-- braz1l anno ii — numero 16
TRANSCRIPT
PORTO ALECRE -- BRAZ1L
Eseriptorio
tS n 11 Concorri ia n. G
Director: Tácito Pires
REDACTOKES
I Mil
JORNAL DO POVO
ANNO II — NUMERO 16
A. ssignaturas
Anno 10§000 | Semestre.. 5J000* * * * Trimestre... 25500. * * * *
Pagamento adiantado
Gerente: Vital Baptista
Aíministraflor: Felipe ptacfo
29 de Maio de 1904
As nossas associações
As personalidades
(Continuação)
As opiniões, sendo embora os fructos
tia bôa vontade, são quasi sempre, senão
sempre! o producto da observação uni-
lateral dos factos ou das acções.
Raramente encontram-se pessoas quedespreoccttpadamcnte estudem as ques-tões de interesse geral, que ao se lhe
antolhar uma qualquer proposta, um
pensamento, vão com o esearpelo da ob-
servação, sem entlmsiasmos ou preven-
ção, retalhando a carcassa, estudando-a
em suas minudencias quer implícitas,
quer explicitas e relacionando os próse contras para depois pezal-os na ba-
lança da razão.
E quardo alguém desta tempera sur-
de e tão excepcional aos olhos dos de-
mais que toma as apparencias de um
louco, porque a maneira systemiuica de
agir, não pôde compenetrar-se facilmente
das transformações aconselhadas pelasnecessidades múltiplas da vida das as-
sociações, necessidades que são como mo-
lestias e cada uma das qtiaes precisade cuidados e de meios curativos espe-
eiaes.
As opiniões inquebrantaveis, systema-
tieas, são o característico das persona-lidades que por isso se fazem intoleran-
tes, e no momento em que as condições
exigem uma reviravolta na maneira de
pensar, uma como desharmouia com a
acção passada, a inflexibilidade de me-
thodflj director faz uma revolução regres-
siva tremenda, que tudo desequilibra,
tudo prejudica, tudo enfraquece e, ás
vezes, e não raras, tudo mata.
A acção intelligente não é systcmati-
ca, não é intangivel, é, assiiu se poiledizer, a consciência do momento, e sem
ter veleidades autoritarias, apparece
nas assembléas, ás vezes, iuexperada-
mente, sem séquito de defensores gra-tttitos, consciente de seu valor, com as
Srmas de seus dados positivos, com o
peso de seus conceitos, com a firmeza
de seus argumentos.
(guando estas opiniões emergem das
assembléas é sempre quando as perso-nalidades começlm a ser funestas.
guando estas opiniões, producto de
estudos, lefaltam sua voz calma npon-
tam os males, as personalidades feridas
11a sua vaidade de zeladoras de velha-
|ias, de medidas antiquadas que por se-
fem deerepitas já não dão frueto, op-
põem-lhes a sua popularidade, a sua
lorça.
Começam então as associações a peri-clitar.
As associações conservam seus nomes,
não modiãcarájjl seu programma, seus• statutos estão incólumes, Intretantol o
enthnsialll lüítefeceu 11a quasi totali-
4ade di setlS associados: a associação
já não vive pelo que vive pelo quetoi.
(/uai a fflusa deste mal?
As personalidades. < > ringue da vi-
da à'outr'ora è o SÜgue de gangrenade hoje. Elias não sabiam que no 01-
gàuisnti social como no orgaÜlsmó htt-
ruauo, a substituição das celolas c u
purificação do sangue são eundiçòes pri-marias de vida, e portanto quizeram
qu<- as antiga» células >• o cançado san-
gue d'otttros tempos, o aliiueiitu-s»1 ainda.
As associações sé tosseà meros gru-
pOS de indivíduos reunidos sem um es-
copo util, >eui um tini reclamado pelomomento em A se tundam. poderiam-er intangíveis na sua maneira de vida.
não o sendo, porém, estão sujeitas a--
transformarei aconselhadas pelos diver--os
pei iode* porque atra\<-—aro. p>-i iodos
Assim sendo, pois, a preoccupaçãointransigente das personalidades que
pensam que seu maior mérito reside em
serem boxeres sociaes, é immensamante
prejudicial e a causa do aniquillamento
e da morte de quasi todas as socieda-
des.
As personalidades tem seus períodose o seu mérito está em não quereremse perpetuar.
