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CURSOS ON-LI NE – PORTUGUÊS EM EXERCÍ CI OS P/ O TS T PROFESSORA CLAUDI A KOZLOWSKI www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 10 – O TEXTO I NTERPRETAÇÃO, ORDENAÇÃO, TI POLOGI A TEXTUAL E REDAÇÃO OFI CI AL  Ao longo desses dez encontros, partimos da unidade mínima – o morfema -, passamos pela construção da palavra, sua grafia e classe a que pertence. Em seguida, tratamos da relação da palavra com outras que compõem um conjunto – frase, oração, período. Verificamos, então, diversos aspectos dessa engrenagem – concordância, regência, emprego de conectivos, uso dos sinais de pontuação. Finalmente, ao fim dessa jornada, chegamos à forma maior – o TEXTO. Nosso assunto de hoje começará por compreensão e interpretação de textos. Apresentaremos uma questão do Cespe que envolve aspectos de coesão gramatical e, para encerrar com chave de ouro, TIPOLOGIA TEXTUAL, assunto que envolve os tipos e gêneros de texto. COMPREENSÃO E I NTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Sim, existe diferença entre COMPREENSÃO e INTERPRETAÇÃO de um texto. No processo de recepção textual , o leitor, primeiramente, reconhece o sentido das palavras e, em função da coesão e coerência, os argumentos apresentados pelo autor. Esse é o processo de compreensão textual. Em seguida, tomando por base outros elementos, como os conhecimentos que possui acerca do tema (chamado de “conhecimento do mundo”, em que pesam suas experiências pessoais, profissionais, ou seja, de vida), avalia a verossimilhança do discurso e, a partir daí, pode extrair inferências do texto. Esse é o processo de interpretação textual.  “Inferir algo” é tirar por conclusão, deduzir por raciocínio  (segundo Aurélio  ), ou seja, é o processo de raciocínio que leva a uma conclusão a partir do que se apresentou no texto, não necessariamente com as mesmas palavras do autor, mas com base na mesma idéia. Uma boa dica para obter sucesso em COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS é “mergulhar no texto”, ou seja, lê-lo com gosto e boa-vontade. Afinal, não é exatamente isso que fazemos ao ler um livro de cujo autor gostamos? Esquecemos da vida e até perdemos a hora (conheço gente que perdeu a estação do metrô em que iria sair e acabou tendo de fazer todo o trajeto de volta...rs...). Quando lemos um texto interessante, que prende a nossa atenção e, sobretudo, cujo assunto dominamos, conseguimos compreendê-lo e interpretá-lo corretamente . Isso, contudo, não acontece ao lermos um texto sobre um assunto estranho, ao qual não estamos acostumados (no meu caso, textos sobre filosofia, informática...). Com isso, criamos uma resistência que deve ser quebrada. Mesmo que não compreenda exatamente todos os conceitos ou palavras, procure identificar elementos com os quais as opções tenham relação. Decomponha o texto em partes e extraia de cada trecho (um parágrafo ou parte dele) as idéias básicas. Entenda os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar sua tese. Entender um texto é saber acompanhar o “percurso argumentativo ” que o autor trilha. Identifique e grife ou escreva palavras-chave. Isso ajuda a eliminar as opções incorretas. Assim, mesmo sem compreender totalmente o texto (afinal, ele foge ao seu domínio), você terá instrumentos para resolver a questão de prova. Nas provas do Cespe, as questões podem apresentar argumentos que extrapolam ou contradizem (às vezes, usando as mesmas palavras, para complicar ainda mais) a tese do autor. Muitas vezes, os candidatos não se limitam ao texto e buscam nas respostas sua opinião sobre o tema. Com isso, acabam errando, e, nesse tipo de prova, um erro implica perda de ponto ganho em outra questão. É cruel demais!

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AULA 10 – O TEXTOI NTERPRETAÇÃO, ORDENAÇÃO, TI POLOGI A TEXTUAL E REDAÇÃO OFI CI AL

Ao longo desses dez encontros, partimos da unidade mínima – o morfema -, passamos pelaconstrução da palavra, sua grafia e classe a que pertence. Em seguida, tratamos da relação dapalavra com outras que compõem um conjunto – frase, oração, período. Verificamos, então,diversos aspectos dessa engrenagem – concordância, regência, emprego de conectivos, uso dossinais de pontuação.Finalmente, ao fim dessa jornada, chegamos à forma maior – o TEXTO. Nosso assunto de hojecomeçará por compreensão e interpretação de textos. Apresentaremos uma questão do Cespe queenvolve aspectos de coesão gramatical e, para encerrar com chave de ouro, TIPOLOGIA TEXTUAL,assunto que envolve os tipos e gêneros de texto.

COMPREENSÃO E I NTERPRETAÇÃO DE TEXTOSSim, existe diferença entre COMPREENSÃO e INTERPRETAÇÃO de um texto.No processo de r ecepção t ex t ua l, o leitor, primeiramente, reconhece o sentido das palavras e,em função da coesão e coerência, os argumentos apresentados pelo autor. Esse é o processo decompreensão textual. Em seguida, tomando por base outros elementos, como os conhecimentosque possui acerca do tema (chamado de “conhecimento do mundo”, em que pesam suasexperiências pessoais, profissionais, ou seja, de vida), avalia a verossimilhança do discurso e, apartir daí, pode extrair inferências do texto. Esse é o processo de interpretação textual.

“Inferir algo” é tirar por conclusão, deduzir por raciocínio (segundo Aurélio ), ou seja, é o processode raciocínio que leva a uma conclusão a partir do que se apresentou no texto, nãonecessariamente com as mesmas palavras do autor, mas com base na mesma idéia.

Uma boa dica para obter sucesso em COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS é “mergulharno texto”, ou seja, lê-lo com gosto e boa-vontade. Afinal, não é exatamente isso que fazemos aoler um livro de cujo autor gostamos? Esquecemos da vida e até perdemos a hora (conheço genteque perdeu a estação do metrô em que iria sair e acabou tendo de fazer todo o trajeto devolta...rs...).Quando lemos um texto interessante, que prende a nossa atenção e, sobretudo, cujo assuntodominamos, conseguimos compreendê- lo e in t e rp re tá - lo cor re tamente. Isso, contudo, nãoacontece ao lermos um texto sobre um assunto estranho, ao qual não estamos acostumados (nomeu caso, textos sobre filosofia, informática...). Com isso, criamos uma resistência que deve serquebrada. Mesmo que não compreenda exatamente todos os conceitos ou palavras, procureidentificar elementos com os quais as opções tenham relação. Decomponha o texto em partes eextraia de cada trecho (um parágrafo ou parte dele) as idéias básicas.

Entenda os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar sua tese. Entender um texto ésaber acompanhar o “percurso argumentativo” que o autor trilha.Identifique e grife ou escreva palavras-chave. Isso ajuda a eliminar as opções incorretas. Assim,mesmo sem compreender totalmente o texto (afinal, ele foge ao seu domínio), você teráinstrumentos para resolver a questão de prova.Nas provas do Cespe, as questões podem apresentar argumentos que extrapolam ou contradizem(às vezes, usando as mesmas palavras, para complicar ainda mais) a tese do autor. Muitas vezes,os candidatos não se limitam ao texto e buscam nas respostas sua opinião sobre o tema. Com isso,acabam errando, e, nesse tipo de prova, um erro implica perda de ponto ganho em outra questão.É cruel demais!

