banheiro seco - saneamento com principio ecologico - cepagro
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Neste volume, abordamos nossa experiência adquirida com aconstrução de Banheiros Secos. Trata-se de um método eco-logicamente correto para o tratamento dos dejetos humanos,que são convertidos em adubo, dispensando o uso de água.TRANSCRIPT
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Saneamento como princpio agroecolgico e resposta crise de gua
Banheiro Seco
C O L E O
Saber naPrtica
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Banheiro Seco
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2C E P A G R OCentro de Estudos e Promoo da Agricultura de [email protected]+55 (48) 3334-3176 Florianpolis, SC - Brasil
Coordenao geral Charles Onassis Peres Lamb Coordenao do eixo urbanoMarcos Jos de Abreu
Coordenao do eixo ruralMarcelo Farias
C o l e o S a b e r n a P r t i c a
Conselho Editorial (Volume 1 Banheiro Seco)Charles Onassis Peres Lamb, Erika Sagae, Luciano Tommasi, Marcos Jos de Abreu,
Coordenao EditorialFernando Angeoletto
Redao e edioAna Carolina Dionsio e Fernando Angeoletto
Design grficoJonatha Jnge
FotografiaFernando Angeoletto e acervo Cepagro
IlustraesHatsi Rio Apa
ProduoFlorimage Servios Grficos
ApoioInteramerican Foundation (IAF)
ISBN 978-85-67297-01-9
Este trabalho est licenciado sob a Licena Atribuio-NoComercial 3.0 Brasil da Creative Commons. Para ver uma cpia desta licena, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/br/
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BRASILBRASIL
rea de atuao do Cepago
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C O L E O
Esta coleo apresenta a sistematizao de metodologias ado-tadas pelo Cepagro em seu trabalho de organizao popular, dirigido a famlias em comunidades rurais e urbanas do Lito-ral Catarinense, Grande Florianpolis e Alto Vale do Itaja. A coleo focada nas aes a partir de 2006, quando foram firmados os convnios com a IAF (Fundao Interamericana) e outros parceiros de cooperaes internacionais e entes pblicos.
O fortalecimento do Cepagro foi notvel neste perodo, sobretudo como articulador do Ncleo Litoral Catarinense da Rede Ecovida de Agroecologia. Somos um importante n desta Rede, que representa mais de 3.000 famlias agricultoras em todo o Sul do Brasil. Alm disto, e com igual destaque, foi neste intervalo de 7 anos que os trabalhos com Agricultura
Urbana tornaram-se um reconhecido eixo de atuao da entidade.
Dividida em 4 volumes, a coleo Saber na Prtica: Vivncias em Agroeocologia um registro histrico e metodolgico que visa auxiliar outras organizaes a replicarem as aes apresentadas - levando em conta o que h de afinidades e diferenas entre as realidades, sempre no sentido de adotar tcnicas sustentveis de Agricultura e Gesto de Resduos Orgnicos.
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4Banheiro Seco
Neste volume, abordamos nossa experincia adquirida com a construo de Banheiros Secos. Trata-se de um mtodo eco-logicamente correto para o tratamento dos dejetos humanos, que so convertidos em adubo, dispensando o uso de gua.
Seguindo princpios da permacultura, alguns tcnicos do Cepagro j utilizavam Banheiros Secos em suas residncias. O trabalho da organizao com esta tecnologia iniciou-se junto a agricultores da Rede Ecovida de Agroecologia, que deman-davam sanitrios prximos aos locais de cultivo visando a ecologizao completa das propriedades. Do litoral de Santa Catarina a experincia disseminou-se para o semirido nor-destino, onde a escassez de gua um drama para milhes de pessoas. A construo de mais de uma centena de Banheiros Secos na regio de Pesqueira, em Pernambuco, surgiu de uma articulao entre organizaes mediada pela IAF.
Nas prximas pginas, o leitor vai conhecer de perto esta histria. So apresentados tambm as ferramentas de sen-sibilizao e educao comunitrias para a implementao dos Banheiros Secos, alm de suas tcnicas de construo e a correta gesto dos resduos.
S a n e a m e n t o c o m o p r i n c p i o a g r o e c o l g i c o e r e s p o s t a
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5SumrioTransformando Resduos em Recursos
A experincia do Cepagro
Do sul ao nordeste: a ideia de conviver com a seca
Articulando Saberes
Passo-a-passo de implantao de Banheiros Secos no programa Cepagro/Cedapp
Avaliando resultados, conhecendo novas demandas
Como funciona um Banheiro Seco
Uso dirio Cuidados com o Banheiro Seco
E quando a bombona estiver cheia?
COMPOSTAGEM Como montar a pilha de compostagem?
Quanto tempo dura a compostagem? Cuidando da composteira
Como manter adequadamente a pilha de compostagem?