Terminando, ás personalidades oftere-
ço um conselho e é o seguinte: Medi
vosso período de acção até o memento
em que quem vos haja sempre ouvido
calado levante-se calmo a fazer a pri-meira reclamação, porque dahi por dian-
te si não mudardes a rota de vossa ac-
ção, sõ tereis de errar.
e r o e s
mai s m
qii
modificam -rapte as cau-
minaram sua luuda<;âo.
Palestras de Dario Elpidio
I
Ha alguns annos, foi logo após a pa-ciíicação do Estado, tendo a saúde de-
pauperada pelas múltiplas e terríveis
vicissitudes dessa maldicta lueta de ir-
mãos, tive necessidade de abandonar os
centros populosos onde o ar (pie se res-
pira está envenenado por toda especie
de gazes mephyticos, e é portanto in-
capaz de auxiliar a cura das moléstias
dos orgãos respiratórios.
Eu necessitava de' ar, mas ar puro,
ar impregnado dos balsamos suaves que
a natureza com mão pródiga derramou
em nossas dénsissimas tlorcstas e em
nossos esníeraldinos varzedos; necessi-
tava do ar de vida dos campos, do ar
de vida das serras, porque o ar de
morte das cidades ameaçava consumar
a obra de destruição que as privações,as marchas, os sobresaltos do períodode lueta haviam começado.
Recommendado por alguns amigos fui
para o Chapéo, um dos montes mais
bejjbs da Cochilha Grande, onde liospc-
dei-me na estancia do capitão Silvano
Almeida, um bom sexagenario que nos
tempos monarchicos fora celebre cabo
eleitoral, liliado ao partido conservador,
porém que com as ultimas cambalhotas
dos derradeiros tempos d'aquolle regimem
que o velho amava sincerameute, não
podendo comprehender como a gente
bruscamente possa passar de zelador da
coròa a ardente defensor do barrete
phrygio, resolvera consagrar-se inteira-
mente aos seus interesses e a educação
das tilhas.
E este ultimo trabalho não deveria
ser pequeno porque a 1». Perpetua, que
assim se chamava sua boa companheira
como ella o dizia e eu o creio 1, que-
rendo, parece, perpetuar-se como mãe,
havia a(fçnas sete annos e já contava
51 .itniiis de edade, quando lhe preseit-
teára com uma décima quinta .Maria
l>igo uma (lecima quinta Maria, por-
que o sr, Silvano era pae de 15 tilhas
e todos ellas tinham o nome da inái- do
Nazareno, secundado por uni outro que
as diferençava. Assim a primeira em
honra ao pae chamava-.-'- Maria Silvai
na, a segunda, como um culto á uo-mo-
ria de soa avô materna, 1'. Kosa l'er-
petua de Aguiar, chamava-se Mana Ró*
sa e itssinii ia o rosário de Matias. ou
1» rosário dc Alijou porque lodfts eram
bellas, muito bella-. de Sina belleza ver-
dadeua, porque não tinham o e-parti-
lho para o-cultar defeitos, nem o |õ
de
arroz para encobrir nodojis, até a ulti-
ma, ISn demoniosinho a que chamavam
Maria Perpetua, como unia expatulaçã•
por te: alli terminado a série da-
Manas.
Ma-, faltando destas «sonsas fue v«s
não inteiTssnu, esquecia me de que w
e a nimba intenção perd<T-me em diva-
gações acerca dessa taniilia. mas contai|
VO- dos aütadaveis selòe» aili paaaadoí,>• por faso vofl com brevidade para ahi
i encaminhar o fio de minha narração.
( Havia já quasi um me/, que estava a
gozar o trato ameno de meu hospede e
a contraliir uma divida das peores —
daquellas que se não pagam nunca —
uma divida de gratidão; e tornara-se
habito, como iam correndo os mezes
quentes, reunir-nos pela tarde cm um
vasto terraço que dava para o poente,a perder a vista no longe do horizonte
immmenso, quasi sempre rosado e sorri-
dente.
Era sempre grande a companhia queoccupava o terraço; o velho e a Maria
Perpetua em con-tante garalhada, qualbando de gaipavas, a D. Perpetua e a
Maria Silvana discretas e concentradas,
as outras, treze filhas mais ou menos
desenvoltas; ás vezes os pretendentesá mão das tres mais velhas, que senta-
vam-se ora a olharem a souteira do re-
benque que faziam brincar com o pódo chão, ora perdiam-se na contempla-
ção da fumaça de seu cigarro que es-
piralada subia no espaço, ou deixavam
cahir sobre a promettida a luz mortica
e indefinida de uns olhares que, tendo
vontade de dizer muito, eram entretanto
amordaçados pelo recato oriundo da pu-reza de costumes e da simplicidade de
educação. Continua.
li-Se ;p aj o s
-H
Cumprindo o que promettiKm o numero passado,Venho contar aos leitores
O que aqui tenho notado.