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Indique a opção que pode anteceder o parágrafo transcrito abaixo, sem ferir os princípios de coerência textual e desenvolvimento lógico das idéias.Muito contribuiu para afirmações desse tipo a divulgação da teoria de Cesare Lombroso (1835-1909), criminalista italiano, que procurou correlacionar aparência física com tendência para comportamentos criminosos. Por mais absurda que nos possa parecer, a teoria de Lombroso encontrou grande receptividade popular e, até recentemente, era ministrada em alguns cursos de direito, como verdade científica. Em nossos dias, o mau uso da sociobiologia tem exercido o mesmo papel.(Roque de Barros Laraia,Cul tu ra – u m conce i to an t ropo lóg ico .)

a) O perigo da crença nas qualidades (positivas ou negativas) adquiridas graças à transmissão genética é que facilmente elas podem vir associadas a padrões discriminatórios, sejam raciais, sejam sociais, na tentativa de justificar as diferenças sociais.b) Os dados científicos de que dispomos atualmente não confirmam a teoria segundo a qual as diferenças genéticas hereditárias constituiriam um fator de importância primordial entre as causas das diferenças que se manifestam entre as culturas e as obras das civilizações dos diversos povos ou grupos étnicos.c) Os grupos humanos diferem uns dos outros pelos traços psicologicamente inatos,quer se trate de inteligência, quer de temperamento. O desenvolvimento das aptidões mentais se explicam, antes de tudo, pelo aparato inato de que vem dotado cada ser humano – apanágio do que se designa por espécie humana.d) As diferenças existentes entre os homens não podem ser explicadas em termos das limitações que lhes são impostas pelo seu aparato biológico ou pelo seu meio ambiente.A grande qualidade da espécie hum ana foi ter rompido com suas próprias limitações: um animal frágil dominou toda a natureza e se transformou no mais temível dos predadores.e) Um jovem lobo, separado de seus semelhantes no momento do nascimento, saberá uivar quando necessário; saberá distinguir, entre mu itos odores, o cheiro de um a fêmea no cio e distinguir, entre numerosas espécies animais, aquelas que lhe são amistosas ou adversárias. Do mesmo modo, um cachorrinho criado com uma ninhada de gatinhos nem mesmo experimentará miar – latirá e rosnará a primeira vez que lhe pisarem a pata.

O trecho a ser indicado como correto deveria anteceder o segmento apresentado no enunciado.

O item-chave é o pronome demonstrativo da primeira oração: “ Muito contribuiu para afirmações desse tipo...” . Que afirmação foi essa?A de que “grupos humanos diferem uns dos outros pelos traços psicologicamente inatos” e que oaparato congênito de que vem dotado o ser humano justifica o desenvolvimento de certas aptidõesmentais. Esse tipo de argumentação embasou a polêmica tese do criminalista italiano em que secorrelaciona aparência física com comportamento criminoso (resposta presente na opção c ).No entanto, essa opção c , indicada como correta, apresenta ERRO DE SI NTAX E DECONCORDÂN CI A. Na passagem “ O desenvolvimento das aptidões mentais se explicam ...” overbo expl icar deve concordar com o substantivo que exerce a função sintática de núcleo dosujeito – desenvo lv imento –, sendo a forma correta: “ O desenvolvimento das aptidões mentais se explica...” .

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O problema é que o enunciado não exigia a cor reção gramat icaldo segmento, somenterespeito aos “ princípios de coerência textual e desenvolvimento lógico das idéias ”. Ainda assim, aquestão foi passível de recurso, pois, para que haja coerência, os aspectos gramaticais devem ser

respeitados. A ESAF não teve outra saída e anulou a questão.

ORDENAÇÃO TEXTUALEm questões que envolvem ordenação textual (questões típicas da ESAF, mas que poderão estarpresentes em sua prova), a identificação dos referentes textuais ajuda (e como!) a eliminação demuitas opções. Quando isso não for suficiente, aí sim, a leitura e interpretação são necessáriaspara identificação da ordem correta.Deveremos eliminar, primeiramente, as opções que não poderiam ser o primeiro parágrafo dotexto. Essas opções apresentam termos ou expressões que dependem de indicações antecedentes(pronomes, conjunções etc.).

Às vezes, isso basta para encontrarmos a resposta correta. Na maior parte, ficamos com apenasduas ou três opções. Aí, devemos analisar cada uma das ordens propostas e verificar a que melhorrespeita a coesão e coerência textuais.Vamos analisar uma dessas questões.

1 - ( UnB CESPE / TCDF - Anal ista / 20 02 )Os fragmentos abaixo, adaptados de VEJA, 13/2/2002, constituem um texto, mas estão ordenadosaleatoriamente.I Para chefes, o caso é ainda mais complexo. Os que acham que seus subordinados nuncaentendem o que eles falam precisam ficar atentos à própria conduta. Talvez o problema seja tantode habilidade quanto de falta de comunicação.

II E você? Está pronto para coordenar uma equipe ou para relatar a um grupo as propostas de seudepartamento? Se a resposta é não, cuide-se. Corra atrás de cursos de liderança, compre livrosque lhe ensinem a expressar suas idéias claramente.III O caixa da agência bancária é o mais indicado para liderar a equipe que vai propor alteração nodesenho da área de atendimento ao público, onde ficam as filas. O faxineiro deve tomar a frente dopessoal que decidirá o local mais adequado para estocar material de limpeza.IV Competência técnica é só um ingrediente necessário à liderança. Um bom coordenador tem deconseguir explicar como a tarefa sob seu controle vai contribuir para os resultados da companhia,ou da instituição.Considerando que a organização de um texto implica a ordenação lógica e coerente de seusfragmentos, julgue os itens a seguir quanto à possibilidade de constituírem seqüências lógicas e

coerentes para os fragmentos acima.1. I, II, IV, III2. I, III, II, IV3. II, III, IV, I4. III, I, II, IV5. IV, III, I, II

Como se trata de questão do Cespe/UnB, devemos julgar cada uma das opções.

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1. I TEM ERRADO2. I TEM ERRADO

3. I TEM ERRADO4. I TEM CERTO5. I TEM CERTOComentário.Vamos verificar cada um dos parágrafos e analisar se poderia ser o trecho introdutório do texto.I – “para os chefes , o caso é a inda mais complexo ...”: que caso é esse? Ainda não foiapresentado e, portanto, não poderia iniciar o texto.II – “e você?” - Este início pressupõe a existência de alguma argumentação precedente, o quetornaria esse segmento inválido para iniciar o texto. Essa argumentação, como veremos adiante,foi apresentada no trecho I.O texto poderia ter início pelo fragmento III. Nele, há uma série de afirmações que irão apresentaro tema do texto.No segmento I, aborda-se a questão da chefia. Em seguida, no II, levar esse questionamento aoleitor. Há, portanto, relação lógica entre os dois parágrafos, necessariamente nessa ordem.Por ser enunciativo, o segmento IV poderia tanto servir de introdução ao texto (primeiro da série -item 5) como de conclusão (último da série – item 4).Considerando que a ordem dos demais segmentos não se alteraria (III – I – II), poderíamosaceitar tanto a ordem indicada no item 4 (trecho IV como conclusivo) como a do item 5 (trecho IVcomo introdutório).

