Tabela 18 – Média Geral e Rank de Importância dos Atributos

Nº Atributos Média Rank 16 Limpeza e agradabilidade dos banheiros. 6,90 1 15 Limpeza e agradabilidade dos quartos. 6,89 2 2 Qualidade do atendimento dos funcionários. 6,84 3 8 Segurança em todas as instalações do hotel. 6,83 4 13 Funcionamento do ar condicionado. 6,81 5 14 Enxoval dos quartos. 6,78 6 26 Fechamento da conta pelo hotel e check-out. 6,78 7 11 Oferta de café da manhã. 6,76 8 5 Facilidade na resolução de problemas. 6,75 9 7 Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes. 6,75 10 19 Segurança no parque aquático. 6,73 11 17 Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel. 6,69 12

20 Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático. 6,67 13

1 Acolhida do hotel e procedimentos de check-in. 6,65 14

24 Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 6,64 15

6 Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido. 6,64 16

23 Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

6,56 17

22 Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores.

6,56 18

21 Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas. 6,55 19

9 Preço da diária do apartamento. 6,55 20 18 Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático. 6,51 21 10 Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel. 6,44 22 25 Disponibilidade de serviços de turismo receptivo. 6,32 23 12 Oferta do serviço de restaurante do hotel. 6,29 24 3 Aparência dos funcionários. 6,27 25 4 Oferta de Internet – zona Wi-fi. 6,20 26 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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Entre os ranks de maior importância apresentam-se os atributos de limpeza e

agradabilidade dos banheiros e limpeza e agradabilidade dos quartos em primeiro e

segundo lugar com médias 6,90 e 6,89, respectivamente. Seguido pelo atributo

qualidade do atendimento do funcionário. Observa-se que entre os dez atributos

mais importantes, sete referem-se a atributos tangíveis, quais sejam: limpeza e

agradabilidade dos banheiros, limpeza e agradabilidade dos quartos, segurança em

todas as instalações do hotel, funcionamento do ar condicionado, enxoval dos

quartos, oferta de café da manhã e limpeza e conservação das áreas comuns,

inclusive áreas verdes. O que corrobora com diversos estudos como, por exemplo, o

de João, Melo e Morgado (2010) em que a maioria dos participantes conferiram

maior importância a atributos classificados como tangíveis.

A presença de atributos intangíveis, concomitante com tangíveis, entre os

mais importantes também pode ser comparado a outros estudos como o realizado

por Sharma e Christie (2010) que apresentaram que os serviços hoteleiros

representam uma combinação de ativos fixos (tangíveis) e funcionários necessários

à execução do serviço (intangíveis).

Os cinco atributos que obtiveram as menores médias de importância são:

Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel, disponibilidade de serviços de

turismo receptivo, oferta do serviço de restaurante do hotel, aparência dos

funcionários e oferta de Internet. Destaca-se os atributos preço da diária do

apartamento e preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel com médias de

6,55 e 6,44 e ocupando a 20ª e 22ª posição respectivamente. Pode-se inferir que,

para o perfil dos respondentes cujo motivo da viagem (Rever tabela 7) foi o Thermas

Hotel & Resort, o preço não esteja entre os atributos de maior importância. Outra

característica do perfil dos respondentes que pode ter contribuído para o grau de

importância dos atributos relativos a preço seja a faixa de renda familiar em que 67%

possuem renda superior a 6 salários mínimos.

A oferta de Internet – zona Wi-fi obteve o último lugar no rank de importância.

No estudo de Campos e Marodin (2013), o atributo de oferta de internet foi

classificado em penúltimo lugar no rank de importância, o que pode estar

relacionado ao motivo da viagem que, em sua maioria, teve como motivação o

turismo.

Portanto, pode-se analisar que alguns atributos se apresentam mais

importantes que outros. E que os níveis de importância atribuídos a cada atributo

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dos serviços oferecidos pelo Thermas Hotel & Resort seguem um patamar de

relevância presente em outros estudos, o que infere que a escolha dos atributos

para compor o instrumento de pesquisa confere uma tendência “universal”.

4.5.2 Desempenho dos atributos

Esta seção apresenta os resultados do desempenho dos 26 atributos (Ver

tabela 19) pertencentes à segunda parte do módulo 2 do questionário. Para

mensurar sua percepção do desempenho dos serviços oferecidos pelo hotel

Thermas, os respondentes atribuíram uma nota de 1 (um) que significa péssimo a 7

(sete) que significa excelente, através de uma escala Likert.

Tabela 19 – Média Geral e Rank de Desempenho dos Atributos

Nº Atributos Média Rank 13 Funcionamento do ar condicionado. 6,75 1 11 Oferta de café da manhã. 6,71 2 1 Acolhida do hotel e procedimentos de check-in. 6,68 3 26 Fechamento da conta pelo hotel e check-out. 6,68 4 14 Enxoval dos quartos. 6,66 5 12 Oferta do serviço de restaurante do hotel. 6,64 6 2 Qualidade do atendimento dos funcionários. 6,62 7 3 Aparência dos funcionários. 6,61 8

21 Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas. 6,59 9

6 Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido. 6,46 10

8 Segurança em todas as instalações do hotel. 6,42 11 19 Segurança no parque aquático. 6,40 12 7 Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes. 6,38 13 15 Limpeza e agradabilidade dos quartos. 6,37 14 18 Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático. 6,29 15 5 Facilidade na resolução de problemas. 6,26 16 16 Limpeza e agradabilidade dos banheiros. 6,25 17

20 Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático. 6,22 18

24 Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 6,22 19

17 Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel. 6,16 20

22 Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores.

5,94 21

23 Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

5,93 22

9 Preço da diária do apartamento. 5,89 23 10 Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel. 5,63 24 25 Disponibilidade de serviços de turismo receptivo. 5,17 25 4 Oferta de Internet – zona Wi-fi. 3,92 26 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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As médias de desempenho dos 26 atributos analisados variam entre 6,75 e

3,92. Os cinco atributos de maior desempenho, respectivamente, com médias

superiores a 6,60 foram: funcionamento do ar-condicionado, oferta de café da

manhã, acolhida do hotel e procedimentos de check-in, fechamento da conta pelo

hotel e check-out e enxoval dos quartos. O atributo funcionamento do ar-

condicionado foi avaliado com o melhor desempenho, comparando com o rank de

importância (Rever tabela 18); observa-se que o mesmo atributo é o quinto

colocado.

Merece destaque os atributos com as piores avaliações de desempenho,

sendo eles: preço da diária do apartamento, preço dos serviços e produtos

oferecidos pelo hotel, disponibilidade de serviços de turismo receptivo e oferta de

Internet – zona Wi-fi. Observa-se que os quatro atributos com os menores índices de

desempenho estão entre os sete de menor importância para os respondentes.

Apesar de estarem presentes entre os atributos de menor importância, é coerente

que os gestores acompanhem de perto o desempenho desses atributos, uma vez

que eles podem interferir na qualidade dos serviços oferecidos.

Analisados, separadamente, os níveis de desempenho não revelam a

qualidade dos serviços; para ter relevância os níveis de desempenho devem ser

cruzados com os níveis de importância (expectativa).

4.5.3 Lacunas dos atributos

Parasuraman, Zeithaml e Berry (1985) difundiram um modelo de lacunas

sobre qualidade de serviços, cujo foco central do modelo é a discrepância entre as

expectativas dos clientes com relação ao serviço que vai ser entregue (importância)

e a percepção do serviço que realmente é entregue (desempenho). A tabela 20

mostra as lacunas de qualidade dos 26 atributos estudados, estabelecidas a partir

da diferença entre as médias de desempenho e importância. Lacunas positivas

indicam que o desempenho do atributo foi superior à importância a ele atribuída, e

lacunas negativas demonstram que o atributo não atendeu às expectativas

(PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1985).