DESIDRATAO & ALCALINIZAO Como fazer a desidratao?
Fechando o ciclo natural
Referncias Bibliogrficas
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7No atual cenrio de desperdcio de gua, contaminao do meio ambiente e perda de fertilidade do solo, o Banheiro Seco uma alternativa ecolgica e sustentvel. Isso porque no usa gua para dar descarga, mas uma mistura de materiais secos visando a Compostagem ou Desidratao/Alcalinizao, transformando os dejetos em adubo. O Banheiro Seco rene, ento, trs vantagens: economiza gua, menos impactante ao meio ambiente e ainda transforma o que seria um poluente em um fertilizante natural.
Os resduos no vo para o esgoto. Podem ir para uma composteira, onde, misturados a folhas secas, palha e restos de comida, tornam-se adubo depois de alguns meses. Este processo chama-se compostagem e elimina bactrias e microorganismos causadores de doenas presentes nas fezes. J no caso de regies mais secas, e portanto com menos disponibilidade de material para compostagem, a recomendao que os dejetos passem por um processo de desidratao/alcalinizao.
A urina e as guas cinzas (que saem da pia e do chuveiro) tambm no vo para o esgoto. So usadas para irrigar um crculo de bananeiras, que absorvem os nutrientes destes lquidos.
Transformando resduos em recursos
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8Geralmente, os agricultores no dispem de sanitrios prximos dos cultivos onde passam praticamente o dia todo. Como alternativa a esta realidade, e dentro de uma proposta de ecologizao completa das propriedades, foram construdos Banheiros Secos em stios de 3 famlias do Ncleo Litoral Cata-rinense da Rede Ecovida de Agroecologia, entre os anos de 2006 e 2008.
Os banheiros foram feitos com madeira de demolio e outros materiais reutilizados, com assessoria do Cepagro, que possua tcnicos e metodo-logia para este fim. A compostagem j era uma tcnica conhecida pelos agricultores. A ideia de produzir mais adubo com os resduos do banheiro foi bem aceita. Por princpios dos agricultores, o adubo era usado apenas em rvores frutferas, descartando-se o uso nos cultivos de hortalias (embora defenda-se que isso seja possvel, se todas as recomendaes tcnicas para o tratamento dos dejetos forem regularmente aplicadas). Na mesma poca, o Cepagro tambm assessorou a construo de Banheiros Secos em hortas comunitrias no municpio de Itaja.
A experincia do Cepagro
Tcnico do Cepagro (dir.) apresenta uma das peas do Banheiro Seco, em oficina prtica durante o Encontro do Ncleo Litoral Catarinense da Rede Ecovida (2008)
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9Grande parte do Nordeste brasileiro, alm do norte do estado de Minas Gerais, tem um clima chamado semirido, em que faz muito calor e chove pouco durante o ano. Em 2013, o serto nordestino sofria com uma seca que j se estendia por 2 anos, sendo considerada uma das piores das ltimas 5 dcadas. A falta de gua, alm de dificultar a agricultura, tambm causa dos altos ndices de mortalidade infantil da regio. A maioria destas crian-as morre por doenas que poderiam ser evitadas se elas tivessem acesso a, simplesmente, gua limpa.
A seca, ento, vem sendo combatida h muitos anos. Existe at um Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Projetos de grande escala, como a transposio do Rio So Francisco, so historicamente prometidos s comunidades. No entanto, questes de ordem poltica e da prpria geografia da regio tornam este horizonte cada vez mais distante.
Por isso, algumas organizaes comearam a trabalhar com a ideia de convivncia com o semirido, ao invs de continuar tentando lutar contra as condi-es climticas da regio onde vivem.
Isso significa compreender o meio ambiente (inclusive o clima) como ele , desenvolvendo tecnologias adaptadas a esta condio, sempre respeitando os saberes e a cultura das comunidades. neste contexto que o Banheiro Seco entra, na perspectiva do Gerenciamento de Recursos Hdricos, como uma alternativa sanitria sustentvel para a convivncia com o semirido.
Do sul ao nordeste: a ideia de conviver com a seca
Por falta de pasto devido seca, gado abandonado na regio de Buque (PE) e alimenta-se do lixo urbano
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Belo Horizonte, maro de 2008. De um bate-papo durante um encontro de donatrios da Inter-American Foundation (IAF), surgiu uma ideia que continua dando frutos: a construo de Banheiros Secos no semirido nordestino. A conversa foi entre tcnicos do Cepagro e do Centro Dioce-sano de Apoio ao Pequeno Produtor (Cedapp), entidade baseada na cidade de Pesqueira, a 180km de Recife, nas portas do serto. Aps um perodo de testes, com financiamento da IAF, assessoria tcnica do Cepagro e o trabalho do Cedapp com a populao local, 126 Banheiros Secos foram construdos em 17 comunidades do semirido pernambucano entre 2009 e 2010.