Domingo á tarde mctti-me
N'um sebifero /alinho,
E fui gagpozo também,
Acompanhar um anjinho.
La vi tantos desaforos.
Mesmo de causar espanto I
N'uma festa tão faltada,
Como a do Espirim Snnto.
Uma d'aqui empurrava,
Outra saltava d ali,
Era uma pouca vergonha.
Como igual, eu nunca vi!
Que namoro cncándaloso!
Vi uma dengosa mocinha,
Fazer o seu fi rapado.
Beijar 11a santa pombinha.
Nunca vi, «cruj|'cotÓh|
Namorado tão coio!
O.s Sá»
(ComlttjSo)— Sim, sim. já sei, disse o velho e
chegando á janella gritou: Joaquim! ó
Joaquim'
Prompto, senhorl respondeu um
ereailo, á porta e de-cobrindo-se res-
peitositmente.Vai a casa do seu Sá, di-sc o pae
de Rosa, mas vê lá o ipie fazes, toma
sentido no que vou te dizer: Olha bem.
não faças algumas da- tuas, vai eha-
mar o -• n Sã. porém é o sen Sá chris-
tão!
Compreliendo, seiilior. retorquio o
rapaz.
hiz-lhe que Veiiltã talar-me paratratarmos ilo casaiiKjiito delir com a me*
nina íi>-a.
o »jue?! prgttntou o rapaz, pois a
menina vai cãsar*sc cora o seu $úrh>~ts-
íãof 1' 111 honxiii leio!...
A menina asísim quer. disse o pai
Se emquanto Joaquim -aliia. «»
velho ficou paralnsando a inaneua pela
qual havia d'- celebrar o •asamento da
filha.
¦loaqnim diritriu—• para a igreja, onde
0 sacbristáo «•.viip.tva-se em preparar o
vinho e mai- nlrnsiUos da mi-sa. Ao
Vir o criado de Kosinha. pei ^untou:t) que desejas? Vens te contes-
-ar ?
Nada, nada, respondeu Joaquim,vim chamai-o por parte de meu amo
que quer abreviar o casamento da me-nina Rosa eom o senhor.
Commigo? interrogou o sachristão,
que insensivelmente deixou cahir ao chãotudo que tinha ás mãos, derramando ovinho do galheteiro sobre as botinas.
Com certeza! disse Joaquim, poiso senhor não é o único sacliristCio?
Sou, respondeu elle e ajoelhando-se ante a imagem de S. Benedicto, dissecom religioso entonação: Todas as vezes
que Rosa vinha ouvir a missa eu lhedirigia um olhar todo de amor, e hoje!
por teu grande milagre, eu tenho a mãode Rosa, a moça mais guapa da villa.Milagroso S. Benedicto, juro que o pri-meii;3 filho do meu matriinonio coin Rosaliade chamar-se Benedicto!...
O escravo de Thomaz não podendoconter o riso, soltou uma gostosa garga-lhada e, sahindo appressado pela portada sachristia, monologou:
Minha senhora moça está douda,casar com o sachristão?!
Muito tempo havia que elle babava-
se pelos lindos olhos da menina Rosa,de maneira que, ao receber aquelle in-
esperado convite, ficou de tal fôrma ata-
rantado que paramentou-se com as ves-
tes de ajudar a missa e, depois de ha-
ver posto fóra da igreja algumas velhasbeatas, fechou as portas, dizendo: Vão
pV o diabo que os carregue! As de-votas ao verem aquellas maneiras bru-
taes do sachristão persignaram-se e mur-
muraram orações, julgando que o demo-
nio estivesse hospedado no corpo do po-bre homem.
'uando Joaquim chegou a casa, seu
seiilior perguntou: Então lalaste mesmo
ao Sá christão 011 foi com o outro?...Foi mesmo com o sachristão, disse
Joaquim, julgando ter cumprido fielmente
sua incumbenciii.
Chegado o vigário á igreja e vendo-a
fechada, notando ao mesmo tempo a Su-
sencia do leu ajudante, consultou o re-
logio e ticou de tal maneira colérico queesteve em risco de arrancar os poucosfios de cabello que lhe restavam na
murcha cabeça.Patife! vociferava o padre, não
tarda a hora da missa e o hiltrc não
está! Hoje faço-lhe as costellas em pe-daços'
Mal h:ivia acabado do falar contra o
sachristão, olha para a praça e vé a este
indo em direoção á casa de Rosa.