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Tabela 20 – Lacunas de Qualidade dos Atributos Nº Atributos Média

Importância Média

Desempenho Lacuna Rank

4 Oferta de Internet – zona Wi-fi. 6,20 3,92 -2,28 1

25 Disponibilidade de serviços de turismo receptivo. 6,32 5,17 -1,15 2

10 Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel. 6,44 5,63 -0,81 3

9 Preço da diária do apartamento. 6,55 5,89 -0,66 4

16 Limpeza e agradabilidade dos banheiros. 6,90 6,25 -0,65 5

23

Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

6,56 5,93 -0,64 6

22

Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores.

6,56 5,94 -0,62 7

17 Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel. 6,69 6,16 -0,53 8

15 Limpeza e agradabilidade dos quartos. 6,89 6,37 -0,52 9 5 Facilidade na resolução de problemas. 6,75 6,26 -0,49 10

20 Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático.

6,67 6,22 -0,45 11

24

Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.

6,64 6,22 -0,42 12

8 Segurança em todas as instalações do hotel. 6,83 6,42 -0,41 13

7 Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes. 6,75 6,38 -0,37 14

19 Segurança no parque aquático. 6,73 6,40 -0,34 15

2 Qualidade do atendimento dos funcionários. 6,84 6,62 -0,22 16

18 Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático. 6,51 6,29 -0,21 17

6 Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido.

6,64 6,46 -0,19 18

14 Enxoval dos quartos. 6,78 6,66 -0,12 19

26 Fechamento da conta pelo hotel e check-out. 6,78 6,68 -0,09 20

13 Funcionamento do ar condicionado. 6,81 6,75 -0,06 21 11 Oferta de café da manhã. 6,76 6,71 -0,05 22

1 Acolhida do hotel e procedimentos de check-in. 6,65 6,68 0,03 23

21 Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas.

6,55 6,59 0,04 24

3 Aparência dos funcionários. 6,27 6,61 0,34 25 12 Oferta do serviço de restaurante o hotel. 6,29 6,64 0,35 26 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

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A maior lacuna negativa foi do atributo oferta de internet; contudo, pode-se

inferir que não terá impacto no nível geral de satisfação, pois o mesmo atributo

ocupou o pior índice de importância atribuído pelos respondentes. O mesmo pode

ser observado também com o atributo disponibilidade de serviços de turismo

receptivo, que tem lacuna negativa de -1,15 e é o 23º no rank de importância.

Merecem destaque as lacunas negativas dos atributos limpeza e

agradabilidade dos banheiros (-0,65) e limpeza e agradabilidade dos quartos (-0,52),

pois estes atributos são os dois maiores índices de importância. Tais resultados

demonstram que o serviço esperado ficou muito abaixo das expectativas dos

respondentes.

Analisando as lacunas positivas, pode-se observar que os atributos cujo

desempenho foi além das expectativas (acolhida do hotel e procedimentos de check-

in, disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades

esportivas e recreativas, aparência dos funcionários e oferta do serviço de

restaurante do hotel) estão entre os atributos que obtiveram índice de importância

mediano na avaliação dos respondentes.

4.5.4 Matriz de oportunidades dos atributos

Este estudo utilizou a matriz de oportunidades para identificar os principais

atributos do Thermas Hotel & Resort, com base nas percepções dos clientes. Slack

(1994) argumentou que o uso da matriz fornece importantes implicações gerenciais

para as prioridades em operações de serviços e de forma mais eficaz, facilitando a

formulação de estratégia de operações, permitindo que os gerentes priorizem a

importância das variáveis competitivas.

No quadro 11 está representada a matriz de oportunidade construída a partir

dos dados coletados junto aos hóspedes do Thermas Hotel & Resort dos 26

atributos pesquisados. O modelo utilizado para análise dos dados de importância e

desempenho será o de Stock e Lambert (2001), cuja matriz é dividida em nove

quadrantes em que cada um sugere ações gerenciais para cada atributo

pesquisado, de acordo com seu posicionamento na matriz, que é conseguido com

base no cruzamento do seu grau de importância e sua lacuna de qualidade. Esses

posicionamentos devem dar subsídio às decisões gerenciais de melhoramento das

estratégias de qualidade de cada atributo.

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Analisando-se a matriz construída, tem-se uma visão geral do posicionamento

de todos os 26 atributos distribuídos nos nove quadrantes da matriz. Observa-se

que, no Quadrante 1 da matriz, estão localizados os atributos que possuem alto

nível de importância e obtiveram as maiores lacunas de qualidade (limpeza dos

banheiros, limpeza dos quartos e enxoval dos quartos). A matriz sugere que esses

atributos precisam melhorar definitivamente.

Na matriz construída a partir da análise das lacunas dos fatores (Rever

quadro 8) observa-se que o fator 4, composto pelos atributos limpeza dos banheiros,

limpeza dos quartos e enxoval dos quartos, apresentou também a maior média de

importância e está entre as maiores lacunas, tendo como recomendação da matriz

melhorar.

Os atributos atendimento dos funcionários, limpeza das áreas comuns,

segurança em todas as instalações, limpeza do parque aquático e ações de

esperdícios estão posicionados nos quadrantes 2 e 4 com a orientação de melhorar,

pois possuem médias de importância entre alta e média e apresentaram lacunas

negativas de qualidade.

No quadrante 3, estão os atributos funcionamento do ar-condicionado, check-

out e oferta de café da manhã, cuja sugestão da matriz é manter ou melhorar, pois

possuem alta importância para os respondentes e alcançaram um bom

desempenho. Nos quadrantes 6, 8 e 9, estão localizados os atributos que a matriz

sugere manter ou reduzir, pois possuem baixa importância. Os atributos presentes

nos quadrantes 5 e 7 possuem médio e baixo desempenho, porém não representam

grandes preocupações para a gestão porque apresentam média e baixa importância

para os respondentes como, por exemplo, os atributos oferta de internet e

disponibilidade de turismo receptivo que obtiveram as maiores lacunas de qualidade.

Apesar de apresentar a menor média de importância, o atributo oferta de

internet pode ser visto como uma oportunidade e ferramenta para os gestores

melhorarem o marketing e promoverem a marca do hotel, uma vez que, os viajantes

gostam de compartilhar fotos através de redes sociais como o Facebook e a

Whatsapp durante as férias e, por isso, os operadores hoteleiros devem melhorar

em grande parte as tecnologias, como o acesso à internet, em vez de manter uma

baixa prioridade para eles (LAI; HITCHCOCK, 2016).

Ao analisar o posicionamento dos fatores na matriz do quadro 9 e dos

atributos na matriz do quadro 11, observa-se que os fatores e os atributos que o

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89

constituem ocupam posições semelhantes nas respectivas matrizes, ou seja, as

orientações a nível dos fatores são confirmadas ao nível dos atributos. Como por

exemplo, o fator 6, constituído pelos atributos preço das diárias e preço dos

serviços, que teve como recomendação da matriz manter e os atributos também

obtiveram a mesma recomendação. O fator quarto e os atributos enxoval dos

quartos, limpeza e agradabilidade dos quartos e limpeza e agradabilidade dos

banheiros, também obtiveram recomendações semelhantes em ambas as matrizes.

A construção de uma matriz de oportunidades é um instrumento importante

no atual mercado competitivo. As organizações devem buscar elaborar estratégias a

partir da identificação das necessidades dos clientes (CAMPOS; NÓBREGA, 2010).

A análise da matriz fornece implicações gerenciais que possibilitam a definição de

prioridades para melhoria da qualidade dos serviços oferecidos, pois possibilita aos

empreendimentos conhecerem as necessidades de seus clientes e desenvolverem

estratégias para construir um diferencial competitivo (STOCK; LAMBERT, 2001).

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Quadro 11 – Matriz de Oportunidades dos 26 Atributos

Fonte: Dados da pesquisa (2017). Nota: Q1 = quadrante 1; Q2 = quadrante 2; Q3 = quadrante 3; Q4 = quadrante 4; Q5 = quadrante 5; Q6 = quadrante 6; Q7 = quadrante 7; Q8 = quadrante 8; Q9 = quadrante 9; MD = melhorar definitivamente; ME = melhorar; MM = manter ou melhorar; MA = manter; MR = manter ou reduzir.

