populaÇÃo brasileira, distribuiÇÃo, migraÇÕes e imigraÇÕes

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POPULAÇÃO BRASILEIRA

www.alicebarros.blogspot.com.br

Conforme dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), a população total do Brasil é de 190.755.799

habitantes. Esse elevado contingente populacional coloca o país entre os mais

populosos do mundo. O Brasil ocupa hoje o quinto lugar dentre os mais populosos,

sendo superado somente pela China (1,3 bilhão), Índia (1,1 bilhão), Estados Unidos (314 milhões) e Indonésia (229 milhões).

A população brasileira está irregularmente distribuída no território, pois há regiões densamente povoadas e outras com baixa

densidade demográfica. A população brasileira se estabelece de forma concentrada na Região

Sudeste, com 80.364.410 habitantes; o Nordeste abriga 53.081.950 habitantes; e o Sul acolhe cerca de 27,3 milhões. As regiões menos povoadas são: a Região Norte, com 15.864.454; e o Centro-Oeste

com pouco mais de 14 milhões de habitantes.

A irregularidade na distribuição da população fica evidente quando alguns dados populacionais de

regiões ou estados são analisados. Somente o estado de São Paulo concentra cerca de 41,2 milhões de

habitantes, sendo superior ao contingente populacional das regiões Centro-Oeste e Norte juntas.

O Sudeste é a região mais populosa do país por ter ingressado

primeiramente no processo de industrialização, e hoje se encontra

desenvolvida economicamente e industrialmente. O surgimento da indústria no Sudeste foi primordial

para a urbanização e a concentração populacional na região, pois ela se tornou uma área de atração para

trabalhadores de diversos pontos do país.

Em relação à densidade demográfica, a Região Sul ocupa o segundo lugar. As causas dessa concentração se devem principalmente pelo

fato de a região ser composta por apenas três estados e pela riqueza contida neles, que

proporciona um elevado índice de urbanização.

O Nordeste é a segunda região mais populosa, no entanto, a densidade demográfica é baixa, proveniente da migração ocorrida para outros

pontos do Brasil, ocasionada pelas crises socioeconômicas comuns nessa parte do país.

O Centro-Oeste ocupa o quarto lugar quando se trata de população relativa. Isso é

provocado pelo tipo de atividade econômica que está vinculada à agropecuária e que

requer pouca mão de obra.

Taxa de Natalidade e de Mortalidade

Se observarmos os dados populacionais brasileiros, poderemos verificar que a taxa de natalidade tem

diminuído nas últimas décadas. Isto ocorre, em função de alguns fatores. A adoção de métodos

anticoncepcionais mais eficientes tem reduzido o número de gravidez.

A entrada da mulher no mercado de trabalho, também contribuiu para a diminuição no número de filhos por casal. Enquanto nas décadas de 1950-60

uma mulher, em média, possuía de 4 a 6 filhos, hoje em dia um casal possui um ou dois filhos, em

média.

A taxa de mortalidade também está caindo em nosso país. Com as melhorias na área de medicina, mais informações e melhores condições de vida, as

pessoas vivem mais. Enquanto no começo da década de 1990 a expectativa de vida era de 66

anos, em 2005 foi para 71,88 anos (dados do IBGE).

A diminuição na taxa de fecundidade e aumento da expectativa de vida tem provocado mudanças na pirâmide

etária brasileira. Há algumas décadas atrás, ela possuía uma base larga e o topo estreito, indicando uma superioridade de

crianças e jovens. Atualmente ela apresenta características de equilíbrio. Alguns

estudiosos afirmam que, mantendo-se estas características, nas próximas décadas, o Brasil possuirá mais adultos e idosos do que crianças e jovens. Um problema que já é enfrentado

por países desenvolvidos, principalmente na Europa.

Mortalidade Infantil

Embora ainda seja alto, o índice de mortalidade infantil diminui a cada ano no Brasil. Em 1995, a taxa de mortalidade infantil era de 66 por mil. Em 2005, este índice caiu para 25,8 por mil. Já no último Censo feito pelo IBGE em 2010, o índice verificado foi de 15,6 por mil.

Para termos uma base de comparação, em países desenvolvidos a taxa de mortalidade infantil é de, aproximadamente, 5 por mil.