Vou buscal-o. disso o roupota. sa-
hindo de tal forma aborrecido e cego
de raiva que dando uma topada em uma
pedra calão sola e salto da botina.Mil raios te partam, maldicto sa-
christão, e mesmo uaquelle estado ridi-
culõ bom as botinas cm fôrma de po-laiua
"deitou a correr em perseguição do
sachristão, que ao vid o naquclle estado
disse conisigo: — (Querem vér que o
padre tem pretenções á menina Rosa e
vem me dar pan uda? Assim pensandoo sachristão augmentou a força da cor-
rida de maneira que ambos chegariam
qu»si ao mesmo tempo, si o padre não
tivesse que attemler aos fragmentos das
botinas.
fazer aqui de-graçado?-,
quasi pondo o- bófes
im um vidr» de menos
a força da carreira ha-
í»iü a meniua ilosa, ixw
•nusíiro.
— Que Vèns
inqueriu O padl
l»eia liooea v. <
nos o«:ulos. pois a
via-o feito pegder.- Oasar me coii
pondeu o sacliristâ
Está louco, disse pa«
A porta da sala abriu--e e ambos en-
tranttn mai.- niorto> do qu>' vii"-. de-
vido á corrida que tinham dado.
Bosa ao \er aquella- duas figuras ex-
qtiisitas ergueu-se do sofá, e cumpri-
nienlando-—. di-s<-: Meu pai foi de*
veras ap|-re-sado em reaii<ar o casa-
uieut»»...
*
O EXEMPLOO padre ouvindo as palavras de Sosa
não vascillou em acreditar no casamentodo seu ajudante.
Mais pressa tenho eu mesmo, disseo sachristão assim com certo ar de apai-xonado e chegando-se para Rosa tomouuma posição de aetor trágico e excla-mou: — Ah! menina, ha quanto tempo omeu peito bate por vós com mais forçaque o próprio sino grande nos dias denovena. Os vossos olhos mais vivosdo que a luz da aurora, as vossas so-brancelhas mais escuras que o.São Be-nedicto fazem-me padecer mais do queo pallido Nazareno padeceu...
O padre saccou a caixa de rape esorvendo duas gostosas pitadas, exclamouenthusiasmado:
Bravo! tens aprendido bastantecomigo...
Eosa, mirando bem o padre e vendo-o sem um vidro nos óculos e com asbotinas todas escangalhadas, julgou queelle tivesse enlouquecido bem como osachristão, e gritou:
Saiam, senhores!Sahir? retorquio o sachristão meio
embasbacado e arregalando os olhos.Sim, continuou Rosa, com que di-
rcito sahc-se o senhor com tamanho dis-parate. Estão doudos o senhor e seusachristão?
Com o direito daquelle que embreve vai ser o seu esposo e não édoudo.
Mau, mau, disse o padre procu-rando a porta para sahir.
Thomaz ouvindo aquella forte alter-cação, chegou & sala e vendo o padre eo sachristão perguntou-lhes: O que de-sejam?
O senhor mandou chamar-me paradesposar sua filha: aqui estou.
Eu? interrogou Thomaz, vocês es-tão doudos!
Doudo está você, disse o sachristão,já meio agastado com pândega que iacheirando mal.
Pois bem, disse Thomaz, agoravou busar a cláusula do casamento.
Seu pae é pagodista, exclamou osachristão, vendo o velho sahir.
Aqui está, disse Thomaz penetran-do na sala, e erguendo um grosso rabode tatu, principiou a destribuir lamba-das entre o sachristão e o padre quefoi refugiar-se sob o sofá!
Joaquim, ouvindo a berraria do sa-christão, chegou á sala e aquelle ao vel-o gritou:Sr. Thomaz, pare a paueadana!Este maltlicto rapaz «Io diabo é que foime chamar, dizendo que a seu mau-dado...
Como? interrogou Thomaz, sus-tendo as pancadas
Sim, o senhor disse que chamasseo sachristão!
Não era o sachristão, grande idiota,disse Thomaz, mandei chamar o seu Sá,que correu feito christão, nas cavalha-das.
Rosa soltou uma gargalhada o que tezo padre desapontado sahir de sob o sota,todo se cocando, devido ás lambadas(pie ainda lhe chiavam nas costas.
Desculpem, meus senhores a surraque levaram.
Não ha remédio senão desculpardisse o sachristão, torcendo-se todo.
