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INFLUÊNCIA DA LAMINAÇÃO NAS PROPRIEDADES DE LIGAS Ni-Ti COM EFEITO MEMÓRIA DE FORMA N. J. Silva; C. H. Gonzalez; C. A. N. Oliveira; D. R. L. Júnior; C. J. De Araújo Av. Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária - CEP 50740-530 - Recife-PE, Brasil. E-mail: [email protected] Laboratório de Materiais Inteligentes e Laboratório Multidisciplinar de Materiais e Estruturas Ativas RESUMO Ligas com memória de forma (LMF) são materiais que tem forte potencial aplicativo como atuadores termomecânicos em diversos setores, como o aeroespacial, médico-odontológico, entre outros. Existe crescente interesse no aperfeiçoamento das propriedades termomecânicas destes. A conformação mecânica do tipo laminação resulta em melhorias quanto às propriedades mecânicas destas ligas. Esta melhoria está relacionada à redução de tamanho de grãos devido ao cisalhamento interno que estes sofrem ao passar pelo laminador, sendo submetido à compressão e tensões de cisalhamento. Neste trabalho, realizou-se a fabricação de ligas com memória de forma da família NiTi e sua conformação mecânica a quente num laminador de ourives. Como resultado observou-se a melhoria das propriedades mecânicas e alteração das temperaturas de transformação, características essenciais para aplicação das ligas em situações práticas. A análise é bastante interessante no que diz respeito ao uso do material em aplicações em que se requer melhor resistência mecânica aliada a um bom rendimento dos fenômenos de memória de forma. Palavras-chave: Ligas com memória de forma, Laminação a quente, Temperaturas de transformação, Conformação mecânica.

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INFLUÊNCIA DA LAMINAÇÃO NAS PROPRIEDADES DE LIGAS Ni-Ti COM EFEITO MEMÓRIA DE FORMA

N. J. Silva; C. H. Gonzalez; C. A. N. Oliveira; D. R. L. Júnior; C. J. De Araújo

Av. Acadêmico Hélio Ramos s/n, Cidade Universitária - CEP 50740-530 - Recife-PE, Brasil. E-mail: [email protected]ório de Materiais Inteligentes e Laboratório Multidisciplinar de Materiais e Estruturas Ativas 

RESUMOLigas com memória de forma (LMF) são materiais que tem forte potencial aplicativo como atuadores termomecânicos em diversos setores, como o aeroespacial, médico-odontológico, entre outros. Existe crescente interesse no aperfeiçoamento das propriedades termomecânicas destes. A conformação mecânica do tipo laminação resulta em melhorias quanto às propriedades mecânicas destas ligas. Esta melhoria está relacionada à redução de tamanho de grãos devido ao cisalhamento interno que estes sofrem ao passar pelo laminador, sendo submetido à compressão e tensões de cisalhamento. Neste trabalho, realizou-se a fabricação de ligas com memória de forma da família NiTi e sua conformação mecânica a quente num laminador de ourives. Como resultado observou-se a melhoria das propriedades mecânicas e alteração das temperaturas de transformação, características essenciais para aplicação das ligas em situações práticas. A análise é bastante interessante no que diz respeito ao uso do material em aplicações em que se requer melhor resistência mecânica aliada a um bom rendimento dos fenômenos de memória de forma.

Palavras-chave: Ligas com memória de forma, Laminação a quente, Temperaturas de transformação, Conformação mecânica.

INTRODUÇÃO 

As Ligas com Memória de Forma (LMF) são materiais ativos que apresentam a surpreendente capacidade de recuperar uma deformação “aparentemente plástica”, introduzida a uma baixa temperatura, por intermédio de um aquecimento subsequente acima de uma temperatura crítica. Este fenômeno, designado por Efeito de Memória de Forma (EMF), está intimamente associado a uma transformação de fase do tipo martensítica, cristalograficamente reversível (Otsuka & Wayman, 1998). As LMF são

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consideradas atuadores elétricos quando o EMF é ativado através da aplicação de pulsos de corrente elétrica (efeito Joule). Em contrapartida, se o EMF é ativado diretamente por meio da variação controlada da temperatura, consideram-se como sendo atuadores térmicos. Essas ligas quando submetidas a processos de conformação mecânica, ou seja, submetidas a deformações por meios mecânicos, demonstra uma tendência ao aumento de sua resistência mecânica devido ao encruamento. Esta alteração das propriedades mecânicas provoca também uma mudança nas temperaturas de transformação, característica essencial para utilização desses materiais em aplicações tecnológicas.