TI POLOGI A TEXTUALTomemos por base o estudo de Antônio Suárez Abreu, em Curso de Redação (Editora Ática).Dentre as modalidades de composição, destacam-se a DESCRIÇÃO, a NARRAÇÃO e aDISSERTAÇÃO. Esses são os TIPOS TEXTUAIS, ou seja, seqüências definidas por suasmacroestruturas e natureza lingüística de sua composição. Veremos cada um deles logo a seguir.Já os gêneros textuais são os meios pelos quais serão apresentados os tipos acima, ou seja, umacarta, uma poesia, um artigo científico. O número de gêneros textuais é, sem dúvida, infinito.Alguns gêneros, com o tempo, podem desaparecer; outros, surgir, como o e-mail , os blogs .Gêneros são, portanto, entidades comunicativas, frutos de processos de interação social.Dentro de um mesmo gênero, podem existir diversos tipos textuais – um romance pode narrar umacontecimento ( narração), descrevendo o ambiente em que este ocorreu ( descrição).Finalmente, há os domínios d iscursivos, que abrangem os diversos gêneros textuais. Porexemplo, o domínio discursivo jornalístico engloba reportagens, artigos, anúncios, crônicas; odomínio discursivo jurídico abrange a petição, impugnação, sentença etc.

TI POS TEXTUAI S- DESCRI ÇÃOO enfoque dos textos descritivos recai na representação de cenas, objetos, paisagens, pessoas,mostrando seus traços característicos. A partir da decodificação desses detalhes, deve ser possívela visualização do ser descrito pelo leitor, possibilitando a reprodução deste em sua mente.

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forma de pacto social ou controle tácito que permite a2 2 governabilidade. Que tipo de controle é esse, externo ou

interno? Trata-se de controle interno ao Estado, uma vez queeste se constitui precisamente de três poderes que se2 5 equilibram. Por isso, se diz que a autonomia dos poderes é agarantia, talvez principal, da democracia. É um paradoxo:um poder controla o outro porque não se deixa controlar pelo2 8 outro. Para que aquela trava funcione, cada poder deve sersoberano em seu exercício: deve controlar a si. Temos,assim, dois controles a considerar: o externo, dever do3 1 Estado consigo mesmo, e o interno, dever de cada poder, emparticular, consigo mesmo.I n t e r n e t : < w w w . pr e m i o i n n o v ar e .c om . b r > ( c o m a d a p t a çõ e s) .A partir das idéias do texto acima, julgue o item a seguir.- No segundo parágrafo do texto, predomina uma estrutura do tipo descritivo.

I TEM CERTOComentário.O segundo parágrafo vai da linha 8 a 18. Nele, define-se o que seja “controle externo”,

apresentando suas características: “ Controle externo é um conteúdo de idéias de nosso tempo.Nem bom, nem mau, tomado em si. Ele ganha significado, bom ou mau, quando indagamos: a quem serve? ”.Esses períodos representam um trecho predominantemente descritivo.

(UnB CESPE /TJ SE- Notário /2006)Texto para as questões 3 e 4 .1 O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (IRIB),seção de São Paulo, em parceria com o Colégio Notarial do

Brasil, também seção de São Paulo, e com o apoio da4 Corregedoria-Geral da Justiça de São Paulo, congregaesforços para promover e realizar seminários de direitonotarial e registral no estado, visando o aperfeiçoamento7 técnico de notários e registradores e a reciclagem deprepostos e profissionais que atuam na área. Os objetivosperseguidos pelas entidades representativas de notários e1 0 registradores bandeirantes são o aperfeiçoamento dos

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serviços, a harmonização de procedimentos, buscandouma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais.

1 3 O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se orgulhososde poder contribuir com o desenvolvimento das atividadesnotariais e registrais do estado.I n t e r n e t : < w w w . ed u c ar t o r i o .c om . b r.> ( c o m a d a p t a çõ e s) .Considerando os princípios de tipologia textual e de redação oficial, julgue os itens subseqüentes,relativos ao texto.3 - Pela estrutura do texto, narrativo por excelência, depreende-se que se trata da notícia de umevento que provavelmente irá ocorrer no estado de São Paulo.

I TEM ERRADOComentário.Trata-se de outro texto predominantemente DESCRITIVO, em que o autor esmiúça os semináriosde direito notarial e registral que iriam se realizar em São Paulo, com a apresentação de seusobjetivos.Isso se confirma a partir da próxima questão.

4 - A referência aos “objetivos perseguidos” (R.8-9) faz parte de uma passagem descritiva dotexto.

I TEM CERTOComentário.Como destacamos na questão anterior, a notícia (gênero) se presta a apresentar um textodescritivo (tipo).

- NARRAÇÃOO texto narrativo caracteriza-se por apresentar uma sucessão de fa tos . Envolve os seguinteselementos: quem, onde , quando , como.

Esses elementos surgem no início da narrativa e têm a função de situar o leitor/ouvinte em relaçãoao lugar, tempo, pessoas envolvidas no fato narrado. Essa parte da narrativa é denominada deORI ENTAÇÃO.Predominam, nesse tipo de texto, os verbos de ação.A narração pode ser pessoal (verbos na 1ª pessoa) ou impessoal (verbos na 3ª pessoa).Como acontece com outros textos, a narração possui começo (introdução/orientação), meio(enredo) e fim (encerramento).

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- DI SSERTAÇÃONeste tipo de texto, o foco é a IDÉIA. O verbo disser tar significa “discorrer a respeito de algo”. Oobjetivo é analisar, apreciar, veicular idéias, seja por confrontação de temas, seja para agregarinformações, como nos textos científicos.O emissor pode simplesmente apresentar fatos: seu texto será dissertativo-expositivo. Nesse caso,limita-se a expor idéias de maneira impessoal, objetiva. O plano da linguagem é DENOTATIVO,porque o conteúdo das palavras tende a apresentar o registro do dicionário (lembre-se:

“denotativo” com “d” de “dicionário”). Por sua objetividade, predomina o emprego de 3ª pessoa.Em outro estilo de dissertação, o autor pode tentar convencer o leitor de sua tese. As idéiasapresentadas são as suas, dispensando-se expressões como “eu acho” ou “eu penso”. Nesse caso,o texto é considerado dissertativo-argumentativo, em que o autor apresenta suas consideraçõespessoais através de argumentos. Por isso, prevalece a 1ª pessoa, muitas vezes usando a formaplural (com o intuito de envolver seu interlocutor), como vimos na aula sobre Concordância.Relembremos um dos textos usados nessa aula:

Dist ra ídos com a discussão sobre os índices de crescimento, deixamos de perceber quedesenvolvimento é o processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a administrar realidadescada vez mais complexas.Quando d izemos que os suíços ou suecos são desenvolvidos, o q u e t e m o s em mente não éapenas que eles são mais ricos que nós. O que está subentendido é que também sabem gerirmelhor os trens e as escolas primárias, as florestas e os hospitais, as universidades e aspenitenciárias, os museus e os tribunais. Em outras palavras, ser desenvolvido é uma totalidade.No Brasil temos ilhas de excelência: o Departamento do Tesouro, a EMBRAPA, o Itamaraty, entreoutras. Mas estão afogadas em oceano de incompetência, em certos pontos com profundidadesabissais. As demandas de exigência crescente de uma sociedade dinâmica são atendidas pelas ilhasde eficiência, mas logo se atolam nos gargalos da inépcia.Rubens Ricupero . Fo lha de S .Pau lo , 26 / 11 / 2006 , p . B2 ( com adap tações) .

A seguir, veremos a relação entre textos narrativos, dissertativos e os tempos verbais.Você também encontra esse assunto na matéria publicada na área aberta – Ponto 62 – TIPOLOGIATEXTUAL.