Maldicto calembourg, exclamou opadre dando voltas á chave da porta, e,Banindo, perguntou an seu ajudante:
Qne tal a sova?Mal.lictos sejam os Sás, murmurou
o sachristão. D. M.
tigo em que põe em evidencia os servi-ços prestados pelo uosso illustre con-terraneo para a extineção da escrava-tura no Brazil.
Agradecendo a vista do collega por-to alegrense desejamos-lhe longa vidaem sua nova phase:
A Stella âltalia, semanário italiano,que aqui se publica assim se expressousobre o nosso reapparecimcnto:
«Recebemos o n. 14 da folha localO Exemplo, que em sua pagina de hon-ra stampou o retrato do dr. AurélioVirissimo de Bittencourt, secretario dointerior.
A O Exemplo, que lucta estrenuamen-te pelo alevantamento moral da raçanegra, ás nossas cordeaes saudações.»
0 pau da corticeira(Reverendissimo plagio)
/] vida è como uma ilha fluetuante
(Damasceko Vieira, soneto)
A vida c como o pau da corticeiraque o enxurro da estrada leva á praia..onde alfim vae parar muita cisqueirapor conduetos iguaes, da mesma laia..
Ora vaga o tal pau da praia a beira,ora volve na vaga que se espraia. ..Ora vae, ora vem, como a graudaia,como um brinco que é! Que brincadeira..
Arrebatado o pau aíTronta irado revolto oceano... ao mar se atirac quer vencer a onda que rccrcsce.. .
Mas em meio da rápida viagemencontra um sorvedouro, uma vorageinonde todo se vae, desapparecc!
Janeiro—«104.M.
Alvejando
este phenomens singular estudem suascausas, pensem em suas conseqüênciase digam-me si é natural que isto assimcontinue, si e bello termos todos os diasde ver pães e mães morrerem desespe-rados na incerteza de um animo paraseus filhos.
Não, isto não pôde continuar assim,é preciso que se faça alguma cousaíio sentido de melhorar a3 condiçõesdo nossos. F.
Como nos receberamA Ordem diário que se publica em
Jagiiarão. assim falia de nos:O Exemplo. No dia 13 do corrente
reappareceu em Porto Alcgiv o perio-dit-o cuj» titulo sorve-nos de epigraphe.
São seus directores os cidadãos Eepe-ridiãn Calisto c Aleibiades Azeredo d<w»Santos; gerente Viial Baptista; e admi-ojatradro Felippe Eustaehio.
Na 1*. pagina estampa o retrato donosso distineto conterrâneo e collega daimprensa unente-coronel Auivlio Viris-simo de Bittencourt, digno secretario dobenemérito presidente do Estado Dr.Borges de Medeiros.
Acompanha esse retrato om ura ar-
Desta vez, bellas leitoras.Não tereis os meus dislatesPois não obtive um cantínhoOnde rnetter meus Tomates.
Pifano Cimrjuarino.
O Mariano ê morto. Rezemos unipater e unia Ave Afaria pelo descançode sua alma que, de certo, como a dequasi todos nós, ella disso bem preci-sara.
Pobre rapaz! passou pela vida comoo pescador somnolcnto, que, sentado á pou-pado seu barco, entregue á corrente quedesliza subtil, dominando vau indo porentre as ribas da costa em direcção aomar, sem disto se aperceber, e ao açor-dar encontra-se desesperado nas águaslargas do oceano.
o Mariano, dormitando á poupa dobarquinho de sua existência a que cha-111011 — Prazer, somente acordou quan-do já cngolphado uo oceano da dor, sen-tia a morte, prestes. Então procuroudesesperado voltar ás plagas donde acorrente traiçoeira das vississitudes ha-via arrastado o barquinho de sua vida.Era tarde, porém. A tempestade finalnão tardaria.
E assim morreu o Mariano, nialdi-zendo o que elle tantas vezes abençoa-ra — a despreocupação do futuro — obello — Deus dará — com que muitagente justifica o dcsregraniento de hoje.
.Mariano morreu Boffrcndo duplamenteporque era pae e deixou cinco tilho naorphandade. E quem não soSrerá, mor-rendo, embora tendo uma fortuna a li-gar. quando é pae?
Elle era pae. como vos disse, e maisque i?so legava á seus lillio> 0 que le-gani a niòr parte dos proletários — só-mente carências; e levava a certeza,pois, já iiingis-tii se illude. de que a es-tas crianças não restaria o bom auxilioda caridade publica, de para seus pe-quenos lilhos se não aluiriam aa portasdos asylos.