Este índice tem caído no Brasil em função, principalmente, de alguns fatores: melhorias no atendimento à gestante, exames prévios, melhorias nas condições de higiene (saneamento básico), uso de água tratada, utilização de recursos médicos mais avançados, etc.

Outros dados da População brasileira (censo 2010)

Crescimento demográfico: 1,17% ao ano (2000 a 2010)

Expectativa de vida: 73,4 anos

Estados mais populosos: São Paulo (41,2 milhões), Minas Gerais (19,5 milhões), Rio de Janeiro (15,9 milhões), Bahia (14 milhões) e Rio Grande do Sul (10,6 milhões).

Estados menos populosos: Roraima (451,2 mil), Amapá (668,6 mil) e Acre (732,7 mil).

Capital menos populosa do Brasil: Palmas-TO (228,2 mil).

Cidade mais populosa: São Paulo-SP (11,2 milhões).

Proporção dos sexos: 48,92% de homens e 51,08% de mulheres.

Vivem na Zona Urbana: 160,8 milhões de habitantes, enquanto que na Zona Rural vivem 29,8 milhões de brasileiros.

1º EXERCÍCIO:

1) Qual a posição do Brasil entre os mais populosos? Quem está à frente?

2) Por que se diz que a população brasileira está irregularmente distribuída no território?

3) Qual a região mais populosa do Brasil e por que? Qual a menos populosa?

4) Em que posição se encontra nossa região e por quê?

5) Que fatores tem contribuído para o declínio das taxas de natalidade no Brasil?

6) Por qual motivo as taxas de fecundidade tem caído no nosso país?

7) Embora ainda seja alto, o que vem contribuindo para a queda da mortalidade infantil no Brasil?

Migrações no Brasil

O termo “migrações” corresponde à mobilidade espacial da população, ou

seja, é o ato de trocar de país, de região, de estado ou até de domicílio.

Esse fenômeno pode ser desencadeado por uma série de fatores: religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e

ambientais.

No Brasil, os aspectos econômicos sempre impulsionaram as migrações

internas. Durante os séculos XVII e XVIII, a intensa busca por metais preciosos

desencadeou grandes fluxos migratórios com destino a Goiás, Mato Grosso e,

principalmente, Minas Gerais. Em seguida, a expansão do café nas cidades do interior paulista atraiu

milhares de migrantes, em especial mineiros e nordestinos.

No século XX, o modelo de produção capitalista criou espaços privilegiados

para a instalação de indústrias no território brasileiro, fato que promoveu

a centralização das atividades industriais na Região Sudeste. Como consequência desse processo, milhares

de brasileiros de todas as regiões se deslocaram para as cidades do

Sudeste, principalmente para São Paulo.

Outra consequência do atual modelo de produção é a migração da população rural para as cidades, fenômeno denominado

êxodo rural. Essa modalidade de migração se intensificou nas últimas cinco décadas, pois

as políticas econômicas favorecem os grandes latifundiários (empréstimos

bancários), além da mecanização das atividades agrícolas em substituição da mão

de obra.

A Região Sudeste que, historicamente, recebeu o maior

número de migrantes, tem apresentado declínio na migração, consequência da estagnação econômica e do aumento

do desemprego na região. Nesse sentido, ocorreu uma mudança no

cenário nacional dos fluxos migratórios, onde a Região Centro-Oeste passou a

ser o principal destino.

As políticas públicas de ocupação e desenvolvimento econômico da porção oeste do

território brasileiro intensificaram a migração para o Centro-Oeste. Entre as principais medidas para esse processo estão: construção de Goiânia,

construção de Brasília, expansão da fronteira agrícola e investimentos em infraestrutura. O reflexo dessa política é que 30% da população do Centro-Oeste são oriundas de outras regiões do Brasil, conforme dados de 2008 divulgados pela

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Outro aspecto das migrações internas no Brasil é que os fluxos são

mais comuns dentro dos próprios estados ou regiões de origem do

migrante. Esse fato se deve à descentralização da atividade

industrial no país, antes concentrada na Região Sudeste e em Regiões

Metropolitanas.

TIPOS DE MIGRAÇÕES INTERNAS:

Êxodo rural: tipo de migração que se dá com a

transferência de populações rurais para o espaço urbano. As principais causas são: a

industrialização, a expansão do setor terciário e a mecanização da agricultura.