5 - (UnB CESPE/ TRE MA- Analist a / 2006)1 Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as

pessoas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligaçãose manifeste por meio de um conjunto de organizações e4 instituições extramercado. Uma cultura política atuante precisa degrupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, associaçõesde moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas,7 associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas decomunicação, encontro e interação entre os concidadãos.A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles ,

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1 0 nunca leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, elaproduz consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping

centers . O que sobra é uma sociedade atomizada, de pessoas sem1 3 compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes.Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro eimediato da verdadeira democracia participativa, não apenas nos1 6 Estados Unidos, mas em todo o planeta, e assim continuará nofuturo previsível.Robert W. McChesney. In t rodução . In : Noam Chomsky. O lucro ou as pessoas? Neol ibera l i smo e ordem g lobal . Pedro Jorgensen Jr. (Trad .) . 4 . ª ed . Rio de Jane i ro : Ber t r and Bras il , 2004 (com adap tações) .

Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto.A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória contemporânea da democracianeoliberal em direção a um futuro previsível.B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor apresenta suas impressõespessoais a respeito do neoliberalismo e da influência norte-americana sobre o futuro dahumanidade.C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo subjetivo, um paraleloentre dois tipos de democracia cujas ações atendem, de modo diferenciado, aos interessespopulares.D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o surgimento da democracianeoliberal, e outra descritiva, por meio da qual o produtor enumera, objetivamente, ascaracterísticas da democracia participativa.E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, contrapondo dois tiposde sistema político, manifesta-se contra os efeitos nocivos de um sobre o outro.

Gab. EComentário.O texto é predominantemente dissertativo, em que o autor defende uma tese: os pontosdesfavoráveis de uma democracia neoliberal em relação a uma democracia participativa. Uma dascaracterísticas desse tipo é o empr ego de fo rmas verba i s no p resen te(note essa característicatambém no texto de Rubens Ricupero).As construções retratam a impessoalidade do texto: uso de terceira pessoa (“ Para que a democracia seja efetiva ...”); uso moderado de construções passivas (“... que essa ligação se manifeste por meio de um conjunto de organizações e instituições extramercado ...”); sujeitooracional (“... é necessário que...” ).Como vimos, um texto pode apresentar, simultaneamente, diversos tipos. Nesse, dissertativo-argumentativo, temos um exemplo de passagem descritiva: “ O que sobra é uma sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes .”

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Já o texto a rg u m e n t a t i v o usa freqüentemente o presen te (“você é responsável pelo seu voto ”, “você assume a responsabilidade pelo voto dado ” e diversas outras passagens do texto) e o f u t u r odo p resen te.

Nesse tipo, pode-se usar o futuro do pretérito para atenuar um tom autoritário decorrente dopresente ou do futuro do presente. Para isso, lança-se mão também de outros instrumentos, comoo emprego de auxiliares modais.Leia e compare as duas estruturas:- Com p resen t e e fu t u ro do p re sen t e do ind i ca t ivo “O governo t em por obrigação subsidiar as pesquisas com células-tronco. Com o avanço da medicina genética, toda a sociedade será , no futuro, atendida com a possibilidade de cura de doenças degenerativas, como o Mal de Alzheimer e o de Parkinson. ” - Com aux i l i a re s m oda i s e fu tu ro do p re t é r i t o do ind i cat ivo “O governo deve t e r por obrigação subsidiar as pesquisas com células-tronco. Com o avanço da medicina genética, toda a sociedade ser ia , no futuro, atendida com a possibilidade de cura de doenças degenerativas, como o Mal de Alzheimer e o de Parkinson. ”

7 - Considerando o texto e a redação de correspondência oficial, assinale a opção correta.A) Considere que Schirmer estivesse participando de uma reunião e tivesse se posicionadoconforme aparece no segundo parágrafo do texto; então, para as palavras proferidas por Schirmerconstarem, corretamente, no corpo da ata da referida reunião, elas deveriam aparecer entre aspas.B) Se o trecho “Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que ele mudaria seria aresponsabilidade individual. Porque, com a votação aberta, você é responsável pelo seu voto.Votando sim ou não, você assume a responsabilidade pelo voto dado” constasse de um relatório

administrativo, ele deveria estar com todos os verbos no pretérito perfeito, pois esse é o tempoverbal específico para relatos de fatos ocorridos no passado.C) O trecho “Com o voto fechado, a responsabilidade é difusa, pois ninguém sabe quem votou emquem e, sendo assim, todos carregam o ônus do resultado da votação”, por conter o ponto de vistado falante, pode constar da justificativa de um requerimento.D) O trecho “O voto fechado é muito ruim porque quem sai perdendo é a própria instituição” podeconstar, da forma como se encontra, do fechamento de um memorando.E) Para que a parte final da resposta de Schirmer apresentada no texto pudesse seradequadamente inserida em uma exposição de motivos ou em um abaixo-assinado, o últimoperíodo do seu depoimento deveria estar redigido da seguinte maneira: Não fala mal de um ou deoutro deputado: Vossa Senhoria acabará penalizando vossa instituição.

GAB.AComentário.Agora, veremos um dos pontos mais “cabeludos” e incertos desse edital.REDAÇÃO OFI CI ALQuando o assunto é REDAÇÃO OFICIAL, nossa base é o Manual de Redação da Presidência daRepública e o Manual de Redação da Câmara dos Deputados.O primeiro apresenta aspectos relacionados à redação de um documento oficial, enquanto que osegundo apresenta tópicos de redação administrativa e parlamentar.

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Só nos interessa o primeiro capítulo, uma vez que os demais tratam dos diversos aspectosgramaticais estudados ao longo de nosso curso.No capítulo 3 do Manual da Câmara, são apresentados diversos modelos de documentos oficiais,com a orientação para sua preparação (diagramação, cabeçalho, encerramento etc.).No preâmbulo, informa-se que “ No caso da correspondência e do registro administrativo, procurou- se seguir três diretrizes. Em primeiro lugar, adotou-se a s impl i f icação dos processos de e sc r i t a admin i s t ra t i va , t endo em v i s t a que e s t e Manua l t em po r função modern i za r e ag i l izar a comu nicação no âm bi to da Câm ara dos Deputados ” (grifo nosso).Destacamos o seguinte trecho do Manual da Presidência, que resume o objetivo deste:“Em uma frase , pode-se d izer que redação of ic ia l é a manei ra pe la qual o Poder Públ ico red ige a to s no rma t ivos e comun icações . In t e re ssa -nos t ra t á - l a do pon to de v i s t a do Poder Execut ivo . A redação of ic ia l deve carac ter izar-se pe la impessoal idade , uso do padrão cu l t o de l inguagem , cla reza , concisão , fo rm al idade e un i for m idade .”

Tomamos a liberdade de reproduzir os aspectos principais na redação de documentos oficiais(fonte: Manual de Redação da Câmara dos Deputados).