E a amargura deste pae foi grandee será grande o sofirimento de quantosmorrerem como elle, porque a caridadetambém escolhe a quem estende a iuá>>.Os que estão baixo são cujos e a cari-dade não quer, nem deve emporcalhar-se.
Ha muitos asylos de orphâos, é certo,mas em todo ellçí ainda não vi oiphãospretos e. nâo posso comprehcnder comouào sendo perpetua a vida dos homense das mulheres de cor preta não mor-rem >»s que são pães.
E* necessário que os nossos observem
Q;uebwa cabeçaA concurrencia de decifradores foi
pequena, apenas quatro aqui apparece-ram, só quatro fizeram a sua apresen-tação! Tenho entretanto muito prazerem conliecel-os, srs. Modesto, Pif-Paf,Lenoel e a exma. sra. Nhanlianzinha,que não obstante parecer-me um Nhô-nhôsinho, sempre o pseudonymo lhe va-leu de algo porque em consideraçãopublico a lista de decifrações que clie-gou com perto de G horas de atrazo.
Oito foram as questões offerecidas eninguém as decifrou todas, nenhuma po-rem deixou de ter decifrador. Modestoe Pif-Paf decifraram 7 cada um; Le-noel c Nlianhanzinha 6.
As decifrações eram as seguintes:Das Tiburcianas —- Solido, larada,
compaixão, jacimo; da abreviada — bi-duo; das Usadas — satira-sara, rosa-risota; do enigma — comoro.
Para hoje:CHARADAS
Extermine e vá contente conisigo mos-mo —2 —1.
Lettra de pedra! tenho medo—1—1.Pif-Paf.
E' negro o cabelio. Que derribada!2.
Modesto,
Sobre a pedra apurado trabalho —3-1.
o personagem bíblico era homem dejogo-1 7,-2'...
Prima não tem valor quando as-seiada—2—2.
Homem a mulher está na cidade —1 — 3
Inerte temos pedra tina—1—1.Alem. derepente; vi .> animal bravio
— 1-2.Prado Lima.
Ante uma rosaAo sympathico.
Depois que recebi a tua rosaPicou meu coração enibriaganteEm segredo sorvendo a cada instanteA amargura dessa jtctala mimosa.
A alegria que brilhava ufanosa.Tornando-mc a vida fulgurante,De tuas pbrases a amargura deliranteTransformou cm negro tédio á desditosa.
K eu, ao vèr pender cmmurchecidaEssa seiva que alimenta a humanidade,Esta prece por mim foi repetida:
Pcrmitta que no turbilhão da sociedadeEssa mão que eu hoje chamo de queridaNunca use commigo a - falsidade.
Repita.
TIPOS1
Sempre que vejo o Silvestre,Vou dizendo: Vejam so!Não ha no globo terrestreum mais completo sooj!
As {XM-nas — ah! permlongo!parccicni querer quebrar,cabecinha de jwrongo...Soco. não ha que tirar!
VA
Hotas semanaes"Club Recreativo Viamo-
nense. — Na visinba villa de Via-mão, sabbado, 4 de junho, esta socieda-de realisará a cerimonia do baptismode seu estandarte, levando a effeito, ánoite um baile, que pela animação quenota-se em seus preparativos, prometteser uma festa digna dos foros de
"que
goza o club.Tocando nos festejos a excellente
Banda Musical Viamonense, dirigidapelo nosso dedicado amigo SaturninoAntônio da Fonseca.
São directores das festas o sr. LúcioGodoy de SanfAnria e a senhorita Ma-ria da Gloria da Silveira e padrinhosdo estandarte o sr. Nodario CaetanoGomes e a distineta senhorita AmericaFortunata dos Santos, filha do nossoamigo Franklin Flores dos Santos.
Associação Christã de Mo-ços. — Esta sociedade realisará, ama-nhã, uma das suas apreciáveis conferen-cias, em sua sede, á rua dos Andradas11. 145.
Partida. — Ao nosso escriptorioveio trazer suas despedidas, o nosso ami-go Antonino Pio Arara, que seguiu a16 do corrente para a Capital Federal.Feliz viagem é o que lhe desejamos.
Os que se finam. — Deu-senesta capital o fallecimento da respeita-vel sr.a d. Alzira Mendes da Silveira,mãe do nosso amigo Valerio Américoda Silveira e do sr. Bento Américo daSilveira.
As cerimonias do enterraniento, queteve logar a 22 do corrente, foram as-sás concorridas, fazendo-se representai-a nossa redacção.