ATRIBUTO

LACUNAS EM ORDEM CRESCENTE

4 25 10 9 16 23 22 17 15 5 20 24 8 7 19 2 18 6 14 26 13 11 1 21 3 12

-2,28 -1,15 -0,81 -0,66 -0,65 -0,64 -0,62 -0,53 -0,52 -0,49 -0,45 -0,42 -0,41 -0,37 -0,34 -0,22 -0,21 -0,19 -0,12 -0,09 -0,06 -0,05 0,03 0,04 0,34 0,35

16-Banhei_limpeza 6,90 MD Q1 Q2 Q3 15-Quartos_Limpeza 6,89 MD

2-Atend_Func 6,84 ME

8-Segurança 6,83 ME

13-Ar_Condicionado 6,81 MM

14-Enxoval 6,78 MD

26-Checkout 6,78 MM

11-Café 6,76 MM

7-Areas_limpeza 6,75 ME

5-Res_Problemas 6,75 Q4 MA Q5 Q6 19-Parque_Segura 6,73 MA

17-Parque_Limpeza 6,69 ME

20-Conservação 6,67 MA

1-Checkin 6,65 MR

24-Mobilidade 6,64 MA

6-Exec_Serviços 6,64 MR

23-Desperdício 6,56 ME

22-Turismo_Sexual 6,56 MA Q7 Q8 Q9 9-Preço_Diarias 6,55 MA

21-Ativ_Esportivas 6,55 MR

18-Parque_Serviço 6,51 MR

10-Preços_Serviços 6,44 MA

25-Recep_Turismo 6,32 MA

12-Restaurante 6,29 MR

3-Aparencia_Func 6,27 MR

4-Internet 6,20 MA

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4.6 ANÁLISE DA CONTRIBUIÇÃO DO THERMAS HOTEL & RESORT NA

ECONOMIA LOCAL

A atividade turística é considerada uma das principais para o favorecimento

do desenvolvimento socioeconômico, sendo uma importante atividade de geração

de emprego e renda em muitos países (WTTC, 2016). De acordo com o SEBRAE

(2008), as atividades hoteleiras, juntamente com bares e restaurantes, representam

a parcela de maior produtividade e contribuição do turismo.

O turismo oferece benefícios econômicos consideráveis para economia local

onde o mesmo se instala, como um aumento na oferta emprego, oportunidades de

investimento, aumento das receitas fiscais e o desenvolvimento de pequenas e

médias empresas (PRAYAG; DOOKHONY-RAMPHUL; MARYEVEN, 2010).

A OMT (2003) destaca que um turismo bem planejado e gerenciado pode

apresentar contribuições substanciais para o desenvolvimento socioeconômico da

região no qual está inserido, como a geração de emprego e renda. Outra

contribuição relevante da atividade turística em uma região é a possibilidade de

exportar sua região para outras regiões, atraindo turistas (ABLAS, 1991). Esse

alcance de atividade exportadora exógena do Thermas para o município de

Mossoró/RN pode ser observado pela diversidade de regiões, estados e cidades dos

respondentes que participaram da presente pesquisa (Rever tabelas 2,3 e 4).

O hotel Thermas possui papel relevante na economia do município de

Mossoró/RN, sendo o único resort situado no Nordeste com águas termais, e cujo

porte estrutural e atrativo se destaca entre os outros hotéis da rede hoteleira do

município. O potencial de atratividade turística do Thermas pode ser observado na

tabela 7, em que a maioria dos respondentes (77,4%) afirmou que a motivação de

sua viagem à cidade de Mossoró/RN foi o hotel.

Segundo um site de viagens que fornece informações e opiniões de

conteúdos relacionados ao turismo, o Thermas Hotel & Resort apresenta-se como o

primeiro na classificação dos viajantes (Ver figura 17) entre os principais hotéis da

cidade, apesar de possuir tarifas mais elevadas.

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Figura 17 – Classificação dos Hotéis em Mossoró segundo Site de Viagem

Fonte: Tripadvisor (2017).

No módulo 1 do questionário aplicado junto aos hóspedes do Thermas, foi

perguntado aos respondentes questões relacionadas aos serviços externos ao hotel

utilizados pelos respondentes e estimativas de gastos com esses serviços, que

serviram de subsídio para análise da contribuição do hotel para o desenvolvimento

local através do efeito multiplicador (Rever figura 10).

O turismo é uma atividade de grande efeito multiplicador que pode refletir em

diversos setores da economia. O consumo turístico favorece a mobilidade de

divisas, ou seja, o dinheiro usado pelo turista ao pagar um restaurante ou outro

serviço utilizado, obrigatoriamente se transferirá para a economia da comunidade

local (SILVA; BRAGA FILHO, 2010).

A tabela 21, a seguir, apresenta as respostas dos 641 respondentes com

relação a quais serviços foram utilizados, podendo ser marcado mais de um serviço.

Do total de 641 respondentes, apenas 19% responderam não ter utilizado nenhum

serviço externo ao hotel e 81% declararam ter utilizado um ou mais serviços

externos. Observa-se que entre os serviços mais utilizados estão shopping e

restaurantes. Na alternativa outro, os 49 respondentes declaram ter utilizado

serviços de posto de gasolina, farmácia, supermercado e salão de beleza.

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Tabela 21 – Serviços Utilizados na Cidade de Mossoró Externos ao Thermas Hotel & Resort

Serviço Sim Não Shopping 345 296 Restaurantes 309 332 Bares 91 550 Serviço de táxi 62 579 Outro 49 592 Lojas 35 606 Cinema 24 617 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Segundo Lage e Milone (2009) os gastos que os turistas realizam na

comunidade local visitada representam entradas de recursos na economia dessa

região, ou seja, os turistas injetam uma quantidade de dinheiro na economia local

que gera impactos diretos e indiretos. Na tabela 22 temos a estimativa de gastos

com os serviços oferecidos na cidade de Mossoró/RN que foram utilizados pelos

respondentes durante sua estadia no Thermas Hotel & Resort. Observa-se que 76%

estimaram gastos de até R$ 500,00 e apenas 2% declaram estimativas acima de R$

2.000,00.

Tabela 22 – Estimativas de Gastos em Reais (R$) com Serviços Externos ao

Thermas Hotel & Resort Estimativa de gastos Frequência %

Até R$ 500,00 396 76% Entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 87 17% Entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 28 5% Acima de R$ 2.000,00 9 2% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O Thermas Hotel & Resort possui um total de 145 apartamentos com

capacidade para 390 leitos. A taxa média anual de ocupação é 60%, sendo os

meses de janeiro, julho e dezembro considerados de alta estação com alcance de

uma média de 73% de ocupação. No período de média estação (fevereiro, junho,

outubro e novembro), o hotel consegue, aproximadamente, uma ocupação de 62%.

Na baixa estação, a ocupação média é de 55%.

A tabela 23 apresenta o tempo de permanência dos respondentes no

Thermas Hotel & Resort. Percebe-se que maior frequência trata-se da ocupação de

1 a 3 noites (72,9%), o que representa a hospedagem de fim de semana.

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Tabela 23 – Tempo de Permanência no Thermas Hotel & Resort Tempo de permanência Frequência %

1 a 3 noites 467 72,9% 4 a 7 noites 170 26,5% Mais de 7 noites 4 0,6% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

No seu quadro funcional, o hotel possui 211 funcionários fixos e 21

temporários, no período de alta estação há um incremento no número com a

contratação de 50 funcionários temporários. Percebe-se uma expressiva maioria da

mão-de-obra utilizada no hotel Thermas no regime fixo, 91%. Do total de mão-de-

obra utilizada pelo hotel 33 são terceirizados. O índice referente à relação pessoal

ocupado/número de apartamentos observado é de 1,6. Se considerarmos o número

de leitos o índice cai para 0,59.