1.1 I MPESSOALI DADE A impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade de que a administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a ninguém, individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse público; o segundo sentido é o da abstração da pessoalidade dos atos administrativos, pois que a ação administrativa, em que pese ser exercida por intermédio de seus servidores, é resultado tão- somente da vont ade estatal.De acordo com o jurista Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal é unicamente aquele que a norma de direito indica expressa ou virtu almente como objetivo do ato, de form a impessoal.Desde que o princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade pública, o administrador fica impedido de buscar outro objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros. Em outras palavras, a redação oficial é elaborada sempre em nome do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos cidadãos. Sendo assim, é inconcebível que os assuntos objeto dos expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente impessoal.Certos cuidados concorrem para que o redator alcance a impessoalidade: - jam ais usar de linguagem irônica, pom posa ou rebuscada; - não se incluir na comunicação; - evitar o emprego de verbo na primeira pessoa do singular e mesmo do plural (essa recomendação não se aplica a certos tipos de ofícios, em geral de caráter pessoal, assinados por deputados); - dar ao t exto um mínimo de elegância e de harmonia.Uso do padrão culto da língua, clareza, concisão e, especialmente, formalidade, objetividade e uniformidade são outros importantes fatores que contribuem para a necessária impessoalidade dos textos oficiais.

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1.2 FORMALI DADE E UNI FORMI DADE Para bem compreender o significado da formalidade, vale atentar para algumas das acepções do adjetivo formal. Formal é aquilo que obedece a formalidades, etiquetas e padrões de tratamento cerimonioso; que é evidente, claro, manifesto, patente; que se atém a formas e fórmulas estabelecidas; que é convencional.Todos esses atributos se aplicam aos textos oficiais, que, assim, devem ser: - estritos na observância das formalidades ditadas pela civilidade – como a polidez, a cortesia, o respeito – e das formas de tratamento utilizadas tradicionalmente na correspondência (ver a esse respeito 8.2) ; - claros, explícitos, o seu conteúdo cabal e inequivocamente evidenciado, de maneira que o entendimento seja fácil, completo e imediato; - rigorosamente conformes aos ditames da língua culta formal e vazados sempre na forma docum ental ( mem orando, ofício, etc.) que for a m ais apropriada ao caso concreto.

Já a uniformidade é obtida quando se estabelecem e se seguem determinados procedimentos,normas e padrões, o que concorre também para facilitar o trabalho de elaboração de text os e dar- lhe celeridade. Com esse intuito, são apresentados no Capítulo III – Documentos Administrativos,modelos dos principais documentos a serem adotados. A observância do estilo de linguagem,formatos e demais especificações ali apresentados assegurará em grande medida a uniformidade dos textos.

1 .3 CLAREZA E PRECI SÃO Deve-se, no t exto, dar preferência a palavras e expressões simples, em seu sentido comum : atual é sempre melhor que hod ie rno ; gélido é preferível a á lg ido ; convém usar afável em vez de l hano ; abraço em lugar de amplexo .É importante construir as frases na ordem direta (sujeito – verbo – complemento), evitando-se inver sões e preciosismos sintát icos.A pontuação deve ser empregada de forma judiciosa, evitando-se abusos de caráter estilístico.As frases devem ser objetivas, nunca demasiado longas. É recomendável evitar intercalações excessivas e o emprego de recursos que as alonguem desnecessariamente – tais como vírgulas,conjunções e verbos no gerúndio. O período a seguir é um exemplo de como não se deve escrever: “O Sistema Único de Saúde (SUS) poderá ser obrigado a oferecer atendimento integral para prevenir e tratar a obesidade, conforme projeto de lei dispondo sobre essa exigência, apresentado nesta semana à Mesa da Câmara, que decidiu encaminhá-lo imediatamente às comissões técnicas para exame em caráter urgência da matéria, já que ela foi considerada de relevante interesse social.” Reconstruído como se segue, o período ganha em clareza e estilo: “O Sistema Único de Saúde (SUS) poderá ser obrigado a oferecer atendimento integral para prevenção e tratamento de obesidade. A exigência está prevista em projeto de lei apresentado nesta semana à Mesa, que o encaminhou imediatamente às comissões técnicas para exame em caráter de urgência, dado o relevante interesse social da matéria.O texto deve ser construído de forma a evitar expressões ou palavras que lhe confiram duplo sentido. O redator deve ter cuidado especial com as chamadas ambigüidades – construções frasais que, embora corretas gramaticalmente, induzem a interpretações dúbias. É o que se verifica no exemplo O Rela tor d i sse ao Deputado que e le es tá l iberado para defender a matér ia , em

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que não se sabe quem, afinal, está liberado. Nesse caso, a solução é reconstruir a sentença: Libe rado pa ra de fende r a ma té r i a , o Re la to r comun icou o fa to ao Depu tado ; ou, se o entendimento for o inverso: O Re lato r l i be rou o Depu tado p a ra de fende r a m a té r i a

Devem ser escolhidos termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território nacional, evitando-se o uso de expressões locais ou regionais.Quando necessário empregar sigla, a primeira referência a ela deve ser acompanhada da explicitação de seu significado.

1.4 CONCI SÃO E HARMONI AO texto deve ser conciso, observada a preocupação de se utilizarem as palavras estritamente necessárias: tudo que puder ser transmitido em uma frase não deve ser dito em duas; a conceituação sintética de uma idéia é preferível à analítica; para cada idéia, o idioma reserva pelo menos uma palavra que a representa com precisão. Cabe ao redator encontrá-la.

Detalhes irrelevantes são dispensáveis: o texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de adjetivos e advérbios inúteis,sem o recurso à subordinação excessiva. A seguir, um exemplo de período mal construído, prolixo: O assass ín io do Pres iden te Kennedy, naquela t r i s te ta rde de nov em bro , quan do percorr ia a c idade de Dal las , ac lamado por numerosa mul t idão , cercado pe la s impat ia do povo do grande Estado do Texas , t e rra na ta l , a l iás , do seu sucessor, o Pres iden te Johnson ,chocou a hum anidade in t e i ra não só pe lo im pacto em ocional p rovocado pe lo sacr i f íc io do j ovem est ad ist a am er ican o , t ão cedo r ou b ado à v ida, m as t am bém po r u m a esp écie de sen t im ento d e cu lpa co le t iva , que nos faz ia , por assim d izer, com o que respon sáveis por esse c r ime es túp ido , que a His tór ia , sem dúvida , g ravará como o mais abominável do século.

Nesse texto, há vários detalhamentos desnecessários, abusou-se no emprego de adjetivos (triste,numerosa, grande, jovem, etc.), o que lhe confere carga afetiva injustificável, sobretudo em texto oficial, que deve primar pela impessoalidade. Eliminados os excessos, o período ganha em concisão, harmonia e unidade: O assass ín io do Pres iden te Kennedy chocou a humanidade in te i ra , não só pe lo impacto emoc iona l , mas t ambém po r um sen t imen to de cu lpa co l e t i va po r um c r ime que a Hi stó r i a g rava rá com o o m a i s abomináve l do sécu lo .Em certas ocasiões, por necessidade de entendimento, aconselha-se a adoção da ordem inversa.Essa necessidade é evidente no seguinte exemplo: Foi in ic iado o debate sobre drogas na Câmara . A ordem direta confere sentido ambíguo à frase, pois permite a interpretação de que a circulação de drogas na Câmara é que está em debate. Para evitar a confusão, opte-se pela ordem inversa: Na Câm ara , fo i in ic iado o debate sobre dr ogas .A linguagem, técnica ou comum, deve ser articulada de modo a ensejar perfeita compreensão do conteúdo da comunicação: é importante que as idéias sejam ordenadas e interligadas de modo claro, lógico, harmônico. Períodos em seqüência devem ser iniciados com estruturas diversas,umas em relação às outras; isso significa que os períodos e parágrafos não se iniciam com as mesmas palavras ou com estruturas semelhantes: a simplicidade do texto não deve servir de pretexto para, por exemplo, a repetição de formas e frases desgastadas, a pobreza vocabular ou o uso exagerado da voz passiva, por exemplo (será iniciado, será realizado, serão discutidos, etc.). Arepetição, seja de palavras seja de estruturas, no entanto, pode ser usada como recurso estilístico,mais comum no caso de pronunciament os.É indispensável que as construções frasais tenham coerência e coesão. Para isso, devem ser empregados, correta e convenientemente, os conectivos de transição (conjunções, preposições,

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pronomes, advérbios, locuções adverbiais e algumas palavras denotativas, que servem para interligar, num plano menor, as frases e, num plano mais abrangente, os parágrafos).