A 23 do corrente foi sepultadoo cadáver da inditosa seuhorista MariaJosé Gonçalves Jardim, prima-irmá donosso amigo Agostinho Ferreira dosSantos.
O feretro que sahiu da residência donosso amigo Lamberto de oliveira por-quem foi educada a intbrtunada moça,foi conduzido á mão até Igreja do Rosa-rio e desta á praça do portão, por grau-de numero de cavalheiros entre os quaesrepresentantes da nossa folha.
Condolências.Mariano Ribeiro, geralmente co-
nhecido pela affabilidade de seu gênioe que exercia a profissão de pintor, tal-leceu á 23 do corrente, sendo sepultadoa expensas de seus amigos e conheci-dos.
ldsto se encarregou o sr. João Auto-nio Dias (João Victorilío) que, abrindouma Bubscripção, conseguiu angariar aimportância de 65$000 rs., inclusive17*300 que toi adquirida pelo sr. An-tonio Corrêa entre seus collegas da Fa-brica Progresso e Industrial.
Feita as despezas do sepultamento osaldo desta quantia foi entregue á ta-milia <lo morto.
Nossos pezames.Enfermos. - Desde alguns dias
acha-se gravemente enferma a distinetajovem D. Honorlua de Oliveira
Pelo seu restabelecimento fazemos sin-ceros votos.
Foi iramos de registrar o restabe-lecimcnto do nosso bom amigo Fran-cisco de Paula Vieira.
l>c passeio. - Acha-se entreu.'.s o conceituado cidadão residente noRio Grande, Toldas de Azamluija. emcompanhia da sua exma. família.
Feliz estada entre nós desejamos aosdlstlutinctos visitantes.
BccebcmOS. - De Pelotas doisopusculos e um avulso contendo um dis-curso, que nos enviou o talentoso e va-lente batalhador pelo levantamento mo-ral de nossos irmãos, Juvenal Augustoda Silva.
Da - Hibliotheca Publica de Pe-lotas, um atteneioso cartão agradecendo-nos a remessa de noa» molesto jornal,cujo vem sssignado pelo seu diguo bi-blioteeario Hooorato Soares.
l»a distineta e antiga «S. B. D.Floresta Aui-ora». desta capital, um of-fieio aecusando o recebimento de nossafolha.
A todos nossos agradecimentos.Praça ilo louros. — Para a
quadrilha dirigida |>clo espada Cuchrtac que actualmonte tral>alh.i em Pelo-
O EXEMPLOtas, dar-se-a brevemente nesta capitalcomeço a construcção de um circulo, noterreno existente á rua da Concórdiaesquina da Republica.
Festas do Espirito Santo. —Como esperava-se, teve deslumbrante im-ponencia os festejos em louvor do Di-vino Espirito Santo, terminando hojecom as festas á Trindade, que consta-rão de missa solemne, ás 10 horas damanhã, pregando ao Evangelho o padreHypolito Costabile, e á noite, leilão deoffertas, cinematographo e 'fogos de ar-teflcio.
Procedimento condemna-vel. — O inspector da guarda admi-nistrativa, que collocaram na noite de 22do corrente, por occasião tios festejosao Divino, á porta dn Império afim deimpedir a agglomeração de gente queinterceptasse a passagem para o templo,apezar do caminho estar tranco, enten-deu de exercer, a sua autoridade man-qué, sobre as pessoas que, a seu talantelhe pareceram não valerem a menorconsideração.
Assim é que fez sahir de per meiodas demais senhoras que ladeavam aentrada da capella, uma senhora quetinha em sua companhia duas filhinhase uma moça de origem allemão, cujaordem o inspector impoz e fez obede-cer grosseira e estupidamente, puxandopelo bracinho uma das crianças; vistoter-lhe sido observado, pela senhora, quedesceria, caso fossem obrigadas a desce-rem as demais que ali se achavam. Oque não se deu.
E' balda velha desses mantenedoresda ordem publica, serem rigorosos ecruéis só com os fracos e indefesos, poisse a ordem era de ninguém permanecernas escadas do império, o arroganteinspector deveria evacual-a de todo, fa-zendo sahir também graiiâas enchape-ladas que lá ficaram altaneiras, zom-bando da sua petulância ou indilleren-tes á sua «cortezia».
Não acreditamos; que tão deprimenteselecçâo em uni lugar publico, tenhasido emanada de autoridades republi-canas, principalmente tratando-se de umafesta que para sua realisação sahiu apeditorio uma bamloiru, que, symboli-sando a igualdade na fé christá, entroutanto na casa do rico como na dopobre.••Ifecreio da» Cinco'* — A 5de Junho próximo, será empossada a di-rectoria desta sociedade, etleetuaiido-seneste dia o baptismo de seu estandarte,do qual serão paranymplios o nossoamigo Cândido Rodrigues e a senhoiitaSvlvita Guedes.