De acordo com pesquisas do Cedapp, na zona rural de Pesqueira s 10% das casas tinham sanitrios. Era comum, e ainda , as pessoas defecarem em locais abertos, gerando grande risco de contaminao das poucas reservas de gua disponveis. Projetos anteriores com banheiros convencio-nais foram realizados, mas esbarraram no mesmo obstculo de sempre: a escassez de gua. Foi por isso que, a partir daquele bate-papo informal que aconteceu em Belo Horizonte, a possibilidade de construir Banheiros Secos rapidamente tornou-se uma meta providencial para o pessoal do Cedapp.
O intercmbio entre o Cepagro e o Cedapp comeou a dar resultados em agosto de 2009. Atravs de um apoio emergencial da IAF, dois tcnicos de Santa Catarina foram a Pesqueira (PE) apresentar a tecnologia e coordenar a construo de dois modelos de Banheiro Seco, que depois foram avaliados pelos usurios e pelo Cedapp, contando com adaptaes que o tornaram mais adequado s realidades locais.
Antes de comear as obras, os tcnicos do Cepagro realizaram encontros de formao com comunidades da regio de Pesqueira e profissionais do Cedapp. Apresentaram um vdeo sobre a experincia com Banheiros Secos no litoral de Santa Catarina e fizeram uma capacitao com pedreiros das comunidades para a construo dos primeiros sanitrios. Alm disso, deram palestras de sensibilizao para a populao, mostrando como possvel ter um banheiro que funciona sem gua. As oficinas com a equipe do Cedapp tambm foram importantes no processo de construo dos banheiros: a partir dessa capacitao, os profissionais poderiam repassar os conhecimentos sobre como fazer e usar o Banheiro Seco para mais pessoas.
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-
12
A construo aconteceu em mutires organizados pelo Cedapp com as comunidades, com assessoria tcnica do Cepagro. Foram construdos banheiros de dois modelos diferentes para armazenamento das fezes: um que utiliza uma bombona plstica, em Serra da Cruz, e outro com uma rampa e duas cmaras de alvenaria, em Horizonte Alegre. As duas comu-nidades ficam na regio de Pesqueira. Pelo baixo custo e maior facilidade na edificao e manuteno, os mora-dores escolheram fazer os prximos sanitrios com bombonas.
A partir do topo, sentido horrio: Mutiro de construo; Equipe tcnica e moradores; Oficina de compostagem; Modelo de rampa; Modelo com reservatrio plstico (bombona)
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Achei chique o meu Banheiro Seco. Quem disser que no presta, vou dizer que foi uma bno. No tem mau-cheiro. Eu no tenho fogo a gs, s o fogo de lenha ali. Vou juntando as cinzas e depois boto no vaso. Quando a bombona encher, vou despejar ali pra plantar bananeira..
Dona Quitria Comunidade de Stio Cafund Buque, PE
O conhecimento prtico da compostagem e da desidratao faz parte do mtodo educativo proposto pelo Cepagro, tambm empregado em Pesqueira, com oficinas que abordam desde a montagem das leiras ao manejo cotidiano dos resduos.
Uma das principais vantagens do Banheiro Seco que os usurios no dependem de uma rede de coleta e tratamento de esgotos. Isso porque a higienizao dos resduos slidos pode ser feita localmente, por compostagem ou desidratao. J a urina e os lquidos que saem da pia e do chuveiro so direcionados para um crculo de bananeiras. Estas da foto foram plantadas em agosto de 2009, quando foi construdo o primeiro Banheiro Seco em Serra da Cruz (municpio de Pesqueira). Em maro de 2010 j estavam dando cachos.
PRESTE MUITA ATENO!Se no manejado corretamente, um Banheiro Seco pode tornar-se um problema ainda maior do que ele se prope a solucionar. Torna-se, portanto, fundamental compreender a fundo o mtodo que converte os resduos em adubo, eliminando possveis agentes causadores de doenas.
Pela sua elevada capacidade de evapotranspi-rao, bananeiras so indicadas aos tratamento das chamadas guas cinzas. Outras plantas similares tambm podem ser usadas
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A construo dos dois banheiros em Pesqueira, em agosto de 2009, foi um teste para saber qual seria o modelo mais adequado realidade das comunidades atendidas. Nos meses seguintes, outras unidades foram construdas. Mas o intercmbio entre o Cepagro e o Cedapp no parou por a: em maro de 2010, tcnicos de Santa Catarina voltaram a Pesqueira, dessa vez para trabalhar o cuidado e o manejo dos Banheiros Secos e o tratamento dos resduos.
Entre a primeira e a segunda visita a Pesqueira, a equipe do CEPAGRO desenvolveu uma cartilha sobre Banheiros Secos. Este material foi usado durante encontros de formao com tcnicos do CEDAPP, quando foram discutidas as boas prticas para utilizao dos mesmos.