Os aspectos formais a respeito de alguns documentos oficiais serão apresentados a seguir, nocomentário à questão 7.A) ATA Uma ata refere-se ao resumo dos fatos de uma reunião de pessoas ou assembléia para umdeterminado fim já divulgado.Deverá conter um cabeçalho constituído do número da ata e do nome dos participantes do grupoque se encontram reunidos, uma abertura indicando, por extenso, dia, mês, ano, hora, local dareunião e nome de quem a preside, bem como a finalidade de tal evento, transcrita da ordem dodia que consta da convocação.A seguir, virão um pronunciamento referindo-se aos participantes e, a partir disso, a declaração deabertura da seção. Acompanhando estes elementos, virá uma relação nominal identificando ospresentes, a aprovação da ata anterior, a declaração objetiva e sintética dos fatos a serem tratadosno evento e, por último, um fechamento com as considerações finais.Se apresentadas em discurso direto, as palavras proferidas devem se apresentar entre aspas. Ousual, porém, é apresentar em discurso indireto ( “O presidente afirmou que...”).B) Em um relatório, prevalece o emprego do tempo passado, uma vez que se trata de um relatoexpositivo acerca de fatos ou desenvolvimento de atividades. Contudo, para que o texto constassedesse tipo de documento, por se tratar de um documento formal, deveria ser alterada a forma detratamento. Ao fazer referências genéricas, não se usa “você” ou “ninguém”, mas construçõesimpessoais, como o sujeito indeterminado ou oracional. Por exemplo, em vez de “ você é responsável pelo seu voto” , usa-se “ o parlament ar é o r esponsável por seu vot o” .

Além disso, esse tipo de texto não admite manifestações pessoais como “ Não se i se o voto aberto mudaria o r esultado final ”.C) Um requerimento é o documento por meio de que o interessado pede a uma autoridadeadministrativa um direito do qual julga ser possuidor. Na exposição de motivos, devem-se indicaros fundamentos legais do requerimento, e não opiniões pessoais do requerente. Portanto, umponto-de-vista não serve como subsídio para um requerimento.D) Memorando é um documento interno empregado entre unidades administrativas do órgão, semrestrições hierárquicas e temáticas. É uma correspondência ágil que demanda simplicidade econcisão tanto na redação quanto no trâmite. Por isso, os despachos ao memorando devem serfeitos no próprio documento e, em caso de falta de espaço, em uma folha de continuação.Difere da carta (correspondência emitida por particular, ou autoridade com objetivo particular), nãose confundindo também com o ofício (correspondência externa), a ser visto a seguir.E) Há alguns problemas na redação. Para começar, o pronome de tratamento indicado paradeputados e senadores é “Vossa Excelência” e não “Vossa Senhoria”.Em seguida, os pronomes de tratamento levam os verbos e pronomes correlacionados à 3ª pessoa:“Vossa Excelência acabará penalizando a su a instituição.” .Em caso de dúvida, volte à aula sobre PRONOMES.

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(UnB CESPE/ SERPRO – Analista / 2004)Julgue os itens a seguir, referentes a redação de correspondências oficiais.

8 - O ofício é uma comunicação enviada apenas por inferiores a superiores hierárquicos (no serviçopúblico), por autoridades a particulares e vice-versa, e caracterizada por obedecer a certa fórmulaepistolar e utilizar formato específico de papel.

I TEM CERTOComentário.Seguem trechos extraídos do Manual da Presidência da República, que confirmam o gabarito.

Há três tipos de expedientes que se diferenciam antes pela finalidade do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o fito de uniformizá-los,pode -se ado ta r uma d iagram ação ún ica , que s iga o que cham am os de padrão of íc io .Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizados em itens ou títulos e subtítulos.Todos os tipos de documentos do Padrão Ofício devem se r impressos em pape l de t am anho A-4 , ou sej a , 29 ,7 x 21 ,0 cm ; Aviso e ofício são modalidades de comunicação oficial praticamente idênticas. A única diferença entre eles é que o aviso é expedido exclusivamente por Ministros de Estado, para autoridades de mesma hierarquia, ao passo que o of ício é expedido par a e pe las dem ais au to r idades . Ambos têm como finalidade o tratamento de assuntos oficiais pelos órgãos da Administração Pública entre s i e , no caso do of íc io , t am bém com par t icu lares .(g rifos nossos)

Quando o examinador afirma “obedecer a certa fórmula epistolar”, se refere à forma adotada pelo “padrão ofício”, com a numeração de parágrafos, por exemplo.

9 - A diferença entre um atestado e uma certidão está no fato de que apenas o primeiro pode serexpedido também fora do serviço público.

I TEM CERTOComentário.

Atestado constitui-se de uma declaração feita por uma pessoa a favor de outrem, procurandoatestar uma verdade em que se acredita. Pode ser expedido por um órgão público (atestado debons antecedentes, emitido por órgãos de segurança pública) ou por um particular (um médicopode fornecer um atestado de sanidade mental, documento de difícil aquisição por quem acabou deestudar para um concurso público...rs...).

Já a certidão é documento expedido por órgão público (certidão de nascimento, certidão decasamento, certidão de tempo de contribuição para o INSS) revestido de formalidades legais,através do qual se certifica uma informação foi retirada de outro documento, registro ou livro.

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(UnB CESPE/ TRE AL / 200 4)

Tex to para as questões 10 e 1 1 .

Apos tando na l e i tu ra

Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola da vida, a leitura de livros carecede aprendizado mais regular, que geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo,quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em troca contínua deexperiências com os outros. É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se reajustam e seredimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dosoutros, do mundo e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja posse poderia ser punidacom a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a qual juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade.

Foi o texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo ocidental elegeucomo linguagem que cimenta a cidadania, a sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que seconfiam as produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele que regula os direitos de um cidadãopara com os outros, de todos para com o Estado e vice-versa. Pois a cidadania plena, emsociedades como a nossa, só é possível — se e quando ela é possível — para leitores. Por isso, aescola é direito de todos e dever do Estado: uma escola competente, como precisam ser os leitoresque ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com que se observa qualquer declínio na prática deleitura, principalmente dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico deuma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, da derrocada da cultura eda civilização. Que os jovens não gostem de ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo,que de salas de professores e congressos de educação ressoa pelo país afora. Em tempo devestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de cada ano letivo, a terapêuticaparece chegar à escola, na oferta de coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, queapregoam vender, com a história que contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, pacifiquecorações saber que desde sempre — isto é, desde que se inventaram livros e alunos — se reclamada leitura dos jovens, do declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer queQuin t i l i ano , mes t r e -esco la romano , ac rescen tou a seu l iv ro uma pequena an to log ia detex tos l i t e r á r ios , pa ra garan t i r um m ín im o de l e i tu ra aos es tudan tes de r e tó r i ca. No séculoI da era cristã! Estamos, portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: secada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo leitores-professores, montar suaprópria biblioteca e sua antologia e contagiar por elas outros leitores, sobretudo leitores-alunos,por certo a prática de leitura na comunidade representada por tal círculo de pessoas terá umsentido mais vivo. E a vida será melhor, iluminada pela leitura solidária de histórias, de contos, depoemas, de romances, de crônicas e do que mais falar a nossos corações de leitores que, emtarefa de amor e paciência, apostam no aprendizado social da leitura.