A laminação à quente é um tipo de conformação bastante utilizado em ligas metálicas visando a obtenção de chapas ou lâminas. Nesse tipo de processo o material sofre esforços de compressão e cisalhamento superficial, o que provoca a redução de sua espessura e, teoricamente, redução do tamanho dos grãos na liga.

Dessa forma, os objetivos desse trabalho são fabricar ligas da família Ni-Ti com efeito de memória de forma com diferentes composições, submeter esses materiais ao processo de conformação mecânica e verificar seus efeitos nas propriedades mecânicas e térmicas.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi desenvolvido no contexto de uma parceria entre a UFPE e a UFCG, através do Laboratório de Materiais Inteligentes (LMI) e Laboratório Multidisciplinar de Materiais e Estruturas Ativas (LaMMEA), respectivamente. As ligas da família Ni-Ti foram selecionadas e fabricadas no LaMMEA por meio do processo Plasma Skull Push Pull (PSPP), no qual o material é fundido sobre uma fina camada dele mesmo (DISCOVERY, 2005). Essa fusão, anteriormente estudada por De Araújo et al. (2008), foi realizada em uma máquina que utiliza o plasma térmico como meio de transmissão de energia para fundir a maioria dos metais (exceto metais com alto teor de zinco), inclusive titânio, níquel, cromo e cobalto. Para assegurar resultados satisfatórios na fusão das ligas da família Ni-Ti, utiliza-se o gás argônio no interior da câmara de fusão, que tem como característica principal ser inerte. A Fig. 1 mostra a sequência do processo de fusão à plasma utilizado. Inicialmente, verificam-se os materiais dispostos no cadinho da máquina de fusão Fig. 1a. O eletrodo rotativo de tungstênio originando a tocha de plasma em atmosfera de argônio, Figura 1b, que provoca a fusão dos elementos puros, formando o botão mostrado na Fig. 1c. Quando o metal está em seu estado fundido, este é injetado automaticamente em uma coquilha metálica, como se pode observar nas Fig. 1d e 1e, no qual é obtido o produto final da fusão , Fig. 1f.

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Figura 1 - Sequência do processo PSPP para fusão e injeção em molde. (a) Empilhamento dos elementos da liga. (b) Tocha de plasma. (c) Botão de LMF. (d) Camada de LMF no cadinho, após a injeção. (e) Molde metálico. (f) Lingote

da LMF.

As ligas fabricadas foram uma liga Ni-Ti equiatômica, uma liga Ni-Ti rica em Ni e outra rica em Ti. As composições das ligas selecionadas, percentualmente em peso, foram 55Ni-Ti, 55,3Ni-Ti e 54,7Ni-Ti, respectivamente. Para assegurar a homogeneidade química dos lingotes fabricados, realizou-se um tratamento térmico de homogeneização por 2 horas num forno de mufla a 900ºC, seguido de têmpera em água a temperatura ambiente. Os lingotes foram cortados numa cortadeira de precisão com disco diamantado, visando a confecção de amostras em forma de lâmina para o processo de laminação. As lâminas foram cortadas com espessura de aproximadamente 1,5 mm, as quais passaram pelo processo de laminação, realizado até alcançar espessuras da ordem de 0,5 mm. A laminação foi realizada num laminador de ourives com reduções sucessivas de 0,05 mm e tempo de permanência no forno para reaquecimento das lâminas de 60 segundos entre os passes, utilizando forno do tipo mufla aquecido a 900ºC.

Para cada amostra do material, antes e após o processo de conformação mecânica por laminação a quente, foram realizados ensaios de microdureza e calorimetria de varredura diferencial (DSC). Os dados dos ensaios de microdureza foram coletados a partir de 10 indentações com distância de 1 mm entre elas e carga de penetração de 300gf por um período de 15 s, enquanto no DSC foram realizados ciclos de aquecimento e resfriamento com taxa de 10ºC/min.

(a) (b) (c)

(d) (e) (f)

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os materiais foram fundidos no forno de fusão à plasma, do qual foi conseguido o produto final em forma de barra prismática. As barras passaram por um processo de corte, do qual se obtiveram as lâminas para a realização da conformação plástica, como mostrado na Fig. 2.

Figura 2 – Produto final obtido da fusão à plasma (a) e lâminas cortadas (b).