Por fim, para verificar o manejo que a populao estava fazendo dos Banhei-ros Secos, as equipes do Cepagro e do Cedapp visitaram 13 comunidades da regio. Realizaram capacitaes e deixaram recomendaes tcnicas sobre a manuteno do banheiro e a compostagem dos resduos.
Avaliar a percepo que os usurios desenvolveram sobre os Banheiros Secos foi uma das primeiras atividades nas capacitaes. Os moradores foram estimulados a desenharem os sanitrios e explicaram o seu funcionamento. A partir da seguia-se uma discusso sobre os acertos e problemas, com objetivo de socializar as maneiras de superar as adversidades. A etapa era concluda com visita a alguns banheiros da comunidade para verificao.
Equipe de pedreiros, capacitada pelo Cepagro, constri o pri-meiro modelo de Banheiro Seco da regio de Pesqueira (PE)
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1 passo (maro de 2008)
2 passo (agosto de 2008)
6 passo
3 passo
4 passo (janeiro de 2009)
5 passo (maro de 2010)
Construodapropostaentreostcnicosefinanciadores
CapacitaoesensibilizaodaequipetcnicadoCedapp;
SensibilizaodeduascomunidadesatravsdepalestraseapresentaodeumvdeoelaboradopeloCepagro;
Construodedoismodeloscomacapacitaodepedreirosesensibili-zao dos usurios.
Avaliao final do trabalho e recomendaes finais: Adesidrataoomodelomaisadaptadoparatratarasfezesnaquela
regio;
Necessidadedeacompanhamentomaisfrequentesfamliasbeneficia-daspeloBanheiroSeco;
Importnciadeanlisesdoresduotratadoparagarantirahigienicidade.
Em15comunidadesruraisdosemiridopernambucano,tcnicosdoCedapp apresentam a proposta do Banheiro Seco para sensibilizar as famlias e identificar as mais necessitadas.
Inciodaconstruodosprimeiros95BanheirosSecos.Ocustounitriofoi de aproximadamente R$ 1.400, com uso de alvenaria e incluso de chuveiro, j que muitas famlias tambm no dispunham de local para banho. Cada obra teve a presena de um ajudante da famlia e acompa-nhamento tcnico do Cedapp.
IAFfinanciamaisumintercmbioentreCedappeCepagroparaacapacitao de boas prticas de utilizao do Banheiro Seco, atravs de oficinas realizadas em 15 comunidades. Foi elaborada uma cartilha especfica para este fim.
Passo-a-passo de implantao de Banheiros Secos no programa Cepagro/Cedapp
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Cisterna (esq.) e Banheiro Seco so complementares no convvio com o semirido
Em muitos casos, a gua de um barreiro a nica disponvel, compartilhada com animais e suscetvel a contaminaes
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No contexto da cooperao entre organizaes para a construo de Banhei-ros Secos, estivemos enquanto equipe tcnica do Cepagro no semirido nordestino pela terceira vez, em abril de 2013.
Os objetivos foram aprofundar a avaliao das unidades construdas na regio de atuao do Cedapp e visitar novas comunidades demandantes, desta vez em Teixeira, municpio no interior da Paraba, rea onde atua o CEPFS (Centro de Educao Popular e Formao Social, tambm donat-rio da IAF).
Na semana da visita, jornais de circulao nacional narravam a crnica de um fato bem marcante, que pudemos testemunhar ao vivo: o semirido amargava uma seca que j somava 2 anos de durao, considerada uma das piores dos ltimos 50 anos.
Foi observado, durante esta visita, que o projeto de Banheiros Secos tornou--se uma importante ferramenta do eixo de Gerenciamento de Recursos Hdricos (GRH) posto em prtica pelas organizaes locais. Reforando o conceito de convivncia com o semirido que comea pela construo de cisternas a tecnologia social do Banheiro Seco a alternativa de sanea-mento mais adequada.
Em comunidades do municpio de Buque (PE), que j teve uma das pio-res taxas de mortalidade infantil do pas, a simples adoo de cisternas e Banheiros Secos tem contribudo para a melhoria nos indicadores scio--ambientais. Alm disto, falamos de algo que afeta diretamente a dignidade dos moradores, que sequer dispunham de chuveiros para banho. Em muitos casos, defecavam prximo aos barreiros, que so pequenos lagos escavados para acumular a preciosa gua da chuva, compartilhada com os animais da propriedade. Ainda hoje, em residncias que no dispem de cisternas, a gua do barreiro a nica disponvel para todos os usos, incluindo cozinhar e beber.