Mari sa Lajo lo . Fo lha de S. Pau lo , 19 / 9 / 1993 (com adap tações) .

A partir do texto e a respeito de redação e correspondência oficial, julgue os itens a seguir.10 - A afirmação “Quintiliano, mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma pequenaantologia de textos literários, para garantir um mínimo de leitura aos estudantes de retórica” (R.21- 22) jamais poderia ser inserida em uma ata, nem vindo entre aspas, por estar reproduzindo afala de algum dos participantes da reunião.

I TEM ERRADO

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Comentário.Uma ata refere-se ao resumo dos fatos ocorridos durante uma reunião de pessoas ou assembléiapara um determinado fim já divulgado e poderia, sim, reproduzir a fala de um participante, emdiscurso direto ou indireto, conforme afirmamos anteriormente.

11 - O último período do texto, por conter várias marcas de subjetividade e o ponto de vista doautor, não é pertinente para representar idéias do subscritor de um ofício-circular ou de umaportaria.

I TEM CERTOComentário.A portaria é um tipo de texto oficial utilizado por autoridades superiores, para diversas finalidades,tais como: nomear, exonerar, aprovar, promover, ou seja, o instrumento pelo qual são expedidasinstruções sobre a organização e funcionamento de serviço e praticados outros atos de suacompetência.O ofício é o documento destinado à comunicação oficial entre órgãos da administração pública e deautoridades para particulares. Chama-se “circular” quando se aplica a mais de um destinatário.Dada a formalidade desses textos, não se admitem marcas de subjetividade.

(UnB CESPE/ MPE TO / 2006)Ainda no que se refere à redação de correspondências oficiais, julgue os seguintes itens.

12 - Na introdução de correspondência destinada ao mero encaminhamento de documentos, deve-se fazer referência ao expediente em que se solicitou a remessa.

I TEM CERTOComentário.Segundo o Manual da Presidência da República, nos documentos do padrão ofício, nos casos emque não for de mero encaminhamento de documentos, o expediente deve conter a seguinteestrutura:

– i n t rodução, que se confunde com o parágrafo de abertura, na qual é apresentado oassunto que motiva a comunicação. Evite o uso das formas: “Tenho a honra de”, “Tenho o prazerde”, “Cumpre-me informar que”, empregue a forma direta;

– desenvo lv imento, no qual o assunto é detalhado; se o texto contiver mais de uma idéiasobre o assunto, elas devem ser tratadas em parágrafos distintos, o que confere maior clareza àexposição;

– conclusão, em que é reafirmada ou simplesmente reapresentada a posição recomendadasobre o assunto.Os parágrafos do texto devem ser numerados, exceto nos casos em que estes estejam organizadosem itens ou títulos e subtítulos.Já quando se tratar de mero encaminhamento de documentos a estrutura é a seguinte:

– i n t rodução: deve in ic ia r com referênc ia ao expedien te que so l ic i tou o e n c a m i n h a m e n t o . Se a remessa do documento não tiver sido solicitada, deve iniciar com a

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uma regulação uniforme nas atividades notariais e registrais.1 3 O IRIB e o Colégio Notarial sentem-se orgulhosos

de poder contribuir com o desenvolvimento das atividadesnotariais e registrais do estado.I n t e r n e t : < w w w . ed u c ar t o r i o .c om . b r.> ( c o m a d a p t a çõ e s) .Considerando os princípios de tipologia textual e de redação oficial, julgue os itens subseqüentes,relativos ao texto.3 - Pela estrutura do texto, narrativo por excelência, depreende-se que se trata da notícia de umevento que provavelmente irá ocorrer no estado de São Paulo.

4 - A referência aos “objetivos perseguidos” (R.8-9) faz parte de uma passagem descritiva dotexto.

5 - (UnB CESPE/ TRE MA- Analist a / 2006)1 Para que a democracia seja efetiva, é necessário que aspessoas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligaçãose manifeste por meio de um conjunto de organizações e4 instituições extramercado. Uma cultura política atuante precisa degrupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas, associaçõesde moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas,

7 associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas decomunicação, encontro e interação entre os concidadãos.A democracia neoliberal, com sua idéia de mercado über alles ,1 0 nunca leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, elaproduz consumidores. Em vez de comunidades, produz shopping centers . O que sobra é uma sociedade atomizada, de pessoas sem1 3 compromisso, desmoralizadas e socialmente impotentes.Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro eimediato da verdadeira democracia participativa, não apenas nos1 6 Estados Unidos, mas em todo o planeta, e assim continuará nofuturo previsível.Robert W. McChesney. In t rodução . In : Noam Chomsky. O lucro ou as pessoas? Neol ibera l i smo e ordem g lobal . Pedro Jorgensen Jr. (Trad .) . 4 . ª ed . Rio de Jane i ro : Ber t r and Bras il , 2004 (com adap tações) .Assinale a opção correta com referência à tipologia do texto.A) O produtor do texto apresenta, em narrativa concisa, a trajetória contemporânea da democracianeoliberal em direção a um futuro previsível.

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B) Trata-se de texto expositivo, de caráter intimista, em que o autor apresenta suas impressõespessoais a respeito do neoliberalismo e da influência norte-americana sobre o futuro dahumanidade.

C) Em um texto eminentemente descritivo, o autor estabelece, de modo subjetivo, um paraleloentre dois tipos de democracia cujas ações atendem, de modo diferenciado, aos interessespopulares.D) No texto, identifica-se uma parte narrativa, em que o autor relata o surgimento da democracianeoliberal, e outra descritiva, por meio da qual o produtor enumera, objetivamente, ascaracterísticas da democracia participativa.E) O texto caracteriza-se como dissertativo-argumentativo, no qual o autor, contrapondo dois tiposde sistema político, manifesta-se contra os efeitos nocivos de um sobre o outro.

(UnB CESPE/ TRE AP – Técnico / 2007)

Texto para as questões 6 e 7 .Jornal do Comércio — O voto aberto nos processos de cassação poderia mudar o destino dosacusados?Schirmer — Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que ele mudaria seria aresponsabilidade individual. Porque, com a votação aberta, você é responsável pelo seu voto.Votando sim ou não, você assume a responsabilidade pelo voto dado. Com o voto fechado, aresponsabilidade é difusa, pois ninguém sabe quem votou em quem e, sendo assim, todoscarregam o ônus do resultado da votação. O voto fechado é muito ruim porque quem sai perdendoé a própria instituição. Em vez de você falar mal de um ou de outro deputado, você acabapenalizando a instituição.Jo r n a l d o Co m é r c io , 1 7 / 4 / 2 0 0 6 .6 - Assinale a opção correta quanto à compreensão e à tipologia do texto.A) Por estar estruturado em duas partes, compreendendo uma pergunta e uma resposta, o textopode pertencer ao gênero entrevista.B) Na pergunta feita pelo Jornal do Comércio, predomina a descrição dos processos de cassação.C) O parágrafo que contém a resposta de Schirmer possui estrutura predominantemente narrativa,porque o falante explica como se processam as atividades de cassação de eleitos.D) O segundo parágrafo do texto é estruturalmente argumentativo, porque apresenta, primeiro, osaspectos favoráveis ao voto em aberto e, em um segundo momento, os aspectos desfavoráveisdessa modalidade de votação.E) O primeiro e o segundo parágrafos têm a mesma estrutura textual e a mesma tipologia: sãodissertativos.