A partir das lâminas cortadas foram realizados os ensaios de DSC para as três ligas fabricadas, a saber, liga Ni-Ti equiatômica, liga Ni-Ti rica em Ni e liga Ni-Ti rica em Ti. A Fig. 3 mostra as curvas de calorimetria para as três ligas logo após sua fabricação e homogeneização.

Para todas as ligas se consegue observar a presença da transformação martensítica termoelástica reversível, conforme demonstram os picos nas curvas, tanto no aquecimento quanto no resfriamento. De forma geral, a transformação de fase nas ligas do sistema Ni-Ti ocorre em duas etapas, em conformidade com a literatura (Otsuka & Wayman, 1998). Durante o resfriamento inicia-se a transformação da austenita (B2) na fase R à temperatura Rs, responsável pelo aparecimento de um pico no fluxo de calor, e posteriormente a fase R, com estrutura romboédrica. Continuando o resfriamento, esta fase se transforma numa estrutura martensítica monoclínica (B19’). Durante o aquecimento ocorre a transformação inversa (martensita → austenita), que é caracterizada pela inflexão na curva calorimétrica de aquecimento. A transformação como descrita anteriormente pode ser visualizada na Fig. 3c, onde se consegue visualizar claramente todas as etapas da transformação. Para as outras ligas fabricadas e testadas na mesma condição, o ensaio de DSC não detectou de forma evidente a fase intermediária durante o resfriamento, a qual provavelmente está justaposta ao pico durante a transformação martensítica direta.

a) b)

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Figura 3 – Curvas de calorimetria das ligas Ni-Ti rica em Ni (a), equiatômica (b) e rica em Ti (c).

O ensaio de microdureza foi realizado para as amostras também logo após a homogeneização das ligas. Verifica-se através da Tab. 1 que a liga Rica em Ni apresenta dureza mais baixa que as outras ligas, o que se deve ao maior percentual deste elemento na liga. Além disso, os ensaios de microdureza foram conduzidos em temperatura ambiente e a única amostra ensaiada na fase austenítica foi a Rica em Ni, uma vez que as temperaturas de transformação martensítica inversa (As e Af) estão abaixo da temperatura ambiente. A fase austenita possui resistência mecânica maior que a da martensita termoelástica, presente nas LMF estudadas. Este fato é a causa pela qual a liga Equiatômica apresenta resultados de microdureza pouco maiores que a da liga Rica em Ni. Possivelmente, a liga Equiatômica, durante o ensaio, já possuía um pequeno percentual da fase austenita em sua estrutura, enquanto que para a liga Rica em Ti todo o ensaio foi realizado na fase martensítica. Devido a esse fato a microdureza da liga Equiatômica apresenta valores um pouco superiores àqueles que apresentariam se estivesse totalmente na fase martensítica. Embora esteja no estado martensítico à temperatura ambiente, a liga Rica em Ti apresenta grau de resistência superficial superior às ligas com menor teor de Ti em sua composição.

Tabela 1 – Dados do ensaio de microdureza para as ligas homogeneizadas.

a) b)

c)

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Ligas homogeneizadas Microdureza (HV)Rica em Ni 269,4 ± 6,5Equiatômica 287,7 ± 14,2Rica em Ti 325,3 ± 21,9

Em seguida, realizou-se a laminação à quente nas amostras, as quais foram submetidas aos ensaios de calorimetria e microdureza para efeito comparativo. A Fig. 4 mostra as curvas obtidas dos ensaios de DSC para as amostras laminadas.

Figura 4 – Curvas de calorimetria das ligas Ni-Ti rica em Ni (a), equiatômica (b) e rica em Ti (c) laminadas.

Apesar das amostras da liga Ni-Ti com distintas composições terem sido submetidas aos esforços promovidos pela laminação, todas apresentaram as transformações características das ligas Ni-Ti com memória de forma. Dependendo da intensidade das deformações impostas nos materiais que apresentam os fenômenos de memória de forma, pode ocorrer a inibição da transformação de fase devido à introdução excessiva de defeitos no material. Para o caso dos materiais que foram submetidos à laminação, percebe-se que a liga Equiatômica (Fig. 4b) passou a exibir a transformação martensítica direta em duas etapas, muito provavelmente devido a um retardo da transformação martensítica pela introdução dos defeitos cristalinos durante a laminação, o que

a) b)

c)

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fez com que houvesse a desagregação entre as transições da fase R e martensítica.