Migração urbano-urbano: tipo de migração que se dá com a

transferência de populações de uma cidade para outra. Tipo de migração muito comum

nos dias atuais.

Migração sazonal: tipo de migração que se caracteriza por estar ligada

às estações do ano. É uma migração temporária, onde o migrante sai de um determinado local, em

determinado período do ano, e posteriormente volta, em outro período do ano. É conhecida também de

transumância. É o que acontece, por exemplo, com os sertanejos do Nordeste brasileiro.

Migração pendular: tipo de migração característico de grandes cidades e

regiões metropolitanas, no qual centenas ou milhares de trabalhadores saem todas as manhãs de

sua casa (em determinada cidade) em direção ao seu trabalho (que fica em outro município),

retornando no final do dia.

Imigração no Brasil

A partir do segundo mandato do Governo Lula, o Brasil iniciou um novo período de

crescimento econômico e de investimentos oriundos de todas as partes do país e do mundo que

culminou num novo ciclo de prosperidade que, no primeiro ano de mandato da presidente Dilma,

colocou o Brasil na sexta posição entre as principais economias do mundo.

O Brasil passou a ser visto como grande emergente econômico, de mercado forte e de retorno de investimentos, fatores que fizeram o país se tornar novo alvo para imigrantes de várias partes do mundo que buscam trabalho e melhores condições de vida.

Além dos esforços da diplomacia brasileira de trazer cientistas e mão de obra especializada de países estrangeiros, com o intuito de realizar a “drenagem de cérebros e de conhecimento” para nossas empresas, o Brasil teve que lidar com a investida de imigrantes menos habilitados para o mercado de trabalho de alto nível, sendo o país invadido por haitianos, bolivianos e asiáticos ajudados e explorados por coiotes nas nossas fronteiras.

A chegada de haitianos pelo estado do Acre expôs a fragilidade de nossas instituições de lidar com a imigração ilegal. O Brasil sendo um novo foco de

crescimento econômico, com o símbolo de sede da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, gerou esse

novo movimento imigratório para o país.

Em relação ao Haiti, além das boas perspectivas econômicas brasileiras, outro fator é a boa imagem que o Brasil construiu de país pacificador e desenvolvimentista durante a reconstrução daquele país.

No início de 2012, já haviam mais de 1.000 haitianos no Brasil, fato que exigiu de nossa diplomacia medidas apropriadas, principalmente pela limitação do processo de imigração, pois o Brasil não terá condições de sustentar um novo êxodo internacional. Alguns críticos sugerem que o Brasil passe a formular a exigência de proposta de trabalho aos imigrantes, para que os mesmos não sejam vítimas de coiotes.

Em 2011, a França bateu o recorde de expulsões de estrangeiros ao deportar 32.922 imigrantes de seu território. Enquanto que os EUA e a Europa estão expulsando novos imigrantes, o Brasil tem sido visto como novo destino para melhores oportunidades de trabalho, tanto para estrangeiros que possuem propostas profissionais quanto para os que não possuem proposta e nem visto para entrar em nosso país.

No dia 12 de fevereiro de 2012, o governo brasileiro começou a restringir a entrada de haitianos, cedendo somente cem vistos por mês para eles entrarem em nosso país. Além dos haitianos, o Brasil tornou-se o grande sonho para imigrantes de países da Ásia Meridional e da África. A projeção econômica do Brasil poderá gerar novos problemas de diplomacia ao país.

2º EXERCÍCIO:

1) Explique o termo migrações e por que ocorrem.

2) O que impulsionaram as migrações internas no Brasil?

3) Que região brasileira mais atraiu e ainda atrai migrantes? Por que?

4) Outra consequência do atual modelo de produção é a migração da população rural para as cidades, fenômeno denominado êxodo rural. Explique.

5) Fale sobre a migração para o Centro-Oeste brasileiro.

6) Que fatores fizeram nosso país se tornar novo alvo para imigrantes?

7) Fale sobre a imigração haitiana no Brasil.

8) Qual sua opinião sobre a migração no país? O que resolveria este problema?

9) Que aspectos positivos e negativos você vê na vinda de imigrantes para nosso país?

10) Defina os tipos de migrações internas.

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