Na tabela 24, temos a distribuição dos funcionários de acordo com sua

procedência. O número de mão-de-obra imigrante representa apenas 15% do total,

destacando que a maioria é proveniente de Mossoró/RN e que todos possuem

residência no município. Segundo a OMT (2003) a geração de emprego e renda está

entre as principais contribuições que o turismo pode levar à comunidade na qual

está inserido.

Tabela 24 – Distribuição dos Funcionários de acordo com Sua Procedência

Procedência Frequência % Mossoró 179 85% Rio Grande do Norte (outros municípios) 25 12% Outros Estados 7 3% Estrangeiros 0 0% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

De acordo com Barbosa, Martelotte e Zouain (2006) a geração de renda

familiar, através da oferta de empregos, é uma das principais etapas do ciclo do

efeito multiplicador do turismo (Ver figura 9). O gasto dos turistas com as despesas

no hotel serve para a empresa, por exemplo, pagar sua mão-de-obra, esses

funcionários por sua vez utilizam seus salários para pagamento de despesas com

moradia, transporte, alimentação e outros, o que proporciona um efeito cascata na

economia local.

As despesas do Thermas Hotel & Resort (Ver tabela 25) com a remuneração

da mão-de-obra representa 35% do seu faturamento bruto anual, sendo a maior

parcela. Seguido pelo pagamento de tributos que ocupa 30% da distribuição do

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faturamento. A OMT (2003) destaca que as contribuições aos rendimentos do

governo, em todos os níveis, gerados pelo turismo pode ser considerado um

benefício substancial à comunidade local, desde que seja planejado, ordenado e

gerenciado. Esses rendimentos podem ser empregados na melhoria das instalações

e dos serviços da comunidade e na infraestrutura local (OMT, 2003, p.110).

Tabela 25 – Distribuição do Faturamento Bruto Anual por Grupo de Despesas

Grupo de Despesas % Remuneração da Mão-de-Obra (c/encargos) 35% Pagamento de Tributos 30% Pagamento a Fornecedores 18% Remuneração do Capital / Lucro 10% Outros 5% Pagamento de Financiamentos / Juros 2% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O gasto total com fornecedores representa 18% do faturamento bruto anual

do Thermas Hotel & Resort. Desse total informado pelo hotel pesquisado, com base

nas compras realizadas no ano de 2016, destacam-se os gastos com os seguintes

grupos de despesas abaixo indicado e representou as proporções que seguem na

tabela 26.

Tabela 26 – Distribuição dos Gastos Total Anual com Fornecedores

por Produto/Serviço Produtos / Serviços %

Alimentos e afins 20% Bebidas e afins 15% Mobiliário 5% Instalações e equipamentos de ar condicionado 10% Eletroeletrônicos 10% Serviços de limpeza 8% Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A tabela 27 representa a distribuição do gasto total com fornecedores por

produtos/serviços segundo a origem do fornecedor.

Tabela 27 – Distribuição do Gasto Total com Fornecedores por Produtos/Serviços

Segundo a Origem do Fornecedor Grupo de Despesas Mossoró

(%) RN (outros

municípios) (%) Outros

Estados(%) Serviços de transporte 100 Serviços financeiros e contábeis 100 Serviços de Promoção / Propaganda / Publicidade 100 Serviços de manutenção 60 40 Alimentos e afins 40 60

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Bebidas e afins 40 60 Materiais de limpeza e manutenção 40 60 Serviços de limpeza 40 60 Eletroeletrônicos 20 80 Equipamentos e utensílios para cozinha 10 50 40 Mobiliário 100 Instalação e equipamentos de ar condicionado 100 Equipamentos para lavanderia 100 Roupas de cama, mesa e banho 100 Serviços de segurança 100 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Os dados apresentados na tabela 27 representa uma parte da cadeia de valor

do Thermas Hotel & Resort. Percebe-se que os grupos de despesas com serviços

de transporte, serviços financeiros e contábeis e serviços de promoção/propaganda/

publicidade, podem gerar contribuições positivas para a economia local, uma vez

que a origem dos fornecedores é 100% da cidade de Mossoró/RN. A maior parte

dos serviços de manutenção também foram adquiridos localmente (60%), porém

percebe-se um vazamento de 40% para outros municípios do RN; contudo, ainda

permanece dentro do próprio estado do empreendimento hoteleiro pesquisado.

Os gastos do hotel Thermas com os grupos Alimentos e afins, bebidas e

afins, materiais de limpeza e manutenção, serviços de limpeza e eletroeletrônicos,

são indicativos de potenciais áreas de ocorrência de vazamentos da economia local,

pois o hotel supriu parte de suas necessidades comprando de empresas localizadas

em outros municípios do RN. As despesas com equipamentos e utensílios para

cozinha apresentaram uma participação mínima de empresas locais (10%), ficando

a maior parcela com outros municípios do RN (50%) e outros estados (40%).

Outros grupos que indicaram forte tendência de vazamento da economia

local, através de compras efetuadas em outros estados, em proporção significativa

(100%), foram roupas de cama, mesa e banho e serviços de segurança.

Para que o efeito multiplicador do turismo tenha uma contribuição positiva na

economia da comunidade local, é necessário que o setor do turismo estabeleça

laços estreitos com as atividades econômicas locais presentes, e que os atores

locais tenham maior participação na cadeia de valor (Ver figura 8) para evitar perda

de benefícios (OMT, 2003).

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5 CONCLUSÃO

Avaliar a contribuição da atividade do Thermas Hotel & Resort para o

desenvolvimento da economia local foi o objetivo principal desta pesquisa. Numa

direção, o estudo analisou aspectos relacionados à qualidade, à satisfação e à

lealdade dos hóspedes. Noutra, promoveu uma análise da cadeia de valor dos

recursos relacionados à receita do hotel, identificando o destino de sua aplicação.

O primeiro aspecto analisado foi a qualidade dos serviços do Thermas Hotel &

Resort sob a percepção dos hóspedes, a pesquisa avaliou a importância e o

desempenho dos 26 atributos presentes no questionário, o que possibilitou

identificar quais os atributos mais importantes para os hóspedes e quais eram as

maiores lacunas, fornecendo informações capazes de proporcionar aos gestores a

criação de estratégias para melhorar a competividade.

Analisando-se o resultado da importância atribuída a cada um dos 26

atributos, percebe-se que os mesmos apresentam níveis com valores muito

próximos, ou seja, os respondentes consideram os atributos muito importantes,

destacando limpeza e agradabilidade dos banheiros e limpeza e agradabilidade dos

quartos como os de maior importância, e oferta de internet como o de menor

importância.

O resultado dos níveis desempenho demonstra que o Thermas tem

conseguido atender às expectativas dos seus hóspedes. Os atributos de melhor

desempenho foram funcionamento do ar-condicionado, oferta de café da manhã,

acolhida do hotel e procedimentos de check-in, fechamento da conta pelo hotel e

check-out e enxoval dos quartos. Novamente, o atributo oferta de internet

apresentou a menor média; porém, como não apresentou alta importância não

interfere na percepção geral da qualidade dos serviços.

Para mensuração da qualidade, foram analisadas as lacunas entre os níveis

de importância e desempenho dos 26 atributos. O atributo oferta de internet

apresentou a maior lacuna negativa, seguido por disponibilidade de serviços de

turismo receptivo; porém, são lacunas que não requerem uma preocupação maior

dos gestores do Thermas, uma vez que esses atributos apresentaram os índices

mais baixos de importância. Os atributos que devem ser acompanhados com maior

atenção pela gestão são limpeza e agradabilidade dos banheiros, assim como

limpeza e agradabilidade dos quartos, que apresentaram lacunas negativas,

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indicando que o serviço esperado ficou aquém das expectativas dos clientes, e são

os atributos que obtiveram os dois maiores índices de importância.