Avaliando resultados, conhecendo novas demandas
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H duas perspectivas importantes, do ponto de vista das famlias que o adotaram, sobre o uso dos Banhei-ros Secos. Uma delas a constante adaptao dos modelos, desde o primeiro que foi construdo em 2008. A primeira melhoria obser-vada foi a incluso de chuveiros. Outra mudana importante foi quanto ao vaso que, considerada a incluso da bombona para armaze-namento das fezes, alcanava uma altura de 2 degraus. Observamos duas solues j adotadas para este obstculo: uma delas foi elevar a fundao de alvenaria do Banheiro, e a outra foi acondicionar a bom-bona em um buraco escavado por baixo do vaso. Em ambos os casos, facilitou-se o acesso por idosos, crianas e portadores de necessida-des especiais.
No modelo construdo em 2008, 2 degraus eram necessrios para acessar o vaso; no havia chuvei-ro, e o mictrio masculino ficava debaixo da pia
A primeira adaptao realizada pelas comunidades foi a incluso de chuveiro
Com escavao para embutir a bom-bona, os degraus foram eliminados
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Detalhe do segrega-dor de urina no vaso.
Um modelo considerado ideal para as prximas inter-venes: Banheiro Seco com cmara e segregador de urina para homens e mulheres no prprio vaso. As guas so conduzidas a um crculo de bananeiras ou outras plantas com elevada capacidade de evapotrans-pirao, como a taioba
Outra perspectiva em relao ao tabu a respeito do manejo das fezes humanas, algo compreensvel na cultura ocidental. A necessidade de transportar a bombona para compostagem ou desidratao foi identificada como uma sria restrio ao uso mais continuado do Banheiro Seco. Para contornar esta situao, acreditamos na neces-sidade de um processo educativo mais aprofundado na implemen-tao de futuros projetos, alm da adoo de sanitrios com cmaras de alvenaria, onde o material reti-rado com ps e transportado mais comodamente em um carrinho de mo, por exemplo.
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Membros da Associao dos Moradores do Stio Cafund, que administra um Fundo Rotativo Solidrio composto, entre outras, pelas contribuies dos benefici-rios de Banheiros Secos
A construo dos Banheiros Secos tambm um ente de dinamizao das economias e movimentos associativos locais. Cada beneficirio esti-mulado a contribuir com uma pequena quantia, bem menor que o custo real de construo, para um Fundo Rotativo Solidrio administrado pelas prprias comunidades. Os fundos pressupem um engajamento na busca de solues comuns, tornando as associaes mais autnomas.
Com sua experincia consolidada, embora ainda demande alguns pequenos ajustes, o Cedapp recebeu recentemente a visita de comunidades atendidas pelo CEPFS. Em Teixeira (PB), pudemos avaliar as impresses dos morado-res que participaram da visita, durante um encontro no Centro de Tecno-logias Experimentais de Convivncia com a Seca, onde variados mtodos, como aproveitamento de guas drenadas de rodovias, reuso de efluentes e pequenas barragens em lajedos de pedras, so testados e avaliados.
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Em reunio com comunidades demandan-tes de Teixeira, a abordagem ldica abre espao para futuras intervenes didticas
De maneira geral, as famlias de Teixeira (PB) apresentam grande expectativa em receber os Banheiros Secos, com uma compreenso bem aprofundada a respeito da importncia de realizar saneamento e economizar gua. O fato de espelharem-se numa experincia j realizada os coloca em um patamar de superao de problemas, mostrando um horizonte de Banheiros Secos ainda mais adaptados realidade local.
Certamente que o manejo das fezes humanas ainda um tabu, que foi abordado de maneira ldica durante o encontro. Um dos presentes brin-cou:seino,usaradubodefezesnomeucoqueiro;comovaificarminhagua de cco? Ao que foi respondido tambm em tom de brincadeira por Marcos de Abreu, agrnomo do Cepagro: o senhor come tapioca, no come? E por acaso o seu brao vira uma tapioca? Pois ento, na natureza, a transformao a regra. Eis a um inestimvel espao de interveno didtica que deve ser explorado nos prximos projetos.
Enquanto estratgia para atender esta demanda presente, e outras que certamente surgiro, vislumbra-se a incluso do tema entre as entidades componentes da ASA (Articulao do Semirido), com destaque impor-tncia dos Banheiros Secos e a proposio de parcerias na busca por novos projetos que possam dissemin-los em dezenas, qui centenas, ou ainda milhares de comunidades espalhadas pelo imenso serto brasileiro.
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Como Funciona um Banheiro Seco?
Este modelo de Banheiro Seco um dos mais baratos e fceis de construir. A ideia bsica recolher as fezes em bombonas plsticas de 50 ou 60 litros que, quando cheias, so trocadas e levadas para compostagem ou desidrata-o e alcalinizao. O banheiro tambm possui um chuveiro, uma pia para lavar as mos e um mictrio masculino (mas que no futuro pode ser para homens e mulheres). Todos os lquidos do banheiro so direcionados a um crculo de bananeiras.