7 - Considerando o texto e a redação de correspondência oficial, assinale a opção correta.A) Considere que Schirmer estivesse participando de uma reunião e tivesse se posicionadoconforme aparece no segundo parágrafo do texto; então, para as palavras proferidas por Schirmerconstarem, corretamente, no corpo da ata da referida reunião, elas deveriam aparecer entre aspas.B) Se o trecho “Não sei se o voto aberto mudaria o resultado final. O que ele mudaria seria aresponsabilidade individual. Porque, com a votação aberta, você é responsável pelo seu voto.Votando sim ou não, você assume a responsabilidade pelo voto dado” constasse de um relatório

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administrativo, ele deveria estar com todos os verbos no pretérito perfeito, pois esse é o tempoverbal específico para relatos de fatos ocorridos no passado.C) O trecho “Com o voto fechado, a responsabilidade é difusa, pois ninguém sabe quem votou emquem e, sendo assim, todos carregam o ônus do resultado da votação”, por conter o ponto de vistado falante, pode constar da justificativa de um requerimento.D) O trecho “O voto fechado é muito ruim porque quem sai perdendo é a própria instituição” podeconstar, da forma como se encontra, do fechamento de um memorando.E) Para que a parte final da resposta de Schirmer apresentada no texto pudesse seradequadamente inserida em uma exposição de motivos ou em um abaixo-assinado, o últimoperíodo do seu depoimento deveria estar redigido da seguinte maneira: Não fala mal de um ou deoutro deputado: Vossa Senhoria acabará penalizando vossa instituição.

(UnB CESPE/ SERPRO – Analista / 2004)

Julgue os itens a seguir, referentes a redação de correspondências oficiais.8 - O ofício é uma comunicação enviada apenas por inferiores a superiores hierárquicos (no serviçopúblico), por autoridades a particulares e vice-versa, e caracterizada por obedecer a certa fórmulaepistolar e utilizar formato específico de papel.

9 - A diferença entre um atestado e uma certidão está no fato de que apenas o primeiro pode serexpedido também fora do serviço público.

(UnB CESPE/ TRE AL / 200 4)

Tex to para as questões 10 e 1 1 .

Apos tando na l e i tu ra

Se a chamada leitura do mundo se aprende por aí, na tal escola da vida, a leitura de livros carecede aprendizado mais regular, que geralmente acontece na escola. Mas leitura, quer do mundo,quer de livros, só se aprende e se vivencia, de forma plena, coletivamente, em troca contínua deexperiências com os outros. É nesse intercâmbio de leituras que se refinam, se reajustam e seredimensionam hipóteses de significado, ampliando constantemente a nossa compreensão dosoutros, do mundo e de nós mesmos. Da proibição de certos livros (cuja posse poderia ser punidacom a fogueira) ao prestígio da Bíblia, sobre a qual juram as testemunhas em júris de filmes norte-americanos, o livro, símbolo da leitura, ocupa lugar importante em nossa sociedade.

Foi o texto escrito, mais que o desenho, a oralidade ou o gesto, que o mundo ocidental elegeucomo linguagem que cimenta a cidadania, a sensibilidade, o imaginário. É ao texto escrito que seconfiam as produções de ponta da ciência e da filosofia; é ele que regula os direitos de um cidadãopara com os outros, de todos para com o Estado e vice-versa. Pois a cidadania plena, emsociedades como a nossa, só é possível — se e quando ela é possível — para leitores. Por isso, aescola é direito de todos e dever do Estado: uma escola competente, como precisam ser os leitoresque ela precisa formar. Daí, talvez, o susto com que se observa qualquer declínio na prática deleitura, principalmente dos jovens, observação imediatamente transformada em diagnóstico deuma crise da leitura, geralmente encarada como anúncio do apocalipse, da derrocada da cultura eda civilização. Que os jovens não gostem de ler, que lêem mal ou lêem pouco é um refrão antigo,que de salas de professores e congressos de educação ressoa pelo país afora. Em tempo de

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vestibular, o susto é transportado para a imprensa e, ao começo de cada ano letivo, a terapêuticaparece chegar à escola, na oferta de coleções de livros infantis, juvenis e paradidáticos, queapregoam vender, com a história que contam, o gosto pela leitura. Talvez, assim, pacifique

corações saber que desde sempre — isto é, desde que se inventaram livros e alunos — se reclamada leitura dos jovens, do declínio do bom gosto, da bancarrota das belas letras! Basta dizer queQuin t i l i ano , mes t r e -esco la romano , ac rescen tou a seu l iv ro uma pequena an to log ia detex tos l i t e r á r ios , pa ra garan t i r um m ín im o de l e i tu ra aos es tudan tes de r e tó r i ca. No séculoI da era cristã! Estamos, portanto, em boa companhia. E temos, de troco, uma boa sugestão: secada leitor preocupado com a leitura do próximo, sobretudo leitores-professores, montar suaprópria biblioteca e sua antologia e contagiar por elas outros leitores, sobretudo leitores-alunos,por certo a prática de leitura na comunidade representada por tal círculo de pessoas terá umsentido mais vivo. E a vida será melhor, iluminada pela leitura solidária de histórias, de contos, depoemas, de romances, de crônicas e do que mais falar a nossos corações de leitores que, emtarefa de amor e paciência, apostam no aprendizado social da leitura.

Mari sa Lajo lo . Fo lha de S. Pau lo , 19 / 9 / 1993 (com adap tações) .

A partir do texto e a respeito de redação e correspondência oficial, julgue os itens a seguir.10 - A afirmação “Quintiliano, mestre-escola romano, acrescentou a seu livro uma pequenaantologia de textos literários, para garantir um mínimo de leitura aos estudantes de retórica” (R.21- 22) jamais poderia ser inserida em uma ata, nem vindo entre aspas, por estar reproduzindo afala de algum dos participantes da reunião.

11 - O último período do texto, por conter várias marcas de subjetividade e o ponto de vista doautor, não é pertinente para representar idéias do subscritor de um ofício-circular ou de umaportaria.

(UnB CESPE/ MPE TO / 2006)Ainda no que se refere à redação de correspondências oficiais, julgue os seguintes itens.12 - Na introdução de correspondência destinada ao mero encaminhamento de documentos, deve-se fazer referência ao expediente em que se solicitou a remessa.

13 - Em memorandos, o destinatário da correspondência é mencionado pelo cargo que ocupa.

14 - Atualmente, na redação de correspondências oficiais, dá-se preferência ao emprego da forma

direta de comunicação, evitando-se o emprego de expressões como “Cumpre-me informar que”, ou “Dirijo-me a (...) com o propósito de”.

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GABARI TO 1 – E / E / E / C / C

2 – CERTO 3 – ERRADO4 – CERTO5 – E6 – A7 - A8 – CERTO9 – CERTO

10 – ERRADO11 – CERTO12 – CERTO13 – CERTO14 – CERTO