Outro objetivo proposto pela pesquisa foi mensurar o grau de satisfação e

lealdade dos hóspedes. No geral, os níveis de satisfação mensurados no

questionário revelaram que os hóspedes demonstram estar muito satisfeitos com os

serviços oferecidos pelo Thermas, apresentando uma média geral de satisfação de

6,46. Da mesma forma, aconteceu com os níveis de lealdade, que revelaram alto

grau de retorno e recomendação. Destaque-se apenas o atributo preço, que se

mostrou como um atributo muito diferenciado dos outros, tanto na satisfação quanto

na lealdade, pois obteve as médias mais baixas em ambos.

Analisar os desdobramentos da matriz de oportunidades dos serviços

oferecidos pelo Thermas Hotel & Resort, construídas a partir das informações

alcançadas com o confronto entre a dimensão da lacuna de qualidade e o grau de

importância conferido ao atributo, apontou importantes recomendações para os

gestores identificarem quais os principais atributos que eles precisam trabalhar para

melhorar a qualidade dos serviços, e, consequentemente, a competitividade do

empreendimento.

Uma visão geral das recomendações das ações sugeridas pela matriz de

oportunidades para cada um dos atributos pode ser observada no quadro 11. O

posicionamento dos atributos na matriz orienta ações que devem auxiliar o Thermas

na elaboração de estratégias com base nas necessidades dos seus clientes, visando

à melhoria na prestação dos seus serviços para um aprimoramento da qualidade.

Verificar o nível de utilização, pelos hóspedes do Thermas Hotel & Resort,

dos serviços externos ao hotel presentes no município de Mossoró/RN foi outro

objetivo proposto pela pesquisa. Tal informação foi verificada a partir de dois

questionamentos presentes no modulo 1 que abordaram questões relacionadas aos

serviços externos ao hotel utilizados pelos respondentes e estimativas de gastos

com esses serviços. A partir da análise dos dados coletados, percebeu-se que a

maioria dos respondentes utilizou um ou mais serviços externos ao hotel, sendo os

mais procurados shopping e restaurantes.

Tais dados (Rever tabelas 21, 22) podem ser considerados um excelente

apontador da importância dos serviços turísticos do Thermas na economia de

Mossoró/RN, avaliando a contribuição do hotel para o desenvolvimento local através

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do impacto direto dos gastos dos turistas que utilizam serviços e movimentam a

economia local.

Este estudo propôs analisar a contribuição da cadeia de valor do Thermas

Hotel & Resort na economia local. A análise da cadeia de valor do hotel possibilitou

verificar que os impactos indiretos produzidos, através dos fluxos de gastos do

Thermas associados a pagamentos aos fornecedores, representam uma

contribuição significativa na economia local, com a participação expressiva de

alguns atores locais na cadeia de valor. Outra contribuição relevante da cadeia de

valor do Thermas é oriunda da geração de emprego e renda, onde a maioria da

mão-de-obra utilizada pelo Thermas é proveniente de Mossoró e sua totalidade

possui residência no município.

A análise da cadeia de valor do hotel mostrou que as proporções dos serviços

e produtos oriundos de Mossoró utilizados pelo hotel são expressivas. Observa-se

que a segunda maior participação na cadeia de valor do hotel são de produtos e

serviços oriundos do próprio Estado, evidenciando que a importância da contribuição

do hotel, além de relevante para Mossoró, também é importante para o RN. Verifica-

se apenas nos itens roupas de cama, mesa e banho e serviços de segurança a

presença de vazamentos na aquisição de mercadorias e serviços utilizados pelo

hotel que procedem de outros Estados, o que representa uma perda de benefícios

econômicos.

O presente estudo possibilitou confirmar que o Thermas Hotel & Resort se

apresenta como importante polo de atratividade turística para a cidade de

Mossoró/RN, uma vez que a maioria dos hóspedes tem o próprio hotel como

principal motivação da sua viagem à cidade (Rever tabela 7)

Quanto à análise da contribuição dos serviços oferecidos pelo Thermas no

desenvolvimento da economia local, pôde-se perceber que a atividade turística pode

atuar como impulsionadora da economia local, uma vez que proporciona a criação

de empregos diretos em empreendimentos que vendem bens e serviços aos turistas,

como hotéis, restaurantes, shopping ou comércio em geral e, consequentemente, a

geração de renda.

Identificar a cadeia de valor do Thermas foi importante para verificar os fluxos

de gastos associados à sua atividade turística, identificando pagamento de

fornecedores de bens e serviços, pagamento de impostos e geração de renda

através da oferta de empregos decorrentes da atividade de turismo do hotel.

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Conhecer a estrutura econômica do Thermas e sua ligação com os diferentes

setores da economia local foi importante indicador do efeito multiplicador (Rever

figura 10) proveniente dos serviços oferecidos pelo hotel pesquisado. Pode-se

apontar o Thermas como uma alternativa para o desenvolvimento do município de

Mossoró.

É importante ressaltar que os resultados apresentados pela presente

pesquisa podem proporcionar aos gestores públicos uma visão da importância do

setor de turismo para a economia local, possibilitando um despertar para maiores

investimentos que visem ao desenvolvimento das atividades turísticas. Como a

necessidade da instalação em Mossoró de um aeroporto que receba voos

comerciais, apontado pelos empresários locais como um dos principais problemas

para um maior desenvolvimento do turismo e, consequentemente, da economia da

cidade (CDL, 2016).

5.1 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS

Os resultados deste trabalho podem proporcionar aos gestores oportunidades

para que melhorem a qualidade dos serviços oferecidos aos clientes do hotel,

reduzindo as lacunas de qualidade identificadas entre o que o cliente espera e o que

realmente é fornecido pelo hotel.

Além das recomendações apresentadas a partir da construção da matriz de

oportunidades (Quadro 11), os resultados da pesquisa destacam os atributos preço

e oferta de internet, que apresentaram um comportamento diferenciado e que

merecem ser acompanhados pelos gestores. Tais atributos, apesar de não se

apresentarem entre os mais importantes na percepção dos respondentes, estão

entre as maiores lacunas de qualidade, o que pode interferir nos níveis de satisfação

geral dos clientes.

O atributo oferta de internet pode ser visto como uma oportunidade para o

empreendimento, uma vez que o uso das redes sociais atualmente representa

importante instrumento de divulgação.

Os resultados da pesquisa oferecem um forte suporte para os gestores.

Comprovando que melhorar a qualidade do serviço pode aumentar a satisfação e

lealdade de seus clientes, e consequentemente, a competitividade do

empreendimento. As descobertas demonstram a importância das estratégias de

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acordo com os interesses dos seus clientes, e que podem orientar a melhoria na

qualidade do serviço na direção certa.

Outra informação importante identificada nos resultados foi a necessidade de

uma maior divulgação do setor de marketing do hotel junto ao estado do Ceará. A

proximidade geográfica desse Estado com o município de Mossoró/RN o coloca

como um potencial turístico a ser maior explorado.

5.2 LIMITAÇÕES E PESQUISAS FUTURAS

Problemas e limitações para a pesquisa surgiram quando da coleta de

informações referentes à cadeia de valor do Thermas Hotel & Resort. Enquanto que

as informações de identificação, ocupação, sazonalidade e mão-de-obra foram

prestadas prontamente, as que tratavam dos aspectos de faturamento e custos se

fizeram objetos de intensa busca junto aos gestores do hotel. Foi identificada uma

certa dificuldade por parte do hotel de fornecer as informações contábeis

necessárias para análise da cadeia de valor, para superar essa dificuldade, os

dados relativos as contribuições foram trabalhados percentualmente.