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Tampo superior - em geral feito em madeira, onde fixamos o assento sanitrio e o conector da chamin e da bombona.
Assento com tampa - assento sanitrio plstico comum, com tampa e sem frestas.
Bombona - recipiente plstico de no mximo 60 litros, para no ficar muito pesado e difcil de manusear quando estiver cheio.
Balde com mistura de descarga adicionamos essa mistura de materiais secos na bombona cada vez que usamos o banheiro, garantindo seu bom funciona-mento. Para cobrir bem as fezes, precisamos de no mnimo duas canecas da mistura de descarga para cada uso.
Conector - chapa de alumnio fina de 40 cm de largura que enrolada para formar um cilindro, com um buraco para conectar a chamin. fixada no tampo superior e unida bombona por meio de uma lona ou saco plstico.
Chamin - tubo de PVC ou metal com tela nas extremidades para evitar a entrada de insetos. Tambm pintada de preto para que se esquente ao sol, ventilando a bombona. Assim diminuem a umidade e o cheiro ruim.
Pia - Para ser usada sempre aps o uso do Banheiro Seco ou do mictrio. A gua sai da pia, passa pelo mictrio e conduzida para um crculo de bananeiras.
Mictrio - usado pelos homens, para evitar o excesso de umidade na bombona e tambm aproveitar a urina, que rica em nutrientes, no crculo de bananeiras. Em modelo mais recente, foi substituda pelo segregador no prprio vaso (ver pg. 19).
Chuveiro - fica ao lado do Banheiro Seco. Sua gua tambm direcionada para o crculo de bananeiras.
Circulo de bananeiras - buraco com 1 a 2 metros de dimetro e 0,5 a 1 metro de profundidade onde so colocados materiais orgnicos como troncos, galhos, restos de podas e folhas. A gua cinza do chuveiro e da pia (sem contaminao
de fezes) canalizada para esse crculo. Ao redor dele so plantadas bananeiras, que consomem os nutrientes da gua cinza e da decomposio da matria umedecida dentro do buraco.
VOC SABIA?Cada bananeira adulta pode absorver at 15 litros de gua por dia. Plantando de 4 a 6 mudas, aps 2 anos teremos uma famlia de at 10 ps adultos, que podero absorver cerca de 150 litros de lquido diariamente.
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Existem algumas tcnicas para manejarmos um Banheiro Seco e assim diminuirmos o risco de doenas transmitidas pelas bactrias e micro--organismos presentes nas nossas fezes. Seguindo estes trs passos, diminu-mos a praticamente zero as chances de contaminao. O grande segredo do bom funcionamento do Banheiro Seco que, aps us-lo, damos uma descarga para cobrir bem as fezes com duas ou mais canecas de mistura de materiais secos.
Uso dirio
Usar o Banheiro Seco: fezes e papel higinico vo para a bombona, a urina vai para um sepa-rador e direcionada para o crculo de bananeiras.
Dar a descarga, colocando duas ou
mais canecas de MISTURA 1 ou
MISTURA 2 (ver box abaixo)
Lavar bem as mos aps o uso do banheiro.
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MISTURA 1 para compostagemComposta de material orgnico limpo, seco e rico em carbono P de serra (serragem) Palhadas de culturas como feijo, arroz, milho
ou capins Folhas secas Papel picado Com esta mistura, o processo de compostagem j comea dentro da bombona. Seu contedo depois tratado em uma composteira.
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Cuidados com o Banheiro Seco
MISTURA 2 para desidrataoUsada quando materiais orgnicos secos e ricos em carbono no estiverem disponveis. O contedo da bombona passa por um processo de desidratao e alcalinizao. Para a descarga, utilizamos: 3 partes de terra fina e seca e 1 parte de cal
IMPORTANTE!Neste caso o papel higinico tambm deve ser separado, podendo ser queimado. Evitar ao mximo possvel a presena de urina.
Os homens devem urinar no mictrio, para evitar o excesso de umidade na bombona.
Para que as mulheres no urinem dentro da bombona, pode ser instalado um separador dentro do vaso.
Deixar sempre dentro do banheiro um balde com mistura seca para descarga, que evita o mau cheiro e o contato de insetos com as fezes.
Quando no estiver em uso, a tampa do assento deve ser mantida fechada para barrar a entrada de insetos.
Limpar o banheiro regularmente, sem jogar gua ou produtos de limpeza na bombona.
No depositar plsticos como fraldas, absorventes e embalagens.
Manter a bombona fora do alcance de animais.
A bombona deve ser trocada por uma nova se estiver com:
mau cheiro (causado pela falta de material seco de descarga)
encharcamento (excesso de urina ou outros lquidos)
insetos (tampa do assento aberta, pouca descarga para cobertura)
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E quando a bombona estiver cheia?Apesar de a bombona ter 50 ou 60 litros, se esperarmos ela encher completamente para troc-la, sero necessrias duas pessoas para realizar o trabalho. Portanto, troque ou esvazie a bombona de acordo com a sua capacidade para transport-la.