Fazendo um comparativo entre as curvas de DSC das Fig. 3 e Fig. 4, pode-se verificar que, de forma geral, as temperaturas de transformação apresentaram tendência ao decréscimo. Isso indica que a transformação martensítica exige mais energia para ser completada, ou seja, os defeitos impostos pelo processo de conformação mecânica resultaram em um cenário de maior dificuldade para se realizar a transformação de fase nas ligas. Também é notável que a histerese térmica aumentou, a qual é caracterizada pela diferença entre as temperaturas de transformação no aquecimento (Htaquec= As-Af) e no resfriamento (Htresf= Ms-Mf), devido provavelmente à energia dissipada sob a forma de atrito interno durante a transformação. Isso ocorre devido ao processo de introdução de defeitos e pelo aparecimento da fase R no caso da liga Equiatômica.

A Tab. 2 sintetiza os resultados das amostras que foram submetidas ao processo de laminação, a partir da qual se percebe que todas as ligas tiveram aumento da microdureza devido ao encruamento imposto pelas deformações plásticas, embora o processo de conformação tenha sido conduzido a alta temperatura. Dessa forma, nota-se que as deformações plásticas impostas aos materiais influenciam diretamente tanto nas propriedades mecânicas quanto nas temperaturas de transformação de fase das LMF.

Tabela 2 – Resultados dos ensaios de microdureza das amostras laminadas.Ligas laminadas Microdureza (HV)

Rica em Ni 370,5 ± 13,1Equiatômica 373,4 ± 21,0Rica em Ti 396,2 ± 23,9

CONCLUSÕES

A fabricação das ligas com efeito de memória de forma por meio do processo de fusão à plasma foi realizada com êxito, através da qual se percebeu que as temperaturas de transformação encontradas para as amostras de diferentes composições apresentaram resultados bastante coerentes, sendo mais altas para a liga com maior percentual de titânio e mais baixas para aquelas com maior percentual de níquel. A conformação mecânica à quente do tipo laminação demonstrou que a introdução de defeitos promoveu aumento da resistência mecânica das amostras, provavelmente devido à redução do tamanho de grãos causada pelos esforços de compressão e de cisalhamento da deformação plástica. Concomitantemente, as temperaturas críticas de transformação de fase das três ligas diminuíram, de onde se conclui

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que existe maior dificuldade, ou seja, maior necessidade de energia para se completar integralmente as transformações. Dessa forma, foi verificado que, para aplicações reais de ligas da família NiTi com memória de forma em situações em que o material for submetido à deformação mecânica, deve-se levar em consideração o fato de que suas temperaturas de transformação serão diminuídas, bem como poderá ocorrer um aumento da histerese térmica devido ao grau de inibição do efeito de memória de forma. O aumento da microdureza, que pode indicar melhores propriedades mecânicas e dos fenômenos de memória de forma, será analisada em trabalhos que estão em curso.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a FACEPE pelo apoio aos projetos em andamento, bem como a CAPES pela concessão da bolsa de doutorado ao primeiro autor por meio do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica da UFPE.

REFERÊNCIAS

1. OTSUKA, K., WAYMAN, C.M. Shape Memory Materials. Cambridge University Press: Cambridge, 1998.

2. DISCOVERY Plasma: Manual de Instalação, Operação e Manutenção. EDG Equipamentos e Controles Ltda. 2005.

3. DE ARAÚJO, C. J.; GOMES, A. A. C.; SILVA, J. A.; CAVALCANTI, A. J. T.; REIS, R. P. B.; GONZALEZ, C. H. Fabrication of shape memory alloys using the plasma skull push-pull process. Journal of Materials Processing Technology, v.209, p. 3657-3664, 2009.

INFLUENCE OF HOT-ROLLED ON Ni-Ti SHAPE MEMORY ALLOYS PROPERTIES

ABSTRACTShape Memory Alloys (SMA) are smart materials that may be applied on several sectors of industry. There is an increase of interest in improving the

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thermomechanical properties of these alloys. The lamination mechanical conformation results in improvements in the mechanical properties of these alloys. This advance relates to the reduction of grain size due to internal shear they undergo in passing through rolling mill, being subjected to compression and shear stresses. In this work, we carried out the manufacture of NiTi shape memory alloys and their mechanical forming in a hot rolling mill. As a result there is the improvement of mechanical properties and modification of transformation temperatures, essential characteristics for application in real situations these alloys. The analysis is very important for usage of SMA in applications that require high mechanical strength combined with the properties of shape memory phenomena.

Key-words: Shape memory alloys, Hot-rolled, Transformation temperatures, Mechanical conformation.