Como sugestão para futuras pesquisas, poderia ser realizado estudos que

buscassem identificar o potencial turístico do município de Mossoró/RN além do

Thermas Hotel & Resort, bem como a contribuição dos outros hotéis para o

desenvolvimento da economia local. Outra sugestão está relacionada à análise da

cadeia de valor do setor hoteleiro em um aspecto mais amplo, que verifique o motivo

da ocorrência de vazamentos, procurando identificar se o comércio local não é

capaz de suprir tais necessidades e oferecer serviços de qualidade e preço.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A: Questionário de Pesquisa Caro(a) Senhor(a), A UnP, através do Mestrado Profissional em Administração, está realizando uma pesquisa que tem como título “A contribuição da atividade turística do Thermas Hotel e Resort para o desenvolvimento da cidade de Mossoró/RN”. Este questionário tem como finalidade coletar dados para subsidiar a pesquisa. Nos relatórios e resultados do estudo será mantido o caráter confidencial das informações individuais colhidas. Os dados serão úteis para identificar a qualidade dos serviços prestados em relação às expectativas dos clientes, bem como a satisfação e a lealdade. Certos de poder contar com a sua colaboração, agradecemos antecipadamente. Atenciosamente,

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO UNIVERSIDADE POTIGUAR

MÓDULO 1 (A SER PREENCHIDO PELO PESQUISADOR)

Nº identificador da pesquisa: Data: / /

1. Sexo: o Masculino o Feminino 2. Cidade/Estado onde mantém residência: __________________________ 3. Idade: o Até 18 anos o De 19 a 29 anos o De 30 a 39 anos o De 40 a 49 anos o Acima de 50 anos 4. Escolaridade: o Ensino Fundamental o Ensino Médio o Graduação o Pós-Graduação 5. Renda familiar: o Menos de 2 salários mínimos o De 2 a 5 salários mínimos o De 6 a 10 salários mínimos o De 11 a 20 salários mínimos o Acima de 20 salários mínimos 6. Ocupação principal: o Sem ocupação remunerada o Profissional autônomo o Empresário o Empregado em empresa privada o Funcionário Público o Outro: Qual?_____________ 7. Qual o motivo de sua viagem à Mossoró/RN? o Turismo o Negócios o Congresso/Convenção o Saúde o Pessoal/Família o Outro: Qual? ____________ 8. Número de viagens à Mossoró/RN? o Primeira vez o Segunda vez o Terceira vez o Quarta vez ou mais 9. Número de viagens ao Thermas Hotel e Resort? o Primeira vez o Segunda vez

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o Terceira vez o Quarta vez ou mais 10. Tempo de permanência no Thermas Hotel e Resort? o 1 a 3 noites o 4 a 7 noites o Mais de 7 noites 11. Você veio à Mossoró para outras atividades não turísticas e escolheu o Thermas Hotel e Resort como hospedagem? o Sim o Não 12. Você veio à Mossoró por causa da existência do Thermas Hotel e Resort? o Sim o Não 13. Serviços utilizados na cidade de Mossoró fora do Thermas Hotel e Resort: o Restaurantes o Bares o Lojas o Shopping o Cinema o Serviços de táxi o Outro: Qual? ____________________________ 14. Estimativas de gastos em reais (R$) com serviços externos ao Thermas Hotel e Resort: o Até R$ 500,00 o Entre R$ 500,00 e R$ 1.000,00 o Entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 o Acima de R$ 2.000,00 MÓDULO 2 (Solicita-se que todas as questões sejam respondidas) Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção de IMPORTÂNCIA em relação a um conjunto de atributos vinculados ao serviço oferecido por qualquer hotel resort. A nota 7 (sete) significa importância máxima para o atributo e a nota 1 (um) significa que o atributo não tem importância na utilização dos serviços oferecidos por um hotel resort no qual o Sr(a) se hospedaria. Pode ser marcado qualquer valor da escala.

1 2 3 4 5 6 7 não importante mediana importância muito importante

Numa escala de 1 (um) a 7 (sete), considerando os serviços de um hotel resort, indique QUAL A IMPORTÂNCIA que o Sr(a) atribui a(ao):

01) Acolhida do hotel e procedimentos de check in? (atenção, cordialidade, agilidade, auxílio na movimentação das bagagens, instruções preliminares) 1 2 3 4 5 6 7

02) Qualidade do atendimento dos funcionários? (cortesia, atenção, presteza, nível de informação) 1 2 3 4 5 6 7

03) Aparência dos funcionários? (uniformização, boa aparência e higiene pessoal) 1 2 3 4 5 6 7 04) Oferta de internet – zona wi fi? (cobertura disponível em todo o hotel, velocidade adequada) 1 2 3 4 5 6 7

05) Facilidade na resolução de problemas? (chuveiro elétrico não esquenta, ar condicionado com problemas, televisor sem funcionamento, aparelho de telefone inoperante ou outros)

1 2 3 4 5 6 7

06) Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido? (atendimento de room service, reposição de toalhas, solicitação de serviços no apartamento, entre outros)

1 2 3 4 5 6 7

07) Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes? (recepção, corredores, salas e área de lazer, corte de grama, limpeza) 1 2 3 4 5 6 7

08) Segurança em todas as instalações do hotel? 1 2 3 4 5 6 7 09) Preço da diária do apartamento? 1 2 3 4 5 6 7 10) Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel? 1 2 3 4 5 6 7 11) Oferta de café da manhã? (variedade, qualidade e quantidade dos alimentos) 1 2 3 4 5 6 7 12) Oferta do serviço de restaurante no hotel? (variedade de pratos, opções saudáveis, 1 2 3 4 5 6 7

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opções para diabéticos, opções infantis) 13) Funcionamento do ar condicionado? (temperatura, ruídos, controle) 1 2 3 4 5 6 7 14) Enxoval dos quartos? (disponibilidade de lençóis, toalhas e edredom, limpos e agradáveis) 1 2 3 4 5 6 7

15) Limpeza e agradabilidade dos quartos? (higiene, espaço, conforto, decoração) 1 2 3 4 5 6 7 16) Limpeza e agradabilidade dos banheiros? (espaço, conforto, disponibilidade de shampoo, condicionador, sabonete, touca de banho, etc.) 1 2 3 4 5 6 7

17) Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel? 1 2 3 4 5 6 7 18) Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático? 1 2 3 4 5 6 7 19) Segurança no parque aquático? (organização, orientação, normas de segurança, salva-vidas, primeiros socorros) 1 2 3 4 5 6 7

20) Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático? 1 2 3 4 5 6 7

21) Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas? (como quadras poliesportivas, campo de futebol, academia de ginástica, passeios de caiaque, pedalinho, cavalo, brinquedoteca, pesca, entre outros)

1 2 3 4 5 6 7

22) Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores. 1 2 3 4 5 6 7

23) Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

1 2 3 4 5 6 7

24) Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 1 2 3 4 5 6 7

25) Disponibilidade de serviços de turismo receptivo? (folhetos, nível de conhecimento do funcionário, sugestões dadas sobre passeios, locação de carro, restaurantes, lojas de artesanato, entre outros)

1 2 3 4 5 6 7

26) Fechamento da conta pelo hotel e check out? (agilidade na operação e verificação do consumo, débitos lançados corretamente, auxílio na movimentação de bagagens) 1 2 3 4 5 6 7

MÓDULO 3 (Solicita-se que todas as questões sejam respondidas) Neste módulo, pergunta-se sobre a sua percepção do DESEMPENHO do Thermas Hotel e Resort, em relação a cada um dos atributos enumerados. A escala varia de 1 (um) péssimo desempenho a 7 (sete) excelente desempenho.