Posicione a bombona vazia embaixo do conec-tor e prenda o plstico por fora dele. Verifique se o plstico est bem fechado e sem frestas, para que no entrem insetos.
Coloque uma camada de mistura seca (no mnimo 10cm) no fundo da bom-bona vazia para absorver o lquido em excesso e evitar que os resduos fiquem grudados ali.
Abra a cinta de segurana, desprenda o plstico que envolve o conector e retire a bombona cheia. Leve o contedo para COMPOSTAGEM ou DESIDRATAO.
CUIDADOS PARA MANUSEAR A BOMBONA No colocar as mos diretamente no material dentro da bombona.
Utilizar luvas.
No armazenar outras substncias dentro da bombona vazia.
Lavar bem as mos aps a troca da bombona.
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Compostagem termoflica o processo de decomposio da matria orgnica feita por vrios micro-organismos. Quando passa por todas suas etapas, a Compostagem gera um material rico em nutrientes e sem perigos para nossa sade. O que elimina as doenas a temperatura que a pilha de compostagem alcana por um determinado perodo, que pode variar entre 45 C e 70 C, se sua montagem foi bem feita. Assim, em apenas uma semana possvel eliminar todas as bactrias, protozorios, vrus ou vermes transmissores de doenas. Aps 1 ano de repouso, a competio entre os micro-organismos e a estabilizao da matria orgnica geraro um material que no contamina o meio ambiente, no traz riscos para a sade e ainda serve como adubo.
Para que a Compostagem acontea adequadamente, preciso manter:
Boa mistura de materiais, alternando camadas secas e midas e cobrindo a pilha sempre com matria seca.
50 a 60% de umidade que obtemos com um pouco de urina que pode estarpresentenasbombonasoumolhandoapilhadecompostagem;
Oxignio (pilha arejada), que obtemos com a montagem da pilha de compostagem em camadas, pois o ar fica preso nas camadas de matria seca, que volumosa. Esse oxignio essencial para o aumento de temperatura da pilha.
M t o d o d e t r a t a m e n t o d e r e s d u o s p a r a q u e m u t i l i z a a M I S T U R A 1 n o B A N H E I R O S E C O
COMPOSTAGEM
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Como montar a pilha de compostagem?
Escolher o local adequado e colocar uma primeira camada de material seco em uma rea de 1,5m x1,5m, para absorver o excesso de lquidos.
Cada vez que o contedo de uma bombona ou resduo orgnico verde (restos de cozi-nha) for colocado na pilha, devemos abrir um buraco ( com p, enxada ou garfo) no centro da pilha, descarregar e cobrir este material com uma camada seca.
Quando abrimos a pilha para colocar material novo, devemos verificar se ela est aquecendo. Se no estiver, fazer a correo (ver p.34). A altura da pilha vai aumentando aos poucos, e o limite de altura no deve ultrapassar 1,30m, para facilitar o manejo.
O material gerado pela pilha de composta-gem aps 1 ano de repouso o composto orgnico. Fica parecido com terra escura, rico em nutrientes, livre de micro-organis-mos nocivos, excelente para adubao de roas, pomares, rvores e outras plantas
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A pilha de composto fica assimA palhada ajuda a evitar a perda de calor e umidade da pilha de Compostagem.
A atividade decompositora dos micro--organismos produz calor de at 50C, des-truindo seres nocivos e seus esporos e ovos.
Macro-organismos como as minhocas esto presentes na pilha, ajudando a decompor os materiais orgnicos e arej-la.
MATERIAIS MIDOS Restos de alimentos Folhas verdes de podas
Estercos e material do Banheiro Seco
MATERIAIS SECOS P de serra
Folhas e outros materiais orgnicos Palhadas, cascas de culturas (feijo,
milho, capim)
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Quanto tempo dura a compostagem?
Quando estendemos o tempo de repouso da pilha de compostagem para 1 ano, garantimos a completa limpeza deste composto. Isto ocorre naturalmente, pela competio entre os micro e macro-organismos e a estabilizao da matria orgnica.
IMPORTANTE: o tempo de repouso contado a partir do momento em que a pilha deixa de receber matria orgnica (6 meses depois do incio).
Nova Pilha sendo iniciada. Adicionamos todos os resduos orgnicos, inclu-sive do Banheiro Seco, durante 6 meses.
Pilha com 6 meses, em processo de compostagem. A partir da, esta Pilha entra em repouso de 1 ano, e iniciamos uma nova.
Pilha com 1 ano. A diminuio do volume resultado da compostagem, mas o composto dever ficar parado por mais 6 meses, totalizando 1 ano de repouso
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Cuidando da composteira
Em perodos muitos chuvo-sos, recomenda-se usar uma cobertura extra de palha sobre a pilha para evitar o encharcamento e paralisao do processo.