Festa de S. I*e<lro. — Teveinicio a 25 do corrente o peditorio pa-ra a fesa de S. Pedro, dirigido critério-samento pelo nosso amigo José IgnacioFirmiano,
J?ava t»ir
ImpossívelQueres que te aborreça: Pedido vão.Não esperes jamais este anhclo teu,Pois é tão difficil isto como o ecoVir cullocar-se sobre a tua máo.
E' difficil como o negro escorpiãoViver .sem rojar-sc no po em que nasceu,Como sorrir-sc cm frente ao niausuléoDutiipac.duina mãe, da noivaoudum irmão.
Assim como é iniiwssivcl o que digo,E' imjioivsivcl tua louca pretençãoQue entre lagrimas a tremer maldigo,
Quando mais quente sinto esta paixãoQue cm Vez de abominar, eu so bcmdigoApezar de gangrenar-me o coração.
21—j —19°4-li. Costa.
Calendário socialFizeram annos: a 2-1. a exma. sra. <l.
Maria Leopoldina Torres, respeitável|irog<*nitora do nus.so amigo ÀfTonso JoséTorres; a 25, a exma. sra, d. Maria daGloria Ijuilião «le Bittencourt, digna es-posa do nosso amigo dr. Aurélio Júnior,integro juiz districtal desta capital, eo sr. Gaspar Daisou faz annos boje asra. d. Maiia Julia Kggurs. pnigenitorado nosso amigo Antonino Pio Arara.
Discípulo: — O que quer dizer apalavra «periphrase» ?
Professor: — «Periphrase»... é sim-plesmente um cyclo circumlocutorio epleonastico ou uma sonoridade oratóriacircumscrevendo um átomo de idealida-de perdida na profundeza verbal.
Lê-se em um jornal muito sério emuito bem redigido de Pernambuco,aproposi.to de um naufrágio:
Os únicos passageiros que ião abordo eram o sr. Buarque Martins, aoqual pertenciam três quartas partes docarregamento e a mulher do comman-dante.
Um pobre marido, victima da bilisde sua rabugenta esposa, acorda, ás 2horas da manhã, em sobresalto, ao sen-tir nos ouvidos o resmungar da suacara metade.
Senta-se na cama e pergunta pachor- |rentamente -.
Tu estás ainda a ralhar, ou já ¦estás a ralhar?
Entre maridos. 'Minha mulher tem tal sympatia !
pelo numero 29 que a cinco annos não 'passa d'alli.
A minha, com bons modos conse-gui que entrasse nos trinta, mas d'allié que não passa, nem sei já a quantosannos.
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Participamos ao bom amigo que estamosdo posse do que nos enviou. Breve es-creverentos. Não esqueça de mandar-nos alguns trabalhos.
Roberto Ant.° de Oliveira. — Cachoei-ra. — Recebemos sua carta. Agrade-cemos o esforço do companheiro e con-tamos que continue a prestar-nos agoracomo sempre bons serviços.
Miguel Eustachio. — Rio Pardo. —Pedimos ao amigo de aguardar cartasnossas em que trataremos de serviçosque pode prestar á causa a que nosdedicamos.
Juvencio Abreu. — Rio Grande. —Então companheiro, nada de novo? Oque pode dar o Rio Grande?
Escreve.-&&—-—
Ji-llvpeclieiiteParticipamos ás pessoas que nos qui-
zerem auxiliar com a sua assignaturaque começamos no dia 17 do correntea effectuar a cobrança do 1." trimestre,e pedimos, afim de facilitar o trabalhode arrecadação das assignaturas, o ob-sequio de deixarem ás pessoas da fami-lia a respectiva importância.
Todas as publicações ineditoriaes se-rão pagas no acto do contracto.
— Tendo sido, como soe sueceder, aentrega do 1° numero desse jornal muitoirregular, já devido as listas de assignati-tes que nos foram fornecidas por algunsamigos trazerem indicações erradas, jápor grande numero deltas ainda n£o nosterem sido devolvidas, pedimos ás pes-soas que, querendo auxiliar-nos, não ohajam recebido, o obséquio de dirigiremsuas reclamações não as pessoas quetomaram seus nomes em lista, mas aoadministrador, no escriptorio, á ruada Concórdia n. i>.
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