1 2 3 4 5 6 7 Péssimo Regular Excelente

Numa escala de 1 (um) a 7 (sete), avalie o DESEMPENHO do Thermas Hotel e Resort em relação à(ao): N

ÃO

UTI

LIZO

U

O S

ERVI

ÇO

01) Acolhida do hotel e procedimentos de check in? (atenção, cordialidade, agilidade, auxílio na movimentação das bagagens, instruções preliminares) 1 2 3 4 5 6 7

02) Qualidade do atendimento dos funcionários? (cortesia, atenção, presteza, nível de informação) 1 2 3 4 5 6 7

03) Aparência dos funcionários? (uniformização, boa aparência e higiene pessoal) 1 2 3 4 5 6 7 04) Oferta de internet – zona wi fi? (cobertura disponível em todo o hotel, velocidade adequada) 1 2 3 4 5 6 7

05) Facilidade na resolução de problemas? (chuveiro elétrico não esquenta, ar condicionado com problemas, televisor sem funcionamento, aparelho de telefone inoperante ou outros)

1 2 3 4 5 6 7

06) Execução dos serviços demandados pelos hóspedes no tempo previsto ou prometido? (atendimento de room service, reposição de toalhas, solicitação de serviços no apartamento, entre outros)

1 2 3 4 5 6 7

07) Limpeza e conservação das áreas comuns, inclusive áreas verdes? (recepção, corredores, salas e área de lazer, corte de grama, limpeza) 1 2 3 4 5 6 7

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08) Segurança em todas as instalações do hotel? 1 2 3 4 5 6 7 09) Preço da diária do apartamento? 1 2 3 4 5 6 7 10) Preço dos serviços e produtos oferecidos pelo hotel? 1 2 3 4 5 6 7 11) Oferta de café da manhã? (variedade, qualidade e quantidade dos alimentos) 1 2 3 4 5 6 7 12) Oferta do serviço de restaurante no hotel? (variedade de pratos, opções saudáveis, opções para diabéticos, opções infantis) 1 2 3 4 5 6 7

13) Funcionamento do ar condicionado? (temperatura, ruídos, controle) 1 2 3 4 5 6 7 14) Enxoval dos quartos? (disponibilidade de lençóis, toalhas e edredom, limpos e agradáveis) 1 2 3 4 5 6 7

15) Limpeza e agradabilidade dos quartos? (higiene, espaço, conforto, decoração) 1 2 3 4 5 6 7 16) Limpeza e agradabilidade dos banheiros? (espaço, conforto, disponibilidade de shampoo, condicionador, sabonete, touca de banho, etc.) 1 2 3 4 5 6 7

17) Limpeza e agradabilidade do parque aquático do hotel? 1 2 3 4 5 6 7 18) Oferta do serviço de bar e alimentação na área do parque aquático? 1 2 3 4 5 6 7 19) Segurança no parque aquático? (organização, orientação, normas de segurança, salva-vidas, primeiros socorros) 1 2 3 4 5 6 7

20) Limpeza e conservação dos equipamentos do hotel incluindo toda estrutura do parque aquático? 1 2 3 4 5 6 7

21) Disponibilidade e variedade de espaços para a realização de atividades esportivas e recreativas? (quadras poliesportivas, campo de futebol, academia de ginástica, passeios de caiaque, pedalinho, cavalo, brinquedoteca, pesca, entre outros)

1 2 3 4 5 6 7

22) Ações ativas e explícitas que combatam o turismo sexual, impeçam a hospedagem de menores desacompanhados e a venda de bebidas alcoólicas a menores.

1 2 3 4 5 6 7

23) Ações ativas e explícitas para a redução de desperdícios, reuso de materiais, coleta seletiva e reciclagem do lixo, economia de energia e outras atividades de responsabilidade ambiental.

1 2 3 4 5 6 7

24) Disponibilidade de estrutura, orientação e comunicação facilitadoras de acesso para pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. 1 2 3 4 5 6 7

25) Disponibilidade de serviços de turismo receptivo? (folhetos, nível de conhecimento do funcionário, sugestões dadas sobre passeios, locação de carro, restaurantes, lojas de artesanato, entre outros)

1 2 3 4 5 6 7

26) Fechamento da conta pelo hotel e check out? (agilidade na operação e verificação do consumo, débitos lançados corretamente, auxílio na movimentação de bagagens)

1 2 3 4 5 6 7

MÓDULO 4 (Solicita-se que todas as questões sejam respondidas) Neste módulo, pergunta-se sobre a sua SATISFAÇÃO e LEALDADE em relação ao serviço oferecido pelo Thermas Hotel e Resort. A nota 7 (sete) significa concordo totalmente para a afirmação e a nota 1 (um) significa que discordo totalmente da afirmação sobre os serviços oferecidos pelo Thermas Hotel e Resort. Pode ser marcado qualquer valor da escala.

1 2 3 4 5 6 7 Discordo totalmente

Nem discordo nem concordo

Concordo totalmente

Numa escala de 0 (zero) a 7 (sete), considerando os serviços do Thermas Hotel e Resort, qual A OPINIÃO do Sr (a):

01) No geral, estou satisfeito com os serviços do Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7 02) Estou satisfeito com as taxas/preços dos serviços do Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7 03) Estou satisfeito com as práticas verdes do Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7 04) Estou satisfeito com a capacidade/habilidade dos empregados do Thermas Hotel e Resort em lidar com os hóspedes (e.g. procedimento de check-in, resolução de problema do hóspede, etc.).

1 2 3 4 5 6 7

05) Estou satisfeito com a competência da equipe de pessoal da recepção do Thermas 1 2 3 4 5 6 7

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Hotel e Resort em lidar com os clientes. 06) Estou satisfeito com a maneira do Thermas Hotel e Resort se comunicar com seus clientes. 1 2 3 4 5 6 7

07) Estou satisfeito com a agilidade e pronta de resposta do pessoal do Thermas Hotel e Resort aos seus clientes. 1 2 3 4 5 6 7

08) Estou satisfeito com a confiabilidade da qualidade dos serviços prestados pelo Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7

09) Gostaria de ficar no Thermas Hotel e Resort na próxima vez. 1 2 3 4 5 6 7 10) Gostaria de escolher o Thermas Hotel e Resort mesmo que existam outros hotéis similares. 1 2 3 4 5 6 7

11) Gostaria de escolher o Thermas Hotel e Resort mesmo que seu preço suba. 1 2 3 4 5 6 7 12) Gostaria de recomendar o Thermas Hotel e Resort para outras pessoas. 1 2 3 4 5 6 7 13) Em algumas situações, posso tolerar pequenas falhas do Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7 14) Acredito ter construído um bom relacionamento com o Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7 15) Acredito que sou um cliente fiel do Thermas Hotel e Resort. 1 2 3 4 5 6 7 OBRIGADA!

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ANEXO

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ANEXO 1: Questionário de Coleta de Dados para Análise da Cadeia de Valor Questionário: _____________ Data: _______ / _______ /_______ Entrevistado/Nome e Função: A - DADOS GERAIS 1. Nome da Empresa:________________________________________________________________ Razão Social: _____________________________________________________________________ Fantasia: _________________________________________________________________________ 2. Endereço: 3. Identificação do Estabelecimento: Classificação do Estabelecimento EMBRATUR: Forma de Administração: Proprietário Adm./Gerente Franquia 4. Capacidade Hoteleira (considerar somente os apartamentos disponíveis para a hospedagem de visitantes/turistas): Total de Apartamentos (UHs): Camas de Casal (C): Camas de Solteiro (S): Leitos (L) = (2C + S): B – NÍVEL DE OCUPAÇÃO / SAZONALIDADE 5. Qual a Taxa Média Anual de Ocupação? 6. Quais os períodos de: ALTA ESTAÇÃO MÉDIA ESTAÇÃO BAIXA ESTAÇÃO 7. Qual a Taxa Média de Ocupação por Período Sazonal ? ALTA ESTAÇÃO MÉDIA ESTAÇÃO BAIXA ESTAÇÃO C - MÃO-DE-OBRA UTILIZADA 8. Mão-de-obra Utilizada pela Empresa Atualmente: Total Fixa Temporária

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9. Do total da Mão-de-Obra Utilizada quantos são Terceirizados? 10. Distribuição da Mão-de-Obra e Salário, por Área: ÁREA QUANTIDADE 1. Hospedagem (Governança + Recepção/Portaria) 2. Alimentos e Bebidas 3. Eventos 4. Administrativa / Financeira 5. Comercial 6. Manutenção / Limpeza 7. Outras