Pode ser necessrio molhar a pilha periodicamente para que no resseque.
Caso haja animais ao redor, este espao deve ser cercado para evitar o contato.
importante revirar a pilha para arej-la.
Sempre lavar as mos aps manipular a pilha de composto.
O local para iniciar uma pilha de compostagem no deve ser baixo ou sofrer alagamento. Deve estar afastado pelo menos 30 metros de crregos, barreiros ou outras fontes de gua. E prximo do banheiro, se possvel, para facilitar o transporte da bombona.
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Como manter adequadamente a pilha de compostagem?
Problema Causa provvel Soluo
Cheiro de amnia
Pragas e animais
Baixa temperatura (no chega a aquecer)
Cheiro a podre e/ou presena
de larvas
Muita matria secaAdicionar material verde, adicionar gua e revirar a
pilha
Materiais muito grandes
Cortar os materiais em pedaos pequenos e revirar
a pilha
Umidade excessiva e/ou compactao
Adicionar materiais secos (folhas, palhada ou p de
serra) e revirar a pilha
Adicionar matria seca e revirar a pilha
Aumentar o tamanho adicionando mais verdes e
matria seca
Adicionar gua
Revirar a pilha
Adicionar verdes (restos de comida)
Muito material verde
Pilha muito pequena
Umidade insuficiente
Arejamento insuficiente
Falta de material verde
Restos de carnes, peixes, laticnios ou gorduras
descobertos
Retirar os restos ou cobri-los bem com terra, folhas e
material seco.
Processo lento
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Em regies muito secas pode ser complicado conseguir os mate-riais ricos em carbono e o teor de umidade necessrios para que a pilha funcione bem. Nestes casos, optamos por outra maneira de tratamento dos dejetos coletados: a desidratao associada com a alcalinizao. Estes processos comeam dentro da bombona, quando usamos em nossa mistura de descarga o cal, cinzas ou terra seca.
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DESIDRATAO & ALCALINIZAO
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Como local de armazenamento cavamos um buraco de 1 metro de profundidade e com uma rea de 70cm x 70cm, ou com um dimetro de 80cm. O buraco raso justamente para evitar a contaminao de lenis freticos.
A terra retirada do buraco deve ser reser-vada ao lado. Quando descarregamos nele uma bombona, devemos tapar bem o material com esta terra.
Devemos abrir um novo buraco para cada vez que vamos descarregar uma bombona.
Uma vez fechado o buraco, pode-se plantar uma arvore frutfera ou qualquer outra planta arbrea, pois este local vai estar bem adubado.
Como fazer a desidratao?
ATENO!O local para cavar o buraco em que sero depositados os resduos no deve ser baixo ou sofrer alagamento. Deve estar a pelo menos 30 metros de crregos, barreiros ou outras fontes de gua. Quanto mais prximo do banheiro, facilitando o transporte da bombona, melhor.
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A possibilidade de retornar nossas fezes ao solo sem contaminar a gua um dos prin-cipais fatores que tornam o Banheiro Seco sustentvel. Mas os dejetos nunca devem ficar sem tratamento ao ar livre nem desco-bertos sobre o solo, seno podem contaminar pessoas ou animais. Para reduzir o risco de transmisso de doenas recomenda-se utilizar o material tratado para adubao de rvores frutferas ou das plantas para rao dos ani-mais, mas no para legumes e verduras que sero consumidos crus.
LEMBRE-SE!O Banheiro Seco s funciona apropriadamente e sem riscos para a nossa sade se for utilizado e cuidado corretamente. fundamental evitar ao mximo que caiam lquidos dentro da bombona, usar sempre a descarga de materiais secos e fazer a compostagem dos resduos adequadamente. CONSULTE SEMPRE AS INFORMAES TC-NICAS DISPONVEIS NESTA CARTILHA.
Fechando o ciclo natural
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Blog do Banheiro Seco - banheirosecoecologico.blogspot.com.br
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WHO (1992), A Guide to the Development of on-site Sanitation. World Health Organization, Geneva, Switzerland.
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4A Tecnologia Social do Banheiro Seco, aliada da preservao do solo e das guas, foi levada de Santa Catarina, onde este mtodo de saneamento foi implementado junto a produtores agroecolgicos da Rede Ecovida, ao semirido nordestino, onde tornou-se uma importante ferramenta no Gerenciamento de Recursos Hdricos. Sua disseminao s foi possvel graas cooperao entre organizaes, em que o Cepagro exerceu um papel fundamental na sistematizao de experincias, produo de material didtico e compartilhamento da metodologia.
Saber na PrticaV I V N C I A S E M A G R O E C O L O G I A
C O L E O
ISBN 978-85-67297-01-9
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