TOTAL 11. Total da Folha Bruta de Pagamento de Pessoal Mensal: R$ 12. Procedência dos Empregados: Mossoró _____ % RN _____ % Outros Estados _____ % Estrangeiros _____ % 13. Distribuição dos Salários, segundo procedência dos Empregados: Mossoró _____ % RN _____ % Outros Estados _____ % Estrangeiros _____ % 14. Contrata Mão-de-Obra no Período da Alta Estação? ( ) Sim ( ) Não 15. Caso Afirmativo: Quantos (em média/período)? D – ESTRUTURA DE RECEITAS E CUSTOS 16. Qual o Faturamento Bruto Anual (em R$)? 17. Qual o Faturamento Bruto por Período Sazonal (em R$ ou em %)? ALTA ESTAÇÃO MÉDIA ESTAÇÃO BAIXA ESTAÇÃO 18. Distribuição do Faturamento Bruto Anual por Grupo de Despesas (em R$ ou %): GRUPO DE DESPESAS 1. Remuneração do Capital / Lucro 2.Remuneração da Mão-de-Obra (c/encargos) 3. Pagamento de Financiamentos / Juros 4. Pagamento a Fornecedores 5. Pagamento de Tributos 6. Outros TOTAL 19. Distribuição do Faturamento Bruto por Grupo de Despesas e Destino dos Recursos - (em R$ ou %): * Indicar qual estado ou país GRUPO DE DESPESAS MOSSORÓ RN ESTADOS PAÍSES TOTAL 1. Remuneração do Capital / Lucro 2.Remuneração da Mão-de-Obra (c/encargos) 3. Pagamento de Financiamentos / Juros

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4. Pagamento a Fornecedores 5. Pagamento de Tributos 6. Outros TOTAL 20. Qual a Receita Operacional Anual (em R$)? 21. Estrutura da Receita Operacional Anual por Área / Departamento (em R$ ou %): ÁREA / DEPARTAMENTO 1. Hospedagem / Habitações 2. Alimentos e Bebidas (Habitações) 3. Alimentos e Bebidas (Rest./Bar/Cafet.) 4. Eventos / Locação Espaços 5. Serviços de Comunicação (Tel./Fax). 6. Serviços de Informática 7. Lavanderia 8. Garagem 9. Outros TOTAL 22. Qual o Custo Operacional Anual (em R$)? 23. Estrutura do Custo Operacional Anual por Área / Departamento (em R$ ou %): ÁREA / DEPARTAMENTO 1. Hospedagem / Habitações 2. Alimentos e Bebidas (Habitações) 3. Alimentos e Bebidas (Rest./Bar/Cafet.) 4. Eventos / Locação Espaços 5. Serviços de Comunicação (Tel./Fax). 6. Serviços de Informática 7. Lavanderia 8. Garagem 9. Outros TOTAL 24 - Estrutura do Custo Operacional Anual por Grupo de Despesas (em R$ ou %): GRUPO DE DESPESAS 1. Custos Fixos 2. Mão-de-Obra (c/ encargos) 3. Manutenção Interna e Exterma 4. Promoção / Propaganda / Publicidade 5. Comunicações 6. Energia Elétrica (Força e Luz) 7. Água / Saneamento 8. Combustíveis 9. Mercadorias / Materiais Diversos 10. Serviços Diversos 11. Seguros 12. Tributos 13. Empréstimos 14. Arrendamentos 15. Outros TOTAL 25 - Estrutura do Custo com Mão-de-Obra (em R$ ou %):

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GRUPO DE DESPESAS 1. Remuneração Líquida 2. Encargos Sociais 3. Prestações Sociais Facultativas 4. Outras TOTAL 26 - Estrutura do Custo com Tributos, Taxas e Contribuições (em R$ ou %): GRUPO DE DESPESAS 1997 1998 1999 1. IRPJ 2. IRPF 3. ISS 4. ISS s/ faturamento 5. ICMS 6. SIMPLES 7. IPTU 8. TFF (TLF) 9. COFINS 10. PIS 11. PIS s/ faturamento 12. INSS 13. FGTS 14. Contribuição Sindical 15. Contribuição Sindical s/ lucro 16. Máquinas e Motores 17. ECAD 18. Outros TOTAL 27. Problemas com Fornecedores 28. Dificuldades de Obter Produtos e Serviços 1 Identificação de Fornecedores 1. Alimentos / Mat. Comestíveis e Afins 2 Seleção de Fornecedores 2. Bebidas e Afins 3 Nível e Negociação de Preços 3. Mobiliário 4 Qualidade de Produtos e Serviços 4. Inst. e Equip. de Ar Condicionado 5 Assistência Técnica 5. Eletro-Eletrônicos 6 Prazo de Entrega / Atendimento 6. Roupas de Cama, Mesa e Banho 7 Localização do Fornecedor 7. Equip. e Utens. p/ Cozinha 8 Transporte 8. Equip. p/ Lavanderia 9 Todos constituem problemas 9. Materiais de Limpeza e Manutenção 10 Não há problemas 10. Serviços de Limpeza 11 Outros (especificar): 11. Serviços de Manutenção ___________________________ 12. Serviços de Segurança

13. Serviços de Transporte 14. Serviços Financeiros e Contábeis 15. Serv. Promoção/Propag./Publicidade 16. Todos apresentam dificuldades 17. Não há dificuldades 18. Outras (especificar): ____________________________________

29. Qual o Gasto Total Anual com Fornecedores (em R$)? 30 - Qual o Gasto Total com Fornecedores por Período Sazonal (em R$ ou em %)? ALTA ESTAÇÃO MÉDIA ESTAÇÃO

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BAIXA ESTAÇÃO 31 - Distribuição do Gasto Total Anual com Fornecedores por Produtos / Serviços (em R$ ou %): PRODUTOS / SERVIÇOS 1. Alimentos / Mat. Comestíveis e Afins 2. Bebidas e Afins 3. Mobiliário 4. Inst. e Equip. de Ar Condicionado 5. Eletro-Eletrônicos 6. Roupas de Cama, Mesa e Banho 7. Equip. e Utens. P/ Cozinha 8. Equip. p/ Lavanderia 9. Materiais de Limpeza e Manutenção 10. Serviços de Limpeza 11. Serviços de Manutenção 12. Serviços de Segurança 13. Serviços de Transporte 14. Serviços Financeiros e Contábeis 15. Serv. Promoção/Propag./Publicidade 16. Outros TOTAL 32 - Distribuição do Gasto Total com Fornecedores por Produtos/Serviços segundo Origem do Fornecimento/Destino dos Recursos - (em R$ ou %): * Indicar qual estado ou país PRODUTOS / SERVIÇOS MOSSORÓ RN ESTADOS PAÍSES TOTAL 1. Alimentos / Mat. Comestíveis e Afins 2. Bebidas e Afins 3. Mobiliário 4. Inst. e Equip. de Ar Condicionado 5. Eletro-Eletrônicos 6. Roupas de Cama, Mesa e Banho 7. Equip. e Utens. P/ Cozinha 8. Equip. p/ Lavanderia 9. Materiais de Limpeza e Manutenção 10. Serviços de Limpeza 11. Serviços de Manutenção 12. Serviços de Segurança 13. Serviços de Transporte 14. Serviços Financeiros e Contábeis 15. Serv. Promoção/Propag./Publicidade 16. Outros TOTAL 33 - Indique de cinco a dez dos principais fornecedores do seu Hotel, discriminando-os por cada produto ou serviço que forneçam, de acordo com os grupos de produtos/serviços apresentados nas questões 16 e 17, e que tenham tido um maior peso ou representatividade no valor do gasto total com pagamentos a fornecedores efetuados por esta Empresa no ano de 2015:

PRODUTO/ SERVIÇO FORNECEDOR

TOTAL PAGO

NO ANO (R$)

PART. S/ FORNEC.

(%)

LOCALIZAÇÃO (indicar qual estado ou país)

MOSSORÓ RN ESTADOS PAÍSES

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TOTAL